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10 Erros a Evitar na pregação da

Palavra
Posted: 25 Feb 2015 09:06 AM PST

“Que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas,


repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina” (2 Timóteo 4.2)

Creio que essa era a principal preocupação do apóstolo Paulo ao escrever esta
segunda carta a Timóteo. De fato, o jovem Timóteo jamais deveria ser levado
por outras distrações que lhe desviasse o foco da mensagem cristocêntrica.
Podemos dizer que o conselho dado a Timóteo não tem sido muito bem
aproveitado por muitos pregadores do século 21. Em muitas igrejas o foco da
mensagem cristocêntrica tem sido substituído por outras coisas totalmente
alheias e desnecessárias.

Temos visto muitas “pregações” que nos deixam estupefatos e até mesmo
preocupados. Devemos esclarecer que o nosso objetivo aqui não é ensinar a
pregar a palavra, mas identificar e alertar sobre alguns desvios cometidos no
meio do arraial dos santos. Mencionaremos pelo menos 10 incoveniências que
freqüentemente ocorrem nos púlpitos de nossas igrejas, os quais devem ser
evitados:

1. Abandonar o texto

Pregar a Palavra não consiste em ler um texto bíblico e imediatamente


abandoná-lo para em seguida falar da própria experiência, dos sonhos, visões e
conquistas espirituais e seculares. Por mais que tenha algo de interessante, nada
deve substituir a exposição da Palavra. A exposição da Palavra por sua vez não
deve ser confundida com a narração de várias histórias sem vínculo algum com
a passagem em pauta. Iniciar, por exemplo, com a parábola do filho pródigo e
completar com a cura do cego de Jericó e concluir com a mulher samaritana
sem fazer a devida contextualização e aplicação prática. Isto feito pouco se
aproveita. A falta de objetivo na pregação dificulta a compreensão por parte dos
ouvintes. Esse tipo de pregação tem sido muito favorável às conversações
paralelas na igreja.

Fomos chamados para dizer o que Deus disse em sua Palavra. Ez 33.7

2. Usar citações indevidas

Pregar não é citar intelectuais do mundo secular, dizendo o que eles pensam ou
pensavam sobre Deus, sobre o pecado e sobre quaisquer assuntos espirituais. A
igreja não está interessada em saber o que um sociólogo, psicólogo, ou filósofo
tal disse sobre Deus, sobre o pecado, sobre a família, etc. O que importa para a
igreja é o que Deus diz em Sua palavra.

Um homem por mais intelectual que seja, se não for um homem de Deus, a sua
teologia não é correta, e portanto descartável. Sempre que o apóstolo Paulo
precisava fundamentar seus argumentos ele se expressava assim: “Mas o que diz
a Escritura?” (Gálatas 4.30)

3. Exagerar falando das novidades do mundo secular

Igualmente, pregar não é gastar boa parte do tempo tempo falando das
tecnologias do século 21, de política ou mesmo comentar conteúdo de filmes,
novelas ou noticiários veiculados na internet.

Não somos contra a informação e precisamos dela, mas a igreja não se reuniu
para isto. O que acontece? Jesus foi bem claro em Lucas 6.45: “O homem bom,
do bom tesouro do seu coração tira o bem, e o homem mau, do mau tesouro do
seu coração tira o mal, porque da abundância do seu coração fala a boca.” A
igreja se reuniu com objetivos específicos voltados à adoração. Ela jamais deve
ser confundida com os atenienses, os quais nos dias de Paulo se ocupavam
apenas em ouvir ou dizer as últimas novidades.
4. Testemunhar negativamente

Pregar não é falar detalhadamente sobre a nossa vida de pecado antes de


receber a Cristo como Salvador, isto só gera constrangimento. Sim, testemunhos
devem ser dados, mas só são proveitosos quando se tem em mente 1 Pedro 4.11:
“Se alguém falar, fale segundo as palavras de Deus; se alguém administrar,
administre segundo o poder que Deus dá; para que em tudo Deus seja
glorificado por Jesus Cristo, a quem pertence a glória e poder para todo o
sempre. Amém.”

