Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Número 2
Artigo 1
(Objecto)
dos medicamentos, vacinas e outros Produtos Biológicos, com 1. A prescrição médica deve ser efectuada mediante a indicação
vista à criação de condições legais que permitam controlar a da Denominação Comum Internacional (DCI) da substância
prescrição, a dispensa e incentivar uma maior utilização racional activa, da forma farmacêutica, da dosagem, da apresentação
de medicamentos, ao abrigo dos n.°s 5 e 6 do artigo 34 conjugado e da posologia.
2. A prescrição de medicamentos, vacinas e outros produtos
com o artigo 25, da Lei n.° 12/2017, de 8 de Setembro, A Ministra
biológicos e de saúde deve ser efectuada em modelo próprio,
da Saúde determina: aprovado nos termos do presente diploma e respeitando o nível
Artigo 1. É aprovado o Regulamento que fixa as normas de prescrição.
de Prescrição e Dispensa de Medicamentos, Vacinas e outros 3. A prescrição médica deve ser efectuada por um profissional
Produtos Biológicos. de saúde habilitado a prescrever e que constem na lista dos
prescritores da unidade sanitária;
Art. 2. O presente Diploma Ministerial entra em vigor na data
4. O prescritor deve interagir com o pessoal de farmácia.
da sua publicação.
Os farmacêuticos hospitalares devem estar integrados na
Maputo, 29 de Outubro de 2019. – A Ministra da Saúde, equipa multidisciplinar para contribuir para Uso Racional
Nazira Abdula. de Medicamentos (URM).
20 I SÉRIE — NÚMERO 2
Artigo 5 Artigo 7
(Níveis de prescrição) (Modelo de prescrição médica)
1. A prescrição de medicamentos, vacinas e outros produtos 1. A prescrição médica deve respeitar os seguintes modelos:
biológicos e de saúde deve sempre cumprir com os níveis: a) Modelo simples — é utilizada para a prescrição de
medicamentos, vacinas e outros produtos biológicos
Nível Zero(0) Medicamentos dispensados pelo Agente
e de saúde para uso humano de prescrição médica
Polivalente Elementar (APE) e categorias superiores obrigatória ou não, excepto os medicamentos de
a esta; controlo especial. Este modelo é impresso em papel
Nível Um (1) – Medicamentos que podem ser prescritos de cor branca.
por Agentes de Medicina, Enfermeiros e categorias b) Modelo de controlo Especial — é utilizada para a
superiores a estas; prescrição de medicamentos estupefacientes e
Nível Dois (2) – Medicamentos que podem ser prescritos substâncias psicotrópicas e outros medicamentos de
por Técnicos de Medicina Geral e categorias superiores controlo especial. O modelo deve ser impresso em
papel de cor azul.
a esta;
Nível Três (3) – Medicamentos prescritos por Médicos 2. A prescrição médica deve ser preenchida em 2 (duas) vias:
de Clínica Geral ou categorias superiores a esta; a 1.º via (original) destina-se à farmácia para justificativo da
dispensa e a 2.º via destina-se ao paciente para a sua orientação.
Nível Quatro (4) – Medicamentos prescritos por Médicos
Especialistas. Artigo 18
2. Os níveis de prescrição devem obedecer os previstos (Número de medicamentos por prescrição)
na Lista Nacional de Medicamentos Essenciais.
Em cada prescrição médica podem ser prescritos até 5 (cinco)
medicamentos distintos com a excepção dos medicamentos de
Artigo 6 controlo especial que devem ser prescritos no máximo até 3 (três)
(Composição da prescrição médica)
medicamentos distintos.
2. É Proibido a dispensa de todos medicamentos vacinas restauração, correcção ou modificação das funções fisiológicas,
e outros produtos biológicos e de saúde sem prescrição médica. exercendo uma acção farmacológica, imunológica ou metabólica,
Exceptuando os considerados de “venda livre", constantes de ou ainda com vista a estabelecer um diagnóstico médico.
uma lista definida, aprovada e actualizada pela entidade que Medicamento manipulado – qualquer fórmula magistral ou
superintende a área de saúde. preparado oficinal preparado e dispensado sob a responsabilidade
3. É expressamente proibida a dispensa de antibióticos de um farmacêutico.
e medicamentos de controlo especial sem prescrição médica. Medicamentos sujeitos a prescrição Médica – são
4. É proibida a dispensa de medicamentos de controlo medicamentos cuja dispensa está sujeita à apresentação da
especial em modelo não apropriado nos termos do presente prescrição médica.
regulamento.
