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Consciência Social
Categorias sociais
Identificação de relacionamento
“Como eu ajo nesse lugar?”
“Pessoas nem sempre querem dizer o que elas falam”
Tomada de perspectiva (Teoria da Mente)
Identificando traços de caráter
Comunicação Social
Dando elogios
Pedindo ajuda e pedindo favores (referência cruzada: Interação social)
Pedindo desculpa (referência cruzada: Interação social)
Argumentando, discutindo, persuadindo e deixando de lado
Seguir o fluxo (“nadar com a corrente”) (Fluxo de conversa)
Interação Social
Capacidade de resposta
Iniciação contato e interação social
Brincar: reciprocidade e fluxo
“Quem você escolhe?” (Escolhendo pares para interação social) (referência cruzada:
Consciência social; Relacionamento social)
Tendo espírito esportivo
Respondendo a provocações e bullying
Interrompendo outros (referência cruzada: comunicação social)
Ganhando atenção por meio de resolução de problemas (“Se você não for bem-
sucedido no início, tente, tente novamente”)
Segredos (referência cruzada: Comunicação social; Relacionamento social)
Compartilhando (referência cruzada: Comunicação social; Relacionamento social)
Aprendizagem Social
Imitação social
Buscando informações (referência cruzada: Comunicação social; Interação social)
Fluxo de jogo social em grupo (permanecer com/seguir um amigo)
Aprendizagem vicária
Afiliação de grupo e influência social (referência cruzada: Consciência social; Interação
social)
Relacionamento Social
Tolerando a presença e a proximidade de pares
Atenção conjunta II
Interesse social e engajamento de pares
Sendo um bom amigo (referência cruzada: Comunicação social; Interação social)
Respostas carinhosas e empatia (referência cruzada: Consciência social; Interação social)
CONSCIÊNCIA SOCIAL
Categorias Sociais
Objetivos
Aumentar a consciência social
Desenvolver interesses e comportamentos apropriados para a idade
Aumentar oportunidades sociais para o aprendiz
Construir habilidades necessárias para tomada de decisão social
Pré-requisitos
Consciência social*
Conhecimento geral e raciocínio*
Categorias*
Procedimento
Este programa é projetado para ensinar estudantes a identificar e se engajar em atividades e
comportamentos que são apropriados para a idade. Inicialmente, o aprendiz aprende a
identificar categorias sociais relevantes e pessoas que se enquadram nelas. É importante focar
em construir conhecimento das categorias que são mais relevantes para cada estudante em
particular. Fases 1 e 2 podem ser apresentadas usando estratégias visuais e verbais, como
detalhado a seguir. A escolha da estratégia de ensino irá variar de acordo com as necessidades
de cada aprendiz. As Fases 3 a 6 envolvem aplicar ao ambiente esse conhecimento de
atividades e comportamentos apropriados à idade, por meio de escolhas cada vez mais
independentes.
Etapa 1: Emparelhar figuras ou objetos com idade ou grupo social – por exemplo, ballet
a meninas; a foto de Dora com crianças pequenas; de mãos dadas com o pai a crianças
pequenas; Brad Pitt a garotas adolescentes ou mulheres adultas; falando “E aí?” a um
adolescente; encontrando amigos à noite sem a presença de adultos a adolescentes mais
velhos; tricotando a adultos.
Etapa 4: Encenação
Encene sendo pessoas de diferentes grupos conversando ou se engajando em
atividades no tempo livre.
Em momentos aleatórios (ex: quando o cronômetro disparar), a criança deve
trocar para uma categoria diferente de pessoa (de criança para um adolescente,
por exemplo).
PHASE 3: Aplicar o conhecimento no ambiente de ensino. O aprendiz aprende a aplicar
atividades e comportamentos apropriados à idade durante as sessões de ensino. Inicialmente,
instrução direta pode ser necessária (ex: “Escolha um DVD que meninos mais velhos gostam de
assistir”); no entanto, uma instrução menos direta deve ser usada quando possível (“Oh, parece
haver um monte de coisas aqui que meninas pequenas gostam”).
Etapa 1: Dada uma seleção de brinquedos e atividades, o aprendiz deve escolher uma opção
apropriada à idade.
PHASE 5: Fazer escolhas contínuas. Ao longo de todo o dia, o aprendiz faz escolhas apropriadas
com sua idade e grupo social dentre uma variedade de atividades e comportamentos.
Identificação de Relacionamento
Objetivos
Habilidade Pré-requisitos
Assertividade
“Eu não sei” *
Conhecimento geral sobre os servidores da comunidade
Discriminar pessoas estranhas de pessoas conhecidas
Consciência social *
Categorias*
Emparelhamento*
Identificação receptiva*
Identificação expressiva*
Procedimento
Essas categorias podem ser representadas com círculos de intimidade, como uma lista de
categoria, ou por meio de agrupamento de fotos ou nomes.
Etapa 1: Emparelhamento/categorização
O aprendiz classifica figuras ou fotos de acordo com os nomes da categoria.
o Amigos:
Alguém com quem você gosta de passar o tempo
Uma pessoa que tem alguns dos mesmos interesses que você
Alguém da sua sala de aula com quem você gosta de conversar
Uma pessoa que faz parte do mesmo clube que você (ou outra
atividade extracurricular)
Alguém que vem até sua casa para brincar
Pessoas que brincam com você durante o recreio
Uma pessoa com quem você sai quando você tem tempo
o Profissões:
Pessoas que você procura quando você precisa de ajuda
Alguém com quem você fala quando está perdido
Uma pessoa para quem você conta se se machucar
Alguém para quem você liga se estiver sendo ameaçado ou sofrendo
bullying
o Estranhos:
Alguém que você nunca viu antes
Pessoas que você já viu, mas que nunca falou
Pessoas de quem você não sabe nada a respeito
Alguém que você pode saber o nome, mas com quem você não brinca
Um amigo do seu amigo (com quem você nunca passa o tempo)
Etapa 1: Emparelhamento
Ensine o aprendiz a colocar uma descrição escrita do comportamento com o
nome da categoria.
FASE 6: Crie situações da vida real sob condições naturalísticas para oferecer oportunidades
de praticar e aplicar conceitos já adquiridos. Fornecer dicas em forma de modelo ou
preparação pode ser necessário no início. Pode ser importante abordar respostas apropriadas
quando iniciativas inapropriadas são feitas por estranhos, mas é essencial, em algum momento,
randomizar oportunidades criadas com pessoas em diferentes categorias relacionais. Alguns
exemplos de oportunidades:
Oferecer uma carona
Perguntar qual o endereço do aprendiz
Pedir o número do telefone do aprendiz
Tentar entrar na casa do aprendiz
Ligar no telefone
Oferecer comida ou brinquedo ao aprendiz
Pedir ao aprendiz que ele siga você (o estranho)
Pedir para usar o banheiro da casa do aprendiz
FASE 7: Ajude o aprendiz a entender que, com o passar do tempo, algumas pessoas podem
sair de uma categoria e ir para outra. Por exemplo:
Um conhecido pode se tornar um amigo
Um amigo que você raramente ver pode se tornar um conhecido
Alguns membros da família podem se tornar perigosos
Estranhos
Família
Aprendiz
Objetivos
Aprimorar habilidade social de resolução de problemas
Generalizar comportamentos apropriados ao ambiente
Aumentar a capacidade de contar com variados recursos
Aumentar a consciência da complexidade de pistas em situações sociais
Facilitar uma maior independência
Pré-requisitos
Habilidades de aprendizagem observacionais e vicárias *
Habilidades básicas de consciência ambiental*
Habilidades de buscar informações de forma independente
Inferências
Atenção compartilhada
Desejo social
Procedimento
Este programa envolve uma série de exercícios de discriminação e partes de acompanhamento
de instruções. Embora instruções inicialmente envolverão arranjos cuidadosamente
manipulados, no futuro, generalização será essencial para aplicação de habilidades em
situações naturalísticas desafiadoras.
FASE 1: Discriminação inicial. O aprendiz aprende que alguns ambientes e locais são associados
com formas específicas e habituais de conduta e comportamento. Em seguida, o aprendiz é
ensinado diretrizes comuns e regras implícitas de comportamento e conduta habitual para
variados ambientes, incluindo os seguintes locais:
Objetivos
Aumentar consciência social de forma geral
Ensinar o reconhecimento de que o significado não vem apenas das palavras faladas,
mas também da fraseologia e da linguagem corporal
Aumentar a compreensão que combinações de múltiplos modos e formas comunicativas
(incluindo palavras faladas, expressões faciais, gestos, entonação vocal, pistas
contextuais e linguagem corporal) funcionam juntos para transmitir um significado.
Aumentar habilidades críticas de avaliação para melhor entender mensagens faladas
Promover conforto, confiança e resposta emocional adequada para comunicação sutil
Pré-requisitos
Reconhecer expressões faciais *
Efeito e causa*
Discriminação de entonação vocal
Compreensão de gestos e linguagem corporal*
Inferências (básico)
Compreensão de absurdidades/incongruências (básico)
Procedimento
Ensine cada aspecto da comunicação não verbal separadamente. A sequência pode variar de
acordo com a capacidade e necessidade do indivíduo.
FASE 7: Depois de observar situações da vida real que ocorrem naturalmente, o aprendiz está
capaz de identificar o significado desejado e o tipo de comunicação.
Pré-requisitos
Brincar de faz de conta*
Atenção compartilhada*
Compreensão
Identificação receptiva e expressiva de emoções*
Causa e efeito (incluindo como uma pessoa fica sabendo de algo)*
Lembrar*
Consciência ambiental e social*
Inferências
“Pessoas nem sempre querem dizer o que elas falam”
Compreensão do conceito de perspectiva
Procedimento
As fases delineadas aqui descrevem o processo de ensino de habilidades de tomada de
perspectiva. Desenvolvimento dessas habilidades geralmente ocorrem numa sequência
específica, por isso talvez seja necessário ensinar a maioria das fases na sequência em que elas
são delineadas aqui, já que a aquisição de uma fase pode ser requisito para que o aprendiz
possa compreender a próxima fase.
Exemplo 1
O aprendiz e a outra pessoa vão para salas separadas e desenvolvem uma ação que está
escrita em cada uma das salas. Depois de desenvolverem a ação, os dois retornam para
o instrutor. Pergunte ao aprendiz, “Você sabe o que XX (nome da outra pessoa) fez?” e
“A outra pessoa sabe o que você fez?”
