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fazendas que construíram e deixaram como herança para seus filhos. Serão
lembrados pelos filhos que eles deixaram de herança para Deus usar neste
mundo.”
PREFÁCIO
Estar apto é estar capacitado para exercer uma determinada função, é um
adjetivo que qualifica algo ou alguém à alguma capacidade natural ou mesmo
adquirida, ou seja, alguém apto é um sujeito habilitado e capaz de realizar
determinada tarefa. Apto também pode ser entendido como algo próprio,
adequado e conveniente. Essa palavra advém de aptidão, que é a habilidade e
capacidade de um indivíduo realizar determinado ofício ou missão, sendo que
é possível demonstrar isso através de exemplos práticos.
Espero que você seja impactado com mais este livro da série: Discipulado
Ativo - A Arte da Paternidade Espiritual. Receba mais este ensinamento, em
Nome de Jesus.
Douglas W. de Andrade
SUMÁRIO
Introdução
10 - Aptos e credenciados
INTRODUÇÃO
Ao longo dos anos, o Senhor tem me dado experiência, me tornando apto
para trabalhar com grupos familiares e células. Por meio de visitas espirituais
na área de libertação, percebi que há grandes perigos nos relacionamentos de
discipulado e acompanhamento. Notei também que grande parte das pessoas
que chegam todos os dias às nossas igrejas e que se integram em nossas
células realmente querem a Deus, buscam por uma mudança de vida. Com o
objetivo de obter isso, elas até se entregam a Cristo, numa tentativa de
conseguir o almejado, mas percebi certos riscos que precisam ser evitados.
Para se obter uma relação sadia no discipulado, no exercício do legado
atribuído a nós através da execução da arte da paternidade espiritual, “o amor
e cuidado”, você precisa estar atento a certos desvios que poderão ocorrer no
seu relacionamento com o seu discípulo ativo. Diante disso, distingui aqui
algumas advertências, limites e princípios para que o relacionamento entre o
discipulador e o seu discípulo ativo dê certo.
Precisamos estar aptos para exercer essa responsabilidade que nos foi
proposta pelo Espírito Santo, para exercer a arte da paternidade espiritual,
que é amar e cuidar bem daqueles que o Senhor direcionar a nós! Fomos
alcançados com um propósito, observe o que a Palavra nos diz:
Hernandes Dias Lopes diz que o instrumento mais útil que Satanás tem na
terra é um ministro sem caráter. Ele também diz que um obreiro sem caráter é
como um médico que intenta fazer um procedimento cirúrgico em um doente
sem higienizar corretamente suas mãos, e o resultado disso é evidente: ele
causa mais mal do que bem ao doente. O apóstolo Paulo também partilha de
um parecer semelhante com relação aos ministros de Deus. Em suas palavras
aos coríntios, ele diz: “Pelo que, tendo este ministério, segundo a
misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos; pelo contrário, rejeitamos
as coisas que, por vergonhosas, se ocultam, não andando com astúcia, nem
adulterando a palavra de Deus; antes, nos recomendamos à consciência de
todo homem, na presença de Deus, pela manifestação da verdade.” (2
Coríntios 4:1-2).
De acordo com Paulo, o ministro não pode andar com astúcia, ou seja, não
deve ser um homem que usa de espertezas ou manobras para enganar o povo
de Deus ou tirar proveito do rebanho. O mais importante discurso de um
pregador deve ser a sua vida literal e pautada na Palavra de Deus, pois a vida
do ministro é a vida do seu ministério.
“Por esta causa, te deixei em Creta, para que pusesses em ordem as coisas
restantes, bem como, em cada cidade, constituísses presbíteros, conforme
te prescrevi: alguém que seja irrepreensível, marido de uma só mulher,
que tenha filhos crentes que não são acusados de dissolução, nem são
insubordinados. Porque é indispensável que o bispo seja irrepreensível
como despenseiro de Deus, não arrogante, não irascível, não dado ao
vinho, nem violento, nem cobiçoso de torpe ganância; antes, hospitaleiro,
amigo do bem, sóbrio, justo, piedoso, que tenha domínio de si, apegado à
palavra fiel, que é segundo a doutrina, de modo que tenha poder tanto
para exortar pelo reto ensino como para convencer os que o contradizem.
Porque
existem muitos insubordinados, palradores frívolos e
enganadores, especialmente os da circuncisão. É preciso
fazê-los calar, porque andam pervertendo casas inteiras, ensinando o que
não devem, por torpe ganância.”
(Tito 1:5-11)
O discipulador ativo precisa, assim como Paulo, ter plena convicção de que
foi Deus quem lhe pôs no ministério: “Dou graças àquele que me fortaleceu,
a Cristo Jesus nosso Senhor, porque me julgou fiel, pondo-me no seu
ministério.” (1Timóteo 1:12). Paulo está dizendo que era grato a Deus porque
Ele lhe deu a honra de ser escolhido para ser ministro. Por muitas vezes,
Paulo teve que fazer sua defesa diante das igrejas que ele mesmo plantou
quando alguns falsos irmãos queriam induzir o rebanho a descrer da sua
genuína vocação. Todavia, Paulo sabia quem o havia chamado.
O preço que teve que pagar por se tornar um servo em cadeias não era
considerado tão grande quanto à preocupação que ele tinha com o rebanho de
Cristo: “Pelo qual sou embaixador em cadeias, para que nele eu tenha
coragem para falar como devo falar.” (Efésios 6:20). As situações dolorosas
e as extremas dificuldades e necessidades que Paulo enfrentou por amor à
obra de Deus evidenciavam seu chamado:
Diversas vezes Paulo deu instrução para que seus filhos na fé, Tito e
Timóteo, tivessem cuidado e fossem criteriosos na hora de consagrar líderes
para a Igreja de Deus. Paulo ordenou a Timóteo que não impusesse as mãos
sob ninguém precipitadamente, em outras palavras, que não consagrasse
ninguém a função ministerial sem que tal pessoa tivesse obtido a aprovação e
o chamado divina para tal honra de encargo. Afinal, designar pessoas
desprovidas de vocação para a função ministerial de paternidade espiritual é
um grande prejuízo que o reino de Deus sofre, a ponto de que uma pessoa
vocacionada faz mais pelo Reino de Deus que quaisquer dezenas de pessoas
despreparadas e descredenciadas espiritualmente.
A própria essência da sua vida lhe remete a vocação, e isso com raras
exceções. Os ministros que mais provocam ou causam escândalos à Igreja de
Deus não são de fato vocacionados, pelo contrário, são pessoas sem a mínima
consciência de preparação. São pessoas que veem a igreja como um meio de
se autopromoverem moralmente, ou usam esse ministério para simplesmente
aparecer. Infelizmente afirmamos isso porque há muitos que hoje se declaram
agentes de Cristo, mas que na realidade são pessoas preguiçosas, que se
escondem por trás de um falso título e credenciação apenas para aparecerem e
se autopromoverem.
3. O modelo de Jesus
Precisamos amar o Senhor com todo o nosso ser. Não temos que dividir
esse amor: “Eu amo a Deus só de coração!” Não! Amemos a Deus com o
homem inteiro que somos. Ele nos criou completos e inteiros, e para Ele
devemos nos voltar de corpo, alma e espírito, com tudo aquilo que somos.
Não pense que é uma coisa menor ou próxima, porque é com essa
intensidade que amamos a Deus, que O colocamos em primeiro lugar em
nossas ações, que nos voltamos para o próximo. Ninguém consegue amar a
Deus de verdade se não O ama na pessoa do próximo, aquele que foi criado à
Sua imagem e semelhança. Muitas vezes, aquela pessoa devota, que reza
muito, que está sempre com o terço na mão, que não perde a missa e que vai
cumprir essas ou aquelas obrigações, não possui reverência para com o
próximo, não tem amor para com seu irmão.
