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RELAÇÃO DO PASTOR COM PRESBÍTEROS E DIÁCONOS

Com o crescimento e a expansão da igreja, no primeiro século, surgiram múltiplas


necessidades relacionadas com a organização, a edificação, a evangelização e a beneficência.
Sob a direção do Espírito Santo, os apóstolos promoveram, em Jerusalém, a eleição de
diáconos; depois, constituíram presbíteros em cada cidade onde se estabeleceram as novas
igrejas (cf. At 6.1-7; 14.22-23; Tt 1.5).

Com a bênção de Deus, crescem também as igrejas nos tempos atuais. As exigências do
ministério se multiplicam. Dessa maneira, temos necessidade de presbíteros, de diáconos e da
cooperação de todos os membros. Ser Presbítero ou Diácono de uma igreja é um grande
privilégio, mas também uma grande responsabilidade. Vejamos esses ofícios à luz da Palavra
de Deus.

Os termos “presbíteros”, “bispos” e “diáconos”

“Presbíteros” e “bispos” ocorrem paralelamente no Novo Testamento e se referem aqueles


líderes espirituais de cujo ministério e conduta deriva o bom governo da igreja. O próprio
testemunho cristão da igreja está intimamente conectado à sua liderança.

• Presbítero vem do grego presbiterós, que quer dizer ancião. O costume de escolher
homens mais experimentados para ajudar na liderança do povo de Deus remonta à
época em que Moisés nomeou setenta anciãos para ajudá-lo na condução do povo de
Israel, no deserto (cf. Nm 11.15-17). Posteriormente, no Judaísmo, cada Sinagoga veio
a ter os seus anciãos. Eles presidiam a congregação, repreendiam e disciplinavam
quando necessário, conciliavam os inimigos, exerciam a supervisão material e
espiritual.

• Bispo vem do grego episcopos e significa supervisor, superintendente (1Tm 3.1-2).

• Diácono vem do grego diakonos e significa ministro ou servo. Diakonia, um termo que
aparece mais vezes no Novo Testamento, significa serviço, ministério. Não se refere
apenas ao ministério hoje atribuído aos nossos diáconos. Paulo descreve Epafras
como diakonos ou “ministro de Cristo” (cf. Cl 1.7) e a si mesmo como diakonos ou
ministro do Evangelho e da igreja (cf. Cl 1.23,25). Entretanto, o relato, em At 6, sobre a
escolha de 7 homens aprovados para supervisionarem a administração do fundo para
as viúvas, é comumente tomado como a instituição formal do diaconato. Este é o
primeiro exemplo de entrega de responsabilidades administrativas e sociais a homens
dotados de caráter e dons apropriados. Mais tarde, aquela prática se tornou um
procedimento típico nas igrejas cristãs.

A excelente obra do presbiterato


Paulo escreveu a Timóteo: “Se alguém aspira ao episcopado, excelente obra almeja” (cf. 1Tm
3.1). Alguém poderia perguntar: Afinal, que obra excelente é essa? Pois bem, seguem algumas
indicações:

(a) Pastorear o rebanho juntamente com o pastor local, que também é presbítero (cf. At 20.17-
18; 1Pe 5.1-3).

(b) Ensinar a Palavra de Deus (cf. 1Tm 3.2; 5.17).

(c) Refutar e repreender os que contradizem a Verdade (cf. Tt 1.9,11).

(d) Governar, presidir, liderar a igreja de Deus (cf. 1Tm 3.4-5; 5.17).

(e) Orar juntamente e pelos doentes, visitando aqueles que necessitam de acompanhamento
direto (cf. Tg 5.14).

Com respeito as funções dos presbíteros, a Constituição da Igreja Presbiteriana do Brasil diz
que eles devem:

“… corrigir ou admoestar os faltosos; auxiliar o pastor no trabalho de visitas; instruir os


neófitos (novos convertidos); consolar os aflitos; cuidar da infância e da juventude; orar com os
crentes e por eles; informar o pastor dos casos de doenças e aflições; distribuir os elementos da
Santa Ceia; tomar parte na ordenação de ministros e oficiais; representar o Conselho no
Presbitério, este no Sínodo e no Supremo Concílio” (CI-IPB, Art. 5).