5. É interdita a dispensa de medicamentos em regime P
ambulatório a título oneroso ou gratuito nos consultórios médicos, Prescrição médica – documento em que um médico ou outro
unidades sanitárias que não possuam farmácia devidamente profissional autorizado a prescrever determina os medicamentos
licenciadas e autorizadas. ou outros produtos que devem ser dispensados para o tratamento
6. Exceptua-se do disposto no número anterior os casos de um doente, sua dosagem, posologia e modo de administração
de urgência ou em que o doente está em risco eminente de vida. e outras informações pertinentes. A prescrição pode também ser
usada para vacinas, produtos biológicos e de saúde e ainda para
Artigo 18 agentes de diagnóstico.
Prescritor – profissional de saúde legalmente autorizado
(Infracções e Sanções)
e habilitado a prescrever, nomeadamente, médico, enfermeiro,
As infrações ao disposto no presente Diploma são puníveis agentes de medicina, técnicos de medicina, nutricionista
nos termos da Lei n.° 12/2017, de 8 de Setembro. e médicos especialistas.
Preparado oficinal – qualquer medicamento preparado
Artigo 19
segundo as indicações compendiais, de uma farmacopeia ou de um
(Norma transitória) formulário, em farmácia de oficina ou nos serviços farmacêuticos
hospitalares, destinado a ser dispensado directamente aos doentes
Enquanto não estiver em funcionamento a Autoridade
assistidos por essa farmácia ou serviço.
Nacional Reguladora de Medicamentos, as competências
Produto de Saúde – todos os artigos médicos e substâncias
passam transitoriamente a ser exercidas pela Direcção Nacional
usadas nos cuidados curativos, paliativos, nutritivos, sanitários
de Farmácia.
e estéticos que influem directa ou indirectamente no bem-estar
ANEXO I do individuo.
Glossário S
Substância Activa – toda a matéria de origem humana, animal,
D
vegetal ou química, à qual se atribui uma actividade apropriada
Denominação Comum Internacional (DCI) – designação para constituir um medicamento.
adoptada ou proposta a nível internacional, sob a égide Suplemento Nutricionais, suplemento alimentar
da Organização Mundial da Saúde (OMS) para substâncias activas ou produto nutracêutico – são produtos destinados a dieta
de medicamentos, de acordo com regras definidas, que não pode
e deve incluir as seguintes características:
ser objecto de registo de marca ou nome, conforme lista publicada
periodicamente por essa Organização. i. conter um ou mais dos seguintes ingredientes: vitaminas,
Dispensa de medicamentos, vacinas e produtos biológicos minerais, aminoácidos, óleos essências, substância
– acto que consiste na entrega dos mesmos em bom estado de naturais de origem animal e vegetal, enzima,
conservação e qualidade, para fins de tratamento, diagnóstico ou substâncias com função fisiológica nutricional;
prevenção, obedecendo às instruções médicas das prescrições e ii. podem ser tomado realmente na forma farmacêutica de
prestando aconselhamento sobre o modo correcto de utilização. comprimidos, cápsulas, pó, gelatina mole e granulados;
F iii. não pode ser usado como alimento convencional;
Forma Farmacêutica – estado final que as substâncias activas iv. devem ser rotulados como tal.
apresentam, depois de submetidas às operações farmacêuticas U
necessárias, a fim de facilitar a sua administração e obter o maior Uso Racional de Medicamento – expressão que implica que
efeito terapêutico desejado. os pacientes recebam a medicação apropriada para a sua situação
Fórmula magistral – o medicamento preparado em farmácia clínica, nas doses que satisfaçam as necessidades individuais por
de oficina ou nos serviços farmacêuticos hospitalares segundo um período adequado, e ao menor custo possível para eles e sua
receita médica que especifica o doente a quem o medicamento comunidade.
se destina.
Formulário Nacional de Medicamentos – é um instrumento
de trabalho e de apoio á prescrição de fármacos e à orientação
da terapêutica a instituir pelos médicos e outros profissionais Diploma Ministerial n.º 3/2023
de saúde autorizados a prescrever. de 4 de Janeiro
das entidades competentes em matéria de garantia da qualidade produtos biológicos e de saúde para uso humano, a gestão de risco
e segurança dos medicamentos, ao abrigo da competência que me dos mesmos, assim como todos os profissionais de saúde, de modo
é conferida pelo disposto no n.º 2 do artigo 36 da Lei n.º 12/2017, a garantir que os mesmos sejam seguros e eficazes.
de 8 de Setembro, determino:
CAPÍTULO II
Artigo 1. É aprovado o Regulamento do Sistema Nacional
de Farmacovigilância, anexo ao presente Diploma Ministerial Actividades, Organização, Estrutura, Atribuições
e que dele faz parte integrante. e Competências do Sistema Nacional de Farmacovigilância
Art. 2. É revogado o Diploma Ministerial n.º 53/2010, SECÇÃO I
de 23 de Março.
