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11- Convide seu discípulo para ir mais longe, para mergulhar mais profundo
13 - Santificando a caminhada
Oremos
INTRODUÇÃO
Olá, muito prazer! Espero estar me dirigindo a uma pessoa inteiramente
inclinada a saber mais sobre como ser um discípulo e em como ser um
melhor discípulo. Neste livro da série Discipulado Ativo pretendo abordar
assuntos relacionados a esse tema, sendo mais consistente. Pretendendo
também te levar a um patamar mais alto em relação ao conhecimento sobre o
discipulado. A palavra “discípulo” aparece centenas de vezes no novo
testamento, e é usada para descrever os seguidores de Jesus com muito mais
frequência do que “cristão” ou “crente”.
Quando Jesus chamou os seus primeiros discípulos, eles talvez ainda não
compreendessem para onde Cristo os levaria nem o impacto que isso teria em
suas vidas, mas sabiam o que significava seguir. Eles entenderam o chamado
de forma literal e começaram a ir para todo lugar em que Jesus ia e
observavam tudo o que Ele fazia.
Ninguém pode realmente acreditar que ser cristão se resume a isso, então
por que tantas pessoas vivem assim?
Parece que nós perdemos de vista o que significa ser seguidor ativo de
Cristo, uma vez que o conceito de discípulo não é tão difícil assim de se
entender. Discípulos são aspirantes ao mestrado, podemos dizer que os
discípulos cristãos são aqueles que decidiram abandonar a velha vida carnal
para viver uma vida mais espiritual, é aquele que assumiu a sua posição em
Cristo e através Dele foi aceito no seleto hall dos filhos de Deus.
“Contudo, aos que o receberam, aos que creram em seu nome, deu-lhes o
direito de se tornarem filhos de Deus, os
quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade
do homem, mas de Deus”
(João 1:12)
Nos tempos dos apóstolos não existia ninguém que fosse convertido e que
não fosse um discípulo. Todos os que criam em Jesus eram chamados de
discípulos, e ser um discípulo significava ser salvo por Jesus, ser alguém que
havia deixado tudo por Ele.
Essa foi a última palavra de Jesus aos seus discípulos. Até parece que este é
o ponto mais alto do Novo Testamento, é como se o Senhor estivesse todo o
tempo preparando o terreno para dar essa palavra. Depois de fazer tudo o que
o Pai lhe encomendara, finalmente o Senhor podia dar esta ordem: “Fazei
discípulos de todas as nações”.
Diante disso, posso declarar com toda a convicção que o discípulo é o ser
mais importante desta terra, e isso sem exagero, pois foi uma das maiores
ordens que o próprio Senhor Jesus nos deu, ficando abaixo apenas de amar a
Deus sobre todas as coisas, e ao próximo como a nós mesmos. Ao ser e fazer
discípulos, estamos cumprindo essas duas ordens expressas do Senhor Jesus.
O QUE É UM DISCÍPULO
ATIVO?
Antes de falarmos sobre o que é um discípulo, vamos observar esta ordem
clara que o Senhor Jesus nos deu:
Começamos com uma ordem objetiva, com isso vemos que o discípulo não
é uma obra do acaso, “é um desejo de Deus”. É da vontade de Deus que nos
tornemos discípulos, Jesus deu a ordem: “IDE e fazei discípulos”, porém Ele
nunca fez algo ou deu alguma ordem que não fosse desejo do Senhor. Ele
nunca fez algo que fosse de Sua própria vontade, pois Ele mesmo disse:
“Pois eu desci do céu, não para fazer a minha própria vontade, mas a
vontade daquele que me enviou, e esta é a vontade do Pai, o qual me enviou:
que Eu não perca nenhum de todos os que ELE me deu, mas que Eu os
ressuscite no último dia.” (João 6:38-39). Portanto, a ordem que o Senhor
Jesus nos deu é uma ordem expressa
do próprio Pai das luzes, por isso devemos nos considerar privilegiados por
sermos discípulos.
“Um discípulo é alguém que crê em tudo que Cristo disse e faz tudo que
Cristo manda.”
“Eu asseguro: Quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem
a vida eterna e não será condenado, mas já passou da morte para a vida.”
(João 5:24)
“E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação
do vosso entendimento.”
(Romanos 12:2)
“Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos
outros.”
(João 13:35)
“Eu asseguro: Quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem
a vida eterna e não será condenado, mas já passou da morte para a vida.”
(João 5:24)
“Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho
unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida
eterna.”
(João 3:16)
Cada um desses termos tem um significado diferente, mas todos eles são
aplicados a uma mesma pessoa e, se não entendermos isso, viveremos em
confusão. Por quê?
Aquele que pretende ser um convertido sem ser um discípulo não passará
de um cristão superficial, pois um convertido é mais que um cristão é um
discípulo.
O termo “discípulo” aparece 260 vezes no Novo Testamento, já o termo
“crente” aparece 15 vezes.
Ele, por sua vez, respondeu: “Isso nós só saberemos depois de cinco anos”.
Com esta reposta ele quis mostrar que há uma grande diferença entre uma
decisão momentânea, que pode ser superficial, e um verdadeiro compromisso
com Cristo. Uma coisa é conhecermos a Jesus e seus ensinamentos, mas
outra coisa é se despojar de todos os desejos carnais que nos levam a sermos
seduzidos por este mundo e seguirmos a Cristo de fato e de verdade. No novo
testamento, os seguidores de Jesus são identificados como “discípulos” mais
de 250 vezes, mas o termo “cristão” é mencionado apenas três vezes. Jesus
ordenou “Ide e fazei discípulos de todas as nações” (Mateus 28:19). Jesus não
disse IDE pelos quatro cantos do mundo e fazei cristãos. Mas afinal, qual a
diferença de discípulos que seguem a Jesus dos cristãos que também seguem
a Jesus?
