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RIO DE JANEIRO/RJ
2023
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Dedicatória
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AGRADECIMENTO
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RESUMO
4
Sumário
Frida........................................................................................................ pag 21
Adúltera?................................................................................................ pag 23
5
INTRODUÇÃO
O pastorado feminino é uma questão que tem gerado muita discussão e divergência
entre as igrejas evangélicas.
Outros, porém, rejeitam o pastorado feminino, alegando que ele viola a ordem
criacional de Deus e a autoridade masculina na igreja, e se apoiando em textos que
parecem limitar o papel da mulher na liderança eclesiástica.
Neste artigo, vamos abordar uma argumentação sobre o pastorado feminino e seus
desafios, buscando compreender os argumentos de ambos os lados e analisar a questão
à luz da Bíblia Sagrada.
Desta forma, esta pesquisa tem como objetivo apresentar o dilema do pastorado
feminino e suas contribuições para o crescimento da igreja. Um tema relevante nas
comunidades evangélicas, bem como nas grandes academias.
Quanto a estrutura do artigo acadêmicos, está divido em três partes. A primeira parte
define o pastorado feminino em toda a bíblia e suas extensões.
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Na segunda parte definiremos o pastorado feminino no velho e novo testamento, bem
como suas implicações.
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PARTE 1 - Pastora na Bíblia
A presente seção tem como foco principal abordar o tema do pastorado feminino em
toda a bíblia, tanto no Antigo, como no Novo Testamento. Veremos a evolução deste
papel ao longo do tempo e como foi sua evolução histórica.
Pastora na Bíblia é o termo que se refere à mulher que exerce o ministério de cuidar,
ensinar, orientar e liderar o povo de Deus, seguindo o exemplo de Deus como o Pastor
supremo e de Jesus como o Bom Pastor.
Pastora na Bíblia não é um título oficial ou uma função hierárquica, mas um dom
espiritual e uma vocação divina. Pastora na Bíblia é uma mulher que recebe de Deus a
capacidade e a autoridade para servir ao seu reino, assim como os homens.
Pastora na Bíblia é uma mulher que demonstra fé, sabedoria, coragem, humildade e
amor pelas ovelhas de Deus. Pastora na Bíblia é uma mulher que é usada por Deus de
forma extraordinária em diferentes áreas de atuação, como profetisa, juíza, líder
musical, mãe de nações, intercessora, salvadora e conselheira.
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Nesta dissertação, vamos apresentar alguns argumentos em favor do pastorado
feminino no Antigo Testamento, procurando mostrar que Deus valoriza e usa as
mulheres para o seu propósito, assim como os homens.
Esse texto nos mostra que tanto o homem quanto a mulher foram criados por Deus
com dignidade, valor e capacidade para representá-lo na terra e exercer domínio sobre
a criação. Não há nenhuma indicação de que a mulher fosse inferior ou subordinada
ao homem antes da queda. Pelo contrário, ela era sua auxiliadora idônea, ou seja, sua
companheira adequada e correspondente (Gênesis 2:18).
Portanto, podemos concluir que Deus não fez distinção entre o homem e a mulher
quanto à sua natureza e vocação original.
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Esse texto nos mostra que o pecado introduziu um conflito entre o homem e a mulher,
onde ela passou a desejar controlar o seu marido, e ele passou a dominá-la com
autoritarismo. No entanto, Deus não deixou o homem e a mulher sem esperança.
Ele prometeu que da descendência da mulher viria aquele que esmagaria a cabeça da
serpente, ou seja, o Messias que venceria o pecado e a morte (Gênesis 3:15). Essa
promessa se cumpriu em Jesus Cristo, que nasceu de uma mulher (Gálatas 4:4) e que
morreu na cruz para resgatar homens e mulheres da maldição da lei (Gálatas 3:13).
Em Cristo, homens e mulheres são reconciliados com Deus e uns com os outros, pois
são todos filhos de Deus pela fé (Gálatas 3:26-28). Portanto, podemos concluir que
Deus não fez distinção entre o homem e a mulher quanto à sua necessidade e acesso à
salvação.
