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U N I V E R S I DA D E

CANDIDO MENDES

CREDENCIADA JUNTO AO MEC PELA


PORTARIA Nº 1.282 DO DIA 26/10/2010

MATERIAL DIDÁTICO

GERENCIAMENTO DE RISCOS E
MANUTENÇÃO APLICADA

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e
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SUMÁRIO

UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO ................................................................................... 03

UNIDADE 2 – RISCOS: TERMINOLOGIA ADEQUADA .......................................... 05

UNIDADE 3 – GERÊNCIA DE RISCOS ................................................................... 10


3.1 Identificação e análise de riscos.......................................................................... 10
3.2 Análise global de risco ........................................................................................ 12
3.3 Avaliação de riscos pelo Método Gretener .......................................................... 15

UNIDADE 4 – GERENCIAMENTO DE RISCOS APLICADO ................................... 21


4.1 Incêndio de jato ................................................................................................... 30
4.2 Dimensões da chama .......................................................................................... 31
4.3 Incêndio de poça ................................................................................................. 32
4.4 Explosão de nuvem ............................................................................................. 34
4.5 Vulnerabilidade das pessoas............................................................................... 35
4.6 Vulnerabilidade das estruturas metálicas ............................................................ 36

UNIDADE 5 – AUDITORIA INTERNA DE SEGURANÇA NA PREVENÇÃO DE


RISCOS..................................................................................................................... 38
5.1 Evolução e conceitos para auditoria .................................................................... 38
5.2 A auditoria aplicada à segurança contra incêndio e pânico ................................ 40

UNIDADE 6 – MANUTENÇÃO APLICADA A SEGURANÇA .................................. 44


6.1 Definições, benefícios e finalidades gerais da manutenção ................................ 44
6.2 Conceitos básicos em manutenção ..................................................................... 45
6.3 O planejamento e o controle da manutenção ...................................................... 50
6.4 A manutenção nas normas brasileiras para SCI ................................................. 56
6.5 Manutenção preventiva ....................................................................................... 57
6.6 Tratamento de falhas em sistema de SCI ........................................................... 62

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 67

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UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO

No gerenciamento de projetos existe uma área conhecida como gerência de


riscos que cabe quase como uma luva para iniciarmos os estudos neste módulo. É
uma área que busca identificar, analisar e planejar os riscos potenciais que podem
afetar o projeto, minimizando a sua probabilidade de ocorrência e suas
consequências se possível. Ou seja: aumentar a probabilidade e o impacto dos
eventos positivos e reduzir a probabilidade e os impactos dos eventos negativos no
projeto.

Transportando para a segurança contra incêndio e pânico, podemos afirmar


de imediato que o risco se reporta a três fatores que devem ser observados e
prevenidos: ocupação, composição e conteúdo.

Ocupação está relacionada com a maior ou menor quantidade de pessoas e


o conhecimento que possuem os ocupantes do espaço; composição vislumbra a
construção em si, os materiais utilizados, a altura da edificação, entre outros, e
conteúdo, se reporta aos materiais mais ou menos inflamáveis, dentro da edificação,
que podem determinar o fator de risco e/ou probabilidade de ocorrência de um
incêndio.

Gerenciar riscos seria então, grosso modo, promover ações a partir da


elaboração de projetos que visam minimizar a possibilidade de ocorrer sinistros
como incêndios, o que passa também pela manutenção dos equipamentos, das
instalações elétricas, hidráulicas, enfim, de toda arquitetura da edificação.

Esse processo passa por identificar áreas, equipamentos e situações de


risco, analisar, avaliar e controlar.

Pontualmente, veremos os riscos do incêndio de jato, dimensões da chama,


incêndios de poça, explosão de nuvem e a vulnerabilidade das pessoas e das
estruturas metálicas. Daremos algumas pinceladas na questão da auditoria interna
de segurança na prevenção de riscos.

A manutenção, assunto da última unidade, deve ser vista como um


elemento-chave, não somente para a produtividade de uma planta, para a qualidade

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dos produtos, bem como para a segurança das pessoas e de toda propriedade, seja
ela um unidade industrial ou um edifício de escritórios ou residências. Em se
tratando do ambiente industrial, é um desafio que implica em rediscutir as estruturas
atuais inertes e promover métodos adaptados à nova natureza dos materiais.

Como dizem Linzmayer, Silva e Atik (2008), a confiabilidade dos sistemas de


segurança contra incêndio e equipamentos utilizados deve ser controlada em todo
seu ciclo de vida, ou seja: elaboração do projeto, especificações, construção,
montagem, recebimento técnico, uso, operação e manutenção. As equipes da
brigada de incêndio e os técnicos responsáveis pela manutenção devem estar
familiarizados e disciplinados a atenderem as normas e a praticarem ações
padronizadas, nas operações de funcionamento e manutenção dos sistemas e
equipamentos de SCI.

Os sistemas e equipamentos de SCI, por serem utilizados com baixa


frequência, apresentam dificuldades de identificação das falhas de manutenção. A
constatação dessas falhas poderá ocorrer durante as operações de combate, no
momento em que a brigada de incêndio mais precisa do bom funcionamento dos
equipamentos. Essa situação pode provocar um agravamento, principalmente pelo
fato da inexistência de equipes técnicas de manutenção para o pronto atendimento
de reparos.

Ressaltamos em primeiro lugar que embora a escrita acadêmica tenha como


premissa ser científica, baseada em normas e padrões da academia, fugiremos um
pouco às regras para nos aproximarmos de vocês e para que os temas abordados
cheguem de maneira clara e objetiva, mas não menos científicos. Em segundo lugar,
deixamos claro que este módulo é uma compilação das ideias de vários autores,
incluindo aqueles que consideramos clássicos, não se tratando, portanto, de uma
redação original e tendo em vista o caráter didático da obra, não serão expressas
opiniões pessoais.

Ao final do módulo, além da lista de referências básicas, encontram-se


outras que foram ora utilizadas, ora somente consultadas, mas que, de todo modo,
podem servir para sanar lacunas que por ventura venham a surgir ao longo dos
estudos.

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UNIDADE 2 – RISCOS: TERMINOLOGIA ADEQUADA

Terminologias sempre contribuem para entendermos, aplicarmos os


conceitos em sentido preciso e conseguirmos relacioná-los, tanto que se
observarmos nas normas técnicas, sempre encontramos um glossário ou um tópico
sobre as terminologias pertinentes.

No campo do gerenciamento dos riscos também se fazem proveitosas essas


terminologias, portanto vamos àquelas que se relacionam com a segurança contra
incêndio e pânico.

 Acidentes do Trabalho: são ocorrências de menos frequência, que se


restringem na maior parte das vezes a uma pessoa, não passando dos limites
da empresa envolvida. Por exemplo: cortes, queimaduras térmicas/químicas,
torções, entre outros.

 Acidentes Maiores/Acidentes Químicos Ampliados: são eventos de maior


gravidade e de frequência significativamente menor, cujas consequências se
estendem a um maior número de pessoas. Estes eventos causam grandes
perdas às próprias instalações da empresa, podendo ultrapassar os seus
limites geográficos e causam substanciais danos ambientais.

 Risco com sentido de perigo: uma ou mais condições de uma variável com
potencial necessário para causar danos. Esses danos podem ser entendidos
como lesões a pessoas, danos a equipamentos ou estruturas, perda de
material em processo, ou redução da capacidade de desempenho de uma
função predeterminada. Havendo um risco, persistem as possibilidades de
efeitos adversos.

 Risco: expressa uma probabilidade de possíveis danos dentro de um período


específico de tempo ou número de ciclos operacionais. O valor quantitativo do
risco de uma dada instalação ou processo industrial pode ser conseguido
multiplicando-se a probabilidade de ocorrência (taxa de falha) de um acidente
pela medida da consequência/dano (perda material ou humana) causada por
este acidente.

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 Perigo: expressa uma exposição relativa a um risco, que favorece a sua


materialização em dano. É comumente entendido como um potencial de
causar danos ou perdas humanas, ou de valores materiais.

 Segurança: é frequentemente definido como “isenção de riscos”. Entretanto, é


praticamente impossível a eliminação completa de todos os riscos. Podemos
então definir segurança como uma condição ou conjunto de condições que
objetivam uma relativa proteção contra um determinado risco.

 Sistema: é um arranjo ordenado de componentes que estão inter-


relacionados e que atuam e interatuam com outros sistemas para cumprir
uma determinada tarefa ou função (objetivo) previamente definida em um
ambiente. Um sistema pode conter ainda vários outros sistemas básicos, aos
quais chamamos de subsistemas.

 Probabilidade: é a chance de ocorrência de uma falha que pode conduzir a


um determinado acidente. Esta falha pode ser de um equipamento ou
componente do mesmo, ou pode ser ainda uma falha humana.

 Consequência/Dano: é a medida do resultado de um acidente. Também pode


ser definido como sendo a gravidade da perda humana, material ou
financeira, ou a redução da capacidade de desempenho de uma função
predeterminada em um dado sistema.

 Confiabilidade: é quantitativamente definida como sendo a probabilidade que


um componente, dispositivo, equipamento ou sistema desempenhe
satisfatoriamente suas funções por um determinado espaço de tempo e sob
um dado conjunto de condições de operação.

 Causa: é a origem de caráter humano ou material relacionada com o evento


catastrófico (acidente), pela materialização de um risco, resultando danos.

 Incidente: qualquer evento ou fato negativo com potencial para provocar


danos. É também chamado de “quase-acidente”. Este conceito tem sido muito
contestado, uma vez que pela definição de acidentes, estes se confundiriam,
ficando a diferença em se ter ou não lesão (SOUZA, 2003).

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Souza (2003) ainda propõe o seguinte esquema de referência para


entendermos melhor os termos acima.

Obs.: o risco é inerente a qualquer atividade e/ou substância, portanto,


devemos analisar e classificar os riscos e perigos em função do grau de exposição e
suas consequências e, assim, teremos condições técnicas de estabelecer medidas
que previnam a ocorrência de um evento indesejável.

Os riscos podem ser classificados em baixo, médio ou alto. Por exemplo,


quando a manutenção está “em dia”, se as instalações elétricas, hidráulicas, entre
outras, estão corretas e passam por manutenções periódicas, podemos dizer que a
probabilidade de acontecer um acidente terá um risco baixo.

Nesse sentido, podemos afirmar que existem riscos conhecidos dos quais
podemos controlar e também existem riscos que conhecemos e não podemos
controlar, mas também existem riscos que desconhecemos e não podemos
controlar. Veremos na próxima unidade, “Gerência de risco”, as ações de identificar,
analisar, avaliar e controlar riscos de maneira geral para na sequência discutirmos o
gerenciamento de riscos em situações específicas de incêndio.

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Guarde...

Em sentido tecnológico, risco seria a probabilidade de ocorrência de um


processo ou ação com potencial destruidor com uma determinada severidade, numa
dada área e num determinado período de tempo. O seu cálculo pode se basear no
histórico existente para o evento e a suscetibilidade que se remete aos aspetos
relacionados com o espaço/local para o qual se estuda o fenômeno (VARNES, 1948
apud SILVA, 2014), assim teríamos a seguinte fórmula:

Probabilidade x suscetibilidade = Perigosidade

Probabilidade é a razão entre o número de casos favoráveis à ocorrência


de um evento e o número total de casos possíveis. Ou seja, é o potencial/frequência
de ocorrências com consequências negativas para a população, ambiente e
economia.

Suscetibilidade, em se tratando da indústria, expressa as condições que


essa indústria apresenta para a ocorrência e potencial de um fenômeno danoso.
Uma unidade industrial será mais ou menos suscetível conforme seja mais afetada
ou potencialize a ocorrência e desenvolvimento do fenômeno.

Exposição x compartimentação x resistência ao fogo dos elementos estruturais =


suscetibilidade

A Vulnerabilidade reflete a potencial afetação de pessoas, bens e ambiente


devido à ocorrência de um determinado evento.

Tipo de ocupação x carga de incêndio x meios de prevenção/detecção x meios de


extinção x abastecimento água incêndio x rede elétrica = vulnerabilidade

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Dano potencial seria o prejuízo ou perda expectável num elemento ou


conjunto de elementos expostos, em resultado do impacto de um processo (ou ação)
perigoso natural, tecnológico ou misto, de determinada severidade.

O dano potencial é o produto entre a vulnerabilidade e o valor econômico do


elemento em risco.

