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A homilética é ciência – devido suas técnicas e fundamentos

teóricos – e arte – por conta de seus aspectos estéticos (beleza e


forma de apresentação). É o
processo de analisar, estruturar e entregar a mensagem
divina. Outras definições que envolvem essa ciência são: homilética

Pregação – Ato de pregar, ato de anunciar uma notícia.

Discurso – Conjunto de frases ordenadas faladas em público.

Sermão – Discurso cristão falado no púlpito. É um discurso


de conteúdo religioso.

Eloquência – É a capacidade de persuadir e convencer por meio


das palavras.

Oratória – Arte de falar ao público. Diferente de falar a uma única


pessoa. Estudo sobre como falar diante de uma plateia.

Retórica – Conjunto de regras relativas ao convencimento. Estuda


eloquência, ou seja, a capacidade de convencer por meio das
palavras. Uma pessoa que tem uma boa retórica é considerada
eloquente no falar. 

 II – Sua relação com a Hermenêutica e a Exegese


A homilética depende largamente da hermenêutica e da exegese
(duas outras ciências). Enquanto ela é responsável por emitir a
mensagem bíblica, a hermenêutica é responsável por interpretar
essa mensagem e a exegese por examiná-la e esclarecê-la a luz da
sã doutrina. homilética

III – Homilética – A Vida do Pregador


Não estamos a transmitir conhecimento humano em um sermão,
mas a Palavra de Deus. Esta é sempre viva, eficaz e penetra até a
divisão da Alma e Espírito. Logo, a eficiência no ministério da
pregação está diretamente relacionada ao modo de vida de um
pregador.

As dificuldades na pregação desta Palavra só podem ocorrer por


parte do instrumento utilizado: o homem. Deste modo, o pregador
precisa ter algumas qualidades mínimas para que a mensagem
alcance seu objetivo. 
Vejamos algumas qualidades e características fundamentais –
dentre as outras tão importantes quanto elas – necessárias ao
pregador eficaz:

Deve Ter Sido Regenerado

Ser regenerado e nascer de novo é diferente de ser batizado e


membro de uma igreja. Isso tem haver com uma mudança total na
maneira de viver. É parecido com a metamorfose da lagarta.
Mudam seus hábitos e costumes.

O ser que comia folhas e se rastejava, agora alimenta-se de pólen


das flores e voa. O pregador pode tentar e até conseguir enganar
alguns, dissimulando e fingindo viver o que prega, mas a maioria da
sua plateia vai acabar percebendo. Para o desenvolvimento
da homilética

É indispensável que o arauto tenha sido regenerado pelo Espírito


Santo e esteja vivendo em novidade de vida, pois, caso contrário,
sua pregação será um fracasso. Aquele que leva a mensagem
transformadora do evangelho jamais conseguirá transferir para os
outros além daquilo que recebeu e experimentou em sua própria
vida. 

Deve Ter uma Vida de Oração

Aquele que deseja ser um porta-voz do céu deve passar mais


tempo com Deus do que com os homens. Deve receber graça
divina de tal maneira que, ao falar aos homens, haja poder em suas
palavras. Toda mensagem nasce da oração e se desfecha nela.

O pregador é no púlpito aquilo que é em sua comunhão diária. Se


debilitado na oração, na pregação também será. Pouca oração,
pouco poder.

Deve Ser um Estudante da Palavra

A fonte primária e fundamental para o pregador é a Palavra de


Deus. Ela é o assunto de toda a mensagem. Um conhecimento
limitado da mesma gerará mensagens limitadas. Principalmente se
tiver que pregar toda semana para os mesmos ouvintes.
Há pregadores que pregam sempre os mesmos temas, os mesmos
assuntos, falando quase sempre a mesma coisa. É necessário que
aquele que maneja a Palavra se alimente dela constantemente. 

Grandes sermões vêem de homens que tem um grande apreço


pelas Escrituras. Não as utilizam apenas para preparar os seus
esboços de pregação, mas as lê como devoção diária.

IV – O Objetivo da Homilética
Qual é o objetivo da pregação? Para quê todo esse esforço de
estudo, preparo e apresentação da mensagem? 

T. Hawkins disse o seguinte em seu livro sobre homilética:

O objetivo da homilética é auxiliar na elaboração de temas que


apresentem de modo cativante uma mensagem da Palavra de
Deus, com tal eficiência que os ouvintes compreendam o que
devem fazer e sejam movidos para fazê-lo.

O primeiro e principal objetivo do empenho do pregador ao estudar


o texto bíblico é conduzir seus ouvintes à compreensão de sua
mensagem. Nela, jamais deve faltar a oferta da salvação aos
perdidos, pois ganhar almas é a razão primária da pregação.

 Que quer que todos os homens se salvem, e venham ao


conhecimento da verdade. (1 Tm 2:4).

