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exemplo, grupos pequenos geralmente envolvem um tempo de conversação, uma lição de
habilidade e um jogo/brincadeira. Jogos podem incluir jogos de tabuleiro ou de cartões
apropriados à idade, bem como atividades voltadas ao ensino de habilidades de comunicação
verbais e não verbais (exemplos: charadas, “20 Questões” e outros jogos de adivinhação). Em
resumo, é importante que os participantes primeiro aprendam uma habilidade e, então,
tenham a chance de praticar em conversas “reais” ou em situações de brincadeira com outras
pessoas. Assim, um grupo é um microcosmo do mundo de fora, permitindo que os membros
experimentem novas habilidades em uma atmosfera de aceitação.
Aproximadamente 7 anos se passaram desde a primeira sessão. Naquele tempo, eu
liderei e supervisionei mais de 40 grupos de indivíduos com SA, de 4 anos de idade a jovens
adultos. Com cada sessão e cada grupo, eu criei etapas de habilidades ou peguei emprestado
de outras fontes (Gajewski, Hirn & Mayo, 1998; McGinnis & Goldstein, 1997) conforme
prescrito pelas necessidades dos participantes. Essas habilidades têm sido compiladas num
Menu de Habilidades Sociais (ver Capítulo 3), o qual eu usei para avaliar as habilidades sociais
de um membro do grupo em potencial e elaborar um currículo individualizado.
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habilidades sociais enfrentados por crianças e jovens com SA e como déficits nessa área podem
impedir uma pessoa de levar uma vida bem-sucedida e satisfatória.
Capítulo 2
Uma Visão Geral sobre a Síndrome de Asperger
Brenda Smith Myles
Embora a consciência sobre a Síndrome de Asperger (SA) tem aumentado desde sua
inclusão no Diagnostic Statistical Manual of Mental Disorders – quarta edição (1994), ainda há
muito o que aprender sobre essa excepcionalidade e sobre as intervenções que podem apoiar
crianças e jovens com SA na escola, em casa e na comunidade. Tal síndrome descreve um grupo
de sintomas relacionados, principalmente envolvendo problemas com interações sociais apesar
das habilidades intelectuais e expressivas de linguagem estarem acima da média. Os aspectos
estruturais da linguagem (exemplos: gramática, vocabulário e articulação) são geralmente
intactos ou até mesmo preciosos, mas o uso social da linguagem (habilidades de conversação) é
quase sempre prejudicado. Em adição, geralmente, mas não sempre, indivíduos com SA
possuem áreas de interesse que são atípicas em sua intensidade ou em seu foco. Por exemplo,
estudantes podem ser capazes de recitar uma lista incrivelmente longa de fatos de uma
maneira unilateral, mas não facilmente engajam com outras pessoas numa conversa de “mão
dupla”. John, um garoto de 12 anos com SA, sabe vários e obscuros fatos sobre armas usadas
na Guerra Civil e pode falar sem parar por horas sobre esse assunto. A ideia de conversação
dele é direcionar comentários sobre esse interesse especial para alguém que esteja próximo. Se
o “parceiro de conversa” de John tenta falar sobre outro tópico, John ignora os comentários do
colega e continua falando sobre armas.
O Diagnostic Statistical Manual of Mental Disorders – quarta edição (DSM-IV-TR; APA,
2000) descreve SA como uma síndrome que envolve duas áreas de sintomas: (a) prejuízo
qualitativo em interações sociais (exemplo: comunicação não verbal prejudicada ou falha em
construir relacionamentos com pares); e (b) padrões de comportamento, interesses ou
atividades restritos, repetitivos e estereotipados (exemplo: preocupação com um padrão
restrito de interesses ou aderência inflexível a rotinas ou rituais não funcionais). Além disso, o
DSM-IV-TR especifica que a SA não envolve um atraso significativo na linguagem ou no
desenvolvimento cognitivo. Tal fato distingue a SA do autismo mais “clássico”, que envolve
atraso de linguagem e cognitivo, mas não difere muito do “autismo de alta funcionalidade”, no
qual indivíduos podem ter capacidades intelectuais acima da média.
Os limites entre SA, autismo, transtorno de déficit de atenção com hiperatividade
(TDAH) e transtorno de aprendizagem não verbal (TANV) nem sempre são claros. Como
resultado, existem controvérsias sobre se a SA é uma desordem qualitativamente diferente do
autismo. Muitas crianças e jovens com SA têm problemas de atenção. De fato, muitos
indivíduos identificados como tendo SA são inicialmente diagnosticados com TDAH (Myles,
Simpson & Becker, 1994-95). Geralmente é difícil de determinar se os problemas de atenção
envolvem mais uma atenção seletiva ou um foco excessivo em interesses obsessivos, questões
sensoriais e pensamentos internos ao invés de dificuldade em atenção sustentada como visto
no TDAH.
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Por exemplo, é difícil de saber se Martha está prestando atenção na aula. Embora ela
pareça atenta e olhando para o professor, quando ela é chamada, o professor geralmente
precisa falar o nome dela numerosas vezes. Nesses momentos, Martha responde com o nome
de um furacão, um tópico de interesse especial. Algumas vezes, Marta se reorienta
constantemente, virando a cabeça e corpo de um lado para o outro. Quando perguntada sobre
o que está fazendo, Martha pode ser que ela fale que está ouvindo os pássaros cantar ou que
está ouvindo a construção lá fora. O professor geralmente fica surpreso pois não estava ciente
dos barulhos de fora.
Então, os problemas de atenção na SA podem ser diferentes dos que ocorrem no TDAH,
ainda que indivíduos com SA também podem ter problemas de atenção semelhantes aos do
TDAH.
Por fim, muitos indivíduos com SA apresentam TANV, enquanto aqueles com autismo
mais clássico, tipicamente não apresentam. Até o presente momento, não está claro se TANV é
uma parte de SA ou se é o mesmo que SA. Está além do escopo deste capítulo revisar
profundamente as controvérsias envolvidas na definição de SA e sua intercessão com outros
transtornos. O leitor interessado é direcionado a resumos atuais de pesquisa nesses assuntos
(Klin, Volkmar & Sparrow, 2000).
Embora o diagnóstico não sugira uma variedade de problemas e possíveis intervenções
que possam ajudar um indivíduo com SA, são os padrões de força e fraqueza específicos do
indivíduo que melhor determinam quais serviços serão úteis. Apesar de os pesquisadores e
clínicos terem reconhecido que componentes sociais do SA podem ser universais (Attwood,
1998; Barnhill, Cook, Tebbenkamp & Myles, 2002; Wing, 1981), uma pequena ênfase tem sido
colocada na avaliação de habilidades sociais e na formalização de currículos que podem
alcançar as necessidades únicas das crianças e jovens com SA. Isso pode ser atribuído à falta de
foco em instruções de habilidades sociais por comunidades que tenham desenvolvido padrões
e resultados acadêmicos e exijam que educadores abordem exclusivamente leitura,
matemática, linguagem escrita e outras áreas principais relacionadas à escola. Essa ausência de
instrução para habilidades sociais também pode estar relacionada à falta de entendimento de
quão complexo as habilidades sociais são e quão devastador os desafios sociais podem ser para
crianças e adultos. Habilidades sociais permeiam jogos, interações em grupo, trabalhos e
trabalhar com outro estudante num relatório escolar. Em resumo, habilidades sociais efetivas
são exigidas entre quase todas as tarefas e atividades. De fato, sempre que há mais de uma
pessoa numa sala, habilidades sociais são requeridas (Bieber, 1994).
Este capítulo oferecerá uma breve visão geral dos desafios de habilidades sociais
enfrentados por crianças e jovens com SA, salientando como deficiências nessa área podem
impedir um indivíduo de alcançar seu potencial total. Muitos desses problemas de habilidades
sociais experimentados por pessoas com SA estão relacionados à dificuldade de extrair
significado do ambiente (Twachtman-Cullen, 1998; Winner, 2002). Embora sejam considerados
universais por aqueles que entendem bem sobre a síndrome, os déficits de habilidades sociais
de alguns estudantes com SA não são facilmente reconhecidos por aqueles menos
familiarizados com as características. De fato, alguns dos comportamentos exibidos por crianças
e jovens com SA podem confundir professores, profissionais da saúde mental e pais a pensar
que as habilidades da criança são muito mais desenvolvidas do que realmente são (Myles &
Southwick, 1999). Assim, o estilo de falar pedante ou de “pequeno professor”, vocabulário
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avançado, respostas gramaticalmente perfeitas e o uso de frases mecânicas de maneiras
aparentemente significativas, muitas vezes mascaram déficits de habilidade (Wing, 1981). As
áreas sociais impactadas por SA incluem problemas com (a) interações não verbais, (b)
interações recíprocas, (c) inferência na mentalidade de outras pessoas, (d) resolução de
problemas, (e) pensamento abstrato ou inferencial, (f) estresse e (g) falta de compreensão de si
próprio.
Interações Recíprocas
Asperger (1944) reportou em seus escritos clínicos que os relacionamentos sociais das
que crianças que ele estudou eram carregados de dificuldades. Especificamente, uma
característica marcante dessas crianças era a incapacidade de construir e manter relações
sociais; isto é, elas tinham problemas com interação social recíproca. A incapacidade de
interagir com colegas é marcada por (a) falta de entendimento sobre pistas sociais, (b) uma
tendência de interpretar palavras e/ou frases literalmente e (c) problemas de compreensão de
linguagem. Adicionalmente, pessoas com SA muitas vezes exibem um estilo social desajeitado,
engajam em interações sociais unilaterais e têm dificuldade em sentir com precisão os
sentimentos dos outros ou tomar as perspectivas dos outros. Essas crianças falham em revezar
a vez, monopolizam ou participam muito pouco de uma conversa, mostram anormalidades em
inflexão e repetem frases inapropriadamente e fora do contexto.
As regras sociais consideradas naturais por muitos, como não chegar muito perto de
alguém ou encarar uma outra pessoa, não são inatamente entendidas por muitas pessoas com
SA. Talvez os problemas numa interação social de “mão dupla” ocorram porque a pessoa com
SA tenha dificuldade em compreender e usar as regras regidas por comportamentos sociais.
Muitas vezes, indivíduos com SA não sabem como iniciar e/ou manter uma conversa,
monitoram o interesse de outras pessoas no que está sendo dito, usam pistas verbais e não
verbais educadamente ou entendem tais pistas quando dadas por outros. Pesquisas têm
mostrado que crianças com SA usam uma menor quantidade de pistas quando tentam
determinar o estado emocional de colegas com quem eles estão interessadas em interagir
(Koning & Mahill-Evan, 2001). Isto é, pode ser que crianças e jovens com SA apenas olhem para
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a boca de uma pessoa para interpretar o que está sendo dito, mas não levam em consideração
gestos, tom de voz e o lembrete da expressão facial do comunicador.
Inferir na Mentalidade de Outas Pessoas
Crianças e jovens com SA têm dificuldade em compreender e apreciar os pensamentos e
sentimentos de outras pessoas (Barnhill, 2001). Isso é conhecido como cegueira mental ou
déficit na teoria da mente (Howlin, Baron-Cohen & Hadwin, 1999). Indivíduos que
experimentaram problemas de teoria da mente (a) têm dificuldade em determinar as intenções
de outras pessoas, (b) têm falta de entendimento sobre como seus comportamentos impactam
outras pessoas e (c) têm dificuldade com reciprocidade.
Não compreender o impacto do comportamento de alguém em outras pessoas pode ser
visto como um problema de causa e efeito. Por exemplo, o adolescente com SA não
compreende que falar algo que ele acredita pode magoar alguém. Como resultado, ele pode
falar para um colega, “Suas espinhas são nojentas” ou comentar para um professor, “Você está
muito gordo,” falhando entender quando esses comentários causam ostracismo e reprimendas
sociais. Na mente dele, compartilhar fatos não é nada mais que uma observação que qualquer
um faria. Similarmente, a criança com SA pode não compreender que outras pessoas podem
não querer brincar com ela se ela falar apenas sobre construção e instrumentos de sopro de
madeira porque ela não entende que os colegas dela acham esse assunto chato.
A natureza universal de déficits da teoria da mente em crianças e jovens com SA não é
claramente entendida. Alguns pesquisadores têm sugerido que indivíduos com SA podem ter
diferentes graus de déficits na teoria da mente e podem ser capazes de completar simulações
da teoria da mente, mas não serem capazes de aplicar essas habilidades em situações da vida
real (Ozonoff, Pennington & Rogers, 1991).
Resolução de Problemas
Crianças e jovens com SA muitas vezes têm dificuldade de gerar múltiplas soluções
numa dada situação. Como resultado, eles podem selecionar uma estratégia de resolução de
problemas e usá-la consistentemente independente do resultado. Em outras palavras, sucesso
ou falta de sucesso no uso de uma estratégia muitas vezes não (a) reforça o uso da estratégia se
a estratégia foi efetiva; ou (b) detém o estudante de usar uma estratégia, mesmo que não
efetiva. É frequentemente suposto que estudantes com SA podem aprender habilidades de
resolução de problemas com relativa facilidade por causa das suas boas qualidades de
memória. A verdade é que a maioria pode aprender a recitar etapas de resolução de problemas
facilmente, mas geralmente não há relação entre a capacidade da criança em recitar uma
sequência de resolução de problemas e a sua capacidade de implementar essa estratégia.
Recuperação das etapas de resolução de problemas sociais, uma vez aprendidas, é
outro desafio para muitas crianças e jovens com SA. Porque o estudante com SA muitas vezes
tem dificuldade em buscar por fatos particulares em sua memória, ele pode não conseguir
acessá-los. Isto é, embora ele seja capaz de recitar várias estratégias de resolução de problemas
e perceba que elas podem ser generalizadas, ele pode não ser capaz de recordar nenhuma
delas quando necessário. No momento em que ele cognitivamente percebe que um problema
existe, ele fica confuso, com raiva ou desorientado, e essas emoções embaçam a capacidade de
recuperar e usar as habilidades de resolução de problemas.
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Todd aprendeu como iniciar uma brincadeira com seus colegas de 6 anos de idade. Ele
poderia recitar as regras para uma iniciação social e segui-las numa simulação. No entanto,
quando ele teve a oportunidade de usar suas habilidades no parquinho para chamar um colega
para brincar, ele não parecia lembrar como chamar outra criança para brincar. Como resultado,
ele ficou tão chateado que bateu no seu suposto amigo – não porque ele estava com raiva, mas
porque ele estava muito chateado para fazer qualquer outra coisa.
Dado que essas convenções são comumente usadas por professores, pais e outras
pessoas, déficits nessa área têm um impacto negativo nas interações sociais dos estudantes
com SA (Myles & Southwick, 1999).
Por causa de habilidades de memórias mecânicas bem desenvolvidas, muitas vezes é
difícil determinar que uma criança com SA não entende conceitos de altos níveis. Tipicamente,
a pessoa com SA coleta algumas palavras ou frases de uma conversa e as usa de uma maneira
mecânica que imita uma compreensão de alto nível, enquanto a compreensão é apenas num
nível factual. Meghan é uma garota de 16 anos com SA que participa de um grupo de
habilidades sociais. Logo antes de começar a lição de habilidades sociais, ela comentou com as
colegas, “Estou muito preocupada com minhas habilidades sociais. Eu acho que elas podem
impactar negativamente minhas oportunidades para uma vida produtiva.” Meghan soou
extremamente perspicaz; no entanto, ela estava simplesmente repetindo frases que ouviu seus
pais falarem. Na realidade, ela pensava que suas habilidades sociais eram boas. Ela emitiu as
frases sobre suas habilidades sociais porque estava num grupo de habilidades sociais.
Estresse
Muitos indivíduos com SA experimentam estresse e ansiedade constantemente (Kim,
Szatmari, Bryson, Streiner & Wilson, 2000; Myles & Southwick, 1999). Querer brincar com outra
criança, mas não saber como, não conseguir entender se o professor está satisfeito ou
insatisfeito com uma tarefa, tentar seguir as instruções do professor, mas sem entender o que
está sendo dito, ouvir o riso de crianças que estão ao redor e não entender a piada – essas
todas são situações estressantes que crianças e jovens com SA experimentam diariamente.
Geralmente, crianças com SA se tornam estressadas com coisas que pessoas
neurotípicas não consideram importantes. Por exemplo, eles podem ficar estressados por algo
tão simples como perceber outras pessoas invadindo seu espaço privado na fila do almoço ou
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quando se percebem no meio de várias atividades sociais que estão acontecendo ao mesmo
tempo.
Por fim, animação geralmente causa a mesma reação de estresse. Muitas crianças se
tornam excessivamente animadas por causa de um evento que irá ocorrer ou se preocupam
excessivamente por causa de uma ida a um novo restaurante pois não sabem o que terá no
menu, por exemplo. Tal animação pode causar um colapso e uma desistência. Enquanto o
primeiro exemplo mostra a preocupação por algo agradável e o segundo é de certa forma
negativo, esses eventos podem parecer a mesma coisa para a criança com SA.
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sobre si mesmos com base em seu sentimento emergente de rejeição por parte de outros.
Saber que há um nome para os desafios que eles enfrentam pode ajudar crianças e jovens com
SA a aceitar a si próprios enquanto mantêm uma autoestima positiva.
Este tópico pode ser abordado por meio da discussão dos pontos fortes e fracos do
indivíduo – identificando as coisas que eles fazem melhor do que outros de sua idade e as
habilidades que precisam ser melhoradas. Isso também é beneficial para revisar as vidas de
pessoas famosas que eram bem-sucedidas apesar ou por causa de alguns desafios que
encontraram (ver Capítulo 9 – Promover Aceitação de Pares Por Meio de Programas de Treino
de Sensibilidade e Incentivo).
Resumo
Habilidades sociais impactam cada parte da nossa vida diária. Nós usamos habilidades
em casa, no trabalho, na casa dos nossos amigos e colegas de trabalho, no supermercado e nos
correios. Crianças usam habilidades sociais em todos esses ambientes e também na escola, nos
encontros para brincar e na vizinhança. Habilidades sociais parecem naturais para muitas
crianças – elas naturalmente fazem e mantêm amigos, por exemplo. Mas o mesmo não é
verdade para crianças e jovens com SA. Embora eles queiram ter amigos, eles não parecem
saber como interagir com outras pessoas. Já que habilidades sociais são um importante
ingrediente numa vida bem-sucedida, nós precisamos garantir que crianças com SA adquiram
essas habilidades ou aprendam regras sociais para compensar o que não ocorre naturalmente.
Esse currículo fornece um passo muito importante para ajudar crianças e jovens a adquirir essas
habilidades, compensar o que não vem naturalmente e, como resultado, levar uma vida de
sucesso.
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Capítulo 3
Avaliação para Treino de Habilidades Sociais
Meu objetivo de avaliação raramente é chegar no diagnóstico, que, por si, me fala
pouca coisa. Ao invés disso, meus objetivos de avaliação são: (a) determinar quais habilidades
sociais o estudante precisa aprimorar, (b) qual estratégia seria mais efetiva para ensinar
habilidades sociais e (c) qual modalidade de terapia (individual ou em grupo) seria melhor para
ensinar habilidades sociais. Essencialmente, há duas informações que eu gostaria de extrair da
avaliação para tomar essas decisões: habilidade de linguagem receptiva e nível de atenção. A
habilidade de linguagem me mostra qual estratégia usar e o nível de atenção da criança
determina se o ensino deve ocorrer no formato 1:1 ou em grupo.
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comeu no café da manhã.” (Isso é abstrato porque o café da manhã não está na frente dele; ele
deve se lembrar ou simbolizar o café da manhã em sua mente antes de responder à pergunta).
Se ele conseguir responder, nós sabemos que ele não só segue instruções verbais, mas
consegue imaginar coisas que não estão exatamente em sua frente. Isso facilitará o uso de
conceitos verbais para ensiná-lo habilidades sociais, pois conceitos verbais se referem a coisas
que não estão em sua frente, mas devem ser imaginadas na sua mente. Por exemplo, quando
pedimos a alguém que espere até que todo mundo pare de falar (ou seja, uma “pausa”) antes
de interromper, isso é um conceito abstrato que não pode ser facilmente visualizado. Para
aqueles que entendem ao que essas palavras fazem referência, compreender essa habilidade
por meio de instruções verbais é possível.
Se, por outro lado, nós damos instruções verbais a Joe e ele as repete de volta como um
eco sem saber o que fazer nem o que falamos, ele não será facilmente capaz de aprender
habilidades por meio de instruções verbais. Por exemplo, falar para ele esperar por uma pausa
antes de interromper seria sem sentido. Ao invés disso, ele pode se beneficiar de uma
abordagem que dependa de recursos visuais (exemplos: figuras, vídeos e modelação direta de
como interromper) e de métodos que o ajudam a aprender habilidades pré-requisitos de
linguagem (exemplo: aprender a identificar o que a palavra “pausa” significa). A metodologia de
tentativas discretas (ver Capítulo 4) pode ser usada para ajudar crianças a construir habilidades
pré-requisitos de linguagem para que elas futuramente possam responder a instruções verbais.
Nível de Atenção
Como mencionado no Capítulo 2, muitas crianças com SA apresentam desatenção,
impulsividade e hiperatividade consistente com um déficit de atenção/transtorno de
hiperatividade. No entanto, muitos estudantes com SA não têm um déficit de
atenção/transtorno de hiperatividade no qual eles não conseguem sustentar a atenção. Ao
invés disso, a “desatenção” deles pode ser devido à persistência num aspecto irrelevante da
situação. Por exemplo, um estudante pode estar sentado na sala obsessivamente revisando
cada dinossauro que ele aprendeu ao invés de ouvir o professor. Ele pode parecer ter um déficit
de atenção, mas a capacidade de prestar atenção não é o problema. O problema dele é que ele
tem pensamentos que não consegue controlar, causando uma obsessão por tópicos que são
irrelevantes ao contexto atual.
Como um resultado da desatenção, alguns estudantes não estão prontos para manter o
foco necessário num grupo. Em vez disso, eles podem se beneficiar de terapia individual ou por
serem pareados com outra criança até que eles tenham desenvolvido as habilidades de prestar
atenção necessárias para participar em um grupo. Minha regra de ouro sobre estar pronto para
participar de grupos depende da resposta da criança a esforços para ser redirecionado à tarefa.
Isto é, se o estudante pode ser redirecionado por meio de dicas verbais ou com ajuda de uma
economia de fichas na qual as fichas são fornecidas por retornar à tarefa, eu irei considerá-lo
pronto para um grupo.
Por exemplo, eu posso falar para um adolescente que não está prestando atenção nem
seguindo instruções, “Olhos para cá; aqui está o que eu quero que você faça...” Se ainda assim
ele não seguir a instrução, eu posso falar, “Olhos para cá. Você terá aquele dinheiro de mentira
quando você ouvir e quando conseguir 10 deles, você terá a recompensa que você disse que
gostaria.” Se ele voltar a me ouvir depois desses esforços, eu terei fé que eu posso ajudar
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aquele jovem a ouvir em grupo. Por outro lado, se durante instruções no formato 1:1, nem eu
nem os pais conseguimos redirecionar a criança de volta à tarefa por meios verbais, dicas físicas
gentis (exemplo: toque no ombro), ou uma economia de fichas (exemplo: dinheiro de mentira
que quando depois de uma determinada quantidade, compra um prêmio), eu não irei
considerar que essa criança está pronta para trabalhar em grupo.
Membros do Grupo
Na prática privada, meus grupos são bem homogêneos em relação a diagnóstico, já que
poucas crianças de “funcionamento típico” são encaminhadas para um treino de habilidades
sociais. A maioria das crianças que eu vejo tem SA, um transtorno de desenvolvimento
generalizado relacionado, ou TDAH com dificuldades nas habilidades sociais.
O que nós perdemos por não termos pares típicos é mais do que compensado pelas
vantagens de um grupo homogêneo. Eu continuo maravilhado em ver como rapidamente
estudantes com transtornos relacionados aceitam um ao outro. Eles têm várias experiências em
comum em serem provocados ou rejeitados, bem como compartilham interesses “obsessivos”
similares. Para muitos, essa é a primeira vez que eles sentiram parte de um grupo de colegas.
Uma consideração importante é manter o nível de linguagem receptiva relativamente
consistente no grupo. Caso contrário, as estratégias de ensino necessárias se tornam muito
desiguais, resultando em um membro ficando frustrado se as coisas estão muito difíceis, ou
outro membro ficando entediado quando a estratégia é muito simples. Eu acredito que esse
agrupamento por habilidades é muito mais importante do que por idade. Portanto, eu posso
ter crianças com até dois anos de diferença no mesmo grupo, contanto que a capacidade delas
de compreender seja similar. Por exemplo, se John é dois anos mais velho que Mary e os dois
conseguem seguir minhas explicações verbais de habilidades, eles podem se beneficiar em
participar do mesmo grupo. No entanto, se John não entende minhas instruções verbais porque
ele não sabe o que muitas dessas palavras significam, mas Mary entende minhas instruções,
eles não seriam um bom par porque estratégias de ensino diferentes são exigidas para eles.
Quase todos os membros do grupo são meninos, o que não é surpreendente dado que a
prevalência de SA é muito maior em meninos (Ehlers S& Gillberg, 1993). Portanto, quando eu
tenho um membro que é menina, ela continua como minoria. Em grupos de adolescentes onde
paquerar é uma preocupação comum, isso se torna complicado já que muitos dos meninos
competiriam pela atenção daquela única garota. Cuidado especial deve ser tomado ao ensinar
membros do grupo sobre limites pessoais, por um lado, e assertividade interpessoal, por outro,
para prevenir potenciais conflitos.
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Problemas típicos identificados para estudantes com SA geralmente se enquadram em
duas categorias: comportamentos em excesso e déficits de comportamento. Comportamentos
em excesso incluem interromper, persistir num tópico independente do desinteresse óbvio do
ouvinte, emitir comentários fora do tópico, violar o espaço pessoal da outra pessoa, recusar se
comprometer/fazer um acordo e impor regras às outras pessoas. Déficits de comportamento,
por outro lado, podem incluir falha em iniciar ou manter uma conversa ou brincadeira com
outras pessoas e ignorar os sentimentos dos outros. Para cada habilidade do menu, há um
manual correspondente que mostra cada etapa da habilidade (ver Capítulo 8).
As habilidades estão dispostas numa ordem específica porque algumas são pré-requisitos
para outras. Por exemplo, “Posição de escuta” é um pré-requisito para o estudante ouvir e
entender todas as outras habilidades e, mais, foi selecionada primeiro. Em seguida vêm as
habilidades de conversação “Manter, Iniciar e Entrar em uma conversa,” e “Tópicos delicados,”
para que possamos estabelecer as bases para falarmos uns com os outros, já que vamos
praticar conversas em todas as sessões quando discutirmos como as coisas aconteceram entre
as sessões. Pare esse estudante eu escolhi trabalhar nas habilidades de brincar em seguida pois
ele não estava iniciando brincadeiras com outros estudantes e isso era uma prioridade.
Relacionado a isso, eu geralmente prefiro trabalhar na habilidade de “Permanecer calmo” antes
de lidar com as outras habilidades de frustração (“Lidar com os erros” e “Lidar com
provocação”) para que os estudantes aprendam um meio geral de manter a calma antes de
aprender maneiras de lidar com fatores específicos de perturbação. Desta forma, eles têm a
chance de permanecerem calmos quando apresentados com gatilhos para os quais nós ainda
não o preparamos. Por fim, escolhi “Mostrar entendimento pelos sentimentos dos outros”
antes de “Lidar com provocação,” já que ter algum entendimento sobre os sentimentos de
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outras pessoas pode ajudar em não levar a provocação para o lado pessoal ou fazer retaliações
com declarações ofensivas a outras pessoas.
