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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO

ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS


CURSO DE DIREITO

AGHATA VITORIA SANTOS CABRAL


ALISSON JUNIO NASCIMENTO DE LIMA
ALLAN GABRIEL DE AMORIM ARAUJO
HADASSA TEOFILO RENAUX DE ANDRADE
HEITOR FERREIRA TAVARES SANTANA
MARIA HELOISA MAGALHÃES LAURIA RAMOS
MARILIA CUNHA DA COSTA PEREIRA
YURI GUIMARÃES LIMA

RESUMO E OPINIÕES SOBRE O QUITO CAPÍTULO DO LIVRO “O QUE É


RELIGIÃO? ” INTITULDO DE “A VOZ DO DESEJO” DO AUTOR RUBEM
ALVES

Recife
2023
AGHATA VITORIA SANTOS CABRAL
ALISSON JUNIO NASCIMENTO DE LIMA
ALLAN GABRIEL DE AMORIM ARAUJO
HADASSA TEOFILO RENAUX DE ANDRADE
HEITOR FERREIRA TAVARES SANTANA
MARIA HELOISA MAGALHÃES LAURIA RAMOS
MARILIA CUNHA DA COSTA PEREIRA
YURI GUIMARÃES LIMA

RESUMO E OPINIÕES SOBRE O QUITO CAPÍTULO DO LIVRO “O QUE É


RELIGIÃO? ” INTITULDO DE “A VOZ DO DESEJO” DO AUTOR RUBEM
ALVES

Trabalho apresentado para


obtenção de nota na disciplina de
Humanidade e Transcendência,
ministrado pelo Professor Doutor
Cristiano de Souza e Silva, no
semestre de 2023.1.

