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(Exegese de 1 Tm 3.1-7)
Sabemos que Paulo estava escrevendo uma carta pastoral a seu filho na fé, Timóteo.
Portanto, tudo que iria instrui serviria aos demais líderes das igrejas. Paulo começa
mostrando que a palavra que iria falar era fiel e verdadeira pistos ho logos. Portanto, estava
levando Timóteo a levar a sério, talvez porque iria falar de bispos na sua epístola
A palavra bispo
A palavra bispo episkopos que quer dizer supervisor, alguém que observa, dá assistência foi
usada apenas 5 vezes no Novo Testamento; 4 foram usadas para os líderes das igrejas, (At
20.28; Fl 1.1; 1 Tm 3.2; Tt 1.6,7), 1 usada para Cristo (1 Pe 2.25). Vemos, algumas vezes,
que os apóstolos usavam a palavra similar presbítero presbiteros como At 20.28. A tradução
da Septuaginta no Velho Testamento demonstra que todas as ocorrências eram para líderes,
e esses, homens, sendo usada até para o próprio Deus, como o seu verbo episkopos que
sempre foi usado para lideranças, e essas, homens. Paulo, quando chamou os líderes de
Éfeso em Atos 20, eram todos homens pela expressão metekalesato tous presbiterous a
declinação é masculina e não dá espaço a mulheres. Na oração dei oun ton episkopon a
palavra episkopon está com o artigo masculino. Paulo já define para quem está falando, até
porque, não há esta palavra feminina em nenhuma parte da Bíblia, seja no NT, seja no VT
(na Septuaginta, que era muito usada no tempo de Jesus). A expressão verbal grega é
necessário que seja dei.. einai demonstra algo que é indispensável e deve ser uma
característica visível, pois os líderes teriam que ser analisados. O verbo einai de eimi está no
infinitivo presente. Tempo verbal que atesta uma ação habitual, demonstrando que essas
características devem ser constantes e para todos os tempos, já que se tratava de princípios
para a igreja de Jesus. Não se podem fazer exceções ao episcopado, pois essas
características seriam necessárias e indispensáveis à liderança de Cristo.
As qualificações
Paulo, então fala que é necessário... Esta expressão serve para critério daqueles que
aspirarem ao episcopado. Isto quer dizer que se alguém dissesse Ter algum chamado, teria
que passar pelo crivo dessas qualificações. Vejamos algumas, que me dedicarei somente
àquelas que digam respeito ao problema de ordenação de mulheres:
Muitos eruditos admitem que essa expressão é difícil. O problema está se Paulo está
defendendo que o bispo seja casado ou se está evidenciando o sexo. A palavra grega anër
quer dizer tanto varão como esposo; em todo caso, o sexo fica já definido, mas mesmo
assim, há uma dúvida se Paulo queria enfatizar o gênero ou ao casamento monogâmico. A
expressão mias gunaikas andra é usada por Paulo, pelo menos três vezes; falando outra vez
a Diáconos (1 Tm 3.12) e a Tito (1.6) e quando falava aos bispos. Portanto, essa expressão
revelava uma característica importante àqueles que queriam o episcopado e ao diaconato. É
interessante que Paulo usou a mesma expressão a diáconos. Se defendemos que o diaconato
feminino foi liberado por Paulo (1 Tm 3.11), (creio nisso); então essa expressão se torna
clara como uma admoestação à monogamia que não era um costume entre os gentios.
Porém, creio que a palavra grega anër expressa muito mais que uma admoestação à
monogamia, pois havia presbíteros solteiros ou viúvos como o caso de Paulo; mas que o
bispo não fosse um conquistador ou um defraudador. Isso é reforçado pelo genitivo
qualitativo mias gynaikas. Em todo caso, podemos aceitar esses dois princípios: seja que
tenha uma só esposa, como também alguém que não seja aproveitador, tentado seduzir
mulheres. Porém, o que podemos ver é que Paulo mudou os verbos (é necessário ser) para
apenas um imperativo do verbo eimi - sejam) quandode tanto a Timóteo como
aeinai...falava a diáconos. Paulo falou os verbos dei Tito para as escolhas de presbíteros e,
nessa escolha, Paulo não abriu espaço a mulheres como abriu ao diaconato; mesmo porque,
há uma passagem que possivelmente Paulo fala do diaconato de uma mulher em Romanos
16.1. A expressão grega não é um verbo como as traduções ditam, mas um substantivo
sendo diaconisa Porém quando se trata de presbíteros ou bispos não háou serva da igreja)
referências a mulheres. Portanto, Paulo quando falou do diaconato usou um verbo no
imperativo, mas com respeito ao episcopado ele usou a forma verbalser eimi dei... einai
que significa uma regra sem exceção.
