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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educaçao à Distância

Disserte sobre evolução das ciências geográficas desde antiguidade (época


Romana) até a época contemporânea.

(Licenciatura em ensino de Geografia)

Elisabeti Paulo -708237967

Nampula, Maio de 2023


Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educaçao à Distância

Disserte sobre evolução das ciências geográficas desde antiguidade (época


Romana) até a época contemporânea.

(Licenciatura em ensino de Geografia)

Elisabeti Paulo -708237967

Trabalho de carácter avaliativo da cadeira de Evolução do


Pensamento Geográfico, curso de Licenciatura em ensino
de Geografia 1º Ano, turma P, leccionada por O Tutor:
Sérgio Arnaldo Gove

Nampula, Maio de 2023

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Indicações Padrões Classificação
Categorias Pontuação Nota do Subtotal
máxima Tutor
 Capa O,5
 Índice O,5
Aspectos  Introdução O,5
Estrutura organizacionais  Discussão O,5
 Conclusão O,5
 Bibliografia O,5
 Contextualização 1,0
(Introdução clara do
problema)
 Descrição dos objectivos 1,0
Introdução
 Metodologia adequada ao 2,0
objecto de trabalho
Conteúdos  Articulação e domínio do 2,0
Análise discurso académico
(expressão escrita cuidada,
coerência / coesão textual)
 Revisões bibliográficas 2,0
nacionais e internacionais
relevantes na área de estudo
 Exploração dos dados 2,0
Conclusão  Contributos teóricos 2,o
práticos
Aspectos Formatação  Paginação, tipo e tamanho 1,0
gerais de letra, parágrafo,
espaçamento entre linhas
Referênci Normas APA 6ª  Rigor e coerência das 4,0
as edição em citações/referências
bibliográficas
Bibliográf citações e
icas bibliografia

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Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor

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Indice
1 Introdução ................................................................................................................................ 6
2 Conceitualização da Geografia ................................................................................................ 7
2.1 Objecto de Estudo da Geografia ....................................................................................... 7
2.2 Objectivos do estudo de Geografia ................................................................................... 8
2.3 Evolução das Ciências Geográficas .................................................................................. 8
3 Época Romana ......................................................................................................................... 8
3.1 A Evolução dos Conhecimentos Geográficos .................................................................. 8
3.2 A Cartografia Romana .................................................................................................... 14
4 A Geografia na Idade Média ................................................................................................. 15
4.1 A Geografia no Ocidente Cristão.................................................................................... 16
5 A Geografia Medieval Muçulmana ....................................................................................... 20
5.1 As Cartas Portulanas ....................................................................................................... 22
6 A Geografia na Época dos Descobrimentos .......................................................................... 23
6.1 Causas dos Descobrimentos............................................................................................ 23
6.2 Os grandes descobrimentos marítimos (séculos XV e XVI) .......................................... 24
6.3 Evolução dos conhecimentos geográficos ...................................................................... 26
6.4 Progresso da terra............................................................................................................ 27
7 As Bases do Conhecimento do Globo nos Séculos XVII e XVIII ........................................ 28
8 Geografia Contemporânea ..................................................................................................... 29
9 Conclusão .............................................................................................................................. 36
10 Referencias Bibliográficas ..................................................................................................... 37

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1 Introdução
O presente trabalho de carácter avaliativo da cadeira de evolução do Pensamento Geográfico com
o conteúdo o papel do geólogo na sociedade moderna, a Geologia é a ciência que estuda a crusta
terrestre, a matéria que a compõe, sua estrutura e textura, sua formação e as alterações que
ocorreram desde sua origem. Esta ciência natural, através das ciências exactas e básicas
(Matemática, Física e Química) e de todas as suas ferramentas, investiga o meio natural do
planeta, interagindo inclusive com a Biologia em vários aspectos.

A Geologia tem um papel marcante e decisivo na qualidade da ocupação e aproveitamento dos


recursos naturais, que compreendem desde os solos onde se planta e se constrói, até os recursos
energéticos e matérias-primas industriais. O desconhecimento quantitativo e qualitativo da
dinâmica terrestre tem resultado em prejuízos muitas vezes irreparáveis para a natureza em geral
e para a espécie humana em particular.

Portanto, Podemos definir Geologia como a ciência cujo objecto de estudo é a Terra: sua origem,
seus materiais, suas transformações e sua história. Estas transformações produzem materiais ou
fenómenos naturais com influência directa ou indirecta em nossas vidas.

Objectivos específicos:

Descrever as características das épocas e seu período de vigência;


Desenvolver raciocínio crítico sobre a contribuição de cada período na evolução da
geografia.

O tema proposto foi investigado por meio de pesquisa bibliográfica na qual foram utilizadas
como fontes de estudo obras de relevante importância sobre o tema, livros, artigos científicos, e
revistas pedagógicas. Quanto a estrutura o trabalho apresenta: capa contra capa, índice,
introdução, conteúdo, conclusão, e as respectivas referencia bibliografias.

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2 Conceitualização da Geografia
Geografia é o estudo da superfície da Terra. Sua denominação procede dos vocábulos gregos geo
("Terra") e graphein ("escrever").

Geografia significa, etimologicamente, «descrição da terra», e foi tal como tal que este ramo de
conhecimento humano se apresentou entre os viajantes gregos, seus primeiros cultores, mas,
desde o início, com duas orientações diferentes.

A geografia geral procura apreender o que há de permanente e de regular nos factos terrestres, de
os esclarecer uns pelos outros de maneira a explicar-lhes as condições. Cada fenómeno, quer se
trate de rios, de habitações, de correntes marítimas, de migrações humanas, de associações
vegetais ou de estabelecimentos industriais, deve ser encarado não apenas em si próprio, mas
como parte de um todo. Este sentido de repetição regular dos fenómenos da superfície da terra e
da sua comparação está na base da explicação geográfica.

“ A Geografia estuda o conjunto de fenómenos naturais e humanos que constituem aspectos da


superfície da terra, considerados na sua distribuição e relações recíprocas.” (Orlando Ribeiro,
p34. 1998)

2.1 Objecto de Estudo da Geografia

Um espaço que a análise sistemática pretende que seja visto como um todo, onde interagem
fenómenos diversos que é preciso identificar e compreender; um espaço que resultou de uma
longa evolução da Humanidade e que, por isso, é um produto social onde as forças produtivas
comanda a sua estruturação.

O espaço entendido como espaço social, vivido, em estreita correlação com a prática social não
deve ser visto como espaço, absoluto “ vazio e puro lugar por excelência dos números e das
proporções ” [LEFÉBVRE, 1976, p. 29], nem como um produto da sociedade, “ ponto de reunião
dos objectos produzidos, o conjunto das coisas que ocupam a de seus subconjuntos, efectuados,
objectivados, portanto funcional ” [ LEFÉBVRE, 1976, p. 30 ]. O espaço não é nem ponto de
partida (espaço absoluto), nem o ponto de chegada (espaço como produto social). O espaço
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também não é um instrumento político, um campo de acções de um indivíduo ou grupo, ligado ao
processo de reprodução da forca de trabalho através do consumo. Segundo Lefébvre, o espaço é
mais do que isso. Engloba esta concepção e a ultrapassa. O espaço, é o locus da reprodução das
relações sociais de produção.