Recife
2023
RESUMO

O capítulo começa com a afirmação de que a religião é mais do que - como muitos
afirmam - um discurso sem sentido, uma vez que, pessoas encontram sentido para
viver e morrer em suas ideias. O autor assume que a religião tem algo mais em seu
discurso que faz com que as pessoas, muitas vezes, dediquem suas vidas a ela. A
princípio ele começa tentando explicá-la por meio da sociologia, mas chega à
conclusão de que seu significado vai além das relações sociais, pois está
diretamente ligada ao íntimo e subjetivo do ser humano - ideias imaginárias e
complexas, construídas pela mente humana. E, então surge o primeiro
questionamento: “Quais razões fazem com que os homens construam os mundos
imaginários da religião? ” Seguido de uma ideia: “por que não tentar entender a
religião da mesma forma como entendemos os sonhos? ”. A partir daí, explica-se a
religião em duas opiniões principais: a de Feuerbach e a de Freud. Ambos
concordam na primeira questão: O homem tem dentro de si dois “eus” que vivem em
uma guerra, e na psicanálise essa guerra é chamada de neurose. O homem tem
desejos e estes são reprimidos pela sociedade, de modo que, os anseios mais
profundos do ser, ficam presos nas regiões do esquecimento. Essa repressão
interior, é feita por nós mesmos, portanto somos “ao mesmo tempo, carrasco e
vítima”. Dessa forma, Feuerbach afirmou “Somos o nosso desejo, desejo que não
pode florescer” e Freud complementa dizendo que “nem sequer temos ‘consciência’
do que desejamos”. A ideia principal do capítulo é a relação entre os sonhos e a
religião, e os pontos em que se encontram e se diferem. Ao fim da primeira parte, é
possível entender que: os sonhos são como a voz dos desejos humanos, desejos
estes que foram reprimidos e se revelam em sonhos incompreensíveis. Então se os
sonhos são a voz do desejo, o que é a religião? “A expressão de nostalgia e a
esperança do prazer”.
Entretanto, Freud e Feuerbach discordam a partir do ponto em que se define que o
objetivo é a utilidade dos sonhos e, consequentemente, da religião. Para o primeiro,
os sonhos são apenas “memórias inúteis de um passado que não pode ser
recuperado”, a humanidade é marcada pela busca intensa pelo prazer e, segundo
ele, a religião é a tentativa de expressar esse prazer reprimido, uma fuga da
realidade humana. Mas, o desenvolvimento e a maturidade humana são marcados
pela “perda de artifícios substitutivos do prazer”. Mas, para Feuerbach os sonhos
não são inúteis, muito pelo contrário, eles contêm “a maior de todas as verdades do
coração humano, a verdade da essência dos homens. ” A realidade da vida impede
que realizemos nossos sonhos e “cada sonho é um protesto, uma denúncia, uma
recusa”. Da mesma forma, a religião é o grito de socorro e a expressão do desejo
humano, o seu Deus revela o seu eu. Portanto, o autor chega à conclusão de que, a
religião - assim como os sonhos - não é a realidade do mundo sobrenatural, mas o
reflexo - embaçado e complexo - do mundo real.
Deus é uma entidade moldada pelo homem e o autor destaca que fenômenos
religiosos tidos como sobrenaturais, são na verdade naturais. Ao decorrer do
capítulo, Feuerbach diz que “Somos o nosso desejo, desejo que não pode florescer.
” Mas, o complicado, como Freud observa, é que nem sequer temos consciência do
que desejamos. “Os sonhos são a voz do desejo. E é aqui que nasce a religião. ”
Freud e Feuerbach, concordavam com esses pontos, mas o acordo entre eles
termina aqui. Não é curioso que Freud, não tenha tido com a religião a mesma
simpatia que tinha com os sonhos? Respondendo esta pergunta, em relação aos
sonhos ele manifesta um enorme cuidado com os detalhes, analisando as pistas
mais insignificantes, pois através delas o analista poderia ter acesso aos segredos
do inconsciente. Mas em relação à religião o seu juízo é global e destituído de
nuanças. “Ela é condenada como uma ilusão que deve acabar. ”
Para Feuerbach, consciência de Deus é autoconsciência, conhecimento de Deus é
autoconhecimento. Assim, se a psicanálise dizia “conta-me teus sonhos e decifrarei
o teu segredo. ” Feuerbach acrescenta “conta-me acerca do teu Deus e eu te direi
quem és. ” Assim, chegamos à mais espantosa das conclusões sobre Feuerbach,
filósofo alemão que amava a religião e nela encontrava a revelação dos segredos de
sua própria alma: “O segredo da religião é o ateísmo. ”
As pessoas encontram razões para viver e para morrer em suas religiões, diferente
das pessoas que procuraram explicações mais lógicas. Para melhor
compreendermos comparamos a religião com o sonho, como diz Rubem Alves
“Sonhos são religiões dos que dormem. Religiões são os sonhos dos que estão
acordados”. A religião é preservada como sonho, mas assim que compreendido
Deus desaparece. Sonhos são possíveis expressões da alma humana, desejos que
ocorrem no nosso íntimo, mostrando o que não faríamos na realidade. Nossos
sonhos são o que nós desejamos, mas por nós sermos nossos inimigos são
expressos de forma cifradas para que não possamos entendê-los. Não somos aquilo
que aparentamos ser, somos nossos aliados e nossos inimigos. Desse jeito, o sonho
é aquilo que desejamos, mas nem tudo que desejamos pode ser realizado. Desejo é
a procura do prazer e realização pessoal. Sociedade é dominação, estabelecida por
proibições. Só se proíbe o desejado. A religião é o nosso desejo que tanto
sonhamos. Freud acreditava que religiões são ilusões e quanto mais forte são, mais
os desejos que estão ligados a ela também são. Também acreditava que nossos
desejos estavam condenados ao fracasso e que as religiões são ilusões para tornar
a vida mais tranquila. Os sonhos contêm a verdade da essência do ser humano, por
isso é cifrado os nossos sonhos, porque as condições reais de nossa vida impedem
e proíbem a sua realização. O início da história da humanidade é marcado pela
compulsão do prazer. Por isso, inverteram os sistemas religiosos para controlar o
desejo, em oposição à realidade. Nesse caso a realidade é a negação do desejo.
Então, a religião é tudo aquilo que algum dia sonhamos.
DESTAQUES INDIVIDUAIS

AGHATA VITÓRIA

Em opinião própria, gostaria de trazer o questionamento citado na obra, que diz,


“Quais são as razões que fazem com que os homens construam os mundos
imaginários da religião? Por que não se mantêm eles dentro do estoico e modesto
realismo dos animais, que aceitam a vida como ela é, não fazem canções, nem
revoluções, nem religiões e, com isto, escapam à maldição da neurose e da
angústia? ” Vejo o ser humano dotado com sentido, e subjetividade, e é justamente
isso que o diferencia dos animais, e nos faz enxergar um sentido nas crenças. O
dilema da religião é o que é pelo mesmo motivo, nós somos seres subjetivos, e isso
que nos torna humanos, o sentido está em cada um, porque somos únicos. Por mais
que haja um estudo da humanidade, sociedade e mente, nunca conseguiremos
entender o que está no interior do próximo, porque está sujeito apenas a ele mesmo.
Os mais profundos desejos, e realizações, mesmo que expressados em atos
religiosos, sempre serão particulares das profundezas do ser.

