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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Pedagogia e os Fundamentos Humanos da Didáctica

Nome do Estudante: Abel João Amadeu


Código: 708237362

Curso: Licenciatura em Ensino de Língua Portuguesa


Turma: A
Disciplina: Didáctica Geral

Ano de frequência: 1° Ano

Docente: MSc. Eugénio Alberto Alfredo Bread

Beira, Maio de 2023


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 Índice 0.5
Aspectos
 Introdução 0.5
Estrutura organizacionai
s  Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
 Descrição dos
Introdução 1.0
objectivos
 Metodologia
adequada ao objecto 2.0
do trabalho
 Articulação e
domínio do discurso
Conteúdo académico (expressão
2.0
escrita cuidada,
coerência / coesão
Análise e textual)
discussão  Revisão bibliográfica
nacional e
internacionais 2.
relevantes na área de
estudo
 Exploração dos dados 2.0
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
Normas APA
 Rigor e coerência das
Referências 6ª edição em
citações/referências 4.0
Bibliográficas citações e
bibliográficas
bibliografia
Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor

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Índice

1.

Introdução........................................................................................................................................1
1.1. Objectivos.............................................................................................................................1
1.2. Metodologia..........................................................................................................................2
2. Pedagogia e os fundamentos humanos da Didáctica................................................................2
2.1. Principais categorias pedagógicas........................................................................................2
2.1.1. Educação...........................................................................................................................2
2.1.2. Auto-Educação..................................................................................................................4
2.1.3. Instrução............................................................................................................................4
2.1.4. Auto-Instrução..................................................................................................................5
2.1.5. Ensino................................................................................................................................5
3. Didáctica e suas relações com a pedagogia e outras ciências..................................................6
3.1. Relação da Didáctica Geral com Pedagogia.........................................................................7
3.2. Relação da Didáctica Geral com as Didácticas Especiais....................................................7
3.3. Relação da Didáctica Geral com outras disciplinas..............................................................8
4. Processo de Ensino Aprendizagem, origem e Desenvolvimento Histórico do PEA................8
5. Carácter Educativo do Processo de Ensino Aprendizagem....................................................10
Conclusão......................................................................................................................................12
Referências Bibliográficas.............................................................................................................13
1. Introdução
O presente trabalho de Didáctica Geral, é fruto de uma árdua pesquisa bibliográfica para
responder ao tema: Pedagogia e os fundamentos humanos da Didáctica.

Existem indicativos de formatos de ensino desde os primórdios da humanidade. Para este estudo,
consideramos a aproximação do conceito de Didáctica a partir de Comenius, em sua obra mais
importante, «Didáctica Magna», onde ele tenta sistematizar o processo de ensino, e afirma, a
Didáctica é a “arte de ensinar tudo a todos” (COMENIUS; GOMES, 1966).

Para José Carlos Libanêo, a Didáctica é uma disciplina pedagógica que estuda os objectos, as
condições do processo de ensino, os meios e o cenário educacional. Porque os conteúdos da
disciplina de ensino decorrem da ciência que lhes servem de base. A disciplina de ensino implica
numa selecção de conhecimentos pautada por critérios pedagógicos e didácticos; do mesmo
modo, os métodos da ciência e os métodos de ensino são conexos, não idênticos, porque a
actividade de ensino implica uma relação pedagógica que lhe é peculiar, distinguindo-se daquela
que ocorre na actividade científica (LIBÂNEO, 1994).

Assim, o fenómeno educativo enquanto acto didáctico, tem uma pluridimensionalidade, de modo
que a Didáctica não caminha isoladamente no campo dos conhecimentos científicos e não dá
conta de resolver seus problemas sem a contribuição de outras ciências da educação. Além disso,
a interdisciplinaridade tornou-se hoje um princípio inquestionável na organização do
conhecimento e não há razão para que a Didáctica ignore esta particularidade.

1.1. Objectivos
Na senda de Marcon e Lakatos (1996:24) toda pesquisa deve ter um objectivo determinado para
saber o que se vai procurar e o que se pretende alcançar. O objectivo torna explícito o problema,
aumentando o conhecimento sobre determinado assunto. Neste trabalho o objectivo encontra-se
subdividido em geral e específico.

