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Quarta-feira, 4 de Janeiro de 2023 I SÉRIE —

­ Número 2

IMPRENSA NACIONAL DE MOÇAMBIQUE, E. P. Normas de Prescrição e Dispensa


de medicamentos, vacinas e outros
AVISO produtos biológicos e de saúde
A matéria a publicar no «Boletim da República» deve ser remetida em cópia
devidamente autenticada, uma por cada assunto, donde conste, além das CAPÍTULO I
indicações necessárias para esse efeito, o averbamento seguinte, assinado e
autenticado: Para publicação no «Boletim da República».
Disposições gerais

Artigo 1
(Objecto)

SUMÁRIO O presente diploma visa estabelecer as regras de prescrição


médica e dispensa de medicamentos, vacinas e outros produtos
Ministério da Saúde: biológicos e de saúde aprovar o modelo de prescrição médica.
Diploma Ministerial n.º 2/2023:
Artigo 2
Aprova o Regulamento que fixa as normas de Prescrição
e Dispensa de Medicamentos, Vacinas e outros Produtos (Definições)
Biológicos.
As definições dos termos usados no presente Diploma constam
Diploma Ministerial n.º 3/2023: do glossário, anexo I que dela faz parte integrante.
Aprova o Regulamento do Sistema Nacional de Farmacovigilância.
Artigo 3
Diploma Ministerial n.º 4/2023:
(Âmbito)
Aprova a Directriz de reconhecimento das decisões tomadas
por outras Autoridades Reguladoras de Medicamentos O presente diploma aplica-se a todos os medicamentos,
de referência. vacinas, produtos biológicos e de saúde para uso humano, sujeitos
a prescrição médica, incluindo medicamentos manipulados,
suplementos nutricionais, medicamentos estupefacientes
e substâncias psicotrópicas.
MINISTÉRIO DA SAÚDE CAPÍTULO II
Prescrição médica
Diploma Ministerial n.° 2/2023
de 4 de Janeiro Artigo 4

Tornando-se necessário estabelecer as normas de prescrição (Prescrição médica)

dos medicamentos, vacinas e outros Produtos Biológicos, com 1. A prescrição médica deve ser efectuada mediante a indicação
vista à criação de condições legais que permitam controlar a da Denominação Comum Internacional (DCI) da substância
prescrição, a dispensa e incentivar uma maior utilização racional activa, da forma farmacêutica, da dosagem, da apresentação
de medicamentos, ao abrigo dos n.°s 5 e 6 do artigo 34 conjugado e da posologia.
2. A prescrição de medicamentos, vacinas e outros produtos
com o artigo 25, da Lei n.° 12/2017, de 8 de Setembro, A Ministra
biológicos e de saúde deve ser efectuada em modelo próprio,
da Saúde determina: aprovado nos termos do presente diploma e respeitando o nível
Artigo 1. É aprovado o Regulamento que fixa as normas de prescrição.
de Prescrição e Dispensa de Medicamentos, Vacinas e outros 3. A prescrição médica deve ser efectuada por um profissional
Produtos Biológicos. de saúde habilitado a prescrever e que constem na lista dos
prescritores da unidade sanitária;
Art. 2. O presente Diploma Ministerial entra em vigor na data
4. O prescritor deve interagir com o pessoal de farmácia.
da sua publicação.
Os farmacêuticos hospitalares devem estar integrados na
Maputo, 29 de Outubro de 2019. – A Ministra da Saúde, equipa multidisciplinar para contribuir para Uso Racional
Nazira Abdula. de Medicamentos (URM).
20 I SÉRIE — NÚMERO 2

Artigo 5 Artigo 7
(Níveis de prescrição) (Modelo de prescrição médica)

1. A prescrição de medicamentos, vacinas e outros produtos 1. A prescrição médica deve respeitar os seguintes modelos:
biológicos e de saúde deve sempre cumprir com os níveis: a) Modelo simples — é utilizada para a prescrição de
medicamentos, vacinas e outros produtos biológicos
Nível Zero(0) Medicamentos dispensados pelo Agente
e de saúde para uso humano de prescrição médica
Polivalente Elementar (APE) e categorias superiores obrigatória ou não, excepto os medicamentos de
a esta; controlo especial. Este modelo é impresso em papel
Nível Um (1) – Medicamentos que podem ser prescritos de cor branca.
por Agentes de Medicina, Enfermeiros e categorias b) Modelo de controlo Especial — é utilizada para a
superiores a estas; prescrição de medicamentos estupefacientes e
Nível Dois (2) – Medicamentos que podem ser prescritos substâncias psicotrópicas e outros medicamentos de
por Técnicos de Medicina Geral e categorias superiores controlo especial. O modelo deve ser impresso em
papel de cor azul.
a esta;
Nível Três (3) – Medicamentos prescritos por Médicos 2. A prescrição médica deve ser preenchida em 2 (duas) vias:
de Clínica Geral ou categorias superiores a esta; a 1.º via (original) destina-se à farmácia para justificativo da
dispensa e a 2.º via destina-se ao paciente para a sua orientação.
Nível Quatro (4) – Medicamentos prescritos por Médicos
Especialistas. Artigo 18
2. Os níveis de prescrição devem obedecer os previstos (Número de medicamentos por prescrição)
na Lista Nacional de Medicamentos Essenciais.
Em cada prescrição médica podem ser prescritos até 5 (cinco)
medicamentos distintos com a excepção dos medicamentos de
Artigo 6 controlo especial que devem ser prescritos no máximo até 3 (três)
(Composição da prescrição médica)
medicamentos distintos.

1. A prescrição médica é composta pelos seguintes dados Artigo 19


essenciais: (Duração de tratamento)
a) Cabeçalho – inclui o emblema da República de 1. A quantidade de medicamentos não deve ultrapassar ao
Moçambique e o carimbo da unidade sanitária para equivalente a 30 dias de tratamento.
o Serviço Nacional de Saúde, para o sector privado 2. Sem prejuízo do disposto no número anterior, as quantidades
o logotipo da instituição e o nome da Unidade Sanitária previstas podem alterar para 90 dias ou 180 dias para o caso
por extenso. Inclui ainda o número da prescrição em de doentes crónicos devendo o prescritor escrever DC (doente
numeração ou código de barras; crónico) na prescrição.
b) Superinscrição – constituída por nome, número de
Artigo 10
identificação do doente (NID), idade, peso e o endereço
do utente quando houver; (Validade da prescrição médica)
c) Inscrição – compreende o código do medicamento, A prescrição médica tem a validade de 10 (dez) dias, a contar
vacinas e outros produtos biológicos e de saúde da data da sua emissão, com a excepção do previsto no nú-
constantes do Formulário Nacional de Medicamentos mero 2 do artigo 9.
(FNM) sempre que houver, nome do medicamento
Artigo 11
por DCI, dosagem, forma farmacêutica, posologia
e duração do tratamento; (Especificidades da prescrição)
d) Subscrição – designa a quantidade total de medicamento 1. A prescrição deve ser feita utilizando esferográfica,
a ser fornecida nomeadamente o número e dimensão linguagem clara e compreensível.
da embalagem; 2. O prescritor deve escrever de forma legível, não devendo
e) Adscrição – é composta pelas orientações do prescritor assinar em branco nas folhas de receituários.
para o paciente; 3. A prescrição não pode conter rasuras, emendas, caligrafias
f) Data, assinatura legível, carimbo com registo profissional, diferentes. Não podem ser prescritas com canetas diferentes
ou a lápis ou outras irregularidades que possam prejudicar
nomeadamente nome completo, especialidade, número
a Verificação de sua autenticidade.
de inscrição nas ordens profissionais quando não esteja
4. O uso de carimbo ilegível equivale a letra ilegível.
associado a ordens deve usar o carimbo do respectivo 5. No carimbo, o nome completo do profissional prescritor ou
serviço da U:S; número de sua inscrição na ordem dos (Médicos, Enfermeiras,
2. No caso de pacientes que se dirijam aos serviços de Psicólogos, etc.) devem ser legíveis, sendo recusada a dispensa
urgências sem NID, deve ser escrito o número atribuído no serviço dos medicamentos, mesmo que a causa tenha sido o desgaste do
de urgência; carimbo ou a escassez de tinta.
3. O verso da Prescrição não pode ser utilizado para dar 6. O prescritor no sector privado não pode prescrever
continuidade à prescrição. medicamentos a pacientes de sua clínica ou consultório privado
4. Sempre que possível, a prescrição deve ser redigida em em receituários de instituições públicas, sob pena de incorrer
letras de imprensa. em responsabilidade penal, civil e disciplinar, nos termos da lei.
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7. É vedado a qualquer prescritor alterar a prescrição ou o CAPÍTULO III


