Você está na página 1de 15

//para começar

C
aro professor, neste período teremos o privilégio de
estudar o Evangelho de Mateus. O título deste edito-
rial demonstra minha convicção de que no primeiro
livro do Novo Testamento encontramos o início de
uma série de eventos da história da salvação de Deus.
Em Mateus, podemos ver o início do movimento que dará origem,
pouco tempo depois, à igreja. Então, cada uma de nossas igrejas,
QUANDO TUDO COMEÇOU

espalhadas por este planeta, tem sua origem histórica no grupo


fundado por Jesus nas primeiras décadas do primeiro século.
Em Mateus, podemos perceber a inauguração do reino de Deus.
Aquilo que o Antigo Testamento profetizou, Jesus veio inaugu-
rar. Com sua morte, aquilo que todos os santos de Deus do antigo
pacto ansiavam se tornou realidade. Com Jesus, o reino passou a
estar no meio de nós. É verdade que ele ainda não se consumaria
na sua vida terrena. Ainda seriam necessárias sua morte, ressur-
reição, ascensão e vinda gloriosa. Mas todo o Novo Testamento
testemunhará que ele já é realidade.
Recomendo que cada professor aproveite este período para des-
tacar a presença do reino e da igreja, em sua forma embrionária,
na vida e ministério de Jesus. Neste caso, será necessário recorrer,
de tempos em tempos, aos Evangelhos de Marcos, Lucas e João.
Pode ser trabalhoso para o docente, mas, certamente, o resultado
será maravilhoso.
Não precisaria nem dizer, mas não custa insistir, que aquele que
ensinará o Evangelho de Mateus deveria lê-­lo integralmente antes
de começar o período. Essa visão geral o ajudará na condução do
estudo das partes, posteriormente.
De qualquer forma, que tudo resulte no engrandecimento do rei-
no que Cristo veio trazer.

Um bom período de estudo.

//PROFESSOR .1
//sumário

Para começar...................................................... 1
ISSN 1984-­8382
Literatura Batista Pauta musical...................................................... 3
Ano CXV – NO 458
Recursos bíblico-­teológicos.............................. 4
Atitude professor é uma revista de orientações
didáticas para professores de jovens na Escola Tema da EBD...................................................... 7
Bíblica Dominical seguindo a matriz curricular
da edição do aluno
Lição 1 – O nascimento de Jesus.................... 10
Copyright © Convicção Editora
Todos os direitos reservados Lição 2 – O ministério de Jesus...................... 13
Proibida a reprodução deste texto total ou parcial
por quaisquer meios (mecânicos, eletrônicos, Lição 3 – Os ensinos de Jesus......................... 16
fotográficos, gravação, estocagem em banco de
dados etc.), a não ser em breves citações, com
explícita informação da fonte
Lição 4 – Os sinais operados por Jesus.......... 19

Publicado com autorização Lição 5 – Jesus comissiona os seus


por Convicção Editora
CNPJ (MF): 08.714.454/0001-­36 discípulos........................................ 22
Endereços
Caixa Postal, 13333 – CEP: 20270-­972 Lição 6 – Jesus anuncia o reino dos céus por
Rio de Janeiro, RJ parábolas......................................... 25
Telegráfico – BATISTAS
Editor Lição 7 – A graça maravilhosa de Jesus......... 28
Sócrates Oliveira de Souza
Coordenação Editorial Lição 8 – A revelação do Senhor Jesus.......... 31
Solange Cardoso de Abreu d’Almeida (RP/16897)
Redação Lição 9 – A igreja de Jesus............................... 34
Valtair Afonso Miranda
Produção Editorial
Lição 10 – A ética do reino de Deus.............. 37
Oliverartelucas
Lição 11 – Jesus e as Escrituras Sagradas...... 40
Produção e Distribuição
Convicção Editora
Tel.: (21) 2157-­5567 Lição 12 – A vinda do Senhor Jesus............... 43
Rua José Higino, 416 – Prédio 16 – Sala 2
10 Andar – Tijuca – Rio de Janeiro, RJ Lição 13 – A morte, ressurreição e
CEP 20510-­412
conviccao@conviccaoeditora.com.br comissionamento de Jesus............. 46