ALISSON LIMA

O capítulo "A voz do desejo" é, excepcionalmente, bem interessante. Rubem Alves


apresenta uma visão bem singular acerca da religião, tão singular que para a
maioria dos religiosos é um discurso ofensivo. Todo o capítulo é centrado na frase
"A religião é um sonho da mente humana".
Rubem faz uso de diversos autores aparentemente desconexos entre si para provar
seu ponto, como por exemplo Marx e Freud, fazendo de eixo principal o debate das
visões de Freud e Feuerbach acerca da religião. Um apontamento do autor que
chama bastante atenção são os questionamentos a respeito da desvalorização da
religião. Rubem se pergunta, de forma bem original, por que Freud valoriza tanto os
sonhos e negligencia a religião. Mesmo sendo evidente as semelhanças de ambos.
Uma outra questão apresentada diz respeito a uma espécie de paradoxo em que a
sociedade, segundo o autor, tem por fundamento a repressão dos desejos dos
indivíduos, porém ao mesmo tempo são os mesmos indivíduos que formam essa
mesma sociedade. Um exemplo dado é o suicídio, pois quem o pratica é ao mesmo
tempo vítima e carrasco.

ALLAN AMORIM

Muito interessante e atrativo este capítulo do livro, o autor, a partir da sua escrita
bastante crítica, nos faz repensar o que acreditamos ser a religião/religiosidade. Um
dos pontos mais interessantes, é logo ao início, onde ele diz a seguinte frase:
“lançando-se em empresas grandiosas e atrevendo-se a gestos loucos”, que é um
retrato hodierno da sociedade, onde as igrejas, em grande parte as de seguimento
protestante, fazem dos seus templos de captação de dinheiro dos fiéis, que iludidos
em uma suposta “graça dívida” chegam a entregar todo o seu dinheiro em busca da
salvação.
Continuando a leitura, surge a comparação da religião com os sonhos, fato esse
intrigou-me bastante, pois assim como as pessoas procuram significados em seus
sonhos, também buscam algum significado/resposta quando dirigem-se aos seus
centros religiosos, a mesma misticidade que existe em torno dos sonhos é a mesma
que permeia a religião, é o crer no que está por vir, os “mistérios” do futuro. Diferente
de Freud, não acredito que o desfecho dos sonhos seja o fracasso, assim como
como o autor vem a dizer nas linhas seguintes, Deus, e a bagagem atrelada a Ele,
transformam a vida em uma dimensão mais leve. Ponto esse, que deveria ser
subentendido por todos, que tais sonhos e crenças devem ser interpretados com
maturidade, a fim de servir como combustível e não como inação do ser humano.

HADASSA DE ANDRADE

O ponto que mais me chamou a atenção no texto foi o fato do autor ter olhado a
fundo a religião e reconhecido seu impacto na vida social. Acrescento que, no meu
ponto de vista, ela é essencial para o desenvolvimento e transcendência humana.
Concordo com o autor no sentido de que a religião é a concretização e expressão do
prazer humano, e que é utilizada para expressar quem somos e quem queremos nos
tornar - creio que muitas vezes ela nos mostra a plenitude da maturidade e da
evolução humana. Ao todo, acredito que essa leitura levanta questionamentos
extremamente importantes para o entendimento do papel da religião na
transcendência humana, e nos incentiva a buscar as respostas além do livro.

HEITOR FERREIRA

A meu ver, o capítulo em questão aborda de forma muito interessante a relação


entre nossos desejos, enquanto ser social, e religião. Ao longo do texto é possível
perceber que Rubem Alves discorre sobre a religião ser uma forma de “canalizar” os
desejos humanos e, nesse sentido, utilizá-los como um meio à qual seja possível
traçar uma trilha para um sentido mais profundo da própria existência.
Ademais, gostaria de acrescentar que me dei por bastante intrigado com a citação
que o autor fez acerca da visão de Albert Camus, filósofo e escritor argelino-francês.
Camus acredita que a religião pode ser utilizada como um modo de encontrar razão
e motivos para se viver, escapando assim da angústia e do sofrimento. Dessa forma,
a religião deixa de ser vista como um amálgama irracional de crenças e costumes e
passa a ser considerada como uma detentora de sentido para a existência humana.

