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Título: Sexualidade à Luz do Espiritismo.

Autor: AMÉRICO DOMINGOS NUNES FILHO.


Dados da Edição: Edições Léon Denis Rio de Janeiro, 2007.
Gênero: Espiritismo (Sexo - Interpretação Espírita/Educação Sexual).
Digitalização e correção: Ana Paula Ruas.

Esta obra foi digitalizada sem fins comerciais e destinada unicamente à leitura de pessoas portadoras
de deficiência visual. Por força da lei de direitos de autor, este arquivo não pode ser distrbuído no tod
o ou em parte, ainda que gratuitamente.

Natural da cidade do Rio de Janeiro, Américo Domingos Nunes Filho é formado em Medicina pela Es
cola de Medicina e Cirurgia da UNI-RiO. No campo doutrinário espírita exerce as funções de orador, e
scritor e pesquisador. De sua autoria foram publicados oito livros: Carias a Um Sacerdote, em parceri
a com Luiz Antônio Millecco Filho; O Consolador Entre Nós; A Queda dos Véus; Razão e Dogma; Por
que Sou Espírita; Sexualidade e Espiritismo; Atualidade Espírita, em parceria com Aureliano Alves
Netto e Celso Martins, e A Verdade Mais Além.
É fundador e presidente da Associação Médico-Espírita do Estado do Rio de Janeiro e fundador e vic
e-presidente da Associação de Divulgadores do Espiritismo do Rio de Janeiro.

SEXUALIDADE À LUZ DA DOUTRINA ESPÍRITA


CIF - BRASIL - CATALOGAÇÃO-NA-FONTE SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS,
RJ.
N925s Nunes Filho, Américo Domingos, 1945 -
Sexualidade à Luz da Doutrina Espírita / Américo Domingos Nunes Filho. - 1. ed. - Rio de Janeiro: Edi
ções Léon Denis.
2007.
ISBN 85-7297-283-8
978-85-7297-283-3
1. Sexo - Interpretação espírita.
2. Educação sexual.
3. Espiritismo.
Centro Espírita Léon Denis.
CDD 133.9
04-1276 CDU 133.9
Américo Domingos Nunes Filho
SEXUALIDADE À LUZ DA DOUTRINA ESPíRITA
1a Edição
Edições Léon Denis Rio de Janeiro, 2007
SEXUALIDADE A LUZ DA DOUTRINA ESPÍRITA
Américo Domingos Nunes Filho
1. Edição: julho de 2004;
Ilustrações Cláudia Gomide Nunes
e Angelo Ferreira Simões
Capa e diagramação Rogério Mota
Revisão tipográfica
Joana Angélica Meireles,
Carla Barbosa e Wagna Carvalho
Composição Márcio de Almeida
Para pedidos de livros, dirija-se ao
Centro Espírita Léon Denis - Editora
Rua Abílio dos Santos, 137,
Bento Ribeiro, RJ-RJ. CEP 21331-290
Editora Telefax (21) 2452-1846 r. 25 ou 36
Distribuidora
Tel.: (21) 2452-7801
2452-7700
2489-9847
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Site da Instituição: http://Avww.celd.org.br
Site da Editora: http://www.edicoesleondenis.com
E-mail: editora@celd.org.br
Edições Léon Denis Propriedade do Centro Espírita Léon Denis
CNPJ 27.921.931/0001-89 - IE 82.209.980
Remessa via Correios e Transportadora.
Dedicatória
Dedico esta obra à minha querida esposa Claudia Gomide Nunes, incansável estimuladora de sua ela
boração, e aos meus filhos, Filipe (3 anos) e Sofia (2 anos), os quais, ao contrário, desejando 100% d
a minha atenção e vivenciando intenso ciúme, tudo fizeram para brecar o parto e o nascimento deste i
rmãozinho vegetal, o qual recebeu o nome de Sexualidade à Luz da Doutrina Espírita.

Nota da Editora
Por estar o opúsculo Sexualidade e Espiritismo com sua edição esgotada, o Departamento Editorial d
o Centro Espírita LéonDenis dá a lume esta obra, em que o autor, Dr. Américo Domingos Nunes Filho
, aproveita grande parte do livro, já extinto, e aprofunda o assunto sexualidade, trazendo mais valioso
s subsídios para o entendimento de tão complexo e enigmático tema."Sexo é espírito e vida, a serviço
da felicidade e da harmonia do Universo. Conseguintemente, reclama responsabilidade e discernime
nto, onde e quando se expresse."
(Emmanuel, Vida e Sexo, FEB. Cap. 1.)
"O sexo, portanto, como qualidade positiva ou passiva dos princípios e dos seres, é manifestação cós
mica em todos os círculos evolutivos, até que venhamos a atingir o campo da Harmonia Perfeita, ond
e essas qualidades se equilibram no seio da Divindade."
(André Luiz, Missionários da Luz, FEB. Cap. 13.)

"(...) o sexo como força de amor nas bases da vida, totalizando a glória da Criação."
(André Luiz, Ação e Reação, FEB. Cap. 15.)

"Examinado como força atuante da vida, à face da criação incessante, o sexo, a rigor, palpitará em tu
do, desde a comunhão dos princípios subatômicos à atração dos astros, porque, então, expressará fo
rça de amor, gerada pelo amor infinito de Deus."
(André Luiz, Ação e Reação, FEB. Cap. 15.)

"(...) o sexo, na existência humana, pode ser um dos instrumentos do amor, sem que o amor seja o s
exo." (André Luiz, Missionários da Luz, FEB. Cap. 13.)

"Não podemos, dessa forma, limitar às loucuras humanas a função do sexo, pois seríamos tão insens
atos quanto alguém que pretendesse estudar o Sol apenas por uma réstia de luz filtrada pela fenda d
e um telhado."
(André Luiz, Ação e Reação, FEB. Cap. 15.)

"Cada consciência é uma criação de Deus e cada existência é um elo sagrado na corrente da vida em
que Deus palpita e se manifesta. Responderemos por todos os golpes destrutivos que vibramos nos
corações alheios e não nos permitiremos repouso enquanto não consertarmos, valorosos, o serviço d
e reajuste."
(André Luiz, Ação e Reação, FEB. Cap. 15.)

índice

Apresentação do Autor 15
Prefácio do Psiquiatra Espírita 17
Prefácio do Psicólogo Espírita 21
Nossas Homenagens 27
Introdução 31
CAPÍTULO I
Os Espíritos têm Sexo? 35
CAPÍTULO II
Sexualidade e Reencarnação 49
CAPÍTULO III
Viagem Cósmica do Espírito e os Transtornos Sexuais 59
CAPÍTULO IV
Homossexualidade à Luz da Doutrina Espírita 63
CAPÍTULO V
Transexualidade e Reencarnação 103
CAPÍTULO VI
Bissexualidade e Responsabilidade 115
CAPÍTULO VII
Intersexualismo e Expiação 116
CAPÍTULO VIII
O Porquê da Paixão 127
CAPÍTULO IX
Fantasias Sexuais: Fetichismo, Sadomasoquismo e Voyeurismo 133
CAPÍTULO X
Sexo pela Internet 145
CAPÍTULO XI
O Swing e a Obsessão Sexual 149
CAPÍTULO XII
Pedofilia e Desequilíbrios Espirituais 153
CAPÍTULO XIII
Obsessão Sexual 159
CAPÍTULO XIV
Doenças Sexuais: Espirituais e Orgânicas 163
CAPÍTULO XV
Considerações Finais 173
BIBLIOGRAFIA 179

Apresentação do Autor

Américo Domingos Nunes Filho é escritor e orador espírita, radicado na cidade do Rio de Janeiro, fun
dador e diretor da ADE-RJ (Associação de Divulgadores do Espiritismo do Rio de Janeiro), fundador e
presidente da AME-RIO (Associação Médico-Espírita do Rio de Janeiro). Formado em Medicina, pela
Escola de Medicina e Cirurgia da UNI-RJ, exercendo a especialidade da Pediatria.
Autor de oito livros espíritas:
1 - Cartas a um Sacerdote, pela Editora EME, de Capivari, SP (esgotado);
2 - O Consolador entre Nós, pela Editora O Clarim, de Matão, SP;
3 - Sexualidade e Espiritismo, pela Editora CELD, RJ (esgotado);
4 - Porque Sou Espírita, pela Editora EME, de Capivari, SP;
5 - Razão e Dogma, pela Editora O Clarin, de Matão, SP;
6 - A Queda dos Véus, pela Editora CELD, RJ (esgotado);
7 -A Verdade Mais Além, pela Editora EME de Capivari, SP;
8 -Atualidade Espírita, pela Editora O Clarim, de Matão, SP.

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Prefácio do Psiquiatra Espírita

O presente livro, sem sombra de dúvida, reflete autenticidade sobre a sexualidade. O autor, mostrand
o as pontes religiosas sobre a temática, oferece um valoroso roteiro com os pensamentos holísticos d
a Doutrina Espírita.
Trouxe-nos, em excelente síntese, melhores conhecimentos sobre a sexualidade, despindo-se de sec
tarismo de toda ordem. Por isso, não se trata de um livro especulativo, mas um maturado assunto, ba
seado em fatos e conhecimentos da Ciência de nossos dias, com seus autênticos valores psicológico
s.
Por ser a sexualidade um assunto oceânico, chama-nos a atenção para os preconceitos, como alijá-lo
s e como compreender e respeitar a personalidade humana ainda inundada de desvios; isto, com a c
have da Doutrina

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Espírita a possibilitar melhores ajustes na dinâmica psicológica de nossos dias.


O capítulo sobre homossexualidade está bem esquadrinhado, bem avaliado, porquanto foi sedimenta
do, em suas raízes, nas posições espirituais. Este capítulo vale o livro, pela oferta de pensamentos e
atitudes que devem ser entendidos e manipulados para a vertente da ordem e do equilíbrio da vida.
As concepções do livro não são novas, porém estão bem-arrumadas, traduzindo elementos definidore
s de tão convulsionado tema. Focaliza algumas faces psicológicas dos desvios, onde situações múltip
las foram apresentadas e analisadas, com ajuste científico, sem tendências informativas de qualquer
natureza.
O autor, clareando o assunto sobre sexualidade, ampliou os horizontes do conhecimento, enredando-
os com os mecanismos espirituais, por serem os lastros donde partem e são criados, nas elaboraçõe
s das reencarnações. Com isso, imensos fatores estão em jogo, quer os genéticos da faixa física, que
r os espirituais da faixa da imortalidade.
Por tratar-se de mecanismo, onde se movimentam as forças criativas do espírito, o livro representa u
ma centelha de luz que valoriza o presente momento, onde a Ciência, sempre buscando novos horizo
ntes, encontra-se mergulhada no espiritual.
A temática nos oferece uma trilha a ser direcionada para os estudiosos e a todos aqueles interessado
s pelo capítulo

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mais expressivo da vida - o sexual. Por isso, representa uma posição inteligível, cujos fatores atuante
s deslizam nas definições da biotipologia psicológica.
O conteúdo do livro é assunto de incomensurável importância, por representar a sexualidade, com cui
dadosas referências, sobre os preconceitos sociais, como alijálos e passar a respeitar a personalidad
e humana, ainda envolvida em distúrbios de variados matizes. Com os ajustados lastros da Doutrina
Espírita, o livro representa uma autêntica abertura que dignifica a dinâmica psicológica de nossos dia
s. É leitura que merece atenção, não somente pelas posições científicas em que se implanta, mas, pri
ncipalmente, pela reverência que se deve ter com a personalidade humana, em qualquer grau em qu
e se mostre. Respeitar não é aderir, mas uma demonstração de amor que devemos inserir em nossa
civilização em face de grandes transformações.
Quem escreve o livro é médico, com vivência diante da dor humana ainda campeante em nossa posiç
ão evolutiva.

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A questão da sexualidade representa, na atualidade, um dos maiores desafios para o Homem. Herdei
ro das nossas próprias realizações ao longo do processo evolutivo da consciência, encontramo-nos h
oje, como diz Emmanuel na obra Vida e Sexo: "... diante de um mundo de impulsos genésicos por ed
ucar e ajustar às leis superiores que governam a vida".
Trazemos conosco os resultados morais e psicobiológicos das nossas ações neste setor tão delicado
e desafiador quanto sublime na sua essência. Nem sempre tais resultados alcançam a esfera da har
monia e do equilíbrio íntimos, expressando-se, em realidade, muitas vezes, como desequilíbrios e inq
uietações de variados aspectos.
Encontram-se, aí, nos cenários da vida moderna, os problemas relacionados ao sexo e à sexualidade
. São dramas

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íntimos, que assinalam a realidade psicológica e o campo emocional de muitas criaturas, desfilando n
o mundo, exibindo o verniz da realização pessoal ou da retidão moral nos gestos e nas intenções. To
davia, carregando solidão perturbadora, dúvidas angustiantes, fixações mentais, desequilíbrios do de
sejo, que não conseguem expressar, e uma profunda sofreguidão nas emoções, através de águas do
gozo de superfície, não logram dessedentar-se.
Lamentavelmente, a visão materialista da sexualidade, predominante nas academias, não vai além do
nível superficial das considerações de natureza antropológica, sociológica, biológica ou psicológica, d
ando-nos uma compreensão limitada de um fenômeno que em sua realidade íntima transcende as ba
rreiras impostas pelas análises reducionistas e periféricas.
O fenômeno da sexualidade vincula-se à própria essência do ser, podendo se desenhar como rampa
para o desequilíbrio tanto quanto, como uma escada de ascensão e transcendência, através da transf
ormação das sublimes energias genésicas.
Falta à Psicologia uma visão mais profunda, mais espiritual da sexualidade, o que certamente já com
eça a aparecer em alguns autores, sobretudo entre os que se encontram vinculados às teorizações h
umanistas e transpessoais, no vasto campo temático da psicologia da personalidade e da psicologia c
línica. Já são conhecidos os trabalhos dos renomados pesquisadores da alma humana que

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deram uma contribuição especial para o alargamento de horizontes nesta área. Entre eles, destacam-
se: Jung, Maslow, Frankl e Grof, apenas para citar alguns.
Neste momento de dúvidas e conflitos, o paradigma espírita, acerca dos fenômenos da sexualidade, r
epresenta uma valiosa contribuição para a pesquisa dos transtornos sexuais, assim como se mostra u
ma doutrina capaz de consolar, esclarecer e orientar-nos pelos caminhos da conduta equilibrada e sa
udável, em relação às nossas energias sexuais.
O livro do nosso companheiro Américo é uma importante contribuição neste sentido.
Com uma linguagem direta e atual, alicerçado na visão espírita, profundamente, identificado com a fig
ura excelsa do Cristo, o autor discorre sobre temas da atualidade sem medo de falar o que precisa se
r dito.
Em cada linha escrita, revela o cuidado e a atenção que tem com o tema, resultado de sua experiênci
a profissional e doutrinária nesta área.
Falar sobre estes assuntos da atualidade, no movimento espírita, é uma atitude desafiadora, que prec
isa ser enfrentada. Estamos longe de acreditar que os problemas do sexo encontram-se, apenas, fora
dos arraiais espíritas. Não é verdade. Precisamos abordar tais assuntos com a linguagem clara e pre
cisa da Doutrina Espírita. Quantos jovens saem das mocidades espíritas, depois que entram para a U
niversidade...
Encantam-se com os modelos teóricos

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materialistas e, não raras vezes, se comprometem com problemas ligados às drogas e ao sexo. É pre
ciso levar tais assuntos para dentro das casas espíritas, com uma linguagem atualizada e sempre ilu
minada e guiada pelos ensinamentos espíritas.
O livro, que ora temos o prazer de apresentar com nossas modestas palavras, tem a coragem de abo
rdar tais temas: homossexualidade, transexualidade, sexo pela Internet, swing, pedofilia e outros. É u
ma demonstração inequívoca de que o Espiritismo "se prende a todos os ramos da ordem social", est
ando relacionado com "as mais graves questões de filosofia", porquanto "abrange tanto o homem físic
o quanto o homem moral", conforme preconiza o Codificador.
Chamou-nos a atenção o cuidado do amigo Américo ao tratar da homossexualidade e da transexualid
ade, fundamentando-se em estudos modernos e buscando, sempre que possível, o enquadramento d
a Psicologia e da Psiquiatria, citando o CID-10, mostrando-nos a distinção entre as situações egossint
ônicas e egodistônicas. Este caminho lhe permite avançar em sua análise, revelando os aspectos esp
irituais subjacentes aos problemas encontrados nesta área.
Ficamos felizes ao ler esta obra, e esperamos que os interessados façam bom proveito da mesma.

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Por se tratar de uma obra espírita, recordamos que o Espiritismo é doutrina potente para abordar as g
raves questões do momento que atravessamos na humanidade. Como em todo processo transicional
decisivo, deparamo-nos, hoje, com situações paradoxais, geradoras de conflito e perturbação. Nestes
tempos de "transição e parto doloroso ", a visão espírita prossegue otimista e esperançosa, porquant
o construída sobre as bases da razão e do conhecimento da realidade.
Estendemos, portanto, nosso fraternal abraço ao autor desta obra, bem como aos seus leitores, agrad
ecendo pelo estudo que nos proporciona e os momentos de reflexão em torno de tão importante assu
nto.

Muita paz!

Henrique Fernandes

(2) DENIS, Léon. O Problema do Ser, do Destino e da Dor, FEB. Introdução.

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Nossas Homenagens

Em uma época de tantas transformações, em todos os setores do conhecimento humano, chegamos


ao culto do prazer. Nunca se falou em tão alto grau de sexo e nunca o assunto esteve tão em alta. De
sde o aparecimento, na década de 1950, do primeiro anovulatório, conhecido popularmente como pílu
la, o hedonismo voltou a mostrar a sua face.
Felizmente, em concomitância, foi iniciado um processo de superação dos flagelos das proibições, os
quais foram responsáveis por um quadro de culpabilidade imensa, imposta por uma sociedade ignora
nte e violenta, vivenciando a sexofobia, o medo do sexo, erroneamente associado ao pecado e à obri
gatoriedade da prática sexual para fins reprodutivos.
Não obstante, no passado, sexualidade e reprodução representarem conceitos integrados, hodiernam
ente pratica-se
sexo sem procriar e procria-se sem sexo, através da fertilização assistida.
Ao lado de uma moléstia alarmante, como a AIDS, surgiram os coquetéis, no bojo os inibidores de pro
teases, impedindo a replicação do HIV no corpo.
Em que pese o índice alarmante da impotência, atingindo mais da metade dos homens do mundo, ch
ega ao mercado, em 1998, a primeira droga para o tratamento eficaz da disfunção, proporcionando a
garantia do direito do prazer, reforçada agora e para o futuro com o lançamento de drogas ainda mais
eficazes, podendo agir até mesmo nos pacientes mais graves.
Apesar de todo o progresso verificado e comprovado, na área da sexualidade, desde o pioneirismo de
alguns pesquisadores americanos, como Bill Masters, Virgínia Johnson e Alfred Kinsey, devido à afet
ividade passar ao largo, o homem permanece sofrendo intensamente, tanto na dimensão física quant
o na espiritual. Portanto, livros espíritas, abordando temas sexuais, sempre amparados no Evangelho
de Jesus e na gigantesca codificação realizada pelo excelso Kardec, necessitam cada vez mais ser e
ditados e divulgados.
Congratulamo-nos com os queridos companheiros de ideal espírita, que nos deixaram verdadeiras pr
eciosidades, dando a lume excelentes obras, tratando da temática sexual à luz da Doutrina Espírita, a
seguir relacionados: Jorge Andréa dos Santos, Walter Barcelos, Eurípedes

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Kihl, Celso Martins, Geziel Andrade e Dulcídio Lobo


Homenageamos, igualmente, os queridos instrutores espirituais: Emmanuel, André Luiz, Joanna de Â
ngelis, Manoel Philomeno de Miranda, sendo responsáveis por todo o arsenal pedagógico espiritual d
a área da sexualidade, no presente, e outros, como as entidades que estiveram, em todo o período d
e elaboração deste livro, ao meu lado, ajudando-me intensamente, principalmente nos momentos de
desdobramento, levando-me a locais de aprendizagem, onde recebi a oportunidade de auferir ensina
mentos valiosos, participando, avidamente, de lições teórico-práticas, no campo da sexualidade.

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Introdução

O espírito foi criado simples e ignorante, conforme ensinamento contido em O Livro dos Espíritos, abri
gando em potencial a perfeição dentro de si. Disse Jesus (Lucas, 17:21): "O Reino de Deus não está
ali, nem acolá. O Reino de Deus está em vós ".
Necessário é, para a individualidade espiritual, plasmar um corpo físico, já que, num ambiente de gra
nde resistência, proporcionado pela vida em um planeta inferior, todas as potencialidades, imanentes
em nós, podem desabrochar, exteriorizar-se, vir à tona. Por tudo isso, na Terra, são encontradas as di
cotomias: alegria e tristeza, bondade e maldade, quente e frio, luz e trevas, positivo e negativo, masc
ulino e feminino, e muitas outras.
Na sua origem, o espírito é virgem em experiências, essencialmente, masculinas e femininas. Pode, p
ortanto, encarnar em um corpo de qualquer sexo. O mesmo acontecerá

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durante todo o seu trajeto evolutivo, situando-se nas duas polarizações, podendo abrigar uma vestime
nta física masculina ou feminina.
No decorrer das reencarnações, incorporando várias personalidades, pode trazer estampada, durante
algum tempo, maior característica sexual, com a predominância de um dos sexos em seu psiquismo.
O sexo apresenta-se, desde que o ser hominal surge na arena física, como o artífice maior dos desaj
ustes e das grandes quedas, ensejando resgates dolorosos nas futuras reencarnações.
O sublime episódio, narrado no Evangelho, envolvendo Jesus, a mulher adúltera e seus acusadores,
proporciona-nos momentos de intensa reflexão, desde que o Mestre, diante da mulher em desregram
ento sexual, não a recrimina. Contudo, a encoraja a trilhar novos e redentores caminhos.
"Quem dentre vós estiver sem pecado, seja o primeiro a lhe atirar pedra. " Essa exortação do Cristo n
os serve como paradigma, quando estivermos diante de alguém em desvirtuamento sexual, sabendo t
odos nós que não estamos também refratários a eventuais deslizes, nessa ou em próximas reencarna
ções.
Seria muito importante que todos os estudiosos da área sexual tivessem conhecimento da reencarnaç
ão. Na verdade, cada indivíduo é um universo, apresentando inumeráveis

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vivências, boas ou ruins, nos caminhos da evolução, através de muitas existências no plano físico.
A energia sexual é uma força incomensurável que não pode ser sublimada abruptamente, como acon
selham religiosos radicais, tampouco ser liberada sem controle ou disciplina. Qualquer deslize nesse
setor faz com que sejam vincadas, no perispírito, lesões de grande importância expiatórias, principalm
ente nos casos em que o sexo envolve afetividade, assumindo-se compromisso de muita responsabili
dade com o semelhante.
Na realidade, durante o ato sexual, há um acasalamento de vibrações espirituais, como se o perispírit
o aderisse ao outro. Desarmonias e desequilíbrios, nesse campo energético, trazem consequências d
anosas ao corpo espiritual.
Deveras importante, o conhecimento amplo da reencarnação e da lei de causa e efeito, já que o hom
em, instruído nas leis divinas, envolver-se-á em ligação sexual alicerçada no amor, respeitando a outr
em e sabendo que, além da reprodução das formas físicas, acarretando a formação do lar e as bênçã
os da família, o sexo tem a finalidade de unir energeticamente dois seres.