O segundo objetivo da pregação é edificar, aperfeiçoar, consolidar e


sustentar os que já foram alcançados pela mensagem salvadora. É
impossível ser uma igreja saudável apenas crescendo
numericamente. Torna-se necessário estimular os salvos a
exercitarem a vida cristã.

V – A Meditação sobre o Texto do Sermão


Meditação aqui tem haver com pensar; refletir de forma profunda.
Esvaziar a mente de coisas seculares para enchê-la da Palavra de
Deus. A meditação sobre o texto do sermão deve ser feita assim
como Maria o fez:

Maria, porém, guardava todas estas palavras, meditando-as no


coração. (Lc 2.19).
Por tratar-se de uma momento espiritual, deve ser feita em oração.
Estudar a Bíblia é muito diferente de ler qualquer outro livro. É
necessária a iluminação do Espírito Santo para interpretar e aplicar
o texto bíblico.

Eis 8 dicas para meditar no texto bíblico da pregação:

 Separe tempo para meditar na Palavra. Alguns poucos


minutos corridos não são suficientes;
 Faça isso em oração. Comece orando e tenha intervalos de
oração;
 Se tiver compromissos após, escreva-os em um papel para
que não precise ficar com eles na mente;
 Vá para um lugar onde ninguém lhe incomode. Algumas
poucas horas sem interrupção rendem muito;
 Procure o lugar mais silencioso possível. As distrações podem
te atrapalhar nessa hora;
 Leia várias vezes o texto bíblico em apreço, recitando-o em
voz alta;
 Anote em um papel as informações que conseguiu assimilar
do texto;
 Faça o planejamento do tempo da pregação e do apelo. Segue
Homilética

VI – A Aplicação do Texto do Sermão


Depois de meditar no texto e de ter anotado o que foi dele extraído,
será necessário aplicá-lo à realidade das pessoas para as quais irá
pregar. Aquilo que aprendemos na meditação, iluminados pelo
Espírito Santo, será agora transmitido aos ouvintes trazendo clareza
e edificação à eles.

Uma mensagem desconectada do contexto daqueles que nos


ouvem é absolutamente insignificante. Considerar a faixa etária, a
cultura, o grau de escolaridade e o nível social deles faz toda a
diferença. O conteúdo será o mesmo, mas a aplicação é diferente
para cada grupo.
VII- Tipos de Sermões que Devo Evitar
Não é raro assistir a cultos cujos sermões seriam totalmente
dispensáveis dada a sua ineficácia. Uma mensagem fria, vazia,
repetitiva, descontextualizada, sem lógica e sem didática –
onde não há início, meio ou fim – faz mais mal do que bem.

As pessoas saem do culto entediadas. Esses pregadores


tentam fazer seus ouvintes receberem o que eles mesmos
nunca tiveram. 

Para não cair no mesmo erro, observe alguns tipos de sermões


que, com certeza, você já teve ter encontrado por aí:

Sermão Diazepam

É aquela pregação arrastada e monótona. O pregador não tem


entusiasmo algum por estar ali. Parece que lhe obrigaram a pregar
e que seus ouvintes estão em uma competição de resistência física,
disputando o prêmio de primeiro lugar para quem conseguir ficar
acordado. homilética

Sermão Sem Sabor

Este até expõe as verdades singulares da Bíblia, mas de uma forma


difícil demais de engolir. Pesado no falar, sem polidez alguma, duro
e rígido em suas colocações, o pregador faz descer pela goela do
povo um alimento tão sólido que até engasga na garganta.
Não há como apreciar. Geralmente falta ilustração, linguagem
menos rebuscada e aplicação prática nesse tipo de sermão.

É possível falar sobre o mesmo assunto de modo diferente. A


exortação com amor é muito mais eficaz que a severa.

Sermão Chovendo no Molhado

A versatilidade deve fazer parte da rotina do pregador, uma vez que


a pregação é uma arte. Chover no molhado é quando o mesmo não
aprimora o assunto. Não há riqueza em seu sermão. Para evitar
isso ele deve munir-se de ilustrações práticas e ideias novas.

Dizer, por exemplo, que o pecado gera a morte não é proibido, e


sempre deve ser dito, mas o pregador precisa variar os modos de
como se dizer isso.

Sermão sem Bíblia

Vários assuntos são falados durante o sermão. Fala-se


sobre atualidades, experiências pessoais, testemunhos, política,
ciências, relacionamentos, finanças, família, menos sobre a Bíblia
Sagrada. Nada justifica não pregar o evangelho que é o poder de
Deus para a salvação. Não há culto sem pregação do evangelho
salvífico!

Sermão Jogando Indireta

Púlpito não é lugar de desabafo, dar o troco, jogar indireta ou


apontar o pecado de um irmão em particular. Ali é lugar de entregar
o recado do céu à igreja. Se o pregador tiver algo pessoal contra
um irmão que o procure em particular.

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