Você está na página 1de 68

“O discípulo não está acima do seu mestre, ou seja;

Nenhum aluno é mais importante do que o seu professor, porém, todo


aquele que for bem instruído chegará à altura de seu mestre”.
(Lucas 6:40)
SUMÁRIO
Introdução

1 - O que significa ser discípulo?

2 - O que é um discípulo ativo?

3 - Deveres sacrificiais de todo aquele que deseja ser um discípulo

4 - A diferença entre ser cristão e ser discípulo

5 - A paternidade de Deus deve ser aceita e respeitada


por todos os seus filhos

6 - Submissão, não inferioridade


7 - Algumas situações práticas que prejudicam o testemunho do
discípulo

8 - Algumas características de um verdadeiro discípulo de Cristo

9 - O verdadeiro discípulo ativo é aquele que gera outros discípulos

10- As novas gerações de paternidades

11- Convide seu discípulo para ir mais longe, para mergulhar mais profundo

12 - O benefício da intercessão espiritual em meio a caminhada

13 - Santificando a caminhada

14 - Seguindo para o alvo que produz a salvação

Oremos
INTRODUÇÃO
Olá, muito prazer! Espero estar me dirigindo a uma pessoa inteiramente
inclinada a saber mais sobre como ser um discípulo e em como ser um
melhor discípulo. Neste livro da série Discipulado Ativo pretendo abordar
assuntos relacionados a esse tema, sendo mais consistente. Pretendendo
também te levar a um patamar mais alto em relação ao conhecimento sobre o
discipulado. A palavra “discípulo” aparece centenas de vezes no novo
testamento, e é usada para descrever os seguidores de Jesus com muito mais
frequência do que “cristão” ou “crente”.

Um discípulo é uma “pessoa que segue os ensinamentos de um mestre”,


visto que o mestre da maioria dos que se dizem cristãos é o próprio Jesus. O
verdadeiro discípulo aprende e segue a vontade do Filho de Deus, porém
veremos aqui que nem todos que se dizem cristãos são verdadeiros discípulos
do Senhor. Em vez de olharmos para os outros e criticar as suas hipocrisias,
vamos examinar as nossas próprias atitudes e vivências para descobrimos se
nós realmente estamos nos portando como verdadeiros discípulos de Jesus.
Sei que muitos discípulos ainda não possuem conhecimento acerca da
paternidade espiritual, por isso decidi escrever esta série, que consiste em
apresentar a Paternidade Espiritual sob uma nova perspectiva, na qual nos
colocamos na qualidade de pais e filhos espirituais, dando continuidade ao
legado do Senhor Deus e amando ao próximo como a nós mesmos, pois essa
é a essência da paternidade espiritual: “o amor”. Essa é a arte principal da
Paternidade Espiritual: “AMAR”.

Vamos aprender que não existe exercício da paternidade espiritual se não


houver “amor e cuidado” tanto da parte daqueles que exercem essa função
como pais espirituais quanto daqueles que recebem o privilégio de serem
cuidados de maneira honrosa como filhos espirituais. Vamos entender que
devemos pensar como filhos espirituais e como filhos naturais, que amam
seus pais verdadeiramente. Devemos nos preocupar com os nossos
comportamentos, pois, se somos filhos, devemos nos portar como tais,
respeitando e amando nossos pais. Não devemos sair por aí denunciando os
nossos pais espirituais, mesmo que inconscientemente, tampouco suas
atitudes ou como estão se portando em certas situações adversas e até
contraditórias, pois são seres humanos como você e eu, passivos e sujeitos a
erros como qualquer um de nós.

Também vamos aprender que o nosso comportamento e nossas atitudes


devem ser de obediência, lealdade e muita honra por eles, pois, se
pretendemos seguir Jesus até o fim, devemos ter consciência de que um dia
também seremos pais espirituais de alguém, pois todo filho espiritual é um
pai espiritual em potencial.

O que motiva alguém a desistir de sua própria vontade?

Um discípulo é alguém que sempre, em todas as situações da vida, escolhe


fazer a vontade de Deus, contrariando a si mesmo (Lucas 9:23).
O QUE SIGNIFICA SER
DISCÍPULO?
“Você quer ser igual a mim?”

Na tradição judaica, quando alguém era convidado por um rabino ou


profeta para segui-lo era como se ouvisse essa pergunta instigante. Teria sido
essa a mesma questão que pairou na mente e no coração dos doze primeiros
discípulos de Jesus? E, mais tarde, na mente e no coração do apóstolo Paulo?
Para eles, sem dúvida, imitar o mestre Jesus tratava-se de um chamado
radical. Quais eram as exigências, os deveres, os estímulos, as dificuldades e
as recompensas de ser um discípulo de Jesus? É o que vamos entender a
seguir.

É impossível ser discípulo ou seguidor de alguém e não acabar ficando


parecido com aquela pessoa, Jesus disse: “O discípulo não está acima do seu
mestre, mas todo aquele que for bem preparado será como o seu mestre”
(Lucas 6:40).

Esse é o ponto central quando o assunto é se tornar discípulo. Todos nós


imitamos os nossos discipuladores, damos continuidade ao seu ministério e
nesse processo, nos tornamos iguais aos nossos pais espirituais, aqueles que
nos ajudam a moldar as nossas condutas espirituais e nos auxiliam a ajustar
os nossos comportamentos segundo a Palavra.

A palavra discípulo se refere a um estudante ou aprendiz. Nos dias de


Jesus, os discípulos seguiam seu rabi (que significa “mestre”) para onde ele
fosse, aprendendo com seus ensinamentos e sendo instruídos a fazer o que ele
fizesse. Basicamente, o discípulo é um seguidor, mas é preciso entender esse
termo. Seguidor, de forma literal, significa tornar-se um discípulo de Jesus,
não consiste simplesmente em obedecer ao seu chamado para segui-lo. Vai
mais além, é uma renúncia. Significa abandonar muitos costumes, tradições
familiares e pessoas consideradas amigas, mas que não estão dispostas a
caminharem na mesma rota que você decidiu tomar para a sua vida. Ser
discípulo vai além de apenas corresponder positivamente ao chamado de
Cristo.
Hoje em dia já não é mais uma coisa absurda, digamos até que já virou
moda ser discípulo, mas aqui pretendo, através de uma aplicação mais
profunda, dar um choque de realidade naqueles que estão cochilando pelo
caminho e trazê-los de volta à realidade da vida de um verdadeiro discípulo.
Pretendo ajudá-los a resgatar os princípios perdidos em meio a uma
caminhada dispersiva e torná-los mais ativos em relação ao conceito de
discípulo.

Quando Jesus chamou os seus primeiros discípulos, eles talvez ainda não
compreendessem para onde Cristo os levaria nem o impacto que isso teria em
suas vidas, mas sabiam o que significava seguir. Eles entenderam o chamado
de forma literal e começaram a ir para todo lugar em que Jesus ia e
observavam tudo o que Ele fazia.

Por alguma razão predeterminada por suas tradições, muitos passaram a


acreditar que alguém poderia ser um cristão sem ser como Cristo, ou nem ao
menos parecido, pois Jesus seria algo inalcançável a nós, simples seguidores,
afinal, Deus é Deus, e nós somos meros humanos comedores de feijão, não é?

Muitas pessoas nas igrejas decidiram carregar o nome de Cristo e nada


mais. Seria como se Jesus fosse até aqueles primeiros discípulos e dissesse:
“Ei, caras, será que vocês se importariam de se identificar comigo de algum
modo? Tipo, não se preocupem, eu realmente não me importo se vocês farão
ou não as coisas que eu faço, se vão ou não vão mudar seu estilo de vida,
estou apenas à procura de pessoas que estejam dispostas a dizer que creem
em mim e que se autodenominem cristãos, sei lá, vocês é quem escolhem,
fiquem à vontade”. Fala sério!

Ninguém pode realmente acreditar que ser cristão se resume a isso, então
por que tantas pessoas vivem assim?

Parece que nós perdemos de vista o que significa ser seguidor ativo de
Cristo, uma vez que o conceito de discípulo não é tão difícil assim de se
entender. Discípulos são aspirantes ao mestrado, podemos dizer que os
discípulos cristãos são aqueles que decidiram abandonar a velha vida carnal
para viver uma vida mais espiritual, é aquele que assumiu a sua posição em
Cristo e através Dele foi aceito no seleto hall dos filhos de Deus.

“Contudo, aos que o receberam, aos que creram em seu nome, deu-lhes o
direito de se tornarem filhos de Deus, os
quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade
do homem, mas de Deus”
(João 1:12)

Algumas referências básicas do trâmite dos discípulos: Mateus 10:1-42,


Lucas 14:33, Lucas 22:39, João 8:31, João 13:35, João 15:8, Gálatas 4:19 e
Efésios 4:1.

Nos tempos dos apóstolos não existia ninguém que fosse convertido e que
não fosse um discípulo. Todos os que criam em Jesus eram chamados de
discípulos, e ser um discípulo significava ser salvo por Jesus, ser alguém que
havia deixado tudo por Ele.

“E, aproximando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: Foi-me dada toda a


autoridade no céu e na terra. Portanto ide, fazei discípulos de todas as
nações, batizando-os em
nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, ensinando-os a observar todas
as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os
dias, até a consumação dos séculos.”
(Mateus 28:18-20)

Essa foi a última palavra de Jesus aos seus discípulos. Até parece que este é
o ponto mais alto do Novo Testamento, é como se o Senhor estivesse todo o
tempo preparando o terreno para dar essa palavra. Depois de fazer tudo o que
o Pai lhe encomendara, finalmente o Senhor podia dar esta ordem: “Fazei
discípulos de todas as nações”.

Podemos negligenciar esse mandamento? Ou podemos fazê-lo de qualquer


jeito, da maneira que acharmos melhor? NÃO! Devemos buscar com toda
diligência e procurar entender bem que o Senhor ressuscitado nos deu uma
ordem e devemos cumpri-la à risca.
O Senhor não nos mandou ajuntar gente para fazer reuniões. As reuniões
são importantes, as fazemos porque procuramos imitá-lo, assim como
pretendemos curar os enfermos. Nisso também o imitamos, pois essa
autoridade seria dada aos que acreditassem em Seu nome, e certamente
devemos cantar e louvá-lo.

Contudo, o fundamental é fazer discípulos, multiplicar o talento e não


deixar enterrado aquilo que recebemos do nosso Senhor. Tudo isso que foi
dito aqui - fazer reuniões, curar os enfermos, expulsar os demônios, investir
em novos templos e torná-los lindos e maravilhosos, com suas poltronas
superconfortáveis - tudo isso seria fútil aos olhos do Senhor, a não ser que
tudo isso seja em prol da edificação e consolidação daquele novo convertido.
Se o foco não for povoar os céus com os discípulos aqui conquistados para
Jesus, todas as outras coisas aparentemente importantes serão um amontoado
de atividades sem propósito e sem valor eterno.

Diante disso, posso declarar com toda a convicção que o discípulo é o ser
mais importante desta terra, e isso sem exagero, pois foi uma das maiores
ordens que o próprio Senhor Jesus nos deu, ficando abaixo apenas de amar a
Deus sobre todas as coisas, e ao próximo como a nós mesmos. Ao ser e fazer
discípulos, estamos cumprindo essas duas ordens expressas do Senhor Jesus.
O QUE É UM DISCÍPULO
ATIVO?
Antes de falarmos sobre o que é um discípulo, vamos observar esta ordem
clara que o Senhor Jesus nos deu:

“Portanto ide por todo o mundo, fazei discípulos de todas as nações.”

Começamos com uma ordem objetiva, com isso vemos que o discípulo não
é uma obra do acaso, “é um desejo de Deus”. É da vontade de Deus que nos
tornemos discípulos, Jesus deu a ordem: “IDE e fazei discípulos”, porém Ele
nunca fez algo ou deu alguma ordem que não fosse desejo do Senhor. Ele
nunca fez algo que fosse de Sua própria vontade, pois Ele mesmo disse:
“Pois eu desci do céu, não para fazer a minha própria vontade, mas a
vontade daquele que me enviou, e esta é a vontade do Pai, o qual me enviou:
que Eu não perca nenhum de todos os que ELE me deu, mas que Eu os
ressuscite no último dia.” (João 6:38-39). Portanto, a ordem que o Senhor
Jesus nos deu é uma ordem expressa

do próprio Pai das luzes, por isso devemos nos considerar privilegiados por
sermos discípulos.

“Um discípulo é alguém que crê em tudo que Cristo disse e faz tudo que
Cristo manda.”

É importante entender que no contexto do Novo Testamento não existe


ninguém que seja convertido de verdade e que não seja um discípulo ativo.

Convertido, salvo, discípulo, são todos termos que se referem a uma


mesma pessoa, sendo que cada termo salienta um aspecto diferente da vida
ou experiência desta pessoa. Salvo: O que foi liberto da condenação e do
poder do pecado.

“Pois agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus.”


(Romanos 8:1)

“Eu asseguro: Quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem
a vida eterna e não será condenado, mas já passou da morte para a vida.”
(João 5:24)

Convertido: o que passou por uma transformação de mente.

“E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação
do vosso entendimento.”
(Romanos 12:2)

Discípulo: o seguidor praticante dos ensinos do mestre; submisso.

“Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos
outros.”
(João 13:35)

Crente: aquele que crê; para quem tudo é possível;

“Eu asseguro: Quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem
a vida eterna e não será condenado, mas já passou da morte para a vida.”
(João 5:24)

“Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho
unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida
eterna.”
(João 3:16)

“E isso significa acreditar e confiar. “Porque o fim da lei é Cristo, para


justiça de todo aquele que crê.”
(Romanos 10:4)

Cada um desses termos tem um significado diferente, mas todos eles são
aplicados a uma mesma pessoa e, se não entendermos isso, viveremos em
confusão. Por quê?

