Você está na página 1de 9

ESCOLA E COMUNIDADE SURDA: a educação

bilíngue nas instituições escolar.

Ana Karoline Gonçalves Lana


Edjane Maria de Lima¹
Larissa Rayane Eulalio de Araujo²

RESUMO

O presente estudo tem por objetivo, a análise teórica sobre a Escola e comunidade surda: a
educação bilíngue nas instituições escolar. Buscamos com esta pesquisa, compreender as
contribuições da educação bilíngue para os alunos surdos. Para tanto, explanamos sobre a
importância da implementação da educação bilíngue nas instituições escolares; ressaltamos a
importância da língua brasileira de sinais como currículo e didática na educação do surdo. Este
trabalho norteou-se pela pesquisa qualitativa, tendo por base a análise bibliográfica dos autores:
Marisa Fátima Padilha Giroletti, sobre a Aquisição da língua de sinais para surdos como L1;
Julianne de Deus Corrêa Pietzak e Melissa Probst, sobre o bilinguismo e a inclusão escolar dos
alunos surdos; e as legislações brasileiras implementadas no contexto educacionais das Pessoas
Com Deficiências, bem como legislações que estabelecem e oficializa a língua de sinais como a
segunda língua do país, reconhecendo-a como meio legal de comunicação e expressão, e a
implantação da Libras no currículo educacional dos surdos, entre outras bibliografias. Como
resultado dessa pesquisa entende-se que a educação do sujeito surdo ainda carrega um viés
estigmatizado do modelo biomédico, uma vez que, não ocorre uma inclusão de fato das pessoas
surdas nos espaços educacionais; ainda não há uma educação que atenda às necessidades, os
anseios e que respeite as particularidades culturais e linguística do sujeito surdo.

Palavras-chave: Educação Bilíngue; Inclusão; Libras.

1. INTRODUÇÃO

As metodologias educacionais direcionadas aos educandos surdos, tem passado por marcantes
transformações no decorrer de séculos. As pessoas surdas outrora vistas como sujeitos deficientes,
anormais, considerados castigo divino, irracionais; eram sacrificadas por não atenderem aos padrões
hegemônicos da época -social, educacional, capitalista. No decorrer do século, houve uma certa
tolerância, a sociedade passa a aceitar a existência de um “deficiente”, no entanto, essas pessoas
eram enclausuradas, mantidas sob a tutela familiar ou institucional, sem direito algum nas decisões
tomadas sobre suas vidas.
Isto posto, pretendemos com este estudo, a análise teórica sobre a Escola e comunidade surda: a
educação bilíngue nas instituições escolar. Buscamos com esta pesquisa, compreender as
contribuições da educação bilíngue para os alunos surdos. Para tanto, se fez necessário, estudar
sobre a trajetória histórica vivenciada pelas Pessoas Com Deficiência - PCD, com ênfase sobre o
1 Nome dos acadêmicos
2 Nome do Professor tutor externo
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Curso (Código da Turma) – Prática do Módulo I - dd/mm/aa
2

conceito da surdez; explanamos sobre a importância da implementação da educação bilíngue nas


instituições escolar; ressaltamos a importância da Língua Brasileira de Binais – Libras, como
currículo e didática na educação do surdo.
Este trabalho norteou-se pela pesquisa qualitativa, tendo por base a análise bibliográfica dos
autores: Marisa Fátima Padilha Giroletti, sobre a Aquisição da língua de sinais para surdos como
L1; Julianne de Deus Corrêa Pietzak e Melissa Probst, sobre o bilinguismo e a inclusão escolar dos
alunos surdos; e as legislações brasileiras implementadas no contexto educacionais das PCD. Bem
como as legislações que estabelecem e oficializam a Libras como a segunda língua do Brasil,
reconhecendo-a como meio legal de comunicação e expressão e sua implantação no currículo
educacional dos surdos, entre outras bibliografias.
Como resultado dessa pesquisa entende-se que a educação do sujeito surdo ainda carrega um
viés estigmatizado do modelo biomédico, uma vez que, não ocorre uma inclusão de fato das pessoas
surdas nos espaços educacionais; ainda não há uma educação que atenda às necessidades, os anseios
e que respeite as particularidades culturais e linguística do sujeito surdo.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

EDUCAÇÃO BILÍNGUE, CORRENTE FILOSOFICA QUE MARCA O NOVO CONTEXTO


EDUCACIONAL DAS PESSOAS SURDAS.