Valor econômico x vulnerabilidade = dano potencial

Como resultado dos conceitos acima, Silva (2014) ressalta que não se pode
falar de Risco sem a integração de todas as componentes. Pois sem probabilidade,
suscetibilidade, vulnerabilidade e valor econômico não existe risco.

Portanto:
Perigosidade x dano potencial = risco
Modelo de risco de incêndio industrial
Tipos de ocupação
X
Carga de incêndio
X
Meios de
prevenção/detecção
X
Exposição Meios de extinção
X X
Compartimentação Abastecimento
água incêndio
X X
Histórico Resistência ao Valor Rede elétrica
fogo dos econômico
elementos
estruturais

Probabilidade X Suscetibilidade Valor X Vulnerabilidade


econômico

Perigosidade Dano potencial

RISCO
Fonte: Silva (2014a, p. 24).

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UNIDADE 3 – GERÊNCIA DE RISCOS

Vamos começar a apresentar as atribuições e ações da gerência de riscos


alertando a existência do desconhecimento e negligência das pessoas dos riscos de
acidentes envolvendo as pessoas. Muitas vezes, as edificações e as pessoas
possuem todo um aparato para prevenir e combater um incêndio, mas não sabem
para que servem e nem usá-los. Não há um plano de emergência, treinamentos e
em outras situações, nem uma brigada de incêndio.

Para que se tenha êxito na prevenção de incêndio, é de fundamental


importância que exista treinamento periódico, pois desta forma, existirá uma
continuidade no aprendizado, o que irá evitar que o assunto caia no esquecimento.

Para Pereira e Popovic (2007, p.17), “Os grandes incêndios ocorrem, em


sua maioria, devido às falhas durante o processo de prevenção e/ou na execução do
combate inicial”.

Feitas estas considerações iniciais, vejamos a importância de identificar,


analisar, avaliar e controlar os riscos de incêndios.

3.1 Identificação e análise de riscos


A análise dos riscos consiste num exame sistemático, seja de uma
instalação industrial em qualquer fase de atividade, ou uma edificação comercial ou
residencial, com a finalidade de identificar os riscos presentes, hierarquizar e definir
formas de controle para mitigação desses riscos.

Seu objetivo é dar elementos para o processo decisório da organização


quanto à redução das perdas ou tolerância ao risco identificado (DUIJIM, 2008 apud
ZAGUINI, 2012).

A análise de riscos permite uma minimização dos riscos aos trabalhadores e


a comunidade através da gestão das consequências de perdas não intencionais com
redução das chances de efeitos dominós em outras partes da instalação. A inclusão
da probabilidade como fator de peso na análise do risco faz com que os impactos
sejam avaliados em outra perspectiva (PASMAN et al., 2009 apud ZAQUINI, 2012).

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O conhecimento e a capacitação das organizações na identificação de


aspectos e avaliação de impactos ambientais associados, assim como a
identificação de perigos e análise de risco conectados com a segurança e com a
saúde, também devem ser aproveitados como meio de identificar e avaliar
regularmente problemas e de reconhecer oportunidades de melhoria potencial
(ARAÚJO et al., 2007).

Existem várias metodologias de análise de riscos, onde a maioria descreve 3


principais fases: identificação, avaliação e hierarquização.

Segundo a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental – CETESB


– (2003 apud ZAGUINI, 2012), o procedimento básico para a avaliação do risco deve
seguir os seguintes passos:

 descrição do sistema;

 identificação dos perigos;

 análise das probabilidades e causas dos problemas;

 caracterização dos riscos.

A caracterização dos riscos depende de uma avaliação quantitativa ou


qualitativa do risco, portanto, analisar o risco é identificar, discutir, avaliar as
possibilidades de ocorrência de falhas e definir ações ou controles que evitem ou
minimizem os danos caso estes ocorram (LAGADEC, 1980 apud MARRIN, 2004).

Tixier et al. (2002) e Lees (1996) citados por Zaguini (2012) e SenNe Jr.
(2003) e Vasconcelos (1984), descrevem que as metodologias de análise de riscos
se dividem em qualitativas e quantitativas, probabilísticas e determinísticas.

Os métodos qualitativos são os métodos que fornecem valores numéricos


para estabelecer priorização dos riscos, entre eles, pode-se citar: lista de verificação
(checklist); APR ou APP (análise preliminar de riscos ou perigos); HAZOP (estudo de
operabilidade e perigos); FMEA (análise de modos de falha e efeitos); Análise
Histórica de Eventos; Análise de Árvore de Falhas; entre outras.

Os métodos quantitativos são usados nas fases de avaliação da


consequência e avaliação das probabilidades dos eventos ou sequência de eventos

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indesejáveis para que seja possível a estimativa do risco inerente a um determinado


sistema.

Além desses métodos, há um conjunto de instrumentos de apoio à aplicação


das técnicas, cobrindo, principalmente, os seguintes itens:

 banco de dados de confiabilidade de sistemas;

 banco de dados sobre materiais e corrosão;

 banco de dados de taxas de falhas dos sistemas, equipamentos,


componentes e de acidentes;

 programas de simulação de probabilidades de acidentes (ZAGUINI, 2012).

Teremos uma unidade para apresentar o gerenciamento de riscos aplicado


quando usaremos alguns dos métodos citados.

3.2 Análise global de risco

A análise global de risco de incêndio é um método a ser aplicado ao projeto


de segurança contra incêndio em uma edificação isolada ou em conjunto, e visa
estabelecer o balanceamento entre as medidas que dificultam o incêndio (fatores de
segurança) e as medidas que o favorecem (fatores de risco), ambas afetadas pelos
respectivos fatores de ativação. Essa análise baseia-se no método original do
engenheiro suíço Max Gretener.

A equação fundamental da análise global de risco é

onde: Ƴ é coeficiente de segurança contra incêndio.


S é a segurança contra incêndio.
R é o risco global de incêndio.

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Ƴ mede o eventual desequilíbrio entre a segurança contra incêndio e o risco


de incêndio. Numa situação favorável à segurança, tem-se Ƴ >ou= a 1. Caso
contrário, Ƴ < ou = a 1.

Busca-se para um projeto de segurança contra incêndio em edificação (ou


edificações) o maior coeficiente de segurança possível com o menor investimento
realizado. Essa relação de forças (segurança versus investimento) deve ser
disciplinada por exigência legal, via instrução normativa ou portaria expedida pelo
Corpo de Bombeiros, ou mesmo por recomendação de normas técnicas, de um
coeficiente mínimo aceitável Ƴmin.

A equação ficaria assim:

A análise de risco é dita global porque considera toda a complexidade do


sistema edificação + usuário + incêndio no termo Ƴ, e todos os aspectos político-
econômico-sociais envolvidos na problemática da segurança contra incêndio no
termo Ƴmin (ANTUNES, 2011).

Lopes (2008) também pondera que a avaliação do risco no sentido lato, é


uma matéria revestida de incerteza pela dificuldade de identificação dos perigos. A
diversidade de fatores que podem constituir uma situação de risco associada à sua
manifestação intermitente, constitui um desafio para a sua análise.

De maneira geral, podemos analisar os riscos abordando os dois fatores


definidores do risco: a probabilidade de ocorrência do acontecimento e a sua
gravidade, ou seja: a probabilidade (P) x a gravidade (G).

Esta abordagem permite uma análise sistemática do risco através da


quantificação de ambos os parâmetros, probabilidade e gravidade, para cada caso,
detalhadamente. Uma vantagem decorrente deste tipo de análise é o de comparar
situações mediante a definição de curvas de igual risco que variam em função da
Probabilidade (P) e da Gravidade (G) (ilustrado ao final do tópico).

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A segurança em cada caso é conseguida através da imposição de um risco


limite, dito aceitável. Para que a situação em análise não ultrapasse este valor, é
necessário reduzir a probabilidade de ocorrência ou a gravidade das consequências
dessa mesma ocorrência.

Esta redução é conseguida através da implementação de medidas de


prevenção e de proteção. As medidas de prevenção destinam-se a prevenir a
ocorrência do início de incêndio. O estudo da forma de ocupação dos espaços, bem
como do manuseamento de materiais que constituam uma possível fonte de ignição,
é também uma medida de prevenção. A difusão e formulação de normas e
regulamentação com intuito de mudar atitudes e comportamentos diários constituem
por si só uma medida preventiva no sentido de evitar a ocorrência de incêndios. A
prevenção reúne assim todo o conjunto de medidas destinadas a limitar a
probabilidade de ocorrência de incêndio.

Já as medidas de proteção são aquelas que se destinam a proteger a vida


humana e os bens materiais das consequências derivadas da ocorrência de um
incêndio. Os objetivos tácitos da proteção contra incêndio são a limitação das
massas combustíveis, a limitação da combustibilidade dos materiais, a rapidez de
evacuação, a rapidez de extinção e a garantia de estabilidade suficiente para a
evacuação e o combate às chamas. A implementação deste tipo de medidas traduz-
se numa redução da gravidade das consequências de um incêndio (LOPES, 2008).

Os cenários de intervenção podem então apresentar medidas de proteção,


medidas de prevenção, ou mesmo uma situação resultante do recurso simultâneo a
estes dois tipos de medidas. Naturalmente, a implementação destas medidas tem

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um custo diretamente associado, consequentemente, a determinação de um plano


de intervenção constitui, não só, um problema de determinação das medidas a
serem implementadas para a garantia de um risco aceitável, mas também uma
decisão de índole econômica.

A metodologia de análise de riscos engloba então quatro fases:

 identificação dos perigos;

 quantificação dos riscos;

 determinação do risco aceitável;

 definição da estratégia para a gestão do risco.

Os benefícios dos valores obtidos pela quantificação do risco provêm não de


valores absolutos alcançados, mas antes pelo seu valor comparativo medida pelo
impacto e eficácia de várias alternativas de configuração do sistema ou medidas de
segurança. Esta metodologia põe à disposição dos decisores, uma base de análise
que possibilita ponderar dum modo claro e objetivo, por qual das alternativas optar
(LOPES, 2008).

3.3 Avaliação de riscos pelo Método Gretener

Camillo Junior e Leite (2008) contam que a avaliação de riscos de ocorrência


de incêndios e sua propagação sempre despertaram nos estudiosos do assunto o
interesse em calcular, de forma mais exata, qual seria a real necessidade dos
equipamentos de prevenção e combate a incêndios e os meios materiais e de
pessoal que deveriam ser exigidos para as edificações.

Foi em 1960, que o engenheiro suíço Max Gretener, diretor da Associação


de Proteção Contra Incêndios da Suíça, iniciou os estudos para tentar calcular de
forma mais exata esses riscos. Em 1965, seu método foi publicado e visava calcular
os riscos em construções industriais e edificações de grande porte. Esse método
sofreu atualizações, sendo a última ocorrida em dezembro de 1996 pela Société
Suisse des Ingénieurs et des Architectes (SIA). A Comissão de Estudos da ABNT
CE 24:201-03 optou por esse método como base da norma sobre o potencial de
riscos de incêndios em edificações.
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O método é composto por várias tabelas, mas, para fins didáticos, pode ser
explicado de uma forma muito simplificada pela seguinte fórmula:

onde:

P = perigo potencial.
N = medidas normais.
S = medidas especiais.
F = medidas de construção.

Entre as medidas de proteção sugeridas pelo método, são citadas como


medidas especiais os escalões de intervenção, que, para nós, são as brigadas de
prevenção e combate a incêndios.

Segundo Coughi (2006), o Método de Gretener fornece uma avaliação


quantitativa do projeto de segurança contra incêndio, porém, para uma análise
qualitativa, pode-se utilizar a “Árvore de Conceitos de Segurança contra Incêndio”.
Este método de análise de risco de incêndio em um edifício baseia-se no NFPA 550
– “Fire Safety Concepts Tree” do “National Fire Protection Association” dos Estados
Unidos e é conhecido como “Gerenciamento por Objetivos” que envolve os três
objetivos da segurança contra incêndio:

a) Salvaguarda da vida humana.

b) Proteção da propriedade.

c) Continuidade das atividades (empresa ou edifício).

Existem duas estratégias a seguir dentro da árvore para atingir o objetivo de


segurança contra incêndio:

a) Prevenir a ignição de incêndio. Ou,

b) Gerenciar o impacto do incêndio.