Aquele que pretende ser um convertido sem ser um discípulo não passará
de um cristão superficial, pois um convertido é mais que um cristão é um
discípulo.
O termo “discípulo” aparece 260 vezes no Novo Testamento, já o termo
“crente” aparece 15 vezes.

Um discípulo é alguém que aprende e que vive o que aprende em seus


relacionamentos com seus irmãos. Essa pessoa possui amor e multiplica esse
amor não só demonstrando, mas distribuindo entre os outros discípulos:
“Com isso todos saberão que vocês são meus discípulos, se vocês se amarem
uns aos outros.” (João 13:35), e dá muito fruto: “Meu Pai é glorificado pelo
fato de vocês darem muito fruto; e assim serão meus discípulos.” (João
15:8), até chegar à maturidade, à plenitude de Cristo: “Até que todos
alcancemos a unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, e
cheguemos à maturidade, atingindo a medida da plenitude de Cristo.”
(Efésios 4:13).

No capítulo dez de Mateus encontramos o que talvez seja um dos capítulos


da Bíblia que mais relatam sobre o que significa ser um discípulo de Jesus,
pois o capítulo já se inicia com Jesus tomando uma iniciativa, chamando e
convocando os doze primeiros discípulos e revestindo de autoridade para
fazer as coisas que ele mesmo fazia.

Por volta do ano 1700, um homem chamado George Whitefield estava


conduzindo campanhas evangelísticas ao ar livre nos Estados Unidos, e
naquela ocasião milhares de pessoas responderam à sua mensagem do
evangelho pregada por Ele. Então alguém lhe perguntou quantas pessoas
haviam se convertido durante os seus sermões.

Ele, por sua vez, respondeu: “Isso nós só saberemos depois de cinco anos”.

O que ele quis dizer com isso?

Com esta reposta ele quis mostrar que há uma grande diferença entre uma
decisão momentânea, que pode ser superficial, e um verdadeiro compromisso
com Cristo. Uma coisa é conhecermos a Jesus e seus ensinamentos, mas
outra coisa é se despojar de todos os desejos carnais que nos levam a sermos
seduzidos por este mundo e seguirmos a Cristo de fato e de verdade. No novo
testamento, os seguidores de Jesus são identificados como “discípulos” mais
de 250 vezes, mas o termo “cristão” é mencionado apenas três vezes. Jesus
ordenou “Ide e fazei discípulos de todas as nações” (Mateus 28:19). Jesus não
disse IDE pelos quatro cantos do mundo e fazei cristãos. Mas afinal, qual a
diferença de discípulos que seguem a Jesus dos cristãos que também seguem
a Jesus?

Isso é o que vamos ver a seguir.


DEVERES SACRIFICIAIS DE
TODO AQUELE QUE DESEJA
SER UM DISCÍPULO
Essa essência constitui em amor, porque Deus é amor, e a arte da
paternidade é “amar”. Isso torna o compromisso da caminhada mais
profundo, um relacionamento ativo e o mais preciso possível. Mas por que
preciso?

Tudo que tem valor possui seus desafios e suas responsabilidades, não
podemos nos dar o luxo de errarmos sempre, sem a menor preocupação de
que não sofreremos os danos por esses erros. Para aqueles que são
discipuladores e para os que exercem a paternidade espiritual sobre a vida de
alguém, lembrem-se sempre de que estamos cuidando de vidas racionais que
pensam por si mesmas e que tiram suas próprias conclusões, não com meros
animais irracionais que estão dispostos a fazer tudo aquilo que bem
desejarem, não é bem assim. Como se isso ainda não bastasse, Jesus nos
apresenta o seu grande desafio, dizendo: “Se alguém quer vir após mim,
negue se, a si mesmo dia após dia, tome a sua cruz e me siga.” (Lucas 9:23).

Seguir Jesus não consiste apenas em conhecê-lo, trata-se de segui-lo no


sentido literal da palavra, isso é, “continuamente” caminhar e prosseguir
caminhando. Seguir após Jesus requer também o desejo de servir. Não
podemos nos sentir coagidos a segui-lo, pois os verdadeiros discípulos de
Cristo são cristãos voluntários que fazem tudo por amor, afinal, tudo o que
fazemos com e por amor se torna leve e suave. O amor tem essa
característica: tornar tudo melhor e mais leve, o mais suportável possível.

Siga o exemplo de Jacó. Quando ele recebeu a notícia de que teria que
trabalhar sete anos para adquirir o direito de possuir Raquel, a Palavra nos diz
que, por conta do amor que ele sentia por ela, aqueles sete anos foram como
apenas alguns dias (Gênesis 29:20). Assim também acontece com aqueles
que amam profundamente o sistema de discipulado. Aqueles que amam a arte
da paternidade espiritual sempre verão uma solução para qualquer situação
adversa que por ventura forem enfrentar, pois seguem a Jesus porque o amam
profundamente, e não apenas por um mero modismo.

A essência do discipulado é amor e cuidado, envolve um compromisso de


afastar-se de toda ligação psicológica com o mundo e um reconhecimento das
implicações, padrões e condições para submeter-se a Cristo e ser contado
entre aqueles que estão em plena relação com Ele (Lucas 14:27). Neste trecho
Jesus expõe três conceitos básicos envolvidos em segui-lo. Se por acaso
alguém recusar estas estipulações não será aceito.

Negar-se a si mesmo

Primeiro, o discípulo de Cristo precisa negar-se a si mesmo. O seguidor de


Cristo adota uma nova identidade. Ele põe-se totalmente à disposição de
Jesus. Ele abandona e rejeita o eu em si como o controlador de sua própria
vida, e se entrega totalmente aos cuidados de Jesus.

Ele não continua mais com os modos de pensar que elevam modelos
egoístas e de comportamentos insanos. Ele renuncia a confiança em si mesmo
e passa a confiar somente na Palavra, mudando o seu curso de vida e se
colocando no caminho da salvação em Cristo: “Não cabe ao homem
determinar o seu caminho, nem ao que caminha o dirigir os seus passos”
(Jeremias 10:23). Veja também o que a Palavra em si continua a nos alertar
quanto a isso: “Há caminho que parece certo ao homem, mas no final conduz
à morte.” (Provérbios 14:12).

A negação de si mesmo é repudiar, afastar-se da sua própria independência


em favor da submissão ao outro. Devemos dizer “sim” a Cristo e “não” ao
nosso eu, e isso consiste em pôr Jesus acima de tudo que está abaixo de Deus,
inclusive o nosso eu, e isso se requer mais do que dizer um simples não! Há
coisas e atividades pecaminosas que necessitam ouvir um “não” advindo de
nossa própria vontade.

O cristão precisa desistir do seu ego para se tornar um discípulo verdadeiro


de Cristo, um filho espiritual legítimo, pois Paulo mesmo disse: “Rogo-vos,
pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus que apresenteis o vosso corpo por
sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não
vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da
vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita
vontade de Deus.” (Romanos 12:1-2) Tomar a cruz

Segundo o discípulo de Cristo, precisamos tomar sua cruz. Jesus


literalmente tomou sua cruz e carregou-a ao Gólgota. Isso foi o que ele fez
por nós. Esse foi seu propósito ao vir aqui. O que faremos por ele? Nosso
propósito pela vida será concentrado nele? Desejamos nos sacrificar por ele?
Desejamos aceitar uma vida cheia de cruzes, centrada em Cristo e
crucificados com ele (Romanos 6:6)? Se for assim, não serei eu mais quem
vive: “Mas Cristo é que vive em mim, e a vida que eu agora vivo na carne,
vivo por fé no filho de Deus que me amou e deu a si mesmo por mim”
(Gálatas 2:20). A palavra nos diz mais: “Os que pertencem a Cristo Jesus
crucificaram a carne, com as suas paixões e os seus desejos.” (Gálatas 5:24).

Tomamos figurativamente nossas cruzes quando nos comprometemos a


sacrificar tudo pelo nosso Senhor e fazer disso nosso propósito por toda a
vida, sem olharmos para trás, pois Ele mesmo disse e está escrito: “Aquele
que coloca a mão no arado e olha para trás não é digno de mim.” (Lucas
9:62)

A discussão aqui não é sobre o sofrimento comum do homem, é sobre o


compromisso e sacrifício por Cristo e sua causa. Observe novamente a
responsabilidade contínua: temos que fazer isso diariamente, e esse não é um
sacrifício momentâneo. Viver num sentido sacrificial em favor de outras
vidas, assim como Ele mesmo fez por cada um de nós, é um sacrifício para o
resto das nossas vidas.

Em 2 Coríntios 5:14, Paulo diz que: “o amor de Cristo nos constrange pelo
fato dele ter morrido por todos nós” e em seguida argumenta, ainda que
sucintamente, que se Ele morreu por todos, obviamente todos morreram para
si mesmos, pois Cristo morreu por todos. No entanto, a morte que Cristo
experimentou foi a nossa morte: “Pois a morte carnal aos homens, está
ordenado morrer uma só vez vindo depois disto o juízo.” (Hebreus 9:27).

Em 2 Coríntios 5:15, logo no versículo seguinte, Paulo diz: “E ele morreu


por todos, para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para
aquele que por eles morreu e ressuscitou para dar lhe vitória”. Gosto dessa
declaração de Paulo porque nos faz pensar um pouco diferente do
convencional. Ele mostra que Jesus não apenas “morreu por nós”, como
costumamos lembrar, cantar e dizer, mas que também ressuscitou por nós e
para nos dar a vitória que tanto almejamos, pois também está escrito: “Que
todas as sortes de bênçãos já forem para nós conquistadas, e estão, nas
regiões celestiais” (Efésios 1:3). Portanto, por causa da morte do Senhor
Jesus e da sua ressurreição só nos basta agora tomarmos posse da vitória, e
isso todo discípulo deve tomar conhecimento e ter plena convicção!

Seguir a Cristo

Jesus disse: “Siga-me!”. Ele não estava chamando pessoas para


literalmente viajarem pelas poeirentas estradas da Galileia com ele. Algumas
fariam isso, mas nem de todas isso foi exigido. O sentido é que todos nós
deveríamos imitá-lo, obedecê-lo e servi-lo. Seguir os seus passos significava
imitar seu modelo de vivência em tudo, principalmente na sua comunhão
com o Pai.

Pedro disse que Jesus nos deixou como exemplo de que deveríamos “seguir
seus passos” (1 Pedro 2:21), e sua autoridade está implícita no mandamento.
Ele é o guia, O Rei que comanda e que governa a vida dos verdadeiros
discípulos e filhos espirituais. Este último tópico, “Seguir a Cristo”, está
relacionado com os dois anteriores, pois seguir a Cristo implica em desistir
do eu e em renunciar o rumo próprio, trocando-o pela rota que nos arremete a
um caminho de sacrifício para a vida toda.

Será que estamos dispostos a isso?

Desafie-se com a grande provação que Jesus pôs diante de todos nós.
A DIFERENÇA ENTRE SER
CRISTÃO E SER DISCÍPULO
Jesus Cristo veio a este mundo com a Missão dada pelo Pai de salvar o
pecador, derramando o seu sangue na Cruz do Calvário através do seu
sacrifício expiatório. Jesus, através do seu sacrifício na Cruz, estabeleceu o
Seu Reino entre os homens, formando um grupo de seguidores que os
homens chamam de “cristãos”.

Cristãos são aqueles que seguem os ensinamentos do Senhor Jesus e todos


que creem em Cristo, na sua história, no seu sacrifício expiatório, na sua
ressurreição, nos seus ensinamentos e no seu nome.

Ser cristão é uma benção. É um poder carregar esse nome, desfrutar das
honras e se diferenciar de outras religiões, mas ser discípulo é muito melhor.
Isso é o que nos ensina o Senhor Jesus.

A designação do cristão

No Novo Testamento aparecem apenas três vezes a palavra cristão.


Possivelmente pode ter sido um termo de escárnio, uma forma pejorativa de
zombaria das pessoas, e essa designação dos primeiros seguidores de Cristo
como cristãos surgiu de pessoas não cristãs de Antioquia, cujo termo
significa “seguidor de Cristo”.

“E sucedeu que todo um ano se reuniram naquela igreja e ensinaram


muita gente. Em Antioquia foram os discípulos, pela primeira vez,
chamados cristãos.”
(Atos 11:26)

Atualmente, o termo cristão tem perdido parte do seu verdadeiro


significado como seguidor de Cristo. Infelizmente essa é a realidade, pois o
termo foi muito banalizado pelos diversos seguimentos cristãos.

Para alguns, ser cristão significa pouco mais que uma nomenclatura que os
difere das outras religiões e culturas, ou seja, a distingue em relação ao
islamismo ou judaísmo, enquanto que para outros passou a ser um nome de
uma classe de pessoas distintas, e nada mais que isso. Entretanto, o seu
significado original é nobre, e todo seguidor de Cristo deve orgulhar-se desse
título.

Porém, ser chamado de cristão é muito genérico. Hoje em dia qualquer


pessoa diz que é cristão, tantos os católicos
praticantes quanto os não praticantes, tanto os evangélicos praticantes quanto
os não praticantes, e sem falar na Umbanda, Quimbanda, Candomblé e
espíritas em suas várias etnias e classes que também se autodenominam
cristãos e pessoas de outros diversos seguimentos religiosos e, pasmem até
hereges. Como podemos ver, essa nomenclatura já foi banalizada, virou
modismo.

A Bíblia diz que até o diabo é crente.

“Tu crês que há um só Deus? Fazes bem; também os demônios o creem e


estremecem.”
(Tiago 2:19)

Hoje podemos dizer que ser só cristão ficou muito generalizado, é preciso
ir além disso, é preciso ser discípulo.

