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A Igreja… Sua Prática

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Por: Harold Walker

Quando a primeira igreja surgiu no dia de Pentecoste com o poderoso


batismo no Espírito Santo, junto com ela apareceu um termo novo
para descrever sua vida e prática no dia-a-dia: koinonia ou
“comunhão”. Na passagem chave de Atos 2.42, onde Lucas resume o
funcionamento da igreja apostólica, vemos que das quatro atividades
básicas em que os primeiros discípulos perseveravam: doutrina dos
apóstolos, comunhão, partir do pão e orações, a comunhão é o único
elemento novo que não aparecera até então no culto de Israel. A
palavra de Deus (doutrina dos apóstolos), orações e partir do pão
(através dos sacrifícios) já eram elementos básicos da vida religiosa
dos judeus. Mas a descida do Espírito Santo sobre os homens
produziu um elemento novo e radical que distinguiria o povo de Deus
do Novo Testamento do povo de Deus do Velho: a comunhão do
Espírito Santo que fundia os discípulos em um só corpo. “Da multidão
dos que criam, era um só o coração e uma só a alma…” (At 4.32).
“Todos os que criam estavam unidos e tinham tudo em comum” (At
2.44).

A tragédia da igreja atual é que justamente esta característica peculiar


à sua própria essência foi em grande parte perdida. Segundo Howard
Snyder no seu livro “Vinho Novo, Odres Novos”, “a igreja hoje está
sofrendo uma crise de comunhão.” Citando Keith Miller no mesmo
livro, Snyder continua: “Nossas igrejas estão cheias de pessoas que
exteriormente parecem satisfeitas e em paz, mas interiormente estão
clamando por alguém que as ame… exatamente como estão –
confusas, frustradas, muitas vezes amedrontadas, culpadas, e
incapazes de se comunicarem mesmo com a própria família.”

Além de Snyder, há muitos outros irmãos de destaque na igreja


começando a expressar o mesmo sentimento: de que a maior
necessidade da igreja atual é uma restauração de verdadeira koinonia.
No artigo a seguir Larry Crabb fala eloquentemente sobre isto. Philip
Yancey não perde oportunidade de confirmar a mesma coisa. Veja
seu livro “Igreja: Por que me importar?”. Jim Bakker, o famoso
televangelista que ficou preso vários anos por improbidade financeira
e teve um profundo arrependimento e transformação de sua visão do
evangelho e da igreja na cadeia, diz em seu livro “The Refuge” (O
Refúgio) que foi somente na prisão que encontrou a verdadeira
comunhão de uma igreja neo-testamentária.

Quando saiu da cadeia, começou a sentir uma terrível falta da vida da


igreja que experimentara lá dentro, e quando expressava este
sentimento de vazio e solidão em suas pregações sentia que as
multidões de ouvintes cristãos, membros de igrejas, ecoavam o
mesmo sentimento.

Não é suficiente, porém, só diagnosticar o problema. Precisamos


urgentemente da solução. Mas nunca acharemos a solução enquanto
não admitirmos o problema e o perfil da verdadeira solução. Snyder
diz que antes de saber o que é a koinonia, precisamos saber o que ela
não é.
Em primeiro lugar, “ela não é aquele relacionamento social superficial
que a própria palavra ‘comunhão’ significa muitas vezes em nossas
igrejas hoje. Tal ‘comunhão’ geralmente não é mais sobrenatural do
que as reuniões semanais do Rotary Club. A ‘comunhão’ típica da
igreja raramente alcança o nível de koinonia porque koinonia não é
entendida, esperada, nem procurada.

Por outro lado, koinonia não é simplesmente uma comunhão mística


fora do contexto da estrutura da igreja. Ninguém pode ter comunhão
com outro irmão que não está presente, apesar de nossa linguagem
mística. A comunhão do Espírito Santo não é um poder etéreo que
une espiritualmente os crentes embora estejam fisicamente
separados. Antes, é aquela profunda comunidade espiritual em Cristo
que os crentes experimentam quando se reúnem como igreja de
Cristo.”

