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Estudo Textual: 1 Timóteo 3:1-7 "Uma Excelente Obra"

Na instrução para combater erros doutrinários em Éfeso, Paulo inclui ensino sobre os
presbíteros. É o plano de Deus que cada igreja local eleja presbíteros peculiares (veja
Atos 14:23; Filipenses 1:1; Tito 1:5). Paulo não oferece a Timóteo sugestões para
esta escolha, mas dá qualificações , dizendo que "é necessário... " (3:2). Portanto,
quem não tem todas estas qualidades reveladas por Deus não deve ocupar a carga
de presbítero.

Qualificações dos bispos (3:1-7). As palavras "episcopado" (3:1) e "bispo" (3:2)


traduzem uma só palavra grega ( episkopos ) que quer dizer "supervisar" ou
"pastorear". Na Bíblia, bispos também são chamados de "presbíteros" ("anciãos"), e
sua função é a obra de pastorear os rebanhos de Deus (veja Atos 20:17-28). Logo, as
palavras "pastor", "bispo" e "presbítero" descrevem o mesmo cargo, e a distinção feita
entre elas por homens não tem base bíblica. Assim, o que é necessário para ser bispo
é necessário também para ser pastor ou presbítero.

As qualificações do bispo ressaltam seu caráter provado como servo fiel a Deus, e
nada têm a ver com posição social ou grau de escolaridade. Olhando para todas as
qualificações juntas, tiramos algumas observações gerais sobre bispos:

O cargo de bispo é uma obra (3:1): "bispo" não é um mero título de honra, mas é
uma obra de muita responsabilidade espiritual (observe as fortes advertências de
Paulo em Atos 20:28-32). Esta obra deve ser feita somente por homens preparados e
criados pela palavra de Deus!

O bispo deve ser irrepreensível (3:2): a palavra "irrepreensível" fala da necessidade


do bispo ser reconhecido por seu bom comportamento e próprio domínio. Veja como
as outras qualificações descritam esta qualidade: "temperante", "sóbrio", "modesto"
(3:2); "não dado ao vinho", "não violento", "inimigo de contendas", "não avarento"
(3:3); tendo “bom testemunho dos de fora” (3:7).

O bispo deve ser fiel em casa (3:2, 4-5):


• Como "esposo de uma só mulher" (3:2), o bispo mostra fidelidade e respeito para a
aliança feita por Deus (veja Mateus 19:6 ).

• Como quem governa "bem a própria casa" (3:4-5), o bispo mostra fidelidade em
cuidar das almas dadas a ele por Deus (veja Salmo 127). Se os filhos obedecem com
respeito, isso mostra sua capacidade como líder e disciplinador, o que será
necessário para lidar com as "crianças espirituais" na igreja (veja 1 Pedro 2:1-2).

[Estas qualificações excluir mais duas observações importantes: 1. O bispo deve ser
casado e ter filhos. Na Bíblia não há bispos solteiros. 2. O bispo tem que ser homem –
"esposo". A Bíblia não menciona "bispas", "pastoras", ou "presbíteras".

o Família exemplar, igreja unida.


o Família de oração, igreja de poder.
o Família obediente, igreja trabalhadora.
o Família temente a Deus, igreja amorosa.
o Família santa, igreja irrepreensível.
o Família dedicada as almas, igreja generosa.

1 Timóteo 3.14-16 – A Natureza da


Igreja.
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Introdução:
A natureza do ministério cristão é determinada pela natureza da igreja, e
por ser a igreja quem é, existe um comportamento apropriado a ela que não
pode ser nem ignorado, nem corrompido pelo pecado.
Paulo usa três expressões para descrever a igreja nessa conclusão do parágrafo
sobre a liderança:

A CASA/FAMÍLIA DE DEUS.
A palavra oikos pode significar tanto casa, quanto família. Esse é o sentido nos
versos 4, 5 e 12. Enfatiza que, como filhos de Deus, temos uma mesma dignidade
perante Deus independentemente de idade, raça ou cultura e sexo. Também
significa que, como irmãos em Cristo, somos chamados a amar uns aos outros
com profundidade.

