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Alun Nº 1ª série

Após leitura, resolva às questões no próprio documento Word (habilite a edição)


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Caso resolva no caderno, encaminhe as fotos para o WhatsApp – 11 99678-6250

ATIVIDADE 01 _1º ano EM_2B – ENTREGAR ATÉ 10/07/2020 (sexta-feira)


Conteúdo referente à aula de 16/06/2020 - https://www.youtube.com/watch?v=w9-sFQZAsJY

Componente Curricular – Língua Portuguesa – 1º ano do Ensino Médio


Professora Elaine Silva

Poema, Ditado Popular e Provérbio


Objetivo – Conhecimento sobre gênero do texto e antecipação de sentidos a partir de diferentes indícios;

Habilidade – Distinguir marcas do texto literário e estabelecer relação entre ele e seu momento de produção,
tomando como ponto de vista seu contexto histórico, político e social.

Metodologia – Recurso tecnológicos: Videoaula CMSP; Conteúdo e Atividades em Word (editor de texto); Acesso às
tarefas e feedback através do Google Classroom, Blog e WhasApp.

Bibliografia - Livro Didático – 1º ano do Ensino Médio - ”Se liga na língua” (Wilton Ormundo, Cristiane Siniscalchi –
Editora Moderna. São Paulo. 2016.) – pg 34 a 41, apostila do Aluno – volume II. – pg. 107 à 110.

Fontes Virtuais/Referências –
https://novaescola.org.br/conteudo/200/qual-a-diferenca-entre-poema-poesia-e-soneto);
https://escolaeducacao.com.br/verso-e-estrofe/;
https://www.letras.mus.br/belchior/44451/;
https://alunosonline.uol.com.br/portugues/metrica-como-contar-as-silabas-poeticas.html.

1. Parte - Poemas
Para começo de conversa - Você gosta de poemas? Já escreveu algum? Os poetas combinam palavras e
exploram sons, imagens, ideias e sensações para expressar sentimentos.

Vejamos a seguir, algumas composições, observe se leu ou ouviu alguma delas, e, considere se todas podem ser
classificadas como poema.

O texto a seguir é uma forma de composição poética que tem origem japonesa e é chamada haicai*. Foi escrito pelo
poeta gaúcho Mario Quintana.

Haicai Clássico – características


 É composto de 17 sílabas (veja pág. 38 de seu livro didático – sílaba métrica ou poética), ao todo, dividida
em três versos. A métrica de cada verso é geralmente, de 5, 7 e 5 sílabas, respectivamente;
 Faz alguma referência à natureza;
 Está ligado a um evento particular (nunca geral) que está acontecendo no momento presente (nunca no
passado).
. Leitura.
Silenciosamente
Sem um cacarejo
A noite põe o ovo da lua...
Quintana, Mario. Haikai. In.:CARVALHAL, Tania Franco (Org.). Mario Quintana; poesia completa, a cor do invisível. RJ. Nova Aguilar, 2005.p.861.

. Reflexão – (Responda)
1. Segundo o escritor francês Paul Louis Bouchard, o haicai é “um simples quadro de três pinceladas”. Em sua
opinião, o poema de Mario de Andrade está de acordo com essa definição? Justifique:

2. Pelo fato de o poema ser bem curto, o leitor fica com a sensação de que falta algo nele? Justifique sua resposta
com base no texto.

O poema de Quintana, embora sucinto, forma um todo coeso (apresenta um sentido). Além dessa unidade de
sentido (conteúdo), ele mantém unidade de forma: a sonoridade, a disposição e a extensão dos versos, a pontuação
– todos os recursos foram explorados de modo a provocar uma impressão única no leitor e a expressar
emotivamente a percepção de um “eu” (eu-lírico) sobre o nascer da lua.

O Eu lírico, Sujeito Lírico ou Eu poético é um conceito que designa a voz que se manifesta na poesia.
Criada pelo poeta, essa voz apresenta as reflexões, sentimentos, sensações e emoções de um sujeito fictício que
discursa em primeira pessoa (Eu).

Existe diferença entre poema, poesia e soneto?


POR:Gabriela Portilho, Bruna Nicolielo (fonte: https://novaescola.org.br/conteudo/200/qual-a-diferenca-entre-
poema-poesia-e-soneto)

01 de Dezembro | 2011

No sentido etimológico, poesia vem do grego poiesis, que pode ser traduzido como a atividade de produção artística
ou a de criar ou fazer. Com base nisso, a poesia pode não estar só no poema, mas também em paisagens e objetos.
Trata-se, enfim, de uma definição mais ampla, que abarca outras formas de expressão, além da escrita.

Já o poema também é uma obra de poesia, mas que usa palavras como matéria-prima. Na prática, porém,
convencionou-se dizer que tanto o poema quanto a poesia são textos feitos em versos, que são as linhas que
constituem uma obra desse gênero.