A designação do discípulo

A palavra discípulo, do grego Akoloutheim, significa “aprendiz”,


“seguidor” e também “imitador do mestre”.

A palavra “discípulo” aparece 272 vezes no Novo Testamento.

Ser discípulo de Jesus é mais específico e mais contundente do que ser


apenas cristão, pois há tantos cristãos descompromissados que até nos
desanima pensar em ser um.

O discípulo vai procurar imitar verdadeiramente a Cristo. Existe um


compromisso muito forte entre o discípulo e Jesus. O verdadeiro discípulo
toma posse da sua cruz, se compromete com ela, a toma sobre os seus
ombros, a carrega e busca seguir firmemente os passos de Jesus.

Já os simples cristãos, não! Eles não levam muito a sério esse


compromisso. Para eles, isso não parece ser muito interessante. Na verdade,
dá a impressão de que eles nem conhecem esse alerta de Cristo, que diz: “E
qualquer que não pegar a sua cruz e tomá-la nos ombros e vir após mim, não
pode ser meu discípulo, pois não é digno de mim.” (Mateus 16:24)

Ser discípulo é ser comprometido com a Palavra. O discípulo caminha com


o seu discipulador, ele tem alegria de ser comparado com Cristo e não se
cansa de cumprir o IDE.

Jesus nunca pediu para formar cristãos, mas pediu para fazer discípulos.

“Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do


Filho, e do Espírito Santo.”
(Mateus 28:19)

Ser discípulo é permanecer na Palavra de Deus.

Jesus dizia aos judeus que criam nele: “Se vós permanecerdes na minha
palavra, verdadeiramente, sereis meus discípulos” (João 8:31). Jesus disse
isso porque muitos cristãos foram até Ele interessados em apenas receber
uma benção, mas depois que a recebem, se afastam Dele, como se Ele fosse
apenas um entregador de pizza. É difícil encarar essa comparação, mas é isso
mesmo que acontecem: querem a benção, mas não querem compromisso com
o abençoador e nisso se difere o discípulo do simples cristão. OO cristão não
tem obrigação, por isso só vai. Por outro lado, ser discípulo é permanecer, é
ficar e não se ausentar.

Ser discípulo é amar o próximo.

“Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos
outros” (João 13:35), a credencial de identificação do discípulo de Jesus é o
amor e o comprometimento com o IDE Dele.

“Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-


vos em honra uns aos outros” (Romanos 12:10), porque ter o nome de cristão
é dizer que sabe amar, não é apenas religiosidade barata e sem compromisso.

Quantos colocam um adesivo no carro dizendo: “Deus é fiel”, “Nas mãos


de Deus” ou “Jesus te ama”, mas não possuem nenhum compromisso com a
Palavra, não ganham uma alma para o Reino de Deus e nem buscam fazer o
mínimo de esforço possível para que isso aconteça? O discípulo não fica
apenas nas palavras, ele vai além delas e faz a obra acontecer de fato.

O discípulo dá fruto:

“Nisto é glorificado meu Pai: que deis muito fruto; e assim sereis meus
discípulos” (João15:8). Além de dar fruto, tem que dar muito fruto.

O verdadeiro discípulo de Jesus não fica sem dar frutos ao Reino de Deus,
ele se vê na obrigação de frutificar. Aqueles que produzem muito frutos são
autênticos discípulos de Jesus, pois o discípulo não é identificado pelo cargo
ou pela credencial, mas pelos frutos. Está escrito: “Portanto, pelos frutos
vocês serão reconhecidos.” (Mateus7:20)

Dar fruto não é uma coisa forçada, mas sim algo natural para o discípulo.
Da mesma maneira acontece com o amor: você não pode obrigar ninguém a
amar, ou você ama ou você não ama, é simples assim!

Ser discípulo é pôr as vontades de Deus em primeiro lugar.

“Assim, pois, qualquer de vós que não renunciar a tudo quanto tem, não
poderão ser meus discípulos” (Lucas14:33). Para ser discípulo de Jesus, nada
pode estar acima do Senhor e da sua Palavra, todas as outras coisas da nossa
vida devem estar em segundo plano. Portanto, o nosso amor a Deus deve ser
maior do que o amor às demais coisas.

Quando nos desprendemos e passamos a focar nos propósitos de Deus para


o seu Reino, nos tornamos verdadeiros discípulos do Senhor, pois a Palavra
nos adverte, dizendo: “Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça,
e todas essas coisas vos serão acrescentadas” (Mateus 6:33). Isso quer dizer
que o discípulo confia plenamente no Senhor e na força do seu poder (Efésios
6:10), o discípulo não busca em primeiro lugar os seus próprios interesses,
ele visa cumprir primeiramente os propósitos do Senhor.

Uma recapitulação de tudo o que vimos

A primeira condição para alguém ser discípulo de Jesus é receber a


salvação pela fé em Jesus Cristo. Você não pode ser discípulo Dele se antes
não o reconhecer como único Salvador e Senhor de sua vida. Veja o que Ele
disse: “As minhas ovelhas ouvem a minha voz, eu as conheço, e elas me
seguem, eu lhes dou a vida eterna, e elas jamais perecerão, ninguém as
poderá arrancar da minha mão, meu Pai, que as deu para mim, é maior do
que todos; ninguém as pode arrancar da mão de meu Pai.” (João 10:27-29).
Sem o milagre do novo nascimento, ninguém pode se dedicar totalmente a
Cristo.

Assim como já vimos acima, Jesus disse para seus discípulos que, assim
como Ele, todos deveriam também carregar sua cruz: “Se alguém quer vir
após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me.” (Lucas 9;23).
Tomar a cruz significa deixar de fazer a nossa própria vontade e eliminar os
desejos egoístas das nossas vidas para atender à vontade do Pai. Significa que
o nosso maior desejo não é para satisfazer a nós mesmos, mas agradar o
nosso Senhor. Agradá-lo deve ser a maior motivação de nossas vidas. Jesus
não mediu as palavras quando disse: “Quem não carrega sua própria cruz e
não me segue não pode ser meu discípulo.” (Lucas 14:27).

Por definição, discípulo é um estudante e seguidor do seu mestre. Um


discípulo de Jesus deve se esforçar para aprender e aplicar os princípios do
Reino de Deus. Nós só podemos viver de acordo com o que sabemos: quanto
mais sabermos sobre o caráter de Jesus e seus ensinamentos, mais poderemos
imitá-lo em sua conduta.

Filipenses 2:5 diz: “Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus”, ou


seja, fomos chamados para agir como Ele, ter o mesmo modo de pensar Dele
e desejar o mesmo destino eterno.

A quarta exigência que Jesus fez aos seus discípulos é que eles deveriam
colocá-lo como prioridade, acima de qualquer ser humano: “Se alguém vem a
mim e ama o seu pai, sua mãe, sua mulher, seus filhos, seus irmãos e irmãs, e
até sua própria vida mais do que a mim, não pode ser o meu discípulo.”
(Lucas 14:26). Essa passagem não diz que não podemos amar a Deus e a
nossa família ao mesmo tempo. A Bíblia deixa bem claro sobre nossas
obrigações com nossas esposas, maridos e filhos em Efésios 5:22-25 e 1
Timóteo 4:8.

O que Jesus quer dizer é que o nosso amor por Ele deve estar em primeiro
lugar, mesmo que a nossa família não aprove isso. Nosso relacionamento
com Cristo deve estar acima de nossos familiares. Se quisermos ser
verdadeiros discípulos, muitas vezes criaremos inimizades com as pessoas ao
nosso redor. Jesus não escondeu isso: “Se o mundo os odeia, tenham em
mente que antes odiou a mim. Se vocês pertencessem ao mundo, ele os
amaria como se fossem dele. Todavia, vocês não são do mundo, mas eu os
escolhi, tirando-os do mundo; por isso o mundo os odeia.” (João 15:18-19)
Jesus chegou até a alertar sobre a possibilidade de alguns de seus discípulos
terem que pagar com a própria vida: “Quem não toma a sua cruz e não me
segue, não é digno de mim. Quem acha a sua vida a perderá, e quem perde a
sua vida por minha causa a encontrará.” (Mateus 10:38-39).

Depois que Jesus ensinou sobre as verdadeiras riquezas, Ele disse:


“Ninguém pode servir a dois senhores; pois odiará a um e amará o outro, ou
se dedicará a um e desprezará o outro. Vocês não podem servir a Deus e ao
Dinheiro” (Mateus 6:24). Esse versículo parece fácil na teoria, mas na
realidade vemos o quanto as pessoas servem ao dinheiro. A sociedade está
sempre correndo atrás de bens materiais, por isso Ele disse: “Da mesma
forma, qualquer de vocês que não renunciar a tudo o que possui não pode
ser meu discípulo” (Lucas 14:33). Jesus não quis dizer que para sermos
discípulos devemos vender tudo o que temos e viver sem um centavo no
bolso, Ele estava falando em relação ao coração. Analise o que Ele disse:
“Como é difícil aos ricos entrar no Reino de Deus!” (Marcos 10:23).

O apóstolo Paulo também falou sobre isso: “Os que querem ficar ricos
caem em tentação, em armadilhas e em muitos desejos descontrolados e
nocivos, que levam os homens a mergulharem na ruína e na destruição, pois
o amor ao dinheiro é raiz de todos os males. Algumas pessoas, por
cobiçarem o dinheiro, desviaram-se da fé e se atormentaram a si mesmas
com muitos sofrimentos.” (1 Timóteo 6:9-10). E ele continuou instruindo
aqueles que eram ricos em bens materiais para continuarem a ser ricos em
boas obras, mas para não confiarem na incerteza das riquezas (v. 17-19).
Jesus disse: “Se o grão de trigo não cair na terra e não morrer,
continuará ele só. Mas se morrer, dará muito fruto. Aquele que ama a sua
vida, a perderá; ao passo que aquele que odeia a sua vida neste mundo, a
conservará para a vida eterna.” (João 12:24-25)

Assim como Jesus morreu e ressuscitou para nos salvar, nós também
devemos morrer com nossa própria vontade, a fim de cumprirmos a vontade
de Deus. Quem colocar as necessidades do outro em primeiro lugar está
pronto para ser um discipulador ativo de verdade.

Concluindo esse raciocínio: “Ser cristão é uma benção, mas ser discípulo é
muito melhor. Quando nos conscientizamos desse chamado de Jesus para as
nossas vidas, nos concentramos no centro da vontade de Deus, e cumprimos
tudo o que Ele requer de nós”.
A PATERNIDADE DE DEUS
DEVE SER ACEITA E
RESPEITADA POR TODOS
OS SEUS FILHOS
O apóstolo Paulo escreveu aos irmãos Filipenses: “Fazei todas as

coisas sem queixas nem discórdias, para que vos torneis filhos de Deus

irrepreensíveis, sinceros e íntegros no meio de uma geração corrupta e

perversa, na qual resplandeceis como luminares no mundo, retendo a

palavra da vida, para que, no Dia de Cristo, eu tenha motivo de me orgulhar

do fato de que não foi em vão que corri ou trabalhei.” (Filipenses 2:14-16).

Este texto é precioso, e revela o nosso privilégio e a nossa responsabilidade

como filhos de Deus. Existem três características dos filhos obedientes ao

Pai.

Os filhos devem buscar estar sempre irrepreensíveis ou inculpáveis, pois


esta é a postura que se espera do cristão neste mundo: procurar sempre estar
acima de qualquer suspeita, e ninguém terá do que nos acusar.

Filhos sinceros, puros, sem mistura, sem mescla, não adulterados, a Palavra
é aplicada ao leite que não é misturado com água e também à pureza do
metal. Ela descreve que o cristão deve ser puro em si mesmo, sem
dissimulação e sem segundas intenções, pois estas são recomendações de
Jesus Cristo e do apóstolo Paulo (Mateus 10:16 e Romanos 16:19).
Filho inculpáveis, sem mancha, imaculados, sem nódoas e inocentes. A
palavra era usada para animais usados em sacrifícios: eles não podiam ter
defeitos. Esse termo descreve o que o cristão deve buscar ser diante de Deus,
pois a Palavra nos diz que foi assim que Jesus Cristo se ofereceu
vicariamente por nós, ou seja, se entregou em nosso lugar (Hebreus 9:14 e 1
Pedro 1:19. Sem mancha, sem pecado, o Cordeiro de Deus foi imolado por
nós (1 Coríntios 5:7) a fim de nos tornar sem mácula, ruga ou impureza
alguma (Efésios 5:25-28), cumprindo parte do objetivo da nossa eleição
eterna.

Concluindo, precisamos confiar no Pai e na sua eterna Paternidade


Espiritual. Nada é mais exato do que dizer que Deus é Fiel e digno de
confiança, mas aprender a crer nessa confiança em meio às guinadas das
nossas vidas pode se tornar um desafio muito difícil para quem não exercita a
sua fé constantemente.

A Paternidade Espiritual de Deus nos traz segurança. Jesus se referia ao Pai


com muita ternura: “Eu e o Pai somos um” (João 10:30), e essa paternidade
de Deus foi perdida no Éden e reconquistada na cruz e na ressurreição pela
pessoa de Jesus Cristo. Os que estão em Cristo são do Pai por direito,
adquiridos pela compra através do sangue derramado no calvário, pois para
isso o Filho foi enviado ao mundo pelo Pai: para nos redimir de nossos
pecados e nos dar autoridade através do discipulado na forma de paternidade
espiritual. Esse é o vínculo que nos dá autoridade sobre a vida daqueles que
se submetem aos nossos ensinamentos pela Palavra de Deus, através do
Espírito Santo, e poder para usufruir desta autoridade concedida a nós através
de Cristo, que nos tornou filhos de Deus e protegidos por sua Paternidade
Espiritual a partir do momento em que nos entregamos a Ele.