Para muitos estudantes, nós podemos cobrir uma nova habilidade por semana para um
programa de 12 semanas dependendo da capacidade do estudante em entender e generalizar
as habilidades. Quando avançamos para a nova habilidade, nós ainda continuamos treinando as
habilidades anteriores para mantê-las e aprimorá-las. Embora esse prazo seja bastante típico,
com crianças com dificuldades em linguagem receptiva, nós podemos trabalhar na mesma
habilidade por pelo menos um período de três semanas antes de avançar para outra. Nesses
casos, 10 a 12 habilidades podem ser ensinadas ao longo de todo o currículo do ano letivo.
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pequeno ou numa terapia individual, cada estudante pode ser avaliado pelos pais e pelo
professor a cada 12 semanas para verificar o progresso. Um Formulário de Avaliação de
Habilidade em branco é fornecido adiante para o seu uso nas avaliações de estudantes antes e
depois de cada período de 12 semanas.
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Menu de Habilidades Sociais
Estudante: Data:
Habilidades de Comunicação
Habilidades de Conversação
( ) 1. Manter distância física apropriada de outras pessoas (“Não ser um invasor de espaço
pessoal”)
( ) 2. Posição de escuta
( ) 3. Tom de voz
( ) 4. Cumprimentar
( ) 14. Apresentar-se
( ) 22. Usar tom de voz feliz, contato visual, revezamento de vez, distância
( ) 26. Se comprometer
( ) 27. Compartilhar
Gerenciamento de Amizades
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( ) 35. Fatos versus opiniões (Respeitar a opinião das outras pessoas)
( ) 41. Modéstia
Empatia
Gerenciamento de Conflitos
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Formulário de Avaliação de Habilidade
Escola: Data:
Professor (a):
Instruções: Com base nas suas observações em situações variadas, avalie o uso das seguintes
habilidades por cada criança de acordo com a escala a seguir:
Habilidades Nomes
1-Posição de escuta
2-Manter uma conversação
3-Iniciar uma conversa
4-Participar de uma conversa
5-Tópicos sensíveis
6-Jogar um jogo
7-Convidar outros para jogar
8-Se comprometer
9- Manter a calma
10-Lidar com erros
11-Entender os sentimentos dos outros
12-Lidar com provocações
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Exemplo de Formulário de Avaliação de Habilidade
Instruções: Com base nas suas observações em situações variadas, avalie o uso das seguintes
habilidades por cada criança de acordo com a escala a seguir:
Habilidades Nomes
John Gary Sam Lisa Carla
1-Posição de escuta 2 3 1 3 2
2-Manter uma conversação 2 2 2 2 2
3-Iniciar uma conversa 3 3 2 2 2
4-Participar de uma conversa 1 1 1 2 2
5-Tópicos sensíveis 4 4 2 4 4
6-Jogar um jogo 3 2 2 3 3
7-Convidar outros para jogar 3 3 3 3 3
8-Se comprometer 3 3 2 3 2
9-Se manter calmo 3 3 1 4 3
10-Lidar com erros 3 3 1 3 2
11-Entender os sentimentos dos outros 3 3 4 3 3
12-Lidar com provocações 2 2 1 2 2
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Capítulo 4
Estratégias para Ensinar Habilidades Sociais
A maioria das crianças de oito anos de idade e aquelas cujo QI é bem menor que a
média se beneficiam de estratégias de ensino que dependem de figuras, dicas físicas e
modelação direta ao invés de estratégias que dependem majoritariamente de explicações
verbais. Para crianças mais velhas e para aquelas com habilidades de linguagem receptiva,
estratégias de ensino para habilidades sociais podem incluir explicações do porquê agir de
determinada maneira junto com estratégias mais concretas que dependem de figuras, dicas
físicas e modelação direta.
Por exemplo, alguns estudantes se beneficiam do uso de conceitos de tempo (passado,
presente e futuro) para ajudá-los a lembrar como iniciar uma conversa como, “Como foi sua
semana?” (passado), “O que você está jogando?” (presente) e “O que você vai fazer no fim de
semana?” (futuro). Eles podem ser capazes de pensar em várias formas de iniciar conversas
simplesmente lembrando-se de fazer perguntas sobre o passado, presente e futuro. Para
outros estudantes, o conceito de perguntar sobre o passado, presente e futuro não seria
entendido. Ao invés disso, esses estudantes precisariam de uma estratégia mais concreta como
memorizar sentenças específicas para iniciar uma conversa.
A seguir, há uma descrição de um conjunto de estratégias para o treino de habilidades
sociais – da mais concreta a mais conceitual.
Tentativas Discretas
A maioria das crianças com SA tem um bom repertório de linguagem receptiva e
geralmente não precisaria de uma abordagem tão estruturada como a metodologia de treino
por tentativas discretas. No entanto, tentativas discretas são extremamente úteis para crianças
com habilidades de linguagem receptivas limitadas já que essas tentativas ajudariam tais
crianças a aprender palavras básicas para que no futuro elas possam responder a instruções e
perguntas verbais. O método de tentativas discretas também pode ajudar estudantes a
prestarem atenção a uma tarefa quando eles não respondem a instruções verbais para
prestarem atenção. Entre outras coisas, tentativas discretas podem ser usadas para ajudar
estudantes a manter contato visual e identificar objetos, ações ou adjetivos. Por exemplo,
considere que Amy não entende como responder a instruções como “vá até aquela bola grande
e entregue-a ao professor.” Pode ser que ela passe por várias tentativas discretas para
aprender o significado de palavras como “grande”, “bola”, “professor” e “vá”. Só assim, ela irá
compreender melhor as instruções que contêm essas palavras.
Uma descrição completa de treino por tentativas discretas está além do escopo deste
livro. Iremos fazer um breve resumo.
Uma tentativa discreta consiste em, no mínimo, quatro componentes: uma instrução,
uma dica, uma resposta e reforçamento. Por exemplo, considere ensinar a palavra “grande” a
Amy. A instrução seria “toque na bola grande” (apresentar figuras de várias bolas pequenas e
uma de bola grande). A dica seria fisicamente mover o dedo de Amy até a bola grande. A
resposta dela seria tocar na figura da bola grande ou na da bola pequena. Por fim, o
reforçamento viria como um elogio ou talvez como uma recompensa quando ela escolher a
23
bola grande. Uma pessoa pode fazer várias tentativas trabalhando com itens diferentes (bolas,
brinquedos, lápis) com um objeto grande misturado a vários outros menores até que ela
sempre escolha o item grande indicando sua compreensão sobre o conceito de grande.
Tentativas discretas são bastante estruturadas e dependem de o instrutor instruir a
criança. Isso normalmente não promove uma interação social espontânea, mas pode ser crucial
na construção de uma linguagem e atenção pré-requisitos na preparação para outros tipos de
treinamento que podem facilitar uma maior interação social.
Ensino Incidental
O termo “incidental” refere-se a ensinar um estudante sobre uma situação social
conforme ela está ocorrendo ao invés de fazer esse ensino durante uma lição estruturada. O
objetivo é ampliar o ambiente social à medida que ele se desenvolve de modo que o estudante
consiga captar pistas sociais, regras, sentimentos e percepções de outras pessoas que são parte
da situação social. Isso pode ser obtido explicando a criança o que está ocorrendo numa
situação social, por meio de palavras ou dicas visuais e treinando e elogiando o comportamento
da criança.
Por exemplo, durante o recreio, uma professora comenta com uma aluna que tem SA,
Larry, que uma outra pessoa parece fisicamente machucada. Ela treina Larry a parar de brincar
e perguntar a outra estudante se ela está bem. Ela está ampliando uma importante pista social
(alguém está machucado) de modo que Larry não continue brincando, alheia aos sentimentos
dos outros. Similarmente, outro estudante com SA, Andy, fica chateado quando as pessoas
esbarram nele no corredor. Quando isso acontece, seu acompanhante explica como e por que a
colisão foi acidental para que Andy não fique mais chateado. O acompanhante menciona uma
pista social escondida, isto é, as intenções da outra pessoa, para ajudar Andy a responder mais
apropriadamente.
Essa lição incidental é bastante conceitual já que ela depende de informações abstratas
(as intenções de outra pessoa). Ensino incidental também pode se tornar bastante concreto,
dependendo das necessidades da criança. Por exemplo, para ajudar uma criança a entender
quando é a vez dela num jogo, uma ajuda visual (exemplo: uso de um cartão que mostre de
quem é a vez atual) ou dicas físicas (exemplo: tocar no ombro da criança) podem ser usadas
quando é a vez dela. Outro exemplo de uma dica visual para ampliar o ambiente social é usar
cartões vermelhos e verdes para indicar quando é permitido e quando não é permitido falar na
sala de aula. Cartões vermelhos são colocados na cadeira da criança para indicar que não é
permitido falar durante uma determinada atividade. Quando for hora de falar, o cartão é
colocado no lado verde. Tais ajudas visuais podem ser úteis para crianças e adultos com SA, que
nem sempre sabem quando e onde é permitido ou não falar.
Ensino incidental representa a base para facilitar grupos durante conversas e
brincadeiras não estruturadas (ver Capítulo 5). Por exemplo, durante conversas, o líder do
grupo pode mencionar que um membro do grupo parece estar triste ou chateado e, então, guia
os outros membros a perguntarem se o colega está bem. Ou se um garoto está falando sem
parar sobre sua obsessão por luminárias durante um momento de conversação e os colegas
parecem cansados, o líder do grupo pode falar, “Juan, veja como seus colegas estão bocejando
e contorcendo-se nas cadeiras. O que você acha que eles estão sentindo? Por quê? Pergunte a
24
eles se eles gostariam de ouvir mais.” Como continuidade dessa lição incidental, o líder pode
fazer uma lição formal mais tarde sobre “Falar Brevemente para que os Outros Ouçam”.
Durante uma conversação ou uma brincadeira o líder do grupo usa métodos de ensino
incidental atuando como um instrutor: fornecendo dicas e reforçando comportamento
conforme eles ocorrem. Durante o tempo de brincadeira, o líder pode fornecer dica e elogiar o
estudante por ele ter se comprometido com algo, por ter compartilhado algo, revezado a vez,
decido quem iria primeiro e ter lidado com os erros e perdas. Por exemplo, se Joe e Sam estão
discutindo sobre qual jogo jogar, o líder pode falar, “É óbvio que vocês querem jogar jogos
diferentes, como nós podemos resolver esse problema?” Se os meninos não responderem, o
líder pode continuar e falar, “Vocês podem entrar num acordo?” O líder pode dar um tempo
aos estudantes para que eles entrem num acordo. Se um não estiver disposto, o líder pode
sugerir uma forma de selar esse compromisso. Uma vez que os estudantes começarem a entrar
num acordo, o líder pode comentar, “Adoro ver o jeito que Sam e Joe estão se
comprometendo.” Se eles não acordarem em algo, o líder pode dizer, “Como você se sente
quando não consegue decidir o que fazer? Sam, como Joe se sente se você se recusa a brincar
com o que ele quer? Joe, como Sam se sente se você se recusa a brincar com o que ele quer?
Como vocês podem ajudar um ao outro a se sentir melhor?” Todos esses comentários servem
para ressaltar o que está acontecendo e como as pessoas estão se sentindo no desenvolver da
situação. Se Sam e Joe não conseguem resolver tal conflito por meio de métodos de ensino
incidental (dicas para chegar a um acordo e comentários que realcem os seus sentimentos), o
líder pode precisar impor um compromisso para o momento e, então, na próxima sessão
fornecer uma lição formal de como fazer um acordo.
Ensino incidental sempre deve fazer parte de um treino de habilidades sociais porque
isso envolve ensinar crianças em situações reais onde eles precisam das habilidades. No
entanto, o ensino incidental nem sempre é suficiente. Quando treinar uma criança no
momento não faz com que ela entenda a situação ou altere o comportamento, é hora de
ensinar a ela de uma maneira mais estruturada para prepará-la a lidar com situações sociais
antes que elas ocorram novamente. Lições mais estruturadas e formais podem incluir todos os
métodos descritos nas seções seguintes (Habilidades Sociais em Imagens, Ensaio Cognitivo com
Imagem, Histórias Sociais e Aprendizado Estruturado).
25
se sentindo? O que ele está dizendo? O que acontece sem seguida?” Estudantes que não
conseguem descrever o que está acontecendo podem ser solicitados a mostrar cada etapa
(exemplo: “Me mostra a figura onde eles fazem contato visual. Agora me mostre onde eles
esperam por uma pausa. Isso é a forma correta ou incorreta de pedir licença?”)
Crianças podem participar ativamente na criação das Imagens das Habilidades Sociais
posando para as fotos e montando os livros num papel ou num computador. Os benefícios são
dobrados para estudantes que ajudam a criar suas figuras de habilidades. Isto é, eles têm a
oportunidade de ensaiar as habilidades durante os momentos que as fotos estão sendo tiradas
e têm a atenção direcionada para um registro permanente e altamente atrativo deles próprios
engajados na habilidade. Ao fazer suas próprias Imagens de Habilidades Sociais, quatro áreas
são consideradas:
em que habilidade focar
como quebrar a habilidade em etapas mais simples (também chamado de análise de
tarefas)
quais percepções, pensamentos, ou sentimentos você quer incluir nos balões de fala dos
quadrinhos para chamar a atenção do estudante
como montar o livro
Conjuntos de imagens de Habilidades Sociais podem ser criados de diferentes formas. Uma
vez que uma habilidade foi colocada como alvo e as percepções e verbalizações relacionadas
tenham sido pensadas, mapeie as etapas das habilidades e quais imagens serão necessárias. O
mais frequente possível, use o estudante como o modelo para as fotos. Faça com que os
estudantes posem para foto enquanto passam por cada etapa da habilidade, primeiro emitindo
o modelo do que fazer em cada etapa. Não se preocupe se o estudante não entender
completamente a habilidade no início, já que o aprendizado será reforçado depois que o
conjunto de imagens é criado. As fotos podem ser tiradas com uma câmera digital e, então,
exportadas para uma apresentação em Power Point ou uma outro software de fotografia ou de
publicações ou ainda programas de layout onde os balões de fala possam ser adicionados. De
forma alternativa, fotos podem ser tiradas com uma câmera que não é digital e colada em
papel. Balões e textos podem ser escritos à mão ou digitados em papéis coloridos nas fotos.
Seja consistente em usar uma cor para balões que expressam verbalizações e outra cor para
balões de pensamentos/percepções para não confundir o estudante. Em adição a posar para as
fotos, estudantes também podem ter participação no corte, colagem e montagem das
habilidades. Como alguns estudantes, o exercício de sequenciamento das habilidades na ordem
correta pode ser feito como um jogo para melhorar a compreensão das etapas
individualmente.
Usar Histórias de Habilidades Sociais em Imagens resulta em menos dependência de
uma instrução verbal e do modelo do instrutor como será descrito em alguns dos métodos a
seguir.
27
Exemplo de um Ensaio Cognitivo com Imagem
CARTÃO 1 CARTÃO 2
Matt está brincando no computador O professor pede que Matt saia do computador
CARTÃO 3 CARTÃO 4
Matt lembra o que acontecerá se ele sair do Matt aceita que ele deve sair do
computador computador
Estou tão
Se eu sair, ele vai ficar feliz
feliz e
e vai me deixar usar o
orgulhoso
computador de novo. E vai
Hora de sair por ele
me dar um ponto para o Obrigado
do
meu prêmio. por sair.
computador Tá bom.
Vou sair.
CARTÃO 5 CARTÃO 6
O professor recompensa Matt por ele ter saído Mais tarde, o professor deixa Matt usar o
do computador computador novamente porque ele se saiu muito
Você ganhou bem mais cedo quando deixou o computador
Tá bom. um ponto no
Vou sair. seu quadro.
Você pode usar o
computador de novo
já que desligou o
Obrigado! computador mais
cedo.
28
Histórias Sociais
Desenvolvida por Carol Gray e colaboradores (Gray et al., 1993) esta estratégia usa
histórias que são lidas na primeira pessoa para aumentar a compreensão dos estudantes sobre
a situação-problema. Começando com o entendimento da situação por parte da criança, uma
história é desenvolvida descrevendo o que e por que está acontecendo, e como pessoas se
sentem e pensam naquela situação. Embora as histórias contenham algumas declarações
diretivas (o que fazer naquela situação), o foco está no entendimento do que está acontecendo.
Eu geralmente uso esta estratégia com os estudantes com SA que acreditam estarem
recebendo provocações numa situação em que, na verdade, eles não estão sendo provocados.
Peter é um menino de 13 anos que, frequentemente, se envolvia em brigas na hora do almoço
porque ele achava que outros estudantes na cafeteria estavam provocando-o. Ele falou que
vários outros garotos que se sentavam do outro lado da cafeteria sempre riam dele. Peter
“dava dedo” para eles e, então, os meninos começavam uma briga com Peter. Quando Peter foi
observado na hora do almoço, foi notado que os outros garotos estavam rindo, mas não
estavam rindo dele. Eles estavam, no mínimo, a 15 metros de Peter, sem olhar para ele e rindo
uns com os outros, provavelmente sobre alguma piada ou conversa que eles estavam tendo.
Nós desenvolvemos a seguinte História Social para Peter começando com a perspectiva
dele que os colegas estariam rindo dele:
“Quando eu estou na cafeteria eu geralmente vejo outros garotos rindo e eu acho que
eles estão rindo de mim. Um monte de estudantes ri na hora do almoço porque eles falam sobre
coisas engraçadas que fizeram ao longo do dia, ou sobre histórias engraçadas que eles viram ou
ouviram na TV, ou ainda sobre filmes ou livros que eles leram. Algumas vezes os estudantes
riem de outros para zombar deles. Se eles estão zombando de outros estudantes, eles
geralmente usam o nome desse estudante, ou olham e apontam para ele. Se os outros
estudantes estão rindo, mas não olham nem apontam para mim, é porque, provavelmente, eles
não estão rindo de mim. A maioria dos estudantes não fica com raiva quando os outros estão
rindo, contanto que não seja deles. Se eles estiverem rindo de mim, eu posso contar ao
professor ao invés de dar dedo para eles.”
Essa História Social contém apenas uma declaração diretiva (uma frase que direciona o
estudante a fazer algo). Ela instrui a contar ao professor ao invés de “dar dedo” se alguém
estiver provocando você. A maioria das histórias simplesmente realça as pistas sociais
envolvidas em entender quando e se alguém está provocando você (exemplo: quando eles
olham ou apontam para você). O objetivo é aumentar a capacidade de Peter de ler a situação
ao invés de apenas falar o que ele deve fazer.
Assim como Ensaio Cognitivo com Imagem, Histórias Sociais são lidas repetidamente
para as crianças até que elas tenham aprendido, e, então, são lidas novamente imediatamente
antes da situação-problema. Por exemplo, a história foi lida para Peter várias vezes num dia até
que ele a memorizou. Quando ele está prestes a ir para o almoço, sua acompanhante revisa a
história com ele. Depois de uma semana, Peter não mais precisou revisar a história e foi capaz
de continuar evitando que houvesse uma má interpretação quando os outros meninos riam no
almoço.
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Aprendizado Estruturado
Esta abordagem forma o modelo de ensino básico para as lições de habilidades usadas
nos meus grupos e aulas, como refletido no Capítulo 8. O termo “aprendizado estruturado”
refere-se às estratégias de Goldstein e colaboradores na série “Skillstreaming” (McGinnis &
Goldstein (1997). A série Skillstreaming é uma excelente fonte para o treino de habilidades
sociais que articula etapas de habilidades para numerosas habilidades, embora ele não
contenha muitas das habilidades de linguagem programática que eu acredito ser cruciais para
jovens com SA. Adicionalmente, o atual currículo do Skillstreaming nem sempre explica de
forma suficiente as etapas ou roteiros que podem ser úteis para indivíduos com SA. Eu tenho
adotado o modelo de aprendizado estruturado para ensino, mas tenho escrito etapas de
habilidades mais adequadas para indivíduos com SA.
O aprendizado estruturado consiste em quatro componentes de ensino:
instrução didática (explicação das etapas das habilidades);
modelação das etapas;
encenação das habilidades com feedback;
práticas no grupo e fora dele.
Instrução didática
Instrução didática envolve o instrutor (professor, acompanhante ou pais) explicando os
passos de uma habilidade em particular, geralmente com os passos da habilidade escritos num
pôster ou num quadro negro como um recurso visual. O principal ponto desta abordagem, ou
qualquer outra abordagem que dependa parcialmente de instruções verbais e escritas, é
engajar a atenção da criança. A explicação de uma habilidade é inerentemente “seca” e precisa
ser trabalhada com formatos de jogo e apresentações animadas. Por exemplo, muitas das
crianças com quem eu tenho trabalhado são fãs de jogos (definitivamente porque elas se
destacam na memorização de informações). Assim, discutir e revisar as etapas na forma de
programas de TV como “O Show do Milhão” geralmente é algo bem recebido. Ao explicar as
etapas de habilidade, eu posso falar, “Ouça com atenção a essas etapas porque depois nós
iremos jogar um jogo para ver quem vai lembrar delas, e se você conseguir acertar um número
suficiente de questões eu te darei um prêmio.”
Acho que um jogo como “O Show do Milhão” é o formato mais fácil de usar já que você
pode fazer perguntas de uma maneira direta. Para jogar esse jogo, eu faço de conta que sou o
apresentador e convido membros para se sentar na minha frente e responder uma questão por
vez. Nós perguntamos, “De onde você é? Quem você trouxe para o programa hoje?” Então nós
falamos, “Você está pronto para concorrer a um milhão de reais?” (como acontece no
programa). Ao contrário do programa real, onde apenas um participante responde a uma série
de perguntas até que alcance a pergunta que vale um milhão, eu tenho membros de um grupo
ou de uma sala revezando a vez para responder as perguntas e, coletivamente, eles podem
chegar à pergunta que vale um milhão. Como um grupo, eles compartilham as seguintes regras
(três oportunidades para receber ajuda com uma questão): (a) deixar que a audiência vote em
qual resposta é correta, (b) pedir a uma pessoa na sala ajuda na resposta, ou (c)
metade/metade – onde duas de quatro respostas de múltipla-escolha são removidas, deixando
apenas duas para serem escolhidas. Começando com R$2.000, eu faço uma pergunta ao
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primeiro estudante sobre a lição da habilidade que nós acabamos de ter. Revezando com os
outros estudantes, nós passamos por R$4.000, R$8.000, R$16.000, R$32.000, R$64.000,
R$125.000, R$250.000, R$500.000, e, então, a pergunta que vale R$ 1.000.000. Assim como no
programa, depois de cada participante responder, eu pergunto, “Você está certo disso? Essa é
sua reposta final? Você está certo.”
Eu falo, então, que se eles conseguirem RS30.000, todos eles ganham um lanche e se
eles chegarem a R$1.000.000, todos ganharão um prêmio. Embora eu encoraje o uso das
regras, eu sempre tento assegurar que os estudantes são capazes de chegar a um milhão. Eu
darei pistas para que eles não errem, mas ainda precisem pensar sobre a reposta. O objetivo do
curso é este – manter os estudantes pensando sobre a habilidade.
Algumas vezes é útil escrever antecipadamente as perguntas do jogo (ver a folha de
atividade para “Tópicos Delicados” nas páginas 112-114 e “Iniciar uma Conversa” nas páginas
88-90), mas na maior parte do tempo você pode facilmente improvisar as perguntas usando as
folhas da lição da habilidade (ver Capítulo 8) como um guia. Cada passo da folha da lição da
habilidade pode ser transformado numa pergunta. Geralmente, cada etapa tem várias partes
que também podem ser convertidas em questões. É mais fácil criar perguntas sem fornecer
quatro opções de resposta, exigindo que os estudantes lembrem a resposta ao invés de
reconhecê-las entre várias opções. Por exemplo, ao discutir a habilidade “Elogiar outras
Pessoas” (ver páginas 115 e 116), uma pessoa pode fazer uma pergunta sobre a Etapa 1: “Por
que é importante elogiar outras pessoas?”. A Etapa 2 pode ser um outro conjunto de perguntas
relacionadas ao que elogiar nos outros: “Que tipo de coisa você pode elogiar nos outros? Me
diga outra coisa que você pode elogiar numa pessoa.” A Etapa 3 pode proporcionar outro
conjunto de questões, como, “Que tipo de tom de voz é bom para usar ao elogiar uma pessoa a
respeito da sua aparência? Qual tom de voz não seria adequado ao elogiar uma pessoa a
respeito da sua aparência?”
31
respondam se cada etapa foi ou não realizada corretamente, colocando o polegar para cima ou
para baixo. Cada demonstração pode envolver fazer uma etapa de forma incorreta para
ressaltar a importância de cada etapa. Por exemplo, ao fazer o modelo de “Como e Quando
Interromper” (página 80), uma pessoa pode dizer, “Com licença” corretamente, mas esquecer
de esperar pela pausa. Então, uma pessoa pode perguntar aos observadores sobre como cada
etapa foi realizada, ressaltando a etapa que foi modelada incorretamente e por que é
importante que ela ocorra corretamente.
Dependendo da personalidade e da natureza do estudante, o instrutor pode escolher
não explicar ou mostrar a forma errada de praticar a etapa e, ao invés disso, apenas focar na
forma correta de engajar na habilidade. A potencial desvantagem de revisar a forma incorreta é
que alguns estudantes são tão entretidos por comportamentos inapropriados que pode ser que
eles continuamente façam a performance da habilidade de forma errada para seu próprio
divertimento ou dos outros. Por outro lado, a vantagem de demonstrar a forma incorreta é
dupla: (a) algumas habilidades serão mais bem compreendidas quando as formas correta e
incorreta são demonstradas e (b) estudantes que são relutantes em encenar podem se tornar
mais propensos a tentar se eles puderem encenar primeiro a forma incorreta porque, assim,
eles não ficam com medo de cometer um erro. O resultado será “conhecer o seu estudante.”
Aqueles mais jovens que apresentam muitos comportamentos de chamar atenção podem não
ser bons candidatos para ter a oportunidade de observar ou encenar uma habilidade na forma
incorreta.
Encenando a habilidade
Durante as encenações, o estudante é solicitado a praticar as etapas da habilidade na
sequência certa. Encenações são mais efetivas quando feitas com dois instrutores ou um
instrutor com dois estudantes. Dessa forma, o instrutor pode evitar participar da encenação
diretamente e praticar como um treinador para ajudar os estudantes através das etapas. Assim
como descrito na situação de modelação, os observadores da encenação devem receber
instruções para ver se cada etapa é feita ou não corretamente. Se as crianças estão relutantes a
participar da encenação por medo de cometer um erro, nós podemos pedir a elas que façam
algo do jeito errado e, então, pedir que elas identifiquem o que foi. Isso vai diminuir a
ansiedade sobre fazer a performance na frente dos outros.
Ideias para encenações são fornecidas nas folhas de atividade que acompanham a maior
parte das lições de habilidade no Capítulo 8.
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O processo de ensinar uma habilidade em particular – revisando as etapas, encenando a
habilidade e fornecendo feedback corretivo – deve ser repetido várias vezes até que o
estudante seja capaz de demonstrar a habilidade sem dicas. Nesse momento, nós podemos
começar a promover a generalização da habilidade atribuindo tarefas práticas.
Praticando as habilidades
Idealmente, antes de os estudantes saírem da sessão, nós queremos que eles decidam
com quem e quando eles irão praticar as folhas de habilidade. Modelada depois do currículo
Skillstreaming, existe uma área prática na parte de baixo de cada folha de lição de habilidade na
qual o estudante pode indicar com quem e quando ele irá praticar. Uma pessoa pode dizer aos
estudantes que se eles retornarem a folha de atividade e indicarem como eles praticaram a
habilidade, eles podem receber um prêmio extra na próxima sessão/lição. O Capítulo 7 fornece
mais detalhes sobre como encorajar tal prática e promover a generalização da habilidade.