Na Revista Impacto, Nº 3, publicamos um artigo de John Walker


intitulado “Eu e Tu”. Ele resume os pensamentos centrais de um
rabino e filósofo judeu, Martin Buber (1878-1965), publicado num
livreto com o mesmo título. Estes pensamentos constituem o cerne da
verdadeira koinonia. A tese de Buber é que em todo relacionamento
existe uma escolha entre duas alternativas: “Eu-Tu” ou “Eu-aquilo”. Se
o relacionamento é do tipo “Eu-Tu”, há vida. Se é do tipo “Eu-aquilo”,
só há morte. O relacionamento “Eu-aquilo” trata a outra pessoa, e até
Deus, como objeto, algo a ser usado para meu benefício. Já o
relacionamento “Eu-Tu” trata a outra pessoa como tendo um valor
intrínseco (ou seja, a valorizamos pelo que ela é em si e não pelo que
ela faz por nós), e os dois têm verdadeira comunhão, e isto é vida.
Parece simples e realmente é, mas é quase impossível de ser
encontrada. Existe um grande inimigo, gigantesco, a ser vencido para
que seja possível surgir este tipo de relacionamento: o “eu”
monstruoso, tipo “buraco negro”, que existe em cada um de nós.
Somente quando o “eu” é crucificado de verdade, é possível sair do
egocentrismo e realmente perceber e valorizar o “Tu”, mesmo que
este “Tu” seja Deus e não uma outra pessoa.

Enquanto este problema interior e individual não for adequadamente


resolvido, é possível fazer todo tipo de mudança estrutural na igreja
sem obter qualquer koinonia significativa. Não é nosso propósito neste
artigo entrar em detalhes sobre como resolver este problema básico
de egocentrismo, mas basta ressaltar que nos dias de Atos, havia
solução através da pregação de um evangelho puro, o derramamento
do Espírito e a vida em comunidade.

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A Igreja… Sua Prática


Larry Crabb

Pelo menos cem cadeiras da grande varanda em Miami Beach


estavam dispostas em fileiras arrumadas, nenhuma delas se tocava,
cada qual exatamente na mesma posição em relação às outras.

As cadeiras ocupadas acomodavam um homem ou uma mulher


aposentada que fitava diretamente a rua. Ninguém virava a cabeça
para acompanhar algum táxi ou pedestre que passava, ou para
papear com outro companheiro. Não havia conversa, nenhuma
evidência de que aquelas pessoas foram criadas por um Deus
relacional para desfrutar de relacionamentos próximos.

A alma daquelas pessoas estava dormente, entorpecida, acho eu, por


anos de relacionamentos sem vida e conversas inúteis. Sem dúvida,
todas essas conversas pareceram importantes na época: negócios,
encontros românticos, broncas nos filhos, cultos religiosos, mas talvez
esses encontros com outras pessoas jamais houvessem tocado algo
profundo bastante para estimular a vida. Uma cena triste.

Lembro-me de pensar comigo: Todos trabalharam duro a vida inteira


com o sonho de desfrutar a aposentadoria na Flórida. E agora eles
conseguiram. Mas olhe só para eles! Todo o seu objetivo de vida deu
nisso. Senhor, livra-me de viver de maneira tal que me leve um dia a
ficar sentado numa cadeira ao lado de pessoas também sentadas em
cadeiras, olhando só para a frente, nunca nos olhos uns dos outros,
nunca conhecendo ninguém, nunca sendo conhecido por ninguém.

Fico imaginando se o Espírito sente o que sentimos quando ele


caminha por entre um grupo de cristãos. Há, logicamente, algumas
diferenças. Na maioria das vezes estamos conversando, às vezes
cantando. Conversamos coisas sérias, estudamos a Bíblia, contamos
histórias, planejamos retiros de fim de semana, além de bater papos
animados, mas corriqueiros, sobre esportes e boatos maliciosos.

Todo domingo ficamos ali na igreja, ora de pé, ora sentados, ora
cantando, dependendo das ordens que recebemos. Alguns levantam
as mãos, a maioria fica sentada enquanto alguém nos fala. A certa
altura levamos a mão à carteira. Fazemos muita coisa.

Um pastor que trabalha com pequenos grupos numa igreja de porte


considerável disse recentemente: Nas reuniões que fazemos nas
casas das pessoas dos grupos, todos fazem o que mandam os
manuais. Contam histórias pessoais, fazem juntos pedidos em
orações, discutem coisas interessantes, refletem sobre os textos
bíblicos, adoram juntos, às vezes até choram uns pelos outros. Mas
falta algo que não deveria faltar, algo que todo mundo quer. Eu não
sei o que é, mas falta alguma coisa.

Mesmo quando alguns de nós nos reunimos para nos relacionar, será
que de algum modo não guardamos nossa alma para nós mesmos,
jamais nos reunindo de fato, sem dar nem receber aquilo que mais
queremos?