O vínculo com Cristo é uma dadiva, mas infelizmente nem todos buscam
estar aptos para recebê-la. Espero que através deste livro você encontre a
capacitação necessária para se tornar apto para exercer esse
ministério.

A exemplo da paternidade espiritual de Deus


A paternidade de Deus é eterna. Não só a de Deus, o Pai de Jesus Cristo,
mas toda paternidade que é derivada e estabelecida a partir do Seu ofício na
divindade. O ofício que um pai recebe possui um significado tremendamente
importante. A função de um pai deriva da sua santidade, autoridade e
importância do fato dela ser aqui na terra uma projeção da paternidade divina
e eterna que o Senhor Deus exerce no céu.

“Por esta razão dobro os joelhos perante o Pai, do qual toda família nos céus
e na terra toma o nome.”
(Efésios 3:14-15)

A palavra traduzida no versículo acima como “família” poderia também ser


“paternidade”, como no original, cuja palavra grega é “pátria”, que é uma
derivação direta da palavra “pater”, que significa “pai”. Portanto, o versículo
seria assim: “O pai, do qual toda paternidade nos céus e na terra toma o
nome”. Desta forma, descobrimos que o fator originador da palavra família é
pai, sendo assim, todo pai dentro da criação recebe essa patente a partir da
paternidade eterna de Deus. Esse fato concede importância e santidade
enorme ao ofício de pai, e isso é, na realidade, uma projeção da própria
natureza de Deus para dentro da experiência humana.

Em João 14:2, Jesus diz: “Na casa de meu Pai há muitas moradas”.

Portanto, quando Jesus fala da “casa de meu Pai”, ele está dizendo que
Deus tem uma família celeste. Assim, há uma família no céu. Deus é
eternamente um Pai, e a vida e a estrutura da família têm sua origem na
eternidade, que é um retrato aqui na terra do relacionamento de Pai para
Filho. Através da divindade podemos observar que uma vida no lar significa
muito mais que o mero fato de algumas pessoas morarem juntas debaixo do
mesmo teto, pois é uma realidade ligada à natureza de Deus.

Dizendo isto de outra maneira, na eternidade existem duas coisas que


sempre foram verdadeiras: Deus é um Pai, e o céu é um lar. Nem o ofício de
pai nem a vida no lar se iniciaram no tempo ou depois da criação. Estes são
derivados do ser e da natureza, eternos na divindade.

Há outro aspecto da família que encontramos também como uma reflexão


da natureza de Deus, e esse é um conceito que iremos chamar de “chefia”.
Vejamos o que Paulo diz: “Quero, porém, que saibais que Cristo é o cabeça
de todo homem, o homem (ou marido) o cabeça da mulher (ou esposa), e
Deus o cabeça de Cristo.” (1 Coríntios 11:3).

Sendo assim, temos o seguinte relacionamento: Deus é a cabeça de Cristo,


Cristo é a cabeça do homem e o homem é a cabeça da mulher. Outra vez
temos um relacionamento eterno, pois a chefia do Pai sobre o Filho é eterna.
Antes da criação do mundo, Deus era Pai, e também cabeça de Cristo, e a
partir deste ponto nós temos uma cadeia descendente de autoridade, que vai
desde a eternidade até o tempo.

Outra vez temos um relacionamento no lar entre marido e esposa cuja


importância transcende os limites de tempo e espaço. É uma projeção dentro
da família de um relacionamento eterno, e com esse modelo podemos
aprender muito sobre o padrão de autoridade. Cada um de nós só tem
autoridade no plano de Deus quando estiver no seu devido lugar, numa cadeia
de autoridade hierárquica, pois qualquer cadeia de autoridade que seja
levantada no universo sempre recorre a Deus Pai como fonte original. Em
outras palavras, toda autoridade é instituída por Deus, e se deriva da sua
posição abaixo de Deus.

Só existirá autoridade no lar quando o marido for submisso a Cristo, e


quando a esposa for submissa ao marido. Se qualquer destes relacionamentos
forem quebrados, a autoridade do lar será desfeita. Se o marido não estiver
em submissão a Cristo, ele não terá a autoridade devida. Da mesma forma, se
a esposa não estiver em submissão ao marido ela também não estará em
posição digna de exercer a autoridade necessária.

Em determinada passagem, a Bíblia relata um diálogo entre um centurião


romano e Jesus. O guerreiro falava a favor do seu servo doente, e em suas
palavras dirigidas a Jesus ele falava de autoridade determinada. Ele resumiu o
segredo da autoridade, e disse: “Pois também eu sou homem sujeito à
autoridade, e tenho soldados às minhas ordens; e digo a este: Vai, e ele vai;
e a outro: Vem, e ele vem; e ao meu servo: Faze isto, e ele o faz.” (Lucas 7:1-
10).
A maioria das pessoas não teria se expressado desta maneira, muitos
falariam: “Eu tenho autoridade”. O centurião foi bem mais sábio e humilde, e
ele não disse: “Eu tenho autoridade”, na verdade, ele disse: “Eu estou sujeito
à autoridade”. Por ele estar no seu lugar certo na cadeia de autoridade do
exército romano, ele se tornava o representante legal do imperador. Quando
ele estava no seu devido lugar na cadeia, qualquer pessoa que resistisse a ele
estava na verdade se opondo ao próprio imperador. A sua autoridade se
derivava da sua colocação certa numa cadeia. Ao sujeitar-se àqueles que
estavam acima dele, ele tinha direito de exercer autoridade sobre aqueles que
estavam abaixo dele.

Ele reconhecia em Jesus uma situação paralela no mundo espiritual. Ele


disse: “Eu também sou homem sujeito à autoridade”. O que ele estava
afirmando para Jesus é que o que ele tinha no campo militar Jesus tinha no
mundo espiritual. Jesus estava debaixo da cobertura do Pai, munido de
autoridade. Estando debaixo da autoridade do Pai, Jesus trazia a autoridade
do próprio Pai consigo. Tudo que Jesus fazia e dizia era tão eficaz quanto se
o próprio Pai estivesse dizendo e fazendo. Diante disso, quando o marido está
em submissão a Cristo ele possui a própria autoridade de Cristo, e tudo o que
aquele marido diz e faz é tão eficaz quanto se o próprio Cristo estivesse
dizendo e o fazendo. Da mesma forma acontece com a esposa que
compreende a sua posição no casamento, que ela se encontra em submissão
ao seu marido. Assim ela tem toda a autoridade do marido, que é a autoridade
de Cristo, que também é a autoridade do Deus Pai, Todo Poderoso.

Porém, se a cadeia for quebrada em algum ponto, a autoridade é também


anulada, e é exatamente isso o que tem acontecido na maioria das famílias
dos dias atuais. Não existe autoridade na família porque em algum ponto
alguém está rompendo o ciclo. Na maioria dos lares o marido não está sujeito
a Cristo, e nem a esposa ao seu marido, e com isso o resultado é uma quebra
de autoridade, anarquia, desordem e desonra.

Contudo, por que isso acontece na maioria das famílias? É o que vamos
entender a seguir.
SUBMISSÃO, NÃO
INFERIORIDADE
Antes de mais nada, quero garantir a você, leitor, que este assunto é
extremamente relevante ao tema deste livro. Não estou fugindo, apenas estou
partindo do princípio da autoridade para melhor explicar a sua essência e
como funciona, pois se há uma coisa que precisamos preservar e respeitar é a
hierarquia de autoridade no sistema de discipulado. Afinal, assim como o
discípulo tem que respeitar a autoridade, o discipulador também tem a sua
dose de submissão aos seus superiores, e os seus superiores aos seus líderes
diligentes, e assim por diante.

Hoje em dia as mulheres pensam que ser submissas implica numa posição
de inferioridade, e isto é um pensamento completamente errado. Se eu puder
lhe mostrar o relacionamento entre Cristo e seu Superior, creio que será
muito mais fácil para as irmãs aceitarem sua posição de submissão, e não de
inferioridade. Submissão é muito diferente de inferioridade. O sentimento de
inferioridade aparece quando a pessoa, sendo homem ou mulher, se sente
subalterna, ou seja, obrigada a fazer e a realizar tarefas conforme o que os
outros querem. Portanto, a pessoa se sente oprimida a viver segundo as
vontades dos outros, e não a sua, porém esse sentimento pode desaparecer
quando vemos que este é o mesmo relacionamento que existe entre o Pai e o
Filho, pois Cristo também se sujeita a autoridade do pai, que é o seu cabeça.

Vamos examinar duas passagens em que Jesus fala sobre seu


relacionamento com o Pai:

“Eu e o Pai somos um.”


(João 10:30)

“Porque o Pai é maior do que eu.”


(João 14:28)

Parecem ser afirmações contraditórias, mas na primeira ele afirma a sua


união e igualdade com o Pai, na segunda ele se mostra inferior ao Pai,
dizendo que o Pai é maior.
Em Filipenses 2:5, Paulo diz que Cristo não achava igualdade com o Pai,
uma posição que procurava atingir. Entretanto, ele já tinha esta igualdade por
direito divino e eterno, mas ao mesmo tempo ele se sujeitava ao Pai e dizia:
“O Pai é maior do que eu”.

Podemos aplicar esse modelo ao relacionamento entre o discípulo e seu


discipulador, assim como entre um casal. O homem e sua esposa são um, ao
mesmo tempo em que a mulher é sujeita ao seu marido, pois seu marido tem
autoridade perante Deus, é maior que ela. Ser sujeito não implica em
inferioridade. Cristo não é inferior ao Pai, Ele é sujeito ao Pai, pois ao
permanecer em submissão ele permanece em união com Deus. Portanto, com
o discípulo não é diferente, ele apenas está ocupando um espaço de
submissão perante o seu superior, e através da sua submissão ao seu
discipulador ele se mantém em união com ele, e consequentemente no centro
da vontade de Deus. Se por acaso ele perder a sua submissão, ou seja, o
respeito por seu discipulador, ele perde a união, o vínculo que os liga, o que
os mantém unidos ao centro da vontade do Senhor.
ALGUMAS SITUAÇÕES
PRÁTICAS QUE
PREJUDICAM O
TESTEMUNHO DO
DISCÍPULO
O que o discípulo precisa entender desde o princípio?

Existem pessoas que dizem ser discípulas, mas lá no seu trabalho não tem
nenhum testemunho de vida cristã, vivem uma vida parecida ou pior que a
dos incrédulos.

Tem pessoas que dizem ser discípulas de Jesus, mas na escola o seu
testemunho tem sido como o dos incrédulos, e às vezes vem a ser pior do que
isso, chegando ao ponto dos incrédulos repugnarem seu comportamento.
Estas são pessoas que carregam o título de discípulo apenas para
envergonharem Jesus. São pessoas que ocupam o lugar de discípulo, mas que
vivem em esquemas deste mundo e em sociedade com os ímpios, que não
vivem um testemunho de seguidor de Cristo.

Existem pessoas que se dizem discípulas, mas que entram em


relacionamentos profanos e ilícitos, e dentre essas há algumas que chegam até
a destruir famílias alheias por conta do seu desejo egoísta.

Ainda há aqueles que mentem, falam palavrões, amam músicas profanas,


sonegam impostos, sonegam os dízimos e negam a eficácia da fidelidade
financeira a ponto de murmurar contra os outros, conduzindo outras pessoas
ao mesmo abismo de perdição. Pessoas assim se colocam no caminho do
discipulado sem priorizar a sua mudança de conduta.

Outros se dizem discípulos de Jesus, mas nos negócios vivem dando calote,
compram e não pagam, devem para muita gente, deixando várias pessoas em
maus lençóis, da mesma forma que faz o incrédulo. Entretanto, agindo dessa
maneira, como alguém pode ser considerado um discípulo de Cristo?
Alguns dizem ser discípulos, se dizem da igreja, mas vivem dando
perdidos, saindo nas noitadas, se enveredando nas baladas, se embriagando e
se autodestruindo através de outros vícios, da mesma maneira que o incrédulo
faz. Dessa maneira não pode jamais ser considerado um discípulo, uma vez
que não dispõe de uma boa conduta.

Existem aquelas pessoas que se dizem discípulas de Jesus, mas quando


chegam em casa dão um mal testemunho, brigam com seus filhos, com o
marido, com pai, com mãe, com vizinho, não aceitam ser repreendidas pelo
patrão, etc. Como alguém assim poderá ser chamado de discípulo de Cristo?

Na esfera humana existem muitos documentos que definem a nossa


identidade como pessoa ativa, e com certeza na vida espiritual também existe
alguns requisitos que formam a identidade de um verdadeiro discípulo. Um
deles é a autoridade no mundo espiritual para realizarmos as mesmas obras
que o Senhor Jesus fez, ou obras ainda maiores. Se não nos colocarmos na
posição que a Palavra nos sugere que estamos, jamais poderemos ser
reconhecidos como verdadeiros discípulos e filhos de Deus.

