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 Presbítero

Ancião ou presbítero nas igrejas cristãs primitivas, era cada um dos anciãos aos quais
era confiado o governo da comunidade cristã. Hoje refere-se a um ministro religioso
cuja função varia de acordo com as diferentes denominações.

Etimologia
O termo ancião vem do latim antianus via francês arcaico ancien referindo-se a pessoa
de idade avançada, antigo, velho, venerável, respeitável.

A palavra hebraica equivalente é za·qen e identificava os líderes do Antigo Israel, quer


no Âmbito de uma cidade, da tribo ou em nível nacional.

Já presbítero vem do grego, πρεσβυτερος, presbyteros, pessoa de idade, ancião. Daí


deriva-se outros títulos como preste.

Padre, significando pai, é uma forma de tratamento que recebe o presbítero na Igreja
Católica, Igreja Ortodoxa e algumas correntes protestantes, como no anglocatolicismo
ou nas antigas congregações de língua portuguesa da Igreja Reformada Holandesa,
como o notável Padre João Ferreira de Almeida.

Boa parte das igrejas protestantes como a Igreja Metodista e Calvinismo chamam seus
presbíteros ordenados de pastores. Na Igreja Luterana os pastores são responsáveis pelo
rebanho cristão, e os presbíteros das igrejas locais fazem parte do governo eclesiástico,
se reunindo e deliberando no respectivo Sínodo Regional em representação das suas
comunidades.

[editar] Organização religiosa


Algumas religiões prezam a figura venerável do ancião, como o za·qen na antiga
religião hebraica da Tanakh, [1] líderes do antigo Israel quer a uma cidade, tribo ou a
nível nacional. Outras religiões semíticas valorizam a autoridade venerável dos anciãos,
como o sheik muçulmano, o hakham no caraísmo, o ˤUqqāl dos drusos.

No cristianismo primitivo havia a figura do presbítero (grego, πρεσβυτερος,


presbyteros), que era originalmente um dirigente de uma igreja congregação local,[2] e o
termo episcoposgrego: ἐπίσκοπος, supervisor, de onde veio o termo português bispo)
era usado intercambiamente até os meados do século II, quando surgiu a distinção entre
bispo (supervisor sobre várias congregações) e presbítero (líder de uma comunidade
local) nas igrejas de então.

[editar] Igreja Católica


Nota: Se procura santos teólogos da Antiguidade, veja Padres da Igreja.
Padres em Roma.

Nas Igrejas Católicas de Rito Oriental homens já casados podem se tornar padres. Na
Igreja Católica de Rito Latino os padres têm de ser homens celibatários.

O substantivo padre foi dado aos bispos no século II pela atitude paternalista com que
tratavam os subordinados.[carece de fontes?]

No século V passou a designar os antigos escritores eclesiásticos, fossem bispos ou não.

Na Igreja Católica, o presbítero (vulgarmente vertido para padre ou sacerdote) é aquele


que recebe o Sacramento da Ordem em seu segundo grau, sendo o primeiro grau o de
diácono e o terceiro grau o de bispo. Portanto, é considerado um estágio intermediário
na hierarquia do clero católico. Usa o título religioso de padre, do latim pater, que
significa "pai [num sentido religioso]". Dependendo da sua função em uma paróquia,
caso esteja funcionando em uma, pode ser um pároco, se é a autoridade religiosa
máxima na paróquia, ou vigário, caso se encontre subordinado a outro padre na mesma
paróquia.

Antes de ser ordenado padre, o candidato se torna diácono e faz promessa ao seu Bispo
de castidade, obediência e pobreza[nota 1]. Faz ainda a promessa de rezar todos os dias a
Liturgia das Horas pelo Povo de Deus e de celebrar a Eucaristia.

A veste litúrgica própria do padre é a estola caída a direito e a casula.

Por vezes, os presbíteros recebem o título honorário de Monsenhor, que não dá


quaisquer poderes sacramentais adicionais.

Modelo do brasão de armas de um Presbítero Católico

[editar] Igreja Ortodoxa


No Cristianismo ortodoxo os padres podem casar antes da ordenação, como nas Igrejas
Católicas Orientais em comunhão com Roma.

[editar] Protestantismo
Nas Igrejas Reformadas e Presbiterianas (ambas de matriz calvinista), o presbítero é o
líder espiritual de uma comunidade (ou paróquia) cristã.[3]

Faz-se, comumente, distinção entre presbíteros docentes e presbíteros regentes. O


presbítero docente é o pastor, aquele que é responsável pelo ensino da Igreja. Nessas
igrejas tendo cumprido o devido tempo no seminário. O presbítero regente é o
presbítero propriamente dito, responsável, juntamente com o pastor, pelo governo e
administração da Igreja.[4]

Via de regra, como é o caso da Igreja Presbiteriana do Brasil, o presbítero regente é


eleito pela comunidade para um mandato específico. Com o fim do mandato, ele deixa
de exercer suas funções de maneira ativa, mantendo, porém, o estatuto de presbítero,
pois a ordenação é indelével.

Já outras denominações cristãs, defendem que presbítero (ou ancião) é a qualificação


religiosa reconhecida a um cristão dirigente de uma igreja local, e bispo, designa o
cargo que exerce. Os membros da Congregação Cristã no Brasil empregam o título para
o ministro que possui maiores responsabilidades, somente o ancião pode realizar
batismos, presidir reuniões de Santa Ceia e presidir reuniões ministeriais.

Em denominações de governo episcopal, como os anglicanos, morávios e metodistas,


possuem três ordens ministerais: bispos, anciãos (presbíteros) e diáconos. O presbítero
com uma jurisdição regional é chamado de bispo.

Em muitos dos casos, cada igreja local é governada por um presbitério, isto é, por uma
comissão de presbíteros ou um corpo de anciãos e não por uma hierarquia episcopal. Os
chamados Irmãos de Plymouth são governados por um colégio de anciãos laicos, sem
hierarquia entre si.

Em alguns casos, o presidente do presbitério é chamado na igreja local de pastor. É o


caso da maior parte da Igreja Batista.

No caso dos Adventistas do Sétimo Dia o termo é usado para o dirigente da igreja local
sendo o ancião supervisionado pelo pastor.

Quais são os deveres de um presbítero/ancião na igreja?

Pergunta: "Quais são os deveres de um presbítero/ancião na igreja?"