Sara foi a esposa de Abraão e a mãe de Isaque. Ela foi considerada uma mulher de fé,
pois creu na promessa de Deus de lhe dar um filho na sua velhice (Hebreus 11:11). Ela
também foi chamada de mãe de todas as nações, pois dela descenderam os patriarcas
e o povo de Israel (Gênesis 17:15-16).
Miriã foi a irmã mais velha de Moisés e Arão. Ela foi uma profetisa e uma líder musical
em Israel. Ela salvou a vida de Moisés quando ele era um bebê, colocando-o em um
cesto no rio Nilo (Êxodo 2:1-10). Ela também liderou as mulheres de Israel no cântico
de louvor pela vitória sobre os egípcios no Mar Vermelho (Êxodo 15:20-21).
Débora foi uma juíza e uma profetisa em Israel. Ela julgava o povo debaixo de uma
palmeira entre Ramá e Betel (Juízes 4:4-5). Ela também convocou Baraque para liderar
o exército de Israel contra os cananeus, e profetizou que a vitória seria dada nas mãos
de uma mulher (Juízes 4:6-9). Essa mulher foi Jael, que matou Sísera, o comandante
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do exército inimigo, com uma estaca (Juízes 4:17-22). Débora e Baraque cantaram um
cântico de triunfo pelo livramento de Deus (Juízes 5).
Rute foi uma moabita que se converteu ao Deus de Israel. Ela acompanhou sua sogra
Noemi, que era israelita, depois que seu marido e seus filhos morreram. Ela
demonstrou lealdade, bondade e humildade ao cuidar de Noemi e ao trabalhar nos
campos de Boaz, um parente remidor. Ela se casou com Boaz e gerou Obede, o avô do
rei Davi (Rute 1-4).
Ana foi uma mulher piedosa e fervorosa que orou incessantemente por um filho. Deus
atendeu ao seu pedido e lhe concedeu Samuel, um dos maiores profetas de Israel. Ana
dedicou seu filho ao Senhor desde o seu nascimento, e louvou a Deus com um cântico
profético que anunciava a vinda do Messias (1 Samuel 1-2).
Abigail foi uma mulher sábia e prudente que impediu que Davi cometesse um grande
pecado contra Nabal, seu marido insensato. Ela usou palavras cheias de graça e
discernimento para apaziguar a ira de Davi e para lembrá-lo do seu chamado divino (1
Samuel 25). Ela também foi reconhecida por Davi como uma mulher abençoada por
Deus (1 Samuel 25:32-33).
Ester foi uma mulher corajosa e fiel que arriscou a sua vida para salvar o seu povo do
extermínio planejado por Hamã. Ela jejuou e orou por três dias, e depois se apresentou
diante do rei Assuero, que lhe concedeu o favor de ouvir o seu pedido. Ela usou de
estratégia e sabedoria para expor a trama de Hamã e para interceder pelos judeus (Ester
4-7). Ela foi usada por Deus para preservar a linhagem messiânica e para cumprir as
promessas feitas a Abraão.
Esses são apenas alguns exemplos de mulheres que foram usadas por Deus no Antigo
Testamento de forma extraordinária. Elas demonstram que Deus não faz acepção de
pessoas, mas que Ele escolhe quem Ele quer para o seu serviço, independentemente
do gênero, da raça, da classe social, da idade, ou de qualquer outra condição humana.
Elas também mostram que Deus capacita quem Ele chama, concedendo-lhes dons
espirituais e habilidades naturais para cumprirem a sua vontade. Portanto, podemos
concluir que o pastorado feminino no Antigo Testamento é uma realidade bíblica, e
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que as mulheres podem exercer o ministério pastoral com autoridade, unção e graça,
para a glória de Deus e para a edificação da sua igreja.
Outros, porém, negam que as mulheres possam ser pastoras, apoiando-se em textos
que parecem proibir ou restringir o papel da mulher na liderança da igreja. Nesta
dissertação, vamos apresentar alguns argumentos em favor do pastorado feminino no
Novo Testamento, buscando mostrar que Deus não faz acepção de pessoas e que Ele
capacita quem Ele quer para o seu serviço.