Não podemos ser também aquelas pessoas que fazem de tudo pelo outro,
que fazem muitas caridades, que distribuem tudo o que têm aos pobres, que
cuidam dos mais sofridos e necessitados. Muitos têm um coração bom e
misericordioso, mas não sabem colocar Deus em primeiro lugar.
Amor: Deus nos ama, e por isso enviou o Seu Filho para nos salvar. O
amor é uma característica distintiva de Deus. Ele ama a todos da mesma
maneira, e nós também somos chamados para amar.
Muitas vezes podemos dar desculpas para a nossa falta de amor em relação
a alguém, dizendo que tal pessoa não é o nosso próximo, mas o nosso
próximo é qualquer pessoa que necessita da nossa ajuda.
“Porque, quem te faz diferente? E que tens tu que não tenhas recebido? E,
se o recebeste, por que te glorias, como se não o
houveras recebido?”
(1Coríntios 4:7)
Tudo que temos nos foi dado por Deus, não fizemos por merecê-lo. É por
isso que não temos o direito de nos vangloriarmos em coisa alguma ou de
alguém se não do Senhor. “Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor.”
(1 Coríntios 1:31)
Outra coisa que amor não faz é “maltratar”. A palavra “rudemente” provém
do verbo grego “aschemoneo”, que significa “comportar-se de maneira
indecente, agir com deformidade moral”. Por exemplo, em Romanos 1:27 o
erro da homossexualidade é chamado “aschemosune” (o produto de
“aschemoneo”). O amor então não se porta com imoralidade ou modos
impróprios, e quando tal comportamento acontece, há apenas uma razão
palpável, que viria a ser a velha criatura vindo à tona novamente.
Algo mais que o amor não faz é buscar seus próprios interesses. A frase
“seus próprios” é o adjetivo grego “eautou”. Existem poucos lugares na
Bíblia que nos instruem a não buscarmos os nossos próprios interesses.
Romanos 15:1-3 diz:
“Mas nós, que somos fortes, devemos suportar as fraquezas dos fracos, e
não agradar a nós mesmos [eautou]. Portanto cada um de nós agrade ao seu
próximo no que é bom para edificação. Porque também Cristo não agradou
a si mesmo [eautou], mas, como está escrito: Sobre mim caíram as injúrias
dos que te injuriavam.”
Jesus, por causa do amor que tinha por nós, se esvaziou e foi à cruz por
nossa culpa. Entretanto, foi algo feito em vão, que terminou em uma perda
pessoal? Não, muito pelo contrário! Por Ele ter feito isso, Deus o Exaltou! Da
mesma forma, quando amamos colocamos de lado nossos interesses
particulares, interesses em nós mesmos, e damos nossa prioridade e atenção a
Deus e aos nossos irmãos e irmãs de caminhada. Preciso deixar claro aqui
que, quando falo de “interesses particulares”, não me refiro às nossas
obrigações particulares, coisas que temos que cuidar como parte da vida,
estou falando sobre perder tempo em empreendimentos e hobbies que não
trazem glória a Deus, mas que apenas satisfazem a carne, o homem velho.
“Quem ama a sua vida perdê-la-á, e quem neste mundo odeia a sua vida,
guardá-la-á para a vida eterna. Se alguém me serve, siga-me, e onde eu
estiver, ali estará também o meu servo. E, se alguém me servir, meu Pai o
honrará.”
(João 12:25-26)
“Em verdade vos digo que ninguém há que tenha deixado casa, ou irmãos,
ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou campos, por amor de
mim e do evangelho, que não receba cem vezes tanto, já neste tempo, em
casas, e irmãos, e irmãs, e mães, e filhos, e campos, com perseguições; e
no século futuro a vida eterna.”
(Marcos 10:29-30)
O amor não se alegra com a injustiça, mas sim com a verdade (1 Coríntios
14:6).
Outra coisa que a Palavra de Deus nos fala é que o amor espera tudo.
Novamente, a expressão “todas as coisas” tem que ser tomada dentro de um
contexto geral, assim como as palavras “crer” e “esperar”, pois a referência é
focada em tudo o que a Palavra de Deus diz. O amor, portanto, espera todas
as coisas que foram definidas por Deus como realidades futuras, assim como
coisas nas quais devemos ter esperança. O mais óbvio disso é claro: a vinda
de nosso Senhor Jesus Cristo.
“Vocês ouviram o que foi dito: ‘Ame o seu próximo e odeie o seu inimigo’.
Mas eu digo: Amem os seus inimigos e orem por aqueles que os
perseguem.”
(Mateus 5:43-44)
O amor pelo Mestre não é uma emoção que arrebata a alma em momentos
de religiosidade especial. Trata-se de uma vontade deliberada de obedecer
aos Seus mandamentos a qualquer preço. É a atitude determinada de um
coração que decide cumprir a vontade de Deus em todas as ocasiões. É o
desejo e a alegria de alcançar os objetivos mais elevados do Pai, não
importando quão desafiadores sejam.
O próprio Deus veio a nós para nos servir. Ele veio para ministrar a nós
sobre o amor e o cuidado, e nos mostrar que é possível exercer a arte da
paternidade espiritual, ou seja, o ministério do amor e do cuidado divino.
Mesmo em nossa condição humana podemos fazer, pois Ele fez. Veio para
dar-se a nós, porque Ele nos amou primeiro, por isso em troca devemos estar
dispostos e aptos a nos amarmos incondicionalmente não somente a Ele, mas
também ao nosso próximo.
Num mundo baseado na lei do mais forte, onde o sucesso deve ser
buscado a qualquer preço, Jesus nos ensina que devemos primeiro amar a
Deus, e logo em seguida nos orienta, através do seu novo mandamento, a
amar-nos uns aos outros. Amar é se dedicar às pessoas, se doar mais que a
si mesmo, dar mais atenção e carinho, é demonstrar no seu dia a dia que
você se importa, e, por mais que isso pareça ser uma coisa simples, pode
chegar a ser muito complicado, pois em sua escola ou faculdade, em sua
casa e na sua família, todos verão que você é diferente daquilo que o
mundo traz por tendência.
Pode-se dizer que o legado, aquilo que Jesus nos deixou, foi todo o
evangelho e, principalmente, os livros do Novo Testamento. Através de
Cristo e de seus ensinamentos nos tornamos novas criaturas, nascidas para
uma nova vida, livres do pecado e das acusações de Satanás, pois está escrito:
“Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo
Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito. Porque a lei
do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte.”
(Romanos 8:1-2)
Diante disso, temos a garantia de que podemos nos tornar aptos para
exercermos a arte da paternidade espiritual, assumindo o legado de Deus
através de Cristo, aquele que Ele mesmo nos deixou por intermédio da sua
Palavra, nos ordenando a viver em amor e de forma espiritual, assumindo uns
aos outros e nos enxergando espiritualmente, assim como devemos enxergar
a Cristo, que é Espírito, assim como o próprio apóstolo Paulo nos orienta em
uma de suas cartas à igreja de Coríntios, dizendo:
No entanto, a morte reinou desde Adão até Moisés, até sob aqueles que não
tinham pecado à semelhança da transgressão de Adão, que é a figura daquele
que havia de vir. Entretanto, se pela ofensa de um morreram muitos, pela
graça de um muitos se salvaram. Foi pela graça de Deus através de Cristo,
pois aquilo que é pela graça, que é o favor genuíno, que veio por intermédio
de um só homem, Jesus Cristo superabundou sobre muitos. Portanto, assim
como por uma só ofensa veio o pecado sobre todos os homens para
condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos
os homens para justificação através da santificação da vida. (Romanos 5:14-
15-18).