tratamento de um paciente, determinado por outros prescritores, Dispensa de medicamentos
salvo situação de indiscutível conveniência para o paciente,
devendo o facto ser comunicado imediatamente ao profissional Artigo 15
assistente.
(Dispensa)
8. Os prescritores devem cumprir com as linhas de tratamento
dos protocolos terapêuticos aprovados pelo MISAU. 1. A dispensa de medicamentos, vacinas e outros produtos
biológicos e de saúde é exercida por profissionais da área
Artigo 12 de farmácia devidamente autorizados, segundo as Boas Práticas
de Dispensa.
(Prescrição de medicamentos manipulados)
2. A dispensa de medicamentos deve ser efectuada
1. Ao prescrever uma fórmula magistral, o médico prescritor exclusivamente, nas farmácias devidamente licenciadas
deve certificar-se da sua segurança e eficácia, verificando, pela Autoridade Nacional Reguladora de Medicamento.
designadamente, a possibilidade de existência de interacções 3. A farmácia só pode dispensar os medicamentos, desde
que coloquem em causa a acção do medicamento ou a segurança que a prescrição médica preencha os requisitos estipulados
do doente. nos artigos 6 e 12 e nos modelos apropriados.
2. As dúvidas relativas a formulação e interpretação de uma 4. No acto da dispensa do medicamento o profissional que
prescrição médica devem ser esclarecidas directamente entre dispensa o medicamento na farmácia deve assinar a prescrição
o profissional da farmácia e o médico prescritor. de forma legível e datar.
5. O profissional de farmácia devidamente habilitado deve
Artigo 13 informar ao utente sobre a existência de todos medicamentos
disponíveis na farmácia com a mesma substância activa, forma
(Prescrição de medicamentos de controlo especial)
farmacêutica, apresentação e dosagem do medicamento prescrito.
1. Sem prejuízo do disposto no artigo 6, os estupefacientes 6. O utente tem o direito de optar por qualquer medicamento
e substâncias psicotrópicas ou outros equiparados, devem sempre com a mesma DCI, forma farmacêutica, dosagem e tamanho
conter o nome, o endereço, a idade, o sexo, número do Bilhete de embalagem similares ao prescrito.
de Identidade (BI) ou cédula pessoal do doente; bem como o nome 7. As farmácias devem ter disponíveis para venda, mais de um
do medicamento por DCI, a dosagem, a posologia, a quantidade medicamento com a mesma substância activa, forma farmacêutica
total e a duração do tratamento devem ser escritos por extenso, e dosagem, devendo apresentar todas as opções de preços;
entre parênteses. Deve conter ainda o nome e o endereço do 8. Sem prejuízo do artigo 38 da Lei n.º 12/2017, o profissional
de farmácia deve fornecer informação sobre a forma de
prescritor. A data, assinatura e carimbo do prescritor.
administração do medicamento, cuidados especiais com os
2. Na prescrição, deve-se escrever “não repetir”, pois não pode
medicamentos, possíveis reacções adversas e conservação;
ser aviada mais de uma vez.
9. Sem prejuízo do disposto nos artigos 19 à 21 na Lei n.º 3/97,
3. Numa prescrição médica contendo psicotrópicos, os medicamentos de controlo especial devem ser dispensados
estupefacientes e outros equiparados, não devem constar outros de acordo com os requisitos estipulados no artigo 7 do presente
medicamentos, vacinas e outros produtos biológicos e de saúde. Regulamento.
4. Os medicamentos de controlo especial serão definidos 10. Os medicamentos citostáticos e outras substâncias
e actualizados por uma lista própria. perigosas devem ser manipulados e dispensados sob condições
de biossegurança, cumprindo com as orientações das normas
Artigo 14 apropriadas.
(Prescrição de suplementos nutricionais) 11. As prescrições de antimicrobianos e dos medicamentos de
controlo especial serão registadas em livro próprio e arquivadas de
1. A prescrição de suplementos nutricionais, quando acordo com o previsto no regulamento do exercício da actividade
indispensável para suprir necessidades nutricionais específicas, farmacêutica.
deve ter carácter de suplementação do plano alimentar do paciente
e não de substituição de uma alimentação saudável e equilibrada. Artigo 16
2. A prescrição de suplementos nutricionais a serem (Reembalagem do medicamento)
formulados em farmácias de manipulação deverá indicar
Os medicamentos podem ser reembalados, devendo conter:
forma de apresentação do produto; a identificação do nutriente
com a respectiva forma química e a concentração por unidade a) Número de FNM e DCI do medicamento, dosagem,
forma farmacêutica, prazo de validade e número
de consumo.
de lote;
3. É vedado a prescrição de produto que use via b) Quantidade total de medicamento de acordo com
de administração adversa do sistema digestivo. o prescrito;
4. É vedado ainda a prescrição de produtos que incluam em c) Posologia;
sua fórmula medicamentos associados a nutrientes. d) O nome do profissional que fez a reembalagem; e
5. Os suplementos nutricionais prescritos devem atender às e) O nome da unidade sanitária ou farmácia.
exigências para produção e comercialização regulamentadas pelo
órgão regulador da área do medicamento. Artigo 17
6. A prescrição de suplementos nutricionais deverá sempre
ser presidida de avaliação nutricional sistematizada por um (Proibição de dispensa)
profissional autorizado, envolvendo critérios objectivos e/ou 1. É expressamente proibida a dispensa de medicamentos
subjectivos que permitem a identificação ou risco de deficiências que contrariem as Boas Práticas de Produção e Manipulação,
nutricionais. Armazenamento, Distribuição e Dispensa.
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2. É Proibido a dispensa de todos medicamentos vacinas restauração, correcção ou modificação das funções fisiológicas,
e outros produtos biológicos e de saúde sem prescrição médica. exercendo uma acção farmacológica, imunológica ou metabólica,
Exceptuando os considerados de “venda livre", constantes de ou ainda com vista a estabelecer um diagnóstico médico.
uma lista definida, aprovada e actualizada pela entidade que Medicamento manipulado – qualquer fórmula magistral ou
superintende a área de saúde. preparado oficinal preparado e dispensado sob a responsabilidade
3. É expressamente proibida a dispensa de antibióticos de um farmacêutico.
e medicamentos de controlo especial sem prescrição médica. Medicamentos sujeitos a prescrição Médica – são
4. É proibida a dispensa de medicamentos de controlo medicamentos cuja dispensa está sujeita à apresentação da
especial em modelo não apropriado nos termos do presente prescrição médica.
regulamento.
5. É interdita a dispensa de medicamentos em regime P
ambulatório a título oneroso ou gratuito nos consultórios médicos, Prescrição médica – documento em que um médico ou outro
unidades sanitárias que não possuam farmácia devidamente profissional autorizado a prescrever determina os medicamentos
licenciadas e autorizadas. ou outros produtos que devem ser dispensados para o tratamento
6. Exceptua-se do disposto no número anterior os casos de um doente, sua dosagem, posologia e modo de administração
de urgência ou em que o doente está em risco eminente de vida. e outras informações pertinentes. A prescrição pode também ser
usada para vacinas, produtos biológicos e de saúde e ainda para
Artigo 18 agentes de diagnóstico.
Prescritor – profissional de saúde legalmente autorizado
(Infracções e Sanções)
e habilitado a prescrever, nomeadamente, médico, enfermeiro,
As infrações ao disposto no presente Diploma são puníveis agentes de medicina, técnicos de medicina, nutricionista
nos termos da Lei n.° 12/2017, de 8 de Setembro. e médicos especialistas.
Preparado oficinal – qualquer medicamento preparado
Artigo 19
segundo as indicações compendiais, de uma farmacopeia ou de um
(Norma transitória) formulário, em farmácia de oficina ou nos serviços farmacêuticos
hospitalares, destinado a ser dispensado directamente aos doentes
Enquanto não estiver em funcionamento a Autoridade
assistidos por essa farmácia ou serviço.
Nacional Reguladora de Medicamentos, as competências
Produto de Saúde – todos os artigos médicos e substâncias
passam transitoriamente a ser exercidas pela Direcção Nacional
usadas nos cuidados curativos, paliativos, nutritivos, sanitários
de Farmácia.
e estéticos que influem directa ou indirectamente no bem-estar
ANEXO I do individuo.
Glossário S
Substância Activa – toda a matéria de origem humana, animal,
D
vegetal ou química, à qual se atribui uma actividade apropriada
Denominação Comum Internacional (DCI) – designação para constituir um medicamento.
adoptada ou proposta a nível internacional, sob a égide Suplemento Nutricionais, suplemento alimentar
da Organização Mundial da Saúde (OMS) para substâncias activas ou produto nutracêutico – são produtos destinados a dieta
de medicamentos, de acordo com regras definidas, que não pode
e deve incluir as seguintes características:
ser objecto de registo de marca ou nome, conforme lista publicada
periodicamente por essa Organização. i. conter um ou mais dos seguintes ingredientes: vitaminas,
Dispensa de medicamentos, vacinas e produtos biológicos minerais, aminoácidos, óleos essências, substância
– acto que consiste na entrega dos mesmos em bom estado de naturais de origem animal e vegetal, enzima,
conservação e qualidade, para fins de tratamento, diagnóstico ou substâncias com função fisiológica nutricional;
prevenção, obedecendo às instruções médicas das prescrições e ii. podem ser tomado realmente na forma farmacêutica de
prestando aconselhamento sobre o modo correcto de utilização. comprimidos, cápsulas, pó, gelatina mole e granulados;
F iii. não pode ser usado como alimento convencional;
Forma Farmacêutica – estado final que as substâncias activas iv. devem ser rotulados como tal.
apresentam, depois de submetidas às operações farmacêuticas U
necessárias, a fim de facilitar a sua administração e obter o maior Uso Racional de Medicamento – expressão que implica que
efeito terapêutico desejado. os pacientes recebam a medicação apropriada para a sua situação
Fórmula magistral – o medicamento preparado em farmácia clínica, nas doses que satisfaçam as necessidades individuais por
de oficina ou nos serviços farmacêuticos hospitalares segundo um período adequado, e ao menor custo possível para eles e sua
receita médica que especifica o doente a quem o medicamento comunidade.
se destina.
Formulário Nacional de Medicamentos – é um instrumento
de trabalho e de apoio á prescrição de fármacos e à orientação
da terapêutica a instituir pelos médicos e outros profissionais Diploma Ministerial n.º 3/2023
de saúde autorizados a prescrever. de 4 de Janeiro