Entre os discípulos, estavam também algumas mulheres, como Maria, a mãe de Jesus,
e outras que o haviam seguido desde a Galileia (Atos 1:14). O apóstolo Pedro explicou
que aquele fenômeno era o cumprimento da profecia de Joel, que dizia:
“E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, que do meu Espírito derramarei sobre
toda a carne; e os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, os vossos jovens
terão visões, e os vossos velhos sonharão sonhos; e também do meu Espírito
derramarei sobre os meus servos e as minhas servas naqueles dias, e profetizarão”
(Atos 2:17-18).
Esse texto nos mostra que Deus concedeu o seu Espírito Santo a todos os que creram
em Jesus, sem distinção de gênero, idade ou classe social. O Espírito Santo é o agente
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da regeneração, da santificação e da capacitação para o serviço cristão. Ele distribui
dons espirituais a cada um como quer, para a edificação do corpo de Cristo (1 Coríntios
12:4-11). Entre esses dons, estão o dom da profecia, do ensino, da liderança, da
administração, da exortação, etc. Portanto, podemos concluir que Deus não fez
distinção entre homens e mulheres quanto à sua habilitação e vocação espiritual.
Ele conversou com uma mulher samaritana junto ao poço de Jacó, revelando-lhe a sua
identidade messiânica e oferecendo-lhe a água viva (João 4:1-26). Ele perdoou uma
mulher pecadora que lavou os seus pés com lágrimas e ungiu-os com perfume (Lucas
7:36-50). Ele curou uma mulher encurvada que sofria há dezoito anos (Lucas 13:10-
17). Ele ressuscitou a filha de Jairo (Lucas 8:40-56) e o filho da viúva de Naim (Lucas
7:11-17). Ele elogiou a fé da mulher siro-fenícia que implorou pela cura da sua filha
(Mateus 15:21-28). Ele defendeu a mulher que derramou um frasco de alabastro sobre
a sua cabeça (Mateus 26:6-13). Ele apareceu primeiro a Maria Madalena depois de
ressuscitar (João 20:11-18).
Jesus também ensinou as mulheres, assim como os homens. Ele ensinou a Marta e a
Maria, as irmãs de Lázaro, sobre a ressurreição e a vida (João 11:17-27). Ele ensinou
a Maria, enquanto ela se assentava aos seus pés, sobre a boa parte que não lhe seria
tirada (Lucas 10:38-42). Ele ensinou às mulheres que o acompanhavam no caminho
do Calvário sobre o juízo que viria sobre Jerusalém (Lucas 23:27-31). Ele ensinou às
mulheres que foram ao seu sepulcro sobre a sua ressurreição e a sua ascensão (Mateus
28:1-10; Marcos 16:1-8; Lucas 24:1-12; João 20:1-10).
Esse texto nos mostra que Jesus valorizou e ensinou as mulheres, reconhecendo-as
como suas discípulas e amigas. Ele não as tratou como inferiores ou submissas aos
homens, mas como iguais e co-participantes do seu reino. Portanto, podemos concluir
que Jesus não fez distinção entre homens e mulheres quanto à sua dignidade e
instrução.
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Um terceiro argumento em favor do pastorado feminino no Novo Testamento é o fato
de que os apóstolos reconheceram e elogiaram as mulheres que serviam ao Senhor,
assim como os homens.
Febe: diaconisa da igreja em Cencréia, foi elogiada por Paulo como uma serva fiel e
uma benfeitora de muitos (Romanos 16:1-2). Ela também foi a portadora da carta aos
Romanos.
Maria: mãe de João Marcos, foi uma hospedeira da igreja em Jerusalém. Ela abriu a
sua casa para os discípulos se reunirem para orar (Atos 12:12).
Dorcas: discípula cheia de boas obras e esmolas que fazia. Ela morreu e foi
ressuscitada pelo apóstolo Pedro, para grande alegria dos santos e das viúvas (Atos
9:36-42).
Lóide e Eunice: avó e mãe de Timóteo, respectivamente. Elas foram elogiadas por
Paulo pela sua fé sincera e pelo seu ensino das Sagradas Escrituras desde a infância de
Timóteo (2 Timóteo 1:5; 3:14-15).
