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C
aro professor, neste período teremos o privilégio de
estudar o Evangelho de Mateus. O título deste edito-
rial demonstra minha convicção de que no primeiro
livro do Novo Testamento encontramos o início de
uma série de eventos da história da salvação de Deus.
Em Mateus, podemos ver o início do movimento que dará origem,
pouco tempo depois, à igreja. Então, cada uma de nossas igrejas,
QUANDO TUDO COMEÇOU
//PROFESSOR .1
//sumário
Para começar...................................................... 1
ISSN 1984-8382
Literatura Batista Pauta musical...................................................... 3
Ano CXV – NO 458
Recursos bíblico-teológicos.............................. 4
Atitude professor é uma revista de orientações
didáticas para professores de jovens na Escola Tema da EBD...................................................... 7
Bíblica Dominical seguindo a matriz curricular
da edição do aluno
Lição 1 – O nascimento de Jesus.................... 10
Copyright © Convicção Editora
Todos os direitos reservados Lição 2 – O ministério de Jesus...................... 13
Proibida a reprodução deste texto total ou parcial
por quaisquer meios (mecânicos, eletrônicos, Lição 3 – Os ensinos de Jesus......................... 16
fotográficos, gravação, estocagem em banco de
dados etc.), a não ser em breves citações, com
explícita informação da fonte
Lição 4 – Os sinais operados por Jesus.......... 19
2. //PROFESSOR
//pauta musical
HCC, nº 52 CORONATION
LETRA: Edward Perronet, estrofes 1 a 3, 1779 8.6.8.6.
John Rippon, estrofe 4, 1787 com repetição
Port. Justus Henry Nelson, 1890
MÚSICA: Oliver Holden, 1792
//PROFESSOR .3
/ / R E C U R S O S B Í B L I C O -T E O L Ó G I C O S
ALGUNS ABISMOS DA
INTERPRETAÇÃO BÍBLICA
Valtair A. Miranda
Rio de Janeiro, RJ
Existem algumas dificuldades que nós pre- Atente para as parábolas de Jesus. Ele
cisamos vencer para compreender os textos as contou para seus discípulos, para os
bíblicos de uma forma aproximada à dos escribas, para os fariseus e até para a
leitores originais. Essas dificuldades mais multidão que o cercava.
se parecem com abismos que, mesmo ame- Existem algumas dificuldades que nós
drontadores, podem ser transpostos com precisamos vencer para que venhamos a
algum esforço e algum tipo de ferramenta. compreender os textos bíblicos da mes-
ma forma que os seus leitores originais.
O ABISMO DA TERCEIRA PESSOA
Posteriormente, os evangelistas regis-
Nos discursos humanos, a primeira pes- traram as parábolas visando aos nossos
soa é a pessoa que fala, a segunda é a que irmãos das primeiras comunidades cris-
ouve e a terceira é aquela que está fora do tãs. Eles foram os destinatários imedia-
discurso. A terceira pessoa não participa tos dos Evangelhos de Mateus, Marcos,
diretamente do diálogo. Tomando uma Lucas e João.
carta – de um namorado para a amada Em alguns momentos, diante de uma
– como exemplo, a primeira pessoa do obra bíblica (como Filemom, por exem-
discurso é o namorado, a segunda pessoa plo), você não se sente lendo a corres-
é a namorada e a terceira pessoa pode ser pondência alheia? É como ouvir a con-
o pai da namorada que toma a carta para versa do outro. Possivelmente, haverá
ler e ver se os dois estão se comportando. algo que nos escapará por não estarmos
Aplicando esta linguagem aos textos bí- envolvidos diretamente no diálogo.
