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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

Curso de Licenciatura em Ensino de Geografia

Trabalho de: Geografia Regional

Tema: A Regionalização do Continente Africano

Nome da Estudante: Amílcar João dos Santos


Código: 708200097
Ano de Frequência: 4º, Turma A.
Dirigido ao Docente: Dulce Manuel

Nampula, Abril de 2023

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

Curso de Licenciatura em Ensino de Geografia

Trabalho de: Geografia Regional

Tema: A Regionalização do Continente Africano

Trabalho de Campo a ser submetido na


Coordenação do Curso de Licenciatura em
Ensino de Geografia. UCM/IED-CRN

Tutor: Dulce Manuel

Nome da Estudante: Amílcar João dos Santos


Código: 708200097
Ano de Frequência: 4º, Turma A.

Nampula, Abril de 2023

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Bibliografia 0.5
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problema) 1.0
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Metodologia adequada ao objecto do 2.0
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Articulação e domínio do discurso
Conteúdo académico (expressão escrita cuidada, 2.0
Analise coerência / coesão textual)
Discurso Revisão bibliográfica nacional e
internacionais relevantes na área de 2.0
estudo
Exploração dos dados 2.0
Contributos teóricos prático
Conclusão 2.0
Aspectos Paginação, tipo e tamanho de letra,
Gerais Formatação paragrafa, espaçamento entre linhas 1.0

Referência Normas APA Rigor e coerência das citações/referências


s 6ª edição em Bibliográficas
Bibliográfi citações e 4.0
cãs bibliografia

Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor


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Índice
Introdução.............................................................................................................................. 4

O Relevo do Continente Africano. ........................................................................................ 5

Os planaltos africanos........................................................................................................... 6

Características climáticas do Continente Africano................................................................ 7

A circulação atmosférica como factor determinante de alterações climáticas. ..................... 8

Os Ventos predominantes...................................................................................................... 8

As zonas climáticas do Continente........................................................................................ 9

Hidrografia do Continente Africano.................................................................................... 10

Característica dos principais rios......................................................................................... 11

Sistema Lacustre do Continente Africano. .......................................................................... 13

Zonas Naturais da Vegetação no Continente Africano. ...................................................... 13

Características das Principais Zonas de Vegetação do Continente Africano. ..................... 14

Zona de floresta Tropical e Savanas.................................................................................... 14

Zonas de Deserto e Semi-desertos Subtropicais.................................................................. 15

Vegetações do tipo Mediterrâneo ........................................................................................ 15

Regionalização Físico-Geográfico do Continente Africano................................................ 16

Conclusão ............................................................................................................................ 18

Bibliografia.......................................................................................................................... 19
Introdução
É enfático, afirmar que em termos de aspectos históricos e culturais, a África pode ser
dividida em duas grandes regiões: Norte da África (de alta concentração populacional,
localizada na área do litoral do mar Mediterrâneo) e África Subsaariana (compreendida ao
sul do deserto do Saara). Devido às diferenças internas do continente africano
principalmente na África Subsaariana, que reúne mais de 40 países, somadas à sua grande
extensão territorial, a ONU propôs a regionalização do continente em cinco regiões,
seguindo critérios de localização, cultura e economia
Neste contexto, o presente trabalho de pesquisa pretende abordar assuntos relacionados a
regionalização do continente Africano em todos aspectos refiro-me do relevo, clima,
hidrografia, vegetação, flora, fauna, etc.
A pesquisa é de grande importância na medida em que é considerado como o berço da
humanidade o continente que se encontra banhado pelo Oceano Atlântico e Indico, além do
Mar Mediterrâneo, ao norte. A diversidade de rios que cortam a África permitiu o
desenvolvimento da agricultura e a expansão da raça humana.
Os resultados deste trabalho, o pesquisador julga que de forma directa ou indirecta poderão
contribuir para a concretização dos objectivos traçados no contexto de obter dados
concretos que depois de analisados e sumarizados, contribuirão no desenvolvimento dos
conhecimentos relativos ao nosso belo continente.