M Havendo necessidade de se proceder a revisão do Diploma


Medicamento – toda a substância ou associação Ministerial n.º 53/2010, de 23 de Março com vista a tornar
de substâncias destinada a ser administrada ao homem no mais eficiente a recolha, tratamento e divulgação dos dados
tratamento ou prevenção das doenças e dos seus sintomas, na de farmacovigilância, que permitam uma intervenção atempada
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das entidades competentes em matéria de garantia da qualidade produtos biológicos e de saúde para uso humano, a gestão de risco
e segurança dos medicamentos, ao abrigo da competência que me dos mesmos, assim como todos os profissionais de saúde, de modo
é conferida pelo disposto no n.º 2 do artigo 36 da Lei n.º 12/2017, a garantir que os mesmos sejam seguros e eficazes.
de 8 de Setembro, determino:
CAPÍTULO II
Artigo 1. É aprovado o Regulamento do Sistema Nacional
de Farmacovigilância, anexo ao presente Diploma Ministerial Actividades, Organização, Estrutura, Atribuições
e que dele faz parte integrante. e Competências do Sistema Nacional de Farmacovigilância
Art. 2. É revogado o Diploma Ministerial n.º 53/2010, SECÇÃO I
de 23 de Março.
Art. 3. O presente Diploma Ministerial entra em vigor na data Artigo 5
da sua publicação. (Actividades de Farmacovigilância)
Maputo, aos 29 de Outubro de 2021. – O Ministro da Saúde,
1. As actividades de farmacovigilância abrangem a gestão
Armindo Daniel Tiago.
de todo o ciclo de vida dos medicamentos, vacinas, produtos
biológicos e de saúde para uso humano, no que concerne
à segurança, eficácia e qualidade nomeadamente:
Regulamento do Sistema Nacional a) recolha e gestão de dados sobre suspeitas de reacção
adversa e de qualidade de medicamentos;
de Farmacovigilância b) análise e avaliação de risco-benefício recorrendo a
sistemas de informação de suporte e procedimentos
CAPÍTULO I subjacentes, benefício do perfil de segurança,
Disposições Gerais de eficácia e qualidade dos medicamentos;
c) geração de sinal de segurança;
Artigo 1 d) gestão e comunicação do risco de modo a maximizar
(Objecto)
os benefícios e minimizar os riscos decorrentes
da utilização de medicamentos, vacinas, produtos
O presente Regulamento visa regular o Sistema Nacional biológicos e de saúde para uso humano;
de Farmacovigilância, bem como o seu funcionamento, funções e) farmacovigilância em programas de saúde pública;
e competências. f) inspeções em farmacovigilância;
g) sensibilização, informação e promoção do conhecimento
Artigo 2 em farmacovigilância, promovendo o uso racional de
(Definições) medicamentos, vacinas, produtos biológicos e de saúde
para uso humano;
Sem prejuízo do definido na Lei n.º 12/2017, de 8 de Setembro, h) promoção e realização de estudos na área de
as definições e termos usados no presente Regulamento constam Farmacovigilância, com a devida articulação com
do glossário em anexo, que dele faz parte integrante. outras entidades competentes.
Artigo 3 2. Sem prejuízo do previsto no presente regulamento, para
além das reacções adversas a medicamentos, vacinas, produtos
(Objectivos)
biológicos e de saúde para uso humano, são questões relevantes
O Sistema Nacional de Farmacovigilância tem como para o Sistema Nacional de Farmacovigilância:
objectivos: a) desvio de qualidade;
a) integrar as actividades de farmacovigilância em toda b) erros de administração;
a cadeia de utilização de medicamentos, vacinas, c) notificação da perda de eficácia;
produtos biológicos e de saúde para uso humano, nas d) uso de fármacos para indicações não aprovadas, que não
instituições públicas e privadas; possuem base científica adequada;
b) divulgar e comunicar à informação sobre os riscos e) notificação em casos de intoxicação aguda ou crónica
inerentes ao uso dos medicamentos, vacina e outros por medicamentos, vacinas, produtos biológicos e de
produtos biológicos e de saúde para uso humano, saúde para uso humano;
no território nacional; f) avaliação da mortalidade induzida por medicamentos,
c) promover a educação, formação e conhecimento vacinas, produtos biológicos e de saúde para uso
em Farmacovigilância, dos profissionais afectos humano;
ao Sistema Nacional de Farmacovigilância; g) abuso e uso erróneo de medicamentos, vacinas, produtos
d) trocar a informação e coordenar as acções com biológicos e de saúde para uso humano; e
outros países e centros internacionais, em matéria h) interacção de medicamentos, vacinas, produtos biológicos
de farmacovigilância; e e de saúde para uso humano, com substâncias químicas,
e) analisar o impacto das reacções adversas e outros ou com alimentos.
problemas com medicamentos ou acções levadas
a cabo pelo sistema. SECÇÃO II

Artigo 4 Artigo 6

(Âmbito) (Estrutura e organização)

O presente regulamento aplica-se a monitoria de reacções 1. O Sistema Nacional de Faramacovigilância é constituído


adversas e problemas relacionados aos medicamentos, vacinas, por uma estrutura que integra os serviços, de modo a garantir
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a prossecução dos objectivos previstos no artigo 3 e a plena e apreciar os resultados dos estudos pós-autorização,
participação neste das unidades e estabelecimentos públicos que podem alterar a relação risco-benefício
ou privados, de prestação de cuidados de saúde. e qualquer outra informação relativa à segurança
2. A ANARME IP através da divisão de farmacovigilância dos medicamentos e vacinas;
e uso racional de medicamentos e produtos de saúde garante a l) colaborar com os centros nacionais de farmacovigilância
implementação, gestão e manutenção do sistema nacional de de outros países, em particular com os dos Estados
farmacovigilância, que integra as seguintes entidades: membros da Comunidade de Desenvolvimento da
a) Centro Nacional de Farmacovigilância; África Austral e a Organização Mundial de Saúde em
b) Comissão Nacional de Farmacovigilância matérias referentes à esta área; e representar o Centro
c) Unidades de Farmacovigilância constituídas nos termos Nacional de Farmacovigilância, perante aqueles
deste regulamento; organismos;
d) Responsáveis Regionais, Provinciais, Distritais m) actuar como Centro Nacional de Referência, e colaborar
e das Unidades Sanitárias; com o Sistema Internacional de Farmacovigilância
e) Programas de saúde pública; da Organização Mundial da Saude, no que se refere
f) Profissionais de saúde; ao envio das notificações de suspeita de reações
g) Instituições de ensino da área de saúde, e organizações adversas, e a participação nos encontros sobre temas
de profissionais de saúde; de farmacovigilância;
h) Os titulares de Autorização de Introdução no Mercado n) no âmbito das suas competências, o Centro Nacional
(AIM); Farmacovigilância deve igualmente:
i) Farmácias e postos de venda de medicamentos; o) assegurar a interacção adequada com os profissionais
j) Investigadores/Centros de pesquisa; e de saúde, no tocante à promoção da notificação
k) Pacientes. de reações adversas;
p) estabelecer medidas para minimizar ou prevenir os riscos,
3. Os integrantes de Sistema Nacional de Farmacovigilância
bem como avaliar o seu impacto;
referidos no número anterior, garantem resposta a qualquer
q) transmitir qualquer medida regulatória motivada por
pedido de informação, formulado pela Comissão Nacional
um problema de segurança, aos comitês terapêuticos
de Farmacovigilância, que este considere necessárias, para
e a todos os organismos competentes, conforme
a avaliação dos medicamentos, vacinas, produtos biológicos
estabelecido nos procedimentos sobre comunicação
e de saúde para uso humano.
de riscos;
SUB-SECÇÃO I
r) assegurar, sempre que necessário, a interacção com os
Das Competências e Deveres titulares de Autorização de Introdução no Mercado,
sobre acções a desenvolver resultantes de novos dados
Artigo 7 de segurança relativos aos seus medicamentos; e
(Centro Nacional de Farmacovigilância) s) tomar todas as medidas adequadas para encorajar os
pacientes ou utentes a notificar as suspeitas de reações
Compete ao Centro Nacional de Farmacovigilâcia o seguinte: adversas e envolver as organizações que representam
a) planear, coordenar e desenvolver as actividades pacientes, caso necessário.
do Sistema Nacional de Farmacovigilância;
b) realizar ou coordenar estudos sobre a segurança, eficácia Artigo 8
e qualidade de medicamentos, vacinas com a devida (Unidades de Farmacovigilância)
articulação com as entidades competentes;
c) receber, avaliar e emitir a informação sobre suspeitas de 1. As unidades de farmacovigilância são constituídas por
reacções adversas de medicamentos, vacinas, produtos serviços especialmente vocacionados para área da farmacologia
biológicos e de saúde para uso humano, que possam e da farmaepedimiologia, designadamente: estabelecimentos
pôr em causa a saúde pública; universitários e hospitalares e unidades prestadoras de saúde
d) divulgar informação relativa à segurança, eficácia primários, ou entidades a eles associados e integram-se
e qualidade dos medicamentos, vacinas. no sistema nacional de farmacovigilanca através de protocolos
e) coordenar e supervisionar a implementação de medidas de de colaboração ou contrato de prestação de serviços
segurança, do Sistema Nacional de Farmacovigilância; com ANARME IP.
f) definir, delinear e desenvolver sistemas de informação, 2. Compete as unidades de farmacovigilância como entidades
bem como bases de dados informatizadas do Sistema com autonomia técnica e administrativa as seguintes:
Nacional de Farmacovigilância; a) proceder a divulgação do Sistema Nacional de
g) administrar a base de dados do Sistema Nacional de Farmacovigilância junto dos profissionais de saúde;
Farmacovigilância, assegurando a sua fiabilidade, b) realizar acções de formação específica dos profissionais
disponibilidade e actualização; em actividades de farmacovigilância;
h) realizar inspecções no âmbito da Farmacovigilância; c) proceder a recepção, classificação, processamento e
i) promover a formação em farmacovigilância, em todos validação das notificações espontâneas de suspeitas
os serviços de saúde do país; de reacção adversa, referentes à sua área de actuação,
j) colaborar com universidades e outras entidades públicas garantindo a estrita confidencialidade dos dados;
e privadas, de ensino na realização de acções de d) informar ao Centro Nacional de Farmacovigilância sobre
formação e de actividades relevantes para a área da as suspeitas de reações adversas graves, no prazo
farmacovigilância; máximo de quinze dias decorridos após a sua recepção;
k) avaliar o surgimento de novos riscos com medicamentos e) introduzir, no prazo máximo de 15 dias, após a recepção,
ou mudanças existentes, através de relatórios os dados das fichas de notificação, na base de dados
periódicos de segurança, planos de gestão de risco, do Sistema Nacional de Farmacovigilância;
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f) distribuir as fichas de notificação de reação adversa aos c) promover a notificação de reacções adversas;
diversos profissionais de saúde; d) recolher e enviar as notificações de suspeita de reacção
g) divulgar e promover, a notificação de suspeitas adversa aos medicamentos, vacinas, produtos
de reacções adversas na área que lhes for adstrita; biológicos e de saúde para uso humano, ao Centro
h) divulgar a informação sobre o perfil de segurança Nacional de Farmacovigilância;
dos medicamentos e vacinas; e) colaborar na obtenção de informação adicional;
i) colaborar com Instituições Públicas ou Privadas, f) colaborar com o Centro Nacional de Farmacovigilância
de ensino superior em actividades relevantes para
na divulgação de medidas de segurança;
esta área;
g) as regras relativas ao exercício de funções do responsável
j) propor, realizar e coordenar estudos sobre a segurança de
medicamentos, vacinas, produtos biológicos e de saúde provincial de farmacovigilância, são definidas
para uso humano e farmacoepidemiologia; por despacho do Ministro que superintende a área
k) desenvolver métodos para obter sinais ou alertas precoces; da Saúde; e
l) participar nas reuniões do sistema nacional de farma- h) produzir junto à uma Comissão de Terapêutica e Far-
covigilância; e mácia respostas aos casos de notificação das reacções
m) arquivar e armazenar de forma segura, todas adversas aos medicamentos e enviar aos respectivos
as notificações de suspeitas de reações adversas notificadores.
recebidas. 3. Nas instituições e serviços de saúde pertencentes
3. Os responsáveis das Unidades podem trabalhar com as ao Serviço Nacional de Saúde, mas não constituídos em
estruturas universitárias que exercem a sua actividade em estreita unidades de farmacovigilância, devem existir responsáveis de
colaboração com o Centro Nacional de Farmacovigilância: farmacovigilância a quem compete exercer as funções previstas
4. Cabe ao Presidente da Autoridade Nacional Reguladora no número anterior.
de Medicamentos nomear os responsáveis das Unidades
da Farmacovigilância. Artigo 11
Artigo 9 (Farmacovigilância como Parte Integrante dos Programas
(Contratualização) de Saúde Pública)