blicos, observamos que eles não foram
escritos diretamente para nós. A pri- O ABISMO CRONOLÓGICO
meira pessoa do discurso é o autor do
livro, a segunda pessoa é o destinatário Estamos dois mil anos distantes dos
do livro e nós somos a terceira pessoa. dias em que caminhava Jesus pelas es-
4. //PROFESSOR
tradas empoeiradas da Palestina. Uma ginação bem brasileira pode visualizar
série de acontecimentos históricos nos um personagem caminhando por uma
separa do mundo da Bíblia. Para você rodovia larga e espaçosa, como as que
perceber a importância de se envolver encontramos entre nossas cidades, em
com a história em torno da Bíblia, tente vez de imaginá-lo trilhando com dificul-
responder as perguntas abaixo: dade uma estrada estreita, empoeirada,
• Qual era o império mundial na época inclinada e cheia de curvas.
de Paulo e como esse governo tratava Precisamos conhecer aquelas paisagens
os cristãos? (mesmo por livros ou fotografias) para
• Quantos anos separam o livro de Ma- não cometer esse erro. Com o número
laquias do aparecimento de Jesus Cristo? de atlas e mapas publicados em por-
• Daniel participava de quais impérios tuguês, isso agora não é grande difi-
quando recebeu suas visões celestiais? culdade.
• Por que os samaritanos eram tão odia-
dos pelos judeus da época de Jesus? O ABISMO LINGUÍSTICO
Apesar de importantes para compreen- Existe uma enorme lacuna entre a nossa
der o que o escritor bíblico escreveu, forma de falar e escrever e a dos povos
muitas informações históricas como es- bíblicos. Os idiomas em que a Bíblia foi
tas nos escapam. Precisamos de esforço escrita – hebraico, aramaico e grego –
consciente para colecionar os principais têm características estranhas à nossa
fatos da história de Israel e dos povos vi- língua:
zinhos. Certamente, as palavras dos au- • No hebraico e no aramaico dos ma-
tores bíblicos ficarão muito mais claras. nuscritos do Antigo Testamento só havia
Estamos dois mil anos distantes dos dias consoantes. As vogais estavam suben-
em que caminhava Jesus pelas estradas tendidas e, portanto, não eram escritas;
empoeiradas da Palestina. Uma série de
• Tanto o hebraico quanto o aramaico
acontecimentos históricos nos separa
são lidos da direita para a esquerda, e
do mundo da Bíblia.
não da esquerda para a direita;
• Não havia separação alguma entre
O ABISMO GEOGRÁFICO
as palavras. Todas as palavras eram
Os eventos aconteceram a milhares de escritas juntas, sem qualquer espaço,
quilômetros de onde nós moramos. parágrafo ou pontuação entre elas. As
Quando Jesus fala de um homem que palavras escritas nestas três línguas
ia de Jerusalém para Jericó, nossa ima- bíblicas emendavam-se umas às ou-
//PROFESSOR .5
tras. Era algo mais ou menos assim: As parábolas ensinavam como agir. Por
NOPRINCÍPIOERAOVERBOEOVER- isso, nossa tarefa é “escutar” as parábo-
BOESTAVACOMDEUSEOVERBOE- las, tentando entender como os ouvintes
RADEUS”. Você conseguiu ver João de Jesus as teriam entendido, e determi-
1.1 nesta frase? nar como eles teriam reagido à história.
• As línguas bíblicas originais contêm Isso é muito difícil sem alguma espécie
expressões incomuns ou de sentido obs- de contextualização histórica.
curo, difíceis de compreender em nos- Uma de nossas primeiras tarefas é iden-
so idioma; tificar o auditório original de cada pa-
• Certas palavras só aparecem uma vez rábola. Para quem Jesus narrou a histó-
na Bíblia inteira, tornando impossível ria? Foi para os escribas, os discípulos,
qualquer comparação com seu uso em a multidão ou os fariseus? Seu público
outro contexto. pode ser um adversário ou um aluno.
Isso gera uma grande diferença na in-
O ABISMO CULTURAL terpretação da parábola. A lição muda-
rá radicalmente se interpretarmos uma
Existem diferenças culturais enormes
parábola dirigida aos fariseus como se
entre um brasileiro e um oriental. Você
ela fosse para os discípulos.
já reparou nas roupas de um palestino?