Precisamos virar nossas cadeiras. Deixar de ver apenas a nuca uns


dos outros, para que nossa alma se defronte com outras. Depois será
preciso que saiamos das cadeiras para nos ajoelhar. E, antes de voltar
às cadeiras, lavemos os pés uns dos outros ¾ seja figurada ou
literalmente.
Adoração, humildade, depois diálogo. Essa é a ordem.

Acho que era isso que o autor de Hebreus tinha em mente. Ele nos
disse que jamais deixássemos de nos reunir com outros cristãos. E,
quando nos reunirmos, dizer e fazer coisas que transformem uma
chama numa fogueira, estimular a vida que o Espírito de Deus pôs
dentro de nós para que assim possamos avançar por noites sombrias
ou manhãs agradáveis com os olhos fixos numa realidade invisível.

Contudo, não é isso que temos feito. Em vez disso, encontramos


maneiras de “participar da igreja”, até de participar de pequenos
grupos que não exijam uma conexão verdadeira, maneiras de nos
envolver com outros cristãos sem virar totalmente a nossa cadeira.
Temos andado por estradas movimentadas, amplas rodovias que
mesclam atividade, organização e ambição (tanto seculares quanto
religiosas), e temos também construído templos ao longo do caminho.
Recebemos nos nossos edifícios as multidões de viajantes que trilham
essas estradas conosco, reunindo-nos em platéias que denominamos
comunidades.

Numa comunidade verdadeira as pessoas se conhecem; se


relacionam de modos que somente o Espírito de Deus possibilita. Os
cristãos em comunidade só dão e recebem o que Deus proporciona
por intermédio de alguns amigos que intimamente conhecem a Deus e
uns aos outros, ou que pelo menos estejam sinceramente em busca
desse objetivo.

As igrejas raramente são comunidades. Na maioria dos casos não


passam de máquinas sociais que funcionam bem por algum tempo,
depois quebram e em seguida são consertadas para funcionar bem
novamente, ou pelo menos para, ruidosamente, funcionar o melhor
que possam. O convite a cumprimentar os companheiros de banco no
início do culto geralmente não leva a nada. Em geral não passa de
uma gota de óleo nas engrenagens.

O caminho do Espírito é muito diferente. É mais estreito, mais íngreme


e mais reto do que qualquer outro. É um caminho trilhado somente por
fiéis que celebram sua dependência de Deus e dos outros, virando a
cadeira para uma pequena comunidade de amigos e permanecendo
com eles.

É trilhado por fiéis que encontram a força do Espírito de Deus para


fazer essa comunidade funcionar. Eles sabem que Deus lhes dá seu
Espírito e opera milagres tanto neles quanto entre eles, não porque
eles inteligentemente façam que isso aconteça, mas porque festejam
sua dependência e aprendem a ouvir a voz do Espírito.
Precisamos uns dos outros, ainda mais quando estamos aflitos. E
aflição é algo que está sempre ali, por debaixo da superfície,
cuidadosamente escondida enquanto conseguimos manter uma
fachada de normalidade. Vivemos em aflição. Só que nem sempre
percebemos isso em nós mesmos ou nos outros.

Uma tarefa fundamental da comunidade é criar um lugar


suficientemente seguro para que os muros sejam derrubados,
suficientemente seguro para que cada um de nós reconheça e revele
a própria aflição. Somente então a comunidade pode ser usada por
Deus para curar nossa alma.

Quando viramos nossas cadeiras para encarar uns aos outros, a


primeira coisa que enxergamos é um fato terrível: todos estamos
atribulados. Por baixo da superfície de cada personalidade ¾ mesmo
daquela que parece mais “coesa” – ocorre uma batalha espiritual que
só será ganha com o auxílio da comunidade.

O caminho rumo à alegria da presença de Deus sempre passa por um


período de lúgubre isolamento, quando a parte de nós que mais
deseja conectar-se fica dolorosamente só.

Mas, felizmente, há esperança, um processo que produz a estrutura


dinâmica da comunidade espiritual:

1. Entramos na vida uns dos outros com celebração e com uma


mensagem: eu aceito você!

2. Vemos o que há embaixo da superfície, o que poderia ser e o que


é, tanto de bom quanto de ruim. Transmitimos esta mensagem: eu
acredito em você e consigo discernir entre a obra do Espírito e a obra
da carne em sua vida.

