Você está na página 1de 6

ESCOLA ESTADUAL PROFESSORA EDELI

MANTOVANI

ANDREY, THIGO, MURILO, CALYSTON, ERIC, JOÃO


3º ANO G

MODERNISMO EM PORTUGAL

Sinop – MT
Outono de 202
MODERNISMO EM PORTUGAL

1.MODERNISMO
O modernismo é um estilo de época surgido no início do século XX, em um
contexto de tensão política entre as grandes potências europeias, o que levou a
duas guerras mundiais. Nesse período, ocorreram também descobertas e
inovações tecno científicas que passaram a caracterizar a vida moderna. O
movimento moderno se iniciou na primeira década do século XX, a princípio na
Europa, chegando posteriormente ao Brasil por volta dos anos 20.O Modernismo
trouxe à tona a necessidade de adaptar as novas produções artísticas à
realidade da época. As transformações pelas quais a sociedade havia passado
não permitiam que as artes plásticas, literatura, design e a música, por exemplo,
fossem feitas da mesma forma.

1.2 MODERNISMO EM PORTUGAL


O modernismo português desenvolveu-se desde o início do século XX até o final
do Estado Novo, na década de 1970. Trata-se de um período amplo, no qual três
vertentes são muito importantes: o Orfismo, o Presencismo e o Neorrealismo,
cada um com características marcantes e de grande influência. O nome Orfismo
está vinculado aos escritores ligados à revista Orpheu, responsável por levar
para Portugal às discussões culturais da Europa, um continente imerso na
eclosão da Primeira Guerra Mundial, em 1914. Os intelectuais ligados à
publicação buscavam deixar de lado o então acanhado meio cultural português,
voltando-se para um mundo novo, regido pela velocidade, pela técnica, pelas
máquinas e por infinitas possibilidades de visão do mundo. A revista, embora
influente no meio literário, teve apenas dois números em março e junho de 1915.
Os destaques eram Mario de Sá-Carneio, Almada Negreiros e Fernando Pessoa.
A contestação da literatura tradicional trouxe escândalo, incompreensão da
crítica conservadora e insucesso financeiro, que levou a publicação à falência.
Um segundo momento foi o Presencismo. O nome vem da revista Presença,
“Folha de arte e crítica”, fundada em 1927, em Coimbra, por Branquinho da
Fonseca, João Gaspar Simões e José Régio. Reuniu aqueles que não
participaram do Orfismo e buscou aprofundar discussões sobre teoria da
literatura e sobre novas formas de expressão. Com dificuldade, conseguiu se
manter até 1940. A influência das ideias da psicanálise freudiana foi grande no
sentido de reforçar os universos da individualidade criativa, da análise
psicológica e da intuição. O Neorrealismo, já na década de 1940, caracteriza-se
pelo combate ao fascismo e defende a literatura como uma forma de crítica e
denúncia social com uma postura combativa e reformadora, a serviço da
sociedade. Seu nome provém do diálogo com a literatura brasileira,

1
principalmente com escritores como Jorge Amado e Graciliano Ramos,
justamente pela proposta de trazer um alerta contra a exploração do homem pelo
seu semelhante. O socialismo marxista é a ideologia utilizada para combater a
opressão. Ferreira de Castro é um exemplo. Nele reduz-se o intelectualismo e a
psicologia em nome da análise de problemas de natureza social, mesma trilha
de Alves Redol, Manuel da Fonseca e José Gomes Pereira, entre outros.
Portanto, desde o marco inicial, a publicação da revista Orpheu, em 1915,
influenciada pelas grandes correntes estéticas europeias, como o Futurismo e o
Expressionismo, ao neo-realismo, houve uma alteração de percurso. Passou-se
de uma poesia mais complexa e de difícil acesso ao engajamento explícito dos
neorrealistas. Em comum, porém, está a busca de um rompimento com o
passado e uma visão crítica, demolidora e irreverente da arte, da política e da
cultura portuguesas.

2.PRINCIPAIS POETAS NO MODERNISMO


Mário de Sá-Carneiro foi um poeta, contista e ficcionista português, um dos
grandes expoentes do modernismo em Portugal e um dos mais reputados
membros da Geração d’Orpheu. Nascimento: 19 de maio de 1890, Lisboa,
Portugal.
Falecimento: 26 de abril de 1916, Paris, França;
Formação: Sorbonne;
Gênero literário: Modernismo;
Magnum opus: Céu em Fogo;
Morte: 26 de abril de 1916 (25 anos); Hotel de Nice, Paris, França Mário de Sá-
Carneiro, carta para Fernando Pessoa, 31 de março de 1916. Sua obra literária
é composta pelos livros Princípio (novelas – 1912), Memórias de Paris (coletânea
de memórias – 1913), A Confissão de Lúcio (romance – 1914), Dispersão (poesia
– 1914) e o último publicado em vida, Céu em Fogo (novelas – 1915). Publicada
em 1912, Amizade, é a primeira peça que escreve. Mário de Sá-Carneiro divide
a autoria desta obra com Tomás Cabreira Júnior, seu colega do Liceu Camões
em Lisboa. O fato de hoje podermos ler esta peça deve-se a um acaso. Dos dois
colegas e autores da peça Amizade, Tomás Cabreira Júnior era o único dos dois
que tinha os manuscritos. Por qualquer motivo era Sá-Carneiro quem os tinha
consigo aquando do suicídio de Tomás Cabreira Júnior, que antes de cometer
tal ato destruiu toda a sua obra.
Princípio (1912)
No ano de 1912, o autor dá à estampa um conjunto de novelas que reúne sob o
título Princípio.
A Confissão de Lúcio (1914)

