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Indice
1 Introdução................................................................................................................................. 6
3 Conclusão .............................................................................................................................. 16
Portanto, como a definição do argumento como um raciocínio destinado a provar ou refutar uma
afirmação ou, ainda, uma afirmação destinada a fazer admitir outra. Os argumentos são, portanto,
elementos abstractos, cuja disposição no discurso dependerá da sua força argumentativa,
aparecendo, assim, no texto, numa disposição crescente, decrescente ou dispersa.
Objectivos específicos:
O tema proposto foi investigado por meio de pesquisa bibliográfica na qual foram utilizadas
como fontes de estudo obras de relevante importância sobre o tema, livros, artigos científicos, e
revistas pedagógicas. Quanto a estrutura o trabalho apresenta: capa contra capa, índice,
introdução, conteúdo, conclusão, e as respectivas referencias bibliografias.
2 Conceitualização da Argumentação
A argumentação visa persuadir o leitor acerca de uma posição. Quanto mais polémico for o
assunto em questão, mais dará margem à abordagem argumentativa. Pode ocorrer desde o início
quando se defende uma tese ou também apresentar os aspectos favoráveis e desfavoráveis
posicionando-se apenas na conclusão.
Argumentar é um processo que apresenta dois aspectos: o primeiro ligado à razão, supõe ordenar
ideias, justificá-las e relacioná-las; o segundo, referente à paixão, busca capturar o ouvinte,
seduzi-lo e persuadi-lo.
“Um argumento é um raciocínio destinado a provar ou refutar uma afirmação destinada a fazer
admitir outra.” Idem
Ainda de acordo com o mesmo autor, a teoria da argumentação estuda as técnicas discursivas que
permitem provocar ou aumentar a adesão dos espíritos às teses que apresentamos ao seu
consentimento. Sem se afastar da dialéctica, da lógica e da retórica. A argumentação investiu no
campo da psicologia, da sociologia e da teoria geral da informação, indo nestes campos procurar
alguma luz sobre como reage o homem, quando exposto às mensagens persuasivas, como altera
as suas convicções e o seu comportamento.
As pesquisas linguísticas que se referem ao ensino de língua devem atentar para o texto
argumentativo, pois é nesse modo de organização do discurso que se concentram os problemas
mais surpreendentes da produção e da leitura escolar.
A argumentação difere dos demais modos também por ter uma finalidade racionalizante e ser
marcada não só pela lógica, mas também por um princípio de não contradição. Isto é, o que se diz
na defesa de uma tese, de um ponto de vista, não pode ser contraditório ou dissonante do mundo
denotativo. Para o meio social em que vivem os falantes, a argumentação deve ser (...)
construtiva na sua finalidade, cooperativa em espírito e socialmente útil (Brassart, 1990, p. 371).
Com isso o autor quer dizer que não se deve procurar argumentar a favor de ideias falaciosas,
como também é imprescindível que o tema seja discutível, ideias que são ponto pacífico entre os
interlocutores não são passíveis de serem argumentadas.
Quanto à forma como se apresenta aos interlocutores do argumentador, a argumentação pode ser
dialógica (argumentação interlocutiva), oratória (monológica) ou escrita. É sob essa última forma
que se apresenta a argumentação dos textos que serão lidos em nossos experimentos. Mesmo em
um texto escrito, porém, pode haver interacção entre os usuários, de sorte que o leitor não é
indiferente às perspectivas apresentadas e defendidas no texto argumentativo em apreço. Pelo
contrário, ele reage – ao menos ideologicamente – fazendo do texto um enunciado.
O discurso bem estruturado é aquele que traz todos os dados necessários à sua compreensão,
implícita ou explicitamente (Koch, 1993). Para Fávero (2003), a estrutura completa que um texto
argumentativo deve apresentar é formada de tese anterior (ideia falsa com que o argumentador a
princípio concordaria), premissas (condições para que essa tese seja verdadeira, e normalmente
não atendidas), argumentos, contra-argumentos (que irão atacar a tese anterior e mostrar sua
invalidez), síntese (súmula do caminho lógico seguido até o momento) e conclusão, que encerra a
nova tese, verdadeira na opinião do argumentador.
O que Fávero (op. cit) oferece é uma sugestão para bem argumentar. Na verdade, o critério, aqui,
para determinar se um dado texto é ou não argumentativo é a predominância qualitativa de
sequências argumentativas.
Para uma argumentação existir, são precisos três elementos (Anderson, 1998): uma ideia sobre o
mundo que precise ser legitimada; um sujeito que se proponha a estabelecer uma verdade lógica
acerca dessa ideia; e um sujeito também relacionado a essa ideia e a quem o argumentador se
dirigirá e buscará convencer da legitimidade de seu modo de pensar e ver.
