Você está na página 1de 12

Arqueologia Bíblica

Jesus em fontes não cristãs


“[A partir das] fontes primitivas não cristãs [...] podemos reconstruir as características
salientes da vida de Cristo [...]. Essas características incluem o seguinte:

1. Jesus viveu durante o reinado de Tibério César;


2. Ele viveu uma vida virtuosa;
3. Ele foi um operador de milagres;
4. Ele tinha um irmão chamado Tiago;
5. Reivindicava-se que ele era o Messias;
6. Ele foi crucificado nos dias de Pôncio Pilatos;
7. Ele foi crucificado na véspera da Páscoa;
8. Escuridão e um terremoto ocorreram quando ele morreu;
9. Seus discípulos criam que ele ressuscitara dos mortos;
10. Seus discípulos estavam dispostos a morrer pela sua crença;
11. O cristianismo se espalhou até Roma;
12. Os discípulos cristãos negavam os deuses romanos e adoravam Jesus como Deus.”

– J. Holden & N. Geisler, The Popular Handbook of Archaeology and the Bible, p. 295-296.
Arqueologia Bíblica
Jesus em fontes não cristãs
Flávio Josefo (37-97) era um fariseu de família
sacerdotal. Durante a Guerra Judaica (66-73), ele se
rendeu aos romanos e foi, imediatamente,
empregado como porta-voz e tradutor do então
general Tito em Jerusalém, durante o cerco da
cidade. Em seguida, ele se mudou para Roma e foi
empregado pela corte imperial como historiador. No
ano 90, ele escreveu uma de suas obras mais
célebres, Antiguidades dos Judeus, na qual ele
menciona o nome de Jesus duas vezes. O chamado
Testimonium Flavianium, apesar de algumas
interpolações, é espetacular.
Arqueologia Bíblica
Jesus em fontes não cristãs
“Nesse mesmo tempo apareceu Jesus, que era um homem
sábio, se todavia devemos considerá-lo simplesmente como um
homem, tanto suas obras eram admiráveis. Ele ensinava os que
tinham prazer em ser instruídos na verdade e foi seguido não
somente por muitos judeus, mas mesmo por muitos gentios.
Era o Cristo. Os mais ilustres da nossa nação acusaram-no
perante Pilatos e ele fê-lo crucificar. Os que o haviam amado
durante a vida não o abandonaram depois da morte. Ele lhes
apareceu ressuscitado e vivo no terceiro dia, como os santos
profetas o tinham predito e que ele faria muitos outros
milagres. É dele que os cristãos, que vemos ainda hoje, tiraram
seu nome.”
– Flávio Josefo, História dos Hebreus, p. 418.
Arqueologia Bíblica
Jesus em fontes não cristãs
Além dessa passagem, os únicos outros trechos dos
escritos de Josefo que são disputados são os que
fazem menção de João e Tiago. Por isso, o ônus da
prova recai sobre quem não aceita a autenticidade
do Testimonium. Todas as cópias gregas e latinas
contém o trecho disputado, por mais que os trechos
em vermelho pareçam, de fato, inserções feitas por
um cristão, já que Josefo, segundo Orígenes, não
seguia a fé. De fato, “a maioria dos eruditos aceitam
que Josefo menciona Jesus no Testimonium (Michael
Licona, The Resurrection of Jesus, p. 242).
Arqueologia Bíblica
Jesus em fontes não cristãs

Cornélio Tácito (56-120) foi um historiador


romano de grande destaque. Em sua última obra,
Anais, escrita em 116-117, ele narra a ocasião
em que o imperador Nero ateou fogo em Roma e
culpou os cristãos. Nesse relato, ele faz menção
da ressurreição do Senhor.
Arqueologia Bíblica
Jesus em fontes não cristãs
“Portanto, para apagar o rumor, Nero criou bodes
expiatórios e submeteu às mais requintadas torturas
aqueles que as pessoas comuns chamavam de
“cristãos”, [um grupo] odiado por seus crimes
abomináveis. Seu nome vem de Cristo, que, durante o
reinado de Tibério, tinha sido executado pelo
procurador Pôncio Pilatos. Suprimida
momentaneamente, a superstição mortal surgiu
novamente, não apenas na Judeia, a terra que
originou esse mal, mas, também, na cidade de Roma.”
– Tácito, Anais, 15.44 (citado por M. Licona, The Resurrection of
Jesus, p. 243).
Arqueologia Bíblica
Jesus em fontes não cristãs

Gaio Suetônio foi um historiador romano que,


durante o reinado de Adriano (117-138), compôs
biografias sobre os dozes primeiros césares (de
Júlio César a Domiciano). Ele menciona os cristãos
duas vezes em sua obra.
Arqueologia Bíblica
Jesus em fontes não cristãs
“Porque os judeus em Roma causaram distúrbios contínuos,
instigados por Cresto, ele [Cláudio] os expulsou da cidade.

Suetônio se refere à onda de protestos que irromperam na grande


comunidade judaica de Roma durante o ano de 49 d.C. Como
resultado, os judeus foram banidos da cidade. Incidentalmente,
essa afirmação tem a interessante corroboração de Atos 18:2…

A segunda referência de Suetônio é de novo aos cristãos que foram


torturados pelo imperador Nero:

Depois do grande fogo de Roma […], punições foram também


infligidas sobre os cristãos, uma seita que professava uma nova e
perniciosa crença religiosa.”
– Gary Habermas, The Historical Jesus, p. 151.
Arqueologia Bíblica
Jesus em fontes não cristãs

Plínio, o Jovem, era um legado imperial na


província da Bitínia, na Ásia Menor. Ele escreveu
muitas cartas ao longo da vida, mas uma delas,
produzida em 112 e endereçada ao imperador
Trajano, é de especial interesse, pois ela menciona
Cristo e os cristãos.
Arqueologia Bíblica
Jesus em fontes não cristãs

“Eles [os cristãos] tinham o hábito de se encontrar


numa certa data fixada, antes que esteja claro,
quando cantavam, em versos alternados, um hino
a Cristo, como a um deus...”
– J. Holden & N. Geisler, The Popular Handbook of Archaeology and the
Bible, p. 299-300.
Arqueologia Bíblica
Jesus em fontes não cristãs

Há um texto judaico dos


primeiros séculos, o Talmud
Babilônico, no tratado
Sanhedrin (Sinédrio) 43a,
que também menciona
Jesus.
Arqueologia Bíblica
Jesus em fontes não cristãs
“Foi ensinado: no dia anterior à Páscoa,
eles penduraram Jesus. Um arauto foi
diante deles por quarenta dias
[proclamando]: “Ele será apredrejado,
porque ele praticou mágica e seduziu
Israel a se desviar. Qualquer que souber
algo em seu favor, venha à frente e
suplique por ele”. Mas nada foi
encontrado em seu favor, e eles o
penduraram no dia anterior à Páscoa.”
– Sanhedrin 43a (citado por M. Licona, The
Resurrection of Jesus, p. 247).

Você também pode gostar