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CAPÍTULO I

A explicação desponta de forma cristalina e expressiva: "Decerto; são os mesmos os espíritos que ani
mam os homens e as mulheres ".
O insigne Kardec, com seus comentários sempre inspirados, afirma com muita propriedade: "Os espír
itos encarnam como homens ou como mulheres, porque não têm sexo. Visto que lhes cumpre progre
dir em tudo, cada sexo, como cada posição social, lhes proporciona provações e deveres especiais e,
com isso, ensejo de ganharem experiência. Aquele que só como homem encarnasse só saberia o qu
e sabem os homens".
A seguir, perquire o Codificador, na questão 202: "Quando errante, que prefere o espírito: encarnar n
o corpo de um homem, ou no de uma mulher? "
A espiritualidade assevera: "Issopouco lhe importa. O que o guia na escolha são as provas por que h
aja de passar".
Para entendermos bem esse capítulo, devemos tecer algumas considerações dignas de destaque:
1) os espíritos não geram, isto é, não são dotados da faculdade procriativa; a reprodução é, exclusiva
mente, de âmbito físico;
2) como podem reencarnar, tanto na polaridade masculina quanto na feminina, os espíritos possuem,
na vestimenta perispiritual, órgãos genitais dos dois sexos em potencial;
OS ESPÍRITOS TÊM SEXO?
3) os seres espirituais, ainda presos às injunções carnais, embora detenham em potencial as duas pol
aridades, certamente experimentam uma delas com maior intensidade, de acordo com inúmeras expe
riências reencarnatórias vivenciadas;
4) os espíritos puros, em pleno gozo da perfeição relativa, como o Cristo, já não mais jungidos às paix
ões e desejos terrenos, chegaram à unissexualidade plena, imbuindo em completo as duas polaridad
es dentro de si, em perfeita harmonia interior;
5) na obra O Céu e o Inferno, o Espírito Sanson, antigo membro da Sociedade Espírita de Paris, dese
ncarnado em 21 de abril de 1862, incorporado mediunicamente em um dos membros da Sociedade, e
m 25 de abril de
1862, responde à seguinte pergunta de Allan Kardec: "Os espíritos não têm sexo; entretanto, como h
á poucos dias ainda éreis homem, no vosso novo estado tendes mais da natureza masculina que da f
eminina? Acontece o mesmo com um espírito que tenha deixado seu corpo há muito tempo?"
R: "Nós não temos que ser da natureza masculina ou feminina: os espíritos não se reproduzem. Deus
os criou segundo sua vontade e se, por seus desígnios maravilhosos, ele quis que os espíritos reenc
arnassem na Terra, ele teve que acrescentar a reprodução das espécies pelo macho e a fêmea. Mas,
vós o sentis, sem que seja necessário nenhuma explicação, os espíritos não podem ter sexo ";
a essa resposta, Kardec faz o seguinte comentário: "Sempre foi dito que os espíritos não têm sexo; o
s sexos são necessários apenas para a reprodução dos corpos; visto que os espíritos não se reprodu
zem, os sexos seriam inúteis para eles. Nossa pergunta não tinha por objetivo constatar o fato, porém
, por causa da morte recente do Sr. Sanson, queríamos saber se ainda conservava alguma impressão
do seu estado terrestre. Os espíritos depurados compreendem, perfeitamente, a sua natureza, mas e
ntre os espíritos inferiores, apegados à matéria, existem muitos que acreditam que ainda estão na Ter
ra, e conservam as mesmas paixões e os mesmos desejos; eles crêem que ainda são homens ou mul
heres, eispor que existem os que dizem que os espíritos têm sexos. Ê assim que certas contradições
são provenientes do estado mais ou menos adiantado dos espíritos que se comunicam; o erro não é
dos espíritos, mas daqueles que os interrogam e não se dão ao trabalho de aprofundar as questões";
(O Céu e o Inferno, tradução CELD.)
6) a Ciência, através da embriologia, afirma que, até a oitava semana de vida intra-uterina, a genitália
do embrião corresponde a ambos os sexos, sendo denominada de gônada indiferenciada ou primordi
al. Portanto, a polaridade sexual do ser em desenvolvimento, no cadinho materno, somente pode ser i
dentificada pelo exame ultra-sonográficó gestacional, a partir desse momento em diante.

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Examinando, externamente, a genitália embrionária, até aproximadamente o terceiro mês de gestaçã


o, observa-se indeterminação do sexo, sendo impossível afirmar qual a polaridade sexual do ser em v
ia de formação no claustro uterino.
Na observação dos órgãos genitais internos do embrião, nota-se que existem componentes dos dois
sexos, correspondendo a um organismo bissexual, com estruturas primordiais gonadais e genitais idê
nticas nos dois sexos. No início do terceiro mês de gestação, inicia-se a formação do órgão sexual e c
omeça a diferenciação do sexo.
O grande personagem dessa "organização", responsável pela perpetuação da espécie, indutor potent
e da diferenciação orgânica, é o cromossoma Y. Quando ele está presente, agindo fundamentalmente
através do gene SRY, localizado em seu braço curto, e de outros genes, atuando em cascata, a gôna
da indiferenciada se transforma em gônada masculina. Na sua ausência, as cristas gonadais não se d
iferenciam em testículos, acarretando uma gônada feminina.
Os testículos, liberando testosterona, são responsáveis pela elaboração do fenótipo masculino do feto
. A simples ausência dos testículos faz com que a feminização se processe, tudo isso dando formaçã
o aos órgãos sexuais masculinos e femininos responsáveis pela reprodução.
Pelo estudo da embriologia, sabe-se que a formação inicial do aparelho genital obedece, em ambos o
s sexos,

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a uma linha idêntica. Tal período é conhecido como estado de indiferença, que termina quando o sex
o se fixa definitivamente, isto é, quando a gônada já é definitivamente de um sexo, mantendo as vias
correspondentes, enquanto as do sexo oposto se degeneram.
Uma ação hormonal intempestiva, agindo sobre o organismo em formação, impede a ação regressiva
dos componentes do sexo não cromossômico. Dai a ocorrência dos casos de intersexualismo (indivíd
uos com o sexo não definido).
Aristófanes, em O Banquete, de Platão, revela o mito dos Andróginos, os quais foram descritos como
seres bissexuados, dotados de muita força, chamando a atenção do deus Zeus, o rei do Olimpo, cons
iderado o dominador do Universo, o qual resolveu dividi-los ao meio, transformando-os, então, em ma
sculino e feminino.

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Igualmente, o mito do hermafrodita,


resultante de Herma/frodito filho de Hermes e Afrodite, abrangendo em si as duas polaridades. Os gre
gos antigos contavam que Hermafrodito era belo como a
mãe, porém desprovido de desejo amoroso. Certa feita, banhando-se ' • em um lago foi observado p
or uma ninfa aquática, chamada Sálmacis, que, se apaixonando pelo jovem sem ser correspondida, p
ediu aos deuses a chance de uma união duradoura. O pedido foi concedido e Hermafrodito fundiu-se
com Sálmacis, constituindo um corpo de dupla natureza, provido de dois sexos.
No livro Gênesis, Deus criou Eva, o primeiro ser feminino, à custa de uma costela de Adão. Contudo,
a palavra hebraica, traduzida como "costela", em verdade, significa também "lado". Assim sendo, Adã
o poderia ser enigmaticamente um hermafrodita e Eva resultante de sua metade.
Abissexualidade, marcante
em todas as criaturas, foi
percebida pelo afamado psicanalista
desde que porta órgãos genitais dos dois sexos em potencial, localizados no perispírito. Tudo isso lhe
possibilita a reencarnação, em um corpo de qualquer sexo, o que se verifica, durante todo seu apren
dizado evolutivo, até chegar à angelitude, condição inerente aos seres já purificados.
Através da Codificação kardeciana, sabemos que o ser extrafísico, utilizando a força do pensamento
e da vontade, pode operar na matéria elementar espiritual e formar, a seu bel-prazer, objetos semelha
ntes aos terrenos.

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Assim como atua no elemento universal, o espírito igualmente consegue exercer ação sobre seu envo
ltório sutil (perispírito), tomando, por exemplo, a forma física que desejar. Esse ensinamento, ministra
do pela espiritualidade superior, faz-nos compreender que o indivíduo, ainda dependente da vibração
terrena, pode apresentar o sexo de periferia bem definido, ostentando visivelmente suas estruturas se
xuais exteriores, já que vive em particular a polaridade predominante.
Se o espírito vivencia a paz, com seu psiquismo totalmente equilibrado e harmonizado, vencedor nos
embates milenares no campo da sexualidade, mostra genitália perispiritual indiferenciada, sem predo
minância de qualquer um dos sexos, conforme foi comprovado pelo espírito Sanson e revelado a Alla
n Kardec.
Ao contrário, se permanece atrelado às injunções carnais, demonstrando em seu psiquismo prevalên
cia de determinada polaridade sexual, certamente plasma, no corpo perispirítico, o órgão do qual ima
gina ainda necessitar, porquanto, em verdade, o ato sexual, praticado na dimensão extrafísica, se pro
cessa naturalmente, através do acasalamento de todas as vibrações sutis, entrelaçadas em todos os
centros de força ou "chacras", proporcionando ampla fusão energética orgástica.
O insigne Allan Kardec afirma, na Revista Espírita, janeiro de 1866: "(...)pode ocorrer que o espíritope
rcorra uma sequência de existências no mesmo sexo, isto faz com que durante muito tempo ele poss
a conservar, no

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estado de espírito, o caráter de homem, ou de mulher, cuja índole nele ficou impressa". (Tradução Ed
. CELD.)
Alguns setores científicos enfatizam, estatisticamente, as diferenças encontradas entre os dois sexos,
chegando até mesmo a dizer ser o cérebro responsável pelo processo, o que certamente comprova a
presença do espírito, irradiando a polaridade sexual mais marcante. Segundo algumas teorias psicol
ógicas, o cérebro masculino está mais ligado ao mundo abstrato, atraído com grande facilidade por si
stemas como equações matemáticas, música, computadores, carros, etc. O feminino achegado mais
para o mundo social, ligado aos sentimentos e às emoções, em que as mulheres têm maior facilidade
de identificação e de relacionamento, inclusive melhor memória autobiográfica, recordando com detal
hes episódios envolvendo emoções.
Utilizando imagens de ressonância magnética, foi observado o porquê da estupenda memória feminin
a, já que se notou maior atividade, do lado esquerdo, da região cerebral denominada de amígdala, en
quanto nos homens, com menor recordação, houve participação da face direita.
Quanto à linguagem, os pesquisadores, envolvidos, igualmente, na obtenção de imagens cerebrais, c
oncluíram que as mulheres processam informações nos dois lados do cérebro, em geral com predomi
nância do esquerdo. Contudo, os homens tendem a utilizar apenas o hemisfério esquerdo. Daí advém
o predomínio do sexo feminino, com melhor desempenho na linguagem verbal.

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Quanto à orientação espacial, os homens saíram à frente, desde que os mesmos usam os dois lados
de uma região cerebral denominada hipocampo, a par das mulheres que marcam apenas uma face, a
da direita, e complementam utilizando a parte mais exterior do cérebro, o córtex pré-frontal direito, m
ais ligado à memória. O sexo masculino baseia-se em dados geométricos, já as mulheres se ligam m
ais aos pontos de referência.
A maioria das pessoas, segundo as pesquisas, tem um cérebro misto, bem harmonizado, refletindo e
mpatia e é bom em sistemas, caracterizando uma adaptação, em nosso entendimento, consequente
à inevitável evolução espiritual e física do ser.
Apesar de todas as pesquisas recentes, a mulher, infelizmente, ainda é considerada como inferior ao
homem, principalmente nos países árabes. Os gregos antigos chegaram a enquadrá-la como um tipo
de categoria animal distinta. Até a Revolução Francesa, em 1789, a ideia dominante era de que só exi
stia apenas um sexo, acreditando que os ovários seriam apenas os testículos internalizados.
No primeiro livro da Bíblia, Gênesis (3:16), já se encontrava estampada, enfaticamente, a discriminaç
ão para com a mulher, através da sentença implacável de parir com dor e do desejo sexual ser exclus
ivo do homem. O Apóstolo dos Gentios, Paulo, na Primeira Epístola aos Coríntios (14:34), chegou ao
ponto de ordenar submissão das mulheres aos homens, como também a ordem expressa das

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mesmas se manterem caladas, nas igrejas, não lhes sendo permitido o uso da fala.
Na obra No Mundo Maior, capítulo 11, de André Luiz, um instrutor espiritual ressalta que "Na Esfera d
a Crosta, distinguem-se homens e mulheres segundo sinais orgânicos, específicos. Entre nós, prepon
dera ainda o jogo das recordações da existência terrena, em trânsito, como nos achamos, para as reg
iões mais altas (...)".
No capítulo 15 do livro Ação e Reação, o mentor Silas, abnegado servidor de uma instituição de ampa
ro aos sofredores, na dimensão extrafísica, respondendo a uma pergunta proferida pelo visitante Hilár
io, acompanhado de André Luiz, prontamente respondeu: "Considerando-se que o sexo, na essência,
é a soma das qualidades passivas ou positivas do campo mental do ser, é natural que o espírito acen
tuadamente feminino se demore séculos e séculos nas linhas evolutivas da mulher e que o espírito m
arcadamente masculino se detenha por longo tempo nas experiências do homem ".
Na obra Nosso Lar são encontradas muitas referências a respeito do predomínio de uma polaridade s
exual, como: Almas femininas, Departamento feminino, Entidades de natureza masculina.
No livro Os Mensageiros, capítulo 30, o Espírito André Luiz presencia, estupefato, na dimensão espirit
ual, uma festividade de natureza matrimonial.

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Quanto aos seres espirituais, acentuadamente, imperfeitos e, intensamente, subjugados à matéria, sa


bemos que não são capazes de usufruir a sexualidade sustentada pelos pilares do amor e vivenciada
em vibração energética superior. Então, presos ainda às sensações mais rudes, intentam praticar sex
o de modo idêntico aos encarnados e não conseguem êxito, devido à inércia do sexo de periferia, co
mo igualmente da necessidade do contato grosseiro com a matéria física, levando-os, pelo menos, os
mais atrasados, a compartilhar com os encarnados, com os quais se afmizam, na prática do sexo pro
míscuo, exercendo ação vampiresca.
A Ciência, através do estudo do embrião humano, relatando a gônada indiferenciada ou primordial, co
ntendo em potencial ambos os sexos, atesta e comprova a realidade do espírito que, em verdade, nã
o tem sexo e, ao reencarnar, dá a vida a indivíduos do sexo masculino ou feminino.
Mais uma vez o caráter científico da Doutrina Espírita é comprovado, permitindo-nos louvar a figura m
ajestosa e importante do grande Codificador, Allan Kardec.

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O espírito já miniaturizado, dando vida ao corpo, em vias de desenvolvimento, no cadinho materno.


O espírito, miniaturizado, ligado ao zigoto, na luz da Trompa de Falópio.

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Sexualidade e Reencarnação

À luz da reencarnação, podemos entender que o espírito passa por muitas fileiras de renascimento e
pode encarnar vivificando um corpo masculino ou feminino.
Quando o ser espiritual participa do processo do "nascer de novo", exterioriza vibrações energéticas c
ompatíveis com o padrão do sexo masculino ou feminino, preponderante dentro de si. Embora saibam
os que, na sua essência, a individualidade espiritual tenha os dois sexos em potencial, um deles se to
rna mais marcante no decorrer das inúmeras existências terrenas.
Estando presente, já jungido à sua futura mãe, na matriz genital, o espírito, com suas irradiações, pas
sa a influenciar e selecionar o espermatozóide que lhe é afim, vibratoriamente. Como artífice da sua p
rópria vestimenta física, atrai o gameta com o seu devido e necessário cromossomo sexual (X ou Y).
A individualidade espiritual, dentro

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das suas contingências sexuais, na faixa evolutiva em que se encontra, define o sexo de que será por
tador.
Se o espírito tem uma tonalidade sexual mais destacada para o sexo masculino, suas expressões vibr
atórias energéticas de teor essencialmente masculino exercem atração sobre um espermatozóíde co
m carga genética Y, dando vida a um homem. Com efeito, uma entidade espiritual, com experiências
na carne marcadamente do sexo feminino, atrai um gameta contendo um cromossoma X e vivificará u
m corpo do sexo feminino.
Assim, a conjugação ou fecundação, a partir desse conceito deixa de ter uma conotação casual, pass
ando a ser dirigida por uma força
energética determinante.
Todo ser, de acordo com as suas experiências e aquisições evolutivas, possui dentro de si os dois se
xos, embora um deles ainda possa ser predominante, exatamente por ter sido mais vivenciado em su
as múltiplas existências. Portanto, a individualidade na posição acentuadamente masculina, ao
reencarnar em um corpo feminino, demonstrará, como

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espírito, e às vezes, até mesmo no próprio corpo, traços de masculinidade. Assim ocorrerá, também,
ao espírito, com predomínio de experiências no campo da feminilidade, dando vida a um corpo mascu
lino.
Um exemplo bem marcante dessas experíências
sexuais, dentro das existências terrenas, é o
do casal George Sand e Chopin. A primeira era mulher com componentes psíquicos marcadamente d
o sexo masculino, enquanto o segundo, célebre
compositor clássico, era
homem, com características femininas bem acentuadas. Apesar de tudo
formaram um casal em completa harmonia conjugal.
Certamente, que essas passagens reencarnatórias de uma faixa sexual preponderante, em várias exi
stências físicas, para a outra polaridade, durante o processo da fecundação ou conjugação dos gamet
as sexuais, são planejadas antecipadamente e regidas por espíritos abalizados, chamados de constru
tores, conforme informação do instrutor espiritual André Luiz.

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Essas experiências são bem construtivas nos seres dotados de equilíbrio, que geralmente se ocupam
de nobres missões e funções importantes no campo artístico, educacional e religioso. No movimento
espírita, dentro do trabalho gigantesco que desempenham na Seara do Cristo, temos vários exemplos
. São pessoas bem harmonizadas e tão compromissadas em suas especiais tarefas que canalizam su
as emoções sexuais para o bem da coletividade, convivendo a castidade construtiva. O Mestre Jesus
fez alusão a esses queridos irmãos, considerando-os como aqueles que se "fizeram eunucos por cau
sa do reino dos céus (...) " (Mateus, 19:12).
A sexualidade de profundidade, em plena sublimação, se expressa de uma forma tão intensa, sendo
o fator causal das grandes obras literárias, musicais, da pintura, da oratória, da benevolência, deixand
o o sexo de periferia parcialmente apagado. Contudo, aqueles que escolheram a castidade por fanatis
mo, por obrigações religiosas, fruto da imposição humana, caminham para desarmonias do campo ínt
imo do sexo de profundidade que, sem escoamento, aparecerão, sobremaneira, nas próximas existên
cias, com desajustes de ordem cármica, necessitando reparação. Consequências expiatórias causad
as pela chamada castidade destrutiva, gerando desarmonias e desequilíbrios das forças sexuais da al
ma.
A castidade forçada é prejudicial. Paulo disse que é melhor se casar do que se abrasar. Francisco de
Assis
dispensou um dos seus seguidores porque este não suportava a abstinência sexual e retirou-se do co
nvívio dos franciscanos para poder contrair matrimônio.
Lamentável é que até hoje a Igreja Católica se veja às voltas com o problema de impor, a seus sacerd
otes, a castidade.
Interessante é que essa religião diga ter sido o apóstolo Pedro o primeiro Papa. Logo Pedro que, seg
undo relato dos evangelistas, teve sogra e tendo sogra, era casado e, portanto, não casto.
Pode também o transexualismo (psiquismo diferente do sexo que é portador) encontrar-se numa posi
ção cármica por excelência. Como resultante de experiências errôneas, graves, dentro da área sexual
, em vidas anteriores, o ser espiritual apresenta desequilíbrios marcantes na sua vestimenta espiritual
. As lesões perispiríticas desarmônicas refletem-se em um campo vibratório distônico, atraindo, durant
e o processo do renascimento somático, um espermatozóide portador de um cromossomo sexual não
compatível com o sexo preponderante em seu psiquismo. Assim, homens devassos, libertinos, que u
tilizam o sexo de periferia de forma ultrajante, lesam seus corpos perispirituais de forma marcante, ext
eriorizando vibrações doentias.
Durante o processo da fecundação, embora estejam situados em uma faixa sexual preponderanteme
nte masculina, exercem atração sobre um espermatozóide com
carga genética feminina, já que seus pensamentos dementados estão direcionados patologicamente
para o sexo oposto. Em seus refolhos mais íntimos vibram pelo sexo feminino de forma tão dissoluta
e impudica que, no momento da concepção de seus corpos físicos, fazem com que o óvulo seja penet
rado pelo gameta com cromossoma X, o que acarretará a formação de corpos femininos.
Já, durante a infância, notarão ser possuidores de um problema de ordem expiatória ou cármica: vive
nciarão um corpo dotado de um sexo, totalmente contrário ao sexo de profundidade preponderante. P
ensarão e poderão agir de forma diferente do sexo de que são portadores. Corpos femininos albergan
do psiquismo essencialmente masculino.
O mesmo processo, de forma inversa, acontece com os chamados transexuais masculinos. Em vida p
retérita foram mulheres envolvidas em paixões aviltantes, produzindo sofrimentos e tragédias, aprisio
nadas nas teias do sexo destoante, acarretando males significativos na vestimenta perispirítica e dan
do causa a vibrações de ordem sexual inteiramente desarmônicas, completamente diferentes do cam
po sexual mais marcante no psiquismo de profundidade. Ao reencarnarem, vibrando intensamente de
forma desarmônica para o sexo masculino, fazem a penetração no óvulo de um espermatozóide cont
endo cromossoma masculino Y. Embora possuam psiquismo preponderantemente feminino nascerão
em corpos masculinos.

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Deus não castiga a ninguém, a justiça funciona através de si mesma. Há a oportunidade da concessã
o dos impedimentos físicos para dificultar a queda em novas culpas e ao mesmo tempo fazer meditar
na importância do uso harmonioso das funções sexuais.
Sexo é discernimento, responsabilidade, e deve ser sempre praticado sob a égide do amor, sem nenh
um interesse egoísta ou narcisista, respeitando a liberdade alheia e sabendo que, além da reproduçã
o, o sexo tem a finalidade de unir duas criaturas, proporcionando a permuta de vibrações.
Durante o ato sexual, há um acasalamento de vibrações espirituais, como se o perispírito aderisse ao
outro perispírito. Desarmonias e desequilíbrios nesse campo energético trazem consequências danos
as ao corpo espiritual.
Certa feita, um amigo espiritual, dissertando sobre o assunto, arrematou sua palestra, dizendo que o
encontro sexual faz com que os seres se unam em espírito. Desfazse, no momento do relacionament
o íntimo, a "vibração defensiva" do organismo perispiritual, propiciando-se uma ampla fusão energétic
a. Através do amor sexual torna-se conhecido o "código" vibratório do chacra genésico de cada um; o
s parceiros
assenhoreiam-se da "chave" que abre a porta da intimidade espiritual, já que a "fechadura", represent
ando a defesa vibratória de nossa vestimenta espiritual, tornou-se acessível à entrada energética do o
utro.

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A partir daí, se houver desarmonias ou desajustes sérios na relação entre o casal, a obsessão tornar-
se-á mais fácil de ser exercida no futuro, já que o "segredo" vibratório energético de ambos passa a s
er conhecido.(3) Nos casos de relação imposta por um dos parceiros, e nos casos de estupro, não ha
verá conhecimento do "segredo" vibratório do chacra ou campo de força.
Acreditamos que as paixões amorosas, de difícil entendimento pela Psicologia, podem ser explicadas,
através da doutrina reencarnacionista, porquanto, na realidade, muitas vezes o que acontece é o ree
ncontro de espíritos afins.
As vinculações levianas e irresponsáveis no presente, gerando sofrimento, são causadoras das diston
ias ou desequilíbrios no futuro. Jesus ensinou a lei de causa e efeito, dizendo: "Embainha a tua espad
a; pois todos os que lançarem mão da espada, pela espada perecerão" (Mateus, 26:52).
"Eis que estás curado; não erres mais, para que não te suceda coisa pior " (João, 5:14). "Porquanto c
om o mesmo juízo com que julgardes sereis julgados e, com a medida com que tiverdes medido, vos
hão de medir a vós "
(3) Daí o cuidado que devemos ter na análise dos chamados encontros fortuitos de casais e mesmo n
a liberdade sexual plena. (Nota da Editora.)
(4) Ver, neste livro, o capítulo VIII, versando a respeito do assunto. (Nota do Autor.)

