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ESCOLA ESTADUAL PROFESSORA EDELI

MANTOVANI

ANDREY, THIGO, MURILO, CALISTON, ERIC, JOÃO


3º ANO G

MODERNISMO EM PORTUGAL

Sinop – MT
Outono de 2023
MODERNISMO EM PORTUGAL

1.MODERNISMO
O modernismo é um estilo de época surgido no início do século XX, em um
contexto de tensão política entre as grandes potências europeias, o que levou a
duas guerras mundiais. Nesse período, ocorreram também descobertas e
inovações tecno científicas que passaram a caracterizar a vida moderna. O
movimento moderno se iniciou na primeira década do século XX, a princípio na
Europa, chegando posteriormente ao Brasil por volta dos anos 20.O Modernismo
trouxe à tona a necessidade de adaptar as novas produções artísticas à
realidade da época. As transformações pelas quais a sociedade havia passado
não permitiam que as artes plásticas, literatura, design e a música, por exemplo,
fossem feitas da mesma forma.
1.2 MODERNISMO EM PORTUGAL
O modernismo português desenvolveu-se desde o início do século XX até o
final do Estado Novo, na década de 1970. Trata-se de um período amplo, no
qual três vertentes são muito importantes: o Orfismo, o Presencismo e o
Neorrealismo, cada um com características marcantes e de grande influência.
O nome Orfismo está vinculado aos escritores ligados à revista Orpheu,
responsável por levar para Portugal às discussões culturais da Europa, um
continente imerso na eclosão da Primeira Guerra Mundial, em 1914. Os
intelectuais ligados à publicação buscavam deixar de lado o então acanhado
meio cultural português, voltando-se para um mundo novo, regido pela
velocidade, pela técnica, pelas máquinas e por infinitas possibilidades de visão
do mundo. A revista, embora influente no meio literário, teve apenas dois
números em março e junho de 1915. Os destaques eram Mario de Sá-Carneio,
Almada Negreiros e Fernando Pessoa. A contestação da literatura tradicional
trouxe escândalo, incompreensão da crítica conservadora e insucesso
financeiro, que levou a publicação à falência. Um segundo momento foi o
Presencismo. O nome vem da revista Presença, “Folha de arte e crítica”,
fundada em 1927, em Coimbra, por Branquinho da Fonseca, João Gaspar
Simões e José Régio. Reuniu aqueles que não participaram do Orfismo e
buscou aprofundar discussões sobre teoria da literatura e sobre novas formas
de expressão. Com dificuldade, conseguiu se manter até 1940. A influência das
ideias da psicanálise freudiana foi grande no sentido de reforçar os universos
da individualidade criativa, da análise psicológica e da intuição. O
Neorrealismo, já na década de 1940, caracteriza-se pelo combate ao fascismo
e defende a literatura como uma forma de crítica e denúncia social com uma
postura combativa e reformadora, a serviço da sociedade. Seu nome provém
do diálogo com a literatura brasileira, principalmente com escritores como
Jorge Amado e Graciliano Ramos, justamente pela proposta de trazer um

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alerta contra a exploração do homem pelo seu semelhante. O socialismo
marxista é a ideologia utilizada para combater a opressão. Ferreira de Castro é
um exemplo. Nele reduz-se o intelectualismo e a psicologia em nome da
análise de problemas de natureza social, mesma trilha de Alves Redol, Manuel
da Fonseca e José Gomes Pereira, entre outros. Portanto, desde o marco
inicial, a publicação da revista Orpheu, em 1915, influenciada pelas grandes
correntes estéticas europeias, como o Futurismo e o Expressionismo, ao neo-
realismo, houve uma alteração de percurso. Passou-se de uma poesia mais
complexa e de difícil acesso ao engajamento explícito dos neorrealistas. Em
comum, porém, está a busca de um rompimento com o passado e uma visão
crítica, demolidora e irreverente da arte, da política e da cultura portuguesas.

2.PRINCIPAIS POETAS NO MODERNISMO


Mário de Sá-Carneiro foi um poeta, contista e ficcionista português, um dos
grandes expoentes do modernismo em Portugal e um dos mais reputados
membros da Geração d’Orpheu. Nascimento: 19 de maio de 1890, Lisboa,
Portugal.
Falecimento: 26 de abril de 1916, Paris, França;
Formação: Sorbonne;
Gênero literário: Modernismo;
Magnum opus: Céu em Fogo;
Morte: 26 de abril de 1916 (25 anos); Hotel de Nice, Paris, França Mário de Sá-
Carneiro, carta para Fernando Pessoa, 31 de março de 1916. Sua obra literária
é composta pelos livros Princípio (novelas – 1912), Memórias de Paris
(coletânea de memórias – 1913), A Confissão de Lúcio (romance – 1914),
Dispersão (poesia – 1914) e o último publicado em vida, Céu em Fogo (novelas
– 1915). Publicada em 1912, Amizade, é a primeira peça que escreve. Mário de
Sá-Carneiro divide a autoria desta obra com Tomás Cabreira Júnior, seu
colega do Liceu Camões em Lisboa. O fato de hoje podermos ler esta peça
deve-se a um acaso. Dos dois colegas e autores da peça Amizade, Tomás
Cabreira Júnior era o único dos dois que tinha os manuscritos. Por qualquer
motivo era Sá-Carneiro quem os tinha consigo aquando do suicídio de Tomás
Cabreira Júnior, que antes de cometer tal ato destruiu toda a sua obra.
Princípio (1912)
No ano de 1912, o autor dá à estampa um conjunto de novelas que reúne sob
o título Princípio.
A Confissão de Lúcio (1914)
Inaugurando um estilo até então em si desconhecido, o romance, Mário de Sá-
Carneiro publica, em 1914,[11] A Confissão de Lúcio. A temática desta obra
gira em torno do fantástico e é um óptimo espelho da época de vanguarda que
foi o modernismo português.