Junia: parenta de Paulo e prisioneira com ele, foi elogiada por Paulo como uma notável
entre os apóstolos (Romanos 16:7). Alguns estudiosos entendem que Junia era uma
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mulher, e que ela era reconhecida como uma apóstola, ou seja, uma enviada de Cristo
com autoridade e testemunho.
Esses são apenas alguns exemplos de mulheres que foram reconhecidas e elogiadas
pelos apóstolos por servirem ao Senhor em diferentes áreas de atuação. Elas
demonstram que os apóstolos não fizeram acepção de pessoas, mas que eles
valorizaram e honraram as mulheres que serviam ao Senhor com fidelidade e
dedicação. Elas também mostram que os apóstolos concederam às mulheres espaço e
oportunidade.
Além das menções em Atos, Priscila e Áquila são mencionados em várias epístolas
paulinas, como em Romanos 16:3-5, 1 Coríntios 16:19 e 2 Timóteo 4:19. Essas
referências sugerem que Priscila desempenhou um papel vital na comunidade cristã
primitiva, não apenas como uma colaboradora de Paulo, mas também como alguém
envolvido no ensino e na orientação dos outros.
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No entanto, enquanto as evidências apontam para o envolvimento ativo de Priscila na
liderança e no ensino na igreja primitiva, a terminologia exata e a extensão de seu papel
podem ser interpretadas de maneiras diferentes. O termo "pastora" em si pode não ser
diretamente aplicável, uma vez que a terminologia específica para cargos eclesiásticos
modernos não era a mesma na época.
O termo grego utilizado para descrever Febe é "diákonos", que pode ser traduzido
como "serva" ou "diácona". A interpretação exata deste termo é uma questão de debate.
Algumas interpretações sugerem que Febe era uma diácona, o que poderia implicar
um papel oficial de liderança. Outras interpretações sugerem que ela era uma serva
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ativa e respeitada na comunidade, mas não necessariamente ocupava uma posição
formal de pastorado.
Além de Febe, há outras figuras históricas que são associadas a papéis de liderança e
ensino nas primeiras comunidades cristãs. Por exemplo, algumas tradições cristãs
apontam para Tecla, que é mencionada em algumas narrativas apócrifas e hagiografias
como uma seguidora de Paulo, conhecida por suas atividades missionárias e coragem
em enfrentar perseguições.
Não há consenso entre os estudiosos da Bíblia sobre a autoria das Cartas aos Hebreus.
Embora a autoria tradicionalmente atribuída a Paulo, existe um debate contínuo sobre
a identidade do autor real. Priscila, juntamente com seu marido Áquila, é uma das
figuras que ocasionalmente é proposta como possível autora das Cartas aos Hebreus,
embora isso seja uma teoria minoritária e controversa.
Priscila, também conhecida como Prisca, era uma figura mencionada nas Escrituras do
Novo Testamento. Ela e seu marido Áquila eram colaboradores próximos do apóstolo
Paulo. Eles são mencionados em várias passagens bíblicas, incluindo Atos dos
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Apóstolos e as Epístolas de Paulo. A primeira menção a eles é em Atos 18, onde Paulo
os conheceu em Corinto e trabalhou junto com eles como tendo a mesma profissão de
fabricantes de tendas. Priscila e Áquila desempenharam um papel importante na
disseminação do cristianismo, hospedando igrejas em suas casas e instruindo outros
na fé.
A teoria que sugere Priscila como a autora das Cartas aos Hebreus baseia-se
principalmente na competência teológica e literária demonstrada nas cartas, além da
sua relação próxima com Paulo. Argumenta-se que, embora Paulo fosse o autor
tradicionalmente aceito, o estilo literário e teológico das Cartas aos Hebreus difere
significativamente das outras epístolas paulinas. Alguns estudiosos acreditam que
Priscila, por sua proximidade a Paulo e por seu próprio conhecimento e compreensão
da fé cristã, poderia ter sido a autora por trás dessa carta.
Em resumo, embora a teoria que sugere Priscila como autora das Cartas aos Hebreus
seja intrigante, ela é uma perspectiva minoritária e não definitivamente comprovada.