Se andarmos na luz, como Ele está na luz, temos comunhão uns com os
outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado.
(1 João 1:7). É isso que vamos passar para aqueles que nos procurarem,
necessitados de amor e segurança, carinho e cuidados espirituais e especiais.
Com a nossa ajuda e intercessão essas pessoas encontrarão novamente o
caminho da salvação, se libertando da lei do pecado, pois está escrito:
“Porque o pecado não terá domínio sobre vós; pois não estais debaixo da lei, e
sim da graça.”
(Romanos 6:14)
O pecado nos afasta de Deus, mas em Jesus Cristo temos uma nova vida,
assim ele nos ensinou como deveríamos viver em amor, amando uns aos
outros.
Com isso novamente nos lembramos do que Jesus disse, buscando nos
transferir o seu legado:
“Ouvistes que foi dito: ‘Amarás o teu próximo, e odiarás o teu inimigo’. Eu,
porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem,
fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos
perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus; porque
faz que o seu sol se levante sobre maus e bons, e a chuva desça sobre justos
e injustos. Pois, se amardes os que vos amam, que galardão tereis? Não
fazem os publicanos também o mesmo? E, se saudardes unicamente os
vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os publicanos também assim?
Sede vós pois perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus.”
(Mateus 5:43-48)
Aqui Jesus nos dá mais uma chave para uma vida plena, se aprendemos a
amar os nossos inimigos, agora devemos aprender a perdoar.
Para poder amar aqueles que nos fazem ou nos fizeram mal, devemos
perdoar suas ofensas, assim como pedimos perdão a Deus.
“E eu farei o que vocês pedirem em meu nome, para que o Pai seja
glorificado no Filho. O que vocês pedirem em meu nome, eu farei.”
(João 14:13-14)
“Não andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e
súplicas, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus. E a paz de
Deus, que excede todo o entendimento, guardará o coração e a mente de
vocês em Cristo Jesus.”
(Filipenses 4:6-7)
“Na verdade, na verdade vos digo que tudo quanto pedirdes a meu Pai, em
meu nome, ele vo-lo há de dar.”
(João 16:23b)
“Por isso, também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é
sobre todo o nome; Para que ao nome de
Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus anjos, e na terra
homens, e debaixo da terra demônios.”
(Filipenses 2:9-10)
Seu legado é o preço do Seu sangue derramado na cruz pelo perdão dos
nossos pecados, pelos pecados daqueles que o aceitaram e continuam
aceitando como o seu único e suficiente Salvador.
Seu poder está na Sua palavra, e ela nos revela tudo, conforme está escrito:
“Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará
as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas; porque eu vou para
meu Pai. E tudo quanto pedirdes em meu nome eu o farei, para que o Pai
seja glorificado no Filho. Se pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o
farei.”
(João 14:12-14)
Jesus fala sobre o destino de quem não dá bons frutos quando declara:
“Se alguém não estiver em mim, será lançado fora como a vara, e secará; e
os colhem e lançam no fogo, e ardem.”
(João 15:6)
À vara que foi limpa pelo lavrador, que é o Pai, diz Jesus:
Jesus cita mais uma condição que fortalece aquele que realmente deseja
fazer a sua obra, conforme está escrito: “Nisto é glorificado meu Pai, que
deis muito fruto; e assim sereis meus discípulos. Como o Pai me amou,
também eu vos amei a vós; permanecei no meu amor. Se guardardes os meus
mandamentos, permanecereis no meu amor; do mesmo modo que eu tenho
guardado os mandamentos de meu Pai, e permaneço no seu amor.” (João
15:8-10)
Jesus diz que estará sempre presente onde quer que sua Palavra seja
mencionada:
Em terceiro lugar, o Senhor ordena seu povo a instruir outros sobre como
cumprir suas vocações para a vida em uma variedade de formas. Os santos
mais experientes são chamados a conduzir os discípulos mais jovens. As
mulheres mais velhas na fé podem ter um ministério eficaz de instruir as
esposas e mães mais jovens acerca de como elas podem amar seus maridos e
filhos, e desta forma serem sábias e edificarem as suas casas (Tito 2:3-5). Os
pais têm o grande dever, responsabilidade e privilégio de instruírem e de
educarem os seus filhos na disciplina e na exortação através da Palavra do
Senhor. Devem fazer isso com inteligência, não os levando à ira, mas
mostrando cordialmente o caminho pelo qual devem andar (Efésios 6:4). Em
várias épocas e fases da vida, todos nós precisamos da orientação amorosa
daqueles que trilharam o caminho antes de nós. Eles devem nos ensinar a
tomar decisões sábias e a cumprir fielmente a direção de Deus para os
ministérios de nossas vidas.
“E nisto é glorificado meu Pai, em que deis muito fruto; e assim vos
tornareis meus discípulos.”
(João 15:8)
Uma das características de um discípulo ativo é dar muitos frutos. Logo, a
missão de um discipulador não termina enquanto seu discípulo não frutifica.
Ele não pode descansar enquanto os seus discípulos não estiverem
frutificando, ou seja, demonstrando Cristo claramente através de sua vivência
diária, pois, até que isso aconteça, devemos caminhar ao seu lado, mesmo
que isso signifique sofrer dores de parto até que eles adquiram características
de Cristo, assim como o apóstolo Paulo disse: “Meus filhinhos, por quem de
novo sinto as dores de parto, até que Cristo seja formado em vós.” (Gálatas
4:19)
É claro que para isso todo discipulador ativo deve também estar
frutificando, pois este não pode se acomodar porque gerou um ou dois
discípulos, pois, se pararmos, os nossos discípulos nos verão parados e, se
não estiverem maduros o suficiente, pararão antes mesmo de terem
frutificado. Isso transformaria o seu trabalho árduo em algo completamente
inútil.
Sair com o discípulo, ensiná-lo através do exemplo, investir nele, nos seus
parentes e amigos o ajudará a ganhar seus próprios discípulos.
JESUS, O MAIOR EXEMPLO A
SER SEGUIDO
Além de Deus, que é o amor em sua plenitude, que outro nome poderia ser
achado, entre os homens viventes ou entre os que já partiram dessa vida, ao
qual poderíamos atribuir tamanha honra de ser achado digno de ser o maior
exemplo de conduta e amor, que não próprio Senhor Jesus?
Jesus foi único porque sua pessoa é única. Ele é o verdadeiro Deus que se
fez carne e veio ao mundo com o propósito de salvar os pecadores (João 1:1-
5 e João 1:11-14). Ao mesmo tempo, Jesus é o servo de Deus que renunciou
sua glória, nascendo como perfeito homem para dessa forma identificar-se
com seu povo e salvá-lo da condenação eterna (João 15:13).
Jesus tinha uma perfeita consciência de quem era. Ele sabia que era
perfeito Deus e perfeito homem. Um dos mais importantes títulos
encontrados no novo testamento para Jesus é “Filho de Deus” (Mateus 11:25-
27 \ 16:17). Repetidas vezes ele fala de Deus como seu Pai, mostrando que
tinha consciência da sua divina filiação. No seu batismo e transfiguração, o
próprio Pai testemunhou que Jesus era o seu filho (Marcos 1:1-11 \ 9:7). Por
outro lado, Ele nasceu e cresceu como um perfeito homem, sabendo que era o
segundo Adão, o descendente real de Davi, o servo sofredor prometido, o
messias e “Filho do Homem” que reinaria para sempre.
Esse é um ponto importante para os líderes atuais, pois a primeira coisa que
um líder precisa ter é uma clara consciência de si. Obviamente não existem
líderes divinos ou perfeitos, porém conhecer a si mesmo é fundamental para
um ministério eficaz. Por isso, é necessário buscar um conhecimento
profundo de Deus e da sua Palavra, pois tal conhecimento produzirá algo
vital no nosso ministério humano.