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O Relevo do Continente Africano.
Predominam na África terrenos pouco íngremes. As planícies são encontradas nas faixas
litorâneas ou ao longo das margens de rios, como o Congo, a Gâmbia e o Senegal.
Os planaltos antigos, bastante desgastados por agentes erosivos (vento, chuva etc.),
dominam as paisagens naturais do continente. O monte Quilimanjaro, cujo pico é o mais
alto da África, com 5 895 metros de altitude, está localizado na porção l este do
continente.
O Continente africano apresenta características particulares que se interligam com a sua
história e da região. Partindo da altitude média do mar o Continente africano ocupa o 3º
lugar com cerca de 750 m de altitude média depois de Antárctida que tem cerca de 2300 m
e da Ásia com cerca de 950 m de altitude média. Quase todo ele é constituído por rochas
muito antigas. Pelas suas altitudes médias dominantes é possível dividir em duas regiões
altimétricas:
 A Cadeia dos Montes Atlas no Norte, cujo ponto mais alto é o Monte Tubkal com
4165 m de altitude.
 O Maciço de Futajalon, no ocidente cujo ponto mais alto, é o Ponto Tonal com
1500 m.
 O Monte Camarões que é um vulcão dormente com 4070 de altitude.
 A Cadeia do Draknsberg, na África do Sul cujo ponto Mais alto é o Monte Talana
com 3482 m de altitude.
 Montanhas do Karroo, cujo ponto mais alto é o Monte Surs com 3 299 m de
altitude na África do Sul.
 Os Montes do Planalto da África Oriental com altitudes superiores a 4850 m entre
eles se destacam o Monte Kilimanjaro com 5.897 m de altitude, o qual constitui o
ponto mais alto do Continente.
 O Monte elgon 4321 m
 O Monte Rowenzori com 5109 m

Como se pode observar na parte Oriental do Continente encontra se a região montanhosa


mais acidentada de África. Estas montanhas estão ligadas á formação do vale do Rift,
durante o Terciário, e as maiores altitudes formam as margens das fossas tectónicas cuja
origem na sua maioria é vulcânica.

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Os Planaltos correspondem as superfícies aplanadas na rocha do “soco” antigo onde se
depositam espessas coberturas sedimentares. Os planaltos da Etiópia, Quénia, Uganda, e
Norte da Tanzânia são cobertas por extensos mantos de lavas.
Durante a história geológica de África as superfícies planálticas sofreram várias aplanações
isto é passaram por vários ciclos de erosão que podem ser confirmadas nas formas de
relevos residuais que emergem do extenso planalto. Estas são formadas por rochas duras da
plataforma antiga, que resistiu a erosão. São os conhecidos inselbergs ou montes Ilha
(Jessen, Mário e outros, Geografia Física de África, UEM, 19).

Para o interior do Continente encontramos além das zonas montanhosas depressões que
representam grandes bacias hídricas que são formadas por sedimentos muito mais recentes,
de origem fluvial ou lacustre.
Algumas destas Bacias interiores apresentam-se de algum modo, formadas por terraços
fluviais separados uns dos outros por degraus escarpados. De entre as bacias podemos
mencionar as seguintes:
 A Bacia hidrográfica do Nilo
 A Bacia do Niger.
 A Bacia do Zairocongo
 A Bacia do Kalahari.

Algumas destas Bacias são fechadas por não terem escoamento para o Mar, das quais
podemos salientar a Bacia do Chade e a do Kalahari. Estas Bacias abrigam lagos
receptores pouco profundos e que na estação seca praticamente desaparecem por causa da
sua evaporação.
Outras Bacias abertas estão ligadas ao mar pelos respectivos rios Nilo, Zambeze e
Zairocongo.

Os planaltos africanos
O relevo do continente africano está dividido em três porções principais:
Planalto Oriental, planalto Setentrional e planalto Centro-Meridional.
Planalto Oriental – Trata-se de uma região com montanhas de origem vulcânica de
altitudes elevadas e depressões ou fossas tectónicas que deram origem a extensos lagos,
como o Tanganica, o Vitória (formador do rio Nilo) e o Niassa. Um aspecto marcante
nesse planalto é o grande vale do Rift africano (Rift Valley), um sistema de falhas

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geológicas que atravessa a África Oriental no sentido norte-sul, com milhares de
quilómetros de extensão, gerado na mesma época em que ocorreu a separação das placas
tectónicas Africana e Arábica.
Planalto Setentrional – Nessa porção do relevo africano, localiza-se o deserto do Saara,
que ocupa um quarto do território continental. A noroeste dele está a cadeia do Atlas, que
se estende desde o litoral do Marrocos até a Tunísia.
Planalto Centro-Meridional – Esse planalto compreende o centro-oeste e o sul do
continente e apresenta altitudes médias mais altas que as do planalto Setentrional, com
excepção da Bacia do Rio Congo e do deserto do Kalahari, que constituem grandes
depressões.