A argumentação sempre é, ainda que não pareça, impositiva: o falante impõe ao interlocutor seu
modo de raciocínio e seus argumentos. A despeito do termo impositiva, não se quer dizer que a
argumentação deve ter tom áspero. Essa imposição é feita de modo sutil. Primeiro, conduz-se o
sujeito-alvo ao mesmo questionamento, o argumentador precisa suscitar no seu interlocutor o
interesse pelo assunto do texto, pela tese defendida. Em seguida, propõem-se uma maneira de
tratar o questionamento levantado e, simultaneamente, traz-se um meio de avaliar a validade do
julgamento. Isto quer dizer a argumentação envolve três actividades cognitivas: problematização,
elucidação e comprovação.
Problematizando, o argumentador mostra não só do que trata o texto, mas também que questões
podem ser levantadas acerca do assunto em apreço, levantando um quadro de questionamentos.
Elucidando, o argumentador leva à compreensão das razões que levam uma hipótese a ser
admitida. Não se trata de verificar um fato – fatos não podem ser postos em dúvidas, eles
simplesmente ocorrem ou não, o que se fala sobre eles é que pode ser questionado (Oliva, 2010,
p. 21) –, mas de explicar o porquê e o modo dos fatos acontecerem. A elucidação pertence ao
universo discursivo da causalidade, e não ao do existencialismo fenomenal.
Provando, o argumentador leva a crer, o que serve de base para o valor da elucidação. Além de
problematizar uma questão, o argumentador deve se posicionar face à validade de sua elucidação
e que dê ao interlocutor condições de julgar o ato de elucidar realizado a partir da
problematização inicial. O interlocutor deve estar, pois, apto a aceitar ou refutar a elucidação a
que ele foi exposto. É para provar que o argumentador lança mão de argumentos de ordem
experimental, empírica, estatística, ou que tenha valor pragmático, ético ou hedônico. A escolha
dos argumentos é feita visando à garantia do raciocínio (Charaudeau, op. cit.).
Embora não haja uma maneira única e ideal de argumentar, já que são muitos os contextos e
contratos de comunicação a que a actividade discursiva se submete, os argumentos devem ter
uma estrutura peculiar para lograrem sucesso, já que são eles que estabelecem o vínculo entre o
argumentador e seu interlocutor. A estrutura de um argumento padrão é composta por Tese,
Dados e Garantias (Toulmin, apud Pilar, 2002). A Tese deve ser verdadeira, para resistir às
oposi- ções, e denotar uma maneira de ver o mundo. Os Dados são os fatos e estatísticas que
servem de apoio à Tese. Já as garantias são as proposições que ligam os Dados à Tese defendida.
O que pode ser questionado na argumentação é o argumento, nunca a tese. Um argumento deve
apresentar, para ser eficiente, relevância, aceitabilidade e suficiência.
Outra característica que a argumentação deve apresentar, segundo Fiorin e Savioli (1993), é a
unidade. Um texto argumentativo deve ser focado num único objeto de análise, sob pena de
tornar-se dispersivo, deixando o leitor/ouvinte sem saber ao certo sobre o que se está falando e
com a impressão de que, no fundo, não se falou sobre nada. Não se deve confundir, porém,
unidade com redundância. O texto argumentativo pode ter uma variedade de argumentos, desde
que essa variedade se debruce sobre o mesmo ponto, cercando-o e mostrando-lhe todas as
nuances, sempre dentro do mesmo tema central.
No que diz respeito ao ensino,
As pessoas de modo geral, mas sobretudo alunos dos Ensinos Fundamental e Médio, costumam
se negar a admitir não ter compreendido um texto. Isso, conjugado à má determinação dos
objectivos de leitura, pode levar a uma ilusão de compreensão que pode se tornar hábito. A
maioria dos livros didácticos e manuais escolares de Língua Portuguesa das escolas brasileiras
trata os textos com perguntas de decodificação do texto, cuja resposta pode ser obtida por
transcrição de trechos do texto lido, sem levar o aluno à reflexão e apreensão da arquitectura
argumentativa elaborada.
O tipo de texto determina, de modo muito radical, a interpretação que um texto deve receber. Em
textos argumentativos, a estrutura lógico-informacional é a mensagem. Um sério problema ocorre
na leitura, então, quando o leitor encara a argumentação com subjectivismo e sem vinculações de
carácter lógico, fazendo uma representação mental mais condizente a um texto literário (Perini,
2007). A subjectividade que deve haver na argumentação se deve tão somente ao carácter
interpessoal da linguagem, não à passionalidade do falante.
Para Perini (op. cit.), a primeira razão do problema é o aluno ser treinado na escola para ler
apenas textos literários, haja vista o valor cultural que eles apresentam. Quando o aluno lê um
texto fora do domínio discursivo literário, ele procede do mesmo modo quando diante de
literatura. Isso explica parte da causa do fracasso escolar em produção textual, pois ao aluno é
solicitado escrever um texto argumentativo, sem ele ter trabalhado a leitura desse tipo de texto
anteriormente. O aluno lê textos argumentativos em outras disciplinas, mas não é feita nenhuma
actividade sistemática de estudo do carácter argumentativo desses textos.