Exemplo 2
A pessoa 1 e o aprendiz vão para a parte externa joga futebol, quando a pessoa 1 chuta
a bola por cima da cerca. A pessoa 2 fica na parte interna para assistir televisão.
Pergunte ao aprendiz, “XX (pessoa 1) sabe que a bola foi para fora da cerca?” e “Como
ela sabe?” Também pergunte, “YY (pessoa 2) sabe que a bola foi para fora da cerca? e
“Por que não?” A resposta para a última pergunta é “porque YY não viu o que
aconteceu.”
Exemplo 3
O aprendiz recebe um prêmio na assembleia da escola. A mãe do aprendiz não
participou da cerimônia. Pergunte ao aprendiz, “Sua mãe sabe o que você ganhou na
assembleia hoje?” e “Por que não?” Em seguida, pergunte, “A sua professora sabe?” e
“Como ela sabe?”
Exemplo 4
Uma pessoa olha numa bolsa um objeto que está dentro. O aprendiz não ver essa ação
ocorrer. Pergunte ao aprendiz, “Você sabe se XX (nome da pessoa) sabe o que tem
dentro da bolsa?” (A resposta é “não.”) Como um contraste, o aprendiz, então, observa
a pessoa olhar dentro da bolsa. Faça a mesma pergunta (a resposta agora é “sim”).
Para crianças pequenas, listar itens tangíveis ou jogos e atividades conhecidos pode ser
mais útil nesta lição. Crianças mais velhas podem entender melhor conceitos abstratos como
controle de independência; se não, uma linguagem mais compreensiva pode ser usada (ex: “Ser
capaz de fazer coisas sem ajuda”).
Uma vez que a lista estiver completa, revise as escolhas do aprendiz e compare com as de
outras pessoas. Explique que, para grande parte, duas pessoas nunca terão exatamente o
mesmo perfil de desejos, e é isso que nos faz sermos únicos. O instrutor também pode fazer
com que o aprendiz ofereça possíveis explicações do porquê outra pessoa teria interesse alto
por uma área que o aprendiz indicou como “baixo interesse” e apresentar explicações para
seus próprios desejos.
Com o passar do tempo, o aprendiz percebe o que outra pessoa quer por meio de
observação. Saber – ou inferir – o que uma pessoa quer por meio de observação das ações
dessa pessoa pode auxiliar o aprendiz a compreender os desejos gerais de uma dela. Isso,
por sua vez, pode auxiliar o aprendiz a interpretar a intenção baseando-se nas ações e
palavras relevantes que uma pessoa usa.
Exemplo 1:
Pessoa 1 coloca um chapéu na mesa e sai. Pessoa 2 pega o chapéu, o coloca na mochila da
Pessoa 1 e sai. Pessoa 3 tira o chapéu da mochila e o coloca embaixo da cama. Pergunte ao
aprendiz, “Onde XX (Pessoa 1) acha que o chapéu está?” (“Na mesa”) e “Onde YY (Pessoa 2)
acha que o chapéu está?” (Na mochila”).
Exemplo 2:
Mostre ao aprendiz uma caixa de chocolates onde os chocolates foram substituídos por lápis.
Faça com que alguma outra pessoa (Pessoa 1) entre na sala e olhe para a caixa de chocolates
fechada. Pergunte ao aprendiz, “O que XX (Pessoa 1) acha que tem dentro da caixa? E “O que
você acha que tem dentro da caixa?”
Exemplo 3:
Esconda um objeto numa caixa. Faça com que o aprendiz e uma outra pessoa (Pessoa 1)
tentem adivinhar o que está dentro da caixa. A Pessoa 1 deve indicar o que ela acha que está na
caixa (ex: “Talvez seja uma bola” ou “Deve ser um burrinho”). Pouco antes do instrutor revelar
a resposta, pergunte ao aprendiz, “O que você acha que tem dentro da caixa?” e “O que XX
(Pessoa 1) acha que tem dentro da caixa?”
Fase 3: Esforço avançado de tomada de perspectiva
Com o tempo, o aprendiz deve aprender que indivíduos podem sair da mesma ocasião
com diferentes opiniões (potencialmente baseadas em diferentes pontos de vista).
Adicionalmente, crença de segunda ordem pode ser abordada. Crenças de segunda
ordem ocorrem quando uma pessoa tem uma perspectiva sobre o que uma outra
pessoa acredita sobre as crenças, pensamentos ou sentimentos de outra pessoa. Por
exemplo, “O aprendiz acredita que Rick pensa que Sally acha que não será convidada
para a festa.”
Uma complexidade adicional pode ser adicionada à tomada de perspectiva. Por
exemplo, o aprendiz pode aprender que crenças e valores diferentes ocorrem não
apenas com base na visualização do mesmo evento. Crenças diferentes também podem
ocorrer quando duas pessoas ouvem o mesmo conteúdo, tópico ou problema. Em
adição, depois de terem lido algo, pessoas podem ter diferentes ideias sobre qual é a
ideia principal ou qual é a perspectiva.
O aprendiz pode aprender que as perspectivas de outras pessoas podem mudar.
Cenários podem ser criados onde eventos produzem uma mudança na perspectiva da
outra pessoa (pensamentos, opiniões, sentimentos, crenças). O aprendiz pode ser
solicitado a explicar por que a perspectiva mudou ou, baseado nos novos
acontecimentos, qual seria a nova perspectiva dessa outra pessoa atualmente.
Finalmente, o aprendiz pode trabalhar no desenvolvimento de uma melhor capacidade
de inferir intenção, baseado na observação das ações, gestos ou linguagem corporal de
outra pessoa. Elementos essenciais desse nível de esforço de tomada de perspectiva
incluem se relembrar e usar contexto de situação específico, ter histórico de observação
anterior, conhecer a pessoa cujas ações estão sendo avaliadas e ter um forte
entendimento de pistas não verbais.
Decepção
Desenvolver uma compreensão sobre decepção é outro caminho de ensinar tomada de
perspectiva. Um bônus pode ser o desenvolvimento de um estudante que é menos
ingênuo e crédulo. Nesse sentido, o objetivo seria gerar um entendimento de que
alguém pode ativamente criar e promover uma perspectiva alternativa e direcioná-la
para outra. Uma nota de atenção aqui: Esta atividade não objetiva ensinar decepção
exatamente, mas fornecer exemplos de decepção de outras pessoas pode ser utilizado
como exercício de tomada de perspectiva. O foco aqui é desenvolver o reconhecimento
de decepção. Monitoramento para uma possível adoção de práticas enganosas deve
ocorrer e, se necessário, conduzir uma instrução adicional de habilidade (ex: sobre a
importância da honestidade).
Contos de fada como o de Branca de Neve, O Boneco de Gengibre e
Chapeuzinho Vermelho incluem temas de decepção. Esses exemplos podem ser usados
para sondar temas relacionados à decepção. Perguntas como “Branca de Neve pensa
que a velha senhora é quem?”, “Quem na verdade ela é?”, “O que você acha que o lobo
espera ganhar vestindo-se de vovó?”, e “Por que a bruxa se veste como uma senhora
para vender maçãs?” podem guiar o aprendiz para um melhor entendimento das
perspectivas e motivos de outras pessoas.
Objetivos
Desenvolver a capacidade de fazer julgamentos sociais
Estabelecer uma percepção mais profunda e confiável dos outros
Desenvolver autênticos relacionamentos com pares
Aumentar a probabilidade de interações sociais bem-sucedidas
Desenvolver habilidades de tomada de decisão e de solução de problemas
Aumento de autoconsciência
Desenvolver avaliação crítica e habilidades de pensamento
Pré-requisitos
Causa e efeito*
Extensa capacidade de recordar-se dos acontecimentos
Inferências
Identificação de relacionamentos
Categorias sociais
“Pessoas nem sempre querem dizer o que elas falam”
“Quem você escolhe?”
Procedimento
Por meio de instrução, pessoas com TEA podem ser capazes de identificar e se tornar
conscientes da maneira que outra pessoa age (ex: “Ela está sendo engraçada,” “Ele está sendo
tímido,” “Ele fez um bom chute”). Elas também podem vir a reconhecer as intenções por trás
das ações, mesmo quando informação conflitante está presente (veja os programas de Tomada
de Perspectiva e “Pessoas Nem Sempre Querem Dizer o que Elas Falam” neste material). Por
exemplo, outra criança pode dizer que ela não irá mais engajar em comportamentos de
bullying – mas ela muda de ideia no dia seguinte e faz mais uma vez. A criança com TEA pode
aprender a discernir e inferir, “Ela não queria dizer o que ela disse.”
No entanto, tem sido nossa experiência que uma compreensão mais profunda acerca
dos outros pode faltar até mesmo em pessoas com TEA que progrediram muito na terapia e
têm habilidades sociais avançadas. Em relação aos exemplos mencionados no parágrafo
anterior, eles podem não perceber com o passar do tempo que uma pessoa é engraçada, que a
outra é introvertida, que um colega é atlético, ou que outra criança (em adição a praticar
bullying) não pode ser confiável. Em essência, eles podem não perceber o caráter ou traços de
personalidade e aprender a operar em interações e relacionamentos de acordo. Esta seção é
delineada para fornecer instrução nessa área.
O trabalho nesta área deve prosseguir com cautela, já que a intenção é evitar o
desenvolvimento de estereotipagem, rótulos e pensamento de investigação de perfis em
pessoas com TEA. O aprendiz também deve ser ensinado que embora os traços possam
representar características duradouras com base na consciência histórica, eles não são
imutáveis: É totalmente possível que “um leopardo possa mudar suas pintas.” A função
principal de ensinar sobre traços é ajudar a criança a melhor predizer comportamentos,
entender mais profundamente o comportamento dos outros e, com base em expectativas,
fazer escolhas e agir de acordo.
Em termos de estágios de desenvolvimento do aprendiz, este programa geralmente não
é apropriado para crianças com idade abaixo daquelas que estão no ensino fundamental.
Fase 1: Identificação e discriminação de traços comuns. Vídeos, representação pictórica,
história e exemplos in vivo de traços típicos de nível de idade e cultura são ensinados por meio
de exemplares. Veja alguns exemplos desses traços:
Traços são ensinados através de treino de discriminação. Exemplos devem envolver múltiplos
episódios de comportamento (ex: uma criança indo bem na tarefa de casa, passando numa
prova e dando respostas corretas em sala de aula; uma criança sendo mentirosa sobre uma
série de ações e situações para os pais, para um colega e um professor). A criança deve
aprender que a aparência consistente ou característica de um comportamento equivale a um
traço.