A IGREJA DO DEUS VIVO.


O centro da expressão está em a quem pertence a igreja e de que o dono da
igreja é o Deus vivo. Ele não pode ser engaiolado num templo, mas está presente
no meio de seu povo (Js 3.10; Dt 6.15). A riqueza da vida comunitária da igreja em
diversidade e unidade está no conhecimento de sua presença santa em nós. O
culto é para ele, a pregação vem dele e celebramos a sua presença real por meio
do sacramento da ceia.
Ele não é Deus escondido, mas o Deus que se revela com vivacidade (1 Jo 1.5).

A COLUNA E FUNDAMENTO DA VERDADE.


O fundamento ou baluarte (hedraiôma) de um prédio é o seu suporte principal,
dando-lhe estabilidade. A igreja é responsável por manter a verdade firme diante
dos ataques da secularidade.
A coluna (stylos) tem a finalidade de manter firme o teto, mas também de elevá-lo
a uma altura que torne o edifício visível à distância. O papel da igreja é ostentar a
verdade pela proclamação do evangelho de tal modo a torná-la conhecida do
maior número possível de pessoas.
A responsabilidade da igreja perante a verdade é dupla, então; deve sustentá-la
com firmeza defendendo-a; e também deve mantê-la bem alto, por meio da
proclamação do evangelho. A igreja depende da verdade para a sua existência e a
verdade depende da igreja para a sua proclamação.
Qual verdade é essa? É Jesus Cristo.
Essa verdade é um mistério, ou seja, um conjunto de verdades que agora se
tornaram conhecidas apenas porque Deus quis revelá-las.
Essa verdade é um mistério da piedade, porque estimula nossa adoração,
humildade e reverência diante de Deus.
Essa verdade é inquestionavelmente grande.
Essa verdade tem seu enfoque na pessoa e obra de Jesus Cristo.

Conclusão:
O hino/credo a seguir consiste de três parelhas de versos em que cada uma delas
faz uso deliberado de antíteses: Carne e espírito; anjos e nações; o mundo e a
glória de Deus.
1ª = Aborda a revelação de Cristo. Ele se manifestou em corpo e foi justificado em
espírito; revelando-nos sua natureza divino-humana.
2ª = Refere-se ao testemunho de Cristo, visto por anjos e pregado às nações.
3ª = Como Cristo foi recebido: crido o mundo e elevado em glória.

Aplicações:
Os presbíteros e diáconos servirão na igreja e à igreja à luz da verdade que ela é
chamada a confessar.
Um dos caminhos mais seguros para a reforma espiritual é a recuperação da
compreensão da identidade da igreja.

1 timoteo 4

I. PREDIÇÕES DA APOSTASIA (4.1-4)


1. O que é apostasia? (1Tm 4.1). No versículo 1, Paulo advertiu os presbíteros de
Éfeso de que falsos mestres invadiriam a Igreja, e, de fato, eles já haviam chegado.
O objetivo dos falsários do Evangelho é fazer as pessoas se desviarem da verdadeira
fé. A isso chamamos apostasia. Eles não tentavam edificar a Igreja nem levar as
pessoas a se relacionar com o Senhor de maneira mais profunda. Antes, desejavam
arrumar discípulos para aumentar seus grupos e promover suas heresias.
Essa é uma das diferenças entre a verdadeira Igreja e uma seita religiosa: uma Igreja
autêntica procura ganhar convertidos para Jesus Cristo e edificá-los espiritualmente.
Uma seita, em vez disso, procura roubar convertidos de outros grupos e os
transformar em escravos dos líderes da própria seita.