2. //PROFESSOR
//pauta musical

SAUDAI O NOME DE JESUS

HCC, nº 52 CORONATION
LETRA: Edward Perronet, estrofes 1 a 3, 1779 8.6.8.6.
John Rippon, estrofe 4, 1787 com repetição
Port. Justus Henry Nelson, 1890
MÚSICA: Oliver Holden, 1792

//PROFESSOR .3
/ / R E C U R S O S B Í B L I C O -­T E O L Ó G I C O S

ALGUNS ABISMOS DA
INTERPRETAÇÃO BÍBLICA
Valtair A. Miranda
Rio de Janeiro, RJ

Existem algumas dificuldades que nós pre- Atente para as parábolas de Jesus. Ele
cisamos vencer para compreender os textos as contou para seus discípulos, para os
bíblicos de uma forma aproximada à dos escribas, para os fariseus e até para a
leitores originais. Essas dificuldades mais multidão que o cercava.
se parecem com abismos que, mesmo ame- Existem algumas dificuldades que nós
drontadores, podem ser transpostos com precisamos vencer para que venhamos a
algum esforço e algum tipo de ferramenta. compreender os textos bíblicos da mes-
ma forma que os seus leitores originais.
O ABISMO DA TERCEIRA PESSOA
Posteriormente, os evangelistas regis-
Nos discursos humanos, a primeira pes- traram as parábolas visando aos nossos
soa é a pessoa que fala, a segunda é a que irmãos das primeiras comunidades cris-
ouve e a terceira é aquela que está fora do tãs. Eles foram os destinatários imedia-
discurso. A terceira pessoa não participa tos dos Evangelhos de Mateus, Marcos,
diretamente do diálogo. Tomando uma Lucas e João.
carta – de um namorado para a amada Em alguns momentos, diante de uma
– como exemplo, a primeira pessoa do obra bíblica (como Filemom, por exem-
discurso é o namorado, a segunda pessoa plo), você não se sente lendo a corres-
é a namorada e a terceira pessoa pode ser pondência alheia? É como ouvir a con-
o pai da namorada que toma a carta para versa do outro. Possivelmente, haverá
ler e ver se os dois estão se comportando. algo que nos escapará por não estarmos
Aplicando esta linguagem aos textos bí- envolvidos diretamente no diálogo.
blicos, observamos que eles não foram
escritos diretamente para nós. A pri- O ABISMO CRONOLÓGICO
meira pessoa do discurso é o autor do
livro, a segunda pessoa é o destinatário Estamos dois mil anos distantes dos
do livro e nós somos a terceira pessoa. dias em que caminhava Jesus pelas es-
4. //PROFESSOR
tradas empoeiradas da Palestina. Uma ginação bem brasileira pode visualizar
série de acontecimentos históricos nos um personagem caminhando por uma
separa do mundo da Bíblia. Para você rodovia larga e espaçosa, como as que
perceber a importância de se envolver encontramos entre nossas cidades, em
com a história em torno da Bíblia, tente vez de imaginá-­lo trilhando com dificul-
responder as perguntas abaixo: dade uma estrada estreita, empoeirada,
• Qual era o império mundial na época inclinada e cheia de curvas.
de Paulo e como esse governo tratava Precisamos conhecer aquelas paisagens
os cristãos? (mesmo por livros ou fotografias) para
• Quantos anos separam o livro de Ma- não cometer esse erro. Com o número
laquias do aparecimento de Jesus Cristo? de atlas e mapas publicados em por-
• Daniel participava de quais impérios tuguês, isso agora não é grande difi-
quando recebeu suas visões celestiais? culdade.
• Por que os samaritanos eram tão odia-
dos pelos judeus da época de Jesus? O ABISMO LINGUÍSTICO
Apesar de importantes para compreen- Existe uma enorme lacuna entre a nossa
der o que o escritor bíblico escreveu, forma de falar e escrever e a dos povos
muitas informações históricas como es- bíblicos. Os idiomas em que a Bíblia foi
tas nos escapam. Precisamos de esforço escrita – hebraico, aramaico e grego –