Em tese, a aplicação de uma das estratégias acima mencionadas pode


garantir um bom nível de segurança contra incêndio, porém, na prática, são
aplicadas ambas as estratégias para aumentar a confiabilidade do sistema de
proteção de incêndio como um todo (CUOGHI, 2006).

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Alguns conceitos devem ser fixados para melhor entendimento da árvore,


conforme veremos a seguir:

 os quadros estão ligados por portas tipo “E” e “OU” nos diversos níveis;

 a porta tipo '“OU” significa que uma ou outra estratégia ou elemento pode ser
escolhido;

 a porta tipo '“E” significa que os elementos que estiverem no mesmo nível
devem ser atendidos conjuntamente;

 as estratégias são as medidas de segurança a serem executadas;

 as normas técnicas são os instrumentos básicos de projeto das medidas de


segurança.

Nos dois fluxogramas abaixo temos representado a árvore do objetivo de


segurança contra incêndio e gerenciamento dos elementos do incêndio.

Ramo da Arvore de Conceitos: objetivos de Segurança contra Incêndio

Fonte: Seito (1995 apud CUOGHI, 2008, p. 100).

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Gerenciamento dos elementos do incêndio

Fonte: Seito (1995 apud CUOGHI, 2008, p. 102).

Segundo explicações de Cuoghi (2006), essa árvore é um guia geral


qualitativo para avaliação de segurança contra incêndio em edificações. Ela possui
diversos usos, sendo os mais comuns:

 guia para reorganização de normas;

 organização de normas;

 realimentar sistemas com informações;

 investigação das causas de um incêndio;

 ferramenta utilizada em projetos de sistemas de proteção contra incêndio;

 ferramenta de verificação e avaliação de sistemas de proteção contra


incêndio em edificações – guia de análise de risco de incêndio ou
gerenciamento de risco de incêndio.

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A principal limitação da “Árvore” é a incapacidade para a análise simultânea


de múltiplos objetivos. Podem existir dez objetivos distintos em um edifício,
entretanto, um ramo da árvore pode ser usado apenas para avaliar o sucesso da
realização de cada objetivo individualmente, não existindo um caminho adequado
para avaliar coletivamente múltiplos objetivos e suas inter-relações.

Guarde...

GERENCIAMENTO DE RISCO são os meios estratégicos disponíveis pela


empresa (plano de emergência, prevenção e controle de perdas, entre outros) para
controlar com racionalidade os riscos mais importantes que possam produzir efeitos
negativos à sobrevivência da própria empresa e/ou edificação.

A IDENTIFICAÇÃO DE RISCOS é realizada através de checklist


(questionários, roteiros, entre outros), quando podemos identificar os principais
riscos da empresa.

A ANÁLISE DE RISCO é realizada através da coleta de informações dos


riscos existentes na empresa. Podemos analisar, identificar erros e condições
inseguras que contribuem para os acidentes.

A AVALIAÇÃO DE RISCOS, por sua vez, é feita através da análise de Risco


e da coleta de informações quando podemos criar uma amostra (população, por
exemplo, acidente de trabalho, quantidade, horário, gravidade ou acidentes
materiais, quebra de máquina, entre outras) para avaliar a frequência da ocorrência
dos acidentes.

A função do CONTROLE DE RISCOS é prevenir o acidente, isto é,


quaisquer acidentes, que resultem em danos pessoais ou materiais, independente
da gravidade e que deverão ser comunicado aos responsáveis.

A análise de risco é hoje de fundamental importância no projeto de uma


nova instalação industrial ou residencial, bem como, em possíveis reformas. Desde
as fases iniciais do projeto, os riscos devem ser avaliados e todas as precauções
para minimizar ou eliminar acidentes indesejáveis devem ser tomadas. A formação
de uma metodologia para gerenciamento dos riscos nas edificações é de

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fundamental importância, pois a legislação vigente não trata de certos aspectos,


como impacto ao calor dos elementos construtivos, caso estes sejam submetidos a
temperaturas elevadas (i.e. em torno de 600ºC). As nossas normas limitam-se a
casos especiais de estruturas submetidas ao fogo, limitando a dimensão e tempo de
exposição determinados através de ensaios realizados em condições previstas para
o uso das peças. Como resultado, o dono da edificação ou usuário desta só dispõe
de duas alternativas, ignorar o problema ou transferi-lo. Com relação à transferência
do risco, devemos salientar que na maioria dos casos, as perdas por lucro cessante
não são consideradas.

Dentro deste contexto, o gerenciamento dos riscos, conforme ilustrado ao


final da unidade, é uma tentativa de minimizar ou até mesmo eliminar os efeitos
negativos de alguns riscos indesejáveis.

Depois que os riscos forem identificados, teremos condições de decidir até


que nível desejamos controlá-los em função dos recursos disponíveis (i.e. tempo,
dinheiro, entre outros) e daquilo que consideramos aceitável (DUARTE et al., 2008).

Gerenciamento dos riscos de incêndio

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UNIDADE 4 – GERENCIAMENTO DE RISCOS APLICADO

Comecemos com um exemplo bem familiar aos profissionais da engenharia!


Quando um engenheiro estrutural projeta uma viga, a carga a que ela estará
submetia deve ser prevista. Da mesma forma, as proteções contra incêndios devem
estar em conformidade com o tipo de incêndio mais provável de acontecer. Devem
ser previstos a quantidade de material que irá queimar e o tempo associado, tendo-
se por finalidade ajudar os técnicos a formarem uma opinião sobre as possíveis
consequências e estabelecer o embasamento necessário para o planejamento de
emergências.

Por outro lado, o potencial para ignição e desenvolvimento de um incêndio, o


qual é um risco para a missão e objetivos de uma planta de processamento, está
virtualmente em todos os lugares, devido às limitações da tecnologia hoje
disponíveis, em combinação com a percepção da organização (DUARTE et al.,
2008).

Vimos que o risco é uma combinação da magnitude de consequências


indesejáveis e da probabilidade dessas consequências ocorrerem. As
consequências de um acidente podem ser agrupadas em consequências para as
pessoas, para o meio ambiente e consequências socioeconômicos.

 As consequências para as pessoas envolvem os impactos dentro e além dos


portões da planta.

 O impacto sobre o meio ambiente, isto é, ecossistema, inclui a destruição da


fauna e flora, poluição da atmosfera, contaminação do solo, entre outros.

 E, finalmente, o impacto socioeconômico é resultante da descontinuidade


operacional.

A metodologia para o gerenciamento dos riscos de incêndios e explosão,


que está bem ilustrada na figura a seguir, foi estruturada para identificar as fontes de
perigos interna e externa à organização.

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Estruturação para o gerenciamento dos riscos de incêndio e explosão

Fonte: Duarte et al. (2008, p. 381).

A estruturação para análise é o primeiro passo de um programa de


gerenciamento dos riscos de incêndio e explosão e envolve as seguintes etapas:

a) Como a planta funciona e opera, isto é, descrição dos processos e


instalações.

b) Identificação dos perigos.

c) Objetivos do gerenciamento.

O entendimento de como uma planta de processamento funciona e opera é


imprescindível no decorrer da estruturação do problema. Essa etapa é facilitada para
plantas já existentes. Contudo, para novas unidades, é fundamental o envolvimento
das equipes responsáveis pelo projeto, cujas informações são essenciais para a
identificação das incertezas indesejáveis.
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Uma das mais importantes tarefas de um programa de gerenciamento de


risco de incêndio é a identificação dos perigos, pois é impossível mitigar um perigo
que não pode ser identificado, ou ao menos entendido. Identificação dos perigos é o
processo pelo qual é feita uma investigação para detectar possíveis falhas com o
potencial de degradar as barreiras de proteção do sistema.

Os métodos de identificação dos perigos podem ser divididos em três


grupos:

a) Métodos comparativos: os checkists.

b) Métodos fundamentais: WHAT IF; HAZOP; FMEA.

c) Métodos do diagrama das falhas lógicas: árvore da falha e árvore dos


eventos.

Duarte et al. (2008) ressaltam que, mesmo que a identificação dos perigos
seja realizada ao longo do ciclo de vida do sistema, ela não garantirá que incêndios
e explosão não ocorrerão. Em outras palavras, apesar da possibilidade de agregar
técnicas de identificação de perigos e alcançar uma análise mais apurada, nunca
teremos a garantia que todas as situações de incêndios, causas e efeitos, tenham
sido consideradas.

Além disso, qualquer mudança no projeto ou nos procedimentos de


operação e manutenção, podem ter impacto significativos na segurança da planta.

Os métodos comparativos são baseados na experiência, que são traduzidos


em checklists, procedimentos operacionais, normas, códigos, entre outros. Em
especial, os checklists precisam de respostas específicas para certas questões e
elas podem também estimular a reflexão. Apesar de o checklist ser um método
valioso para a identificação dos perigos, ele contém várias questões que são por
vezes irrelevantes para o problema, e também, na maioria das vezes, o seu uso
requer um considerável tempo para ser elaborado. Os checklists devem ser usados
antes de qualquer decisão e nunca depois da decisão ser tomada, especialmente
quando a decisão envolve questões incluídas neles. Os checklists apenas, não são
suficientes para identificar os perigos e os meios pelos quais eles podem acontecer.

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Checklists são frequentemente usados para identificação dos perigos,


entretanto, sua desvantagem é que os itens não incluídos neles não são discutidos
e, na maioria das vezes, são ignorados. Checklists podem ser aplicados quando
existem pouca ou nenhuma inovação, e quando todos os perigos já foram
identificados em instalações similares. Os checklists tornam-se insuficientes quando
existem inovações. Essa é a razão pelas quais as indústrias de processamento
optam por técnicas mais criativas, baseadas em questões mais abertas. Tais
técnicas são o HAZOP (isto é, identificação de perigos e operabilidade) e o FMEA
(isto é, análise de modos de falha e efeitos). Portanto, os métodos fundamentais,
muito populares na indústria de processo, incluem o HAZOP e a FMEA, os quais são
estruturados no sentido de estimular um grupo de profissionais para identificar os
perigos baseados nos seus próprios conhecimentos e experiência.

Sobre o HAZOP – Hazard and Operability Study – traduzido como estudo de


operabilidade e risco, este é qualitativo, fornecendo uma descrição completa do
processo.

Utilizado para identificar os perigos e problemas operacionais em instalações


de processos industriais, os quais, apesar de aparentemente não apresentarem
riscos imediatos, podem comprometer a produtividade e a segurança da instalação.
Foi desenvolvido originalmente para análise qualitativa de perigos e problemas
operacionais, principalmente na utilização de novas tecnologias, onde o
conhecimento sobre a operacionalidade das mesmas é escasso ou inexistente,
sendo também utilizado nos vários estágios da vida útil de instalações industriais
(REIS, 2006).

Por meio do HAZOP, é possível identificar sistematicamente os caminhos


pelos quais os equipamentos envolvidos no processo industrial podem falhar ou
serem operados de forma inadequada, levando a situações indesejáveis de
operação, baseando-se na revisão da instalação através de uma série de reuniões,
durante as quais um grupo composto de diversos especialistas realiza um
brainstorming sobre o projeto da planta em busca de perigos, seguindo uma
estrutura preestabelecida. Desta forma, esta técnica oferece aos integrantes da
equipe a oportunidade de pensar em todos os modos pelos quais um evento

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indesejável possa ocorrer ou um problema operacional possa surgir (ZAGUINI,


2012).

De um modo geral as seguintes questões são colocadas:

 Qual a intenção do projeto?

 Quais são os desvios que podem acontecer no projeto inicial?

 O que pode causar desvios no projeto inicial?

 Quais são as consequências dos desvios no projeto inicial?

A palavra projeto aqui deve ser entendida como condições de operação,


condições de processo, funções da planta e localização da planta.

Senne Junior (2003) ressalta que para minimizar a possibilidade de que algo
seja omitido, a reflexão é executada de maneira sistemática: cada circuito é
analisado, linha por linha, para cada tipo de desvio passível de ocorrer nos
parâmetros de funcionamento do processo. Para os objetivos de um HAZOP, uma
linha é uma conexão por tubulação (ou qualquer outro meio) entre dois
equipamentos industriais principais. A equipe de análise usa a documentação de
projeto da instalação, parâmetros de processo e palavras-guia na análise, que
aplicados a pontos específicos, os chamados – nós-de-estudo – dos fluxogramas do
processo, usualmente em linhas de transporte de fluidos entre dois equipamentos,
têm como objetivo evidenciar perigos potenciais nesses pontos.