A excelente obra do diaconato

Com base em Atos 6, os diáconos cuidam da beneficência da igreja, um trabalho tão


importante e difícil, que o texto menciona a necessidade de serem os diáconos “homens de
boa reputação, cheios do Espírito e de sabedoria” (v 3). Estêvão, um daqueles primeiros 7
diáconos, era “homem cheio de fé e do Espírito Santo” (v.5). Alguns diáconos receberam
também o dom da profecia e/ou do ensino, e o talento natural para discursar, de modo que,
além da beneficência, exerciam também o ministério da Palavra. Aquele foi o caso de Estêvão
(At 6.8-7.53) e de Filipe (At 8.5s).

As funções do diácono na IPB são descritas na Constituição da Igreja Presbiteriana do Brasil da


seguinte forma:

“O diácono é o oficial eleito pela igreja e ordenado pelo Conselho para, sob a supervisão deste,
dedicar-se especialmente: (a) à arrecadação de ofertas para fins piedosos; (b) ao cuidado dos
pobres, doentes e inválidos; (c) à manutenção da ordem e reverência nos lugares reservados ao
serviço divino; (d) exercer a fiscalização para que haja boa ordem na Casa de Deus e suas
dependências”.

Nota-se a seriedade e comprometimento necessários para o bom desempenho do diaconato.

As qualificações necessárias para os Presbíteros e Diáconos

Em 1Pe 5.1-3, vemos que os presbíteros (incluindo os pastores) devem ser “modelos do
rebanho”. Os diáconos, conforme observamos em At 6.3-5, devem ser “homens cheios do
Espírito Santo e de sabedoria… e de fé”. Também, Paulo, em 2Tm 2.2, fala de “homens fiéis e
idôneos”. O mesmo apóstolo, nas duas passagens mais conhecidas sobre presbíteros e
diáconos, enumera cerca de vinte qualificações que esses oficiais precisam ter (cf. 1Tm 3.1-12
e Tt 1.5-9). São elas:

• Irrepreensível
• Esposo de uma só mulher
• Bom chefe de família
• Hospitaleiro
• Temperante
• Sóbrio
• Modesto
• Não dado ao vinho
• Não violento
• Cordato
• Inimigo de contendas
• Não avarento
• Apto para ensinar
• Não seja neófito (novo na fé e sem maturidade espiritual)
• Bom testemunho dos de fora
• Piedoso
Dessa maneira, a fim de nos prepararmos como igreja para a eleição vindoura de presbíteros e
diáconos, estudemos cada uma destas virtudes, consideremos os nomes dos irmãos que mais
se qualificam para o exercício desses oficialatos, oremos por eles e pela igreja e votemos com a
consciência clara de estarmos cumprindo as exigências da Palavra do Senhor. Consideremos
ainda que as virtudes necessárias aos presbíteros e diáconos não se restringem aos líderes,
mas a cada membro da igreja que deseja glorificar o Senhor Jesus por meio do testemunho
cristão.

Vocação e postura pastoral


1 TIMÓTEO - Estudo 7: O CARÁTER DO PASTOR - cap. 3. 1 – 7.

Neste texto encontramos:

- O exercício do ministério pastoral na igreja de Cristo é uma excelente função a ser almejada
pelos chamados por Deus. v. 1.

- Qualificações de quem almeja o ministério pastoral: v. 2 – 7.

a) irrepreensível; b) esposo de uma só mulher; c) equilibrado; d) sensato; e) respeitável; f)


hospitaleiro; g) competente no ensino; h) abstêmio quanto à bebida alcoólica; i) não violento;
j) amável; k) pacífico; l) não ganancioso; m) que governe bem sua casa e tenha os filhos em
submissão com dignidade; caso contrário estará desqualificado para cuidar da igreja de Deus;
n) não deve ser um recém-convertido à fé evangélica para que não venha a ser soberbo e caia
na mesma condenação de Satanás; o) que seja respeitado como pessoa digna por aqueles que
não pertençam à igreja a fim de não cair em descrédito e nos laços do diabo.