Alguns sinais identificam aqueles que realmente creem no poder


regenerador do evangelho, e consequentemente são discípulos de Cristo.
Aqueles que realmente acreditam no poder avassalador da sua Palavra são
identificados por esses sinais, que são poderes transmitidos através da Palavra
que liberta, pois Jesus disse: “E estes sinais seguirão aos que crerem; Em
meu nome expulsarão os demônios, falarão novas línguas, pegarão nas
serpentes, e se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum, e
porão as mãos sobre os enfermos, e os curarão, ora, o Senhor, depois de lhes
ter falado, foi recebido no céu, e assentou-se à direita de Deus.”(Marcos
16:17-19)

“Eis que vos dou poder para pisar serpentes e escorpiões, e toda a força do
inimigo, e nada vos fará dano algum, mas, não vos alegreis porque se vos
sujeitem os espíritos; alegrai-vos antes por estarem os vossos nomes
escritos nos céus.”
(Lucas 10:19-20)

Quero deixar bem claro uma questão, não é que todos os discípulos de
Jesus tenham que expulsar demônios ou sair bebendo veneno que certamente
não morrerão, não é nada disso. A Palavra ainda nos declara que não
devemos tentar a Cristo, ou seja, a Palavra de Deus: “E não tentemos a
Cristo, como alguns deles também tentaram, e pereceram pelas serpentes.”
(1 Coríntios 10:9). Por isso, não devemos colocar Deus a prova ou viver
nossas vidas sem temer sua santidade, pois, se for necessário, Ele nos
repreenderá com disciplina e rigor, a fim de nos ensinar a viver para Ele, pois
amar também significa corrigir e pedir contas (Hebreus 12:5-11).

Os discípulos não geram filhos naturais para si mesmos, mas geram filhos
espirituais para Deus, e devem ter maturidade espiritual o suficiente para
entender e saber separar as coisas. Gerar e cuidar de filhos espirituais para
Deus não é a mesma coisa que gerar e cuidar de filhos naturais no quesito
tomar para si, pois não devemos roubar os filhos de Deus, afinal, Ele é o Pai.

“Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a
vós outros e vos designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto
permaneça; a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vê-
lo conceda.”
(João 15:16)
O fruto é a prova de que somos verdadeiros discípulos de Jesus.

“Nisto é glorificado meu Pai, em que deis muito fruto; e assim vos
tornareis meus discípulos.”
(João 15:8)

Para dar frutos, toda semente tem que cair na terra e morrer.

“Em verdade, em verdade vos digo: se o grão de trigo, caindo na terra,


não morrer, fica ele só; mas, se morrer, produz muito fruto, quem ama a
sua vida perde-a; mas aquele que odeia a sua vida neste mundo preservá-
la-á
para a vida eterna, se alguém me serve, siga-me, e, onde
eu estou ali estará também o meu servo. E, se alguém me servir, o Pai o
honrará.”
(João 12:24-26)
Quantas almas você já produziu para Deus?

Só pode ser chamado de discípulo ativo aquele que estiver produzindo


frutos, e ninguém pode ser um verdadeiro discípulo se não estiver produzindo
frutos dignos, pois a Palavra nos adverte, dizendo: “Aquele que diz que
permanece nele, esse deve também andar assim como ele andou.” (1 João
2:6).

Quais são os elementos básicos que identificam um discípulo verdadeiro?


Quais são os traços da sua identidade, visto que o mesmo deve carregar a
conduta, o caráter e a mente de Cristo, que gera no verdadeiro discípulo a sua
imagem e semelhança em sua maneira de viver?

Cristo nos revelou o seu caráter e a sua conduta como um modelo a ser
impresso em seus seguidores, para que os mesmos mostrem um estilo de vida
diferente e novo, não segundo o curso deste mundo tenebroso.

“E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura, as coisas antigas já


passaram e eis que tudo se fez novo” (2 Coríntios 5:17). Afinal, quais são os
verdadeiros discípulos de Jesus?

Paulo nos responde essa pergunta, dizendo que aqueles que o imitassem
seriam reconhecidos por ele como verdadeiros discípulos de Cristo, pois o
próprio Paulo buscava imitar a Cristo: “Sede meus imitadores como também
eu sou de Cristo”. (1 Coríntios 11:1). O que Paulo estava nos querendo dizer
é que cristãos com uma vida deturpada, ou seja, corrompida, não podem ser
chamados ou considerados discípulos de Jesus. Essas pessoas não podem ser
seus representantes diretos e exercer funções de paternidade espiritual no
discipulado ativo ou serem considerados embaixadores de Cristo, pois
aqueles que nem ao menos procuram se esforçar em ser imitadores de Cristo
não são dignos nem de mencionar o seu nome, à vista que isso com certeza o
envergonharia e o faria cair em descrédito.
ALGUMAS
CARACTERÍSTICAS DE UM
VERDADEIRO DISCÍPULO
DE CRISTO

Paulo disse: “Sede meus imitadores como eu sou de Cristo” (1 Coríntios


1:11). Reparem que Paulo não disse: “Sede imitadores de Cristo, porque eu
também sou”, mas sim: “Imitem a minha vida porque ela imita a Cristo”.

Segundo a pedagogia judaica, o aprendiz deve ser um fidelíssimo imitador


de seu mestre, buscando em tudo imitá-lo, e ser discípulo é isso: é ser uma
extensão do seu discipulador. A Palavra ainda diz: “Aquele que diz que
permanece NELE, esse deve andar assim como ELE andou” (1João 2:6).

A vida do verdadeiro discípulo tende a se parecer com a vida de seu


discipulador, que também busca imitar Paulo, que por sua vez imita Cristo,
pois quem imita a Cristo vive cheio de compaixão, libera perdão às pessoas e
age com amor com todos à sua volta, buscando viver em retidão e
honestidade.

A importância de desenvolver relacionamentos

O discípulo e o seu discipulador devem desenvolver um relacionamento


saudável diante de Deus e de todos à sua volta, mesmo que seja cada vez
mais difícil exercer confiança uns para com os outros. É por isso que o
discipulado dispõe das células, pois nas células é oferecida a oportunidade
segura em que se cria um ambiente propício para se formarem grandes
amizades seguras e duradouras, onde facilmente se desenvolve
relacionamentos. É na célula que se deve iniciar um relacionamento no
discipulado, pois a célula é o ponto de partida para a caminhada.
Ainda há discípulos que vivem dispersos, isolados dos outros, que possuem
dificuldades em manter relacionamentos, vivem e andam distantes até mesmo
de seus discipuladores, não sabem viver em união, e sabem menos ainda que
além de ser algo que agrada ao Senhor Deus, é também uma prova de que
somos verdadeiros discípulos de Cristo.

Muitos vivem enganados, dizendo: “Eu assisto ao culto pela televisão”.


Outros dizem: “Eu assisto pela internet”, mas o culto pela TV ou Internet não
é para os discípulos ativos que desejam crescer ou que almejam promoções
em suas vidas espirituais, como aprender a exercer a arte da paternidade
espiritual. Esses meios são apenas para alcançar os não salvos para Jesus,
aqueles que ainda nem se tornaram discípulos comuns, os que são inativos.

A Palavra ainda nos exorta através de Paulo, dizendo:

“Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos


admoestações e tanto mais quanto vedes que
o Dia se aproxima.”
(Hebreus 10:25)

Para ser verdadeiro, o discípulo precisa congregar com outros discípulos.


Só assim ele crescerá em relacionamento, o que é essencialmente benéfico
para a vida cristã e, principalmente, para o discipulado.

Quando alguém nasce de novo, procuramos logo integrá-lo em três tipos de


grupos: discipulado, célula e culto de celebração, para que desenvolva
relacionamentos padronizados por Deus e para que seja cuidado, alicerçado.
Para que essa pessoa cresça sadia, nós o inserimos numa célula na qual fará
amigos e que aprenderá a importância do relacionamento de ter amigos em
Cristo.

Porque devemos procurar frequentemente estar juntos com outros


discípulos?

a) Porque isso é uma prova de que somos verdadeiros


discípulos de Jesus.
“Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos
outros.” (João 13:35)

b) Para que o mundo reconheça que Jesus é o único Salvador e


Senhor.

“A fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti,
também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste.”
(João 17:21)
c) Porque este é o modelo que nos foi dado desde o início
da igreja primitiva.
“E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e
nas orações.” (Atos 2:42)
d) Porque é desta forma que temos comunhão com o
filho de Deus.
“Fiel é Deus, pelo qual fostes chamados à comunhão de seu Filho Jesus
Cristo, nosso Senhor.” (1 Coríntios 1:9)

e) Porque é desta forma que recebemos os benefícios do corpo


e do sangue de Jesus.

“Porventura, o cálice da bênção que abençoamos não é a comunhão do


sangue de Cristo? O pão que partimos não é a comunhão do corpo de
Cristo?”
(1 Coríntios 10:16)
f) Porque assim testificamos que não temos mais comunhão
com as trevas.

“Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos; porquanto que


sociedade pode haver entre a justiça e a
iniquidade? Ou que comunhão, da luz com as trevas?” (2 Coríntios 6:14)

g) Porque o pai da igreja gentílica nos exortou a vivermos em comunhão.


“Se há, pois, alguma exortação em Cristo, alguma consolação de amor,
alguma comunhão do Espírito, se há entranhados afetos e misericórdias,
completai a minha alegria, de modo que penseis a mesma coisa, tenhais o
mesmo amor, sejais unidos de alma, tendo o mesmo sentimento, nada façais
por partidarismo ou vanglória, mas por humildade, considerando cada um
os outros superiores a si mesmo, não tenha cada um em vista o que é
propriamente seu, senão também cada qual o que é dos outros.”
(Fipenses2:1-4)

h) Porque esta é uma forma de ter comunhão com o Pai, o Filho e o


Espírito Santo.

“O que temos visto e ouvido anunciamos também a vós outros, para que
vós, igualmente, mantenhais comunhão
conosco. Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com seu
Filho, Jesus Cristo.”
(1João 1:3)
i) Porque isso é uma prova de que já saímos das trevas
para a luz e de que fomos purificados.

“Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão
uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo
pecado.”
(1 João 1:7)

Um discípulo verdadeiro não vive intrigado com os outros discípulos e nem


diz que não vai com a cara do outros, mas procura ter profundo
relacionamento com todos os discípulos.

Ninguém pode ser um cristão verdadeiro se não for um discípulo


verdadeiro. Não se pode ser um discípulo ativo se não tiver comunhão com
outros discípulos. Para viver em relacionamento, a Palavra nos adverte,
dizendo: “Se alguém diz: Eu amo a Deus, e odeia a seu irmão, é mentiroso,
pois quem não ama a seu irmão, ao qual viu, não pode amar a
Deus, a quem não viu.” (1 João 4:20)
O VERDADEIRO DISCÍPULO
ATIVO É AQUELE QUE
GERA OUTROS DISCÍPULOS
“Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do
Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, ensinando-os a guardar todas as coisas
que vos tenho ordenado.” (Mateus 28:19-20)

Existem pessoas no meio da igreja que nunca geraram sequer um discípulo


para Jesus. Muitos não geram por-

que não revelam sua identidade de discípulo, são os “agentes secretos” ou


soldados anônimos”. O verdadeiro discípulo é uma carta aberta para ser lida
por todo mundo ao seu redor. A Palavra chama os verdadeiros discípulos de
“Cartas vivas”: “Vós sois a nossa carta, escrita em nossos corações,
conhecida e lida por todos os homens, porque já é manifesto que vós sois a
carta de Cristo, ministrada por nós, e escrita, não com tinta, mas com o
Espírito do Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas nas tábuas de carne do
coração.” (2 Coríntios 3:2-3)

O maior prazer de um discípulo deve ser gerar outros discípulos para Jesus,
pois não se cansa de convidar pessoas para a célula e nem para o culto.
Mostre a sua cara de discípulo ao mundo.

Nós geramos o que somos: ovelha gera ovelha, discípulo gera discípulo.
Ninguém pode ser chamado de discípulo de Jesus se não tiver as marcas da
identidade de um verdadeiro discípulo. Pregue a palavra da salvação, fale do
amor de Deus para as pessoas, mostre sua cara, ninguém pode ser
considerado um verdadeiro discípulo de Cristo se não se esforçar para gerar
outro discípulo.

Como Jesus define o discípulo

Ser discípulo de Jesus exige um compromisso sério com Ele. Em Mateus


28:18-20, Jesus destaca dois aspectos deste compromisso. Muitas pessoas se
dizem seguidoras de Jesus sem dar os primeiros passos de obediência à
palavra Dele, pois para sermos discípulos verdadeiros, temos de apresentar os
nossos corpos como sacrifício vivo a Ele, através de jejuns e orações
constantes, sendo transformados e renovados pela Palavra, que nos limpa e
nos liberta.

“Portanto, irmãos, rogo-lhes pelas misericórdias de Deus que se ofereçam


em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus; este é o culto racional de
vocês, não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela
renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e
comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.”
(Romanos 12:1-2)

“Vós já estais limpos, pela palavra que vos tenho falado.”


(João 15:3)

Uma vez que reconhecemos Jesus como o nosso Mestre, devemos aprender
com as palavras e com o exemplo Dele, e um dos propósitos da vinda Dele à
terra é apresentado no versículo a seguir:

“Para isso vocês foram chamados, pois também Cristo sofreu no lugar de
vocês, deixando exemplo, para que sigam os seus
passos, Ele não cometeu pecado algum, e nenhum engano foi encontrado em sua
boca.”
(1 Pedro 2:21-22)
Como discípulos do perfeito Mestre, devemos nos esforçar para
desenvolver o caráter dele, tornando-nos coparticipantes da sua natureza
divina (2 Pedro 1:4). Assim procuraremos pensar como Ele pensa e agir
como Ele agiria. Isso é ou não é um desafio?

Consiste em viver em obediência, respeitando a autoridade de Cristo

O entendimento da relação do discípulo com o Mestre naturalmente criará


em nós um respeito profundo pela vontade do Senhor. Enquanto outros
defendem muitas práticas erradas, dizendo que Deus não as proibiu, o
discípulo fiel examina com mais cuidado e percebe que a Bíblia não é um
livro de proibição, e sim de permissão. Em vez de tentar justificar a sua
própria vontade, o seguidor de Jesus se limita às coisas que Deus permite, às
coisas autorizadas nas escrituras. Ele percebe, pelo estudo da Palavra, que
não devemos ultrapassar o que está escrito, pois tal abordagem aumenta a
arrogância em vez de demonstrar a humildade de servos do Senhor: “Por
tanto não ultrapasseis o que está escrito; a fim de que ninguém se
ensoberbeça a favor de um em detrimento de outro.” (1 Coríntios 4:6b)

Pessoas egoístas seguirão a sua própria sabedoria e dirão que possuem


liberdade para tratar a Bíblia como uma mensagem “dinâmica”, que se adapta
à circunstância atual, Provérbios 14:12, Jeremias 10:23 e 1 Samuel 13:12,
mas as pessoas espirituais mostrarão respeito maior para com Deus sabendo
que ele é perfeito e capaz de revelar sua vontade aos homens “uma vez para
sempre” (Judas 3), para os habilitar “para toda boa obra” (2 Timóteo 3:16-
17).