Características climáticas do Continente Africano.


A sua situação entre as latitudes 37º N e 34º S sugere que o continente integra-se na quase
a sua totalidade na zona Intertropical. Exceptuando as extremidades Norte e Sul que se
situam nas zonas subtropicais e mediterrânicas. Devido a esta situação geográfica o
continente africano é quente. Aqui o Sol ocupa a posição alta sobre o horizonte e por duas
vezes ao ano atinge o zénite (21 de Dezembro e 21 de Junho) como resultado o continente
recebe durante o ano elevada quantidade de calor, cerca de 160 kcal/ano o que conduz a
um sobreaquecimento.
Os dois principais factores que regulam o clima do continente africano na zona
intertropical são:
O movimento anual aparente do Sol entre os Trópicos (Câncer e Capricórnio).

A Zona de baixas pressões equatoriais, (CIT) e os Centros de altas pressões subtropicais,


(FIT), que se relacionam um com outro.
Os factores mencionados, determinam a existência de zonas climáticas que se dispõe em
faixas que no geral são paralelas ao Equador em especial no Hemisfério Norte.
Consideram-se essas faixas como zonas climáticas das que podemos destacar: A zona
Equatorial, as zonas Tropical Norte e Sul, e as zonas desérticas Norte e Sul.
Outros factores do clima têm influenciado o clima do continente africano, os quais
introduzem uma dinâmica do clima em diversas áreas do Continente que produz alterações
na zonagem anteriormente apresentada. Os de maior influência são a disposição do relevo,
a orientação da linha da costa, a continentalidade, as correntes marítimas e a altitude.

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A circulação atmosférica como factor determinante de alterações climáticas.
A circulação atmosférica depende fundamentalmente de existência de zonas de baixas
pressões e de altas pressões atmosféricas. Considerando que o Sol no seu movimento anual
aparente, atinge o zénite sobre o Equador, duas vezes no ano: uma a 21 de Março e outra a
21 de Setembro.

Os Ventos predominantes
O Continente africano está sob acção dos ventos alísios que sopram das altas as baixas
pressões equatoriais. Na parte setentrional os alísios passam sobre superfícies continentais
e trazem por isso ar tropical seco. Assim em regiões de acção as chuvas quase não se
registam. A precipitação média anual é menor que 100 mm.
Na África Austral, os Alísios sopram do Oceano Índico e trazem por isso ar mais húmido
ao longo do seu percurso encontra as cadeias montanhosas da periferia, os Drakensberg e
as da Ilha Madagáscar.
Na distribuição das precipitações e das temperaturas pelas estações do ano joga o
deslocamento dos Centros de altas e baixas pressões que acompanham o movimento anual
do Sol.
Assim quando o Sol está no zénite sobre o Trópico de Câncer o Sahara é sobreaquecido
então as altas pressões a medida que o Sol avança as altas pressões do Hemisfério Sul
cedem lugar as baixas pressões.
Outros factores influenciam na distribuição climática de África como sejam a altitude e o
relevo, de onde a altitude exerce uma grande influência no clima. O regime das
precipitações é que se vê reflectido neste factor. De maneiras que o relevo elevado, limita a
influência oceânica que é mais frequente nas altas montanhas com pluviosidade alta.

Com o relevo também diminui a temperatura do ar de modo que as temperaturas mais


baixas do continente registam-se nos Montes Kilimanjaro onde as temperaturas anuais são
iguais ou superiores a 0º c o que condiciona neve perpétua no cimo destas montanhas.
As correntes oceânicas são outro factor de influência do clima onde as correntes oceânicas
tem dado influência nas temperaturas do ar nas zonas costeiras. Em África são de grande
importância as correntes quentes do canal de Moçambique, corrente fria das Canárias,
corrente fria de Benguela, entre outras.

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A corrente quente do canal de Moçambique liberta grande quantidade de vapor de Água e
depois de passar do litoral transporta para faixa costeira onde origina grande quantidade de
pluviosidade na estação quente e húmida.

As zonas climáticas do Continente.


De acordo com os factores climáticos anteriormente analisados no Continente africano
existem climas muito diversificados. Dado que o Equador atravessa este Continente a meio
as zonas climáticas exceptuando a zona Equatorial repetem-se duas a duas. Assim todos os
climas da região são possíveis agrupá-los em 7 zonas climáticas (de acordo com a
classificação de Alisov).