VISÃO GERAL

A conversão de Saulo de Tarso, mais tarde, apóstolo Paulo deu-se por volta do ano 37 d.C.
Atos 9.

Ainda no exercício de um ministério bem sucedido que havia se estendido até aquele
momento por vinte e sete anos, 64 d.C., o apóstolo Paulo, já sentindo em seu corpo o peso
dos anos, envia a Timóteo, filho na fé, uma primeira carta de orientação com alertas, normas e
encorajamento.

Paulo era um obreiro experiente e decidiu partilhar com Timóteo o seu próprio caráter a ser
reproduzido, conforme esperava ele, por seu filho na fé e aqueles que ele havia se
responsabilizado no preparo ao ministério pastoral. Na verdade, o apóstolo deixava
transparecer em seu caráter o caráter do Senhor Jesus que Nele vivia. Esse é o desafio e desejo
do cristão. 1

Coríntios 11. 1; Gálatas 2. 19 – 20; Filipenses 4. 9..

Não somente do pastor, mas de todos os cristãos que amam e por isso obedecem ao Senhor
Jesus é requerido esse mesmo caráter. É uma forma inteligente de testemunho na atração dos
não salvos a Jesus Cristo. O caráter do cristão há de ser a expressão da verdade que ele
anuncia. Nessa coerência é que se estabelece o fundamento do convencimento e da
responsabilidade de quem vê que a verdade é perfeitamente visível e vivível. .Mateus 5. 16.

FOCALIZANDO A VISÃO

Paulo, o mentor de Timóteo, jovem discípulo-pastor, declara que o exercício do ministério


pastoral na igreja de Jesus Cristo é privilégio concedido por Deus a quem Ele chama. É função
incomparável e das mais excelentes. É reservada àqueles que com uma consciência pura e fé
verdadeira servem a Deus e se prontificam a expressar o Seu amor para cuidar daqueles que
lhe foram entregues pelo Bom Pastor, Jesus Cristo. Não é entretenimento, carreira
profissional, dinastia familiar ou espaço para o exercício do egoísmo, soberba, vaidade ou
interesses pessoais.

A seguir o experiente pastor Paulo apresenta as qualificações a serem vistas no homem


chamado para o exercício do ministério pastoral.

Como dissemos, Paulo deixa claro que na igreja de Jesus Cristo, família de Deus, o ministério
pastoral segue os princípios de liderança estabelecidos por Deus ao instituir a família e que
foram reproduzidos pelo Senhor Jesus na escolha dos apóstolos e mais tarde por estes na
formação de líderes na igreja. A igreja contemporânea que se mantém fiel ao que as Escrituras
determinam não fogem desse parâmetro, padrão, modelo.

Em nossos dias a influência da antiga cultura pós-moderna tem esvaziado o significado da


palavra pastor, minimizado o verdadeiro sentido do ministério pastoral e o colocado em
posição hierárquica inferior nas igrejas voltadas mais ao atendimento dos interesses dos
homens do que de Deus.

Sendo assim, torna-se necessário o retorno aos fundamentos da fé evangélica e ninguém


melhor que o apóstolo Paulo, autoridade constituída por Jesus Cristo em Sua igreja, para nos
trazer à memória o caráter do líder cristão através da exposição das virtudes cristãs que deve
cultivar.

O pastor há de ser:

a) irrepreensível, isto é, uma pessoa que não dá margem à censura em seu caráter. É honesto
com Deus, consigo mesmo e com seus semelhantes. Um pastor irrepreensível tem autoridade
espiritual e moral para cuidar daqueles que Jesus Cristo lhe entregou para serem pastoreados;

b) esposo de uma só mulher: o pastor que tem ao seu lado uma mulher virtuosa que o auxilie
como esposa em seu ministério e com a qual divide suas cargas encontra nela uma parceira de
oração e aliada fiel para prosseguir na missão que lhe foi entregue. O pastor bem casado está
mais habilitado para tratar com os casais da igreja os conflitos conjugais atendendo de forma
adequada o homem ou a mulher que o procuram porque está identificado com eles no
projeto-família;