2.2 Objectivos do estudo de Geografia

Segundo Morril, “ a geografia deve conter pelo menos três objectivos distintos:

Compreender as características próprias dum lugar ou região.


Descobrir a relação entre o homem e o seu meio:
Explicar sistematicamente os padrões de localização e interacção espacial.

2.3 Evolução das Ciências Geográficas

“ A Terra é o palco onde se desenrola a actividades dos homens. O seu aspecto actual é apenas
uma simples fotografia instantânea em relação `as constantes modificações que apresentar” (
Suess ). Móvel e mais variada se revelam ainda a actividade humana.

A Geografia é uma ciência com um longo passado. Bem antes dos gregos ou dos grandes
descobrimentos marítimos do século XV, já as primeiras comunidades humanas exploravam a
superfície do globo.

Um dos factos mais curiosos que o estudo do pré – história nos revela é, certamente, o da
tendência ao movimento que, ao lado da precoce dispersão humana, contribuiu para os primeiros
conhecimentos de regiões diferentes.

3 ÉPOCA ROMANA

3.1 A Evolução dos Conhecimentos Geográficos

As condições da sociedade grega levaram ao seu declínio e à submissão ao domínio romano,


cerca de 146 a. C.
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No que se refere ao conhecimento do Mundo, as conquistas romanas tiveram importantes
consequências. Com efeito, a preparação de expedições militares exigiu sempre um
conhecimento ou uma figuração aproximadas das regiões a atravessar e a conquistar.

Por isso a cartografia romana era utilitária, essencialmente militar e cadastral.

Foi sobretudo o interior do continente europeu, o mundo céltico e germânico e as suas migrações
que a conquista romana deu a conhecer. Não foi, no entanto, em Roma que se registraram os
progressos do conhecimento geográfico, devendo-se ao pensamento grego as novas aquisições
desta ciência com Hiparco, Posidónio, Estrabão e Ptolomeu.

Hiparco, 190-125 a. C., foi o maior astrónomo da Antiguidade. Determinou a distância da Terra
ao Sol e à Lua e as dimensões destes dois astros; inventou os primeiros elementos da geometria
da esfera, dividindo pela primeira vez o círculo terrestre em 360º; concebeu uma rede de
paralelos e meridianos, com intervalos iguais, para determinar a latitude e a longitude; elaborou
um mapa do mundo e dividiu-o em 11 paralelos igualmente espaçados, cuja localização
descreveu detalhadamente. Nos seus mapas utilizou o sistema de projecção estereográfico que
substituiu o sistema ortográfico.

Às concepções gregas da forma da Terra e das suas grandes divisões juntaram-se outras
hipóteses, respeitantes à repartição das terras e dos mares.

Ligada à ideia de esfericidade da Terra, os sábios gregos admitiam que, além da ecúmena,
deveriam existir outros continentes para estabelecer o equilíbrio do planeta.

Surgiu o conceito de antípodas ou continente austral, simétrico da ecúmena. Admitida por


Aristóteles, Eratóstenes e Hiparco, a teoria das antípodas foi aperfeiçoada por diversos
pensadores como Crates de Malos, contemporâneo de Hiparco.

Para Crates de Malo, quatro massas de terra, duas no hemisfério norte e duas no hemisfério sul,
são separadas por duas massas oceânicas perpendiculares, uma envolvendo o globo de este para
oeste ao longo do equador e a outra rodeando-o de Norte a Sul.
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Posidónio, séc. II a. C., geógrafo, historiador e filósofo, estudou o fenómeno das marés e a
influência da Lua; criou uma teoria dos tremores de terra e do vulcanismo; determinou o
perímetro da terra (180 000 estádios), e os seus cálculos resultaram mais errados que os do
Eratóstenes. Utilizou a distância linear entre Rodes e Alexandria e para calcular a distância
angular partiu da estrela Canopus. Enquanto que para Eratóstenes um grau equivalia a 700
estádios, para Posidónio um grau equivalia somente a 500 estádios.

Estrabão, 64 a. C., 21 d. C., viajante, historiador e geógrafo contounos, com minúcia, a vida de
alguns povos e descreveu pormenorizadamente algumas religiões. A sua obra foi compilada
numa geografia de 17 volumes. Revelou cuidado ao descrever religiões e povos, fez afirmações
correctamente pensadas como quando exaltou para região da futura França «a correspondência
que aí se encontra na relação dos rios e dos mar, do mar interior e do oceano», o que lhe sugeria a
ideia de um organismo bem equilibrado. Em contrapartida Estrabão tomou a sério vários mitos e
considerou impostor um observador em consciencioso como Píteas. A obra de Estrabão
apresenta, pois, qualidades e defeitos.

A geografia de Estrabão, tal como de Heródoto, foi sobretudo descritiva e regional.

Exemplos de descrições feitas por Estrabão, sobre Portugal:

«a zona do litoral adjacente ao Hieron Akrotérion (cabo de S. Vicente) forma o começo do lado
ocidental da Ibérica, e continua por uma parte desde a foz do rio Tágos (rio Tejo) até ao começo
do lado meridional, até ao rio Ánas (rio Guadiana), e a sua foz. Ambos nascem na parte do
levante; mas o primeiro, muito maior que o outro, corre directo ao poente, enquanto o Anãs se
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encaminha para o sul, formando assim entre ambos uma «mesopotâmia» cuja população é
integrada na sua maior parte por Keltikai (Celtas), e algumas tribos de Lysitanoi (Lusitanos),
transferidos pelos Romanoi (Romanos), para a margem oposta do Tágos (…).

Estrabão-«Geografia», livro 3.º, Cap.I.

Ao mesmo tempo que se desenvolviam as técnicas capazes de dar respostas satisfatórias as


perguntas «onde?», os geógrafos começavam a perguntar «o que existe ai?».

São evidentemente perguntas deste género que estão na base dos trabalhos protociontifios de
Homero e Heródoto. Estrabão formulou-se de modo mais sistemático que os outros geógrafos
seus antecessores. Mais do que nenhum, Estrabão demonstrou a preocupação dos gregos em dar a
forma e o tamanho exacto aos lugares, a parte da terra que fica dentro do mapa em elaboração.

Estrabão preocupou-se com a diferenciação entre lugares particularmente pelas variações


culturais, tendência só retomada depois de 1800 d. C. Cláudio Ptolomeu, 85-160 d. C.

Nasceu provavelmente em Ptolemais, cidade de Tebaia (alto Egipto) habitada por gregos. Tudo
quanto se sabe da sua biografia é que fez as observações em Alexandria entre os anos 127 á 141
ou 151 d. C.

A sua obra é composta por oito volumes, sendo de salientar três domínios: o da matemática pura,
o da astronomia e o da geografia.