Fase 3: Usando traços para predizer comportamentos. Nesta fase, histórias, vídeos e cenários
in vivo são utilizados para ilustrar um padrão de comportamento para um indivíduo, bem como
uma situação ou circunstância que exigirá escolha, declaração, ou ação por parte do indivíduo.
O aprendiz deve prever, com base no padrão histórico do comportamento (traço), o que o
indivíduo fará na situação apresentada. Geralmente, depois de fazer a previsão, ao aprendiz
pode ser revelado o resultado real.
Alguns exemplos de cenários:
Uma criança é engraçada em casa e na sala de aula A criança entra em uma festa de aniversário
Uma criança se recusa a comer o lanche, se balançar A criança está andando de bicicleta e está na hora
no balanço, ou a parar de jogar a bolsa pedir sua vez
Uma criança não recebe sorvete na loja, não tem A criança vê outra criança brincando com um
permissão de cortar para frente da fila, não tem brinquedo desejado
permissão para atravessar a rua sozinha, e cada vez
grita e se joga no chão
Um aluno específico auxilia uma criança na cadeira de Outro aluno está machucado e há um grupo de alunos
rodas e ajuda o professor a carregar algo sem ser por perto, incluindo o aluno específico
solicitado a fazer
Eventualmente, as situações apresentadas devem se tornar mais sutis em termos de como elas
podem se relacionar com o traço (algumas vezes elas não devem se relacionar com o traço de
forma alguma, deste modo demonstrando que, em vários casos, o histórico pode não fornecer
informações previsíveis relevantes). Também alguns cenários apresentados devem mostrar
informações surpresas, ilustrando que traços não são absolutamente, irrefutavelmente
previsíveis (alguns devem até representar indivíduos “mudando seus hábitos” de maneira
confiável.
Fase 4: Tomar decisões com base nos traços. A criança é ensinada a pesar uma série de fatores
para compreender que o que é decido ou feito nas situações apresentadas pode ser afetado
pelos traços de outra pessoa. Você pode usar cenários similares com aqueles usados na Fase 3
para a presente fase. Fatores empregados na tomada de decisões influenciadas por traços
devem incluir o seguinte:
Força e consistência da história passada da pessoa
Relação entre a situação apresentada e o traço
Alternativas e recursos de comportamento baseado em traço devem aparecer
Custos e benefícios relativos de abordar ou evitar a situação apresentada
Ações e respostas com base em decisões (ex: pedindo para compartilhar, pedindo ajuda,
afirmando-se, recebendo auxílio do professor, ignorando) devem ser praticadas também. No
entanto, ensino prévio em tais áreas (veja, por exemplo, os programas Pedindo um Favor,
Discutindo e Persuadindo, Aceitando e Fazendo Ofertas para Jogar, Provocação e Bullying e
Compartilhando neste livro) pode ser necessário antes que esta fase seja tentada.
Cenários que envolvem escolhas que a criança precisa fazer e que podem ser
potencialmente afetadas por traços podem ser incluídos nesta fase (ex: escolher com quem
brincar [ver “Quem Eu Escolho?’], com quem fazer um trabalho, a quem contar um segredo [ver
“Segredos”]).
Deve-se tomar cuidado ao avançar de cenários planejados para situações cotidianas da
vida real no treinamento desta fase. (Veja a discussão sobre generalização no Capítulo 2.)
Fase 5: Autoconsciência e autoestima. Com sucesso nas primeiras quatro fases, o trabalho
nesta área pode progredir para promover autoconsciência, bem como a autoestima. Embora os
esforços descritos nesta seção não tenham a intenção de servir como um substituto para um
trabalho terapêutico mais abrangente em tais áreas, o esforço da Fase 5 pode certamente ser
facilitador para crianças de alta capacidade.
Para promover autoconsciência, trabalhos nas Fases 1 e 2 podem ser aplicados agora
para identificação de padrões pessoais de comportamento. Embora possa haver algum
valor em obter uma noção dos próprios traços negativos, é recomendado que trabalhos
com crianças com TEA devem começar e predominantemente focar na consciência de
traços e características de personalidade positiva. Além de promover autoconhecimento
geral, tal trabalho pode ajudar um individuo a aprender a “jogar com suas próprias
forças”. Se um grande sucesso com a consciência de traços pessoais positivos for
alcançado, foco nas características negativas – embora apenas para facilitar o trabalho
de influenciar positivamente tais traços indesejáveis – pode ser incluído de forma
limitada.
Com progresso no estabelecimento de um senso individual de traços pessoais, esforços
podem ser aplicados na área de autoestima. Um senso desenvolvido de características
próprias positivas pode, por si só, contribuir para a autoestima. Entretanto,
compreender que algumas características pessoais são duradouras pode ajudar as
crianças a desenvolver um senso mais estável e firme sobre quem são e ser um antídoto
para o perfeccionismo e a autocrítica excessivamente abusiva. Quando crianças
aprendem que uma ação ou um episódio não é auto definidor, elas tendem a não ser
tão duras consigo mesmas. Quando elas aprendem que quem elas são não deriva de um
determinado incidente, mas sim do que eles tratam em um sentido duradouro (e
positivo), eles tendem a ser mais satisfeitas consigo próprias. Ter um senso mais
profundo de quem elas são em um sentido positivo (e trabalhar na construção desses
atributos positivos) tende a produzir uma autoestima mais profunda e autêntica.
CONSCIÊNCIA SOCIAL
Dando Elogios
Objetivos
Ensinar habilidades sociais de conversação
Promover reciprocidade interacional
Promover uma maior consciência de ações e emoções
Aumentar a aceitação pelos pares
Pré-requisitos
Habilidades de conversação (nível intermediário) *
Causa e efeito (nível básico) *
Procedimento
Dependendo do nível e do conjunto de habilidades do aprendiz, Treino por Tentativas Discretas
ou Interações de Ensino pode ser usado para diferentes elementos da instrução de habilidade.
Fase 1: Treino de discriminação. Embora exposto a uma situação artificial (descrita ou gravada
em vídeo), o aprendiz é ensinado a discriminar se um elogio é justificado. Situações que
justificam um elogio podem incluir:
Testemunhar alguém alcançar o sucesso
Observar alguém ganhar uma competição
Ouvir alguém compartilhando uma história de sucesso
Percebendo que alguém está bem-vestido
Percebendo que alguém tentou melhorar a aparência
Ouvir alguém dizer que um item que está anunciando acabou de ser comprado
Depois de receber um elogio
O aprendiz é posteriormente ensinado quais características salientes das situações são dignas
de elogios.
Objetivos
Maior capacidade de atender às necessidades de uma forma mais adequada à idade
Maior independência
Maior motivação para conhecer colegas e desenvolver relacionamentos
Aumento do valor reforçador dos pares
Melhorar interações sociais com outras pessoas
Maior capacidade de obter necessidades e desejos atendidos
Maior compreensão de reciprocidade social
Pré-requisitos
Autoconsciência (compreensão individualizada sobre seus pontos fortes e fracos)
Consciência básica de conduta
Habilidades de resolução de problemas
Capacidade de aprendizado por observação *
Habilidades de tolerância a frustrações
“Fazendo perguntas” *
Compreensão de inferências (para Fase 3b)
Procedimento
Este programa ensina aprendizes a pedir ajuda e pedir favores, de forma particular, a pares.
Uma vez que essas habilidades são entendidas, o aprendiz deve demonstrar um maior conforto
ao abordar pares, deve entender melhor reciprocidade social e deve ter capacidade navegar
por um conjunto específico de normas sociais. O aprendiz deve estar consciente de como pedir
ajuda ou favor, dependendo da sua idade e das normas culturais em que ele foi criado.
Fase 3a: Identificando quem pode ajudar. Depois de aprender a identificar se ajuda ou
favor é necessário, o aprendiz deve aprender a quem é melhor recorrer. Ensinar o aprendiz
a identificar se uma pessoa é um “ajudante” adequado irá depender do tipo de ajuda ou
favor e da pessoa que está disponível.
Os seguintes fatores podem caracterizar uma pessoa como um bom “ajudante”:
A pessoa é capaz de ajudar ou de fazer o favor
A pessoa provavelmente ajudará ou fará o favor
A pessoa pode estar devendo uma ajuda ou um favor (ver a discussão sobre
reciprocidade de favor ainda neste programa)
Fase 3b: Obtendo mais informações sobre possíveis candidatos. Antes de pedir, o aprendiz
pode aprender se a ajuda é provável de acontecer e pode ser ensinado a avaliar com mais
precisão essa probabilidade. Para continuar um exemplo anterior, se o aprendiz quer saber se
um amigo irá alimentar seu hamster enquanto ele está fora, ele pode fazer perguntas
informativas como “Você gosta de animais?” ou “Você estará na cidade na próxima semana?”
Se as respostas forem afirmativas, ele pode proceder e pedir o favor. Em contrapartida, se as
respostas forem negativas, o aprendiz deve seguir em frente e avaliar outro candidato.
Essa habilidade pode ser ensinada numa maneira similar à Fase 3, mas neste caso o
aprendiz aprende a formular questões determinando se alguém é um candidato a ajudar e qual
a probabilidade dessa pessoa realmente ajudar. Em adição, o aprendiz aprende a identificar
quais respostas definem um bom candidato.
Fase 4: Aprendendo como pedir ajuda ou um favor. Depois de identificar a quem pedir, o
aprendiz precisa aprender como pedir ajuda ou um favor. Geralmente, o aprendiz deve
primeiro dizer qual é o problema – por que ajuda é necessário – e, então, pedir a ajuda. O
aprendiz dever ser ensinado que pedidos de “ajuda” e “favor” devem ser educados e
apresentados como perguntas e não como ordens. Esta fase pode ser ensinada usando
Interações de Ensino, com o pedido tendo três componentes básicos (a habilidade a ser
aprendida):
Fale o problema.
Peça ajuda ou um favor.
Seja educado e apresente o pedido como uma pergunta.
Exemplos do tópico “Pedir ajuda ou um favor” combinados com exemplos de “Seja educado e
apresente o pedido como uma pergunta”:
“Você estaria disponível para colocar a comida dele por mim?”
“Você me ajuda a procurar?”
“Poço pegar o seu emprestado por algum tempo?”
“Posso pegar algum dinheiro emprestado para eu comprar um sanduíche?”
Uma possível habilidade adicional pode ser fazer uma pergunta de iniciação, como “Posso te
pedir um favor?” ou “Você pode me ajudar?” Isso ocorreria antes dos três passos descritos
anteriormente.