c) equilibrado: as emoções são inevitáveis nos relacionamentos humanos. Por essa razão a
sensibilidade é necessária a quem lida com pessoas. Só assim será possível gerar a empatia
com elas isto é, trazer o mais próximo de si o que as aflige a fim de abrir espaço para o
aconselhamento. Na vida cristã as emoções precisam ser educadas pela Graça de Deus para
que de energias ou atitudes negativas (vingança, retaliação, hostilidade, ódio, ira, rancor,
ressentimento) sejam transformadas em energias ou atitudes positivas (amor, alegria, paz,
paciência, amabilidade, fidelidade, mansidão, autodomínio). Esse é um trabalho divino
realizado pelo Espírito Santo através das Escrituras. Ao pastor cabe trazer à superfície essa
ação divina através do aconselhamento. Dependendo da situação e da gravidade, o pastor
poderá solicitar o apoio de um mentor com quem dividirá suas cargas emocionais. Essa decisão
permitirá que o pastor se recomponha e evite a manifestação de palavras ou sentimentos
precipitados ou impensados. O reconhecimento de sua insuficiência o ajudará a tratar com
pessoas que buscam no pastor a suficiência que precisam. O exercício do equilíbrio dá
qualidade aos relacionamentos e segurança ao aconselhamento. Provérbios 10. 19; 12. 25; 15.
23.

d) sensato: a sensatez, a prudência e o equilíbrio são virtudes que se completam na formação


do caráter. Há pessoas cujos interesses nem sempre se afinam com os interesses de Deus para
sua vida e igreja. Para que o pastor traga a pessoa ao reto caminho é necessário que, primeiro
ele, esteja bem firmado na retidão e na sensatez.

e) respeitável: nas Escrituras o pastor aprende que Deus zela pelo Seu Nome porque Nele está
expresso o Seu caráter para que seja reconhecido, reverenciado e adorado. De sua parte, o
pastor tem esse mesmo cuidado a fim de que as pessoas ao ouvirem o seu nome o associem a
alguém digno de honra. Assim como Deus, o pastor deve deixar bem claro que só é
responsável pelo que diz pessoalmente ou por alguma manifestação escrita de sua parte e não
pelas palavras que atribuem a ele. Entre a honra e a desonra há uma tênue e quase
imperceptível linha que as divide. Por isso a vigilância e a oração, como recomendou Jesus,
devem ser contínuas. Mateus 26. 41. Ao ser honesto no relacionamento com Deus e consigo
mesmo, o pastor será reconhecido como pessoa digna de respeito diante daqueles que o
cercam. Uma pessoa honesta é confiável e está qualificada para lidar com o interior das
pessoas que nele confiam como servo de Deus e depositário das riquezas e do conselho divino.
Essa era a atitude do povo de Israel quando procurava o homem de Deus. 1 Samuel 9. 6.

f) hospitaleiro: o pastor além de líder na igreja que dirige é também pessoa pública. Nessa
condição, por ser reconhecido socialmente, toma para si a responsabilidade de criar um
ambiente acolhedor e reservado para o atendimento de quem o procura. Nem sempre esse
ambiente será a casa onde reside com a família porque a realidade atual desaconselha essa
disponibilidade. Ao visitar ou receber visitas do rebanho sob sua responsabilidade procura
criar um ambiente favorável ao diálogo. É no ambiente familiar que a fé é mais exigida para ser
vivida em sua simplicidade e autenticidade.