1.1.1. Objectivo Geral:


 Compreender a contribuição das outras ciências (pedagogia, psicologia, biologia,
sociologia, filosofia) para a actividade didáctica do professor

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1.1.2. Objectivos Específicos:
 Debruçar das principais categorias pedagógicas;
 Falar do processo de ensino aprendizagem, origem e desenvolvimento histórico do PEA;
 Explicar o carácter educativo do Processo de Ensino Aprendizagem.

1.2. Metodologia
Métodos constituem etapas mais concretas da investigação com finalidade mais restrita em
termos de explicação geral dos fenómenos menos abstractos. Portanto, na materialização do
presente trabalho mostrou-se imprescindível o uso do método analítico e método bibliográficas
que segundo CARVALHO (1989: 100) é o processo de identificação de fontes diversas de
informação escrita, para colectar dados específicos a respeito do tema.

2. Pedagogia e os fundamentos humanos da Didáctica

2.1. Principais categorias pedagógicas


Pedagogia é o campo de conhecimento que se ocupa do estudo científico da educação. Deste
modo, podemos destacar as seguintes categorias:

a) Educação
b) Auto-Educação
c) Instrução
d) Auto-Instrução
e) Ensino

2.1.1. Educação
O termo educação tem sua origem do latim educare que significa alimentar, criar. Este verbo
expressa, portanto, a ideia de que a educação é algo externo, concedida a alguém. A educação,
pela sua característica fundamental, é o desenvolvimento de comportamento, atitude e
convicções; isto é, a formação de traços da personalidade.

A educação é um processo que visa o desenvolvimento nos Homens nos aspectos morais
intelectual, físico e a sua inserção na sociedade.

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Ela existe desde que existiu o primeiro Homem. Ninguém escapa a educação, na rua, em casa, na
igreja ou na escola, de um modo ou de muitos, todos nós, nos envolvemos com ela, para saber,
para fazer, para ser ou conviver. A escola não é o único lugar em que ela acontece e nem o
professor profissional não é o único praticante.

Segundo HAYDT (2000:11), a educação do ponto de vista social é a acção que as gerações
adultas exercem sobre as gerações jovens, orientando sua conduta por meio da transmissão de
conjunto de normas, valores, crenças, usos e costumes aceites pelo grupo social. A Educação no
sentido restrito ou Pedagógico trata se da educação que compreende o trabalho educativo,
planificado e dirigido para a formação de certas qualidades. É aquela em que actuam elementos
pedagógicos para a formação e desenvolvimento da personalidade. Realiza-se nas instituições
como Creches, Jardins Infantis e escola.

Existe três (3) tipos de educação a saber: Formal; Não formal e Informal

Educação formal – é aquela que é estruturada, organizada, planeada intencionalmente, e


sistemática. Ocorre no espaço da escola que, nas palavras de Gohn (2006:29) “são instituições
regulamentadas por lei, certificadoras, organizadas segundo directrizes nacionais”.

Educação não formal – é aquela que acontece a partir de programas educacionais que não
conduzem a obtenção de grau académico ou ocupacionais, certificados. Seria a realidade em
instituições educativas fora dos marcos institucionais, mas com certo grau de sistematização e
estruturação. Realiza-se fora do sistema escolar formal, embora por vezes em estilo escolar.

Educação informal – corresponde a acções e influência exercidas pelo meio, pelo ambiente
sociocultural que se desenvolvem, pelo meio das relações dos indivíduos e grupos com seu
ambiente social, humano, ecológico e físico. É fornecida por grupos sociais através de
experiencias não intencionalmente organizadas. A educação informal pode definir-se como tudo
que aprendemos mais ou menos espontaneamente a partir do meio em que vivemos, dos livros
que lemos, da televisão que vemos, da multiplicidade de experiencias que vivemos
quotidianamente.