O contexto educacional para as pessoas surdas no século XX foi marcado por grandes
entraves. Nesse período, surge a filosofia da oralização defendida por Alexandre Graham Bell, cujo
objetivo instituía-se na reabilitação biomédica de um sujeito deficiente – forçar os surdos a ouvir e
falar, no intuito integrá-los numa sociedade ouvintistas, “consideradas normais”. Tal filosofia,
coroada pelo Congresso Internacional de Professores de surdos em Milão, em 1880, culminou na
proibição do uso da língua de sinais implantada como metodologia de ensino por diferentes
teóricos; ocasionando o distanciamento da pessoa surda de sua identidade e cultura, subordinando-
os a tutela familiar e institucional; descontentamento e atraso no processo de aprendizagem do
aluno surdo, uma vez que poucos conseguiam oralizar. Giroletti (2017).
Destarte, ao conceber o fracasso do método oralista e o atraso da escolarização dos surdos,
esta metodologia abre espaço para o surgimento da filosofia da Comunicação Total, a qual
considera a possibilidade de uso de diferentes metodologias como meio de ensino e comunicação,
dos quais estavam: a combinação da língua de sinais e imagens com a oralização. Embora a
comunicação total utilizasse desses recursos, não conseguiu atingir o ápice do esperado na educação
3

surdo, entretanto, idealizou novas possibilidades de ensino com a utilização da língua de sinais,
servindo de conexão experimental para o desenvolvimento de uma nova proposta de ensino que
considerasse as particularidades, cultura, identidade e a língua materna dos educandos surdos, a
Filosofia Bilíngue. Giroletti (2017). Para a autora Ronice Müller, a comunidade surda está
despertando na busca dos direitos das pessoas surdas e o reconhecimento e valorização de sua
comunidade, cultura, língua e identidade; construindo e reconstruindo conceitos estruturante do ser
surdo. Para Ronice Müller (p.27), “a educação do surdo no Brasil está entrando na terceira fase, que
caracteriza um período de transição (...) que aponta na direção de uma proposta educacional
bilíngue”.
A Educação Bilíngue, originou-se nos países da França, Estados Unidos e Suécia ao
correlacionar seus respectivos sistemas linguísticos e gramaticais com a língua de sinais de seus
referentes países, no intuito de viabilizar a educação das pessoas surdas. Teve como principal
mentor dessa corrente filosófica o teórico francês Charles Michel de l'Épée, cujo objetivo era a
implantação de escolas públicas que atendesse os pressupostos na garantia do direito à educação,
igualdade nas oportunidades e valorização das diferenças humanas das pessoas surdas. Desta
forma, via-se com essa filosofia de ensino a oportunidade de promover a inclusão e integração das
pessoas surdas nos ambientes escolar, identificando e eliminando as barreiras comunicacionais e
atitudinais no processo de aprendizagem do sujeito surdo. Isto posto, Charles Michel de l'Épée, em
1760, fundou o Institut National de Juenes Sourd de Paris -INJS, a primeira escola pública para
surdos. Nos Estados Unidos, o processo para a educação bilíngue dos surdos, inicia-se na década
de 1816 por intermédio de Tomas Gallaudet e do professor surdo Lauent Clerc, a qual fora aluno de
l'Épée. Na década de 1980, é implantado na Suécia o primeiro currículo bilíngue para educação dos
surdos, tornando o ensino da língua de sinais uma realidade ainda nessa década. Giroletti (2017).