g) competente no ensino: o amor à leitura, ao estudo e à meditação é inerente às atividades


de quem se dedica ao anúncio e ensino da Palavra de Deus. Um obreiro que não ama a leitura
não pode se apresentar ao exercício dessa nobre função no Reino de Deus. Cabe ao pastor, se
possível, com a ajuda da igreja ou de irmãos que são chamados para investir no ministério
pastoral, buscar os recursos a fim de que tenha ao seu dispor bons livros com enfoque
teológico, devocional e outros que o equipem no conhecimento a ser transmitido à igreja.
Como bom despenseiro das riquezas que há em Deus e que lhe foram entregues para
partilhar, cabe ao pastor conhecer bem de perto o rebanho sob sua responsabilidade para que
possa dar a ele o alimento adequado às suas necessidades no momento ou despertá-lo para
novos conhecimentos e práticas necessários à vida cristã. O melhor contato para que esse
conhecimento se efetive é através das visitas pastorais. Nelas poderá sentir bem de perto a
realidade concreta de cada membro da igreja. Quanto maior é o atendimento nos lares, menor
será o atendimento no gabinete pastoral, onde, muitas vezes, a situação está próxima da
insolubilidade ou fase terminal de uma crise que se detectada antes poderia se transformar
em ganhos e não em perdas. Um pastor que não lê as Escrituras e nem livros que possam
ajudá-lo em seu trabalho, realiza um ministério medíocre porque se empobrece e empobrece
a muitos que dele dependem.

h) abstêmio de bebidas alcoólicas: um pastor que deseja realizar um ministério próspero e


inesquecível na história da igreja de Cristo enche-se do Espírito Santo e não de vinho ou outra
bebida alcoólica que venha tirar-lhe a lucidez no anúncio e ensino da Palavra de Deus. Nas
crises o que era pouco na ingestão de bebidas alcoólicas se torna muito. O vacilante servo ao
satisfazer os desejos da carne abre-se, sem reservas às ações do inimigo que é
surpreendentemente sutil e perverso e para ajudar sua vítima em sua autojustificação
apresenta-lhe o atalho do liberalismo teológico para afastá-lo mais do que está dos caminhos
de Deus. O pior é que o líder não se afasta sozinho, mas leva consigo aqueles que
ingenuamente o seguiram no mesmo propósito. Desta forma afastam-se do principal e
permanecem na periferia fazendo da igreja entretenimento religioso e não mais ambiente e
organismo onde o Espírito Santo age com liberdade. Nesse ponto líderes e liderados se
dedicam mais a filosofar sobre a Palavra de Deus ao invés de obedecê-la. Gastam suas energias
no louvor ao Deus que não estão interessados em ouvir. Reeditam a conduta de Israel antes do
caos. Isaías 1. Os líderes que se rendem sem reservas às bebidas alcoólicas têm sido motivo de
escândalos para a igreja de Cristo no decorrer da história. Ao invés de se deixarem lapidar pela
Palavra de Deus em vida de santidade ajuntaram sobre si todo tipo de imundície vista na
intimidade pessoal, na vida conjugal, em família e na sociedade. Basta ver as igrejas de
continentes que viveram períodos de avivamento espiritual e que hoje estão mergulhadas nas
correntes da pós-modernidade que colocam o homem e não Deus em Cristo como medida
padrão de sua existência. Por que trilhar por um atalho que resultou no caos quando temos o
Caminho, Verdade e Vida que nos conduz a Deus? Se temos a nossa disposição a Água e o Pão
da Vida por que insistirmos na ingestão de um alimento que não ofereceu um bom futuro aos
seus consumidores? Tudo o que venha afetar o nosso relacionamento correto com Deus e
causa danos no relacionamento com o próximo deve ser evitado. Esse é o ensinamento das
Escrituras. Josué 24. 15. As bebidas alcoólicas indispensáveis no culto pagão são perfeitamente
dispensáveis na vida dos cristãos porque nossa saúde espiritual, mental, emocional, volitiva e
física vem do que Deus já nos tem dado através da suficiência que há em Jesus Cristo.