33
Capítulo 5
Onde Fornecer o Treino de Habilidades:
Sala de Aula, Grupos pequenos, ou Encontros
O treino de habilidades pode ser realizado numa sala de aula grande, num grupo
pequeno dentro ou fora da escola, ou antes e durante um encontro. Em todos esses ambientes
o padrão é permitir tempo para uma lição formal, seguida de momentos menos estruturados
para praticar as habilidades de uma forma mais espontânea. Na sala de aula, a lição de
habilidade formal pode ser conduzida no início da semana e a prática menos estruturada pode
ser distribuída durante o restante da semana por meio de conversação específica e brincadeiras
organizadas pelo professor da sala. Por exemplo, o professor pode usar um formato do tipo
“mostra e fala” (consiste em o estudante trazer de casa um item e apresentá-lo à sala) ou
“reuniões matinais” (primeiro momento do dia, onde o professor e os estudantes sentam-se
formando um círculo, cumprimentam-se e compartilham novidades) para trabalhar em
habilidades de conversação como permanecer no tópico e iniciar uma conversa.
Num grupo pequeno, as atividades estruturadas e espontâneas ocorrem dentro de uma
hora de duração. Tipicamente, uma lição de habilidade de 20 minutos é incorporada ao grupo
junto com atividades menos estruturadas.
Finalmente, para o cenário de encontros, lições pequenas de habilidade são conduzidas
e revisadas imediatamente antes do encontro e, então, os pais treinam seus filhos durante
interações mais espontâneas nos encontros entre seus filhos e os colegas.
Existem vantagens e desvantagens para casa um dos três ambientes. A vantagem de o
treino ocorrer na sala de aula é que isso leva a uma melhor generalização de habilidades. Já que
o treino é realizado na frente dos professores e de pares típicos, é mais fácil que as habilidades
se tornem parte das expectativas e da rotina de sala de aula. Com um grupo pequeno, mais
esforços devem ser feitos para ajudar a generalização das habilidades na vida da criança fora do
grupo pois o professor e os colegas não sabem ou não usam as mesmas habilidades. Por
exemplo, se Sam aprende formas de iniciar conversas num grupo pequeno fora da escola, pode
não haver ninguém na escola para lembrá-lo de como fazer isso a menos que o instrutor do
grupo tenha comunicado especificamente ao professor ou ao acompanhante formas de
fornecer dicas a Sam para iniciar conversas na escola.
Em relação às desvantagens, uma sala grande geralmente não é propícia a construir
amizades íntimas. Além disso, as habilidades a serem ensinadas podem não ser relevantes para
todos os estudantes na sala de aula. Isso é particularmente o caso do ensino fundamental e
médio, onde os estudantes com SA e distúrbios relacionados muitas vezes têm mais
necessidade de habilidades de conversação do que seus pares típicos. Em séries escolares
iniciais, por outro lado, todos os estudantes podem ser capazes de se beneficiar de similares
habilidades porque, em relação ao nível de desenvolvimento, eles todos precisam de ajuda com
conversação, brincadeiras e gerenciamento de emoções. Outro problema prático no ensino
fundamental e médio é que os estudantes rotineiramente transitam de sala em sala, tornando
difícil o agendamento de uma aula para treino de habilidades. Por meio de comparação, o
ambiente com um grupo pequeno é ideal para o desenvolvimento de amizades íntimas entre os
membros e permite que o mediador agrupe os estudantes com necessidades de treino de
34
habilidades semelhantes. Assim, para os estudantes do ensino fundamental e ensino médio, um
grupo pequeno é o cenário mais adequado.
O cenário de encontros talvez seja o mais ideal para desenvolver amizades mais fortes. É
no contexto de brincadeiras 1:1 que crianças geralmente desenvolvem seus “melhores amigos.”
Os pais podem tentar encorajar e arranjar encontros para seus filhos ao longo da infância até a
adolescência. Na maior parte do tempo, isso ocorre quando os pais encontram outros pais
receptivos e se organizam para que suas famílias se reúnam, aproximando assim as crianças.
Uma forma de encontrar outras famílias é por meio de grupos de apoio locais para pais com
filhos com SA, outros distúrbios do espectro do autismo e/ou desabilidades de aprendizado.
Além disso, pais que têm filhos que participam de grupos sociais que ocorrem depois da aula,
geralmente se conhecem enquanto esperam os filhos saírem da sessão. O instrutor do grupo de
crianças pode encorajar que os pais organizem encontros fora das reuniões de grupo para
continuar a socialização das crianças.
A seguir, nós veremos os elementos comuns e características particulares dos mais
comuns ambientes para o treino de habilidades sociais – grupos pequenos, salas de aula e
encontros.
A Primeira Sessão
A primeira sessão geralmente envolve quatro componentes:
revisão do objetivo do grupo;
estabelecimento das regras e consequências do grupo;
conhecer um ao outro por meio de discussões de interesses;
35
jogo ou lanche.
A seguir, veremos um exemplo de roteiro para uma primeira sessão com um grupo de
crianças de 7 anos de idade com SA chamados Sam, Joe, Jenna e Tommy.
Sam: (olhando para Joe que estava segurando um mini videogame). “Posso ver?”
Líder: “Pessoal, olhem para cá. Muito bem; vocês estão me ouvindo. Já já nós poderemos ver o
que cada um trouxe, mas antes eu quero perguntar se vocês lembram para que esse grupo
serve. Por que estamos aqui?”
Líder: “Isso mesmo. Tudo o que aprendemos nesse grupo é para nos ajudar a fazer mais amigos
e manter os amigos que já temos.”
Sam: “Sim.”
Líder: “Bem, todas as habilidades que você aprender aqui irá lhe ajudar a se dar bem com os
colegas e com os pais para que eles lhe emprestem o videogame deles ou comprem o seu
próprio videogame. Alguns de vocês querem fazer amigos e alguns de vocês querem aprender
como se dar bem com outras pessoas para conseguir um videogame. (Algumas crianças podem
não ser motivadas por fazer amigos, mas são motivadas por serem legais com outras pessoas
para receber itens emprestados, como um videogame, ou eventualmente os pais podem
comprar um videogame para ele já que ele tem se comportado bem.) Você precisará aprender
e praticar as habilidades que iremos trabalhar.”
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Os membros são encorajados a desenvolver as regras do próprio grupo. No entanto, eu guio
as escolhas deles para que possamos incluir ao menos as seguintes regras:
Ouvir um ao outro (esperar uma pausa para poder falar durante uma conversa, levantar
a mão e esperar ser chamando durante a hora de ensino);
Falar gentilmente um com o outro (não gritar, provocar ou insultar as outras pessoas);
Manter as mãos e os pés para si próprio (não empurrar, bater, chutar, beliscar ou
agarrar as outras pessoas).
Na maior parte das vezes essas são as regras, de uma forma ou de outra, que são
sugeridas pelos próprios estudantes. De três a quatro regras é uma quantidade satisfatória, já
que mais que isso seria muito difícil de lembrar.
Líder: “Ok, olhem para cá. Muito bem; vocês estão me ouvindo. Pessoal, este é o grupo de
vocês, então vocês devem decidir quais regras vocês podem precisar para que possamos nos
dar bem. Quais regras vocês gostariam para esse grupo?”
Líder: “Ótimo. Vocês concordam com essa regra? Sam, Joe, Jenna, o que vocês acham?”
Líder: “Vamos chamar essa regra de ‘Falar gentilmente com outras pessoas’, eu vou escrever
nesse pôster.”
Líder: “Para mim, parece uma boa ideia. Pessoal, o que vocês acham?” Os outros estudantes
começam a olhar ao redor da sala. “Olhos para cá. Muito bem. Jenna sugeriu ‘não humilhar’.
Vocês concordam?”
Líder: “Ok. Eu acho que essas são todas maneiras de ‘falar gentilmente uns com os outros’,
então eu vou escrever isso abaixo de ‘falar gentilmente’, ‘sem gritos, humilhação ou
provocações.’” (Provocação é um assunto que pode ajudar o grupo a começar a se relacionar
com suas semelhanças. Assim, quando alguém traz isso à tona, eu uso isso para ajudar o grupo
a se sentir conectado e seguro.)
Líder: “Eu já sofri provocações. Quase todo mundo já passou por isso. Quantos de vocês já foi
provocado? Levante sua mão se você já recebeu provocações. Eu acho que todos nós podemos
levantar nossas mãos.”
(Todos levantam as mãos.)
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Tommy: “Uma criança me chamou de nerd quando eu estava na academia porque eu não
consegui chutar a bola de futebol.”
Líder: “Não é legal nem justo ser provocado dessa forma. E mais: você é muito bom em futebol.
Eu lembro de você me contar tudo sobre futebol quando nos conhecemos. Eu sei que eu fui
provocado dessa forma várias vezes. Isso já aconteceu com mais alguém? Alguém mais quer
compartilhar um momento em que tenha sido provocado?”
Líder: “Bem, eu sei que você não é estúpida. Na verdade, você é muito inteligente, como as
outras pessoas aqui. Sinto muito que isso aconteceu com você. Albert Einstein, que foi
considerado uma das mais inteligentes que já existiu, reprovou matemática quando era criança.
Então, só porque você não acertou as questões de matemática não quer dizer que você não
seja inteligente. Alguém mais quer falar sobre um momento em que foi provocado?”
Líder: “Você não é obrigado a falar. Mas eu acho que todos nós entendemos como é ser
provocado e isso não é divertido. Todos nós temos algo em comum. Todos nós somos
inteligentes e todos nós sabemos o que é ser provocado. Podemos todos concordar em não
provocar um ao outro aqui?”
Membros: “Sim.”
Líder: “Isso é muito bom. Nós seremos como uma família aqui e tentaremos fazer o outro se
sentir melhor. Agora, quais outras regras nós podemos precisar?”
Nesse ponto nós provocamos as outras duas regras: “Ouvir” (esperar por uma pausa
durante um momento de conversa e levantar a mão durante o momento de ensino) e “Manter
pés e mãos para si” (não bater, empurrar, chutar e agarrar).
Então, eu descrevo qualquer sistema de manejo comportamental que possamos usar
para as regras seguintes – como um sistema de recompensa ou castigo por comportamentos
desafiadores. Raramente eu preciso de um sistema de manejo comportamental com
adolescentes. Mas com grupos mais jovens eu geralmente uso uma economia de fichas com
dinheiro de faz-de-conta para ser um incentivo efetivo, concreto e visual mais discreto do que
as fichas com velcro (que muitas vezes pode atrapalhar uma conversa com o barulho que
provocam) e, de certa forma, reforçador por associação (ver Capítulo 6). Eu falo o seguinte para
os meus estudantes sobre a economia de fichas:
Líder: “Agora que vocês estabeleceram as regras, eu vou ajudá-los a segui-las, dando esse
dinheiro (dinheiro de faz-de-conta) quando vocês ouvirem um ao outro, quando vocês falarem
gentilmente e quando manterem pés e mãos para si” (apontando para as regras que estão
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listadas no pôster). “Quando vocês conseguirem dinheiro suficiente, vocês receberão um
lanche ou um prêmio.”
Na primeira sessão eu geralmente não falo a quantia que eles precisam porque eu não
sei quanto eles irão ganhar. Eu quero que todos eles ganhem o suficiente para um lanche na
primeira sessão para ajudá-los a se sentir bem-sucedidos e motivados a continuar o sistema do
“dinheiro”. Se, por exemplo, cada um deles tiver recebido nove reais até o fim da sessão, eu irei
falar que eles precisam de 10 reais para conseguir o lanche ou o prêmio e, então, ofereço o
último real para que eles organizem a sala e se organizem para sair.
Conhecendo um ao outro
Já que a maioria dos membros estão nervosos na primeira sessão, nós geralmente
passamos a maior parte do tempo num território familiar. Cada membro tem a oportunidade
de falar sobre seu interesse atual (ou obsessão) durante um período de “Conhecendo você”.
Isso geralmente “quebra o gelo”, permite que membros se identifiquem com o outro
futuramente e define o cenário para habilidades de conversação que trabalharemos.
Meus comentários como líder do grupo focam primeiro em fazer com que os membros
ouçam um outro membro falando. Eu os direciono para o pôster “Mantendo uma Conversa” e
os instruo a fazer comentários ou perguntas sobre o que os outros estão falando. Dependendo
da idade e da capacidade de linguagem dos membros, eu posso fornecer uma pequena dica
como, “Alguém tem uma pergunta ou um comentário sobre o que Joe está falando?” Para
estudantes que precisam de uma ajuda maior, eu posso fornecer uma dica mais intrusiva, como
“Você pode perguntar a Joe uma pergunta do tipo ‘onde’, como ‘Onde você conseguiu isso?’”
O trecho a seguir é da primeira sessão com Joe, Sam, Jenna e Tommy:
Tommy: “Eu trouxe. Eu trouxe minha coleção de cartas do Pokémon. Eu tenho aqui...”
Líder: “Ok, nós precisamos revezar quem fala. Jenna e Tommy, vocês dois querem falar. Um de
vocês pode deixar que o outro fale primeiro?”
Líder: “Muito legal da sua parte. Deixar que os outros falem primeiro ajuda a fazer amigos (o
líder entrega um real por Tommy ter deixado a colega ir primeiro.) “Aqui está o seu dinheiro
por permitir que ela fosse primeiro.” Sam e Joe começam a perder atenção. “Olhos para cá,
todo mundo. Muito bem, Sam, Joe e Jenna. Vocês estão me ouvindo agora e vão receber a
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recompensa também.” (O líder entrega as outras cédulas.) “Ok, agora vamos ouvir Jenna.
Conforme nós ouvimos, vocês podem fazer perguntas a Jenna ou falar algo sobre o que ela está
dizendo” (o líder aponta para o pôster “Mantendo uma Conversa”). “Vamos todos olhar para
Jenna. Vá em frente, Jenna.”
Jenna: “Eu amo patins. Eu ando muito rápido e posso ganhar do meu irmão numa competição
com patins.”
Líder: (O líder entrega o dinheiro de mentira a Joe, Sam e Tommy e sussurra “Muito bem,
pessoal.” Então, numa voz mais alta, “Alguém tem alguma pergunta ou comentário para
Jenna?”
Líder: (Embora essa não seja uma pergunta muito relevante em relação aos interesses de
Jenna, ela é sobre patins, então ela merece reforço nessa primeira sessão.) “Tommy, essa é
uma boa pergunta sobre o tópico” (entregando uma cédula a Tommy).
Joe: “Onde você comprou esses patins?” (O líder entrega uma cédula a Joe.)
Líder: (O líder também entrega uma cédula a Sam, sussurrando.) “Muito bem por ter escutado
o que Jenna tinha a dizer.”
Líder: (Na tentativa de fazer o grupo coeso, o líder menciona semelhanças nos interesses.)
“Então parece que vocês têm algo a mais em comum. Além de todos concordarem que não
gostam de serem provocados, parece que alguns de vocês gostam de andar de patins e outros
gostam de ver pessoas andando de patins. Talvez em algum momento vocês todos possam
andar de patins ou assistir pessoas andando de patins. Alguém mais tem uma pergunta ou um
comentário para Jenna?” Sem respostas. “Jenna, você queria dizer mais alguma coisa sobre o
que você gosta, ou podemos passar para outra pessoa?”
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Líder: “Tommy, eu acho que você queria nos contar sobre sua coleção de cartas do Pokémon.
Vamos todos ouvi-lo agora.”
Tommy: “Eu tenho 150 cartas de Pokémon que eu trouxe comigo, incluindo essa carta do
‘Charizard’, que é rara. Todos os estudantes se reúnem para ver a carta.
Líder: “Joe, você tem que esperar pela permissão de Tommy para que você toque a carta.
Tommy, o que você quer que Joe faça, olhe ou toque na carta?”
Joe: (Olhando para o cartão) “Eu também tenho um monte de cartas de Pokémon.”
Líder: (Entregando uma cédula e surrando para Joe.) “Esse é um bom comentário sobre o
tópico, que mostra que você está ouvindo o que Tommy está falando.”
Sam: “Eu não gosto de Pokémon. Eu prefiro Digimon.” (O líder entrega uma cédula a Sam e
sussurra que esse foi um bom comentário dentro do tópico.)
Jenna: “Eu gosto de vários programas do Nickelodeon, como Bob Esponja.” (O líder entrega a
Jenna uma cédula e sussurra que o comentário dela estava dentro do tópico.)
Líder: “Uau, todos vocês têm algo em comum, vocês todos gostam de desenho animado. Mais
alguém tem uma pergunta ou comentário para Tommy?” Sem respostas. “O que vocês acham
de uma pergunta do tipo ‘onde’... onde você...” (esperando para os membros do grupo
responder.)
Joe: “Onde você comprou as cartas, Tommy?” (O líder entrega uma cédula a Joe e sussurra que
ele fez uma boa pergunta de acompanhamento.)
O grupo continua com cada membro tendo a oportunidade de discutir seus interesses,
depois que o líder faz mais comentários para tentar pontuar as semelhanças dos membros e
ignorar as diferenças. Por exemplo, se todos gostam de diferentes programas de TV, o líder
ressalta como todos eles gostam de TV ao invés de ressaltar as diferenças nos programas que
eles gostam. Logo no início é importante que os membros vejam como eles podem se
identificar um com o outro, apenas em sessões futuras eles devem explorar as diferenças.
Sessões Subsequentes
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As sessões subsequentes seguem o formato descrito anteriormente: momento de
conversa, momento de ensino, brincadeira e lanche.
Momento de conversa
Essa parte da sessão se assemelha a qualquer terapia de grupo na qual os membros
conversam sobre a semana, incluindo situações-problemas, e ganham apoio e conselho dos
outros membros. Entretanto, a diferença é que eu estou tão preocupado sobre como os
participantes do grupo estão conversando como estou sobre o que eles estão falando. Meu
trabalho principal como mediador é treinar, fornecer dica e ressaltar o ambiente social
conforme isso se desenrola durante o grupo.
Um conjunto principal de habilidades de conversação geralmente precisa ser ensinado
antes que o momento de conversação ocorra. As habilidades são:
1. “Manter uma Conversa”
2. “Iniciar uma Conversa”
3. “Mudar o Tópico”
4. “Falar Brevemente”
5. “Evitar Tópicos Delicados”
6. “Mostrar Compreensão pelos Sentimentos dos Outros”
Já que essas habilidades não terão sido ensinadas formalmente antes do grupo, eu não
espero que o momento de conversa flua naturalmente por algum tempo. Eu treino os
estudantes por meio dessas habilidades durante o memento de conversação, fornecendo dicas
do que falar e do que fazer no momento. Então, durante o momento de ensino para cada
sessão, nós temos uma lição formal sobre uma das habilidades para revisá-la mais
profundamente. Isso é para permitir que duas habilidades – manter e iniciar uma conversa –
sejam ensinadas para que os membros do grupo tenham alguma ideia sobre o que falar
durante esse momento de conversa. Nas sessões subsequentes, o momento de conversa pode
preceder o momento de ensino.
Para fornecer dicas de como iniciar uma conversa (ver “Iniciando uma Conversa” nas
páginas 88-90), eu falarei para eles perguntar um ao outro sobre coisas do passado (exemplo:
“Como foi sua semana?”), do presente (exemplo: “O que você está fazendo?”), do futuro
(exemplo: “O que você vai fazer no fim de semana?”) e sobre seus interesses (exemplo: “Você
tem jogado futebol recentemente?”, direcionando-se a um membro que é conhecido por jogar
futebol). Para fornecer dicas sobre manter uma conversa eu os lembro de fazer perguntas de
acompanhamento e comentários dentro do tópico (ver “Mantendo uma Conversa” na página
84).
Para abordar membros que estão falando incansavelmente, eu falo que eles devem falar
brevemente e verificar se as outras pessoas querem ouvir mais: “Olhe para as outras pessoas.
Elas parecem interessadas? Por que você não pergunta se elas querem continuar lhe ouvindo?”
Adicionalmente, eu os lembro de revezar a vez de quem vai falar, esperar por uma pausa (o que
é tipicamente parte das regras do grupo), fazer contato visual, manter uma distância
apropriada um do outro e modular o volume e tom da voz conforme necessário.
Gerenciamento de tópico é um grande problema durante o memento de conversa pois os
membros podem se desviar do tópico muito rapidamente. Por exemplo, dois membros podem
estar discutindo sobre um jogo, e um terceiro membro pergunta, “O que você vai jantar hoje?”
42
Eu respondo para essa mudança inapropriada de tópicos falando algo como, “Isso está dentro
do assunto? Eles estavam falando sobre jogos e você perguntou sobre o jantar. Espere até que
eles terminem de falar sobre jogos e então você pode falar, ‘Posso falar sobre outra coisa?’”
Eu também forneço dicas para que eles evitem observações delicadas (ver “Tópicos
Delicados” nas páginas 112-114). Tópicos delicados são palavras que insultam, envergonham,
ou fazem o outro se sentir desconfortável. Por exemplo, um estudante pode falar para um
outro, “Por que você fala com a pronúncia incorreta?” Eu explico, “esse é um tópico delicado
que pode fazer com que alguém se sinta chateado. Embora não haja nada de errado em falar
coma pronúncia incorreta, isso pode deixá-lo chateado quando você fala sobre isso. Então, você
pode pensar sobre isso, mas não fale sobre.” Para ajudar os membros a mostrar entendimento
quando alguém está chateado, eu posso dizer, “Ele parece chateado. O que você pode falar?”
Se não houver resposta, eu falo, “Pergunte a ele se ele está bem ou se você pode ajudá-lo.”
Como descrito no roteiro da primeira sessão, eu geralmente uso dinheiro de faz-de-
conta para recompensar os estudantes quando eles, espontaneamente ou com alguma dica
minha, demonstram uma habilidade. Você deve treinar a si próprio para ficar observando e
elogiar o uso dessas habilidades quando elas ocorrem para moldar uma conversação mais
apropriada. Por exemplo, pode ser que não notemos quando alguém está sentado
silenciosamente e fazendo contato visual enquanto outro membro está falando. Esse é o
momento de se dirigir ao estudante que está quieto e falar baixinho, “Muito bem. Você está
ouvindo,” e entregar uma cédula de mentira. O jovem que fizer uma boa pergunta de
acompanhamento também pode receber o dinheiro. O estudante que, com minha ajuda,
pergunta se os outros membros querem ouvir mais ao invés de continuar falando sobre seu
interesse especial também recebe o dinheiro. O estudante que fala, “Posso falar sobre outra
coisa?” ao invés de simplesmente mudar o assunto pode também receber a recompensa. Desta
forma, as cédulas ressaltam as habilidades positivas de conversação que os membros
demonstram e encorajam mais comportamentos positivos.
Momento da brincadeira
A função do líder do grupo durante esse momento é similar com o seu papel durante o
momento de conversa, ressaltar para os membros como as pessoas estão se sentindo e
fornecer dicas e recompensas para o uso de habilidades de jogo apropriadas (exemplos: fazer
acordos, compartilhar, revezar a vez, decidir quem vai primeiro e lidar com erros e perdas). Por
exemplo, se os membros estão entrando em conflito, como discutindo quem será o primeiro a
participar do jogo, eu forneço dica para que eles usem uma habilidade que aprenderam. Eu
posso falar, “Vocês dois querem ir primeiro, o que fazemos para decidir quem vai ser o
primeiro?” Se os membros não tiverem as habilidades de lidar com esse conflito e começarem a
aumentar o tom de voz ou se engajarem em posição de lutar com o outro, eu tento resolver o
problema por eles. Eu entro no meio deles para prevenir qualquer confronto físico e, então,
ofereço minha própria solução como, “Sam, você vai primeiro desta vez e, Tommy, você vai
primeiro na próxima vez. Tommy, eu te darei uma cédula extra se você aceitar esse acordo.” Se
os temperamentos continuam inflamados mesmo com os meus esforços de resolver o
problema, eu tento usar uma distração para acalmar os estudantes. Por exemplo, eu posso
falar, “Ei, quem quer um pouco de argila? Por que vocês não criam seus personagens de
Pokémon e Digimon usando a argila?” Usando o interesse dos membros (neste caso, Pokémon
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e Digimon), eu tento tirar a mente deles do conflito atual. Num encontro futuro, eu volto ao
problema de decidir quem vai primeiro e incorporo isso numa lição de habilidades sociais ou
numa discussão de resolução de problemas para preparar os estudantes para situações
similares no futuro. Em geral, minha regra de ouro para situações que podem provocar
inflamação no temperamento é a seguinte:
tentar fazer com que os estudantes resolvam o problema se eles já tiveram aprendido
as habilidades
oferecer sua própria solução se eles não conseguem resolver
durante os momentos de raiva intensa, usar uma distração como técnica para que eles
se acalmem
depois que o indivíduo estiver calmo, tentar prevenir a explosão de temperamento
ensinando uma habilidade que prepare o indivíduo em como lidar com situações
problemáticas (ver Capítulo 6, Regra de Ouro Relacionada a Colapsos).
Encontros
O primeiro passo ao conduzir encontros é marcar um! Isso nem sempre é fácil para
crianças com SA e distúrbios relacionados, que podem ser isoladas dos colegas (Wolfberg,
2003). Geralmente, os professores podem ser uma boa fonte de ajuda para determinar quais
colegas da sala podem estar disponíveis para um encontro. Em adição a perguntar ao professor
do estudante, os pais podem pesquisar por grupos de apoio locais para pais de crianças com
Síndrome de Asperger, autismo e desabilidades de aprendizado. Os pais de crianças que
participam do mesmo grupo de habilidades na escola ou numa clínica privada podem ser uma
outra opção de fonte.
Uma vez que o encontro foi marcado, é recomendado que os pais considerem alguns
aspectos práticos para aumentar as chances de um encontro bem-sucedido. Primeiro,
considere fazer o encontro na sua casa para que você esteja disponível a treinar e guiar as
atividades. Adicionalmente, tente buscar e levar os seus convidados para que você possa
45
encerrar o encontro cedo se as crianças começarem a ter conflitos que não conseguem
resolver. (Alerte os outros pais que isso pode acontecer para que eles estejam preparados para
receber as crianças mais cedo.) Pais que possuem mais de uma criança podem enviar os filhos
“típicos” para a casa de vizinhos antes do encontro no intuito de evitar um problema comum
em que o convidado acaba ignorando a criança com desabilidades para brincar com seus
irmãos. Considere fazer um encontro curto (30 minutos) no início, então, aumente
gradualmente para períodos mais longos depois de ter a chance de ver como as crianças
interagem. Por fim, os pais podem selecionar brinquedos e jogos “bacanas” como um
trampolim no jardim, videogame e materiais divertidos de um projeto de artes para aumentar a
motivação dos colegas a retornar.
Lições formais de habilidades podem ser conduzidas a qualquer momento antes do
encontro (na hora de dormir, nos fins de semana). Mas as etapas de habilidade necessárias
para o encontro devem ser revisadas imediatamente antes da chegada do convidado. Algumas
das regras e habilidades mais importantes para considerar ensinar são brincar com o convidado
ao invés de brincar separadamente, brincar com o que o convidado gostaria de brincar, fazer
acordos, revezar a vez, lidar com perdas e evitar tópicos delicados. (Ver Capítulo 8 para as
etapas.) Os pais podem usar a abordagem de ensino estruturada descrita no Capítulo 4 para
explicar, modelar e encenar as etapas para essas e outras habilidades. Os pais podem negociar
uma recompensa para seus filhos por seguir as regras e as etapas das habilidades. Por exemplo,
os pais podem concordar em comprar sorvete para as crianças (se sorvete for considerado uma
recompensa para as crianças em questão) depois que elas brincarem com o que o convidado
quis pelos primeiros 10 minutos e trabalharem no tempo restante em fazer acordos com o
convidado sobre com o que mais brincar.