Art. 3. O presente Diploma Ministerial entra em vigor na data Artigo 5
da sua publicação. (Actividades de Farmacovigilância)
Maputo, aos 29 de Outubro de 2021. – O Ministro da Saúde,
1. As actividades de farmacovigilância abrangem a gestão
Armindo Daniel Tiago.
de todo o ciclo de vida dos medicamentos, vacinas, produtos
biológicos e de saúde para uso humano, no que concerne
à segurança, eficácia e qualidade nomeadamente:
Regulamento do Sistema Nacional a) recolha e gestão de dados sobre suspeitas de reacção
adversa e de qualidade de medicamentos;
de Farmacovigilância b) análise e avaliação de risco-benefício recorrendo a
sistemas de informação de suporte e procedimentos
CAPÍTULO I subjacentes, benefício do perfil de segurança,
Disposições Gerais de eficácia e qualidade dos medicamentos;
c) geração de sinal de segurança;
Artigo 1 d) gestão e comunicação do risco de modo a maximizar
(Objecto)
os benefícios e minimizar os riscos decorrentes
da utilização de medicamentos, vacinas, produtos
O presente Regulamento visa regular o Sistema Nacional biológicos e de saúde para uso humano;
de Farmacovigilância, bem como o seu funcionamento, funções e) farmacovigilância em programas de saúde pública;
e competências. f) inspeções em farmacovigilância;
g) sensibilização, informação e promoção do conhecimento
Artigo 2 em farmacovigilância, promovendo o uso racional de
(Definições) medicamentos, vacinas, produtos biológicos e de saúde
para uso humano;
Sem prejuízo do definido na Lei n.º 12/2017, de 8 de Setembro, h) promoção e realização de estudos na área de
as definições e termos usados no presente Regulamento constam Farmacovigilância, com a devida articulação com
do glossário em anexo, que dele faz parte integrante. outras entidades competentes.
Artigo 3 2. Sem prejuízo do previsto no presente regulamento, para
além das reacções adversas a medicamentos, vacinas, produtos
(Objectivos)
biológicos e de saúde para uso humano, são questões relevantes
O Sistema Nacional de Farmacovigilância tem como para o Sistema Nacional de Farmacovigilância:
objectivos: a) desvio de qualidade;
a) integrar as actividades de farmacovigilância em toda b) erros de administração;
a cadeia de utilização de medicamentos, vacinas, c) notificação da perda de eficácia;
produtos biológicos e de saúde para uso humano, nas d) uso de fármacos para indicações não aprovadas, que não
instituições públicas e privadas; possuem base científica adequada;
b) divulgar e comunicar à informação sobre os riscos e) notificação em casos de intoxicação aguda ou crónica
inerentes ao uso dos medicamentos, vacina e outros por medicamentos, vacinas, produtos biológicos e de
produtos biológicos e de saúde para uso humano, saúde para uso humano;
no território nacional; f) avaliação da mortalidade induzida por medicamentos,
c) promover a educação, formação e conhecimento vacinas, produtos biológicos e de saúde para uso
em Farmacovigilância, dos profissionais afectos humano;
ao Sistema Nacional de Farmacovigilância; g) abuso e uso erróneo de medicamentos, vacinas, produtos
d) trocar a informação e coordenar as acções com biológicos e de saúde para uso humano; e
outros países e centros internacionais, em matéria h) interacção de medicamentos, vacinas, produtos biológicos
de farmacovigilância; e e de saúde para uso humano, com substâncias químicas,
e) analisar o impacto das reacções adversas e outros ou com alimentos.
