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devoção
Escrito por um católico
Sumário
Parte 1 – Veneração x Adoração
……………………………………………………
2
Parte 2 – Textos oficiais da Igreja admitindo a adoração de imagens
………………
6
Parte 3 – Adoração a Maria no Tratado
…………………………………………….. 11
Parte 4 – Idolatria na Igreja
………………………………………………………… 15
PARTE 1
Veneração x Adoração
Fica claro que se venerar fosse apenas ato de honra, de homenagem, não haveria
razão para se proibir a veneração pública de alguém importante ou exemplar, só porque
esta pessoa não é oficialmente santo ou ao menos beato.
Venerar é sim, pois, ato de culto; é um culto de dulia, de honra. Adorar também é
ato de culto, mas culto de latria. Para a Igreja Católica existem três tipos de cultos: o de
dulia, dado aos anjos e aos santos em geral, o de hiperdulia, dado apenas a Maria, e o de
latria, dado apenas a Deus.
Como vimos, a Igreja Católica reconhece que veneração é ato de culto, embora
seja de dulia (culto de honra, de homenagem), diferente do culto de latria (adoração).
Abro aqui um parêntese.
O tão só reconhecimento por parte da Igreja de que veneração é ato de culto, e
que é lícito venerar mediante culto de dulia (ou de hiperdulia no caso de o culto ser à
Nossa Senhora) um anjo ou um santo, já é suficiente para reconhecer a existência da
idolatria na Igreja.
De fato, a Igreja reconhece, no Catecismo e no Código de Direito Canônico, que
presta sim culto às imagens, aos anjos e aos santos (CIC 971; 2131-2132; CDCan 246, §
3º; 1186 etc.). Mas sabemos que a Bíblia diz que só a Deus nós devemos prestar culto:
Cân. 1186. Para fomentar a santificação do povo de Deus, a Igreja
recomenda à veneração especial e filial dos fiéis a Bem-aventurada
sempre Virgem Maria, Mãe de Deus, a quem Cristo constituiu Mãe de
todos os homens, bem como promove o verdadeiro e autêntico culto
dos outros Santos, por cujo exemplo os fiéis se edificam e pela
intercessão dos quais são sustentados.
“Replicou-lhe Jesus: ‘está escrito: Adorarás o Senhor teu Deus e só a
Ele prestarás culto’.” (Lc 4,8, citando Dt 6,13)
Devo lembrar que o Catecismo cita essa passagem do Evangelho de Lucas no
capítulo que trata da Adoração (CIC 2096).
Fecho o parêntese.
Fica claro que o Catecismo, em seu § 2132, cita o II Concílio de Nicéia ao dizer
“quem venera uma imagem venera a pessoa que nela está pintada” (confira a nota de
rodapé). Entretanto, o mencionado Concílio, em seu texto original, não usou o verbo
“venerar”, mas sim “adorar”, como se pode ler no trecho abaixo:
“(…) se as honre com a oferenda de incenso e luzes, como foi piedoso
costume dos antigos. ‘Porque a honra da imagem se dirige ao original’ e
o que adora uma imagem adora a pessoa nela representada.”1
Agora ficou fácil entender três passagens da Bíblia que eram um pouco, digamos,
estranhas. Vamos a elas:
“Então me lancei a seus pés para adorá-lo, mas ele me disse: Olha, não
faças tal: sou conservo teu e de teus irmãos, que têm o testemunho de
Jesus; adora a Deus; pois o testemunho de Jesus é o espírito da
profecia.” (Ap 19,10)
“Eu, João, sou o que ouvi e vi estas coisas. E quando as ouvi e vi,
prostrei-me aos pés do anjo que mas mostrava, para o adorar. Mas ele
1
Enrique Denzinger, El Magisterio de la Iglesia, Madri, 1963, pág. 155.
2
Enrique Denzinger, ob. cit., pág. 175.
3
Enrique Denzinger, ob. cit., pág. 178.
me disse: Olha, não faças tal; porque eu sou conservo teu e de teus
irmãos, os profetas, e dos que guardam as palavras deste livro. Adora a
Deus.” (Ap 22,8-9)
“Quando Pedro estava para entrar, Cornélio saiu ao seu encontro e se
prostrou a seus pés, adorando-o. Mas Pedro reergueu-o, dizendo:
‘Levanta-te, pois eu também sou apenas um homem’.” (At 10,25-26)
Nas duas primeiras, retiradas do livro do Apocalipse, o apóstolo João tenta, por
duas vezes, adorar um anjo! E nas duas é repreendido. Mas por que o apóstolo João
tentou por duas vezes adorar um anjo, que ele sabia que era somente uma criatura?
Justo João, que em uma de suas cartas escreveu: “filhinhos, guardai-vos dos
ídolos…” (1Jo 5,21), e que, momentos antes, tinha reccebido do mesmo anjo uma
advertência de que os idólatras não entrarão no reino dos Céus (Ap 21,8)!
Na terceira passagem vemos Cornélio tentando adorar Pedro. Mas por que
Cornélio tentaria adorar a Pedro, se ele sabia que Pedro era somente um homem, assim
como ele?