1. Os protocolos de cooperação e os contratos referidos 1. Os programas de saúde pública devem considerar a


no n.º 1 do artigo 8 do presente regulamento devem identificar farmacovigilância como parte essencial, crítica e indispensável
obrigatoriamente: para as suas actividades.
a) o tempo da vigência do protocolo ou do contrato, que não 2. No âmbito da colaboração com o Centro Nacional de
deve exceder os três anos, que podem ser renováveis; Farmacovigilância os Profissionais de Saúde Pública devem
b) as responsabilidades de ambas as partes para a sua enviar as notificações de suspeita de reacções adversas.
instalação e funcionamento, como contrapartida pela 3. À Comissão Nacional de Farmacovigilância, cabe a
realização das actividades previstas no artigo 8; articulação devida com os organismos competentes do Ministério
c) a área geográfica adstrita, a cada unidade de da Saúde, na implementação de actividades de Farmacovigilância,
farmacovigilância, bem como a sua articulação com
no âmbito de programas de saúde pública, promovendo uma
as unidades prestadoras de cuidado de saúde dessa
área, designadamente no que toca a disponibilização abordagem de harmonização e complementaridade.
de pessoal. Artigo 12
d) o programa de actividades a desenvolver por cada
Unidade de farmacovigilância; (Deveres dos Profissionais de Saúde)
e) os mecanismos de garantia da confidencialidade dos
dados recolhidos; 1. São deveres dos profissionais de saúde pertencentes ao
f) o procedimento e o prazo da comunicação a que se refere Sistema de Saúde Nacional, nomeadamente: Serviço Nacional
a alínea e); e de Saúde e Privado, incluindo Unidades Sanitárias e Farmácias,
g) os procedimentos de monitorização, validação e avaliação os seguintes:
dos dados. a) notificar imediatamente todas as suspeitas de reacção
adversa de que tenham conhecimento, resultantes
Artigo 10 da utilização de medicamentos, vacinas, produtos
(Responsáveis Regionais, Provinciais, Distritais e das Unidades biológicos e de saúde para uso humano;
Sanitárias) b) informar aos pacientes a necessidade de notificar qualquer
evento adverso grave ou não descrito nas caracteristas
1. O Sistema Nacional de Farmacovigilância tem a sua do medicamento ou folheto informativo;
representação ao nível central, através da ANARME I.P e o centro c) conservar toda a documentação clínica de suspeitas de
de Farmacovigilância, e ao nível local através das delegações reacção adversa à medicamentos e vacinas, com o
regionais, as quais interagem com as US e demais intervenientes objectivo de proceder ao seu seguimento, sempre que
ao nível provincial e distrital. se mostre necessário;
2. Os Responsáveis Regionais, Provinciais, Distritais d) cooperar com o Sistema Nacional de Farmacovigilância,
e das Unidades Sanitárias devem cooperar para o funcionamento disponibilizando a informação necessária que
eficiente do Sistema Nacional de Farmacovigilância, solicitado para ampliar ou completar os dados sobre
nomeadamente: a suspeita de reacção adversa;
a) divulgar, junto dos profissionais de saúde, o Sistema e) manter-se informado sobre os dados de segurança dos
Nacional de Farmacovigilância; medicamentos, vacinas, produtos biológicos e de
b) formar e sensibilizar os profissionais de saúde em matéria saúde para uso humano, prescritos, dispensados ou
de Farmacovigilância; administrados; e
26 I SÉRIE — NÚMERO 2

f) colaborar com a Comissão Nacional da Farmacovigilância, qualificações em matéria de farmacovigilância, que


na avaliação dos problemas de segurança dos assuma as responsabilidades previstas no presente
medicamentos, vacinas, produtos biológicos e de saúde regulamento;
para uso humano. b) criar e gerir um sistema que garanta a recolha, o registo
2. Os profissionais de Saúde podem ainda notificar outras e a comunicação da informação relativa à suspeitas de
informações que sejam consideradas relevantes para a utilização Reacções Adversas aos Medicamentos e à problemas
de medicamento. de qualidade, segurança e eficácia de medicamentos,
vacinas, produtos biológicos e de saúde para uso
Artigo 13 humano, ocorridos em Moçambique ou em estados
(Delegados de Farmacovigilância) terceiros, quando aplicável, bem como a evolução
dos mesmos ou qualquer informação adicional que
1. Os delegados de Farmacovigilânca são profissionais de possa surgir;
saúde, pertencentes ou não ao serviço Nacional de Saúde a quem c) notificar imediatamente ao Centro Nacional de Farma-
compete: covigilância, todas as suspeitas de reacções adversas
a) divulgar, juntos dos profissionais de saúde o Sistema graves ocorridas em Moçambique, comunicadas por
Nacional de Farmacovigilância; e profissionais de saúde e Fornecer ao Centro Nacional
b) promover junto dos profissionais de saúde da estrutura da Farmacovigilância toda a informação complementar
a que pertençam, o envio as unidades sanitárias de relativa à evolução dos casos notificados e fornecer
Farmacovigilância da ANARME. IP, das notificações ao Centro Nacional da Farmacovigilância toda
de suspeitas de reacções adversas de que estes tenham a informação complementar relativa à evolução
conhecimento. dos casos notificados;
2. Nas instituições e serviços de saúde pertecentes ao d) manter registos pormenorizados de todas as suspeitas
Serviço Nacional de Saúde mas não constituídos em Unidades de reacções adversas, ocorridas em Moçambique,
de Farmacovigilância devem existir delegados de farmacovigilância em qualquer outro Estado membro da Comunidade
designados pelos respectivos órgãos de gestão, a quem compete de Desenvolvimento da Africa Austral ou em Estados
exercer as funções previstas no número anterior. terceiros de que tenham conhecimento;
3. Os delegados de farmacovigilância exercem uma e) fornecer ao Centro Nacional da Farmacovigilância
actividade de interesse público em articulação com as Unidades quaisquer outros dados relevantes para a avaliação
de Farmacovigilância ou com o Centro da Farmacovigilância. dos riscos e benefícios de cada medicamento, vacinas,
4. As regras relativas ao exercicio das funções de delegado produtos biológicos e de saúde para uso humano,
de farmacovigilância são definidas pela ANARME. IP. nomeadamente, dados adequados sobre estudos
de segurança pós-autorização; e
Artigo 14 f) fornecer ao Centro Nacional da Farmacovigilância
(Comissão Nacional de Farmacovigilância) os dados relacionados com os desvios de qualidade
e perda de eficácia dos medicamentos, vacinas,
Compete à Comissão Nacional de Farmacovigilância
produtos biológicos e de saúde para uso humano.
(CNF) como órgão consultivo da Autoridade Reguladora de
Medicamentos, para questões de segurança com medicamentos, 2. Colaborar com o Centro Nacional da Farmacovigilância no
vacinas, produtos biológicos e de saúde para uso humano, a envio de informação necessária à gestão de alertas internacionais
emissão de pareceres em matéria de farmacovigilância, cujas e nacionais sobre problemas de qualidade, segurança e eficácia
responsabilidades estão descritas em documento específico. dos medicamentos, vacinas, produtos biológicos e de saúde para
uso humano,
Artigo 15 3. As notificações referidas nas alíneas anteriores não devem
(Colaboração e Coordenação de Actividades com as Instituições exceder os 15 dias consecutivos, após a recepção da informação.
de ensino) 4. Sem prejuízo do disposto nos números anteriores, o titular
da Autorização da Introdução no Mercado, deve ainda assegurar
As Instituições de ensino da área de saúde são parceiros a notificação ao Centro Nacional de Farmacovigilância de todas
na sensibilização sobre farmacovigilância, na promoção da
as suspeitas de reacções adversas graves ocorridas num Estado
importância da notificação de reacções adversas e na colaboração
membro da Comunidade de desenvolvimento dos países da África
para a divulgação das medidas de segurança estatuídas pelo
Austral, quando aquele Estado actue na qualidade de Estado
Centro Nacional de Farmacovigilância.
membro de referência, no que toca aos medicamentos:
Artigo 16 a) de alta tecnologia, nomeadamente os resultantes
da biotecnologia; e
(Titular de Autorização de Introdução no Mercado)
b) que tenham sido objecto do procedimento de reconhe-
1. O titular de Autorização de Introdução no Mercado cimento mútuo.
de medicamentos, vacinas, produtos biológicos e de saúde para 5. O titular de uma Autorização de Introdução no Mercado deve
uso humano, deve: notificar, préviamente ao Centro Nacional de Farmacovigilância,
a) de forma contínua e permanente dispor, no território toda e qualquer informação que pretenda transmitir ao público
nacional, de um profissional de farmácia com em geral.
4 DE JANEIRO DE 2023 27

