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METODOLOGIA DE ENSINO

PROFESSOR: JOSÉ FERMINO VILANDE NETO

1. MÉTODOS E ACESSÓRIOS DE ENSINO:


1.1. Método é uma palavra que provém do termo grego methodos
(“caminho” ou “via”) e que se refere ao meio utilizado para chegar a
um fim. O seu significado original aponta para o caminho que conduz a 1

algures.
2. PLANO DE ENSINO:
2.2. O Plano de Ensino é um plano de ação; é o registro do planejamento das
ações pedagógicas para o componente o período letivo. É um instrumento
didático-pedagógico e administrativo de elaboração e uso obrigatórios. Pode-
se pensar, primeiramente, que:

[…] planejamento é processo de busca de equilíbrio entre meios e fins,


entre recursos e objetivos, visando ao melhor funcionamento de empresas,
instituições, setores de trabalho, organizações grupais e outras atividades
humanas. O ato de planejar é sempre processo de reflexão, de tomada de
decisão sobre a ação; processo de previsão de necessidades (…) visando à
concretização de objetivos, em prazos determinados e etapas definidas, a
partir dos resultados das avaliações (PADILHA, 2001 apud BAFFI, 2002, p.
30) [2].

Sendo planejamento, o plano de ensino também é estratégico, reflexivo, crítico


e dinâmico, devendo, no decorrer de seu percurso de aplicação, ser revisado,
questionado e aprimorado. É importante ressaltar, também, que o
planejamento deve considerar “as condições do presente, as experiências do
passado, os aspectos contextuais e os pressupostos filosófico, cultural,
econômico e político de quem planeja e com quem se planeja” (PADILHA,
2001 apud BAFFI, 2002, p. 63). Contudo, Takada (2009) ainda nos mostra que
há três dimensões básicas a serem consideradas no planejamento, quais sejam,
a realidade, a finalidade e o plano de ação. Sendo plano, trata-se de um
“documento utilizado para o registro de decisões do tipo: o que se pensa fazer,
como fazer, quando fazer, com que fazer, com quem fazer. Para existir plano é
necessária a discussão sobre fins e objetivos, culminando com a definição dos
mesmos” (BAFFI, 2002).

3. METODOLOGIA DO ENSINO RELIGIOSO

Conceituação: A metodologia é o meio utilizado para se alcançar determinado


objetivo, seguindo para isso critérios e regras pré-determinadas. Para escrever um
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texto, estudar para uma prova, resolver um problema ou até mesmo fazer um bolo é
necessário seguir um método. Se organizar, adotar medidas eficientes com o intuito
de alcançar um resultado positivo são alguns dos passos presentes no campo
da metodologia.

I. Finalidades dos métodos de ensino.

É adaptar a lição ao aluno, nunca o contrário. Os métodos de ensino atuam nos


sentidos físicos do aluno.

II. O uso dos métodos de ensino:


Uma aula apresenta normalmente uma combinação de
dois ou mais métodos. Nunca um só. Jesus ensinou usando
métodos. Seguiremos seus passos no estudo dos métodos.
Métodos somente, não resolvem. E preciso que o professor
(ou o obreiro cristão em geral) tenha também duas outras
coisas — a mensagem dada por Deus, e a vida vibrante pelo
Espírito Santo. O Mestre Jesus tinha as três coisas: m é t o d o
(que comunica), m e n s a g e m (que ensina) e v i d a (que conserva). Você
pode preparar um trabalho, um sermão, um estudo
bíblico, a lição bíblica, etc., com todo carinho, esforço e boa
vontade, mas somente Deus pode dar a mensagem cheia de
vida espiritual.
III. A escolha e combinação dos métodos de ensino depende de vários
fatores, como:
 O grupo de idade, o qual tem suas características próprias, físicas,
mentais, sociais e espirituais.
 O material que vai ser utilizado.
 O tempo de duração da aula.
 O preparo da aula é calcado no espaço de tempo que se terá e de
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conformidade com a idade dos alunos.
 As instalações de ensino da escola. Não se pode aplicar
um determinado método sem haver condições para isso.
 O conhecimento do professor. O conhecimento que ele
já tem do assunto em mira, bem como o das leis do ensino e da
aprendizagem.
 Os objetivos da lição do dia. Isso deve muito influir na
escolha dos métodos de ensino da lição, pelo professor.