consciente para colecionar os principais têm características estranhas à nossa
fatos da história de Israel e dos povos vi- língua:
zinhos. Certamente, as palavras dos au- • No hebraico e no aramaico dos ma-
tores bíblicos ficarão muito mais claras. nuscritos do Antigo Testamento só havia
Estamos dois mil anos distantes dos dias consoantes. As vogais estavam suben-
em que caminhava Jesus pelas estradas tendidas e, portanto, não eram escritas;
empoeiradas da Palestina. Uma série de
• Tanto o hebraico quanto o aramaico
acontecimentos históricos nos separa
são lidos da direita para a esquerda, e
do mundo da Bíblia.
não da esquerda para a direita;
• Não havia separação alguma entre
O ABISMO GEOGRÁFICO
as palavras. Todas as palavras eram
Os eventos aconteceram a milhares de escritas juntas, sem qualquer espaço,
quilômetros de onde nós moramos. parágrafo ou pontuação entre elas. As
Quando Jesus fala de um homem que palavras escritas nestas três línguas
ia de Jerusalém para Jericó, nossa ima- bíblicas emendavam-­se umas às ou-
//PROFESSOR .5
tras. Era algo mais ou menos assim: As parábolas ensinavam como agir. Por
NOPRINCÍPIOERAOVERBOEOVER- isso, nossa tarefa é “escutar” as parábo-
BOESTAVACOMDEUSEOVERBOE- las, tentando entender como os ouvintes
RADEUS”. Você conseguiu ver João de Jesus as teriam entendido, e determi-
1.1 nesta frase? nar como eles teriam reagido à história.
• As línguas bíblicas originais contêm Isso é muito difícil sem alguma espécie
expressões incomuns ou de sentido obs- de contextualização histórica.
curo, difíceis de compreender em nos- Uma de nossas primeiras tarefas é iden-
so idioma; tificar o auditório original de cada pa-
• Certas palavras só aparecem uma vez rábola. Para quem Jesus narrou a histó-
na Bíblia inteira, tornando impossível ria? Foi para os escribas, os discípulos,
qualquer comparação com seu uso em a multidão ou os fariseus? Seu público
outro contexto. pode ser um adversário ou um aluno.
Isso gera uma grande diferença na in-
O ABISMO CULTURAL terpretação da parábola. A lição muda-
rá radicalmente se interpretarmos uma
Existem diferenças culturais enormes
parábola dirigida aos fariseus como se
entre um brasileiro e um oriental. Você
ela fosse para os discípulos.
já reparou nas roupas de um palestino?
Assim, pode ficar difícil imaginar a sur- Você se lembra como Jesus iniciava
presa da plateia de Jesus quando um sa- suas mensagens logo no início do seu
maritano é apontado como o próximo ministério? – “Arrependei-­vos porque
do judeu machucado. é chegado o reino de Deus”. Ensinar so-
Levando à frente uma parábola como bre o reino de Deus foi uma das tarefas
exemplo, perceba como alguns apon- vitais da vida de Jesus. Suas parábolas
tamentos contextuais ajudam-­nos a não fugiram a essa regra. Quase todas
compreendê-­las melhor. Lembre-­se elas estão relacionadas diretamente
que as parábolas eram respostas de Je- com algum aspecto do reino de Deus.
sus a perguntas que os seus ouvintes Elas falam sobre a realidade já presente
faziam. Isso nos leva à necessidade de do reino entre as pessoas, a misericór-
descobrir que perguntas eram essas. O dia do Deus do reino, a certeza da vitó-
propósito de Jesus com cada uma delas ria do reino, o crescimento do reino, a
era evocar uma reação do ouvinte, mu- condenação final daqueles que ficarem
dar seus padrões de comportamento e de fora do reino e o estilo de vida que
suas atitudes. Deus deseja dos súditos do reino.
6. //PROFESSOR
//TEMA DA EBD

O CONTEXTO HISTÓRICO DO
EVANGELHO DE MATEUS
Valtair A. Miranda
Rio de Janeiro, RJ

