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INTEGRANTES DO GRUPO

1. Katusevanako vanza
2. Marlon Tomé
3. Dádiva António
4. Julio Vigário
5. Aquiles Miranda
6. Kiavuako Afonso
Sumário

INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 3
DESENVOLVIMENTO ................................................................................................................. 4
CONCLUSÃO ................................................................................................................................ 7
AGRADECIMENTO ...................................................................................................................... 8
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................................ 9
INTRODUÇÃO

A história de são tomé e príncipe é um tanto quanto similar à de cabo verde, pelo seu carácter
insular. Nos dois territórios verificam-se o chamado fenómeno da crioulização. No campo literário
são-tomense, é a partir de caetano da costa alegre que a literatura começa a afirmar-se, porém só
com francisco josé tenreiro a literatura são-tomense se solidifica. Uma das temáticas cultivada na
produção literária daquele arquipélago é o denominado ciclo da roça.
DESENVOLVIMENTO

Falando propriamente sobre a produção literária do arquipélago são-tomense, Manuel Ferreira


aponta a obra poética Equatoriaes, 1896, do escritor português Almada Negreiro como a mais
antiga obra literária relacionada com o arquipélago de São Tomé e Príncipe, ao mesmo tempo que
afirmava que a obra de Alexandre Pinheiro Torres A Terra de meu pai, 1972, era a mais recente,
até à época.

Dentro do chamado ciclo da roça, Hamilton realça as obras Maiá Póçon, 1937, de Viana de
Almeida, um “filho-da-terra”, mestiço; Roça, 1960, de Fernando Reis, um português do Ribatejo,
mas com longos anos de residência em São Tomé; A Estufa, 1964, de Luís Cajão, um romance
sobre os contratados na segunda ilha de Príncipe

A narrativa relativa à roça, segundo Hamilton, apresenta uma perspectiva idílica e uma ideologia
muito próxima ao regionalismo romântico.

Segundo escreve Inocência Mata, Será, porém, com Caetano da Costa Alegre, falecido em 1890,
e cujos versos haviam sido publicados dispersamente nos últimos anos do século XIX,
designadamente no Almanach de Lembranças Luso-Brasileiro, que as manifestações literárias são-
tomense começam a delinear-se como sistema.

Hamilton defende que Caetano da Costa Alegre tem a distinção de ser o primeiro poeta importante
de São Tomé e Príncipe. Manuel Ferreira acresce: Consideramo-lo o caso mais evidente
de negrismo da literatura africana de expressão portuguesa.

O negrismo na obra poética de Costa Alegre, na perspectiva de Ferreira, é a expressão de uma


alienação do autor diante da forte carga racista da sua época. Costa alegre Exprime a situação
desencantada do homem negro numa cidade europeia, neste caso Lisboa. Versos é, porventura, a
mais acabada confissão que se conhece, quiçá mesmo nas outras literaturas africanas de expressão
europeia, do negro alienado. Costa Alegre, não se dando conta (impossível, diríamos, no século
XIX e no tempo cultural e político da área lusófona) das contradições que o bloqueavam, faz-se
cativo da sua condição de humilhado.

O poeta produz uma poesia influenciada pelo racismo de que era vítima. Por ser negro e viver
numa sociedade com um elevado índice de racismo, o poeta forja, na sua poesia, temas de índole
rácica como argumentos de defesa. Alfredo Margarido, citado por Hamilton, diz que A obra
poética de Costa Alegre é escrita num dos momentos mais críticos da evolução social do
arquipélago, quando de uma economia ainda com fundamentos esclavagistas e feudais, se transita,
de forma muitas vezes violenta, para uma economia de tipo capitalista, com base no latifúndio e
na monocultura, onde as culturas ricas do cacau e do café punham termo à vida limitada, embora
folgada, dos filhos-da-terra que, durante quase três séculos, tinham governado o arquipélago”.