i) não violento: o comportamento absolutista, autoritário e soberbo está na contramão do


caráter do líder cristão que tem como modelo de conduta o Bom Pastor – Jesus Cristo que
descreveu por Seu exemplo o procedimento do pastor em relação às ovelhas que lhe foram
entregues para serem cuidadas. O bom pastor não se confunde com o mercenário. João 10. O
líder cristão se deixa educar pela Palavra de Deus que o orienta a cultivar a humildade, a
primeira das virtudes cristãs descritas por Jesus no Sermão do monte. Ela é acompanhada pela
sensibilidade, a mansidão, a justiça ou retidão, a misericórdia, a santidade ou pureza, a paz, a
paciência, a renúncia, a alegria e a esperança. Mateus 5. 3 - 12. O conhecimento e prática
dessas virtudes cristãs afasta o líder cristão da conduta violenta com as ovelhas do Senhor. 1
Pedro 5. 1 – 4. Faz isso de coração para que possa oferecer às ovelhas que dirige a segurança e
o descanso que tanto almejam. Afinal, as ovelhas não lhe pertencem e o melhor que o Sumo
Pastor o capacita a fazer é o que deve ser feito. O pastor que cativa sua mente para pensar no
que é verdadeiro, nobre, correto, puro, de boa fama e que em si trazem a excelência fugirá
de toda conduta violenta seja no olhar, nos gestos, nas atitudes e nas palavras. Jamais usará o
púlpito como espaço para liberar seus destemperos emocionais e muito menos para provocar
ou responder às provocações. Será reverente com a Palavra de Deus, não alterando o seu
verdadeiro sentido para a defesa de interesses pessoais. Permanecerá fiel a ela durante a sua
exposição jamais alterando o seu sentido para mais ou para menos. Afastará qualquer tipo de
sonegação da verdade a ser anunciada. Ao invés de alimentar a violência será promotor da paz
construída em torno da verdade que há na Palavra de

Deus.

j) amável: o verdadeiro pastor à semelhança do Bom Pastor - Jesus Cristo ama as ovelhas que
lhe foram entregues para cuidar. Esse amor as ensina a amar e ativa nelas a vontade de amá-
lo. Como resultado o pastor se torna amável porque ama e se deixa amar pelas ovelhas. É visto
como pessoa simpática, atenciosa, gentil, afável e cortês. É com essas virtudes que influencia
profundamente aqueles que o cercam.
k) pacífico: o verdadeiro pastor não é passivo, mas pacífico ou construtor da paz onde está.
Sabe que a falsa paz é construída com acordos ou acomodação de interesses que mais cedo ou
mais tarde eclodirão em novo conflito. A verdadeira paz é construída nos princípios
inamovíveis da Palavra de Deus e por isso a anuncia em sua integridade e ensina as ovelhas a
vivê-la na vida comum. O fato de adotar essa postura não o isentará das crises, mas em todas
será vitorioso porque está do lado de quem é vitorioso – Jesus Cristo. .

l) não ganancioso: o verdadeiro pastor dedica-se ao ministério que o Senhor lhe entregou e é
fiel a sua missão. Cuida dos interesses do Reino de Deus e não o Reino de Deus para cuidar dos
seus interesses. Jamais usa o Evangelho para auferir lucros ou o transforma em máquina de
fazer dinheiro. Aqueles que tratam com irreverência o Evangelho e o Nome do Senhor Jesus
serão cobrados no dia inevitável da prestação de contas. Mateus 7. 21 – 23. A prudência do
pastor o leva a afastar-se da administração pessoal das finanças da igreja para que não seja
atraído às ciladas do Diabo que usa o dinheiro para prender as pessoas a si ou torná-las reféns
de sua vontade. O alerta de Jesus ainda soa em nossos dias com alta voz: “...Ninguém pode
servir a dois senhores; pois odiará um e amará o outro, ou se dedicará a um e desprezará o
outro. Vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro”. Mateus 6. 24. (NVI). Daí deriva o
provérbio: “O dinheiro é bom servo, mas mau senhor”. Ananias e Safira perderam a vida
porque desconsideraram as palavras do Senhor Jesus. Atos 5. 1 – 11. Pastores que
administram a igreja visando à acumulação de bens materiais se comportam como falsos
profetas que alteram o sentido das palavras de Deus, acrescentam ou sonegam ao seu
conteúdo colocando na Palavra de Deus a sua palavra para agradar seus patrocinadores. Não
foi sem motivo que o apóstolo Paulo alertou Timóteo: “Pois o amor ao dinheiro é a raiz de
todos os males. Algumas pessoas, por cobiçarem o dinheiro, desviaram-se da fé e se
atormentaram com muitos sofrimentos”. 1 Timóteo 6. 10. (NVI). O clássico mau exemplo de
Judas Iscariotes há de ser permanentemente lembrado pelos maus obreiros.

