Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Embora o campo da LA, como um todo, não tenha mostrado nenhum interesse por esses
desenvolvimentos globais, há sinais de que um segmento dos pesquisadores começou a
prestar atenção a eles. O engajamento profissional recente, apresentado em volumes tais
como os que foram editados por Hall & Eggington (2000), Ricento (20002), Block &
Cameron (2002) e Tollefson (2002), marca uma iniciativa muito bem-vinda. Os participantes
desses volumes apresentam sugestões úteis para tratar das implicações teóricas e pedagógicas
da globalização. Contudo, há também uma tendência paralela de usar a globalização como
pretexto para fazer a linguagem não mais que “um veículo para a afirmação de valores e
crenças similares, e para que os falantes desempenhem identidades sociais e papeis similares.
A linguagem se torna um produto global disponível em diferentes sabores locais" (Cameron,
2002: 69-70).
Deve-se ter cuidado com o uso do vocabulário pós-moderno e pós- imperial para não
mascarar tentativas de preservar o status quo. Exemplo notável disso se encontra em uma
proposta recente de Wright (2004) livro Language Policy and Language Planning: from
Nationalism to no Globalization. Nesse livro, ela faz uma louvável apresentação, com muitas
referências, de conceitos tais como política de identidade, nacionalismo pós-nacionalismo
situando-os todos no contexto de política e planejamento linguísticos. Contudo, conclui que a
única solução para o problema linguístico que o mundo globalizado enfrenta está na
necessidade de todas as pessoas no mundo se tornarem bilingues. Recomenda que as pessoas
devem aprender "a as pessoas de língua de seu grupo", que é, na maioria dos casos, a sua
língua nativa, e "a língua de difusão maior", que, claro, é o inglês. Ela afirma que “a língua
do grupo possibilita a socialização, o enraizamento, continuidade e identidade e a língua de
difusão mais ampla permite acesso à educação superior, a redes internacionais, à informação
no campo internacional, à mobilidade social e geográfica" (Wright, 2004: 250). O que ela
evita discutir é a possibilidade clara de que, para todos os propósitos práticos, seu tipo de
bilinguismo para o mundo significaria somente uma coisa: os falantes nativos de inglês se
dariam ao luxo de permanecer monolingues, ao passo que outros teriam de aprender a sua
língua.
A questão não tem a ver com o fato de que aqueles que não falam inglês ao redor do mundo
deveriam aprender inglês ou não. A globalidade da língua e a conectividade da economia
mundial garantirão que o inglês continue a reinar de modo supremo. A questão que deve ser
enfrentada pela comunidade da LA refere-se à dificuldade e à discriminação enfrentadas por
falantes não- nativos de inglês, assim como o poder e o privilégio desfrutados pelos falantes
nativos de inglês. Wright parece não estar consciente de que, como Phillipson (2003: 140)
observa, no contexto de política linguística da União Europeia
O problema aqui diz respeito ao fato de ser ou não adequado ter a expectativa de que um
falante estrangeiro de uma língua deva usar a língua exatamente como um falante nativo.
Qualquer pessoa que se expressa regularmente em uma língua estrangeira conhece bem o
desafio enfrentado para se expressar, com o mesmo grau de complexidade, persuasão e
correção de sua língua materna.
pode haver todas haver língua as vantagens naturais àqueles que possuem uma hierarquia que
coloca a OS do poder e pode falantes não-nativos em uma posição inferior, mas, quanto mais
a língua usada em mais e mais espaços, as vantagens são distribuídas mais amplamente
(Wright, 2000: 250).
Ao aparecer na penúltima página do livro, explicada, deixa para o leitor se a esta alegação,
que não é compreensão de como e quando as ampliarão; mesmo as vantagens de quem serão
ampliadas. O até ou crítico cultural Walter Mignolo (1998: 41) sucintamente apresenta a
ques- tão: "O problema não é tanto o número de falantes, mas sim 0 poder hegemônico de
línguas coloniais no domínio do conhecimento, na produção intelectual e nas culturas da
academia".