A obra de Ptolomeu conheceu um prodigioso de estímulo. É essencialmente uma sistematização


dos trabalhos anteriores, sobre udo dos de Hiparco e uma interpretação das matérias científicos
acumulados. A sua obra Geographike Syntaxis, traduzida árabe com o título de alma gesto foi
acatada no mundo interior ate Copérnico. Os marinheiros portugueses aprenderam nela as noções
de astronomia indispensável á pratica náutica. O uso da latitude e da longitude, para indicar a
localização dos lugares a superfície da terra, foi uma das contribuições mais importante de
Ptolomeu para a geografia e para a humanidade. Embora com algumas modificações, ainda hoje
usamos o seu sistema básico de localização dos lugares.
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A «Geografia» de Ptolomeu mostra como foi grande a extensão dos conhecimentos no tempo do
império romano. Trata-se duma vasta compilação destinada estabelecer uma carta do mundo
dessa época. O mundo estendia-se deste as ilhas britânicas ao norte, até aos lagos do Nilo ao sul,
e deste Canárias até a china meridional.

Os «climas» são paralelos que marcam a duração crescente do dia mas longo a partir do equador
(12 horas) para o círculo polar árctico (24 horas).

Ptolomeu aperfeiçoou o sistema de projecção de Hiparco. A rede cartográfica é constituída por


meridianos concorrente e os paralelos são representados por círculos concêntricos equidistantes,
o que constitui a prefiguração da projecção cónica. Para a contagem das longitudes, Ptolomeu
tomou como meridiano de referência uma linha tirada através da suposta posição das ilhas
afortunadas (ilhas Canárias). O mundo conhecido por Ptolomeu abrangia 180º de longitude,
desde o meridiano que passavam pelas ilhas afortunadas até a china. Para a medida do grande
circulo terrestre Ptolomeu adoptou o valor de 180 000 estádios, baseando-se nas indicações de
possidónio.

Como consequência Ptolomeu atribui-o ao globo terrestre dimensões restritas e dai a ideia em
voga no século XV de que partindo das costas da Europa, fazendo vela para oeste se atingiria
facilmente a Ásia.

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O mapa esta orientando para norte e mostra o equador os trópicos. Apresenta alguns erros na
parte oriental e meridional. A península do Decão esta reduzida, enquanto o Ceilão (Taprobana) é
representada em tamanho maior do que o real. A forma da África oferece uma particularidade. A
norte ao equador é bastante exacta, mais a partir do equador, aumenta em ambos os lados em vez
de se reduzir. Para oeste o mapa termina bruscamente, mais para este a África une-se com a Ásia
o oceano Índico aparece como um grande lago. Possivelmente esta ideia equívoca contribui-o em
grande parte para o atraso no intento de chegar a Ásia, contornando as costas de África.

O maior erro de Ptolomeu foi o de ter considerado as dimensões da terra muito menores que a
realidade. Admitindo a equivalência de Possidónio (um grau =500 estádios) e aplicando-a nas
medidas das distâncias de que dispunha concluiu que Europa e a Ásia se estendiam sobre metade
do globo na realidade elas só ocupam 130º da mesma maneira o comprimento do mediterrâneo
foi representando o mapa com 62º tendo na realidade te apenas 42º. Este erro perdurou até ao
século XVI quando mercador introduziu a primeira correcção para 53º.

Ptolomeu foi o último dos grandes geógrafos da antiguidade. A sua obra é composta vinte e seis
mapas detalhados e por mapa-múndi, que constitui o primeiro atlas universal.

Além de geógrafo, Ptolomeu foi também astrónomo. Considerou a terra como centro do universo,
defendendo a teoria geocêntrica.

Graça aos árabes e aos sábios dos renais cimento, a obra de Ptolomeu alcançou um grandes
prestígios. A sua concepção geocêntrica do universo só foi substituída no século XVI pelo
sistema heliocêntrico de Copérnico.

Com a decadência do império romano a geografia foi sendo negligenciada. Apenas cerca de 1200
ano depois da morte de Ptolomeu, a geografia e a cartografia voltaram a atingir os níveis de
correcção e eficiência que tinha atingido no período ptolemaico.

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Conclusão

O carácter científico da geografia grega, considerada no seu conjunto (incluindo desenvolvida por
sábios gregos durante o domínio romano), baseia-se em:

-objectivação do fenómeno considerado, desprezando as condições subjectivas;

-importância da observação direita, com tendência a descrições realistas e a expressões


numéricas;

-ordenação e compilação dos conhecimentos adquiridos;

-aplicação de considerações racionais na análise de relações e na busca das causas dos


fenómenos.

3.2 A Cartografia Romana

A profunda diferença entre as mentalidades gregas e romanas ficou demonstrada nos seus mapas.

Os romanos eram indiferentes a geografia matemática, ao sistema de longitude e latitudes, as


medições astronómicas e aos problemas das projecções. Eles necessitavam de mapas práticos
para fies militares e administrativos voltando ao antigo mapa de disco. Na Orbis Terrarum os
cartógrafos romanos representaram o mundo inteiro. Os três continentes aparecem dispostos mais
ou menos simetricamente com a Ásia a leste, na parte superior do mapa. A Itália esta bastante
evidenciada, bem como Roma e as províncias romanas. Cerca de 4/5 do mapa são dedicados ao
império romano. A índia, a china (seres) e a Rússia (Sarmacia) estão reduzidas a pequenas régias
periféricas.

A tábua de Peutinger representa horizontalmente todo o mundo conhecido, da Inglaterra a china,


numa tira de papiro de 7,5 metros de comprimentos e apenas 30cm de largura. A forma dos mares
e dos continentes é, por isso, muito difícil de reconhecer.

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O que os autores da tábua quiseram representar foi a rede das vias de comunicação terrestre do
império romano, com indicações de cidades e das distancias a tábua contem além dos incinerarias
das estradas, detalhes como montanhas, rios, lagos ou mares interiores, monumentos importantes,
etc.

Existia, no fim da época romana, uma cartografia não científica simbólica, esquemática e
utilitária. Destinava-se a representar o império romano e tinha uma finalidade prática e de
propaganda.

4 A Geografia na Idade Média


À derrocada do império romano seguiu-se um longo período de turbulência que, nos domínios da
cultura, se traduziu por uma grande estagnação. Embora seja arbitrário marcar rigorosamente os
limites das idades históricas, aceita-se como início da idade média o ano 476, disposição de
Rómulo Augusto, e o termo no ano de 1453, queda Constantinopla.

A área das nações mediterrânicas foi comprimida por grandes migrações humanas:

- Estabelecimento continental e insular dos povos germânicos, que precedeu e seguiu a queda do
império romano do ocidente.

- Invasão árabe, que, dos séculos VII ao X, se estendeu, o próximo oriente a África Magrebiana.

- Aparecimento dos nómadas cujo avanço se quedou nas estepes e euro-asiáticas (Hunos,
Mongóis) ou na Ásia menor (turcos).

A aventurosa exploração do mundo foi assim orientada do modo diferentes, mas não se apoio no
poder inventivo da ciência, nem sérvio os progressos da geografia.