A análise de falha e efeito – FMEA – explora a maneira pela qual os


componentes de um equipamento podem falhar e o seu efeito na confiabilidade do
sistema. Em geral, o FMEA não incorpora o erro humano, embora não exista uma
razão específica para tal exclusão. O FMEA proporciona uma análise qualitativa e
uma sistemática lista de modos de falha em nível de componente e seus efeitos no
sistema. Uma das vantagens do FMEA é que ele pode ser facilmente atualizado,
com resultado de alterações no projeto ou outras modificações no processo. O
mecanismo de falha, isto é, modo de falha, de um equipamento ou de seus
componentes descreve como o equipamento e/ou seus componentes falham (ou
seja, aberto, fechado, com vazamento, entre outros). O efeito do modo de falha é
determinado pela resposta do sistema à falha do equipamento. O FMEA identifica

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modos de falhas individuais que contribuem direta ou indiretamente para um


incêndio e explosão (DUARTE et al., 2008).

As etapas para elaboração de uma FMEA envolvem, geralmente (HELMAN


& ANDERY, 1995 apud ZAGUINI, 2012):

 identificação dos modos de falha;

 identificação dos efeitos dos modos de falha;

 determinação da gravidade;

 identificação das possíveis causas;

 determinação de probabilidade de ocorrência;

 identificação dos controles de projetos ou processos;

 identificação dos modos de detecção de falhas;

 análise de risco;

 recomendações para redução dos riscos.

As árvores dos eventos e das falhas representam os métodos dos


diagramas das falhas lógicas tradicionais.

A árvore dos eventos é um diagrama lógico que identifica a sequência no


tempo de uma cadeia de eventos. Cada galho representa uma sequência distinta de
eventos, ou seja, um cenário. Árvore das falhas é um processo dedutivo pelo qual o
evento-topo é postulado e as possíveis formas desse evento ocorrer são
sistematicamente deduzidas (DUARTE et al., 2008).

A árvore das falhas direciona a análise para uma pesquisa sobre as falhas
do sistema; indica os aspectos relevantes do sistema que podem conduzir a falhas.
A representação gráfica da árvore das falhas permite a visualização do mecanismo
das falhas para aqueles que não estão envolvidos na gestão dos riscos ou que não
participaram ou participam do projeto ou de suas mudanças; permite uma análise
quantitativa e qualitativa e examina os detalhes da falha e o comportamento do
sistema.

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A árvore das falhas mostra uma sequência lógica de falhas independentes,


que irão levar ao evento principal.

Uma de suas limitações é que os galhos da árvore devem ser


independentes, e isso se torna uma limitação inaceitável na identificação de perigos
em Sistema Eletronicamente Programáveis – SEP. Esses sistemas possuem, na
maioria das vezes, softwares e equipamentos comuns. Outras limitações da árvore
das falhas é a dificuldade inerente para tratar com as propriedades temporais de um
acidente, ou seja, a sequência com que os eventos ocorrem. Essa dificuldade não
está presente na árvore dos eventos.

A identificação dos perigos deve ser realizada durante todo o ciclo de vida
de um sistema. Apesar da dificuldade de quantificar seus benefícios em um curto
período de tempo, os benefícios de uma avaliação dos perigos são substanciais.
Esses benefícios incluem:

 poucos acidentes ou incêndios durante o ciclo de vida do processo;

 as consequências são menores quando eventuais acidentes acontecem;

 o tempo de resposta durante uma situação de emergência é menor;

 melhoria nos programas de treinamento;

 melhor relacionamento com a comunidade (DUARTE et al., 2008).

Contudo, esses benefícios não podem ser alcançados sem um investimento.


Dependendo da complexidade do sistema, a identificação dos perigos pode levar
algumas horas ou meses para acabar. Por outro lado, apesar de cada técnica de
análise ter diferentes características, a escolha da técnica de identificação dos
perigos a ser usada durante a estruturação para análise pode ser um trabalho difícil.

Em geral, a seleção envolve a escolha de várias técnicas de análise para


diferentes partes do processo, ou diferentes perigos associados ao sistema. A
seleção das técnicas a serem usadas durante a identificação do problema depende
dos objetivos do programa de gerenciamento, da severidade dos riscos, da
complexidade do processo, das informações disponíveis, e do tempo e recursos
disponíveis. É inicialmente recomendada uma análise qualitativa, porque as técnicas
qualitativas são de execução relativamente simples. Todavia, é necessário se ter em
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mente que as técnicas quantitativas complementam as qualitativas e são fortemente


recomendadas para sistemas complexos e grandes.

As técnicas HAZOP ou FMEA são recomendadas para serem usadas no


desenvolvimento da identificação de perigos de sistemas complexos. Em sistemas
menos complexos, nos quais os riscos são menores, pode-se fazer uso de técnicas
mais simples, isto é, WHAT IF. Por outro lado, em sistemas mais complexos, em que
existem riscos mais severos, uma análise mais detalhada deverá ser usada, isto é,
por meio da análise da árvore das falhas ou dos eventos.

O segredo é selecionar a técnica de análise que melhor satisfaz às


exigências do problema, usando uma base técnica e complementando suas
deficiências com outras técnicas, de forma que um estudo eficiente possa ser
desenvolvido (DUARTE et al., 2008).

Os objetivos do gerenciamento dos riscos de incêndios incluem a


identificação da sensibilidade das pessoas, equipamentos e continuidade
operacional aos impactos térmicos e dos produtos de combustão, bem como o
tempo necessário para as ações de emergências.

Concluindo:

 a estruturação do problema, como o primeiro passo de um programa de


gerenciamento dos riscos de incêndios procura identificar o que está em risco
com relação às pessoas, à propriedade, à continuidade operacional, à missão
e aos objetivos da organização e, se for necessário, à comunidade e ao meio
ambiente;

 deve-se ter em mente o tipo do incêndio que será avaliado e gerenciado,


tanto quanto os objetivos da empresa são fundamentais no programa como
um todo;

 por outro lado, as definições dos objetivos do gerenciamento, em geral, é um


processo difícil, talvez porque as pessoas usualmente não têm o hábito de
pensar no que é importante para a continuidade da missão após uma falha
crítica que conduza a um incêndio ou explosão. O conhecimento do que está
em risco tornam claras as decisões que serão tomadas.

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Para quantificar as consequências de um incêndio ou explosão para as


pessoas, propriedade e meio ambiente, ou seja, para caracterizar os seus riscos,
deve-se simular a evolução do incêndio. Em geral, a evolução do incêndio segue as
seguintes etapas:

1. Inicialmente há um vazamento de uma substância flamável para o


ambiente. Esse vazamento poderá ser na forma gasosa, líquida ou bifásica.

2. No caso de vazamento de líquido, esse se evaporará.

3. Se a substância for flamável, existe a possibilidade de ignição imediata.

4. Se a substância for tóxica ou flamável e não sofrer ignição imediata, ela


será dispersa na atmosfera na forma gasosa.

5. Substâncias gasosas talvez sejam inaladas pelas pessoas. Se a dose


exceder os limites de tolerância há possibilidade de fatalidades.

6. Se houver ignição, poderá haver danos às pessoas, comunidade,


estruturas e meio ambiente em consequência do impacto térmico, das ondas de
choques no caso de uma explosão e dos produtos de combustão.

7. Se a substância liberada estiver na forma líquida, será formada uma poça.


Um incêndio de poça será iniciado caso haja uma fonte de ignição disponível.

Deduz-se que o entendimento da evolução do acidente é imprescindível


para a caracterização dos riscos. A caracterização dos riscos (ilustrada abaixo) é
realizada através da modelagem dos fenômenos físicos envolvidos: 1) modelo de
dispersão de gases. 2) modelo de incêndios de jato e poça. 3) modelo de explosão
de nuvem de gás. Além da, 4) estimativa da vulnerabilidade dos receptores.

Caracterização dos riscos

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Um efeito indesejável de uma explosão é a projeção de fragmentos, os quais


podem causar morte ou ferimentos graves, danos a propriedades, além de
desencadear novos incêndios e/ou explosões, isto é, efeito dominó.

O efeito dominó está associado a incêndio, explosão e lançamento de


projéteis. É possível que sob determinadas condições, um acidente que tenha tido
origem em uma unidade ou área da planta, propague-se resultando em incêndios/
explosão nas suas adjacências, criando uma cadeia de acidentes. Logo, devem ser
identificadas as áreas da planta que favorecem a propagação do incêndio ou
explosão.

Concluindo novamente: os cenários definirão a natureza do vazamento e


determinarão a sequência de eventos que poderão resultar em incêndios e/ou
explosão. A sequência de eventos é afetada pela direção e velocidade dos ventos,
pela topografia, dimensões do vazamento, fontes de ignição presentes, entre outros.
Uma sequência típica de eventos que poderá resultar em um efeito dominó é
apresentada abaixo.

Sequência de eventos

Fonte: Duarte et al. (2008, p. 384).

4.1 Incêndio de jato

No caso de liberação de gás ou líquido inflamável pressurizado, seguido de


ignição imediata, poderá ocorrer a formação de um jato de fogo. Neste efeito, tal
como o Incêndio em Poça (que veremos adiante), tanto a incidência da chama
direta, como a radiação térmica gerada, podem causar danos sobre pessoas ou
bens materiais. Também poderá haver um BLEVE, como desdobramento do jato de

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fogo, caso este atinja diretamente um vaso de estocagem de produto pressurizado.


Vejamos a ilustração:

Formação de jato de material inflamável, devido a furo em linha pressurizada, com


posterior ignição

4.2 Dimensões da chama

A altura da chama poderá ser prevista utilizando-se as equações propostas


por Hustad e Sonju. A chama é considerada como um cilindro e as dimensões da
mesma são correlacionados com o número de Froude, de acordo com as equações
abaixo relacionadas:

onde:

H = é a altura da chama.
d = é o diâmetro do orifício.
D = é o diâmetro da chama.
A,B = são as constantes de dependem do combustível.
Fr = é o número de Froude.
u = é a velocidade do gás no orifício [m/s].
g = é a aceleração da gravidade [m2/s].
m = é o índice o qual é função do número de Froude.

Os valores das constantes A e B, para chama na vertical, são fornecidos na


tabela a seguir, que também apresenta o valor da relação H/D para o metano e
propano.

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CONSTANTES

Gás A B H/D

Metano 21 2.5 8.4

Propano 27 4.0 6.75

Existem dois modelos para se determinar altura da chama. No modelo


proposto por Carter, considera-se que cada ponto da chama está emitindo radiação
independentemente um do outro. O poder de radiação de cada ponto da chama e a
transmissividade atmosférica foram obtidos através das equações abaixo:

O modelo Whazan é semelhante ao do Carter, porém considera que a


chama emite radiação por meio de apenas cinco pontos. Para chamas de
comprimento pequeno e para alvos a grandes distâncias da chama, a quantidade de
pontos de radiação considerados não influencia no resultado. Porém para um
comprimento de chamas elevado e alvos próximos, o número de pontos de radiação
considerados é relevante.

4.3 Incêndio de poça

A liberação acidental de um líquido inflamável pode ocasionar a formação de


poça, que seguida de ignição do material, dá lugar à ocorrência de incêndio em
poça, com parte da energia liberada na combustão, sendo emitida na forma de

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radiação térmica. Neste efeito, tanto a incidência da chama direta, como a radiação
térmica gerada, podem causar danos sobre pessoas ou bens materiais. O incêndio
em poça pode também dar origem a um BLEVE, como desdobramento de seus
efeitos (DINIZ et al., 2006).

Vejamos:

Liberação de líquido inflamável com posterior ignição da poça

Um incêndio de poça ocorre quando um vazamento de um líquido forma


uma poça, a qual leva a ignição. A energia térmica proveniente de um vazamento de
hidrocarbonetos depende de vários parâmetros, os quais incluem:

a) composição do hidrocarboneto;

b) tamanho, forma e duração do incêndio;

c) distância entre o incêndio e o alvo; e,

d) das características do alvo.