Segundo Alisov, no continente africano destacam-se as seguintes zonas climáticas:


 Uma zona de Clima Equatorial;
 Duas zonas de clima subequatorial Hemisfério Norte e Sul;
 Duas zonas de clima Tropical, Norte e Sul;
 Duas zonas de clima subtropical Norte e Sul.

A Zona do Clima Equatorial


Corresponde a zona e o clima característico das regiões da vizinhança do Equador abrange
grande parte da Bacia do rio Congo aproximadamente entre as Latitudes 5º N e 5º S e da
Costa do Guiné até de 7º e 8º Norte. Nesta zona durante todo o ano predominam massas de
ar equatorial sempre quente e húmida. Predomina uma única estação muito quente com
médias anuais de 25º c e p0equenas amplitudes de 2 a 4 º c.
As Precipitações são de 1500 a 2000 mm/ano. As chuvas caem todos os dias especialmente
na parte da tarde por volta das 16 horas com fortes trovoadas relâmpagos e violentos
tornados.

Zona Subequatorial Norte e Sul


A zona Subequatorial do Hemisfério Norte, prolonga-se até latitude 17º N; no Hemisfério
Sul ela não atinge a costa do Atlântico e prolonga-se até latitude 20º S.
As temperaturas desta zona são elevadas durante a maior parte do ano mas as amplitudes
térmicas são mais consideráveis do que a zona do clima Equatorial.
Nesta zona verificam-se duas estações a saber:
 Uma quente e húmida (verão de cada hemisfério);

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 Uma Fresca e seca (Inverno de cada Hemisfério)

Zona do Clima Tropical


Encontram-se distribuídos nos dois Hemisférios Norte e Sul, logo a seguir das zonas do
clima subequatorial.
No Hemisfério Norte estendem-se entre as Latitudes 20º e 30º de latitude Sul enquanto no
Oeste estendem-se entre 20º e 30º de latitude Sul.
Nesta zona durante todo o ano predominam as massas de ar Tropical e sopram os alísios.
No Hemisfério Norte é característico o Clima Tropical quente seco no deserto de Sahara.
No Inverno sobre a África Setentrional estabelece-se o regime anticiclónico.

A zona do Clima Sub-Tropica l


Estas Zonas abrangem o estremo Norte e Sul do Continente em comparação com a Zona
do Clima Tropical aqui o afluxo da Radiação solar é menor. As amplitudes térmicas anuais
são mais visíveis o verão é quente e cerca de 22º C e Inverno suave, cerca de 10º C. No
Norte e Sudoeste de África o verão é muito quente e seco, Inverno suave húmido pois que
os ventos do sudeste que sopram do Atlântico nesta época trazem massa de ar muito
húmido da zona Temperada.
No sudeste da zona Subtropical da África Austral as chuvas caem durante todo o ano, mas
a parte principal das precipitações cai no verão. No Inverno elas são originadas por
transferências de humidade dos ventos de Ocidente, mas no verão em todo o litoral do
Sudeste sopram os ventos do Índico que originam grandes quantidades de precipitações nas
regiões orientais dos Drackensberg e da Ilha Madagáscar.
Assim na Zona do Clima Subtropical do Hemisfério Sul distinguem-se duas regiões
climáticas:
 Clima Mediterrânico.
 Clima Sub-Tropical húmido, ou Temperado Marítimo.

Hidrografia do Continente Africano


Os rios africanos garantiram a muitos povos que se instalaram às suas margens no
decorrer dos séculos o desenvolvimento de técnicas de irrigação que permitiram a prática
da agricultura e da pecuária, os principais rios africanos: Orange (ao sul), Níger (a oeste),
Nilo (que deságua no mar Mediterrâneo) e Congo (na porção central). Foi construída a
barragem de Assuã, para controlar a inconstância do Rio Nilo.

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A rede hidrográfica do Continente africano distribui-se de forma irregular e em função da
variedade das condições climáticas do relevo, do carácter das rochas de cada região.
A rede é mais densa nas regiões equatoriais e subequatoriais. Vários espaços do Continente
carecem de rios permanentes, como no Deserto de Sahara e Kalahari.

