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Curso de Diaconia

Introdução

Testemunha-se hoje um renovado interesse pela Diaconia Cristã e suas implicaçõ es


para a igreja e a sociedade. A responsabilidade social está em voga nas diferentes á reas da
sociedade, inclusive na iniciativa privada. Empresas descobrem os aspectos sociais de sua
atuaçã o junto a seus funcioná rios e à comunidade.
Cresce no meio cristã o a consciência de que a diaconia é crucial para a fé, a vida e a
missã o da igreja. Muitas vezes um tema negligenciado e mal compreendido no
pensamento e na prá tica cristã , o serviço cristã o cada vez mais tem sido entendido como
insepará vel da essência da igreja, a continuaçã o no mundo da vida de ADORAÇÃ O da
comunidade.
Por esta razã o, a diaconia deve ser legitimada nã o somente como uma funçã o cristã , mas
como o MODO DE SER da igreja.
Muitas igrejas, no entanto, nã o consideram este tema como prioritá rio em sua
agenda. Uma boa ilustraçã o dessa atitude pode ser vista no empobrecimento do ofício do
diaconato em nossas comunidades. Em muitas igrejas, os diáconos limitam-se a atividades
tais como auxiliar a manutençã o da ordem durante os cultos e recolher as contribuiçõ es
dos fiéis sem qualquer reflexã o bíblico-teoló gica sobre seu papel no culto.
Todavia, por ser um conceito central nas Escrituras, na É tica e na Teologia, a
Diaconia Cristã deve ter alta prioridade na vida e no testemunho da igreja. Os diá conos, na
igreja do primeiro século, eram oficiais responsá veis pela assistência social aos pobres
além de versados na fé cristã .

Definições

A palavra diá cono vem da palavra grega diákonos, (δια´Κoνoς), que é encontrada
cerca de 30 vezes no Novo Testamento. Diákono significa: servo, serviçal, garçom,
atendente ou servente. É uma palavra composta que também significa “fazer a poeira
subir”.
A imagem é de alguém que está se movendo tã o rapidamente para cumprir suas
obrigaçõ es, que seus pés, quando passa, fazem a poeira levantar e rodopiar. Havia tanto
para os diá conos fazerem que eles nã o podiam parar, nem conversar trivialidades, nem se
demorar muito em suas funçõ es.
Palavras semelhantes sã o diakonia (ministério ou diaconato) e diakoneo (servir
ou ministrar). A mesma palavra descreve empregados e obreiros voluntá rios. A ênfase
bíblico-teoló gica, no entanto, nã o está na posiçã o ou cargo hierá rquico da pessoa, mas em
relaçã o ao seu TRABALHO.
O sentido da palavra na Bíblia inclui: servos domésticos (Jo 2:5-9), e governantes
(Rm 13:4), além do uso mais comum de servos de Cristo e da Igreja. Jesus usou a palavra
para descrever seus discípulos, um em relaçã o ao outro (Mt 23:11). Paulo usou a mesma
palavra freqü entemente para descrever evangelistas ou pregadores da palavra (1 Co 3:5;
Ef 6:21). Estes termos, no uso geral, descrevem tanto homens como mulheres (Lc 10:40;
Rm 16:1). Todos os cristã os devem servir uns aos outros (1 Pe 4:10).
A palavra: servo, “doulos” (δoυλoς), inclui o sentido de ESCRAVO. Conforme a
afirmaçã o de Paulo em Romanos 1:1, é aquele que nã o tem direitos, nã o dispõ e de sua
pessoa, nem bens, está obrigado a servir.
Jesus empreende nova compreensã o à s relaçõ es de serviço no Reino de Deus: “Já
nã o vos chamo servos, ‘doulos’ (δoυλoς), porque o servo nã o sabe o que faz o seu senhor;
mas tenho-vos chamado amigos, ‘fhilous’ (Φι´λoυς) porque tudo quanto ouvi de meu Pai
vos tenho dado a conhecer.” (Jo 15:15)
Nã o é que Paulo tentasse revogar a percepçã o de Cristo quanto ao assunto, mas
trata-se do apó stolo dramatizar e salientar ainda mais sua SUBMISSÃ O a Cristo, o que
deveria ser nossa disposiçã o voluntá ria à soberania e ao governo de Cristo.
A palavra: diá cono empresta leveza ao tema, pois se tem em mente o servir com
prazer, zelosa e diligentemente; ajudar seu superior na execuçã o de trabalhos. Nesse
sentido o servo considera-se um INSTRUMENTO e dá toda a gló ria a seu Senhor.

Cada discípulo de Cristo foi feito para servir!