6. As informações, depois de aprovadas pelo Centro Nacional 4. A ANARME, IP, pode exigir aos titulares da AIM, quaisquer
de Farmacovigilância são transmitidas ao público ao abrigo documentos relacionados com o sistema da Farmacoviguilância.
do número anterior, de forma objectiva.
7. O titular de Autorização de Introdução no Mercado, Artigo 20
deve submeter ao Centro Nacional de Farmacovigilância toda (Medidas restritivas)
a documentação referente à:
a) boas Práticas de Farmacovigilância; A suspensão, revogação ou alteração de uma autorização de
b) elaboração de Plano de Farmacovigilância e Plano introdução no mercado por razões de segurança do medicamento
de Gestão de Risco; e obedece ao previsto no regime juridico dos medicamentos, vacinas
c) relatórios Periódicos de Segurança. e outros produtos biológicos e de saúde para o uso humano.
8. O titular de Autorização de Introdução no Mercado deve
elaborar o Manual de Procedimento que contemple todas as CAPÍTULO IV
acções desenvolvidas pelo Responsável de Farmacovigilância. Da Confidencialidade, Incompatibilidades e Independência
Esse documento é assinado pelo responsável da área de Científica
farmacovigilância, devendo estar disponível na empresa para
encaminhamento ao Centro Nacional de Farmacovigilância, Artigo 21
sempre que solicitado.
Confidencialidade
9. O Titular de Autorização de Introdução no Mercado deve
informar até 72 horas ao Centro Nacional de Farmacovigilância, Os membros do Sistema Nacional de Farmacovigilância estão
as medidas e acções tomadas pela própria empresa em relação obrigados a actuar com imparcialidade e confidencialidade,
aos produtos que afectem a segurança do paciente, devendo relativamente aos assuntos de que tenham conhecimento no
explicar os motivos técnico-científicos que justificam as medidas exercício das suas funções.
adoptadas.
10. O Sistema de Farmacovigilância, para os Titulares Artigo 22
de Autorização de Introdução no Mercado, encontra-se descrito Incompatibilidades
no Anexo II do presente regulamento.
1. Os Membros do Centro Nacional de Farmacovigilância,
Artigo 17 das Unidades de Farmacovigilância e Estruturas do Sistema
(Investigadores/ Centros de pesquisas)
Nacional de Saúde, não devem ter interesses financeiros,
ou outros, na Indústria Farmacêutica, que possam afectar
As instituições responsáveis pela realização de pesquisas, a imparcialidade no exercício das funções que lhes são cometidas.
investigações clínicas executadas no período pós-registo, 2. Sem prejuízo do disposto no número anterior, os membros
consideradas estudos de Fase IV, devem encaminhar ao Centro do Centro Nacional de Farmacovigilância das Unidades de
Nacional de Farmacovigilância, as notificações de reacções Farmacovigilância devem declarar e registar na ANARME, IP,
adversas, ocorridas em território nacional, no prazo de 15 dias quaisquer interesses patrimoniais ou não patrimoniais que tenham
decorridos, a partir da data do conhecimento da reacção. na Indústria Farmacêutica.
3. Nenhum membro do Centro Nacional de Farmacovigilância
CAPÍTULO III e das Unidades de Farmacovigilância, deve intervir em processos
Funcionamento do Sistema Nacional de Farmacovigilância ou procedimentos relacionados com uma empresa farmacêutica
na qual tenha interesse directo ou indirecto.
Artigo 18
Artigo 23
(Funcionamento)
Independência científica
1. O Sistema Nacional de Farmacovigilância baseia-se
essencialmente na notificação espontânea de suspeitas de reacção No exercício das suas funções o Centro Nacional de
adversa a medicamentos, vacinas, produtos biológicos e de Farmacovigilância e as Unidades de Farmacovigilância devem
saúde para uso humano, pelos profissionais de saúde e pacientes actuar com isenção e independência científica.
do Sistema Nacional de Saúde.
2. A notificação de todas as suspeitas de reacção adversa CAPÍTULO V
e problemas relacionados com os medicamentos deve ser feita
no formulário em vigor no país, disponível em formato físico Infracções e Sanções
e eletrónico disponibilizados pela ANARME IP.
Artigo 24
Infracções
Artigo 19
As infracções ao disposto no presente regulamento são puníveis
(Inspecção em farmacovigilância) nos termos dos artigos 49, 50, 51, 52, 53 da Lei n.º 12/2017,
1. Sempre que se revele necessário, a ANARME, IP, pode de 8 de Setembro, Lei do medicamento, vacinas e outros produtos
realizar inspecções no âmbito da Farmacovigilância aos titulares biológicos para uso humano.
da AIM.
2. As inpecções têm como objectivo a avaliação dos sistemas ANEXO I
de farmacovigilância e podem ser executadas de forma ordinária Glossário
ou extraordinária. A
3. As inspecções são baseadas na análise dos documentos,
entrevistas, visita à instituição, revisão da base de dados e na Abuso de medicamentos, vacinas, produtos biológicos
valiação do cumprimento das exigências legais. e de saúde para uso humano: A utilização intencional e
28 I SÉRIE — NÚMERO 2

excessiva, persistente ou esporádica, de medicamentos, vacinas, P


produtos biológicos e de saúde, associada à consequências físicas Plano de gestão de risco: É uma descrição detalhada
ou psicológicas lesivas; do sistema de gestão do risco de um medicamento;
Alertas: Instrumentos de divulgação de informação urgente Produtos biológicos: Produtos de origem animal ou mesmo de
e de segurança ou qualidade que obriga à implementação urgente origem humana, utilizados com fins terapêuticos ou preventivos,
de medidas; no estado natural ou depois de uma manipulação biológica;
Autorização de Introdução no Mercado:processo Produtos de saúde: Todos os artigos médicos e substâncias
regulamentar através do qual um medicamento é analisado usadas nos cuidados curativos, paliativos, nutritivos, sanitários
nas vertentes relativas à qualidade, à eficácia e à segurança, e estéticos que influem directa ou indirectamente no bem-estar
culminando com a autorização de comercialização do mesmo, do indivíduo;
de acordo com os termos aprovados; Profissionais de saúde: Pessoas habilitadas a prescrever,
Avaliação benefício/risco: Avaliação dos efeitos terapêuticos dispensar, administrar medicamentos, vacinas, produtos
de medicamento, vacinas, produtos biológicos e de saúde, face biológicos de saúde para uso humano, ou a prestar cuidados
aos riscos no que toca à saúde dos doentes ou à saúde pública e de saúde.
relacionados com a segurança, qualidade e eficácia dos mesmos;
Avaliação do risco: É o processo complexo de determinar o R
significado ou valor dos perigos identificados e estimar os riscos Reacção adversa: É uma resposta que seja nociva e não
para aqueles interessados ou afectados pelo processo; desejada e que ocorre em doses normalmente usadas na prática
clinica;
C Reacção adversa grave: Qualquer reacção adversa que
Centro Nacional de Farmacovigilância: É o serviço responsável conduza à morte, ponha a vida em perigo, requeira a hospitalização,
pelas actividades de Farmacovigilância da ANARME, IP. conduza à incapacidade persistente ou significativa, resulte em
E anomalia congénita ou seja considerado clinicamente importante;
Reacção adversa inesperada: Qualquer reacção adversa
Erros de medicação: Qualquer erro não intencional que ocorra cuja natureza, gravidade, intensidade ou consequência seja
na prescrição, dispensa ou administração de um medicamento que incompatível com os dados constantes do Resumo das
resulta ou pode resultar em danos para o doente. Características do Medicamento, vacinas, produtos biológicos
F e de saúde para uso humano.
Relatório periódico de segurança: É a comunicação
Farmacovigilância: É a ciência e actividades relacionadas
periódica e actualizada da informação de segurança disponível
com a detecção, avaliação, compreensão e prevenção das
a nível mundial referente a cada medicamento, acompanhada da
reacções adversa ou qualquer outro problema relacionado com
avaliação científica dos riscos e benefícios dos mesmos.
medicamentos, vacinas e produtos biológicos.
Ficha de notificação de reacção adversa: Formulário para S
a notificação de suspeita de reacções adversas a medicamentos, Sinal: Informação notificada que tenha uma possível relação
vacinas ou outros produtos biológicos, distribuído pelos órgãos de causalidade entre um evento adverso e um medicamento,
competentes em matéria de farmacovigilância, aos profissionais uma relação desconhecida ou incompletamente documentada
de saúde. previamente.
M Sistema Nacional de Farmacovigilância: Estrutura
descentralizada que integra as actividades de recolha e elaboração
Mau uso: Referente a situação em que o medicamento,
da informação sobre reacções adversas a medicamentos,
vacinas, produtos biológicos de saúde para uso humano, é
utilizado fora do âmbito da informação autorizada, de forma vacinas, produtos biológicos e de saúde para saúde, coordenadas
intencional e inapropriada; pela ANARME;
Medicamento: Toda a substância contida num produto Sistema de Notificação Espontânea: Método em
farmacêutico empregue para modificar ou explorar sistemas farmacovigilância baseado na comunicação, recolha e avaliação
fisiológicos ou estados patológicos, em benefício da pessoa de notificações de suspeitas de reacção adversa a medicamentos,
a quem administra; vacinas, produtos biológicos e de saúde para uso humano,
Medicamentos genéricos: São medicamentos cuja eficácia, realizadas por um profissional de saúde, incluindo as derivadas
segurança e qualidade já foram comprovadas e são essencialmente da dependência a medicamento, vacinas, produtos biológicos e
similares aos medicamentos de referência, contendo os mesmos de saúde para uso humano abuso e mau uso de medicamento,
princípios activos, sob as mesmas características farmacocinéticas vacinas, produtos biológicos e de saúde para uso humano;
e farmacodinâmicas e a mesma dosagem de um medicamento
T
cuja patente ou outro direito de exclusividade já expirou e que,
por isso, pode ser produzido livremente. Para efeitos de registo, Titular de AIM: Entidade responsável pela introdução de
comercialização e utilização, o medicamento genérico é designado medicamentos, vacinas, produtos biológicos e de saúde de uso
pela Denominação Comum Internacional (DCI) recomendada humano no mercado nacional, este pode ser fabricante ou pessoa
pela OMS, seguida ou não do nome do fabricante; por ele designada para o efeito.
N V
Notificação: Comunicação de casos de suspeitas de reacções Vacinas: São preparações que contém substâncias antigénicas,
adversas ou de problemas relacionados com medicamentos, com a propriedade de criar no homem uma imunidade activa
vacinas, produtos biológicos e de saúde para uso humano pelos especifica contra o agente infectante ou toxina, ou contra o
profissionais de saúde e titulares de AIM. antígeno por ele produzido.
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ANEXO II apresentação de todos os documentos relacionados