O bilinguismo baseia-se no fato de que o surdo deve ser bilíngue, adquirindo a língua
materna, a Língua de Sinais, como primeira língua (L1) e como Segunda Língua (L2) a
língua oficial escrita do país em que reside. Na filosofia bilíngue o surdo assume a surdez e
não necessariamente almeja uma vida de ouvinte. Giroletti (2017, p. 17 apud GOLDFELD
1997).

Assim sendo, percebe-se que a filosofia da educação bilíngue surge no auge do movimento
da filosofia da oralização do sujeito surdo, ou seja, antes da proibição da língua de sinais e da
aprovação da oralização dos surdos no Congresso de Milão. No entanto, nesse período, devido a
estratificação social, classificação de incapacidade, atribuído as pessoas surdas como sujeito
deficiente; não atenderem ao status sociais hegemônico da sociedade civil, educacionais e
capitalista e ao crescente movimento da filosofia oralista terapêutica, a metodologia de ensino
4

bilíngue foi meio que colocado de lado, desvalorizada. Pois, o que interessava para os diferentes
setores da sociedade era a reabilitação terapêutica do deficiente auditivo. Giroletti (2017).
Segundo Giroletti (2017 apud FELIPE 207, FESTA; OLIVEIRA, 2012), no Brasil, a
educação dos surdos teve seu início na década 1850, dado ao crescente debate sobre a educação
para esse seguimento. Em 1854, o Imperador Dom Pedro II convida o francês Eduard Huet,
professor surdo, para implantar o Instituto Imperial dos meninos surdos-mudos do Brasil;
atualmente o Instituto Nacional dos Surdos – INES, “a qual combinava a língua de sinais francesa
com os sinais utilizados pelos surdos brasileiros, surgindo assim, a Língua Brasileira de Sinais –
Libras”. Todavia, nos anos finais da década de 1850, a filosofia terapêutica do oralismo se sobrepõe
a metodologia da educação bilíngue para surdos.
A autora explana, ainda, que no Brasil, pesquisas relatam poucas tentativas de implantação
de escolas bilíngue para surdos, em poucas escolas de alguns poucos estados brasileiros. A exemplo
do Rio Grande do Sul e no Distrito Federal; em São Paulo, onde ainda há uma proposta bilíngue de
ensino para surdos; no estado de Santa Catarina, houve tentativas de implantar políticas que
possibilitasse o ensino da Libras, mas não se efetivou devido a fatores geográficos.
Isso posto, concordamos com os autores apontados nesse referencial teórico e,
principalmente, com Giroletti,(2017) quando esta aponta que “para que o indivíduo surdo seja
aceito como bilíngue é preciso que ocorra primeiro a aceitação da Libras pela sociedade, que ainda
não considera a língua de sinais como uma língua, e sim como “gestos” e “mimicas”, por
desconhecer sua estrutura linguística, bem como seus constituintes fonológicos, morfológicos e
sintáticos”. (GIROLETTI 2017, p.17).

LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS (LIBRAS) COMO CURRÍCULO E DIDÁTICA NA


EDUCAÇÃO DE SURDO.

A Língua Brasileira de Sinais – Libras, é uma língua que se destaca pela sua modalidade
visual-espacial, que foi desenvolvida pela comunidade surda do Brasil, por meio de aspectos
culturais e de identidade. Como toda língua, a Libras é dinâmica e está sempre em processo de
desenvolvimento e ampliação. É reconhecida na legislação brasileira pela lei nº. 10.436/2002, como
língua inerente da comunidade surda a segunda língua oficial no Brasil, assim como a Língua
Portuguesa.
Silveira (2006) relata que, muitas vezes, os alunos surdos são rotulados pelos professores
como alunos com atrasos intelectuais, quando, na verdade, muitos destes alunos apresentam
dificuldade de aprendizagem, não necessariamente relacionados à sua capacidade cognitiva ou
5

intelectual. “[...] em muitos momentos as pessoas continuam vendo o surdo como deficiente, [...],
portanto necessitariam falar. Esquecem-se de que o surdo fala, fala com as mãos e por ter uma
língua gesto-visual, o visual é de sua (sic) importância para sua aprendizagem” (SILVEIRA, 2006,
p. 119).
Plinski (2011, s.p.) defende que o currículo deve ser:

[...] um guia, um instrumento útil que irá orientar o trabalho do Professor, por isso deverá
ser pensado e construído no dia a dia de Acordo com os interesses dos alunos. Ele se
moldará às circunstâncias Da sala de aula, assim vamos planejando e desenvolvendo os
conteúdos E atividades, adaptando metodologias de acordo com aptidões e características
das turmas. Deverá ser uma trajetória que leva ao Desenvolvimento do ensino
aprendizagem eficiente, considerando os Saberes da cultura e da identidade surda.

O currículo na educação de surdos deve obrigatoriamente considerar os aspectos culturais


envolvidos. Este currículo não deve ser influenciado pelos ouvintes. O currículo cultural aceita a
Língua de Sinais como Primeira Língua(L1) e respeita as particularidades linguísticas e culturais
dos surdos.

A escola a ser edificada deve usar a língua que também é utilizada fora dela, levar em conta
as conquistas políticas refletidas no reconhecimento social e não preconceituoso de
visualizar a deficiência. Os surdos precisam ser vistos como um grupo que politicamente
optou por ser vistos como um grupo que politicamente optou por ser identificado como
“Surdo” (sic), resultado do trabalho coletivo dentro de um Movimento Social
(MIORANTO,2006, p.87).

Sá (2010, p.97) mostra que, atualmente, o conceito de currículo está mais relacionado a um
“campo cultural conflitivo, cuja forma existente é o resultado de uma luta na qual uma narrativa sai
vencedora”. Ou seja, o currículo nunca é neutro, é formado por e conflitos e tensões culturais.
Sá (2010, p.98) afirma que, na educação de surdos, o currículo.

[...] precisa responder às culturas e as histórias desde que também é um segmento legítimo
da sociedade. Esta seria uma forma de contradize a hegemonia da maioria [ouvinte]; no
entanto, o conhecimento corporificado no currículo das escolas de surdos carrega as marcas
de relações e poder- o currículo reproduz as relações sociais.

3. MATERIAIS E MÉTODOS

Este trabalho norteou-se pela pesquisa qualitativa, tendo por base a análise bibliográfica dos
autores: Marisa Fátima Padilha Giroletti, sobre a Aquisição da língua de sinais para surdos como
L1; Julianne de Deus Corrêa Pietzak e Melissa Probst, sobre o bilinguismo e a inclusão escolar dos
alunos surdos; e as legislações brasileiras implementadas no contexto educacionais das Pessoas
6

Com Deficiências, bem como legislações que estabelecem e oficializa a língua de sinais como a
segunda língua do país, reconhecendo-a como meio legal de comunicação e expressão, e a
implantação da Libras no currículo educacional dos surdos, entre outras bibliografias.
Utilizamos imagem de jogos da memória utilizado na brinquedoteca da disciplina da
Educação Inclusiva, com imagens de animais e com a escrita da língua portuguesa e da Libras,
como meios de ensino lúdicos na alfabetização de ambas as línguas, Libras como primeira língua
para educando surdo e da escrita da língua portuguesa como segunda língua, do mesmo modo que
ensina a língua portuguesa como primeira língua e a Libras como a segunda língua para os alunos
ouvintes. Visando ilustrar a importância do ensino bilíngue nas instituições escolar e como
metodologia de inclusão do aluno surdo.
Apontamos ainda, a promoção da sociabilização entre surdo e ouvinte, possibilitando a
assim o real desenvolvimento cognitivo, social e o reconhecimento e a valorização da cultura,
identidade e do sistema linguístico do ser surdo, a Libras.