Uma boa introdução ao Evangelho de suas experiências levou o evangelista


Mateus é imprescindível para sua real a repensar os ditos e feitos de Jesus e
compreensão. Não se pode compreen- interpretá-­los e aplicá-­los.
der o primeiro Evangelho sem entender Qual e como era a comunidade que deu
o processo do seu surgimento. origem a Mateus? Aparentemente, era
uma igreja judaico-­cristã, formada de
A COMUNIDADE convertidos do judaísmo. Seu berço geo-
gráfico foi Jerusalém (a primeira comu-
Este Evangelho foi escrito em uma co-
nidade). Suas características eram uma
munidade e para uma comunidade. Para
ligação mais forte com as instituições
entender essa questão precisa-­se relem-
judaicas, como o templo, o sábado, a
brar como se originaram os Evangelhos.
Nos anos 28-­30, Cristo pregou sua men- lei e as sinagogas.
sagem; seus discípulos, em comunida- Possivelmente, a comunidade de Ma-
des diferentes, continuam proclamando teus, originária de Jerusalém, migrou
e aplicando às novas realidades a men- para o norte da Palestina (ou Síria Me-
sagem e a vida de Jesus; quatro evange- ridional).
listas reúnem materiais já conhecidos Na época da redação final do Evange-
para compor, para suas comunidades, lho já formavam uma igreja com certa
os Evangelhos. organização. No entanto, precisavam
Isso significa que foi por causa das ne- tomar uma posição definitiva diante do
cessidades de cada comunidade que se judaísmo oficial do qual tinham saído.
originaram os Evangelhos, e em espe- À pergunta se deveriam separar-­se radi-
cial, Mateus. A vida da comunidade, calmente ou dar alguma continuidade,
com seus problemas, suas dúvidas, suas o Evangelho de Mateus responde com
preocupações, seus anseios, seus medos, um mais ou menos. O Evangelho mostra
//PROFESSOR .7
que Jesus deu continuidade à história de igreja de Deus. É notável que Mateus é o
Israel, mas uma continuidade diferente, único Evangelho a usar a palavra “igreja”.
em que Israel não era mais o centro do Havia alguns problemas internos nes-
reino de Deus e, sim, o próprio Jesus. sa igreja que podem ser notados nu-
Mesmo após convertidos, esses judeus ma primeira leitura. Um desses era o
continuavam a praticar os rituais do conflito entre pessoas ricas e pobres.
Antigo Testamento. Iam normalmente O Evangelho de Mateus é muito mais
ao templo, guardavam o sábado e liam delicado ao tratar do assunto, quando
as Escrituras nas sinagogas judias. No comparado com Lucas (comparar com
entanto, com o passar do tempo, os ju- Lucas 6.20-­25; 12.13-­21; 16.19-­25).
deus foram considerando-­os cada vez Outros problemas internos da comu-
mais como sectários e heréticos, exi- nidade de Mateus saltam aos olhos. O
gindo deles um posicionamento fren- primeiro é que a perseverança estava em
te à lei que seguiam. Mateus vem dar risco. Converter-­se à fé deixou de ser o
resposta a essa crise. Para ele, Jesus se alvo maior, permanecer na fé se tornou
tornou cumprimento completo da lei uma grande necessidade. Os falsos pro-
cerimonial, que não precisava mais ser fetas constituíam o segundo problema
cumprida. A lei moral era a única que da comunidade.
Cristo obrigava-­os a seguir (conferir o
Sermão do Monte). CANONICIDADE
A comunidade onde o autor de Ma- Apesar de alguns autores serem bastan-
teus está inserido é uma comunidade te otimistas com relação ao processo