Tudo que tem valor possui seus desafios e suas responsabilidades, não
podemos nos dar o luxo de errarmos sempre, sem a menor preocupação de
que não sofreremos os danos por esses erros. Para aqueles que são
discipuladores e para os que exercem a paternidade espiritual sobre a vida de
alguém, lembrem-se sempre de que estamos cuidando de vidas racionais que
pensam por si mesmas e que tiram suas próprias conclusões, não com meros
animais irracionais que estão dispostos a fazer tudo aquilo que bem
desejarem, não é bem assim. Como se isso ainda não bastasse, Jesus nos
apresenta o seu grande desafio, dizendo: “Se alguém quer vir após mim,
negue se, a si mesmo dia após dia, tome a sua cruz e me siga.” (Lucas 9:23).
Siga o exemplo de Jacó. Quando ele recebeu a notícia de que teria que
trabalhar sete anos para adquirir o direito de possuir Raquel, a Palavra nos diz
que, por conta do amor que ele sentia por ela, aqueles sete anos foram como
apenas alguns dias (Gênesis 29:20). Assim também acontece com aqueles
que amam profundamente o sistema de discipulado. Aqueles que amam a arte
da paternidade espiritual sempre verão uma solução para qualquer situação
adversa que por ventura forem enfrentar, pois seguem a Jesus porque o amam
profundamente, e não apenas por um mero modismo.
Negar-se a si mesmo
Ele não continua mais com os modos de pensar que elevam modelos
egoístas e de comportamentos insanos. Ele renuncia a confiança em si mesmo
e passa a confiar somente na Palavra, mudando o seu curso de vida e se
colocando no caminho da salvação em Cristo: “Não cabe ao homem
determinar o seu caminho, nem ao que caminha o dirigir os seus passos”
(Jeremias 10:23). Veja também o que a Palavra em si continua a nos alertar
quanto a isso: “Há caminho que parece certo ao homem, mas no final conduz
à morte.” (Provérbios 14:12).
Em 2 Coríntios 5:14, Paulo diz que: “o amor de Cristo nos constrange pelo
fato dele ter morrido por todos nós” e em seguida argumenta, ainda que
sucintamente, que se Ele morreu por todos, obviamente todos morreram para
si mesmos, pois Cristo morreu por todos. No entanto, a morte que Cristo
experimentou foi a nossa morte: “Pois a morte carnal aos homens, está
ordenado morrer uma só vez vindo depois disto o juízo.” (Hebreus 9:27).
Seguir a Cristo
Pedro disse que Jesus nos deixou como exemplo de que deveríamos “seguir
seus passos” (1 Pedro 2:21), e sua autoridade está implícita no mandamento.
Ele é o guia, O Rei que comanda e que governa a vida dos verdadeiros
discípulos e filhos espirituais. Este último tópico, “Seguir a Cristo”, está
relacionado com os dois anteriores, pois seguir a Cristo implica em desistir
do eu e em renunciar o rumo próprio, trocando-o pela rota que nos arremete a
um caminho de sacrifício para a vida toda.
Desafie-se com a grande provação que Jesus pôs diante de todos nós.
A DIFERENÇA ENTRE SER
CRISTÃO E SER DISCÍPULO
Jesus Cristo veio a este mundo com a Missão dada pelo Pai de salvar o
pecador, derramando o seu sangue na Cruz do Calvário através do seu
sacrifício expiatório. Jesus, através do seu sacrifício na Cruz, estabeleceu o
Seu Reino entre os homens, formando um grupo de seguidores que os
homens chamam de “cristãos”.
Ser cristão é uma benção. É um poder carregar esse nome, desfrutar das
honras e se diferenciar de outras religiões, mas ser discípulo é muito melhor.
Isso é o que nos ensina o Senhor Jesus.
A designação do cristão
Para alguns, ser cristão significa pouco mais que uma nomenclatura que os
difere das outras religiões e culturas, ou seja, a distingue em relação ao
islamismo ou judaísmo, enquanto que para outros passou a ser um nome de
uma classe de pessoas distintas, e nada mais que isso. Entretanto, o seu
significado original é nobre, e todo seguidor de Cristo deve orgulhar-se desse
título.
Hoje podemos dizer que ser só cristão ficou muito generalizado, é preciso
ir além disso, é preciso ser discípulo.
A designação do discípulo
Jesus nunca pediu para formar cristãos, mas pediu para fazer discípulos.
Jesus dizia aos judeus que criam nele: “Se vós permanecerdes na minha
palavra, verdadeiramente, sereis meus discípulos” (João 8:31). Jesus disse
isso porque muitos cristãos foram até Ele interessados em apenas receber
uma benção, mas depois que a recebem, se afastam Dele, como se Ele fosse
apenas um entregador de pizza. É difícil encarar essa comparação, mas é isso
mesmo que acontecem: querem a benção, mas não querem compromisso com
o abençoador e nisso se difere o discípulo do simples cristão. OO cristão não
tem obrigação, por isso só vai. Por outro lado, ser discípulo é permanecer, é
ficar e não se ausentar.
“Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos
outros” (João 13:35), a credencial de identificação do discípulo de Jesus é o
amor e o comprometimento com o IDE Dele.