Característica dos principais rios


Os Principais rios são:
 O rio Zaire ou Congo.
 O rio Nilo
 O Rio Níger
 O rio Zambeze

O rio Zaire ou Congo - É o mais caudaloso da África, com cerca de 4370 km de extensão
e uma bacia hidrográfica de 3.820.000 km, possui uma escoamento médio anual de cerca
de 46000 m/seg. O seu afluente principal é o rio Lualaba que é uma continuação do Zaire
que nasce no Planalto de Catanga, na região do Chaba, na parte Sul do Zaire ou Congo no
hemisfério sul. O mesmo rio percorre o sentido Sul Norte e atravessa o Equador para o
Hemisfério Norte, onde toma o nome de Zaire, volta a tomar o sentido Oeste com sentido
predominante Nordeste – Sudoeste, para depois atravessar para o Hemisfério Sul onde
desagua num grande estuário no Oceano Atlântico a Norte de Angola.

O Rio Nilo - com cerca de 6771 km de extensão o Nilo é o mais longo da África e do
mundo. A área da sua bacia hidrográfica é de cerca de 2.870.000 km2; o seu escoamento
médio anual é de cerca de 2.760 m3/seg. Nasce nos altos planaltos da África oriental, e o
seu principal braço é o rio Kagera, um dos contribuintes do Lago Vitória, que é tido como
provável nascente do Nilo.
O rio Nilo toma vários nomes ao longo do seu percurso a saber: Votória nilo, Nilo Alberto.
Mais tarde toma o nome de Nilo Branco e Nilo Azul. Depois de percorrer os desertos da
Núbia e da Líbia em mais de 2.000 km de percurso desagua no Mediterrâneo através de um
gigantesco delta com cerca de 25.000 km2.

A bacia do Nilo abrange nove países a saber:

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Zairo-Congo, Ruanda, Burundi, Tanzânia, Uganda, Kenya, Sudão, Etiópia e Egipto. No
seu percurso o Nilo é alimentado pelas águas das chuvas equatoriais que caem durante todo
o ano e chuvas tropicais que recebe dos Macisso da Etiópia, depois do que experimenta um
regime mais regular. Em alguns percursos o rio toma um regime periódico devido as águas
Tropicais.

O Rio Níger - é o mais importante da África Ocidental. A sua extensão é de cerca de 4160
km, a área da sua bacia é de cerca de 290.000 km2 e seu escoamento médio anual de cerca
de 2.800 m. O rio Niger nasce no macisso de Futajalon. No seu percurso superior,
atravessa vários rápidos e corre no sentido predominante sudoeste Nordeste, para o interior
até penetrar na bacia do mesmo nome, (Niger), onde se instala sob forma de um vasto delta
no interior formando uma vasta rede de braços e abundantes meandros, pântanos e lagos.
Depois deste percurso toma varias direcções até a sua foz no Golfo da Guiné onde desagua
sob a forma de um delta de 25.000 km2.
Principais afluentes: Rio Bani, Sécoto, Kaduna e Benané. Possui um regime periódico
(Tropical) com máximo nos meses de Abril a Setembro. O curso inferior nas zonas de
maior pluviosidade, o rio é navegável.

O Rio Zambeze - é o maior e mais importante dos rios da vertente do Índico e da África
Austral possui cerca de 2.700 km área de bacias de 1.330.000 km2 e um escoamento
médio anual de 16.000. m/seg.
O Zambeze nasce na região do Planalto de Catanga na Zâmbia, próximo da nascente do rio
Zaire. Atravessa o extremo oriente de Angola e Ocidente da Zâmbia. Serve de fronteira
entre a Zâmbia e Zimbabwe, antes de penetrar no território Moçambicano.
Desagua no Oceano Índico a Sul do Chinde num delta. Um dos seus braços o rio Cuacua
ou dos Bons Sinais desagua a Norte do Chinde um pouco a sul da Cidade de Quelimane
depois de passar desta Cidade. Possui vários afluentes como os rios: Kafué, Aruangua,
Luenha, Chire, Mucanta, Revubwe e Zangue. O curso é muito acidentado e constituído por
vári9as quedas de água.

Outros rios importantes:


Rio Senegal na África Ocidental, Rio Orange na África do Sul, por outro lado existe no
Continente alguns rios sem escoamento para o litoral sendo: O rio Chare e Lagone, que

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desaguam no Lago Chade. Nas regiões desérticas ocorrem rios de regime temporário,
caudais reduzidos e formam-se quando caem raras chuvas.

