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Índice
1. Introdução...............................................................................................................................5
1.3. Metodologia.........................................................................................................................6
3. Conclusão..............................................................................................................................17
4. Referências Bibliográficas....................................................................................................18
1. Introdução
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1.1. Objectivo geral
1.3. Metodologia
Os materiais bibliográficos tomados como referência, de acordo com Gil (2006), são
fontes que têm como escopo possibilitar, ao autor, a rápida obtenção de informações
necessárias para o embasamento de seus argumentos, isto é, esses dados podem ser
localizados facilmente. Há dois tipos de possibilidades de referência: a informativa (contém a
informação que se busca) e a remissiva (o material remete à outras fontes). Cabe destacar,
também, segundo Marconi e Lactatos (2002) e Gil (2006), que a principal vantagem da
pesquisa de carácter bibliográfico é o facto de que permite, ao pesquisador-autor, que
investigue uma vasta gama de fenómenos e/ou problemas sociais. Essa abordagem permite
uma análise ampla e profunda do assunto investigado. Quando há a presença de dados muito
dispersos essa vertente é particularmente eficiente.
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2. Desenvolvimento Sócio-Espacial e Dinâmica de Processos Espaciais, do Município de
Mocuba
Um olhar dos espaços urbanos do país nos remete a uma investigação sobre as razões
que podem influenciar as formas de ocupação de solos urbanos das cidades moçambicanas.
Como se pode depreender, no processo de urbanização no município de Mocuba vão surgindo
ao longo do tempo novas relações entre os atores, entre atores e espaço, bem como relações a
várias escalas. O actual município de Mocuba tem sua ocupação datada 1998 . As sucessivas
famílias que foram se instalando na região, começaram a ocupar as zonas Central e Leste,
mais especificamente as proximidades do rio Licungo e Lugela
O processo de urbanização da cidade se intensificou, o qual estabeleceu-se o transporte
ferroviário por meio da construção da estrada de ferro e do empenho que teve para de
Estradas de Ferro operasse na actual cidade. A Estação Ferroviária foi implantada no tempo
colonial e possibilitou a ligação com a cidade de Quelimane, integrando-o no cenário nacional
e proporcionando seu desenvolvimento. A ferrovia trouxe importantes benefícios para a
cidade, entretanto, a mesma não se configura como a principal responsável pelo progresso
local, uma vez que, a estrada de ferro proporcionou grandes melhoramentos, sobretudo, para a
cidade de Mocuba que era sua sede, onde se localizavam pontos de terminais.
Diante do progresso a cidade passou a receber alguns benefícios, tais como energia
eléctrica, sala de cinema e a primeira emissora comunitária denominado de “RCL”, os quais
condicionaram o aceleramento da urbanização local. Em função da oferta de energia eléctrica,
houve a instalação de algumas fábricas, proporcionando o desenvolvimento industrial da
cidade.
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De acordo com Araújo Sobrinho (1998), o progresso económico levou à
industrialização da cidade, a qual recebeu várias indústrias de diferentes ramos, sendo estas
localizadas na cidade. Fábricas de processamento de cereais agrícolas e armazéns de
estocagem de mercadorias também foram criados, sobretudo, na direcção Norte, nas
proximidades.
Apesar do avanço económico, as condições sociais, principalmente dos operários,
eram bastante precárias, tendo a ausência de energia eléctrica, luz eléctrica e saneamento
básico a essa população. Os mesmos residiam em vilas que eram criadas nos arredores das
fábricas e, de acordo com Soares (1988):
A habitação é aqui entendida como forma de preservação e controle da força
de trabalho. Para o operário, a casa significava morar perto do trabalho, ter
emprego, enfim, um abrigo, uma segurança. Para o empresário, a provisão
de moradia para seus operários era uma forma de fixá-los à empresa, uma
vez que a mão-de-obra especializada era muito escassa, além de possibilitar
o pagamento de baixos salários (P.13).
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Entende-se que uma noção de espaço público requer, para qualificar como
públicos determinados espaços urbanos da vida contemporânea, uma
inserção conceitual de mão dupla entre espaço e sociabilidade pública.
Implica, portanto, relacionar dois processos interdependentes, que
concorrem simultaneamente para uma única direcção: a construção social do
espaço, enquanto produto e produtor de práticas sociais; e a construção
espacial da sociabilidade pública, enquanto produto e produtor das
espacializações da vida social. (p. 196).