A caracterização de um incêndio de poça envolve a caracterização da


geometria do incêndio, caracterização do incêndio e a estimativa da energia liberada
pela chama. A caracterização da geometria do incêndio abrange a determinação da
velocidade de propagação da chama no líquido e das dimensões físicas do incêndio
(tais como altura, diâmetro e inclinação da chama). É assumido que a chama é um
cilindro sólido e inclinado devido à ação do vento que se comporta como um corpo
cinza. A intensidade de radiação emitida pelo incêndio depende do tipo de
combustível, temperatura da chama, entre outros. A energia térmica de um incêndio
de poça pode ser estimada por meio da equação a seguir:

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q = qcondução + qconvecção + qradiação

No caso de um incêndio de poça resultante de um vazamento contínuo, o


líquido irá se espalhar no piso ou solo aumentando a velocidade de propagação da
chama até que a taxa de queima seja igual a vazão volumétrica (DUARTE et al.,
2008).

4.4 Explosão de nuvem


A liberação de um gás inflamável na atmosfera levará à formação de uma
nuvem, após a dispersão do mesmo na atmosfera, misturando-se com o oxigênio
existente. Caso esta nuvem de gás alcance uma fonte de ignição, haverá ignição
desta nuvem, podendo ocorrer um incêndio em nuvem ou uma explosão, conforme
representado a seguir.

Liberação de líquido ou gás inflamável com formação de nuvem

Observa-se que na nuvem de gás só haverá queima, caso a nuvem cruze a


fonte de ignição quando estiver com concentração (C) entre os limites de
inflamabilidade.

Caso a concentração seja inferior ao Limite Inferior de Inflamabilidade (LII)


ou superior ao Limite Superior de Inflamabilidade (LSI), não haverá queima por
haver falta ou excesso de oxigênio, respectivamente, em relação ao material
inflamável. Denomina-se a massa de gás que está presente entre estes dois limites
como massa inflamável e é esta massa que irá efetivamente se queimar no caso de
ocorrência de explosões.

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As principais características necessárias para ocorrer a explosão da nuvem


de vapor são:

1. O material liberado ser flamável e em condições adequadas de


temperatura e pressão.

2. A nuvem formada deve ter um tamanho mínimo antes de sofrer ignição.


Se a ignição ocorre instantaneamente, um jet fire, um large fire, ou um fireball
poderá ocorrer. Nesse caso, o aparecimento de ondas de pressão significante é
improvável. Por outro lado, é esperado ondas de choque significantes se a ignição
da nuvem ocorrer num intervalo de um a cinco minutos após o vazamento.

3. A região intermediária da nuvem deve estar na região flamável. A


quantidade de material flamável depende:

a) Do tipo e a quantidade de material liberado.

b) Do valor da pressão no momento da liberação.

c) Do grau de confinamento da nuvem.

d) Da velocidade do vento, umidade do ar, e outros fatores ambientais.

4. Na maioria das vezes, a ignição de uma nuvem de vapor resulta em uma


deflagração, ou seja, uma deflagração é caracterizada pela propagação das ondas
de choque em velocidades subsônicas relativa ao gás não queimado à frente da
chama, isto é, a velocidade de queima é menor do que a velocidade do som, no gás
não queimado (DUARTE et al., 2008).

4.5 Vulnerabilidade das pessoas


Os modelos de incêndio e explosão quantificam a energia térmica liberada e
incidente no alvo de incêndios de poça e jato, bem como a sobrepressão resultante
de uma explosão de nuvem de gás. Os modelos de vulnerabilidade do receptor
estimam o efeito do fenômeno físico nos receptores, ou seja, pessoas, estruturas e
meio ambiente.

As pesquisas e experimentos com humanos e animais relacionam a energia


irradiada com os limites da dor. A pele humana consiste de duas camadas: epiderme
e derme. A área da pele no ser humano é de aproximadamente 1,80m2. O impacto

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da energia térmica na pele poderá se apresentar em vários níveis: queimaduras do


primeiro, segundo e terceiro graus. Queimaduras do primeiro grau estão restritas a
epiderme e caracteriza-se por um vermelhidão. Nas queimaduras do segundo grau,
há o comprometimento de toda a epiderme e parte da derme dando origem a bolhas.
E, em queimadura do terceiro grau, toda a epiderme, derme e outros tecidos mais
profundos são atingidos, e se caracteriza pela carbonização dos tecidos (isto é, cor
preta).

A pele suporta uma temperatura de aproximadamente 44ºC sem dor. Acima


de 44ºC, o impacto térmico cresce rapidamente com a temperatura, ou seja, o
impacto a 50ºC é 100 vezes maior do que entre 44ºC-45ºC. No evento de um
incêndio, em geral, o tempo de resposta das pessoas é cerca de cinco segundos. Na
tabela abaixo temos o valor da radiação térmica aceitável para seres humanos.

Valor-limite da radiação térmica para danos aceitáveis em seres humanos

4.6 Vulnerabilidade das estruturas metálicas


O dimensionamento de estruturas, em geral, situadas em plantas de
processamento, deve levar em consideração o impacto térmico causado pelo fluxo
de energia irradiada, assim como as pressões associadas às ondas de choque, no
caso de incêndios e explosão, respectivamente.

No caso da radiação térmica, a temperatura dos elementos estruturais


poderá aumentar e, consequentemente, dependendo da temperatura atingida pela
peça, suas características e propriedades mecânicas poderão ser alteradas.
Somam-se a isso esforços adicionais devido às deformações térmicas se os
deslocamentos e rotações estiveram restringidos. Temos a seguir as etapas para
análise de vulnerabilidade da estrutura.

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Vulnerabilidade das estruturas

Fonte: Duarte et al. (2008, p. 396).

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UNIDADE 5 – AUDITORIA INTERNA DE SEGURANÇA NA


PREVENÇÃO DE RISCOS

5.1 Evolução e conceitos para auditoria

A evolução do sistema capitalista, com a expansão do mercado e,


consequentemente, o aumento da concorrência, fez com que as empresas antes
fechadas, pertencentes a grupos familiares, ampliassem suas instalações fabris e
administrativas, investindo no desenvolvimento tecnológico e aprimorando os
controles e procedimentos internos em geral, visando reduzir custos tornando mais
competitivos os seus produtos no mercado.

E assim, tem-se o surgimento da auditoria, definida, segundo Sá (1998, p.


25), como

tecnologia contábil aplicada ao sistemático exame dos registros,


demonstrações e de quaisquer informes ou elementos de consideração
contábil, visando a apresentar opiniões, conclusões, críticas e orientações
sobre situações ou fenômenos patrimoniais de riqueza aziendal, pública ou
privada, quer ocorridos, quer por ocorrer ou prospectados e diagnosticados.

A auditoria vem almejando informar aos usuários que critérios foram


adotados em sua elaboração e apresentar parecer de terceiros sem relação direta
com a empresa, atestando com fidedignidade que tais demonstrações refletiam a
situação do patrimônio e sua evolução durante o período a que se referiam.

Com base nisso, pode-se dizer que a auditoria sempre teve como função
prover demonstrações financeiras, como o exame das mesmas, por um profissional
independente, com a finalidade de emitir um parecer técnico sobre sua real situação.

Fato é que ao buscarmos uma definição de auditoria nas mais diversas


fontes, necessariamente somos remetidos à área contábil, inclusive fazendo coro
com o que se encontra descrito pelo Oxford English Dictionary, que a define como:
um exame oficial de contas, validado através de testemunhos e comprovantes.

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Ainda, se buscar no Reino Unido, considerado pela maioria dos escritores


como o berço da auditoria, verificam-se os seguintes registros do que seriam
auditoria e auditor na Enciclopédia Britânica, que numa tradução livre quer dizer:

Auditoria é o exame das contas feitas pelos funcionários financeiros de um


estado, companhias e departamentos públicos ou pessoas físicas, e a certificação
de sua exatidão. Nas ilhas Britânicas, as contas públicas eram examinadas desde há
muito tempo, embora, até o reinado da Rainha Elizabeth, de maneira não muito
sistemática. Anteriormente a 1559, esse serviço era executado, às vezes, por
auditores especialmente designados, e outras por auditores da receita pública, ou
pelo auditor do tesouro, cargo criado por volta de 1314. Mas, em 1559, um esforço
foi feito para sistematizar a auditoria das contas públicas, pela indicação de dois
auditores para examinar os pagamentos a servidores públicos.

A grande utilidade da Auditoria é atestada por seus fins tão variadíssimos,


tais como:

 certificação e comprovação da exatidão dos fatos contábeis e administrativos


(patrimoniais), através do seu registro;

 identificação dos fatos e comprovação de sua propriedade no patrimônio da


sociedade auditada;

 identificação e comprovação do tempo decorrido e/ou de existência, bem


assim, do valor de efetivos fatores de mensuração dos fatos, tendo em vista o
aspecto dinâmico do patrimônio;

 sugestões e orientações para administração do patrimônio das entidades


auditadas;

 identificação de eventuais falhas no controle, com intuito de saná-las a fim de


proteger o patrimônio contra fraudes;

 pesquisas com o objetivo de gestão ao longo do tempo; em bases


comparativas de valores e efeitos destes;

 avaliação da eficácia e eficiência decorrentes dos atos e fatos administrativos


e/ou contábeis e sobre estes;

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 identificação de riscos decorrentes do negócio que venham a afetar ou afetem


o patrimônio;

 identificação da capacidade de equilíbrio financeiro e econômico da entidade


auditada;

 reorganização de uma empresa;

 determinação de limites de seguros, análise de custos, fusão, cisão e


incorporação de empresas.

Definidos esses fins, pode-se estabelecer um conceito para a matéria


Auditoria, como sendo um conjunto de técnicas de observações e exames, aplicados
de forma sistemática, que no contexto do auditado, visa opinar sobre sua situação,
sobre sua riqueza, quando este for o caso, ou sobre funções ou áreas específicas
componentes do patrimônio do auditado.

Para Franco e Marra (2000), auditoria é a técnica que consiste no exame de


documentos e registros, inspeções, obtenção de informações e confirmações
externas e internas, obedecendo a normas e procedimentos apropriados,
objetivando verificar se as demonstrações contábeis representam adequadamente a
situação nelas demonstrada de acordo com os Princípios Fundamentais de
Contabilidade e normas de contabilidade, de maneira uniforme.

As classes de auditoria variam de acordo com o tratamento que se dá ao


objeto da mesma, decorrendo, portanto, das diferentes necessidades, podendo
mudar de processos, que não se deve admitir como autonomia, mas, sim, como
derivação de um mesmo método.

Quais então são as relações entre auditoria em sua acepção original e o


conteúdo de estudo? É o que veremos.

5.2 A auditoria aplicada à segurança contra incêndio e pânico

Primeiro ponto: auditoria nos leva a risco e este está entranhado na


segurança contra incêndio e pânico.

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O risco normalmente é definido como a incerteza de um resultado ou de um


evento. Ele pode referir-se tanto a uma ameaça negativa quanto a uma oportunidade
positiva para uma empresa assumir um risco que vale a pena e pode trazer uma
vantagem competitiva sobre concorrentes avessos ao risco. Porém, considerando o
potencial de perdas significativas e também dos lucros, é importante que os riscos
sejam avaliados com exatidão, calculando-se a probabilidade dos resultados, assim
como seu impacto em um negócio.

Todos os negócios enfrentam riscos, pois operam em um ambiente de


incertezas inerentes ao livre mercado que coloca qualquer atividade econômica à
mercê da oferta e da procura. Assim, todo negócio deve ter um sistema implantado
para administrar esses resultados. Isso envolve tipicamente identificação, de
maneira mais exata possível, dos riscos potenciais e do provável impacto deles na
empresa e, depois, o desenvolvimento de respostas adequadas e preparadas para
enfrentar tais eventos, se e quando eles ocorrerem. Os riscos se originam de várias
áreas diferentes:

 os riscos estratégicos abrangem incertezas relacionadas ao mercado, como


quedas de demanda, fracasso no desenvolvimento de novos produtos ou
entrada de novos concorrentes;

 os riscos financeiros relacionam-se a mudanças de custos e receitas não


diretamente ligadas ao mercado e podem incluir dívidas incobráveis ou
aumentos em pagamentos de juros de empréstimos;

 os riscos operacionais cobrem os perigos de turbulências nas funções de


distribuição e produção, como falhas no maquinário fabril ou perda de pessoal
importante;

 os riscos de conformidade relacionam-se à capacidade da empresa atender a


exigências legais e reguladoras. Falhas, neste caso, podem resultar no
fechamento forçado do negócio ou em ameaças de ações na justiça. Outros
riscos mais gerais incluiriam catástrofes naturais e a instabilidade política em
mercados externos.