Jesus sabia perfeitamente o motivo pelo qual ele veio ao mundo. Ele fala
de si mesmo como tendo “vindo” ou sido “enviado” por Deus (Marcos 1:38 \
10:45 \ Lucas 12:49-51). Ele possuía um completo conhecimento de cada
momento e estágio do seu ministério. Essa consciência se dava ao
relacionamento eterno com o Pai quando recebeu sua missão, como aos
próprios textos proféticos que falavam em detalhes dessa missão. (Veja por
exemplo: João 16:2 \ Lucas 19:10 \ João 4:34 e 10:11 \ Lucas 9:22).
Essa metáfora não foi usada pelo Senhor Jesus, uma vez que era uma clara
alusão ao pastor ferido, conforme profetizado por Zacarias, como também
uma imagem cultural fácil de ser entendida pelos ouvintes (Zacarias13:7-9).
Entretanto, Jesus se descreve como o BOM pastor, cuja obra consistia em dar
a vida pelas ovelhas (João 10:11). O conceito de ovelhas era importante,
porque mostrava que somente um grupo de pessoas creria na mensagem de
Jesus (João 10:26-27).
04) Preparar discípulos para que fossem como ele foi, e dentre eles
selecionar um grupo para pastorear os demais. Esse grupo consistia nos doze
apóstolos, que depois seriam onze, até que Matias foi levantado para assumir
o posto deixado por Judas Iscariotes, depois que este se enforcou, tirando a
sua própria vida. O grupo dos doze apóstolos reunidos apresentou para Pedro
dois nomes: José, chamado de Barsabás e Matias. Eles eram profundos
conhecedores de Jesus desde o Seu batismo feito por João, e acompanharam
sua vida de pregação. O grupo dos apóstolos pediu em oração a Deus o
discernimento entre os dois nomes. Lançaram sorte, e a sorte caiu sobre
Matias, que passou a substituir Judas Iscariotes. A narrativa aconteceu dias
antes de Pentecostes. Este tipo de escolha, lançar a sorte, é considerado por
muitos estudiosos como um modo arcaico, e foi a última vez que o grupo dos
apóstolos a utilizou.
Durante todo o seu ministério, Jesus nunca deixou de demonstrar que era a
inerrante Palavra de Deus, e que sua linguagem, motivos, temas e mensagem
eram somente baseados na salvação. Algumas vezes a sua pregação consistia
em uma exposição bíblica em textos específicos, com afirmações revestidas
de autoridade e autorreferências que indicavam o caráter único de sua pessoa
(Lucas 4:16-21). Outras vezes, tratava de temas gerais e amplos, cujas ideias
estavam ancoradas em linguagem alusiva, repleta de metáforas figurativas,
para simplificar o entendimento para os discípulos daquela época, como
podemos ver claramente no sermão do monte (Mateus 5:1 \ 7:29), ou ainda
quem sabe, poderia ser uma exposição, resultado de uma resposta a algum
questionamento proposto pelos ouvintes e seguidores mediante às
oportunidades geradas pelas extensivas horas de exposição no
compartilhamento da Palavra (Mateus 19:3-12).
Sua prática de ensino possuía sempre autoridade e, assim como foi dito, era
repleta de metáforas, símiles, parábolas e outras figuras de linguagem usadas
para causar impacto nos ouvintes.
Seu ministério seria curto, com cerca de três anos e meio, por isso era
preciso um programa de discipulado ativo, rápido, prático, intensivo e
seletivo. Então Ele escolheu especialmente doze homens com quem
trabalharia mais de perto (Lucas 6:12-16). A seleção dos doze foi um marco
importante no ministério de Jesus, pois seu ministério adquiriria grandes
proporções e isso exigia uma organização e divisão de trabalho mais efetiva.
Além do mais, era preciso preparar uma liderança que serviria de fundamento
para a igreja do Novo Testamento, que seria composta de judeus e gentios
(Efésios 2:19-22).
No caso específico dos doze, o objetivo de Jesus foi treiná-los para exercer
um pastoreio sacrificial, um amor abnegado pela obra do Pai e uma vida de
humildade similar à do Mestre. Eles precisavam pastorear com a Palavra,
vigiar em oração, exercer misericórdia para com os fracos e oprimidos e
liderar com amor. Sua missão seria testemunhar acerca da obra de Cristo e
glorificar o seu nome, fazendo discípulos de todas as nações e “ensinando-os
a guardar todas as coisas”, ordenadas por Jesus em Nome do Pai (Mateus
28:18-20 \ Atos 1:8 \ Atos 4:12-33).
“Amaras o Senhor teu Deus de todo o seu coração e com toda a sua alma e
com todas as tuas forças, e essas Palavras que hoje te ordeno, guardarás
no teu coração, e você as infiltrarás na mente dos teus filhos e delas falará
ao se deitar e ao se levantar, sentado em tua casa ou andando pelo
caminho.”
(Deuteronômio 6:5-7)
“Não te vingarás nem guardarás ira contra os filhos do teu povo; mas
amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o SENHOR.”
(Levítico 19:18)
Ambos estão relacionados ao amor, mas por que o amor é tão importante?
Jesus disse que todos os mandamentos foram dados por duas razões: ajudar-
nos a amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos.
O ser humano vive sempre em busca de uma vida melhor, e Jesus veio ao
mundo para ensinar o homem a viver melhor e bem, mas isso só acontece
quando buscamos os seus ensinamentos por meio da obediência da infalível
Palavra de Deus.
Ao contrário, podemos aprender com o nosso Senhor que ele nunca desiste
de nós. Por mais cabeça dura que sejamos, Jesus sempre vai acreditar que
podemos mudar, seja lá qual for a natureza de hábito que não condiz com os
seus ensinamentos. Ele sempre está trabalhando não com palavras pérfidas,
mas sim com a excelência do seu poder no Espírito Santo, que fala
diretamente dentro do seu coração.
- As leis de Deus não são difíceis de serem cumpridas, pois podem ser
resumidas em dois princípios muito simples: amar a Deus e ao próximo.
DEUS NOS AMA: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o
seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas
tenha a vida eterna.” (João 3:16)
Deus nos ama tanto que nos enviou seu único Filho para nos reconciliar
com Ele e para nos mostrar o caminho de volta para casa.
A nossa casa, o nosso verdadeiro lar, é o lar eterno que fica na glória do
Senhor. Nós não pertencemos a este mundo, estamos aqui como peregrinos e,
ao terminarmos a nossa peregrinação terrestre, voltaremos para casa, e todos
prestarão contas do que fizeram neste mundo.
O amor de Deus por nós é tão grande que Ele certamente sabia que nós não
teríamos como pagar pelas coisas erradas que fizemos durante nossa
peregrinação aqui neste mundo, e por isso o Pai nos enviou seu Filho para
pagar a dívida por nós. O amor de Deus não é estático ou egoísta, alcança e
atrai os outros, e nisto percebemos que Deus estabeleceu o exemplo do
verdadeiro amor, a base para todos os relacionamentos amorosos, portanto,
quem ama alguém carinhosamente está disposto a dar-se gratuitamente, a
ponto de se sacrificar.
Jesus aceitou assumir a nossa punição, pagou o preço por nossos pecados e
nos ofereceu uma nova vida, que comprou para nós com o seu próprio
sangue. Quando partilhamos as Boas Novas com os outros, nosso amor deve
ser como o de Jesus. Devemos prontamente desistir do nosso conforto e da
nossa segurança, caso seja necessário, para que os outros possam unir-se a
nós e receber o amor de Deus. Na maioria das vezes, para fazer com que isso
aconteça nós temos que sair da zona de conforto, assim como Jesus, que saiu
do seu conforto ao lado do Pai, deixando a sua glória (João 17:5 \ Filipenses
2:5-10) para assumir uma forma humana, assim se fez carne e habitou entre
nós (João 1:14)
“Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo, e odiarás o teu inimigo.
Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos
maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e
vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus;
porque faz que o seu sol se levante sobre maus e bons, e a chuva desça
sobre justos e injustos. Pois, se amardes os que vos amam, que galardão
tereis. Não fazem os publicanos também o mesmo?
E, se saudardes unicamente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não
fazem os publicanos também assim?”
(Mateus 5:43-47)
Quando alguém faz algo que nos prejudica, nossa primeira reação é desejar
vingança. Ao contrário disso, Jesus disse que devemos fazer o bem para
aqueles que nos fazem o mal! Nosso desejo não deve ser o de manter ou de
vingar a dívida, mas o de amar e perdoar a pessoa.
Para muitos judeus da época, essa declaração de Jesus era um insulto, pois
qualquer pessoa que reivindicasse ser o Messias e desse a outra face ao
agressor não estaria se portando como o líder militar que Israel desejava para
comandar uma revolta contra Roma e libertá-los, pois era essa a imagem do
Messias que eles tinham em mente: um libertador. Mas como os pensamentos
do nosso Deus são sempre mais altos, Ele nos enviou um Salvador definitivo.
Jesus disse que os seus seguidores demonstram o amor que sentem por Ele
por meio da obediência em amar ao próximo, assumindo o seu legado de
amor. Amar é mais do que dizer palavras adoráveis, é uma atitude, um
compromisso, uma conduta nobre. Se nós amamos a Cristo, que provemos o
nosso amor obedecendo ao que Ele ordena em sua Palavra, e assim saberão
que somos os seus verdadeiros discípulos (João 13:34-35).
“Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que
também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste.
E eu dei-lhes a glória que a mim me deste, para que sejam um, como nós
somos um. Eu neles, e tu em mim, para que eles sejam perfeitos em unidade,
e para que o mundo conheça que tu me enviaste a mim, e que os tens amado
a eles como me tens amado a mim. Pai, aqueles que me deste quero que,
onde eu estiver, também eles estejam comigo, para que vejam a minha
glória que me deste, porque tu me amaste antes da fundação do Mundo Pai
justo, o mundo não te conheceu, mas eu te conheci, e estes conheceram que
tu me enviaste a mim. E eu lhes fiz conhecer o teu nome, e lhe farei
conhecer mais, para que o amor com que me tens amado esteja neles, e eu
neles esteja.”
(João 17:21-26)
O grande desejo de Jesus para os seus discípulos era de que eles fossem
como um só ser. Queria que se unissem como uma testemunha poderosa da
realidade do amor de Deus. Você está ajudando na união do Corpo de Cristo?
Você pode orar por outros cristãos, evitar fofocas, ensinar os outros, trabalhar
junto a alguém com humildade, dar seu tempo e dinheiro a quem realmente
precisa, exaltar a Cristo e recusar-se a argumentar e tomar partido em
questões que tragam divisão. Jesus orou pela unidade entre os cristãos
baseando-se na unidade entre Ele e o Pai. Os cristãos poderão conhecer a
unidade entre si se viverem em união com Deus, pois cada ramo vive ligado à
videira, agindo do mesmo modo.
“Então Jesus lhes disse: Vós esta noite vos escandalizareis em mim,
porque está escrito: Ferirei o pastor, e as ovelhas do rebanho se
dispersarão, mas, depois de eu ressuscitar, irei adiante de vós para a
Galileia. Mas Pedro, respondendo, disse-lhe: Ainda que todos se
escandalizem em ti, eu nunca escandalizarei. Disse-lhe Jesus: Em
verdade te digo que, nesta mesma noite, antes que o galo cante, três vezes
me negarás.
Disse-lhe Pedro: Ainda que me seja mister morrer contigo, não te negarei, e
todos os discípulos disseram o mesmo.”
(Mateus 26:31-35)
Todos os discípulos declararam que prefeririam morrer a negar Jesus.
Poucas horas mais tarde, entretanto, estavam dispersos. É fácil confessar que
somos fiéis a Cristo, porém, nossa afirmação só é validada quando posta à
prova sob cruéis perseguições. A sua fé é forte? Será que amamos o bastante
para suportar uma intensa perseguição? Jesus sofreu em grande agonia pela
proximidade da crucificação, e mesmo assim permaneceu fiel em sua escolha
de nos amar até o fim. Nas horas difíceis e nas horas boas somos tentados a
deixar de amar ou amar menos. O amor que devemos sentir uns pelos outros
não é um sentimento, na verdade, é uma escolha e uma ação.
“E Jesus, olhando para ele, o amou e lhe disse: Falta-te uma coisa: vai,
vende tudo quanto tens, e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e
vem, toma a cruz, e segue-me.”
(Marcos 10:21)
Jesus deixou tudo por amor a cada um de nós. Ele deu tudo o que tinha a
nós, pobres de espírito, e nos encheu do seu Espírito, para que nos
tornássemos mais parecidos com Ele, e Cristo nos pede que façamos o
mesmo por amor a cada pessoa que tivermos a oportunidade de alcançar. Em
vez de pedir algo para elas, devemos dar (Mateus 10:8). Fazendo isso,
teremos um tesouro no céu. Ou você prefere um tesouro neste mundo?
“Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas, mas o
mercenário, e o que não é pastor, de quem não são as ovelhas, vê vir o lobo,
e deixa as ovelhas, e foge, e o lobo as arrebata e dispersa as ovelhas. Ora, o
mercenário foge, porque é mercenário, e não tem cuidado das ovelhas, Eu
sou o bom Pastor, e conheço as minhas ovelhas, e das minhas sou
conhecido, Assim como o Pai me conhece a mim, também eu conheço o Pai, e
dou a minha vida pelas ovelhas.”
(João 10:11-15)
Jesus está sentado à mesa com seus amigos. É a última ceia antes de partir
deste mundo, o momento mais solene para transmitir sua última vontade, um
verdadeiro testamento: “Como eu vos amei, assim também vós deveis amar-
vos uns aos outros”. Pelos séculos afora será esta a característica que
permitirá identificar os discípulos de Jesus, é nisto que todos os
reconhecerão.
Hoje, mais do que nunca, é preciso buscar esse caminho para anunciar o
evangelho numa sociedade frequentemente atordoada por um excesso de
palavras vazias. Mais do que mestres, procura-se por testemunhas de Cristo,
que tenham uma vivência cristã genuína. Mais do que palavras, se requer
atitudes contundentes de amor, pois essas atitudes tendem mais facilmente a
convencer, afinal, não é apenas um evangelho feito de palavras, mas sim de
vida! Que você seja capaz de criar novos relacionamentos, marcados pela
unidade e pelo amor, que deve ser demonstrado por todos aqueles que se
dizem aptos para amar!
Duas ou mais almas fundidas no amor de Cristo, que não tenham medo e
nem vergonha de se comunicarem mutuamente ou de expressarem
explicitamente o seu desejo de amor a Deus e ao próximo, mas que fazem da
unidade entre si em Cristo o seu ideal, são uma potência divina no mundo.
Essas pessoas podem surgir nas famílias: pai e mãe, filho e pai, nora e sogra,
etc. Podem se achar nas igrejas e em cada pequena célula acesa por Deus
num ponto qualquer da Terra, espalhando a providência, distribuindo o amor
e difundindo-o nos corações contritos que se ardem e que nos envolvem, a
fim de que no mundo seja espalhado em seus quatro cantos a arte da
paternidade espiritual, que é o amor e o cuidado uns pelos outros.