As interacções nestes espaços se dão através da apropriação, podendo os mesmos
serem ou não apropriados, fato que pode ser determinado por vários aspectos, como físicos,
naturais, construtivos e também socioeconómicos. A apropriação pode ser entendida como
(Nishikawa, 1984 apud Mendonça, 2007):
[...] eventos quotidianos relacionados à própria vida urbana e devem ser
reconhecidas, entre outros aspectos, como reveladoras de necessidades de
reestruturações físicas, de modo a permitir flexibilidade no uso do espaço
(p.297).
Quando um espaço passa a ser apropriado, ele adquire valor, significado, para quem o
utiliza, tornando-se assim um lugar. Podendo este ser definido como Augé, (1994):
Finalmente, o lugar é necessariamente histórico a partir do momento em que,
conjugando identidade e relação, ele se define por uma identidade mínima.
Por isso é que aqueles que nele vivem podem aí reconhecer marcos que não
têm de ser objectos de conhecimento. (p.53)
Com o entendimento de como e porque estas interacções acontecem ou não nos
espaços, passa a ser possível promover um desenvolvimento que englobe todas as esferas,
espaciais e sociais, levando assim a uma melhoria na qualidade de vida da população.
De acordo com Souza, (2011):
Desenvolvimento é mudança, decerto: uma mudança para melhor. Um
“desenvolvimento” que traga efeitos colaterais sérios não é legítimo e,
portanto, não merece ser chamado como tal. Em termos muito singelos e
puramente introdutórios, pode-se dizer que se está diante de um autêntico
processo de desenvolvimento sócio-espacial quando se constata uma
melhoria na qualidade de vida e um aumento da justiça social. (p. 61).
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em larga escala, se torna imprescindível tratar de desenvolvimento sócio-espacial. Após a
retomada das ideias anteriores, Souza (2013) esmiúça o termo desenvolvimento, através da
origem da palavra - retirar obstáculos, liberar - e totalmente desvinculado do crescimento
económico.
Falar em desenvolvimento sócio-espacial significa para Souza (2013) a superação da
ideia de desenvolvimento como “mais do mesmo”, da perseguição por melhorias apenas nos
índices quantitativos. Tratar desse conceito significa a busca por mais autonomia,
considerando as múltiplas facetas do espaço (primeira e segunda naturezas, território e suas
relações de poder, lugar e suas subjectividades).
Para Souza (2006) o desenvolvimento sócio-espacial deve ser buscado pelo grupo
social sem interferência externa, nesse sentido também converge com a alternância, já que
essas instituições surgem através da organização da sociedade (de forma consciente) em busca
de uma transformação positiva para uma determinada parcela da população, nesse caso os
agricultores familiares, que buscam maior autonomia frente ao mercado neoliberal e Estado,
que tem como prioridade grandes produtores agro comerciais.
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apenas visando transformar o espaço social, “mas a transformação das relações sociais e do
espaço social, simultaneamente” (Souza, 2003, p.100).
A qualidade de vida corresponderia “à crescente satisfação das necessidades – tanto
básicas quanto não básicas, tanto materiais quanto imateriais – de uma parcela cada vez maior
da população”. A justiça social evidenciaria a nossa capacidade de “conciliar poderosamente
o respeito à alteridade com a exigência de igualdade” (Souza, 2002, p. 64).
Isto só é possível, segundo Souza, se repensarmos a concepção de autonomia
individual e a concepção autonomia colectiva. Sendo que cada uma destas concepções teria
um papel importante a cumprir numa sociedade que visa a democracia como sistema político
não apenas formal. A autonomia individual só é possível se o indivíduo for capaz de
estabelecer metas para si próprio de forma lúcida e na medida em que for capaz de reflectir
criticamente sobre informações de que dispõe em fontes confiáveis e a autonomia colectiva
“depreende não só de instituições sociais capazes de garantir justiça, liberdade e possibilidade
de pensamento crítico, mas também a constante formação de indivíduos lúcidos e críticos,
dispostos a encarnar e a defender essas instituições (Souza, 2002, p. 64,65).