Para crianças que têm muita dificuldade em revezar a vez e/ou em perder, faz sentido
começar evitando jogos e atividades que exigem esperar por sua vez e que tenham um
vencedor ou um perdedor. A maioria dos jogos de tabuleiro, videogame e jogos competitivos se
enquadram nessa categoria. Apenas depois de a criança ter tido várias chances de praticar
essas atividades com seus pais elas podem praticar com os pares. Ao invés disso, encontros
iniciais podem focar em atividades que os estudantes podem fazer em paralelo sem nenhum
tempo de espera, e sem nenhum vencedor ou perdedor. Projetos de artes e de culinária se
enquadram nessa categoria, tendo cada criança pegando seu próprio material e colocando os
projetos juntos lado a lado. Esses materiais podem incluir massinha de modelar, materiais de
construção (exemplos: legos, blocos), papel machê e ingredientes para fazer comida. Crianças
mais velhas podem criar modelos de navios, carros e outros itens que gostam, sentadas lado a
lado com pouca interação.
À medida que as crianças se acostumam uma com a outra, você pode avançar para
atividades mais interativas. Para crianças menores, essas atividades podem incluir brincar com
itens de cozinha de faz-de-conta, carros, materiais de construção e quebra-cabeças. Pais podem
mediar essa interação ajudando seus filhos a notar o que o convidado está fazendo e tentar
imitá-lo. Por exemplo, o pai pode dizer, “Olhe, Sam, ele está fazendo de conta que está
apagando um incêndio com o caminhão de bombeiros. Você pode apagar o fogo também?”
Crianças pequenas também podem aprender a revezar a vez compartilhando materiais. Por
exemplo, crianças podem ser direcionadas a revezar a vez no trampolim, descendo no
escorrega, usando um chapéu em particular. Para crianças do ensino fundamental, jogos de
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tabuleiro e videogames exigem uma interação social maior, paciência e a capacidade de tolerar
frustrações. Pais podem decidir começar com os jogos que o filho já se sente competente para
que ele possa tolerar o revezamento de vez e que possa tolerar perder o jogo. Novos jogos que
exigem grandes habilidades não são a melhor escolha para introduzir num encontro para uma
criança que fica frustrada facilmente. Ao invés disso, deixe a criança aprender o jogo
previamente com os pais e, então, quando um certo nível de conforto é estabelecido, incorpore
o jogo num encontro.
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Regras do Grupo
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Mantendo uma Conversa
Quem Eu também
O que Eu gosto
Onde Eu vou
Quando Eu fui
Por que Eu
Como
O que mais
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Cronograma
1. Momento da Conversa
2. Momento do Ensino
3. Hora da Brincadeira
4. Hora do Lanche
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Capítulo 6
Manejo de Comportamento
Você não pode liderar uma aula ou um grupo sem alguns meios de manter a atenção e a
cooperação dos estudantes. Uma descrição completa de técnicas de manejo de
comportamento está além do propósito deste livro, e leitores interessados podem querer se
referir a outras fontes (Canter, 1987; Durant, 1990; McGinnis & Goldstein, 1997). Como
alternativa, eu ofereço algumas ideias e estratégias simples que têm sido úteis para mim
quando lido com um grupo ou com uma sala.
Relacionamento é a Chave
Não importa quão difícil é para um estudante ler pistas sociais não verbais, se você
passar a não gostar de um estudante, ele eventualmente vai captar esse sentimento. Por
exemplo, sinais frequentes de irritação ou de desagrado podem sutilmente comunicar desdém
por um estudante, criando um desafio ainda maior para o indivíduo. Estudantes são muito mais
capazes de cooperar e atentar para você se eles sabem que você se importa com eles de forma
genuína e que está disposto a trabalhar com eles, independente de quaisquer comportamentos
opositores ou desafiadores. Você pode demonstrar isso falando diretamente e sinceramente
para eles. Por exemplo, “Mike, eu gosto de trabalhar com você. Você é uma criança
sensacional.” Se eles fizerem algo de errado, como interromper continuamente, você pode
falar, “O que nós podemos fazer para agir nessas interrupções? Eu sei que você não está
fazendo isso propositalmente e eu quero você no grupo, mas eu não quero que você continue
interrompendo porque dessa forma eu não consigo explicar a lição. O que você acha que
podemos fazer?” O objetivo é envolver o estudante na resolução do problema e trabalhar como
um membro do time para que ele esteja motivado a abordar o problema e não se sinta atacado
ou envergonhado pelo problema. “Mike, você quer que eu te dê um sinal, como uma pequena
tosse, quando você estiver me interrompendo para que você saiba que está acontecendo? Eu
também poderia te recompensar por esperar ser chamado ao invés de interromper, se isso
ajudar. Por exemplo, se você esperar sem interromper a lição de habilidade, eu te darei 10
pontos extras. O que você acha?”
Antes do grupo ou da aula, fazer algo divertido com um estudante, incluindo dar
recompensas, podem construir uma confiança, de modo que a criança vê você positivamente
quando for a hora de ensino. Para um professor de sala de aula, isso pode ser estabelecido
fazendo lições engajadoras e usando sistemas de recompensas como uma parte regular da
aula. E o mais importante: para estudantes que têm dificuldade em controlar emoções, é crítico
manter uma atitude calma e de aceitação. Não há sentido em combater o fogo com fogo. Eu
cheguei à conclusão de que quando eu perco minha razão é porque eu não estava preparado
com uma estratégia para lidar com alguns comportamentos desafiadores. Ou seja, minha raiva
é um reflexo dos meus próprios sentimentos de impotência. Se eu estou preparado com uma
estratégia (mesmo uma que não seja efetiva no momento), eu sou menos propenso a ficar com
raiva.
51
Minhas interações com Mike podem servir como um bom exemplo sobre a importância
da preparação. Mike, um garoto de 10 anos e cheio de “atitude”, se recusava frequentemente a
cooperar em ouvir a lição da habilidade ou a participar nos jogos em grupo durante as minhas
sessões de grupo iniciais. Tal postura me fazia sentir ineficaz como um professor. Minha
frustração comigo próprio me fazia ficar com raiva e eu levantava a voz com ele quando ele me
desafiava. Mas minha raiva apenas tornava-o mais opositor. Uma vez, eu percebi o que estava
acontecendo. Eu elaborei um plano para lidar com a postura dele. Eu dei avisos a ele seguidos
de perdas de recompensas por ser desrespeitoso ou opositor. Embora isso também tenha sido
ineficaz, o procedimento me permitiu manter a calma enquanto silenciosamente dava a ele
avisos e consequências. Minha calma tinha ao menos interrompido um ciclo crescente no qual
a postura dele estava piorando devido a minha raiva. Finalmente, depois de descobrir
acidentalmente mais informações sobre o que ocorreu no dia anterior ao grupo na escola de
Mike, eu percebi o que estava contribuindo para a atitude dele. Nos dias em que ele se
comportou perfeitamente bem na escola, sua postura era muito pior no grupo. O contrário
também era verdade; dias difíceis na escola resultavam numa atitude geral positiva no grupo.
Mike tinha energia para atender às demandas da escola e do grupo. Ele precisava de um tempo
de descanso depois da escola antes de seguir instruções no grupo. Uma vez que eu reconheci
isso para Mike e o deixei relaxar pelos primeiros 10 minutos do grupo, ele foi muito mais
cooperativo pelo restante do tempo. Ele sabia que eu estava do lado dele, entendendo seu
estresse e disposto a trabalhar para que ele fosse bem-sucedido no grupo.
52
grupo, eu apresentava questões para revisar as habilidades e fornecer dinheiro de faz-de-conta
para as respostas corretas (independente se a resposta era emitida como uma pergunta).
53
Regra #2: Quando a crise acabar, você deve desenvolver um plano com o estudante para
prevenir a ocorrência da crise novamente.
Isso envolve identificar o gatilho da crise. Uma simples maneira de fazer isso é manter
um diário de crises comportamentais e registrar o que estava acontecendo imediatamente
antes e depois da ocorrência do comportamento (ver Avaliação Funcional ne próxima seção).
Revisar o diário pode lhe dar pistas do que precede ou provoca as crises. No caso de Zach, o
gatilho era óbvio – ele não pôde parar na loja de brinquedos. Assim que ele se acalmou, eu
precisei ensiná-lo uma habilidade para prepará-lo para uma próxima vez que ele não puder
parar na loja de brinquedos.
Zach e eu desenvolvemos um Ensaio Cognitivo com Imagem (ver Capítulo 4) que mostra
o que Zach irá ganhar se aceitar um “não” quando a mãe disser que eles não podem parar na
loja de brinquedos. As imagens que nós criamos retratam Zach pedindo para ir à loja, a mãe
falando que não, Zach dizendo que tudo bem e não ficando com raiva, e, então, Zach e a mãe
retornando à loja para comprar algo como recompensa para o garoto por ele ter aceitado um
“não” mais cedo naquele dia. Nós revisamos a sequência com Zach até que ele pudesse
descrevê-la por conta própria. Assim, antes de cada ida para me ver na sessão, a mãe revisava a
habilidade para preparar Zach no que fazer quando eles passassem na loja de brinquedos. Zach
foi capaz de aceitar um “não” no caminho para o escritório e a mãe o recompensou com uma
parada depois da visita. Eventualmente, ela foi capaz de ajudar o filho a esperar mais e mais
antes de voltar à loja já que Zach compreendeu as recompensas da espera.
Todas as estratégias do treino de habilidades sociais neste livro (Ensaio Cognitivo com
Imagem, Histórias Sociais, Aprendizado Estruturado e Histórias de Habilidades Sociais em
Imagens) são formas de ensinar habilidades e preparar estudantes para que eles evitem ficar
chateados ou sobrecarregados por meio de situações-problemas. Nós chamamos esses
métodos de “abordagens anteriores” porque elas ensinam o que fazer antes que um problema
surja. “Abordagens posteriores”, como recompensas e punições, entram em cena depois que
um comportamento ocorreu. Qualquer bom plano comportamental deve envolver uma
“abordagem anterior” na qual tentamos preparar as crianças antes que eles engajem num
comportamento inadequado ou encontrem um problema. Por exemplo, criar e revisar o Ensaio
Cognitivo com Imagem com Zach antes de ele vir ao meu escritório é uma “abordagem
anterior”, enquanto recompensá-lo ou puni-lo pelo seu comportamento depois que ele chega
ao meu escritório é uma “abordagem posterior”.
54
tratamento mais completo desse tópico podem se referir a Durand, 1990). No entanto, eu
quero mencionar os tipos de funções de muitos comportamentos desafiadores no intuito de
ilustrar como abordar tais comportamentos como oportunidades de ensinar comportamentos
apropriados.
Durand (1990) descreve quatro funções principais de comportamentos “desafiadores” e
“perturbadores”. Cada função é listada a seguir, junto com estratégias para abordar os
comportamentos desafiadores que são associados com cada função.
Funções do Comportamento
Atenção
Ensine melhores formas de conseguir atenção (exemplo: como iniciar uma conversa ou
chamar outros para brincar).
Dê ao estudante um tempo para brilhar no grupo ou na aula permitindo que ele
apresente informações sobre algo que ele tem conhecimento.
Ensine a importância de ser uma boa audiência (ser querido e receber atenção são
coisas diferentes; algumas vezes você é mais querido quando você não é o centro das
atenções).
Use um tempo limite.
Autoestimulação
(exemplos: balançar o próprio corpo, flap das mãos, girar, repetir frases ouvidas na TV com
intuito de se acalmar)
Ensine estratégias de relaxamento como em “Manter a Calma” (ver páginas 176-178).
Fornecer formas menos perturbadoras de se acalmar ou de se estimular (exemplo:
apertar uma bola).
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A decisão sobre quando ser firme e quando ser flexível tem tudo a ver com a discussão
anterior sobre ensinar comportamentos alternativos. Nós queremos que os estudantes com SA
sejam capazes de seguir regras como qualquer outra pessoa, mas também queremos acomodar
algumas das suas dificuldades. Assim, quando devemos ser firmes e quando devemos ser
flexíveis?
Regra #3: Se uma criança tem sido preparada com uma forma alternativa de conseguir o
que ela quer, mas escolhe um comportamento inapropriado, eu sou firme e provavelmente
imponho uma consequência. Se a criança não sabe como lidar com uma situação e está ficando
irritada, eu geralmente escolho ser flexível.
Por exemplo, imagine Joe vindo para minha aula de habilidades sociais pela primeira
vez. Logo no início ele se recusa a participar, gritando que quer sair. Ao invés de usar uma
consequência negativa pela recusa, eu sou flexível. Eu falo com Joe sobre maneiras de fazer a
sessão mais divertida e permito que ele saia se eu não consigo convencê-lo a ficar. Por
exemplo, eu posso oferecer que brinquemos com alguns jogos ao invés de apenas trabalhar nas
habilidades durante essa sessão. Assim, antes do fim na sessão, eu o preparo para a próxima
sessão, ensinando-o uma forma apropriada de escapar (pedindo uma pausa/intervalo). Nós
encenamos como ele poderia pedir uma pausa ao invés de gritar quando ele quiser sair. Eu falo
que eu darei a ele três “cartões de pausa”, que ele pode me entregar se ele quiser um intervalo.
Cada intervalo irá durar 3 minutos. Eu falo para ele que faremos a sessão mais divertida com
jogos no fim dela e explico que ele será recompensado por participar. Nós negociamos três
recompensas que ele gosta por permanecer na tarefa em grupo, como um lanche, um pequeno
brinquedo e uma chance de jogar no computador em casa depois da sessão (previamente
combinado com a mãe). Eu também menciono que se ele gritar ao invés de pedir uma pausa,
ele receberá um aviso. Se ele continuar gritando ou engajando em birras, ele receberá outro
aviso. Se ele gritar ou engajar em birra uma terceira vez, ele perderá a oportunidade do lanche.
Na quarta vez ele perderá a oportunidade de ter o brinquedo e na quinta vez ele perderá a
oportunidade de jogar no computador depois da sessão. Agora que Joe está preparado para
aula de habilidades e sabe a maneira apropriada de escapar, eu serei firme e darei avisos
seguidos de remoções de privilégios se ele escolher demonstrar uma forma inapropriada de
escapar (exemplo: gritando).
Após o retorno de Joe para o grupo, eu dei a ele os cartões de pausa e lembrei-o que ele
pode pedir por um intervalo de 3 minutos ao invés de gritar se ele não quiser participar. Eu
lembro a ele que se ele gritar, engajar em birra, ou se recusar a voltar depois da pausa, ele
receberá um aviso. Se ele continuar desobedecendo, eu darei outro aviso seguido de retiradas
progressivas das suas recompensas (lanche, brinquedo e computador). Joe testa o programa
gritando durante a hora de ensino. Eu dou a ele um aviso e falo que ele pode usar um cartão de
pausa, mas ele continua gritando e se joga no chão. Eu dou a ele outro aviso, falando, “Você
não precisa gritar, tudo o que você precisa fazer é pedir uma pausa. Dessa forma você não
perderá seu lanche.” Dessa vez Joe usa um cartão de pausa. Eu lembro a ele que ele deve voltar
em 3 minutos ou ele perderá o lanche. Ele vai até a sala de espera do meu escritório e lê um
livro. Depois de 3 minutos ele retorna e participa da aula. Alguns dos outros membros do grupo
perguntam se eles também podem ter intervalos e, embora eu responda que sim, eu também
compartilho que eu não acredito que eles precisam de pausas da mesma forma que Joe precisa.
56
Os outros estudantes parecem aceitar o que eu falo já que geralmente eles gostam do grupo e
querem cooperar.
57
trabalhar hoje?” Muitos estudantes podem falar prontamente sobre suas preferências quando
perguntadas.
Alguns adolescentes resistem à economia de fichas afirmando que são “muito velhos
para recompensas” ou que eles não gostam de “serem controlados” pelas recompensas. Muitos
grupos de adolescentes não precisam de um sistema de fichas e podem demonstrar um
autocontrole adequado sem o sistema. Para esses adolescentes que precisam de constantes
redirecionamentos para permanecerem focados, mas que resistem à ideia do sistema de fichas,
eu geralmente sugiro usar o dinheiro não como uma recompensa, mas como um meio de eles
manterem o controle do seu próprio comportamento de permanecer em tarefa. Por exemplo,
eu concordarei com os estudantes que eles são muito velhos para recompensas, mas irei
sugerir que eu forneça as cédulas para ajudá-los a ver quão bem eles estão ficando focados no
que os outros estão falando. Quando eles conseguirem uma cédula, eles saberão que é porque
estão focados. Se eles perderem uma cédula, não há perda de privilégio, mas será apenas um
sinal não verbal da minha parte indicando que eles perderam o foco temporariamente. Dessa
forma, as cédulas servem como uma ajuda visual para ajudar os estudantes a saber como eles
estão indo para que possam melhor regular a atenção.
Com a maioria dos grupos, eu começo a esvanecer o uso do sistema de fichas depois de
12-24 semanas e começo a confiar apenas em elogios verbais. Algumas crianças continuarão
precisando do sistema de fichas por causa da extrema desatenção, impulsividade e
hiperatividade. Nesses casos, pode ser que eu use o sistema apenas para elas. Para deixar a
situação clara, eu falo, “Eu sei que pode ser difícil para vocês ficarem focados. Então, eu vou
começar a usar o dinheiro novamente para que vocês entendam como está o andamento de
vocês. Se vocês ganharem uma quantidade de cédulas suficiente, vocês receberão
recompensas. Embora os outros estudantes não irão receber as cédulas, eles ainda precisam se
comportar bem para terem acesso às recompensas ao fim do encontro.”
Ocasionalmente, estudantes experimentam situações ou eventos estressantes fora do
grupo que tornam a habilidade de prestar atenção e de se reajustar à estrutura da escola ou do
grupo difícil para eles. Adicionalmente, como alguns estudantes passam por mudanças em
medicações, eles podem ter períodos de maior agitação ou inquietação. Estes podem ser
momentos em que o sistema de fichas pode ser reintroduzido até que o período estressante
tenha acabado.
58
Capítulo 7
Promovendo a Generalização
59
para abordar e combater suas crenças autodestrutivas e de medicamentos que reduzam a
ansiedade.
Envolvendo os Pais
Como uma regra, nos meus grupos de clínica, eu incluo os pais das crianças de 8 anos de
idade ou menos. Nas escolas, eu geralmente convido os pais a observar qualquer nova
habilidade que estivermos trabalhando. Isso significa que os pais podem vir por
aproximadamente 20 minutos no momento de ensino e, então, sair para não atrapalhar as
outras atividades das crianças na escola. Isso me permite modelar para os pais como eles
podem dar dicas aos filhos em casa. Adicionalmente, a presença de um pai ou mãe proporciona
mais apoio para manejar comportamentos desafiadores durante o grupo. Para crianças mais
velhas, eu reviso com os pais qual habilidade o grupo aprendeu.
Antes do início do treino de habilidades, os pais recebem instruções de como praticar
com os filhos (ver o exemplo de carta no fim deste capítulo). Os pais podem engajar em quatro
atividade para encorajar a generalização:
fazer perguntas à criança sobre as etapas da habilidade
modelar e encenar as etapas
fornecer dicas para realizar a habilidade quando necessário (ensino incidental)
fornecer recompensa pela realização da habilidade
Além disso, pais são encorajados a planejar encontros com membros do grupo para
continuar a prática e para promover o crescimento de amizades.
Envolvendo os Professores
Professores e assistentes também devem receber cópias dos manuais de habilidade
para que eles também saibam para quais habilidades fornecer dicas e elogios. Se as habilidades
60
são ensinadas na sala de aula, é mais fácil pois os professores e assistentes estão presentes
para a aula. Para estudantes de um grupo pequeno, assistentes são convidados a acompanhar a
criança no grupo para que eles vejam a lição da habilidade diretamente. Adicionalmente, uma
cópia da folha de habilidade é deixada para o professor da educação geral para que ele fique
ciente das habilidades abordadas.
Professores, conselheiros escolares ou pais podem organizar um quadro de
comportamentos que direcionam algumas dessas habilidades para promover a generalização
da habilidade. Às vezes é muito difícil para o instrutor da habilidade ou para o professor iniciar
a criação desse quadro de comportamentos pois eles têm muitos estudantes pelos quais são
responsáveis. Ao invés disso, os pais ou o conselheiro escolar pode solicitar uma reunião breve
com os professores do estudante para que o quadro seja criado. Se esse quadro é criado com
antecedência, o professor pode estar mais aberto a implementá-lo do que se ele próprio fosse
solicitado a criar tal ferramenta.
Uma variedade de quadros de comportamentos pode ser usada para facilitar a
generalização das habilidades. Reconheça que os quadros não são apenas ferramentas de
lembrete para determinar quando um estudante deve ser recompensado; eles também são
recursos visuais que lembram os estudantes, pais e professores quais são as habilidades que o
estudante está tentando praticar. Dois exemplos de quadro são apresentados. Um é para uma
criança individual para quem nós podemos organizar um quadro para escola/casa (ver Quadro
Individual de Comportamento e Instruções para o Uso de um Quadro Individual de
Comportamento na página 64). Aqui a criança pode ganhar recompensas em casa por ter
recebido um certo número de pontos durante um dia escolar. Por exemplo, para assistir TV ou
usar o computador em casa à noite, a criança precisa ganhar um certo número de pontos ao
longo do dia. É melhor selecionar apenas duas ou três habilidades por vez como alvo de
generalização mesmo que o estudante possa estar aprendendo muitas outras habilidades na
aula de treino de habilidades sociais. Por exemplo, a criança pode precisar trabalhar em seguir
regras de sala de aula e fazer a atividade de sala todos os dias, por todo o ano. No entanto, um
terceiro alvo, a “habilidade social da semana,” mudaria de vez em quando. Esse alvo pode ser
como e quando interromper. Se o estudante parece consistentemente ganhar altas pontuações
no quadro para essa habilidade por várias semanas, nós podemos decidir mudar o alvo para
uma diferente habilidade que o estudante tenha aprendido, como fazer acordo com outras
pessoas. Talvez essa habilidade seria apenas considerada como alvo na hora do almoço ou do
recrio e em trabalhos em grupo. Se depois de várias semanas o estudante consistentemente
demonstra altas pontuações por fazer acordos, nós podemos novamente modificar o alvo para
outra habilidade que ele esteja aprendendo na aula de treino de habilidades sociais.
O segundo quadro (ver Quadro de Comportamento de Habilidade Social da Sala na
página 66) é usado para todos os alunos da sala que estão aprendendo habilidades sociais. Aqui
indivíduos ou grupos inteiros podem ganhar recompensas quando recebem pontos por
demonstrar as habilidades. Por exemplo, nós podemos estabelecer como alvos as seguintes
habilidades que foram ensinadas numa lição de habilidade, “Aceitando Não como Resposta” e
“Se Comprometer”. À medida que as crianças “Aceitam um Não” ou “Se Comprometem”
durante o dia escolar, um ponto é escrito ao lado do seu nome. Explique que quando eles
alcançam um certo número de pontos, eles receberão uma recompensa. Podemos querer
definir os pontos iguais ao número de vezes que as crianças demonstram as habilidades a cada
61
dia. Por exemplo, se os estudantes aceitam um “não” e se comprometem em torno de cinco
vezes por dia, nós podemos dizer que quando uma criança conseguir 5 pontos ao lado do seu
nome, ela receberá uma recompensa (exemplo: lanche ou privilégio). Alternativamente, nós
podemos decidir que quando o grupo inteiro conseguir uma quantidade suficiente de pontos
(exemplo: um valor de cinco vezes o número de estudantes em sala), o grupo inteiro pode
receber uma recompensa (exemplos: pizza, filme, brincadeiras).
Uma forma mais amigável de recompensar uma grande sala de aula de crianças é
baseada no sistema da “jarra da bola de gude” usado por Canter (1987). Nesse sistema, uma
bola de gude ou uma ficha é colocada na jarra todas as vezes que qualquer estudante exibir as
habilidades-alvo. Quando o grupo acumular bolas de gude suficientes (geralmente entre 50 e
100), todo o grupo ganha uma recompensa (exemplos: uma festa, uma aula extra de artes etc.).
Para não sobrecarregar os estudantes e o professor, é sensato focar em não mais que duas ou
três habilidades por vez. Adicionalmente, evite remover bolas de gude por comportamentos
inadequados para que os estudantes possam manter uma atitude positiva sobre o sistema de
incentivo.
62
no quadro.” Outro exemplo, com a habilidade “Mostrar Compreensão pelos Sentimentos dos
Outros,” você pode cair e em voz alta fingir que está machucado na frente da criança. Então,
espere que ela fale, “Você está bem?” Se a criança não falar, você pode dizer, “O que você pode
dizer se eu pareço machucado?” Para habilidades de conversação, nós podemos direcioná-los
para iniciar conversas com o outro separando-os em pares e fornecendo uma forma de iniciar a
conversa (ver “Iniciar uma Conversa e “Manter uma Conversa” nas páginas 84-90). Assim,
podemos fornecer e eles o ponto por terem iniciado a conversa.
Para a maioria das habilidades apresentadas no próximo capítulo, ideias de como atrair
as habilidades, corrigir comportamentos inadequados e praticar de forma geral as habilidades
para aumentar a generalização são apresentados depois da lição da habilidade.
63
Instruções para o Uso do Quadro Individual de Comportamento
64
Quadro Diário Individual de Comportamento
Nome: Data:
Por favor, avalie esse estudante em cada área-alvo para cada aula usando a
seguinte escala:
1 = tentar mais 2 = bom 3 = excelente
65
Quadro de Comportamento de Habilidade Social da Sala
Instruções: Por favor, conceda 1 ponto para cada estudante cada vez que ele
demonstrar uma habilidade em particular.
Habilidades Nomes
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
66
Exemplo de Carta para os Pais
Como você já deve ter ouvido, seu filho receberá treino de habilidades
sociais como parte do currículo. Todas as segundas-feiras às 10h, pelas próximas
12 semanas, uma habilidade será introduzida ou revisada e seu filho receberá uma
recompensa se praticar a habilidade ao longo da semana. Seu filho receberá um
resumo escrito da habilidade para compartilhar com você e ser usado como um
lembrete para que a habilidade seja praticada. Por favor, procure por essa folha de
habilidade todas as segundas-feiras que é quando seu filho deve recebê-la.
Um dos maiores obstáculos de ensinar habilidades sociais é garantir que as
habilidades generalizem fora da sessão de treinamento. Com o intuito que seu
filho aprenda e seja capaz de usar a habilidade por conta própria, é importante que
ele pratique em casa e na escola. Para ajudar seu filho a aprender as habilidades,
nós pedimos sua participação da seguinte maneira:
1. Se possível, compareça às sessões de treino de habilidades nas
segundas-feiras de manhã para ver qual habilidade seu filho está
aprendendo. Isso irá capacitar você a melhor entender como treinar sua
criança a exibir a habilidade em casa.
2. Quando receber a folha de habilidade, você pode ajudar seu filho a
praticar todas as noites por meio de:
a. Perguntas sobre as etapas da habilidade. Faça um jogo com isso
e conceda prêmios por respostas corretas.
b. Modele e encene a habilidade com a criança. Use recompensas
se seu filho resistir a praticar a habilidade com você.
c. Treine seu filho a usar a habilidade quando for apropriado. Por
exemplo, se a habilidade é “interromper” e sua criança não
esperou por uma pausa antes de interromper, lembre ela de
esperar por uma pausa. Você pode usar adesivos ou estrelas
para motivar o uso das habilidades. Por exemplo, todas as vezes
que seu filho interromper da forma correta, dê a ele uma
estrela. Quando a criança tiver acumulado cinco estrelas, ela
pode ganhar um lanche especial, um privilégio ou um prêmio.
Por favor, fique à vontade para me ligar ou falar com o professor do seu
filho se houver alguma dúvida.