O Novo Testamento apresenta o ministério do serviço como uma marca de toda a


igreja, isto é, como uma conduta normal para todos os discípulos (Mt 20: 26-28; Lc 22: 26-
27).
Em um sentido amplo, vemos no Novo Testamento a palavra “diakonos” e suas
variantes serem, mais de 100 vezes, aplicadas. Refere-se a quem serve os convidados (Jo
2:5-9), servos do rei (Mt 22:13), ministro de Sataná s (II Co 11:15), ministro de Deus (II Co
6:4), ministro de Cristo (II Co 11:23) e à autoridade (Rm 13:4).
No sentido restrito e específico, porém, vemos em At 6:1-6 a palavra “diakonos”
aplicada a homens de boa reputaçã o, cheios do Espírito e de sabedoria, que receberam o
ofício de servir à mesa como deliberaçã o dos apó stolos apó s a discó rdia entre helenistas e
hebreus quanto a distribuiçã o diá ria de alimentos à s VIÚ VAS gregas na comunidade cristã .
Bem, todo crente foi salvo para servir, nã o para ser SERVIDO. Portanto, no sentido
teoló gico, todo crente deve ser um serviçal, “diakonos” de Deus, de sua igreja local e de
cada um dos seus irmã os individualmente.
Toda organizaçã o tem pessoas que trabalham nos bastidores. Esta é a funçã o do
diá cono na igreja. Ele trabalha nos bastidores para servir e ministrar à s necessidades das
pessoas. A palavra diaconato descreve o serviço do grupo de diá conos e diaconisas dentro
de uma igreja.

Um bom cristão é essencialmente antes de tudo um bom diácono!

Qualidades do Diáconos

Semelhantemente, quanto a diá conos, é necessá rio que sejam respeitá veis, de uma
só palavra, nã o inclinados a muito vinho, nã o cobiçosos de só rdida ganâ ncia, conservando
o mistério da fé com a consciência limpa. Também sejam estes primeiramente
experimentados; e, se se mostrarem irrepreensíveis, exerçam o diaconato. Da mesma
sorte, quanto a mulheres, é necessá rio que sejam elas respeitá veis, nã o maldizentes,
temperantes e fiéis em tudo. O diácono seja marido de uma só mulher e governe bem seus
filhos e a pró pria casa. Pois os que desempenharem bem o diaconato alcançam para si
mesmos justa preeminência e muita intrepidez na fé em Cristo Jesus.
1Tm 3:8-13

 Caráter: I Tm 3:8. Respeitá vel, de uma só palavra, nã o inclinado a muito vinho,


nã o cobiçoso de só rdida GANÂ NCIA.
 Fé: I Tm 3:9. Deve conservar o MISTÉ RIO da fé com a consciência limpa. Nã o
necessariamente ser apto para o ensino, mas deve entender e sustentar sua fé e a
doutrina.
 Relações Familiares: I Tm 3:12. As mesmas expectativas que o presbítero deve
satisfazer. Deve ser esposo de uma só mulher e governar bem os filhos. Isso gera
CONFIANÇA na igreja, uma vez que o diá cono cuida das coisas da igreja.
 Reputação: At 6:3. Conhecido como alguém cheio do Espírito Santo e de
SABEDORIA.
Questão de Gênero

I Tm 3:11. As mulheres sã o elegíveis para esse ofício. Elas devem ter qualificaçõ es
inerentes. Nã o devem ser maledicentes porque boa parte do seu serviço inclui VISITAÇÃ O.
Por causa do grande nú mero de mulheres convertidas (At 5:14; 17:4), as mulheres
atuavam na á rea de visitaçã o, discipulado e auxiliavam no batismo. Em Rm 16:1-2, lemos
que Paulo elogiou Febe por ser uma ajudadora no serviço da igreja de Cencréia. Outra
abordagem possível é a de que esta passagem refere-se à s esposas dos diá conos.
Em Rm 12:8 e I Tm 3:4-5 encontramos outras qualidades desejadas ao diá cono
comuns aos demais ministros.