IV. Os métodos de ensino:

Os métodos de ensino afetam os sentidos físicos, os quais


são meios de comunicação da alma com o mundo exterior.
E por meio deles que ela explora o mundo em volta de si, bem
como recebe suas impressões.
A. O Método de Preleção. Também chamado Expositivo.
(Mt 5.1,2 – ARC; Lc 4.22). Nunca deve ser usado só. Em combinação com
outros métodos, como Jesus usou, é de grande
valor no ensino. Sozinho, tem mais desvantagens do que vantagens. Nem
sempre falar quer dizer ensinar, é praticamente
nulo com os infantis. (Não o confundir com o método da Narração, que
veremos logo mais.)
B. O Método de Perguntas e Respostas. Também conhecido
por Método Socrático, por ter sido largamente usado por
Sócrates.
Por exemplo: Mateus 22.42-45, encerra quatro perguntas de Jesus.
Vantagens deste método:
• Serve como ponto de contato entre o professor e o aluno.
• Ajuda a medir o conhecimento do aluno. Como o professor pode saber se
o aluno entendeu a verdade ensinada? (Ver Mateus 13.51; 16.9 12; 22.20;
Marcos 13.2.)
• Desperta o interesse. E, portanto, um método utilíssimo para início e fim
de aula. Jesus iniciou uma palestra com um doutor, perguntando: “Como 4

interpretas a lei?” (Lc 10.26). Filipe, o evangelista, iniciou sua fala com o
alto funcionário de Candace, perguntando: “Compreendes o que vens
lendo?”
• Estimula e orienta o pensamento. Uma pergunta bem
feita leva de fato o aluno a pensar (ver Mateus 9.28). E preciso técnica na
formulação de perguntas. Observe isto:
• Faça perguntas resumidas e claras.
• Evite perguntas cujas respostas serão sim ou não.

Exemplo de pergunta errada:


“Jesus mudou água em vinho, em Caná da Galiléia?”

A pergunta correta seria:


“Que milagre fez Jesus em Caná da Galiléia?”

Ao lançar uma pergunta, você como professor:


1. Dirija-se à classe toda.
2. Faça uma pausa de 5 a 6 segundos para que todos pensem na resposta.
3. Em seguida, chame um aluno pelo nome para respondê-la. Evite seguir
uma ordem exata na chamada dos alunos.
4. Dê importância à resposta certa. O método de perguntas e respostas leva
o aluno a participar ativamente da aula. Pode ser usado em todos os
grupos de idade. Aos alunos de mais idade, o professor deve mostrar a
diferença entre perguntar para querer saber, e simplesmente especular.
C. Método de Discussão. É também chamado Debate Orientado.
A sequência na condução do Método da Discussão, é: pergunta, em
seguida argumentação, seguida de análise, seguida de resposta. Para
discutir um assunto, subentende-se que os alunos já têm informação
sobre o mesmo. O professor precisa manter o equilíbrio da argumentação e
não permitir que o tema seja desviado, ou que
um aluno fale mais tempo que o estritamente necessário. Se o 5