Atenciosamente,
Jed Baker, Ph.D
67
Capítulo 8
Lições e Atividades de Habilidade
Habilidades de Comunicação
Habilidades de Conversação
1. Manter distância física apropriada de outras pessoas (“Não ser um invasor de espaço
pessoal”)
2. Posição de escuta
3. Tom de voz
4. Cumprimentar
5. Como e quando interromper
6. Permanecer no tópico da conversa
7. Manter uma conversa
8. Revezar a vez durante uma conversa
9. Iniciar uma conversa
10. Entrar em uma conversa
11. Finalizar uma conversa
12. Fazer uma pergunta quando não entende
13. Falar “Eu não sei”
14. Apresentar-se
15. Conhecer alguém novo
16. Introduzir tópicos de interesse de outras pessoas
17. Fornecer informações de fundo sobre o que você está dizendo
18. Mudar o tópico
19. Não falar por muito tempo
20. Tópicos sensíveis
21. Elogiar os outros
22. Usar tom de voz feliz, contato visual, revezamento de vez, distância
23. Momento adequado, cumprimentos, pergunta inicial, perguntas de acompanhamento
68
30. Lidar com a perda
31. Lidar com a vitória
32. Finalizar uma brincadeira
Gerenciamento de Amizades
33. Comportamento informal versus comportamento formal
34. Respeitar limites pessoais
35. Fatos versus opiniões (Respeitar a opinião das outras pessoas)
36. Compartilhar um amigo
37. Chamar atenção de forma positiva
38. Não ser o “fiscal das regras”
39. Oferecer ajuda
40. Quando denunciar alguém
41. Modéstia
42. Convidar alguém para sair
43. Tocar apropriadamente
44. Lidar com a pressão dos pares
45. Lidar com rumores
46. Ligar para um amigo por telefone
47. Atender o telefone
Empatia
58. Mostrar compreensão pelos sentimentos de outras pessoas: Da pré-escola ao ensino
fundamental
59. Mostrar compreensão pelos sentimentos de outras pessoas: Da pré-adolescência à vida
adulta
60. Animar um amigo
Gerenciamento de Conflitos
61. Ser Assertivo
62. Aceitar "não" como resposta
69
63. Lidar com provocações – até o 5º ano
64. Lidar com provocações – a partir do 6º ano
65. Um pouco mais sobre como lidar com provocações
66. Lidar com ser deixado de fora
67. Evitar ser manipulado
68. Fornecer críticas de forma positiva
69. Aceitar críticas
70. Ter uma atitude respeitosa
Ensinando as Habilidades
Cada habilidade é planejada para ser ensinada usando uma abordagem de aprendizado
estruturado (ver Capítulo 4). Como mencionado, o aprendizado estruturado consiste em quatro
componentes:
instrução didática (explicação verbal ou em desenhos das etapas da habilidade)
modelação (demonstrações ao vivo de como realizar a habilidade)
encenação com feedback (fazer com que os estudantes passem pelas etapas e fornecer
feedback corretivo até que eles possam executar a habilidade de forma precisa)
atividades de prática fora do grupo
Instruções didáticas podem ser alcançadas escrevendo as etapas da habilidade num
quadro negro ou num pôster e descrevendo cada etapa para os estudantes. Então, o adulto
modela a habilidade – na forma correta e incorreta – pedindo aos estudantes feedback depois
de cada etapa para ver se ela foi conduzida correta ou incorretamente (ver Capítulo 4). No
terceiro passo, os estudantes são guiados em encenações da habilidade. Como último passo, a
folha de habilidade é entregue ao estudante como uma tarefa de casa para encorajá-lo a
praticar a habilidade fora do momento da aula e deve ser devolvida ao mediador com as
informações sobre o momento da prática.
As folhas de atividade para cada habilidade fornecem ideias de como aprimorar a
apresentação da habilidade (exemplo: usando uma atividade engajadora como um formato de
um programa de TV) e faz sugestões de situações para modelar e encenar. As folhas de
atividade também fornecem exercícios para promover a generalizações de habilidade.
Tipicamente, de quatro a cinco atividades são descritas em cada folha de atividade:
1. Situações para modelar e encenar.
2. Formas de “atrair” a habilidade. Isso significa fazer algo que exija que o estudante
mostre como usar a habilidade. Por exemplo, com a habilidade de “Aceitar um Não
como Resposta,” você pode falar aos estudantes que eles serão testados na
capacidade de aceitar um “não”. Mostre a eles uma comida, jogo ou brinquedo
favorito e espere que eles peçam por um desses itens. Então, diga “Não; não está
disponível no momento.” Se eles aceitarem o “não”, fale “Bom trabalho. Vocês
aceitaram um ‘não’. Agora está disponível.”
3. Redirecionamentos de comportamentos inapropriados para a habilidade correta.
Isso envolve instruções de como usar a ocorrência de um comportamento
inadequado como uma oportunidade para ensinar a habilidade apropriada.
70
4. Elogiar e recompensar o engajamento na habilidade. Isso envolve estabelecer
incentivos para aumentar a probabilidade de o estudante escolher usar a habilidade.
5. Observação/atividade especial relacionada a uma habilidade específica. Esta seção
pode incluir uma pista especial que é aplicada apenas para uma determinada
habilidade. Por exemplo, para a habilidade “Aceitar um Não como Resposta,” é
sugerido que você ofereça aos estudantes o dobro do que eles querem se eles
aceitaram um “não” como resposta para que eles possam ver a recompensa de
esperar.
Embora você possa usar a folha de habilidade e a folha de atividade sozinhas como guia
para uma lição de habilidade, é recomendado que você leia os outros capítulos,
particularmente os Capítulos 4 e 5, para melhor entender como conduzir as lições. Além disso,
os aspectos sobre a avaliação abordados no Capítulo 3, são cruciais no entendimento de quais
habilidade ensinar e em qual sequência. Foque apenas nas habilidades que são relevantes para
os seus alunos, garantindo que primeiro sejam ensinadas aquelas habilidades que são pré-
requisitos para outras habilidades que você ensinará.
71
NÚMERO 1
Prática
Quando?
O que aconteceu?
72
Atividades Sugeridas para Não Ser um Invasor de Espaço Pessoal
1. Encene situações nas quais um estudante deve modificar seu próprio espaço pessoal.
Para cada situação, peça ao estudante ou aos observadores para que digam quando os
atores chagam muito perto e quando eles estão a uma distância certa. Cenários
sugeridos:
a. Cumprimentando outras pessoas na primeira vez que as veem e falando tchau
ao sair.
b. Esperando em fila na escola ou em público (exemplos: cinema e loja).
c. Andando em transporte público (não se sentando ou ficando muito perto das
outras pessoas).
d. Usando um banheiro público (não usando o mictório exatamente ao lado de
uma pessoa quando houver outros mictórios disponíveis).
e. Pedindo algo a alguém (exemplo: pedindo lanche ou outro tipo de comida que
alguém está segurando ou pedindo para brincar com o brinquedo ou o jogo de
alguém).
f. Interrompendo alguém para fazer uma pergunta sobre o que foi dito ou para
pedir permissão para fazer algo.
2. Atraia a habilidade. Isso significa fazer algo que exija que o estudante mantenha uma
distância apropriada. Fale que você irá testar a capacidade dele de permanecer pelo
menos a um braço de distância. Então, chegue bem perto enquanto fala com ele ou
fique na fila com ele.
3. Corrija distâncias inapropriadas. Diga, “Não seja um invasor de espaço pois isso fará as
outras pessoas desconfortáveis. Dessa forma, elas não vão querer brincar com você.
Permaneça a um braço de distância.”
73
NÚMERO 2
Posição de Escuta
1. Faça contato visual
4. Se você está na aula e quer falar algo, levante a mão e espere ser chamado.
Prática
Quando?
O que aconteceu?
1. Encene as etapas para POSIÇÃO DE ESCUTA. Como pai ou professor, modele a forma
correta e a incorreta e peça que o estudante diga o que você fez corretamente ou
incorretamente. Cenários sugeridos:
a. Ouvindo uma história ou uma lição na sala de aula
b. Ouvindo instruções dadas pelos pais
c. Ouvindo um outro estudante durante o momento de “mostra e fala”
d. Levantando a mão para fazer uma pergunta sobre uma lição ou para pedir
permissão para ir ao banheiro durante a aula
2. Corrija escutas inapropriadas. Faça com que o estudante demonstre uma boa posição
de escuta.
75
NÚMERO 3
Tom de Voz
1. Use um volume de voz suficiente apenas para que outras pessoas possam ouvi-lo.
a. Sua voz deve ser mais suave quando você estiver no interior de um ambiente
e quando houver poucos barulhos ao redor. Nós chamamos isso de “voz
interior.”
b. Sua voz pode precisar ser mais alta quando você estiver do lado de fora ou
quando houver muito barulho ao redor.
2. Tente não falar muito rápido para que as outras pessoas possam entender o que você
diz.
3. A menos que você esteja com raiva de alguém, use um tom de voz alegre e
respeitoso.
Prática
Quando?
O que aconteceu?
76
Atividades Sugeridas para Tom de Voz
1. Emita o modelo e pratique diferentes tipos de TOM DE VOZ. Você pode transformar
isso num jogo dando fichas ou prêmios para respostas corretas. Os prêmios podem ser
dados ao estudante que estiver demonstrando o tom de voz ou aos observadores que
estão indicando se o tom de voz foi apropriado para a situação.
a. Faça com que o estudante comunique uma mensagem a um outro estudante
usando o volume apropriado para cada uma dessas situações.
(1) Dentro de casa ou da sala de aula onde ninguém mais está falando (tom baixo).
(2) Dentro de casa ou da sala de aula onde muitos outros estão falando (tom alto).
(3) Dentro de casa ou da sala de aula quando você está ao lado do ouvinte (tom
baixo).
(4) Dentro de casa ou da sala de aula quando você está longe do ouvinte (tom
alto).
(5) Do lado de fora no parquinho (tom alto).
(6) Do lado de fora assistindo a uma performance em que a audiência está quieta
(tom baixo).
b. Faça com que o estudante comunique uma mensagem usando um tom de voz
raivoso ou respeitoso/alegre. Um tom respeitoso geralmente tem articulações
dos sons das consoantes mais suaves, enquanto um tom raivoso geralmente
usa uma pronúncia mais destacada e precisa. Tente usar um gravador para que
a criança possa ouvir seu próprio tom de voz nas seguintes situações:
(1) O estudante pede permissão para ir a algum lugar ou para ter acesso a algo
(tom respeitoso).
(2) O estudante pede que alguém pare de gritar ou de bater nele (tom raivoso).
c. Faça com que o estudante comunique uma mensagem num passo rápido e
num passo lento. Novamente, use um gravador para que o estudante possa
ouvir a si próprio. Crie mensagens complexas para ver se as outras pessoas
podem ouvir e lembrar o que o estudante falou. Dê pontos ou prêmios quando
a comunicação for recebida claramente.
2. Atraia a habilidade. Isso significa fazer algo que exija que o estudante use um tom
apropriado.
a. Por exemplo, propositalmente fique distante ou crie barulhos nos bastidores
para ver se o estudante ajusta o volume.
3. Forneça feedback corretivo quando o tom for inapropriado.
4. Forneça recompensas por tons de voz apropriados.
a. Dê elogio verbal para tons de voz corretos ou parcialmente corretos.
b. Dê fichas, moedas ou pontos todas as vezes que ou por períodos em que o
estudante usar um tom apropriado. Quando ele conseguir um número de
fichas previamente acordado (exemplo: cinco fichas), forneça um prêmio
especial (exemplos: lanche, adesivos ou privilégios para participar de um jogo
especial).
77
NÚMERO 4
Saudações
1. Na primeira vez que você vê alguém no decorrer do dia, você diz, “Oi. Como você
está?”
Oi. Como Bem. E
você está? você?
Estou bem
Prática
Quando?
O que aconteceu?
2. Atraia a habilidade. Propositalmente vá até perto da pessoa assim que vê-la pela
manhã e não diga nada; espere que o estudante diga “oi” primeiro. Faça o mesmo
quando os estudantes estiverem indo embora e for apropriado falar “tchau”. Se nada
for dito, dê tchau e espere pela resposta deles. Se nada for dito novamente, ajude-os a
engajar na saudação.
79
NÚMERO 5
2. Vá até a pessoa ou levante a mão se estiver na escola e quiser falar com o professor.
#+%#@#!
3. Se eles estiverem engajados numa conversam ESPERE uma pausa ou ESPERE que eles
olhem para você. Você pode chegar mais perto e colocar seu dedo indicador para cima
para chamar a atenção deles. NOTA: VOCÊ NÃO PRECISA ESPERAR SE ESTIVER
REPORTANDO UMA SITUAÇÃO PERIGOSA.
4. Fale, “Com licença” ou “Me desculpem por interromper,” e então faça a pergunta.
Com licença
Prática
Quando?
O que aconteceu?
2. Atraia a habilidade. Isso significa fazer algo que exija que o estudante interrompa.
a. Por exemplo, pegue o lápis do estudante e fale, “Todos, por favor, peguem um
lápis.”
b. Propositalmente ignore quando ver uma criança precisando de algo para que
ela possa interromper e pedir o que quer.
81
NÚMERO 6
Permanecer no Tópico
Tópico:
PERGUNTAR
Quem ?
O que ?
Onde ?
Quando ?
Por que ?
Como ?
O que mais ?
FALAR
Eu gosto ?
Eu também ?
Eu fui ?
Eu vou ?
Prática
Quando?
O que aconteceu?
82
Atividades Sugeridas para Permanecer no Tópico
1. Escolha um tópico e escreva no topo da página onde há espaço para isso. Em seguida,
peça aos estudantes para fazerem uma pergunta ou um comentário sobre o tópico.
a. Comece com tópicos concretos como um objeto usado no formato “mostra e
fala” para que o estudante possa ver o objeto. Avance usando tópicos mais
abstratos como uma figura ou um evento passado. Então, tente esvanecer as
figuras e use as palavras para descrever um evento passado ou futuro
(exemplo: o tópico pode ser “O que eu fiz ontem”).
b. Use cartões com perguntas ou comentários escritos para os estudantes que
inicialmente não criam suas próprias perguntas ou comentários com as dicas
fornecidas na folha de habilidade.
c. Dê pontos para todas as declarações dentro do tópico e não forneça pontos
para aquelas que estiverem fora do tópico. Quando os estudantes conseguirem
uma quantidade suficiente de pontos eles podem ganhar um prêmio.
2. Corrija comentários ou perguntas fora do tópico dizendo, “Isso está fora do tópico.
Nós estamos falando sobre ...”. Instrua os estudantes a permanecerem no tópico até
que as pessoas parem de falar. Depois disso eles podem pedir para falar de outra
coisa.
83
NÚMERO 7
“Quem ?”
“O que ?”
“Onde ?”
“Quando ?”
“Por que ?”
“Como ?"
4. Faça comentários dentro do tópico. Fale alguma coisa que esteja dentro do tópico.
Prática
Quando?
O que aconteceu?
84
Atividades Sugeridas para Manter uma Conversa
3. Atraia o uso da habilidade. Usando uma bolsa misteriosa (ver acima) ou algumas
outras surpresas, tente motivar a criança a querer perguntar ou falar até que ela
adivinhe qual a informação que você guardou.
85
NÚMERO 8
Revezamento de Vez
Oi.
Oi.
2. Regra das duas perguntas: Quando alguém faz a uma pergunta a você e você responde,
você pode fazer uma pergunta parecida de volta.
Foi bom. Eu fui
Como foi o seu ao cinema. Como
fim de semana? foi o seu?
Prática
Quando?
O que aconteceu?
86
Atividades Sugeridas para Revezamento de Vez
87
NÚMERO 9
1. Cumprimente a pessoa.
Fale, “Oi” ou “Tudo bem?” na primei-te vez que você vê uma pessoa no dia.
Prática
Quando?
O que aconteceu?
88
Atividades Sugeridas para Iniciar uma Conversa
89
Atividades Sugeridas para Iniciar uma Conversa – continuação
Presente:
5. Você está almoçando com seus colegas de sala.
6. Você vê alguém jogando videogame ou com outro brinquedo eletrônico.
7. Você vê alguém vestindo uma camiseta onde tem escrito o nome da escola.
8. Você está na fila do cinema e vê alguém da escola que também está na fila.
Futuro:
9. É sexta-feira antes do fim das aulas e você está com seus colegas de sala.
10. Está no fim do dia numa quarta-feira e você está se despedindo dos seus amigos.
11. Você ouve seus amigos falando sobre os planos para o intervalo.
90
NÚMERO 10
1. Ouça sobre o que as pessoas estão falando para identificar o tópico da conversa.
3. Espere que elas olhem para você ou espere uma pausa na conversa.
Prática
Quando?
O que aconteceu?
91
Atividades Sugeridas para Entrar em uma Conversa
2. Forneça dicas aos estudantes que se abstêm da conversa para que eles participem.
Dicas podem ser simples (exemplo: “Você pode perguntar ou falar algo sobre o que
eles estão falando?”) ou mais estruturadas (exemplo: “Eles estavam falando sobre
filmes. Você pode perguntar qual o filme que eles mais gostam?”)
92
NÚMERO 11
Prática
Quando?
O que aconteceu?
93
Atividades Sugeridas para Finalizar uma Conversa
94
NÚMERO 12
1. Quando você não entender o que uma pessoa estiver falando, diga, “Eu não estou
entendendo.”
2. Se a pessoa repetir o que ela falou e, ainda assim, você não entender, você pode:
a. Dizer, “Eu ainda não entendi. Você pode explicar de uma forma diferente?"
b. Pedir que outra pessoa explique a você.
Prática
Quando?
O que aconteceu?
95
Atividades Sugeridas para Fazer uma Pergunta Quando Você não Entender
3. Atraia o uso da habilidade. Fale aos estudantes que eles podem receber uma boa
recompensa quando eles completarem uma atividade ou responderem uma
pergunta. Em seguida, pergunte a eles algo que eles não entenderão ou forneça
instruções vagas para que eles peçam esclarecimento para conseguirem a
recompensa.
96
NÚMERO 13
1. Quando outras pessoas fizerem perguntas que você entende, mas não sabe a
resposta, diga algo em resposta à pergunta. Você pode falar,
a. “Eu não sei” - se você não tiver a resposta.
b. “Deixe-me pensar sobre isso” – se você precisa de mais tempo para pensar
sobre a resposta.
2. Não se mantenha em silêncio. Deixe com que a outra pessoa saiba que você está
pensando sobre a pergunta ou que você não sabe a reposta.
Prática
Quando?
O que aconteceu?
97
Atividades Sugeridas para Dizer “Eu não Sei”
1. Pratique as etapas de como DIZER “EU NÃO SEI”. Sugestões de ideias envolvem os
seguintes cenários:
a. O professor faz perguntas factuais ao aluno numa linguagem simples. Por
exemplo, o professor pode perguntar quantos pares de meia a mãe do
estudante tem ou o nome do dentista do professor. Ajude os estudantes a
dizerem que não sabem ao invés de ficarem indiferentes.
b. Algumas vezes crianças não sabem como se sentem ou o que preferem ao
escolher uma comida, um programa de TV ou outras atividades. Forneça
dicas para que eles digam “Eu não sei” ou para que eles escolham algo ao
invés de permanecerem quietos.
2. Forneça dicas aos estudantes para que eles digam “Eu não sei” depois que você
tiver feito uma pergunta direta e eles não responderem.
3. Atraia o uso da habilidade. Fale aos estudantes que eles podem receber uma boa
recompensa quando eles responderem uma pergunta corretamente. Explique que
uma resposta correta pode ser “Eu não sei.” Em seguida, pergunte algo que eles
saibam e que eles não saibam, ajudando-os a dizer que não sabem quando for o
caso.
98
NÚMERO 14
Apresentar-se
1. Quando você estiver com muitas pessoas que você conhece, mas que não se
conhecem entre si, é sua responsabilidade apresentá-los.
4. Então, você pode explicar quem cada uma delas é para você. Por exemplo, “
é meu amigo ou “ é minha mãe.”
Prática
Quando?
O que aconteceu?
99
Atividades Sugeridas para Apresentar-se a Apresentar outras Pessoas
2. Forneça dicas aos estudantes para que eles se apresentem para qualquer novo
indivíduo na sala ou em casa. Ajude-os a não se apresentar a mesma pessoa mais
de uma vez ou a pessoas estranhas com quem eles não terão uma relação contínua
nem amizade.
100
NÚMERO 15
1. Inicie a conversa fazendo uma pergunta sobre algo do momento atual ou sobre algo
que você possa ter em comum com a pessoa:
a. Pergunte, “O que você está [fazendo, lendo, comendo, brincando]?"
b. Se você estiver na mesma aula ou no mesmo espaço, pergunte, “Você gosta
dessa(e) [aula, lugar]?”
2. Se apresente.
a. Diga, “A propósito, meu nome é , qual é o seu nome?”
TÓPICOS PERGUNTAS
ESCOLA Onde você estuda?
Em qual série você está?
Quem são seus professores?
IDADE (apenas para crianças) Quantos anos você tem? (não pergunte a
um adulto)
VIZINHANÇA Onde você mora?
Como é morar lá?
INTERESSES O que você gosta de fazer para se divertir?
Quais os jogos que você gosta?
Quais programas de TV você assiste?
Qual o tipo de música que você gosta?
FAMÍLIA Você tem uma família grande?
Você tem irmãos e irmãs?
Prática
Quando?
O que aconteceu?
101
Atividades Sugeridas para Conhecer Alguém Novo
2. Forneça dicas aos estudantes para que eles conheçam qualquer novo indivíduo na
sala ou em casa. Corrija o uso de qualquer tópico delicado durante o primeiro
encontro.
102
NÚMERO 16
1. Quando você quer falar algo a alguém, espere um bom momento para falar, como
uma pausa na conversa ou quando a pessoa não estiver ocupada com outra coisa.
Prática
Quando?
O que aconteceu?
103
Atividades Sugeridas para Introduzir Tópicos de Interesse de Outras Pessoas
1. Se você tiver um grupo pequeno, faça com que os estudantes revisem diferentes
tópicos como programas de TV, comida, hobbies, livros, jogos, esportes, matérias
escolares etc. Descubra quais tópicos são de interesse comum e coloque-os no
pôster. Isso servirá como uma base para os estudantes introduzirem tópicos
interessantes para o outro.
2. Para crianças do ensino fundamental e estudantes mais velhos, peça que eles
registrem notícias atuais numa espécie de diário. Eles podem usar isso no futuro
como uma base para discussão.
3. Pratique as etapas de como INTRODUZIR TÓPICOS DE INTERESSE DE OUTRAS
PESSOAS. Sugestões de ideias envolvem os seguintes cenários:
a. Faça com que os estudantes apresentem um interesse em comum para a
discussão. Compare isso com estudantes apresentando um tópico que é de
interesse apenas para eles.
b. Faça com que os estudantes discutam sobre uma experiência que tiveram e,
em seguida, pergunte aos outros se eles tiveram experiências similares. Por
exemplo, “Eu fui ao museu ontem e eu vi... Alguém mais aqui já foi a um
museu?” Compare isso com falar sobre uma experiência sem perguntar a
outras pessoas e demonstre como isso seria entediante para as outras
pessoas depois de um tempo.
c. Faça com que os estudantes apresentem tópicos que estão na mídia. “Você
ouviu falar sobre...?”
d. Faça com que alguns estudantes peçam conselhos aos outros. Note que
para estudantes mais velhos isso pode ser especialmente útil para envolver
o sexo oposto. Uma pessoa pode pedir conselho sobre o namoro, sobre
roupas ou estilo de cabelo. Isso pode ajudar pares típicos a fazerem o papel
de “irmão mais velho ou irmã mais velha” com um estudante com
desabilidades, permitindo que o estudante tenha um lugar reconhecido
num grupo social.
4. Corrija apresentações de tópicos inapropriadas, como quando um estudante fala
para os outros sobre os seus interesses com pouca sensibilidade à audiência.
Redirecione os estudantes a falar sobre um interesse, evento ou experiência em
comum ou redirecione-os a pedir um conselho.
5. Forneça recompensas para apresentações de tópicos interessantes.
a. Dê elogio verbal para apresentações corretas ou parcialmente corretas de
tópicos apropriados.
b. Dê fichas, moedas ou pontos por ocasiões em que o estudante
apropriadamente apresentou tópicos de interesse. Quando ele conseguir
um número previamente acordado de fichas, forneça um prêmio especial
(exemplos: lanche, adesivos, oportunidade de participar de um jogo
especial ou de assistir um programa de TV especial).
104
NÚMERO 17
Etapas
1. Se ninguém mais estiver falando, diga que você irá falar sobre um novo tópico.
2. Se alguém estiver falando e você quer mudar o assunto, pergunte se você pode
falar de outra coisa.
Posso falar sobre outra
coisa?
Prática
Quando?
O que aconteceu?
105
Atividades Sugeridas para Fornecer Informações de Fundo sobre o que Você Está
Dizendo
Mudar o Tópico
2. Prepare a outra pessoa para uma mudança de assunto perguntando se tudo bem
mudar o tópico ou emitindo uma frase de transição.
a. Exemplos de maneiras de perguntar se tudo bem mudar o tópico:
“Posso mudar de assunto?”
“Posso falar sobre outra coisa?”
b. Exemplos de frases de transição:
“Por falar nisso, você ouviu falar sobre...?”
“Falando nisso...” (Aqui você se refere a algo que a outra pessoa falou para
começar um novo assunto.)
Prática
Quando?
O que aconteceu?
107
Atividades Sugeridas para Mudar o Tópico
2. Faça com que os estudantes formulem frases de transição para irem de um tópico
ao outro. Forneça uma lista de dois tópicos e faça com que eles gerem uma frase de
transição. Por exemplo:
a. De ir a um zoológico para ir a um museu (dizer, “Falando em passeios...”)
b. De assistir a um jogo de baseball para jogar futebol (dizer, “Falando em
esportes...”)
c. De ser provocado para fazer um teste (dizer, “Falando em experiências
estressantes...”)
3. Corrija mudanças abruptas nas conversações. Forneça dicas para que os estudantes
esperem por uma pausa, emitam uma frase de transição ou peçam para falar sobre
outra coisa.
4. Atraia o uso da habilidade. Fale sem parar sobre um tópico chato até que os
estudantes se sintam atraídos a mudar de assunto.
108
NÚMERO 19
\
Não Falar por Muito Tempo
(Jardim de infância – Quarto ano)
1. Quando estiver falando sobre um tópico, olhe para o rosto das outras pessoas
para saber se elas estão interessadas ou entediadas.
Entediada Interessada
Você quer
ouvir mais?
3. Se responderem que não, pare de falar ou pergunte “Você quer falar sobre o
que?"
109
NÚMERO 19
1. Lembre-se: quando você leva muito tempo para falar e adiciona muitos detalhes,
os ouvintes podem ficar entediados.
2. Procure por sinais que possam indicar que os ouvintes estão entediados ou
interessados enquanto você está falando.
a. Sinais de interesse: o ouvinte olha para você, se inclina na sua direção ou
faz perguntas.
b. Sinais de tédio: os ouvintes olham em outra direção, bocejam, suspiram ou
parecem interessados em alguma outra coisa.
4. Se as outras pessoas estão entediadas, pense sobre suas opções de como lidar
com isso.
a. Pare de falar e dê a chance de outra pessoa falar.
b. Pergunte ao ouvinte sobre o que ele gostaria de falar.
c. Mude de assunto.
d. Dê um resumo sobre o que você queria falar sem muitos detalhes.
Prática
Quando?
O que aconteceu?
110
Atividades Sugeridas para Não Falar por Muito Tempo
Tópicos Delicados
1. “Tópicos delicados” são assuntos sobre os quais você não deve falar pois eles
podem fazer com que as pessoas se sintam mal, chateadas, machucadas tristes ou
com raiva.
2. Quando pensar em algo que quer falar, decida se isso é um tópico delicado:
a. Alguma coisa negativa sobre a aparência do outro.
b. Quão velho a outra pessoa é. (Perguntar a idade de crianças é aceitável; a
de adultos, não).
c. Uma diferença física (uso de cadeira de rodas, um membro faltando,
cegueira ou surdez).
d. Uma diferença de aprendizado (dificuldade em ler ou em entender a
atividade de sala).
e. Uma diferença de comportamento (dificuldade em prestar atenção ou
permanecer sentado, falar coisas estranhas).
f. A perda de um trabalho ou a morte de um familiar ou amigo.