Fase 5: Identificando quando perguntar. Depois de dominar os problemas de como pedir ajuda
e a quem pedir, o aprendiz deve discriminar se o momento é adequado para fazê-lo. Favores e
ajudas algumas vezes são negados por causa do momento e não porque a pessoa escolhida não
é um bom candidato a ajudar, nem porque o pedido não foi feito de forma apropriada. Essa
habilidade pode ter sido ensinada anteriormente em programas de iniciação social; no entanto,
isso se torna especialmente relevante quando pedir ajuda ou um favor é necessário. O aprendiz
precisa abordar o candidato a fornecer ajuda num bom momento. Três fatores devem ser
considerados:
O momento é bom para o aprendiz.
O momento é bom para o candidato a fornecer ajuda.
O momento é bom para a ação de ajudar.
Para a primeira consideração, o aprendiz deve aprender a pedir ajuda antes da situação se
tornar frustrante ou estressante. Para alguns aprendizes, isso pode significar aprender a pedir
ajuda assim que eles percebem que precisam de auxílio. Para outros, auto monitoramento
pode ser necessário para determinar o limiar de estresse/frustação do indivíduo. Se o aprendiz
demonstrar compreensão de auto monitoramento e de autoconsciência, ele pode ser ensinado
a pedir ajuda – dependendo da situação – em uma série de diferentes momentos.
Independentemente, o aprendiz deve aprender a fazer pedidos em momentos mais adequados
para os requisitos da ajuda, sem ultrapassar um estado agitado.
+ +
Programas de tolerância à frustração ou gerenciamento de estresse podem ser pré-
requisitos para abordar a consideração inicial. Se o aprendiz estiver relutante a pedir ajuda nos
estágios iniciais da agitação, o tópico de Interações de Ensino pode ser necessário para ajudar o
aprendiz a desenvolver a capacidade de pedir ajuda antes da agitação aumentar.
A segunda consideração requer que o aprendiz avalie o momento no que se refere à
pessoa que forneceria a ajuda. Esse candidato deve estar disponível (ex: não ocupado, sem
estar engajado em alguma outra coisa) e de bom humor. Faça com que o aprendiz diferencie
um bom momento de um momento ruim ao avaliar o humor do candidato. O aprendiz pode
aprender a partir de figuras ilustrativas ou cenários escritos/falados. Materiais de ensino devem
mostrar claramente o candidato representado em situações em que o momento é bom e em
situações em que o momento é ruim. O instrutor deve guiar o aprendiz a decidir se ele deve ou
não pedir ajuda no momento ilustrado/descrito.
Outras considerações de tempo referem-se ao ensino de assuntos como pedir ajuda com
antecedência suficiente para que ocorra o planejamento ou preparação adequada.
+
Consultar A Work n Progress.
Pré-requisitos
Consciência básica sobre outras pessoas *
Causa e efeito (especialmente relacionado a emoções) *
Fases avançadas que requerem competências em tomada de perspectiva e empatia
Procedimento
Este programa foca em ensinar aprendizes a pedir desculpa. O exato método de desculpar-se
empregado pode diferir levemente com base na idade do aprendiz e na cultura em que ele vive.
Inicialmente, essas situações podem ser aquelas que a necessidade ou não de desculpar-se fica
óbvia. Ao passo que o aprendiz demonstra proficiência, as situações mudam de forma que a
necessidade de pedir desculpas se torna menos óbvia. Considere os seguintes exemplos:
Fase 2b: Identificando a necessidade de mostrar “arrependimento”. Esta fase avançada não é
adequada para todas as crianças.
Em vez de pedir desculpas, às vezes, nós simplesmente expressamos pesar por eventos
que ocorreram fora do nosso controle ou onde as ações que tomamos foram por boas razões e
provavelmente seriam tomadas de novo no futuro. Nesses casos, não nos arrependemos das
decisões que tomamos, mas nos arrependemos das consequências que esse incidente causou
aos outros. Em alguns desses casos, boas habilidades sociais alertam a pessoa que ela precisa
expressar arrependimento e até dizer que sente muito.
Exemplos de situações em que expressar pesar demonstra boas habilidades sociais (mas
o pedido de desculpa não é necessário) incluem as seguintes circunstâncias:
Alguém está doente e não pode comparecer a um encontro
Uma pessoa não pode comparecer a uma festa de um amigo porque já tem um
compromisso
Uma pessoa não pode fazer um favor a um amigo porque estará fora da cidade
Pedidos de desculpas verbais tendem a ser usados em situações em que o aprendiz é muito
familiar com a pessoa com quem ele está se desculpando. Pedidos de desculpas por escrito
tendem a ser usados em situações formais (como irregularidades cometidas à comunidade) ou
com pessoas com quem o aprendiz é menos familiar. Novamente, o programa de discriminação
pode ser arranjado de forma que o aprendiz decida qual a melhor forma de pedir desculpas.
Os seguintes fatores fazem um pedido de desculpas verbal ou por escrito mais ou menos
apropriados:
A pessoa é uma amiga próxima ou um membro da família (verbal)
A pessoa é alguém que o aprendiz conhece em uma capacidade formal, como o gerente
de uma loja em que o incidente aconteceu ou o diretor da escola do aprendiz (por
escrito)
O aprendiz verá a pessoa antes mesmo de escrever uma carta (verbal)
O aprendiz tem problema com ansiedade em situações de confronto (por escrito)
Programas como aqueles que lidam com manejo de estresse e tolerância de frustração podem
ser necessários para ajudar o aprendiz a se manter calmo nessas situações.
Se a pessoa aceitar o pedido de desculpas, o aprendiz precisa reconhecer que passos adicionais
se fazem necessários:
Agradecer a pessoa.
Fazer o melhor para fazer as pazes verdadeiramente (ex: não repetir o erro).
Estar preparado para retribuir aceitando um pedido de desculpas daquela pessoa no
futuro.
Argumentando, Discutindo, Persuadindo e Deixando de Lado
Objetivos
Desenvolver um melhor entendimento sobre diferenças entre argumentar e discutir
Determinar quando manter e quando parar uma argumentação ou uma discussão
Aprender a falar com – e não para – outras pessoas
Aumentar os níveis de conforto dos pares
Desenvolver ferramentas para mudar a opinião de outras pessoas
Pré-requisitos
Habilidades de tópicos de conversação *
Ler respostas verbais não verbais do comportamento de outras pessoas
Responder às respostas verbais e não verbais do comportamento de outras pessoas
Tomada de perspectiva
Procedimento
Interações de Ensino são usadas para as próximas fases. Ensaios e transição para situações que
ocorrem naturalmente estão inclusos no formato de Interação de Ensino (treino de
generalização). Treino de discriminação, usando Treino por Tentativas Discretas, é de particular
importância para esta área de habilidade. As habilidades cobertas nesta seção são mais
relevantes para pessoas a partir de 7 anos de idade até a fase adulta.
Objetivos
Desenvolver entendimento sobre elementos de conversação em grupo
Desenvolver entendimento e consciência sobre um aspecto do processo social do grupo
Aprimorar habilidades sociais de conversação
Aumentar aceitação por pares
Aprimorar a capacidade de liderar e seguir em um grupo
Pré-requisitos
Tópicos de conversação *
Comentar *
Fazer perguntas *
Procedimento
Interações de Ensino são usadas para várias fases. Treino de discriminação, ensaios e transição
para situações naturais estão incluídos como parte do formato de Interação de Ensino. As
habilidades cobertas neste programa são mais relevantes para pessoas entre 8 e 13 anos de
idade.
Fase 4: Fluxo de conversação. Nesta fase, o aprendiz é ensinado a reconhecer e usar métodos
para manter um fluxo de conversa.
Comentários reflexivos e relevantes
o “De jeito nenhum!”
o “Você não pode estar falando sério!”
o “Me conta mais.”
Perguntas para elaboração:
o “E então o que aconteceu?”
Perguntas para esclarecimento
o “Quem é ela?”
Elogio e cumprimento:
o “Cara, isso é muito legal!”
Relacionando o assunto consigo mesmo:
o “Eu vi isso também!”
Abrindo novas, mas relacionadas, áreas de discussão
o “É como quando meu irmão pequeno...”
Fase 5: Quando aplicar métodos. Nesta fase, o aprendiz aprende a reduzir a frequência com
que os métodos descritos anteriormente são usados quando o fluxo da conversa está
acelerando e a aumentar seu uso quando o ritmo está diminuído.
Fase 6: Transições. Nesta fase, o aprendiz aprende métodos para a transição de novos tópicos e
a recomeçar um fluxo de conversação quando a conversa tiver parado.
Fazer um comentário de processo
o “Parece que já falamos tudo sobre isso.”
Fazer uma pergunta de abertura de discussão:
o “Você viu o jogo de ontem à noite?”
Fazer um comentário reflexivo de abertura de discussão
o “Ouvi dizer que o Borat era muito nojento.”
Retornar para uma conversa anterior
o “Quando nós falamos sobre o carro de papai, eu esqueci de te perguntar....”
O aprendiz também é ensinado a discriminar quando outra pessoa está tentando renovar o
fluxo da conversa e quando uma ausência de conversa parece ser preferida pelo grupo (ex:
quando as tentativas de reiniciar a conversa não funcionam) e encerrar os esforços de
reinicialização.
Objetivos
Ensinar o aprendiz a prestar atenção e responder às iniciações dos outros
Aumentar a consciência ambiental e social
Facilitar interação social
Aumentar aceitação por pares
Procedimento
O objetivo central deste programa é fazer o aprendiz responder a iniciações verbais e não
verbais de outras pessoas (ex: declarações, perguntas, diretivas, gestos) em situações naturais.
Em última análise, essas iniciações devem ocorrer quando o aprendiz não as espera.
Dada a natureza dessa habilidade, o alvo é “responder pela primeira vez” a uma
iniciação social. Dessa forma, a prática imediatamente repetida após uma tentativa inicial
(correta ou incorreta) será irrelevante para o aprendizado dessa habilidade. Isto é, a segunda
tentativa nunca é uma oportunidade para “responder pela primeira vez.” Espaçar as
oportunidades de aprendizagem, estrategicamente, é importante. Fazer isso proporcionará ao
aprendiz oportunidades suficientes para aprender a habilidade, enquanto dá tempo adequado
entre as tentativas para estabelecer as condições de estímulo (ex: outra “primeira vez”)
adequadas para a resposta. Essa prática também ajuda a evitar um indesejado fornecimento de
ajudas (fornecendo chances repetidas).