de oposição. Oposição aos judeus do canônico de Mateus, outros veem essa
seu tempo, com os quais mantém in- parte da sua história envolta em misté-
tensa polêmica. Talvez eles estivessem rio. Muito pouco se sabe sobre quando
tentados a retornar às observâncias ju- Mateus se tornou conhecido em todas
daicas e legalistas, daí a intensa luta do as igrejas. Pode-­se estabelecer, quando
autor para opor Jesus à interpretação muito, limites, usando as citações dos
tradicional da lei pelos judeus. Pais da Igreja em suas obras.
Nota-­se, entretanto, uma mistura de ra- O que rapidamente aconteceu foi a for-
ças já na base do Evangelho. Original- mação de coleções. Os textos eram co-
mente formada de judeus, aquela igreja piados e enviados para outras comuni-
aceitou mais tarde gentios. Essa comu- dades. Os Evangelhos surgidos de dife-
nidade mista chamava a si mesmo de rentes lugares foram logo juntados em
8. //PROFESSOR
uma coleção passando a receber uma transparecer qual era a visão de Mateus
“ampla divulgação na igreja”. Esses do- do Senhor Jesus.
cumentos passaram a ser lidos nas igre- O reino do céu é um outro tema teoló-
jas lado a lado com o Antigo Testamen- gico essencial para nosso evangelista.
to, sendo considerados, pouco a pouco, O termo basileia aparece cerca de 20
como Escritura Sagrada. Os Evangelhos vezes nos 28 capítulos do Evangelho de
formavam, ao lado das epístolas de Pau- Mateus. Jesus veio inaugurar esse reino,
lo, o núcleo de um rudimentar cânon que representa o governo soberano de
neotestamentário. Deus. A inauguração desse reino é ba-
Mateus deve ter circulado separada- sicamente as boas-novas de Mateus, seu
mente a princípio, e em torno do ano Evangelho. Ao contrário das várias cor-
150-­160 passou a circular reunido nu- rentes do judaísmo do primeiro século,
ma coleção com os outros Evangelhos. Mateus não acreditava que o reino seria
inaugurado pela força, ou por uma joga-
TEMAS TEOLÓGICOS da política, mas pela pregação paulatina
e crescente do evangelho.
Como Mateus é bem sistemático, uma Reino e igreja quase se misturam no
simples leitura faz emergir seus temas Evangelho de Mateus. Isso não acontece
teológicos principais. Jesus Cristo, co- porque Mateus é o evangelho por exce-
mo o Messias profetizado no Antigo lência da igreja. A igreja, para Mateus,
Testamento é o principal desses temas. se tornou o Israel de Deus, assumindo
As citações da Escritura, bem como a no seu corpo todas as alianças feitas
maior parte da argumentação de Ma- anteriormente com Israel, inclusive, sua
teus é no sentido de provar que Jesus Escritura.
era mesmo o Messias esperado pelos
judeus. Apesar disso, ele apresenta uma
VOCABULÁRIO E TEXTO
baixa cristologia quando comparado
com João, por exemplo. Mateus está Mateus escreveu em grego, como acredi-
tão interessado no Jesus Filho de Deus ta a maioria dos eruditos, apesar de pos-
quanto no Jesus de Nazaré. Sendo assim, sivelmente ter usado fontes em aramaico
ele começa seu Evangelho demonstran- (orais ou escritas). O autor deste Evan-
do que o carpinteiro da Galileia era des- gelho tem um jeito todo característico
cendente de Abraão e de Davi. Termos de escrever. Ele deveria ser uma pessoa
como mestre, profeta, senhor, Filho de culta, com sólido conhecimento da lín-
Davi, Cristo, Filho do homem deixam gua grega e um vocabulário bem vasto.
//PROFESSOR .9
//SUGESTÕES DIDÁTICAS
ebd