Resposta: A Bíblia lista pelo menos cinco deveres e obrigações de um presbítero:

1) Os presbíteros ajudam a resolver conflitos na igreja. "Então alguns que tinham


descido da Judeia ensinavam aos irmãos: Se não vos circuncidardes, segundo o rito de
Moisés, não podeis ser salvos. Tendo Paulo e Barnabé contenda e não pequena
discussão com eles, os irmãos resolveram que Paulo e Barnabé e mais alguns dentre eles
subissem a Jerusalém, aos apóstolos e aos anciãos, por causa desta questão" (Atos 15:1-
2). A questão foi levantada e fortemente argumentada, sendo levada em seguida aos
apóstolos e presbíteros para uma decisão. Esta passagem ensina que os presbíteros
tomam decisões.

2) Eles oram pelos enfermos. "Está doente algum de vós? Chame os anciãos da igreja, e
estes orem sobre ele, ungido-o com óleo em nome do Senhor" (Tiago 5:14). Um
presbítero biblicamente qualificado tem uma vida piedosa, e "a súplica de um justo pode
muito na sua atuação" (Tiago 5:16). Uma das necessidades desse campo é orar para que
a vontade do Senhor seja feita, e espera-se que os presbíteros façam isso.

3) Eles devem cuidar da igreja com humildade. "Aos anciãos, pois, que há entre vós,
rogo eu, que sou ancião com eles e testemunha dos sofrimentos de Cristo, e participante
da glória que se há de revelar: Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, não
por força, mas espontaneamente segundo a vontade de Deus; nem por torpe ganância,
mas de boa vontade; nem como dominadores sobre os que vos foram confiados, mas
servindo de exemplo ao rebanho. E, quando se manifestar o sumo Pastor, recebereis a
imarcescível coroa da glória" (1 Pedro 5:1-4). Os presbíteros são líderes designados por
Deus para a igreja; o rebanho é confiado a eles. Esses homens não devem liderar para o
ganho financeiro, mas por causa de seu desejo de servir e pastorear o rebanho.

4) Eles devem proteger a vida espiritual do rebanho. "Obedecei a vossos guias, sendo-
lhes submissos; porque velam por vossas almas como quem há de prestar contas delas;
para que o façam com alegria e não gemendo, porque isso não vos seria útil" (Hebreus
13:17) . Este versículo não diz especificamente "presbíteros", mas o contexto trata dos
líderes da igreja. Eles são responsáveis pela vida espiritual da igreja.

5) Eles devem passar seu tempo em oração e ensino da Palavra. "E os doze, convocando
a multidão dos discípulos, disseram: Não é razoável que nós deixemos a palavra de
Deus e sirvamos às mesas. Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete homens de boa
reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais encarreguemos deste
serviço. Mas nós perseveraremos na oração e no ministério da palavra" (Atos 6:2-4).
Isto se refere aos apóstolos, mas podemos ver em 1 Pedro 5:1 que Pedro era tanto um
apóstolo quanto um ancião. Este versículo nos mostra também a diferença entre as
funções de presbítero e diácono.

Simplificando, os anciãos devem ser pacificadores, guerreiros de oração, mestres,


líderes por exemplo e tomadores de decisões. Eles são os líderes de pregação e ensino
da igreja. É uma posição a ser buscada e levada bastante a sério -- leia este aviso: "Meus
irmãos, não sejais muitos de vós mestres, sabendo que receberemos um juízo mais
severo" (Tiago 3:1).

As funções dos presbíteros


As funções atribuídas aos presbíteros aqui descritas não são
exaustivas. Elas mencionam o que o presbítero deve ser e fazer,
mas ele não pode se limitar a elas. Todos os presbíteros devem
exercer o seu ofício em conformidade com a diversidade dos dons
de cada um, e discernindo segundo a necessidade da Igreja. A
vitalidade da igreja muito depende da operosidade dos presbíteros.

Uma palavra grega usada para se referir ao ofício de presbítero é


episcopos. Sabemos que “o uso no N.T., em referência aos líderes,
parece ser menos técnica do que uma tradução como ‘bispo’
sugeriria; daí, superintendente, ou supervisor At 20:28; Fp 1:1; 1 Tm
3:2; Tt 1:7.”[1] O presbítero tem a responsabilidade de supervisionar
a igreja que o escolheu para ser o seu líder. Louis Berkhof afirma
que “claramente se vê que estes oficiais detinham a
superintendência do rebanho que fora entregue aos seus cuidados.
Eles tinham que abastecê-lo, governá-lo e protegê-lo, como sendo a
própria família de Deus.”[2]

A responsabilidade dos presbíteros de supervisão não se limita aos


membros da igreja. Os presbíteros devem supervisionar o seu
pastor. R.B. Kuiper observa que "um dos seus mais solenes
deveres é vigiar a vida e o trabalho do pastor. Se o pastor não leva
uma vida exemplar os presbíteros regentes da igreja devem
chamar-lhe a atenção, e corrigi-lo. Se não é tão diligente em sua
obra pastoral como deveria sê-lo, devem estimulá-lo para que tenha
maior zelo. Se a falta de paixão que deve caracterizar a pregação
da Palavra de Deus, os presbíteros regentes devem dar os passos
necessários para ajudá-lo a superar tal defeito. E, se a pregação do
pastor, em qualquer assunto de maior ou menor importância, não
está de acordo com a Escritura, os presbíteros não devem
descansar até que o mal tenha sido resolvido." [3] Entretanto, os
presbíteros devem oferecer liberdade e recursos para que o seu
pastor desenvolva-se e possa oferecer mais ao rebanho.

A autoridade do presbítero
A autoridade dos governadores é puramente ministerial e
declarativa. Cada função do Conselho, como o ensino, a
admoestação, governo e o exercício da disciplina, devem
fundamentar-se na Palavra de Deus. Os presbíteros não possuem
autoridade inerente. Não possuem o direito de impor as suas
opiniões pessoais, preferências, filosofias sobre o culto, a doutrina,
ou o governo da igreja, antes, devem examinar e extrair das
Escrituras os padrões e princípios estabelecidos por Deus.

A autoridade do presbítero procede de:


1. A autoridade de Cristo como cabeça da Igreja.
2. Submissão à Cristo como o Senhor da Igreja.
3. A obediência e fidelidade à Escritura Sagrada como única regra
de fé e prática.
4. Uma vida de santidade pessoal e familiar.
5. O exercício responsável da sua vocação e dos seus dons
segundo o seu chamado.