Também é recomendado que, nesta área de trabalho, o fornecimento de dicas por meio
de estímulos – ao invés de fornecimento de dica externo – seja utilizado. Por exemplo, ao invés
de uma segunda instrução vinda do terapeuta para que o cliente responda depois de ter
falhado em responder ao cumprimento de outra pessoa (o que também seria um problema de
tentativa de “segunda chance” como comentado anteriormente), na próxima tentativa de
“primeira chance” o iniciador cumprimentaria o aprendiz com maior ênfase (ex: falando mais
alto, depois de receber contato visual, de perto). Essas dicas de estímulo ou por ênfase de
estímulo seriam então esvanecidas entre as tentativas de “primeira chance”. Dicas de
preparação (ex: lembretes antes das iniciações) seriam mais indicados para ajudas externas,
mas podem ser menos efetivas que as estratégias de dicas de estímulo.
Inicialmente, o aprendiz deve praticar a habilidade durante períodos em que a
probabilidade de resposta é maior. Respostas podem ser verbais e não verbais, conforme
apropriado (ex: gestos, confirmação, orientação na direção do orador, contato visual,
comentários, respostas a perguntas, seguir a ação solicitada). Ensine o aprendiz a responder de
forma natural e apropriada com a idade. Situações podem precisar ser criadas para permitir
oportunidades suficientes (durante um período de tempo) para praticar habilidades de modo
que aprendizado generalizado possa ocorrer.
Fase 3: O aprendiz aprende a responder iniciações cada vez menos diretas. Use do nome do
aprendiz no início da iniciação de uma maneira efetiva para garantir atenção. No entanto, essa
ajuda pode ser esvanecida assim que possível para situações mais naturais.
Tipo de Iniciação
Usar o nome do aprendiz
Pergunta direcionada ao aprendiz
Comentário geral
Fase 4: O aprendiz aprende a responder enquanto engajado em atividades cada vez mais
preferidas (ex: aquelas das quais o aprendiz não é facilmente distraído ou não é prontamente
interrompido).
Preferência de Atividade
Atividade neutra
Atividade preferida
Atividade altamente preferida
Fase 5: O aprendiz aprende a responder enquanto engajado em atividades cada vez menos
estruturadas.
Graus de Estrutura
Atividade estruturada
Brincadeira estruturada
Brincadeira livre
Tamanho do Grupo
Um para um (1:1)
Grupo pequeno
Grupo grande
Fase 7: O aprendiz aprende a responder a pessoas cada vez menos familiares e de posição de
autoridade.
Pessoa
Terapeuta/pais
Pares com quem o aprendiz é familiarizado
Pares conhecidos, mas com quem o aprendiz é menos familiarizado
Fase 8: O aprendiz aprende a responder pessoas que estão em distâncias cada vez maiores.
Proximidade
Próximo do aprendiz
Dentro da mesma área
Fora da área do aprendiz
Fase 9: O aprendiz aprende a responder pessoas em ambientes cada vez mais naturais.
Locais
Clínica/casa
Escola
Comunidade
Iniciação de Contato e Interação Social
Objetivos
Ensinar o aprendiz a independentemente socializar com pares e com outros
Aumentar a consciência ambiental e social
Facilitar interação social positiva e brincadeira social
Aumentar a capacidade de resposta e aceitação por pares
Pré-requisitos
Tolerância social
Consciência ambiental e social básica *
Capacidade básica de resposta a iniciações de outros
Habilidade expressiva básica *
Motivação social
Atenção compartilhada
Procedimento
O objetivo final deste programa é fazer com que o aprendiz independentemente inicie contato e
troca social. O foco deve ser no aumento de um comportamento independente em situações
sociais que ocorrem naturalmente. Desta forma, iniciações dirigidas pela equipe (exemplo: “Vá
e pergunte para Bob se ele precisa de ajuda”) podem ensinar o seguimento de instruções, mas
fornecem – se fornecem – aprendizado limitado de iniciação independente. Uma estratégia que
envolve dicas externas (exemplos: instruções, apontar, lembretes, perguntas intuitivas) pode
produzir performance, mas tende a interferir com o desenvolvimento de iniciações
independentes e espontâneas.
Uma estratégia minimamente intrusiva e fácil de esvanecer nessa habilidade crítica
poderia ser o fornecimento de dicas por meio de estímulos. Essas dicas tendem a ressaltar
facetas de estímulos antecedentes, geralmente por meio de exagero ou ênfase. Um exemplo
desse tipo pode ser encontrado no seguinte cenário: Quando ensinando um estudante a
aproximar-se de um par específico, inicialmente a proximidade do par pode ser muito perto ao
estudante, com o par estando predominantemente engajado em uma atividade atraente,
fazendo a iniciação social inevitável. Com o passar do tempo, essas características são
esvanecidas para representar situações antecedentes mais naturais para a iniciação.
Para este programa, estratégias de fornecimento de dicas e técnicas de ensino
adequadas são usadas em conjunto com sistemas de reforçamento (conforme apropriado para
o aprendiz) para encorajar uma maior iniciação social independente. Além disso, o uso de
operações motivadoras (similar ao programa “Tentações de Comunicação” no A Work in
Progress) – ou seja, utilizar “tentações de iniciação social” – seria a abordagem instrucional de
escolha. Isso vai contra programação social típica. Por quê?
Embora seja normal começar com cumprimentos em programação de iniciação social,
nós argumentaríamos contra essa abordagem. Cumprimentos tendem a não resultar em
nenhum reforçamento significativo intrínseco ou natural. Isso seria semelhante a começar um
programa de iniciação de comunicação independente com comentários. Portanto,
programação de iniciação social deve geralmente começar com atividades de iniciação social do
tipo “tentação”. Dessa forma, não apenas são desenvolvidas iniciações específicas, mas
também a intenção social do aprendiz e o senso de poder de abordagem social (da mesma
forma como o poder da linguagem e intenção comunicativa é facilitado por “tentações de
comunicação”).
Para todas as fases, dimensões de fornecimento de dicas – como proximidade do par,
contexto ambiental, atividade envolvida e número de pares presentes – devem ser
sistematicamente esvanecidas para se aproximar de condições que ocorrem naturalmente.
Fase 1: Tentações de iniciação. Situações manipuladas são criadas para servir como “tentações
de iniciação social” para o aprendiz. Dependendo do que é reforçador para o aprendiz e das
habilidades necessárias, esses cenários podem incluir as seguintes habilidades:
Solicitar (verbalmente ou não verbalmente) um item, atividade ou ação (exemplo: algo
preferido, algo necessário para a tarefa ou atividade) a um par
Pedir assistência ou ajuda a um par (exemplo: para completar uma atividade preferida,
para ter um desejo atendido)
Fazer perguntas (necessárias) em busca de informação (para completar uma tarefa ou
para obter uma atividade ou um objeto preferido)
Verbalmente ou gestualmente pedir atenção, resposta ou aprovação (exemplo: usar o
nome do par, falando “Olha”) para um par
Objetivos
Aumentar a capacidade de ouvir as ideias dos pares
Aumentar iniciação para ideias de brincadeiras
Melhorar a qualidade de interações com outras pessoas
Aumentar a compreensão de reciprocidade em brincadeiras
Aumentar a flexibilidade em brincadeiras
Pré-requisitos
Instruções receptivas *
Imitação não verbais *
Fornecer instruções
Procedimento
Este programa ensina o aprendiz a aceitar sugestões que outras crianças fazem durante
brincadeiras e, em fases posteriores, a fazer sugestões para outras crianças como um meio de
promover reciprocidade e continuar o fluxo da brincadeira. Inicialmente, o material deve ser
abordado de uma maneira sistemática e estruturada, ensinando o aprendiz o básico de aceitar
e fazer uma oferta. À mediada que a proficiência do aprendiz aumenta, o ensino deve se tornar
menos estruturado e mais natural.
Fase 1: “Sim, vamos!”: Aceitando ofertas. Escolha uma atividade que o aprendiz gosta. Para
algumas crianças, isso pode envolver objetos reais ou brinquedos e, em seguida, passar para
atividades criativas. Outras crianças podem começar imediatamente com brincadeiras criativas
menos estruturadas.
O instrutor faz uma sugestão sobre o que fazer. Faça com que o aprendiz responda
verbalmente concordando com a atividade e, então, seguindo praticando com o instrutor.
Inicialmente, sugestões devem incluir atividades simples e rápidas de serem realizadas. Depois
da criança concordar e participar da primeira atividade, o instrutor faz outra sugestão, ainda
focado na atividade. O instrutor deve fazer várias sugestões num curto período para que o
momento seja estabelecido e o aprendiz pratique a habilidade repetidamente num curto
período. Considere os seguintes exemplos:
O aprendiz e o instrutor seguram figuras de super-herói.
o Instrutor: “Vamos voar até Marte!”
o Aprendiz: “Vamos!” (O instrutor faz a figura voar entrando no banheiro; o
aprendiz segue/imita)
o Instrutor: “Vamos ficar presos embaixo da cachoeira!”
o Aprendiz: “Vamos!” (O instrutor liga a torneira e eles colocam as figuras embaixo
da torneira ligada)
o Instrutor: “Os alienígenas estão invadindo! Eca! É viscoso!”
o Aprendiz: “É mesmo!” (O instrutor borrifa sabonete líquido na sua própria figura;
o aprendiz imita)
o Instrutor: “Vamos fugir dos alienígenas e voar para ficarmos seguros!”
o Aprendiz: “Vamos!” (O instrutor faz a figura voar para fora do banheiro e o
aprendiz segue)
Fase 5: Narrativa recíproca: Ouvir e interagir como um membro do grupo. Essa atividade pode
ser realizada em um grupo, com várias crianças interpretando diferentes personagens na
história. O benefício dessa apresentação mais natural é o potencial de aumentar a capacidade
do aprendiz de ouvir e melhor prestar atenção nos pares. À medida que o aprendiz se torna
mais proficiente, o instrutor pode reduzir a quantidade de narrativa e permitir que o aprendiz e
seus pares interagem de forma mais espontânea e independente, mantendo o fluxo da
brincadeira.