O discípulo dá fruto:
“Nisto é glorificado meu Pai: que deis muito fruto; e assim sereis meus
discípulos” (João15:8). Além de dar fruto, tem que dar muito fruto.
O verdadeiro discípulo de Jesus não fica sem dar frutos ao Reino de Deus,
ele se vê na obrigação de frutificar. Aqueles que produzem muito frutos são
autênticos discípulos de Jesus, pois o discípulo não é identificado pelo cargo
ou pela credencial, mas pelos frutos. Está escrito: “Portanto, pelos frutos
vocês serão reconhecidos.” (Mateus7:20)
Dar fruto não é uma coisa forçada, mas sim algo natural para o discípulo.
Da mesma maneira acontece com o amor: você não pode obrigar ninguém a
amar, ou você ama ou você não ama, é simples assim!
“Assim, pois, qualquer de vós que não renunciar a tudo quanto tem, não
poderão ser meus discípulos” (Lucas14:33). Para ser discípulo de Jesus, nada
pode estar acima do Senhor e da sua Palavra, todas as outras coisas da nossa
vida devem estar em segundo plano. Portanto, o nosso amor a Deus deve ser
maior do que o amor às demais coisas.
Assim como já vimos acima, Jesus disse para seus discípulos que, assim
como Ele, todos deveriam também carregar sua cruz: “Se alguém quer vir
após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me.” (Lucas 9;23).
Tomar a cruz significa deixar de fazer a nossa própria vontade e eliminar os
desejos egoístas das nossas vidas para atender à vontade do Pai. Significa que
o nosso maior desejo não é para satisfazer a nós mesmos, mas agradar o
nosso Senhor. Agradá-lo deve ser a maior motivação de nossas vidas. Jesus
não mediu as palavras quando disse: “Quem não carrega sua própria cruz e
não me segue não pode ser meu discípulo.” (Lucas 14:27).
A quarta exigência que Jesus fez aos seus discípulos é que eles deveriam
colocá-lo como prioridade, acima de qualquer ser humano: “Se alguém vem a
mim e ama o seu pai, sua mãe, sua mulher, seus filhos, seus irmãos e irmãs, e
até sua própria vida mais do que a mim, não pode ser o meu discípulo.”
(Lucas 14:26). Essa passagem não diz que não podemos amar a Deus e a
nossa família ao mesmo tempo. A Bíblia deixa bem claro sobre nossas
obrigações com nossas esposas, maridos e filhos em Efésios 5:22-25 e 1
Timóteo 4:8.
O que Jesus quer dizer é que o nosso amor por Ele deve estar em primeiro
lugar, mesmo que a nossa família não aprove isso. Nosso relacionamento
com Cristo deve estar acima de nossos familiares. Se quisermos ser
verdadeiros discípulos, muitas vezes criaremos inimizades com as pessoas ao
nosso redor. Jesus não escondeu isso: “Se o mundo os odeia, tenham em
mente que antes odiou a mim. Se vocês pertencessem ao mundo, ele os
amaria como se fossem dele. Todavia, vocês não são do mundo, mas eu os
escolhi, tirando-os do mundo; por isso o mundo os odeia.” (João 15:18-19)
Jesus chegou até a alertar sobre a possibilidade de alguns de seus discípulos
terem que pagar com a própria vida: “Quem não toma a sua cruz e não me
segue, não é digno de mim. Quem acha a sua vida a perderá, e quem perde a
sua vida por minha causa a encontrará.” (Mateus 10:38-39).
O apóstolo Paulo também falou sobre isso: “Os que querem ficar ricos
caem em tentação, em armadilhas e em muitos desejos descontrolados e
nocivos, que levam os homens a mergulharem na ruína e na destruição, pois
o amor ao dinheiro é raiz de todos os males. Algumas pessoas, por
cobiçarem o dinheiro, desviaram-se da fé e se atormentaram a si mesmas
com muitos sofrimentos.” (1 Timóteo 6:9-10). E ele continuou instruindo
aqueles que eram ricos em bens materiais para continuarem a ser ricos em
boas obras, mas para não confiarem na incerteza das riquezas (v. 17-19).
Jesus disse: “Se o grão de trigo não cair na terra e não morrer,
continuará ele só. Mas se morrer, dará muito fruto. Aquele que ama a sua
vida, a perderá; ao passo que aquele que odeia a sua vida neste mundo, a
conservará para a vida eterna.” (João 12:24-25)
Assim como Jesus morreu e ressuscitou para nos salvar, nós também
devemos morrer com nossa própria vontade, a fim de cumprirmos a vontade
de Deus. Quem colocar as necessidades do outro em primeiro lugar está
pronto para ser um discipulador ativo de verdade.
Concluindo esse raciocínio: “Ser cristão é uma benção, mas ser discípulo é
muito melhor. Quando nos conscientizamos desse chamado de Jesus para as
nossas vidas, nos concentramos no centro da vontade de Deus, e cumprimos
tudo o que Ele requer de nós”.
A PATERNIDADE DE DEUS
DEVE SER ACEITA E
RESPEITADA POR TODOS
OS SEUS FILHOS
O apóstolo Paulo escreveu aos irmãos Filipenses: “Fazei todas as
coisas sem queixas nem discórdias, para que vos torneis filhos de Deus
do fato de que não foi em vão que corri ou trabalhei.” (Filipenses 2:14-16).
Pai.