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(Mateus, 7:2). "Em verdade, em verdade vos digo: 'Todo o que comete pecado é escravo do pecado'"
(João, 8:34). Disse Paulo: "O que o homem semear, isso também colherá. Porque o que semeia na s
ua carne, da carne colherá a corrupção" (Gaiatas, 6:7 e 8). Em Apocalipse, (13:9 e 10): "Se alguém te
m ouvidos, ouça. Se alguém está destinado para o cativeiro, para o cativeiro vai. Se alguém matar pel
a espada necessário é que seja morto pela espada. Aqui está a perseverança e a fidelidade dos sant
os".
O Espírito Emmanuel, por meio de Chico Xavier, no capítulo 5, da obra Vida e Sexo, nos ensina: "Em
nenhum caso, ser-nos-á lícito subestimar a importância da energia sexual que, na essência, verte da
Criação Divina para a constituição e sustentação de todas as criaturas. Com ela e por ela é que todas
as civilizações da Terra se levantaram, legando ao homem preciosa herança na viagem para a subli
mação definitiva, entendendo-se, porém, que criatura alguma, no plano da razão, se utilizará dela, na
s relações com outra criatura, sem consequências felizes ou infelizes, construtivas ou destrutivas, con
forme a orientação que se lhe dê".
O orador e médium Divaldo P. Franco, abordado a respeito do assunto, no livro Vida e Obra de Divald
o Pereira Franco, assim se expressou: "Todas as nossas forças, principalmente as genésicas, estão n
a aparelhagem orgânica com a alta finalidade da evolução. Naturalmente, sendo o sexo uma das expr
essões que proporciona o prazer imediato, objetivo, propiciando também o prazer

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da beleza, além da nobre faculdade procriativa, configura-se uma força criativa que ainda o homem n
ão tem sabido utilizar com a necessária sabedoria. Não são poucos os que, inconscientemente, degra
dam esta bela e sagrada faculdade, mergulhando nas sensações mais grosseiras de forma a perverte
r sua finalidade. (...)
Há, ainda, a considerar, de acordo com o que asseveram os espíritos benfeitores, que o problema do
sexo está muito vinculado ao pretérito do indivíduo. Dentro da lei de causa e efeito, todos os que malb
aratam suas faculdades genésicas com excessos, aberrações, desvios, obsessões, em tempo oportu
no terão que resgatar os débitos contraídos, alguns renascendo em corpos do sexo oposto, afim de e
xpiar os abusos com que dele se serviram, outros portando atrofias congênitas.
Foi perguntado ao Espírito Emmanuel, na obra Leis de Amor: "Que providências retificadoras pedem
para si próprios aqueles que abraçaram graves compromissos do sexo? "
A resposta obtida, pela abençoada psicografia de Chico Xavier, foi a seguinte: "Criaturas dotadas de
harmonia orgânica, que arremessamos os valores do sexo ao terreno das paixões aviltantes, enlouqu
ecendo corações e fomentando tragédias, suplicamos as doenças e as inibições genésicas que, em n
os humilhando, servem por válvulas de contenção de nossos impulsos inferiores ".

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Viagem Cósmica do Espírito e os Transtornos Sexuais

Criado simples e ignorante, o espírito foi outorgado com o princípio do bem, em potencial, devendo se
r exteriorizado, paulatinamente, em incomensuráveis etapas encarnatórias, paradas obrigatórias e ind
ispensáveis, no transcurso de uma viagem sideral que se perde nos confins dos universos (o que con
hecemos e os paralelos), nascendo em corpos perecíveis e renascendo em corpos imortais, tudo isso
mediante a graça e a misericórdia do Criador, Deus, o nosso Pai.
De início, como herdeiro do Cosmos, suas primeiras moradas inevitáveis consistem em planetas, em
que, comparados com os demais do Universo, apresentam-se como primitivos, compatíveis com a fre
quência vibratória ainda densa que emite, dispensando-lhe a grandiosa oportunidade de crescimento
evolutivo espiritual e físico.

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Dotado do livre-arbítrio, o ser espiritual tem consciência do excelso despertamento que acontece em
sua intimidade, podendo transitar por qualquer caminho, até mesmo por veredas sombrias, já tendo, n
as primeiras encarnações, emoções no campo do oposto do bem, o mal.
A Doutrina Espírita é rica de ensinamentos a respeito da evolução do espírito, que, necessitando gan
har experiência, precisa conhecer o bem e o mal, o qual só é possível através da união do ser extrafís
ico com a matéria (Questão 634 de O Livro dos Espíritos). Portanto, a esfera humana revela-se à criat
ura imortal como estância pedagógica, na qual o ser dá ainda os primeiros passos rumo à perfeição, l
atente em potencial dentro de si, sendo aluno de importantes cursos de aprendizagem e aperfeiçoam
ento, tendo a magnânima oportunidade de ser testado, revelando as aptidões conquistadas, sob as b
ênçãos do Criador que nos ama incondicionalmente.
O espírito é o artífice do seu destino, conquistando a felicidade ou caminhando no desalinho. Segund
o o filósofo e escritor suíço de língua francesa, Jean-Jacques Rousseau (1712-1778): O homem é ess
encialmente bom.
O Espiritismo nos ensina que ninguém é predestinado ao mal. Quando o ser, na estância física, é aco
metido pelas sombras, a seu dispor, obtém chances incomensuráveis, de desgarrando-se das maléfic
as teias e continuando a caminhada evolutiva, até chegar, depois da exteriorização

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de todas as potencialidades, ao estado de pureza relativa, visualizando em paz o infinito horizonte à s


ua frente.
Durante o trajeto pelo Cosmos, a criatura, reencarnando e desencarnando, defronta-se com muitas ex
perimentações, nutrindo, principalmente, derrotas, erros e quedas, que também são aproveitadas co
mo aprendizagem para o espírito imortal.
O indivíduo, por exemplo, engolfado no desvio da sexualidade, está participando de uma experiência,
embora transitória, muito importante, diante da evolução, na qual viaja para dentro de si mesmo, conh
ecendo-se como essência divina individualizada.
Quem se encontra no desregramento sexual pode, até mesmo, ter já desenvolvidas muitas potenciali
dades; entretanto, nos ensaios, envolvendo a sexualidade se apresenta ainda em pleno embate.
Para a grande maioria de irmãos em caminhada terrena, as práticas sexuais em desalinho iniciaram-s
e muito longe, em existências pretéritas. No momento estão sendo recapituladas e digeridas, até a co
mpleta e inevitável eliminação.
Na dimensão espiritual, os seres, que retornam com tristes e dolorosas experiências no campo da sex
ualidade, recebem assistência moral superior em sanatórios especializados, havendo até atividades
múltiplas de aprendizagem sexual, em recintos universitários organizados, como o Instituto

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Almas Irmãs, conforme informação do Espírito André Luiz, na obra Sexo e Destino, capítulo 9.
É gratificante o conhecimento da existência de educandários extrafísicos, verdadeiros Hospitais-Escol
a, onde os seres envolvidos no desregramento sexual são esclarecidos, recebendo o auxílio necessár
io ao equilíbrio na área da sexualidade, preparando-se para o retorno à esfera física, quando se defro
ntarão com as recapitulações das experiências e comprovarão o aproveitamento ou não dos conheci
mentos adquiridos, em edificações e provas redentoras.

Homossexualidade à Luz da Doutrina Espírita

É importante que este capítulo seja lido subsequentemente aos anteriores, para que haja a preparaçã
o adequada à compreensão de tão exigente assunto.
Estamos nos adentrando em um dos temas mais difíceis, já que enseja a oportunidade de serem sac
udidas as entranhas do inconsciente de muitos irmãos de caminhada evolutiva, que ainda se debatem
em conflitos sexuais, ainda não controlados e resolvidos interiormente, e consequentemente reagem
muitas vezes com violência irrefreável diante dos homossexuais.
A discriminação e o preconceito aparecem, de súbito, prejudicando, sobremaneira, o raciocínio, levan
do o indivíduo a elaborar pensamentos malsãos e a cometer atos antifraternos. É inconcebível, por ex
emplo, um profitente
verdadeiramente espírita, consciente da presença excelsa do Cristo, gerenciando, amorosamente, a
Terceira Revelação Divina à humanidade, agindo, agressivamente, contra aqueles que apresentam af
inidade, atração e comportamento sexual diferentes.
Sabemos que, diante do Infinito, os irmãos que canalizam suas emoções no campo da homossexuali
dade estão passando por uma fase assaz transitória e, no decorrer da evolução espiritual, encontrarã
o, sob as luzes da misericórdia divina, o caminho da harmonia e da paz, porquanto a reencarnação co
rresponde, sem dúvidas, a um divino instituto pedagógico de reparação.
O Mestre, no episódio da mulher adúltera, deixounos a advertência: "quem estiver sem pecado que lh
e atire a primeira pedra". Kardec disse que com essas palavras ele (Jesus) faz do perdão um dever p
ara todos nós, pois não há quem não tenha necessidade dele para si mesmo. Elas nos ensinam que
não devemos julgar os outros mais severamente do que julgamos a nós mesmos, nem condenar nos
outros o que desculpamos em nós. "Antes de reprovarmos uma falta de alguém vejamos se a mesma
reprovação não pode ser feita a nós". (O Evangelho Segundo o Espiritismo, 10:13).
Segundo definição do magnânimo Espírito Emmanuel, encontrada na obra Vida e Sexo, capítulo 21, "
A homossexualidade (...) trata-se de tendência da criatura para a comunhão afetiva com uma outra cri
atura do mesmo sexo ".

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Realmente de extrema felicidade, a definição do estimado mentor, desde que a inversão não se const
itui, somente, em relacionamento sexual com indivíduo do mesmo gênero. Trata-se, igualmente, de ví
nculo emocional, afetivo, com pessoas do mesmo sexo.
Depois arremata o estimado instrutor, dizendo que a homossexualidade "não encontra explicação fun
damental nos estudos psicológicos que tratam do assunto em bases materialistas, mas é perfeitament
e compreensível, à luz da reencarnação ".
Não obstante a opinião divergente e respeitável de alguns queridos irmãos de ideal espírita ligados à
parte científica, Emmanuel praticamente sela o assunto, expondo, com precisão, o verdadeiro conceit
o dessa problemática sexual, à luz da razão espírita.
O tema, realmente, é complexo, porquanto todos os espíritos têm que passar, durante o seu trajeto ev
olutivo, por inúmeras etapas reencarnatórias, trabalhando personagens submetidas a diferentes costu
mes e subordinadas a épocas históricas distintas. Pois bem, pode, em determinada encarnação, a me
ntalidade social predominante favorecer e estimular a prática homossexual.
Em verdade, o indivíduo traz, realmente, do pretérito a tendência de se vincular emocional, física e a
morosamente com parceiros do mesmo sexo, algumas vezes, eclodindo, de forma involuntária, já na f
ase infantil. O indivíduo é levado pela correnteza da inversão, de súbito,

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tudo isso, sendo observado em todos os povos da Terra, até mesmo entre os indígenas.
Algumas sociedades do passado incitavam a prática homossexual e, com certeza, possibilitaram vinc
ar, avidamente, os seres espirituais ainda presos às injunções e vibrações da matéria, deixando marc
as profundas nos porões do inconsciente, desaguando-as oportunamente nas encarnações seguintes
. Daí a dificuldade do mundo científico, até o momento, para relacionar uma causa provável à predisp
osição da atração sexual para alguém do mesmo sexo, seja orgânica ou psicológica, sabendo os espi
ritistas que o ser reencarnante é o grande artífice do processo e que as causas psicológicas, apontad
as por alguns setores científicos com exuberância, estão relacionadas com os indivíduos, denominad
os fronteiriços, que já trazem a propensão da problemática de vivências passadas, nascendo em mei
o familiar favorável ao seu desabrochamento.
Como exemplos de sociedades afins com o comportamento homossexual, temos a romana e a grega
antigas, onde a atração entre seres do mesmo sexo era instigada e encarada com naturalidade. Para
os gregos, a homossexualidade era aceita de forma natural, representando a entrada dos homens na
vida social, existindo como um contexto iniciático, envolvendo um rapaz jovem e um adulto.
Muitas pessoas, igualmente, foram levadas ao sexo entre homens, no pretérito, devido a austeras obr
igações

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religiosas, vivendo enclausuradas em mosteiros e conventos, subordinadas a votos de celibato eclesi


ástico. Outros seres envolveram-se homossexualmente em prisões, quartéis, navios e internatos. Est
á sendo observado que as pessoas heterossexuais, que se ligam à disfunção, por estarem nas situaç
ões citadas acima, quando voltam para as atividades normais, abandonam a conduta sexual com o m
esmo sexo (homossexualidade acidental). Muito citado, igualmente, na literatura em geral, a existênci
a de haréns, onde por falta de parceiros sexuais, a homossexualidade era ostensivamente praticada e
ntre as mulheres.
A Bíblia relata o intercâmbio homossexual em alguns trechos. Nas cidades de Sodoma e Gomorra, o
homossexualismo era disseminado entre os homens, enquanto na Ilha de Lesbos, na Grécia, acontec
ia o inverso através da poetisa Safo, daí ter sido originada a palavra "lesbianismo", para a homossexu
alidade feminina.
Alguns setores científicos acreditam ser a orientação homossexual determinada por fatores genéticos,
teoria reforçada a partir dos anos 90 com o geneticista americano Dean Hamer, anunciando a desco
berta de uma região do cromossomo X, que abrigaria um gene relacionado à orientação sexual do ind
ivíduo. Tal afirmação recebeu o respaldo científico, somente, por algum tempo, não tendo mais credib
ilidade e sustento, porquanto foi desacreditada, inicialmente, por um grupo de pesquisadores canaden
ses.

67

Na mesma época, surgiu o trabalho, realizado em San Diego, EUA, do neurocientista inglês Simon Le
Vay, relatando ter encontrado, nos cérebros de homossexuais, diminuição do tamanho do hipotálamo,
em comparação com os de alguns homens e mulheres heterossexuais. Em verdade, a pesquisa foi lo
go contestada, uma vez que as pessoas, dissecadas pelo cientista, morreram devido à Aids, o que nã
o quer dizer que fossem gays, mas apenas pertencentes a um dos outros grupos de risco da doença
ou em razão da mesma ter modificado o hipotálamo, que é o responsável pelo comando dos impulsos
sexuais e regulação da produção de hormônios.
Outros termos foram designados para o comportamento sexual entre indivíduos do mesmo sexo, com
o pederastia, inversão sexual e uranismo. O primeiro é utilizado para cunhar o contato sexual entre u
m homem e um rapaz bem jovem; enquanto uranismo foi nomeado, em
1862, por um jurista alemão, a partir de uma ideia de Platão, em O Banquete.
Somente em 1869, surgiu a palavra "homossexual", através de um panfleto de autoria do médico hún
garo Karoly Benkert. Alguns pesquisadores relatam que a expressão deve ter sido usada pela primeir
a vez, em 1868, em uma troca de correspondência entre dois alemães. Em

(5) Uranismo: mesmo que homossexualismo. Restritivo ao homossexualismo masculino. (Nota da Edi
tora, conforme o Novo Aurélio Dicionário da Língua Portuguesa.)

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verdade, o vocábulo é formado do prefixo "horno", de origem grega, referindo-se a "igual" ou "semelh
ante", acrescido de "sexual": relações carnais entre pessoas do mesmo sexo.
É importante a observação de que, ao contrário do transexualismo (sexualidade de profundidade ou p
síquica dissociada do sexo de periferia), a homossexualidade não é enquadrada como doença. O Co
nselho Federal de Medicina, em 1985, retirou-a do seu catálogo de patologias médicas, enquanto a O
rganização Mundial de Saúde assim procedeu em 1993.
Após a retirada do comportamento homossexual do Código Internacional de Doenças, segundo a opi
nião de muitos analistas sexuais, tornou-se inadequado o termo homossexualismo, porquanto o sufix
o "ismo" tem, igualmente, o sentido de doença. Em contrapartida, a expressão homossexualidade seri
a mais apropriada, desde que o sufixo "dade" significa qualidade, estado.
Na sociedade brasileira, os homossexuais ainda são excluídos. Um exuberante preconceito é encontr
ado na maior parte da população, fazendo com que grande número de gays mantenha sua identidade
sexual em segredo (enrustidos conscientes), utilizando o fingimento como escudo do ataque dos pre
conceituosos (que podem ser enrustidos inconscientes), isto é, grande parte de homossexuais ainda
não revelados, reprime a disfunção de modo inconsciente,

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exteriorizando, dessa forma, a violência espontânea contra os gays.


A intolerância, no Brasil, contra a homossexualidade, é intensa, inclusive se manifestando na mídia. A
televisão, em alguns momentos, abordou o comportamento invertido de forma implacável. Ficou fam
oso o caso de uma novela, revelando um casal de lésbicas, num relacionamento bem harmonioso. En
fim, resolveram arrumar um trágico final: morreram num incêndio.
Depois, a mídia resolveu dar ênfase ao relacionamento homossexual feminino, ressaltando o lesbiani
smo em suas novelas.
Foi divulgada, igualmente, a atroz perseguição sofrida por alguns atores, que interpretaram personag
ens homossexuais em novelas, sendo um deles até espancado, por um bando de intolerantes inimigo
s dos gays, certamente indivíduos ainda aprisionados às injunções homossexuais não assumidas (enr
ustidos inconscientes).
Denomina-se de homofobia a manifestação compulsiva de rejeição ou aversão contra as pessoas que
apresentam comportamento homossexual.
Alguns autores ligados à parte científica, na vasta seara doutrinária espírita, relatam que, na homosse
xualidade, haveria troca de energias iguais, acarretando desequilíbrio energético, desestruturando os
campos vitais, produzindo distúrbios de ordem psíquica. Acontece que a

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teoria na prática é outra coisa, existindo casais homossexuais, tanto masculinos como femininos, fiéis
na relação e, perfeitamente, ajustados à realidade, sem apresentarem quaisquer distúrbios de ordem
psíquica. São indivíduos bem integrados à sociedade, executando suas tarefas com honestidade e b
om desempenho. Revelam-se como pessoas normais, tranquilas e equilibradas, embora a conduta se
xual seja diferente e marcante.
Em verdade, o que leva ao equilíbrio e à estabilidade energética dos parceiros, envolvidos na prática
sexual (homo ou heterossexual), é a afinidade recíproca, a atração magnética regida pelo verdadeiro
amor entre as criaturas, divino em sua essência.
Muitas pessoas que agridem os homossexuais com palavras ásperas e antifraternas podem até estar
praticando uma relação heterossexual, sem fidelidade e não alicerçada em sentimentos mais profund
os.
Nas ligações homossexuais, firmadas no amor e respeito recíprocos, mesmo existindo polaridades en
ergéticas semelhantes, a paz exteriorizada pelo casal reflete harmonização e, consequentemente, eq
uilíbrio energético. Portanto, dois espíritos que se amam, mesmo encarnados em polaridades iguais,
podem se completar sob o ponto de vista energético e emocional.
Embora pareça estranha e duvidosa a afirmativa acima, é o que se verifica na prática, observando-se
que a satisfação essencial das necessidades bioenergéticas é diretamente

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proporcional à afetividade do casal. Tanto a"homo" como a heterossexualidade, limitada apenas à fun
ção orgânica, restrita à satisfação fisiológica, sem a presença do amor, que une verdadeiramente as p
essoas, levam ao desequilíbrio energético e psíquico. Por conseguinte, como existem casais homoss
exuais bem afinados e estruturados, apesar da polarização energética igual, o que faz a diferença é a
presença do verdadeiro amor, unindo dois espíritos imortais, duas almas ligadas profundamente, em
bora vibrando através de polaridades energéticas semelhantes.
O Espírito André Luiz, na obra No Mundo Maior, capítulo 11, divulga a presença de elevado mentor e
spiritual que, embora não se referindo à prática homossexual, ensina que "A permuta de células sexu
ais entre os seres encarnados, garantindo a continuidade das formas físicas em processo evolucionár
io, é apenas um aspecto das multiformes permutas do amor. Importa reconhecer que o intercâmbio d
e forças simpáticas, de fluidos combinados, de vibrações sintonizadas entre almas que se amam, pair
a acima de qualquer exteriorização tangível de afeto, sustentando obras imperecíveis de vida e de luz
, nas ilimitadas esferas do Universo ".
Disse, igualmente, o estimado instrutor, que "Erro lamentável é supor que só a perfeita normalidade s
exual, consoante as respeitáveis convenções humanas, possa servir de templo às manifestações afeti
vas. O campo do amor é infinito em sua essência e manifestação ".

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Outro argumento muito utilizado contra os homossexuais é o de falta de amparo biológico na estrutur
a anatômica de seus órgãos sexuais, já que as relações heterossexuais são praticadas, na natureza,
através de órgãos sexuais que se ajustam, mecanicamente, e são bem amoldados entre si.
Em que pese às limitações fisiológicas, realmente, encontradas, inclusive a possibilidade de contrair e
transmitir diversas doenças, as relações homossexuais podem ter complementação orgástica, ocorre
ndo, assim como nos heterossexuais, intenso deságue energético, com a liberação acentuada de neu
rotransmissores, como a endorfima, proporcionando intensa sensação de bem-estar e acalmia.
Alguns trabalhos científicos hodiernos ressaltam a presença do chamado ponto G masculino, situado
próximo à próstata, responsável pelo orgasmo experimentado em uma relação gay, a par da extensa t
erminação nervosa encontrada na mucosa retal. Igualmente, no lesbianismo, pode ocorrer ampla e ati
va liberação energética. Portanto, não existe empecilho para os homossexuais, por conta da limitação
anatômica imposta pela natureza.
É importante que um articulista, ao se referir à homossexualidade, esteja verdadeiramente amparado
pelo conhecimento científico recente, desde que, intolerante, não atualizado, muito pouco poderá faze
r em benefício do homossexual, principalmente aquele que está na faixa egodistônica, desejando trat
amento para sua disfunção, por

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conta dos inúmeros transtornos psicológicos encontrados, sendo atualmente enquadrado na Classific
ação da Organização Mundial de Saúde (CID-10).
Interessante é o fato, realmente muito curioso, de que a homossexualidade egossintônica, isto é, a ch
amada "assumida", não consta na CID-10, não sendo considerada como transtorno de relacionament
o sexual, pelo fato de o indivíduo estar perfeitamente ajustado a respeito de sua preferência sexual, n
ão desejando qualquer tipo de mudança.
É preciso levar em consideração, dentro do conhecimento doutrinário, que o indivíduo não é homosse
xual, ele está homossexual. Certamente, diante do Infinito, no decorrer das inúmeras encarnações, o
espírito, na faixa da homossexualidade, reencontrar-se-á consigo mesmo, porquanto não existe na na
tureza o terceiro sexo, sendo comum e original a presença distinta de dois seres sexuados: o masculi
no e o feminino.
Interessante que alguns homossexuais, algumas vezes, mantêm contato heterossexual, revelando qu
e é realmente de ordem espiritual a gênese da problemática, porquanto a individualidade extrafísica,
no decorrer das existências, nas veredas da evolução, ainda não encontrou o caminho da harmonia,
em relação às polaridades sexuais.
Dentro do contexto doutrinário, há sutil diferença entre homossexualidade e homossexual, que ainda
não foi

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percebida por alguns religiosos estudiosos do tema, daí o porquê da existência de correntes discorda
ntes. O célebre Agostinho, encarnado, e, portanto, ainda não-canonizado, deixou-nos o seguinte ensi
namento: "Deus não aceita o pecado, mas ama o pecador". Esse pensamento poderia ser modificado
assim, ligando-nos ao assunto em tela: "Deus não aceita a homossexualidade, mas ama o homossex
ual".
O fato de esses irmãos necessitados não estarem vencendo suas provas, não nos impede de amá-lo
s. Estender nossas mãos a esses irmãos, como o Cristo nos ensina em seu evangelho redentor, não r
epresenta de forma alguma estimulá-los no desvio da sexualidade.
Alguns articulistas do movimento espírita, engolfados apenas na área científica, ainda não se conscie
ntizaram de que a excelsa Doutrina Espírita possui tríplice aspecto e a Ciência sem a presença da reli
gião é fria, desprovida de calor humano. Devemos saber separar o paciente da enfermidade. A toxico
mania, por exemplo, é prejudicial ao organismo; contudo, o toxicómano necessita de muito carinho e
amor.
Todos os que lançam pedra sobre os homossexuais, até perseguindo e odiando, poderão, em próxim
a encarnação, em respeito à lei de causa e efeito, passar por essas mesmas experiências sexuais de
sarmônicas, como aprendizado, aprendendo, então, a respeitar os semelhantes e entendê-los.