O servo fiel entende que o Mestre Jesus recebeu autoridade para mudar,
fazer e acontecer, e pode até mudar se quiser e colocar em prática o que não
fora lhe autorizado anteriormente: “Porque, mudando-se o sacerdócio,
necessariamente se faz também mudança da lei.” (Hebreus 7:12), mas o
discípulo humilde jamais ousaria distorcer ou ultrapassar o ensinamento de
Jesus.

“Tenham cuidado, para que vocês não destruam o fruto do nosso trabalho,
antes sejam recompensados plenamente. Todo aquele que não permanece
no ensino de Cristo, mas vai além dele, não tem Deus; quem permanece no
ensino tem o Pai e também o Filho.”
(2 João 1:8-9)

Buscar a unidade que Jesus pede cooperação

Jesus quer a unidade dos seus discípulos (João 17:20-23). Esta cooperação
não vem por estruturas e regras humanas, e sim por amor a Deus. Homens
podem forçar uma conformidade superficial por regras e sistemas de
organização e controle. Deus trabalha de outra forma. Ele confia na sua
própria palavra para criar a unidade que ele quer (1 Coríntios 1:10). Se cada
discípulo continuar se aproximando do Senhor, naturalmente estará se unindo
cada vez mais aos outros verdadeiros discípulos.

Cristãos se reunindo em congregações locais edificam e encorajam um ao


outro (Efésios 4:16 e Hebreus 10:23-25). Divisão vem quando pessoas
seguem diversas revelações (Isaías 19:2-3), ou quando seguem líderes
humanos, e não o próprio Senhor (1 Coríntios 1:11-13). Cristo morreu por
nós. Somos batizados em Cristo, Ele é o Senhor, a Verdade Absoluta, o
caminho, a Palavra a ser seguida (João1:14 e Apocalipse 19:13), e o foco da
vida de qualquer discípulo ativo!

Produzir fruto: perseverança e crescimento

O discípulo de Jesus produz fruto (João 15:8). Pelo fato de que aceita a
palavra de bom e reto coração, e por desenvolver a sua fé com perseverança,
ele se torna um ramo frutífero (Lucas 8:15). O discípulo produz frutos pelas
boas obras que faz (Tito 3:14 e Efésios 2:10). Produzimos frutos quando
obedecemos ao nosso Senhor (Lucas 6:46), progredindo com perseverança
(Hebreus 12:1).

Humildade, um passo fundamental para a nossa caminhada com Deus

Quando Jesus pregou o sermão que define o caráter do verdadeiro


discípulo, suas palavras iniciais foram diretas ao coração: “Bem aventurados
os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus” (Mateus 5:3). Ele
continuou a pregar durante mais três capítulos, mas muitos ouvintes não o
ouviram, porque nunca passaram da linha de partida. Mesmo hoje, a maior
parte da mensagem do evangelho cai em ouvidos surdos de homens e
mulheres arrogantes, que não querem reconhecer a posição de Jesus como
Senhor.

Entretanto, Jesus não reduziu os padrões, Ele não abriu uma porta extra
para entrarem os arrogantes ou os “quase” humildes. Ele manteve intacto o
seu requisito fundamental, porque ele reflete a exigência eterna de Deus.
Deus nunca aceitou o homem cheio de orgulho que pensava fazer as coisas a
seu próprio modo. Ao contrário de toda a sabedoria dos homens carnais,
tendentes a adquirir poder e posição, Deus aceita exclusivamente os
humildes.
Uma geração depois de Uzias, o profeta Miquéias pegou perfeitamente a
ideia quando ele citou as palavras de Deus: “Ele te declarou, ó homem, o que
é bom e o que é que o Senhor pede de ti: que pratiques a justiça, e ames a
misericórdia, e andes humildemente com o teu Deus” (Miquéias 6:8). As
escrituras deixam perfeitamente claro que não há outra maneira de caminhar
com Deus ou andamos humildemente com nosso Deus ou não andamos de
modo nenhum com
Ele!

Jesus andou no meio de homens carnais e enfrentou um tremendo desafio.


Como Ele poderia capturar seus corações para moldá-los como os servos
humildes que o Pai queria? Não foi uma tarefa fácil. Ele falava
frequentemente de humildade, e mostrava em sua vida de serviço o que
significava elevar os outros acima de nós mesmos. Quem poderia
exemplificar melhor a humildade voluntária do que o próprio Deus, que
deixou sua habitação celestial para servir e morrer pelos homens pecadores?
(Essa é a essência do apelo irresistível de Paulo em Filipenses 2:3-8).

Abaixo estão dois exemplos que mostram claramente como Jesus


ressaltava a humildade para seus discípulos:

“Naquela mesma hora chegaram os discípulos ao pé de Jesus, dizendo:


Quem é o maior no reino dos céus? E Jesus, chamando um menino, o pôs
no meio deles, e disse: Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e
não vos fizerdes como meninos, de modo algum entrareis no reino dos céus.
Portanto, aquele que se tornar humilde como este menino, esse é o maior
no Reino dos céus.”
(Mateus 18:1-4)

Os discípulos disputavam entre si frequentemente para descobrir quem


seria o melhor ou o maior entre eles. Certa vez, dois deles foram tão ousados
a ponto de pedir que fossem colocados acima dos outros no reino e, diante
disso, Jesus respondeu à atitude deles chamando uma criança. Enquanto os
discípulos observavam, Jesus começou a pregar um sermão memorável:

“Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos tornardes
como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus. Portanto,
aquele que se humilhar como esta criança, esse é o maior no reino dos
céus.”
(Mateus 18:3-4)

O segundo exemplo, ainda mais tocante, é registrado no livro de João.


Quando se preparavam para partilhar a refeição da Páscoa, Jesus
aproveitou o momento para ensinar uma lição necessária aos seus
discípulos, dessas que eles jamais se esqueceriam: “E, acabada a ceia, tendo
já o diabo posto no coração de Judas Iscariotes filho de Simão, que o
traísse, Jesus, sabendo que o Pai tinha depositado nas suas mãos todas as
coisas, e que havia saído de Deus e ia para Deus, levantou-se da ceia, tirou
as vestes, e, tomando uma toalha, cingiu-se. Depois deitou água numa bacia,
e começou a lavar os pés aos discípulos, e a enxugar lhe os com a toalha
com que estava cingido, aproximou-se pois, de Simão Pedro, que lhe disse:
Senhor, tu lavas-me os pés a mim? Respondeu Jesus, dizendo; O que eu faço
não o sabes tu agora, mas tu o saberás depois, disse-lhe Pedro; Nunca me
lavarás os pés. Respondeu-lhe Jesus: Se eu te não lavar, não tens parte
comigo. Disse-lhe Simão Pedro: Senhor, não só os meus pés, mas também as
mãos e a cabeça. Disse-lhe Jesus: Aquele que está lavado não necessita de
lavar senão os pés, pois no mais todo está limpo. Ora vós estais limpos, mas
não todos, Porque bem sabia ele quem o havia de trair; por isso disse: Nem
todos estais limpos, depois que lhes lavou os pés, e tomou as suas vestes, e se
assentou outra vez à mesa, disse-lhes: Entendeis o que vos tenho feito? Vós
me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque eu o sou ora, se eu,
Senhor e Mestre, vos lavei os pés, vós deveis também lavar os pés uns aos
outros. Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós
também. Na verdade, na verdade vos digo que não é o servo maior do que o
seu senhor, nem o enviado maior do que aquele que o enviou, se sabeis estas
bem-aventurados sois se as fizerdes.”

Quando terminou, ele voltou-se para os apóstolos e perguntou?


“Compreendeis o que vos fiz? Vós me chamais o Mestre e o Senhor e dizeis
bem; porque eu o sou. Ora, se eu, sendo o Senhor e o Mestre, vos lavei os
pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. Porque eu vos dei o
exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também. Em verdade, em
verdade vos digo que o servo não é maior do que seu senhor, nem o enviado,
maior do que aquele que o enviou. Ora, se sabeis estas cousas, bem-
aventurados sois se as praticardes” (João 13:2-17).

Não é de se admirar que outros homens inspirados falassem da importância


da humildade. Tiago disse: “Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos
humildes. Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de
vós. Humilhai-vos na presença do Senhor, e ele vos exaltará.” (Tiago 4:6-
10).

Como a arrogância impede a salvação?

Podemos tirar algumas conclusões claras e importantes do ensinamento da


Bíblia, mostrando o motivo pelo qual a falta de humildade impede a salvação.
Considere como o orgulho é absolutamente oposto às qualidades e
comportamentos que Deus quer que demonstremos.

Sem humildade não serviremos outros como deveríamos, porque aqueles


que são arrogantes e egoístas querem ser servidos, e não servir.

Sem humildade não conseguiremos seguir a Cristo. Os orgulhosos querem


ser chefes e cobiçam a posição e a influência de outros. Sem humildade não
buscaremos realmente a verdade. O homem orgulhoso pensa que já conhece
as respostas, e não quer depender de quem quer que seja, nem mesmo do
próprio Deus. A arrogância também impede nosso entendimento da verdade.
Se não queremos admitir a necessidade de mudança, ou não queremos aceitar
o fato de que alguma outra pessoa sabe mais do que nós, nosso orgulho será
um bloqueio fatal para o estudo eficaz da Palavra.

Sem humildade não reconheceremos nossos próprios defeitos. Somos até


capazes de enganar nossos próprios corações para não vermos nosso próprio
pecado. Saul fez isto quando defendeu sua desobediência na batalha contra os
amalequitas. Ele argumentou que tinha obedecido o Senhor e que o povo
tinha errado (1 Samuel 15:20-21). Deus não aceitou essa desculpa
esfarrapada, e não aceita a nossa.

Um outro problema relacionado com a arrogância é a dificuldade em


aceitar a correção. Provérbios 15:31-33 mostra a consequência de tal
orgulho: “Os ouvidos que atendem à repreensão salutar no meio dos sábios
têm a sua morada. O que rejeita a disciplina menospreza a sua alma, porém
o que atende à repreensão adquire entendimento. O temor do Senhor é a
instrução da sabedoria, e a humildade precede a honra.” Provérbios 12:1 é
mais direto: “Quem ama a disciplina ama o conhecimento, mas o que
aborrece a repreensão é estúpido.”

O outro lado desse problema é que a pessoa arrogante também não perdoa
o erro dos outros. O orgulho é inerentemente egoísta e nos torna facilmente
ofendidos e lentos a perdoar. Isso cria uma tremenda barreira para a salvação.
Jesus ensinou claramente que a pessoa que não perdoa não será perdoada por
Deus (Mateus 6:12-15).

A última linha é muito clara. Se não aprendemos como ser humildes, não
entraremos no céu, Deus rejeita os orgulhosos e exalta os humildes (Tiago
4:6-10).

Como desenvolver a humildade:

Uma vez que a humildade é obviamente essencial à nossa salvação,


deveremos estar preocupados em acrescentar essa qualidade às nossas vidas.
Aqui estão umas poucas sugestões simples que nos ajudarão: devemos
procurar o melhor nos outros e buscar servir os outros como Jesus fez
(Romanos 12:10, Efésios 4:2-3 e Filipenses 2:3-4).

Não devemos pensar que somos importantes (Lucas 17:10), cada um deve
usar sua capacidade, porém não devemos pensar que somos melhores do que
os outros (Romanos 12:3-8). Não devemos esperar que os outros nos
humilhem. A chave da obediência é nossa humildade voluntária e não a
humilhação forçada (Tiago 4:10). Por isso, sempre que estivermos tentados a
pensar que somos grandes e importantes, devemos parar para contemplar a
grandeza e a majestade de Deus. Comparados com o Criador e o Sustentador
do Universo, somos débeis e insignificantes.

“Humilhai-vos na presença do Senhor, e ele vos exaltará” (Tiago 4:10)


AS NOVAS GERAÇÕES DE
PATERNIDADES
O discipulado é uma forma de paternidade espiritual exercida pelo homem
desde a época de Abraão, quando ele já exercia essa paternidade sobre Ló, e
sem o discipulado, o que existe são filhos pródigos, filhos sem identidades e
sem conhecimento algum sobre Deus.

As novas gerações de igrejas engajadas no sistema celular, experimentam


essa desagradável realidade de verem seus filhos espirituais sem estrutura
espiritual para se manterem firmes na presença de Deus. Com isso, se
debandam para o mundo à procura de emoções, por não suprirem as suas
necessidades espirituais em suas respectivas igrejas por conta de um
discipulado sem compromisso, que só gera mais discipuladores
descompromissados com os seus discípulos e com a obra de Deus em geral.

A paternidade espiritual chegou para reformular esse sistema


discipulacional que se encontra falido, e com grandes proporções de
sucumbir diante da terrível realidade que está se instalando nessas novas
igrejas, nas quais o discipulado é apenas uma fachada para dizer que estão
engajadas no sistema celular.