L I Ç Ã O
1
TEXTO BÍBLICO O NASCIMENTO
DE JESUS
MATEUS 1; 2

TEXTO ÁUREO
MATEUS 2.1,2

I – O PREPARO tras de forma e num tamanho de letra


razoável para que todos os alunos pos-
OBJETIVOS sam visualizar o que o professor quer
• Compreender como Deus dirige a his- transmitir à classe.
tória de maneira surpreendente. • Papel ofício ou papel A4. Não esque-
cer de levar as canetas, porque nem sem-
• Aprender a confiar nesse Deus ma-
pre os alunos as levam para a EBD.
ravilhoso, deixando-­o cuidar da nos-
sa vida.
METODOLOGIA
• Adorar a Deus, porque nos deu Jesus,
o nosso Salvador. Exposição oral feita pelo professor. Fi-
car o mais próximo possível da turma
RECURSOS para transmitir a aula. A proximidade
DIDÁTICO-­PEDAGÓGICOS dos alunos entre si também é impor-
tante. Caso eles se sentem um ao lado
• Quadro-­negro, papel e caneta. Pro- do outro, poderão compartilhar opi-
curar escrever no quadro-­negro em le- niões e ideias.

10. //PROFESSOR
II – A AULA da um leia um versículo e destacar as
diferenças entre as versões bíblicas que
1. Oração. Levando em conta que a existirem na sala. Pedir que eles apon-
aula tem, em média, 1 hora de dura- tem as diferenças à medida que elas
ção, o professor deve iniciar com um forem aparecendo. A partir da lição
momento de oração. Começar preci- do aluno, o professor fará uma análise
samente no horário. Pedir a dois jo- do início do texto sobre a genealogia
vens para orar. de Jesus.

2. Aquecimento. Planejar antecipada- 4. Logo depois o professor irá dividir


mente esse momento. Escolher um ou a turma em dois ou três grupos. Pedir
dois versículos bíblicos no capítulo 1 de que os grupos, em separado, façam uma
Mateus, escrevê-­los no quadro ou folha análise do texto lido a partir de 1.18 até
de cartolina branca, com letras grandes.
2.23. O professor poderá decidir a forma
Quando estiver escrevendo, omitir al-
mais eficiente de dividir. Cada grupo re-
gumas palavras e deixar espaço para
ceberá uma folha de papel e anotará as
que os alunos completem o versículo.
aplicações e conclusões que retiraram
Por exemplo: “Ora, tudo isso aconteceu
do texto proposto. Logo depois, eles
para que se cumprisse o que fora dito da
discutirão em classe essas aplicações e
parte do ___________________ pelo
conclusões.
profeta: Eis que a _________________
conceberá e dará à luz um _______
__________________, o qual será cha- 5. Expor os tópicos da lição enfatizan-
mado ______________, que traduzido é: do os pontos principais de cada grupo.
______________________________” Usar o quadro-negro. Pedir a partici-
(Mt 1.22,23). Explicar o que se fez e pação dos alunos usando suas Bíblias
pedir para que descubram os versícu- durante a exposição dos tópicos. Assim,
los montando o quebra-­cabeça. O pro- eles poderão ler em suas versões cada
fessor não deve colocar a referência versículo destacado na lição:
bíblica, e nem permitir que os alunos • O nascimento de Jesus é o cumpri-
utilizem a Bíblia no momento desse mento das alianças que Deus fez com
aquecimento; somente depois da dinâ- Davi, com Abraão e o estabelecimento
mica eles podem verificar se acertaram. da nova aliança, a fim de levar a efeito o
plano da redenção (Mt 1.1-­17);
3. Ler a passagem bíblica de Mateus 1 • O nascimento de Jesus cumpre com
e 2 com os alunos. Pedir para que ca- os propósitos de Deus em enviar o seu
//PROFESSOR .11
próprio Filho para salvar o seu povo dos ria). Mateus apresentou o lado legal e
seus pecados (Mt 1.18-25); Lucas o aspecto biológico da linhagem
• O nascimento de Jesus é um marco na de Jesus. Vale a pena ressaltar que esta
história, causando medo em alguns, mas genealogia inclui cinco mulheres: Ta-
alegria em outros e a devida compreen- mar (que fingiu ser prostituta e conce-
são de que ele é digno de ser adorado beu gêmeos do próprio sogro); Raabe
(Mt 2.1-12); (a prostituta poupada na destruição de
• O nascimento de Jesus leva a efeito Jericó); Rute (viúva moabita que casou
as intervenções de Deus, mesmo per- com Boaz); Bate-­Seba (não chamada
mitindo o mal menor, a fim de que os
por nome, mas era a mulher de Urias
seus propósitos sejam estabelecidos (Mt
2.13-18). que cometeu adultério com Davi) e Ma-
ria (virgem que concebeu pelo Espírito
6. Encerrar com agradecimentos e ora- Santo). Cada personagem mencionado
ção. Agradecer aos visitantes e alunos mostra acontecimentos de experiência
pela participação na aula. Incentivar o com Deus.
estudo das lições durante a semana. Pe-
dir para que anotem suas dúvidas para Mateus 2 – Jesus nasceu em Belém, ao
que possam discuti-­las, se possível, no sul de Jerusalém, nos dias do rei Hero-
próximo domingo. des, o Grande, que reinou de 37 a 4 a.C.
e foi conhecido por sua crueldade, além
III – INFORMAÇÕES
de sua engenhosidade e competência
COMPLEMENTARES
na política portuária e engenharia em
Mateus 1 – A genealogia de Jesus: de geral. A ideia de um futuro rei nascer
Abraão até Jesus. Esta genealogia é di- no território dele o deixou apavorado.
ferente, mas não contradiz a genealogia Vieram sábios do Oriente. Quando He-
de Lucas 3. Mateus destaca a posição de rodes ouviu falar de outro rei, ele ficou
Jesus em relação aos hebreus, enquan-
perturbado e começou procurar uma
to Lucas começa com Adão e mostra
maneira de eliminar esta “ameaça” ao
o relacionamento de Jesus com todos
os homens. Uma explicação comum e seu poder. Os sacerdotes e escribas aju-
provável é que Mateus traçou a linha daram os sábios, citando a profecia de
através do pai (José) e que Lucas seguiu Miqueias 5.2 sobre o nascimento do
a linha de descendência da mãe (Ma- Cristo em Belém.
12. //PROFESSOR
//SUGESTÕES DIDÁTICAS
ebd