3. Tocamos uns nos outros com a vida de Cristo; damos de bom grado
tudo o que o Espírito estimula em nós à medida em que vamos
conhecendo uns aos outros.

O que exatamente significa entrar na vida de uma pessoa, ver o que


há lá e tocar essa pessoa com a vida de Cristo?
Para que você entre, suba até minha alma e me conheça, eu preciso
estar aflito, mas forte; vulnerável, mas esperançoso e ser
respeitosamente curioso.
Há pessoas aflitas que chegaram ao fundo e sobreviveram. Elas
sabem que descerão a outros fundos ainda mais profundos e depois
subirão com mais vida. O egoísmo e a necessidade aguda pesaram
tanto sobre elas que hoje admitem com alegria sua radical
dependência de Deus. Nenhuma outra pessoa as satisfará. Esgotado
todo o orgulho que havia nelas, só podem agora suplicar misericórdia.
Elas não precisam ser úteis, inteligentes ou valorizadas. Quando se
relacionam conosco, percebemos que não agem com a intenção de
fazer alguma coisa acontecer.

A aflição lhes deu humildade. Não sentimos pressão para cooperar


com nenhuma tentativa de nos transformar. Elas querem que nós nos
transformemos, que cresçamos, que amadureçamos, mas não temos
de mudar por causa delas. Quer mudemos quer não, elas
permanecem sólidas. Podemos magoá-las, mas não podemos destruí-
las. Não as deixamos nervosas. Portanto, nos sentimos seguros.

As pessoas aflitas parecem mais cientes de suas inadequações do


que de suas forças, mas não com uma postura de “coitadinhas”. Elas
sentem sua necessidade. Nós sentimos sua força.

A igreja precisa de muitas coisas. Mas só vai organizar essas


necessidades em ordem de prioridade quando identificar
objetivamente seu propósito. E seu propósito é atrair pessoas para
Cristo, espelhar Cristo para as pessoas, revelar Cristo aos outros na
sua conduta.

Isto só acontece numa comunidade de pessoas que caminham para


Deus, que viram suas cadeiras umas para as outras. Amigos
espirituais e orientadores espirituais são pessoas repletas da energia
de Cristo, pessoas que viraram suas cadeiras, que difundiram suas
paixões umas nas outras e que convidam os outros a unir-se a elas na
varanda. A igreja deve ser uma comunidade de amigos espirituais e
orientadores espirituais que juntos caminham para Deus. Nós
precisamos formar essa comunidade. O ponto de partida é a oração.

Adaptado do livro “O Lugar Mais Seguro da Terra”  por Luis Cláudio


Montanini.
Para pedidos, ligue (19) 3462-9893

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A Igreja… Sua Prática
Philip Yancey

• Encontrei um grupo que não é igreja, mas é mais igreja do que a


maioria das igrejas. Espalhado pelo mundo, atrai milhões de membros
dedicados toda semana. Não possui propriedade, não tem sede, nem
centro de comunicações, nenhuma equipe paga, e nada de
consultores de investimentos que viajem pelo país em seus jatinhos.

Pessoas de alta classe se misturam com desempregados e jovens


com marcas de agulhas nos seus braços. Na hora de compartilhar,
cada pessoa dá um relatório pessoal do seu progresso na luta contra
o inimigo comum a todos. Riem-se juntos e choram juntos. Acima de
tudo, parecem gostar de estar juntos a outros que as vêem como
pessoas autênticas, sem fachadas.

Sabe como se chama este grupo? Alcoólicos Anônimos. Perguntei a


um amigo por que sentia mais ajudado por este grupo do que pela
igreja. Pedi que me dissesse a única qualidade que estava faltando na
igreja local e que o grupo AA lhe oferecera. Esperava ouvir uma
palavra como “amor” ou “aceitação”, ou quem sabe “anti-
institucionalismo”. Em vez disso, ele disse baixinho uma única palavra:
“dependência”.

“Ninguém consegue vencer por conta própria – não foi por isso que
Jesus veio?” ele explicou. “No entanto, a maioria das pessoas da
igreja dá um ar de piedade ou superioridade auto-satisfeita. Não sinto
que conscientemente dependam de Deus ou uns dos outros. Suas
vidas parecem estar todas certinhas. Quando um alcoólatra vai à
igreja, ele se sente inferior e incompleto.”