As funções pastorais
1. Visitar os membros menos assíduos às reuniões da igreja;
2. Resolver os desentendimentos entre os membros;
3. Instar os disciplinados ao sincero arrependimento;
4. Orar por/com todas as famílias da igreja;
5. Consolar os aflitos e necessitados;
6. Supervisionar o bom andamento das atividades da igreja;
7. Exortar aos pais que tragam os seus filhos ao batismo;
8. Ser um pacificador em assuntos controversos;
9. Lembrar aos membros da sua fidelidade com os dízimos e
ofertas;
10. Dar assistência e/ou liderar as congregações (quando houver);
11. Auxiliar na distribuição da Ceia do Senhor.

As funções doutrinárias
Os presbíteros em nosso sistema de governo têm a
responsabilidade de guardarem a doutrina da corrupção. (1 Tm
3:16; Tt 2:7-8). Entretanto, para isto é necessário:
1. Conhecer o sistema e doutrinas presbiterianas;
2. Zelar pela fidelidade e pureza doutrinária da igreja;
3. Avaliar a qualificação doutrinária do pastor;
4. Examinar os candidatos ao rol de membros da igreja;
5. Discernir os novos “movimentos” que os membros estejam se
envolvendo;

As funções administrativas (indivíduo)


1. Representar as necessidades dos membros nas reuniões do
Conselho;
2. Zelar para que as decisões do Conselho sejam cumpridas pela
igreja;
3. Lembrar os membros dos seus deveres e privilégios;
4. Acompanhar o funcionamento das sociedades e ministérios da
igreja;
5. Elaborar propostas e projetos para a edificação da igreja.

As funções administrativas (concílio)


1. Reunir periodicamente para decidir sobre o bem estar da igreja;
2. Divulgar na igreja local as decisões dos concílios superiores
(presbitérios, sínodo, SC);
3. Avaliar candidatos ao batismo e profissão de fé;
4. Participar na aplicação da disciplina bíblica para que atinja a sua
finalidade;
5. Analisar se a Junta Diaconal está realizando as suas atribuições;
6. Acompanhar o bom andamento das sociedades internas e
ministérios da igreja;
7. Avaliar para o envio ao presbitério os candidatos ao sagrado
ministério pastoral;
8. Participar da ordenação e instalação de novos pastores e
presbíteros;
9. Representar a igreja local nos concílios superiores.

Notas:
[1] F. Wilbur Gingrich & F.W. Danker, Léxico do N.T.
Grego/Português (São Paulo, Ed. Vida Nova, 1993), p. 83.
[2] Louis Berkhof, Teologia Sistemática (Campinas, LPC, 1990), p.
590.
[3] R.B. Kuiper, El Cuerpo Glorioso de Cristo (Michigan, T.E.L.L.,
1985), p. 132.

Rev. Ewerton B. Tokashiki

O que são presbíteros?


Quando o apóstolo Paulo convocou os presbíteros da igreja de Éfeso para que se reunissem
em Mileto, nas instruções que lhes passou, ele se referiu a eles como supervisores (bispos) e
lhes deu a incumbência de alimentar (cuidar, apascentar) a igreja (Atos 20:28). Com esses
termos aprendemos muito sobre os presbíteros e sobre a natureza de sua tarefa.

São “anciãos” porque não são novatos, mas sim mais velhos na fé e já tiveram tempo para
desenvolver a sua maturidade espiritual (1 Timóteo 3:6). Como supervisores, eles “governam”
a igreja local como um homem “governa” a sua própria família (1 Timóteo 5:17; 3:5,12). Isso
inclui, claro, a tomada de decisões dentro do âmbito daquilo que é autorizado por Deus,
embora eles devam tomar o cuidado de não “dominar” os irmãos (1 Pedro 5:3). Como
pastores, estão para a congregação como um pastor de ovelhas para o rebanho. Por isso, eles
alimentam com a palavra de Deus, ajudando o rebanho a crescer espiritualmente e ficando
alertas contra quaisquer perigos de erro ou pecado, que seria uma ameaça para o bem-estar
espiritual do rebanho. Não somente se fará necessária uma dieta espiritual bem equilibrada,
mas eles também precisarão advertir ou admoestar os insubmissos, consolar os
desanimados, amparar os fracos e ser longânimo para com todos (1 Tessalonicenses 5:14).

Muitos cristãos novos não conhecem os perigos que enfrentam, desconhecendo também a
plenitude de suas necessidades espirituais. Cristo providenciou para que esses presbíteros
“velam por vossa alma” (Hebreus 13:17). Todos os que se tornam cristãos devem fazer
questão de que “acateis com apreço os que trabalham entre vós e os que vos presidem
no Senhor e vos admoestam; e que os tenhais com amor em máxima consideração, por
causa do trabalho que realizam” (1 Tessalonicenses 5:12-13).

Os presbíteros qualificados servirão de exemplo para o rebanho quanto ao caráter, à atitude e


ao decoro (1 Pedro 5:3). Quando vemos o ensino de Cristo exemplificado na prática, fica mais
fácil segui-lo. Essa é uma das maneiras dos cristãos seguirem a orientação dos presbíteros.
Além disso, quando a experiência deles com a palavra os leva a um discernimento mais claro
de como aplicar devidamente a palavra de Deus à nossa vida individual ou ao funcionamento
coletivo da igreja, devemos ser receptivos para com os seus esforços de nos conduzir através
do ensino. Isso não significa simplesmente nos entregarmos à fé deles, mas deixar que eles
nos orientem no desenvolvimento de nossa própria fé, pela qual ficamos de pé ou caímos
diante do Senhor.

Não só os irmãos devem procurar conhecer os seus presbíteros, estimá-los devidamente e


seguir o seu exemplo e ensinamento à medida que eles seguem Cristo, mas são ordenados
que: “Obedecei aos vossos guias e sede submissos para com eles; pois velam por
vossa alma” (Hebreus 13:17). Quando eles tomam as decisões que estão em harmonia com a
vontade de Deus, os irmãos devem unir-se e com um só propósito trabalhar em harmonia em
relação à liderança do presbítero. Quando reconhecemos o caráter, a maturidade e a
experiência deles e reconhecemos também que eles se esforçam para evitar um governo
arbitrário (governando antes para o bem da obra do Senhor), podemo-nos entregar mais
facilmente à opinião deles, ainda que as nossas próprias opiniões divirjam das deles.