Sistema Lacustre do Continente Africano.


A forma macissa do Continente africano e a sua estrutura geológica e do relevo permitem a
formação de extensas bacias e depressões tectónicas. A abundância das chuvas nas regiões
equatoriais e tropicais e a diferença de escoamento ao oceano explicam a formação de
lagos.
As maiores estão na África Oriental dentro da grande fractura do vale do Rift como tal de
origem tectónica. Nesta região sucedem-se de Norte a Sul os seguintes lagos: O Lago
Tana, (na Etiópia), o Lago Turcana, (no Kenya), Lago Alberto, Kivo, Victória,
Tanganhica, Niassa entre outros.

Lago Victória - é o maior de África com cerca de 69.500 km é o terceiro do mundo depois
do Mar Cáspio na Ásia e o Lago Superior nos Estados Unidos da América. Su
profundidade é de cerca de 92 m, abrange Uganda, Tanzania e Kenya.
Lago Tanganhica - com 32.900 km2 e cerca de 1435 m de profundidade. É segundo mais
profundo do mundo depois do Baical na Ásia. Abrange os seguntes países: Zaire,
Tanzania, e Zambia.
Lago Niassa - com cerca de 29.600 km2 com uma profundidade de cerca de 760 m
abrange, Moçambique, Tanzania e Malawi.
Outros Lagos importantes são Lago Chade – com cerca de 16.000 Km em média (visto que
muda de superfície de estação em estação do ano em função da alimentação das chuvas. A
sua profundidade média é superior a 20 m.

Zonas Naturais da Vegetação no Continente Africano.


A vegetação africana possui forte relação com os climas e com a distribuição das chuvas
no continente.
A zona natural de vegetação é a região para a qual é característico a uniformidade dos
componentes naturais, solos vegetação e mundo animal. Tal como as zonas vegetais no
Continente apresentam-se em mais ou menos paralelas ao Equador.
Nas Zonas Intertropicais toda a vegetação está adaptada ao forte calor porém as
desigualdades no abastecimento de água pluvial e os diferentes tipos de solos existentes de
região em região tomam a vegetação variada. Do Equador aos Trópicos as formações

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vegetais apresentam uma grande variedade de plantas que vão de mais higrófilas nas
regiões húmidas até as mais xerófilas nas regiões mais secas.

Características das Principais Zonas de Vegetação do Continente Africano.


Zona de Floresta Equatorial - O domínio Equatorial é de floresta densa também chamada
floresta sempre Verde ou Floresta Virgem.
Esta zona ocupa a região que recebe 1500 mm de pluviosidade por ano e mais assim se a
pluviosidade diminui para 200 mm por ano a floresta densa desaparece. No continente
Africano ela ocupa a Bacia do Congo e no Sul dos Camarões e Sul da Nigéria, da Costa de
Marfim, da serra Leoa da Costa Oriental de Madagáscar.
A Floresta Equatorial é constituída por uma densa cobertura vegetal composta de árvores
de 5 a 6 estratos ou andares que no conjunto formam uma abertura vegetal ou continua
onde reina uma profundidade de obscuridade. As maiores Árvores podem ter mais de 50 m
de altura com troncos rectos.
A vida animal é rarefeita salvo nos andares superiores nela povoa grande variedade de
pássaros, macacos, roedores e insectos entre outros. O entrelaçamento de lianas a
densidade de cobertura vegetal a ausência do substrato herbáceo no solo e na falta de luz
fazem com que os grandes herbívoros, elefantes, búfalos e outros, e carnívoros, leões e
outros sejam ausentes desta região, pelo que é o mundo de animais que de uma ou de outra
podem alcançar o cimo das árvores com vista a ter raios solares.

Zona de floresta Tropical e Savanas


A floresta tropical com folhas caducas está adaptada ao clima com uma estação chuvosa e
estação seca alternados, aqui as Árvores são menores que na floresta Equatorial, mas
podem atingir 25 m de altura. Elas perdem as suas folhas na estação seca e cobre se de
novo antes da estação das chuvas.
A zona da floresta Tropical e Savana abrange as zonas de climas subtropicais e tropicais
Húmidos. O solo recebe uma certa quantidade de luz, pelo que o substrato erbáceo e
arbustivo é bastante denso. Este tipo de floresta no seu estado de equilíbrio biológico
original é quase inexistente salvo a Guiné até aos Grandes Lagos da África Oriental.
A formação vegetal que ocupa maior área no Continente Africano é a Savana. A savana
típica de pradaria de ervas de 1 a 3 m de altura caracteriza as regiões tropicais que recebe
em média 1000 mm de pluviosidade por ano.