Quem Você Escolhe? (Escolhendo Pares para Interação Social)
Objetivos
Desenvolver a capacidade para fazer julgamentos sociais
Desenvolver relacionamentos autênticos com pares
Aumentar a probabilidade de interações sociais bem-sucedidas
Desenvolver habilidades de tomada de decisão e resolução de problemas
Aumentar oportunidades de aprendizagem disponíveis com pares e situações naturais
Aumentar a autoconsciência
Desenvolver habilidades de pensamento crítico
Pré-requisitos
Entendimento e uso de “estratégias de classificação”
Categorias *
Linguagem receptiva *
Linguagem expressiva *
Procedimento
Dependendo do nível de habilidade e capacidades do aprendiz, criar cartinhas escritas ou
pictóricas retratando pares, qualidades sociais (para classificação) e atividades específicas pode
ser útil. De forma alternativa, um quadro branco pode ser usado para criar classificações e listas
específicas de qualidade para cada atividade que está sendo examinada. Usar esses materiais
traria um componente visual para as fases iniciais deste programa, possivelmente tornando o
material mais acessível.
Considerar uma ampla variedade de qualidades desejadas relacionadas a cada atividade
é essencial. Em fases posteriores, estratégias de auto monitoramento podem auxiliar no
desenvolvimento de uma maior independência e uso sustentado dessa habilidade.
EXEMPLO 1: “Quem seria a melhor pessoa para você se sentar perto na aula?”
Qualidades Desejadas Qualidades não Desejadas
Escuta bem Grita
Segue as regras da sala de aula Fala muito
Participa de discussões Provoca
Não se inquieta Está fora do assento com frequência
Fase 2: O aprendiz gera uma lista de possíveis pares. Essa lista deve incluir a maioria dos pares
disponíveis. Para cada atividade, o aprendiz deve identificar os pares que possuem qualidades
desejadas para aquela atividade específica e os pares que possuem deficiência nessas
habilidades. Se possível, o aprendiz deve ordenar (ranquear) os pares para cada atividade
específica, levando em consideração as qualidades mais relevantes para tal atividade.
Exemplo: “Quem seria a melhor pessoa para você se sentar perto na aula?”
Boas opções de pares Más opções de pares
(O aprendiz deve fazer uma lista com base na atividade e nas qualidades pessoais consideradas
relevantes para o sucesso na atividade.)
Fase 3: Começando a planejar e participar de atividades armadas com escolhas relevantes. O
aprendiz planeja participar na atividade específica e seleciona os pares previamente
identificados como “boas” opções.
Fase 4: Revisão de atividade. O aprendiz revisa o sucesso do plano com o instrutor e determina
se ajustes nas escolhas dos pares ou nas qualidades usadas para a seleção precisam ser feitos.
Fase 6: Generalização futura. O mesmo processo e sistema podem ser usados para ensinar o
aprendiz a tomar decisões relacionadas à seleção de atividade.
Objetivos
Facilitar o sucesso geral em jogos/esportes organizados
Aumentar a reciprocidade de interação
Aumentar a preocupação relacionada às necessidades e interesses dos outros
Pré-requisitos
Habilidades de conversação (nível intermediário) *
Causa e efeito (nível básico) *
Procedimento
Dependendo do nível de habilidade e do conjunto de capacidades do aprendiz, Treino por
Tentativas Discretas ou Ensino Naturalístico pode ser usado para vários elementos da instrução
de habilidade.
Fase 2: Torcendo. Ensine o aprendiz quando torcer por um par é apropriado (exemplo: quando
o colega fez um ponto, quando ele está correndo para a primeira base, quando ele está
correndo em direção a um touchdown ou quando ele conseguiu um bom número ao rolar um
par de dados durante um jogo de tabuleiro). O aprendiz deve aprender os componentes básicos
necessários para torcer apropriadamente. A análise de tarefas a seguir pode ser usada como
um guia, mas deve ser individualizada para o aprendiz. Treino prévio de discriminação e
instrução de habilidade específica (exemplo: trabalhar em frases positivas ou gestos
apropriados) pode ocorrer conforme indicado.
O aprendiz deve aprender a mudar sua atenção entre o jogo/atividade e o colega por
quem ele está torcendo.
o O aprendiz aprende a focar a atenção (exemplo: orientação física, direção do
olhar, ouvir) por significativos períodos entre a atividade/jogo e o colega
(aproximadamente 5 segundos, então ele muda o foco da atenção, e assim
sucessivamente).
O aprendiz apresenta uma expressão facial positiva ou neutra.
o O aprendiz apresenta qualquer expressão facial, exceto um franzimento.
O aprendiz deve ter um tom de voz “positivo” (entusiástico, apoiador, mas não
exagerado).
O aprendiz deve falar o nome do colega quando parabenizando ou torcendo por ele.
O aprendiz emite uma série de frases positivas relacionadas à participação do colega no
jogo (exemplo: “Vamos lá, cara!” ou “É isso aí!”) no momento apropriado.
Esses elogios são acentuados com gestos, como braços levantados, batida de palmas e
mão com punhos fechados.
O aprendiz se abstém de dizer qualquer coisa negativa ou de usar palavras bobas e
absurdas.
O aprendiz se recusa a se engajar em agressões.
O aprendiz para de torcer uma vez que o momento apropriado tiver passado.
Fase 4: Sendo um jogador de equipe. Assim como nas fases anteriores, treino de discriminação
e instrução de habilidade focam no indivíduo se tornar um bom membro de equipe.
Componentes podem incluir, mas não estão limitados a:
Não ser individualista com a bola, ou seja, ser generoso com a bola, passando-a quando
apropriado, dando aos outros do time a oportunidade de participar mais plenamente do
jogo)
Saber as posições do time e respeitar a capacidade que os outros têm em jogar nas suas
respectivas posições
Permitir que alguém jogue no seu lugar (isto é, substituições, equidade do time)
Ter paciência com as habilidades e falhas dos companheiros de equipe
Saber torcer pelos companheiros de equipe
Saber quando e como ajudar um companheiro de time a melhorar suas habilidades
Fase 5: Mais sobre espírito esportivo. Assim como nas fases anteriores, treino de discriminação
e instrução de habilidade focam no aprendizado de como ser uma pessoa com espírito
esportivo e um oponente agradável, incluindo as seguintes considerações:
Ficar numa fila para apertar a mão ou oferecer um “toca aqui” para o time oponente
depois da partida
Apertar as mãos do árbitro (se tiver um nessa competição)
Abster-se de insultar
Abster-se de comentar sobre as deficiências, falhas ou perdas dos oponentes
Parar de jogar e ajudar um oponente que está machucado
Respondendo a Provocações e Bullying
Objetivos
Reconhecer melhor situações envolvendo interações indesejados com pares
Avaliar e responder melhor às situações de uma maneira efetiva e apropriada com a
idade
Discriminar entre graus de provocação e saber como responder de acordo
Construir confiança e conforto em situações sociais
Desenvolver habilidades de autodefesa
Pré-requisitos
Causa e efeito *
Discriminação de tom de voz
Inferências básicas
Entendendo absurdos e incongruências
Ler com precisão as dicas sociais não verbais
Procedimento
Para começar a ensinar essa importante habilidade social, treino de discriminação pode ser
apropriado. Monte situações envolvendo exemplos in vivo arranjados, apresente vídeos, leia
cenários escritos, observe eventos naturais e discuta eventos recentes ou prévios. Apresentar
esses cenários da maneira mais natural e realista possível facilitará uma melhor generalização
da habilidade. Este programa pode ser implementado não apenas individualmente, mas
também em ambientes com pequenos ou grandes grupos. Ensinar essa habilidade
sistematicamente num grupo ou num ambiente de sala de aula permite a prática com os
colegas. Adicionalmente, essa abordagem cria um maior potencial de desenvolver consciência e
cultura de grupo ao redor do tópico. Para algumas crianças, usar Interações de Ensino pode ser
a tática de instrução mais apropriada nesta área.
Fase 3: O aprendiz desenvolve métodos apropriados de lidar com provocações e bullying. Esta
fase inclui praticar uma variedade de respostas eficazes e adequadas com a idade às
provocações e bullying. Interações de Ensino para desenvolver respostas significativas podem
ser empregadas nesta fase.
Fase 5: E se não funcionar? O aprendiz pratica futuras respostas que podem ser usadas quando
a primeira resposta para provocação ou bullying não for efetiva. Por exemplo:
O aprendiz ignora uma pessoa que está lhe cutucando, mas a pessoa não para.
O aprendiz conta a um amigo sobre uma nota de ameaça que recebeu de alguém;
agora, esse amigo também está recebendo esse tipo de nota.
Uma provocação pode variar de “leve” para “moderada” para “severa”.
Fase 7: Promover generalidade de resposta. Repita os passos das Fases 4 e 5 usando cenários
que incluam fatores da lista anterior.
Objetivos
Reconhecer quando alguém está ocupado numa interação e numa conversa
Avaliar indicadores do momento apropriado de interromper outras pessoas
Reconhecer circunstâncias sob as quais interromper é mais ou menos apropriado
Demonstrar uma variedade de métodos apropriados para interromper e aplicar esses
métodos em diferentes situações e audiências conforme a situação exige
Aceitar um atraso antes de interromper outras pessoas e se ocupar adequadamente
durante essa espera
Abster-se de interromper quando ofertas são recusadas ou quando interrupções têm
acontecido com muita frequência
Pré-requisitos
Tolerância de frustração, controle de impulso e espera
Assertividade
Consciência ambiental (consciência da presença de outros) *
Iniciação social básica
Leitura básica de pistas sociais não verbais
Habilidades de conversação e de interações intermediárias *
Fase 1: Por que interromper é importante e quando usar isso (reconhecendo quando uma
pessoa está ocupada). O foco desta fase é fornecer o porquê de interromper e quando
interromper. A criança recebe justificativas para as habilidades e escolhas de interrupção
adequadas. Esforço adicional é direcionado no ensino de fazer a criança identificar quando
alguém está ocupado versus quando alguém está disponível. Fazer essa distinção auxiliará a
criança em avaliar exatamente quando habilidades de interrupção precisam ser aplicadas (isto
é, se o indivíduo não está ocupado, interrupção não está ocorrendo, assim meras habilidades
de iniciação seriam utilizadas).
A criança deve ser capaz de discriminar se uma pessoa está ocupada em situações como as
descritas a seguir:
Dois adultos estão conversando.
Dois adultos estão perto um do outro, mas não estão interagindo.
O professor está falando para os alunos em sala de aula.
O professor está promovendo uma discussão não estruturada.
O professor está falando com um outro professor ou com um grupo pequeno de
estudantes.
Dois ou mais colegas estão conversando entre si.