Prática
Quando?
O que aconteceu?
112
Atividades Sugeridas para Tópicos Delicados
1. Uma forma de ensinar esta habilidade é entrar na sala com alguém que tenha uma
aparência estranha como um grande chapéu ou uma enorme espinha falsa no nariz.
Não comente nada a menos que o estudante pergunte algo. Faça de conta que não
sabe do que ele está falando até que os outros estudantes também notem. Só
então, comece a discussão sobre “tópicos delicados,” mencionando que nós
podemos ver coisas diferentes nas outras pessoas, mas podemos não querer dizer
nada com o intuito de proteger os sentimentos da outra pessoa.
2. Esta habilidade é difícil de praticar porque a resposta correta é não fazer nada.
Portanto, o ensaio necessário é um processo de pensamento ao invés de um
comportamento externo. Dessa forma, é útil discutir variadas situações ao invés de
encená-las. Você pode usar um formato de jogo para revisar os cenários usando
dinheiro falso como prêmio. Para cada situação, os estudantes podem indicar se
eles acham que se trata de um tópico delicado e se eles devem falar algo a respeito.
Exemplos de situações incluem:
a. Você gosta dos óculos de sol que a outra pessoa está usando. (não delicado)
b. Você acha que as lentes dos óculos da outra pessoa são muito grossas.
(delicado)
c. Alguém fala que o dia está lindo. (não delicado)
d. Um estudante pergunta a idade da professora. (delicado).
e. Uma professora pergunta a idade do irmão mais novo do estudante. (não
delicado)
f. Você pergunta a um amigo se ele recebe alguma ajuda especial para
matemática ou para leitura. (delicado)
g. Você se pergunta por que um garoto da sua sala é tão forte. (não delicado)
h. Você se pergunta por que um garoto da sua sala é gordo. (delicado)
i. Você se pergunta por que um garota da sua sala é tão boa em ginástica. (não
delicado)
j. Você se pergunta por que um garota da sua sala não consegue ler a
atividade. (delicado)
k. O avô do seu amigo morreu. (delicado, mas você pode falar “sinto muito”)
l. Sua professora tem uma barriga grande e você se pergunta se ela está
grávida. (delicado)
m. Você soube que o cachorro do seu amigo morreu. (delicado)
n. Você soube que seu amigo venceu um concurso de soletração. (não
delicado)
113
CONTINUAÇÃO - Atividades Sugeridas para Tópicos Delicados
3. Atraia o uso da habilidade. Por exemplo, faça algo de propósito para mudar sua
aparência (exemplo: vestir uma peça de roupa estranha ou fazer uma mancha falsa
com maquiagem) e note se o estudante se abstém de falar algo negativo.
4. Todas as vezes que o estudante fizer uma observação insensível, nomeie isso como
um “tópico delicado” e explique como a observação pode machucar o sentimento
dos outros.
114
NÚMERO 21
Prática
Quando?
O que aconteceu?
115
Atividades Sugeridas para Elogiar Outras Pessoas
2. Forneça dicas para que os estudantes elogiem uns aos outros quando os colegas
alcançarem algo, apresentarem um novo corte de cabelo ou quando estiverem
mostrando um trabalho feito.
3. Atraia o uso da habilidade. Fale ou mostre aos estudantes uma realização sua,
uma roupa nova ou um novo corte de cabelo ou demonstre um talento. Lembre-os
que eles podem elogiar você para fazer você se sentir bem.
116
NÚMERO 22
TOM DE VOZ FELIZ (HAPPY) Use um volume de voz médio e feliz ao ter
uma conversa. Não grite ou sussurre.
CONTATO VISUAL (EYE) Olhe nos olhos das pessoas quando estiver
falando ou ouvindo.
ALTERNE Alterne entre falar e ouvir. Reveze a vez ao
falar.
DISTÂNCIA Se mantenha a um braço de distância
quando estiver falando. Não invada o
espaço do outro chegando muito perto.
Prática
Quando?
O que aconteceu?
117
Atividades Sugeridas para Usar sua H.E.A.D.
1. Para muitos estudantes com uma boa memorização, o acrônimo H.E.A.D. pode
servir para lembrá-los de muitas importantes habilidades relacionadas a ter uma
conversa. Todas as habilidades embutidas nesse acrônimo aparecem como
habilidades separadas em outra parte do livro. Por exemplo, “tom de voz feliz” é a
habilidade que foi nomeada como TOM DE VOZ, “contato visual” é parte de
POSIÇÃO DE ESCUTA, “distância” é parte de NÃO SER UM INVASOR DE ESPAÇO
PESSOAL e “alterne” é parte da REGRA DAS DUAS PERGUNTAS.
118
CONTINUAÇÃO - Atividades Sugeridas para Usar sua H.E.A.D.
3. Use um formato de jogo para perguntar aos alunos o que cada letra representa e
peça que eles forneçam exemplos de cada uma delas. Por exemplo, pergunte o que
o “H” significa no acrônimo H.E.A.D. e peça um exemplo. Forneça fichas ou
dinheiro falso para as respostas corretas. Garanta que todos os estudantes tenham
a chance de responder e de ganhar um prêmio.
4. Atraia a habilidade. Isso significa fazer algo que exija que os estudantes
demonstrem seu entendimento das habilidades.
a. Mude o volume da sua voz, pare de fazer contato visual, chegue muito
perto ou não deixe que ninguém mais fale e, então, peça ao estudante um
feedback sobre o que você fez de errado.
b. Pergunte sobre a semana do estudante ou use outro iniciador de conversa.
Em seguida, olhe para ele como se você estivesse esperando que ele
perguntasse algo. Se o estudante esquecer de perguntar algo de volta,
ajude-o a fazer.
119
NÚMERO 23
T.G.I.F.
(Significa muito mais que “Graças a Deus é Sexta” [Thank Goodness it’s Friday] –
Isso é sobre Ter uma Conversa)
Prática
Quando?
O que aconteceu?
120
Atividades Sugeridas para Usar o T.G.I.F.
1. Para muitos estudantes com uma boa memorização, o acrônimo T.G.I.F. pode
servir para lembrá-los de muitas habilidades importantes relacionadas a ter uma
conversa. Todas as habilidades embutidas nesse acrônimo aparecem como
habilidades separadas em outra parte do livro. Por exemplo, “Momento” é
discutida em INTERROMPER. “Sudações” é vista separadamente na habilidade com
o mesmo nome. “Pergunta inicial” é tratada com mais detalhes em INICIAR UMA
CONVERSA e “Pergunta de acompanhamento” é coberta com mais detalhes na
habilidade de MANTER UMA CONVERSA. A decisão sobre ensinar essas habilidades
separadamente ou todas juntas usando o acrônimo T.G.I.F. deve ser baseada na
memorização verbal do estudante e na capacidade subsequente de usar acrônimos
para guiar comportamentos.
121
CONTINUAÇÃO - Atividades Sugeridas para Usar o T.G.I.F.
3. Use um formato de jogo para perguntar aos alunos o que cada letra representa e
peça que eles forneçam exemplos de cada uma delas. Por exemplo, pergunte o que
o “T” significa no acrônimo T.G.I.F. e peça um exemplo. Forneça fichas ou dinheiro
falso para as respostas corretas. Garanta que todos os estudantes tenham a chance
de responder e de ganhar um prêmio.
4. Atraia a habilidade. Isso significa fazer algo que exija que os estudantes
demonstrem seu entendimento das habilidades. Comece uma conversa com o
estudante e espere que ele faça perguntas de volta. Não continue a conversa
fazendo você mesmo perguntas; espere durante uma pausa até que ele emita
perguntas. Ajude-o, se necessário, a manter a conversa fluindo com perguntas e
comentários.
122
NÚMERO 24
3. Vá até a pessoa.
Você quer
brincar comigo?
6. Se a resposta for “não”, convide outra pessoa ou tente uma brincadeira diferente.
Prática
Quando?
O que aconteceu?
123
Atividades Sugeridas para Convidar Alguém para Brincar
2. Atraia a habilidade. Isso significa fazer algo que exija que o estudante inicie uma
brincadeira. Por exemplo, exiba um jogo interativo que a criança goste na frente
dela, sem convidá-la para brincar. Se ele não pedir para participar, ajude-o a pedir.
Por exemplo, diga “Se você quer brincar, me chame para jogar aquele jogo com
você.”
3. Corrija formas inapropriadas de convidar outras pessoas para brincar, como exigir
que os outros brinquem ou insistir em jogos que as outras pessoas não gostam.
Ajude os estudantes que se sentam na periferia e ficam receosos de convidar os
outros para brincar. IMPORTANTE: Se você for encorajar estudantes tímidos a
convidar colegas para brincar, direcione-os para estudantes que você já treinou
anteriormente a aceitar o convite (ver o Capítulo 9 para detalhes de como treinar
pares típicos).
2. Espere uma pausa ou que elas olhem para você. Você pode precisar chegar mais
perto e levantar seu dedo indicador para fazer com que elas olhem para você.
Parece
divertido!
Posso brincar
também?
Prática
Quando?
O que aconteceu?
125
Atividades Sugeridas para Juntar-se a Outros numa Brincadeira
2. Atraia a habilidade. Isso significa fazer algo que exija que o estudante se junte a
outros numa brincadeira. Por exemplo, brinque com algo que o estudante goste,
sem convidá-lo a participar. Ajude ou espere que ela peça para brincar.
126
NÚMERO 26
Se Comprometer
Eu quero jogar
baseball.
Prática
Quando?
O que aconteceu?
127
Atividades Sugeridas para Se Comprometer
2. Atraia a habilidade. Isso significa fazer algo que exija que o estudante se
comprometa. Por exemplo, diga que você quer fazer algo diferente do que o
estudante quer fazer e fale “Estou me perguntando se nós poderíamos fazer um
acordo.”
3. Corrija as demandas do estudante para ter tudo do seu jeito. Faça com que ele
sugira um acordo.
128
NÚMERO 27
Compartilhar
Os outros podem
compartilhar coisas comigo
se eu compartilhar com eles.
Quer brincar
Quero.
no meu
Obrigado!
computador?
Prática
Quando?
O que aconteceu?
129
Atividades Sugeridas para Compartilhar
2. Atraia a habilidade.
a. Faça com que os estudantes (ou irmãos) façam um projeto de artes sem dar
a eles materiais separados para cada um. Forneça apenas um conjunto de
canetas, um tubo de cola para que eles precisem dividir.
b. Distribua lanches e finja que acabou, forçando os estudantes a compartilhar
um com o outro. Se eles não compartilharem, tenha lanches suficientes à
mão, ao final.
130
NÚMERO 28
Revezar
1. Revezar significa permitir que outras pessoas brinquem com algo enquanto você
espera. Em seguida, você brinca enquanto elas esperam.
2. Pode ser que você precise esperar, mas você ganhará um amigo se você reveza.
Prática
Quando?
O que aconteceu?
131
Atividades Sugeridas para Revezar
2. Atraia a habilidade. Diga que você quer algo que o estudante está prestes a pedir
para que vocês possam revezar a vez com esse item. Diga que você quer ir primeiro
ou exija a peça especial do jogo que o estudante também quer para que, assim,
vocês tenham que usar uma maneira justa de decidir.
3. Corrija àqueles que não dão a vez ao outro. Lembre-os que dar a vez é algo
temporário; eles irão brincar novamente ou terão a chance de serem os primeiros
de uma próxima vez.
132
NÚMERO 29
Jogar um Jogo
Prática
Quando?
O que aconteceu?
133
Atividades Sugeridas para Jogar um Jogo
2. Atraia a habilidade.
a. Comece jogando um jogo de tabuleiro padrão e não conte as regras aos
estudantes a menos que eles perguntem. Continue mudando as regras até
que eles protestem e, então, lembre-os de pensar nas regras antes do jogo.
b. À medida que você joga, insista em ir primeiro e, ocasionalmente, jogue até
quando não for sua vez a menos que alguém proteste. Ajude os outros a
revezar a vez de forma adequada.
134
NÚMERO 30
2. Lembre-se: Embora você tenha perdido o jogo, você pode ganhar uma amizade (o
que é mais importante) se você mostrar um bom espírito esportivo.
3. Para mostrar um bom espírito esportivo, você deve dizer a outra pessoa:
“Parabéns” “Bom jogo” “Você fez um bom jogo”
Prática
Quando?
O que aconteceu?
135
Atividades Sugeridas para Lidar com Perdas
1. Para ensinar esta habilidade, os pais e professores podem precisar exagerar a ideia
de que perder calmamente é bom e que ganhar um jogo não é tão importante. Os
adultos devem lembrar aos estudantes, imediatamente antes de eles jogarem, que
eles estão mais interessados em como os estudantes lidam com perdas do que se
eles ganharão o jogo. Conforme o jogo é jogado, o adulto pode antecipar qual é a
criança que está perdendo e lembrá-la que se ela não ficar com raiva, ganhará um
amigo e pode receber um prêmio por permanecer calma. O adulto deve mostrar
grande entusiasmo quando uma pessoa lida bem com perdas.
2. Pratique as etapas de LIDAR COM PERDAS. Sugestões de ideias envolvem jogos
curtos para que a habilidade possa ser praticada sem longas esperas para o fim:
a. Use uma moeda (cara ou coroa) ou “par ou ímpar” (cada estudante mostra uma
certa quantidade de dedos nas mãos depois que uma criança falar “par ou
ímpar”) para decidir quem será o primeiro. Quem perde é aplaudido se
permanecer calmo.
b. O “jogo da velha” é outro jogo rápido que é bom para praticar esta habilidade.
Como um jogo para duas pessoas, ele pode ser usado para estudantes
praticarem na frente de um grupo maior. É imperativo aplaudir o estudante que
perde e se mantém calmo antes que ela tenha a chance de ficar chateado.
c. A “dança das cadeiras” e “seu rei mandou dizer” são jogos curtos e bons.
Conforme estudantes perdem, são lembrados de passar por cada etapa de LIDAR
COM PERDAS, eles podem ser aplaudidos à medida que eles se sentam e
esperam o próximo jogo. Para a criança que ficar muito chateada, tente distrai-la
ao invés de usar uma razão. Repetições da experiência, eventualmente,
reduzirão as explosões.
d. Para crianças mais velhas (a partir do quinto ano), use jogos de tabuleiros ou
esportes. As habilidades envolvidas em LIDAR COM PERDAS podem ser usadas
não apenas quando você perde o jogo, mas também por qualquer perda
percebida no jogo (exemplos: uma jogada baixa de dados, perder um lance etc.)
3. Atraia a habilidade fazendo algo que exija que seu aluno lide com uma perda. Por
exemplo, diga “Eu vou tentar vencer você nesse jogo para ver se você consegue lidar
com a perda. É muito mais difícil lidar com a perda do que ganhar um jogo. Vamos
ver se você consegue.”
4. Redirecione expressões de raiva às etapas de LIDAR COM PERDAS quando um
estudante estiver chateado depois de perder. Se ele continuar com raiva ou ficar
ainda mais chateado, use uma distração (exemplo: afaste-o do jogo e engaje-o em
algo novo).
5. Forneça recompensas por LIDAR COM PERDAS.
a. Dê elogio verbal para esforços de permanecer calmo quando um estudante
está prestes a perder ou já perdeu.
b. Dê fichas, moedas ou pontos todas as vezes que o estudante lida
apropriadamente com perdas. Quando ele conseguir um número
previamente acordado de fichas (exemplo: cinco fichas), forneça um prêmio
136 especial (exemplos: lanche, adesivos, oportunidade de participar de um jogo
NÚMERO 31
1. Se você ganha um jogo, você também pode ganhar um amigo se você mostrar um
bom espírito esportivo.
Prática
Quando?
O que aconteceu?
137
Atividades Sugeridas para Lidar com Vitórias
1. Assim com em LIDAR COM PERDAS, precisamos lembrar aos estudantes que o
objetivo não é ganhar o jogo, mas fazer um amigo. Enfatize que estamos
interessados na capacidade deles em fazer amigos enquanto brincam.
2. Pratique as etapas de LIDAR COM VITÓRIAS. As sugestões de cenários são as
mesmas que em LIDAR COM PERDAS, e as duas habilidades devem ser praticadas
simultaneamente. Use jogos curtos para que a habilidade possa ser praticada sem
longas esperas para o fim:
a. Use uma moeda (cara ou coroa) ou “par ou ímpar” (cada estudante mostra
uma certa quantidade de dedos nas mãos depois que uma criança falar “par
ou ímpar”) para decidir quem será o primeiro. Quem perde deve ser treinado
passando pelas etapas de LIDAR COM PERDAS enquanto o outro é treinado
passando pelas etapas de LIDAR COM VITÓRIAS. Ambos são aplaudidos e
elogiados por permanecerem amigos sem ficarem chateados nem se gabarem.
Ninguém é elogiado pela habilidade no jogo, já que o jogo por si só é
secundário às habilidades de amizade.
b. O “jogo da velha” é outro jogo rápido que é bom para praticar esta habilidade.
Como um jogo para duas pessoas, ele pode ser usado para estudantes
praticarem na frente de um grupo maior. Novamente, ambos são aplaudidos e
elogiados por permanecerem amigos sem ficarem chateados nem se gabarem.
c. A “dança das cadeiras” e “seu rei mandou dizer” são jogos curtos e bons para
grupos.
d. Para crianças mais velhas (a partir do quinto ano), use jogos de tabuleiros ou
esportes. As habilidades envolvidas em LIDAR COM PERDAS e LIDAR COM
VITÓRIAS podem ser usadas não apenas quando você perde o jogo, mas
também por qualquer perda percebida no jogo (exemplos: uma jogada baixa
de dados, perder um lance etc.).
3. Atraia a habilidade fazendo algo que exija que seu aluno lide com uma vitória de
maneira graciosa. Por exemplo, quando você perde um jogo, diga “Você é melhor
que eu. Você é o melhor de todos os tempos. Eu sou péssimo.” Veja se o aluno
pode tentar animá-lo ao invés de se gabar da vitória.
4. Forneça recompensas por LIDAR COM VITÓRIAS.
a. Dê elogio verbal para esforços de lidar bem com vitórias.
b. Dê fichas, moedas ou pontos todas as vezes que o estudante lida
apropriadamente com vitórias. Quando ele conseguir um número
previamente acordado de fichas (exemplo: cinco fichas), forneça um
prêmio especial (exemplos: lanche, adesivos, oportunidade de participar
de um jogo especial).
138
NÚMERO 32
2. Não apenas saia. Tente terminar a brincadeira se a outra pessoa quiser terminar.
3. Diga a outra pessoa, num tom de voz gentil, o motivo pelo qual você não quer
mais brincar.
a. Se você quer fazer alguma outra coisa, diga “Eu quero parar pois quero brincar
com outra coisa.”
b. Se você não tiver gostado de algo que a outra pessoa fez, diga “Eu não quero
mais brincar por causa do que você fez.”
c. Se você não gosta da outra pessoa, dê a desculpa de que você tem outras
coisas para fazer. Diga “Eu preciso parar porque há outras coisas que eu quero
fazer.”
Prática
Quando?
O que aconteceu?
139
Atividades Sugeridas para Finalizar uma Brincadeira
3. Atraia o uso da habilidade. Diga aos estudantes que você irá testar a capacidade
deles de encerrar uma brincadeira apropriadamente. Propositalmente, apresente
brincadeiras que são entediantes ou comece a trapacear e faça com que o jogo
fique frustrante até que os estudantes apropriadamente encerrem o jogo.
140
NÚMERO 33
Formal Informal
Definição Muito educado e respeitoso. Casual e relaxado.
Pessoas Pessoas que você não Melhores amigos e familiares
conhece bem. Autoridades: próximos.
adultos mais velhos, pais,
professores, diretor da
escola, líderes de grupos,
policiais, empregadores.
Saudações “Olá. Como você está?” “E aí? Como estão as coisas?”
Pedir permissão Sempre peça permissão. Algumas vezes você não
“Posso pegar uma bebida?” precisa pedir permissão. “Vou
pegar uma bebida.”
Posição de escuta Sente-se ereto. Faça contato Pode se sentar de uma
visual. Mantenha os pés e as maneira mais relaxada. Pode
mãos para si mesmo. Não interromper um pouco.
interrompa.
Decidir o que fazer Você pode informar sobre o Acordos. Ambos podem ter
que você quer, mas a pessoa parte do que querem.
que tem autoridade é quem
decide.
Contar piadas ou Agir de Não conte piadas ou aja de Você pode contar uma piada
forma engraçada forma engraçada em se seus amigos quiserem
situações formais ao menos ouvi-la. Você pode ser um
que a pessoa com pouco engraçado, mas pare
autoridade faça isso de ser se seus amigos
primeiro. pedirem.
Prática
Quando?
O que aconteceu?
141
Atividades Sugeridas para Comportamento Informal versus Comportamento
Formal
1. Depois de ensinar a habilidade por meio de explicação, você pode usar um formato
de jogo para revisar as situações descritas na habilidade. Uma opção de formato
seria “O Show do Milhão” (ver o Capítulo 4 para uma descrição). Os estudantes
podem revezar respondendo perguntas que demandem que eles mostrem
comportamentos informais ou formais em situações variadas. Sugestões de
perguntas podem ser vistas a seguir.
a. Um estudante vê o diretor da escola no shopping. Como ele deve
cumprimentar o diretor?
b. Um estudante vê alguns amigos no shopping. Como ele deve cumprimentá-los?
c. Um estudante está na sala de aula e quer beber água. O que ele pode dizer?
d. Um estudante está na casa de um amigo para jantar com os pais desse amigo.
Como ele pode pedir mais sobremesa?
e. Uma estudante está assistindo TV e comendo um lanche com os amigos. O que
ela deve fazer se ela quer mais lanche?
f. Mostrar como os alunos devem se comportar em sala durante a aula.
g. Mostrar como os alunos devem ser comportar enquanto eles estão ouvindo uns
aos outros enquanto brincam na sala de estar.
h. Se um aluno quer pizza e o outro quer hambúrguer para o almoço, e cada um
deles tem seu próprio dinheiro, como eles podem decidir o que fazer?
i. Se um estudante e os seus pais querem pizza e o outro estudante, que é um
convidado, quer hambúrguer para o jantar, e os pais do primeiro estudante
estão pagando, como eles podem decidir o que fazer?
j. Discuta sobre para quem você pode contar uma piada. Se um professor conta
piadas em sala, os estudantes podem contar piadas também? Eles devem
continuar contando mesmo quando as outras pessoas peçam que eles parem?
2. Corrija níveis inapropriados de informalidades quando ocorrerem, enfatizando
quem estava lá e por que foi inapropriado.
3. Atraia a habilidade. Aja formalmente numa situação de sala de aula ou de casa
quando convidados aparecerem e aja de forma relaxada com um familiar em casa
ou na casa de um amigo. Veja se os estudantes conseguem perceber o seu
comportamento e use isso para determinar o nível de formalidade deles.
4. Forneça recompensas por níveis apropriados de COMPORTAMENTO INFORMAL E
FORMAL
a. Dê elogio verbal para respostas corretas ou parcialmente corretas de níveis
de formalidade.
b. Dê fichas, moedas ou pontos em situações em que o estudante demonstrou
o nível apropriado de formalidade necessário para uma situação. Quando
ele conseguir um número previamente acordado de fichas (exemplo: cinco
fichas), forneça um prêmio especial (exemplos: lanche, adesivos,
oportunidade de participar de um jogo especial).
142
NÚMERO 34
Prática
Quando?
O que aconteceu?
143
Atividades Sugeridas para Respeitar Limites Pessoais
3. Você pode atrair a habilidade de perguntar antes de tocar nos pertences dos
outros, colocando itens ou lanches atrativos ao alcance dos estudantes e observar
se eles irão pedir antes de tocar.
144
NÚMERO 35
1. Definições
a. Fatos são ideias que são acordados por todos. Se uma pessoa discorda, então,
a ideia é uma opinião, não um fato.
b. Opiniões não são acordadas por todo mundo. As pessoas têm diferentes
opiniões.
Prática
Quando?
O que aconteceu?
145
Atividades Sugeridas para Respeitar a Opinião das Outras Pessoas
3. Corrija o estudante quando ele demandar que outras pessoas concordem que a
maneira dele é a única para fazer algo ou que ele tem a única opinião possível
sobre algo.
Compartilhar um Amigo
2. Se você não ficar chateado e deixar seus amigos fazerem o que eles querem, eles
se sentirão felizes e relaxados quando estiverem com você.
3. Se você ficar com raiva dos seus amigos porque eles conversaram ou saíram com
outros amigos, eles se sentirão desconfortáveis. Ao invés de quererem ficar com
você, eles se sentirão forçados a estar com você.
4. Decida se você quer um amigo que queira ficar com você ou apenas alguém que
se sinta forçado a estar com você. Amigos são pessoas com quem você quer estar
e que querem estar com você.
Prática
Quando?
O que aconteceu?
147
Atividades Sugeridas para Compartilhar um Amigo
3. Corrija ocasiões de demandas para que amigos não brinquem com os outros.
Lembre o estudante que os amigos podem querer voltar se ele deixá-los ir.
148
NÚMERO 37
Prática
Quando?
O que aconteceu?
149
Atividades Sugeridas para Chamar a Atenção de Formas Positivas
1. A quantidade de informação desta habilidade pode ser demais para estudantes mais
novos. Algumas vezes é interessante focar em apenas um exemplo de atenção positiva
e negativa. Se um estudante tem um problema de chamar atenção de forma negativa,
foque no que ele faz (exemplo: ser brincalhão o tempo todo) e uma coisa que ele
poderia fazer como alternativa (exemplo: pedir para brincar com o que os outros
gostam de brincar). Para estudantes mais velhos que já possuem as habilidades de
iniciar uma brincadeira, iniciar uma conversa, evitar tópicos delicados e falar
brevemente, esta habilidade é uma boa maneira de revisar muitas das coisas positivas
que facilitam uma amizade.
150
CONTINUAÇÃO - Atividades Sugeridas para Chamar a Atenção de Formas Positivas
151
NÚMERO 38
1. Na maior parte do tempo, não instrua as pessoas sobre o que fazer. Não é o seu
trabalho fazer com que os outros sigam regras. Se você disser aos outros quais
regras seguir ou fazer intriga sobre eles, eles ficarão chateadas com você.
2. Mas há algumas exceções de quando é aceitável que você diga aos outros quais
regras seguir.
a. Quando você é o professor, o chefe ou quando estiver encarregado por
outras pessoas.
b. Quando as outras pessoas perguntam a você quais são as regras.
c. Quando pessoas quebram regras, podendo colocar elas próprias ou os
outros em perigo.
d. Se algumas pessoas fizeram algo para machucá-lo, você pode fazer uma
declaração que fale sobre você ou denunciar essas pessoas.
Prática
Quando?
O que aconteceu?
152
Atividades Sugeridas para Não Ser o “Fiscal das Regras”
Oferecer Ajuda
5. Cuidado para não ser exageradamente prestativo com professores quando eles
não precisam de ajuda pois outras crianças podem ficar com raiva de você por
tentar ser o “preferido do professor.”
Prática
Quando?
O que aconteceu?
154
Atividades Sugeridas para Oferecer Ajuda
2. Forneça dicas para os estudantes que estiverem ignorando pessoas que precisam
de ajuda.
3. Você pode atrair a habilidade fazendo de conta que você precisa de ajuda sem
pedir diretamente por ajuda. Por exemplo, mostre dificuldade em abrir uma porta
com suas mãos ocupadas ou expresse que você não consegue descobrir como
montar algo.
155
NÚMERO 40
1. Na maior parte do tempo, tente não denunciar as pessoas pois isso pode fazer
com que elas fiquem tristes e com raiva.