Noventa e seis dos poemas de Costa Alegre foram publicados após a sua morte por Artur da Cruz
Magalhães, em 1916, com o título de Versos. Segundo Manuel Ferreira, Versos fica como o
primeiro e único texto onde o problema da cor da pele actua como motivo e de uma forma
obsessivamente dramática. Conforme comenta Inocência Mata, é uma obra que já indica uma
incipiente percepção das diferenças rácicas, estruturada em metáforas antitéticas, com uma
dimensão auto-contemplativa e de pendor nativista (pela valorização da cor negra).

Sem sombra de dúvidas, Costa Alegre marca o início de uma produção literária tipicamente são-
tomense. Apesar do seu pouco tempo de vida, o seu legado mantém-se estável na literatura de São
Tomé.

Tenreiro ganha destaque por ser o primeiro escritor da África lusófona a cultivar a negritude na
sua criação literária. Se o negrismo de Costa Alegre era a expressão de submissão do negro ao
racismo, a negritude surge no sentido oposto, ou seja, trata-se da valorização e exaltação dos
valores e, sobretudo, do homem negro.
“Há uma distância solar, como se vê, entre a humilhação da Costa Alegre e a glorificação dos
valores culturais africanos por parte de Francisco Tenreiro que obviamente corresponde à
amplitude consciencializadora que vai do século XIX ao século XX”. Apesar da sua condição de
mestiço, ou seja, com a possibilidade de se rever, ao mesmo tempo, do lado africano e europeu,
Tenreiro não esquecia a sua origem africana.

De acordo com Manuel Ferreira, Tenreiro apresentava atitudes diferentes quando agia ou como
poeta da negritude ou como mestiço. Apresentava poemas longos de versos longos para
a negritude e poemas curtos de versos curtos enquanto mestiço.

Inocência Mata afirma que foi uma das figuras proeminentes entre os jovens estudantes africanos
em Lisboa, todos eles exilados geográfica, psicológica ou culturalmente, que darão um novo
impulso à dinâmica cultural estudantil com o delinear de um plano de conferências e discussões
de vária ordem sobre questões africanas a realizar no Centro.

O título Ilha de Nome Santo, o subtítulo Novo Cancioneiro e as secções do volume, Romanceiro,
Ciclo do álcool, 3 Poemas Soltos e Cancioneiro, apontam, com certa ironia, uma perspectiva
destinada a pôr em questão aspectos da experiência colonial e a elevar a crioulidade são tomense.
CONCLUSÃO

Se Costa Alegre lança praticamente os fundamentos da literatura de São Tomé, é com Francisco
José Tenreiro que esta se solidifica, com a publicação da obra Ilha de Nome Santo em 1942: uma
colecção de poemas escritos na sua juventude. É pacífica a ideia de que os fundamentos
irrecusáveis da literatura são-tomense começam a definir-se com precisão em 1942, com Ilha de
nome santo, de Francisco José Tenreiro. Nos dizeres de Manuel Ferreira, é também são-tomense
o poeta que primeiro, em língua portuguesa, chamou a si a expressão da negritude. Trata-se de
Francisco José Tenreiro (1921- 1966), que irá assumir uma posição inversa à de Costa Alegre.
AGRADECIMENTO

Agradeçemos aos nossos encarregados e todos os professores e amigos pelo carinho e ajuda
dispensados. Em especial agradecemos a DEUS que nos concedeu durante esse todo periodo
força e perseverança para o desenvolvimento deste trabalho.
BIBLIOGRAFIA

1. FERREIRA, Manuel. Literaturas Africanas de Expressão Portuguesa – I. Instituto


de Cultura Portuguesa. Lisboa. 1977. (edição electrónica)
2. HAMILTON, Russell. Literatura Africana – Literatura Necessária II – Moçambique,
Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe. Edições 70. Lisboa. 1984.
3. LARANJEIRA, Pires. Literaturas Africanas de Expressão Portuguesa.
Universidade Aberta. Lisboa.1995.
4. PAZ, Olegário; MONIZ, Olegário. Dicionário breve de termos literários. 2ª ed.
Editorial Presença. Lisboa. 2004.

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