Desde modo a idade média foi, para a geografia, um período de estagnação e mesmo de
retrocesso. Caracterizou-se especialmente por uma completa decadência da geografia geral. Com
os árabes a actividade geográfica ainda se manifestou, mas este voltarem-se quase
15
exclusivamente para a geografia descritiva. Ptolomeu foi, até ao renascimento, a autoridade
incontestada em matéria do conhecimento da terra e do sistema do mundo.

4.1 A Geografia no Ocidente Cristão

Com a queda do império romano do ocidente, o espaço europeu sofreu sucessivas invasões
bárbaras. A Europa dividiu-se em muito reinos, política e socialmente diferenciado. O poder
central fragmentou-se e constitui-se a sociedade feudal. A igreja afirmouse como o único
unificador da Europa. Neste contexto, a economia europeia fechou-se sobre se mesma, baseando-
se na agricultura e na troca directa de produto. Os excedentes eram escassos e, em anos de más
colheitas, as populações eram vítimas de fomes, acompanhadas frequentemente por pestes. Os
sistemas de comunicação desorganizaram-se, não haviam mobilidade de bens, pessoas ou ideias.

A curiosidade acerca dos lugares só existe quando é possível viajar. Na Europa medieval,
dividida em muitos reinos verdadeiro mosaico de unidade política e sociais, a diminuição de
mobilidade foi eliminando a necessidade da geografia científica. O fervor religioso e as
explicações teológicas originavam respostas alternativas as perguntas «onde?», respostas que
eram, incompatíveis com as que a ciência pode dar. Do ponto de vista geográfico classificam-se
como erradas.

A característica fundamental da Idade Média é o teocentrismo, visão do mundo á luz de Deus. As


ciências são estudadas e sistematizadas á luz filosofia (Metafísica) e da teologia.

A teoria geográfica não era testada com a experiência devido a fraca mobilidade e, por isso, a
geografia na idade média evoluiu de forma bizarra. A bíblia continha um certo número de
afirmações cosmologias e geográficas. A substituição da cosmografia científica pela religiosa foi
evidente na cartografia.

Completamente dominado pelo sentido cristão do sobrenatural, o cartógrafo medieval não se


dedico a representar o mondo como ele é na realidade. Em vez disso, figurou o seu próprio
pensamento concentrado numa expressão simbólica e artística.

16
A teologia substituiu a ciência como método importante da organização do mundo.

Depois de Ptolomeu houve um declínio evidente na exactidão dos mapas do mundo, declínio que
perdurou até ao século XIV.

O mapa-múndi típico da idade media era um disco conhecido com o nome de T no O (Orbis
Terrarum) ou como mapa de roda. Utilizou-se de novo o Orbis Terrarum dos romanos, mas com
tais modificações que perdeu a sua exactidão geográfica.

Neste mapa a Ásia ocupava sempre a metade superior do O, com a Europa e a África ocupando,
cada uma, a metade da parte inferior. O mediterrânico uma posição meridiano entre os dois
continentes. Jerusalém estava no centro do círculo, segundo o texto bíblico «esta Jerusalém; no
meio das nações eu a coloquei e suas terras ao redor dela». O paraíso aparecia localizado a leste
na parte superior do mapa. Nestes mapas foram incluídos elementos teológicos, perdeu-se a
17
noção de localização rigorosa dos lugares e não existia sistemas de projecção. Considerava-se a
terra de forma plana representada circularmente.

Existiu também na Idade Média outro tipo de mapa baseado na concepção esférica da terra.
Conservaram-se apenas em forma cartogramas simplificados, os mapas macró- bios. Foram
importantes porque mantiveram vivo o conhecimento da superfície terrestre e a divisão em zonas
idealizados pelos gregos.

O retrocesso geográfico foi, no entanto evidente na cartografia e os científicos sofreram uma


estagnação.

São de salientar, porém, três factos importantes:

1- As expedições ao atlântico norte (séculos VIII, IX e X).

2- As viagens a Ásia dos monges franciscanos Carpine e Rubruck (séc. XIII) e nos fins do
mesmo século marca pólo.

2- Os conhecimentos geográficos dos árabes.

Nos séculos IX e X os normandos realizaram viagens de exploração no atlético norte a


Gronelândia foi descoberta e La se estalou uma colónia. Talvez no ano 1000, leif tivesse atingido
a América via Gronelândia. Estas explorações foram prematuras e sofreram a sorte de todas as
que o caso conduz antes que comercio ou a ciências delas possam aproveitar.

Com fins religiosos e comerciais partiram para a Ásia os monges capine Rubruck nessa época os
mongóis não eram nem muçulmanos nem budistas e por isso, a Europa cristã alimentou
esperança de entabular relações comercias com eles e de obter o seu auxílio contra os turcos.

Estabeleceu –se então na Ásia uma rota comercial que permitia a chegada de mercadorias aos
entrepostos comerciais do mar negro. Peles, tecidos, pedras e especiarias chegavam a Europa,
vindas da Ásia e não do Egipto, por ai serem objecto de impostos excessivos.

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Rubuck foi encarregado junto do «Khan» mongol de uma proposta de aliança contra os
maometanos, enviada por são luís de França.

Partiu em 1252 e quando atingiu as estepes da Rússia meridional pareceu-lhe «que entrava no
novo século».

Estas estepes revelaram ao monge um mundo insuspeita do: o das tribos nómadas que se
deslocavam ao ritmo das estações com os seus rebanho nos seus carros imensos que
«transportavam tendas inteiramente montadas».

Ao fim de dois meses atingiu a Volga, penetrando no coração da Ásia central. Chegou a
karakarun, cidade capital «que não valeu o burgo de saint-denis». Foi a primeira cidade que
encontrou desde que começou a percorrer as estepes.

Regressou sem conseguir nenhuma vantagem da corte Mongólia, nem para o seu rei, nem para
sua religião. No relato que dirigiu ao soberano, resumiu uma preciosa documentação a cerca do
género de vida dos nómadas mongólicos. O relato da viagem e um dos melhores inscritos
geográficos da idade media.

Em 1271, a Itália Marcopólo partiu também com os fins comercias, para Mongólia onde ganhou a
simpatia do chefe supremo, que o encarregou de missões importantes no Tibete, china meridional
e índias. Passados 20 anos regressou a Europa e descreveu a sua aventura no livro chamado
«livro das maravilhas», no qual registou tudo o que podia servir para o conhecimento do oriente.
Desde a Ásia menor a china, da Mongólia a índia, através do Iraque e do irão, Turquestão, Gobi,
planalto do Tibete, por todo a parte, marco pólo observou os produtos do solo e da industria, as
condições do tráfego, os centro comercias e as rotas a seguir.

Descreveu sobre tudo a civilização chinesa, os seus formigueiros humanos, as suas cidades
populosas e mercantis: é o caso de Kinsay (Hang Tcheu), de que foi governador. Era composta
por doze bairros de 12000 casas, cada um, povoada por 3 milhões de habitantes; Esta cidade,

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construída sobre as águas como Veneza, tinha nada menos que 12000 pontes e a província de
Manzi, de era a capital, contava mais de 1200 poderosas cidades.

Descreveu também o tráfego do rio azul, “ que é menos um rio de que um mar”, sulcado por
juncos e barcos de toda a espécie.