Assim, pode ficar difícil imaginar a sur- Você se lembra como Jesus iniciava
presa da plateia de Jesus quando um sa- suas mensagens logo no início do seu
maritano é apontado como o próximo ministério? – “Arrependei-vos porque
do judeu machucado. é chegado o reino de Deus”. Ensinar so-
Levando à frente uma parábola como bre o reino de Deus foi uma das tarefas
exemplo, perceba como alguns apon- vitais da vida de Jesus. Suas parábolas
tamentos contextuais ajudam-nos a não fugiram a essa regra. Quase todas
compreendê-las melhor. Lembre-se elas estão relacionadas diretamente
que as parábolas eram respostas de Je- com algum aspecto do reino de Deus.
sus a perguntas que os seus ouvintes Elas falam sobre a realidade já presente
faziam. Isso nos leva à necessidade de do reino entre as pessoas, a misericór-
descobrir que perguntas eram essas. O dia do Deus do reino, a certeza da vitó-
propósito de Jesus com cada uma delas ria do reino, o crescimento do reino, a
era evocar uma reação do ouvinte, mu- condenação final daqueles que ficarem
dar seus padrões de comportamento e de fora do reino e o estilo de vida que
suas atitudes. Deus deseja dos súditos do reino.
6. //PROFESSOR
//TEMA DA EBD
O CONTEXTO HISTÓRICO DO
EVANGELHO DE MATEUS
Valtair A. Miranda
Rio de Janeiro, RJ
L I Ç Ã O
1
TEXTO BÍBLICO O NASCIMENTO
DE JESUS
MATEUS 1; 2
TEXTO ÁUREO
MATEUS 2.1,2
10. //PROFESSOR
II – A AULA da um leia um versículo e destacar as
diferenças entre as versões bíblicas que
1. Oração. Levando em conta que a existirem na sala. Pedir que eles apon-
aula tem, em média, 1 hora de dura- tem as diferenças à medida que elas
ção, o professor deve iniciar com um forem aparecendo. A partir da lição
momento de oração. Começar preci- do aluno, o professor fará uma análise
samente no horário. Pedir a dois jo- do início do texto sobre a genealogia
vens para orar. de Jesus.
L I Ç Ã O
2
O MINISTÉRIO
TEXTO BÍBLICO
MATEUS 3; 4
//PROFESSOR .13
2. Aquecimento. Distribuir os papéis e • TENTAÇÃO FÍSICA: O PÃO
os lápis aos alunos e pedir que escrevam
• TENTAÇÃO MORAL: A FAMA
o que entenderam do texto de Mateus
• TENTAÇÃO ESPIRITUAL: O PO-
3.14: “Mas João o impedia, dizendo: Eu
DER
é que preciso ser batizado por ti, e tu
vens a mim?” Oferecer algumas indaga-
5. Pedir aos alunos que digam a pri-
ções como, por exemplo, por que Jesus
meira coisa que lhes vier à cabeça
precisou ser batizado? João tinha razão
quando veem estas expressões. Escre-
em tentar impedir Jesus? O que Jesus ver o que eles vierem a dizer. Analisar
queria nos ensinar com o fato? Pedir cada tentação em separado e depois
aos alunos que não coloquem o nome. em conjunto.