Na realidade a qualidade de vida e a justiça social são vistas como subordinadas a
autonomia individual e a autonomia colectiva, ou seja, mesmo que se possa ter ganhos em
qualidade de vida e justiça social se esses ganhos não forem fruto de decisões democráticas
não se pode falar em sociedade autónoma. Isso não quer dizer, que a justiça social e a
qualidade de vida sejam submissas as autonomias individuais e colectivas.
A relação entre a justiça social a autonomia pode ser vista com mais facilidade, mas
entre a qualidade de vida e a autonomia não se garante que as decisões políticas serão
acertadas. Até porque, “na presença de uma heteronomia significativa no plano colectivo, será
frequente a manipulação dos sentimentos de satisfação individual, como ocorre nas
sociedades de consumo contemporâneas” (Souza, 2002, p. 66).
Por fim ainda é necessário sintetizar como Souza percebe o processo de gestão e o
olhar objectivo das categorias expostas acima. Se bem entendido o desenvolvimento sócio-
espacial é necessário frisar que os ganhos em níveis de justiça social e qualidade de vida, além
de percorrerem um processo democrático de decisões em uma sociedade autónoma, colocam-
nos agora a necessidade de planejar. Planejar não só possíveis propostas de interventivas,
intuindo resolver as demandas urbanas, mas através do planeamento e da gestão urbana
construir e reconstruir nossos aportes teóricos considerando os atores sociais como sujeitos
capazes de participar das decisões políticas públicas.
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Para que isso se torne realidade Souza entende que nossos parâmetros de autonomia
individual e colectiva devem ser complementados por parâmetros subordinados particulares,
visto que a justiça social e a qualidade de vida não passam de conceitos abstractos se não
contextualizados. Souza (2002) qualifica estes parâmetros subordinados particulares com
exemplos específicos a cada parâmetro subordinado geral. A justiça social pode ser associada
níveis de segregação espacial, condições socioeconómicas e níveis de participação da
população em geral.
A qualidade de vida, por sua vez, pode ser associada a satisfação individual em torno
de serviços de saúde, educação e aqueles relativos à moradia (Souza, 2002, p.67).
Para atingir as especificidades dos parâmetros subordinados particulares Souza propõe
adaptações singularizantes que darão conta de compreender no espaço e no tempo a situação
concreta. É aí que a actuação profissional tem o dever de contribuir para gestão democrática
em um desenvolvimento sócio-espacial. Cabe “aos próprios indivíduos/cidadãos envolvidos
no planeamento ou na gestão em um determinado espaço e tempo” controlar o processo de
construção e reconstrução dos desafios sócio-espaciais (Souza, 2002, p.68).
Aos profissionais envolvidos, apreender o universo de expectativas, quanto as
demandas é um exercício quotidiano. Para isso são importantes as pesquisas de campo, os
indicadores sociais e demais instrumentos empíricos construídos com o objectivo de captar “a
intersubjectividade dos atores sociais” (Souza, 2002, p.60).
Por tudo isso é que se considera, que é fundamental o planeamento sócio-espacial do
desenvolvimento.
Por causa disso, os programas de desenvolvimento e combate à pobreza devem ter
uma visão espacial, para que a solução de um problema na cidade não cause outro no campo”
(Toledo, 1998, p. 3-3).
Além disso, constata-se que as transformações estão ocorrendo sem a participação do
Estado e fazem algumas recomendações técnicas (ou seriam políticas) para os governos, como
incrementar o “uso do espaço rural para acomodar os pobres das periferias das cidades” e
buscarem a “descentralização das políticas para reforçar o papel do poder local”. (Toledo,
1998, p. 3-3).
No que se refere à questão do “uso do espaço rural”, defende-se aqui que independente da
acção dos governos alguns movimentos sociais, trazem principalmente os germes de um
processo sócio-espacial mais amplo, que pode vir a ser o grande alicerce da economia de
dispersão, que é a ruralização ou interiorização, em grande parte já em marcha.
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São movimentos pioneiros na busca de uma nova espacialidade, diferente daquela do
capitalismo tradicional. Assim como a urbanização foi um dos eixos definidores da sociedade
actual, a ruralização poderá vir a ser o de uma sociedade transformada no sentido de se
caminhar na busca de um novo padrão de civilização.
A questão tecnológica é central neste contexto. Como defende Quandt, os avanços
tecnológicos geram uma mudança paradigmática que abre uma “janela de oportunidade
tecnológica”, que por sua vez permite também a abertura de uma “janela de oportunidade
locacional”. Para ele “isto significa que mudanças tecnológicas radicais contribuem para criar
possibilidades de participação para novos competidores e novas localidades” (Quandt, 1997,
p.16).