A segunda razão do problema está na má escrita de muitos textos argumentativos que o são
apenas no objectivo. O autor não consegue elaborar um texto unívoco, permitindo mais de uma
interpretação. Embora isso possa ser dado como virtude no discurso literário, trata-se de um
empecilho na defesa de um ponto de vista. Ainda que dois leitores nunca façam a mesma leitura
de um mesmo texto – e um leitor nunca faz a mesma leitura quando lê um texto pela segunda vez
–, não convêm aos textos argumentativos múltiplas possibilidades de interpretação.
Nesta pesquisa, foram seleccionados dois textos argumentativos publicados pela revista Galileu.
Ambos apresentam uma tese clara e argumentos baseados em fatos extralinguísticos. Como a
posição dos autores vai de encontro ao senso comum, eles tiveram de explicitar suas opiniões e
argumentos a favor delas, a fim de validar as teses defendidas nos textos.
Como a definição do argumento como um raciocínio destinado a provar ou refutar uma afirmação
ou, ainda, uma afirmação destinada a fazer admitir outra. Os argumentos são, portanto, elementos
abstractos, cuja disposição no discurso dependerá da sua força argumentativa, aparecendo, assim,
no texto, numa disposição crescente, decrescente ou dispersa.
As provas têm a função de sustentar os argumentos e são de três ordens (Boissinot, 1939: 468-
471):
Naturais - incluem os textos das leis, o testemunho das autoridades, as afirmações das
testemunhas e os documentos de qualquer espécie;
Verdades e princípios Universais - são reconhecidos, deste modo, por todos e apresentadas sob
a forma de raciocínio reduzido, ou intime-ma;
O Exemplo – é um caso particular, real ou fictício, que tem uma analogia verdadeira com o caso
que nos ocupa. A intenção é, a partir dele, inculcar uma verdade geral da qual deduzimos uma
proposição que queremos estabelecer.
a) Exposição do tema;
1. Via Lógica
Trata-se, neste primeiro percurso, de modelos de raciocínios herdados das disciplinas ligadas ao
pensamento: a indução, a dedução, o raciocínio causal.
II. A Dedução - dois princípios estão na sua base: o da não contradição - quando duas
afirmações se contradizem uma delas é falsa - e o da progressão do geral para a
particular - através de articulação lógica expressa por "assim", "portanto" ou "logo".
Por exemplo, o silogismo - constituído por três proposições ou afirmações - chamadas premissas
as duas primeiras (apelidada uma de "major" e outra de "menor", conforme o termo que contém,
e conclusão, a terceira - deve possuir três termos e combiná-Ios dois a dois. Veja:
Sócrates é mortal.
III. O raciocínio causal - "Asseguremo-nos bem do facto, antes de nos inquietarmos com a causa"
aconselhava Fontenelle (L. Bellenger, 1988: 27), o papel preponderante do raciocínio causal, na
argumentação, assenta em duas transposiões constantes: da causa para o efeito e do efeito para a
causa, conduzindo ao pressuposto de que "o conhecimento das causas permitirá remediar o facto
constatado" (ibid. 27), quer dizer, suprimamos as causas e o
problema estará resolvido, o que leva as pessoas a preocuparem-se mais com as razões do
presente do que com o modo de melhorar o futuro.
3 Conclusão
A argumentação sempre é, ainda que não pareça, impositiva: o falante impõe ao interlocutor seu
modo de raciocínio e seus argumentos. A despeito do termo impositiva, não se quer dizer que a
argumentação deve ter tom áspero. Essa imposição é feita de modo sutil. Primeiro, conduz-se o
sujeito-alvo ao mesmo questionamento, o argumentador precisa suscitar no seu interlocutor o
interesse pelo assunto do texto, pela tese defendida. Em seguida, propõem-se uma maneira de
tratar o questionamento levantado e, simultaneamente, traz-se um meio de avaliar a validade do
julgamento. Isto quer dizer a argumentação envolve três atividades cognitivas: problematização,
elucidação e comprovação.
Portanto, Percurso da Argumentação são caminhos do pensamento para "justificar uma opinião,
desenvolver um ponto de vista, reflectir para chegar a uma decisão" (1. Bellenger, 1988: 16); são
processos de organização das ideias, segundo a natureza dos laços que unem os elementos ou as
etapas do edifício persuasivo: onde operam os argumentos, escolhidos e dispostos, tendo em vista
uma argumentação concreta.
4 Referências Bibliográficas
__________, D.G. (1990) Explicatif, argumentatif, descriptif, narratif el quelques autres. Notes
de travail.
DOLZ, J. (1992) Cómo ensenar a escribir relatos históricos? Elaboración de dos secuencias
didácticas y evaluación de su impacto en alumnos de la escuela primaria, Aula de innovación
educativa, 2.
_______, J. (1992) Learning argumentative capacities. Astudy of the effects of a systematic and
intensive teaching of argumentative discourse in 11-12 year old children. Departament of psy
chology and Educational Sciences.University of