Devemos aprender a amar com Cristo, pois Ele nos ensina a amar como
Ele mesmo nos amou, nos demonstrando ser possível difundir o amor de
Deus nos corações encharcados de orfandade e de ressentimentos, pois esse
poder é dado a todo aquele que assume o legado do amor de Jesus e àquele
que passa a acreditar verdadeiramente que podemos amar como Ele nos
amou. É preciso ressaltar que Ele já nos ordenou, afinal, Ele jamais nos
incumbiria de uma tarefa impossível para nós. Ele nos ensinou, através da sua
Palavra e do seu testemunho de vida, e agora é preciso colocarmos em prática
o que aprendemos com Jesus e colher os frutos do resultado de termos
assumido o legado da paternidade espiritual.
APTOS PARA EXERCER AMOR E
CUIDADO
Por meio dos anos que o Senhor tem me dado de experiência com grupos
familiares, células e visitas espirituais na área de libertação, percebi que há
grandes perigos nos relacionamentos de pessoas envolvidas no discipulado e
no acompanhamento. Percebi que grande parte das pessoas que chegam todos
os dias às nossas igrejas e que se integram em nossas células, algumas
realmente querem a Deus, elas buscam por uma mudança de vida. Com o
objetivo de se obter isso, elas até se entregam a Cristo numa tentativa de
conseguir o almejado. Entretanto, percebi certos riscos que precisam ser
evitados para se obter uma relação sadia no discipulado, no exercício do
legado atribuído a nós através da execução da arte da paternidade espiritual,
“o amor e cuidado”. Para isso, você precisa estar atento a certos desvios que
poderão ocorrer no seu relacionamento com o seu discípulo ativo. Diante
disso, distingui aqui algumas advertências, limites e princípios para que o
relacionamento entre o discipulador e o seu discípulo ativo dê certo.
Vejamos:
Não tenha pressa nas lições: Não dê alimento demais, pois isso pode
produzir uma intoxicação espiritual. A lição é para ser lida e observada em
seus mínimos detalhes, preste atenção nisso: “A lição é para ser lida junto
com aquele novo convertido que você ganhou e que foi atribuído ao seu
ministério”. Assim você pode fazer observações e esclarecer dúvidas durante
a leitura, mas nunca deixe de ler a lição. Também não tente acabar com o
curso de consolidação fazendo uma lição por dia. Não tente abreviá-lo. Não
pode ser esse o seu objetivo, você deve aproveitar o máximo do tempo que
essa oportunidade te dá para conhecer melhor o seu discípulo e se fazer
conhecido por ele também, para que os recém nascidos na fé desenvolvam
uma relação de amizade e se vinculem à Igreja através de você, discipulador
ativo. Portanto, cuidado com a pressa, pois ela pode ser uma terrível inimiga
do seu sucesso como discipulador ativo!
Cuide dos seus e deixe que os outros cuidem dos deles: Não cuide dos
filhos espirituais de outros. Os pais espirituais precisam entender este
princípio básico. Não tente dar uma mãozinha, pois isso poderá te gerar
grandes transtornos futuros, como atrair os filhos espirituais dos outros para
você, mesmo que isso seja feito de forma involuntária. De repente, por causa
da sua unção, que possa ser diferenciada, aquele filho espiritual alheio se
sinta tentado a fazer parte do seu hall de filhos espirituais, podendo lhe trazer
graves problemas, sérias complicações e percas de amizades. Esse conselho
te parece um pouco exagerado? Então tente agir na contramão dele, e você
verá que o dano causado pela teimosia poderá ser irreversível!
Você deve cuidar bem dos seus filhos espirituais, dos seus próprios novos
convertidos, e pode ter certeza de uma coisa: eles já te darão trabalho o
suficiente para não desejar cuidar dos filhos espirituais alheios.
Não seja legalista: Não tente mudar a pessoa baseada no seu conceito
pessoal. Não queira mudar o exterior se o interior ainda não foi transformado.
Não se prenda a coisas exteriores, mas leve seus filhos espirituais a terem
uma experiência íntima, pessoal e profunda com Deus. Ajude-os a desejarem
o mais de Deus, não se preocupe com o seu exterior de início, pois a
verdadeira mudança vem de dentro para fora e, quando ela acontecer, a
mudança no exterior será apenas uma consequência.
Não deixe de orar por ele e nem abandone-o aos cuidados de outros durante
as primeiras semanas, entenda quem por mais velhos que sejam, ainda são
bebezinhos na fé, são crianças espirituais ainda imaturas que não sabem
andar, se portar ou simplesmente pensar sozinhas, pois precisam de apoio.
Providencie tudo o que for necessário para o crescimento delas, nunca as
abandone, seja fiel a elas como o nosso Pai celestial é a nós.
Cuidado com o horário: Não faça um encontro com mais de uma hora de
duração. Evite tomar muito tempo do seu discípulo com assuntos
desnecessários. Seja cuidadoso para não ter encontros em horários
impróprios, como muito tarde da noite, ou em lugares muito movimentados,
onde não é possível a privacidade, e nunca se esqueça de perguntar-lhe qual o
melhor dia e horário para o próximo encontro para o discipulado ativo.
Não faça tudo por ele, deixe que ele se esforce um pouco também, por
exemplo: você não tem que buscá-lo de carro para todas as reuniões da igreja
ou da célula. Assim como as crianças, eles podem ficar mimados e depois
não vão querer ir à Igreja sozinhos, sempre vão exigir que alguém vá buscá-
lo. Isso se aplica a muitos outros aspectos da vida espiritual. Deixe que ele
ande com as próprias pernas, ajude-o no início, ampare-o o tempo que for
necessário, mas nada além disso! Não o transforme em um peso para o seu
ministério, não o acostume mal, pois isso com certeza vai interferir no
relacionamento de vocês, principalmente no exercício da paternidade
espiritual que você tem que atribuir a essa pessoa.
Não force uma situação, pois isso não termina bem. Não devemos nos
esquecer de que os nossos filhos espirituais são um presente de Deus para
nós, mas não são nossos, são Dele, apenas nos foi atribuída a missão de
cuidá-los e amá-los para Deus! Portanto, não devemos ou podemos impor
nada que não seja realmente do Espírito Santo a eles, como por exemplo,
forçá-los a se confidenciar conosco, pois uma coisa são os filhos espirituais
espontaneamente contarem, confessarem ou confidenciarem algo de sua
intimidade, outra bem diferente são os pais espirituais forçá-los ou violarem
as suas privacidades, constrangendo-os.
Você é o defensor dos seus filhos espirituais. Por mais que eles estejam
errados, você os defenderá, mesmo dizendo que os corrigirá, afinal, crítica e
correção são termos bem distintos. Não critique os seus filhos espirituais, não
murmure contra eles, seja o seu amparo, defenda-os, e ensine-os o caminho
certo pelo qual devem andar. Tenha sempre uma palavra positiva e de fé para
levantar o ânimo dos seus filhos espirituais, e lembre-se de que você é um
consolidador dos seus alicerces, não um dinamitado, destruidor de
autoestimas. Eles contam com você e, de repente, só tenham você.
FAZER POR OBRIGAÇÃO X
FAZER POR PAIXÃO
Infelizmente, ainda é muito comum observarmos pessoas que exercem o
discipulado vivendo e expressando um dilema. Se havia um tempo em que os
discipuladores não podiam tentar o discipulado ativo com as suas próprias
mãos, seja por um mau entendimento gerado pela falta de conhecimento ou
por outro motivo, hoje há muitos discipuladores que têm medo de começar,
pois sabem no que isso implicará e no trabalho que isso acarretará. Eles
sabem que executar o discipulado ativo através da arte da paternidade
espiritual tem um grande preço a se pagar.
Não fazer por obrigação: “Amor não em palavras, nem de língua, mas por
obra e em verdade.” (1 João 3:18)
“De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em
Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve usurpação ser igual
a Deus, mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-
se semelhante aos homens; E, achado na forma de homem, humilhou-se a
si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz.”
