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IFCE – TIANGUÁ

LETR AS

TEORIA DO VERSO
Aula 03
Profa. Dra. Maria Aparecida Munhoz de
Omena
S U GE S T Õ E S D E T E M A S
PA R A O S S E M I N Á R I O S N 2
• 1) Poesia tradicional & Poesia Moderna
• 2) Poesia na sala de aula
• 3) Poesia como instrumento de formação do
jovem leitor
• 4) Poesia e Outras Artes
• 5) Aspectos estruturais de diferentes formas
poemáticas
• 6) A poesia como Elemento Cultural na Serra da
Ibiapaba
NA AULA PASSADA ,
• Já fizemos os sorteios das apresentações
individuais e dos seminários;
• Compreendemos o Sistema de Correspondência
das Artes segundo Etienne Souriau;
• Pensamos sobre a relação da poesia com as
outras artes;
• Observamos algumas definições de Poesia:
expressão linguística, cujo ritmo é essencial;
geradora de emoções; expressão de verdade.
VAMOS NOS
ENTREGAR À POESIA
O tempo, de mário quintana
Título original
"Seiscentos e Sessenta e Seis".
Foi publicado pela primeira vez na
obra Esconderijos do Tempo, em 1980.
https://www.youtube.com/watch?v=6
u4wJ6DsjcU
ENTENDENDO QUE A
POESIA PROVOCA EMOÇÕES
Quais emoções foram despertadas em vocês?
NÍVEIS DE R ELAÇÃO CO M
O PO EMA

• Podemos entender o poema como


1) objeto de fruição (reações
intelectuais, afetivas e estéticas)
2) Objeto de estudo (uma forma
peculiar de texto linguístico)
1- Sensações
D O PO N TO D E
(visuais / auditivas).
VIS TA DO S
PLANOS DE
EX PR ESSÃO , 2- Emoções e sentimentos.
UM PO EMA
PODE
D ESEN CAD EAR
3. Conhecimentos
DO PONTO DE • 1- Impressionista
VISTA (eu sinto que é assim)
CRÍTICO,
QUAIS • 2- Objetiva

POSTURAS (eu observo, analiso, reflito,


PODEMOS avalio)
ASSUMIR?
O período é
PA R A
COMEÇARMOS A
considerado unidade
PENSAR SOBRE
A POSTURA da expressão prosaica
O B J E T I VA N O
QUE SE REFERE
À FORMA DO
POEMA, É
PRECISO A estrofe é
considerada como
DISTINGUIRMO
S PROSA E
POESIA
unidade do poema.
“Uma estrofe nada mais é do que um
período”, mas realizada do modo
distinto do habitual.

No período, “locuções e sentenças


têm de fluir através de um esquema
NO TA: global prévio”.

As estrofes são compostas por


versos, que “representam unidades
relativamente arbitrárias” (CHOCIAY,
1974, p. 1)
A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando de vê, já é sexta-feira!
Quando se vê, já é natal…
Quando se vê, já terminou o ano…
Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê passaram 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado…
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas…
Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu o amo…
E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo.
Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz.
A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará.

(Mário Quintana → Poeta Moderno (O tempo / Seiscentos e Sessenta e Seis)


É composta por 14 versos.
Por que poderíamos dizer
A ESTROFE DO que os versos “representam
POEMA unidades relativamente
ANTERIOR arbitrárias”?
Os versos que compõem a
estrofe não possuem, por
A ESTROFE DO exemplo, uma única métrica,
POEMA fato que influenciará no
ANTERIOR ritmo.
ENTENDENDO O RITMO