L I Ç Ã O
2
O MINISTÉRIO
TEXTO BÍBLICO
MATEUS 3; 4

DE JESUS TEXTO ÁUREO


MATEUS 3.16,17

I – O PREPARO • Providenciar pedaços de papel e ca-


netas ou lápis para a atividade de aque-
OBJETIVOS cimento: dobrar uma folha de A4 ou
ofício em quatro partes e cortar.
• Entender o significado do batismo.
• Sentir a necessidade de cumprir as or-
TÉCNICA DE ESTUDO
denanças do batismo e da ceia do Senhor.
• Aprender com Jesus a respeitar as au- Explosão de ideias.
toridades estabelecidas, como ele fez
com João, o Batista. II – A AULA
• Crer que a Palavra de Deus é viva e 1. Oração. Iniciar a aula com oração.
pode nos ajudar nos momentos de ten- Procurar transformar estes instantes
tação. iniciais em agradáveis e aconchegantes
períodos de compartilhamento mútuo.
RECURSOS Levar os alunos a se abrirem para o gru-
DIDÁTICO-­PEDAGÓGICOS po ao expor pedidos de oração e motivos
de louvor. Fazer grupos pequenos, em
• Quadro-negro e giz; duplas, para a oração.

//PROFESSOR .13
2. Aquecimento. Distribuir os papéis e • TENTAÇÃO FÍSICA: O PÃO
os lápis aos alunos e pedir que escrevam
• TENTAÇÃO MORAL: A FAMA
o que entenderam do texto de Mateus
• TENTAÇÃO ESPIRITUAL: O PO-
3.14: “Mas João o impedia, dizendo: Eu
DER
é que preciso ser batizado por ti, e tu
vens a mim?” Oferecer algumas indaga-
5. Pedir aos alunos que digam a pri-
ções como, por exemplo, por que Jesus
meira coisa que lhes vier à cabeça
precisou ser batizado? João tinha razão
quando veem estas expressões. Escre-
em tentar impedir Jesus? O que Jesus ver o que eles vierem a dizer. Analisar
queria nos ensinar com o fato? Pedir cada tentação em separado e depois
aos alunos que não coloquem o nome. em conjunto.
Depois de um tempo estipulado (mais
ou menos cinco minutos), recolher os 6. Argumentar o que segue abaixo, após
papéis dobrados em um recipiente e re- a explosão de ideias:
distribuir. Cada um lerá o que o outro • Tentação física – o pão: Com a trans-
escreveu. O professor deverá ao final formação das pedras em pães (Mt
deste momento fazer um resumo da 4.1-­4), Jesus foi tentado no sentido de
opinião geral. usar seu poder para sobrepujar sua con-
dição humana. Satanás foi direto em
3. Logo depois do aquecimento, ler com vários aspectos, mas, principalmente,
os alunos o texto bíblico proposto. Co- na questão do uso do poder. Se Jesus
mo são textos curtos, essa leitura poderá caísse mostraria que, como líder espi-
ser feita em voz alta. Os alunos preci- ritual e pastor das ovelhas, ele não teria
condições de ser um exemplo humano
sam ser incentivados pelo professor a
para nós, pois quando teve fome, não
lerem suas Bíblias durante a semana.
passou por ela, mas usou seu poder
Eles devem aproveitar este período pa-
divino para livrar-­se da situação. Um
ra ler todo o livro de Mateus e, talvez, líder assim não tem qualquer autori-