A experiência de participar deste grupo junto com este amigo ensinou-


me a necessidade de humildade, honestidade total e dependência
radical ¾ dependência de Deus e de uma comunidade de amigos
compassivos. Ao pensar nisso, pareceu-me que essas qualidades
eram exatamente as que Jesus tinha em mente quando fundou sua
igreja.

O fundador do grupo AA era um alcoólatra que certa vez conseguira


passar seis meses sem beber. Durante uma viagem, sem sucesso nos
negócios e deprimido, sentiu desejo desesperado por um trago. De
repente um pensamento o parou: “Não, não preciso de um trago –
preciso de outro alcoólatra!”

A igreja deveria ser o lugar onde posso dizer, sem vergonha alguma:
“Não preciso pecar. Preciso de outro pecador. Quem sabe, juntos,
possamos nos ajudar a prestar contas um ao outro e nos manter no
caminho certo!”

• Se nossas igrejas pudessem comunicar graça num mundo de


competição, julgamento e posição – um mundo de não-graça – a
igreja se tornaria lugar em que as pessoas se ajuntam com prazer;
não por coerção, mas como nômades do deserto em volta de um
óasis.

• Entristeço-me ao ver igrejas locais que funcionam mais como uma


empresa ou instituição financeira do que uma família.

• Quando uma igreja evita servir por causa da dor e das complicações
que isso pode trazer, a própria igreja sofre. Permanece raquítica e não
amadurece.

• C. S. Lewis escreveu certa vez: “Parece que Deus não faz nada por
Ele mesmo que Ele pudesse delegar às suas criaturas. Ele nos ordena
a fazer devagar e desajeitadamente aquilo que Ele poderia fazer
perfeitamente num piscar de olhos” .

Todos os nossos esforços são exemplos dessa delegação divina.

Todo pai e mãe conhece um pouco o risco de delegar, com sua


alegria e sofrimento. A criança que toma seus primeiros passos
segura, solta a mão, em seguida cai, depois luta para levantar-se e
tentar outra vez. Ninguém descobriu outra maneira de aprender a
andar.

Sim, a igreja falha em sua missão e comete sérios erros exatamente


porque é composta de seres humanos que sempre carecem da glória
de Deus.

É o risco que Deus correu.

Aquele que vem à igreja esperando encontrar perfeição não entende a


natureza da humanidade. Assim como todo romântico acaba
aprendendo que o casamento é o início, não o fim, da luta por fazer o
amor funcionar, todo cristão precisa aprender que a igreja é apenas o
começo.

Adaptado do livro “Igreja: Porque me Importar?”  por Luis Cláudio


Montanini.
Para pedidos, ligue (19) 3462-9893

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A Igreja… Sua Prática

• “Há duas coisas que não podemos fazer sozinhos: casar e ser
cristão.”
(Paul Tournier)

• “Viver com os santos nos céus, oh que glória! Viver com os santos
na Terra – Bem, isso é outra história!”
(Anônimo)

• “Se a igreja tem futuro, é um futuro com os pobres, sejam do tipo que
forem.”
(Henri Nouwen)

• “Comunidade é um lugar de sofrimento, da morte do ego. Na


comunidade sacrificamos a independência e a falsa segurança de
viver trancados. Só podemos viver essa dor se tivermos a convicção
de que para nós viver em comunidade é nossa resposta a um
chamado de Deus. Sem essa certeza, não conseguimos permanecer
em comunidade.”
(Jean Vanier)

• “A melhor cura para a hipocrisia é a comunidade.”


(Henri Nouwen)

• “O olfato do verdadeiro cristão deve estar continuamente atento à


fetidez do esgoto.”
(C. S. Lewis)

• “Igreja é como esterco. Se empilharmos o esterco num só lugar, vai


cheirar mal. Espalhe o esterco pela terra e ele enriquece o solo e faz
crescer.”
(Luiz Palau)

• “Creio que o braço estendido seja o fator mais importante no sucesso


ou fracasso de uma igreja.”
(Philip Yancey)

• “A igreja é a única sociedade cooperativa no mundo que existe em


benefício dos que não são membros.”
(William Temple – Arcebispo anglicano)

• “A igreja é a nova comunidade messiânica e transitória do reino.”


(Peter Beyerhaus – missiologista)

• “A igreja é um organismo espiritual em primeiro lugar que pode, num


segundo momento, ter algumas expressões de organização.”
(Howard Snyder)

• “Em períodos de declínio espiritual, homens frios e ortodoxos tomam


a liderança da igreja e têm pavor de qualquer coisa que cheira a
espontaneidade.”
(John Wesley)

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