Fonte: Google imagens


Strobel (2008, p107), aponta como artefatos culturais presentes na cultura surda: a
experiência visual, o linguístico, o familiar, a literatura surda, a vida social e esportiva, as artes
visuais, a política e os materiais. Entretanto, a literatura tem apontado, mesmo diante do avanço na
legislação brasileira e do constante debate sobre as metodologias educacionais direcionadas as
pessoas surdas e sua comunidade, seu sistema linguístico, sua identidade e sua cultura não são
7

respeitadas. Ocorre, assim, a exclusão disfarçada de integração dos sujeitos surdos no ambiente
escolar. Tal fato é perceptível nos jogos e brincadeiras apontadas como metodologia de ensino,
como é o” jogo de batata passa passa e do tão famoso telefone sem fio”.
A proposta do ensino bilíngue nas instituições escolar vem abarcar uma metodologia de
ensino que alcance ambos públicos educacionais – surdo/ouvintes, ao propulsionar a aquisição da
Libras como L1 e o português escrito como L2 para os alunos surdos, enquanto propulsiona o
ensino da língua portuguesa como L1 e o ensino Libras como L2 para o aluno ouvinte.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

O debate teórico proposto por esta pesquisa, apresenta avanços na implementação de


legislações brasileira e políticas educacionais direcionadas a educação de surdos. No entanto,
também verificamos que ainda há um viés das práticas discriminatórias nas instituições escolar.
Defendem-se metodologias inclusivas para as pessoas com deficiência, entretanto, o movimento de
Educação para Todos exige apenas “diferenciações/adequações/adaptações” curriculares para que
atenda às necessidades educacionais especiais dos alunos. Lacerda e Lodi (2010 apud PIETZAK E
PROST 2017, p.120), apontam que “o aluno com deficiência não se adapta a escola, é a escola que
adapta ao aluno”. Isto é, para que a inclusão do aluno surdo em sala de aula realmente se efetive,
alguns cuidados são necessários, como respeito à condição linguística do indivíduo e seu modo
singular de ver o mundo.
Percebemos, ainda, que muitos surdos não têm acesso a uma escolarização que atenda às
suas necessidades linguísticas, curriculares, sociais e culturais e a filosofia do ensino bilíngue como
meio sanar a desigualdade no ensino das pessoas surdas e no compartilhamento de conteúdo;
promover o desenvolvimento cognitivo e social, a inclusão de fato desse segmento.
Conforme Brasil (2006), para que a criança surda possa desenvolver de forma integral o seu
potencial, incluído na sociedade e desempenhando seu papel de cidadão, é preciso estimular a
capacidade de comunicação linguística. Isto posto, concordamos com os autores citados em nosso
referencial teórico, quando estes apontam a filosofia bilíngue como o “modelo educacional mais
eficiente, haja vista que é o único que respeita as particularidades linguística e culturais do aluno
surdo”.

4. CONCLUSÃO
Ao finalizar o presente estudo, os conhecimentos construídos permitiram compreender,
amplamente e com coesa, a importância da inserção de alunos surdos no processo de escolarização
8