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Aqueles que estão se sentindo seguros e firmes, em determinada polaridade sexual, não podem fazer
ideia de como se comportarão, na seguinte encarnação, vivendo as experiências comuns da outra fai
xa sexual. Poderão ser arrolados como transexuais, desde que o sexo psíquico seja diferente do sexo
de periferia e, de acordo com o desenvolver das experiências reencarnatórias, chegando até a desag
uar na homossexualidade.
Aqueles que se encontram, por exemplo, bem entrosados na polaridade masculina, na presente exist
ência, devem meditar a respeito de, na próxima encarnação, darem vida a um corpo feminino. As ped
ras arremessadas aos homossexuais, hoje, poderão transformar-se em uma muralha, na qual se defr
ontarão, na existência seguinte, com o psiquismo marcadamente masculino, destoando da polaridade
sexual feminina que carregam, envolvendo-se em intensos conflitos e amarguras, podendo mesmo s
er tomados pelas teias da homossexualidade.
Diante do indivíduo que caminha pelas trilhas dos desvios da sexualidade, devemos, mediante o Eva
ngelho do Cristo, tudo fazer para ampará-lo, sendo fraternos e solícitos (Deus ama o pecador). Inclusi
ve, o grande desafio para o homossexual egodistônico é transformar a desarmonia em algo equilibran
te, convivendo com a disfunção de forma harmônica, buscando uma proposta de transformação espiri
tual. Contudo, in médio stat virtus (a virtude está no meio) e nem tanto ao mar, nem tanto à

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terra, por dever de consciência e de respeito, principalmente para aqueles que se encontram na faixa
egodistônica da inversão sexual, prontos para se afastarem do caminho pedregoso, vencendo a difícil
inclinação de comportamento, devemos agora lembrar-nos do sentido importante do início do pensa
mento de Agostinho, a seguir retranscrito: Deus não aceita o pecado.
A homossexualidade, portanto, mesmo entendida e compreendida pelo conhecimento que nos propor
ciona a doutrina da reencarnação, não pode ser estimulada, exaltada e sequer encarada com desdé
m ou desprezo, porquanto se trata realmente de um desvio biológico importante, consequente a uma i
ndividualidade espiritual que transita nos caminhos da evolução espiritual, em experiências transitória
s no campo emocional e afetivo, necessitando da devida atenção.
Como a gênese da problemática não é de ordem física, não recebe a classificação de doença orgânic
a, não é catalogada pela Medicina dos encarnados, contudo, certamente enquadrada entre os facultat
ivos da dimensão imortal. Segundo o excelso Espírito Emmanuel, no livro Encontro Marcado, capítulo
31, os distúrbios sexuais são enquadrados como doenças da alma, certamente ao lado de outras, co
mo o egoísmo, a vaidade, a usura, etc.
Afinal, homem e mulher são seres complementares destinados à evolução tanto anímica como espirit
ual,

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sendo os grandes artífices da sua realização, responsáveis pela perpetuação da espécie. Se o homos
sexualismo fosse dominante em nossa espécie, não haveria mais vida humana na Terra e os ensina
mentos do nosso querido Mestre são bem claros: "Aquele que criou o homem desde o início, os fez m
acho e fêmea" (Mateus, 19:4).
Conforme dissemos na Introdução dessa obra, para que pudéssemos crescer, despertando as potenc
ialidades que o Criador nos concedeu no momento de nossa formação cósmica, estamos subordinad
os às dicotomias, às necessárias polaridades existentes num mundo de provas e expiações como a T
erra: positivo e negativo, amor e ódio, luz e trevas, feio e bonito, gelado e quente, paz e guerra, liberd
ade e prisão e, dentre muitas outras: homem e mulher
A homossexualidade, portanto, se insurge contra a lei natural, divina por excelência, à qual todos os e
ncarnados estão subordinados, não existindo um terceiro sexo, embora respeitemos os homossexuai
s que se encontram entrelaçados por um amor muito profundo, porquanto, em verdade, muito além d
a polaridade sexual a que estão subordinados na carne e de seus comportamentos na área da sexual
idade, são dois espíritos imortais, diante do Infinito, em caminho da perfeição relativa.
A propósito das polaridades sexuais, macho e fêmea, não poderíamos deixar de citar o ensinamento
primoroso

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do Espírito André Luiz, em Evolução em Dois Mundos, capítulo 18, relatando: "A sede real do sexo nã
o se acha (...) no veículo físico, mas sim na entidade espiritual, em sua estrutura complexa ". Continu
a o querido mentor, explicando-nos que "O sexo é, portanto, mental em seus impulsos e manifestaçõ
es, transcendendo quaisquer impositivos da forma em que se exprime (...) ".
Ainda na primorosa obra Evolução em Dois Mundos, a estimada entidade reafirma: "o sexo reside na
MENTE, a expressar-se no corpo espiritual, e, consequentemente, no corpo físico (...) ".
No livro Ação e Reação, capítulo 15, o instrutor Silas reafirma o ensinamento acima descrito, dizendo:
"o sexo, (...)na essência, é a soma das qualidades femininas ou masculinas que caracterizam a ment
e (...)". Assim sendo, a polaridade sexual de periferia é subordinada aos poderes da mente, sujeitand
o-se às suas determinações e comando. Podemos dizer, então, que o sexo é mental, em sua essênci
a, e o que firma a sexualidade de cada ser é precisamente a sua estrutura psicológica. Daí o homoss
exual egossintônico considerar que a conduta invertida está enquadrada nos limites normais, parecen
do para ele ser comum o seu comportamento sexual, não apresentando qualquer incerteza ou dúvida
a respeito de sua preferência para outro ser do mesmo sexo.
A predisposição revelada pelo homossexual, muitas vezes já na infância, é entendida, através do estu
do da

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reencarnação, porquanto, se a sede real do sexo não estivesse na mente, não haveria explicação esp
iritual para a ocorrência da homossexualidade. Quem vibra para a prática da disfunção é a individuali
dade espiritual, estando ou não encarnada em polaridade oposta. Em verdade, o indivíduo está sendo
submetido à vontade do seu livre-arbítrio; contudo, ansiava antes da reencarnação ser vitorioso no c
ombate contra provas ou expiações tão difíceis, com propósito do melhoramento espiritual, lutando po
r superar adversidades, recebendo outra oportunidade de crescimento. Infelizmente, o indivíduo pode
repetir ou vir atenuado o padrão de desvio que carreia de existência pretérita.
É importante trazermos, à baila, que as estatísticas indicam que cerca de 10% da população mundial j
á teve algum tipo de relacionamento sexual com pessoas do mesmo sexo, em algum período da vida.
Sabendo que, em nosso país, há cerca de 48 milhões de jovens, aproximadamente, cinco milhões de
les estarão passando, no momento, pela experimentação homossexual e os que trazem dentro de si
o impulso, já experimentado em existências pretéritas, indivíduos denominados de fronteiriços ou osci
lantes, certamente serão os mais provados, isto é, envolvidos pela disfunção, terão a oportunidade de
desenvolver ou não resistências ao relacionamento homossexual.
O excelso Espírito Emmanuel, que profundamentf amamos e respeitamos, no excelente livro Vida e S
exo,

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capítulo 21, a respeito do homossexualismo, diz que sua ocorrência vem "crescendo de intensidade e
de extensão, com o próprio desenvolvimento da Humanidade, e o mundo vê, na atualidade, em todos
os países, extensas comunidades de irmãos em experiências dessa espécie, somando milhões de h
omens e mulheres, solicitando atenção e respeito, empe de igualdade ao respeito e à atenção devido
s às criaturas heterossexuais".
No final do capítulo que aborda a homossexualidade, o estimado mentor ressalta: "Observadas as ten
dências homossexuais dos companheiros reencarnados nessa faixa de prova ou de experiência, é for
çoso se lhes dê o amparo educativo adequado, tanto quanto se administra instrução à maioria hetero
ssexual". Continua Emmanuel, bem fraterno como sempre: "Epara que isso se verifique em linhas de j
ustiça e compreensão, caminha o mundo de hoje para mais alto entendimento dos problemas do amo
r e do sexo, porquanto, à frente da vida eterna, os erros e acertos dos irmãos de qualquer procedênci
a, nos domínios do sexo e do amor, são analisados pelo mesmo elevado gabarito de Justiça e Miseric
órdia". Arremata o sublime instrutor: "Isso porque todos os assuntos nessa área da evolução e da vid
a se especificam na intimidade da consciência de cada um ".
Quem se encontra subordinado à disfunção, deve sempre buscar a resolução do quadro, muitas veze
s acentuado por influência da espiritualidade inferior. O homosexual,

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desde que queira, deve, sempre que possível e com muita força de vontade, procurar a ajuda de tera
peutas idóneos, sabendo que, igualmente, poderá obter, no Espiritismo, muitos benefícios, através da
assimilação da grandiosidade do seu conteúdo doutrinário, da recepção de passes e ingestão de águ
a fluidificada, como também das chamadas sessões de desobsessão, desde que haja interferência ex
trafísica inferior.
A Doutrina Espírita, representando o Consolador prometido por Jesus, proporciona ao irmão em disfu
nção sexual a oportunidade de frequentar um ambiente religioso, no qual será respeitado, compreendi
do e estimulado a se auto-analisar, já que o conhecimento de si próprio pode levar o indivíduo a toma
r o caminho da harmonização da sua conduta diante da vida, tentando conseguir predominar a razão
sobre a emoção impulsiva. Nos casos refratários à mudança de comportamento, a Doutrina Espírita c
ontinuará amparando-o e respeitando-o. Em verdade, a família terrena é constituída de doentes de di
versos matizes e quem, em matéria de sexo, pode afirmar estar em normalidade, tendo controle adeq
uado de suas funções sexuais?
O querido Emmanuel, na obra Encontro Marcado, no capítulo "Sexo Transviado", nos diz: "Aplica a bo
ndade e a compreensão, toda vez que alguém se levante contra alguém, porque, em matéria de sexo,
com raras exceções, todos trazemos heranças dolorosas de existências passadas, dívidas a resgatar
e problemas a resolver ".

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Continuando o belo ensino, o estimado mentor nos afirma: "Muitos daqueles que apontam, desdenho
samente, os irmãos caídos em desequilíbrio emotivo, imaginando-se hoje anichados na virtude, são a
penas devedores em moratória, que enfrentarão, amanhã, aflitivas tentações, (...) quando soar o mom
ento de reencontrarem os seus credores de outras eras".
A seguir, Emmanuel, bem enfático, como todo aquele que cumpre o ensinamento seguinte de Jesus:
"Seja o vosso falar sim, sim, não, não ", nos elucida: ' 'Não condenarás. Enunciando tais conceitos, nã
o aceitamos os desvarios afetivos, como sendo ocorrências naturais. Propomo-nos defini-los por doen
ças da alma, junto das quais a piedade é trazida, para silenciar apreciações rigoristas ".
Bem claro o pensamento do estimado guia, alertando-nos que temos que amar, respeitar e ter compai
xão com todos os enfermos da alma, nos quais estão incluídos, certamente, além dos heterossexuais
promíscuos, os transexuais em expiação, os homossexuais, também os egoístas, os orgulhosos, os a
varentos, os ciumentos e outros, cadastrados ou não nas classificações médicas na dimensão dos en
carnados.
Outro dado importante, citado pelo excelso comunicador, através das faculdades mediúnicas do queri
do Chico Xavier, é que os desvarios afetivos, nos quais certamente a homossexualidade está incluída
, não são naturais. De novo

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nos recordamos de Agostinho, ainda não-canonizado, afirmando: Deus não aceita o pecado, mas am
a o pecador.
Lembramo-nos principalmente do Cristo, primeiramente agindo contra os que acusavam a desventura
da adúltera, desejando até mesmo matá-la por apedrejamento. Depois, confortando-a, dizendo-lhe: E
u também não te condeno, revelando respeito e indulgência para a subjugada pelo erro. Depois, exort
a a desvairada sexual a seguir outra vereda, clamando: Não erres mais, apontando-lhe que o caminh
o percorrido não é o conveniente.
Esse ensinamento de Jesus abre os nossos olhos e o nosso coração, exortando-nos como proceder,
sob o ponto de vista físico e espiritual, diante do desregramento sexual. Então, correlacionando a expl
icação do Mestre, com o tema deste capítulo, acrescido do pensamento respaldado do estimado ment
or Emmanuel, concluímos que os espíritas não podem experimentar, de forma alguma, qualquer senti
mento de discriminação contra os que praticam sexo com os do mesmo gênero, estendendo-lhes sem
pre as mãos, praticando a verdadeira caridade e amando sobremaneira os gays. Respeitar sempre e i
ntensamente o irmão em desalinho sexual, sim, convir com a homossexualidade, não.
Entender e amar os homossexuais são atos verdadeiramente dignos e louváveis, completamente dife
rentes de bater palmas ou louvar a inversão. Em que pese os mais fanáticos adeptos clamarem que o
mundo é gay e que o terceiro sexo é uma realidade, nenhum pai sequer pensa

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na possibilidade de algum filho se tornar homossexual. Até o mais ferrenho ativista, totalmente simpát
ico à causa, acreditamos não desejar semelhante comportamento para um filho. A mesma conclusão,
poderíamos afirmar para o lesbianismo cada vez mais observado na atualidade e até exaltado na mí
dia.
Os homossexuais, ligados ao Espiritismo, anseiam receber da Doutrina subsídios para o estímulo da
prática homossexual. Em verdade, carregam pesada culpa do pretérito e pretendem que o Espiritismo
lhes dê conivência. Isso não acontece, a Doutrina dos Espíritos não faz apanágio da homossexualida
de ou de qualquer distúrbio da alma. Cada pessoa, de acordo com a sua consciência, terá que dar os
passos redentores, sabendo que o Espiritismo orienta e revela o caminho a trilhar, nunca servindo co
mo pedra de tropeço para qualquer ser.

Pelos estudos da Doutrina, sabemos que os seres espirituais estão evoluindo e muitos estacionam, p
or muito tempo, nos diversos degraus da sexualidade desenfreada, confirmando o pesquisador Kinse
y, quando relata que não há classificação sexual estática. Pode o indivíduo transitar pela heterossexu
alidade, sem ou com traços homossexuais acidentais, caminhar pela homossexualidade com traços d
e heterossexualidade acidentais e pela homossexualidade exclusiva.
No decorrer do exercício da evolução, os espíritos já estarão amadurecidos nas duas polaridades, nã
o mais

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envolvendo-se em conflitos na área da sexualidade e, chegando ao estado de pureza, terão pleno do


mínio sobre si, vivenciando a unisexualidade plena.
Na natureza, peculiarmente, existem os opostos, sempre em número de dois e as polaridades relacio
nadas ao sexo, sem qualquer dúvida, são a masculina e a feminina. Trata-se, portanto, de uma lei nat
ural, embora aleguem os gays que coerente é o caminho que trilham, alegando que, na natureza, é o
bservado o homossexualismo também entre os animais. Não devemos "misturar alhos com bugalhos"
, porquanto há diferença entre lei natural e estado natural. "(...) a lei natural contribui para o progresso
da humanidade, enquanto o estado natural é o primitivo, incompatível com a civilização", segundo re
sposta da espiritualidade superior a Kardec, questão 776 de O Livro dos Espíritos. Continuando o ass
unto, na resposta da pergunta
777 de O Livro dos Espíritos, os mentores extrafísicos ressaltaram que "a felicidade no estado natural
é a dos brutos ".
Até mesmo entre os racionais, são observados os que se demoram na faixa dos brutos, ainda presos
ao sexo como instinto, plenamente desenvolvido no reino animal, para a multiplicação das espécies.
A atividade sexual, exercida por macho e fêmea, exatamente entre os opostos e alicerçada no amor,
constitui-se em lei natural, enquanto o desregramento sexual, sendo uma paixão, "(...) aproxima o ho
mem da natureza animal, afasta-o da natureza espiritual. Todo sentimento que eleva o homem acima
da natureza

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animal denota predominância do espírito sobre a matéria e o aproxima da perfeição ". (Comentário de
Kardec à questão 908 de O Livro dos Espíritos.)

Argumentar que a homossexualidade é prática natural, desde que observada, em muitas espécies de
mamíferos, desvaloriza inteiramente o código moral estabelecido e construído sob a óptica cristã, ate
stado na doutrina dos espíritos. Ao mesmo tempo, no estudo dos seres vivos e das leis da vida, a pró
pria ciência documenta, em matéria de sexo nos animais, certos procedimentos encontrados na maior
ia das espécies e considerados verdadeiras aberrações, comparando-os com os humanos, como a inf
idelidade das fêmeas, na busca de diversos parceiros, com a finalidade de garantir a procriação, acarr
etando ansiedade para os machos na tentativa de controlar os impulsos sexuais de suas fêmeas. O z
angão, por exemplo, durante o ato sexual, morre, deixando sua genitália aderida à rainha, impedindo-
a de ser penetrada sexualmente por outro macho.

As espécies animais monógamas, revelando harmonia, são extremamente raras. Na natureza, são en
contrados, igualmente, animais assexuados, como também hermafroditas. Se o comportamento sexu
al nos animais fosse exclusivamente homossexual, não haveria mais a procriação, levando ao desapa
recimento das espécies. Os biólogos ainda não sabem se o procedimento homossexual nos animais
é característico, acreditando alguns se tratar de prática, na verdade, bissexual.

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Se formos buscar, na natureza, apoio para a prática desarmônica do sexo, não vamos nos dar bem, e
staremos "em maus lençóis", sem meios de defesa, porquanto, em muitas espécies animais, os mach
os são devorados pelas fêmeas. A fêmea do louva-a-deus europeu, por exemplo, durante o ato sexua
l, o decapita, devorando a sua cabeça.
Continuando com o estudo a respeito de homossexualidade, na pergunta 909 de O Livro dos Espírito
s, o excelso Codificador perquire a espiritualidade superior: "Poderia sempre o homem, pelos seus es
forços, vencer as suas más inclinações? " A resposta, de imediato, surge: "Sim, e, frequentemente, fa
zendo esforços muito insignificantes. O que lhe falta é a vontade. Ah! Quão poucos dentre vós fazem
esforços!"
Questão 910 de O Livro dos Espíritos: "Pode o homem achar nos espíritos eficaz assistência para triu
nfar de suas paixões? " Resposta da espiritualidade: "Se o pedir a Deus e ao seu bom génio, com sin
ceridade, os bons espíritos lhe virão certamente em auxílio, porquanto é essa a missão deles ".
Pergunta 911 de O Livro dos Espíritos: "Não haverá paixões tão vivas e irresistíveis, que a vontade se
ja impotente para dominá-las? " A resposta: "Há muitas pessoas que dizem: Quero, mas a vontade só
lhes está nos lábios. Querem, porém muito satisfeitas ficam que não seja como "querem ". Quando o
homem crê que não pode vencer as suas paixões, é que seu espírito se compraz nelas,

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em consequência da sua inferioridade. Compreende a sua natureza espiritual aquele que as procura r
eprimir. Vencêlas é, para ele, uma vitória do espírito sobre a matéria".
Questão 912 de O Livro dos Espíritos: "Qual o meio mais eficiente de combater-se o predomínio da n
atureza corpórea? " A resposta importantíssima para reflexão do tema homossexualismo: "Praticar a
abnegação".
O caminho para o homossexual, que está experimentando ansiedade e conflito na prática homossexu
al e está querendo mudança de comportamento, é a indicação da sublimação. É importante que a ren
úncia a ser vivida seja fortalecida pela ajuda de um psicoterapeuta e, igualmente, pelos trabalhos med
iúnicos de uma casa espírita qualificada. Tanto o homossexual como outros que vivenciam qualquer a
tividade sexual destoante não poderão se furtar de regeneradoras retificações no processo irreversíve
l da educação da alma imortal.
Observamos que, a respeito de sexualidade, a sociedade atual apresenta uma reação oposta, bem ex
tremada, à dos séculos anteriores. Antes, imperava intensamente a repressão, tendo como expoentes
do processo os tabus, as proibições e as ameaças às práticas "pecaminosas", todas sujeitas ao dog
mático "inferno de fogo". No passado, a prática sexual era considerada como indecente, imoral e suja.
Atualmente, há exibição gratuita e vulgar da sexualidade, liberada à vontade e exercida sem discerni
mento e responsabilidade.

89

Todos os que trilham vias de comportamento e prática sexual anómalas terão dos verdadeiros e since
ros profítentes espíritas atenção caridosa devida e necessária, como ensina o Evangelho. Contudo, n
unca verificarão no espiritismo, , louvor ao homossexualismo , ou a qualquer outra doença da al
ma.
A Doutrina Espírita está aberta a todos os transgressores •
na área da sexualidade que se apresentem dispostos a receber
a resolução espiritual, tendo a josé Herculano pires
certeza, de antemão, de que ninguém está designado para o mal, porquanto o homem encontrará se
mpre o bem, modificando-se pelos ímpetos de transcendência inerentes ao ser, revestido da imortalid
ade. Esse assunto é muito bem explicado pelo querido professor José Herculano Pires em suas magn
íficas obras.
A homossexualidade corresponde a uma distonia estimulada por grande aparato espiritual inferior; de
sde que sabemos que a morte não representa o fim, e quem desencarna, ainda aprisionado na postur
a da inversão, na maior parte das vezes, vibra na dimensão extrafísica com a mesma intensidade e a
nseia estar na companhia de encarnados sintonizados na mesma faixa. A obsessão sexual pode aco
ntecer,

90

igualmente, pela presença de antigos desafetos, tentando uma possível vingança.


