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4 Argumentos Contra o Pastorado Feminino

Respondendo indagações que envolvem o oficialato feminino

“Os argumentos aqui expostos têm como intuito mostrar como o


pastorado feminino é uma afronta ao Deus Santo. Assim, se a Bíblia é a
nossa regra de prática, rejeitamos o ‘pastorado feminino’.”
— Clinton Ramachotte

Agradeço aos irmãos William Carvalho, Leandro Hüttl Dias e Augustus Nicodemus,
que contribuíram de forma direta ou indireta para a construção de cada um desses
argumentos. Neste artigo, estão parte da argumentação destes irmãos somados aos
meus argumentos.

Tempos difíceis são os que vivemos, onde a Bíblia tem sido colocada abaixo da
cultura e da ideologia mundana. O “pastorado feminino” é um exemplo disso, pois,
além de deturpar os textos bíblico, acrescenta pontos influenciados pela cultura anti-
Deus, alterando a ordem perfeita da criação.
Nesse pequeno livreto, pretendo trazer quatro argumentos mais do que suficientes para
derrubar esse castelo de cartas chamado ministério “pastoral feminino”.

Antes de mais nada, gostaria de destacar que não existe ministério pastoral masculino
e ministério pastoral feminino. Existe, à luz das Escrituras, ministério pastoral e suas
especificações e condições. “Mas isso não é machismo?” Não! É Bíblia. Dizer que
Jesus encarnou como um ser humano do sexo masculino seria então machismo
também? Indagar isso é como dizer que Deus teria que enviar um Redentor e uma
“redentora” para apaziguar os reclames feministas (que já contaminou muitos homens)
ou então distorcer o gênero de Jesus, como alguns têm afirmado, dizendo que ele era
um “não-binário” – isso se configura como blasfêmia!

Mulheres também têm ministérios, é claro! Mas os que são bíblicos, assim como para
os homens. Para alguns ministérios não há especificação de papéis separados, mas
outros sim, também em função do reflexo da família e o exemplo para ela, como é o
caso do ministério pastoral.

Dito isso, vamos aos argumentos:

1º ARGUMENTO:

“Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre;


não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus.”
[ Gálatas 3:28 ]

Os defensores do pastorado feminino costumam usar esse texto para embasar a ideia
de que Deus chama homens e mulheres para o ministério pastoral. Mas existe um
problema: esse texto não fala absolutamente nada sobre ministério pastoral. Nem
o verso supracitado, nem mesmo o contexto.

Paulo, o autor desse texto inspirado pelo Espírito Santo, tratava com os Gálatas acerca
do assunto “salvação”. Veja o contexto:

“Porque todos sois filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus.”


[ Gálatas 3:26 ]

O apóstolo escreveu esse texto a fim de mostrar a abrangência da graça de Deus.


Conforme vemos em tantas partes da Escritura, ela alcança pessoas de todas as tribos,
línguas, raças e nações. Sua intenção, portanto, foi a de expor essa verdade gloriosa
acerca da salvação.

Com isso, concluímos que em nenhum momento temos a citação de algo relacionado
ao ministério pastoral ou de qualquer tipo de igualitarismo. Usar esse texto para
defender o ministério pastoral feminino é fazer algo que já faziam na época do
apóstolo Pedro:
“Falando disto, como em todas as suas epístolas, entre as quais há pontos
difíceis de entender, que os indoutos e inconstantes torcem, e igualmente as
outras Escrituras, para sua própria perdição.”
[ 2 Pedro 3:16 ]

Precisamos lembrar que um dos maiores exemplos de distorções bíblicas vem do


próprio diabo, quando estava no deserto tentando Jesus – ele cita partes da Escritura,
mas ignorando o contexto e torcendo a Verdade de Deus. Seus filhos não agem
diferente dele. Pelo contrário, usam os mesmos argumentos e as mesmas artimanhas,
interpretando os textos bíblicos de forma distorcida.

2º ARGUMENTO:

Paulo ensina a Timóteo que para uma pessoa ser pastor de uma igreja, é necessário
preencher alguns requisitos. Dentre eles, temos:

PRIMEIRO REQUISITO:

“Que governe bem a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com toda a
modéstia. Porque, se alguém não sabe governar a sua própria casa,
terá cuidado da igreja de Deus?”
[ 1 Timóteo 3:4-5 ]

Uma “pastora” NÃO pode cumprir esse requisito, uma vez que o chamado para
governar o lar foi dado ao HOMEM e não a mulher – basta olhar o aspecto criacional
de Deus em Gênesis.
Paulo garante esse pensamento no texto abaixo:

“Mas quero que saibais que Cristo é a cabeça de todo o homem,


e o homem a cabeça da mulher; e Deus a cabeça de Cristo.”
[ 1 Coríntios 11.3 ]
SEGUNDO REQUISITO:

“É necessário, pois, que o bispo seja irrepreensível, MARIDO DE UMA MULHER,


vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar”
[ 1 Timóteo 3.2 ]

Não existe “pastorA”, a menos que se prove que Deus apoia que a mulher seja
“marido” de outra mulher. Nenhum papel de autoridade sobre os homens, seja na
igreja ou no matrimônio, é permitido às mulheres na Bíblia. Esse papel foi designado
aos homens – o esposo e também o pastor. A Bíblia não menciona “bispas”,
“pastoras” ou “presbíteras”, nem mesmo “sacerdotisas”. Isso não significa que a
mulher é inferior, como afirmam alguns filhos e filhas do diabo. Deus apenas
instituiu funções diferentes, “cada um no seu quadrado”.

3º Argumento:

“Estando ele ainda falando com eles, veio Raquel


com as ovelhas de seu pai; porque ela era pastora.”
[ Gênesis 29.9 ]

Os defensores do pastorado feminino costumam sempre apelar para esse versículo.


Quando não é o primeiro argumento, é o último, na tentativa de dar “a cartada final”
e dizer: “olha só, Raquel é a prova viva de que pastorado feminino é bíblico!”
Entretanto, sabemos que Raquel não era pastora de Israel, mas como o próprio texto
bíblico diz: “das ovelhas de seu pai”. Ou seja, ovelhas = animais.

Embora no Novo Testamento os crentes sejam chamados de ovelhas, não há ligação


alguma entre o ministério pastoral do Novo Testamento com a profissão de pastor(a)
do Antigo Testamento. Por exemplo, Davi também era pastor de ovelhas, porém só
passou a ter autoridade sobre o povo quando foi ordenado rei.

O ministério pastoral, existente na Nova Aliança, confere ao pastor a autoridade de


cuidar das ovelhas de Cristo. Entretanto, Raquel não obteve autoridade alguma. Na
verdade, não há sequer um relato bíblico onde Raquel é vista como autoridade em
meio ao povo, assim como Davi enquanto pastor de ovelhas. Reis e sacerdotes
possuíam autoridade conferida por Deus, enquanto pastorear ovelhas (no Antigo
Testamento) nada mais era do que uma profissão.

Como Raquel exercia seu pastorado, biblicamente falando: Na época da antiga


aliança, ter riquezas significava ter muitos animais e terras. Por essa razão era comum
o pastoreio de ovelhas. Era através dessa função que vinha o alimento de muitas
famílias. Embora exista a simbologia entre a ovelha (animal) e o cristão, o contexto
desse texto mostra que Raquel cuidava dos animais do seu pai, e não “da
congregação” do seu pai.

Posto isso, fica claro que aqueles que usam desse texto distorcem o que a Bíblia
ensina. São falsos profetas e falsas “profetisas”.
Esse argumento já é suficiente para mostrar que o suposto “ministério pastoral
feminino” é insustentável pela Bíblia. Não há amparo nenhum!

4º Argumento:

O último argumento é, assim como os outros, sobre uma mulher de Deus do Antigo
Testamento. Débora, mulher profetisa, juíza sobre Israel, muito citada pelos
defensores do pastorado feminino para embasar a ideia de que ela era alguém que
exercia um ofício equiparado ao ministério pastoral.

O fato da Bíblia mencionar em histórias a maneira como Deus usou algumas pessoas
em épocas específicas para propósitos específicos não faz disso uma norma para a
igreja, no contexto de Nova Aliança. Existe na Bíblia dois tipos de textos:

Narrativa: “E Davi saltava com todas as suas forças diante do Senhor; e estava Davi
cingido de um éfode de linho” [2 Samuel 6.14]

Normativa: “Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal,preferindo-


vos em honra uns aos outros.” [Romanos 12.10]
O texto narrativo conta uma história, enquanto o texto normativo confere uma ordem
dada para que o povo de Deus obedeça.

No caso de Débora, temos a narrativa sobre uma mulher que exercia uma profissão
muito importante em Israel, mas que, assim como o exemplo de Davi dançando, não
deve ser imposto sobre a Nova Aliança.

O fato de que Deus transmitiu sua mensagem através de uma mulher não faz dela um
oficial da Igreja. Estamos falando sobre uma história narrada, não sobre uma norma.
Até porque, há outros requisitos no Novo Testamento para o ministério pastoral
conforme explicado no argumento 2.
Se assim fosse, poderíamos usar o exemplo da Jumenta de Balaão como um tipo de
“pregadora”, e a partir dessa história, começarmos a ordenar jumentas ao ministério
pastoral também – é ironia, claro, mas seguindo a mesma lógica dos que defendem
Débora como “um tipo de pastora”, cabe perfeitamente.