Como já disse, a paternidade espiritual é uma prática exercida desde os


tempos primordiais, assim como foi com Elias e Eliseu quando Deus dobrou
a unção que recaiu do discipulador para o discípulo, ou seja, de uma geração
para outra. Sem a execução da paternidade espiritual, a unção não passa para
a próxima geração, por isso essa é a maior crise na família e na igreja nos
dias atuais.

Infelizmente, a maioria dos líderes da igreja seguem o padrão do mundo.

Não temos muitos pais, temos chefes, líderes, bispos e superintendentes,


mas poucos pais espirituais, poucos discipuladores comprometidos de
verdade. Existem líderes sem o mínimo preparo, mas que já estão assumindo
vidas através do discipulado, adotando filhos espirituais para si e não sabendo
como conduzi-los para o crescimento espiritual. Como resultado disso, tanto
um quanto o outro acaba sucumbindo, por fata de uma estrutura mais sólida,
mais consistente, por falta de consolidação, de fundamentos, ou seja, por falta
do conhecimento dos princípios e dos valores a serem guardados.

Atualmente, tanto membros quanto pastores carentes de paternidade


espiritual esperam um acompanhamento

mais próximo. Os membros esperam que seus pastores sejam como “pais”,
pais espirituais, cuidando de suas deficiências na área espiritual. Os pastores,
por sua vez, esperam que seus superiores sejam “pais”, pais espirituais
exercendo sobre eles, mas quando isso não acontece, surge a decepção, e o
espírito de orfandade toma conta do coração de muitas pessoas, fazendo com
que esse alguém perca a unção e dê lugar à decepção e à amargura. Tudo isso
se torna o resultado de um jugo indevido que é colocado sob eles. Sem um
acompanhamento apropriado, acabam sucumbindo às pressões.

No Antigo Testamento, os ensinamentos de um rabino eram chamados de


“jugo”, é por isso que Jesus afirma que seu jugo é suave e seu fardo é leve.

“Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e
humilde de coração; e achareis descanso para as vossas almas. Porque o
meu jugo é suave, e o meu fardo e leve.”
(Mateus 11:29-30)

A mensagem de Jesus é muito clara. As características que devem preceder


esse mestre, o pai espiritual, são características de bom exemplo para seus
filhos na fé. Mansidão e humildade são essenciais para o bom exemplo do pai
espiritual.

Qualquer líder, pastor, mestre, bispo ou o que quer que seja que impõe um
julgo pesado sob seus filhos espirituais, acaba dando péssimos exemplos.
Façamos como Jesus, e tenhamos sempre um espírito manso e humilde.

Se Elias não tivesse o espírito de Paternidade, jamais iria liberar a porção


dobrada sobre Eliseu. Acredito que a maioria dos cristãos gostariam que seus
líderes fossem “pais”, como Elias foi para Eliseu.

Oramos para que Deus envie a unção de Elias e seja restaurada a comunhão
entre pais e filhos espirituais, e que seja derramada porção dobrada sob esta
geração.
CONVIDE SEU DISCÍPULO
PARA IR MAIS LONGE, PARA
MERGULHAR MAIS
PROFUNDO
Sempre que possível, convide seu discípulo para fazer um discipulado
bíblico mais profundo, ou participe de encontros com o objetivo de estudar a
Bíblia. Isso vai ajudar o seu discípulo a se firmar mais na Rocha inabalável,
nas verdades da Palavra de Deus, e irá transformá-lo de uma “ovelhinha
indefesa” para um leão indomável aos olhos do império das trevas. Pegue nas
mãos do seu filho espiritual e ore com ele, ensine-o a orar, incentive-o a
mergulhar mais fundo no oceano do Espírito e a vislumbrar as possibilidades
mais longínquas. Com isso, trazemos aqueles que estão mais distantes para
mais perto de nós. A igreja de Deus é um, e agindo dessa maneira estaremos
fazendo as pessoas se integrarem a esse corpo, e isso fará com que elas
sintam que é bom fazer parte dele.

O propósito central de um ministério celular é:

Ganhar, discipular, consolidar, treinar e enviar filhos espirituais, discípulos


santos para servir. Muitos desses servirão em tempo integral, mas outros
serão voluntários. Todos nós temos outras responsabilidades: serviço, escola,
família, por isso devemos observar as possibilidades de cada um e treiná-los
mediante as suas possibilidades.

Ninguém pode dar o que não tem. Não apresente assuntos que não possuem
significado para os seus discípulos, não perca tempo com assuntos que não
levam a nada, que não tem relevância alguma ou que não edificam. Temos
que procurar conhecer as pessoas que irão nos ouvir para sabermos como
lidar com cada uma delas, para nos aproximarmos delas, para furarmos o
bloqueio. Não devemos nos desviar do foco com assuntos desvinculados ao
nosso maior propósito, que é o de edificar, estruturando os nossos filhos
espirituais na Palavra e no ensino, adubando os nossos ramos que foram por
Deus enxertados em nós, curando as suas feridas e fazendo-os entender que
eles não estão sozinhos nessa caminhada.

Temos que ter metas definidas, afinal, até o diabo tem meta definida, que é
voltar para a casa de onde saiu. Em um ministério não se pode ter duas
visões, a visão deve vir do pastor, que é o líder espiritual. Quando os
discípulos veem que você tem meta definida e trabalha por ela, se sentem
mais seguros. Existe muita gente insegura, por isso, mostre que você veio
para ficar, que tem aliança com Deus, com o ministério e com os seus
pastores.

Nossos filhos espirituais só ficarão seguros se você mostrar que é


aliançado, pois aliança traz segurança. Temos que passar a meta para os
discípulos, ministrar palavras que os motivem a alcançarem as metas e fazê-
los sonhar, mas não podemos ter dois discursos. Ninguém dá o que não tem,
ninguém ministra o que não recebeu. Temos que ensiná-los a contribuir para
o ministério, pois só assim atrairemos as bênçãos financeiras. Afinal,
precisamos de dinheiro para desenvolver o ministério, cuidar da família,
alcançar metas e projetos.

Não creio na pobreza. Um dia, alguém disse: “Eu nunca dou esperando
receber algo em troca”. Isso é um conceito humanista e errado, totalmente
contrário ao que a Bíblia diz. Deus nos ensina na Palavra que temos que dar
para receber, que damos para receber algo. Para sermos abençoados
financeiramente, precisamos aprender a dar. Isso é bíblico. Se não ensinamos,
eles continuam com dificuldades financeiras terríveis, e não experimentam as
bênçãos materiais (Deuteronômio 14:26). Deus lhes dará bênçãos materiais
para a sua alegria e para toda a sua casa.

Damos a vida por um povo, por um projeto de Deus. A maneira de mostrar


que amamos o povo é nos preocupando com eles, mas como fazemos isso
com tanta gente? Bem, a resposta é simples: através das células, pois a célula
bem administrada se torna uma agência evangelizadora, sempre alcançando o
maior número possível de pessoas.
O BENEFÍCIO DA
INTERCESSÃO ESPIRITUAL
NA CAMINHADA
Quando falo de intercessão, tenho em mente a proteção em relação a nós
mesmos e aos outros que acompanhamos ao longo do caminho. Precisamos
estar sempre com a nossa vida cristã em dia, tanto como discípulo quanto
discipulador, para que não surja uma série de padrões de pensamento e
deslizes comportamentais que nos desnorteiam, trazendo à tona mentiras que
nos levam a não sermos verdadeiros sobre as nossas vidas. Essas mentiras
paralisam as bênçãos do Senhor, impedindo-as de sobrevirem às nossas vidas
ao longo da minha caminhada com o meu discípulo ou discipulador.

Considero importante o ato de intercedermos uns pelos outros. Não apenas


o discipulador por seu discípulo, mas também o discípulo interceder por seu
discipulador, pois ambos estão caminhando juntos, por isso devem ter em
mente que o que acontecer com um atingirá o outro.

Portanto, se estou cobrindo o meu discípulo de orações, automaticamente


estou me auto protegendo, e o mesmo acontece com o meu discípulo se ele
me cobrir de orações.

Vamos olhar para a intercessão de Cristo por Pedro, que o preservou,


livrando-o das garras do inimigo que já estava à espreita. Mais tarde, Jesus
fez de Pedro um grande apóstolo. A oração de um “pai espiritual” pode
significar uma vantagem decisiva diante da batalha espiritual. Além disso, um
relacionamento dessa qualidade à confissão, uma prática esquecida nos dias
de hoje, pode trazer cura para aqueles que lutam com os mesmos problemas
durante anos e não conseguem se libertar, pois não conseguem se livrar da
culpa e não possuem ninguém com quem compartilhar. Ultimamente tenho
visto jovens e adultos serem libertos de problemas financeiros, problemas de
ordem comportamental e sexual, problemas emocionais persistentes, relativos
às suas crises existenciais, e pelo fato de poderem, através de um discipulado
ativo, abrir o coração, de maneira despreocupada, com a certeza de que
ninguém os julgará, que ninguém os condenará, se tornam pessoas que
aceitam o desafio de caminhar conforme o anunciado na Palavra, ao lado da
paternidade espiritual sobre suas vidas.

Assistindo a um documentário sobre o fenômeno do boxe, Mike Tyson,


pude conhecer um pouco da sua história e o início da sua trajetória. Ele foi
descoberto por um descendente de italianos que se tornou a motivação
pessoal de superação no esporte para ele. Dele, Mike

Tyson recebeu cuidados e a atenção paterna que jamais teve, pois este
homem exerceu paternidade sobre a sua vida, moldando-o segundo os seus
conceitos e padrões, tornando Mike Tyson uma fera nos ringues. Isso só foi
possível porque alguém exerceu sobre a sua vida uma paternidade, partindo
de alguém que decidiu caminhar junto com ele, transformou para torná-lo
uma pessoa melhor. Este homem discipulou Mike Tyson, caminhou ao seu
lado, não o perdeu de vista, o acompanhou e o tornou nesse exímio lutador.
Entretanto, para a sua tristeza, esse homem faleceu quando o garoto ainda
tinha dezenove anos, deixando uma lacuna emocional em sua vida. Quando
Mike Tyson foi campeão, se tornando o lutador mais jovem de pesos
pesados, o seu grande lamento foi por seu pai não poder assisti-lo ou ver o
resultado da caminhada com ele.

A história de Mike Tyson é uma história semelhante à de muitos em nossas


igrejas, e essas histórias serão mudadas dramaticamente se os homens e as
mulheres de Deus encararem o desafio de abandonar seus interesses
individuais e derramarem seus fetos e amores sobre as vidas de outras
pessoas, em nome de Jesus.

Todos nós precisamos de pessoas que se aproximem e digam que acreditam


em nós e no potencial que Deus colocou em nossas vidas. Precisamos de
pessoas que decidam caminhar ao nosso lado em meio às alegrias e em meio
às tristezas, compartilhando vidas e emoções que se opõem às nossas atitudes
insensatas. Mas também precisamos de pessoas que nos elogiem quando
estivermos fazendo o que é reto diante de Deus e da sociedade. Espero que
encontremos alguém que exerça sob nós um discipulado ativo de bons
resultados, e que essas pessoas sejam para nós como pais espirituais amáveis
dentro do contexto da Palavra.
SANTIFICANDO A
CAMINHADA
Nosso Deus não deixou por menos. Sua ordem é bem enfática: “Sereis
santos, porque eu sou santo” (Levítico 11:44). “Segui a paz com todos e a
santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hebreus 12:14).

Quem são os que mais veem a Deus? A resposta certamente seria os anjos.

Qual a sua maior característica, o adjetivo que mais os destaca diante de


Deus? Santo, santo, santo! Isso podemos comprovar, pois está escrito em
Isaías 6:1-4 e em Apocalipse 4:8, confirmando o que foi dito.

O que é o Espírito que Ele fez habitar em nós? Santo.

Nós devemos ser o quê? Santos, pois também está escrito “Sede vós
também santos como Santo é o vosso Pai que está nos céus” (Mateus 5:48).

Diante disso, podemos ver que a rota da nossa caminhada deve seguir os
padrões da santidade, não se desviando por bifurcações que nos levam a
conversas desviadas da Palavra, por assuntos que não sejam relativamente
inerentes e relevantes a uma transformação de conduta para melhor, ou
relativamente relevante para o discipulado. Isso poderia causar grandes danos
à comunhão entre discípulos e discipuladores, e a vontade do nosso Deus é
que obtenhamos êxito em tudo o que fazemos. Entretanto, não há como obter
êxito em um convívio derivado da Palavra de Deus como um discipulado sem
ao menos almejarmos e focarmos na santidade durante a caminhada.

Na verdade, o grande fato é que Deus nos criou para sermos como Ele é,
como seu Filho é, como o Espírito Santo é: santos! À primeira vista, essa
parece ser uma missão quase impossível de se cumprir, porque nos portamos
de tal forma que nos sentimos indignos desse tão honroso título, que nem em
pensamento conseguimos nos enquadrar nessa ideia celestial. Isso ocorre por
conta da cultura da maioria dos cristãos convertidos de que santos são umas
poucas criaturas privilegiadas, com auréolas nas cabeças e que chegaram, na
visão católica, à glória dos altares. Pior ainda, passam a ser idolatrados por
nós mesmos, que um dia viemos dessa cultura errônea, pois nos foi imposta
essa ideia de convicção.

Contudo, a verdade exposta na Palavra que liberta é que, desde que fomos
comprados e lavados pelo sangue de Jesus e passamos a ser habitados e
cheios do Espírito Santo, o próprio Deus nos chama de santos. Se repararmos
como a maioria das cartas de Paulo começam, veremos o quão isso está
latente: “Aos santos que vivem em Éfeso”, “Aos santos que vivem em
Corinto”, “Aos santos que vivem em Colossos”, e entre tantos outro que vão
em extensão até os dias de hoje: “Aos santos que vivem no estado de São
Paulo”, “Aos santos que vivem no estado de Salvador”, “Aos santos que
vivem no estado de Ceará”, “Aos santos que vivem no estado do Rio de
Janeiro”, etc.