Por fim, o soneto é um poema de forma fixa. Tem quatro estrofes, sendo que as duas primeiras se constituem de
quatro versos, cada uma, os quartetos, e as duas últimas de três versos, cada uma, os tercetos. Todos eles têm dez
sílabas poéticas, classificando-se como decassílabos. Os sonetos costumam ter uma estrutura semelhante. O texto
começa com uma introdução, que apresenta o tema, seguida de um desenvolvimento das ideias e termina com uma
conclusão, que aparece no último terceto. Essa é, em geral, a estrofe decodificadora de seu significado.

Consultoria Claudio Bazzoni, assessor da prefeitura de São Paulo e selecionador do Prêmio Victor Civita - Educador
Nota 10.

Poema é literatura

O que é o amor? Os versos a seguir foram escritos no século XVI em forma soneto, por Camões (1525?-1580), poeta
português, e são uma tentativa de responder a essa pergunta bastante complexa. Leia-o, se possível, em voz alta.
. Leitura.
Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói, e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;


É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É um cuidar que se ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade;


É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata, lealdade.

Mas como causar pode seu favor


Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
CAMÕES, Luís de. In: SALGADO JUNIOR, Antônio (Org.). Luís de Camões: obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar,
2008. p. 270.
. Reflexão – (Responda)
1. No poema o eu-lírico tenta defender o amor. Qual é a principal característica desse sentimento, de acordo com a
definição apresentada?

2. Em grande parte dos versos, repete-se a forma verbal “É”. Que efeito tem essa repetição no sentido do poema?

O recurso estilístico da repetição chama-se anáfora, figura de linguagem que consiste na repetição de uma palavra
ou construção no início de frases ou versos, com a intenção de enfatizar uma ideia ou provocar outros efeitos
estilísticos.

3. Para definir o amor, Camões usou uma figura de linguagem que consiste em associar palavras ou expressões de
significados contraditórios.
a) Pesquise (pg. 314 a 322 do livro didático) – que figura de linguagem é utilizada para esse efeito? Retire
exemplos do poema.

b) Qual a importância do uso dessa figura para a construção dos sentidos do poema?

4. E para você: o que é o amor? Arrisque uma definição poética (produza um pequeno poema) para esse
sentimento. Lembre-se, não há certo ou errado aqui. (No poema, podemos utilizar as palavras em sua concepção
usual (sentido literal da palavra) ou no seu sentido figurado, ou ainda, extrapolando todos os sentidos e dando
um novo significado a ela.)
Principais características do poema
Não existe receita para criar um poema. Sabemos de antemão, que o poema, independentemente do tipo,
traz em si alguns aspectos gerais, tais como, versos, estrofes, rimas, polissemias, além de outros recursos linguísticos,
como as figuras de linguagem (metáfora, sinestesia, paradoxo, hipérbole, entre outros, mas não significa que o poeta
tenha de atender a todos eles, a menos que queira seguir um estilo específico.
No entanto, convêm conhecer alguns elementos desse gênero textual utilizado pelos poetas.

. Verso e estrofe
Verso* é cada uma das linhas melódicas interrompidas que constituem um poema, quando este não está
escrito em prosa (parágrafos). Um conjunto de versos forma uma estrofe* ou estância. Na poesia moderna, não há
uma regra fixa para a divisão de uma estrofe – em geral, os versos que a compõem partilham relações de sentido e
estão organizados em torno de uma ideia. É o que podemos ver no poema a seguir, de Patativa do Assaré.

O que mais dói

O que mais dói não é sofrer saudade.............................1º verso


Do amor querido que se encontra ausente....................2º verso
Nem a lembrança que o coração sente
Dos belos sonhos da primeira idade.
Não é também a dura crueldade
Do falso amigo, quando engana a gente,
Nem os martírios de uma dor latente,
Quando a moléstia o nosso corpo invade. estrofe
O que mais dói e o peito nos oprime,
E nos revolta mais que o próprio crime,
Não é perder da posição um grau.
É ver os votos de um país inteiro,
Desde o praciano ao camponês roceiro,
Pra eleger um presidente mau.

. Reflexão – (Responda)
1. Quantos versos formam a estrofe do poema apresentado?

2. Observe que eles formam uma unidade que se desenvolve em torno de uma ideia, um assunto. Que ideia é
apresentada na estrofe, como um todo?
*Para ampliar os estudos sobre verso e estrofe, visite https://escolaeducacao.com.br/verso-e-estrofe/.

. Ritmo, métrica e rima


Observe o texto abaixo:

Como nosso pais


https://www.youtube.com/watch?v=4CnDmBa4P6o
Pitty - Regravação de Belchior (1976)

Não quero lhe falar meu grande amor


Das coisas que aprendi nos discos
Quero lhe contar como eu vivi
E tudo o que aconteceu comigo
Viver é melhor que sonhar
Eu sei que o amor é uma coisa boa
Mas também sei
Que qualquer canto é menor do que a vida
De qualquer pessoa

Por isso cuidado meu bem


Há perigo na esquina
Eles venceram e o sinal
Está fechado pra nós
Que somos jovens...

Para abraçar seu irmão


E beijar sua menina, na lua
É que se fez o seu braço,
O seu lábio e a sua voz...

