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IFCE – TIANGUÁ

LETRAS
TEORIA DO VERSO
AULA 04

Profa. Dra. Maria Aparecida Munhoz de Omena


HOJE, ABRIREMOS NOSSA AULA

Com a interpretação do texto chamado


Poema do Menino Jesus (Fernando Pessoa) e da
música Doce mistério da vida (Rida Johson Young), na
belíssima voz de Maria Bethânia.
https://www.youtube.com/watch?v=sTwcoBvA3nU
(abrir arquivo)
NA AULA PASSADA,

1. Iniciamos o estudo sobre os três


eixos rítmicos, propostos por
Chociay (SILÁBICO, FÔNICO e
ACENTUAL)
2. Trabalhamos apenas o silábico
3. Eu pedi a vocês que dividissem as
sílabas sonoras de seus nomes.
MEU NOME, CONFORME O PADRÃO AGUDO
(FRANCÊS), É UM DECASSÍLABO

Maria Aparecida Munhoz de Omena

Ma /ria A/pa / re / ci /da/ Mu /nhoz /deO/me/na


CASO EU MUDE A PRONÚNCIA...

Maria Aparecida Munhoz de Omena

Ma /ri/a A/pa / re / ci /da/ Mu /nhoz /deO/me/na


Hendecassílabo (11 sílabas)
Ma / ri/a/ A /pa / re / ci /da/ Mu/nhoz / de/O
/me/na
13 sílabas
AGORA QUE ESTUDAMOS
O EIXO SILÁBICO
Vamos entender o que é o EIXO FÔNICO?
EIXO FÔNICO = RIMAS

O meu pai era paulista


Meu avô, pernambucano
O meu bisavô, mineiro
Meu tataravô, baiano
Meu maestro soberano
Foi Antonio Brasileiro
EIXO FÔNICO

1 2 3 4 5 6 7
O | meu | pai | e | ra | pau | lis | ta A
Meu | a | vô |, per | nam | bu |ca | no B
O | meu | bi | sa | vô |, mi | nei | ro C
Meu | ta | ta | ra | vô |, bai| a | no B
Meu | ma | es | tro | so | be | ra | no B
Foi | An | to | nio | Bra | si | lei | ro C
Estrofe constituída por versos redondilhos maiores (7 sílabas)
EIXO FÔNICO: ABCBBC
EIXO ACENTUAL = SÍLABAS
TÔNICAS
O meu pai era paulista
Meu avô, pernambucano
O meu bisavô, mineiro
Meu tataravô, baiano
Meu maestro soberano
Foi Antonio Brasileiro
EIXO ACENTUAL
1 2 3 4 5 6 7
O | meu | pai | e | ra | pau | lis | ta 3-4- 7
Meu | a | vô |, per | nam | bu |ca | no 3-7
O | meu | bi | sa | vô |, mi | nei | ro 5 -7
Meu | ta | ta | ra | vô |, bai| a | no 5 -7
Meu | ma | es | tro | so | be | ra | no 3 -7
Foi | An | to | nio | Bra | si | lei | ro 3 -7
Estrofe constituída por versos redondilhos maiores (7 sílabas)
SONETO DA FIDELIDADE (VINÍCIUS DE MORAES)

De tudo ao meu amor serei atento


Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive)
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure
QUANDO COMPARADO AO
TEXTO EM PROSA,

• O texto em verso obedece a uma


regra a mais – uma regra de
periodicidade: as sequências
devem apresentar o mesmo
número de sílabas, idênticas ou
semelhantes disposições acentuais
e idênticas ou semelhantes
terminações.
MESMO EM VERSOS LIVRES

• Que renunciam à medida e ao ritmo prévios,


há ainda uma diferença em relação à prosa: os
recortes das sequências segundo o jogo de
sonoridades que o poeta constrói para o
poema; estes recortes geram unidades
melódicas diferenciadas, bem como, no texto
escrito, unidades gráficas que permitem
múltiplas formas de aproveitamento
expressivo.
O TEXTO EM PROSA

pode conter esses jogos de sonoridades, mas


a diferença com relação ao poema
tradicional e ao poema em versos livres
persiste, pelo fato de a prosa representar
uma cadeia fônica progressiva, interrompida
apenas por pausas sintáticas.
Silábico
POEMA
VERSIFICADO OU
METRIFICADO:
OBEDECE A
REGRAS DE
PERIODICIDADE
QUE CONSTITUEM
EM TRÊS EIXOS
RÍTMICOS:
Acentual Fônico
COMPREENDENDO AS LIGAÇÕES...
• Sinalefa: acomodação de elementos vocálicos em uma
só sílaba: É o fogo
É o / fo / go

• Ligação: formação de sílaba interverbal envolvendo


consoante e vogal:
Galhos encurvados
Ga / lho / s en/cur/va dos
VAMOS FAZER A ANÁLISE
ESTRUTURAL
Do Soneto da Fidelidade (Vinícius de Moraes)?
De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento


E em louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure


Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive)


Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure
OBRIGADO
Profa. Cidinha
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

ALVES, Castro. Obra completa. Org. e notas Eugênio Gomes. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1986. p. 98-99

C H O C I A Y , Rogério. Teoria do verso. São P a u l o : E d i t o r a M c G r a w - H i i l d o B r a s i l , 1974.

SOURIAL, Étienne. A correspondência das artes. São Paulo: Cultrix, 1983

FIGUEIREDO, Fidelino de Sousa de. História da crítica literária em Portugal (da Renascença à Atualidade).
Lisboa: Depositarios – Cernadas & Ca., 1910.

MOISÉS, M. A criação literária. 10. Ed. São Paulo: Cultrix, 1982.

SERVIEN, Pius. Esthétique. Paris: Payot, 1953.


SERVIEN, Pius. Les rythmes comme lntroduction physique a Testhétique. Paris: Boivin & Cie . Éditeurs, 1 9 3 0.

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