Devemos cultivar um espírito de submissão para que fique mais fácil nos entregar e obedecer.
Se entendermos a oração que Cristo fez pedindo a unidade do corpo, também veremos a
necessidade de nos submeter (João 17:17). Se acontecer de alguma vez o presbítero conduzir
a igreja erroneamente a um ato contrário ao que Cristo autorizou, a obrigação do cristão é bem
clara: “Antes, importa obedecer a Deus do que aos homens” (Atos 5:29).

O plano de Deus é que haja vários presbíteros em cada igreja local (Atos 14:23; Filipenses
1:1). Os homens designados como presbíteros devem estar de acordo com a descrição que
Deus fornece nas Escrituras (1 Timóteo 3:1-7; Tito 1:5-9). Os presbíteros cuidam do rebanho
de Deus, no meio que estão, exercendo a supervisão dele (1 Pedro 5:1-2). Deve-se ressaltar
que os presbíteros não cuidam de rebanhos (plural) de Deus, mas do rebanho (singular) de
Deus, no meio que estão. A supervisão deles se limita a uma igreja local em que foram
nomeados. Embora é comum a idéia de que um bispo esteja a frente de uma diocese
composta de várias igrejas, a palavra diocese nem se encontra nas Escrituras e a supervisão
dos bispos e presbíteros é sobre a igreja local em que são ordenados. Devemos nos ater à
organização que Deus estabeleceu para a sua igreja e não fazer dos presbíteros algo que o
Senhor jamais quis.

–por H. Dave Bradford


Diácono
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O termo diácono (do grego antigo διάκονος, "ministro", "servo", "ajudante") é aplicado
aos clérigos de igrejas de origem cristãs, nas suas várias denominações. A forma
feminina chama-se diaconisa.

Dependendo da tradição denominacional, o diácono pode ser permanente ou um estágio


para a ordenação presbiterial.

Índice
[esconder]

 1 Novo Testamento
 2 Catolicismo Romano
 3 Protestantismo
 4 Diáconos célebres
 5 Ver também
 6 Ligações externas
 7 Referências

[editar] Novo Testamento


A primeira menção na Bíblia de diáconos ocorre no livro de Atos dos Apóstolos onde
são eleitos os Sete Diáconos: Estevão, o primeiro mártir, Filipe, o Evangelista, Prócoro,
Nicanor, o Diácono, Timão, o Diácono, Parmenas e Nicolas para servir os pobres.[1]

Paulo expande as qualificações de um diácono nas seguintes passagens:

Paulo e Timóteo, servos de Cristo Jesus, a todos os santos em Cristo Jesus que estão em
Filipos, com os bispos e diáconos
—Filipenses 1:1
Os diáconos igualmente devem ser dignos, homens de palavra, não amigos de muito
vinho nem de lucros desonestos
—I Timóteo 3:8
Devem ser primeiramente experimentados; depois, se não houver nada contra eles, que
atuem como diáconos
—I Timóteo 3:10
O diácono deve ser marido de uma só mulher e governar bem seus filhos e sua própria
casa
—I Timóteo 3:12

[editar] Catolicismo Romano


Santa Olímpia, a Diaconisa

Na Igreja Católica possui o primeiro grau da Sacramento da Ordem, sendo ordenado


não para o sacerdócio, mas para o serviço da caridade e da proclamação da Palavra de
Deus e da liturgia.

Na Igreja Católica, é um ministro religioso que está no último dos sete anos de estudos -
em média - os que levam à carreira clerical. Há os diáconos em grau permanente que
podem ser homens solteiros, casados ou viúvos. Entretanto a admissão de um homem
casado ao diaconato necessita de um consentimento por escrito da esposa sendo
necessário que a família leve uma vida condizente com os valores cristãos e que o
matrimônio tenha ocorrido há no mínimo a 5 anos. A ordenação no diaconato paralisa o
estado dos solteiros e viúvos, de modo que estes após o sacramento não podem mais se
casar, devendo permanecer celibatários. O diácono pode realizar, sob orientação de um
sacerdote, algumas celebrações religiosas, batismos e abençoar casamentos, além de
fazer homilias e pregações.[2]

Cristãos católicos que receberam o sacramento da Ordem colaboram com o Bispo,


cooperam com os presbíteros na diaconia da palavra, na liturgia e na caridade de uma
diocese. Não consagram a hóstia nem ungem enfermos, como também não atendem
confissões. Podem e devem administrar igrejas, ser bons aconselhadores, praticar obras
de caridade e piedade e dar a bênção mesmo não sendo sacerdotes. [3]

Os poderes de um diácono são: ministrar os sacramentos do batismo e do matrimônio,


dar bençãos diversas, dar a benção do santíssimo sacramento, fazer a celebração da
palavra, distribuir a sagrada comunhão e fazer pregações. [carece de fontes?]

Foram responsáveis pelas primeiras comunidades cristãs e hoje colocam-se ao serviço


das comunidades como seus servidores.

[editar] Protestantismo
No protestantismo o papel do diácono varia conforme a tradição denominacional. Pode
ser um cargo inicial (Assembleias de Deus, Igreja Metodista ) ou permanente
(Congregação Cristã no Brasil, Igreja do Evangelho Quadrangular ) , enquanto em
algumas há tanto diaconato como estágio ministerial ou ministério permanente (Igreja
Anglicana, Igreja Batista, Igreja Luterana). A função varia também, podendo o diácono
ocupar da administração, manutenção, exercer função litúrgica, cuidar de necessitados.

Em algumas denominações o corpo diaconal tem atuação tanto litúrgica quanto secular,
dentro da congregação, como cooperadores, porteiros, auxíliadores nos cultos, zeladores
patrimoniais, e em outras denominações o diaconato tem caráter de ministério ligado ao
governo eclesiástico exercido por meio de atividades humanitárias de amparo junto a
comunidades necessitadas externas da membresia.

Historicamente o ofício do diácono é antigo no Protestantismo. Enquanto os luteranos,


anglicanos e morávios mantiveram o diaconato como uma fase à ordenação presbiterial,
João Calvino estabeleceu um corpo de diáconos para atender aos pobres e os doentes,
sob orientação do Consistório de Genebra.[4] No século XIX floresceu instituições de
diaconia permanente na Alemanha e Reino Unido.

Conforme foi publicado pela Enciclopédia Larousse, entre as igrejas tradicionas, a


Igreja Evangélica de Confissão Luterana do Brasil[5] é o ramo de protestantismo que
mais avança na identificação com os problemas da sociedade brasileira”. A Fundação
Luterana de Diaconia [6] é uma grupo de trabalho que tem atuação junto a comunidades
socialmente vulneráveis e comunidades empobrecidas. Cada comunidade luterana
(congregação) tem na sua responsabilidade diversos projetos sociais e educacionais, por
meio de contribuições dos membros, doações diversas, e parcerias com respeitadas
instituições empresariais, governamentais e humanitárias.