5. Ter visão distorcida da glória de Deus

Igualmente pregar a Palavra não é avisar a igreja o tempo todo que vai descer a
glória de Deus e nada acontece! A igreja cansa de esperar por esse momento
“glorioso” o qual nunca chega. Qualquer crente instruído na Palavra de Deus
sabe que a glória de Deus não se manifesta através desses expedientes. O
máximo que esses “pregadores” conseguem é transmitir uma ideia errada acerca
da glória de Deus, principalmente para os novos convertidos.

6. Querer atuar no lugar do Espírito

Pregar não é tratar asperamente a igreja porque ela não está dando “glória a
Deus.” Qualquer pessoa sabe que quando o pregador está sob a unção do
Espírito a igreja glorifica a Deus naturalmente sem pressão nenhuma.
Comandos dessa natureza são indícios de que o pregador não orou, não se
consagrou e negligenciou o estudo da Palavra. Ele deveria pelo menos lembrar
que a igreja continua sendo a noiva de Cristo! Imagine como Cristo se sente
vendo alguém brigando com a noiva dele!

7. Dar comandos exclusivistas


Pregar igualmente não é emitir comandos exclusivistas do tipo: “Só quem vai
morar no céu levanta a mão ai” Se essa insinuação fosse verdadeira, alguém que
sofresse de bursite não iria para o céu! Nem é necessário dizer que a nossa
salvação depende destes modismos baratos para ser verdade. Graças a Deus,
pela liberdade que temos em Cristo não somos obrigados a obedecer esses tipos
de comando.

8. Manifestar inimizade

Pregar não é desabafar ou discordar direta ou indiretamente do pastor,


dirigente da congregação, ou mesmo de qualquer membro da igreja. Esta
“sabedoria” nunca servirá para a edificação da igreja. Em Tiago 3.14-16 temos
uma alerta de Deus: “Mas, se tendes amarga inveja, e sentimento faccioso em
vosso coração, não vos glorieis, nem mintais contra a verdade. Essa não é a
sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal e diabólica. Porque onde há
inveja e espírito faccioso aí há perturbação e toda a obra perversa.” Púlpito
nunca foi lugar para desabafo!

9. Usar lendas e mitos como ilustrações

Pregar não é se valer de mitos ou lendas para ilustrar a mensagem. Embora


essas história contenham lições morais, jamais tem autoridade para ilustrar a
verdade da palavra de Deus. Diga-se de passagem, Deus jamais precisou de uma
ajuda extra do diabo (que é o pai da mentira) para ilustrar a Verdade de sua
Palavra. Para isso Deus nos deixou todo o Antigo Testamento e as parábolas de
Jesus, estas são perfeitas ilustrações para qualquer doutrina bíblica.

10. Gritar em vez de pregar

Pregar não é ordenar publicamente ao sonoplasta que aumente o volume do


microfone apenas para exibir a “excelência” do timbre de voz do pregador. Na
verdade gritaria nada tem nada a ver com unção. Para muitos pregadores a
igreja é composta apenas de surdos e, diga-se de passagem, é também por esta
causa que muitos não-crentes não põem mais os pés no prédio da igreja. Que se
pregue a Palavra com veemência. A Bíblia diz que Apolo pregava com
veemência, mas em Atos 18.24 a qualidade mais destacada de Apolo era esta
que ele era eloquente e poderoso nas Escrituras.

Devemos apenas lembrar que a pregação deve ser cristocêntrica do começo ao


fim, sem subterfúgios para citações descabidas e modismos absurdos. A
exposição do evangelho de Cristo deve ser feita de forma simples e pura. Isto é o
suficiente para que a igreja seja edificada e os pecadores entendam o plano de
Deus para a salvação.

John MacArhur, pastor norte-americano, quando manifestou a seu pai o desejo


de ser pregador, imediatamente o pai lhe deu uma Bíblia na qual escreveu:
“Pregue a Palavra”. De fato, quem se propor à pregação da Palavra deve estar
atento ao significado de “manejar bem a Palavra da verdade” (2 Tm 2.15)
by Blog do Semeador

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