Dois ou mais colegas não estão conversando entre si, mas estão concentrados no que
estão fazendo.
Dois ou mais colegas estão engajados numa conversa não estruturada e aberta para
todos.
Um adulto ou uma criança participa de uma atividade preocupante (sem interação com
outra pessoa).
Crie duas condições: “ocupado” e “não ocupado”. Faça com que a criança observe
outras pessoas interagindo ou engajada em atividades individuais (por meio de
encenação, vídeos ou em ambientes naturais), representando as duas condições
possíveis. Em diferentes momentos durante a observação, a criança identifica se uma
determinada pessoa está ocupada ou não. A criança também deve explicar como ela
sabe que a pessoa está ou não ocupada. Dessa forma, um banco de conhecimento e de
conhecimento generalizado sobre a maneira como pessoas parecem quando estão
ocupadas e o que constitui a “ocupação” dessa pessoa é desenvolvido. O treino de
discriminação seria mais ou menos assim:
Exemplo 1: Ocupado
INSTRUTOR: “O que você acha dessa pessoa agora?”
APRENDIZ: “Ela parece ocupada.”
INSTRUTOR: “Como você sabe que ela está ocupada?”
APRENDIZ: “Porque ela está falando e olhando para o menino.”
Fase 3: Indicadores de adequação. Assim como em fases anteriores, a criança é ensinada por
meio de treino de discriminação a identificar situações e pistas que indicam que frases ou
perguntas de interrupção, nesta situação, são mais ou menos apropriadas. Indicadores
ensinados podem incluir:
A criança tem informação a compartilhar sobre uma emergência. Exemplos específicos
de casos de emergências devem ser ensinados – como a necessidade de dar ajuda a
outra pessoa – mas regras sobre o que constitui uma emergência também precisam ser
ensinadas – como se uma ação não for tomada imediatamente, alguém pode ficar
machucado – quando possível.
A outra pessoa está fazendo uma atividade que não pode ser interrompida. Exemplos
específicos devem ser ensinados, mas tipos de atividades também devem ser fornecidos
se possível – como em emergências, atividades que exigem atenção total ou atividades
que exigem manejo delicado.
A outra pessoa pediu para não ser interrompida.
A outra pessoa é um adulto numa posição de autoridade.
Pistas anteriores não verbais para que não haja interrupção foram oferecidas. Pistas não
verbais específicas também precisarão ser ensinadas.
Indivíduos que estão conversando foram para uma área isolada.
Regras da sala de aula proíbem interrupções em situações específicas.
A criança tem um informações fora de tópico ou sobre um tema pelo qual tem obsessão
de compartilhar.
A criança tem uma realização a compartilhar.
A criança tem uma janela de oportunidade de ação.
A criança quer participar socialmente da conversa, da atividade ou da interação com os
pares.
Fase 6: Avaliar e escolher a melhor habilidade para usar. Uma vez que a criança aprendeu uma
variedade de elementos de habilidade de interromper, ela ainda precisa avaliar quando e como
usar essas habilidades no dia a dia. Essa consideração inclui decidir que habilidade tentar
primeiro e como mudar as habilidades utilizadas dependendo do ambiente e das pessoas
envolvidas.
1. Decidir qual habilidade usar
Esta etapa envolve tomada de decisão por parte da criança, com base nas variáveis e
indicadores listados anteriormente, assim como desdobramentos das circunstâncias na
interação, sobre que elemento usar. Isso é análogo a “Perguntas de discriminação” (ver
A Work in Progress) onde componentes separados são ensinados primeiro (quem, o
que, onde) e, então, um programa é usado para ensinar a fazer discriminações (e
escolhas) sobre que componentes se aplicam.
O programa deve, inicialmente, usar cenários arranjados (vídeos, encenações ou
exemplos) onde a criança deve tomar uma decisão sobre apenas uma variável (exemplo:
adulto ou criança). Com o passar do tempo, mais indicadores de escolha são incluídos
até que situações complicadas sejam construídas (exemplos: um adulto conhecido está
engajado numa atividade importante e barulhenta e a criança tem uma pergunta
urgente a fazer; uma lição começou como uma tarefa, mas evoluiu para uma discussão
em sala). O objetivo é fazer com que a criança tome uma decisão com base nas variáveis
presentes no cenário e, então, escolher os elementos que parecem mais adequados.
2. Mudar a escolha da habilidade de interrupção com base na situação
A segunda parte desta fase adiciona uma maior complicação para o uso dos elementos
da habilidade. Em algumas situações, decisões adicionais precisam ser tomadas em
relação ao uso de elementos de habilidade de interrupção – por exemplo, se uma
criança, que ainda precisa interromper, deve diminuir ou aumentar o tom; ou se a
tentativa de interrupção é rejeitada, ela deve tentar novamente imediatamente, tentar
novamente mais tarde ou desistir da interrupção).
Alguns exemplos:
Um adulto no telefone não respondeu à tentativa da criança de comunicar uma
mensagem importante
Colegas parecem muito chateados quando a criança tenta falar por cima deles para
poder participar da conversa e esses colegas não são os mais preferidos
Um adulto familiar e preocupado não responde à aproximação e à espera da criança e a
pergunta precisa ser respondida dentro de uma hora
Quando as duas pessoas que estão falando pausam, a criança tentou interromper e
participar e fazer uma pergunta, mas as pessoas voltaram a conversar
Fase 8: Generalização. Embora instrução de habilidade tenha ocorrido de forma cada vez mais
complexa, esta fase envolve a transferência para situações mais naturais. Esforços precisam ser
direcionados em direção da utilização das habilidades em situações da vida real. O tópico
Interações de Ensino no Capítulo 2 cobre protocolos de generalização. Adicionalmente, as áreas
a seguir devem ser consideradas como movimentos de transição para a criança evoluir de um
treinamento manipulado para situações naturais do dia a dia:
De pessoas familiares e preferidas para pessoas menos conhecidas ou menos preferidas
De situações confortáveis e familiares para circunstâncias menos familiares
De momentos que envolvam preparação para momentos sem lembretes nem
preparação
De situações em que interações de interrupção ocorrem de forma isolada para
circunstâncias em que várias outras atividades estão ocorrendo simultaneamente
De áreas de conteúdo neutro para assuntos mais importantes ou urgentes (para a
criança)
De situações simples e diretas que requerem interrupção para aquelas que envolvem
muitas e, possivelmente, conflitantes variáveis e indicadores
De reações mais responsivas e de apoio à interrupção para respostas menos receptivas
ou mesmo antagônicas
Ganhando Atenção por Meio de Resolução de Problemas (“Se Você
não For Bem-Sucedido no Início, Tente, Tente Novamente)
Objetivos
Ganhar atenção apropriadamente
Obter atenção de pessoas de diferentes categorias de relacionamento
Ter as necessidades atendidas e lidar com situações urgentes
Aumentar a persistência
Aumentar habilidades de resolução de problemas e de pensamento crítico
Pré-requisitos
Atributos *
Consciência social *
Tomada de perspectiva
Conhecimento geral e raciocínio
Procedimento
Este programa ensina o aprendiz habilidades de resolução de problemas. Especificamente, o
aprendiz aprende a ser persistente quando uma tentativa inicial de receber atenção de outra
pessoa não é efetiva. O aprendiz também aprende a identificar caminhos de ajustar
comportamentos de busca de atenção e a aplicar isso a uma variedade de situações. Esse
empenho envolverá demonstração de habilidades de resolução de problemas e de persistência.
Os tipos de problemas devem ser individualizados para o aprendiz e devem ser diretamente
relacionados aos tipos de erro que o aprendiz demonstra.
Fase 1: Identificar quando ocorreu um problema ao tentar iniciar uma comunicação. Nesta
fase, o aprendiz é informado sobre qual aspecto de iniciação avaliar (exemplo: “Me fale se (XX)
está falando alto o suficiente para chamar a atenção de alguém”). O aprendiz observa
interações em encenações ou em vídeos e identifica se existe um problema com a tentativa de
iniciação de interação.
Possíveis problemas a considerar incluem:
O locutor está falando muito baixo.
A outra pessoa está muito distante.
O locutor não está de frente para o ouvinte.
A outra pessoa está ocupada.
O locutor não identificou com quem está falando.
A outra pessoa está conversando.
Inicialmente, se o aprendiz tiver dificuldade em avaliar no que focar (com base no que
está sendo observado ou se mais que um componente está sendo exposto no cenário),
fornecer uma lista escrita ou pictórica de componentes relevantes pode ser útil. Essa
ajuda deve ser esvanecida o mais rápido possível.
Etapa 1: O aprendiz observa a encenação e sugere soluções para a pessoa que está
iniciando a interação (exemplo: o aprendiz instrui o locutor “Mova-se para mais perto para
que ele possa ouvir você”).
Fase 4: O que eu faço agora? E se o ouvinte não responder à tentativa inicial de comunicação?
O aprendiz resolve essa situação e apresenta caminhos alternativos de ganhar atenção. Essas
alternativas podem variar com base no relacionamento entre o ouvinte e o aprendiz e o local
onde a comunicação ocorre (exemplo: na escola, em casa, na comunidade ou em algum outro
lugar).
Fase 6: Resolver como é a melhor forma de conseguir a atenção de alguém quando a situação
é urgente. O aprendiz aprende como obter atenção numa situação urgente e pratica esse
comportamento por meio de encenações. Uma vez que proficiência é adquirida, o tipo da
situação deve ser randomizado entre situações urgentes e não urgentes. Exemplos de maneiras
apropriadas de chamar atenção quando a situação é urgente incluem:
Interromper a outra pessoa
Falar imediatamente porque você precisa de atenção
Persistir em dar informação
Falar, “É importante!”
