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I – INTRODUÇÃO
A questão do uso do véu pelas mulheres cristãs nas reuniões de oração e nos
cultos de adoração e louvor a Deus tem suscitado as mais diversas
interpretações por parte de muitos estudiosos da Palavra de Deus. Este
assunto, apresentado pelo apóstolo Paulo em I Coríntios 11:1-16, não pode ser
ignorado, pois o mesmo faz parte das muitas instruções de Deus no Novo
Testamento. Todo o contexto deve ser analisado, isento de quaisquer idéias
preconcebidas.
Na mesma epístola o apóstolo Paulo foi claro ao dizer que “se alguém cuida
ser profeta, ou espiritual, reconheça que as coisas que vos escrevo são
mandamentos do Senhor.” I Coríntios 14:37.
“Mas faço-vos saber, irmãos, que o evangelho que por mim foi anunciado não é
segundo os homens. Porque não o recebi, nem aprendi de homem algum, mas
pela revelação de Jesus Cristo.” Gálatas 1:11 e 12.
“Mas quero que saibais que Cristo é a cabeça de todo o varão, e o varão a
cabeça da mulher; e Deus a cabeça de Cristo.” I Coríntios 11:3.
“Igualmente vós, maridos, vivei com elas com entendimento, dando honra à
mulher, como vaso mais frágil, e como sendo elas herdeiras convosco da graça
da vida, para que não sejam impedidas as vossas orações.” I Pedro 3:7.
“Disse mais o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma
ajudadora que lhe seja idônea. ...Então o Senhor Deus fez cair um sono
pesado sobre o homem, e este adormeceu; tomou-lhe, então, uma das
costelas, e fechou a carne em seu lugar; e da costela que o Senhor Deus lhe
tomara, formou a mulher e a trouxe ao homem. Então disse o homem: Esta é
agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne; ela será chamada varoa,
porquanto do varão foi tomada. Portanto deixará o homem a seu pai e a sua
mãe, e unir-se-á à sua mulher, e serão uma só carne.” Gênesis 2:18, 21-24.
Foi com base nesta narrativa é que o apóstolo Paulo iniciou a sua
argumentação sobre a questão do uso do véu por parte das mulheres. Em
seguida ele escreveu:
“Porque o homem não proveio da mulher, mas a mulher do homem; nem foi o
homem criado por causa da mulher, mas sim, a mulher por causa do homem.
Portanto, a mulher deve trazer sobre a cabeça um sinal de poderio, por causa
dos anjos. Todavia, no Senhor, nem a mulher é independente do homem, nem
o homem é independente da mulher; pois, assim como a mulher veio do
homem, assim também o homem nasce da mulher, mas tudo vem de Deus.” I
Coríntios 11:8-12.
Esta é uma prova inconteste de que a mulher não está sendo rebaixada por
usar o véu, uma vez que “a mulher é a glória do homem.”(I Coríntios 11:7). Ao
cobrir-se com o véu nas reuniões de oração e adoração a Deus, a mulher
assume uma postura de igualdade com o varão, para poder orar ou profetizar (I
Coríntios 11:4 e 5).
“Portanto, se a mulher não se cobre com véu, tosquie-se também; se, porém,
para a mulher é vergonhoso ser tosquiada ou rapada, cubra-se com
véu. ...Portanto, a mulher deve trazer sobre a cabeça um sinal de autoridade,
por causa dos anjos.” I Coríntios 11:6 e 10.
Não faria sentido algum o apóstolo Paulo dizer quase em toda a sua
explanação que as mulheres cristãs devem usar o véu e no final dispensá-las
de seu uso. É totalmente incoerente afirmar que o cabelo comprido do verso 15
substitui o véu do verso 6. Acontece que os vernáculos usados no original
grego para essas vestimentas não são os mesmos, ou seja, no verso 15 o
vernáculo grego usado é “PERIBOLAION” e tem o significado de mantilha, uma
vestimenta feminina mais pesada, usada em lugares públicos, que cobria não
só a cabeça, mas também os ombros e o dorso, enquanto que no verso 6 o
vernáculo grego usado é “KATAKALUPTÔ” e tem o significado de véu, um
tecido leve que servia para cobrir apenas a cabeça, usado em ocasiões
especiais, nas reuniões de oração e adoração a Deus. Portanto, o apóstolo
Paulo está falando de duas vestimentas diferentes, com fins diferentes.
Assim, a vestimenta que o apóstolo Paulo disse que seria substituída pelos
cabelos compridos, conforme I Coríntios 11:15, seria a MANTILHA, que fazia
parte da vestimenta feminina usada em lugares públicos e não o véu como
muitas instituições erroneamente ensinam. Acontece que a situação
apresentada no verso 6 é completamente diferente e inversa. Caso a mulher
resolvesse não usar o véu, devia tosquiar ou rapar o seu cabelo. Mas se para
ela era vergonhoso ser tosquiada ou rapada, deveria cobrir-se com o véu.
Depois de elucidar bem o assunto, Paulo fez a seguinte pergunta: “Julgai entre
vós mesmos: é conveniente que uma mulher com a cabeça descoberta ore a
Deus?” I Coríntios 11:13. Tomando-se como base os argumentos por ele
apresentados anteriormente, a resposta logicamente é: NÃO.
IV – O ARGUMENTO CULTURAL
O uso do véu para orar não é uma questão cultural. A obediência e a sujeição
da humanidade a Deus e ao Seu Filho Jesus Cristo não é resultado de um
costume regional. A hierarquia determinada em I Coríntios 11:3 nada tem a ver
com a cultura da época, mas trata-se de uma ordem universal da parte de
Deus:
“Quero, porém, que saibais que Cristo é a cabeça de todo homem, o homem a
cabeça da mulher, e Deus a cabeça de Cristo.”
Da mesma forma, quando o apóstolo Paulo diz que o homem não deve cobrir a
cabeça para orar porque é a imagem e glória de Deus, e que a mulher deve
cobrir-se para orar porque ela é a glória do homem (I Coríntios 11:7), não está
dando a entender tratar-se de uma questão cultural.
IV - CONCLUSÃO
“Mas, se alguém quiser ser contencioso, nós não temos tal costume, nem
tampouco as igrejas de Deus.” I Coríntios 11:16.