A indústria da seda, a riqueza pública, o sistema dos correios, em suma, tudo o que constituía
uma sociedade civilizada e mais evoluída da a Europa foi descrito por marco pólo.

O livro do marco pólo encontrou muitos incrédulos, mais acabou por se impor despertando a
curiosidade a imaginação e a cobiça dos europeus do renascimento, que queriam atingir, por uma
rota directa, esse oriente asiático de prodigiosas riquezas.

5 A Geografia Medieval Muçulmana


O mundo muçulmano tinha necessidade de conhecer com precisão a localização de determinados
lugares. A extensão do mundo muçulmano tornava necessária a localização absoluta e relativa de
certos lugares de mundo a solucionar todos os problemas administrativos e militares que
provinham de tão vasto Império. O império Árabe estendeu-se do Atlântico e da África do Norte
até à Ásia Central. No século X os árabes alargaram os seus estabelecimentos à costa oriental da
África, do mar Vermelho à foz do Zambeze. Os seus navios não se aventuravam para além deste
limite, mas em compensação faziam correntemente a utilização comercial da monção para as
trocas com a Índia.

20
Expansão Arabe

Os árabes encontravam-se assim extraordinariamente bem colocados para realizarem a


exploração do domínio da Antiguidade clássica. O interesse pelas viagens e pelo conhecimento
de outros lugares era grande.

As peregrinações a Meca, exigência do Corão, significavam também grandes distâncias a


percorrer. Assistiu-se assim a um período de desenvolvimento do conhecimento de muitos
lugares.

Os árabes procuravam também estabelecer relações com outros povos distantes. No século XII,
Edrisi enriqueceu os seus conhecimentos geográficos com longas viagens e, ao serviço do rei da
Sicília, elaborou e 1154 um mapa-múndi, que é considerado a obra mais importante da
cartografia árabe. No século XIV, Ibn Batutah percorreu o Egipto, a Arábia, a Palestina, a Rússia,
o Iraque, o Irão, o Afeganistão, a Índia e a China. Ultrapassou o Equador, demonstrando que a
zona tórrida era habitada. O relato das suas viagens, rico de observações e de informações
pessoais, é, sobretudo, uma descrição da sociedade muçulmana da 1ª metade do século XIV.

Os árabes mantiveram, deste modo, as tradições da geografia descritiva. Foram também eles que
traduziram no século IX a geografia de Ptolomeu, com o nome de Almagesto. Desenvolveram a
astronomia, a matemática, a geometria. Aperfeiçoaram o atrolábio e a bússula.
21
E enquanto a cartografia ocidental ia pouco além de uma ilustração decorativa de textos
teológicos, o mundo muçulmano recolheu e desenvolveu a antiguidade clássica.

As suas cartas são no entanto esquemáticas: não há nem projectado, nem coordenadas, e a
configuração real das várias regiões é inteiramente ignorada (fig. 20). A latitude e a longitude
foram utilizadas pelos astrónomos nas suas observações, mas geógrafos, ao elaborarem os mapas,
não se serviam desses dados. Existia no mundo árabe uma separação entre os geógrafos e
astrónomos, que não aconteceu na antiguidade.

Cartogramas árabes usados na Idade Média

5.1 As Cartas Portulanas

Nos finais da Idade Média as cruzadas, as peregrinações aos lugares santos e o renascimento do
comércio entre a Europa e o Ocidente levaram ao ressurgir da curiosidade pelo mundo
desconhecido.

Com o desenvolvimento da navegação houve necessidade de uma cartografia realista e útil.


Abandonou -se a cartografia religiosa e imaginária e desenvolveram -se as cartas portulanas. São
atribuídas a Genoveses e Catalães a partir da segunda metade do século XIII. Representam com
grande pormenor os acidentes costeiros. As áreas continentais aparecem em branco e ornadas
com escudos de armas, bandeiras, etc.

22
O detalhe mais característico dos mapas portulanos é o minucioso sistema da rosa-dos-ventos e
dos rumos (direcções da bússula). Em geral existe uma rosa-dos-ventos central que ligada em
todas as direcções a outras rosas-dos-ventos dispostas à sua volta segundo um polígono de pito,
dezasseis e trinta e dois lados. Presume -se que estes rosas-dos-ventos foram desenhados após a
elaboração do mapa com a intenção de ajudar o navegador no estabelecimento da sua rota.

6 A Geografia na Época dos Descobrimentos


A Geografia na Época dos Descobrimentos Inventos Tecnológicos A navegação no alto mar
tornou-se possível dados os inventos tecnológicos de que dispunham já, anteriormente ao século
XV.

O leme central.
A bússola.
Os portulanos
Determinação da altura dos astros.
O quadrante.
O astrolábio.
A vela triangular.
A caravela
A imprensa.
As cartas marítimas.

6.1 Causas dos Descobrimentos

O notável esforço dos grandes descobrimentos encontra-se ligado a um conjunto complexo de


causas e de condições, tais como:

Motivos de ordem comercial


a procura de novas rotas para o comércio com o levante;

23
Motivos de ordem técnicas: possibilidades oferecidas pelos progressos da navegação e da
astronomia náuticas; - Motivos de ordem cientificas: influencias de Ptolomeu e da ciência
grega;
Motivos de ordem religiosa: a mística crista, a vontade de atacar os mouros de africa, de
chegar até junto de populações fácies de converter e de alcançar o lendário reino cristão
do preste João.

Os europeus vão tomar contacto com a zona tórrida e com a regularidade zonal ou estacional dos
seus elementos climáticos. No mar, para alem do trópico de câncer, os navios portugueses eram
ajudados primeiramente pelo alísio que soprava para oeste. Alcançou-se depressa a zona das
calmas equatoriais que levava, muitas vezes, vinte dias a atravessar. De seguida atingiu-se alísio
de sueste que obrigava a navegar com vento contrário, o que tornava a viajem longa e enervante.

Expedições quase exclusivamente marítimas os descobrimentos foram sobretudo obra dos povos
que viviam nas costas do atlântico: portugueses, espanhóis e depois franceses, ingleses e
holandeses. Usavam as caravelas, navios rápidos graças ao seu velame e seguros graças aos
bordos elevados. Praticavam a navegação do alto mar com a ajuda da bússola, a «agulha de
marear» aperfeiçoada no século XIII e do astrolábio graduado cujo se difundiu no século XV para
a medição das latitudes.

6.2 Os grandes descobrimentos marítimos (séculos XV e XVI)

Até ao século XV os europeus conservaram-se, segundo expressão de Platão, «como rãs


acocoradas a beira do mediterrâneo». Depois, bruscamente abandonam o beiço demasiado rígido
deste mar fechado singrará para o mar alto á descoberta dos oceanos e dos continentes.

A ampliação do «mundo conhecido» atingiu os seus maiores limites quando Cristóvão Colombo
chegou á América, Vasco da gama chegou á índia após contornar a africa e Fernão de Magalhães
realizou a primeira viagem á volta do mundo.