A autoria das Cartas aos Hebreus continua sendo objeto de debate e pesquisa entre
estudiosos da Bíblia.
A teoria que defende Priscila como autora da Carta aos Hebreus é uma perspectiva
minoritária e controversa dentro dos estudos bíblicos. No entanto, existem alguns
teólogos e estudiosos que apoiam essa ideia, embora não haja um consenso geral. Aqui
estão alguns teólogos e acadêmicos que exploraram essa possibilidade:
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H. A. Ironside: Henry Allen Ironside, um pregador e autor cristão do século XX,
expressou apoio à ideia de que Priscila poderia ter sido a autora da Carta aos Hebreus.
Ele destacou a habilidade teológica e literária de Priscila, bem como sua estreita
associação com Paulo, como razões para considerar essa possibilidade.
Adolf von Harnack: Um renomado historiador e teólogo do início do século XX, von
Harnack explorou a autoria das Cartas aos Hebreus em seu livro "The Acts of the
Apostles". Ele menciona a possibilidade de Priscila ser a autora, considerando-a uma
teóloga culta e próxima de Paulo.
Linda Belleville: Mais recentemente, Linda Belleville é uma acadêmica que explorou
a possibilidade de Priscila como autora da Carta aos Hebreus em seu livro "Reflections
from a Woman's Perspective: A New Look at Priscilla and Aquila". Belleville
considera as evidências internas e externas das Escrituras e argumenta que Priscila
poderia ter tido um papel significativo na composição da carta.
É importante observar que esses teólogos e estudiosos representam uma minoria dentro
da comunidade acadêmica e que a teoria da autoria de Priscila ainda é altamente
debatida. A falta de evidências concretas e diretas relacionadas à autoria da Carta aos
Hebreus torna difícil chegar a uma conclusão definitiva. A maioria dos estudiosos
ainda considera a autoria da carta como anônima ou atribuída a outro autor, como
Paulo ou algum desconhecido. A discussão sobre a autoria da Carta aos Hebreus
permanece como um tópico de interesse e pesquisa contínuos na academia.
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A presença e o papel das pastoras na igreja primitiva têm sido objeto de debates e
discussões entre estudiosos, teólogos e historiadores, uma vez que as informações
disponíveis são fragmentadas e sujeitas a diferentes interpretações.
Contexto Histórico:
Evidências Bíblicas:
Há várias referências nas Epístolas do Novo Testamento que mencionam mulheres que
desempenharam papéis ativos na igreja primitiva. Um exemplo notável é Priscila,
mencionada em Atos 18 e em algumas epístolas paulinas. Priscila e seu marido Áquila
eram instrutores de Apolo e desempenhavam um papel importante no ensino e no
ministério. Além disso, em Romanos 16:1-2, Paulo se refere a Febe como uma diácona
(ou "serva") da igreja em Cencréia, indicando seu papel de liderança.
Desafios Interpretativos:
Apesar das incertezas, é claro que as mulheres tiveram um papel ativo na igreja
primitiva. Evidências sugerem que elas participaram de atividades como ensino,
discipulado, evangelização e apoio às comunidades. Muitas vezes, esse papel pode ter
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sido mais proeminente nas esferas de liderança informal, como o ministério de ensino
e aconselhamento.
Desenvolvimentos Posteriores:
PARTE 3 – Frida
Com o fim das duas grandes guerras mundiais as mulheres ganham protagonismo em
todo, isso tudo atrelado ao crescimento do movimento feministas nas Américas. E um
nome bem conhecido no meio pentecostal é o da missionária sueca Frida Maria
Vingren.
Segundo o pesquisador pentecostal Gedeon Freire de Alencar, Frida viveu apenas treze
anos no brasil, sete anos em Belém e seis no Rio de Janeiro. Nesse período ela
contribuiu positivamente para a tonificação da teologia das Assembleia de Deus.
Durante muitos anos foi a principal redatora dos Jornais Boa Semente e Som Alegre,
que se unificaram em 1930 e dessa junção surge o Mensageiro da Paz.