Filhos sinceros, puros, sem mistura, sem mescla, não adulterados, a Palavra
é aplicada ao leite que não é misturado com água e também à pureza do
metal. Ela descreve que o cristão deve ser puro em si mesmo, sem
dissimulação e sem segundas intenções, pois estas são recomendações de
Jesus Cristo e do apóstolo Paulo (Mateus 10:16 e Romanos 16:19).
Filho inculpáveis, sem mancha, imaculados, sem nódoas e inocentes. A
palavra era usada para animais usados em sacrifícios: eles não podiam ter
defeitos. Esse termo descreve o que o cristão deve buscar ser diante de Deus,
pois a Palavra nos diz que foi assim que Jesus Cristo se ofereceu
vicariamente por nós, ou seja, se entregou em nosso lugar (Hebreus 9:14 e 1
Pedro 1:19. Sem mancha, sem pecado, o Cordeiro de Deus foi imolado por
nós (1 Coríntios 5:7) a fim de nos tornar sem mácula, ruga ou impureza
alguma (Efésios 5:25-28), cumprindo parte do objetivo da nossa eleição
eterna.
O vínculo com Cristo é uma dadiva, mas infelizmente nem todos buscam
estar aptos para recebê-la. Espero que através deste livro você encontre a
capacitação necessária para se tornar apto para exercer esse
ministério.
“Por esta razão dobro os joelhos perante o Pai, do qual toda família nos céus
e na terra toma o nome.”
(Efésios 3:14-15)
Em João 14:2, Jesus diz: “Na casa de meu Pai há muitas moradas”.
Portanto, quando Jesus fala da “casa de meu Pai”, ele está dizendo que
Deus tem uma família celeste. Assim, há uma família no céu. Deus é
eternamente um Pai, e a vida e a estrutura da família têm sua origem na
eternidade, que é um retrato aqui na terra do relacionamento de Pai para
Filho. Através da divindade podemos observar que uma vida no lar significa
muito mais que o mero fato de algumas pessoas morarem juntas debaixo do
mesmo teto, pois é uma realidade ligada à natureza de Deus.
Contudo, por que isso acontece na maioria das famílias? É o que vamos
entender a seguir.
SUBMISSÃO, NÃO
INFERIORIDADE
Antes de mais nada, quero garantir a você, leitor, que este assunto é
extremamente relevante ao tema deste livro. Não estou fugindo, apenas estou
partindo do princípio da autoridade para melhor explicar a sua essência e
como funciona, pois se há uma coisa que precisamos preservar e respeitar é a
hierarquia de autoridade no sistema de discipulado. Afinal, assim como o
discípulo tem que respeitar a autoridade, o discipulador também tem a sua
dose de submissão aos seus superiores, e os seus superiores aos seus líderes
diligentes, e assim por diante.
Hoje em dia as mulheres pensam que ser submissas implica numa posição
de inferioridade, e isto é um pensamento completamente errado. Se eu puder
lhe mostrar o relacionamento entre Cristo e seu Superior, creio que será
muito mais fácil para as irmãs aceitarem sua posição de submissão, e não de
inferioridade. Submissão é muito diferente de inferioridade. O sentimento de
inferioridade aparece quando a pessoa, sendo homem ou mulher, se sente
subalterna, ou seja, obrigada a fazer e a realizar tarefas conforme o que os
outros querem. Portanto, a pessoa se sente oprimida a viver segundo as
vontades dos outros, e não a sua, porém esse sentimento pode desaparecer
quando vemos que este é o mesmo relacionamento que existe entre o Pai e o
Filho, pois Cristo também se sujeita a autoridade do pai, que é o seu cabeça.
Existem pessoas que dizem ser discípulas, mas lá no seu trabalho não tem
nenhum testemunho de vida cristã, vivem uma vida parecida ou pior que a
dos incrédulos.
Tem pessoas que dizem ser discípulas de Jesus, mas na escola o seu
testemunho tem sido como o dos incrédulos, e às vezes vem a ser pior do que
isso, chegando ao ponto dos incrédulos repugnarem seu comportamento.
Estas são pessoas que carregam o título de discípulo apenas para
envergonharem Jesus. São pessoas que ocupam o lugar de discípulo, mas que
vivem em esquemas deste mundo e em sociedade com os ímpios, que não
vivem um testemunho de seguidor de Cristo.
Outros se dizem discípulos de Jesus, mas nos negócios vivem dando calote,
compram e não pagam, devem para muita gente, deixando várias pessoas em
maus lençóis, da mesma forma que faz o incrédulo. Entretanto, agindo dessa
maneira, como alguém pode ser considerado um discípulo de Cristo?
Alguns dizem ser discípulos, se dizem da igreja, mas vivem dando
perdidos, saindo nas noitadas, se enveredando nas baladas, se embriagando e
se autodestruindo através de outros vícios, da mesma maneira que o incrédulo
faz. Dessa maneira não pode jamais ser considerado um discípulo, uma vez
que não dispõe de uma boa conduta.
“Eis que vos dou poder para pisar serpentes e escorpiões, e toda a força do
inimigo, e nada vos fará dano algum, mas, não vos alegreis porque se vos
sujeitem os espíritos; alegrai-vos antes por estarem os vossos nomes
escritos nos céus.”
(Lucas 10:19-20)
Quero deixar bem claro uma questão, não é que todos os discípulos de
Jesus tenham que expulsar demônios ou sair bebendo veneno que certamente
não morrerão, não é nada disso. A Palavra ainda nos declara que não
devemos tentar a Cristo, ou seja, a Palavra de Deus: “E não tentemos a
Cristo, como alguns deles também tentaram, e pereceram pelas serpentes.”