A palavra “santo” tem o primeiro sentido de separado para Deus. Ao nos


lavar com o sangue de Seu Filho, o Senhor Deus já nos purificou e nos
santificou, no sentido de nos separar para Si mesmo a fim de sermos o seu
povo escolhido, e agora nós é que iremos cooperar com Ele para que este
processo de santificação torne-se cada vez mais refinado. Dessa maneira, a
santificação efetuada por Deus torna-se, ao mesmo tempo, um ato tremendo e
um processo em que cooperamos diariamente para nos tornarmos cada dia
mais semelhante a Jesus em nossa caminhada na fé.
SEGUINDO PARA O ALVO
QUE PRODUZ A SALVAÇÃO
“Não que eu já tenha obtido tudo isso ou tenha sido aperfeiçoado, mas
prossigo para alcançá-lo, pois para isso também fui alcançado por Cristo
Jesus. Irmãos, não penso que eu mesmo já o tenha alcançado, mas uma
coisa faço: esquecendo-me das coisas que ficaram para trás e avançando
para as que estão adiante, prossigo para o alvo, a fim de ganhar o prêmio do
chamado celestial de Deus em Cristo Jesus.” (Filipenses 3:12-14)

Há muitos lugares que a fragrância do Evangelho ainda não perfumou.


Devemos desejar chegar lá e espalhar o aroma de Cristo.

Discípulos, em vez de ficarmos presos no passado, estejamos preparados


para dar um novo passo rumo ao alvo. Não despreze o alvo, não erre o alvo,
pois errá-lo significa pecar. Portanto, não falhe, siga com seus olhos firmes e
fixados em Jesus, a Palavra de Deus, pois somente assim você não errará o
alvo.

Deixamos de prosseguir ao alvo quando nos deixamos dominar pelo medo.


Na caminhada dos discípulos de Jesus, vemos algumas das manifestações
destes medos.

O medo nos faz ver fantasmas: “E os discípulos, vendo-o andando sobre o


mar, assustaram-se, dizendo: É um fantasma. E gritaram com medo, Jesus,
porém, lhes falou logo, dizendo: Tende bom ânimo, sou eu, não temais”
(Mateus 14:26-27). Quando os discípulos viram Jesus andando sobre o mar
eles ficaram com medo, pois acharam que estavam vendo um fantasma, e
gritaram, apavorados.

O medo nos faz ver perigo onde há uma bênção a ser recebida, ele nos faz
afundar a ponto de nos afogarmos: “Mas, quando reparou no vento, ficou
com medo e, começando a afundar, gritou: “Senhor, salva-me!” (Mateus
14:30).

Naquela mesma noite, o discípulo Pedro se superou e se lançou ao mar. Ele


ia caminhando bem sobre as águas, até ter medo. Se apavorou e, quando deu
por si, percebeu que estava caminhando sobre o mar revolto e começou a
afundar. Se Jesus não estivesse ali para lhe estender a mão, Pedro, em sua
condição de discípulo imaturo, teria morrido afogado, simplesmente por
permitir tirar os olhos de Jesus. Todos temos problemas a enfrentar. Se os
enfrentamos com medo, nós sucumbiremos.

O medo nos faz fugir: “Tremendo e assustadas, as mulheres saíram e


fugiram do sepulcro. E não disseram nada a ninguém, porque estavam
amedrontadas” (Marcos 16:8). Algumas mulheres tiveram o privilégio de ver
pela primeira vez o sepulcro vazio de Jesus, mas elas ficaram com medo e
fugiram. Paralisadas, não deram o testemunho que precisavam acerca do que
tinham visto. Na qualidade de discípulo, não posso oprimir você com
palavras e dizer que você não possa sentir medo, porém eu lhes afirmo que o
medo não te deixará caminhar em paz, pois você sempre estará disperso,
preocupado com coisas nas quais nem deveria estar pensando. O medo nos
traz insegurança, promove a falta de confiança, nos arremete à dúvida e gera
a falta de fé, chegando ao desagrado de Deus, pois está escrito: “Sem fé é
impossível agradar a Deus, pois quem dele se aproxima precisa crer que ele
existe e que recompensa aqueles que o buscam.” (Hebreus 11:6)

O medo nos faz mentir: “Depois disso José de Arimateia pediu a Pilatos o
corpo de Jesus. José era discípulo de Jesus, mas o era secretamente, porque
tinha medo dos judeus. Com a permissão de Pilatos, veio e levou embora o
corpo.” (João 19:38). José de Arimateia fez algo que eu gostaria de ter feito:
ele cuidou do corpo de Jesus. No entanto, fez uma coisa terrível: escondeu
que era discípulo do nosso Senhor. Fez isso por causa do medo, pois ele
temia as possíveis consequências sobre a sua carreira caso soubessem que era
um seguidor de Cristo.

O medo nos faz esconder: “Chegada, pois, a tarde daquele dia, o primeiro
da semana, e cerradas as portas onde os discípulos, com medo dos judeus, se
tinham ajuntado, chegou Jesus, e pôs-se no meio, e disse-lhes: Paz seja
convosco.” (João 20:19). Os discípulos de Jesus, quando souberam da Sua
ressurreição, passaram a se reunir escondidos, também com medo da
perseguição que poderia vir, mas felizmente o Senhor Jesus não levou isso
em consideração, e foi até ao encontro deles.

Uma coisa eu digo com certeza: quem vive dominado pelo medo não
prossegue para o alvo, mesmo sabendo que há um prêmio para quem o
alcança. O medo faz seus pés vacilarem e ficarem tão pesados que não
conseguem trocar os passos. Devemos pedir que Deus nos capacite com
coragem para prosseguirmos como verdadeiros discípulos destemidos.

Não se esqueçam de que quem está em Cristo é nova criatura, e que as


coisas velhas já passaram, eis que surgirão coisas novas! (2 Coríntios 5:17).
Nós fomos sepultados com ele na morte por meio do batismo, a fim de que
assim como Cristo foi ressuscitado dos mortos mediante a glória do Pai, nós
também vivamos uma vida nova (Romanos 7:4).

Deixamos de prosseguir para o alvo quando aceitamos os convites do


mundo, nos dispersamos e nos distraímos, olhando para os atrativos que ele
nos oferece. Isso acontece com aqueles que ainda estão em cima do muro,
indecisos, com um pé lá e outro cá, assim como nos descreve Paulo em uma
experiencia semelhante à que estamos destacando agora, dizendo assim:
(Conjectura pessoal)

“E eu me lembro de Demas, receio que não tenha nenhum parente ou


amigo de Demas aqui, mas preciso falar sobre o que ele fez.”
(Colossenses 4:14)

“De vez em quando ele saía para comprar algumas coisas para nós ou
para levar alguma correspondência aos irmãos de fora. Um dia desses veio
com uma conversa profana, reclamando das condições de vida aqui,
queixando-se até da cama onde dormimos, eu olhei para as minhas
cicatrizes e fiquei calado. Depois ele tentou me mostrar que este nosso
sacrifício era em vão, que podíamos nos livrar da morte, inventando uma
história qualquer, Demas chegou a nos chamar de fanáticos por seguirmos
a Jesus tão ao pé letra. Afinal, há tantas coisas boas lá fora e nós aqui,
apodrecendo nesta casa insinuou ele, Demas me disse que eu encontraria
um emprego fácil como professor em Roma, mesmo sabendo que um
pedagogo tem que ensinar sobre os deuses greco-romanos como se não
fossem invenções humanas. Fiquei desolado. Eu lhe disse: “Demas, tudo
isto que agora o seduz eu já tive. Por isso, o que para mim era lucro, passei
a considerar como perda, por causa de Cristo. Sabe, Demas, mais do que
isso, considero tudo como perda, comparado com a suprema grandeza do
conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor, por quem perdi todas as coisas.
Eu as considero como esterco para poder ganhar Cristo. Não adiantou.
Timóteo também falou com ele e lhe mostrou o quanto o Evangelho
precisava dele aqui, mas ele simplesmente sumiu. Demas me traiu, Demas
me abandonou e foi para Tessalônica.” (2 Timóteo 4:10)

Demas se foi, partiu para viver do seu modo, longe de Jesus, pois se sentia
preso ao lado de Cristo. Ele se desviou do caminho e passou a se distrair com
os atrativos desse mundo tenebroso. Amou este mundo, que vai ser destruído.
Eu porem, continuo amando aquele mundo que ainda vai se revelar quando
Jesus voltar.

Devemos olhar os convites do presente século como tentativas para nos


desviar do caminho.

“Espero que aí em Filipos não haja nenhum Demas. Desejo que todos, não
importa o que aconteça, exerçam a sua cidadania de maneira digna do
evangelho de Cristo, para que assim, quer eu vá e os veja, quer apenas
ouça a seu respeito em minha ausência, fique eu sabendo que vocês
permanecem firmes num só espírito, lutando unânimes pela fé evangélica.”
(Filipenses 1:27)

“Não façam como Demas; antes, façam tudo o que estiver ao alcance de
vocês, para que venham a tornar-se puros e irrepreensíveis, filhos de Deus
inculpáveis no meio de uma geração corrompida e depravada, na qual
vocês brilham como estrelas no universo, retendo firmemente a palavra da
vida. Assim, no dia de Cristo eu me orgulharei de não ter corrido nem me
esforçado inutilmente.”
(Filipenses 2:15)

Quantos se dizem cristãos, mas deixam de prosseguir para o alvo,


desvalorizando o prêmio prometido por Jesus Cristo, que está nos esperando?
Discípulos, há uma vida muito melhor no céu, mas tenho visto muitos
irmãos se esquecendo dessa promessa de Cristo e se satisfazendo com coisas
que não passam de sombras em comparação àquelas que ainda virão. Assim
como recebemos a Cristo, devemos prosseguir com Ele na caminhada da fé
(Colossenses 2:17).
Discípulos, fiquem atentos a isso: nossa cidadania está nos céus, de onde
esperamos ansiosamente o Salvador, o Senhor Jesus Cristo (Filipenses 3:20).
Portanto, para nós está prometida uma vida eterna com Cristo, promessa essa
feita por um Deus que não pode mentir (Tito 1:2).

Discípulos, fazemos bem em lutar pela cidadania terrena, mas fazemos mal
em pensar que toda a nossa esperança se esgota na obtenção dela. A melhor é
aquela a que teremos acesso com a volta de Jesus Cristo.
Fazemos bem em buscar a felicidade aqui e agora, mas fazemos mal em
nos cansar nessa busca, porque isso não nos satisfará. Devemos sempre nos
lembrar que só haverá felicidade plena com a volta de Jesus Cristo.
Neste nosso tempo, fazemos bem em construir casas próprias e melhores,
mas fazemos mal em esquecer que Deus construiu para nós uma casa eterna,
que ganharemos com a volta de Jesus Cristo, embora muitos daqueles que se
dizem cristãos não entendam que estar com Cristo é muito bom (1 Coríntios
1:23). Seja o presente bom ou ruim, muitos irmãos pensam que a esperança
cristã é apenas para esta vida e, ao viverem assim, se tornam dignos de pena
(1 Coríntios 15:19).

Devemos olhar para o alvo e para o prêmio destinado a quem conquista a


vitória. Um verdadeiro discípulo nunca desanima mesmo quando
pressionado, porque o real discípulo de Cristo não tira os seus olhos do alvo,
pois o seu alvo é Jesus. Ele sabe que a sua recompensa está nele, e esse
prêmio é uma vida plena com Deus e, consequentemente, a salvação.

Discípulos, hoje eu posso dizer com plena convicção que o meu alvo é
Jesus Cristo. Eu quero ser como Ele é. É por Ele que eu corro, e eu serei
como Ele é quando me encontrar definitivamente com o meu prêmio, que é
Jesus Cristo. É a Ele que eu quero, e eu O alcançarei de modo completo
quando eu acabar a minha corrida.

Discípulos, não importa em que estágio vocês estejam na corrida, seja perto
do estádio ou no começo da carreira: não tirem os olhos do alvo. Não se
esqueçam do prêmio guardado para lhes ser entregue. Tenham sempre em
mente que, pelo poder que capacita Jesus a colocar todas as coisas debaixo do
seu domínio, Deus transformará os nossos corpos humilhados, tornando-os
semelhantes para o corpo glorioso de Jesus (Filipenses 3:21).

“Queridos discípulos, nesta caminhada, não se esqueçam que perto está o


Senhor, alegrai vos NELE, não andem ansiosos por coisa alguma, mas em
tudo, pela oração e súplicas, e com ação de graças, apresentem seus
pedidos a Deus, e a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará
o coração e a mente de vocês em Cristo Jesus.”
(Filipenses 4:4-7)
OREMOS
Senhor nosso Deus, Senhor nosso Pai, em Nome de Jesus venho a ti para
lhe agradecer por tudo o que o Senhor tem feito por mim. Muito obrigado
pelo meu discipulador, ajude-me a honrá-lo como ele merece. Obrigado
também pelo que fizestes a mim, tornando-me um discípulo. Mas eu quero
mais que isso, eu desejo me tornar um discípulo ativo, eu quero crescer e
aprender para melhor ensinar. Abençoe o meu ministério, me ajude a dar
frutos dignos de um filho seu, me ajude nas minhas fraquezas e limitações,
me ajude a entender melhor o meu ministério para que eu não fique confuso.
Não me deixe sozinho, eu preciso do Senhor. Ajuda-me a ser um discípulo
segundo o seu coração, é o que eu te peço, em Nome de Jesus.

Compartilhe suas impressões de leitura


escrevendo para: contato@autordafe.com.br

www.autordafe.com.br

Você também pode gostar