Sabemos de muitos casos de atormentados no campo da inversão homossexual que conseguiram co
ntrolar seus impulsos, por meio de trabalhos mediúnicos, com esclarecimento do obsidiado, afastando
-se do componente espiritual obsessivo, que sabemos ser intenso e persistente, exigindo muito nos tr
abalhos mediúnicos.
Na literatura espírita é muito conhecido o caso de Lício, jovem transexual, que aos dez anos foi seduz
ido por um tio (pedofilia), drama descrito no livro Loucura e Obsessão, capítulo 6, ditado pelo Espírito
Manoel Philomeno de Miranda, psicografia de Divaldo Pereira Franco, conseguindo ser obtida a conv
ersão do quadro através de firme e luminosa orientação espiritual, exortando o indivíduo à castidade
natural, sem imposição.
A fase egodistônica da homossexualidade, com certeza, surgindo após diversas encarnações, vivenci
ando o comportamento anómalo, representa o estágio final dessa problemática, sucedendo logo após
a esperada libertação.
O importante é aproveitar todas as chances que aparecerem para vencer atribulação, superando as di
ficuldades e procurando não repetir os erros pretéritos. Ao indivíduo subordinado à homossexualidade
é oferecida sempre por Deus a oportunidade de reconstruir o seu caminho, procurando vencer suas
difíceis provas, desenvolvendo resistência à inclinação. É importante também desenvolver

91

muita força de vontade, necessitando para isso de muita compreensão e ajuda dos que com ele se ac
ham encarnados, principalmente seus familiares. É essencial, nesse momento tão difícil, tentar esforç
ar-se na prática da sublimação, a castidade sem ansiedade e angústias, procurando outras compensa
ções, principalmente na área religiosa, engajando-se em tarefas no campo da solidariedade e da frate
rnidade. Nunca, de maneira alguma, remeter o homossexual à abstinência imposta, insulada, forçada,
geradora de receios e conflitos, caminho de infelicidade e solidão.
Aos que se apresentam refratários a qualquer tipo de mudança, os chamados egossintônicos, devem,
igualmente, manter-se ligados à Doutrina Espírita, participando de suas reuniões de estudo e engolfa
dos nos trabalhos fraternos, despendendo todo o possível esforço para crescerem espiritualmente, co
nscientizados da necessidade de uma prática sexual fiel, sem a presença da promiscuidade, verdadei
ramente exercida com amor.
Alguns religiosos preconizam, com ênfase, a castidade forçada para os homossexuais, mesmo saben
do da grande dificuldade para o seu cumprimento, principalmente por parte dos egossintônicos, inteir
amente assumidos e gratificados na disfunção.
Sabemos quão horripilante se torna a abstinência quando imposta, impossível para os que não quere
m largar a inversão. Nos diversos períodos da História, observamos

92

tantos exemplos negativos, principalmente no exercício das funções clericais, impregnados de hipocri
sia e mergulhados na depravação. Na civilização medieval, os mosteiros e os conventos foram palcos
de cenas rebaixadas de sexo, resultantes da semeadura da castidade obrigatória e absurda, compuls
ória, até hoje, para os clérigos.
Aliás, enquanto os gays sofrem, ainda, intensa repressão, o heterossexualismo promíscuo costuma s
er exaltado pela sociedade machista. É comum, em um grupo de pessoas, alguém se manifestar, dize
ndo-se estar feliz, constatando que o filho está se tornando um garanhão, saindo, ou melhor, "ficando
" com várias garotas ao mesmo tempo. Poderíamos enquadrar esse procedimento como anormal, de
sde o momento que sabemos da responsabilidade e do discernimento que devem nortear a prática se
xual.
O indivíduo mergulhado nas sensações falsas do sexo desenfreado, no campo das aventuras menos
dignas da heterossexualidade, certamente está semeando ventos e colherá tempestades nas próxima
s encarnações, porquanto, no mundo afetivo, respeitando a Lei Divina de Causa e Efeito, o que conce
dermos a outrem, receberemos o retorno, partilhando das consequências desencadeadas por nós pró
prios.
Enquanto o heterossexual anormal é exaltado, o indivíduo homossexual é perseguido e injuriado. Tud
o isso faz parte de uma sociedade completamente afastada dos preceitos cristãos. Em verdade, a gé
nese dos distúrbios

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a especarem nas futuras encarnações, encontra-se exatamente na função heterossexual libertina, na


prática do sexo devasso. O homossexual de hoje, na atual existência, na grande maioria dos casos, f
oi pessoa que, no pretérito, utilizou suas faculdades genésicas para malbaratar a construção do seu
mundo moral, através do exercício sexual heterossexual em desalinho, contraindo débitos irrefletidos,
exigindo as reparações devidas.
Sob o ponto de vista espiritual, quando atiramos pedras em outrem, em verdade os agredidos somos
nós, vivenciando, a partir daí, sofrimento compatível com a intensidade da agressão, necessitando at
enção e reparação. Sua remoção do nosso interior será diretamente proporcional à extirpação da cau
sa. Eliminando a origem do mal, a cura estabelecer-se-á em nosso organismo.
Alguns setores científicos, ligados à Psicologia, dão grande importância, na homossexualidade, aos fa
tores psicogênicos. No caso do comportamento masculino omisso, identificando-se o filho com a mãe
e assumindo postura não viril, como também mães despóticas, autoritárias e opressivas causando te
mor ao filho, o qual manifestará medo de se aproximar de outras mulheres. Contudo, sabemos da limi
tação da psicogenia, na explicação da grande maioria dos casos, principalmente os que revelam acen
tuada predisposição para a inversão sexual. Inclusive, marcante número de gays apresenta postura vi
ril. Acreditamos que, em minoria, a atração sexual entre pessoas do

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mesmo gênero tenha componentes psicogênicos bem expressivos, revelando-se, principalmente, nos
casos acompanhados de neurose e, ainda por cima, acontecendo nos indivíduos predeterminados o
u fronteiriços, isto é, já trazendo a problemática homossexual de existência pretérita. Segundo Sigmu
nd Freud, em torno dos três a quatro anos, todos os meninos têm, inconscientemente, ardorosa atraç
ão sexual pela mãe e ódio pelo pai, encarando-o como inimigo. Trata-se do chamado e muito conheci
do Complexo de Édipo, baseado na tragédia grega Oedipus Rex do famoso poeta dramático Sófocles
, mostrando o Rei de Tebas, Laio, sendo assassinado sem saber o motivo, pelo próprio filho, Édipo, q
ue depois casa-se com a viúva, desconhecendo-a ser sua mãe.
Através do chamado Complexo de Castração, o
menino, por medo de ser castrado, liga-se à figura paterna e conquista a mãe, assumindo atitude viril.
No homossexualismo, segundo a concepção freudiana, a criança identifica-se, somente, com a figura
materna.
No caso do comportamento feminino. Adler, discípulo de Freud, trouxe à baila o Complexo de Electra
descrevendo a inclinação erótica, em nível inconsciente, da menina pelo próprio pai, considerando a
mãe como rival. Transcorreu, então, uma ligação importante e excessiva da menina com o pai, assum
indo características masculinas marcantes, com interferências no seu comportamento com outras pes
soas, principalmente na capacidade de

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exteriorização dos sentimentos, podendo desaguar, consequentemente, no lesbianismo, conforme pr


econiza a teoria.
A normalidade deriva da desistência natural da menina pelo pai e, com o amadurecimento, procurará
substituto do genitor, um outro homem, que se unirá afetivamente, podendo constituir família, tendo, i
gualmente, a chance de compensar a ligação com a figura materna, através da maternidade, tornand
o-se, também, mãe.
Diz Emmanuel em Vida e Sexo, capítulo 14, que (...) toda a estrutura psicológica, em que se nos ergu
em os destinos, foi manipulada com os ingredientes do sexo, através de milhares de reencarnações (.
..) ". Deste modo, pelo estudo doutrinário, temos conhecimento de que os homossexuais, como quais
quer outros irmãos em desalinho espiritual, na maior parte das vezes, adentraram-se nos porões da h
omossexualidade, vivenciando inicialmente a inversão em existências pretéritas, curtindo muito sofrim
ento. Sabemos como padecem os homossexuais, principalmente aqueles que se encontram na fase e
godistônica, necessitando de muita ajuda e consideração.
No campo das religiões, que se intitulam cristãs, o caminho percorrido pelos homossexuais tornou-se
marcado por intenso calvário. Na Idade Média, eles foram levados às prisões, às fogueiras e submeti
dos às intensas torturas praticadas pela trevosa Inquisição. Posteriormente, no período da Reforma, n
o século XVI, alguns países protestantes

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os castigaram com rigor, desde o açoitamento em público até a morte na fogueira ou por afogamento.
Em nosso país, os temíveis inquisidores também deixaram suas marcas repulsivas na pele dos homo
ssexuais. Enfim, os religiosos dogmáticos obedeciam com zelo a lei do Antigo Testamento, encontrad
a no livro Levítico (18:22; 20:13): "Com um homem não te deitarás, como se deita com uma mulher. É
uma abominação", e "Se também um homem deitar-se com outro homem, como se fosse mulher, am
bos praticaram coisa abominável; serão mortos; o seu sangue cairá sobre eles".
Igualmente, no Novo Testamento, estão inseridas mais rejeições ao homossexualismo, na Primeira E
pístola aos Coríntios (6:9): "Então não sabeis que os injustos não herdarão o Reino de Deus? Não vo
s enganeis! Nem os impudicos, nem os idólatras, nem os adúlteros, (...) nem os efeminados, nem os
sodomitas (...) ", como igualmente na Epístola aos Romanos (l :27): "Semelhantemente os homens, d
eixando o contato natural com a mulher, se inflamaram mutuamente em sua sensualidade, cometend
o torpeza, homens com homens, recebendo em si mesmos, a merecida punição do seu erro".
Realmente, as religiões apegadas ao literalismo da Bíblia (a letra que mata), afastadas inteiramente d
a imagem meiga e amorosa do excelso Jesus, muito pouco podem fazer em beneficio dos homossex
uais, mergulhadas que estão na correnteza da perseguição e do ódio bíblicos.

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De imediato, surge a exceção: praticamente no final de 2003, os jornais anunciaram que um pastor ev
angélico americano, gay assumido, portanto egossintônico, foi nomeado bispo da Igreja Episcopal, ra
mo da Igreja Anglicana, no estado de NewHampshire. O religioso, cujo nome é Gene Robinson, na ép
oca com 56 anos, foi casado "com mulher" durante 15 anos, tendo se separado aos 39 anos, vivendo
maritalmente com um homem há 16 anos. Certamente, no catolicismo, isso nunca aconteceria.
Como exemplo, igualmente, de violência cruel contra os homossexuais, temos, no século XIX, na Ingl
aterra, dezenas de gays sendo enforcados, como também, na Rússia, sujeitos à deportação para a Si
béria. Os nazistas assassinaram, nos horrendos campos de concentração, milhares de gays, captura
dos nos territórios ocupados pelas forças germânicas, juntamente com as minorias judaicas e ciganas
. Nos uniformes dos aprisionados homossexuais eram costurados triângulos cor-de-rosa, marcação h
orripilante, que inapelavelmente levava o indivíduo à morte, revelando como sombrios e torturadores
eram os nazistas.
Hodiernamente, nossos irmãos, na faixa da homossexualidade, ainda continuam sofrendo discriminaç
ão, principalmente no Brasil. Felizmente, registramos uma exceção: o Conselho Nacional de Imigraçã
o, reconhecendo casais homossexuais para fins de concessão de visto de permanência. Então, estra
ngeiros, comprovando ter união estável

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de homossexual com brasileiros (casais binacionais) podem receber o benefício, constituindo um gran
de avanço a favor dos discriminados sexuais, em nosso país.
Ao mesmo tempo, a união civil entre pessoas do mesmo sexo vem sofrendo oposição radical de diver
sos segmentos da sociedade brasileira, enquanto alguns países europeus naturalmente a aceitam, te
ndo como carro-chefe, o país das papoulas, dos moinhos de vento, dos tamanquinhos de madeira e d
a infeliz eutanásia, a Holanda, a primeira nação a tornar legal o que já existe normalmente.
Infelizmente, no Brasil, ainda se respira o ar da hipocrisia, impregnado de sanha moralista e preconce
ituosa. A propósito, quando foi colocada em pauta, na Câmara de Deputados, em dezembro de 1997,
a Lei de Parceria Civil Registrada, possibilitando às uniões estáveis entre pessoas do mesmo sexo u
ma série de direitos, cenas patéticas e vulgares aconteceram em pleno reduto parlamentar, ouvindo-s
e palavras usadas pela ralé comum, resplandecendo o humor chulo das ruas, reinando o deboche e a
irreverência, revelando-nos como estamos longe de ser, em verdade, habitantes do Coração do Mun
do e Pátria do Evangelho.
Se as uniões homossexuais existem, por que não as tornar legais? Além do mais, esses irmãos não p
odem ser excluídos da sociedade brasileira que lhes impõe uma postura de vida dissimulada, quando,
na realidade, suas

99

uniões estáveis possibilitam um ganho duplo de capital, merecendo receber, assim como acontece no
rmalmente no casamento heterossexual, direito à herança, seguro-saúde extensivo ao casal, conta ba
ncária simultânea e declaração conjunta do imposto de renda.
A Igreja Católica mantém-se, radicalmente, contra a união civil homossexual e tenta com ardor impedi
r a crescente aprovação de leis a favor da sua legalização. Seus argumentos são baseados no fato d
e que o casamento de pessoas do mesmo sexo desvaloriza a instituição matrimonial, lembrando igual
mente que a tolerância do mal é muito diferente da aprovação do mal (Congregação para a Doutrina
da Fé, comissão responsável pela ortodoxia católica).
A Doutrina Espírita nada proíbe. Sabemos que todos os espíritos são livres, dotados do livre-arbítrio e
tendo o direito de escolher como conduzir sua vida afetiva, sem causar prejuízo aos outros e a si me
smos.
As crianças adotadas por gays, nos Estados Unidos, já passaram dos dois milhões. As pessoas, contr
árias à ideia, baseiam-se no fato de que a criança necessita dos modelos masculino e feminino para a
sua educação e desenvolvimento. Após manusearmos algumas publicações referentes ao tema, acre
ditamos ser válida a reivindicação gay; primeiramente, quando sabemos da situação lamentável de ta
ntos infantes sem pais e desprovidos de lar. A fase infantil é longa na espécie humana por causa da i
mportância

100

de o espírito reencarnado receber a chance do aprimoramento (novas oportunidades de crescimento


em todos os sentidos) e resgate espiritual. A seguir, a constatação da necessidade dos órfãos recebe
rem afeto e carinho, não havendo importância no fato de os responsáveis pela adoção serem indivídu
os com conduta sexual questionada.
Acreditamos que, ao lado do amor, surge a necessidade da criança sem pais ter acesso à boa educa
ção e para isso não há necessidade de que o educador não seja homossexual. O processo de desen
volvimento da capacidade física, intelectual e moral do ser humano não é prejudicado pelo motivo do
educador ter, em sua intimidade, um comportamento sexual diferente. Portanto, a educação independ
e da linha de atividade de quem a ministra e de sua posição em relação à vida.
Em verdade, o que se está constatando nos países, onde a ligação do casal homossexual é legalizad
a, é a perfeita harmonia da família, com boa integração individual e social da criança, porquanto o par
homossexual tem necessidade de se revelar para a sociedade como ótimo educador, oferecendo ao
adotado as melhores escolas, ao lado de excelente exemplo e conduta.
É importante que o casal homossexual, interessado na guarda de crianças, tenha um relacionamento
calcado na harmonia, que seja bem constituído e duradouro.
Está sendo verificada, igualmente, a ausência de estímulo à homossexualidade por parte dos pais par
a as

101

crianças, que também crescem, aprendendo a respeitar os invertidos sexuais. Pelo menos serão mais
pessoas a combater o execrável preconceito e a ter respeito para com os irmãos de caminhada terre
na que estão situados no campo do homossexualismo.
Enfim, todas as personagens, participando desse drama, estão procedendo como se espíritas fossem
. Aliás, a Doutrina Espírita com a sabedoria de seus postulados, proporcionando a libertação do espíri
to, se constitui em grande aliada dos homossexuais, principalmente, em solo brasileiro, quando eles n
ecessitam muito da legalização de suas uniões e da permissão de adotar crianças órfãs.
Quanto a essa situação tão constrangedora, acarretando muita ansiedade, sob o ponto de vista espirit
ual, sabemos que a evolução pode se realizar por vários meios e que o acaso não existe. De maneira
alguma, pode alguém órfão ser adotado por casal homossexual, movido por fatores regidos pela cas
ualidade, quando constatamos, no Evangelho do amado Jesus, que "nenhum pardal cai em terra sem
a permissão do Pai" e "que todos fios de vossa cabeça estão contados ".

102

O excelso Espírito Emmanuel, que profundamente amamos e respeitamos, no excelente livro Vida e
Sexo, capítulo 21, a respeito da transexualidade, diz que "A coletividade humana aprenderá, gradativ
amente, a compreender que os conceitos de normalidade e de anormalidade deixam a desejar quand
o se trate simplesmente de sinais morfológicos, para se erguerem como agentes mais elevados de de
finição da dignidade humana, de vez que a individualidade, em si, exalta a vida comunitária pelo própr
io comportamento na sustentação do bem de todos ou a deprime pelo mal que causa com a parte que
assume no jogo da delinquência", (grifos nossos)
O indivíduo transexual é o que traz dissociada a sexualidade de profundidade (personalidade sexual r
egistrada na mente) do sexo de periferia, isto é, o seu psiquismo não está harmonizado com o gênero
de que é portador.

103
CAPÍTULO V

Assim, sob o ponto de vista anatômico, é portador de uma polaridade sexual interdistante do sexo qu
e sente possuir e sofre intensamente, tendo conflitos psicológicos bem marcantes.
Conforme sabemos, o espírito é dotado da bipolaridade, podendo, então, animar o corpo de um home
m ou de uma mulher ao reencarnar. Na Revista Espírita, tradução da Ed. CELD, de janeiro de 1866, o
insigne Allan Kardec declara que "É no mesmo propósito que os espíritos encarnam em sexos difere
ntes; um espírito que foi homem poderá renascer mulher e um outro que foi mulher poderá renascer h
omem, afim de realizar os deveres de cada uma dessas posições, e sofrer-lhes as provas ". Disse igu
almente o Codificador, na mesma publicação: "(...)pode ocorrer que o espírito percorra uma sequênci
a de existências no mesmo sexo, isto faz com que, durante muito tempo ele possa conservar, no esta
do de espírito, o caráter de homem, ou de mulher, cuja índole nele ficou impressa". Contudo, no deco
rrer das inúmeras existências, pode trazer estampada uma maior característica sexual, com predomin
ância de uma das polaridades. Trata-se de um fato normal, observado rotineiramente.
Alguns exemplos surgem para tornar o assunto em tela bem didático, com maior facilidade de entendi
mento:
1) Espírito acentuadamente masculino reencarna, naturalmente, no decurso da evolução, em corpo fe
minino (Transição Reencarnatória).

104

TRANSEXUALIDADE E REENCARNAÇÃO

É lícito entender que o ser exteriorize muitas características psicológicas masculinas. Embora tenha n
ascido na polaridade feminina, pode exibir tonalidades masculinas marcantes, entre elas pouca sensi
bilidade e maneiras menos delicadas; algumas vezes com reações muito embrutecidas. Nota-se um l
ado másculo bem acentuado, revelando-se uma mulher com ares de masculinidade bem expressivos.
Trata-se de um espírito que transita, normalmente no seu trajeto evolutivo, com muitas existências viv
idas, primordialmente, no sexo masculino, agora passando pela experiência de animar um corpo femi
nino, sem a obrigatoriedade de canalizar suas emoções para a homossexualidade. No campo do sent
imento poderá casar-se e seguir o curso da vida com as finalidades da procriação satisfeitas.
2) Espírito acentuadamente feminino reencarna, naturalmente, no decurso da evolução, em corpo ma
sculino (Transição Reencarnatória).
É observado que o indivíduo, embora esteja na polaridade masculina, traz estampadas algumas nuan
ces femininas bem consideradas. Revela alguns trejeitos marcantes do sexo feminino, como igualmen
te exibe um temperamento mais sensível, sem que seja marcado como um efeminado e sequer um g
ay. Traz resíduo de estrutura psicológica anterior, tratando-se de um fato normal, podendo casar-se c
om facilidade e constituir-se um ótimo pai.

105

3) Espírito acentuadamente feminino reencarna, naturalmente, por missão, em corpo masculino ou vic
eversa.
Para execução de tarefas importantes no campo intelectual e moral da humanidade, o espírito, ainda
que esteja com a mente, acentuadamente, feminina, reencarna em corpo dissociado de sua estrutura
psicológica. Segundo André Luiz, em Ação e Reação, capítulo 15, esses seres "(...) reencarnam em c
orpos que lhes não correspondem aos mais recônditos sentimentos (...)", ressaltando também o guia
espiritual "que se lhes vale da renúncia construtiva par a acelerar o passo no entendimento da vida e
no progresso espiritual".
Na primorosa obra Vida e Sexo, capítulo 21, Emmanuel nos revela que esses missionários "Escolhem
com isso viver temporariamente ocultos na armadura carnal, com o que se garantem contra arrastam
entos irreversíveis, no mundo afetivo, de maneira a perseverarem, sem maiores dificuldades, nos obje
tivos que abraçam ".
Nesse caso, estão sendo apontados os irmãos que ainda se encontram presos a uma polaridade sex
ual determinada e reencarnam para determinada missão, necessitando para isso de corpos físicos qu
e não lhes satisfazem o íntimo. Porém, lhes dão maior segurança e tranquilidade para a execução de
importante tarefa em benefício da humanidade, principalmente, participando da chamada castidade c
onstrutiva, solidão afetiva, canalizada por processo

106

psicológico de sublimação, para a boa concretização do trabalho a ser desempenhado.


Nos arraiais do movimento espírita, principalmente, exercendo a mediunidade, encontramos muitos d
esses irmãos, em caminhada terrena, em abençoadas missões de amor e idealismo superior. Como e
xemplo marcante, destacamos nosso querido Francisco Cândido Xavier, vitorioso na tarefa para a qu
al se propôs executar.
Por dever de consciência e respeito à excelsa Doutrina Espírita, que nos exorta ao exercício da racion
alidade, da criticidade e repúdio a qualquer forma de fanatismo, devemos ressaltar que o estimado Ch
ico Xavier, como individualidade imortal, ainda deverá transitar por outras fileiras encarnatórias na faix
a masculina, já que se apresentou, na passada existência, como um ser com mente essencialmente f
eminina, praticando a castidade construtiva, necessitando de maior vivência e experimentações na po
laridade masculina.
Importante, igualmente, ressaltarmos que o nosso Chico não desejou e, certamente, não está desejan
do ser idolatrado. Se realmente o amamos, devemos sempre lhe emitir vibrações de amor para que el
e, onde estiver, as receba, sabendo de nossa estima e consideração. Certamente, as exteriorizações
amorosas, que enviamos para ele, servirão para dar-lhe maior sustento e energia, quando tiver que re
encarnar de novo na polaridade masculina, tendo a bendita chance de poder viver, então, uma person
alidade

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forte e vigorosa, contrair matrimônio e, consequentemente, ser responsável pela educação paterna do
s filhos.
Através da abençoada mediunidade de Chico Xavier, afirma o seu estimado mentor, na obra Vida e S
exo, capítulo 21, que "(...) a individualidade em trânsito, da experiência feminina para a masculina ou
vice-versa, ao envergar o casulo físico, demonstrará fatalmente os traços da feminilidade em que terá
estagiado por muitos séculos, em que pese ao corpo deformação masculina que o segregue, verifica
ndo-se análogo processo com referência à mulher nas mesmas circunstâncias ".
4) Espírito acentuadamente masculino reencarna, em processo de expiação, no decurso da evolução,
em corpo feminino.
Por que o espírito, com mente masculina expressiva, reencarna em corpo morfologicamente feminino,
em processo de expiação? A explicação surge de forma esclarecedora pelo instrutor espiritual Silas,
através da transcrição realizada por André Luiz, no livro Ação e Reação, capítulo 15: "(...) em muitas
ocasiões, quando o homem tiraniza a mulher, furtando-lhe os direitos e cometendo abusos, em nome
de sua pretensa superioridade, desorganiza-se ele próprio a tal ponto que, inconsciente e desequilibr
ado, é conduzido pelos agentes da lei Divina a renascimento doloroso, em corpo feminino, para que,
no extremo desconforto íntimo, aprenda a venerar na mulher sua irmã e companheira, filha e mãe, dia
nte de Deus (...) ".

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O espírito, embora esteja situado em faixa sexual predominantemente masculina, exterioriza vibraçõe
s doentias para o sexo oposto, exercendo atração sobre um espermatozóide, contendo o cromossom
o X. Renascerá em corpo feminino, albergando psiquismo acentuadamente masculino.

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Conforme já foi descrito no Capítulo 2, o espírito, experimentando intenso sofrimento, exterioriza vibra
ções doentias e, no momento da bendita reencarnação, por misericórdia divina, exatamente durante o
processo da fecundação, exerce atração sobre um espermatozóide contendo o cromossomo X, já qu
e o seu campo mental está direcionado patologicamente para o sexo oposto, embora esteja situado e
m uma faixa sexual preponderantemente masculina.
A lei de causa e efeito segue o seu curso natural, tendo o homem o livre-arbítrio para percorrer o cami
nho que deseje traçar, porém, sua consciência sempre ecoará no momento certo (a semeadura é livr
e, a colheita será sempre obrigatória).
Em existência passada, tendo sido intensamente egoísta, subjugou a mulher, desrespeitando-lhe a na
tureza, utilizando o sexo de forma ultrajante. Agora, reencarnado em um corpo feminino, aprenderá a
dar valor e a respeitar a todos aqueles que estão situados nessa polaridade.
Durante a infância, notará de antemão ser possuidor de um problema de ordem expiatória em um cor
po dotado de sexo de periferia totalmente contrário ao sexo de profundidade preponderante. Pensará
e poderá agir de forma diferente do sexo de que é portador. Corpos femininos albergando um psiquis
mo essencialmente masculino, podendo com facilidade caminhar para o lesbianismo.