MARIA HELOISA

Ao decorrer do texto compreendi mais sobre a religião e como isso está ligado a
essência do ser humano. Nós, seres humanos, estamos cheios de compulsão e
desejo. Desejo são esses de tudo aquilo que queremos fazer, mas não podemos.
Pois, a sociedade é quem impõe o que podemos ou não fazer, com isso, estamos
em constante conflito interno onde fingimos ser alguém para “agradar” a sociedade
para não sermos punidos, e o outro lado “obscuro” onde encontra-se nossos desejos
e vontades. Por isso, a essência do indivíduo é a repressão de si mesmo. Com a
religião eles encontram uma forma de aliviar essa repressão que a sociedade impõe.

LUCAS DA ROCHA

Neste capítulo, Rubem Alves comenta sobre diversos conceitos de religião, fé e


espiritualidade. Achei extremamente intrigante a maneira que o autor discorre sobre
os conceitos citados, ligando-os a necessidade constante que o ser humano possui
em encontrar respostas, existências e o propósito para sua vida. É interessante as
considerações do autor acerca da "fé", que se apresenta como tendo uma causa
totalmente pessoa e até mesmo transcendendo o conhecimento racional, que acaba
facilitando a busca do indivíduo para o encontro para um significado. Alves também
idealiza o conceito de "espiritualidade" como sendo uma necessidade humana
primordial e inata, estando presente na vida de todos os seres humanos desde o
princípio. Outro importante ponto a ser citado é a citação que o autor fez aos
pensadores Freud, Karl Marx e Feuerbach. A exposição dos pontos de vista dos
pensadores acabou me ajudando a ter um maior conhecimento sobre diferentes
visões, tal fato, facilitou minha compreensão sobre o assunto que está sendo
discutido.

MARÍLIA CUNHA

Os pontos que gostaria de destacar do capítulo são… E o que mais me impactou da


leitura foi… Gostaria de dar ênfase que para Feuerbach, ter consciência de Deus é
ter autoconsciência e ter conhecimento de Deus é ter autoconhecimento. Dito isso,
podemos enquadrar a psicanálise nesse pensamento de Feuerbach, que dizia
“Conta-me teus sonhos e decifrarei o teu segredo.”Quando, Feuerbach acrescenta,
“conta-me acerca do teu Deus e eu te direi quem és.” Conclui-se, por essa linha de
raciocínio, que Feuerbach apresenta o Deus das religiões como uma projeção
humana, moldada pelo próprio homem. Ele ainda faz questão de destacar
constantemente que fenômenos religiosos, tidos como sobrenaturais, são na
verdade naturais.

YURI GUIMARÃES

Neste capítulo do livro o autor comenta sobre as várias formas de se observar a


religião, citando as visões de pensadores como Feuerbach, Karl Marx, Freud e
Durkheim. Eu achei interessante pois cada um deles possui uma visão diferente do
assunto, e os comentários de Rubem Alves transformam esse livro em algo muito
divertido e importante de se ler. A visão que eu achei mais interessante foi a de
Freud, que dizia que não importava o quão forte nossos sonhos e desejos são, ou o
quanto nós nos dedicamos para atingir algo,os nossos maiores desejos seriam
inalcançáveis , pois assim que nós nascemos, a contagem para o nosso fim começa,
e independente de quem somos, o nosso corpo fica cada vez mais fraco e incapaz
de realizar nossas vontades, por isso ele acreditava que a religião nada mais era do
que um meio para se escapar da realidade, e que nós humanos somos sugados
para uma falsa esperança de que se fizermos tudo certo, no final seremos
recompensados.
REFERÊNCIAS

ALVES, R. A O que é religião? São Paulo: Edições Loyola, 2010.


CRÉDITOS

Elaboração do Resumo
- Marília Cunha
- Hadassa de Andrade
- Maria Heloísa
Elaboração da Parte Gráfica
- Alisson Lima
- Allan Amorim
- Yuri Guimarães
Documentação do Trabalho
- Alisson Lima
Apresentação do Trabalho
- Aghata Vitória
- Lucas da Rocha
- Heitor Ferreira

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