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2.1.2. Auto-Educação
É uma tarefa que impõe o desenvolvimento intelectual que lhe permite usar a razão e o
discernimento para distinguir o certo do erro. Não existe educação sem auto-educação.

Muitas pessoas ficam reclamando da vida, desesperadas, dizendo que são ignorante, que não
entendem nada, isto é, consequência da falta de educação. Não estamos falando da educação
sistemática, profissional, mas de uma qualidade de educação mais normal, vital, que funciona 24
horas. A maioria dos Líderes que deixaram uma realização histórica mais importante não
estudou.

A pessoa mais valiosa pouco estudou nas escolas do sistema, exemplo Jesus Cristo, então o
estudo não está relacionado apenas com o interesse profissional, externa. A super valorização da
educação formal, independente é um erro grave. A educação interna, a auto-educação são as
principais.

Não existe educação sem auto educação, sem a educação de si próprio. A qualidade de educação
que nós precisamos está baseada no diálogo nos relacionamentos, na experiencia. Ela é efectiva,
prática e fácil. A auto-educação não possui mensalidade. A auto-educação é viver, sonhar,
dialogar e relaciona-se, ele é muito económico. A Auto-Educação é o trabalho individual
consciente a sua formação em si. Formam-se qualidades, traços individuais e formas de
comportamento seleccionados individualmente. Exemplo: Um aluno quando tem de fazer um
TPC para no dia seguinte, dá o seu máximo nos estudantes porque tem que de mostrar as suas
qualidades, tem que estar consciente porque encontra se sozinho com o dever de convencer o
auditório e o docente.

2.1.3. Instrução
É o processo e o resultado da apropriação pelos alunos, do sistema de conhecimentos científicos,
Habilidades, Experiencias cognitivas, na base das quais se formam a concepção do mundo e as
qualidades morais. Instrução é a transmissão de conhecimentos, capacidades, habilidades;
podemos também defini-la como sendo o processo e o resultado da assimilação de
conhecimentos sistemáticos, assim como das acções e procedimentos inerentes a eles.

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Pela instrução formam-se também forças criativas e se desenvolvem as qualidades intelectuais
constituindo o aspecto da educação que compreende os sistemas dos valores científicos, culturais
e acumulados pela humanidade.

A Instrução não é directamente um processo educativo. A Instrução deve ser considerada como
uma das melhores formas de aperfeiçoar e optimizar o processo educativo, o que é diferente
(Mediação e desenvolvimento das capacidades e habilidades cognitivas).

Ao falarmos de instrução, no processo de formação humana, estamos nos posicionando


principalmente do lado do desenvolvimento no individuo do: saber (conhecimentos e
reconhecimentos), saber-fazer (capacidades e habilidades). Quer dizer, deixamos de parte o saber
ser (atitudes, valores, convicções), assim como o saber estar (comportamentos e hábitos) que são
também importantes para se conseguir o desenvolvimento integral do homem.

2.1.4. Auto-Instrução
Pressupõe o trabalho individual ligado à assimilação do saber no campo de interesse pessoal.
Parte da Influência da informação dos meios de ensino e do meio ambiente circundante.
Exemplo: A escolha individual de um ídolo e a imitação das suas características.

Assim podemos dizer que o desenvolvimento da pessoa depende de processos internos e externo,
dirigidos e espontâneos. Este tipo de procedimento pode ser utilizado para as crianças a ter maior
controlo sobre actividades que precisa realizar, assim como pode fornecer a si mesmo, auto-
instrução no sentido de controlar o seu comportamento agressivo. Exemplo: Um individuo que
vai fazer exame na escola de condução sem ter sentado na cadeira da tal escola para ser instruído,
tendo estudado individualmente em casa.

2.1.5. Ensino
É o processo de cooperação aluno-professor, no qual se realiza a instrução, a educação e o
desenvolvimento intelectual da pessoa. Como processo de cooperação, o processo passa a se
chamar de Ensino-Aprendizagem.

Também podemos definir ensino como forma sistemática de transmissão de conhecimento


utilizados pelos Homens, com objectivo de instruir e educar; geralmente ocorre em local

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reconhecidos tais como: escolas, creches. O ensino corresponde à acções, meios e condições para
a realização da instrução.