(1 Coríntios 10:9). Por isso, não devemos colocar Deus a prova ou viver
nossas vidas sem temer sua santidade, pois, se for necessário, Ele nos
repreenderá com disciplina e rigor, a fim de nos ensinar a viver para Ele, pois
amar também significa corrigir e pedir contas (Hebreus 12:5-11).
Os discípulos não geram filhos naturais para si mesmos, mas geram filhos
espirituais para Deus, e devem ter maturidade espiritual o suficiente para
entender e saber separar as coisas. Gerar e cuidar de filhos espirituais para
Deus não é a mesma coisa que gerar e cuidar de filhos naturais no quesito
tomar para si, pois não devemos roubar os filhos de Deus, afinal, Ele é o Pai.
“Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a
vós outros e vos designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto
permaneça; a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vê-
lo conceda.”
(João 15:16)
O fruto é a prova de que somos verdadeiros discípulos de Jesus.
“Nisto é glorificado meu Pai, em que deis muito fruto; e assim vos
tornareis meus discípulos.”
(João 15:8)
Para dar frutos, toda semente tem que cair na terra e morrer.
Cristo nos revelou o seu caráter e a sua conduta como um modelo a ser
impresso em seus seguidores, para que os mesmos mostrem um estilo de vida
diferente e novo, não segundo o curso deste mundo tenebroso.
Paulo nos responde essa pergunta, dizendo que aqueles que o imitassem
seriam reconhecidos por ele como verdadeiros discípulos de Cristo, pois o
próprio Paulo buscava imitar a Cristo: “Sede meus imitadores como também
eu sou de Cristo”. (1 Coríntios 11:1). O que Paulo estava nos querendo dizer
é que cristãos com uma vida deturpada, ou seja, corrompida, não podem ser
chamados ou considerados discípulos de Jesus. Essas pessoas não podem ser
seus representantes diretos e exercer funções de paternidade espiritual no
discipulado ativo ou serem considerados embaixadores de Cristo, pois
aqueles que nem ao menos procuram se esforçar em ser imitadores de Cristo
não são dignos nem de mencionar o seu nome, à vista que isso com certeza o
envergonharia e o faria cair em descrédito.
ALGUMAS
CARACTERÍSTICAS DE UM
VERDADEIRO DISCÍPULO
DE CRISTO
“A fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti,
também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste.”
(João 17:21)
c) Porque este é o modelo que nos foi dado desde o início
da igreja primitiva.
“E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e
nas orações.” (Atos 2:42)
d) Porque é desta forma que temos comunhão com o
filho de Deus.
“Fiel é Deus, pelo qual fostes chamados à comunhão de seu Filho Jesus
Cristo, nosso Senhor.” (1 Coríntios 1:9)
“O que temos visto e ouvido anunciamos também a vós outros, para que
vós, igualmente, mantenhais comunhão
conosco. Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com seu
Filho, Jesus Cristo.”
(1João 1:3)
i) Porque isso é uma prova de que já saímos das trevas
para a luz e de que fomos purificados.
“Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão
uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo
pecado.”
(1 João 1:7)
O maior prazer de um discípulo deve ser gerar outros discípulos para Jesus,
pois não se cansa de convidar pessoas para a célula e nem para o culto.
Mostre a sua cara de discípulo ao mundo.
Nós geramos o que somos: ovelha gera ovelha, discípulo gera discípulo.
Ninguém pode ser chamado de discípulo de Jesus se não tiver as marcas da
identidade de um verdadeiro discípulo. Pregue a palavra da salvação, fale do
amor de Deus para as pessoas, mostre sua cara, ninguém pode ser
considerado um verdadeiro discípulo de Cristo se não se esforçar para gerar
outro discípulo.
Uma vez que reconhecemos Jesus como o nosso Mestre, devemos aprender
com as palavras e com o exemplo Dele, e um dos propósitos da vinda Dele à
terra é apresentado no versículo a seguir:
“Para isso vocês foram chamados, pois também Cristo sofreu no lugar de
vocês, deixando exemplo, para que sigam os seus
passos, Ele não cometeu pecado algum, e nenhum engano foi encontrado em sua
boca.”
(1 Pedro 2:21-22)
Como discípulos do perfeito Mestre, devemos nos esforçar para
desenvolver o caráter dele, tornando-nos coparticipantes da sua natureza
divina (2 Pedro 1:4). Assim procuraremos pensar como Ele pensa e agir
como Ele agiria. Isso é ou não é um desafio?
O servo fiel entende que o Mestre Jesus recebeu autoridade para mudar,
fazer e acontecer, e pode até mudar se quiser e colocar em prática o que não
fora lhe autorizado anteriormente: “Porque, mudando-se o sacerdócio,
necessariamente se faz também mudança da lei.” (Hebreus 7:12), mas o
discípulo humilde jamais ousaria distorcer ou ultrapassar o ensinamento de
Jesus.
“Tenham cuidado, para que vocês não destruam o fruto do nosso trabalho,
antes sejam recompensados plenamente. Todo aquele que não permanece
no ensino de Cristo, mas vai além dele, não tem Deus; quem permanece no
ensino tem o Pai e também o Filho.”
(2 João 1:8-9)
Jesus quer a unidade dos seus discípulos (João 17:20-23). Esta cooperação
não vem por estruturas e regras humanas, e sim por amor a Deus. Homens
podem forçar uma conformidade superficial por regras e sistemas de
organização e controle. Deus trabalha de outra forma. Ele confia na sua
própria palavra para criar a unidade que ele quer (1 Coríntios 1:10). Se cada
discípulo continuar se aproximando do Senhor, naturalmente estará se unindo
cada vez mais aos outros verdadeiros discípulos.