Diakonia é uma palavra derivada do grego, usada na Bíblia, Novo Testamento, com
diferentes sentidos. Algumas vezes, refere-se à ajuda material específica para pessoas
em necessidade. Em outros momentos, significa o servir das mesas e, em outros ainda,
se refere à distribuição de recursos financeiros.

Também na teologia contemporânea a palavra diaconia apresenta uma diversidade de


conotações e representações. Para a Fundação Luterana de Diaconia, esta expressão
significa "servir para mudar a vida das pessoas", no sentido de contribuir para a
construção de cidadania dos menos favorecidos.

Estêvão
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Nota: Santo Stefano redireciona para este artigo. Para outros significados, veja Santo
Estêvão (desambiguação).
Estêvão é o primeiro mártir do cristianismo, sendo considerado santo por algumas das
denominações cristãs (católica, ortodoxa e a anglicana). É celebrado em 26 de
Dezembro no Ocidente e em 27 de Dezembro no Oriente por tais denominações. Ele
também está listado entre os Setenta Discípulos.

Etimologia
O seu nome vem do grego Στέφανος (Stephanós), o qual se traduz para aramaico
como Kelil, significando coroa - e Santo Estêvão é, de resto, representado com a coroa
de martírio da cristandade, recordando assim o facto de se tratar do primeiro cristão a
morrer pela sua fé - o protomártir.

Vida e obras
Segundo os Actos dos Apóstolos, Estêvão foi um dos sete primeiros diáconos da igreja
nascente, logo após a morte e Ressurreição de Jesus, pregando os ensinamentos de
Cristo e convertendo tanto judeus como gentios. Segundo Étienne Trocmé, Estevão
pertencia a um grupo de cristãos que pregavam uma mensagem mais radical, um grupo
que ficou conhecido como os helenistas, já que os seus membros tinham nomes gregos e
eram educados na cultura grega e que separou do grupo dos doze apóstolos. Também
eram conhecidos como o "grupo dos sete". Foi detido pelas autoridades judaicas, levado
diante do Sinédrio (a suprema assembleia de Jerusalém), onde foi condenado por
blasfémia, sendo sentenciado a ser apedrejado (Atos 8). Entre os presentes na execução,
estaria Paulo de Tarso, o futuro São Paulo, ainda durante os seus dias de perseguidor de
cristãos.

Durante os primeiros século do cristianismo, o túmulo de Estêvão achou-se perdido, até


que em 415 (talvez pela crescente pressão dos peregrinos que se deslocavam à Terra
Santa), um certo padre, de nome Luciano, terá dito ter tido uma revelação onírica de
onde se encontrava a tumba do mártir, algures na povoação de Caphar Gamala, a alguns
quilómetros a norte de Jerusalém.

Gregório de Tours afirmou mais tarde que foi por intercessão de Santo Estêvão, que um
oratório cristão a ele dedicado, na cidade de Metz, onde se guardavam relíquias do
santo, foi o único local da cidade que escapou ao incêndio que os hunos lhe deitaram, no
dia de Páscoa de 451.

O culto de Santo Estêvão encontra-se associado à festa dos rapazes nas aldeias de Trás-
os-Montes, integradas no ciclo de festividades do solstício do inverno, no período que
decorre do dia 24 de dezembro ao dia 6 de janeiro, e que no passado pagão terão sido
dedicadas ao culto do Sol, num ritual em que intervêm os caretos, as máscaras
tradicionais do extremo nordeste de Portugal .

Santo Estêvão goza de bastante popularidade em países europeus, como Espanha, Itália
e Portugal. No Brasil, existem, além de diversas capelas ou casas de formação, outras
sete Paróquias,dedicadas a Santo Estêvão.

Filipe, o Evangelista
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Filipe, o Evangelista foi um missionário cristão do século I e um dos Setenta


Discípulos. Ele é citado diversas vezes no Atos dos Apóstolos, mas não deve ser
confundido com Filipe (apóstolo).

Junto com Estêvão, era um dos sete “homens acreditados, cheios de espírito e de
sabedoria” (veja Sete Diáconos), escolhidos para a distribuição de alimentos entre as
viúvas cristãs em Jerusalém. - Atos 6:1-6

Quando a perseguição espalhou a maioria dos cristãos, Filipe foi a Samaria; proclamou
ali o evangelho, realizou milagres, e com muita alegria muitos aceitaram a mensagem e
foram batizados, inclusive Simão, que praticava artes mágicas. (Atos 8:4-13) Assim,
quando os apóstolos “ouviram que Samaria havia aceite a palavra de Deus, enviaram-
lhes Pedro e João”, para que os crentes batizados recebessem Espírito Santo. — Atos
8:14-17.
Filipe foi levado pelo espírito ao encontro do eunuco etíope na estrada de Gaza, e em
pouco tempo, este “homem de poder sob Candace, rainha dos etíopes”, depositou fé
em Jesus e pediu que Filipe o batizasse. (Atos 8:26-38) Depois Filipe viajou para
Ashdod e para Cesaréia, ‘declarando as boas novas a todas as cidades’. (Atos 8:39, 40)

Por todas estas obras ele realizou a obra dum “evangelizador”. — Atos 21:8.

Anos mais tarde, viveu em Cesareia, onde pregava com suas quatro filhas. Por volta do
ano 56 d.C. foi visitado por Paulo e Lucas que ficaram por um tempo em sua casa.

“Este homem [Filipe] tinha quatro filhas, virgens, que profetizavam”. (At 21:8-10).

A tradição diz que ele residiu em Trales se tornando bispo da Igreja local.

O Ministério dos Diáconos

Os diáconos são muito importantes. Uma igreja não funciona sem eles. Aliás, o normal de
cada igreja é que seja composta de “bispos e diáconos” (Fp 1:1). Como é instrutivo ver estes
irmãos servindo a todo tempo! Eles servem quando a igreja está reunida ou no dia a dia; seja
em serviços matérias ou em serviços espirituais; eles servem entre os crentes e entre os
descrentes. Os diáconos ajudam no serviço cotidiano de auxílio aos irmãos, e não deixam de
ministrar a Palavra de Deus. Eles ajudam nas orações pelos perdidos e aproveitam
oportunidades para pregar-lhes o Evangelho. Como são importantes, necessários e
indispensáveis! Devemos ser gratos a Deus por Ele ter colocado os diáconos em cada igreja.