Você me pergunta pela minha paixão


Digo que estou encantada como uma nova invenção
Eu vou ficar nesta cidade não vou voltar pro sertão
Pois vejo vir vindo no vento cheiro da nova estação
Eu sei de tudo na ferida viva do meu coração...

Já faz tempo eu vi você na rua


Cabelo ao vento, gente jovem reunida
Na parede da memória essa lembrança
É o quadro que dói mais...
Minha dor é perceber
Que apesar de termos feito tudo o que fizemos
Ainda somos os mesmos e vivemos
Ainda somos os mesmos e vivemos
Como os nossos pais...
Nossos ídolos ainda são os mesmos
E as aparências não enganam não
Você diz que depois deles não apareceu mais ninguém
Você pode até dizer que eu tô por fora
Ou então que eu tô inventando...

Mas é você que ama o passado e que não vê


É você que ama o passado e que não vê
Que o novo sempre vem...

Hoje eu sei que quem me deu a ideia


De uma nova consciência e juventude
Tá em casa, guardado por Deus
Contando vil metal...

Minha dor é perceber que apesar de termos


Feito tudo, tudo, tudo o que fizemos
Nós ainda somos os mesmos e vivemos
Ainda somos os mesmos e vivemos
Ainda somos os mesmos e vivemos
Como os nossos pais...

Composição: Belchior.

Fonte: https://www.letras.mus.br/belchior/44451/

Reflexão – (Responda)
1. Já ouviu essa música anteriormente? Compare agora a interpretação da Pitty com a da Elis Regina, sua intérprete
mais famosa - https://www.youtube.com/watch?v=2qqN4cEpPCw . Qual achou mais contundente (forte,
convincente)?

2. Esse poema-canção foi feito por Belchior em um período muito específico da história sociopolítica brasileira, a
ditadura, o que ele transmite a você, sobre o que parece falar?

Durante a leitura dos poemas, inclusive deste, você talvez tenha notado que eles são formados por uma
combinação de sons que obedecem a uma certa regularidade. O efeito resultante da distribuição alternada de sílabas
fracas (átonas) e fortes (tônicas) que compõem os versos do poema denomina-se ritmo. Curtos ou longos, não há
poemas sem ritmo, sendo considerado por alguns como, a alma do poema.

Por muitos séculos, a arte de fazer poemas consistia em escrevê-los dentro de certas normas, como por
exemplo, com versos de mesma medida. A medida de um verso corresponde ao número de sílabas métricas ou
poéticas que ele apresenta.
Chama-se de escansão a técnica de decompor um verso em sílabas métricas. (Para estender seus estudos, consulte a
pág. 38 e 39 do seu livro didático, ou acesse https://alunosonline.uol.com.br/portugues/metrica-como-contar-as-
silabas-poeticas.html.

Já as semelhanças sonoras entre as terminações das palavras são denominadas rimas. Quando elas ocorrem
no fim dos versos como no soneto camoniano, são chamadas de rimas externas e, quando ocorrem no interior dos
versos, ao exemplo da musica de Belchior, são chamadas de rimas internas. Há, porém, poemas nos quais não
notamos a presença de rimas, são denominados versos brancos, como no haicai de Mario Quintana. Veja os
exemplos abaixo:

“Amor é fogo que arde sem se ver;


É ferida que dói, e não se sente;
É um contentamento descontente;..........rimas externas
É dor que desatina sem doer.” (Camões)

“(...)Já faz tempo eu vi você na rua


Cabelo ao vento, gente jovem reunida.........rimas internas
Na parede da memória essa lembrança
É o quadro que dói mais...”(Belchior)

“Silenciosamente
Sem um cacarejo
A noite põe o ovo da lua...” (Quintana).........versos brancos

Finalizando esta parte, vimos ao longo desse estudo que, o poema, dentre as suas principais características,
tem a função de exprimir as impressões e sentimentos do eu-lírico sobre sua época, sobre o momento em que vive;
sendo assim, pode expressar tanto seus anseios, quanto suas alegrias, amores, medos, pensamentos, visões críticas
sobre assuntos os mais variados, enfim - o poema é a livre expressão do poeta sobre o seu mundo.

Reflexão – (Responda)
1. Dentre todos os textos estudados, qual chamou mais a sua atenção e por qual motivo? Que mensagem ele traz?

***IMPORTANTE***Atividade manuscrita:
Enviar através de foto para o WhatsApp – 11 99678-6250 ou email: elainessilva@prof.educacao.sp.gov.br

Para a finalização dessa etapa, conforme solicitado no CMSP, você pesquisará alguns poemas e selecionará um, de
sua preferência, transcrevendo-o para uma folha de sulfite ou papel desenho (ou qualquer outra, sem linhas) –
observe em sua pesquisa os seguintes itens:
 nome do autor;
 livro e página da qual foi retirado o poema;
 título;
 transcrição do poema (escreva o poema) e, logo abaixo dele, sua impressão sobre a mensagem presente no
poema (qual o assunto contido nele?);
 gravura ilustrando o seu texto (impressa ou desenhada, preferencialmente);
 letra legível (caneta preta ou azul);
 atenção para a ortografia.

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