110

5) Espírito acentuadamente feminino reencarna, em processo de expiação, no decurso da evolução, e


m corpo masculino.
Qual a explicação espiritual para a gênese do transexualismo masculino? O estimado Espírito André
Luiz, no livro Ação e Reação, capítulo 15, nos transmite a seguinte revelação: "(...) à mulher criminos
a que, depois de arrastar o homem à devassidão e à delinquência, cria para si mesma terrível alienaç
ão para além do sepulcro, requisitando, quase sempre, a internação em corpo masculino, a fim de qu
e, nas teias do infortúnio de sua emotividade, saiba edificar no seu ser o respeito que deve ao homem
, perante o Senhor ".
O transexual masculino foi mulher, em vida pretérita, que viveu paixões aviltantes, causando sofrimen
tos e tragédias, aprisionado nas teias do sexo destoante, acarretando males significativos na vestime
nta espiritual e dando causa a vibrações de ordem sexual inteiramente desarmônicas, completamente
diferentes do campo sexual mais marcante no psiquismo de profundidade. Ao reencarnar, vibrando in
tensamente de forma desarmônica para o sexo masculino, faz a penetração no óvulo de um espermat
ozóide, contendo o cromossomo masculino Y. Embora possua psiquismo preponderantemente femini
no, nascerá em corpo masculino e, com muita facilidade, desembocará no comportamento gay.

111.

O espírito, portador de mente feminina expressiva, aprisionado nas teias do sexo destoante, vibra de f
orma desarmônica para o sexo masculino, proporcionando a penetração no óvulo de um espermatoz
óide, contendo o cromossomo Y. Embora possua psiquismo preponderantemente feminino, nascerá e
m corpo masculino, em processo de expiação.

112

Poderá repetir o mesmo comportamento da existência passada, aprisionada que estava nas garras d
a prostituição, saindo às ruas, agora, vestido de mulher, procurando infelizes clientes, contudo sem d
esfrutar do sexo de periferia anterior, feminino por excelência, sentindo-se castrada já que não possui
o órgão sexual feminino, essencial e idolatrado por ela, em existência anterior.
É importante considerarmos que as pessoas, que sentem necessidade de se vestir com roupas do se
xo oposto, necessariamente não são transexuais, nem homossexuais. Apenas a minoria deles faz par
te desses grupos. O travestismo trata-se, certamente, de hábito arraigado, perfeitamente explicado pe
la doutrina do nascer de novo.
Na obra espírita Loucura e Obsessão, capítulo 6, editada pela FEB, é descrito com detalhes o drama
de um jovem transexual, chamado Li cio, que experimentando a homossexualidade egodistônica cons
egue obter a reversão do quadro, devido à ajuda dispensada por magnânimos benfeitores espirituais.

113
VI

Bissexualidade e Responsabilidade

Alguns irmãos de caminhada terrena direcionam, infelizmente, suas emoções no campo do bissexuali
smo, mantendo relacionamento emocional, físico e afetivo com pessoas dos dois sexos.
A bissexualidade corresponde a uma etapa, na evolução, bem comprometedora para o espírito imorta
l, o qual, na esfera extrafísica, se apresenta inteiramente perdido, confuso, sem parâmetro para se gui
ar, porquanto o sexo reside na mente e a sexualidade, por conseguinte, está sendo exercida sem orie
ntação e equilíbrio.
Atualmente, é muito comum, por exemplo, a aceitação do bissexualismo feminino, colocando por terra
o vetusto ditado: "mulher com mulher dá jacaré". O motivo é que, nos dias atuais, há maior tolerância
e flexibilidade em relação aos comportamentos sexuais.

115

Mulheres bissexuais, de maneira geral, nada têm a ver com o protótipo da lésbica masculinizada (tran
sexual). Geralmente, são bem femininas e se relacionam com mulheres também do mesmo modo de
ser. Ao mesmo tempo, experimentam também desejo sexual por homens.
As bissexuais femininas enfrentam com grande ênfase as críticas. Os gays relatam que elas estão em
cima do muro, com receio de enfrentar a sociedade preconceituosa, assumindo a homossexualidade.
Outros segmentos sociais tacham-nas de promíscuas.
Muitos indivíduos bissexuais estão, na presente existência, dando os últimos passos no desvio, sendo
comum, principalmente na maturidade, a canalização das emoções para a heterossexualidade. Nas
mulheres jovens, o bissexualismo pode ser mais uma experiência do que uma tendência. Em alguns
grupos de jovens, ser bissexual é ser moderno ou culí, com muitas moças forçando-se a fazer o que n
o fundo não querem, procurando "seguir a onda". Com o tempo o "modismo" vai sendo deixado de la
do e, então, canalizam suas emoções para o desenvolvimento da heterossexualidade. Ao mesmo tem
po, muitos indivíduos permanecem na disfunção, necessitando de muitas encarnações para poder mo
dificar o anómalo comportamento.
A propósito, o consumo de ecstasy, desinibindo a libido, favorece o surgimento da bissexualidade, já
que subjugado pela droga, na ânsia de buscar o prazer, tudo se

116

torna possível e justificado, até mesmo a escolha de parceiros de qualquer sexo.


O ecstasy é uma droga que produz sensação fugaz de prazer, felicidade e carinho pelo semelhante, a
carretando alto risco de dependência física e intoxicação aguda, com uso frequente.
Certamente que, após algumas encarnações na bissexualidade, sem ensejo de melhoria, inteirament
e confuso e subjugado pela espiritualidade inferior, o ser espiritual reencarna, em plena expiação, em
corpo portador de sexo ambíguo; tema a ser tratado no próximo capítulo.
Através de vivências regenerativas na dimensão física, outros sentimentos serão vincados no organis
mo extrafísico. Então, o horizonte se ampliará diante do ser revigorado, como também transformado, t
endo adquirido a responsabilidade e, não sendo mais escravizado às emoções inferiores, estará apto
a traçar caminhos novos.

117
VII

Intersexualismo e Expiação

Neste assunto estão envolvidos espíritos, que reencarnam, trazendo o desvio da bissexualidade dese
nfreada do passado, com os campos de força (chacras) em completo desequilíbrio, em decorrência d
o embrutecimento dos sentimentos, porquanto o desejo desenfreado e desarmônico pelo prazer gera
transtornos da estrutura psíquica, acarretando distonias físicas no processo da reencarnação.
Os indivíduos nascem com partes de genitais dos dois sexos (genitália ambígua), algumas vezes engl
obando testículos, ovários, pênis e vagina, sendo impossível à equipe médica envolvida, no berçário,
determinar o sexo do recém-nato. Portanto, diante de um bebê, que não se consegue, à primeira vista
, precisar o sexo de que é portador, com certeza trata-se de um quadro de ambiguidade dos genitais
externos, de difícil identificação sexual da criança,

119

trazendo graves implicações de âmbito médico, psicológico e social.


Os distúrbios, encontrados na determinação e diferenciação do sexo, exigem investigação interdiscipli
nar complexa, envolvendo profissionais da área da pediatria, genética, endocrinologia, psicologia, psi
quiatria, radiologia, patologia, medicina legal, assistência social e a cirurgia pediátrica, para a correçã
o reconstrutiva da genitália externa.
Praticamente, vêm ao mundo, nessas condições, em cálculos mais discretos, cerca de um em cada tr
ês mil bebês, índice bem significativo se o compararmos com a população de um país.
O ser que reencarna, nessas condições, em verdade, está envolvido em plena expiação, porquanto, d
esorientado, na busca fugaz do prazer físico, sem a presença do sentimento e destituído da responsa
bilidade, buscando sua complementação orgásmica na companhia de pessoas de qualquer sexo, con
forme foi enfatizado no capítulo anterior, desconhece, diante da evolução espiritual, experimentada po
r ele próprio, qual a sua polaridade sexual, em que gênero está inserido ou predomina em si, pratican
do o ato sexual com pessoas de qualquer sexo.
A intersexualidade apresenta-se como um espectro amplo de apresentações clínicas, de acordo com
o comprometimento do espírito reencarnante na experimentação sexual da bissexualidade marcante.

120

Na intersexualidade, as mais observadas situações clínicas estão a seguir relacionadas:


1) hermafroditismo verdadeiro - doença rara, onde coexistem tecido testicular e tecido ovariano; ambi
guidade genital interna e externa (veja ilustração a seguir);
2) pseudo-hermafroditismo feminino - presença de ovários e de virilização dos genitais externos; paci
entes com constituição genética do sexo feminino (46, XX); como causa principal temos a hiperplasia
congênita das supra-renais;
3) pseudo-hermafroditismo masculino - indivíduos do sexo masculino (46, XY), apresentando testículo
s; porém, nos genitais externos são encontrados deficientes virilizações, por produção insuficiente do
s hormônios testiculares ou hipofisários.
A reencarnação, na intersexualidade, torna-se uma bóia de salvação para o espírito muito compromis
sado que se defrontará com situações muito delicadas e dolentes, levando-o a experimentar, consequ
entemente, um momento de decisão em relação ao seu futuro espiritual.
Quais serão as circunstâncias dolorosas, pelas quais o ser terá de experimentar, após o seu nascime
nto? De início, como a Medicina poderá "normalizá-lo", de imediato? Em todo o mundo, constitui práti
ca médica, diante do intersexual, de preferência logo após o nascimento, tratálo cirurgicamente, transf
ormando-o em homem ou em

121

mulher. E agora? Como saber qual a polaridade sexual mais apropriada para o espírito reencarnante?
Em caso de cirurgia imediata, optando-se por determinado gênero, não se sabe qual a reação da pes
soa, na infância mais tardia ou mesmo na adolescência, em oposição ao sexo concedido pela Medicin
a. Poderá experimentar intenso sofrimento, incontida angústia, diante do que está vivendo, a mesma
cancha dolorosa, encontrada na transexualidade.
O terreno da sexualidade é deveras irregular, entremeado de obstáculos, de difícil trânsito, não sendo
fácil caminhar pela sua vereda, necessitando do viajor muita atenção e cuidado, já que encontrará e
mpecilhos consideráveis em todo o percurso.
Organizações não-governamentais, principalmente americanas, constituídas de indivíduos intersexua
dos, se debatem em diversas campanhas e ações a fim de que as pessoas se mobilizem para que as
cirurgias sejam postergadas para o futuro, visando opção ao portador do sexo ambíguo de escolher o
gênero do seu desejo.
Sendo um caso polêmico, deve-se buscar também a opinião exatamente dos que são favoráveis à cir
urgia precoce. Dizem o seguinte:
1) é importante a inclusão, o mais precoce possível, da criança na sociedade já tendo uma identificaç
ão (nome e gênero). Argumentam que o período de espera seria desastroso, confuso, não sabendo o
indivíduo intersexuado como proceder, não tendo um sexo definido. Na fase

122

da infância, antes de atingida a puberdade. Na escola, em qual grupo estará presente, no dos menino
s ou no das meninas? Em relação aos banheiros, qual deve usar o dos. meninos ou o das meninas?
E quanto ao nome qual escolher? outra dúvida a ser esclarecida;
2) consentindo que a criança siga o seu curso, deixando para depois o tratamento, pode acarretar um
drama social deveras importante, com duração para o resto da vida;
3) um dos distúrbios do sexo ambíguo é a hiperplasia congênita da supra-renal, em sua forma perded
ora de sal, que, deixada de lado, sem tratamento precoce, pode levar à morte do paciente;
4) uma das possibilidades encontradas na intersexualidade é a presença de tumores gonadais malign
os, frequência maior em alguns casos de desarmonia da diferenciação sexual, que não pode ser ignor
ada e, portanto, tornar-se incontrolável, em caso de deixar a intersexualidade para ser tratada depois;
5) pesquisa, realizada nos EUA, revelou a avaliação de 39 indivíduos com mais de 21 anos, genetica
mente homens, que foram operados em fase inicial; cerca de 21 deles receberam identificação mascu
lina e, os 18 restantes, a feminina; pois bem, a proporção de satisfeitos com a polaridade concedida p
ela cirurgia foi de 76% dos homens e de 78% das mulheres. O estudo foi concludente, ressaltando

123

a importância da intervenção cirúrgica precoce na intersexualidade.


O grupo contrário ao procedimento médico ressalta ser alta a percentagem dos que se consideram in
satisfeitos, cerca de um quarto dos pacientes.
Nossa intenção, trazendo essa polêmica para o conhecimento dos queridos leitores, tem o intuito de c
hamar a atenção para o intenso calvário vivenciado pelos irmãos espirituais que, após experiências dr
ásticas na faixa da bissexualidade não resolvida, no pretérito, reencarnam na intersexualidade, receb
endo por misericórdia divina a bendita oportunidade da redenção espiritual.

124

hermafroditismo verdadeiro apresentando características de ambos os sexos.

Nota: Nesta página há uma figura. Portanto, contém apenas o pequeno texto acima.

125

VIII

O Porquê da Paixão

Muitos seres, predominantemente, já passaram por um estado de graça, o qual se conhece com o no
me de paixão, ou seja, segundo a mitologia romana, caracteriza os que foram atingidos pelas flechas
de um dos deuses da Antiga Roma, Cupido, filho de Vênus, a deusa do amor, e de Mercúrio, mensag
eiro alado dos deuses.
Cupido, que representava a paixão e o amor em todas as suas nuances, foi descrito como uma crianç
a, que despertava os sentimentos, do qual era portador, em suas vítimas, quando estas eram atingida
s por suas setas.
De repente, sentindo a paixão, a pessoa se vê diante de outra, conhecendo-se naquele momento, ou
mesmo já convivendo, e repara que o seu organismo começa a reagir de forma imprevista e inespera
da: o ritmo cardíaco dispara, os olhos brilham, a respiração acelera, o corpo se põe em estado de aler
ta com a liberação de catecolaminas

127

(adrenalina e noradrenalina) pelas supra-renais. O indivíduo apresenta-se mais ágil, sentindo menor c
ansaço, etc.
A causa da paixão é algo transcendental, porquanto são liberadas, no organismo físico, centenas de s
ubstâncias químicas, sem que a pessoa tenha noção ou saiba do que está acontecendo realmente.
Quando se verifica correspondência do quadro, há aumento da auto-estima e da capacidade de apre
ndizagem. A paixão apresenta-se como um estado de satisfação considerável, a pessoa enamorada s
ente-se rejuvenescida, mais alegre, e, consequentemente, de bem com a vida.
Interessante é que muitas vezes o casal apaixonado tem gostos diferentes, sem atrativos semelhante
s mas, mesmo assim, o relacionamento torna-se indispensável, apresentando considerável dependên
cia. Verificamos que os enamorados se apresentam unidos por um laço que se revela misterioso, sem
explicações psicológicas plausíveis, embora acreditamos estar sua origem nos porões do inconscient
e, porquanto, em verdade, o que está acontecendo é um reencontro de almas afins, podendo ou não
se firmar a união no futuro.
Algumas pistas surgem, correlacionando a vivência da paixão com o mecanismo das vidas sucessiva
s:
quando nos encontramos, na presente existência, de novo, com alguém que há muito tempo não tính
amos contato, afastado alhures do nosso convívio, o encontro,

128

de início, é realmente arrebatador; contudo, com o passar do tempo, em tomo de três meses, tudo vai
voltando ao normal, assim acontece, igualmente, com a paixão: duas criaturas que se conhecem espi
ritualmente, quando reencarnadas se deparam, acontece algo semelhante; sendo dois seres já unido
s pelo amor ou pela atração física em existências passadas, verifica-se uma singular explosão de sen
timentos;
2) embora conhecendo-se há alguns minutos, a sensação é a de que são conhecidos há muitos anos,
comprovando a tese reencarnacionista de que travaram relações em vidas passadas, convivendo em
outras eras;
3) assim como a paixão não escolhe idade para começar, a impressão inicial é a de que jamais terá fi
m, de que nunca mais vai terminar. Quando dois indivíduos estão atados verdadeiramente em espírito
, não existe o tempo, a sensação é a de que a atração vai durar para todo o sempre;
4) na paixão, a aceitação do parceiro, com naturalidade e a ausência de qualquer pensamento crítico,
reforça atese reencarnacionista, desde que o conhecimento pleno do enamorado é realmente prévio,
tem sua localização nas estrelas do infinito;
5) algumas pessoas experimentaram a paixão, diversas vezes na vida, mesmo quando tinham relaçõ
es estáveis,

129

é isso mesmo, bem casadas, e, de repente, se encontram envolvidas nas garras da emoção desenfre
ada, atuando fora do lar com muitas possibilidades de causar um estrago familiar considerável. Como
explicar semelhante fato e onde encontrar a origem dessa hecatombe?
A Doutrina Espírita desvenda todos os possíveis mistérios e possibilita o esclarecimento necessário.
Muitos indivíduos viveram, em existências pretéritas, muitas experiências marcantes na área das emo
ções apaixonantes, dando vazão às seduções e às conquistas amorosas, sofrendo o assédio de subs
tâncias químicas euforizantes, como a dopamina entre outras, situando-se, em diversas encarnações,
com o mesmo quadro vicioso. Infelizmente, ainda sentem necessidade, mesmo gozando da paz apar
ente ou não de um lar, das emoções que a paixão proporciona, como que dependentes das drogas lib
eradas durante o percurso da atração efêmera.
Felizmente, de acordo com o acentuado grau evolutivo espiritual já conquistado, não vão adiante, con
seguindo desgarrar-se das teias da paixão. Embora vivenciem a culpa, sentem-se revigorados pelo re
pentino e, algumas vezes, inesperado arrebatamento emocional.
Em muitos casos, tendo ou não um pretérito, ligado ao processo das artimanhas da sedução, através
da obsessão espiritual pode sofrer a hipnose por parte de entidades inimigas, durante o período do de
sdobramento espiritual pelo sono, induzindo-lhes à paixão, querendo ver "o

130

circo pegar fogo", com a destruição dos laços conjugais. Nas pessoas que, em existências passadas,
se envolveram na prática viciosa da sedução desenfreada, mesmo já em convalescença, na atual enc
arnação, é mais fácil o assédio espiritual, porquanto são as mais vulneráveis, habituadas que estão al
hures nessa prática, assim como acontece com todos os ex-viciados, que podem sofrer recaídas, aca
rretando sequelas expiatórias consideráveis. Disse Jesus: "Vai e não erre mais, para que não lhe aco
nteça coisa pior".
Todos os envolvidos pela paixão, desconhecendo de onde vêm as emoções inesperadas, muitas vez
es colocam em Deus a causa do problema, procurando eximir-se da culpa. Só a doutrina do "nascer d
e novo" desvenda os enigmas, esclarecendo os mistérios do porquê da paixão.

131

Fantasias Sexuais: Fetichismo, Sadomasoquismo e Voyeurismo

Para maior facilidade de excitação sexual, a mais das vezes, as pessoas lançam mão das fantasias s
exuais, as quais funcionam para compensar os sentimentos de culpa, medo, autodestruição, vergonh
a, desamparo, receios e preocupações que carregam de existências pretéritas.
O mundo da fantasia, recorrido por muitos casais, pode ser, em muitos casos, uma exteriorização de
vivências sexuais realmente acontecidas, em encarnações passadas, as quais marcaram profundame
nte o psiquismo e servem de antídotos para combater as forças sexuais inibitórias, também marcada
mente assimiladas em outras eras.
No momento da excitação sexual, os sentimentos de culpa, por exemplo, emergindo no consciente, s
ervem como uma trave na conquista do prazer. A liberação da fantasia, o apego ao devaneio, nesse
momento, serve de

133

válvula de escape, desinibindo e estimulando o ser à complementação sexual.


A presença das fantasias sexuais, algumas de difícil entendimento psicológico, revela claramente a e
xistência da reencarnação, a doutrina das vidas sucessivas, explicando todos os porquês da vida, prin
cipalmente os ligados à esfera sexual.
Fetichismo - Compreende alguns significados, um deles é encontrado na Bíblia, representando culto a
um objeto animado ou inanimado, encontrado na natureza ou construído pelo homem, ao qual se atri
bui algum poder miraculoso extraterreno, sobrenatural.
No campo da sexualidade, o fetichismo enquadrase numa perversão, na qual o indivíduo sente atraçã
o física por outra pessoa, tendo como agente causal uma parte do corpo ou objeto pessoal dela.
O fetichismo aparece, em grande maioria, no sexo masculino, o que é facilmente condicionável, apres
entando instantâneo período de excitação e rápida disposição para a cópula; enquanto, na mulher, a l
ibido é muito influenciada por fatores socioculturais e igualmente por intenso envolvimento emocional.
Ao mesmo tempo, por imperativo biológico, a mulher necessita satisfazer alguns critérios subjetivos e
m relação ao parceiro já que, inconscientemente, anseia não somente por sua proteção como també
m pela sua futura prole, exteriorizando, no presente, fundamentalmente,

134

os mesmos mecanismos psicológicos ancestrais, em torno de milhões de anos.


Os fetiches que desencadeiam o desejo sexual podem ser, por exemplo, em relação a uma parte do c
orpo: nádegas, pés, mãos, cabelos, etc. Nos Estados Unidos, é comum a intensa atração sexual exer
cida nos homens pela visualização de mamas avantajadas; enquanto, no Japão, a nuca feminina cau
sa furor. Em relação a objetos, os fetiches mais comuns são sapatos, luvas, jóias e roupas íntimas.
Estudiosos do tema admitem o fetichismo como algo adquirido na infância, impressionando-se a crian
ça com alguma coisa que viu e tocou, deixando-a excitada sexualmente.
Certamente, o fetichista inveterado é um perturbado na área da sexualidade, necessitando de ajuda e
consideração. A perversão, consideravelmente, tem sua origem em vivências passadas, na atual enc
arnação ou em pretéritas, marcando em seu psiquismo as experiências infelizes relacionadas à libido.
Sadismo - A excitação sexual depende de infligir dor psicológica ou física ao parceiro. O indivíduo é e
stimulado à prática do coito, aplicando castigo, deixando o outro totalmente dominado e, consequente
mente, submetido a seus caprichos.
É observada a perversão, igualmente, nos dois sexos, advindo a complementação sexual através de
atos

135

cruéis, físicos e morais, impingidos a outrem. O termo sadista vem de Sade, do Conde de Sade, Dona
tienAlphonse François de Sade, escritor francês (1740-1814), conhecido como Marquês de Sade, que
permaneceu mais de 27 anos encarcerado, devido à prática da perversão, torturando por prazer suas
vítimas.
Sade escreveu romances e peças teatrais descrevendo orgias, nas quais transparecia cenas de sadis
mo. Sua produção literária e artística foi em grande maioria escrita durante o tempo em que passou n
a prisão e internado em sanatório psiquiátrico. Interessante que conseguiu montar algumas peças tea
trais, utilizando os próprios doentes psiquiátricos como improvisados atores.
Na obra Sexo e Obsessão, psicografía de Divaldo Pereira Franco, publicada em 2002, há citação da
presença de Sade, na dimensão espiritual, ainda sintonizado na faixa desarmônica da aberração sex
ual.
O praticante do sadismo obtém prazer provocando dor ou impingindo humilhação moral, com ou sem
aprovação de sua vítima, algumas vezes ocasionando a sua morte.
Masoquismo - A excitação sexual se realiza quando o indivíduo sofre dominação e subjugação, enqu
anto o prazer depende de sentir o sofrimento da dor, através de maus-tratos físicos e morais.
Outras considerações podem ser apontadas na perversão masoquista:

136

1) observada nos dois sexos, sem predominância de qualquer gênero;


2) o termo provém de Masoch, escritor austríaco (1836-1895), cujo nome completo era Chevalier Leo
pold von Sacher-Masoch;
3) escreveu romances, como Falscher Hermelin (Arminho Falso], em 1873, relacionando uma pervers
ão erótica e psicológica com a satisfação pela busca de sofrimento físico e moral;
4) a palavra masoquismo foi criada pelo psiquiatra Krafft-Ebrind, inspirado no romance Vênus Castiga
dora, de Masoch;
5) a dor para o masoquista torna-se fonte incondicional de estímulo e de atividade sexual, podendo va
riar desde a busca de situações humilhantes até mesmo à flagelação ou açoitamento;
6) isoladamente a perversão masoquista é relativamente rara.
Sadomasoquismo - Os pervertidos provocam e sofrem a dor, alternando os papéis de sádico e masoq
uista, no qual são utilizados instrumentos propícios à gênese da dor, como chicotes, argolas de ferro,
algemas e outros.
É prática conhecida há centenas de anos. Na Antiga Grécia, assim como no tempo do Império Roman
o, escravos eram comercializados somente para satisfazer os desejos sexuais pervertidos de seus se
nhores. O psicanalista

137

Freud chegou à conclusão de que a causa do sadomasoquismo se verifica em experiências infantis, a


carretando a vivência do desejo sexual, através da exteriorização de fantasias extravagantes e doloro
sas.
Quanto ao sadomasoquismo, é interessante a observação de que, na espécie animal, o homem é o ú
nico que causa e sofre a dor para atingir o prazer. Desde a década de 80, a Associação Americana d
e Psiquiatria não considera mais o desvio sexual como desajuste mental, deixando de ser, em terras
do Tio Sam, catalogada como doença. Psicólogos e psiquiatras mais liberais acreditam ser o sadoma
soquismo benéfico para as pessoas que têm dificuldade de se entregar completamente ao ato sexual,
necessitando estar, por exemplo, amarrados, sem poder opor resistência à ação do parceiro, favorec
endo o envolvimento e a busca do prazer.
Segundo os seus praticantes, o sadomasoquismo está mais para um jogo sexual, chamado de psicod
rama erótico, do que para sessões de tortura ou espancamento. Previamente é combinada toda a tra
ma, portanto tudo o que acontece é dependente do consenso, conforme o desejo dos participantes, pr
incipalmente dos submissos.
Acreditamos que a origem da problemática sexual pode ser apontada em existência pretérita, quando
o indivíduo, infelizmente, vivenciou a sexualidade sufocada por tabus, considerada como impura e pe
caminosa, ou mesmo

138

consequente à prática sexual violenta, como artífice do estupro.