A Instituição do Diaconato

Ora, naqueles dias, multiplicando-se o número dos discípulos, houve


murmuração dos helenistas contra os hebreus, porque as viúvas deles estavam
sendo esquecidas na distribuição diária. Então, os doze convocaram a
comunidade dos discípulos e disseram: Não é razoável que nós abandonemos a
palavra de Deus para servir às mesas. Mas, irmãos, escolhei dentre vós sete
homens de boa reputação, cheios do Espírito e de sabedoria, aos quais
encarregaremos deste serviço; e, quanto a nós, nos consagraremos à oração e ao
ministério da palavra. O parecer agradou a toda a comunidade; e elegeram
Estevão, homem cheio de fé e do Espírito Santo, Filipe, Prócoro, Nicanor, Timão,
Pármenas e Nicolau, prosélito de Antioquia. Apresentaram-nos perante os
apóstolos, e estes, orando, lhes impuseram as mãos.
Atos 6:1-6

Alguns estudiosos da Bíblia estabelecem uma relaçã o entre o “hazzan” da sinagoga


judaica e o serviço cristã o do diá cono na igreja nascente. O “hazzan” abria e fechava as
portas da sinagoga, mantinha-a limpa e distribuía os livros para leitura. Jesus
provavelmente passou o rolo do livro de Isaías para um diácono depois que acabou de lê-
lo (Lc 4:20).
Outros estudiosos do Novo Testamento dã o atençã o considerá vel à escolha dos sete
(At 6:1-6); vêem aquele ato como um precursor histó rico de uma estrutura mais
desenvolvida (Fil 1:1; I Tm 3:8-13 – duas referências específicas ao “ofício” de diácono).
Cada apó stolo já estava sobrecarregado com vá rias responsabilidades. Por isso
propuseram uma DIVISÃ O do trabalho para assegurar assistência à s viú vas gregas que, na
distribuiçã o diá ria que a igreja fazia de alimentos estavam sendo preteridas.
Sete homens de etnia grega, já que a queixa partia das viú vas gregas, homens de
boa REPUTAÇÃ O, cheios do Espírito de Deus e de sabedoria (At 6:3), se destacaram na
congregaçã o de Jerusalém, para executar essa funçã o. Alguns lembram que o diaconato
nã o devia ser relacionado somente a caridade, pois os diáconos escolhidos eram homens
de ESTATURA espiritual.
Estevã o, por exemplo, “cheio de graça e poder, fazia prodígios e grandes sinais
entre o povo” (At 6:8), foi o primeiro má rtir da igreja. Epafras, gigante da oraçã o, fiel
guerreiro e trabalhador (Cl 4:12).
Filipe, apontado como um dos sete, os evangelizava a respeito do Reino de Deus e
do nome de Jesus Cristo e os batizava (At 8:12), vinte anos depois de escolhido, ainda é
mencionado como o evangelista e diácono (At 21:8).
Timó teo (I Tm 4:6), Tíquico (Cl 4:7), Paulo (I Cor 3:5) e o pró prio Cristo (Rm 15:8)
sã o o exemplo de que a diaconia nã o se refere a uma posiçã o hierá rquica, mas a uma
CONDIÇÃ O aquele que almeja ser digno de levar a Mensagem do Reino de Deus.
O Novo Testamento enfatiza a compaixã o pelas necessidades físicas e espirituais
dos indivíduos bem como o quanto devemos nos doar para satisfazer essas necessidades.
Deus nos capacita para o serviço com vá rios dons espirituais. Quando realizamos esse
serviço, em ú ltima aná lise, ministramos ao pró prio CRISTO (Mt 25:45).
Jesus equipara o ministério diaconal como uma funçã o suprema daqueles que
servem ao Reino de Deus. Alimentar os famintos, saciar os sedentos, acolher aos
necessitados, vestir os que estã o despidos, visitar os enfermos e encarcerados (Mt 25: 31-
46), sã o as prerrogativas daqueles que ouvirã o o “… vinde, benditos de meu Pai! Entrai na
posse do reino que vos está preparado desde a fundaçã o do mundo”. (Mt 25:34)
Em I Tm 3:8-13 sã o dadas instruçõ es sobre as qualificaçõ es da funçã o de diácono, a
maioria delas se relaciona ao CARÁ TER e comportamento pessoais. Um diácono deve falar
a verdade, ser marido de uma só mulher, nã o ser dado a muito vinho, e ser um pai
responsá vel. Ou seja, sã o pessoas profundamente comprometidas com uma DISCIPLINA
pessoal, sã o fiéis e frutíferas.
A diaconia bíblica nã o se caracteriza por PODER e proeminência, mas por serviço
ao pró ximo, por cuidados pastorais. Nã o obstante, a conseqü ência natural do trabalho
diaconal feito com zelo e dedicaçã o é a admiraçã o e, sobretudo, intrepidez na fé. (ITm
3:13)