O discípulo de Jesus produz fruto (João 15:8). Pelo fato de que aceita a
palavra de bom e reto coração, e por desenvolver a sua fé com perseverança,
ele se torna um ramo frutífero (Lucas 8:15). O discípulo produz frutos pelas
boas obras que faz (Tito 3:14 e Efésios 2:10). Produzimos frutos quando
obedecemos ao nosso Senhor (Lucas 6:46), progredindo com perseverança
(Hebreus 12:1).
Entretanto, Jesus não reduziu os padrões, Ele não abriu uma porta extra
para entrarem os arrogantes ou os “quase” humildes. Ele manteve intacto o
seu requisito fundamental, porque ele reflete a exigência eterna de Deus.
Deus nunca aceitou o homem cheio de orgulho que pensava fazer as coisas a
seu próprio modo. Ao contrário de toda a sabedoria dos homens carnais,
tendentes a adquirir poder e posição, Deus aceita exclusivamente os
humildes.
Uma geração depois de Uzias, o profeta Miquéias pegou perfeitamente a
ideia quando ele citou as palavras de Deus: “Ele te declarou, ó homem, o que
é bom e o que é que o Senhor pede de ti: que pratiques a justiça, e ames a
misericórdia, e andes humildemente com o teu Deus” (Miquéias 6:8). As
escrituras deixam perfeitamente claro que não há outra maneira de caminhar
com Deus ou andamos humildemente com nosso Deus ou não andamos de
modo nenhum com
Ele!
“Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos tornardes
como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus. Portanto,
aquele que se humilhar como esta criança, esse é o maior no reino dos
céus.”
(Mateus 18:3-4)
O outro lado desse problema é que a pessoa arrogante também não perdoa
o erro dos outros. O orgulho é inerentemente egoísta e nos torna facilmente
ofendidos e lentos a perdoar. Isso cria uma tremenda barreira para a salvação.
Jesus ensinou claramente que a pessoa que não perdoa não será perdoada por
Deus (Mateus 6:12-15).
A última linha é muito clara. Se não aprendemos como ser humildes, não
entraremos no céu, Deus rejeita os orgulhosos e exalta os humildes (Tiago
4:6-10).
Não devemos pensar que somos importantes (Lucas 17:10), cada um deve
usar sua capacidade, porém não devemos pensar que somos melhores do que
os outros (Romanos 12:3-8). Não devemos esperar que os outros nos
humilhem. A chave da obediência é nossa humildade voluntária e não a
humilhação forçada (Tiago 4:10). Por isso, sempre que estivermos tentados a
pensar que somos grandes e importantes, devemos parar para contemplar a
grandeza e a majestade de Deus. Comparados com o Criador e o Sustentador
do Universo, somos débeis e insignificantes.
mais próximo. Os membros esperam que seus pastores sejam como “pais”,
pais espirituais, cuidando de suas deficiências na área espiritual. Os pastores,
por sua vez, esperam que seus superiores sejam “pais”, pais espirituais
exercendo sobre eles, mas quando isso não acontece, surge a decepção, e o
espírito de orfandade toma conta do coração de muitas pessoas, fazendo com
que esse alguém perca a unção e dê lugar à decepção e à amargura. Tudo isso
se torna o resultado de um jugo indevido que é colocado sob eles. Sem um
acompanhamento apropriado, acabam sucumbindo às pressões.
“Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e
humilde de coração; e achareis descanso para as vossas almas. Porque o
meu jugo é suave, e o meu fardo e leve.”
(Mateus 11:29-30)
Qualquer líder, pastor, mestre, bispo ou o que quer que seja que impõe um
julgo pesado sob seus filhos espirituais, acaba dando péssimos exemplos.
Façamos como Jesus, e tenhamos sempre um espírito manso e humilde.
Oramos para que Deus envie a unção de Elias e seja restaurada a comunhão
entre pais e filhos espirituais, e que seja derramada porção dobrada sob esta
geração.
CONVIDE SEU DISCÍPULO
PARA IR MAIS LONGE, PARA
MERGULHAR MAIS
PROFUNDO
Sempre que possível, convide seu discípulo para fazer um discipulado
bíblico mais profundo, ou participe de encontros com o objetivo de estudar a
Bíblia. Isso vai ajudar o seu discípulo a se firmar mais na Rocha inabalável,
nas verdades da Palavra de Deus, e irá transformá-lo de uma “ovelhinha
indefesa” para um leão indomável aos olhos do império das trevas. Pegue nas
mãos do seu filho espiritual e ore com ele, ensine-o a orar, incentive-o a
mergulhar mais fundo no oceano do Espírito e a vislumbrar as possibilidades
mais longínquas. Com isso, trazemos aqueles que estão mais distantes para
mais perto de nós. A igreja de Deus é um, e agindo dessa maneira estaremos
fazendo as pessoas se integrarem a esse corpo, e isso fará com que elas
sintam que é bom fazer parte dele.
Ninguém pode dar o que não tem. Não apresente assuntos que não possuem
significado para os seus discípulos, não perca tempo com assuntos que não
levam a nada, que não tem relevância alguma ou que não edificam. Temos
que procurar conhecer as pessoas que irão nos ouvir para sabermos como
lidar com cada uma delas, para nos aproximarmos delas, para furarmos o
bloqueio. Não devemos nos desviar do foco com assuntos desvinculados ao
nosso maior propósito, que é o de edificar, estruturando os nossos filhos
espirituais na Palavra e no ensino, adubando os nossos ramos que foram por
Deus enxertados em nós, curando as suas feridas e fazendo-os entender que
eles não estão sozinhos nessa caminhada.