Depois de um tempo estipulado (mais
ou menos cinco minutos), recolher os 6. Argumentar o que segue abaixo, após
papéis dobrados em um recipiente e re- a explosão de ideias:
distribuir. Cada um lerá o que o outro • Tentação física – o pão: Com a trans-
escreveu. O professor deverá ao final formação das pedras em pães (Mt
deste momento fazer um resumo da 4.1-4), Jesus foi tentado no sentido de
opinião geral. usar seu poder para sobrepujar sua con-
dição humana. Satanás foi direto em
3. Logo depois do aquecimento, ler com vários aspectos, mas, principalmente,
os alunos o texto bíblico proposto. Co- na questão do uso do poder. Se Jesus
mo são textos curtos, essa leitura poderá caísse mostraria que, como líder espi-
ser feita em voz alta. Os alunos preci- ritual e pastor das ovelhas, ele não teria
condições de ser um exemplo humano
sam ser incentivados pelo professor a
para nós, pois quando teve fome, não
lerem suas Bíblias durante a semana.
passou por ela, mas usou seu poder
Eles devem aproveitar este período pa-
divino para livrar-se da situação. Um
ra ler todo o livro de Mateus e, talvez, líder assim não tem qualquer autori-
quem sabe, os outros três Evangelhos dade diante de seus liderados.
do Novo Testamento.
• Tentação moral – a fama: Com o ar-
gumento de que, se Jesus fosse mes-
4. Escrever no quadro-negro as seguin- mo o Filho de Deus, deveria jogar-se
tes palavras, escrevendo uma frase de do alto do templo para que os anjos o
cada vez: amparassem (Mt 4.5-7), Satanás ten-
14. //PROFESSOR
ta Jesus novamente. Mencionando as um tópico da lição e o discute entre si.
Escrituras, ele diz que os anjos estão No final de um tempo pré-estabelecido
submissos à autoridade espiritual de pelo professor, os grupos se reúnem
Jesus. Se ele se jogar e der ordens aos em um só grande grupo novamente
anjos, certamente será obedecido. Este para verbalizar o que aprenderam. Se
segundo questionamento atingiu a au- for uma turma pequena, o professor
toridade espiritual de Jesus. Assim, ele
estudará com eles cada tópico, esti-
tenta fazer Jesus usar de sua autoridade
mulando a participação de todos na
espiritual para atender uma causa em
proveito próprio. É por isso que a res- discussão.
posta de Jesus foi que não se deve co- • O ministério de Jesus é qualificado
locar Deus à prova. Usar a autoridade pela vinda de um precursor que prepa-
espiritual concedida pelo Senhor para ra o caminho e estabelece as expecta-
uma causa em proveito próprio é pe- tivas para a força principal, o Messias
cado, é tentar Deus. (Mt 3.1-12);
• Tentação espiritual – o poder: Sata- • O ministério de Jesus é qualificado
nás mostra para Jesus o resplendor dos por humilhar-se em ser plenamente
reinos da terra e oferece tudo aquilo
homem, representando o pecador ar-
a ele. A soberania do Senhor é sobre
rependido e sendo declarado pelo Pai
tudo e sobre todos, mas não podemos
esquecer que este mundo jaz no ma- o Deus Filho (Mt 3.13-17);
ligno (1Jo 5.19). Satanás ofereceu para • O ministério de Jesus é qualificado
Jesus os reinos deste mundo. Conside- por sua sujeição ao Espírito Santo que
ramos esta tentação, de todas as ou- o conduz à tentação, precedido pela
tras, a mais terrível. Ele tentou Jesus consagração a Deus para confirmação
na sua divindade. Jesus não precisaria do seu chamado (Mt 4.1-11);
enfrentar a morte na cruz, porque ele
• O ministério de Jesus é qualificado
teria a humanidade toda para si. Por
isso, Jesus deu a seguinte resposta ao pela visão do campo missionário e pelo
seu adversário: “Vai-te, Satanás; por- chamado de homens a serem treina-
que está escrito: Ao Senhor teu Deus dos para a obra de Deus (Mt 4.12-22).
adorarás, e só a ele servirás” (Mt 4.10).
8. Encerrar com agradecimentos e ora-
7. Se for uma turma grande, dividir em ção por um dos alunos. Agradecer aos
grupos, em que cada grupo fica com visitantes e alunos pela participação.
//PROFESSOR .15