O Diácono e sua Atuação na Igreja


1. Eleição dos Diáconos – É necessá rio um período de experiência (ITm 3:10). A
eleiçã o formal é feita pela igreja e sancionada pelo corpo de pastores ou
presbíteros (At 6:1-6). Na igreja do primeiro século sempre havia pluralidade de
diá conos (At 6:1-6; Fp 1:1).
2. O mandato dos Diáconos – A duraçã o do mandato nã o é especifica na Bíblia e
pode ser regulamentada pela assembléia de membros da igreja desde que
autenticado pelo Espírito Santo. O diá cono é um cargo ministerial local e nã o
vitalício, ou seja, em uma eventual mudança de congregaçã o o diá cono pode ou nã o
ser reconhecido como tal na outra igreja ou poderá ser exonerado de sua funçã o.
3. O Número de diáconos – O nú mero de diá conos em exercício na igreja deve ser
proporcional ao nú mero de membros. Uma equivalência pró xima a cinco por cento
dos membros seria um nú mero adequado, isso claro depende da atuaçã o social da
igreja junto à comunidade. O estabelecimento de um nú mero proporcional evitaria
as figuras DECORATIVAS no diaconato.
4. A dignidade dos Diáconos – O pró prio título implica em grande honra. Serviço
conferido a anjos (Mt 4:11), como aquele do pró prio Senhor (Mt. 20:28). O
candidato ao diaconato deve ser provado antes da chancela de seu cargo na igreja.
De forma prá tica ele deve ser observado antes mesmo de sua indicaçã o. Estã o
entre os requisitos para exercer a funçã o: a cordialidade, a presteza, a iniciativa, a
organizaçã o, a prudência, o discernimento espiritual e a alegria necessá ria a todo
trabalho VOLUNTÁ RIO.
5. As Funções dos Diáconos – Cabe ao diácono, em geral, funçõ es executivas e
administrativas que cercam a vida e a realidade da igreja. Nã o obstante, ele nã o
está isento de sua missã o primeira que é o SACERDÓ CIO universal de todo cristã o.
 Auxiliar na introduçã o dos visitantes ao templo e na ordem do ambiente;
 Guardar a porta e perceber o fluxo externo à igreja durante os cultos para evitar a
invasã o por animais e pessoas mal intencionadas;
 Aproximar-se de pessoas no interior do templo em situaçã o de vulnerabilidade,
(emoçã o extrema, possessã o, desequilíbrio);
 Auxiliar na ministraçã o e distribuiçã o dos elementos da ceia;
 Distribuir, a critério da junta diaconal e do Conselho Gestor, a beneficência ou os
auxílios aos necessitados da igreja;
 Visitas juntamente com o pastor ou a critério deste a hospitais, prisõ es e veló rios;
 Prestar relató rios ao pastor a respeito das necessidades comunicadas pelos
membros da igreja;
 Providenciar a manutençã o de equipamentos ou das dependências da igreja
quando necessá rio;

A recompensa dos Diáconos – Pois os que desempenharem bem o diaconato alcançam


para si mesmos justa preeminência e muita intrepidez na FÉ em Cristo Jesus. (ITm 3:13)

Em geral, as qualificaçõ es dos diáconos para sua funçã o incluem as exigências para
as funçõ es ministeriais dos demais ministros, além de suas especificidades. A seguir
apresenta-se um quadro com estas referências.

Em relação a Deus

 Apegados à palavra, fiel - I Tm 3:9; Tito 1:9


 Justos e piedosos - Tito 1:8
 Aptos para ensinar - I Tm 3:2; 5:17; Tito 1:9
 Irrepreensíveis - I Tm 3:2-9; Tito 1:6
 Nã o sejam neó fitos - I Tm 3:6
 Amigos do bem - Tito 1:8
 Experimentados - I Tm 3:10

Em relação aos outros

 De uma só palavra - I Tm 3:8


 Respeitá veis - I Tm 3:2-8
 Hospitaleiros - I Tm 3:2; Tito 1:8
 Inimigos de contendas - I Tm 3:3
 Nã o violentos, porém cordial - I Tm 3:3; Tito 1:7
 Tenham bom testemunho dos de fora - I Tm 3:7
 Nã o arrogantes - Tito 1:7
 Nã o cobiçosos de só rdida ganâ ncia - I Tm 3:8; Tito 1:7

Em relação a si mesmo

 Que tenham domínio de si - Tito 1:8


 Temperantes - I Tm 3:2,8; Tito 1:7
 Nã o avarentos - I Tm 3:3
 Só brios - I Tm 3:2; Tito 1:8
 Nã o irascíveis - Tito 1:7
 Nã o dados ao vinho - I Tm 3:3,8; Tito 1:7
 
Em relação à família

 Esposos de uma só mulher - I Tm 3:2,12; Tito 1:6


 Que governem bem a sua pró pria casa - I Tm 3:4,12; Tito 1:6
 Que tenham filhos obedientes - I Tm 3:4,5,12; Tito 1:6