O desequilíbrio do presente é resultante de complexo de culpa gerado no passado, o qual, para ser s
uportado e aliviado, momentaneamente, necessita da formulação de fantasias sexuais excêntricas, im
pregnadas de muito sofrimento.
Voyeurismo - Palavra francesa significando o ato de obter-se excitação e até complementação sexual
, na observação da prática do sexo por outras pessoas, vendo os órgãos genitais de outrem e até me
smo espreitando alguém na intimidade. Em nosso idioma, é utilizado o termo mixoscopia.
Interessante ser experimentação mais predominantemente vivenciada pelo sexo masculino, existindo,
contudo, na língua francesa, o termo feminino voyeuse.
Freud, em 1905, catalogou o voyeurismo como perversão sexual na obra Três Ensaios sobre a Sexua
lidade. Com certeza se referiu à mixoscopia clássica, proeminente, na qual o praticante, na clandestin
idade, na surdina, comumente se excita, utilizando-se de binóculos, até mesmo de lunetas, procurand
o indiscretamente visualizar a intimidade alheia. É comum a presença de voyers, nos ambientes públi
cos, como parques e praias, observando, à distância, os casais namorando e as mulheres, quase des
nudas, tomando banho de sol.

139

Em verdade, na mixoscopia tradicional, o pervertido não se limita apenas em observar a transa ou a n


udez das pessoas, além da excitação participa igualmente da complementação, ativa e isoladamente,
podendo chegar ao orgasmo pela masturbação.
Através da invasão da privacidade de outrem, o indivíduo experimenta algo proibido, uma transgressã
o que leva ao estímulo sexual e, consequentemente, à prática do sexo solitário. É indiscutível que se
a pessoa depende somente do voyeurismo para se excitar e ter satisfação sexual está realmente enq
uadrado clinicamente, sofrendo de parafilia, denominada popularmente de tara sexual. Ao mesmo te
mpo, a mixoscopia pode ser exercida sem conotação patológica, praticada naturalmente, recebendo o
indivíduo estímulos visuais consideráveis, na observação de fotos de mulheres atraentes, cenas cine
matográficas ou de TV, envolvendo casais enamorados e mais uma variedade de exemplos. Em verd
ade, toda pessoa tem um pouco de voyeitr.
Atualmente, na área científica, está havendo uma certa abertura para a mixoscopia branda, sendo rec
onhecida por terapeutas sexuais a necessidade dos casais fugirem da rotina, estimulando as fantasia
s sexuais para "esquentar" a relação a dois. Registramos a citação da prática do strip-tease realizado
pela esposa, na intimidade da alcova, como também a dupla espiadinha em revistas e filmes eróticos.

140

- No quadro evolutivo da humanidade, o estímulo sexual que se resumia no uso do sistema olfativo pa
ssou a ser quase que predominantemente visual. Nossos antepassados, de início, ainda estavam sub
jugados ao jugo do cio, praticando o sexo apenas com o fim da procriação. Contudo, sofrendo um pro
cesso de mutação genética, deixaram de experimentar a excitação sexual apenas através do faro ou
odor. Depois, adquirindo a postura ereta (bípede), deixando a posição quadrúpede, passaram a ter m
aior campo visual, podendo, então, observar com detalhes os órgãos sexuais dos parceiros, que natur
almente passaram a ficar à mostra.
O estímulo visual, portanto, é importantíssimo na preparação para o ato sexual, levando à liberação p
elo cérebro de neurotransmissores euforizantes. Certa feita, o querido amigo e companheiro de ideal
espírita, Luiz António Millecco Filho, portador de cegueira congênita, relatou que, ao adentrar-se em u
m táxi, juntamente com o filho Luiz Cláudio, na época ainda criança, foi questionado pelo dono do veí
culo, de nacionalidade lusitana: "Como pode o senhor, sendo cego, ser pai?" Diante de uma situação
tão hilariante, o estimado Millecco respondeu, perguntando: "O sexo é praticado com os olhos?"
O fato descrito realmente aconteceu, embora possa ser contado como se fosse uma piada. O motorist
a português tinha as suas razões, no que se refere à força do estímulo visual, agindo em regiões esp
ecíficas do cérebro,

141

como o córtex e o hipotálamo, desencadeando a excitação sexual. Porém, essa estimulação pode ser
desencadeada igualmente por contato direto com a genitália ou com as zonas erógenas, como tamb
ém através de atos sexuais imaginados ou lembrados. Em verdade, tanto o Millecco como o taxista, e
mbora não se entendessem, falavam a mesma língua, já que os impulsos sensoriais, tanto visuais co
mo tácteis, chegando ao córtex cerebral são repassados para a área pré-óptica medial (MPOA) do hip
otálamo, sendo praticamente o ponto de integração do controle central da ereção, havendo a liberaçã
o de vários neurotransmissores nessas vias.
O estímulo visual, embora importantíssimo, não se apresenta como o único desencadeador da excita
ção sexual. Quanto ao praticante da mixoscopia, depende estritamente dos olhos para obter excitaçã
o sexual, portanto sente prazer em ver pessoas se despindo ou fazendo sexo.
Em relação ao aspecto espiritual do voyeurismo, duas considerações devem ser registradas:
1) os casais que têm sentimentos verdadeiros de união e de amor, praticando o sexo com discernime
nto e responsabilidade, de forma alguma sofrerão a presença de voyeurs espirituais, já que o tálamo
conjugal ou a intimidade dos pares é inviolável, vibratoriamente, constituindo-se na dimensão extrafísi
ca como um recinto sagrado, estando impedida a entrada de qualquer ser espiritual;

142

2) quanto aos que necessitam de espiar as pessoas para obter excitação sexual, certamente se defro
ntaram, em existências passadas, com muitos tabus: "sexo é pecado, imundo e impuro; abstinência s
exual é virtude; prática sexual apenas para fins procriativos". Portadores de culpa extrema em relação
à sexualidade, fortemente influenciados por falsas premissas, necessitam, na presente existência, da
formulação das fantasias sexuais, estando no contexto também a mixoscopia; o sentimento de ser rej
eitado pela mulher, sendo neutralizado, proporciona a complementação da excitação.

143
Sexo pela Internet

A sexualidade, vivida sem responsabilidade e comedimento, chegou ao ponto de desconhecidos usar


em o espaço cibernético, e, através da sedução pelas palavras, trocar carícias e até mesmo chegar a
o clímax do orgasmo, revelando-se cada vez mais, na modernidade, a ausência de ligação da sexuali
dade com os sentimentos, sintoma de que as relações emocionais estão desprezadas, buscando-se a
penas o hedonismo, o incomensurável imediatismo do prazer, sem o importante envolvimento psicoaf
etivo.
Através do computador, há a possibilidade de se ter excitação sexual somente pela troca de palavras
sedutoras ou até mesmo pela utilização dos recursos de voz e imagem. Pode, igualmente, o sexo virt
ual propiciar a quebra das barreiras das repressões sexuais e a liberação das fantasias, porquanto o
anonimato e a falta de compromisso proporcionam a prática do sexo sem constrangimentos.

145

Ao mesmo tempo, a oportunidade de estar à distância e a impossibilidade de contrair doenças venére


as despertam, em muitas pessoas, a vontade de praticar a sedução e a orgia, sem ligação física recíp
roca e envolvimento afetivo responsável, verificado na intimidade de um aposento, diante de uma má
quina, na cumplicidade de quatro paredes. Algumas pessoas chegam a usar os recursos da imagem
para visualizar o parceiro cibernético, no exercício da masturbação.
Algumas justificativas são apresentadas pelos internautas do sexo: uns dizem que são movidos por c
uriosidade, outros relatam insatisfação no relacionamento conjugal, muitos já envolvidos pela compuls
ão e acreditando não se constituir traição o sexo virtual. Em verdade, os indivíduos são levados quas
e que predominantemente ao sexo virtual por carência, insegurança em se relacionar sexualmente, e
encorajados pelo anonimato, como também pelo menor risco.
A falta do encontro emocional dos pares e a ausência de responsabilidade favorecem a presença incô
moda de entidades espirituais também viciosas, as quais se ligam aos internautas, erotizados diante
de um monitor de cristal líquido, formando uma corrente inferior com repercussões negativas para o c
ampo físico e extrafísico de todos os envolvidos nas teias fugazes da excitação e do gozo, acarretand
o com facilidade a frequência da compulsão obsessiva, causando desestabilização psicológica e trans
tornos

146

na área da sexualidade, já que se torna escravo da necessidade do sexo cibernético e impossibilitado


de encarar o mundo da realidade, no qual terá de lidar com os seus sentimentos, como igualmente c
om a responsabilidade dos compromissos conjugais reais. Há prejuízo da interação e da comunicaçã
o entre as pessoas, evitando-se os encontros físicos, revelando a dissolução da sociabilidade natural
e um esmaecimento das relações de gênero.
Está se tornando comum, algum tempo depois dos bate-papos bem apimentados e das transas cibern
éticas, o encontro às escondidas em um motel, consumando fisicamente a traição, mostrando que do
desejo virtual pode-se chegar até ao encontro real.
Deveras desagradável, igualmente, constatarmos a Internet, na atualidade, ser o maior veículo de pro
pagação do erotismo infantil, revelando cenas de sexo explícitos ou pornográficas, envolvendo crianç
as.
As estatísticas revelam que os internautas perturbados chegam a navegar em sites erotógenos por m
ais de vinte horas por semana, favorecendo o desfecho de muitas uniões, por causa das infidelidades
virtuais, que chegam a ser, nos Estados Unidos, causa de quase 40% do total dos divórcios, encontr
ando-se em plena ascensão, crescendo a estatística a cada ano.
Dados levantados, igualmente, na terra do Tio Sam evidenciam os viciados, em sexo cibernético, já e
m torno de dois milhões de indivíduos. Muitas pessoas, inclusive,

147

estão, em plena hora de trabalho, ligadas ao sexo on-line (cyber sex), ocasionando prejuízo a muitas
empresas americanas.
Entender a complexidade e a gravidade do sexo virtual é fácil, sabendo que há mais de 70 milhões de
internautas, nos Estados Unidos da América. Em nossa pátria, estima-se que, em alguns anos, sere
mos mais de 30 milhões de usuários da Internet, e já ocupamos o posto de recordista mundial no núm
ero de páginas acessadas de sites de relacionamento pessoal e sexo virtual. A propósito, por curiosid
ade, destacamos que os homens brasileiros já estão apontados entre os primeiros do mundo em cons
umo de medicamentos para disfunção erétil.
Indivíduos que trazem do pretérito a propensão para o adultério podem canalizar suas emoções doent
ias, utilizando o sexo virtual, mantendo suposta lealdade com o parceiro e acreditando que a prática s
exual pela Internet não representa forma de traição plena, já que não há contato físico. Contudo, escl
arecemos que o sexo on-line, confinado a um ambiente, o ciberespaço, sem dúvida, caracteriza uma
prática sexual infiel, desde que o pensamento tem força e na mente reside a própria sexualidade do s
er.
Mais uma vez a advertência de Jesus surge à nossa mente: "Orai e vigiai para não cairdes em tentaç
ão".

148
XI

O Swing e a Obsessão Sexual

O swing corresponde à degenerescência sexual, chegando ao ponto de vários casais, em plena depr
avação, praticarem sexo, trocando de parceiros, compartilhando coletivamente de momentos de excit
ação e intenso prazer. O chamado ménage à trois, por exemplo, é a forma de prática sexual, envolve
ndo um homem e duas mulheres ao mesmo tempo.
O swing está em ascensão, abarcando cada vez mais pessoas, existindo até mesmo locais de encont
ro específicos, para a prática do sexo entre casais, nas principais cidades brasileiras, recebendo por n
oite dezenas de pares.
Alguns praticantes do sexo grupal relatam que estão no swing para estimular a vida sexual conjugal,
embora se observem numerosos casos de separação, visto que se encontram expostos demasiadam
ente ao ciúme, como igualmente a sentimentos de comparação.

149

As pessoas participantes da orgia coletiva relatam que é comum o ciúme ser subjugado pela excitaçã
o sexual, desde que todas as fantasias fluem, quando a mulher observa o marido com outra, e ela me
sma encontrando-se em plena comunhão sexual com outro parceiro, já que para essas pessoas o sex
o representa apenas prazer.
Os que abusam do sexo desenfreado, segundo o Espírito André Luiz, na obra Evolução em Dois Mun
dos, capítulo 19, "(...) acumulam na organização psicossomática as cargas magnéticas do instinto em
desvario, pelas quais se localizam em plena alienação ". Os indivíduos, envolvidos no swing, durante
a prática sexual deturpada, têm como companhia irmãos espirituais, que se encontram na mesma fai
xa vibratória, formando-se um conluio sombrio, lúgubre simbiose, no qual os encarnados estão aprisio
nados em teias invisíveis, sendo suas energias submetidas a processos de vampirismo espiritual.
Allan Kardec perguntou à espiritualidade (Questão 567 de O Livro dos Espíritos): "Costumam os espír
itos imiscuir-se em nossos prazeres e ocupações? " A resposta se fez pronta e objetiva: "Os espíritos
vulgares, como dizes, costumam. Esses vos rodeiam e com frequência tomam parte muito ativa no qu
e fazeis, de conformidade com suas naturezas. (...)".
Os espíritos inferiores ou não esclarecidos, subjugados ao sexo destoante, estão ligados mentalment
e aos encarnados, sintonizados com a prática sexual desarmônica,

150

participando igualmente da orgia, haurindo a abundante energia vital exteriorizada dos folguedos da d
epravação, em plena sugação vampírica dos encarnados presentes. Os indivíduos participantes do se
xo desarmônico sentem necessidade premente de começar tudo de novo, sob o jugo dos obsessores
espirituais, porque nunca se sentem satisfeitos, necessitando cada vez mais de maior estímulo para a
prática da orgia sexual.
No trajeto evolutivo espiritual, os seres praticantes do swing ainda se encontram sintonizados em baix
a frequência vibratória, precisando experimentar emoções de excitação extremas, uma vez que neces
sitam de estímulos constantes para o exercício das experiências sexuais, chegando até mesmo a ma
nter relações sexuais com pessoa estranha, com o consentimento e participação do cônjuge, indo alé
m do convencional, superando todas as expectativas, estando bem próximos do estado natural dos br
utos, já que o sexo grupai é comum em algumas espécies de primatas, como chimpanzés e macacos
vermelhos, ocorrendo igualmente em alguns roedores.
No caminho da evolução espiritual, os adeptos do swing ainda não tiveram o ensejo de canalizar suas
emoções, no campo da sexualidade, para um só parceiro, praticando o sexo com amor, discerniment
o e responsabilidade. Até então, não viveram, sentiram ou captaram a paixão verdadeira por apenas
uma pessoa, necessitam da variação extrema de parceiros para atingir intenso clímax sexual.

151

É interessante e importante para os estudiosos do tema, o relato contado por alguns praticantes do s
wing, de que existem casais fazendo a exigência da proibição de haver relações sexuais completas c
om os outros pares, embora valendo as preliminares e todas as outras modalidades de prazer. Assim
sendo, o ato sexual natural praticado somente pelos próprios cônjuges revela já haver uma certa melh
oria, dentro do quadro evolutivo espiritual, certamente iniciando o rumo do encontro gradativo à norm
alidade, nas próximas reencarnações, deixando de lado paulatinamente a depravação e a obsessão s
exual, visto que constantemente se encontram acompanhados de irmãos espirituais em desalinho, en
volvidos sem convite no "programa", obcecados em haurir a energia exteriorizada dos parceiros, os q
uais experimentam intensos orgasmos, em momentos fugazes de êxtase físico.
A assertiva de Jesus: "Onde estiver o vosso tesouro, aí estará o vosso coração ", encaixa-se com ênf
ase, no presente tema em tela: "Swing e Obsessão Sexual".

152

XII

Pedofilia e Desequilíbrios Espirituais

Dentre todos os desvios mais comprometedores na área da sexualidade, temos a pedofilia: o uso de
crianças como objetos sexuais. É prática das mais infelizes e seus adeptos, denominados de pedófilo
s, sem dúvida, são pessoas situadas em baixo patamar evolutivo, espíritos desequilibrados, necessita
ndo de acompanhamento terapêutico, tanto físico quanto espiritual.
O tratamento médico tem que ser constante e intenso, com medicação à base de antidepressivos e dr
ogas inibidoras da libido. O acompanhamento psicológico, igualmente, é importantíssimo. Quanto à aj
uda considerável que a Doutrina Espírita pode dispensar, ressaltamos que a primeira etapa é não des
tacar a imperfeição do indivíduo necessitado, não o ferindo e, muito menos, o condenando, baseando
-se no excelso Evangelho do Cristo. Depois procurar

153

transmitir-lhe vibrações amorosas e ministrar-lhe educação espiritual ao lado dos recursos da prece, d
a água energizada, dos passes e da desobsessão. O amor puro e desinteressado, juntamente com m
uita tolerância, representa o principal passo para o trabalho de reeducação espiritual do irmão em des
equilíbrio. É importante a participação consciente e responsável da pessoa, reconhecendo o erro e pr
ocurando com força de vontade vencer a si mesma, reeducando os seus próprios sentimentos.
Em O Livro dos Espíritos, questão 909, o insigne Allan Kardec pergunta à espiritualidade superior: "P
oderia sempre o homem, pelos seus esforços, vencer as suas más inclinações? " Resposta: Sim, e, fr
equentemente, fazendo esforços muito insignificantes. O que lhe falta é a vontade. Ah! quão poucos d
entre vós fazem esforços!"

O querido instrutor espiritual Emmanuel em O Consolador, questão 184, enfatiza: "Haveis de observa
r que Deus não extermina as paixões dos homens, mas fá-las evolutir, convertendo-as pela dor em sa
grados patrimônios da alma, competindo às criaturas dominar o coração, guiar os impulsos, orientar a
s tendências, na evolução sublime dos seus sentimentos".
Os pedófilos são pessoas maiores de 16 anos, que se sentem atraídas sexualmente por crianças e pr
é-adolescentes. São portadores de uma sexualidade pouco desenvolvida, inibida, apresentando inten
sa insegurança psicológica, a ponto de não conseguirem manter relacionamento

154

sexual com mulheres adultas, escolhendo crianças que não lhe cobrarão desempenho eficaz e sobre
as quais podem manifestar poder e dominação, que constituem os alicerces, os pilares básicos, da pe
dofilia.
Qualquer forma de contato sexual, direto ou indireto, físico ou não, de um adulto com uma criança, ca
racteriza prática pedófila. A grande maioria dos pervertidos é constituída de homens, cerca de 95%, c
om a idade situada entre 30 e 45 anos. Cerca de 71% deles procuram crianças do sexo masculino, de
preferência garotos de 12 a 15 anos. A maioria dos pedófilos já travou conhecimento anterior com a c
riança sexualmente abusada e raramente abandonam a perversa prática depois da sua primeira vítim
a. Somente menos de 5% deles são perturbados mentais ou psicóticos. A pedofilia é encontrada em q
ualquer classe social, mesmo que muitos doentes se apresentem como pessoas respeitáveis, na soci
edade.
Para gáudio dos pedófilos existe, atualmente, na Internet, uma infinidade de sites vendendo erotismo i
nfantil, embora, felizmente, a repressão policial seja bem atuante; enquanto, no passado, principalme
nte na década de 70, estava em plena expansão o mercado de filmes pornográficos infantis, agora pr
oibido.
Na Antiga Grécia, surgiu a palavra "efebo", designando o jovem que era iniciado na vida sexual por u
m homem mais velho, prática considerada normal e exercida consideravelmente. Já a atração de um
homem maduro por

155

meninas foi decantada no romance Lolita de Vladimir Nabokov, onde aparece a palavra "ninfeta", indi
cando a menina que atrai os homens mais velhos.
No Norte e Nordeste do Brasil e, em alguns países asiáticos, é comum o afluxo de turistas à procura
da prostituição infantil, recebendo também intensa divulgação na mídia, com repercussão internacion
al, os casos, envolvendo mais recentemente os padres pedófilos, abusando da suposta autoridade rel
igiosa, bem como anteriormente o cineasta polonês Roman Polanski e o cantor americano Michael Ja
ckson.
Os indivíduos pedófilos são encontrados em qualquer classe social, havendo, com predominância, aq
ueles que possuem escolaridade superior e são deveras respeitados na sociedade. Exemplo marcant
e e triste é o escândalo, envolvendo sacerdotes católicos pedófilos, com cerca de 300 processos em t
ramitação nos Estados Unidos. Na Nova Zelândia, Alemanha e em nossa pátria, muitos casos de pad
res pedófilos foram divulgados.
As crianças molestadas sofrem sequelas consideráveis, como depressão, propensão a drogas, princi
palmente abuso de álcool e problemas ligados à sexualidade, muitas vezes tornando-se pedófilos no f
uturo.
Tanto a pedofilia como todas as aberrações sexuais, a serem apontadas a seguir, enquadram-se na
Medicina com a denominação de parafilia, consistindo em distúrbios psíquicos

156

PEDOFILIAE DESEQUIIÍBRIOS ESPIRITUAIS

caracterizados pela preferência por comportamentos sexuais socialmente não aceitos.


Pederastia - Prática sexual entre um homem adulto e um rapaz (homossexualismo).
Frotteurisme - Aberração, exclusiva do sexo masculino, consistindo em esfregar os genitais, aproveita
ndo-se de ocasiões oportunas, como conduções superlotadas, elevadores, aglomeração de pessoas
em atos públicos ou mesmo em bailes, principalmente carnavalescos.
O termo é francês, originário do verbo frotter, que significa friccionar, esfregar. Trata-se de um desvio
muito observado, principalmente nas grandes cidades, e, curiosamente, com o beneplácito da vítima,
que cede, obnubilada pelo pânico.
Exibicionismo - Outro distúrbio de ordem sexual, consistindo no ato de mostrar a genitália a mulheres,
visando provocar choque, acompanhado de nojo e medo.
Qsflashers, do idioma francês, como são conhecidos, expõem os órgãos sexuais para se excitar, des
de que, em verdade, necessitam da aberração como um ato de compensação pelo fato de serem aco
metidos de rejeição, com comprometimento das funções sexuais. Através do exibicionismo, consegue
m, por alguns instantes, ser notados, sentindo-se seguros para a estimulação sexual.
Em todas as situações descritas, certamente os espíritos ainda não esclarecidos estão presentes, par
ticipando

157
ávida e calorosamente de tudo; inclusive, sendo portadores ainda do desvio sexual, necessitam dos
amigos encarnados afins para se complementarem nas suas aberrações, em completa "enxertia fluídi
ca", segundo ensinamento do Espírito André Luiz, na obra Sexo e Destino.