problemas com medicamentos ou acções levadas
a cabo pelo sistema. SECÇÃO II
Artigo 4 Artigo 6
a prossecução dos objectivos previstos no artigo 3 e a plena e apreciar os resultados dos estudos pós-autorização,
participação neste das unidades e estabelecimentos públicos que podem alterar a relação risco-benefício
ou privados, de prestação de cuidados de saúde. e qualquer outra informação relativa à segurança
2. A ANARME IP através da divisão de farmacovigilância dos medicamentos e vacinas;
e uso racional de medicamentos e produtos de saúde garante a l) colaborar com os centros nacionais de farmacovigilância
implementação, gestão e manutenção do sistema nacional de de outros países, em particular com os dos Estados
farmacovigilância, que integra as seguintes entidades: membros da Comunidade de Desenvolvimento da
a) Centro Nacional de Farmacovigilância; África Austral e a Organização Mundial de Saúde em
b) Comissão Nacional de Farmacovigilância matérias referentes à esta área; e representar o Centro
c) Unidades de Farmacovigilância constituídas nos termos Nacional de Farmacovigilância, perante aqueles
deste regulamento; organismos;
d) Responsáveis Regionais, Provinciais, Distritais m) actuar como Centro Nacional de Referência, e colaborar
e das Unidades Sanitárias; com o Sistema Internacional de Farmacovigilância
e) Programas de saúde pública; da Organização Mundial da Saude, no que se refere
f) Profissionais de saúde; ao envio das notificações de suspeita de reações
g) Instituições de ensino da área de saúde, e organizações adversas, e a participação nos encontros sobre temas
de profissionais de saúde; de farmacovigilância;
h) Os titulares de Autorização de Introdução no Mercado n) no âmbito das suas competências, o Centro Nacional
(AIM); Farmacovigilância deve igualmente:
i) Farmácias e postos de venda de medicamentos; o) assegurar a interacção adequada com os profissionais
j) Investigadores/Centros de pesquisa; e de saúde, no tocante à promoção da notificação
k) Pacientes. de reações adversas;
p) estabelecer medidas para minimizar ou prevenir os riscos,
3. Os integrantes de Sistema Nacional de Farmacovigilância
bem como avaliar o seu impacto;
referidos no número anterior, garantem resposta a qualquer
q) transmitir qualquer medida regulatória motivada por
pedido de informação, formulado pela Comissão Nacional
um problema de segurança, aos comitês terapêuticos
de Farmacovigilância, que este considere necessárias, para
e a todos os organismos competentes, conforme
a avaliação dos medicamentos, vacinas, produtos biológicos
estabelecido nos procedimentos sobre comunicação
e de saúde para uso humano.
de riscos;
SUB-SECÇÃO I
r) assegurar, sempre que necessário, a interacção com os
Das Competências e Deveres titulares de Autorização de Introdução no Mercado,
sobre acções a desenvolver resultantes de novos dados
Artigo 7 de segurança relativos aos seus medicamentos; e
(Centro Nacional de Farmacovigilância) s) tomar todas as medidas adequadas para encorajar os
pacientes ou utentes a notificar as suspeitas de reações
Compete ao Centro Nacional de Farmacovigilâcia o seguinte: adversas e envolver as organizações que representam
a) planear, coordenar e desenvolver as actividades pacientes, caso necessário.
do Sistema Nacional de Farmacovigilância;
b) realizar ou coordenar estudos sobre a segurança, eficácia Artigo 8
e qualidade de medicamentos, vacinas com a devida (Unidades de Farmacovigilância)
articulação com as entidades competentes;
c) receber, avaliar e emitir a informação sobre suspeitas de 1. As unidades de farmacovigilância são constituídas por
reacções adversas de medicamentos, vacinas, produtos serviços especialmente vocacionados para área da farmacologia
biológicos e de saúde para uso humano, que possam e da farmaepedimiologia, designadamente: estabelecimentos
pôr em causa a saúde pública; universitários e hospitalares e unidades prestadoras de saúde
d) divulgar informação relativa à segurança, eficácia primários, ou entidades a eles associados e integram-se
e qualidade dos medicamentos, vacinas. no sistema nacional de farmacovigilanca através de protocolos
e) coordenar e supervisionar a implementação de medidas de de colaboração ou contrato de prestação de serviços
segurança, do Sistema Nacional de Farmacovigilância; com ANARME IP.
f) definir, delinear e desenvolver sistemas de informação, 2. Compete as unidades de farmacovigilância como entidades
bem como bases de dados informatizadas do Sistema com autonomia técnica e administrativa as seguintes:
Nacional de Farmacovigilância; a) proceder a divulgação do Sistema Nacional de
g) administrar a base de dados do Sistema Nacional de Farmacovigilância junto dos profissionais de saúde;
Farmacovigilância, assegurando a sua fiabilidade, b) realizar acções de formação específica dos profissionais
disponibilidade e actualização; em actividades de farmacovigilância;
h) realizar inspecções no âmbito da Farmacovigilância; c) proceder a recepção, classificação, processamento e
i) promover a formação em farmacovigilância, em todos validação das notificações espontâneas de suspeitas