Existe relação de subordinação entre instrução e educação, o processo e o resultado da instrução


são orientados para o desenvolvimento das específicas da personalidade. A instrução mediante o
ensino tem resultados formativos quando confere para o objectivo educativo, isto é quando os
conhecimentos, habilidades e capacidades propiciados pelo ensino se tornam princípios regulares
da acção humana, em convicções e atitudes reais frente à realidade.

Há pois, uma unidade entre educação e instrução, embora sejam processos diferentes, pede se
instruir sem educar e educar sem instruir, pois conhecer conteúdos de uma matéria, conhecer os
princípios morais e normas de conduta, não leva necessariamente a pratica-los, isto é, a
transforma-los em convicções e atitudes efectivas frente aos problemas e desafios da realidade.
Ou seja, objectivo educativo não é um resultado natural e colateral do ensino, devendo se supor
parte do educador um propósito intencional e explícito de orientar a instrução e o ensino para
objectivos explicativos.

Cumpre acentuar, entretanto que o ensino é o principal meio e factor da educação – ainda que
não é o único – e, por isso, destaca se como campo principal da instrução e educação pois
educação escolar referimo-nos ensino. O ensino é que permite como e onde acontece educação e
instrução.

Para concluir podemos dizer que as categorias pedagógicas, são inseparáveis pois uma sustenta a
outra e vice-versa. Elas têm uma ligação com o processo de ensino e aprendizagem porque é no
processo de Ensino-Aprendizagem que encontramos os objectivos que são: Instrução e
Educação. Então as categorias pedagógicas têm a sua essência no processo de Ensino-
Aprendizagem. Sendo assim as categorias tem como finalidade ajudar o Homem na
sistematização de conhecimentos e também na formação de comportamento.

3. Didáctica e suas relações com a pedagogia e outras ciências


A didáctica é uma ciência pedagógica, sendo por isso que mantem relação com a pedagogia. Mas
também vemos que devido a complexidade do processo de ensino e aprendizagem, de um lado,
e, por outro, tendo em conta ao carácter interdisciplinar de quase todos os ramos de saber, a

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Didáctica, como outras disciplinas, não caminha isolada no campo dos conhecimentos
científicos, ela tem relações com outras ciências.

3.1. Relação da Didáctica Geral com Pedagogia


Segundo GOLIAS (1999: 119) “a dependência da didáctica em relação a pedagogia se verifica
na impossibilidade de se especificar objectivos da instrução, das matérias e dos métodos, fora de
uma concepção do mundo de uma opção metodológica geral e uma concepção de práxis
pedagógica, uma vez que essas tarefas pertencem ao campo pedagógico”.

É verdade que a finalidade imediata do processo didáctico é o ensino de determinadas matérias e


de habilidades cognitivas conexas; todavia por se tratar de materiais ou temas de ensino,
implicando, portanto dimensão formativa, a eles se sobrepõe objectivos e tarefas mais amplas
determinadas social e pedagogicamente. Daí considera-se a didáctica como disciplina de
intersecção entre a teoria educacional e as metodologias específicas das matérias que se
esclarecem e se particularizam sob características comuns, básica, da actividade pedagógica e,
em particular, do processo de ensino aprendizagem.

Por sua vez, a pedagogia investiga a natureza das finalidades da educação como processo social,
no seio de uma determinada sociedade, bem como as metodologias apropriadas para a formação
dos indivíduos, tendo em vista o seu desenvolvimento humano para tarefas na vida em
sociedade.

A didáctica é, pois uma das disciplinas da pedagogia que estuda o processo de ensino através dos
seus componentes, os conteúdos escolares, o ensino e a aprendizagem para, formular directrizes
orientadoras da actividade profissional dos professores.

3.2. Relação da Didáctica Geral com as Didácticas Especiais


A Didáctica Geral estabelece relação com as Didácticas especiais ou seja, Metodologias de
Ensino de Disciplinas específica (ex: Matemática, línguas, etc).