quem sabe, os outros três Evangelhos dade diante de seus liderados.
do Novo Testamento.
• Tentação moral – a fama: Com o ar-
gumento de que, se Jesus fosse mes-
4. Escrever no quadro-negro as seguin- mo o Filho de Deus, deveria jogar-­se
tes palavras, escrevendo uma frase de do alto do templo para que os anjos o
cada vez: amparassem (Mt 4.5-­7), Satanás ten-
14. //PROFESSOR
ta Jesus novamente. Mencionando as um tópico da lição e o discute entre si.
Escrituras, ele diz que os anjos estão No final de um tempo pré-­estabelecido
submissos à autoridade espiritual de pelo professor, os grupos se reúnem
Jesus. Se ele se jogar e der ordens aos em um só grande grupo novamente
anjos, certamente será obedecido. Este para verbalizar o que aprenderam. Se
segundo questionamento atingiu a au- for uma turma pequena, o professor
toridade espiritual de Jesus. Assim, ele
estudará com eles cada tópico, esti-
tenta fazer Jesus usar de sua autoridade
mulando a participação de todos na
espiritual para atender uma causa em
proveito próprio. É por isso que a res- discussão.
posta de Jesus foi que não se deve co- • O ministério de Jesus é qualificado
locar Deus à prova. Usar a autoridade pela vinda de um precursor que prepa-
espiritual concedida pelo Senhor para ra o caminho e estabelece as expecta-
uma causa em proveito próprio é pe- tivas para a força principal, o Messias
cado, é tentar Deus. (Mt 3.1-­12);
• Tentação espiritual – o poder: Sata- • O ministério de Jesus é qualificado
nás mostra para Jesus o resplendor dos por humilhar-­se em ser plenamente
reinos da terra e oferece tudo aquilo
homem, representando o pecador ar-
a ele. A soberania do Senhor é sobre
rependido e sendo declarado pelo Pai
tudo e sobre todos, mas não podemos
esquecer que este mundo jaz no ma- o Deus Filho (Mt 3.13-­17);
ligno (1Jo 5.19). Satanás ofereceu para • O ministério de Jesus é qualificado
Jesus os reinos deste mundo. Conside- por sua sujeição ao Espírito Santo que
ramos esta tentação, de todas as ou- o conduz à tentação, precedido pela
tras, a mais terrível. Ele tentou Jesus consagração a Deus para confirmação
na sua divindade. Jesus não precisaria do seu chamado (Mt 4.1-­11);
enfrentar a morte na cruz, porque ele
• O ministério de Jesus é qualificado
teria a humanidade toda para si. Por
isso, Jesus deu a seguinte resposta ao pela visão do campo missionário e pelo
seu adversário: “Vai-­te, Satanás; por- chamado de homens a serem treina-
que está escrito: Ao Senhor teu Deus dos para a obra de Deus (Mt 4.12-­22).
adorarás, e só a ele servirás” (Mt 4.10).
8. Encerrar com agradecimentos e ora-
7. Se for uma turma grande, dividir em ção por um dos alunos. Agradecer aos
grupos, em que cada grupo fica com visitantes e alunos pela participação.
//PROFESSOR .15

Você também pode gostar