os serviços de saúde do país; de reacção adversa, referentes à sua área de actuação,
j) colaborar com universidades e outras entidades públicas garantindo a estrita confidencialidade dos dados;
e privadas, de ensino na realização de acções de d) informar ao Centro Nacional de Farmacovigilância sobre
formação e de actividades relevantes para a área da as suspeitas de reações adversas graves, no prazo
farmacovigilância; máximo de quinze dias decorridos após a sua recepção;
k) avaliar o surgimento de novos riscos com medicamentos e) introduzir, no prazo máximo de 15 dias, após a recepção,
ou mudanças existentes, através de relatórios os dados das fichas de notificação, na base de dados
periódicos de segurança, planos de gestão de risco, do Sistema Nacional de Farmacovigilância;
4 DE JANEIRO DE 2023 25
f) distribuir as fichas de notificação de reação adversa aos c) promover a notificação de reacções adversas;
diversos profissionais de saúde; d) recolher e enviar as notificações de suspeita de reacção
g) divulgar e promover, a notificação de suspeitas adversa aos medicamentos, vacinas, produtos
de reacções adversas na área que lhes for adstrita; biológicos e de saúde para uso humano, ao Centro
h) divulgar a informação sobre o perfil de segurança Nacional de Farmacovigilância;
dos medicamentos e vacinas; e) colaborar na obtenção de informação adicional;
i) colaborar com Instituições Públicas ou Privadas, f) colaborar com o Centro Nacional de Farmacovigilância
de ensino superior em actividades relevantes para
na divulgação de medidas de segurança;
esta área;
g) as regras relativas ao exercício de funções do responsável
j) propor, realizar e coordenar estudos sobre a segurança de
medicamentos, vacinas, produtos biológicos e de saúde provincial de farmacovigilância, são definidas
para uso humano e farmacoepidemiologia; por despacho do Ministro que superintende a área
k) desenvolver métodos para obter sinais ou alertas precoces; da Saúde; e
l) participar nas reuniões do sistema nacional de farma- h) produzir junto à uma Comissão de Terapêutica e Far-
covigilância; e mácia respostas aos casos de notificação das reacções
m) arquivar e armazenar de forma segura, todas adversas aos medicamentos e enviar aos respectivos
as notificações de suspeitas de reações adversas notificadores.
recebidas. 3. Nas instituições e serviços de saúde pertencentes
3. Os responsáveis das Unidades podem trabalhar com as ao Serviço Nacional de Saúde, mas não constituídos em
estruturas universitárias que exercem a sua actividade em estreita unidades de farmacovigilância, devem existir responsáveis de
colaboração com o Centro Nacional de Farmacovigilância: farmacovigilância a quem compete exercer as funções previstas
4. Cabe ao Presidente da Autoridade Nacional Reguladora no número anterior.
de Medicamentos nomear os responsáveis das Unidades
da Farmacovigilância. Artigo 11
Artigo 9 (Farmacovigilância como Parte Integrante dos Programas
(Contratualização) de Saúde Pública)
6. As informações, depois de aprovadas pelo Centro Nacional 4. A ANARME, IP, pode exigir aos titulares da AIM, quaisquer
de Farmacovigilância são transmitidas ao público ao abrigo documentos relacionados com o sistema da Farmacoviguilância.
do número anterior, de forma objectiva.
7. O titular de Autorização de Introdução no Mercado, Artigo 20
deve submeter ao Centro Nacional de Farmacovigilância toda (Medidas restritivas)
a documentação referente à:
a) boas Práticas de Farmacovigilância; A suspensão, revogação ou alteração de uma autorização de
b) elaboração de Plano de Farmacovigilância e Plano introdução no mercado por razões de segurança do medicamento
de Gestão de Risco; e obedece ao previsto no regime juridico dos medicamentos, vacinas
c) relatórios Periódicos de Segurança. e outros produtos biológicos e de saúde para o uso humano.
8. O titular de Autorização de Introdução no Mercado deve
elaborar o Manual de Procedimento que contemple todas as CAPÍTULO IV
acções desenvolvidas pelo Responsável de Farmacovigilância. Da Confidencialidade, Incompatibilidades e Independência
Esse documento é assinado pelo responsável da área de Científica
farmacovigilância, devendo estar disponível na empresa para
encaminhamento ao Centro Nacional de Farmacovigilância, Artigo 21
sempre que solicitado.
Confidencialidade
9. O Titular de Autorização de Introdução no Mercado deve
informar até 72 horas ao Centro Nacional de Farmacovigilância, Os membros do Sistema Nacional de Farmacovigilância estão
as medidas e acções tomadas pela própria empresa em relação obrigados a actuar com imparcialidade e confidencialidade,
aos produtos que afectem a segurança do paciente, devendo relativamente aos assuntos de que tenham conhecimento no
explicar os motivos técnico-científicos que justificam as medidas exercício das suas funções.
adoptadas.
10. O Sistema de Farmacovigilância, para os Titulares Artigo 22
de Autorização de Introdução no Mercado, encontra-se descrito Incompatibilidades
no Anexo II do presente regulamento.