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Dispersão (1914)
O ano de 1913 veio a revelar-se de uma pujança criativa inigualável. Não só
variou dentro da prosa, como apresenta ao público a sua primeira obra de
poesia: Dispersão. Esta obra é composta por doze poemas e a sua primeira
edição foi revista quer pelo autor quer pelo seu grande amigo, e também poeta,
Fernando Pessoa.
Céu em Fogo (1915)
Em 1915, volta a reunir novelas, mais precisamente oito, num volume a que dá
o título de Céu em Fogo.[12] Estas novelas revelam igualmente as mesmas
perturbações e obsessões que já a sua poesia expressava.

2.1 TRECHO DO POEMA DISPERÇÃO DE MARIO DE SÁ-CARNEIRO

“Perdi-me dentro de mim


Porque eu era labirinto
E hoje, quando me sinto,
É com saudades de mim. Mário de Sá-Carneiro”

Fernando António Nogueira Pessoa foi um poeta, filósofo, dramaturgo,


ensaísta, tradutor, publicitário, astrólogo, inventor, empresário, correspondente
comercial, crítico literário e comentarista político português. Fernando Pessoa é
o mais universal poeta português. Wikipédia
Nascimento: 13 de junho de 1888, Lisboa, Portugal;
Falecimento: 30 de novembro de 1935, Lisboa, Portugal;
Irmãos: Jorge Nogueira de Seabra Pessoa, Maria Clara Rosa, Luís Miguel
Nogueira Rosa;
Influenciado por: Luís de Camões, William Shakespeare, Edgar Allan Poe, Walt
Whitman;
Pais: Joaquim de Seabra Pessoa, Maria Madalena Pinheiro Nogueira;
Peças: Ode marítima;
Fernando Pessoa é o mais universal poeta português. Por ter sido educado
na África do Sul, numa escola católica irlandesa de Durban, chegou a ter maior
familiaridade com o idioma inglês do que com o português ao escrever os seus
primeiros poemas nesse idioma. O crítico literário Harold Bloom considerou
Pessoa como “Whitman renascido”, e o incluiu no seu cânone entre os 26
melhores escritores da civilização ocidental, não apenas da literatura
portuguesa, mas também da inglesa.
Das quatro obras que publicou em vida, três são na língua inglesa e apenas
uma em língua portuguesa, intitulada Mensagem. Fernando Pessoa traduziu
várias obras em inglês (e.g., de Shakespeare e Edgar Allan Poe) para o

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português, e obras portuguesas (nomeadamente de António Botto e Almada
Negreiros) para o inglês e francês.
Enquanto poeta, escreveu sob diversas personalidades – a que ele próprio
chamou heterónimos, como Ricardo Reis, Álvaro de Campos e Alberto
Caeiro –, sendo estes últimos objeto da maior parte dos estudos sobre a sua
vida e obra. Robert Hass, poeta americano, diz: “outros modernistas
como Yeats, Pound, Eliot inventaram máscaras pelas quais falavam
ocasionalmente… Pessoa inventava poetas inteiros”. Buscou também
inspirações nas obras dos poetas William Wordsworth, James Joyce e Walt
Whitman.

2.2 TRECHO DO POEMA TABACO DE FERNANDO PESSOA

“Cem mil cérebros se concebem em sonho gênios como eu, E a história não
marcará, quem sabe? nem um, nem haverá senão estrume de tantas
conquistas futuras.”
Obra Edita de Alberto Caeiro
Trecho 2:

O meu olhar é nítido como um girassol.

Tenho o costume de andar pelas estradas

Olhando para a direita e para a esquerda, E de vez em quando olhando para


trás...

E o que vejo a cada momento

É aquilo que nunca antes eu tinha visto, E eu sei dar por isso muito bem...

Sei ter o pasmo essencial Que tem uma criança se, ao nascer, Reparasse que
nascera deveras... Sinto-me nascido a cada momento Para a eterna novidade
do Mundo... Creio no mundo como num malmequer, Porque o vejo. Mas não
penso nele Porque pensar é não compreender... O Mundo não se fez para
pensarmos nele (Pensar é estar doente dos olhos) Mas para olharmos para ele
e estarmos
de acordo...

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Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba
O que ela é
Mas porque a amo, e amo-a por isso, Porque quem ama nunca sabe o que
ama Nem sabe porque ama, nem o que é amar... Amar é a eterna inocência,
E a única inocência é não pensar...”
Poema de Alvaro de Campos:

A Fernando Pessoa (Depois de ler seu drama estático O marinheiro em


Orfeu)Depois de doze minutos Do seu drama O marinheiro, Em que os mais
ágeis e astutos Se sentem com sono e brutos, E de sentido nem cheiro, Diz
uma das veladoras Com langorosa magia: De eterno e belo há apenas o
sonho.. Por que estamos nós falando ainda?
Ora isso mesmo é que eu ia Perguntar a essas senhoras...

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