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Zonas de Deserto e Semi-desertos Subtropicais
Nas regiões desérticas devido a extrema aridez do clima a vida do vegetal é bastante pobre
e quase inexistente aí é adaptado a uma seca. Assim as raízes das plantas são longas e
penetra profundamente no solo onde procuram e buscam a humidade. As gramíneas duras
e curtas estão adaptadas a condições locais, por exemplo as suas sementes podem
conservar-se no solo durante anos esperando um pouco de água para germinar. Algumas
gramíneas desenvolvem muito no tempo de chuvas: horas em pleno deserto algumas
pastagens temporárias chamadas “Acheb”. Estes assim como crescem rapidamente e
desaparecem rapidamente em alguns dias. Neste período são usados pelos pastores na
alimentação dos seus rebanhos. Apenas no oásis encontram alguns tufos de vegetação
formada especialmente após as chuvas.
O Sahara não foi sempre deserto na realidade em tempos geológicos recuados existiam
cursos de água lagos e uma vegetação arborizada e espécies da vida animal incluindo
aquática. Existem provas sobre esse elemento, constituído por fósseis de plantas,
hipopótamos que foram encontrados no fundo de lagos que hoje estão secos.

Vegetações do tipo Mediterrâneo


As regiões Mediterrâneas possuem segundo o grau da sua pluviosidade duma formação
vegetal. A floresta Mediterrânea e a estepe, é frágil e é constantemente ameaçada e
destruída por incêndios e pela intervenção do homem e pelo pastoreio de rebanhos de
ovelhas e carneiros. Esta floresta encontra-se nos Montes Atlas do Cabo na África do Sul
onde é constituída predominantemente de pinheiros cerdos e carvalhos; tal floresta uma
vez destruída, nunca mais se recupera naturalmente e dá lugar a formações vegetais
degradadas. A garrigue que existe sobre os solos calcários e o “Máquis” sobre os solos
cilíciosos.
A garrigue é formada por vegetação baixa e descontínua com grande abundância de plantas
acáticas usadas na indústria de perfumes. O maquis é vegetal arbustiva e intrelançada de
difícil penetração.

Vegetação de Altitude - Encontra-se nas Montanhas de zonas Intertropicais e regiões


Mediterrâneas a vegetação apresenta-se em forma de andares com 5 ou 6 estratos de modo
a dar lugar a zonalidade Vertical.

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Regionalização Físico-Geográfico do Continente Africano.
Considerando aspectos históricos e culturais, a África pode ser dividida em duas grandes
regiões: Norte da África (de alta concentração populacional, localizada na área do litoral
do mar Mediterrâneo) e África Subsaariana (compreendida ao sul do deserto do Saara).
Devido às diferenças internas do continente africano — principalmente na África
Subsaariana, que reúne mais de 40 países —, somadas à sua grande extensão territorial, a
ONU propôs a regionalização do continente em cinco regiões, seguindo critérios de
localização, cultura e economia.
Tendo por base as particularidades da estrutura geológica o desenvolvimento do relevo as
condições climáticas bem como as particularidades de localização dos diversos meios
geográficos o continente africano é dividido em 4 grandes regiões Físico-geográficas a
saber:
 África do norte ou Setentrional.
 África Central ou Equatorial.
 África Oriental
 África Meridional ou Austral.

África do Norte - esta região Fisico-geográfica ocupa a porção setentrional do Continente


Africano. Em latitude estende-se o mar Mediterrâneo ao Norte aos limites Sul de Sahara no
Sul. Em Longitude de Oeste para Este estende-se desde a Costa do Atlântico até a Costa do
Índico e dos Macissos da Etiópia. A maior parte desta vasta região caracteriza-se por um
relevo plano de vastos planaltos. Apresenta desertos em que a ausência de chuvas é quase
total e onde as amplitudes térmicas diurnas são maiores. Porém no extremo Norte (Litoral
de Marrocos, Nigéria e Tunísia) predomina o clima Mediterrâneo com verões secos e
Invernos húmidos.
Aqui destaca-se a cadeia das Montanhas altas que pertencem a orogenia Alpina.
De acordo com as particularidades da região Norte nela se destacam sub-regiões ou “Países
físico-geográficos”.
a) A sub-região ou País físico-geográfico do litoral e se estende a Norte da Cadeia dos
Atlas, é dominada por Mangal.
b) A Sub-região do Sahara- e a região do Sudão que representa uma vasta região
coberta por uma vasta formação vegetal de Savana.
c) O Magreb é uma região marcada por um relevo montanhoso e por um clima
Mediterrâneo e que é limitado a sul pelo deserto de Sahara.