1. Os Membros do Centro Nacional de Farmacovigilância,
Artigo 17 das Unidades de Farmacovigilância e Estruturas do Sistema
(Investigadores/ Centros de pesquisas)
Nacional de Saúde, não devem ter interesses financeiros,
ou outros, na Indústria Farmacêutica, que possam afectar
As instituições responsáveis pela realização de pesquisas, a imparcialidade no exercício das funções que lhes são cometidas.
investigações clínicas executadas no período pós-registo, 2. Sem prejuízo do disposto no número anterior, os membros
consideradas estudos de Fase IV, devem encaminhar ao Centro do Centro Nacional de Farmacovigilância das Unidades de
Nacional de Farmacovigilância, as notificações de reacções Farmacovigilância devem declarar e registar na ANARME, IP,
adversas, ocorridas em território nacional, no prazo de 15 dias quaisquer interesses patrimoniais ou não patrimoniais que tenham
decorridos, a partir da data do conhecimento da reacção. na Indústria Farmacêutica.
3. Nenhum membro do Centro Nacional de Farmacovigilância
CAPÍTULO III e das Unidades de Farmacovigilância, deve intervir em processos
Funcionamento do Sistema Nacional de Farmacovigilância ou procedimentos relacionados com uma empresa farmacêutica
na qual tenha interesse directo ou indirecto.
Artigo 18
Artigo 23
(Funcionamento)
Independência científica
1. O Sistema Nacional de Farmacovigilância baseia-se
essencialmente na notificação espontânea de suspeitas de reacção No exercício das suas funções o Centro Nacional de
adversa a medicamentos, vacinas, produtos biológicos e de Farmacovigilância e as Unidades de Farmacovigilância devem
saúde para uso humano, pelos profissionais de saúde e pacientes actuar com isenção e independência científica.
do Sistema Nacional de Saúde.
2. A notificação de todas as suspeitas de reacção adversa CAPÍTULO V
e problemas relacionados com os medicamentos deve ser feita
no formulário em vigor no país, disponível em formato físico Infracções e Sanções
e eletrónico disponibilizados pela ANARME IP.
Artigo 24
Infracções
Artigo 19
As infracções ao disposto no presente regulamento são puníveis
(Inspecção em farmacovigilância) nos termos dos artigos 49, 50, 51, 52, 53 da Lei n.º 12/2017,
1. Sempre que se revele necessário, a ANARME, IP, pode de 8 de Setembro, Lei do medicamento, vacinas e outros produtos
realizar inspecções no âmbito da Farmacovigilância aos titulares biológicos para uso humano.
da AIM.
2. As inpecções têm como objectivo a avaliação dos sistemas ANEXO I
de farmacovigilância e podem ser executadas de forma ordinária Glossário
ou extraordinária. A
3. As inspecções são baseadas na análise dos documentos,
entrevistas, visita à instituição, revisão da base de dados e na Abuso de medicamentos, vacinas, produtos biológicos
valiação do cumprimento das exigências legais. e de saúde para uso humano: A utilização intencional e
28 I SÉRIE — NÚMERO 2
7. A geração e avaliação de sinais em Farmacovigilância e eficácia dos produtos farmacêuticos, no uso das competências
Os Titulares de AIM ou seus representantes legais devem que me são atribuídas, ao abrigo do disposto na alínea g) do artigo
regularmente verificar dados provenientes da literatura, ensaios n.° 3 do Decreto Presidencial n.° 34/2015, de 23 de Novembro,
clínicos, estudos epidemiológicos e da base de dados de determino:
notificações de reacção adversa de forma a avaliar informações Artigo 1. É aprovada a Directriz de reconhecimento
que possam caracterizar um sinal. das decisões tomadas por outras Autoridades Reguladoras
A ANARME pode reconhecer sinais e riscos de segurança de Medicamentos de referência, em anexo ao presente Diploma
identificados por entidades de referência. Ministerial e que dele faz parte integrante.
A frequência de monitorização deve ser pelo menos uma Art. 2. São revogadas as demais normas que contrariam
vez por mês e deve ser proporcional ao risco identificado, risco o presente Diploma Ministerial.
potencial e a necessidade de informações adicionais. Art. 3. O presente Diploma Ministerial entra em vigor na data
Os Titulares de AIM ou seus representantes legais devem da sua publicação.
desencadear procedimentos para a investigação do sinal detectado. Maputo, aos 20 .de Julho de 2022. – O Ministro da Saúde,
Os Titulares de AIM ou seus representantes legais, devem Armindo Daniel Tiago.
notificar a ANARME qualquer problema de segurança resultante
das actividades de detecção de sinal que possa ter impacto
significativo no balanço beneficio-risco de um medicamento,
vacinas, produtos biológicos e de saúde para uso humano, ou que Directriz de Reconhecimento das Decisões
tenha impacto na saúde pública. Tomadas por outras Autoridades Regula-
Os Titulares de AIM ou seus representantes legais, devem doras de Medicamentos de Referência
manter um registo das actividades de detecção de sinal.