Cristóvão Colombo conhecedor da obra de Ptolomeu e da esfericidade da terra, propôs-se


descobrir o caminho oceânico para as índias, navegando para oeste. Obteve o apoio financeiro

24
dos reis espanhóis, Fernando e Isabel, e partiu em 1492. Atingiu apenas as Antilhas e nas suas
quatro viagens posteriores aportou ao continente Americano. Um novo mundo era revelado aos
europeus.

Vasco da Gama partiu de Lisboa em 1497 e, após contornar África pelo sul atingiu a índia por
mar. Estava assim resolvida a configuração do continente africano, que deste a antiguidade se
procurava esclarecer. A descoberta do caminho marítimo para a índia transformou a geografia
comercial da época, aniquilando o tráfico mediterrânico em proveito do atlântico e dos
portugueses.

Fernão de Magalhães era um verdadeiro sábio e acreditava na continuidade unitária dos oceanos.
Propôs por isso a Carlos V de Espanha uma expedição para atingir «a terra das especiarias»,
contornando a América do sul. Partiu em 1519 e em 1520 atingiu o oceano pacífico, após dobrar
o estremo sul da América do sul. Em 1521 chegou as filipinas onde morreu numa luta de
indígenas. A expedição prosseguiu comandada por Sebastião del cano. O regresso a Espanha fez
pela rota do cabo da boa esperança em 1523.

Todo os descobrimentos que o homem do século XV conseguiu concretizar, dando realidade a


viagens longínquas e delas colhendo elementos que lhe permitissem prosseguir sempre mais
alem, constituíram a prova evidente da cooperação entre cientista, mariantes e mercadores, uns
contribuindo com o seu conhecimento, outro com o seu saber de experiências feito e outros,

25
finalmente, com recursos financeiros necessários para levar a cabo tão dispendiosa tarefa. Desta
aliança entre a teoria e prática, todos, afinal, beneficiaram.

6.3 Evolução dos conhecimentos geográficos

Portugal deu um forte contributo para a ciência no campo da navegação astronomia, ciências
naturais, matemáticas e geografia.

Nos séculos XV e XVI, os portugueses provaram pela experiência vários factos:

Era possível navegar sistematicamente longe da costa e conseguir perfeita orientação pelo
sol e outras estrelas;
A África tinha um ponto meridional, existindo portanto um caminho marítimo para a
índia;
O mundo equatorial era habitado e habitável;
Do outro lado do atlântico estava um longo bloco continental
As três Américas;
A América do sul tinha um ponto meridional, dando passagem para a Índia por ocidente;
Os três oceanos comunicavam entre si;
A terra era redonda e, por isso, circo-navegável.

E ainda:

Os contornos dos continentes e oceano puderam ser traçados, aparecendo pela


primeira vez uma geografia ecuménica da terra;
Desenharam o primeiro mapa dos céus do hemisfério austral;
Mostraram ao mundo ocidental civilizações e culturas desconhecidas;
Experimentaram numerosas plantas novas, frutos e alimentos que trouxeram para a
Europa;
Encontraram e descreveram novos animais.

26
Os descobrimentos, isto é, os contractos dos europeus com terras e agentes distantes e
desconhecidas, prosseguiram no século XVII. As viagens multiplicaram-se em todos os mares,
com o contributo de diversos povos europeus.

A informação era abundante mas caótica, pois misturava factos observados com crendices,
superstições e fantasias. O particular assumia proporções inumeráveis, fazendo falta o geral e,
ainda mais, o universal. Daí a distância que separa essa riqueza informativa da pobreza de
sistematização e particularmente da teorização.

São, no entanto, de assinalar Copérnico, Munster e Galileu.

Copérnico publicou em 1543 a obra «De Revolutionibus Orbium Caelestium», liquidando a


concepção ptolemaica do nosso sistema planetário e formulando o heliocentrismo. No ano
seguinte, em 1544, apareceu a «cosmografia», de Sebastião Munster, que renova a tradição das
grandes descrições do mundo inauguradas por Heródoto e Estrabão. Galileu, 1564-1642, impôs
definitivamente o heliocêntrico e explicou os movimentos de rotação e translação da terra.

6.4 Progresso da terra

Até ao século XV, as fontes cartográficas foram os portulanos, cartas traçadas sem projecções,
que se limitavam ao desenho litoral e reproduziam apenas o Mediterrâneo e os seus acessos.
Foram desenvolvidos por marinheiros Italianos e catalães. No fim da idade media, os
navegadores português retomaram a tradição e desenharam portulanos dos pedaços de costa que
iam percorrendo.

Nos finais do século XV, os portugueses desenvolveram também o «método dos roteiros», onde
estavam cuidadosamente descritas as linhas da costa. Os retiros incluíam sinais particulares
(arvores, montanhas, golfos, rios e rochedos) que permitiam conhecer a costa, assim como porto,
bancos de areia, baixos e outros.

Na época dos grandes descobrimentos idealizaram-se novos métodos para representar a terra, cuja
esfericidade foi comprovada.

27
Behaim, em 1492, seguindo as descrições do Marco pólo e os cálculos de Ptolomeu, elaborou o
primeiro globo terrestre, que não incluía o continente americano, no qual o círculo máximo
atingiu apenas 2/3 da circunferência real.

Mercator, 1512-1594, é considerado o fundador da cartografia holandesa. O seu principal mérito


foi de libertar a cartografia da influência de Ptolomeu.

Em 1541, mercator construiu um globo onde já aparecia a América. Na Europa e Ásia as


superfícies estão sem os erros de Ptolomeu. Reduziu o comprimento do Mediterrâneo para 53º.
As régias desconhecidas, sobretudo a Antártida. Estão representados como enormes extensões de
terra. Mercator é também conhecido como sistema de projecção cilíndrica que uso no seu mapa-
múndi de 1569.

Ortelius, 1527-1598, publicou em 1570 a obra «Theatrum Orbis Terrarum», que é considerada
como o primeiro atlas moderno do mundo. Contem 53 folhas gravadas e acompanhadas de um
texto.

7 As Bases do Conhecimento do Globo nos Séculos XVII e XVIII


Os descobrimentos europeus dos séculos XV e XVI tiveram como resultado sobretudo a
descoberta das novas rotas marítimas. Nessa época o desejo de desenvolver o comércio era
superior a ideia de colonização, procurando estabelecer feitorias ao longo das costas e dominar as
rotas marítimas. O interior dos continentes continuava ignorado, misterioso, povoados de lendas.
Explicar-se assim o fraco desenvolvimento os conhecimentos geográficos nesse período.

Do ponto de vista de história da geografia é de registar o aparecimento de duas obras gerais:


«introdução a geografia universal», de cleverius, em 1626,e a «Geografia Generalis», de
Varenius, em 1650. Em varenius, a geografia teve um dos seus maiores pioneiros. Ele considerou
que os fenómenos registados na superfície terrestre se dividiam em três partes: celestes, terrestres
e humanos. A sua «geografia Generalis» constituiu a primeira síntese da Ciência da terra,
abarcando o essencial do conhecimento geográfico acumulado durante os dois séculos das
grandes descobertas.
28
O movimento das descobertas prosseguiu durante os séculos XVII e XVIII. Verificaram-se
notáveis progressos na navegação. No século XVII, as caravelas deram lugar a navios mais
longos e mais pesados, os galeões. No século XVIII os navios aumentaram de tonelagem e
muniram-se de instrumentos de bordo, que permitiam uma navegação mais segura e a
determinação exacta não só da latitude, mas também da longitude.