As metodologias das diferentes disciplinas analisam as questões de ensino de uma determinada


disciplina, enquanto a Didáctica Geral tem um objecto de natureza geral: se abstrai das

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particularidades das distintas disciplinas e generaliza as manifestações e leis especiais do ensino
e aprendizagem nas diferentes disciplinas e formas de ensino.

Assim, as Didácticas ou Metodologias especificas são uma base importante para a Didáctica
Geral, e esta, por sua vez, generaliza os resultados de estudo sobre o ensino das disciplinas
específicas.

3.3. Relação da Didáctica Geral com outras disciplinas


No que diz respeito às outras disciplinas, constatamos que a relação da Didáctica Geral com estas
disciplinas se explica da seguinte maneira:

 A Psicologia indica à Didáctica as oportunidades que melhor favorecem a


expansão/desenvolvimento da personalidade bem como os processos que melhor
garantem a efectivação da aprendizagem.

 A Biologia orienta sobre o desenvolvimento físico e os índices de fadiga dos alunos.

 A Sociologia indica as formas de trabalho que permitem desenvolver a solidariedade, a


liderança, a responsabilidade.

 A Filosofia actua na integração das demais ciências que servem de base à Didáctica,
coordenando-as numa visão que tem por fim explicar o educando como um ser completo
que necessita de atendimento adequado, personalizado, de forma que se possam efectivar
os propósitos da educação.

Assim, na actuação do professor com propósito de ensinar, exige deste um agir tendo em conta
não somente habilidades didácticas, mas também pedagógicas e um certo sentido psicológico,
sociológico, biológico, filosófico, etc, devendo, neste sentido, o professor se municiar de
conhecimentos destas disciplinas: o agir didáctico é ao mesmo tempo pedagógico, biológico,
sociológico, filosófico, etc.

4. Processo de Ensino Aprendizagem, origem e Desenvolvimento Histórico do PEA


Como nos sugerem muitos documentos rupestres encontrados em cavernas primitivas, é milenar
o desejo espontâneo de passar informação aos outros e, com isto, o propósito de que os demais

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aprendessem primeiro a experiência e depois as ideias sobre essa experiência. Assim, pode-se
acreditar que tal interesse surge com o primeiro homem.

Posteriormente, materiais mais maleáveis, porém consistentes, como o papiro, seguido do papel
em suas formas iniciais, uniram-se a esse processo de compartilhar representações da realidade e
pontos de vista a respeito. Já na Idade Antiga, encontramos os primeiros indícios de
sistematização da aprendizagem nos povos egípcios, chineses e indianos, no intuito de preservar
costumes, regras e tradições, utilizando o ambiente familiar e transmitindo os saberes de geração
em geração.

Vivendo em sociedade, o Homem foi acumulando saberes sociais, culturais, técicos e cientificos
que serviam de base a educação das novas gerações, no sentido de assegurar a sua continuidade e
generalização ao longo do tempo e das gerações.

Trata-se de um processo que, no princípio era realizado de forma espontânea e envolvendo a


todos, graças a pouca diferenciação dos agentes “educadores”, daí a célebre idéia de que “todos
ensinavam a todos”.

Com o aumento desse património socio-cultural e técnico científico, nem todos são capazes de
ensinar “tudo” e começa a haver diferenciação dos homens, em parte, pelo tipo de saber
desenvolvido. Isso ocasiona a especialização e já nem todos podem ensinar tudo, ao mesmo
tempo que surgem indivíduos cuja função específica é de educar “ensinar", fazendo com que o
ensino seja uma actividade intencional, contrariamente ao momento em que “todos ensinavam
tudo" onde a educação tinha um carácter espontâneo.

Na Idade Moderna (século XVII até século XIX), o ensino-aprendizagem se nutre das grandes
descobertas tecno-científicas, fundamentalmente no campo da Medicina e da Biologia, e das
importantes invenções tecnológicas, principalmente de ilustres pensadores que revolucionaram
os campos filosófico, psicológico e pedagógico da época (Voltaire, Rousseau, Kant, Pinel,
Pestalozzi, Itard, Seguin...).