Ainda segundo Quandt (1997), então, “características territoriais”, num determinado
modelo de desenvolvimento regional, que a partir das inovações tecnológicas que permitiram
sua consolidação, permitem também pensá-lo pelo “conceito de sistema de inovação”.
A ocupação do território por iniciativa da população, nem sempre reconhecida pelo poder
público, aqui denominada de autoprodução, é o processo mais preponderante na formação e
consolidação destas áreas. Para além deste, identificam-se outros tipos de intervenção que as
marcam pontualmente:
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extensas e complexo regiões urbanas, onde emergem novas realidades morfológicas, como
têm lugar tara configurações redes sociais e económicas, onde um fragmentação urbana
revelar mais força separação entre grupos de pessoas que de continuidade fazer tecido urbano.
Em qualquer caso, a dinâmica espacial está implícito não conceito de cidade e urbanização,
associado à alteração dos transportes e das relações económicas e sociais marcadas pela maior
facilidade de circulação das pessoas e bens e pela possibilidade de trocas de capital e de
informação ilimitada, deforma instantaneamente.
Não quadro de reorganizações territoriais, verifica-se como dinâmicas espaços parece
muito marcadas pela oposição entre territórios atractivos e ganhadores, especialmente em
algumas cidades e como suas áreas mais qualificados, assim como localidades melhor
conservadas e enclaves naturais, por oposição a territórios considerados repulsivos ou
perdedores, onde as condições ambientais são deficitárias, a pobreza mais evidente e a
insegurança é hum problema real. Internamente, como dinâmicas urbanas aparecem marcadas
pelo contexto regional e nacional, assim como pela especificidade de cada aglomerado,
podendo assinalar-se, em tudo o caso, nas dinâmicas recentes de muitos espaços, a crescente
importância do turismo, o papel de eventos e de outras oportunidades de investimento
público, a continua suburbanização, como resultado de melhorias nas condições de
acessibilidade e incremento da mobilidade dos habitantes, o que leva também a que como
condições de centralidades e multipliquem em determinando lugares e que a expansão da
mancha urbana e o crescendo demográfico possa ocorrem cada vez mais não espaços
interurbanos.
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3. Conclusão
Como pôde ser constatado neste trabalho, de forma concreta, o espaço é dinâmico. A
todo o momento as suas formas são construídas, destruídas e reconstruídas. Ademais, de
forma paralela a essas modificações na paisagem urbana, observa-se um espaço “vivo” a
partir da acção da sociedade não só na produção propriamente, mas, no uso ou apropriação
deste espaço de diversas maneiras.
Dai que o desenvolvimento sócio-espacial é aquele que compreende todas as áreas do
desenvolvimento, melhorando assim a qualidade de vida dos usuários de um determinado
espaço. Para tanto, é necessário um estudo mais aprofundado acerca do local de projecto, afim
de entender como o espaço funciona, seus usos e apropriações, para que sejam encontradas as
melhores soluções. Com base nos estudos realizados neste trabalho, foi possível perceber o
quanto os ambientes urbanos podem influenciar a qualidade de vida da população. Isto
porque, além de se tornarem bem apropriados, se bem pensados, podem se tornar espaços
mais seguros e confortáveis. Além disso, é possível encontrar meios que ajudem a
desenvolver o lado socioeconómico, trazendo benefícios a todas as partes envolvidas. Locais
bem projectados são capazes de gerar a apropriação, o que leva as pessoas a se identificarem
com os espaços, tornando-os um lugar. O processo de percepção é o que permite esta
identificação, portanto, analisar a percepção ambiental pode vir a ser muito enriquecedor. Um
ponto interessante a ser observado é que todos os locais acabaram por ser espaços
multifuncionais, com usos diversos, o que se mostrou muito positivo, constatando-se que os
mesmos lugares, por serem públicos, podem impactar a qualidade de vida de diferentes
pessoas, idades, gostos e culturas, constituindo portanto um factor determinante para o
sucesso dos mesmos.
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4. Referências Bibliográficas
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urbanos. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil,.
Toledo, José R. (1998). Cidade terá mais gente que campo em 2000. Folha de São
Paulo, 22 mar, Quotidiano. P.3-3.
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