Justo Cornélio, que era um homem justo, temente a Deus, homem de oração, e de
quem toda a nação judaica dava bom testemunho (At 10, 2.22)!
Era, até então, difícil de entender, mas com apoio no texto do II Concílio de
Nicéia tudo ficou claro.
Na verdade, tanto João como Cornélio não tentaram adorar com adoração de
latria, pois eles sabiam que o anjo e Pedro eram criaturas, e que, portanto, não poderiam
ser adoradas. Eles queriam, na verdade, venerá-las, ou seja, prestrar-lhes adoração de
honra.
Contudo, vimos a Palavra de Deus advertindo que a adoração, seja de latria ou de
dulia (de honra), só são devidas a Deus. Ou seja, que a veneração (como é
popularmente conhecida a adoração de honra) só pode ser dada a Deus. Portanto,
venerar uma criatura (um anjo ou um santo) é idolatria, sobretudo se a veneração
coloca o santo no lugar de Deus.
É por isso que “existe idolatria quando o homem presta honra e veneração a uma
criatura em lugar de Deus.” (Catecismo da Igreja Católica, § 2113).
PARTE 2
Textos oficiais da Igreja Católica
admitindo a adoração de imagens*
** Além desses textos acima citados, não podemos esquecer de mencionar o texto do
Missal Romano onde encontramos o ritual litúrgico da Adoração da Cruz, na Sexta-
feira Santa.
“Adorar a Deus é reconhecê-lo (…) como o Senhor e Dono de tudo o que existe”
Adorar a Maria seria, então, reconhecê-la como Senhora e dona de tudo o que existe.
“Poderás dizer ainda, com São Boaventura: “Minha querida Senhora e salvadora agirei
com confiança e sem temor, porque vós sois a mina força e o meu louvor no Senhor!”
(Tratado, § 216)
“No Céu, Maria impera aos anjos e aos bem-aventurados. (…) É vontade do Altíssimo
que o Céu, a Terra e os infernos obedeçam, livre ou forçadamente, às ordens da humilde
Maria. Fê-la soberana do Céu e da Terra (…)” (Tratado, § 28)
“Ao poder de Deus tudo está submisso, mesmo a Virgem, e eis que ao poder da Virgem
está tudo submisso, até o próprio Deus.” (Tratado, 76).
Por isso que, no § 271 do Tratado, São Luiz Montfort chama os marianos a
adorarem Maria, embora a versão em português tenha tentado esconder, através de
uma tradução mal feita do original.
Veja, enquanto que em português consta “adorem e amem Jesus em Maria”, nas demais
línguas, como em francês, espanhol e italiano lemos: “adorem e amem Jesus e Maria”:
Português
“(...) E, enquanto eles conversam entre si, dado que não te necessitam, subirás em espírito
ao céu e irás por toda a terra rogar às criaturas que dêem graças, adorem e amem Jesus
em Maria em teu nome: Vinde adoremos, vinde!” (Tratado, § 271).
Francês:
“(...) Et tandis qu'ils se parlent l'un à l'autre, sans avoir besoin de vous, vous irez en esprit
au ciel et par toute la terre, prier les créatures de remercier, adorer et aimer Jésus et Marie
en votre place.”4 (Tratado, § 271)
Italiano:
“(...) Y mientras ellos habían entre sí, dado que no te necesitan, subirás en espíritu al
cielo e irás por toda la tierra a rogar a las creaturas que den gracias, adoren y amen a
Jesús y a María en nombre tuyo: Vengan, adoremos, etc” (Tratado, § 271)5
Espanhol:
“(...) Mentre il Re e la Regina parlano tra loro, senza che abbiano bisogno di te, te ne
andrai in spirito per cielo e terra e inviterai tutte le creature a ringraziare, adorare ed
amare Gesù e Maria, al tuo posto: "Venite, prostrati adoriamo, ecc.".” (Tratado, § 271)6
4
http://www.sitedemarie.com/traite/traitetm.htm
5
http://www.legiondemaria.org/tratado_de_la_verdadera_devocion.htm
6
http://www.santorosario.net/trattato10.htm
PARTE 4
Idolatria na Igreja
“Santo Agostinho chama a Santíssima Virgem “Fôrma de Deus”, Fôrma própria para
formar e moldar deuses: “Sois digna de ser chamada Fôrma de Deus”. Aquele que é
lançado nesta Fôrma Divina depressa é formado e moldado em Jesus Cristo, e Jesus
Cristo nele. Facilmente e em pouco tempo será transformado em Deus, divinizado, pois é
lançado no próprio molde que formou um Deus.” (Tratado, § 219).