Além disso, no caso de Débora, vemos que ela foi juíza em Israel num tempo em que
não existiam reis e nem mesmo o sacerdócio funcionava.

“Naqueles dias não havia rei em Israel;


porém cada um fazia o que parecia reto aos seus olhos.”
[ Juízes 21.25 ]

Não há nenhum relato de sacerdotisas “ordenadas” em Israel, portanto, Débora não


serve como base para defender o “ministério pastoral feminino”.

Conclusão:

1. O texto que mostra Débora como juíza e profetisa é uma história, uma narrativa.
Portanto, não deve ser aplicado (de maneira nenhuma) como base de norma na
Nova Aliança.
2. Ainda assim, vale lembrar também que Débora não exercia autoridade sobre o
povo como um rei ou um sacerdote. Em momento algum ela foi ordenada e
recebeu do Senhor a autoridade de “liderar”.

Os argumentos aqui expostos têm como intuito mostrar como o pastorado


feminino é uma afronta ao Deus Santo. Assim, se a Bíblia é a nossa regra de
prática, rejeitamos o “pastorado feminino”.

O “pastorado feminino” é um dos pecados cometidos não só por “pastoras”, mas por
todos os que são coniventes com essa atitude de rebeldia. É ir contra a ordem
estabelecida por Deus para reger sua igreja.
Cremos que o “pastorado feminino” não tem amparo bíblico algum, além de desonrar
Cristo e a igreja, faz de Deus um ser bipolar, que hora diz chamar apenas homens ao
ministério, mas que de vez em quando abre brechas para chamar também mulheres.
Não é esse o Deus das Escrituras. Ele é imutável, e em seus planos nunca estabeleceu
o “pastorado feminino”.

Que Deus nos dê ânimo, disposição, ousadia e coragem para denunciar os males da
igreja moderna, principalmente o “pastorado feminino”.

Apêndice: Perguntas acerca do tema


Pergunta: – Então mulher não pode pastorear?
Resposta: Biblicamente falando, não. Não há nenhuma ordenança onde haja sequer a
permissão para que a mulher pastoreie! Além disso, há ordenanças específicas para
quem deve pastorear. Temos as epístolas de Tito e de Timóteo, as chamadas “cartas
pastorais”, onde há riqueza em detalhes disso. Nessas cartas encontramos
recomendações direcionadas aos homens e também as mulheres dentro da igreja, com
papéis e funções específicas – e nenhuma delas confere a mulher a permissão para que
seja pastora.
Pergunta: – E se for uma viúva com filhos? Não seria ela a governar a
casa?
Resposta: Nesse caso, ela suprirá a falta do marido não por opção, mas por
necessidade. O ponto é que dentro da instituição “família”, Deus designou funções
específicas para o homem e para a mulher. É certo que muitas mulheres são ótimas em
governar seus lares nesses casos, e que fazem até melhor do que muitos homens que
não sabem exercer seu papel, entretanto, essa não é a regra, mas a exceção, e bem
sabemos que a Bíblia é a regra de fé e de prática do cristão. Devemos ser guiados pela
regra, não pela exceção. Não existe mulher que seja “pai e mãe”, existem mães, por
exemplo, que por irresponsabilidade do pai acabam fazendo além do papel que Deus
lhes deu. Isso não deve ser tomado como regra, assim como disse anteriormente.

Pergunta: – Podemos assumir cargos de liderança de jovens, por


exemplo?
Resposta: Sem problema algum, desde que os tais jovens sejam de fato jovens,
solteiros. A função da mulher na igreja, segundo a Bíblia, é instruir as mulheres mais
novas (ou imaturas, neófitas), podendo se estender até crianças (veja Tito 2.4-6). Esse
texto está dentro do contexto em que Paulo instrui Tito acerca do ministério pastoral e,
de forma delongada, escreve de forma normativa qual o papel das mulheres maduras
dentro da congregação. Não só é possível, como é ordenado que as mulheres
contribuam com seus dons na congregação dos santos, entretanto, devem sempre ser
guiadas pela regra de fé, a Escritura. Ainda assim, é perigoso permitir que mulheres
atuem na área do ensino, chamado comumente no meio teológico de “Ministério da
Palavra” – qualquer abertura pode se tornar uma brecha para que a distorção bíblica
sobre o papel da mulher tome conta. Todo erro começa pequeno e, aos poucos, ganha
força e cresce. Parafraseando Charles Spurgeon: pequenas distorções são como
pequenos ladrões, abrem as portas para os maiores.

Pastorado feminino não é bíblico!!!!!!!

A Deus toda honra e toda glória.


Por Clinton Ramachotte, reeditado em 2023.

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