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Desde a sua revelação a Abrãao, Deus mostrou a todos o seu Plano de

Amor ao povo escolhido. Porém, depois de várias alianças mal sucedidas e


após a aparente infinita insatisfação e desobediência de seu povo, Deus
resolveu por em prática mais uma vez seu Plano Santo e desta vez o fez de
forma a construir uma Aliança de Redenção definitiva com seu povo:
enviou seu único filho, o Redentor, o Salvador, aquele que viria para nos
mostrar o amor do Pai e nos livrar de todos os pecados.

O povo judeu há muito esperava o Messias, o Enviado por Deus, mas o


aguardava como um guerreiro que iria vir do céu, rasgando as nuvens e
com uma espada eliminando os inimigos, mostrando toda sua majestade,
poder e força do Único Deus através de uma guerra sangrenta.

O Pai, porém tinha outra ideia muito mais amorosa e singela, mas muito
mais carregada de ensinamentos, justiça e sacrifícios: Enviar Seu Filho
Único à Terra que viria ao mundo através de uma mulher, nasceria e
viveria como um homem normal, apesar de sua divindade, até o momento
de sua Revelação como o Messias. Nesta forma humana, ensinaria e
mostraria ao mundo o Amor, a justiça de Deus e, morrendo na cruz por
nós, libertaria- nos de todo pecado, revelando mais uma vez o Plano de
Deus e renovando a sua aliança com seu povo.

Desse modo, Deus escolhe uma jovem donzela, que teve sua criação no
Templo, junto aos sacerdotes. Uma jovem que foi consagrada a Deus e era
extremamente obediente com uma fé profunda no Pai.

Maria, filha de Ana e Joaquim, foi uma criança muito desejada por seus
pais e quando eles imploraram a Deus por um filho, Deus os abençoou
mesmo já ambos em idade avançada, com o nascimento desta menina,
Maria. Ana e Joaquim ficaram tão agradecidos a Deus por esta Graça que
consagram a menina a Deus e assim, ela foi criada no Templo e pelos
sacerdotes desde os três anos de idade. Esta criança cresceu e quando se
tornou adolescente, em idade casadoura, não poderia mais ficar no
Templo e por isso, foi prometida a José, um jovem carpinteiro da linhagem
de Davi.

Mas esta menina recebeu a honra de ter sido escolhida por Deus para
que através dela Seu Filho Unigênito viesse ao mundo. Num belo dia, um
Anjo apareceu a Maria e Saudando-a como a Cheia de Graça, lhe contou
sobre o desejo de Deus. Mesmo ficando confusa no início, a jovem pura
não se opôs ao Plano de Deus, aceitando humilde e obedientemente sua
missão, com fé infinita a Deus. Esta é a primeira grande lição que Maria
nos dá, a de sermos obedientes a Deus, confiar nEle.

Com este grande exemplo, Maria se torna não apenas mãe de Deus, mas
também se torna mãe de toda a Igreja e de toda a humanidade.

Maria foi a escolhida para contribuir para com a Nossa Salvação, verdade
esta descrita por São João Paulo II, na Encíclica Redemptoris Mater,
quando diz: “ Existe uma correspondência singular entre o momento da
Encarnação do Verbo e o momento do nascimento da Igreja. E a pessoa
que une estes dois momentos é Maria: Maria em Nazaré e Maria do
Cenáculo de Jerusalém”. (Redemptoris Mater, 24)

Conforme o Catecismo da Igreja Católica,(495): “Maria é chamada de


Mãe de Jesus (Jo2,1;19,25), Maria é aclamada sob impulso do Espírito
Santo e desde antes do nascimento de Jesus, como a “mãe do meu
Senhor” (Lc 1,43). A Igreja confessa que Maria é, verdadeiramente a Mãe
de Deus (Teotokos).

A Virgem Maria é chamada por muitos de Co-Redentora, e neste sentido,


é necessário dizer que este título, entre tantos outros, se deve ao fato de
valorizar a dor de mãe ao ver seu único e santo Filho morrer de forma
cruel para salvar seu povo do pecado. Aqui percebemos novamente a
obediência, fé e abnegação de Maria, pois apesar de tanta dor, de ter seu
coração transpassado ela ficou firme com Deus.

Maria esteve ao lado de Jesus na Manjedoura e na Cruz, do presépio ao


Calvário, participou de sua oferenda ao Pai em expiação dos nossos
pecados, mas não desanimou. Apesar do seu sofrimento avassalador,
Maria continuou junto dos apóstolos ensinando, apoiando na formação da
Igreja que seu Filho fundou. Era a Igreja Primitiva. Esteve em Pentecostes,
onde recebeu o Espírito Santo mais uma vez, junto dos apóstolos.

Sendo assim, a Igreja tem na Virgem Maria a sua figura de mãe e virgem,
aquela a quem tem que ser imitada em sua fidelidade, força e fé em Deus,
imitada em sua obediência a Ele, seguindo sempre ao lado do povo de
Deus.

Assim, nasceram os Dogmas Marianos.

Dogma é um termo grego que significa “o que se pensa é verdade”. Para


a Igreja, dogmas são verdades de fé, verdades absolutas que apenas se
aceitam, pois são reveladas por Deus na Bíblia e na tradição da Igreja.

Referentes à Maria, a Igreja propõe 4 Dogmas:

1) Maternidade Divina:

Aos 22 de junho de 431, o Concílio de Éfeso definiu explicitamente a


maternidade divina de Nossa Senhora com a intenção de afirmar a
unidade da Pessoa de Jesus Cristo, sendo desta forma que afirmar que
Maria é Mãe de Deus (“Theotókos”) significa professar que Cristo é
humano através dela, mas também Divino por ter sido inspirado pelo
Espírito Santo.

