Você está na página 1de 2

INTRODUÇÃO

Comunicação intercultural, como se sabe, não é nada novo. Nômades, missionários


religiosos e guerreiros conquistadores defrontavam-se com povos diferentes desde de o início
dos tempos. Esses confrontos geralmente eram confusos e até mesmo violentos. Hoje o
contato entre culturas é diferente dos de antigamente. São mais abundantes e , por causa da
inter-conexão entre os países, são mais significantes. A evolução da era da informação nos
permitiu a oportunidade de expandir nossos conhecimentos e entender que reconhecer as
diferenças culturais não significa confronto.
Estamos começando a notar que a necessidade de relacionamento entre povos nos une.
Nenhum povo, cultura ou grupo consegue viver distante, isolado ou ser autônomo. Três
desenvolvimentos internacionais contribuem para esta intercomunicação cultural: (1) novas
tecnologias e novos sistemas de informação, (2) mudança na população mundial, (3) a
mudança da economia mundial.1
Diante da mundialização cultural que nosso planeta vive hoje, muito útil se faz o
aprendizado de novas línguas e novas culturas. Um dos temas incontornáveis sobre questões
lingüísticas, atualmente, é o processo de globalização, que vem suscitando debates sobre o uso
de diferentes idiomas na troca de informações entre as várias regiões do globo.
Nesse processo, o inglês, como ‘língua franca’ já estabelecida antes mesmo do início
da disseminação da internet, mantém sua presença dominante sobre as demais línguas
(JURGENS, 2005). Esse avanço vem sendo tema de estudos desenvolvidos numa perspectiva
interdisciplinar, ou seja, utilizando dados obtidos por pesquisas em antropologia, história e
lingüística. Essa observação me levou a refletir sobre a funcionalidade do sistema educacional
brasileiro de ensino-aprendizagem de línguas como ferramenta válida ou não no processo de
formação de sujeitos bilíngües num mundo multicultural.
É de fundamental importância que as crianças sejam introduzidas nesse processo muito
cedo, a partir da Educação Infantil. O professor Ignasi Vila 2, durante o Seminário sobre
bilingüismo, ressaltou o fato de que essa prática é muito positiva, uma vez que na faixa etária
das crianças pré-escolares ainda não há resistências e posturas negativas quanto ao

1
Minhas traduções: SAMOVAR, Larry ; PORTER, Richard: STEFANI, Lisa. Communicatin Between Cultures.
3 ed. Belmont, CA: Wadsworth Publishing Company, 1998. P.2.
2
VILA (1995) da Universidade de Gerona, Espanha.
aprendizado de uma Segunda Língua (L2), o que propicia que mais tarde essas crianças já
tenham adquirido uma postura positiva quanto à L2, facilitando bastante o processo de
educação bilíngüe nas etapas mais avançadas da escolarização.
O interesse pelo tema surge da necessidade de se examinar a importância e a eficiência
da escola bilíngüe na educação infantil e de sua prática no Brasil. O objetivo do trabalho é de
apontar as vantagens e desvantagens do bilinguismo vistas à sociedade brasileira e maneiras
de lidar com o assunto sem discriminação lingüística nem social. Discutirei o papel das
escolas bilíngües no Brasil e sua importância na formação de indivíduos que vivem num país
oficialmente monolingue. Irei apresentar como se dá o bilinguismo na infancia e porque esta é
uma fase considerada adequada para se tornar bilingue.
Para que tais objetivos sejam alcançados é preciso conceituar alguns termos relevantes
à discussão de tal assunto e esclarecer algumas dualidades que o termo bilinguismo vem
causando na teoria e na pratica, além de discutir o papel da escola na formação de brasileiros
bilingues

Você também pode gostar