2. Doutrinas satânicas (1Tm 4.1). Tais falsos mestres são inspirados e impelidos por
Satanás (1Tm 4.1). Alguns ficam surpresos ao saber que Satanás realmente usa
membros de uma igreja local para realizar sua obra. Mas os demônios entram mesmo
em contato com homens. Alguns desses demônios, inclusive, atuam nas questões
religiosas, enganando os homens de dentro de muitos grupos de fé.
Os demônios pervertem moralmente os homens, levando-os a crer no tipo de religião
que prega a suposta “verdade” de suas doutrinas. É desse modo que surgem os
líderes heréticos. Eles realmente acreditam nas heresias que pregam com convicção
e acabam enganando a muitos.

3. Gnosticismo (1Tm 4.2-4). Os falsos mestres são como atores: representam um


papel diferente da vida real (1Tm 4.2). Falam uma coisa e fazem outra. São
hipócritas. Os falsos mestres possuem não apenas um ensino errado, mas também
uma motivação errada; não apenas uma teologia falsa, mas também uma vida torta.
Os falsos mestres fizeram um casamento sem valor do judaísmo radical com a
filosofia grega (1Tm 4.3,4). Uniram o legalismo judaico com o ascetismo oriental.
Surgiu daí uma perigosa heresia, chamada gnosticismo, que mais tarde devastou a
Igreja.
Os gnósticos consideravam a matéria física essencialmente má. Por isso, negavam
as doutrinas da criação do mundo e da encarnação e ressurreição de Cristo.
Oscilavam entre o ascetismo extremo e a completa libertinagem moral.
Os gnósticos estavam proibindo o que Deus aprova. Privavam as pessoas de
privilégios concedidos por Deus. O que eles proibiram? O casamento e o consumo de
alimentos. Porém, Deus instituiu o casamento para a propagação da vida humana e
realização dos cônjuges, assim como o alimento para o sustento físico.

II. PIEDADE NECESSÁRIA (4.5-12)


1. Características necessárias (1Tm 4.5,6). Quando Paulo se referiu aqui à
consagração (1Tm 4.5) ele quis dizer que, ao recebermos “tudo” o que Deus criou,
com fé e com uma atitude de oração, somos capazes de aproveitar Suas dádivas com
uma consciência limpa.
O versículo 6 mostra qual é o papel do pastor que vela pela verdade e cuida do
rebanho. Ele precisa se posicionar em relação aos falsos mestres e seus ensinos
perigosos. Deve alertar a Igreja sobre os enganos das falsas doutrinas, advertindo o
povo de Deus do perigo da apostasia. Cabe, então, ao líder cristão combater a
mentira e promover a verdade; denunciar as heresias e anunciar o Evangelho,
colocando sempre em relevo a sã doutrina.

2. A preeminência da piedade (1Tm 4.7,8). Todo cristão deve ter reverência a Deus
(1Tm 4.7,8). O pastor, principalmente. Sua piedade pessoal é o fundamento de sua
autoridade espiritual. Mais que o cuidado com o corpo, precisamos cuidar de nossa
reputação. Os exercícios físicos beneficiam o corpo apenas nesta vida, ao passo que
o exercício da piedade é proveitoso hoje e na eternidade.
Paulo não pede que Timóteo escolha entre um exercício e outro. Na verdade,
devemos todos praticar ambos, mas nos concentrar na piedade, porque ela deve ter
preeminência na vida do cristão.