2
Inaugurando um estilo até então em si desconhecido, o romance, Mário de Sá-
Carneiro publica, em 1914,[11] A Confissão de Lúcio. A temática desta obra gira
em torno do fantástico e é um óptimo espelho da época de vanguarda que foi o
modernismo português.
Dispersão (1914)
O ano de 1913 veio a revelar-se de uma pujança criativa inigualável. Não só
variou dentro da prosa, como apresenta ao público a sua primeira obra de
poesia: Dispersão. Esta obra é composta por doze poemas e a sua primeira
edição foi revista quer pelo autor quer pelo seu grande amigo, e também poeta,
Fernando Pessoa.
Céu em Fogo (1915)
Em 1915, volta a reunir novelas, mais precisamente oito, num volume a que dá
o título de Céu em Fogo.[12] Estas novelas revelam igualmente as mesmas
perturbações e obsessões que já a sua poesia expressava.

2.1 TRECHO DO POEMA DISPERÇÃO DE MARIO DE SÁ-CARNEIRO

“Perdi-me dentro de mim


Porque eu era labirinto
E hoje, quando me sinto,
É com saudades de mim. Mário de Sá-Carneiro”

Fernando António Nogueira Pessoa foi um poeta, filósofo, dramaturgo,


ensaísta, tradutor, publicitário, astrólogo, inventor, empresário, correspondente
comercial, crítico literário e comentarista político português. Fernando Pessoa é
o mais universal poeta português.
Nascimento: 13 de junho de 1888, Lisboa, Portugal;
Falecimento: 30 de novembro de 1935, Lisboa, Portugal;
Irmãos: Jorge Nogueira de Seabra Pessoa, Maria Clara Rosa, Luís Miguel
Nogueira Rosa;
Influenciado por: Luís de Camões, William Shakespeare, Edgar Allan Poe, Walt
Whitman;
Pais: Joaquim de Seabra Pessoa, Maria Madalena Pinheiro Nogueira;
Peças: Ode marítima;
Fernando Pessoa é o mais universal poeta português. Por ter sido educado
na África do Sul, numa escola católica irlandesa de Durban, chegou a ter maior
familiaridade com o idioma inglês do que com o português ao escrever os seus
primeiros poemas nesse idioma. O crítico literário Harold Bloom considerou
Pessoa como “Whitman renascido”, e o incluiu no seu cânone entre os 26
melhores escritores da civilização ocidental, não apenas da literatura
portuguesa, mas também da inglesa.

3
Das quatro obras que publicou em vida, três são na língua inglesa e apenas uma
em língua portuguesa, intitulada Mensagem. Fernando Pessoa traduziu várias
obras em inglês (e.g., de Shakespeare e Edgar Allan Poe) para o português, e
obras portuguesas (nomeadamente de António Botto e Almada Negreiros) para
o inglês e francês.
Enquanto poeta, escreveu sob diversas personalidades – a que ele próprio
chamou heterónimos, como Ricardo Reis, Álvaro de Campos e Alberto Caeiro –
, sendo estes últimos objeto da maior parte dos estudos sobre a sua vida e
obra. Robert Hass, poeta americano, diz: “outros modernistas
como Yeats, Pound, Eliot inventaram máscaras pelas quais falavam
ocasionalmente… Pessoa inventava poetas inteiros”. Buscou também
inspirações nas obras dos poetas William Wordsworth, James Joyce e Walt
Whitman.

2.2 TRECHO DO POEMA TABACO DE FERNANDO PESSOA

“Cem mil cérebros se concebem em sonho gênios como eu, E a história não
marcará, quem sabe? nem um, nem haverá senão estrume de tantas conquistas
futuras.”
Obra Edita de Alberto Caeiro
Trecho 2:
O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda, E de vez em quando olhando para
trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto, E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial que tem uma criança se, ao nascer, reparasse que
nascera deveras... Sinto-me nascido a cada momento para a eterna novidade do
Mundo... Creio no mundo como num malmequer, porque o vejo. Mas não penso
nele porque pensar é não compreender... O Mundo não se fez para pensarmos
nele (Pensar é estar doente dos olhos) mas para olharmos para ele e estarmos
de acordo...
Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é
Mas porque a amo, e amo-a por isso, porque quem ama nunca sabe o que ama
nem sabe porque ama, nem o que é amar... Amar é a eterna inocência,
E a única inocência é não pensar.

4
Poema de Alvaro de Campos:
A Fernando Pessoa (Depois de ler seu drama estático O marinheiro em Orfeu I)
Depois de doze minutos do seu drama O marinheiro, em que os mais ágeis e
astutos se sentem com sono e brutos, E de sentido nem cheiro, diz uma das
veladoras com langorosa magia: De eterno e belo há apenas o sonho. Porque
estamos nós falando ainda?
Ora isso mesmo é que eu ia perguntar a essas senhoras...

Você também pode gostar