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Devido a doença do marido o Missionário Gunnar Vingren, Frida assume funções
eclesiásticas na igreja e bem como no ministério superior da AD, conduta que não é
vista com bons olhos até os dias atuais. Ela não se intimidou e impôs de forma brilhante
as suas ponderações acerca de temas de cunho doutrinário. Devido a este fato muitos
pastores se opuseram a missionária sueca, não reconhecendo sua autoridade. Essas
dificuldades não intimidavam Frida, que continuava a dirigir cultos, liderar obreiros e
intervir em setores da igreja exclusivamente masculinos. Há registros que em 1914 nas
ADs dos EUA, mulheres eram ordenadas a pastoras. Já no Brasil oficialmente pastoras
não eram reconhecidas e a primeira mulher consagradas para um cargo eclesiásticos,
só ocorre em 1925 no Rio de Janeiro, ironicamente pelas mãos de Frida. Segundo a
autora da obra: O silencio que deve ser ouvido, ela incomodou tanto, que precisava ser
silenciada.
Assim como o livro dos Salmos no Tanach, traz consigo a ideia de oralidade e
ancestralidade que devem ser preservadas pelos judeus através de canções e louvores,
ocorre de igual modo com a Harpa Cristã. A HC é responsável pela preservação das
santas tradições, das doutrinas confessionais e de uma herança pentecostal. Frida tem
papel fundamental na consolidação das poesias do hinário pentecostal. Segundo o
Pastor e Teólogo Isael Araújo, autor da biografia que leva o mesmo nome da
missionária, Frida compôs 24 hinos que até hoje compõem a trilha sonora das ADs em
todo o Brasil. Para efeito de comparação Paulo Leivas Macalão escreveu 244 hinos
dos 524. Nesse pequeno corte histórico percebemos o grande machismo que havia
naquela época.
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1. A tomada da igreja das mãos dos Suecos
2. O fim das atividades pastorais por mulheres na igreja
3. A excomunhão de Manoel Higino de Souza, primeiro pastor pentecostal a aderir
ao pensamento reformado.
Nessa data Samuel Nystrom revoga todos os poderes que Frida tinha diante da igreja.
Nesse mesmo período Frida escreve sua obra mais notável: Deus Mobilizando suas
Tropas. A missionária não se deu por vencida e não recebeu de bom tom seu
afastamento das funções clericais.
1 – Apelo a autoridade.
2 – Defesa teológica.
3 – Argumento Pentecostal.
Conclusão
Sem sombra de dúvidas Frida deixou uma grande herança e um legado pentecostal,
uma mulher de fibra a frente de seu tempo. Suas poesias ecoam até hoje dentro das
igrejas pentecostais como memória viva, de alguém devotou sua vida a Deus. Se
atualmente a Assembleia de Deus figura entre uma das maiores denominações
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evangélicas do mundo, ela deve isso a garra e fervor de Frida. A história de Frida é
revisitada após uma reportagem da BBC News em 2018, tendo como fonte primária o
livro do pastor Isael Araújo, nesta editorial a memória de Frida é resgatada e
empoderada. Em Isaias cap. 66 ver. 10 a 14, Deus é revelado como mãe e com seus
seios nutre seus filhos.
O pastorado feminino ainda é um tabu hoje, mas nomes como: Pastora Edmeia
Willians e Pastora Sandra Alves rompem este tabu e são extremamente respeitados no
meio evangélico. Inclusive partilhando púlpitos com nomes renomados, como
Hernande Dias Lopes, Augusto Nicodemus e Jonas Madureira. Mulheres cada vez
mais vem ganhando espaço no meio cristão e sendo referência de cristandade para uma
geração que não conheceu a grande heroína pentecostal.
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Referência Bibliográficas
- Moraes, Isael Araújo de, 1963 Frida Vingren: uma biografia da mulher de Deus,
esposa de Gunnar Vingren, pioneiro das Assembleias de Deus no Brasil / Isael de
Araújo. – Rio de Janeiro: CPAD, 2014. 183p. : il. ; 23cm. ISBN: 9788526313538
- Harpa Cristã
ISBN: 978-65-596-815-49
Ano: 2012
Editora: Cpad
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