Temos que ter metas definidas, afinal, até o diabo tem meta definida, que é
voltar para a casa de onde saiu. Em um ministério não se pode ter duas
visões, a visão deve vir do pastor, que é o líder espiritual. Quando os
discípulos veem que você tem meta definida e trabalha por ela, se sentem
mais seguros. Existe muita gente insegura, por isso, mostre que você veio
para ficar, que tem aliança com Deus, com o ministério e com os seus
pastores.
Não creio na pobreza. Um dia, alguém disse: “Eu nunca dou esperando
receber algo em troca”. Isso é um conceito humanista e errado, totalmente
contrário ao que a Bíblia diz. Deus nos ensina na Palavra que temos que dar
para receber, que damos para receber algo. Para sermos abençoados
financeiramente, precisamos aprender a dar. Isso é bíblico. Se não ensinamos,
eles continuam com dificuldades financeiras terríveis, e não experimentam as
bênçãos materiais (Deuteronômio 14:26). Deus lhes dará bênçãos materiais
para a sua alegria e para toda a sua casa.
Tyson recebeu cuidados e a atenção paterna que jamais teve, pois este
homem exerceu paternidade sobre a sua vida, moldando-o segundo os seus
conceitos e padrões, tornando Mike Tyson uma fera nos ringues. Isso só foi
possível porque alguém exerceu sobre a sua vida uma paternidade, partindo
de alguém que decidiu caminhar junto com ele, transformou para torná-lo
uma pessoa melhor. Este homem discipulou Mike Tyson, caminhou ao seu
lado, não o perdeu de vista, o acompanhou e o tornou nesse exímio lutador.
Entretanto, para a sua tristeza, esse homem faleceu quando o garoto ainda
tinha dezenove anos, deixando uma lacuna emocional em sua vida. Quando
Mike Tyson foi campeão, se tornando o lutador mais jovem de pesos
pesados, o seu grande lamento foi por seu pai não poder assisti-lo ou ver o
resultado da caminhada com ele.
Quem são os que mais veem a Deus? A resposta certamente seria os anjos.
Nós devemos ser o quê? Santos, pois também está escrito “Sede vós
também santos como Santo é o vosso Pai que está nos céus” (Mateus 5:48).
Diante disso, podemos ver que a rota da nossa caminhada deve seguir os
padrões da santidade, não se desviando por bifurcações que nos levam a
conversas desviadas da Palavra, por assuntos que não sejam relativamente
inerentes e relevantes a uma transformação de conduta para melhor, ou
relativamente relevante para o discipulado. Isso poderia causar grandes danos
à comunhão entre discípulos e discipuladores, e a vontade do nosso Deus é
que obtenhamos êxito em tudo o que fazemos. Entretanto, não há como obter
êxito em um convívio derivado da Palavra de Deus como um discipulado sem
ao menos almejarmos e focarmos na santidade durante a caminhada.
Na verdade, o grande fato é que Deus nos criou para sermos como Ele é,
como seu Filho é, como o Espírito Santo é: santos! À primeira vista, essa
parece ser uma missão quase impossível de se cumprir, porque nos portamos
de tal forma que nos sentimos indignos desse tão honroso título, que nem em
pensamento conseguimos nos enquadrar nessa ideia celestial. Isso ocorre por
conta da cultura da maioria dos cristãos convertidos de que santos são umas
poucas criaturas privilegiadas, com auréolas nas cabeças e que chegaram, na
visão católica, à glória dos altares. Pior ainda, passam a ser idolatrados por
nós mesmos, que um dia viemos dessa cultura errônea, pois nos foi imposta
essa ideia de convicção.
Contudo, a verdade exposta na Palavra que liberta é que, desde que fomos
comprados e lavados pelo sangue de Jesus e passamos a ser habitados e
cheios do Espírito Santo, o próprio Deus nos chama de santos. Se repararmos
como a maioria das cartas de Paulo começam, veremos o quão isso está
latente: “Aos santos que vivem em Éfeso”, “Aos santos que vivem em
Corinto”, “Aos santos que vivem em Colossos”, e entre tantos outro que vão
em extensão até os dias de hoje: “Aos santos que vivem no estado de São
Paulo”, “Aos santos que vivem no estado de Salvador”, “Aos santos que
vivem no estado de Ceará”, “Aos santos que vivem no estado do Rio de
Janeiro”, etc.
O medo nos faz ver perigo onde há uma bênção a ser recebida, ele nos faz
afundar a ponto de nos afogarmos: “Mas, quando reparou no vento, ficou
com medo e, começando a afundar, gritou: “Senhor, salva-me!” (Mateus
14:30).
O medo nos faz mentir: “Depois disso José de Arimateia pediu a Pilatos o
corpo de Jesus. José era discípulo de Jesus, mas o era secretamente, porque
tinha medo dos judeus. Com a permissão de Pilatos, veio e levou embora o
corpo.” (João 19:38). José de Arimateia fez algo que eu gostaria de ter feito:
ele cuidou do corpo de Jesus. No entanto, fez uma coisa terrível: escondeu
que era discípulo do nosso Senhor. Fez isso por causa do medo, pois ele
temia as possíveis consequências sobre a sua carreira caso soubessem que era
um seguidor de Cristo.