método não for habilmente conduzido pelo professor resultará


em desorganização, confusão, e até aborrecimentos.
D. Método Audiovisual. Os registros mais antigos das primeiras
civilizações trazidos à luz pela arqueologia estão em
forma visual, principalmente desenhos e esculturas.
No método audiovisual, a mensagem que se quer transmitir é ouvida e
vista, combinando assim dois poderosos canais de comunicação na
aprendizagem. Ela atrai e domina a atenção, aumentando, portanto, a
retenção. Os psicólogos ensinam que as impressões que entram pelos olhos
são as mais duradouras.
Exemplos de Jesus utilizando este método:
Mateus 6.26 (Olhai para as aves do céu); Mateus 6.28 (Olhai para os lírios
do campo); João 10.9 (Eu sou a porta); João 15.5 (Eu sou a
videira, vós as varas); Marcos 12.15,16 (“Trazei-me um denário. De quem é
esta efígie?”); Lucas 9.47 (Tomou uma criança, colocou-a junto a si);
Ezequiel 4.1 (Deus mandando Ezequiel gravar o perfil de Jerusalém num
tijolo). Portanto este método utiliza material o mais variado. Seu emprego é
de grande valor no setor infantil, mas também nos demais. Depende do
emprego dosado.
E. O Método de Narração. São as histórias. E nesse campo, nada suplanta a
Bíblia. Jesus usou muito este método,
apresentando histórias em forma de parábolas, como em
Mateus capítulo 13 (todo). A história é qual janela deixando a
luz entrar. Na Bíblia, a maior fonte de história é o Antigo
Testamento. Pode ser aplicado a todas as idades. A história,
depois de narrada, precisa ser aplicada. Veja o caso de Natã
ensinando a Davi, em 2 Samuel 12.1-4 e, em seguida, aplicando o ensino no
versículo 7 do mesmo capítulo. O Novo Testamento também contém
muitas histórias. A história é para a criança o que o sermão é para o adulto.
Exemplos de Jesus usando o método de narração:
O Bom Samaritano (Lc 10).
A Ovelha Perdida (Lc 15). 6

As Dez Virgens (Mt 25).


O Filho Pródigo (Lc 15).
Há muitas outras fontes de histórias além da Bíblia, como a natureza, as
biografias, os fatos do momento, etc.
Três distintas finalidades de uma história: a) Usada como lição em si. b)
Usada como ilustração em apoio a um tema. c) Usada como introdução de
uma lição ou tema.
Duas regras básicas para o êxito ao contar histórias:
Conheça de fato a história.
Mentalize a história, mesmo conhecendo-a.
Viva a história; isto é, “sinta-a” ao contá-la e dramatizá-la.

F. O Método de Leitura (Lc 4.16; Jó 8.6).


O professor pode mandar os alunos procurar textos em suas Bíblias e ler.
Isto tem um valor maior do que se pensa. A leitura pode ser de
outra fonte além da Bíblia.
G. O Método de Tarefas.
Esse é um grande método — aprender fazendo. Método ideal para crianças
desde a mais tenra idade. A criança aprende de fato quando faz a lição,
devidamente instruída pelo professor. Jesus, para ensinar certa lição a
Pedro, usou este método (Mt 17.24-27). Outros exemplos: Mateus 17.16-21;
Marcos 6.45-52; Lucas 9.14-17; João 9.6,7; 21 (o capítulo todo); At 17.11.
Aqui estão incluídos:
Trabalhos de pesquisa.
Trabalhos de redação.
Trabalhos manuais (desenhos, esboços, mapas, montagens de lições
ilustradas, figuras, labirintos, enigmas, palavras cruzadas).
O professor ao aplicar este método, deve dar instruções
as mais claras possíveis se quiserem ver resultados satisfatórios.

H. O Método Demonstrativo. É o método do exemplo, altamente influente


e convincente. E ensinar fazendo. Jesus usou-o. Ele fazia antes de ensinar 7

(Jó 13.15; At 1.1; 1 Pe 2.21). E o método “faça como eu faço”. E o método do


exemplo (Ed 7.10; Mt 4.19; 6.9; 11.2-5; Jó 13.15; 1 Co 11.1). Os alunos
precisam não somente aprender de Cristo, mas “aprender a Cristo” (Ef
4.20). Só é possível “aprender a Cristo” quando Ele tem expressão por
meio da vida de alguém. As marchas e cânticos com gestos para os
pequeninos têm grande valor aqui, assim como as dramatizações. Todos os
métodos de ensino conduzem às duas coisas
quanto ao aluno: impressão e expressão. Isto é, os métodos
visam impressionar a mente e o coração do aluno, para levá-lo
a expressar-se educativamente.
I. Acessórios de ensino.
Alguns deles são:
Quadros, gravuras (especialmente os coloridos).
Flanelógrafos (de diferentes tipos).
Projetores de variados tipos (dependendo de custo e finalidades)
Mapas bíblicos para aula.
Livros de trabalhos manuais.
Lápis em cores, cartolina, etc.
Modelos (do tabernáculo, do templo de Salomão, de casas orientais,
etc.).

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