à farmacovigilância de acordo com os requisitos
Sistema de Farmacovigilância Para os Titulares de AIM legais;
e Procedimentos iv) assegurar a resposta pronta e integral a qualquer
O funcionamento de um sistema de farmacovigilância para pedido de prestação de informação, formulado pelo
os Titulares de AIM pressupõe requisitos onde se incluem a Centro Nacional de Farmacovigilância, que este
existência de uma estrutura organizacional, recursos humanos considere necessária para a avaliação benefício-
com a descrição de responsabilidades, processos e procedimentos, risco de um medicamento, vacina, produtos
gestão e rastreabilidade da informação. biológicos e de saúde para uso humano;
Deve ser designado um responsável de farmacovigilância v) implementar ou acompanhar a implementação
e as suas responsabilidades, garantindo que esta pessoa das medidas de segurança adoptadas ao abrigo
tenha autonomia técnica para promover, manter e melhorar do presente Regulamento;
o cumprimento das obrigações. A designação deve estar vi) assegurar que a informação divulgada aos profissionais
devidamente documentada. de saúde ou ao público seja clara concisa e que não
O sistema de farmacovigilância do titular de AIM deve ser contenha qualquer elemento publicitário;
documentado e conter no mínimo as seguintes secções: vii) em caso de ausência, o Responsável de Farma-
1. Estruturas e processos covigilância deve ser substituído por uma
• Objectivos do Sistema de Farmacovigilância profissional de farmácia devidamente qualificado
2. Registo e manutenção de dados e treinado para a realização das funções. As funções
• Resumo do Sistema de Farmacovigilância devem estar devidamente documentadas.
• Responsável de Farmacovigilância (RFV): 2. Processos e procedimentos
• Localização, registos e manutenção Os procedimentos necessários ao funcionamento do sistema
3. A representação dos Sistemas de Farmacovigilância de farmacovigilância para os Titulares de AIM são:
4. As informações contidas no arquivo mestre do Sistema a) a recolha e gestão de informações sobre suspeitas
de Farmacovigilância são: de reacção adversa;
• Descrição da estrutura organizacional da empresa b) a formação do quadro de pessoal em farmacovigilância;
• A estrutura organizacional da empresa, com posição c) a elaboração de Planos de Gestão de Risco;
do RFV na organização: d) a elaboração de Relatórios Periódicos de Segurança
❖ Os locais onde as funções de Farmacovigilância e) a geração e avaliação de sinais em farmacovigilância.
são realizadas cobrindo as seguintes actividades: 3. Recolha e gestão de informação sobre suspeita de
✔ Relatórios Periódicos de Segurança reacções adversa
✔ Planos de Farmacovigilância e de Mini- a) recolher e manter registos pormenorizados
mização de Risco e actualizados de todas as suspeitas de reacção adversa
✔ Avaliação de causalidade de RAM em Moçambique ou em outros países, garantindo
✔ Investigação de desvios de qualidade a confidencialidade dos dados;
de Medicamentos b) notificar imediatamente ao Centro Nacional de Farma-
✔ Actividades de gestão de risco de medi- covigilância todas as suspeitas de reacção adversa
camentos ocorrida em Moçambique ou em Estados terceiros;
❖ Documentos do Sistema de Farmacovigilância c) encaminhar as notificações ao Centro Nacional
sobre as fontes de dados de segurança de Farmacovigilância conforme estabelecido neste
❖ Sistemas informatizados e bases de dados regulamento;
❖ Processos e procedimentos (POPs) de Farmacovi- d) preencher todos os campos da ficha de notificação
gilância no Sistema de reacção adversa;
❖ Desempenho do Sistema de Farmacovigilância e) codificar, avaliar a gravidade, a causalidade
❖ Sistema de gestão de qualidade para as actividades e a previsibilidade das suspeitas das reações adversas
de Farmacovigilância recebidas;
f) contactar o notificador para a recolha de dados adicionais
1. Responsável de Farmacovigilância ou verificar as informações, se necessário;
a) deve ser designado o responsável de farmacovigilância g) realizar o seguimento dos casos graves, sem desfecho
e as suas responsabilidades, garantindo que esta clínico, devendo também encaminhar ao Centro
pessoa tenha autonomia técnica para promover, manter Nacional de Farmacovigilância essa informação,
e melhorar o cumprimento das obrigações; indicando que é uma notificação de seguimento;
b) em cumprimento do pressuposto no presente regulamento, h) arquivar as notificações, sistematicamente, de forma
o responsável de farmacovigilância deve: a possibilitar o seu rastreio e acesso rápido às
informações. Os arquivos físicos e os arquivos
i) estar disponível de forma permanente e contínua;
eletrónicos deverão ser mantidos sob responsabilidade
ii) criar e gerir um sistema de farmacovigilância que
da empresa por um período mínimo de 15 anos.
garanta que a informação relativa a toda suspeita de
reacção adversa seja recolhida, avaliada e corrigida 4. Formação do quadro do pessoal em Farmacovigilância
de modo a estar disponível em pelo menos um a) todos os profissionais envolvidos nas actividades
lugar determinado; de farmacovigilância devem receber formação inicial
iii) assegurar a realização das actividades de e contínua. As formações devem espelhar as tarefas
farmacovigilância, bem como a submissão e a e responsabilidade de cada profissional;
30 I SÉRIE — NÚMERO 2

b) os Titulares de AIM devem assegurar a existência de um O ciclo de notificação dos RPS é:


plano de formação, sendo este baseado na avaliação a) semestralmente, nos dois anos seguintes após a concessão
das necessidades formativas. Devem também manter da autorização de introdução no mercado;
um registo pormenorizado das formações em matéria b) anualmente, nos dois anos seguintes ao termo do prazo
de farmacovigilância; fixado na alinha anterior;
c) os Titulares de AIM devem estabelecer mecanismos para c) aquando da primeira renovação de autorização
avaliação do impacto das acções formativas; de introdução no mercado
d) os Titulares de AIM devem estabelecer informação sobre d) trienalmente, a partir do termo do prazo referido
o procedimento de farmacovigilância aos profissionais na alinha anterior;
que não possuem nenhuma tarefa ou responsabilidade
Para medicamentos cuja AIM foi concedida por reconhecimento
específica em matéria de farmacovigilância, mas cujas
de AIM de outro Estado, o detentor de AIM poderá solicitar a
actividades possam ter impacto no Sistema. Tais
harmonização de data para submissão de RPS com o calendário
actividades podem incluir, embora não esteja limitado,
do país de que se reconheceu a AIM.
aos relacionados com queixas e devoluções de produtos,
vendas e marketing, assuntos regulamentares, assuntos Após a renovação, a ANARME, IP, pode determinar regras
jurídicos e auditorias. especificas relativas aos prazos para a notificação do RPS,
incluindo um prazo mais alargado ou mais curto consoante a
5. A elaboração e submissão de Planos de Gestão relação beneficio-risco seja positiva ou venha a ser posta em
de Risco (PGR): Plano de Farmacovigilância e de Minimização causa, respectivamente.
de Riscos Os medicamentos genéricos bem estabelecidos, os produtos
a) o Titular de AIM fica obrigado a apresentar ao CNF os de saúde, homeopáticos, medicamentos à base de plantas ou
PGR, o qual deve conter a análise detalhada de risco fitoterápicos, estão isentos da submissão do RPS, a menos que seja
do medicamento, vacinas, produtos biológicos e de pedido pelo Centro Nacional de Farmacovigilância por questão
saúde para uso humano e as medidas propostas para a de segurança ou como condição de Autorização de Introdução
gestão e minimização desses riscos; no Mercado.
b) o PGR devidamente actualizado é submetido nas Os Titulares de AIM devem manter a cópia do Relatório
seguintes condições: Periódico de Farmacovigilância arquivada e encaminhá-la ao
i) imediatamente após solicitação pela ANARME; Centro Nacional de Farmacovigilância, quando solicitado.
O Titular de Autorização da Introdução no Mercado prepara
ii) no pedido de concessão de AIM;
um único RPS para todos os produtos que contêm a mesma
iii) sempre que haja uma alteração beneficio-risco do
substância activa com informação sobre todas indicações, via de
medicamento, vacinas, produtos biológicos e de
administração e dosagem.
saúde para uso humano (ex:nova indicação, nova
O Titular de AIM deve preparar e submeter o RPS de acordo
contra indicação). com o modelo a ser disponibilizado pela ANARME, IP, com no
c) o Titular de AIM deve preparar e submeter o PGR, com minimo as seguintes partes:
o mínimo das seguintes secções: Parte I: Página de rosto, incluindo assinatura, isto é Capa
A. Plano de Farmacovigilância: e contracapa
1. Especificações de segurança (Dados não clínicos, Dados Parte II: Resumo executivo
clínicos, Resumo). Parte III. A estrutura e conteúdo, deve conter no mínimo
as seguintes secções:
2. Tópicos do Plano de Farmacovigilância (Práticas de
farmacovigilância de rotina, Plano de acção quanto a a) introdução;
preocupações relacionadas com segurança, Resumo do b) status da autorização mundial de mercado;
c) acções tomadas no intervalo do relatório por razões
Plano de Farmacovigilância, Avaliação da necessidade
de segurança;
da elaboração do plano de Minimização de Risco). d) alterações nas informações de segurança de referência
B. Plano de Minimização de Risco: e) exposição estimada e padrões de uso;
f) dados em tabelas resumidas;
1. Actividade de minimização de risco.
g) resumos de descobertas significativas em ensaios
2. Efectividade das atividades de minimização de risco. clínicos durante o intervalo de relato;
3. Plano de minimização de riscos para preocupações h) resultados de estudos não interventivos;
de segurança. i) informações de outros ensaios clínicos e fontes;
4. Referências bibliográficas. j) dados não clínicos;
6. A elaboração de Relatórios Periódicos de Segurança k) literatura;
(RPS) l) outros relatórios periódicos;
O Titular de AIM fica obrigado a apresentar ao CNF o RPS, m) falta de eficácia em ensaios clínicos controlados;
o qual deve conter as reacções adversas ocorridas e ainda uma n) informações de última hora;
o) visão geral dos sinais: novos, em andamento
avaliação científica da relação beneficio-risco do medicamento,
ou fechados;
vacinas, produtos biológicos e de saúde para uso humano. p) avaliação de sinais e riscos;
Os Relatórios Periódicos de Segurança (RPS) devem ser q) avaliação de benefícios;
notificados à autoridade reguladora de medicamentos pelo titular r) análise benefício-risco integrada para indicações
de Autorização de Introdução no Mercado em formato electrónico autorizadas;
(CD-ROM, DVD), o qual deverá estar obrigatoriamente protegido s) conclusões e acções;
contra escrita e devidamente identificado na caixa exterior t) apêndices ao RPS;
e no próprio CD/DVD. u) referências bibliográficas.
4 DE JANEIRO DE 2023 31

7. A geração e avaliação de sinais em Farmacovigilância e eficácia dos produtos farmacêuticos, no uso das competências
Os Titulares de AIM ou seus representantes legais devem que me são atribuídas, ao abrigo do disposto na alínea g) do artigo
regularmente verificar dados provenientes da literatura, ensaios n.° 3 do Decreto Presidencial n.° 34/2015, de 23 de Novembro,
clínicos, estudos epidemiológicos e da base de dados de determino:
notificações de reacção adversa de forma a avaliar informações Artigo 1. É aprovada a Directriz de reconhecimento
que possam caracterizar um sinal. das decisões tomadas por outras Autoridades Reguladoras
A ANARME pode reconhecer sinais e riscos de segurança de Medicamentos de referência, em anexo ao presente Diploma
identificados por entidades de referência. Ministerial e que dele faz parte integrante.
A frequência de monitorização deve ser pelo menos uma Art. 2. São revogadas as demais normas que contrariam
vez por mês e deve ser proporcional ao risco identificado, risco o presente Diploma Ministerial.
potencial e a necessidade de informações adicionais. Art. 3. O presente Diploma Ministerial entra em vigor na data
Os Titulares de AIM ou seus representantes legais devem da sua publicação.
desencadear procedimentos para a investigação do sinal detectado. Maputo, aos 20 .de Julho de 2022. – O Ministro da Saúde,
Os Titulares de AIM ou seus representantes legais, devem Armindo Daniel Tiago.
notificar a ANARME qualquer problema de segurança resultante
das actividades de detecção de sinal que possa ter impacto
significativo no balanço beneficio-risco de um medicamento,
vacinas, produtos biológicos e de saúde para uso humano, ou que Directriz de Reconhecimento das Decisões
tenha impacto na saúde pública. Tomadas por outras Autoridades Regula-
Os Titulares de AIM ou seus representantes legais, devem doras de Medicamentos de Referência
manter um registo das actividades de detecção de sinal.
Sem prejuízo dos procedimentos identificados anteriormente, PARTE I
as entidades abrangidas por este Regulamento devem implementar
acções de auto-inspecções nos termos seguintes: Generalidade
As auto-inspeccões devem ser efectuadas de acordo com o plano 1. Introdução
definido e aprovado, por forma a monitorizar a implementação
e observância das normas do presente regulamento, bem como Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações
definir e acompanhar as acções correctivas e preventivas. Unidas e a busca pela cobertura universal de saúde exigem que
As auto-inspecções devem ser realizadas de forma imparcial os pacientes tenham acesso a produtos médicos de qualidade,
e por pessoal competente para o efeito. eficazes e seguros. Sistemas regulamentares fortes para produtos
Devem ser mantidos registos das auto-inspecções efectuadas, médicos continuam sendo um elemento crítico para o bom
incluindo as observações e correspondentes acções correctivas e funcionamento dos sistemas de saúde e importantes contribuintes
preventivas definidas por um período mínimo de três anos; para melhorar o acesso e, em última análise, alcançar a cobertura
Os Titulares de AIM devem ter Procedimentos Operacionais universal de saúde.
Padrão para a condução de suas inspecções internas; Estabelecer e sustentar sistemas regulamentares maduros
requer recursos adequados, incluindo recursos humanos
I. Princípio para Elaboração qualificados e capazes e um investimento financeiro significativo.
A elaboração de PGR e do RPS deverá ser feita preferencialmente A globalização dos mercados, a sofisticação das tecnologias de
em português. A opção para a submissão em língua inglesa, deverá saúde, a rápida evolução da ciência regulamentar e a crescente
se previamente analisada e autorizada pela ANARME. complexidade das cadeias de suprimentos mostraram aos
A submissão deverá ser feita ao CNF, em formato eletrónico, reguladores a importância da cooperação internacional para
com a respectiva página de rosto. garantir a segurança, qualidade, eficácia ou desempenho dos
produtos autorizados a circular no pais.
Termos usados Tendo em conta a extensão e a complexidade da supervisão
AIM- Autorização de Introdução no Mercado regulamentar, as Autoridades Reguladoras de Medicamentos
ANARME- Autoridade Nacional Reguladora do Medicamento (ARM) devem considerar formas de colaboração reforçadas,
CNF- Centro Nacional de Farmacovigilância inovadoras e mais eficazes para fazer o melhor uso dos recursos e
CNFV-Comissão Nacional de Farmacovigilância competências disponíveis, evitar a duplicação e concentrar os seus
DCI- Denominação Comum Internacional esforços e recursos regulamentares onde são mais necessários.
OMS- Organização Mundial da Saúde O reconhecimento representa uma maneira mais inteligente
PGR-Planos de Gestão de Risco e eficiente de regular produtos médicos no mundo moderno.
RPS- Relatório Periódico de Segurança Os países são, portanto, incentivados a formular e implementar
SADC- Comunidade de Desenvolvimento da África Austral estratégias para fortalecer seus sistemas regulatórios consistentes
com as Boas Praticas Regulamentares (BPR), incluindo a busca
de cooperação e convergência regulamentar, bem como confiança.
O reconhecimento beneficia pacientes e consumidores, indústria,
Diploma Ministerial n.º 4/2023 governos, comunidade de doadores e parceiros internacionais de
de 4 de Janeiro desenvolvimento, facilitando e acelerando o acesso a produtos
médicos seguros, eficazes e de qualidade garantida.
Havendo a necessidade de tornar a Autoridade Nacional
Reguladora de Medicamento (ANARME, IP) proactiva na 2. Objectivo
resposta aos desafios que o mercado farmacêutico impõe A presente Directriz tem como objectivo fixar as normas
e aprimorar as formas inovadoras e mais eficazes de colaboração e os procedimentos para o reconhecimento das decisões
e cooperação internacional entre as Autoridades Reguladoras regulamentares das Autoridades Reguladoras de Medicamentos
de Medicamentos, por forma a garantir a qualidade, segurança, de Referência (ARMr).
32 I SÉRIE — NÚMERO 2

3. Âmbito de aplicação d) organização Mundial da Saúde (OMS);