em todas as etapas da Educação Básica. Nesse sentido, o aporte teórico, favoreceu analise
sistemática e contextualizada de aspectos que não se limitam apenas a educação de alunos surdos,
mas a aplicabilidade da Educação Bilíngue, contribuindo significadamente para o fortalecimento do
processo inclusivo.
A história da Educação Inclusiva é marcada por lutas coletivas e individuais, onde principal
a educação e o acesso à mesma e base para as demais conquistas. Em relação à comunidade surda,
as conquistas foram permeadas por lutas que seguem até os dias atuais, principalmente no âmbito da
garantia de meios e recursos para o aluno surdo, a exemplo de um intérprete de libras na sala de
aula, contribuindo para a socialização do aluno.
Dessa forma, a escola enquanto espaço socializador deve propiciar ao aluno surdo a
possibilidade da construção do conhecimento de forma autônoma, para que este no decorrer de sua
aprendizagem e a cada avanço de etapa, suas ações possam ter sentido e significação. A inclusão
nos últimos tempos angariou uma representatividade singular, onde se prioriza no que tange ao
espaço escolar, a possibilidade de serem abertos espaços socializadores e dialógicos onde os alunos
surdos possam estar inseridos atuando de forma crítica e participativa.
Cabe não apenas a escola, mais as esferas públicas que regem a educação criem e fortaleça
as já existentes políticas educacionais públicas e as voltadas para promoção da inclusão. Preparar o
aluno surdo para atuar e sociedade envolve, além da educação bilíngue, ações que permitam levar o
aluno a compreender e ser compreendido. O docente deve estar preparado para desenvolver suas
práticas contemplando os alunos surdos, e levando os demais a desenvolver o bilinguismo.
Diante de toda investigação realizada, o objeto de estudos foi analisado e discutido,
atendendo aos objetivos delimitados, e respondendo à pergunta norteadora. Assim, concluímos a
metodologia bilíngue permite uma maior integração e sociabilidade para os alunos surdos, e com
isso se evidencia a relevância que o bilinguismo possui no processo de ensino aprendizagem.
Espera-se que diante de todo o exposto nesse estudo, o mesmo possa servir como subsidio
para outras pesquisas que versem sobre o tema.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Política Nacional de


Educação Especial. Brasília: MEC/SEESP, 1994.

______. Decreto nº 3.956. Promulga a Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as


Formas de Discriminação contra as Pessoas Portadoras de Deficiência. Guatemala: 2001.
9

Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2001/d3956.htm. Acesso em:


10/10/2022.

______. Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência. Lei nº 13.146/2015. Disponível
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/. Acesso em 08/10/2022.

BIANCHETTI, L. Aspectos Histórico da Educação Especial. Revista Brasileira da Educação


Especial, Rio Janeiro Rev. bras. educ. espec. [online]. 1995, vol.02, n.03, pp.07-19. ISSN 1413-
6538. Disponível em: http://educa.fcc.org.br/scielo.php?pid=S1413-
65381995000100002&script=sci_abstract. Acesso em: 09/11/2022

DOZIART, Ana. Educação e surdez: o papel do ensino na visão de professores. UFPR, 2004.

GIROLETTI, Marisa Fátima Padilha. Aquisição da língua de sinais para surdos como L1.
Indaiá: UNIASSELVI, 2017.

MANTOAN, Maria. Inclusão Escolar: O que é? Por quê? Como fazer? 1ª Edição. Campinas –
SP, Editora Moderna, 2003, p.15.

MANTOAN, Maria. Inclusão Escolar: Pontos e Contrapontos. 7ª Edição. São Paulo – SP,
Summus Editorial, 2006, p.15.

MIORANDO, T.M. Formação de profissionais- mais professores para a escola sonhada. IN:
QUADROS, Ronice (Org.). Estudos Surdos I. Petrópolis; Arara Azul,2006, p.76-109.

PIETZAK, Julianne de Deus Corrêa. PROBST, Melissa. Bilinguismo e inclusão escolar dos
alunos surdos. UNIASSELVI – Indaial/SC. Revista Maiêutica - Curso de Pedagogia, 2017.
Disponível em: https://publicacao.uniasselvi.com.br/index.php/PED_EaD/article/view/1743.
Acesso em: 08/10/2022.

PLINSKI, R. O currículo e a educação de surdos. 2011, Revista virtual de Cultura Surda e


Diversidade, n.7. Disponível em: http://www.porsinal.pt/index.php?
os=artigos&idt=artc&cat=7&idart=89. Acesso em 12/10/202

Rede SACI- Solidariedade, Apoio, Comunicação e Informação. Disponível em: http://saci.org.br.


Acesso em: 10 jan. 2016.

SÁ,. N.R.L. de. Cultura, poder e educação de surdos. 2. Ed. São Paulo: Paulinas, 2010.

Você também pode gostar