2. Denuncie se:
a. Elas continuarem incomodando você mesmo depois que você disse para elas
pararem e tentou ignorá-las.
b. Elas fizerem algo perigoso que pode machucar outras pessoas ou elas
mesmas.
Prática
Quando?
O que aconteceu?
156
Atividades Sugeridas para Quando Denunciar Alguém
1. Este tópico é muito parecido com NÃO SER O “FISCAL DAS REGRAS”, mas é mais
apropriado para ensinar crianças da pré-escola até o terceiro ano. Depois de ensinar
a habilidade por meio de explicação, pratique situações reais que ocorrem na sala
de aula ou em casa nas quais os estudantes denunciam um ao outro ou use os
cenários descritos a seguir. Para crianças mais velhas que podem imaginar situações
hipotéticas, você pode usar uma abordagem em formato de jogo para revisar as
situações descritas na habilidade. Um formato predileto de jogo é o “O Show do
Milhão” (ver Capítulo 4 para uma descrição). Os estudantes podem revezar
respondendo perguntas que demandem que eles discriminem entre situações que
exijam que eles digam para os outros o que fazer ou não dizer nada. Sugestões de
perguntas são detalhadas a seguir.
a. Se alguém ficar cutucando você com um lápis, o que você deve fazer? (Pedir que
essa pessoa pare; se ela não parar, você pode denunciá-la.)
b. Se alguém está mascando um chiclete na escola, quebrando uma regra da
escola, o que você deve fazer? (Provavelmente, nada. Essa situação não é
perigosa, apesar de ser uma regra da escola.)
c. Se alguém estiver desenhando enquanto o professor pede que todos leiam um
livro, o que você deve fazer? (Provavelmente, nada. Não é o seu trabalho
denunciar a outra pessoa.
d. Se alguém estiver queimando papel higiênico no banheiro, o que você deve
fazer? (Pedir que essa pessoa pare; se ela não parar, conte a um adulto.)
e. Se é esperado que todas as pessoas que estão na fila da cantina peguem apenas
uma caixa de leite, mas alguém pegou duas, o que você deve fazer? (Se houver
leite suficiente para todos, não precisa fazer nada.)
f. Se um colega está incomodando, sussurrando para você enquanto o professor
está falando, o que você pode fazer? (Pedir que seu colega pare pois ele está
incomodando você diretamente; apenas denuncie se ele não parar.)
g. Se um colega de sala está perturbando um outro colega cutucando o ombro
dele, o que você deve fazer? (Provavelmente, nada pois isso não é perigoso e
não impacta você diretamente.)
2. Redirecione ocasiões de intrigas desnecessárias perguntando “Foi algo perigoso? A
pessoa estava machucando você? Você pediu primeiro que ela parasse?”
3. Você pode atrair a habilidade quebrando regras que não são perigosas na frente dos
estudantes ou os incomodando gentilmente (exemplo: mascar chiclete ou cutucar o
ombro deles repetidamente).
4. Forneça recompensas para recusas de falar aos outros o que fazer.
a. Dê elogio verbal quando estudantes se recusam em falar aos outros o que
fazer.
c. Dê fichas, moedas ou pontos por ocasiões em que alguém quebrou uma
regra e o estudante agiu apropriadamente. Quando ele conseguir um
número previamente acordado de fichas, forneça um prêmio especial
(exemplos: lanche, adesivos, oportunidade de participar de um jogo
157 especial).
NÚMERO 41
Modéstia
1. Modéstia significa apresentar suas habilidades como “boas”, mas não como
“ótimas”. Isso significa que você não se gaba sobre seus talentos ou sobre suas
realizações na frente de outras pessoas.
3. Modéstia seria...
a. Entregar sua tarefa de casa feita sem dizer a todos da sala “Eu fiz toda a minha
tarefa de casa.”
b. Responder algumas, mas não todas as perguntas que o professor faz em sala.
c. Pensar, mas não falar sobre todos os seus talentos e realizações a menos que
alguém pergunte a você sobre eles.
Prática
Quando?
O que aconteceu?
158
Atividades Sugeridas para Treinar a Modéstia
3. Atraia a habilidade agindo como se você tivesse dificuldade com algo que os
alunos dominam (exemplo: “Estou tendo muita dificuldade com essa soletração”).
Forneça dicas para que os estudantes ofereçam ajuda ao invés de se gabarem.
159
NÚMERO 42
6. Pague pela refeição, pelo filme ou pela atividade a menos que a outra pessoa
insista em pagar uma parte.
160
Atividades Sugeridas para Convidar Alguém para Sair
161
NÚMERO 43
Convidar Apropriadamente
1. Tocar apropriadamente é quando você toca pessoas das formas que elas querem
ser tocadas. Tocar inapropriadamente é tocar de uma forma que faça a pessoa se
sentir mal.
2. Se você não tem certeza se um certo tipo de toque vai ou não incomodar os
outros, pergunte antes de tocar.
a. Por exemplo, você pode falar “Tudo bem se eu abraçar você?”
Prática
Quando?
O que aconteceu?
162
Atividades Sugeridas para Tocar Apropriadamente
1. A maior parte desta habilidade não deve ser encenada já que ela envolve toques
inapropriados. Você pode usar um formato de jogo para revisar o que é e o que
não é apropriado. Uma opção de formato seria “O Show do Milhão” (ver o
Capítulo 4 para uma descrição). Os estudantes podem revezar respondendo
perguntas que demandem que eles decidam se um toque é ou não apropriado.
Exemplos de perguntas são listados a seguir.
a. Passe pela tabela na página da habilidade e pergunte sobre cada tipo de
pessoa e de toque. Por exemplo, “Tudo bem dar um aperto de mão na sua
mãe?” Para respostas que não são tão claras (indicadas por uma interrogação
na tabela), dê recompensas extras para bons comentários.
b. Assim como o conjunto de perguntas acima, passe pela tabela na página da
habilidade e pergunte novamente sobre cada pessoa e tipo de toque, mas
desta vez pergunte se tudo bem pedir permissão para engajar em um toque.
Por exemplo, “Tudo bem pedir permissão a um estranho para tocar nas
nádegas dele?”
163
NÚMERO 44
1. Algumas vezes, outras crianças vão pedir ou pressionar você a fazer coisas. Decida
se isso é uma pressão boa ou ruim vinda do colega.
a. Boa pressão dos pares é quando amigos pedem que você faça algo que pode
ajudar você ou outras pessoas.
(1) Como encorajar você a ser gentil com os outros, fazer sua tarefa da escola,
praticar um esporte ou um hobby ou ajudar um amigo.
b. Pressão ruim dos pares é quando amigos pedem que você faça algo que vai
colocar você numa enrascada, machucar outras pessoas ou quando eles
insistem que apenas serão seus amigos se você fizer o que está sendo pedido.
Isso inclui:
(1) Fazer uma pegadinha com alguém.
(2) Experimentar uma droga ou fazer alguma outra coisa que é perigosa.
3. Se você não tem certeza se o que a outra pessoa está dizendo é bom ou ruim,
peça conselho a uma pessoa que você confia.
Prática
Quando?
O que aconteceu?
164
Atividades Sugeridas para Lidar com a Pressão dos Pares
1. Muitas vezes, estudantes não sabem quando os colegas estão exercendo uma
pressão positiva ou negativa e o desejo de pertencer ao grupo pode fazer com que
eles façam o que foi pedido mesmo quando eles não têm certeza se está tudo bem.
Além de trabalhar nas etapas da habilidade de LIDAR COM A PRESSÃO DOS PARES,
professores e pais devem primeiro abordar as seguintes questões:
a. Peça que o aprendiz faça uma lista de estudantes e funcionários em quem ele
pode confiar para pedir conselhos. Essas devem ser as pessoas por quem o
estudante irá procurar quando os colegas pedirem para fazer algo que ele não
sabe se é bom ou não.
b. Ajude o estudante a fazer outra lista de pessoas que se importam e gostam dele,
e que não pediriam que ele fizesse coisas perigosas ou prejudiciais. Explique que
elas são amigas de verdade e que aquelas que pedem para ele fazer coisas
perigosas ou prejudiciais apenas para que ele se sinta aceito não são amigos de
verdade.
2. Pratique ou simplesmente discuta sobre situações que representam pressão dos
pares boa e ruim, junto a quem perguntar se o estudante não tem certeza sobre o
que fazer. Algumas situações sugeridas:
a. Um colega pede que o estudante o ajude a roubar um doce de uma loja,
explicando que todo mundo faz isso. (Ruim)
b. Um colega encoraja o estudante a terminar a tarefa da escola para que eles
possam brincar. (Boa)
c. Um colega encoraja o estudante a parar de fazer a tarefa de casa e ir brincar.
(Ruim)
d. Um colega pede dinheiro em troca de amizade. (Ruim)
e. Um grupo de colegas fala que o estudante precisa ser duro e desafiar o professor
para poder ser visto como popular e ser aceito no grupo deles. (Ruim)
f. Um colega encoraja o estudante a continuar praticando um esporte ou um
instrumento musical. (Boa)
g. Um colega fala ao estudante que uma amiga quer sair com ele e que ele deve
convidá-la para sair. (Confusa; pergunte a alguém que você confia)
h. Um colega falando ao aprendiz que um outro estudante é maldoso e que ele deve
evitar ser amigo dele. (Confusa; pergunte a alguém que você confia)
3. Atraia a habilidade. Propositalmente, peça que o aprendiz faça algo que seria
prejudicial e espere ou forneça dicas para que ele se recuse a fazer ou peça conselhos
a alguém que ele confia. NOTA: APENAS FAÇA ISSO COM ESTUDANTES QUE
ENTENDAM QUE ISSO É UMA ENCENAÇÃO E UM TESTE DE JULGAMENTO.
4. Forneça recompensas para respostas de apropriadas de LIDAR COM A PRESSÃO DOS
PARES.
a. Dê elogio verbal para respostas corretas ou parcialmente corretas de LIDAR
COM A PRESSÃO DOS PARES.
b. Dê fichas, moedas ou pontos por repostas de LIDAR COM A PRESSÃO DOS
PARES. Quando ele conseguir um número previamente acordado de fichas,
165 forneça um prêmio especial (exemplos: lanche, adesivos, oportunidade de
NÚMERO 45
1. Algumas vezes, as pessoas dizem coisas maldosas obre as outras que são falsas
(não verdadeiras).
3. Não espalhe para outras pessoas um rumor falso. Isso fará as pessoas aborrecidas.
Prática
Quando?
O que aconteceu?
166
Atividades Sugeridas para Lidar com Rumores
3. Atraia a habilidade. Primeiro, diga aos estudantes que nas próximas horas você irá
testar a capacidade deles de lidar com rumores. Algum tempo depois, diga algo
falso aos estudantes, mas nada que possa causar perigo. Por exemplo, diga que
você irá voar até a lua amanhã. Espere cerca de 30 minutos para ver se o
estudante fala a outra pessoa ou decide pedir um conselho sobre a veracidade da
declaração. NOTA: APENAS FAÇA ISSO COM ESTUDANTES QUE ENTANDAM QUE
ISSO É UMA ENCENAÇÃO E UM TESTE DE JULGAMENTO.
167
NÚMERO 46
168
Atividades Sugeridas para Ligar para um Amigo por Telefone
2. Estudantes geralmente têm medo de usar o telefone com os colegas. Eles podem
praticar começando a escrever uma carta, usando o e-mail, ligando para o líder do
grupo (terapeuta, professor, pai) pelo telefone, ligando para outro membro do
grupo e, finalmente, ligando para um colega fora do grupo do treinamento.
3. Atraia a habilidade. Peça que os estudantes tomem uma decisão sobre qual
lanche ou atividade eles querem fazer na próxima vez que vocês se encontrarem
e peça que eles liguem para você para contar a decisão.
169
NÚMERO 47
Atender o Telefone
Diga “Oi”.
Pergunte o nome de quem está ligando, “Quem está falando, por favor?”
Descubra por que a pessoa está ligando. “Com quem você quer falar?”
2. Estudantes geralmente têm medo de usar o telefone com os colegas. Eles podem
praticar começando a responder uma carta, um e-mail, atendendo uma ligação do
líder do grupo (terapeuta, professor, pai), de um outro membro do grupo e,
finalmente, de um colega fora do grupo do treinamento.
3. Atraia a habilidade. Peça que os estudantes tomem uma decisão sobre qual
lanche ou atividade eles querem fazer na próxima vez que vocês se encontrarem
e diga que você irá ligar para eles para saber a decisão.
171
NÚMERO 48
Reconhecer Sentimentos
(Construindo Consciência sobre Sentimentos)
Página do Diário
Data:
172
Atividades Sugeridas para Reconhecer Sentimentos
173
CONTINUAÇÃO - Atividades Sugeridas para Reconhecer Sentimentos
6. Brinque de charadas:
a. Use dois conjuntos de cartinhas - um com palavras sobre sentimentos e outro com
atividades diferentes (exemplos: boliche, comer, escrever, assistir TV etc.).
b. Cada pessoa pega uma cartinha do sentimento e uma da atividade e tenta encenar
o sentimento aplicado à atividade.
c. Os observadores devem adivinhar o que a pessoa está fazendo, o que ela está
sentindo e por que ela se sente daquela forma.
7. Brinque o jogo do “quente ou frio” sem palavras.
a. Esconda um item (lanche ou guloseima preferida) na sala enquanto os estudantes
não estão na sala. Quando eles voltarem, peça que eles olhem para o seu rosto
para descobrir onde o item está. Faça uma expressão exagerada de feliz quando
eles estiverem perto do item e uma expressão de triste ou bravo quando eles
estiverem longe.
b. Instrua os alunos a continuar verificando seu rosto em busca de pistas de quão
perto eles estão, em vez de procura na sala sem fazer referência ao seu rosto.
8. Use um jogo de tabuleiro e dê pontos ou oportunidades extras se os estudantes
conseguirem identificar corretamente seus sentimentos e intenções durante o jogo.
a. Por exemplo, ao brincar com o jogo de tabuleiro, roube uma peça do estudante
quando ele não estiver olhando e demonstre uma expressão facial de bravo ou de
brincalhão (feliz). Quando ele notar, pergunte se ele acha que você está brincando
(expressão feliz) ou tentando irritá-lo (expressão de bravo). Garanta que ele está
olhando para você antes de decidir ao invés de estar apenas tentando adivinhar. Se
ele conseguir identificar seu sentimento, dê um ponto ou uma oportunidade extra
de jogar. Lembre os estudantes como é importante determinar quando os colegas
estão apenas brincando ou quando eles estão tentando aborrecer você durante
jogos.
b. Periodicamente, fique chateado durante um jogo quando estiver perdendo ou
quando perder a vez. Se os estudantes conseguirem reconhecer seu sentimento,
dê um ponto extra ou uma oportunidade extra. Se eles também disserem coisas
positivas, como “Você vai se sair melhor na próxima vez” ou “Você pode tentar de
novo,” dê outro ponto extra. Lembre-os que é assim que se ganha o jogo da
amizade, reconhecendo os sentimentos dos outros e tentando fazer com que eles
se sintam melhor.
9. Ajude os estudantes a manter um diário sobre o que os faz felizes, bravos, tristes,
assustados e outros sentimentos. Isso pode servir no futuro como tópicos para serem
discutidos durante momentos de conversa em um grupo pequeno para crianças do
ensino fundamental até a idade adulta.
a. Use a estrutura da Página do Diário para que registros sejam feitos no diário.
b. Use as entradas do diário como tópicos de conversação durante momentos de
conversa com o grupo. Encoraje os membros a mostrarem compreensão pelo relato de
um outro membro no diário (ver MOSTRAR COMPREENSÃO PELOS SENTIMENTOS DE
OUTRAS PESSOAS). Incentive os membros a ajudar uns aos outros a pensar em
174 estratégias como lidar com as situações relatadas nos diários.
NÚMERO 49
Termômetro de Sentimentos
50
30
10
175
NÚMERO 50
Manter a Calma
1,2,3,4,5,6,7,8,9,10
4. Faça algo divertido para se sentir melhor. Jogue um jogo, leia, desenhe ou use o
computador.
176
Atividades Sugeridas para Manter a Calma
1. Há duas abordagens para lidar com raiva e chateação: Manter a calma quando já
estiver chateado e evitar ficar chateado ao lidar com gatilhos que causam
incômodo em você. Combine as duas abordagens dando aos estudantes um
procedimento para ser usado quando eles estiverem chateados e ensinando-os
como lidar com gatilhos comuns para que eles não fiquem chateados.
a. MANTER A CALMA é apenas proposto para oferecer aos estudantes um
procedimento para usar quando eles já estiverem chateados e precisam se
acalmar.
b. Ensine-os como evitar ficar chateados aprendendo como lidar com gatilhos
comuns que causam incômodo a eles. Isso envolve aprender outras
habilidades mostradas neste manual, como LIDAR COM COMETER UM ERRO,
LIDAR COM PERDAS, ACEITAR “NÃO” COMO RESPOSTA, LIDAR COM
PROVOCAÇÕES e ACEITAR CRÍTICAS. Você deve antecipar para os alunos
quando eles podem entrar em contato com um gatilho e lembrá-los com
antecedência o que fazer se um gatilho ocorrer. Por exemplo, antes de jogar
um jogo você pode dizer “Você pode perder este jogo, mas se você não ficar
com raiva, você pode ganhar um amigo e eu te darei uma recompensa se você
souber como lidar ao perder um jogo.”
3. Atraia a habilidade. Isso significa fazer algo que exija que o estudante mostre
como se acalmar. Por exemplo, provoque uma frustração na criança se recusando
a dar a ele algo que ele quer. Forneça dicas para que ele se acalme ou espere.
Faça isso apenas depois que ele tiver aprendido a se acalmar e garanta que está
escolhendo situações que irão frustrá-lo apenas levemente. Por exemplo, se a
criança geralmente não fica chateada quando ela não pode assistir TV, escolha
essa situação para praticar. À medida que ela se torna mais adepta com o
procedimento de se acalmar, escolha situações um pouco mais frustrantes.
177
CONTINUAÇÃO - Atividades Sugeridas para Manter a Calma
178
NÚMERO 51
Solucionar Problemas
1. Mantenha a calma. Diga a si próprio “Eu posso resolver esse problema se eu ficar
calmo.”
Prática
Quando?
O que aconteceu?
179
Atividades Sugeridas para Solucionar Problemas
180
CONTINUAÇÃO - Atividades Sugeridas para Solucionar Problemas
3. Atraia a habilidade. Isso significa fazer algo que exija que o estudante resolva um
problema.
a. Por exemplo, durante um jogo, pegue uma peça dos estudantes ou tente
trapacear de alguma forma. Lembre-os que se eles ficarem calmos, eles podem
resolver o problema. Em seguida, oriente-os nas possíveis soluções. Talvez eles se
imponham ou tentem trapacear de volta ou apenas riam e peçam a peça de volta.
b. Veja as sugestões de habilidades listadas no item #2.
181
NÚMERO 52
1. É melhor falar sobre os seus sentimentos do que agir com raiva. Você não vai se
prejudicar por falar sobre os seus sentimentos, mas você pode se prejudicar se
agir com raiva.
4. Se a pessoa disser que sim, conte a ela como você se sente. Se ela disser que não,
fale com ela depois ou encontre uma outra pessoa para conversar nesse
momento.
Prática
Quando?
O que aconteceu?
182
Atividades Sugeridas para Falar com os Outros quando se Sentir Chateado
2. Atraia a habilidade. Isso significa fazer algo que exija que o estudante diga a você
que está chateado.
a. Pratique isso durante um momento de brincadeira livre trapaceando ou
roubando uma peça do jogo e ajudando os estudantes a falar como se sentem
ao invés de bater, jogar ou algum outro tipo de comportamento dessa
natureza.
183
NÚMERO 53
Prática
Quando?
O que aconteceu?
184
Atividades Sugeridas para Lidar com Problemas Familiares
185
NÚMERO 54
Entender a Raiva
Eu sinto
(sentimento)
quando você
(Descreva as ações da outra pessoa. Não a insulte.)
porque
(Descreva por que você se sente de tal forma.)
2. Quando as crianças ficarem com raiva, nós podemos fornecer dicas para que
elas usem alguns aspectos da habilidade como mudar os pensamentos, se
distrair ou se defender.
3. Atraia a habilidade. Diga aos estudantes que você fará com que eles sintam
um pouco de raive e, então, dê dicas para que eles usem uma estratégia da
habilidade. O objetivo não é fazê-los sentir raiva, apenas fazer com que eles se
mantenham pensando sobre como usar a habilidade. Dessa forma, não faça
algo que os fariam ficar com muita raiva.
187
Registro de Raiva
Data: Nome:
Gatilho: Escreva ou desenhe sobre uma situação que desencadeou sua raiva. Foi uma
provocação, um erro cometido, ter perdido um jogo, não ter acesso a algo ou alguma outra
coisa?
Sentimentos:
Um pouco Com quanta
Raivaraiva eu estava?
Moderada Muita raiva Raiva extrema
Mudança nos sentimentos: Escreva ou desenhe formas de pensar sobre a situação que não
fazem você ficar com raiva.
Formas de se distrair: Escreva ou desenhe formas de tirar sua mente do que está perturbando
você.
188
Atividades Sugeridas para Usar o Registro de Raiva
189
NÚMERO 55
1. Diga para você mesmo “Tudo bem cometer um erro. Erros nos ajudam a
aprender.”
2. Pense sobre o que você pode fazer para extrair um aprendizado do seu erro.
a. Tente novamente até que você consiga acertar.
b. Peça ajuda.
c. Peça desculpa se o seu erro incomodou outra pessoa.
Prática
Quando?
O que aconteceu?
190
Atividades Sugeridas para Lidar com Cometer um Erro
3. Atraia a habilidade. Isso significa fazer algo que exija que o estudante mostre
como lidar com um erro. Por exemplo, peça que a criança cometa um erro na
semana seguinte. Propositalmente, forneça tarefas difíceis para que ela faça e
diga que você está mais interessado em como ela lida com os erros do que se
ela consegue evitar erros – você de fato espera que ela cometa um erro.
191
NÚMERO 56
Eu vou
tentar.
Você pode
me ajudar?
Posso fazer
uma pausa?
4. Tente novamente.
Prática
Quando?
O que aconteceu?
192
Atividades Sugeridas para Tentar Quando a Tarefa for Difícil
1. Muitas vezes, os estudantes se recusam a tentar uma determinada tarefa porque ela é
muito difícil ou porque eles desenvolveram uma atitude de impotência em que
pensam que não conseguem fazer algo porque tiveram problemas com isso no
passado. Adicionalmente a trabalhar nas etapas da habilidade de lidar com trabalhos
difíceis, professores e pais devem primeiro abordar os seguintes aspectos:
a. Se a tarefa for muito difícil, modifique-a mudando a natureza do trabalho para
etapas mais simples ou mudando a quantidade de trabalho. Algumas vezes, pedir
que os estudantes trabalhem por uma quantidade de tempo menor, seguida de
um intervalo ou de uma recompensa, pode ajudá-los a dar início.
b. Para estudantes que desenvolveram uma atitude de impotência, ajudá-los a
trabalhar envolve construir a confiança em sua própria capacidade. Prove que eles
são capazes de fazer a atividade começando com algo que eles conseguem fazer e
mostrando grande encorajamento e elogios conforme eles se engajam.
2. Pratique os passos de como TENTAR QUANDO A TAREFA FOR DIFÍCIL.
NOTA: Durante a encenação, estabeleça um limite sobre o tempo do intervalo e
quantos intervalos são permitidos. Permitir um intervalo de 5 minutos por assunto ou
por aula pode ser uma boa ideia. Não é bom fazer pausas repetidamente, mas é
melhor pedir um intervalo do que engajar numa birra quando estiver muito frustrado.
Sugestões de cenários envolvem:
a. Dar uma tarefa moderadamente desafiadora ao aluno (algo que ele consegue
fazer parcialmente).
b. Pedir que o aluno realize uma atividade física (exemplo: agarrar uma bola ou pular
corda) que seja moderadamente desafiadora (ele consegue fazer apenas
parcialmente).
3. Atraia a habilidade. Peça que o estudante faça algo moderadamente difícil de realizar
(algo que ele consegue fazer apenas parcialmente). Forneça dicas ou espere que ele
tente fazer, peça ajuda ou peça uma pausa.
4. Forneça recompensas para respostas de TENTAR QUANDO A TAREFA FOR DIFÍCIL.
a. Dê elogio verbal para respostas corretas ou parcialmente corretas de TENTAR
QUANDO A TAREFA FOR DIFÍCIL.
b. Dê fichas, moedas ou pontos por períodos em que o estudante tenta fazer a
atividade ou apropriadamente pede por ajuda ou por uma pausa.
(1) Você pode fornecer fichas depois de cada período ou unidade da tarefa.
Quanto mais distraído o aluno estiver enquanto trabalha, mais
frequentemente a ficha deve ser fornecida. Se as fichas não mantiverem o
aluno focado, tente entregar as fichas em intervalos mais curtos.
(2) As fichas só podem ser recebidas por tentativas de fazer a tarefa, por pedidos
de ajuda ou por fazer não mais que uma pausa. Se os estudantes não voltarem
do intervalo, não receberão as fichas.
(3) Quando o estudante conseguir um número previamente acordado de fichas,
forneça um prêmio especial (exemplos: lanche, adesivos, oportunidade de
participar de um jogo especial). As recompensas são cruciais, já que elas
devem ser mais fortes do que a necessidade de escapar da frustração. Pode
levar tempo para descobrir quais são as melhores recompensas, mas cada
estudante tem algo que funciona como tal.
193
NÚMERO 57
2. Diga a si mesmo que é normal sentir medo na primeira vez e que depois de
tentar, você se sentirá melhor.
5. Tente.
Prática
Quando?
O que aconteceu?
194
Atividades Sugeridas para Tentar algo Novo
1. Crianças geralmente têm medo de tentar algo novo porque elas podem ter
tido experiências negativas anteriores com situações novas e/ou porque elas
não se adaptam facilmente a novas situações sociais onde as regras não são
claras. Durante a prática desta habilidade, é melhor expô-las gradualmente ao
material novo com as mudanças menos assustadoras primeiro.
a. Uma forma de praticar é pegar um jogo já conhecido e mudar as regras
levemente. Os estudantes podem revezar a vez mudando as regras até
que o jogo se torne um jogo diferente. Essa atividade não apenas exige
que os participantes lidem com algo novo, mas também envolve
habilidades de negociação e de criatividade.
b. Pratique novas tarefas de sala de aula. Novamente, é melhor fazer a
introdução de forma gradual com o material mais novo vindo depois de
um material levemente ajustado.
c. Com o uso de vídeos, fotos ou depoimentos de outras pessoas, você pode
introduzir novos lugares para que o individuo possa conhecer. Novas
escolas, clubes de depois da aula ou destinos de férias podem ser
gradualmente introduzidos em forma de foto, vídeo e de descrições
verbais. Em seguida, visitas para observar o local sem permanecer lá
podem ser feitas, seguidas de uma participação mais ativa no novo local.
195
NÚMERO 58
Posso
ajudar?
Prática
Quando?
O que aconteceu?
196
Atividades Sugeridas para Mostrar Compreensão pelos Sentimentos de Outras
Pessoas (Da pré-escola ao Ensino Fundamental)
2. Atraia a habilidade. Isso significa fazer algo que exija que o estudante mostre
compreensão. Por exemplo, finja que está chateado, que caiu ou que perdeu
algo. Forneça dicas ou espere que o estudante pergunte se você está bem e te
ofereça ajuda.
197
NÚMERO 59
Prática
Quando?
O que aconteceu?
198
Atividades Sugeridas para Mostrar Compreensão pelos Sentimentos de Outras Pessoas
(Da pré-adolescência à Idade Adulta)
Animar um Amigo
Prática
Quando?
O que aconteceu?