“Ritmo é "todo ritmo pode ser


descrito por meio de
periodicidade leis físicas simples."
percebida"; (Servien, 1953)
1- Se há ritmo, há
O CONCEITO DE
P I U S S E RV I E N
APONTA DOIS
periodicidade
FA T O S
F U N DA M E N TA I S
PA R A A
COMPREENSÃO
DO FENÔMENO 2- O fenômeno rítmico é
RÍTMICO
psicológico, isto é, é uma
forma de percepção.
CONCLUSÃO:
•Na natureza não há ritmo: há fenômenos que obedecem a
padrões periódico; ou, como diz Servien: no fluxo contínuo
e aparentemente caótico dos fenômenos que transcorrem no
tempo detectamos por vezes certa regularidade, certos
padrões de retorno periódico.
• Por exemplo a periodicidade da Lua
https://www.youtube.com/watch?v=N2wTtaJEtNY
NO VERSO:
“Ritmo” é a palavra que empregamos para mencionar essa
percepção de padrões periódicos: o ritmo, portanto, não está no
objeto, mas no sujeito.
Vamos analisar os versos da letra da música Paratodos, de
Chico Buarque, antes vejamos o vídeo
https://www.youtube.com/watch?v=SJSeYOLPnX4
O QUE ENCONTRAMOS COMO PADRÃO
PERIÓDICO NA MÚSICA?
Aquele elemento sonoro que marca o ritmo na música?
O meu pai era paulista
Meu avô, pernambucano
O meu bisavô, mineiro
Meu tataravô, baiano

Se ainda não perceberam, vamos pensar mais um pouco..


O RITMO
• “É elemento vital da linguagem, não é privilégio do poema
versificado,” ocorre também em versos livres e também na prosa,
“pois ele sempre resulta de uma tensão entre um sistema
expressivo e a criatividade verbal de um indivíduo.”
(CHOCIAY, 1974, p. 3)

• versos livres: sem restrições métricas, como ocorre no poema O


tempo, de Mário Quintana.
PELA CONTAGEM FRANCESA SÃO
HEPTASSÍLABOS (PADRÃO AGUDO)

O meu pai era paulista


Meu avô, pernambucano
O meu bisavô, mineiro
Meu tataravô, baiano
Meu maestro soberano
Foi Antonio Brasileiro
PELA CONTAGEM ESPANHOLA SÃO
OCTOSSÍLABOS (PADRÃO GRAVE)

O meu pai era paulista


Meu avô, pernambucano
O meu bisavô, mineiro
Meu tataravô, baiano
Meu maestro soberano
Foi Antonio Brasileiro
VAMOS TENTAR FAZER A
DIVISÃO
Silábica?
Vamos voltar ao slide com a estrofe
EIXO SILÁBICO
1 2 3 4 5 6 7
O | meu | pai | e | ra | pau | lis | ta 7 sílabas
Meu | a | vô |, per | nam | bu |ca | no 7 sílabas
O | meu | bi | sa | vô |, mi | nei | ro 7 sílabas
Meu | ta | ta | ra | vô |, bai| a | no 7 sílabas
Meu | ma | es | tro | so | be | ra | no 7 sílabas
Foi | An | to | nio | Bra | si | lei | ro 7 sílabas
Estrofe constituída por versos redondilhos maiores (7 sílabas)
OS VERSOS MAIS CONHECIDOS

Que possuem uma medida única são


chamados Isométricos
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
• C H O C I A Y , Rogério. Teoria do verso. São P a u l o : E d i t o r a M c G r a w - H i i l d o B r a s i l , 1974.

• SOURIAL, Étienne. A correspondência das artes. São Paulo: Cultrix, 1983

• FIGUEIREDO, Fidelino de Sousa de. História da crítica literária em Portugal (da Renascença à Atualidade).
Lisboa: Depositarios – Cernadas & Ca., 1910.

• MOISÉS, M. A criação literária. 10. Ed. São Paulo: Cultrix, 1982.

• SERVIEN, Pius. Esthétique. Paris: Payot, 1953.


• SERVIEN, Pius. Les rythmes comme lntroduction physique a Testhétique. Paris: Boivin & Cie . Éditeurs, 1 9 3 0.

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