(Filipenses 2:5-8)
Jesus Cristo, cuja mente nós somos chamados a ter, humilhou-se e foi até à
cruz. Ele fez isso somente porque ele nos amou, conforme a Palavra de Deus
diz: “E conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento para que
sejais tomado de toda a plenitude de Deus” (Efésios 3:19). Isso significa que
podemos fazer como Ele fez (e ainda faz) por nós, pois também está escrito:
“que podemos sim todas as coisas por meio Daquele que nos fortalece”
(Filipenses 4:13). Além do mais: “Com tudo, em todas as coisas somos mais
que vencedores, por meio daquele que nos amou.” (Romanos 8:37)
Cristo nos ama com um amor genuíno que excede o entendimento. Somos
chamados pela Palavra de Deus a seguir também esse amor e essa mente,
amando uns aos outros da mesma maneira, pois, conforme Tiago pergunta:
“Conhecemos o amor nisto: que Ele deu sua vida por nós, e nós devemos
dar a vida pelos irmãos. Quem, pois, tiver bens do mundo, e, vendo o seu
irmão necessitado, lhe cerrar as suas entranhas, como estará nele o amor
de Deus?”
(1 João 3:16-17)
“Meus filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por obra e em
verdade.”
(1João 3:18)
“Ninguém jamais viu a Deus; se nos amamos uns aos outros, Deus está em
nós, e em nós é perfeito o seu amor.”
(1João 4:12)
É a paixão que nos leva a assumir riscos, ir além do esperado e fazer além
do necessário para atingir os objetivos. A paixão é o que dá ignição à unção.
Na verdade, a paixão é o estopim da unção. Unção e paixão formam uma
combinação explosiva, pois é impossível fazermos um discipulado ativo,
efetivo e de sucesso sem paixão, pois é ela que produz a superação. Ela é o
primeiro passo para qualquer realização relevante, porque sem ela não temos
determinação e nem perseverança para superar os obstáculos. A paixão é a
chave para a excelência.
O potencial é tudo o que podemos fazer, mas que ainda não fizemos. É
tudo que poderia ser, mas ainda não é. O potencial não é o que já foi feito,
mas sim o que ainda falta ser realizado. É a paixão quem ativa esse potencial
e nos leva a romper os próprios limites, mas quem não é apaixonado não quer
romper limites, pelo contrário, quer o confortável, o cômodo, a proteção da
zona de conforto e segurança.
Ele não busca as multidões vagando sem objetivo pelos caminhos de Deus,
mas sim homens e mulheres unidos em um propósito nobre, ajudar pessoas,
almas necessitadas de mais compreensão, pessoas mudas cuja lealdade surgiu
através de um relacionamento fiel e maduro com Deus e Cristo, através da
Palavra! Essas são pessoas que estão dispostas a viver uma renúncia por amor
à obra do Senhor Jesus aqui na terra, são pessoas apaixonadas por Cristo de
tal maneira que estão decididas a seguir o caminho da renúncia, uma rota que
o próprio Senhor trilhou antes deles, assumindo um legado antes cumprido
por Cristo e seus discípulos, que por amor a este legado, negam a si mesmos
para viver essa paixão.
“Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quiser vir após mim,
renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me.”
(Mateus 16:24)
É essa a vida de seus reais seguidores, pois Ele não disse que se o
seguíssemos no fim receberíamos a cruz como recompensa, mas alegou: “E
quem não toma a sua cruz, e não segue após mim, não é digno de mim”. Isso
significa que essa cruz deve ser vivida durante todo o nosso trajeto na
caminhada cristã, e isso significa renúncia de nós mesmos, do nosso tempo
hábil para lazeres e prazeres, paixão pelo chamado de Deus para as nossas
vidas, pelo discipulado, pela execução da arte da paternidade espiritual, que é
exercer amor e cuidado sobre avida alheia, e tudo isso à base do altruísmo,
sem esperar nada em troca, pois Jesus só foi capaz de perdoar a todos os
homens que o crucificaram porque tudo o que fez foi sem esperar coisa
alguma da parte dos homens.
“E Jesus lhe disse: Ninguém, que lança mão do arado e olha para trás, é apto
para o reino de Deus.”
(Lucas 9:62)
“Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quiser vir após mim,
renuncie-se a si mesmo.”
(Mateus 16:24a)
Ele não disse que podemos viver um tipo diluído de discipulado se não
conseguirmos renunciar a tudo, mas “qualquer de vós que não renunciar a
tudo quanto tem… não pode ser meu discípulo”.
É essa a paixão pelo legado de Deus deixado por Jesus a todo aquele que se
presta a executar a arte da paternidade espiritual.
A paixão pelo servir através do discipulado ativo nos transforma, nos faz
mudar radicalmente por causa do Espírito de Deus empregado em todo
aquele que se dispõe, não somente naqueles que já estão aptos, mas
principalmente naqueles que estão dispostos a se tornar aptos a servir como
pais espirituais.
Muitos têm medo de assumir o papel de pais ou mães espirituais porque
seus referenciais foram falhos, sejam os referenciais biológicos ou espirituais.
Muitos têm medo, insegurança, indiferença, preconceito, impaciência,
desmotivação e insensibilidade quando o assunto é gerar e cuidar de filhos
espirituais: educá-los, fazê-los crescer, consolidá-los, torná-los maduros e
frutíferos. Essa pode parecer ser uma tarefa impossível para aqueles que não
possuem paixão pela obra do discipulado ativo.
Vamos entender da seguinte forma: Se o nosso maravilhoso Mestre já
pagou um preço tão alto por cada um de nós, então nos resta apenas
exercitarmos a aptidão pela arte da paternidade espiritual, trilhando o
caminho das suas pisaduras, amando e cuidando como ele nos ensinou e
seguirmos sempre apaixonados pelo discipulado ativo, exercendo amor e
cuidado na vida daqueles que o Senhor Deus, através de Cristo a sua Palavra,
que permanece para sempre, atribuiu a cada um de nós!
APTOS PARA SERMOS CARTAS
VIVAS DE CRISTO
“Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e ser-me-eis
testemunhas, tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria, e até
os confins da terra.” (Atos 1:8)
Esta é uma palavra do Senhor Jesus, dada aos seus apóstolos após sua
ressurreição e antes de sua ascensão mas que não se limitava só a eles: é uma
palavra que foi dada a toda Igreja. Essa palavra revela o plano e a vontade de
Deus para nós, seus filhos espirituais. Afinal, nenhum de nós foi ganho por
Jesus para ficar sem fazer nada!
Paulo declarou que devemos alcançar aquilo para que fomos designados,
assim entendemos que Jesus nos alcançou não só para nos livrar da
condenação eterna e nos levar para a sua glória, mas também para que
possamos cumprir o seu propósito aqui na terra, nesta vida, que é alcançar a
outros através do legado atribuído por Deus a nós. (Marcos 16:15)
Jesus revela seu plano, que é fazer de cada um de nós suas testemunhas,
seus discípulos ativos, para sermos usados por Ele como cartas vivas, com o
seu recado escrito nas tábuas dos nossos corações, assim como está escrito:
“Vós sois a nossas cartas vivas, escritas em nossos corações, conhecidas e
lidas por todos os homens, Porque já é manifesto que vós sois a carta de
Cristo, ministrada por nós, e escrita, não com tinta, mas com o Espírito do
Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas nas tábuas de carne do coração.” (2
Coríntios 3:2-3)
Nossa vida tem que apontar para isso, se você ainda não se decidiu por
abraçar esse legado de honra para exercer amor e cuidado sobre a vida de
alguém muito necessitado, então eu te digo: chegou a hora de se levantar, de
assumir o seu lugar no hall daqueles que se dispuseram a fazer segundo a
vontade do Pai e amar como Jesus nos amou, pois todo aquele que assim
procede demonstra verdadeiro amor pelo Pai celestial.
