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Introdução
Este trabalho é da cadeira de Literatura Africana da Língua Portuguesa, 3º ano do
curso de Licenciatura em ensino da Língua Portuguesa, cujo tema é A Revista Certeza
Neo-realismo Cabo-Verdiano. Neste de sentido o trabalho tem como objectivo geral
Conhecer a Revista Certeza.
Ali viveu durante 6 anos. Assistindo a uma longa estiagem que provocou milhares de
mortos e marcou decisivamente. Casou se com Orlanda Amarilis, futura escritora, tendo
um filho mais velho no arquipélago. Manuel Ferreira acabaria por se tornar um escritor
e, entre 1974 e o momento actual. Após a sua morte em 1992 no maior especialista das
Literaturas Africanas de Língua Portuguesa. Pires & Mata. (1995,p.214)
A Geração da Certeza surge, como vinha sendo hábito, à volta de uma revista com o
mesmo nome - revista Certeza - em 1944. Desde cedo, passou a destacar-se pela
profunda preocupação com a perspectiva social.
Os homens que constituem esta Geração da Certeza marcam uma diferença no modo de
fazer literatura em Cabo Verde pelas problemáticas que decidem vincar e dar voz:
interessava focar o grande problema do isolamento das ilhas, do próprio arquipélago
entre si, que, pela falta de comunicação fácil e rápida, impedia que a informação e o
conhecimento passassem de ilha para ilha, e das ilhas para o resto do mundo.
O grupo fundou a Revista Certeza em 1944. Que saíram dois números chegando um
terceiro a ser impresso mas logo proibido pela censura. Para além de Manuel Ferreira
integravam o grupo em Cabo Verde como: Arnaldo Franca, Guilherme, Orlanda
Amarilis, entre outros. Pires & Mata (1995:214)
Mamãe!
Serão nossas.
Logo no ano seguinte da publicação da revista. Jaime Figueiredo. Que estivera ligado ao
impulso inicial da Claridade.Escreveria um texto radiofónico de apreciação não
inteiramente favorável ao livro de poemas de longe. A revista abria com um poema de
Nuno Miranda efectivamente menos significados do que o de António Nunes.
Segundo Ferreira (1985,p.269) considera que a Certeza não se preocupou com as raízes
crioulas do arquipélago (língua e cultura Crioulas) sintonizando antes com a ideologia
subjacente ao Neo-realismo e, portanto, como que preocupando-se com o genérico
homem dominado. Ora foi precisamente o poeta António Nunes que no texto de
apreciação ao seu livro se fixou no “tipismo da temática Crioula”, decerto por se
encontrar longe da terra e esse fundo cultural popular se ajustar a necessidade de criar
uma atmosfera insular. O que estava fora incidia o olhar sobre o íntimo cultural; os que
estavam dentro porque eram demasiados jovens, alheavam-se por desconhecimento da
realidade etno-cultural visando a universalização da denúncia sem todavia chegarem a
um estádio de desenvolvimento capaz de operar uma síntese radicalmente inovadora.
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Ferreira diz ainda que a Certeza “ não formou um grande poeta da literatura Cabo -
Verdiana”.
O romance Faminto 1962 escrito nos anos 40 enquadra-se nos pressupostos do Neo-
realismo tal como de certo modo na denúncia de situações e nas revindicações de uma
identidade. O livro de poemas Clima 1963, saídosambos no Brasil. Este ultimocontem
evocações da pertença ao mundo negro e do apelo crioulista, o que torna um texto
híbrido, no cruzamento de múltiplas vias: Neo-realismo, Negritude, Crioulidade.
Ferreira citado por Pire &Mata (1995:215) aponta como pecha maior do Romance o
verbalismo nas falas das personagens que interfere com o equilíbrio da estrutura e a
“autenticidade”. Todavia taxando-se de “documento generoso e libelo acusatório”. De
facto escrito numa linguagem perceptível a qualquer leitor, sem preciosismo
barroquizantes ou nefelibatas, é assumido pelo autor (que viu proibido pela Censura
Brasileira) como testemunho Ficcional a partir de muitos casos vividos por ele próprio
ou de que tomou conhecimento através dos protagonistas.
Todos os responsáveis deste “programa Indicador” como lhe chamou Ferreira, saíram
cedo de Arquipélago, tal como Romano Teixeira nos textos acabam por não realizar as
intenções de revalorização da cultura afro-cabo-verdiana, senão pontualmente, mas sem
grande expressão.
Onésimo Silveira, com Hora Grande de 1962 publicado no Huambo (Angola) procura
representar o drama da migração do povo Cabor-verdiano, dos contratados (em poema)
do retornado da América que alimenta a fome real dos filhos com história “ de sereias e
farturas”.
O poema que do título ao livro “hora grande” retoma a recusa da obsessão do mar como
motivo de lirismo e maravilhoso, pregando o retorno ao telurismo e o abandono do
talassoricismo:
“O mar sairá/Das nossas Ilhas, o mar ira para o mar/E limpos finalmente do lodo das
algas/ e libertos do sal do nosso sorriso de enteados/seremos frutos de Nos
mesmo/Nascendo da barriga negra da terra”.
Num dos três poemas “Redenção” do 1º livro incluía uma narrativa “ toda agente fala
sim Senhor! De 1960 escrito em São Tome e publicado por Imbondeiro (de Sá da
Bandeira), já estavam acoplados os motivos do povo, da dança de origem africana, da
chuva e da cor de pele, além da escrita em crioulo:
Tudo niguépláGamboá
Ao rompe da manha
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Pedirei
Suplicarei
Chorarei
Atirar-me-ei ao chão
Gritarei
Berrarei
Matarei
No livro Gritarei Berrarei Matarei- Não vou para pasargádalançada em 1973. A segunda
parte intitulada (caminho da perdição) é composta por dez poemas dedicados ao tema
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Conclusão
Surge a revista Certeza (1944) e, a partir daí, os poetas bradam "o ficar para resistir. A
Geração da Certeza surge, como vinha sendo hábito, à volta de uma revista com o
mesmo nome - revista Certeza - em 1944. Desde cedo, passou a destacar-se pela pr O
isolamento total constrange e atrofia a alma daquele povo. No seguimento desta grande
temática que envolve a vida em Cabo Verde, desencadeia-se a denúncia e o lamento de
outras situações que, consequentemente, abatem a imagem global daquela terra: a falta
de trabalho, a sequente prostituição (que, dadas as circunstâncias, é de profunda
preocupação com a perspectiva social.
Todavia havia que dar voz a uma outra característica do povo cabo-verdiano e que
jamais esmoreceria, por pior que fosse a sua situação.
Bibliografia
COVANE.L.A (2016). Literaturas Africanas em Língua Portuguesa I. Beira.
Índice
Introdução......................................................................................................................3
Conclusão.....................................................................................................................13
Bibliografia..................................................................................................................14