Uma vez identificados os riscos, é importante o negócio avaliar a


probabilidade deles ocorrerem, bem como seu impacto ou significado. Assim, o
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negócio pode classificar ou priorizar os riscos que vai enfrentar. Essa classificação
permite concentrar recursos nas áreas de risco mais importantes, aquelas que têm
maior potencial de impacto sobre o sucesso dos objetivos da empresa. A estimativa
de risco pode ser obtida em nível básico, simplesmente avaliando se os resultados
são de baixa, média ou alta probabilidade. Em nível mais sofisticado, os riscos
podem ser analisados pela aplicação da ciência atual.

A etapa final é o desenvolvimento de sistemas ou políticas para gerenciar o


risco. A primeira abordagem é simplesmente aceitar o risco. Normalmente isso
significa que os custos de administrar o risco superam os custos do próprio risco.
Riscos que não podem ser evitados nem transferidos entram na categoria de
“autosseguro”. A segunda estratégia é transferir o risco. Isso normalmente é
executado com a compra de uma apólice de seguro. O risco também pode ser
transferido por acordo contratual (por exemplo, o comprador pode aceitar cobrir
todos os preços de produção de uma empresa de fornecimento).

A terceira é reduzir o risco fazendo vários investimentos, como compra de


máquinas melhores, mais caras, mas com menor probabilidade de transtornos.

A abordagem final é evitar o risco. Significa que as atividades ou os


investimentos não serão empreendidos, pois os riscos são considerados muito altos.
O problema dessa abordagem, às vezes, é ter de abrir mão de oportunidades
lucrativas.

Eis que vimos todo esse horizonte, geralmente pela ótica de um auditor, que
de porte de conhecimentos e habilidades inerentes a essa especialização, podem
contribuir com a segurança em edifícios existentes, abordando conjuntamente o
edifício e a organização de segurança da instituição que o ocupa. Esta auditoria
compreende nomeadamente:

 levantamento dos sistemas de proteção existentes (detecção, combate,


controlo de fumaça, sinalização, entre outros);

 apreciação da adequação dos sistemas existentes às necessidades reais e às


exigências regulamentares;

 verificação da operacionalidade dos sistemas existentes;

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 estudo da adequação dos sistemas de segurança passiva


(compartimentação, evacuação, entre outros);

 análise da organização de segurança existente e das medidas de


autoproteção implementadas;

 proposta de medidas corretivas ou compensatórias, caso necessário.

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UNIDADE 6 – MANUTENÇÃO APLICADA À SEGURANÇA

6.1 Definições, benefícios e finalidades gerais da manutenção


Numa acepção geral, Slack et al. (2002) definiram manutenção como o
termo usado para abordar a forma pela qual as organizações tentam evitar as falhas
ao cuidar de suas instalações físicas. É uma parte importante da maioria das
atividades de produção, especialmente aquelas cujas instalações físicas têm papel
fundamental na produção de seus bens e serviços. Em operações como centrais
elétricas, hotéis, companhias aéreas e refinarias petroquímicas, as atividades de
manutenção serão responsáveis por parte significativa do tempo e da atenção da
gerência de manutenção.

De acordo com Wyrebski (1997), a conservação de instrumentos e


ferramentas também é uma prática observada, historicamente, desde os primórdios
da civilização, mas, efetivamente, foi somente quando da invenção das primeiras
máquinas têxteis, a vapor, no século XVI, que a função manutenção emerge.

Naquela época, aquele que projetava as máquinas, treinava as pessoas


para operarem e consertarem, intervindo apenas em casos mais complexos. Até
então, o operador era o mantenedor-mecânico. Somente no século passado, quando
as máquinas passaram a ser movidas, também, por motores elétricos, é que surge a
figura do mantenedor-eletricista.

Assim, com a necessidade de se manter em bom funcionamento todo e


qualquer equipamento, ferramenta ou dispositivo para uso no trabalho, em épocas
de paz, ou em combates militares nos tempos de guerra, houve a consequente
evolução das formas de manutenção (SOUZA, 2008; SOUZA; SANTANA, 2012).

É de se observar que estamos generalizando e até mesmo partindo para um


ambiente industrial, mas um conjunto de edifícios altos, ou um shopping center, por
exemplo, acabam sendo também organizações que funcionam quase que nos
mesmos moldes de uma indústria, ou seja, são muitos os elevadores, casa de
máquinas, central de eletricidade, tubulações de refrigeração interligando vários
andares, dentre outras maquinarias que necessitam manutenção para funcionarem

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com qualidade e de maneira quase que contínua, por isso a comparação dita
“grosseira” com o ambiente industrial.

Essa explicação continua quando pensamos nos benefícios atingidos


quando a manutenção é atuante. Slack et al. (2002) citam os seguintes:

 segurança melhorada – diminui o risco às pessoas que atuam no ambiente;

 confiabilidade aumentada – menos tempo perdido com conserto;

 qualidade maior – equipamentos em melhor desempenho;

 custos de operação mais baixos – alguns elementos de tecnologia funcionam


melhor quando recebem manutenção regularmente;

 tempo de vida mais longo – prolongar a vida efetiva das instalações;

 valor final mais alto – instalações bem mantidas propiciam vendas de


segunda mão para o mercado.

Vale frisar que desde o início do século XX, a manutenção vem ganhando
importância nos diversos setores da economia e da sociedade. De acordo com
Nagao (1999), a manutenção tem se destacado cada vez mais como área
fundamental para o sucesso das empresas. O impacto de uma manutenção
inadequada e ineficiente pode definir a rentabilidade do negócio e a sobrevivência
do empreendimento.

6.2 Conceitos básicos em manutenção

Para entrarmos na manutenção da segurança focada nos incêndios, é


preciso conhecer alguns termos básicos, lembrando que as atividades de
manutenção estão definidas na Norma Brasileira da ABNT NBR 5462-1994
(confirmada em 2012) – Confiabilidade e Mantenabilidade e literaturas específicas
de manutenção. Vejamos:

 manutenção – é a combinação de ações técnicas e administrativas, incluindo


a supervisão, destinadas a manter ou recolocar um item em um estado no
qual possa desempenhar uma função requerida;

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 manutenção preventiva (proativa) – manutenção efetuada em intervalos


predeterminados, ou de acordo com critérios prescritos, destinada a reduzir a
probabilidade de falha ou a degradação do funcionamento de um item;

 manutenção corretiva (reativa) – manutenção efetuada após a ocorrência de


uma falha de modo a recolocar um item em condições de executar uma
função requerida;

 manutenção preditiva (monitorada) – manutenção que permite garantir uma


qualidade de serviço desejado, com base na aplicação sistemática de
técnicas de análise, utilizando-se de meios de supervisão centralizados ou de
amostragens para reduzir ou diminuir a manutenção corretiva. É a
manutenção desempenhada com base no acompanhamento ou
monitoramento de determinados parâmetros do equipamento (vibração,
temperatura, ruído);

 manutenção programada – manutenção preventiva efetuada de acordo com


um programa preestabelecido;

 manutenção não-programada – manutenção corretiva efetuada de forma


emergencial sem seguir determinada programação;

 falha – término da capacidade de um item desempenhar a função requerida,


ou seja, cessação de funções ou bom desempenho;

 defeito – qualquer desvio de uma característica de um item em relação a seus


requisitos. Um defeito pode, ou não, afetar a capacidade de um item em
desempenhar uma função requerida;

 certificação – ato ou efeito de certificar, atividade executada por entidade


autorizada, para determinar, verificar e atestar por escrito, a qualificação de
profissionais, de acordo com os requisitos estabelecidos;

 confiabilidade – pode ser definida como a possibilidade de um componente,


equipamento ou sistema, executar a sua função, sob condições de operação
estabelecidas, por um período de tempo específico, sem apresentar falhas;

 inspeção – exame visual do sistema de segurança contra incêndio, ou de


parte dele, para verificar as condições operacionais e livres de danos físicos;

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 teste – procedimento utilizado para determinar as condições de um sistema,


por meio de verificações dos equipamentos e se funcionam conforme
especificados. A frequência dos testes deve obedecer às normas técnicas
quanto aos procedimentos e periodicidade;

 relação de inspeção e manutenção – são documentos que devem ser


preenchidos pelos responsáveis da manutenção dos sistemas de segurança
contra incêndio, devendo indicar os procedimentos adotados (de inspeção,
teste ou manutenção), a empresa que executou os trabalhos, os resultados e
a data. Os relatórios devem ser guardados pelo proprietário;

 instalação e testes de aceitação – os instaladores devem executar trabalhos


de testes iniciais, para recebimento e aceitação. Os resultados devem ser
mantidos enquanto existir os sistemas.

Guarde...

De maneira geral, uma falha consiste na interrupção ou alteração da


capacidade de um item desempenhar uma função requerida ou esperada. As falhas
podem ser classificadas sob vários aspectos, tais como origem, extensão,
velocidade, manifestação, criticidade ou idade. A figura abaixo relaciona estes
aspectos, em acréscimo à classificação adotada pela Manutenção Centrada na
Confiabilidade (MCC) (SIQUEIRA, 2005).

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Estrutura de classificação de falhas

Fonte: Siqueira (2005 apud SOUZA, 2008, p. 14).

Prevenir e corrigir falhas constituem os objetivos primários da manutenção.


Para isto, é necessário conhecer as formas como os sistemas falham. O estudo das
falhas constitui parte essencial da Manutenção Centrada na Confiabilidade (MCC),
seguindo-se à identificação e documentação das funções (SIQUEIRA, 2005).

A MCC é um processo alternativo de manutenção que é utilizado para definir


a abordagem mais efetiva para a manutenção visando aumentar a operacionalidade
dos equipamentos, melhorar a segurança e reduzir os custos de manutenção. Têm

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como base identificar as ações a serem tomadas para reduzir a probabilidade de


falha dos equipamentos e identificar os custos mais efetivos.

A MCC procura estabelecer uma combinação ótima das ações de


manutenção a serem desenvolvidas com base na condição, no tempo ou ciclo de
operação e na operação até a falha dos equipamentos. A MCC é um processo
contínuo que reúne dados do desempenho operacional do sistema e utiliza estes
dados para melhorar o projeto e a manutenção futura.

Esta estratégia, ao invés de ser aplicada independentemente, é integrada


para tirar vantagem de sua força, de modo a otimizar a instalação, a
operacionalidade e a eficiência dos equipamentos, ao mesmo tempo, minimizar o
custo do ciclo de vida dos equipamentos.

A MCC envolve: uma consideração sistemática das funções do sistema, a


maneira como essas funções falham e um critério de priorização explícito, baseado
em fatores econômicos, operacionais e de segurança para a identificação das
tarefas de manutenção aplicáveis tecnicamente e custo-eficientes no combate a
essas falhas (FLEMING, SILVA, FRANÇA, 1999).

A abordagem da MCC é resumida, segundo Slack et al. (2002) assim: “se


não podemos evitar que as falhas aconteçam, é melhor evitar que elas tenham
importância.” Em outras palavras, se a manutenção não pode prever ou mesmo
prevenir as falhas, e as falhas têm consequências importantes, então os esforços
deveriam ser dirigidos a reduzir o impacto de tais falhas.

Reforçamos também três termos importantes: CONFIABILIDADE,


DISPONIBILIDADE E MANUTENIBILIDADE

Confiabilidade é a probabilidade de que um item irá sobreviver a um


determinado período de funcionamento, nos termos especificados de condições de
funcionamento, sem falhas. A probabilidade condicional de falha mede a
probabilidade de que um determinado item ao entrar numa determinada idade ou
intervalo irá falhar durante esse período. Se a probabilidade condicional de falha
aumenta com a idade, o item mostra características de desgaste. A probabilidade

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condicional de falha reflete o efeito negativo global da idade sobre a confiabilidade


(NASA, 2000 apud SOUZA, 2008).

À manutenção interessa a probabilidade de que o item sobreviva a um dado


intervalo (de tempo, ciclo, distância, entre outros). Esta probabilidade de
sobrevivência é denominada de confiabilidade (SIQUEIRA, 2005).

O conceito de disponibilidade é utilizado para apurar o tempo que os


equipamentos ficam à disposição para atuarem de forma produtiva. O tempo
disponível do equipamento é simplesmente o tempo que o equipamento está
operando somado ao tempo de stand by. O tempo de indisponibilidade é o tempo
que o equipamento permanece sob intervenção de reparo ou aguardando a equipe
de manutenção.