2) Virgindade Perpétua:

O Concílio de Latrão em 649 preconizou como verdade a Virgindade


Perpétua de Maria. Nossa Senhora foi sempre virgem, isto é, antes do
parto, durante o parto e após o parto. Por meio da virgindade, Maria
mostra uma existência totalmente centrada a serviço do Messias, expõe
uma total disponibilidade para os desígnios de Deus.

3) Imaculada Conceição:

Em 08 de dezembro de 1854, o Papa Pio IX definiu este terceiro dogma. O


Pontífice declarou que Nossa Senhora é imune a toda mancha de pecado
original. Este dogma que, em Maria, começa o processo de renovação e
purificação de todo o povo.

4) Assunção de Maria:

Último dogma mariano, proclamado pelo Papa Pio XII a 1 de novembro de


1950, onde ele afirma que Nossa Senhora, após terminar o curso terreno
de sua vida, foi assunta ao céu de corpo e alma. Imaculada e Assunta aos
céus, Maria é a realização perfeita do Projeto de Deus sobre a
humanidade. “A Assunção manifesta o destino do Corpo Santificado pela
Graça, a criação material participando do corpo e alma, reinando após a
peregrinação da história”. (CNBB Catequese Renovada n 235).
CONCLUSÃO:

Nossa Senhora é única e inigualável. Foi mãe, esposa e obediente a Deus


em todos os aspectos possíveis de corpo e alma. Com isso, é fundamental
a sua presença como Co- Redentora no Plano de Deus, onde ela não
salvou a humanidade, fato esse exclusivo a Nosso Senhor Jesus Cristo, ao
Pai e ao Espírito Santo, porém Maria foi o grande elo entre o Divino e o
humano. Esse elo e colaboração se deram tanto no crescimento de Cristo,
onde foi que Jesus se gerou, como na morte de seu Filho. Assim sendo,
Nossa Senhora não foi só colaboradora para o Plano de Deus no
nascimento de Cristo, mas também perante seu enorme sofrimento aos
pés da Cruz, onde mostrou que mesmo tomada por uma dor absurda, ela
manteve a fé e obediência a Deus e mostrou que estava sempre a serviço
ao outro, sendo a imagem perfeita para a imitação pela Igreja, sendo
assim o embasamento para esta.

Ainda sob outra analogia, esta entre o Antigo e Novo Testamento, Maria
seria a “Nova Eva”, onde a primeira Eva, do Antigo testamento, também
era virgem, também recebeu a visita de um anjo (Lembrar que o demônio
é um anjo decaído) e também deu seu sim mesmo que tenha sido ao
pecado original, o que nos levou a condenação. Já a Segunda Eva, seria
Maria que em contrapartida, também virgem, com a visita do Anjo Gabriel
e com seu precioso sim recebemos o Salvador, confirmando assim seu
papel fundamental na Redenção do Mundo por obra de Jesus Cristo,
tornando-se um ícone a ser imitado pela Igreja e seguido pelos filhos de
Deus.
DEDICATÓRIA:

Dedico este trabalho a meus filhos que dispuseram de horas de diversão e


companhia para que eu pudesse ler, pesquisar e escrever sobre Nossa
Senhora.
Agradecimentos:

Agradeço primeiramente a Deus, que me deu forças, que me inspirou com


seu Espírito Santo a escrever sobre aquela que aceitou ser a mãe de seu
Filho único, Jesus. Agradeço também a Nossa Senhora que me iluminou e
me protegeu em toda minha jornada de vida.
Introdução:

Ao escolher este tema, confesso que procurei também aprender mais


para sanar algumas dúvidas que eu tinha sobre a verdadeira cooperação
de Maria Santíssima com o Plano de Deus, se havia sido apenas no
nascimento de Jesus e se por isso apenas seria tão amada e aclamada.

Pois espero realmente que, se alguém ler este breve trabalho, tenha
mesma certeza que eu tive, que Maria foi e é muito importante no Projeto
de Deus, fonte de Amor, de Pureza e Ícone de Imitação por toda a Igreja e
seus súditos.
Depoimento pessoal sobre o curso:

Este curso foi de fundamental importância na minha vida, pois eu estava


sedenta em aprender e conhecer mais sobre a Palavra de Deus. Estou
numa fase ainda de avidez, descobri que a Bíblia é extremamente
cativante e o que falta é mesmo conhecimento da História do Povo de
Deus para entender o desenvolvimento, as entrelinhas e o sentido real da
Palavra de Deus. A Bíblia contém dentro dela um mundo de informações e
de sabedoria inesgotáveis. Sinceramente, foi a parte que mais gostei. Sei
que é importante para nós católicos conhecermos os documentos e a
doutrina da Igreja, reconheço isso, porém para mim, as lições sobre a
Bíblia foram inebriantes, eu não gostaria que acabasse...queria mais (fica a
dica).
ESCOLA DE TEOLOGIA PARA LEIGOS SANTÍSSIMA VIRGEM

TRABALHO DE PESQUISA BÍBLICA TEOLÓGICA (TPBP)

Profa. Dita

MARIA
Mãe de Jesus e sua participação e cooperação na
História da Salvação, no Plano de Deus, na
Tradição da Igreja e nos Dogmas.

Teresa Cristina Vieira Silva Cosme

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