O medo nos faz esconder: “Chegada, pois, a tarde daquele dia, o primeiro
da semana, e cerradas as portas onde os discípulos, com medo dos judeus, se
tinham ajuntado, chegou Jesus, e pôs-se no meio, e disse-lhes: Paz seja
convosco.” (João 20:19). Os discípulos de Jesus, quando souberam da Sua
ressurreição, passaram a se reunir escondidos, também com medo da
perseguição que poderia vir, mas felizmente o Senhor Jesus não levou isso
em consideração, e foi até ao encontro deles.
Uma coisa eu digo com certeza: quem vive dominado pelo medo não
prossegue para o alvo, mesmo sabendo que há um prêmio para quem o
alcança. O medo faz seus pés vacilarem e ficarem tão pesados que não
conseguem trocar os passos. Devemos pedir que Deus nos capacite com
coragem para prosseguirmos como verdadeiros discípulos destemidos.
“De vez em quando ele saía para comprar algumas coisas para nós ou
para levar alguma correspondência aos irmãos de fora. Um dia desses veio
com uma conversa profana, reclamando das condições de vida aqui,
queixando-se até da cama onde dormimos, eu olhei para as minhas
cicatrizes e fiquei calado. Depois ele tentou me mostrar que este nosso
sacrifício era em vão, que podíamos nos livrar da morte, inventando uma
história qualquer, Demas chegou a nos chamar de fanáticos por seguirmos
a Jesus tão ao pé letra. Afinal, há tantas coisas boas lá fora e nós aqui,
apodrecendo nesta casa insinuou ele, Demas me disse que eu encontraria
um emprego fácil como professor em Roma, mesmo sabendo que um
pedagogo tem que ensinar sobre os deuses greco-romanos como se não
fossem invenções humanas. Fiquei desolado. Eu lhe disse: “Demas, tudo
isto que agora o seduz eu já tive. Por isso, o que para mim era lucro, passei
a considerar como perda, por causa de Cristo. Sabe, Demas, mais do que
isso, considero tudo como perda, comparado com a suprema grandeza do
conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor, por quem perdi todas as coisas.
Eu as considero como esterco para poder ganhar Cristo. Não adiantou.
Timóteo também falou com ele e lhe mostrou o quanto o Evangelho
precisava dele aqui, mas ele simplesmente sumiu. Demas me traiu, Demas
me abandonou e foi para Tessalônica.” (2 Timóteo 4:10)
Demas se foi, partiu para viver do seu modo, longe de Jesus, pois se sentia
preso ao lado de Cristo. Ele se desviou do caminho e passou a se distrair com
os atrativos desse mundo tenebroso. Amou este mundo, que vai ser destruído.
Eu porem, continuo amando aquele mundo que ainda vai se revelar quando
Jesus voltar.
“Espero que aí em Filipos não haja nenhum Demas. Desejo que todos, não
importa o que aconteça, exerçam a sua cidadania de maneira digna do
evangelho de Cristo, para que assim, quer eu vá e os veja, quer apenas
ouça a seu respeito em minha ausência, fique eu sabendo que vocês
permanecem firmes num só espírito, lutando unânimes pela fé evangélica.”
(Filipenses 1:27)
“Não façam como Demas; antes, façam tudo o que estiver ao alcance de
vocês, para que venham a tornar-se puros e irrepreensíveis, filhos de Deus
inculpáveis no meio de uma geração corrompida e depravada, na qual
vocês brilham como estrelas no universo, retendo firmemente a palavra da
vida. Assim, no dia de Cristo eu me orgulharei de não ter corrido nem me
esforçado inutilmente.”
(Filipenses 2:15)
Discípulos, fazemos bem em lutar pela cidadania terrena, mas fazemos mal
em pensar que toda a nossa esperança se esgota na obtenção dela. A melhor é
aquela a que teremos acesso com a volta de Jesus Cristo.
Fazemos bem em buscar a felicidade aqui e agora, mas fazemos mal em
nos cansar nessa busca, porque isso não nos satisfará. Devemos sempre nos
lembrar que só haverá felicidade plena com a volta de Jesus Cristo.
Neste nosso tempo, fazemos bem em construir casas próprias e melhores,
mas fazemos mal em esquecer que Deus construiu para nós uma casa eterna,
que ganharemos com a volta de Jesus Cristo, embora muitos daqueles que se
dizem cristãos não entendam que estar com Cristo é muito bom (1 Coríntios
1:23). Seja o presente bom ou ruim, muitos irmãos pensam que a esperança
cristã é apenas para esta vida e, ao viverem assim, se tornam dignos de pena
(1 Coríntios 15:19).
Discípulos, hoje eu posso dizer com plena convicção que o meu alvo é
Jesus Cristo. Eu quero ser como Ele é. É por Ele que eu corro, e eu serei
como Ele é quando me encontrar definitivamente com o meu prêmio, que é
Jesus Cristo. É a Ele que eu quero, e eu O alcançarei de modo completo
quando eu acabar a minha corrida.
Discípulos, não importa em que estágio vocês estejam na corrida, seja perto
do estádio ou no começo da carreira: não tirem os olhos do alvo. Não se
esqueçam do prêmio guardado para lhes ser entregue. Tenham sempre em
mente que, pelo poder que capacita Jesus a colocar todas as coisas debaixo do
seu domínio, Deus transformará os nossos corpos humilhados, tornando-os
semelhantes para o corpo glorioso de Jesus (Filipenses 3:21).
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