E que governe bem a sua própria casa, criando os filhos sob a disciplina, com todo respeito
Esta exigência de Paulo deveria fechar a questão aos inovadores, se não, vejamos: o verbo
grego usado sete vezes no NT para lideranças da igreja;para governar é proistëmi dessas
sete, três passagens são usadas com o verbo no particípio masculino como 1 Tm 5.17; Rm
12.8; 1 Ts 5.12). Isso seuma expressão adjetiva e qualitativa completa se entendermos
que Paulo exige do Bispo e presbítero que governe bem a sua casa. Ele precisa Ter essa
qualificação; com isso, traz um sério problema à ordenação de mulheres porque como
adequar essa exigência que Paulo falou que é necessário? Paulo não deixou espaço para uma
condição se não for homem. Não, ele disse que é necessário que o bispo governe bem a sua
casa.
Pois se alguém não sabe governar bem a sua própria casa como governará a igreja de Deus?
Esta expressão é muito forte, porque Paulo aqui deixa claro que o episcopado tem que ser
um homem mesmo. Quando ele faz essa pergunta ele coloca todos aqueles que não
governam bem e principalmente os que não estão na posição de governo de um lar ou casa,
como desqualificados para o episcopado. Seria uma falta de consenso dizer o contrário e
uma quebra de princípio hermenêutico. Paulo aqui usa a ajuda da lógica aristotélica em
afirmar algo através de uma pergunta. Trazendo ao contexto da discussão, COMO ALGUÉM
PODE CUIDAR DA IGREJA DE DEUS SE NÃO GOVERNA A SUA CASA? Pois se Paulo falou
daqueles que não governam bem, seria lógico excluir aqueles que não governam. Mesmo
assim se alguém refuta que Paulo não está falando somente aos casados; porém, o que está
em questão é a autoridade, pois o bispo teria que Ter autoridade ao ponto de saber governar
a sua própria casa, se a tivesse. Isto quer dizer que o padrão de cuidado para a igreja é
saber cuidar bem de sua casa, que exclui completamente as mulheres.
Essa expressão não faria sentido para esse assunto se não houvesse o pronome pessoal
masculino auton (ele), sendo usado somente para ênfase. No texto Majoritário esse pronome
aparece, ou seja na maioria dos manuscritos gregos. Demonstra mais claro ainda a intenção
de Paulo ao falar sobre o episcopado ou à liderança masculina da igreja.
Conclusão
Minha intenção não foi de mostrar uma superioridade sexual, ou seja, dizer que os homens
têm mais capacidade ou que não existam mulheres valorosas, santas e cheias do Espírito;
mas de fazer-nos pensar mais sobre os papéis que Deus nos concedeu ao criar-nos e que os
homens por causa do preconceito, pecado distorceram esse papel que se completam. Creio
que se o objetivo de ambos forem a glória de Deus, então se alegrarão em cumprir a sua
Palavra com zelo e dedicação. Buscar “fazer a vontade de Deus” fora da sua Palavra ou
mesmo em dúvida desta é farisaísmo e está fora daquilo que Deus colocou como padrão aos
seus servos. Entendo a tentativa das mulheres buscarem uma igualdade social e mostrarem
seu valor, mas igualdade é diferente de papel. Deus nos fez iguais, mas com papeis
diferentes, com características diferentes. Se fôssemos iguais não haveria complemento,
mas porque somos diferentes, podemos dizer que precisamos um dos outros; homem e
mulher se completando em amor na sua função que Deus lhes deu.
* Pr. Francisco Mário Lima Magalhães, Bacharel em Teologia e Missões, graduado em Letras,
Mestrando Teologia exegética NT pastor da Igreja Batista Nacional de Balsas-Ma