m) que governe bem sua casa: a coerência há de estar presente na vida do pastor quer no
anúncio, no ensino e na vivência da Palavra. Graças a Sua coerência o Senhor Jesus foi
reconhecido em Sua autoridade espiritual e moral até por aqueles que se fizeram seus
inimigos. Antes de pastorear a igreja, o pastor exerce seu ministério diário na família com a
esposa e os filhos. Uma vez sendo bem sucedido nesse pequeno rebanho, mesmo em meio aos
conflitos inerentes ao relacionamento entre pessoas sadias, recomenda-se como pessoa
confiável para pastorear as famílias que compõem a igreja e se torna reconhecido em sua
autoridade espiritual e moral. Quer queira quer não, a família do pastor torna-se instrumento
de influência para as demais famílias da igreja. Cabe à igreja apoiá-la e ajudar seus membros
para que se sintam encorajados a prosseguir na missão que recebeu do Senhor. É bom que se
diga que o pastor e sua família estão sujeitos aos mesmos deslizes de qualquer família e por
isso são carentes das orações e da compreensão de todos. Não caiamos na insensatez e na
hipocrisia de exigir dos outros o que

não exigimos de nós mesmos. .

n) não deve ser um recém-convertido: não é pelo fato de possuir qualificações técnicas ou
teológicas, dominar uma boa oratória e ter a capacidade de atrair a atenção das pessoas sobre
si que alguém se qualifica para exercer a liderança numa igreja. Mesmo tendo muitas
qualidades é necessário que o candidato ao ministério da Palavra seja assistido, orientado e
provado por um bom tempo para que de forma gradativa assuma a liderança de uma igreja.
Pastores imaturos e que se deixam contaminar pelo egoísmo, soberba e vaidade levam o caos
para dentro das igrejas. O bom senso recomenda que só devem ser encaminhados para o
preparo ao exercício do ministério pastoral aqueles que por sua conduta e fidelidade ao
Senhor se empenham nos ministérios da igreja, no relacionamento com os irmãos e na vida
em família. É importante que se diga que ser ministro da Palavra não é sinônimo de status
elevado sobre os demais, posição a ser conquistada para destaque pessoal, mas encargo,
missão, responsabilidade diante de Deus e das pessoas. Uma igreja que desconsidera a Palavra
de Deus na indicação de ministros causa danos a si e as demais igrejas que terão um líder
imaturo em sua direção. Esses são alguns cuidados que a igreja deve tomar quando convida
alguém para liderá-la. A prudência é antídoto contra dores. .

o) respeitado como pessoa digna pelos que ainda não fazem parte da igreja: o pastor de uma
igreja tem influência natural sobre a comunidade onde a igreja atua. Seu caráter na igreja
será conhecido da comunidade. Se for obreiro que honra ao Senhor e Sua igreja será honrado
por aqueles que ainda não fazem parte da mesma fé evangélica. Cabe ao pastor ser uma
pessoa honesta nos seus relacionamentos com os não crentes para que seja reconhecido em
sua autoridade espiritual e moral.

ENQUADRANDO-SE NA VISÃO

- As virtudes cristãs a serem cultivadas pelo pastor são estendidas àqueles que ele lidera
porque no Reino de Deus a maior ou menor responsabilidade não os diferencia na obediência.
.

DETALHES

- A honra traz consigo responsabilidades.

APLICAÇÃO

- Permanecer no melhor que Deus nos concede para fazer.

PENSAMENTO

O líder chamado por Deus é capacitado para exercer com excelência as virtudes cristãs que lhe
foram dadas para viver.

VERSÍCULO PARA DECORAR

Se alguém é chamado para pastorear a igreja de Jesus Cristo e é fiel às responsabilidades de


sua chamada, excelente obra tem a realizar. (paráfrase).

ORAÇÃO

Abençoa, Senhor, os pastores que são fiéis à Tua chamada.

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