Os diáconos, porém, nem sempre servem como deveriam. Infelizmente, por falta de
entendimento sobre o seu ministério alguns deixam de servir, achando que os serviços devem
ser feitos somente por pessoas formalmente ordenadas para isso. Há irmãos que sentem
ardente desejo de servir mais intensamente ao Senhor, mas não se julgam qualificados por
nunca ter sido formalmente constituídos para este ou aquele serviço.

Neste estudo, vamos considerar juntos alguns aspectos importantes sobre os diáconos, tendo
em vista incentivar o maior envolvimento de irmãos neste ministério precioso – que é servir.

a. Definição de diácono

Servir deve ser o desejo de todo cristão. Fomos salvos pela graça de Deus, sem nada pagar
por isso. Mas não significa que agora, uma vez salvos, não iremos fazer nada. Cada cristão
deve procurar, com insistência, entender quais os dons espirituais que Deus lhe deu e em que
esfera de serviço Deus quer que ele trabalhe. Cada cristão foi salvo para ser um diácono de
Deus.

Mas, o que é um diácono?


a. 1. O que é um diácono

Diácono é alguém que usa seus dons espirituais para fazer os serviços que Deus designou para
que ele faça, na vida diária da igreja ou nas reuniões; no ministério da Palavra ou na
pregação do Evangelho; em serviços materiais ou em serviços espirituais.

A palavra “diácono” foi transliterada da palavra grega diakonos, que ocorre 31 vezes no NT.
Na maioria das ocorrências é traduzida por servo (veja Mt 22:13, 23:11; Jo 12:26, etc.) e
ministro (Rm 13:4, 15:8; I Co 3:5, etc). Apenas três vezes foi traduzida diácono (veja Fp 1:1;
I Tm 3:8, 12). Em I Tm 3:13 a palavra traduzida “diácono”, em algumas versões, não é a
mesma palavra diakonos, e sim, diakoneo.

Diakonos é uma palavra usada no NT para diferentes grupos de pessoas relacionadas ao seu
serviço. Esta palavra tem o sentido de um criado, alguém que presta serviços. Veja alguns
exemplos:

a) Servo. Entre os seus irmãos, o maior é, na verdade, um diakonos (servo) dos demais (Mt
23:11). Um seguidor do Senhor é chamado de Seu diakonos (servo) que estará onde estiver o
seu Mestre (Jo 12:26).

b) Ministro. O governo civil é chamado de diakonos (ministro) de Deus (Rm 13:4). Cristo é
chamado de diakonos (ministro) em relação ao Seu povo (Rm 15:8; Gl 2:17).

Mas nem todas as palavras traduzidas “servo” no NT vêm da palavra diakonos, e a distinção é
importante. W. E. Vine faz um comentário interessante sobre a diferença de duas das
palavras traduzidas “servo” no NT: “O termo diakonos deve, falando de modo geral, ser
distinguido do termo doulos, ‘servo, escravo’; o termo diakonos encara o servo em relação ao
seu trabalho; o termo doulos o vê em relação ao seu mestre. Veja, por exemplo, Mt 22:2-14;
aqueles que chamam os convidados e os trazem (Mt 22:3, 4, 8, 10) são os douloi; aqueles que
executam a sentença do rei (Mt 22:13) são os diakonos” (Dicionário Vine, pág. 568). Portanto,
um diácono é visto no seu serviço, é aquele que está trabalhando, exercendo alguma
atividade. Quem serve ou ministra é um diácono.

Diácono é, por definição, um servo, um ministro que serve.

a. 2. O que não é um diácono

Vimos o que um diácono é – um servo, um ministro, em relação ao seu serviço – agora


precisamos ver o que ele não é.

a) Posição eclesiástica. A palavra “diácono” tornou-se um termo técnico para designar


posição eclesiástica. Ou seja, um diácono, neste caso, é alguém que foi formalmente
ordenado a uma posição para realizar alguns serviços. Sem esta ordenação ele não pode ser
reconhecido. O texto de Atos capítulo 6 é um dos mais usados neste sentido. Porém,
analisando este capítulo com cuidado, percebemos que não há apoio aqui para tais
ordenações eclesiásticas.
Às vezes ouvimos ensinos, sobre Atos 6, de que sete irmãos foram eleitos para serem
“diáconos” na igreja em Jerusalém. Entretanto, das ocorrências de diákonos no NT, não é
usada nenhuma vez em Atos capítulo 6. Estes irmãos não foram chamados, aqui, de diáconos.
Neste capítulo, o serviço que eles fariam (de sustento às viúvas – vs. 1-3) e o que os apóstolos
continuariam fazendo (de orar e ministrar a Palavra – v. 4) é que são considerados. Aqui não é
o servo que está em vista; é o seu serviço.

É conveniente lembrar que os títulos colocados em cima de capítulos nas Bíblias não foram
inspirados. Às vezes estes títulos ajudam a definir o assunto que aquele capítulo está
tratando, mas podem atrapalhar também. Este é o caso aqui em Atos capítulo 6. Algumas
versões colocam como título deste capítulo “Instituição dos diáconos”, o que por si só
confunde o leitor. Os sete irmãos separados aqui para ocuparem-se no socorro material às
viúvas não foram ordenados, num sentido formal, a diáconos. Eles foram apenas separados
para prestar mais um serviço à igreja.

Diaconato não é uma posição eclesiástica. Estas ordenações não têm apoio bíblico, e seu uso
pelas igrejas apenas inibem aqueles que querem e devem servir. A maneira de se conhecer
um diácono não é por ordenação eclesiástica. Conhece-se um diácono pelo que ele já está
fazendo. Um servo não é reconhecido para fazer um serviço; um servo é reconhecido por já
estar fazendo um serviço. Não é pelo que ele irá fazer, é pelo que ele já vem fazendo.

b) Serviços materiais. Outra idéia que se têm dos diáconos é que eles servem apenas em
serviços materiais, tais como administrar a parte financeira da igreja, cuidar das construções,
etc. É possível que, mais uma vez, esta idéia esteja baseada numa interpretação de Atos
capítulo 6. Porém, este mesmo capítulo, por si só, refuta esta idéia. Três comentaristas da
série de Comentários Ritchie nos ajudam com suas explicações. Veja o que eles dizem:

James Anderson: “Não há base para pensar que o serviço do diácono seja sempre de
natureza administrativa, como indicada neste capítulo. Uma pesquisa mais exata do uso da
palavra no NT todo indica que ela abrange muitas formas de serviços, tanto material quanto
espiritual …” (Comentário Ritchie, vol. 5, pág. 108).