A presente Directriz aplica-se às funções regulamentares e) os Listados pela OMS, com nível de maturidade 3 ou 4;
que contribuem para a garantia da qualidade dos produtos f) agência Europeia de Medicamentos;
farmacêuticos, nomeadamente, ensaios clínicos, autorização de g) outros países com os quais a República de Moçambique
introdução no mercado, farmacovigilância, controlo da qualidade, venha a estabelecer acordos na área.
inspecção farmacêutica, licenciamento de entidades, monitoria
da qualidade pós-comercialização e demais funções. 9. Autorização de Introdução no Mercado
4. Definições 1. No âmbito do reconhecimento, para a concessão de
Autorização de Introdução no Mercado, Moçambique considera:
Sem prejuízo das definições constantes da Lei n.º 12/2017,
de 8 de Setembro, os termos usados neste regulamento encontram- a) pré-qualificação da Organização Mundial da Saúde
-se no glossário, que dele faz parte integrante. (OMS - PQ) para medicamentos, vacinas e dispositivos
5. Princípios de Boas Práticas de Reconhecimento de diagnósticos;
Os princípios orientadores das Boas Práticas de Reconhecimento b) lista de uso de emergência da OMS de medicamentos
das decisões tomadas por outras Autoridades Reguladoras ou dispositivos diagnósticos; em caso de emergências
de Medicamentos de referência consubstanciam-se em: de saúde pública;
a) universalidade; c) procedimento de registo colaborativo regional em vigor;
b) soberania na tomada de decisão; d) relatórios de Avaliação de Opinião Científica do arti-
c) transparência; go 58 da União Europeia (UE) para medicamentos
d) respeito aos instrumentos jurídicos nacionais e regionais; desenvolvidos na Europa para uso fora da UE.
e) consistência no processo de tomada de decisão; 2. Sem prejuizo do disposto no Decreto n.º 93/2018, de 31
f) competência.
de Dezembro, para que se considere um produto reconhecido,
6. Reconhecimento versus Confiança é necessária a apresentação do Relatório de avaliação
No acto de reconhecimento das decisões regulamentares e do Resumo das Características do Medicamento (RCM)
dos outros países ou entidades considera-se: aprovado no pais ou entidade de referência.
a) confiança o acto pelo qual a autoridade reguladora 10. Inspecção em Boas Práticas de Fabrico (BPF)
de uma jurisdição leva em consideração às
avaliações realizadas por outra autoridade reguladora 1. As inspecções em Boas Práticas de Fabrico regem-se
ou instituição confiável, ou a qualquer outra informação pelo Decreto n.º 29/2019, de 18 de Abril, em harmonia com as
autorizada, como um dos critérios para tomar sua Directrizes da OMS, Convenção de Inspecção e Esquema de
própria decisão. A ANARME, IP, permanece Cooperação em Inspecção Farmacêutica (PICs). e consideram
independente e responsável pelas decisões tomadas, o seguinte:
mesmo quando se baseia nas decisões, avaliações
a) certificação em BPF emitida pela ARM no País
e informações de terceiros;
b) reconhecimento a aceitação da decisão regulamentar de origem;
de outro regulador ou instituição confiável. O b) instalações inspecionadas pelo programa de pré-
reconhecimento é baseado em evidências de que os qualificação da OMS para medicamentos e vacinas;
requisitos regulamentares da autoridade reguladora de c) relatório público de inspecção da OMS para medicamentos
referência são suficientes para atender aos requisitos e vacinas;
regulamentares da outra autoridade. O mesmo pode d) certificação em BPF emitida por um país de referência
ser unilateral ou mútuo, podendo, neste último caso, e/ou paises listados pela OMS.
ser objecto de um acordo de reconhecimento mútuo.
2. Moçambique reconhece as iniciativas e procedimentos de
7. Reconhecimento em situações de emergência
colaboração para a realização de Inspecções em Boas Práticas de
Em caso de emergência de saúde pública, as abordagens Fabrico e para a avaliação conjunta de medicamentos da região.
do princípio de reconhecimento, são essenciais e devem
3. As informações necessárias para que a ANARME, IP, se
ser observados para ajudar a acelerar o acesso aos produtos
farmacêuticos necessários. baseie nas inspecções realizadas por outras ARM são as seguintes:
a) Certificado em BPF emitido pela ARM do país de origem
PARTE II
no caso de países que não sejam de referência para
Reconhecimento por Funções Regulamentares Moçambique e os que não fazem parte da PICs;
8. Países e entidades de referência b) Certificado em BPF emitido por uma ARMr e PICs;
No âmbito das funções regulamentares Moçambique reconhece c) Certificado em BPF emitido por um país membro
as decisões tomadas pelas Autoridades reguladoras dos seguintes do ZAZIBONA ou ARM listado pela OMS;
países e entidades: d) Relatório de inspecção publicado pela OMS para
a) os mencionados no Decreto n.º 93/2018, de 31 instalações fabris;
de Dezembro, nomeadamente países membros da e) Relatório completo de inspecção da ARM no país
União europeia, Estados Unidos de América, Brasil, de origem;
Reino Unido, Canada, e países membros da SADC f) Relatório completo de Inspecção em BPF emitido pela
(África do Sul, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabué); ARM no pais de origem, ARM membros do PICs,
b) austrália; ARM listada pela OMS, se disponível;
c) os membros do Fórum Internacional para Reguladores g) Relatório completo de inspecção de BPF de pré-
de Dispositivos Médicos (IMDRF); qualificação da OMS, se disponível.
4 DE JANEIRO DE 2023 33

11. Inspecção em Boas Práticas de Ensaios Clínicos (BPC) Para os fins deste documento entende-se por:
A ANARME, IP, usa a abordagem do modelo de reconhecimento Avaliação, qualquer apreciação realizada para um fim
para projectos de ensaios clínicos e/ou produtos de investigação regulamentar (por exemplo, avaliação de um pedido de ensaio
para onde: clínico ou de uma autorização inicial de comercialização de um
a) a segurança e eficácia do produto investigacional tenham produto médico ou quaisquer alterações posteriores à autorização,
sidos confirmadas através da pré-qualificação da OMS; avaliação de dados de segurança, avaliação como parte de uma
b) o produto experimental tenha sido aprovado nos inspeção).
países listados pela OMS e quaisquer outros países Acordo de reconhecimento mútuo, de acordo com
considerados publicamente acessíveis para o registo Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico
de ensaios clínicos; e (OCDE), é “um princípio de direito internacional pelo qual
c) o desenho do ensaio clínico e/ou produto experimental os Estados membros reconhecem através de acordo mútuo
avaliado tenha sido considerado satisfatório numa e defendem as decisões legais tomadas pelas autoridades
reunião de revisão conjunta facilitada pela OMS, como competentes do outro Estado membro. O reconhecimento mútuo
a AVAREF. é um processo que permite que as avaliações de conformidade
2. Para que ANARME, IP, use a abordagem de confiança para realizadas num país sejam reconhecidas noutro.
ensaios clínicos, precisa de evidências de aprovação do produto Autoridade Reguladora de Referência, entidade reguladora
experimental pela ARMr. nacional ou regional ou uma instituição, cujas decisões e/ou
produtos de trabalho regulamentares são confiáveis por outra
12. Farmacovigilância autoridade reguladora para a tomada de suas próprias decisões.
1. Para garantir que os problemas de segurança sejam Confiança, acto pelo qual a autoridade reguladora de uma
prontamente identificados e as intervenções necessárias jurisdição leva em consideração às avaliações realizadas por outra
implementadas, a ANARME, IP, considera as decisões, autoridade reguladora ou instituição confiável, ou a qualquer outra
recomendações ou informações relacionadas à vigilância de informação autorizada, como um dos critérios para tomar sua
outros países, órgãos regionais ou internacionais, como a OMS, própria decisão. A ARM permanece independente e responsável
para apoiar na tomada de decisão sobre a segurança e eficácia pelas decisões tomadas, mesmo quando se baseia nas decisões,
do produto farmacêutico em circulação no mercado nacional. avaliações e informações de terceiros.
2. Para a tomada de decisão acima referida a ANARME, IP, Reconhecimento, aceitação da decisão regulamentar de outro
considera as seguintes fontes de informação: regulador ou instituição confiável. O reconhecimento é baseado
a) boletins e base de dados de Farmacovigilância Global em evidências de que os requisitos regulamentares da autoridade
da OMS; reguladora de referência são suficientes para atender aos requisitos
b) países considerados como de referência pela OMS regulamentares da outra autoridade. O mesmo pode ser unilateral
e Moçambique; e ou mútuo, podendo, neste último caso, ser objecto de um acordo
c) quaisquer outros países ou órgãos com sistema de reconhecimento mútuo.
de farmacovigilância funcional e confiável. Reconhecimento unilateral, quando um país escolhe
confiar ou reconhecer formalmente uma avaliação de outro país
13. Controlo da Qualidade unilateralmente e sem reciprocidade.
1. Para a tomada de decisão, Moçambique reconhece e usa Reconhecimento mútuo, quando existem acordos e/ou
a informação e os relatórios relacionados com a avaliações tratados mútuos vinculativos negociados ao nível dos governos.
laboratoriais realizadas por outras Autoridades Reguladoras de Sistema regulamentar regional, um sistema composto
Medicamentos que tenham a acreditação na norma ISO 17025 por autoridades reguladoras individuais, ou um órgão regional
ou a pré – qualificação da OMS e das Organizações Regionais composto por autoridades reguladoras individuais, operando sob
e Internacionais, nas quais, Moçambique é membro. uma estrutura regulamentar comum, mas não necessariamente
2. Ao avaliar a qualidade dos medicamentos, a ANARME, IP, sob um quadro jurídico comum.
considera o seguinte: Partilha de trabalho, é processo pelo qual as ARMs de duas
a) o método analítico, a especificação do ensaio ou mais jurisdições compartilham actividades para cumprir uma
e o certificado de análise emitido por um Laboratório tarefa regulamentar específica.
de Controlo da Qualidade acreditado; Produtos médicos ou farmacêuticos, produtos elaborados,
b) utilizar e/ou subcontratar serviços a qualquer laboratório com finalidade profilática, curativa, paliativa ou para fins de
acreditado pela norma ISO 17025 ou pré-qualificado diagnóstico.
pela OMS, quando necessário. Mecanismos regionais de reconhecimento, em algumas
regiões, os produtos farmacêuticos podem ser avaliados
ANEXO I centralmente em uma região. Em alguns mecanismos regionais
Glossário de dependência, a decisão regional é vinculativa para os estados
As definições são essenciais para garantir um entendimento membros. Em outras regionais, as decisões são recomendações
comum dos conceitos e clareza na interpretação das orientações que os Estados membros levam em consideração quando tomam
sobre o princípio de reconhecimento. as decisões regulamentares nacionais.
Preço — 80,00 MT

IMPRENSA NACIONAL DE MOÇAMBIQUE, E.P.

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