Podemos conceituar a Manutenibilidade (ou Manutenabilidade) como sendo


a característica de um equipamento ou instalação permitir um maior ou menor grau
de facilidade na execução dos serviços da manutenção.

6.3 O planejamento e o controle da manutenção

O planejamento, dentre outras atividades exercidas na empresa, também


contribui para eficiência em todos os processos organizacionais. Este pode ser de
longo, médio ou em curto prazo (SOUZA; SANTANA, 2012).

Para Certo (2003, p. 103), planejamento “é o processo de determinar como a


organização pode chegar onde deseja e o que fará para executar seus objetivos”. E
complementa ainda que planejar “é uma atividade gerencial fundamental,
independentemente do tipo de organização que esteja sendo gerenciado”. Desta
forma, pode-se afirmar que por meio do planejamento, a empresa pode contribuir
para suas expectativas futuras.

Já Corrêa et al. (2001), afirmam que planejar é entender e considerar a


situação atual para ter visão de futuro influenciando as decisões tomadas no
presente e assim poder atingir determinados objetivos vindouros. Este plano pode
ser traçado baseado nas informações passadas ou presentes e projetadas para o
futuro, seja ele curto, médio ou longo prazo.

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[...] o processo de planejamento permite elevar o grau de controle sobre o


futuro dos sistemas internos e das relações com o ambiente. A organização
que planeja procura antecipar-se às mudanças em seus sistemas internos e
no ambiente, como forma de garantir sua sobrevivência e eficácia
(MAXIMIANO, 2000, p. 179).

De pronto, fica evidenciado o alto nível de importância que o planejamento


exerce dentro das organizações, bem como, a necessidade de sua utilização de
forma correta.

Já para Lacombe e Heilborn (2006), o planejamento pode ser visto como


uma direção a ser escoltada para alcançar um objetivo desejado, salientando ainda
que para planejar é necessário decisões, com base em objetivos, fatos e estimativa
do que poderia ocorrer em cada alternativa escolhida.

Os mesmos autores (2006, p. 162) mostram ainda que “planejar é, portanto,


decidir antecipadamente o que fazer, de que maneira fazer, quando fazer e quem
deve fazer”. É, então, um plano formal do que se deseja executar podendo ser
mensal, anual, entre outros.

Existem algumas vantagens apontadas por Certo (2003, p. 104) quando o


planejamento é elaborado de forma correta, a saber: orienta os gerentes para o
futuro; facilita a tomada de decisão e, por fim, realça os objetivos organizacionais.

Os benefícios proporcionados às empresas que se utilizam desta ferramenta


– planejamento – são inúmeros. Pode-se destacar as possibilidades que venham a
ser fomentadas para atingir as metas organizacionais.

No contexto organizacional, o planejamento está dividido em três âmbitos,


sendo eles: estratégico, tático e operacional.

O planejamento estratégico para Lacombe e Heilborn (2006, p. 163)

refere-se ao planejamento sistêmico das metas de longo prazo e dos meios


disponíveis para alcançá-las, ou seja, aos elementos estruturais mais
importantes da empresa e à sua área de atuação.

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Mostra ainda, que deve ser feito pela alta gerência e deve responder a seguinte
pergunta: “qual é o nosso negócio e como deveria fazê-lo?”

Quanto ao planejamento tático, é configurado como “empreendimentos mais


limitados, prazos mais curtos, áreas menos amplas e níveis mais baixos na
hierarquia da organização” (CHIAVENATO, 2000, p. 283). Então, pode-se perceber
que este segundo tipo de planejamento se restringe a um nível intermediário da
organização. Assim, é uma sequência daquilo que fora traçado pela alta-gerência no
planejamento estratégico.

No planejar estrategicamente, o fator tempo é primordial. Este deve ser


elaborado pela cúpula da empresa e com aspirações em longo prazo. Bem como,
seguir as estratégias traçadas levando em consideração as mudanças ocorridas no
ambiente externo.

O planejamento tático é desenvolvido em níveis organizacionais inferiores,


tendo como principal finalidade a utilização eficiente dos recursos disponíveis para a
consecução de objetivos previamente fixados, segundo uma estratégia
predeterminada, bem como as políticas orientativas para o processo decisório da
empresa (OLIVEIRA, 2003, p. 49).

Conforme o exposto acima, existe uma concordância de opiniões entre os


autores, no que se refere aos preceitos básicos do planejamento tático. Os mesmos
autores apresentam este tipo de planejamento como necessário para as atividades
intermediárias da empresa.

Lacombe e Heilborn (2006, p.165) lembram Chiavenato (2000, p. 185)


quando se referem a planejamento operacional como uma função gerencial com
ênfase na eficiência, ou seja, fazer bem feito aquilo que está sendo executado. Da
mesma forma que o planejamento tático que segue as bases fundamentadas no
planejamento estratégico, o planejamento operacional baseia-se nos dois anteriores
a ele. Assim, percebe-se que a execução das ações traçadas previamente será de
responsabilidade do planejamento operacional.

Para as organizações contemporâneas, o planejamento seja ele estratégico,


tático ou operacional, configura-se fator preponderante para manter-se no mercado.

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Portanto, tornam-se claros os benefícios na correta utilização destas atividades


administrativas.

Quanto ao controle, este envolve a avaliação de resultados operacionais,


continuada da ação remediadora quando os resultados desviam do plano. A
atividade de controle é necessária para manter o negócio na direção certa e
assegurar que os planos sejam contínuos.

Controle é uma função administrativa que consiste em medir e corrigir o


desempenho de subordinados para assegurar que os objetivos e metas da empresa
sejam atingidos e os planos formulados para alcançá-los sejam realizados.

Assim, controlar abrange acompanhar ou medir alguma coisa, comparar


resultados obtidos com os previstos e tomar as medidas corretivas cabíveis; ou, de
outra forma; compreende a medida do desempenho em comparação com os
objetivos e metas predeterminados; inclui coleta e a análise de fatos e dados
relevantes, a análise das causas de eventuais desvios, as medidas corretivas e se
necessário, o ajuste dos planos (LACOMBE; HEILBORN, 2006, p. 173).

Netto e Tavares (2006) consideram que fazer com que algo aconteça na
forma como foi programada compõe conceito básico de controle. Porém, os autores
também salientam a importância dos administradores entenderem a ação planejada,
pois só assim, as alterações necessárias durante o percurso serão exatamente
executadas.

Sabe-se que em qualquer área de atuação, o controle desempenha um


papel extremamente essencial no condicionamento dos objetivos e na identificação
de uma possível mudança nos objetivos predeterminados.

Entretanto, para realizar os objetivos, é preciso que as informações


referentes aos mesmos estejam claras e sejam passadas da maneira correta. Até
porque, o controle contribui, e muito, para a tomada de decisão. É preciso informar
ao sistema o que deve ser feito para garantir a concretização dos objetivos.

Quanto ao processo de controle, Oliveira (2003) complementa que mediante


a comparação das bases previamente estabelecidas, é possível facilitar a verificação
dos resultados das ações e, consequentemente, a tomada de decisão, uma vez que,

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conforme se acompanha o percurso das atividades, torna-se exequível seu


aprimoramento, conforme seja necessário.

Enfim, o controle é um tipo de avaliação permanente e possibilita que a


execução, antes programada por meio de planejamento, seja concretizada com
ênfase. É, também, através do controle que algumas alterações podem ser feitas no
plano, uma vez que, o ambiente organizacional é dinâmico e complexo e, portanto,
imprevistos costumam surgir.

O propósito do planejamento e controle “é garantir que os processos da


produção ocorram eficaz e eficientemente e que produzam produtos e serviços,
conforme requeridos pelos consumidores” (SLACK et al, 2002, p. 314).

Diante do exposto, pode-se afirmar que estas duas ferramentas


administrativas estão para garantir que os objetivos organizacionais sejam
alcançados e, além disso, que se cumpra da forma correta.

Planejar e controlar devem ser “colocadas juntas porque são conhecidas


como as funções gêmeas da administração: não adianta planejar se não houver
controle e não se pode controlar se não tiver havido planejamento”. Por isso, diz-se
que um complementa o outro, como também um depende do outro para garantir a
perfeita execução dos objetivos propostos (LACOMBE; HEILBORN, 2006, p. 160).

Quanto à diferença entre eles, Slack et al. (2002) afirmam que o plano é uma
formalização onde pretende-se que ocorra em determinado momento no futuro,
assim, o mesmo não garante que o programado aconteça, pois no percurso poderá
ocorrer diversas variações e é nesse ponto que surge o controle que viera a
controlar as variáveis que possam surgir no andamento de um planejamento.

Um dos fatores predominantes para o êxito de uma organização compete a


essas duas ferramentas essenciais: planejar e controlar. Diante da complexidade do
ambiente interno e externo onde estão inseridas as organizações, traçar um plano é
fundamental e acompanhar o mesmo é indispensável.

Entrando no campo da manutenção, Calligaro (2003) lembra que os


trabalhos da manutenção possuem natureza não-repetitiva, com uma rotina bastante
diversificada. Incluem um conjunto bastante variado e complexo de atividades,

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desde a execução de tarefas previstas nos planos de preventiva e preditiva até


atendimentos às emergências do dia-a-dia, para uma gama não menos variada de
modelos e tipos de equipamentos.

Este conjunto de atividades, realizado por profissionais e equipes


especializadas ou multifuncionais, precisa ser adequadamente preparado. Devem
ser definidos todos os aspectos relacionados com a liberação e condicionamento
dos equipamentos para a intervenção, providências com relação à segurança das
operações, contratação de recursos extra, aquisição de materiais e sobressalentes,
utilização de máquinas e ferramentas de apoio, entre outros. de modo a garantir-se
que os recursos necessários sejam disponibilizados conforme a necessidade e no
tempo adequado. Esse processo preparatório, em que todos os recursos
necessários são apurados e arranjados, é chamado de Planejamento da
Manutenção, entendido aqui como o planejamento das atividades de rotina de uma
planta operacional.

As considerações acerca do planejamento da produção, trazidas por Slack


et al. (2002), aplicam-se perfeitamente no contexto da manutenção. Assim como na
produção, o propósito do planejamento da manutenção é o de assegurar que esta
ocorra eficazmente e produza resultados como deve, requerendo para isto que os
recursos produtivos estejam disponíveis na quantidade, no momento e no nível de
qualidade adequado.

De maneira similar ao que ocorre nas atividades de produção, o


planejamento deve conviver com uma série de restrições, como controle de custos,
disponibilidade limitada de recursos, prazo para execução, respeito ao meio
ambiente, preservação da segurança e saúde dos trabalhadores e qualidade
conforme com as necessidades das instalações.

Kelly e Harris (1980) consideram que, enquanto as questões de organização


e estrutura administrativa representam o aspecto estático da gerência da
manutenção, o planejamento e a programação da manutenção correspondem ao
aspecto dinâmico. Segundo esses autores, o planejamento e a programação da
manutenção têm como função assegurar que os recursos adequados estejam no

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lugar certo, para executar um trabalho predeterminado de maneira correta, na


ocasião mais oportuna, dentro do menor custo global possível.

Para Branco Filho (2008), a manutenção é uma tarefa que deve ser
executada em todas as atividades. A função manutenção exige organização,
planejamento, programação, alocação de recursos físicos e financeiros, treinamento
e qualidade.

Estas tarefas podem ser executadas de diversas maneiras corretas, mas é


sempre necessário que existam preparações e métodos para uma harmonia entre a
execução, a expectativa do cliente e critérios de economia.

Os melhores resultados, normalmente são obtidos com o uso de programas


de computador dedicados a esta especialidade da engenharia, que é a manutenção.

Vimos que se planeja para que os eventos ocorram dentro de parâmetros


aceitáveis e desejados, tanto em tempo, como em risco de acidentes quanto no uso
de recursos e seu custo. No caso do Planejamento e Controle de Manutenção, é
necessário que existam pessoas treinadas para a tarefa. Se o PCM for manual, a
pessoa deverá estar treinada para preencher os formulários em uso, arquivá-los de
forma adequada e lidar com a papelada necessária para a apuração de dados e de
resultados.