Para eles não se tratava simplesmente de pregar, mas sim de contar tudo o
que viram e ouviram a respeito de Deus, isso é testemunhar, e é o que uma
testemunha faz! Quando Paulo foi chamado, olha o que Deus disse a ele
através de Ananias: “Você será testemunha de Deus a todos os homens
daquilo que tem visto e ouvido.” (Atos 22:15)
Veja bem, se testemunhar é falar o que vimos e o que ouvimos, então o que
mais precisamos é que o Espírito Santo nos leve a provar o poder do Jesus em
nossa vida. Vejo esse princípio se manifestar também numa outra afirmação,
desta vez de Pedro:
“E nós somos testemunhas destas coisas, bem como o Espírito Santo, que
Deus concedeu aos que lhe obedecem.”
(Atos 5:32)
Um testemunho do poder de Jesus na sua vida pode ser muito mais eficaz
do que a apresentação de um folheto com o plano de salvação. “Ah, eu não
sei evangelizar, eu não tenho a técnica”, você pode mostrar que Jesus vive em
você através daquilo que ele tem feito em sua vida, pois, quando você fala
que Cristo restaura, transforma, liberta, você pode contar sobre como Cristo
restaurou sua alegria de viver, dando mais sentido a ela.
Quando você fala que Cristo cura, você pode contar todas as curas que
você já recebeu, que você já vivenciou vendo outras pessoas receberem ou as
que Deus operou através de você.
Já disse que um testemunho não retrata algo que outro viu e ouviu, mas sim o
que vivenciamos por nós mesmos através da fé em Deus. Por exemplo: se a
polícia souber de alguém que é testemunha de um crime, não vai ficar
enchendo as páginas de um inquérito com o que alguém disse saber da boca
da testemunha, mas vai chamar a própria testemunha para depor! Contudo,
muitos crentes não testemunham de Jesus agindo em suas vidas, contam
apenas o testemunho de terceiros.
Podemos dizer que o processo de nos tornarmos aptos, como cartas vivas
de Cristo, envolve três estágios distintos:
“Jesus não permitiu, mas disse: Vai para casa, para sua família e
anuncie-lhes o quanto o Senhor fez por você, e como teve misericórdia
de você. Ele se retirou, pois, e
começou a publicar em Decápolis o quanto Jesus tinha feito por ele e todos se
admiravam.”
(Marcos 5:19-20)
Qual era o assunto que esse homem deveria abordar ao conversar com as
pessoas? Sua única mensagem era dizer o que Cristo lhe havia feito e
comunicar o que Deus queria fazer em favor de cada um dos homens.
Quando falamos daquilo que provamos, o impacto é muito maior naqueles
que nos ouvem.
No início, as pessoas podem ir até Jesus por causa da experiência que você
testemunhou, por causa da obra que Deus fez em sua vida, mas depois isso já
não será mais necessário, pois elas começarão a ter suas próprias
experiências. Como aconteceu com as pessoas que ouviram o testemunho da
mulher samaritana, e por conta disso foram até Jesus.
Deus prometeu que confirmaria nosso testemunho com mais provas ainda,
mas o processo de nos fazer testemunhas segue um ciclo.
Primeiro, provamos o poder de Deus e temos nossas experiências, depois
as contamos, e quando testemunhamos o que provamos, Deus fará mais para
aqueles que nos ouvem.
Acredito que o que mais precisamos fazer é nos voltarmos para o Senhor
em oração, do mesmo jeito que os apóstolos fizeram no início, lá na igreja
primitiva.
Experiências de ser cheio do Espírito Santo vão demonstrar na sua vida que
de fato Jesus está vivo e é vivenciado em você, caso contrário, mesmo
estando anos na igreja e sabendo expor de cor o plano de salvação, pode ser
que ainda não estejam aptas para serem usadas como cartas vivas, ou seja,
testemunhas eficientes.
Que sua vida possa ser um reflexo do Espírito Santo, que suas experiências
com Ele produzam fé, salvação e transformação. Que você possa falar não só
daquilo que você soube de Jesus, e sim daquilo que tem provado Dele. Se
você não tem provado muito, está na hora de despertar e cumprir com sua
responsabilidade de buscá-lo, até que Seu poder atue em sua vida a ponto de
fazer de você uma testemunha eficaz!
Acredito que muitas vezes só deveríamos falar de Jesus depois que nossa
própria vida conseguiu chamar a atenção dos outros, e um exemplo digno de
todo respeito é o fato de alguém querer exercer paternidade espiritual sobre
alguém, mas ser impedido. Não ser permitido por não estar apto, pois um dos
principais quesitos que precisa ser preenchido é o de “ser filho espiritual de
alguém”, pois, se eu não me permito ser discipulado, se eu não tenho quem
exerça paternidade sobre a minha vida, então, por mais que eu tenha amor e
saiba cuidar bem, nunca estarei plenamente apto para exercer essa função
sobre a vida de alguém!
Muitos cristãos têm tentado entrar direto nesse estágio final sem permitir
que o processo se estabeleça em sua própria vida no padrão que Deus
estabeleceu. Entretanto, isso nunca acontecerá dessa maneira! O estágio final
é quando Deus coopera conosco, e isso só acontece quando já provamos do
seu poder e recebemos o testemunho com mais sinais. Foi exatamente assim
que aconteceu com os apóstolos:
Meu desejo é que sua vida seja um reflexo da ação do Espírito Santo,
mostrando assim que Jesus Cristo de fato está vivo em você. Que ao
mencionar a sua palavra você possa falar não só daquilo que você soube dele,
e sim daquilo que tem vivido e provado com veemência. Se você não tem
provado muito, está na hora de se despertar e cumprir com sua
responsabilidade de buscá-lo, até que Seu poder atue em sua vida a ponto de
fazer de você uma testemunha eficaz! Muitos estão adormecidos, e suas vidas
não refletem o propósito do seu chamado. Para esses, o Espírito Santo diz:
Nos dias de hoje, e isso não é raro, vemos pessoas sem o mínimo de
preparo para exercer as funções a elas atribuídas, sem as credenciais
necessárias para exercerem as funções no ministério a elas incumbidas, sendo
levantadas como que no impulso, ou às vezes até sendo forçadas a fazerem
por imposição, e isso tem ocorrido com muita frequência. Como
consequência, tem possibilitado o descrédito da vocação ministerial dentro da
igreja de Cristo.
Isso precisa ser mudado com o máximo de urgência possível, pois isso tem
levado não apenas pessoas, mas principalmente o Nome de Jesus a cair em
descrédito. Isso é um choque, mas é a realidade nua e crua.
Assim como para todas as áreas da nossa vida, precisamos estar aptos para
o exercício de cada respectiva função. Com a paternidade espiritual não é
diferente, precisamos estar habilitados para podermos exercer a paternidade
espiritual, pois precisamos dominar a arte de amar e bem cuidar do próximo,
devemos saber como colocar o nosso próximo em primeiro lugar em relação
a nós mesmos.
“Ninguém que põe a mão no arado e olha para trás está apto para o Reino de
Deus.”
(Lucas 9:62)
Já comecemos por aqui, todo cristão autêntico sonha em ser usado por
Deus, esse alguém não pode jamais pensar em desistir! Essa pessoa deve se
colocar como referência para os demais que procurarem se fazer aptos para o
exercício do amor e cuidado.
Uma vez que você entregou sua vida para Jesus, o que é necessário para
liberar essa capacitação? Como ser um modelo abençoado para os seus filhos
espirituais, motivando-os a crescerem em graça, amor, cuidado e serviço?
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