“Pois o Filho de Deus se fez homem para nos fazer Deus.” (CIC 460)
“Pelo Espírito, temos parte com Deus. (…) Pela participação do Espírito, nós nos
tornamos participantes da natureza divina. (…) por isso, aqueles em quem o Espírito
habita são divinizados.” (CIC 1988)
Ou seja, há idolatria quando o homem atribui a uma criatura características que são
exclusivas de Deus. E isso ocorre quando o homem chama Maria de salvadora,
redendora, divina, toda-poderosa etc. Abaixo veremos alguns exemplos:
a) salvadora: “(…) E depois disso poderás dizer-lhe, com santa ousadia: “Eu sou Vosso,
Virgem Santíssima, salvai-me”. (…) Poderás dizer ainda, com São Boaventura: “Minha
querida Senhora e salvadora agirei com confiança e sem temor, porque vós sois a mina
força e o meu louvor no Senhor!” (Tratado, § 216)
b) redentora: “O Redentor depositou, pois, em Maria a missão co-redentora do gênero
humano, e quis que por Ela nos viessem todas as graças” (A arte de aproveitar as
próprias faltas, 2003, pág. 117). “No Céu Maria impera aos anjos e aos bem-
aventurados. (…) É vontade do Alt vontade do Altíssimo, que exalta os humildes (Lc
1,52), que o Céu, a Terra e os infernos obedeçam, livre ou forçadamente, às ordens da
humilde Maria. Fê-la soberana do Céu e da Terra, condutora dos Seus exércitos, guarda
dos Seus tesouros, dispensadora das suas graças, obreira das suas grandes maravilhas,
reparadora do gênero humano, medianeira dos homens, vencedora dos inimigos de
Deus e fiel companheira de suas grandezas e triunfos.” (Tratado, § 28).
O Papa Bento XV, em 22 de março de 1918, afirmou que Maria “redimiu o gênero
humano juntamente com Cristo” (Letras Apost. Inter sodalicia, cf Denzinger, 1963:649).
c) divina: “Digo com os santos, a divina Maria é o paraíso terrestre do novo Adão, onde
Ele encarnou por obra do Espírito Santo, para aí operar maravilhas incompreensíveis.”
(Tratado, § 6).
d) toda-poderosa: “Por muitos doentes que estejamos, por mais desesperador que pareça
o estado da nossa alma, se quisermos curar-nos, Maria adotar-nos-á como seus doentes. E
como não existe doença espiritual que seja incurável nesta vida e nenhuma pode resistir
ao tratamento da toda-poderosa Mãe de Deus, Ela nos curará. A sua glória, como a de
um médico hábil, brilhará na proporção da gravidade dos males de que nos tenha salvo.”
(A arte de aproveitar…, pág. 125)
e) perdoa os nossos pecados: “Ninguém se salva, ninguém obtem o perdão a não ser por
Maria” (A arte de aproveitar…, pág. 125).
“(…) Não oramos aos Santos do Céu do mesmo modo como oramos a Deus: ‘porquanto
à SS. Trindade pedimos que tenha piedade de nós, ao passo que a todos os outros Santos
pedimos que roguem por nós’. Em vez disto, a oração que dirigimos a Maria tem algo
de comum com o culto que se presta a Deus: tanto que a Igreja a invoca com esta
expressão, que se costuma endrereçar a Deus: ‘Tem piedade dos pecadores’. (…) De
feito, diante de Deus Maria é ‘tão grande e vale tanto que, a quem quer graças e a ela não
recorre, o seu desejo quer voar sem asas’.” (Encíclica Augustíssima Virgem Maria, nª 10,
do Papa Leão XIII).
f) ela é onipotente, onisciente e onipresente (Tratado, §§ 74 e 76; 27 e 166; 34 e 217)
g) “que a alma e o espírito de Maria estejam em cada um” (Tratado, § 217)
h) “nela está toda a minha confiança, a minha única esperança” (Tratado, § 269)
i) “devemos dar a Maria nosso corpo e nossa alma” (Tratado, § 121)
j) “todos os dons e todas as graças nos vêm pelas mãos de Maria, que dá a quem ela
quiser, como e quando ela quer” (Tratado, § 25, 28, 44 e 141)
etc., pois “tudo o que convém a Deus por natureza convém a Maria por graça.”
(Tratado, § 74). É ou não é idolatria? Sim!
Nota do Notícias do Evangelho: O presente estudo foi-nos enviado por e-mail por
católico, que por ainda permanecer no catolicismo, pediu-nos que publicássemos este
estudo, mas mantendo-o no anonimato, temendo ele que pudesse ser excluído do
catolicismo devido as acusações aqui comprovadas nos devidos documentos oficiais da
igreja católica romana.
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http://www.presbiteros.com.br/Liturgia/Missal%20Romano.htm
Desejamos que o leitor tenha concluído com seus próprios conhecimentos que a
verdadeira devoção deve ser aplicada somente a Jesus Cristo, dando-lhe a devida honra
que só Ele merece (Isaías 42:08), abandonando toda devoção que seja condenada até
mesmo pelo Catecismo da Igreja Católica, e pela Bíblia católica:
Isaías 44:11 “Vejam: seus devotos são todos enganados, porque os escultores não são
mais que homens. Que eles todos se reúnam para comparecer: ficarão apavorados e
envergonhados.” - Fonte: Bíblia católica, edição Pastoral, editora Paulus, de acordo com
o Cân. 825.