Sem prejuízo dos procedimentos identificados anteriormente, PARTE I
as entidades abrangidas por este Regulamento devem implementar
acções de auto-inspecções nos termos seguintes: Generalidade
As auto-inspeccões devem ser efectuadas de acordo com o plano 1. Introdução
definido e aprovado, por forma a monitorizar a implementação
e observância das normas do presente regulamento, bem como Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações
definir e acompanhar as acções correctivas e preventivas. Unidas e a busca pela cobertura universal de saúde exigem que
As auto-inspecções devem ser realizadas de forma imparcial os pacientes tenham acesso a produtos médicos de qualidade,
e por pessoal competente para o efeito. eficazes e seguros. Sistemas regulamentares fortes para produtos
Devem ser mantidos registos das auto-inspecções efectuadas, médicos continuam sendo um elemento crítico para o bom
incluindo as observações e correspondentes acções correctivas e funcionamento dos sistemas de saúde e importantes contribuintes
preventivas definidas por um período mínimo de três anos; para melhorar o acesso e, em última análise, alcançar a cobertura
Os Titulares de AIM devem ter Procedimentos Operacionais universal de saúde.
Padrão para a condução de suas inspecções internas; Estabelecer e sustentar sistemas regulamentares maduros
requer recursos adequados, incluindo recursos humanos
I. Princípio para Elaboração qualificados e capazes e um investimento financeiro significativo.
A elaboração de PGR e do RPS deverá ser feita preferencialmente A globalização dos mercados, a sofisticação das tecnologias de
em português. A opção para a submissão em língua inglesa, deverá saúde, a rápida evolução da ciência regulamentar e a crescente
se previamente analisada e autorizada pela ANARME. complexidade das cadeias de suprimentos mostraram aos
A submissão deverá ser feita ao CNF, em formato eletrónico, reguladores a importância da cooperação internacional para
com a respectiva página de rosto. garantir a segurança, qualidade, eficácia ou desempenho dos
produtos autorizados a circular no pais.
Termos usados Tendo em conta a extensão e a complexidade da supervisão
AIM- Autorização de Introdução no Mercado regulamentar, as Autoridades Reguladoras de Medicamentos
ANARME- Autoridade Nacional Reguladora do Medicamento (ARM) devem considerar formas de colaboração reforçadas,
CNF- Centro Nacional de Farmacovigilância inovadoras e mais eficazes para fazer o melhor uso dos recursos e
CNFV-Comissão Nacional de Farmacovigilância competências disponíveis, evitar a duplicação e concentrar os seus
DCI- Denominação Comum Internacional esforços e recursos regulamentares onde são mais necessários.
OMS- Organização Mundial da Saúde O reconhecimento representa uma maneira mais inteligente
PGR-Planos de Gestão de Risco e eficiente de regular produtos médicos no mundo moderno.
RPS- Relatório Periódico de Segurança Os países são, portanto, incentivados a formular e implementar
SADC- Comunidade de Desenvolvimento da África Austral estratégias para fortalecer seus sistemas regulatórios consistentes
com as Boas Praticas Regulamentares (BPR), incluindo a busca
de cooperação e convergência regulamentar, bem como confiança.
O reconhecimento beneficia pacientes e consumidores, indústria,
Diploma Ministerial n.º 4/2023 governos, comunidade de doadores e parceiros internacionais de
de 4 de Janeiro desenvolvimento, facilitando e acelerando o acesso a produtos
médicos seguros, eficazes e de qualidade garantida.
Havendo a necessidade de tornar a Autoridade Nacional
Reguladora de Medicamento (ANARME, IP) proactiva na 2. Objectivo
resposta aos desafios que o mercado farmacêutico impõe A presente Directriz tem como objectivo fixar as normas
e aprimorar as formas inovadoras e mais eficazes de colaboração e os procedimentos para o reconhecimento das decisões
e cooperação internacional entre as Autoridades Reguladoras regulamentares das Autoridades Reguladoras de Medicamentos
de Medicamentos, por forma a garantir a qualidade, segurança, de Referência (ARMr).
32 I SÉRIE — NÚMERO 2
11. Inspecção em Boas Práticas de Ensaios Clínicos (BPC) Para os fins deste documento entende-se por:
A ANARME, IP, usa a abordagem do modelo de reconhecimento Avaliação, qualquer apreciação realizada para um fim
para projectos de ensaios clínicos e/ou produtos de investigação regulamentar (por exemplo, avaliação de um pedido de ensaio
para onde: clínico ou de uma autorização inicial de comercialização de um
a) a segurança e eficácia do produto investigacional tenham produto médico ou quaisquer alterações posteriores à autorização,
sidos confirmadas através da pré-qualificação da OMS; avaliação de dados de segurança, avaliação como parte de uma
b) o produto experimental tenha sido aprovado nos inspeção).
