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Fernando Pessoa

Modernismo em Portugal
• Fernando Pessoa (1888-1935) nasceu em Lisboa, Portugal, no dia 13 de junho
de 1888,foi poeta português, um dos mais importantes poetas da língua
portuguesa. "Mensagem" foi um dos poucos livros de poesias publicado em
vida. Fernando Pessoa ocupou diversas profissões, foi editor, astrólogo,
publicitário, jornalista, empresário, crítico literário e crítico político.
• Em 1901 escreveu seus primeiros poemas em inglês. Em 1902 a família voltou
para Lisboa. Em 1903 Fernando retorna sozinho para a África do Sul, onde
submete- se a uma seleção para a Universidade do Cabo da Boa Esperança.
Em 1905 de volta à Lisboa, matricula-se na Faculdade de Letras, onde cursou
Filosofia. Em 1907 abandonou o curso. Em 1912 estreou como crítico literário.
• Fernando Pessoa foi vários poetas ao mesmo tempo. Tendo sido
"plural" como se definiu, criou vários poetas, que conviviam nele.
Cada um tem sua biografia e traços diferentes de personalidade. Os
poetas não são pseudônimos e sim heterônimos, isto é indivíduos
diferentes, cada qual com seu mundo próprio, representando o que
angustiava ou encantava seu autor. Criou entre outros heterônimos,
Alberto Caeiro da Silva, Álvaro de Campos, Ricardo Reis e Bernardo
Soares. Caeiro é considerado naturalista e cético; Reis é um classicista,
enquanto Campos tem um estilo associado ao do poeta norte-
americano Walt Whitman.
• Em 1915, liderou um grupo de intelectuais, entre eles
Mário de Sá Carneiro e Almada Negreiros. Fundou a
revista Orfeu, onde publicou poemas que
escandalizaram a sociedade conservadora da época.
Os poemas "Ode Triunfal" e "Opiário", escritos por
"Álvaro de Campos", causaram reações violentas
contra a revista. Fernando Pessoa foi chamado de
louco.
Os Heterônimos de Fernando Pessoa
• Através de seus heterônimos, Fernando Pessoa mostrava seu vasto projeto
artístico: seus heterônimos tinham biografia, estilo e ideais próprios, eram
diferentes uns dos outros. Foram mais de 70 heterônimos criados, alguns
desenvolvidos completamente, outros não. Os mais marcantes
foram: Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos.
• Como ele mesmo, Fernando Pessoa tinha um forte traço nacionalista.
Alimentava o gosto pelo épico e fazia retomada às Grandes Navegações,
época de grandes conquistas para Portugal que foi apagado com o tempo.
• Voltando-se para temas tradicionais, vemos ainda um traço saudosista nele.
Alberto Caeiro

• Alberto Caeiro era o mestre de todos os outros heterônimos, além de ser mestre
do próprio Fernando Pessoa. Nascido em 16 de abril de 1889, Caeiro era órfão de
pai e mãe e viveu a vida inteira no campo com sua tia.
• Fruto de um local bucólico, Caeiro defende a simplicidade da vida e seus
pensamentos são extraídos do contato com a natureza e a vida simples. Ele
procurava ver o real e como a realidade se configura de maneira simples.
• Acreditava que os pensamentos do poeta - as sensações – eram obtidos por meio
dos sentidos do ser humano, sem a interferência do pensamento humano. Para ele,
as coisas “eram como eram”, não havia necessidade de pensar. Tudo era objetivo.
• Caeiro faleceu em 1915, tuberculoso.
Ricardo Reis

• Nascido em 19 de novembro de 1887, no Porto, Ricardo Reis tinha


formação em medicina. Exilou-se no Brasil porque não concordava
com a Proclamação da República Portuguesa. É uma face de
Fernando Pessoa ligada ao clássico, à cultura greco-latina.
• Ricardo Reis valorizava a vida campestre e a simplicidade das coisas,
mas ao contrário de Caeiro, ele não se sente feliz e integrado à
natureza, sentindo-se fruto de uma sociedade decadente, que caminha
para a destruição. Para Reis, o destino de todos já havia sido traçado e
só restava aproveitar a vida ao máximo.
Álvaro de Campos

• Era a face mais ligada ao modernismo e ao futurismo. Nascido em 15 de


outubro de 1890, em Távira, Álvaro é engenheiro formado em Glasgow,
mas não exerceu a profissão por não gostar de sentir-se preso em escritório.
• É um homem voltado para o presente e sua poesia buscava transmitir o
espírito do mundo moderno. Teve três fases: decadentista, futurista e
pessoal. Na fase decadentista há uma ligação com o simbolismo, um
descontentamento, o tédio em relação ao mundo presente; na fase futurista
vemos a ligação com o moderno e o tempo presente, que passava por
modernização; na fase pessoal, vemos questionamentos sobre si próprio,
descontentamentos e certo abatimento.
Fernando Pessoa - MAR PORTUGUÊS

Ó mar salgado, quanto do teu sal


São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!

Quantas noivas ficaram por casar


Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.

Quem quere passar além do Bojador


Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
Enem – 2004
Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver no
Universo...
Por isso minha aldeia é grande como outra qualquer
Porque sou do tamanho do que vejo
E não do tamanho da minha altura...
(Alberto Caeiro)
A tira Hagar e o poema de Alberto Caeiro (um dos
heterônimos de Fernando Pessoa) expressam, com
linguagens diferentes, uma mesma ideia: a de que
a compreensão que temos do mundo é
condicionada, essencialmente,
a) pelo alcance de cada cultura.
b) pela capacidade visual do observador.
c) pelo senso de humor de cada um.
d) pela idade do observador.
e) pela altura do ponto de observação.
2) Sobre Fernando Pessoa e seus heterônimos, é incorreto afirmar:
• a) Foi um dos principais representantes do modernismo português, ao lado de nomes
como Mário de Sá-Carneiro, Luiz de Montalvor e Ronald de Carvalho.
• b) Cada um dos heterônimos criados por Fernando Pessoa apresenta estilos e biografias
distintos, compondo um interessante processo de fragmentação psicológica sem igual na
história da literatura.
• c) Fernando Pessoa escreveu grande parte de sua obra em língua portuguesa, embora
tenha sido alfabetizado na língua inglesa enquanto viveu em Durban, na África do Sul.
• d) O fenômeno da heteronímia é a principal característica da obra de Fernando Pessoa.
As principais personalidades literárias criadas pelo poeta foram Alberto Caeiro, Álvaro
de Campos, Ricardo Reis e Bernardo Soares.
• ver res
• Resposta Questão 1
• Alternativa “a”.
• Resposta Questão 2
• Alternativa “c”. Em vida, Fernando Pessoa publicou apenas um livro
em língua portuguesa, Mensagem, obra que narra o glorioso passado
de Portugal.

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