158
XIII

Obsessão Sexual

Certamente, na quase totalidade dos distúrbios na área da sexualidade, a presença da espiritualidade


refratária à luz está presente ativamente, participando como causa ou mesmo coadjuvante do proces
so.
O Livro dos Espíritos, na questão 567, é bem claro, ensinando-nos que espíritos vulgares se imiscue
m em nossos prazeres porquanto estão incessantemente ao nosso redor, tomando parte ativamente
naquilo que fazemos, segundo a faixa vibratória na qual nos encontramos.
O excelso sistematizador da Doutrina Espírita, Allan Kardec, em.4 Gênese, capítulo 14, define a obse
ssão como "(...) a açãopersistente que um mau espírito exerce sobre um indivíduo". Diz, igualmente,
que "Ela apresenta características muito diferentes, que vão desde a simples influência moral, sem si
nais exteriores perceptíveis, até a perturbação completa do organismo e das faculdades mentais".

159

Com base no ensino espírita, podemos afirmar que, para que haja o processo obsessivo, é condição
essencial que exista da parte da vítima uma imperfeição moral, que proporciona ascendência à entida
de inferior. Portanto, para que a obsessão sexual, por exemplo, se estabeleça é necessário, então, qu
e o obsidiado permita a entrada do obsessor, verificando acentuada afinidade, ligando as duas criatur
as, até mesmo compartilhando ambos dos mesmos propósitos e desejos.
Na obsessão sexual, por conseguinte, tanto os encarnados quanto as entidades viciadas estão unido
s vibratoriamente, entrelaçados em teias tenazes, em sinistra simbiose espiritual, atuando os espíritos
, verdadeiros vampiros, sugando a substância vital retirada dos campos de força, principalmente o es
plênico, como também a energia exteriorizada do êxtase sexual.
Os espíritos sexólatras se satisfazem intensamente, participando dos encontros sexuais, principalmen
te de orgias, locupletando-se com a energia libertada antes e após a complementação sexual orgásmi
ca, utilizando-se dos encarnados ligados a eles, completamente subjugados, inteiramente dominados,
através dos seus campos de forças perispiríticas, principalmente o genésico.
Em consequência do processo obsessivo, os indivíduos encarnados ficam intensamente obcecados p
or sexo, devido à perniciosa e fortíssima influência dos vampiros espirituais, que fazem com que os s
eus subordinados se

160

sintam sempre insatisfeitos sexualmente, de forma que estejam sempre propícios ao sexo desenfread
o e possam dar atendimento às suas prementes necessidades.
Uma das formas mais graves de obsessão sexual é a dependência extrema que as pessoas experime
ntam pelo sexo, completamente viciados e subjugados, chegando ao ponto de terem relações sexuais
, em grande número, várias vezes por dia, com prostitutas e, na ausência delas, até mesmo praticand
o sexo com mendigas, nas vias públicas.
A compulsão sexual é verificada nos dois gêneros, podendo os seus dependentes procurar o devido t
ratamento psiquiátrico e refúgio nos abençoados grupos de apoio psicológico, como os sexólatras an
ónimos, onde os testemunhos dos ex-viciados impressionam devidamente, alguns deles revelando sit
uações tragicômicas, vivenciadas.
O tratamento espiritual é muito importante, necessitando os viciados de muita consideração e atenção
, como exorta o Evangelho do Cristo, devendo receber, devidamente nos Centros Espíritas, como qua
isquer obsidiados, os recursos da prece, do passe, da água fluidificada e dos trabalhos importantes d
a desobsessão.

161
XIV

Doenças Sexuais: Espirituais e Orgânicas

Devido ao atraso evolutivo da humanidade, que tem como habitat um planeta inferior, denominado, n
a doutrina dos espíritos, de mundo de provas e expiações, as doenças fazem parte do cotidiano, send
o encontradas em proporções consideráveis, de acordo com as faltas graves praticadas, em vivências
passadas, ou adquiridas na atual encarnação.
Dentre as enfermidades, em grande número catalogadas pela Medicina, no momento, interessa-nos a
s doenças sexualmente transmissíveis, que constituem importante problema de Saúde Pública, no mu
ndo, envolvendo diversas especialidades médicas.
De início, com o advento dos antibióticos, parecia que estava próxima a vitória contra o mal, terminan
do o combate, com a erradicação dessas moléstias. Contudo,

163

aconteceu o contrário, as práticas sexuais se intensificaram, devido a vários fatores, principalmente c


om o aparecimento dos anovulatórios, as chamadas pílulas anticoncepcionais, incrementando o contá
gio e favorecendo, não somente o recrudescimento de algumas doenças, como igualmente o surgime
nto de outras mais graves.
O início cada vez mais precoce do relacionamento sexual, acrescido de maior liberalidade, com a gra
nde variedade de parceiros, o desconhecimento dos riscos inerentes à prática sexual e o sexo entran
do, profundamente, no mercado de consumo permitiram maior disseminação das moléstias sexualme
nte transmissíveis.
As colônias de microorganismos próprias de outros locais do organismo, através das relações sexuais
promíscuas, vêm se adaptando, em curto prazo, a ecossistemas diferentes de sua colonização inicial
, como o aparelho geniturinário. Por exemplo, na sodomia homo ou heterosSexual3 os agentes infecci
osos da flora intestinal têm acesSQ às mucosas do ânus e da uretra, permitindo a eclosão de determi
nadas doenças, como cancro anal, condiloma anal, blenorragia, herpes e uretroprostatite crônica, prin
cipalmente a causada pelo Streptococcus faecalis.
Alguns outros contatos podem ser apontados, devido à sua importância na eclosão de algumas molés
tias:
1) oral-anal: anolingtiismo hetero ou homossexuAlj masculino ou feminino, levando a transmissão de i
nfecções

164

com ciclo fecal-oral, tais como hepatite tipo A, salmonelose, amebíase, shiguelose, etc.;
2) bucovaginal: cunilinguismo hetero ou homossexual, propiciando o aparecimento de candidíase, her
pes, sífilis, blenorragia, condilomas, etc.;
3) bucopeniano: felação hetero ou homossexual, favorecendo a ocorrência de herpes, blenorragia, sífi
lis, hepatite tipo B, condilomas, uretrites, etc.;
4) contato entre mucosas vulvares: tribadismo, levando à sífilis, candidíase, tricomoníase, herpes, con
diloma, etc.
As doenças essencialmente transmitidas por contágio sexual são: sífilis, blenorragia, cancro mole e li
nfogranuloma venéreo. As frequentemente relacionadas à esfera do sexo são: donovanose, uretrite n
ão-gonocócica, herpes simples genital, condiloma acuminado, hepatite tipo B e candidíase. As eventu
almente ligadas ao contato sexual: amebíase, pediculose, shiguelose e escabiose.
A hepatite B é disseminada, principalmente, pela transmissão sexual entre jovens, sendo, atualmente,
reconhecida como importante doença sexualmente transmissível. O vírus é encontrado no sangue co
ntaminado e em fluidos do corpo, como o seminal e o vaginal.
A hepatite A está, igualmente, arrolada às doenças sexuais, após alguns surtos epidêmicos em homo
ssexuais

165

masculinos, acreditando-se estar relacionada com prática oral-anal e digital-anal.


Por evidências epidemiológicas e virológicas, acredita-se que a hepatite C possa ter disseminação se
xual em alguns casos, principalmente em locais de promiscuidade e na ocorrência de muitos parceiro
s.
O vírus da imunodefíciência humana (HIV) é o causador da síndrome da imunodefíciência adquirida,
com crescente prevalência entre mulheres jovens, acarretando maior acometimento de gestantes e a
umento dos casos de AIDS pediátrica.
São três as formas de transmissão da doença:
1) por via sexual (homossexual, heterossexual e bissexual);
2) por exposição parenteral ou de mucosas a sangue e seus derivados, instrumentos e tecidos conta
minados pelo vírus;
3) por transmissão vertical, de mãe para o feto e recém-nascido.
Todas as doenças sexualmente transmitidas favorecem o aparecimento da AIDS, facilitando, pela for
mação das soluções de continuidade, a penetração do vírus HIV.
É importante que todas as pessoas se conscientizem da importância do uso harmonioso das funções
sexuais,

166

amparadas na responsabilidade e no comedimento, sabendo, de antemão, que a semeadura de vent


os acarreta a colheita de tempestades. O mau uso das faculdades sexuais leva, certamente, pela lei d
e causa e efeito, a consequências infelizes, com repercussões bem negativas para o corpo espiritual
e físico.
Em O Livro dos Espíritos, na questão 633, a respeito de buscar, na lei natural, a regra e o guia seguro
do bom proceder, os benfeitores espirituais nos instruem: "Quando comeis em excesso, verificais qu
e isso vos faz mal. Pois bem, é Deus quem vos dá a medida daquilo de que necessitais. Quando exce
deis dessa medida, sois punidos. Em tudo é assim. A lei natural traça para o homem o limite das suas
necessidades. Se ele ultrapassa esse limite, é punido pelo sofrimento. Se atendesse sempre à voz q
ue lhe diz - basta, evitaria a maior parte dos males, cuja culpa lança à natureza ".
Que ensinamento valioso! Reforçando o que foi ensinado pela espiritualidade superior, podemos dar
o exemplo do que está acontecendo, nos países asiáticos, com a eclosão de novas e importantes mol
éstias, surgindo, certamente, em consequência da conduta gastronômica equivocada de seus habitan
tes.
Nos mercados asiáticos, principalmente os da China, são vendidos quaisquer bichos para a alimentaç
ão, podendo ser encontrados mamíferos, répteis, batráquios e até mesmo insetos. É inacreditável, co
mem de tudo, inclusive

167

cães, gatos, escorpiões, cobras e enguias, utilizando de crueldade para com os animais, acreditando
que a adrenalina, liberada no sangue dos mamíferos, amacia a carne. Os cachorros, por exemplo, sof
rem torturas dolorosas até a morte, sendo jogados vivos na panela para serem cozidos.
Pesquisas científicas mais recentes revelam que cerca de 60% das doenças humanas, surgidas há p
ouco tempo, se originam de outras espécies animais. Vírus mutantes, encontrados no sangue de ave
s e de mamíferos, penetram no corpo humano desprovido de defesas naturais, causando doenças.
Em relação à sexualidade, as pessoas também sofrem as consequências do mau proceder, praticand
o sexo sem racionalidade e humanismo, utilizando-se de muitos parceiros e favorecendo a dissemina
ção de microorganismos para as vias genitais e urinárias, vindos de outros locais do organismo físico,
onde já estavam bem adaptados. Ao mesmo tempo, o sexo promíscuo amplia o número de pessoas
expostas às doenças sexualmente transmitidas. As cepas, tornando-se resistentes aos antibióticos, pr
olongam o tempo de duração das doenças e proporcionam, através dos doentes desregrados, maiore
s chances de contágio.
Em virtude das fraquezas do homem, no campo da sexualidade, exemplificando deslizes, envolvido n
a devassidão, sem controle de seus impulsos genésicos, com o pensamento voltado para a viciação s
exual, certamente suas energias sexuais, sem controle, não serão exteriorizadas

168

para a sua própria complementação, acarretando máculas em suas estruturas perispiríticas, solicitand
o posteriormente reparação.
Assim como as doenças surgem, devido ao nosso proceder em desalinho, na esfera física, o mesmo
acontece, na dimensão espiritual. De acordo com o nosso comportamento desarmônico, na arena so
mática, mobilizamos germes de outras colônias e, introduzindo-os em outras regiões do organismo fís
ico, em verdade, lhes damos a chance do surgimento da virulência.
Na pátria da imortalidade, acontece coisa parecida. Segundo informação do mentor espiritual André L
uiz, nossos pensamentos desorientados e dementados dão sustento aos chamados bacilos psíquicos
, observados, sob a óptica espiritual, e descritos, com muita felicidade e proveito, na grandiosa obra
Missionários da Luz, capítulo 3.
O estimado médico extrafísico, sob o amparo magnético de um iluminado instrutor, em observando u
m jovem que se candidatava ao trabalho mediúnico, notou que o aparelho genital do rapaz se aprese
ntava fracamente iluminado, com a presença de aluviões de corpúsculos negros, espantosamente mó
veis.
Relata André Luiz: "Começavam a movimentação sob a bexiga urinária e vibravam ao longo de todo
o cordão espermático, formando colônias compactas, nas vesículas seminais, na próstata, nas massa
s mucosas uretrais, invadiam os canais seminíferos e lutavam com as células sexuais,

169

aniquilando-as. As mais vigorosas daquelas feras microscópicas situavam-se no epidídimo, onde abs
orviam, famélicas, os embriões delicados da vida orgânica. Estava assombrado. Que significava aque
le acervo de pequeninos seres escuros? Pareciam imantados uns aos outros, na mesma faina de des
truição. Seriam expressões mal conhecidas da sífilis? "
O mentor Alexandre responde, dizendo: "Não, André. Não temos sob os olhos o espiroqueta de Scha
udinn, nem qualquer nova forma suscetível de análise material por bacteriologistas humanos. São bac
ilos psíquicos da tortura sexual, produzidos pela sede febril de prazeres inferiores. O dicionário médic
o do mundo não os conhece e, na ausência de terminologia adequada aos seus conhecimentos, cha
memos-lhes larvas, simplesmente. Têm sido cultivados por este companheiro, não só pela incontinên
cia no domínio das emoções próprias, através de experiências sexuais variadas, senão também pelo
contato com entidades que o visitam com frequência, à maneira de imperceptíveis vampiros. O pobre
zinho ainda não pôde compreender que o corpo físico é apenas leve sombra do corpo perispiritual, nã
o se capacitou de que a prudência, em matéria de sexo, é equilíbrio da vida e, recebendo as nossas a
dvertências sobre a temperança, acredita ouvir remotas lições de aspecto dogmático, exclusivo, no ex
ame da f é religiosa. A pretexto de aceitar o império da razão pura, na esfera da lógica, admite que o
sexo nada tem que ver com a

170

espiritualidade, como se esta não fosse a existência em si. Esquece-se de que tudo é espírito, manife
stação divina e energia eterna. O erro de nosso amigo é o de todos os religiosos que supõem a alma
absolutamente separada do corpo físico, quando todas as manifestações psicofísicas se derivam da i
nfluenciação espiritual".
Concomitante com os germes responsáveis pelas doenças do arcabouço físico, são encontrados, nas
estruturas perispiríticas, os trevosos bacilos psíquicos, de acordo com a conversão dos atos sexuais,
divinos por excelência, em paixões viciosas. Em verdade, todas as vezes que infringimos a lei, acarret
amos males para nós mesmos. Em matéria de sexualidade, o maior dano que possa acontecer, medi
ante desobediência à lei de causa e efeito e persistência no erro, é a reencarnação desprovida de órg
ão sexual, malformação conhecida na Medicina como agenesia sexual, atuando a lei de forma drástic
a.
O Cristo fez alusão às penalidades mais severas da lei, na Parábola dos Talentos, dizendo que "até o
pouco que tem lhe será tirado". Se o indivíduo recebe diversas oportunidades de crescimento espiritu
al e não as valoriza, pode vivenciar uma existência física desprovida dos mesmos atributos, que outro
ra lhe foram concedidos. No caso das agenesias, tanto do pênis quanto da vagina, a pessoa malform
ada está aprendendo a dar valor a órgãos sexuais tão rebaixados, em desastrosas vivências reencarn
atórias pretéritas.

171

AGENESIA DE PÊNIS
Recém-nascido com ausência do órgão sexual masculino, sendo levado irgia para poder eliminar a uri
na através da exteriorização da uretra.

Nota: Aqui também há uma figura, contendo apenas o texto acima.

172

XV

Considerações Finais

Terminamos esta obra, com o pensamento voltado para o Alto, esperando ter sido útil aos queridos lei
tores, diante do tema sexualidade, certamente um dos mais delicados e enigmáticos do contexto hum
ano e que proporciona as maiores quedas no campo do espírito.
Muitas obras espíritas já foram publicadas, trazendo subsídios importantes para possível entendiment
o de como navegar, com segurança, no oceano tempestuoso da sexualidade. Se viajarmos, utilizando
as técnicas da informação responsável e do trabalho comedido, certamente chegaremos ao destino fi
nal, desembarcando no porto da tranquilidade e da paz. Contudo, se os nossos conhecimentos são pr
ecários e nossas atitudes destoantes, não há dúvidas que diante do mar bravio da sexualidade, sob o
jugo de vagas revoltas, diante de ondas incomensuráveis, a embarcação soçobrará. ' ' .

173

Este livro, mais um de cunho espiritista, envolvido nas questões do sexo, anseia transmitir informaçõe
s que estimulem a temperança e a responsabilidade, sabendo todos nós que, mesmo após o naufrági
o, ainda restarão a esperança do socorro e a certeza do salvamento.
Diante do pleno conhecimento cósmico, sob a égide do poder supremo e amoroso do artífice maior d
o Universo, denominado de "Pai" por Jesus, somos todos iguais e criados para a felicidade sem fim.
Todos aqueles que se acham atormentados e desorientados nas ondas inquietantes do sexo desarm
ônico, procurando agarrar-se em frágeis bóias, receberão a bendita oportunidade de apreender o con
hecimento de que Deus zela por todas as suas criaturas e, como nenhuma ovelha se perderá, segund
o o Cristo, haverá sempre a oportunidade da reparação a ser concedida na atual ou nas seguintes en
carnações.
O Pai é Amor e Sua Misericórdia Infinita proporciona a qualquer espírito a certeza de continuar, como
ser imortal, o seu trajeto, diante das estrelas incomensuráveis do amanhã, quando, com certeza, cheg
ará ao clímax, ponto final da escada evolutiva, denominado de "estado definitivo", conforme respaldo
doutrinário em O Livro dos Espíritos, nas questões 226 e 562. Então, será agraciado, assim como aco
nteceu anteriormente com Jesus e outros espíritos puros, como mensageiro direto de Deus, como en
sina a Doutrina Espírita, albergando dentro de si o pleno

174

conhecimento, depois de despertadas todas as potencialidades divinas e já tendo a aptidão de exterio


rizar energia sexual tão puríssima e imaculada quanto aja presente na sua gênese espiritual, como a
nascente pura de um rio, com suas águas cristalinas refletindo excelsa beleza, podendo ser percebid
a por todos os que já conseguiram vencer o mundo interior das lutas, das atribulações, da reeducaçã
o e do aperfeiçoamento.
Que o Mestre Jesus abençoe a todos nós e ilumine o caminho que trilhamos como imortais viajores d
o Infinito e herdeiros da perfeição.

175
Bibliografia

1. KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 84. ed. Rio de Janeiro. FEB, 2003.
2. KARDEC, Allan. O Céu e o Inferno. 1. ed. Rio de Janeiro: CELD, 2004.
3. KARDEC, Allan. Revista Espírita, jan. 1866. Tradução CELD.
4. LUIZ, André (Espírito). Psicografia de Francisco C. Xavier. No Mundo Maior. 23. ed. Rio de Janeiro:
FEB,
2003. p. 190.
5. LUIZ, André (Espírito). Psicografia de Francisco C. Xavier. Ação e Reação. 24. ed. Rio de Janeiro.
FEB,
2003. p. 209.
6. LUIZ, André (Espírito). Psicografia de Francisco C. Xavier. Nosso Lar. 54. ed. Rio de Janeiro: FEB,
2003. p. 127.
7. Ibidem. p. 259.

8. Ibidem. p. 174.
9. LUIZ, André (Espírito). Psicografia de Francisco C. Xavier. Os Mensageiros. 39. ed. Rio de Janeiro:
FEB,
2003. p. 159.
10. EMMANUEL (Espírito). Psicografia de Francisco C. Xavier. Vida e Sexo. 23. ed. Rio de Janeiro: F
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11. WORM, Fernando. Vida e Obra de Divaldo Pereira Franco. 5. ed. Salvador: LEAL, 1995. p. 77.
12. EMMANUEL (Espírito). Psicografia de Francisco C. Xavier. Leis de Amor. 21. ed. São Paulo: FEE
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13. LUIZ, André (Espírito). Psicografia de Francisco C. Xavier. Sexo e Destino. 26. ed. Rio de Janeiro:
FEB,
2002. p. 265.
14. KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 2. ed. Rio de Janeiro: CELD, 2003. p. 277.
15. EMMANUEL (Espírito). Psicografia de Francisco C. Xavier. Vida e Sexo. 23. ed. Rio de Janeiro: F
EB, 2002. p. 89.
16. LUIZ, André (Espírito). Psicografia de Francisco C. Xavier. No Mundo Maior, 23. ed. Rio de Janeir
o: FEB,

2003. p. 197.
17. Ibidem. p. 196. ni-n-M -v..
18. EMMANUEL (Espírito). Psicografia de Francisco C. Xavier. Encontro Marcado. 2. ed. Rio de Janei
ro: FEB,
1971. p. 102.
19. LUIZ, André (Espírito). Psicografia de Francisco C. Xavier. Evolução em Dois Mundos. 21. ed. Rio
de Janeiro: FEB, 2003. p. 138.
20. Ibidem. p. 141-142.
21. LUIZ, André (Espírito)..Psicografia de Francisco C. Xavier. Ação e Reação. 24. ed. Rio de Janeiro:
FEB,
2003. p. 205.
22. EMMANUEL (Espírito). Psicografia de Francisco C. Xavier. Vida e Sexo. 23. ed. Rio de Janeiro: F
EB, 2002. p. 90.
23. Ibidem. p. 92.
24. EMMANUEL (Espírito). Psicografia de Francisco C. Xavier. Encontro Marcado. 2. ed. Rio de Janei
ro: FEB,
1971. p. 101-102.
25. EMMANUEL (Espírito). Psicografia de Francisco C. Xavier. Vida e Sexo. 23. ed. Rio de Janeiro: F
EB, 2002. p. 62-63.
26. Ibidem. p. 90.
27. KARDEC, Allan. Revista Espírita. Tradução da Ed. CELD. v.ljan. 1866.
28. Ibidem.
29. LUIZ, André (Espírito). Psicografia de Francisco C. Xavier. Ação e Reação. 24. ed. Rio de Janeiro:
FEB,
2003, p. 209.
30. EMMANUEL (Espírito). Psicografia de Francisco C. Xavier. Vida e Sexo. 23. ed. Rio de Janeiro: F
EB, 2002. p. 92.
31. LUIZ, André (Espírito). Psicografia de Francisco C. Xavier. Ação e Reação. 24. ed. Rio de Janeiro:
FEB,
2003. p. 209.
32. Ibidem.
33. LUIZ, André (Espírito). Psicografia de Francisco C. Xavier. Evolução em Dois Mundos. 21. ed. Rio
de Janeiro: FEB, 2003. p. 144.
34. EMMANUEL (Espírito). Psicografia de Francisco C. Xavier. O Consolador. 23. ed. Rio de Janeiro:
FEB,
2001. p. 111.
35. KARDEC, Allan. A Gênese. 1. ed. Rio de Janeiro: CELD, 2003. p. 488.
36. LUIZ, André (Espírito). Psicografia de Francisco C. Xavier. Missionários da Luz. 37. ed. Rio de Jan
eiro: FEB, 2003. p. 27-28.
Produção Gráfica:
CENTRO ESPÍRITA LÉON DENIS Diretoria de Divulgação da Doutrina Espirita
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Como orador, participou de vários seminários e congressos espíritas em diversos estados do Brasil.
Articulista, com centenas de matérias publicadas em revistas e jornais, inclusive do exterior. Uma dela
s, "A Ciência Descobrindo o Espírito", foi divulgada em um jornal da Rússia, traduzida do Esperanto.
Pesquisando os "Acárdicos-Fetos sem Espíritos", teve várias edições inseridas na Revista Internacion
al de Espiritismo, como igualmente, na França, em matéria de capa do primeiro número do relançame
nto da Revista Espírita, criada por Allan Kardec.

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