Até ao século XVIII não se soube determinar as longitudes exactas. Todavia, o princípio de
determinação é simples e conhecido desde a Antiguidade; e assenta no seguinte: 1.º dois pontos
que têm a mesma hora encontram-se no mesmo meridiano; 2.º sendo o movimento da terra
uniforme, as diferenças de longitudes são proporcionais as diferenças de hora, na razão de um
grau para 4 minutos de tempo. É necessário que o marinheiro seja capaz de conhecer, em cada
instante, a sua posição (latitude e longitude) a superfície dos mares: é aquilo a que se chama
determinar o ponto. Para isso, é preciso avaliar a velocidade do navio e a sua direcção. Para a
velocidade utilizava-se, desde o século XVI, a barquinha dos pilotos, graduada em nós; o no é
1/120 da milha marítima.

A velocidade é calculada da seguinte maneira: tantos nos em 30 segundos (1/120 da hora), tantas
milhas a hora. Mas, ate ao século XVII, não somente o no era demasiado pequeno mas ainda as
ampulhetas utilizadas e que, teoricamente, levavam 30 segundos a esvaziarem-se, eram mal
reguladas. Por isso, apenas se podia determinar uma longitude presumível.

8 Geografia Contemporânea
Kant, 1724-1804, ensinou geografia física durante cerca de 40 anos na universidade de
Koenigsberg na Alemanha, estabelecendo-lhe as bases metodológicas.

Para Kant o conhecimento científico era obtido através dos sentidos ou através da razão. Segundo
ela a experiência humana colhida indirectamente dividia-se em dois tipos:

Narrativo e descritivo. O primeiro era a história, o segundo a geografia. A história era o registo
dos acontecimentos que se sucediam no tempo e a geografia era a descrição dos fenómenos que
se sucediam no espaço. Ambas as disciplinas constituíam conhecimentos empíricos. Kant
29
defendia que a geografia antecedia a história, uma vez que os factos ocorriam em determinado
lugar. Classificou as ciências em três conjuntos: as ciências sistemáticas, que estudam as
categorias de fenómenos (astros, rochas, etc.), as ciências históricas, que estudam as relações
entre os fenómenos através do tempo, e as ciências geográficas, que estudam os factos nas suas
relações espaciais.

O final do século XVIII pode ser indicado para a geografia como o encerramento do período
inicial que designamos por «longo passado».

A geografia é uma ciência com um «longo passado» que remonta ao século VI a. C. e com uma
«breve história», posterior ao século XIX. No «longo passado» de vinte e cinco séculos, a
geografia permaneceu ligada a outras ciências como a astronomia, a matemática e a história. A
«breve história» refere-se ao curto período de pouco mais de um século em que a geografia
aparece com um conjunto de métodos e de conhecimentos coerentes e rigorosos, dentro do
contexto da ciência contemporânea.

Humboldt e Ritter vão introduzir na geografia um método próprio e um carácter sistemático. A


geografia deixou de ser obra de erudição ao serviço da história e da matemática, deixou de ser, à
maneira antiga, um conjunto de conhecimentos práticos, uma enumeração mais ou menos
ordenada de montanhas, rios ou de cidades. Unificada pelo contacto das ciências, animais pelas
relações dos exploradores, a geografia colocou-se ao lado da investigação científica competindo-
lhe não só descrever e inventariar, mas também relacionar e explicar.

O saber escolástico foi substituído pelo saber experimental. Em todas as ciências se desenvolvia a
preocupação da busca de relação de causa e efeito. Era o advento do espírito científico, ligado ao
desenvolvimento da sociedade industrial.

Humboldt

O alemão Alexandre von Humboldt, 1769-1859, foi, por educação e por gosto, um homem de
ciência, sobretudo um naturalista e um grande viajante. Possuía uma formação diversificada:

30
economia política, matemática, ciência da natureza e física. Observador atento de todos os
grandes factos físicos e biológicos, percorreu uma grande parte da Europa, todo o México, a
América central, a Colômbia e a Venezuela. As suas numerosas publicações foram todos de
natureza científica.

Os méritos de Humboldt foram altíssimos. Fundou os métodos de observação de quase todos os


sectores da geografia física. Generalizou o emprego do barómetro para determinar as altitudes,
dos cortes topográficos e dos cálculos de altitude media para caracterizar o relevo. Traçou o
primeiro mapa de isotérmicas e mostrou o contraste entre as costas orientais e ocidentais dos
continentes. Pode considera-se o fundador da geografia botânica, baseada na fisionomia das
plantas e das suas relações com o solo e o china.

Humboldt não foi apenas um naturalista e um viajante, foi também um geógrafo de grande visão.
Comparou as culturas nativas asiática e americana e escreveu tratados regionais sobre cuba e
México.

A sua obra mais conhecida, «O Cosmos», revelou, por um lado, o elemento quantitativo colhido
directamente nas viagens e, por outro, o elemento qualitativo, a teorização. O elemento
quantitativo era riquíssimo, pois Humboldt foi um observador rigoroso e um meticuloso
anotador, procedendo sempre com rigor científica. Abrangia informações relacionadas com a
temperatura atmosférica e do solo, pressão, ventos, latitude e longitude, mares, variações
magnéticas, natureza das rochas, animais, tipos de plantas e suas relações com o meio. Humboldt
preocupou-se também com as explicações dos fenómenos descritos, estabelecendo as relações
entre eles.

Pertenceu-lhe o mérito de, em primeiro lugar, ter formulado e aplicados os dois princípios
essenciais que fizeram da geografia uma ciência original, que Emmanuel de Martonne designou
por princípio da causalidade (ou interdependência) e princípio da geografia geral (ou comparada).

Qualquer que fosse o fenómeno estudado, Humboldt não se limitava a considera-lo isoladamente,
analisava outros fenómenos que o meio oferecia à sua observação, remontava as causas e descia

31
as consequências. Ninguém mostrou de modo mais preciso como o Homem dependia do solo, do
clima, da vegetação, como a vegetação era função dos fenómenos físico, como estes mesmos
dependiam uns dos outros. Era a unidade do mundo físico com todos os fenómenos
interdependentes (principio da causalidade).

Quando fixava a sua atenção num problema geológico, biológico ou humano não observava
apenas o facto local, voltava o seu interesse para as outras regiões onde ocorriam factos análogos.
Era sempre a lei geral, válida para todas as circunstâncias semelhantes, que ele procurava formar.
Nenhum ponto lhe parecia independente do conhecimento do conjunto do globo (princípio da
geografia geral).

Humboldt foi um inovador quanto ao método – que defendia a ciência – de examinar os


fenómenos climáticos, botânicos, geológicos na sua repartição à superfície da terra, mas também
nas suas relações recíprocas. Como ele mesmo escreveu, «é preferível a ligação dos factos
anteriormente observados, ao conhecimento dos factos isolados, mesmo que estes sejam novos».
Mais uma vez, pois, o conceito essencial de relação.