Isto sempre será mais fácil se for usado um programa de computador que
faça de forma mais simples estas tarefas rotineiras e aborrecidas de processar a
informação, arquivá-las sempre da mesma forma e permitir um acesso fácil e rápido
à informação que já foi arquivada (BRANCO FILHO, 2008). Quanto aos programas
especialistas em PCM, mesmo sabendo que ele não fará tudo que precisamos ou
queremos, é preciso aprender a usá-los, geralmente treinando um colaborador ou
contratando alguém da área de tecnologia que possa ir adequando o programa de
acordo com a cultura da empresa.

6.4 A manutenção nas normas brasileiras para SCI

Das mais de 70 normas técnicas da ABNT e CB-24, somente três tratam a


manutenção de forma específica. São elas a NBR 12779; NBR 12962 e NBR 13485.

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As demais trazem embutidos em seus textos citações e procedimentos de


manutenção de sistemas e equipamentos, destacando-se ainda a norma de brigada
de incêndio que estabelece a responsabilidade das equipes pela inspeção dos
equipamentos de SCI.

De todo modo, Linzmayer, Silva e Atik (2008) ressaltam que para a


implementação das ações de manutenção, devem ser realizados estudos e
avaliações passo a passo, analisando-se cada sistema e componentes de
segurança das edificações. Embora as normas brasileiras de SCI contemplem as
especificações para a manutenção de equipamentos e sistemas, são raras as
empresas especializadas que atuam em equipamentos mais complexos no país. As
empresas brasileiras que atuam na área de segurança contra incêndio estão mais
voltadas à manutenção de sistemas de extintores e mangueiras de incêndio.

A Associação Brasileira de Gerência de Riscos (ABGR) realizou, no ano de


1998, a tradução da norma NFPA 25 para a língua portuguesa, que trata da
manutenção de sistemas de inspeção, teste, manutenção em sistemas hidráulicos
de proteção contra incêndio, com apoio da NFPA – National Fire Protection
Association. Essa norma aborda a manutenção de sistemas hidráulicos de forma
técnica. Seria interessante que se elaborasse mais normas brasileiras específicas de
manutenção, a exemplo da NFPA 25, completam os autores acima.

6.5 Manutenção preventiva

Segundo Linzmayer, Silva e Atik (2008), as rotinas de inspeção, testes e


manutenção devem ser implementadas por meio de procedimentos-padrão, que
atendam às normas de referências e orientações dos fabricantes. Essas atividades
devem ser exercidas pelas equipes de brigada de incêndio da edificação em
conjunto com as equipes técnicas de manutenção.

Todas as rotinas estabelecidas devem possuir também um programa de


manutenção preventiva para operacionalização dos equipamentos e serviços de
manutenção, realizando um cronograma das atividades para cada sistema de
equipamentos, atendendo aos procedimentos-padrão, mantendo-se as rotinas

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diárias, procurando identificar as falhas dos sistemas e equipamentos,


proporcionando, dessa forma, as condições adequadas de segurança.

Para determinados sistemas específicos de segurança, será necessário


contratar profissionais qualificados e credenciados, que possam emitir laudos de
responsabilidade técnica, referentes aos serviços executados.

As atividades de manutenção preventiva devem obedecer aos


procedimentos padrões predeterminados, portanto, vejamos alguns modelos
disponibilizados por Linzmayer, Silva e Atik (2008), utilizados para facilitar as rotinas
diárias de atuação das brigadas de incêndio e equipes de manutenção.

a) Procedimento padrão predeterminado: têm como principal objetivo –


padronizar as ações de manutenção a serem realizadas no equipamento. Este deve
ser aplicado pelas equipes de manutenção.

Modelo procedimento de manutenção-padrão

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b) O Procedimento de uso-padrão (PUP): tem como principal objetivo –


orientar a brigada de incêndio como utilizar o equipamento da forma correta.

Procedimento de uso padrão - PUP

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continua

c) O relatório de não-conformidade: tem como principal objetivo – relatar


uma não-conformidade no equipamento. Esse relatório deve ser preenchido pela
equipe de manutenção.

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Relatório de não-conformidade

d) Relatório de acompanhamento técnico: deve ser preenchido pelas


equipes de manutenção no acompanhamento de instalação e reformas de
equipamento, quando executados por empresas contratadas ou terceirizadas, será
necessário, um acompanhamento técnico e específico.

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Relatório de acompanhamento técnico

6.6 Tratamento de falhas em sistema de SCI

O programa de manutenção de sistemas e equipamentos deve prever um


sistema de tratamentos de falhas, elaborando-se uma rotina de procedimentos.
Xenos (2004), em seu livro “Gerenciando a Manutenção Produtiva”, propõe as
seguintes etapas:

1- Detecção e relato da falha: a brigada de incêndio da edificação e os


técnicos de manutenção devem ser treinados para detectar e relatar os sinais das
falhas antes de sua ocorrência.

2- Ação corretiva para remover o sintoma: a equipe de brigada de incêndio,


ao constatar uma falha, deve acionar os técnicos de manutenção para que sejam
realizados os reparos necessários.

3 - Registros e análise das falhas para identificar suas causas fundamentais:


a brigada de incêndio deve auxiliar a equipe técnica de manutenção, na investigação
das causas, buscando um questionamento dos “por quês” ocorreu a falha.

4 - Planejamento e execução das contramedidas para bloquear as causas


fundamentais: deve-se estabelecer medidas que impeçam a reincidências das falhas
constatadas, tais como: medidas de inspeção periódica, treinamentos, substituições
de peças.

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5 - Acompanhamento da execução das contramedidas: a equipe de


manutenção deve realizar um acompanhamento técnico de implantação das
medidas, elaborando-se um relatório e fiscalização periódica.

6 - Análise periódica dos registros de falhas para identificar falhas crônicas e


prioritárias e definir projetos com metas: a utilização de estudos estatísticos
possibilita identificar as falhas crônicas; essas falhas devem exigir que a brigada de
incêndio e os técnicos de manutenção mantenham maior atenção em função da
gravidade de ocorrências ou interrupção de sistemas de segurança.

7 - Execução dos projetos por meio do Ciclo PDCA (Plan, Do, Check e
Action): os estudos estatísticos permitem identificar e orientar que determinadas
falhas possam se repetir, estabelecendo-se medidas adequadas preventivamente. A
aplicação de ferramentas de qualidade possibilita a redução de falhas e paradas
técnicas dos sistemas e equipamentos de SCI.

Na tabela abaixo temos um sistema de tratamento de falhas.

ETAPAS PONTOS IMPORTANTES


• A falha ocorre e é detectada por meio do seu sintoma.
Por exemplo, o equipamento parou devido à queima do
motor elétrico.
• Em muitos casos, sinais da falha podem ser
detectados a tempo, antes que ocorra. Por exemplo,
cheiro estranho, ruído anormal ou sobreaquecimento do
motor elétrico. Nesse caso, a parada da produção
poderá ser minimizada.
• Essas ações deverão ser tomadas imediatamente e
visam somente à eliminação do sintoma da falha. Por
Tomar ações corretivas exemplo, trocar o motor queimado.
• Ações corretivas confiáveis contribuem para prevenir
novas ocorrências da falha.
• A causa da falha sob o ponto de vista da operação do
equipamento.
• Utilizando o seu conhecimento técnico, o pessoal do
Investigar a causa fundamental da
departamento de manutenção deve prosseguir na
falha
investigação das causas fundamentais, utilizando o
“Princípio dos 3 Gen” (Genba, Genbutsu e Gensho) e o
“Método dos por quês”.
• Elaborar o relatório de falha, registrando
principalmente:
Fazer o registro da falha (1) descrição da falha. (2) ação corretiva tomada. (3)
causas fundamentais. (4) ações de bloqueio das causas
fundamentais para prevenir a reincidência da falha.

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– 5W1H
• O objetivo desse registro é permitir a análise das
informações sobre a falha. Por isso, ele deve ser
suficientemente simples.
• De acordo com a gravidade da falha (medida por meio
do nível de influência na produção), o relatório de falha
deve ser revisado pelos níveis hierárquicos superiores
para verificar se as causas fundamentais foram
Revisar os relatórios de falha corretamente.
• Também nesse caso, utilizar o “Princípio dos 3 Gen”
quando ocorre a falha, o que permitirá um melhor
entendimento das informações dos relatórios de Falha
durante sua revisão.
• Com base na revisão dos relatórios de falha, os níveis
Tomar ações corretivas adicionais superiores devem sugerir ações corretivas adicionais,
caso necessárias.
• Com base na revisão dos relatórios de falha, os níveis
Estabelecer contramedidas adicionais superiores devem sugerir contramedidas adicionais,
caso a investigação inicial tenha sido incompleta.
• Colocar em prática as contramedidas propostas por
Executar 5W1H
meio do 5W1H.
• Fazer reunião de revisão periódica dos relatórios de
falha (somente 5W1H) em andamento para:
(1) verificar se as causas fundamentais foram
corretamente identificadas. (2) acompanhar a execução
Acompanhar a execução do 5W1H
das contramedidas conforme 5W1H proposto.(3)
planejar novas contramedidas e revisar 5W1H, se
necessário. (4) estender contramedidas para
equipamentos similares.
• Após um período de tempo adequado (por exemplo, 3
Meses, 6 meses ou 1 ano), fazer a análise de Pareto
Fazer a análise periódica dos dos relatórios de falha.
relatórios de falha • Estratificar as falhas por tipo de equipamento, causa
da ocorrência, número de ocorrência e tempo de
interrupção da produção.
• Como resultado da análise de Pareto, identificar falhas
Definir projetos e metas reincidentes e prioritárias e definir temas dos projetos e
suas respectivas metas.
• Executar os projetos para atingir as metas propostas
Executar projetos
por meio do PDCA de solução de problemas.
Fonte: Xenos (2004, p. 129).

As atividades de manutenção devem acompanhar a evolução das


tecnologias, utilizando-se de ferramentas de gestão e controle, a fim de facilitar os
trabalhos, aumentar a confiabilidade e proporcionar melhores resultados de
operação e produtividade. O emprego de software de manutenção tem auxiliado no

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melhor controle e acompanhamento das atividades diárias, mantendo-se os registros


das informações e o gerenciamento das atividades.

O cumprimento dos procedimentos-padrão requer um programa de


educação e treinamento voltados às atividades de manutenção, possibilitando,
dessa forma, maior conhecimento habilidade às equipes de brigada e aos técnicos
de manutenção.

A certificação de empresas especializadas nas atividades de SCI também


permite melhor tratamento dos sistemas e equipamentos de SCI.

Enfim:

A SCI depende de sistemas e equipamentos confiáveis para o seu


funcionamento. Nas situações de emergências, a resposta deve ser rápida e correta.
A implantação de um programa de manutenção, aliado ao treinamento contínuo,
permite reduzir a incidência de falhas.

As normas de manutenção de sistemas e equipamentos e a aplicação de


procedimentos-padrão auxiliam e facilitam as operações diárias e de combate.

A manutenção deve possuir programas específicos para cada medida de


segurança contra incêndio, com rotinas de inspeção, testes e ensaios, que devem
ser realizados pelas equipes de brigada de incêndio e por equipes especializadas,
cabendo a fiscalização aos responsáveis técnicos e ao proprietário da edificação.

A implantação de um programa de manutenção, além do cumprimento legal,


previne incêndios, diminui custos, reduz prejuízos e proporciona a tranquilidade e
segurança aos usuários das edificações.

Os projetos de instalações de sistemas e equipamentos de segurança contra


incêndio devem ser elaborados de acordo com as legislações e normas vigentes.

Os profissionais técnicos responsáveis devem ser credenciados pelo


Conselho de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA) e deverá emitir o
documento denominado ART – Anotação de Responsabilidade Técnica –, para a

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elaboração de serviços de segurança contra incêndio (LINZMAYER; SILVA; ATIK,


2008.

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REFERÊNCIAS

ANTUNES, Marco Antônio das Graças. A gestão de riscos como alternativa de


prevenção de incêndio em arquivos públicos. Estudo de caso. Ouro Preto (MG):
UFOP, 2011.

ARAÚJO, G.H.S.; ALMEIDA, R.; LONGO, B.M.; ALENCAR, L.A.; TRINDADE R.B.
Orientação Básica para Planejamento de Ações Preventivas em Sistemas de
Gestão. Rio de Janeiro: CTEM/MCT. 2007.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 5462:1994 –


Confiabilidade e mantenabilidade.

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