Sydney Maxwell: Ele diz que a palavra diácono “é traduzida 'servo' e 'ministro', e indica,
simplesmente, uma pessoa que presta serviços entre os santos, quer seja em coisas seculares,
ou espirituais. O aspecto secular pode ser visto em At 6:1, 2, 3; Rm 16:1; II Co 8:4; 9:1. O
serviço espiritual é indicado em At 6:4; II Co 5:18; Ef 4:12; II Tm 4:5. Não se deve pensar que
o serviço do diácono, ou servo, é somente na esfera secular, e que é inferior ao serviço do
bispo, como na cristandade” (Comentário Ritchie, vol. 9, págs. 239, 240).

James Allen: “Os dois aspectos do trabalho do diácono que se tornam claros no NT, com
relação ao serviço da igreja, podem ser encontrados em Atos cap. 6, onde, mesmo que a
palavra não seja usada, as palavras cognatas são instrutivas. Em atos 6:1, temos o
substantivo: ‘suas viúvas eram desprezadas no ministério (diaconia) cotidiano’. No v. 2, temos
o verbo: ‘não é razoável que deixemos a palavra de Deus e sirvamos (diakoneim) às mesas.’
Estes dois versículos ligam o diaconato com o serviço material; mas, no v. 4, temos a
afirmação apostólica: ‘mas nós perseveraremos na oração e no ministério (diakonia) da
palavra’. Isto indica que diaconato tem outro aspecto, um lado espiritual, ilustrado no
trabalho apostólico” (Comentário Ritchie, vol. 12, págs. 96, 97).

Um diácono no NT não é alguém que foi formalmente ordenado à uma posição de destaque na
igreja. Também não é alguém que está ocupado somente com serviços materiais. No NT um
diácono é um servo, em relação ao seu serviço, e seu ministério abrange dois aspectos:
material e espiritual. A mesma palavra é usada para designar ambas as esferas. Quando Paulo
e Barnabé estiveram envolvidos num serviço material (o de levar uma oferta para os crentes
da Judéia), o serviço deles é chamado de diakonia (traduzido “serviço” em At 12:25). Quando
Paulo falou da carreira que havia recebido do Senhor “para dar testemunho do Evangelho da
graça de Deus”, ele a descreve como diakonia (traduzido “ministério” em At 20:24). Há
outros exemplos semelhantes no NT, mas estes são suficientes para mostrar que um diácono é
um servo e seu serviço está relacionado a coisas materiais e espirituais.

b. Sobre mulheres diaconisas

Além das situações mencionadas acima, outra que ganhou grande campo de um tempo para
cá é a questão de mulheres diaconisas. Por causa da ordenação eclesiástica, muitas igrejas
adotaram o sistema de ordenação de diaconisas. Em momento algum duvido da sinceridade
destas igrejas e da competência das irmãs de realizar serviços para Deus. Muito pelo
contrário, as igrejas precisam, e muito, das atividades das irmãs para funcionar
adequadamente. Isto, porém, não significa fazer as mesmas coisas que os homens. Significa
servir dentro da esfera de trabalho que Deus as colocou.

Uma análise de todas as ocorrências da palavra diakonos no NT, mostra uma verdade
impressionante sobre a questão de mulheres serem ou não diaconisas. Das 31 ocorrências
desta palavra, apenas uma vez é usada em relação a mulheres; na verdade, mais
especificamente de uma mulher. Em Rm 16:1 Febe é chamada de “nossa irmã, a qual serve
na igreja que está em Cencréia”. A palavra traduzida “serve” é diakonos. Esta é a única vez
que essa palavra é usada neste sentido. Baseados nisto podemos dizer que uma irmã é uma
“diaconisa”; ela é uma serva de Deus.

b. 1. O que é uma diaconisa

Tendo dito isto preciso, agora, explicar a esfera de serviço das irmãs. Se Febe é a única
mulher chamada assim no NT, então fica claro que devemos considerar o seu serviço, para
saber o que compete a uma diaconisa.

a) Uma serva. Como vimos acima, a palavra diakonos quer dizer apenas isto, um servo, um
ministro, alguém que está servindo. Rm 16:1, 2 diz apenas isto sobre Febe. Ela é uma irmã
que “está servindo à igreja” (ARA). Usar este texto para afirmar que se deve ordenar
formalmente uma irmã como diaconisa é ir além do que está escrito. Nem a palavra diakonos,
nem o que é dito sobre Febe permitem se dizer que ela era uma “diaconisa formalmente
ordenada”, como na cristandade.
b) Seu serviço. Além de Rm 16:1, 2 não há mais nenhum registro sobre Febe. O serviço que
ela prestava se resume em poucas, porém honrosas palavras: “serve na igreja que está em
Cencréia … tem sido protetora de muitos, inclusive de mim” (ARA).

Parece que Febe tinha alguma influência na sociedade e, aproveitando-se disso, usava os seus
recursos para proteger (quem sabe hospedando) os irmãos. É possível que na vida diária da
igreja esta irmã aproveitava-se do seu tempo e de seus recursos no suprimento das
necessidades dos santos. Febe era alguém altruísta, cujo objetivo único girava em torno de
trazer benefícios aos seus irmãos. Este é, sem dúvidas, um verdadeiro exemplo de diaconisa.
Ela era uma diaconisa (serva) na prática, não em posição eclesiástica.

Este exemplo de Febe também nos mostra que a esfera de serviço das irmãs não é
necessariamente nas reuniões da igreja. Uma diaconisa não é alguém que, na reunião, se
levanta tomando parte no ministério da Palavra, por exemplo. Nas reuniões, as irmãs devem
permanecer em silêncio e usando o véu (I Co 11:3-16; 14:34, 35; I Tm 2:11-15).