Como se sabe, durante a segunda metade do século XIX, começam a independizar-se as


diferentes ciências da Mãe Filosofia e a desenvolver suas potencialidades particulares. Tem-se
entre elas a Psicologia (Wundt, em 1879), que contribui decisivamente para o desenvolvimento

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das diferentes teorias sobre a aprendizagem que, num somatório de encontros e desencontros, faz
evoluir o conhecimento sobre esta capacidade humana (Stern, Catell, James, Stanley Hall...).

É no século XX onde este interesse pela problemática do aprender se enriquece definitivamente a


partir de confrontos e polarizações baseadas em inúmeros experimentos e observações com um
controle “mais” científico e tecnológico (Thorndike, Binet-Simon, Terman, Dewey, Claparede,
Decroly, Freinet, Montessori, Guthrie, Hull, Tolman, Watson, Skinner, Vygotsky, Makarenco,
Piaget, Wallon, Zazzo, Bruner, Ausubel...) que independentemente dos erros inevitáveis, trouxe
muita luz para esta área tão importante do conhecimento humano.

Assim, a problemática fundamental da didáctica é a tentativa permanente de transformar o


processo histórico de desenvolvimento de experiências sociais, culturais e científicas em
processos individuais de educação, instrução e formação. Deste modo, o aluno/educando
individualmente recapitula à sua maneira o processo histórico de assimilação das experiências da
sociedade, o que pressupõe a aprendizagem efectiva graças ao PEA.

5. Carácter Educativo do Processo de Ensino Aprendizagem


A reclamação de que a escola, através dos professores e, particularmente, do processo de ensino-
aprendizagem deve não somente ensinar, mas também educar atravessa fronteiras, atingindo
todos os sistemas de educação e, igualmente, se coloca desde há tempos atrás até aos nossos dias:
é uma questão actual e de todas as nações. De facto, o professor competente ensina para formar e
educar os seus alunos.

No âmbito do processo de formação do homem, os termos educação e instrução são inseparáveis.


De facto, a instrução é a transmissão/mediação de conhecimentos, capacidades, habilidades;
podemos também defini-la como sendo o processo e o resultado da assimilação de
conhecimentos sistemáticos, assim como das acções e procedimentos inerentes a eles. Por seu
turno, a educação, pela sua característica fundamental, é o desenvolvimento/formação de
comportamento, atitude e convicções; isto é, a formação de traços/sinais da personalidade.

Assim, é impossível, no verdadeiro sentido, educar sem instruir e vice-versa, daí que, como se
reflecte na figura abaixo, a educação e a instrução estão intrinsecamente unidos e se relacionam

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dialecticamente no PEA, apesar de que o alcance dos objectivos da educação é resultado mais
que o ensino, é resultado de todo o conjunto de influências que actuam sobre o aluno/educando.

A instrução tem como enfoque principal o objectivo de desenvolver nos alunos o saber e o saber
fazer, enquanto que quando falamos da educação se tem em vista o desenvolvimento do saber ser
e estar.

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Conclusão
Podemos notar que o processo de ensino e aprendizagem não é algo simples, ele engloba
diversas medidas que devem ser tomadas ou evitadas para que o aprendizado do aluno realmente
aconteça. É necessário assim, que o professor realize um planejamento de suas aulas levando em
consideração as necessidades dos alunos, a melhor maneira de aplicar um conteúdo, o melhor
método e técnica a ser usada em determinados momentos. Perceber o contexto social dos alunos
também é importante para que seu conteúdo e exemplos sejam presentes na realidade dos alunos.
Cabe ao educador um bom senso na hora de sua avaliação e atribuição de notas e principalmente
uma fuga da mecanização do ensino.

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Referências Bibliográficas
Brandao, C. R. (1984). O que é educação. 12. Ed. São Paulo: Brasiliense

Golias, M. (1999). Educação Básica: Temáticas e conceitos, Maputo

Libaneo, J. (1992). Didáctica; Cortez Editora; SP

Pilleti, C. (1990). Didáctica; Cortez Editora; SP

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