A Diaconia de Cristo
Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois ele,
subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus;
antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em
semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se
humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz. Pelo que também
Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome,
para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da
terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai.
Fil. 2:5-11

Como foi dito no princípio, a diaconia deve ser legitimada nã o somente como uma
funçã o cristã , mas como o modo de ser da igreja. Deus foi o primeiro diácono ao se
esvaziar de sua inteira completude para que houvesse a CRIAÇÃ O. Jesus Cristo se esvaziou
de sua gló ria para que houvesse SALVAÇÃ O. O Espírito Santo se esvazia no derramamento
e plenitude de sua açã o dentro de nó s para que haja SANTIFICAÇÃ O.
Qual, portanto, deve ser o papel do cristã o e da igreja diante do exemplo trinitá rio de
esvaziamento e serviço?
Ninguém pode entrar inteiro em uma relaçã o. A vida cristã é baseada em comunhã o
e relacionamentos. Cabe a cada um de nó s crentes no Senhor Jesus a tarefa de nos esvaziar
através do serviço, da cumplicidade, do amor para que haja COMUNHÃ O.
A comunhã o e o amor dos crentes é o que mostrará o amor de Deus à humanidade. A
diaconia é o amor em açã o. Um profundo compromisso com as necessidades uns dos
outros mostra um alto nível de autenticidade do cristianismo vivido entre nó s.
Sobretudo, a diaconia é um ato de doaçã o e partilha, de prazer e alegria. É um ato da
Graça Divina a ser refletido na vida dos cristã os. A diaconia como doaçã o e partilha é o
ato/efeito de se esvaziar da necessidade do TER através do serviço para se alcançar o SER.
O ser cheio de graça “karis” (χα′ρις), alegria, riso, gozo, satisfaçã o, contentamento. É o
transcender por meio do sentir-se ú til ao Reino de Deus.

A graça deve ser a tônica de todo serviço cristão!

A diaconia de Jesus é um ato de grande nobreza, ato sublime e singelo de


submissã o e serviço. É o Criador que cinge os lombos com uma toalha e lava os pés de sua
criaçã o mesmo diante da iminente TRAIÇÃ O. (Jo 13:4,5) É ato de humildade, identificaçã o,
é a ENCARNAÇÃ O levada à s ú ltimas conseqü ências.
O nascimento, vida, morte e ressurreiçã o de Cristo representam a diaconia do
pró prio Deus que trabalha em favor da REDENÇÃ O da humanidade. Que dá o exemplo de
iniciativa diante do necessitado, do pobre, cego e nu. É ato de pura misericó rdia e amor.
Diante dessa perspectiva a Igreja Batista Vale Verde propõ e um norte para a açã o
diaconal de nossa igreja. CRESCER PARA SERVIR deve ser nossa meta/alvo. Crescer na
graça e no conhecimento do Filho de Deus pra servir à nossa comunidade e à s pessoas que
necessitem de nosso serviço.
Um serviço que nã o se dá somente dentro da vida litú rgica ou do culto de nossa
igreja, mas principalmente na histó ria de nossas relaçõ es de forma concreta, plausível,
honesta e intensa.

Conclusão:

Nada façais por partidarismo ou vanglória, mas por humildade, considerando


cada um os outros superiores a si mesmo. Não tenha cada um em vista o que é
propriamente seu, senão também cada qual o que é dos outros.
Fil. 2:3,4
O diá cono, além de um ministro espiritual, ministra também a respeito das questõ es
materiais. Ele deve lembrar-se de que Cristo é o Dono da Igreja, mas que deu o exemplo de
ser o primeiro e maior diácono de todos.
Há diferenças fundamentais entre as funçõ es do pastor e as funçõ es do diá cono, mas
as exigências para o serviço sã o as mesmas, assim também como a recompensa.
O diá cono deve ser examinado e aprovado pela igreja e seus líderes, é respeitado
pela igreja como homem honesto, um bom administrador, um bom crente.
É austero, sincero, amigo, prestativo, serve com alegria porque sabe a quem está
servindo. Está preocupado com a gló ria de Cristo através do bom desempenho de seu
serviço na igreja e na comunidade.
O diácono nã o pertence a uma hierarquia funcional inferior, mas à luz da teologia
bíblica pertence a mais excelente classe diante de Deus: aqueles que servem. Ele nã o é
empregado da igreja, mas a serve com zelo, temor e gratidã o.

Sejamos, portanto diáconos uns dos outros!

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