3. Exemplo piedoso (1Tm 4.9-12). Em 1Timóteo 4.9-12, Paulo enfatizou que o


pastorado é uma vocação para o trabalho. Um líder não pode ser um homem
preguiçoso, mas deve trabalhar e empenhar-se ao máximo em sua tarefa.
Timóteo era jovem, tímido e doente. Por isso, algumas pessoas em Éfeso estavam
inclinadas a
desprezar sua liderança. Paulo, então, desafiou o jovem pastor a não ficar
desanimado, mas a se erguer como modelo de maturidade espiritual para todos os
fiéis (1Tm 4.12).
No mundo antigo, não era esperado que uma pessoa com a idade de Timóteo,
provavelmente nos seus 30 anos, tivesse obtido o discernimento e a sabedoria
requerida para os líderes.
Paulo, então, nomeou cinco áreas em que Timóteo deveria ser exemplo: [1]
na palavra, pois o líder espiritual não pode ter linguajar impuro, mas suas palavras
precisam ser verdadeiras e oportunas; [2] no procedimento, pois o líder deve ser
irrepreensível na conduta, em contraposição aos falsos mestres; [3] no amor, pois o
cristão precisa ter profundo apego pessoal a seus irmãos; [4] na fé, pois precisamos
todos ter uma fé autêntica; e [5] na pureza, pois Éfeso era um centro de impureza
sexual, e o jovem Timóteo deveria manter um relacionamento puro com as mulheres
da Igreja.
Deus tem muitos filhos bons que simplesmente obtiveram a salvação, mas não
possuem nenhum poder para o serviço.” (D. L. Moody)

III. ENSINO E DONS (4.13-16)


1. Dedicação à leitura e ensino (1Tm 4.13). Em relação à Palavra, Timóteo
precisava tomar três medidas (1Tm 4.13-16). A primeira é a leitura pública das
Escrituras (v. 13).
A Palavra de Deus precisa ser lida hoje nos cultos públicos. O que se segue à leitura
das Escrituras é a exortação e o ensino. A palavra exortação traz a ideia de
encorajamento e sugere a aplicação da Palavra à vida das pessoas. O ensino tem a
ver com a exposição sistemática das verdades eternas, instruindo o povo na verdade,
alertando-o contra as heresias dos falsos mestres. Ler, explicar e aplicar o texto das
Escrituras é a essência da pregação expositiva.

2. Diligência no uso dos dons (1Tm 4.14). O versículo 14 aponta a segunda medida
em relação à Palavra de Deus: o exercício do dom espiritual. Paulo referiu-se a um
dom da graça divina. Isso denota um revestimento especial do Espírito, capacitando a
pessoa no desempenho de alguma função na comunidade de fé. Deus não apenas
chamou Timóteo para o ministério, mas também, em sua ordenação ao sagrado
ofício, o capacitou para seu exercício, concedendo-lhe os dons do Espírito. Paulo não
mencionou qual era esse dom, mas possivelmente se referia ao dom de ensino e
governo da Igreja.
Então, não é a Igreja que concede dons espirituais. Somente o Espírito Santo tem a
competência e a autoridade para distribuir os Seus maravilhosos dons. Quando os
presbíteros impuseram as mãos sobre Timóteo, estavam reconhecendo publicamente
o que o Espírito Santo já havia concedido a ele.

3. Conduta consagrada (1Tm 4.15,16). Por fim, nos versículos 15 e 16, Paulo se
referiu ao progresso espiritual dos crentes. Não haverá avanço pioneiro nem
progresso no ministério sem diligência e total dedicação à obra. Então, as pessoas
deveriam ver não apenas a dedicação de Timóteo, mas também seu constante
crescimento.
Um líder deve ainda ter compromisso de preservar a doutrina e a piedade. Havia duas
áreas nas quais Timóteo precisava se dedicar: sua vida e doutrina. Se um ministro
do Evangelho não velar por sua vida, cairá em descrédito. E uma gritante contradição
defender a sã doutrina e viver de forma contrária a ela. A prática da Palavra vem
antes do progresso na Palavra.
Paulo disse que o cuidado da vida e da doutrina traria a Timóteo salvação, para ele e
para seus ouvintes. A palavra “salvar”, aqui, não significa salvação da alma, mas
salvar a si mesmo e a seus ouvintes das falsas doutrinas.

APLICAÇÃO PESSOAL
Lutar contra a apostasia moderna não é uma tarefa apenas dos pastores, mas de
todos os cristãos comprometidos com Deus. Seremos eficazes na obra do Senhor
quando nos esforçarmos pelo progresso espiritual em vez de abandonar a fé.

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