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África Central ou Equatorial - Ocupa a bacia sedimentar do rio Zairo/congo e a faixa
costeira ao longo do Golfo da Guiné. A região é caracterizada por altitudes sempre
inferiores a 500 m e somente nos limites dessa bacia eles se elevam até 1000 m.

África Oriental - esta é limitada a Oeste pela Bacia do Congo e a Leste pelo Oceano
Índico estende-se do Macisso da Etiópia a Norte ao Vale do Zambeze a Sul. É uma região
caracterizada por desnivelamento do relevo e por ser a região mais alta do Continente
Africano. Envolve territórios desse continente que sofreram movimentos tectónicos que
originaram levantamentos que deram lugar a grandes Macissos e planaltos e rebaixamentos
do terreno que deram lugar a depressões que albergam os Grandes Lagos da África
Oriental. Por outro lado nela estão bem marcadas fracturas e falhas que caracterizam o
Rifft Valley ou Vale do Rift da África Oriental.
É a única região do Continente caracterizada por uma instabilidade tectónica relativa e
como tal faz parte da zona de mesma intensidade sísmica. Aqui se distingue duas regiões
ou sub-regioões:
a) A Região do Macisso da Etiópia ao Norte.
b) A região do Planalto da África Oriental a Sul.

África Meridional ou Austral - Ocupa a parte Austral de África e é limitada a a Norte


pela Bacia Congolesa (na parte Ocidental) e pelo Vale do Zambeze (na parte Oriental). A
região é caracterizada por um relevo simples constituído por planaltos que se inclinam
grosso modo para a depressão Central do Kalahari. A parte mais elevada encontra-se ao
extremo Sul onde se erguem as montanhas do Karroo que descem escadaria até á Cidade
do Cabo e os Drakensberg.
Os ventos por seu turno carregam os materiais finos desagregados e os transportam a
grandes distâncias deixando o solo desnudado e formando grandes dunas de areia. A
ausência de vegetação facilita o transporte.
Na região do Sahara, as formas do relevo mais divulgadas são as seguintes:
 Ergues- São grandes elevações de dunas com cerca de 100 m de altura.
 Reguas- São vastas planícies cobertas de blocos angulares de rochas que dificultam
a travessia do deserto;
 Hamadas- são planaltos cobertos de calhaus grossos resultantes de erosão.

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Conclusão
O continente africano, no que tange ao relevo é subdividido em duas regiões altimétricas:
África Baixa ou do Noroeste que tem altitudes médias inferiores a 1000m.
Região da África alta ou do Sudeste com altitudes superiores a 1000 m.
O limite entre elas passa pela linha Benguela até Massawa, na (Irritreia), no litoral do Mar
Vermelho. Esta disposição do relevo tem a sua influência nas características climáticas do
Continente, desde a circulação Geral da Atmosfera até a divisão climática do próprio
continente. Esta influência não pode ser tomada isoladamente uma vez que ela dá se
associada a outros factores.
A Rede Hidrográfica do Continente Africano apresenta rios não muito numerosos e com
um regime variado na sua maioria ou pelo tipo de relevo onde correm ou por variações
climáticas que não permitem que os rios sejam de regime permanente. Os lagos na sua
maioria são de origem tectónica e em alguns casos artificiais, construídos ao longo dos
cursos dos rios.
As condições climáticas do Continente determinam o tipo de vegetação que se encontra
neste Continente, deste modo esta distribui-se de acordo com as disposições das principais
zonas climáticas do Continente.

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Bibliografia
Canal Apaza, Luis: (2007), Geografía Regional, CBT

Cuadrat, J.M; PITA, Mº.F. (2000): Climatología, Ed. Cátedra Geografia, Segunda edición,
Madrid; 496 pp.

Manual da Universidade Católica de Moçambique, (2023), Centro de Ensino à Distância


(CED), geografia – 4º Ano.

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