Fase 7: Programar para generalidade da habilidade. Crie oportunidades de praticar essa
habilidade no ambiente natural. É importante fornecer oportunidades de praticar cada uma das
variáveis aprendidas em fases anteriores, criando um conjunto de habilidades. O teste de
aquisição nessa área de habilidade é se o aprendiz pode desenvolver novas alternativas em
novas situações (assim como em situações do dia a dia). Para garantir que esse objetivo seja
alcançado, práticas nesse estágio devem incluir o uso de um modelo de resolução de
problemas, aplicado a receber atenção. Tal modelo pode incluir os seguintes elementos:
Identificar a razão pela qual a procura de atenção não está funcionando
Determinar a urgência
Considerar soluções
Levar em consideração aspectos importantes
Tentar uma solução
Avaliar o sucesso da solução e tentar novamente (revisando etapas anteriores, se
necessário)
Segredos
Objetivos
Desenvolver a capacidade de fazer julgamentos sociais
Desenvolver relacionamentos autênticos com pares
Aumentar a probabilidade de interações sociais bem-sucedidas
Desenvolver habilidades de tomada de decisão e resolução de problemas
Aumentar a autoconsciência
Desenvolver habilidades de pensamento crítico
Pré-requisitos
Atenção compartilhada
Teoria da mente
Causa e efeito *
Compreensão de inferências
Compreensão de emoções (simples e complexas) *
Controle de impulso
Procedimento
Por bem ou por mal, segredos fazem parte da maioria das culturas juvenis (e sociais). Para
entender e operar no mundo social de um indivíduo, direcionamentos facilitadores na área de
segredos são necessários. Com consciência e alguma habilidade, o aprendiz pode decidir até
que ponto ele participa de interações de manter e de contar segredos do seu ambiente social.
Segredos menos óbvios podem ser aqueles que são mais semelhantes às informações mais
comumente mantidas:
Terá um questionário na aula de Espanhol amanhã.
o “Não é um segredo” (provavelmente, todos os alunos foram informados; se um
aluno faltou, essa informação deve ser compartilhada)
Terá um questionário surpresa na aula de Espanhol amanhã.
o “É um segredo” (apenas o professor deve saber).
Discriminações mais difíceis podem envolver informações que nem todos sabem, mas não há
razão ou propósito por trás desse fato, ou situações em que, por razões deliberadas, algumas
pessoas sabem e outras não de tais informações:
Fase 1B: O aprendiz identifica porque uma informação é secreta. Essa compreensão é crítica e
é um pré-requisito para um ensino social futuro. Por meio do desenvolvimento desse
conhecimento, o aprendiz pode cultivar um respeito por privacidade, pode desenvolver uma
melhor confiança com os amigos e, menos provavelmente, será socialmente estigmatizado.
Nesta fase, o aprendiz aprende razões pelas quais informações podem ou não ser
compartilhadas e porque algo é secreto versus ser apenas uma informação que alguém não
sabe. Faça com que o aprendiz dê razões pelas quais informações podem ser realmente
secretas. Esse entendimento pode ser ensinado usando as próprias experiências do aprendiz ou
por meio de inferências feitas pelo aprendiz sobre exemplos gerados. A seguinte lista pode
auxiliar na criação de mais justificativas do porquê determinada informação pode ser privada
ou um segredo:
Fase 1C: O aprendiz identifica de quem o segredo está sendo guardado. Um possível caminho
de introduzir este conceito é fornecer exemplos de segredos – incluindo as justificativas do
porquê a informação é secreta – com o aprendiz e, então, identificar quem pode saber a
informação e quem não pode.
Exemplo: “Eu comprei ingressos do jogo de hóquei para mim e para João, mas quero que isso
seja uma surpresa para ele.”
O aprendiz identifica a justificativa para tal segredo. (É uma surpresa.)
O aprendiz identifica de quem esse segredo deve ser guardado. (Seria um segredo para
João, mas a lista de pessoas que não deveriam saber pode incluir outras pessoas, como
os amigos dele ou pessoas que, inadvertidamente, contariam a ele.)
Fase 3: Como contar e como receber segredos. O aprendiz deve saber como reagir quando
souber de um segredo e como contar um segredo devidamente.
Contando um segredo
o O aprendiz deve estar ciente de quem o segredo deve estar guardado.
o O aprendiz deve estar ciente quem mais não deve saber sobre o segredo para
que a informação não chegue à pessoa central.
A transmissão deve ser discreta
o A informação não pode ser ouvida por terceiros (volume vocal).
o O segredo pode ser transmitido quando há poucas pessoas por perto (chamar o
mínimo de atenção possível para essa interação).
o O aprendiz deve deixar clara a natureza do segredo (exemplos: ele não pode ser
compartilhado; ele não pode ser contado a pessoas específicas).
Sabendo um segredo
o O aprendiz permanece o mais discreto possível (sem reação exagerada à
informação; sem explosões verbais).
o O aprendiz deve mostrar interesse.
o O aprendiz deve mostrar reconhecimento da “importância” sobre a informação
para que a pessoa que está contando sinta-se seguro sobre o segredo ser
guardado.
Fase 4: Quando guardar um segredo. Esta fase envolve garantir que não sejam mantidos
segredos que sejam potencialmente prejudiciais para o aprendiz ou para outros se a
informação não for compartilhada ou exposta. Isso envolve ensinar o aprendiz a identificar as
consequências de manter um segredo versus de contar um segredo e, então, fazer um
julgamento se o segredo deve ser mantido.
O instrutor cria um cenário ou uma vinheta. Para essa situação, o aprendiz identifica
consequências sobre contar versus manter uma informação secreta. É importante que o
aprendiz identifique consequências reais que, provavelmente, afetariam a vida do aprendiz ou
de outras pessoas. Se necessário (para um maior entendimento e compreensão), as
consequências podem ser divididas em positivas e negativas. O aprendiz, então, pesa os prós e
os contras e decide contar ou guardar a informação.
Se o aprendiz não é capaz de tomar uma decisão usando essas estratégias, razões ou critérios
definidos devem ser fornecidos para determinar quando contar ou expor um segredo.
Independente de qualquer coisa, regras claras relacionadas ao compartilhamento de
informação relacionada a abuso sexual, abuso físico, comportamento perigoso,
descumprimento da lei, bullying e ações prejudiciais devem ser estabelecidas.
Fase 5: Quando um segredo não é mais um segredo. Ensine o aprendiz a identificar as
circunstâncias nas quais um segredo não mais precisa ser guardado ou não mais é um segredo.
Isso pode ocorrer por uma variedade de razões:
O segredo pode ter um tempo limitado (por exemplo, você precisa guardar um segredo
sobre uma festa surpresa apenas até que a festa aconteça).
As pessoas para quem o segredo é importante podem mudar de ideia.
O segredo pode ser descoberto por outras pessoas, não sendo mais considerado um
segredo.
Novamente, use experiências da vida do aprendiz, cenários ou vinhetas, fazendo com que ele
identifique quando um segredo não é mais um segredo. Considere esses exemplos:
O instrutor fala ao aprendiz, “Eu vou dar uma Barbie a Bella como presente de
aniversário.”
o Isso é um segredo agora?
o Depois do aniversário de Bella, ainda será um segredo?
Joana conta para você que ela gosta de Gustavo.
o Isso é um segredo?
o Se Joana contar a Gustavo que ela gosta dele, ainda seria um segredo?
Fase 6: Como guardar um segredo? Uma vez que o aprendiz decidiu que um segredo deve ser
mantido, como guardar um segredo precisa ser ensinado. Considerações podem incluir:
Não anunciar o segredo
Aprender a mudar de tópico quando o assunto do segredo for mencionado
Aprender a evitar o tópico do segredo
Mentir se perguntado diretamente sobre o segredo (o aprendiz precisa ser capaz de
identificar quais seriam as consequências dessa mentira)
Praticar controle de impulso
Identificar quem seria uma pessoa segura para quem contar o segredo (exemplo: uma
pessoa que não está conectada à pessoa relacionada ao segredo)
Compartilhando
Objetivos
Desenvolver melhor habilidades de interação
Aumentar o potencial de interações significativas com pares
Aumentar motivação social
Desenvolver tolerância
Pré-requisitos
Tolerância à frustração
Consciência sobre pares *
Procedimento
Este programa é direcionado a vários níveis e aspectos de comportamento que se referem a
compartilhamento. Algumas fases anteriores são um tanto quanto básicas e seriam apropriadas
até mesmo para crianças com capacidades mínimas. Fases posteriores representam habilidades
mais avançadas e desenvolvimento de capacidade, envolvem técnicas instrucionais mais
sofisticadas (Interações de Ensino; ver Capítulo 2) e são mais apropriadas para indivíduos com
capacidade mais alta.
Inicialmente, essas situações devem ocorrer repetidamente num curto período e, assim
sendo, precisam ser arranjadas. Não seria aconselhável confiar, inicialmente, em oportunidades
que ocorram naturalmente, já que tal aleatoriedade não fornecerá oportunidades suficientes
para a prática (especialmente dada a necessidade da prática ser progressiva). Com o passar do
tempo, sessões mais naturais podem ser incluídas.
Fase 3A: Compartilhamento iniciado pelo aprendiz. Uma vez que compartilhar é tolerado sem
protesto ou outro comportamento disruptivo, o instrutor começa a trabalhar para que o
aprendiz inicie o compartilhamento independentemente. Isso pode ser alcançado de uma
maneira similar à Fase 2. Um dos principais objetivos desta fase é esvanecer as dicas de prestar
atenção e de responder ao pedido de compartilhamento. Esvanecimento pode incluir
encaminhamento para dicas de estímulos. Neste caso, as dicas viriam por meio do colega e a
comunicação e outros indicadores de que compartilhar é apropriado seriam enfatizados.
Inicialmente, as frases podem ser óbvias (“Posso pegar um?”).
Conforme o aprendiz desenvolve consciência e proficiência, frases e comportamentos
mais sutis podem ser introduzidos (“Eu amo salgadinho!”; “Eu preciso de mais blocos
vermelhos”; pareando uma frase como “Isso é legal!” com um olhar de desejo para o
que o aprendiz tem em mãos).
Como uma alternativa de dica externa, preparação e esvanecimento de preparação podem ser
utilizados. Essa abordagem envolveria o aprendiz receber um lembrete antes da oportunidade
de compartilhar, gradualmente, esses lembretes se tornariam menos frequentes e ocorreriam
com mais antecedência em relação às oportunidades de compartilhar.
Procedimentos de modelagem também podem ser usados como uma alternativa de
fornecimento de dicas para aumentar a iniciação de compartilhamento por parte do aprendiz.
Por exemplo, o aprendiz pode, inicialmente, ser reforçado por notar que um colega deseja algo
e permitir que essa pessoa pegue esse algo; com o passar do tempo, o aprendiz receberia um
nível mais alto de reforço por oferecer o item.
O trabalho também deve focar na resposta de compartilhamento oferecida pelo
aprendiz. Notavelmente, a resposta do aprendiz pode aparecer ou soar mecânica.
Essa questão precisa ser abordada por meio de treino e reforçamento diferencial
focando em diferentes formas de apresentar a habilidade.
Ensinar crianças com linguagem expressiva a responder mais plenamente com uma
variedade de comentários apropriados em adição à ação física de compartilhar.