países listados pela OMS e quaisquer outros países Acordo de reconhecimento mútuo, de acordo com
considerados publicamente acessíveis para o registo Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico
de ensaios clínicos; e (OCDE), é “um princípio de direito internacional pelo qual
c) o desenho do ensaio clínico e/ou produto experimental os Estados membros reconhecem através de acordo mútuo
avaliado tenha sido considerado satisfatório numa e defendem as decisões legais tomadas pelas autoridades
reunião de revisão conjunta facilitada pela OMS, como competentes do outro Estado membro. O reconhecimento mútuo
a AVAREF. é um processo que permite que as avaliações de conformidade
2. Para que ANARME, IP, use a abordagem de confiança para realizadas num país sejam reconhecidas noutro.
ensaios clínicos, precisa de evidências de aprovação do produto Autoridade Reguladora de Referência, entidade reguladora
experimental pela ARMr. nacional ou regional ou uma instituição, cujas decisões e/ou
produtos de trabalho regulamentares são confiáveis por outra
12. Farmacovigilância autoridade reguladora para a tomada de suas próprias decisões.
1. Para garantir que os problemas de segurança sejam Confiança, acto pelo qual a autoridade reguladora de uma
prontamente identificados e as intervenções necessárias jurisdição leva em consideração às avaliações realizadas por outra
implementadas, a ANARME, IP, considera as decisões, autoridade reguladora ou instituição confiável, ou a qualquer outra
recomendações ou informações relacionadas à vigilância de informação autorizada, como um dos critérios para tomar sua
outros países, órgãos regionais ou internacionais, como a OMS, própria decisão. A ARM permanece independente e responsável
para apoiar na tomada de decisão sobre a segurança e eficácia pelas decisões tomadas, mesmo quando se baseia nas decisões,
do produto farmacêutico em circulação no mercado nacional. avaliações e informações de terceiros.
2. Para a tomada de decisão acima referida a ANARME, IP, Reconhecimento, aceitação da decisão regulamentar de outro
considera as seguintes fontes de informação: regulador ou instituição confiável. O reconhecimento é baseado
a) boletins e base de dados de Farmacovigilância Global em evidências de que os requisitos regulamentares da autoridade
da OMS; reguladora de referência são suficientes para atender aos requisitos
b) países considerados como de referência pela OMS regulamentares da outra autoridade. O mesmo pode ser unilateral
e Moçambique; e ou mútuo, podendo, neste último caso, ser objecto de um acordo
c) quaisquer outros países ou órgãos com sistema de reconhecimento mútuo.
de farmacovigilância funcional e confiável. Reconhecimento unilateral, quando um país escolhe
confiar ou reconhecer formalmente uma avaliação de outro país
13. Controlo da Qualidade unilateralmente e sem reciprocidade.
1. Para a tomada de decisão, Moçambique reconhece e usa Reconhecimento mútuo, quando existem acordos e/ou
a informação e os relatórios relacionados com a avaliações tratados mútuos vinculativos negociados ao nível dos governos.
laboratoriais realizadas por outras Autoridades Reguladoras de Sistema regulamentar regional, um sistema composto
Medicamentos que tenham a acreditação na norma ISO 17025 por autoridades reguladoras individuais, ou um órgão regional
ou a pré – qualificação da OMS e das Organizações Regionais composto por autoridades reguladoras individuais, operando sob
e Internacionais, nas quais, Moçambique é membro. uma estrutura regulamentar comum, mas não necessariamente
2. Ao avaliar a qualidade dos medicamentos, a ANARME, IP, sob um quadro jurídico comum.
considera o seguinte: Partilha de trabalho, é processo pelo qual as ARMs de duas
a) o método analítico, a especificação do ensaio ou mais jurisdições compartilham actividades para cumprir uma
e o certificado de análise emitido por um Laboratório tarefa regulamentar específica.
de Controlo da Qualidade acreditado; Produtos médicos ou farmacêuticos, produtos elaborados,
b) utilizar e/ou subcontratar serviços a qualquer laboratório com finalidade profilática, curativa, paliativa ou para fins de
acreditado pela norma ISO 17025 ou pré-qualificado diagnóstico.
pela OMS, quando necessário. Mecanismos regionais de reconhecimento, em algumas
regiões, os produtos farmacêuticos podem ser avaliados
ANEXO I centralmente em uma região. Em alguns mecanismos regionais
Glossário de dependência, a decisão regional é vinculativa para os estados
As definições são essenciais para garantir um entendimento membros. Em outras regionais, as decisões são recomendações
comum dos conceitos e clareza na interpretação das orientações que os Estados membros levam em consideração quando tomam
sobre o princípio de reconhecimento. as decisões regulamentares nacionais.
Preço — 80,00 MT