Por outro lado, nos mostra que no dia a dia da igreja uma irmã tem muito serviço em que se
envolver. Talvez há algum irmão ou irmã que carece de hospedagem, e ninguém melhor para
preparar o ambiente do que uma irmã ordeira (At 16:15). Talvez há um outro que carece de
vestuário e não tem condições de comprar, e uma irmã pode servir nisto, até mesmo
costurando algumas peças para o carente (At 9:36, 39). Talvez há na igreja alguma jovem
irmã que casou-se recentemente e precisa de orientação sobre os cuidados consigo mesma,
com o esposo, com os filhos e com o lar, e uma irmã experiente pode visitá-la na sua casa e
dar conselhos nestas áreas (Tt 2:3-5). Há ainda outros exemplos, mas estes mostram o quanto
há para ser feito pelas irmãs no dia a dia da igreja.

O que seria da igreja, no seu dia a dia, sem a ajuda tão preciosa das queridas irmã? Elas são
indispensáveis! Há muita coisa que os irmãos, homens, até gostariam de fazer, mas as irmãs
trabalham com mais eficiência. Quantos famintos foram saciados, nus foram vestidos,
desabrigados foram acolhidos, inexperientes foram orientados por irmãs que, como Febe,
estão servindo à igreja!

Que Deus nos dê mais servas assim!

b. 2. O que não é uma diaconisa

Precisamos ainda definir o que uma diaconisa não é. Já vimos que ela é simplesmente uma
serva que presta serviços à igreja. Mas é importante que fique claro o que ela não é.

a) Uma posição eclesiástica. Já falamos sobre isso quando consideramos os diáconos em


geral, mas é necessário dizer novamente. Uma diaconisa não é uma irmã que foi ordenada a
uma posição eclesiástica. O comentário Ritchie diz o seguinte sobre Febe e seu serviço: “Esta
irmã é descrita como uma serva (diakonos) da igreja. Este é o único lugar no NT onde esta
palavra é usada de uma mulher. Não há nada específico na palavra para apoiar a prática, em
círculos eclesiásticos, de criar o ofício de diaconisa” (Comentário Ritchie, vol. 6, pág. 427).

c. O padrão exigido dos diáconos


Uma igreja que funciona normalmente é composta de bispos e diáconos (Fp 1:1). Dos bispos
(presbíteros) requer-se uma vida irrepreensível e exemplar, para que tenham autoridade no
que fazem (veja I Tm 3:1-7; Tt 1:5-9). O padrão é alto, porém necessário!

Os diáconos, por sua vez, são irmãos que servem. Não são todos os homens numa igreja que
são presbíteros, mas todos os membros de uma igreja devem servir como diáconos.
Entretanto, o fato de os servos (diáconos) não serem presbíteros não lhes isenta de um alto
padrão exigido por Deus. À semelhança dos presbíteros, é necessário que a vida dos que
servem na igreja (em qualquer serviço) seja caracterizada por um padrão alto.

Em I Tm 3:8, quando começa a seção que apresenta o padrão de comportamento dos que
servem na igreja (a seção vai do v. 8 ao 13), lemos o seguinte: “da mesma sorte os diáconos
sejam …”. Esta expressão indica um paralelo, um mesmo padrão exigido. Assim como se
espera dos presbíteros (vs. 1-7) que mostrem um alto padrão de comportamento, “da mesma
sorte os diáconos”. A seguir, são apresentadas as qualificações dos que servem. Servir a
igreja com seus dons espirituais é um privilégio, mas não deixa de ser uma responsabilidade.
Não são somente os presbíteros que precisam ser vigilantes quanto a sua própria vida; os que
servem a igreja, em qualquer serviço, têm este mesmo dever.

Nas palavras de James Anderson, “a igreja deve requerer um padrão muito alto daqueles que
vão servir, mesmo para serviço que não seja de natureza espiritual … Talvez algum irmão
tenha experiência de coisas bancárias, mas este fato em si não justifica a sua escolha como
tesoureiro! Talvez outro irmão seja professor de escola secular, mas este fato não o constitui
ensinador na igreja local! Talvez outro irmão seja competente administrador secular, porém
este fato não o faz um ancião na igreja!” (Comentário Ritchie, vol. 5, pág. 108). As
qualificações para ser um servo não são qualidades naturais ou profissionais. Se um irmão é
bem sucedido e respeitado na sua profissão, mas vive uma vida que traz vergonha ao
Evangelho, ele não deve servir. Mais uma vez afirmo que o padrão é alto, porém necessário!

Entretanto, o alto padrão exigido não deve ser motivo de desanimo. Não devemos pensar que
nunca chegaremos a cumprir as exigências para servir e, portanto, não podemos ser diáconos.
Muito pelo contrário, devemos lembrar que Deus sempre pede o que temos condições de
fazer. Mesmo que seja difícil, árduo e custe um preço, temos condições de obedecer. Além
disso, devemos lembrar que os demais estão nos observando. Principalmente os descrentes
têm um interesse vivo no comportamento dos crentes. O padrão exigido por Deus para os
servos é um meio de adquirir a confiança dos fiéis e serve como um argumento silencioso
contra as palavras maliciosas dos infiéis (I Tm 3:13; Tt 1:9).

Este padrão dará condições ao servo para ser o exemplo dos fiéis “na palavra, no trato, no
amor, no espírito, na fé, na pureza” (I Tm 4:12).

d. Conclusão

Mais uma vez afirmo que devemos dar graças a Deus pelos diáconos! O que vimos sobre eles,
apesar de resumido, nos dá uma idéia da sua importância nos serviços da igreja.
Um diácono é um servo. Ele não tem uma posição eclesiástica, nem mesmo serve apenas em
coisas materiais. Não, um diácono é alguém que Deus mesmo capacitou com dons espirituais
para que sirva a igreja dentro da sua esfera de trabalho. Às vezes ele se ocupa no dia a dia da
igreja, servindo aos irmãos, visitando-os e auxiliando-os nas suas necessidades. Às vezes ele
se ocupa nas reuniões da igreja, no ministério da Palavra e na pregação do Evangelho. Como
são úteis e indispensáveis!

Cada cristão deve ser um diácono. Cada diácono deve servir. Todo cristão recebeu dons
espirituais e deve usá-los no serviço do Senhor. Se você foi salvo, não espere ser convidado a
servir, comece agora mesmo.A igreja precisa do seu serviço para que continue crescendo e
agradando ao Senhor em tudo. Há serviços que Deus quer que você faça. Você tem um serviço
a prestar, “cumpre o teu ministério” – diakonia (II Tm 4:5).

Que Deus nos dê mais diakonos dispostos a servir, pois cada igreja precisa deles para
funcionar.

“Mas em nada tenho a minha vida por preciosa, contanto que cumpra com alegria a minha
carreira, e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do Evangelho da
graça de Deus” (At 20:24).

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