200
Atividades Sugeridas para Animar um Amigo
201
NÚMERO 61
Ser Assertivo
1. “Assertivo” significa tentar conseguir o que quer sem machucar outras pessoas.
Prática
Quando?
O que aconteceu?
202
Atividades Sugeridas para Ser Assertivo
2. Atraia a habilidade. Isso significa fazer algo que exija que os estudantes sejam
assertivos.
a. Pegue a mochila deles quando eles estiverem precisando dela.
b. Dê um lanche ou uma chance de participar de uma atividade preferida a
todos os presentes, exceto a um estudante em particular até que ele se
imponha sobre essa situação.
203
NÚMERO 62
1. Algumas vezes, pais e professores dizem “não” quando você os pede algo.
Tudo bem.
3. Se você aceitou um “não” como resposta, a outra pessoa ficará feliz e pode
permitir que você faça algo que deseja mais tarde.
Prática
Quando?
O que aconteceu?
204
Atividades Sugeridas para Aceitar “Não” como Resposta
205
NÚMERO 63
Pare com
isso!
2. Mostre que você não se importa com o que a pessoa está dizendo.
Eu não me importo
com o que você diz!
O que? Eu não
estou ouvindo.
4. Conte a um adulto.
Professor, ele está
me provocando.
Prática
Quando?
O que aconteceu?
206
Atividades Sugeridas para Lidar com Provocações
1. Lidar com provocações é uma via de mão dupla. Envolve treinar o estudante e os
colegas. Mesmo que o estudante aprenda todas as formas corretas de lidar com
provocações, os pares ainda podem provocá-lo a menos que eles recebam um
treinamento para serem mais receptivos com todos os alunos. Os pares podem
ser recompensados por não provocarem e por demonstrarem comportamentos
positivos em relação aos colegas. Essa habilidade foca apenas no que o estudante
que é provocado deve fazer.
a. Incentive o estudante a tentar confrontar o provocador ao invés de pedir
ajuda ao professor. Contar ao professor deve ser a última alternativa a menos
que a criança esteja sendo fisicamente ameaçada. Nesse caso, ela deve
procurar um adulto imediatamente.
3. Faça com que os estudantes completem a parte de baixo da folha “Mais Palavras
para Lidar com Provocações”, criando suas próprias respostas para provocações.
207
NÚMERO 64
2. Tente não se chatear. Diga a si mesmo “Não importa o que essa outra pessoa diz.
O que importa é o que eu penso e o que os meus amigos pensam.”
Prática
Quando?
O que aconteceu?
208
NÚMERO 65
Ignorar
Ignore (não olhe nem escute)
“Tem alguém falando?”
“O que? Que? O que?”
“Fale com minha mão porque meus ouvidos não te escutam.”
Falar de Volta
“Assim. Assim. Assim. Assim.” (ironia)
“Não ligo para o que você fala.”
“Tenho coisas melhores para fazer do que te ouvir.”
“Cresça”.
“Muito maduro.” (ironia)
“Olha só quem fala.”
“Que pena que você precisa provocar os outros para se sentir bem sobre si mesmo.”
Denunciar
Não tenha medo de denunciar a pessoa que te provoca quando ela ameaçar ou
machucar você.
209
NÚMERO 66
1. Pense sobre as possíveis razões que fizeram com que você fosse deixado de fora.
2. Se foi porque ninguém sabia que você queria participar, peça para fazer parte.
Prática
Quando?
O que aconteceu?
210
Atividades Sugeridas para Lidar com Ser Deixado de Fora
1. Parte da responsabilidade de garantir que alguém não esteja sendo deixado de fora
cabe aos adultos que estão ao redor dele (exemplos: pais e professores). Nós
devemos criar oportunidades sociais para os estudantes e isso pode envolver
sensibilizar os colegas para as necessidades do estudante e encorajá-los a interagir
com o estudante (ver Capítulo 9 para Treino de Sensibilidade). Entretanto, nós
também podemos ajudar os estudantes a aprender como evitar ser deixado de
fora, como descrito nesta habilidade.
2. Pratique as etapas de como LIDAR COM SER DEIXADO DE FORA. Ideias de
encenação incluem os seguintes cenários:
a. Fingir que um grupo de estudantes está jogando um jogo na hora do recreio e uma
estudante está sentada sozinha. Encene que a estudante não diz nada para indicar
que quer participar da atividade e mostre que essa é a razão pela qual ela foi
deixada de fora. Encene novamente. Desta vez, a estudante tenta participar, mas é
ignorada. Faça com que ela emita declarações positivas para si (exemplo: “Não
importa o que eles pensam”) e, então, faça com que ela procure outras pessoas
com quem brincar. Se isso não funcionar, faça com que ela peça ajuda a um adulto
para encontrar alguém com quem brincar.
b. Faça o mesmo indicado anteriormente, mas desta vez, faça de conta que está
procurando por um parceiro ou um grupo para fazer um trabalho da escola.
3. Peça que os aprendizes façam uma lista dos colegas que são mais propensos a
deixá-los participar. E uma lista de adultos a quem pedir ajuda quando eles forem
deixados de fora de uma atividade que eles querem ou precisam participar.
4. Atraia a habilidade. Diga aos estudantes que você irá testar a capacidade deles de
lidar com ser deixado de fora. Comece uma atividade com um grupo e deixe de
fora um estudante na esperança que ele dirá algo para tentar participar.
5. Corrija maneiras inapropriadas de LIDAR COM SER DEIXADO DE FORA, como não
fazer nada ou responder agressivamente aos outros. Ajude os estudantes a pedir
para participar ou a buscar outra pessoa ou encontrar um adulto para pedir ajuda.
6. Forneça recompensas para respostas apropriadas de LIDAR COM SER DEIXADO DE
FORA.
a. Dê elogio verbal para respostas corretas ou parcialmente corretas de LIDAR
COM SER DEIXADO DE FORA (pedir para participar, buscar outra pessoa,
pedir ajuda).
b. Dê fichas, moedas ou pontos todas as vezes que o estudante lida
efetivamente com o fato de ser deixado de fora (pede para participar, busca
outra pessoa, pede ajuda). Quando ele conseguir um número de fichas
previamente acordado, forneça uma recompensa especial (exemplos:
lanche, adesivos ou oportunidade de participar de um jogo especial).
211
NÚMERO 67
1. Muitas vezes outras crianças pedem ou pressionam você a fazer algumas coisas.
Entenda se o que elas querem que você faça é algo bom ou ruim.
a. Boa pressão dos pares é quando amigos pedem que você faça algo que pode
ajudar você ou outras pessoas.
(1) Como encorajar você a ser gentil com os outros, fazer sua tarefa da escola,
praticar um esporte ou um hobby ou ajudar um amigo.
b. Pressão ruim dos pares é quando amigos pedem que você faça algo que vai
colocar você numa enrascada, machucar outras pessoas ou quando eles
insistem que apenas serão seus amigos se você fizer o que está sendo pedido.
Isso inclui:
(1) Fazer uma pegadinha com alguém.
(2) Experimentar uma droga ou fazer alguma outra coisa que é perigosa.
3. Esta habilidade se aplica quando alguém finge ajudar você, mas na verdade ela
está tentando que você faça algo que irá te machucar. Se você não tem certeza se
o que a pessoa está pedindo é algo bom ou não, peça um conselho a alguém que
você confia.
Prática
Quando?
O que aconteceu?
212
Atividades Sugeridas para Evitar Ser Manipulado
1. Esta habilidade envolve todas as etapas de LIDAR COM A PRESSÃO DOS PARES e
adiciona informações sobre o que significa ser manipulado. Portanto, todas as
atividades apresentadas em LIDAR COM A PRESSÃO DOS PARES podem ser usadas aqui.
As crianças geralmente não sabem quando um colega está exercendo uma pressão
positiva ou negativa e o desejo de pertencer a um grupo as conduzem a ceder à pressão
mesmo quando elas não têm certeza sobre a natureza da pressão. Além de trabalhar
nas etapas de LIDAR COM A PRESSÃO DOS PARES, professores e pais devem primeiro
abordar as seguintes questões:
a. Peça que o aprendiz faça uma lista de estudantes e funcionários em quem ele pode
confiar para pedir conselhos. Essas devem ser as pessoas por quem o estudante irá
procurar quando os colegas pedirem para fazer algo que ele não sabe se é bom ou
não.
b. Ajude o estudante a fazer outra lista de pessoas que se importam e gostam dele, e
que não pediriam que ele fizesse coisas perigosas ou prejudiciais. Explique que elas
são amigas de verdade e que aquelas que pedem para ele fazer coisas perigosas ou
prejudiciais apenas para que ele se sinta aceito não são amigos de verdade.
2. Pratique ou simplesmente discuta sobre situações que representam pressão dos pares
boa e ruim, junto a quem perguntar se o estudante não tem certeza sobre o que fazer.
Algumas situações sugeridas:
a. Um colega pede que o estudante o ajude a roubar um doce de uma loja, explicando
que todo mundo faz isso. (Ruim)
b. Um colega encoraja o estudante a terminar a tarefa da escola para que eles possam
brincar. (Boa)
c. Um colega encoraja o estudante a parar de fazer a tarefa de casa e ir brincar. (Ruim)
d. Um colega pede dinheiro em troca de amizade. (Ruim)
e. Um grupo de colegas fala que o estudante precisa ser duro e desafiar o professor
para poder ser visto como popular e ser aceito no grupo deles. (Ruim)
f. Um colega encoraja o estudante a continuar praticando um esporte ou um
instrumento musical. (Boa)
g. Um colega fala ao estudante que uma amiga quer sair com ele e que ele deve
convidá-la para sair. (Confusa; pergunte a alguém que você confia)
h. Um colega falando ao aprendiz que um outro estudante é maldoso e que ele deve
evitar ser amigo dele. (Confusa; pergunte a alguém que você confia)
3. Atraia a habilidade. Peça que o aprendiz faça algo que seria prejudicial e espere ou
forneça dicas para que ele se recuse a fazer ou peça conselhos a alguém em quem
confia. NOTA: APENAS FAÇA ISSO COM ESTUDANTES QUE ENTENDAM QUE ISSO É UMA
ENCENAÇÃO E UM TESTE DE JULGAMENTO.
4. Forneça recompensas para respostas apropriadas de EVITAR SER MANIPULADO.
a. Dê elogio verbal para pedidos de conselhos antes de fazer algo que pode ter
sido “manipulado”.
b. Dê fichas, moedas ou pontos por pedidos de conselhos antes de fazer algo
pode ter sido “manipulado”. Quando o estudante conseguir um número
previamente acordado de fichas, forneça um prêmio especial (exemplos:
lanche, adesivos, oportunidade de participar de um jogo especial).
213
NÚMERO 68
3. Se a pessoa não consegue mudar o que está fazendo, não diga nada.
SE VOCÊ NÃO TEM ALGO POSITIVO PARA SUGERIR, NÃO FALE NADA.
a. Você pode tentar ignorar, distrair a si próprio ou sugerir uma solução que não
envolva a pessoa em questão.
Prática
Quando?
O que aconteceu?
214
Atividades Sugeridas para Fornecer Críticas de Forma Positiva
2. Atraia a habilidade. Faça algo que você pode mudar (como interromper
constantemente o estudante) ou algo que você não pode mudar (como pedir que
eles caminhem com você até o parque quando você precisa andar devagar pois
está machucado). Forneça dicas para que eles usem uma declaração que fale de si
para as coisas que você pode mudar e se recusem a fazer críticas para as ações
que você não pode mudar.
215
NÚMERO 69
Aceitar Críticas
1. Pare e lembre-se de ficar calmo. Se você ficar com raiva, faz parecer que você tem
que ser perfeito. Ninguém é perfeito; todos nós cometemos erros. É assim que
aprendemos.
Prática
Quando?
O que aconteceu?
216
Atividades Sugeridas para Aceitar Críticas
2. Atraia a habilidade. Peça aos estudantes que eles corrijam uma tarefa acadêmica.
Em seguida, pergunte se tal solicitação foi útil ou ofensiva. Revise os motivos
pelos quais pode ser útil aceitar críticas.
217
NÚMERO 70
Prática
Quando?
O que aconteceu?
218
Atividades Sugeridas para Ter uma Atitude Respeitosa
1. Algumas crianças entendem como ser respeitosas, mas escolhem não ser por
causa de uma raiva crônica ou de uma depressão. Tais crianças precisam mais do
que esta habilidade. Elas devem ser encaminhadas a um profissional da saúde
mental para receberem uma avaliação que determine todos os fatores que
contribuem para as suas condições. Para as crianças com atitudes desrespeitosas
pontuais e que podem não entender completamente como estão impactando
outras pessoas, esta lição pode ser bastante útil.
2. Esta habilidade é formada por várias habilidades anteriores como NÃO SER UM
INVASOR DE ESPAÇO PESSOAL, TOM DE VOZ, SE COMPROMETER, RESPEITAR OS
LIMITES PESSOAIS e FALAR VERSUS AGIR COM OS SENTIMENTOS. Assim, as
encenações de cada uma dessas habilidades podem ser usadas para revisar a
presente habilidade. A nova etapa desta habilidade é compreender a diferença
entre pedidos e exigências. Algumas sugestões de encenações são fornecidas a
seguir.
a. Revise a distância apropriada para falar com outras pessoas, para ficar numa
fila ou para andar em corredores.
b. Encene a diferença entre pedir e exigir algo como um lanche, uma
oportunidade de ir a algum lugar como um parque, de jogar um jogo especial
ou de parar de trabalhar.
c. Encene os mesmos cenários acima com tons de voz respeitoso e
desrespeitoso. Grave as encenações para que os estudantes possam ouvir
como eles soam.
d. Revise se comprometer versus exigir brincar com o que você quer. Use
diferentes jogos para praticar.
e. Finja que alguém está com raiva porque não queria vir ao grupo, à escola ou
porque alguém o perturbou mais cedo. Encene falar versus agir com os
sentimentos. Mencione como é injusto descontar sua raiva em alguém que
não causou o problema.
219
Capítulo 9
Promovendo a Aceitação dos Pares por meio de Treino de Sensibilidade e
Programas de Incentivo
Como mencionado no início deste livro, treinar pares “típicos” é um elemento crucial de
um programa de habilidades sociais abrangente. Dificuldades sociais são definidas como um
déficit de habilidade para o estudante com a desabilidade social e um problema de aceitação
desse fato por parte dos pares. Portanto, a intervenção também deve focar em ensinar os pares
típicos a como ser mais receptivos. Na minha experiência, incluir pares típicos como um foco da
intervenção promove resultados melhores e mais rápidos, já que os pares típicos podem
aprender a ser compreensivos com o estudante que tem uma desabilidade mais rapidamente
do que um estudante com desabilidade pode aprender a interagir mais apropriadamente com
seus pares.
O treino para os pares típicos envolve no mínimo dois componentes: (a) aulas de
sensibilidade para tornar-se mais receptivo com os estudantes de necessidades especiais e (b)
atividades e programas de incentivo que promovam a generalização e prática das habilidades
de sensibilidade nas situações em que elas são necessárias.
O treino de sensibilidade neste contexto envolve ir à sala de aula de uma criança com
uma desabilidade e explicar aos colegas como aquele estudante é diferente e como eles podem
ser úteis ao incluir a criança numa conversa e numa brincadeira, ao oferecer ajuda quando ela
estiver chateada e ao defendê-la se alguém provocá-la. Pais e professores muitas vezes se
preocupam que tal lição exalte as dificuldades do estudante, causando provocação ou rejeição.
Isso pode ser verdade para um aluno que não tem absolutamente nenhuma diferença
comportamental perceptível em relação aos colegas. Entretanto, nesse caso, não há
necessidade de conduzir um treino de sensibilidade.
Para muitas crianças com uma desabilidade social como SA, os pares típicos já sabem
que determinado estudante tem um comportamento diferente (ou um comportamento
“irritante”) e já podem ter começado a provocar, ignorar ou rejeitar o estudante. Dessa forma,
é crucial conduzir uma aula de sensibilidade para explicar os comportamentos “diferentes” do
colega para que eles não achem que tais comportamentos ocorrem de forma intencional para
perturbá-los. Adicionalmente, é importante ressaltar os talentos e as habilidade do estudante
com SA para que os pares típicos possam vir a valorizar o estudante como uma pessoa “inteira”.
A seguir há algumas diretrizes para a condução das lições. As diretrizes são seguidas por
dois exemplos de lições: uma que se aplica do jardim de infância ao terceiro ano e outra que se
aplica a partir do quarto ano.
1. Peça permissão aos pais dos estudantes-alvo para que você possa falar sobre eles na
aula. Discuta as vantagens e desvantagens de fazer isso. Se a criança apresenta
220
diferenças comportamentais perceptíveis, principalmente comportamentos que
incomodam as outras crianças, o treino de sensibilidade pode apenas ajudar a explicar
as diferenças e as causas. Se não há diferenças comportamentais perceptíveis, não há
necessidade de conduzir o treino.
2. Fale com o estudante-alvo sobre seus pontos fortes e suas áreas de dificuldades. É
importante que o estudante entenda algo sobre si mesmo antes de ouvir de um colega.
Se possível, obtenha permissão do estudante para que você possa explicar aos colegas
como ele pode ser igual e como ele pode ser diferente dos outros na sala. Se o
estudante tem dificuldade em fazer amigos, brincar ou conversar com outras pessoas,
diga a ele que você explicará essas dificuldades aos colegas de sala e pedirá a ajuda
desses colegas para que eles falem e brinquem mais com o estudante.
3. Conduza a aula de sensibilidade, preferivelmente sem o estudante-alvo presente.
4. Explore com o professor da sala maneiras de recompensar ou elogiar os pares que
forem gentis ou sensíveis com o estudante-alvo e com os outros (ver a próxima seção).
Várias atividades foram desenvolvidas para promover a aceitação por pares e reforçar
as habilidades ensinadas durante o treino de sensibilidade (Wagner, 1998). A seguir, há uma
descrição de três desses programas. Todos envolvem formas de juntar pares típicos e
estudantes com desabilidades e recompensar os pares pelos seus esforços.
221
Programa de colegas
Este programa é similar ao programa de almoço entre colegas, mas ao invés de ser
usado para a hora do almoço e do recreio, este programa foca em ajudar o estudante com
desabilidades durante a hora da aula ou durante outras responsabilidades escolares.
Novamente, os colegas são solicitados a se voluntariar de forma rotativa e serão
recompensados pela participação.
222
c. Forneçam fichas para qualquer estudante que demonstre um dos comportamentos-
alvo. O objetivo é elogiar ou entregar ao menos duas fichas em cada almoço ou recreio.
d. Essas habilidades podem ser ensinadas aos funcionários da escola da mesma forma que
elas seriam ensinadas aos alunos: explicação didática, fornecimento de modelo e
encenação com feedback. Para isso, você precisa arranjar situações para que o modelo e
as encenações aconteçam (ver o Exemplo de Treino para Almoço/Recreio nas páginas
228-230).
223
Exemplo de Treino de Sensibilidade
(Do Jardim da Infância ao Terceiro Ano)
1. Como seria se todas as pessoas fossem exatamente iguais? O mundo seria um lugar
entediante se todos fôssemos iguais.
[Se o treino de sensibilidade for sobre uma criança especificamente, fale sobre como essa criança é
igual a todos os outros da sala, mas também sobre como ela é diferente. Por exemplo, “Johnny é
igual a muitos de vocês pois ele tem dois braços e duas pernas, gosta de ler e é muito legal. Mas ele
é diferente no sentido de que ele nem sempre sabe o que dizer para poder brincar com as outras
pessoas.” Garanta que você vai falar sobre os talentos e as dificuldades do estudante. Se o
estudante demonstra comportamentos que perturbam os demais, explique como esses
comportamentos não acontecem intencionalmente. Por exemplo, “Algumas vezes Johnny faz sons
engraçados quando o professor pede que ela faça a tarefa. Ele não faz isso para chatear as pessoas.
A verdade é que ele fica nervoso nessa situação. Por isso, não peçam que ele fique calado porque
isso deixa ele com raiva. Deixe que o professor fale com ele.”]
4. Algumas crianças provocam ou não brincam com outras crianças que são um pouco
diferentes. Isso é justo? Como você se sentiria se fosse deixado de fora porque é
diferente de alguma forma?
b. Discuta como é ser deixado de fora da brincadeira por causa de diferenças na cor
dos sapatos ou dos cabelos e olhos. Discuta quão pior seria se os que foram
deixados de fora recebessem provocações. Explique que é isso o que acontece com
as crianças que são deixadas de fora pelo fato de serem muito tímidas ou de não
saberem brincar. Fale aos estudantes como eles podem ajudar os que são deixados
de fora.
[Se o treino de sensibilidade for sobre uma criança especificamente, fale sobre maneiras de ajudar
aquele estudante. Por exemplo, se o estudante não responder quando seu nome for chamado,
explique aos colegas como conseguir chamar a atenção do estudante. Por exemplo, diga “Se Johnny
não responder às suas perguntas, toque no ombro dele para conseguir chamar a atenção. Diga ‘Olhe
para mim, Johnny.’ Então, faça a pergunta novamente. Se não funcionar, tente ficar na frente dele
para que ele olhe para você. Se ainda assim não funcionar, peça ajuda ao professor.”]
225
Exemplo de Treino de Sensibilidade
(A partir do Quarto Ano)
2. Alguém sabe qual seria o sexto sentido? Não; não é sobre ver pessoas mortas
(referência ao filme “O Sexto Sentido”). O sexto sentido é o “sentido social” ou o
“sentido amigo” (Tony Attwood, 1998 – adaptação). O sentido social está relacionado
a:
a. Saber como falar com outras crianças;
b. Saber como brincar com outras crianças;
c. Entender como outras pessoas se sentem.
3. Alguns do nós temos problemas com nosso “sentido amigo”. Isso faz com que seja
difícil fazer amigos. Por exemplo, podemos ter dificuldade em:
a. Saber como falar com outras crianças;
b. Saber como brincar com outras crianças;
c. Entender como outras pessoas se sentem.
[Se o treino de sensibilidade for sobre uma criança especificamente, fale sobre como essa criança
tem dificuldade com seu sentido amigo, apesar de possuir muitos talentos e habilidades. Discuta
sobre as virtudes intelectuais e as dificuldades de socializar dessa criança. Se ela exibe
comportamentos que incomodam os outros alunos como invadir o espaço pessoal dos outros,
explique que tais comportamentos não acontecem intencionalmente para chatear os demais.]
4. As pessoas podem ser bem-sucedidas e prestativas para as outras mesmo que elas
tenham dificuldades com o “sentido amigo”. Certas pessoas famosas tiveram
problemas com o sentido amigo apesar dos seus talentos e sucessos grandiosos. Isso
inclui Albert Einstein, Amadeus Mozart, Thomas Edison, Thomas Jefferson, Temple
Grandin, entre outros. (Comente sobre os dons e talentos dessas pessoas assim
como suas dificuldades sociais.)
5. Como é ter dificuldade com o “sentido amigo”? Use o seguinte exercício para ilustrar.
a. Diga que todas as crianças podem fazer parte de um clube especial se puderem
participar. No clube, você pode ter qualquer coisa que queira, incluindo um prêmio
especial (traga lanches para esse exercício).
b. Tire cinco alunos da sala (selecionados pelo professor por serem resilientes e com
pouca probabilidade de se sentirem envergonhados na frente dos outros).
c. Diga ao restante dos estudantes como eles podem participar do clube. Eles apenas
precisam dizer “Posso participar?” enquanto engajam nos comportamentos secretos
(coçar a cabeça, puxar a orelha e tossir, em qualquer sequência). Pratique por 3
minutos com três ou quatro voluntários até que os estudantes possam realizar esses
comportamentos de forma sutil.
226
CONTINUAÇÃO - Exemplo de Treino de Sensibilidade
(A partir do Quarto Ano)
d. Peça aos cinco estudantes que saíram da sala que voltem e diga-lhes para tentar
entrar no grupo perguntando se podem participar. Depois que o primeiro estudante
pedir, pergunte à sala “Ele fez certo? Ele pode participar?” Vendo que ele não puxou
a orelha, não coçou a cabeça, nem tossiu, o grupo diz “Não; ele não pode
participar.” Então, peça a um dos voluntários que conhece o “código” para pedir
para participar e diga aos cinco estudantes que estavam fora para observar
cuidadosamente. Depois que o estudante é aceito pelo grupo e recebe uma
recompensa, pergunte à sala “Ele fez certo?” A sala diz que sim enquanto ele
demonstra os comportamentos secretos. Então, peça a um dos outros cinco
estudantes que saíram da sala para tentar participar. De forma alternada, convide
os estudantes que sabem e os que não sabem sobre o “código”, recompensando os
que são bem-sucedidos em participar.
e. Pergunte aos cinco estudantes como eles se sentiram antes de descobrirem os
comportamentos secretos. Discuta sobre os sentimentos de raiva, injustiça pelos
outros estarem sendo recompensados, constrangimento por não saber o que fazer,
solidão e qualquer outro que eles possam ter experimentado. Em seguida, fale
sobre como os estudantes que têm dificuldade com o “sentido amigo” muitas vezes
não sabem como participar e é assim que eles se sentem.
f. Certifique que todos os alunos saibam como participar e que todos sejam
recompensados. Elogie fortemente a coragem dos cinco estudantes que
inicialmente não sabiam o segredo de como participar do grupo.
[Se o treino de sensibilidade for sobre uma criança especificamente, fale sobre maneiras concretas
de ajudar esse estudante. Por exemplo, se o estudante não responde a perguntas, explique aos
colegas como conseguir chamar a atenção dele ou como reformular a pergunta.]
227
Exemplo de Treino para o Almoço/Recreio
Justificativa
A hora do almoço/recreio é o momento mais sociável e menos estruturado do dia escolar.
Para muitas crianças, isso significa que elas podem relaxar e ter um intervalo das
demandas do dia. A ausência de estrutura e a natureza social do recesso também o torna
propício para conflitos sociais e possíveis problemas comportamentais. Nós queremos
implementar um programa que pode reduzir problemas comportamentais e promover
uma atmosfera amigável e de cuidado durante o recesso.
Estrutura do Programa
A. Todas as crianças da escola foram ensinadas pelo professor a demonstrar três tipos
de comportamentos “gentis” e “responsáveis” durante a hora do almoço e do
recreio. Esses comportamentos são:
1. Incluir os colegas em conversas e brincadeiras se eles estiverem sozinhos.
2. Defender os colegas que estão sofrendo provocações pedindo ao provocador
que pare ou pedindo ajuda a outra pessoa.
3. Oferecer ajuda aos colegas que parecem chateados ou machucados.
C. Os alunos irão levar as fichas recebidas até o professor responsável. Tal professor
elogiará o aluno pelos comportamentos gentis demonstrados. As fichas serão
acumuladas nas salas de aula e podem ser trocadas por recompensas conforme
determinado pelo professor responsável.
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CONTINUAÇÃO - Exemplo de Treino para o Almoço/Recreio
C. Oferecer ajuda:
1. Capture situações como: Uma pessoa vem ao socorro de alguém que está ferido,
alguém encoraja uma pessoa que está tentando algo difícil (exemplo: “Boa
tentativa” ou “Você jogou bem”).
2. Instrua os estudantes a ajudar.
3. Elogie e forneça fichas por respostas de ajudar o colega.
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CONTINUAÇÃO - Exemplo de Treino para o Almoço/Recreio
C. Ao invés de criticar os estudantes sobre o que eles não fizeram, eduque-os sobre o
que eles podem fazer.
1. Sugira um acordo aos que não concordarem sobre o que brincar.
2. Explique como expressar a raiva por meio de palavras (usando uma declaração
que fale de si e não do outro) ao invés de brigar:
“Eu sinto
quando você
porque
eu gostaria que você fizesse .”
3. Explique como lidar com perdas dizendo “Se você perder uma partida do jogo,
você ainda pode fazer um amigo se não ficar com raiva.”
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