A utilização de método comparativo foi um passo decisivo na evolução dos conhecimentos


científicos. O estabelecimento de comparações universais foi uma das suas contribuições mais
importantes. Humboldt comparou sistematicamente as paisagens da área em estudo com outras de
diferentes locais da terra. Comparou, por exemplo, os desertos do velho mundo com os do
continente americano, o planalto do México com o da península Ibérica, as montanhas da Europa
e as do Novo Mundo. Não estudou paisagens únicas, mas verificou que existem relações gerais e
causas genéticas comuns em áreas semelhantes de diferentes partes do mundo.

Humboldt defendia o conceito de harmonia universal da natureza concebida como um todo, com
os fenómenos intimamente relacionados. O objectivo de pesquisa científica era, para ele, a
descoberta da conexão causal dos fenómenos. O seu projecto científico era a criação de uma nova
ciência, a «Física do globo», em que se integrassem as disciplinas que estudam a Natureza, e se
explicasse a sua harmonia universal e a interligação das forças actuantes. Este projecto culminou
com a publicação dos cosmos, a partir de 1845.

32
Ritter

Karl Ritter, 1779-1859, historiador e filósofo alemão, viajou muito menos que Humboldt. Foi
professor de geografia na Universidade de Berlim e as suas publicações resultaram da
investigação e do ensino. Nele, as preocupações pedagógicas estavam sempre presentes.

A sua obra de estreia, «Europa, Quadros Geográficos, Históricos e Estatísticos», despertou


grande atenção entre os geógrafos. A grande originalidade, em relação a Humboldt, residiu sobre
tudo no lugar importante que deu a geografia humana. Ritter combateu aquilo que então se
denominava «Geografia pura», e recusava um lugar ao homem. O seu principal objectivo era
explicar as relações existentes entre o meio físico e a actividade humana. São estas relações
mútuas da natureza e do homem, e a terra como o teatro, da actividade humana que lhe
interessavam fundamentalmente.

No seu livro «Europa» afirmou: «Aterra e os seus habitantes mantêm-se na mais estreita
reciprocidade, não podendo um ser apresentado em todos os seus aspectos sem o outro. A
geografia e a história devem ser, pois, inseparáveis. A terra tem influência sobre os habitantes e
estes últimos sobre a terra».

Segundo a concepção Araújo,

a terra era considerada como um organismo com todas partes


solidárias. A combinação das quatro formas ou elementos
fundamentais (ar, água, fogo e terra) constituem o «Todo» terrestre
e Ritter estudou os essencialmente nas formas existentes na
superfície do globo e na sua disposição e interacção recíprocas.

Tal como Humboldt, Ritter preocupava-se em estabelecer leis gerais através do método
comparativo. «Só com o contributo de leis gerais da superfície terrestre, inerte e animada, pode
apreender se a harmonia do mundo dos fenómenos» afirmou.

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Das formas terrestres e das suas relações extraiu Ritter muitas consequências a cerca dos destinos
dos povos e da humanidade. A ele se atribuiu a interpretação das características sociais e da
variabilidade histórica a partir da acção do meio físico, tentando assim explicar as desigualdades
entre os povos. Da sua pretensão de explicar os feitos humanos em função dos factos físicos
resultou a sua atitude determinista. O seu objectivo era contribuir para a compreensão do papel da
natureza no desenvolvimento dos homens, dos povos e dos estados.

A disposição geral na superfície do globo explicava, segundo Ritter, o triste destino de


determinados povos que não desenvolviam culturas superiores. Deu como exemplo o caso de
África, «cujas condições naturais e humanas acusam o corpo inarticulado do continente, todo
individualizado, devido a forte complexidade e ao facto dos climas se disporem simetricamente
em relação ao equador. Todos fenómenos conservam um carácter uniforme».

As características diferenciadas de outros continentes explicavam o diverso grau de


desenvolvimento da civilização. Era o caso da Europa, «cujo núcleo central do continente não
constitui nenhum obstáculo dado o facto de ser fortemente articulado, isto é, apresentar um
perfeito equilíbrio entre as formas sólidas e líquidas».

Ritter, no íntimo, permaneceu filósofo e idealista. Foi um filósofo finalista ao observar que «a
natureza existe para o homem» e ao defender um sistema de natureza auto-suficiente na qual se
valorizava quer o princípio da organização quer a acção recíproca das partes contribuintes para
uma totalidade unitária. Para Ritter o «Todo» era simultaneamente uma imagem divina e a visão
global da natureza. A compreensão deste «Todo» era o seu objectivo. Ele concretizou-o,
estudando intensamente as relações entre o homem e a natureza. O todo geográfico que estudava
inseria-se «Todo» da natureza estreitamente interdependente e organizado. «Toda a reflexão
sobre o homem e a natureza – escreveu Ritter – conduz à consideração do particular e suas
relações com o «Todo» admitiu uma finalidade no universo, explicando o presente pelo futuro.

«A terra é o teatro da actividade humana e o homem encarna nela o mesmo papel que a alma no
corpo» a ideia teológica ou finalista que dominou toda obra de Ritter, foi sempre discutida e
muitas vezes contestada. É realmente o lado vulnerável da sua obra mas que não pode de modo

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algum fazer esquecer os outros que lhe fixaram um lugar de relevo – quase sempre ao lado de
Humboldt – na história da geografia.

A geografia é para Ritter «a ciência que estuda a terra em todas as suas características e inter-
relações e mostra a conexão deste conjunto unificado com o homem e com o criador»

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9 Conclusão
Depois de muita leitura conclui que, a Terra é o palco onde se desenrola a actividades dos
homens. O seu aspecto actual é apenas uma simples fotografia instantânea em relação `as
constantes modificações que apresentar, Móvel e mais variada se revelam ainda a actividade
humana. A Geografia é uma ciência com um longo passado. Bem antes dos gregos ou dos
grandes descobrimentos marítimos do século XV, já as primeiras comunidades humanas
exploravam a superfície do globo. Um dos factos mais curiosos que o estudo do pré – história nos
revela é, certamente, o da tendência ao movimento que, ao lado da precoce dispersão humana,
contribuiu para os primeiros conhecimentos de regiões diferentes.

Portanto, o estudo da Geografia é um espaço que a análise sistemática pretende que seja visto
como um todo, onde interagem fenómenos diversos que é preciso identificar e compreender; um
espaço que resultou de uma longa evolução da Humanidade e que, por isso, é um produto social
onde as forças produtivas comanda a sua estruturação.

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10 Referencias Bibliográficas
Araújo, M. G. M e Raimundo, I.M. (2002). Evolução do Pensamento Geográfico; Livraria
Universitária, UEM, Maputo.

Ferreira, C.C. & Simões, N.N. (1993). Evolução do Pensamento Geográfico, 8a edição.

www.igeograf.unim.mx/ugi/comisioneshttp://pt.wikipedia.org/wiki/historia do pensamento
geográfico WEB: http://www.thomoson rights.com

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