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14/03/2022

Fundações superficiais.
Dimensionamento de acordo com a NP EN 1997-1:2010 – Eurocódigo 7

Bases do projecto geotécnico

Requisitos de projecto

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Requisitos de projecto

• Resistência estrutural - Deve suportar todas as acções e todas as influências que possam ocorrer durante a
execução e a utilização

• Funcionalidade - Deve desempenhar de forma adequada, durante a sua utilização, as funções requeridas

• Durabilidade - Os requisitos de resistência estrutural e de funcionalidade devem ser satisfeitos durante o


período de vida útil da estrutura

• Sustentabilidade

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Requisitos de projecto
• Os requisitos devem ser satisfeitos com adequado grau de fiabilidade e de modo económico

Tempo de
Classe vida útil Exemplo
(anos)

1 10 Estruturas temporárias (escoramentos).


2 10-25 Partes substituíveis de estruturas como um tirante de aço, aparelhos de apoio ou guardas.
3 15-30 Estruturas agrícolas.
4 50 Estruturas de edifícios correntes.
Estruturas de edifícios especiais como hospitais ou monumentos;
5 100
Outras obras de engenharia civil como pontes ou barragens.

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Categorias geotécnicas

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Categorias geotécnicas

Estabelecimento dos requisitos mínimos no que respeita à quantidade e à qualidade:

• da prospecção geotécnica
• dos cálculos
• das operações de controlo da construção

Deve ser identificado o grau de complexidade de cada projecto geotécnico, bem como os riscos em termos
de propriedade e de vidas.

A fim de estabelecer os requisitos do projecto geotécnico são introduzidas três Categorias Geotécnicas - 1, 2 e 3

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Categorias geotécnicas
Categoria geotécnica 1

• Estruturas pequenas e relativamente simples


• Pequenas obras de terraplenagem
• Sem a realização de escavações abaixo do nível freático

• Edificações simples de 1 e 2 andares e edifícios para fins


agrícolas (ENV 1997-1:1994)

< 100 kN/m < 250 kN


• Com uma carga máxima de cálculo de 250 kN, nos pilares e de
100 kN/m, nas paredes, nos quais sejam usados os tipos
habituais de fundações superficiais e por estacas (ENV 1997-
1:1994)

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Categorias geotécnicas
Categoria geotécnica 1

Muros de suporte de terras nos quais as diferenças entre níveis de terreno não excedam 2 m <2m
(ENV 1997-1:1994)

Pequenas escavações para trabalhos de drenagem, instalação de tubagens, etc.


(ENV 1997-1:1994)

• Risco desprezável de rotura


• Prospecção geotécnica qualitativa
• Dimensionamento com base na experiência comparável

• Autor do projecto (de escavação e contenção periférica) - Experiência comprovada em


projectos de escavação e contenção periférica de, pelo menos, 2 anos

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Categorias geotécnicas
Experiência comparável

Informação documentada ou claramente estabelecida relativa a:


<2m
- estruturas semelhantes

- envolvendo os mesmos tipos de solo e de rocha

- previsível um comportamento semelhante

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Categorias geotécnicas
Categoria geotécnica 2

• Tipos convencionais de estruturas e de fundações que não envolvam condições do terreno e de carregamento
invulgares ou particularmente difíceis

• Fundações superficiais

• Ensoleiramentos gerais

• Fundações por estacas

• Muros de suporte de terreno ou de água

• Escavações

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Categorias geotécnicas
Categoria geotécnica 2

• Pilares e encontros de pontes

• Aterros e movimentos de terras

• Ancoragens no terreno e outros sistemas de ancoragem

• Túneis em rocha resistente não fracturada

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Categorias geotécnicas
Categoria geotécnica 2

• Não envolvem riscos fora do comum

• Quantificação dos dados geotécnicos


• Procedimentos de rotina nos ensaios de campo e de laboratório

• Análise quantitativa
• Procedimentos de rotina

• Autor do projecto (de escavação e contenção periférica) - Experiência comprovada em projectos de escavação e
contenção periférica de, pelo menos, 5 anos

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Categorias geotécnicas
Categoria geotécnica 3

• Estruturas ou partes de estruturas não abrangidas pelas Categorias Geotécnicas 1 e 2

• Envolvem riscos fora do comum

• Estruturas de grande dimensão e pouco comuns, que envolvem condições do


terreno e de carregamento invulgares ou particularmente difíceis

• Estruturas em áreas de sismicidade elevada

• Estruturas em áreas com provável instabilidade local ou movimentos persistentes do


terreno que requeiram estudos específicos de caracterização geotécnica ou medidas
especiais

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Categorias geotécnicas

Categoria geotécnica 3

• Estudos específicos de caracterização geotécnica

• Utilizadas normalmente disposições e regras alternativas às da presente Norma

• Autor do projecto (de escavação e contenção periférica) - Especialista em Geotecnia pela Ordem dos
Engenheiros, com experiência comprovada em projectos de escavação e contenção periférica de CG2 de, pelo
menos, 10 anos

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Categorias geotécnicas
Qualificação do
Risco de autor de projeto, do
Categoria Prospecção Qualificação do
Descrição rotura Exemplos Projecto director de
Geotécnica geotécnica revisor de projeto*
geotécnica fiscalização e do
director de obra*
Edificações simples de 1 e 2 andares e edifícios para fins
agrícolas, com uma carga máxima de cálculo de 250 kN,
Estruturas pequenas e nos pilares e de 100 kN/m, nas paredes, nos quais sejam
relativamente simples. usados os tipos habituais de fundações superficiais e por
estacas. (ENV 1997-1:1994) Experiência
Experiência
comprovada em
Pequenas obras de comprovada em
Risco Muros de suporte de terras nos quais as diferenças entre Com base na experiência projectos de
CG1 terraplenagem. Qualitativa. projectos de escavação
desprezável. níveis de terreno não excedam 2 m. (ENV 1997-1:1994) comparável. escavação e contenção
e contenção periférica
periférica de, pelo
Sem a realização de de, pelo menos, 5 anos.
menos, 2 anos.
escavações abaixo do nível Pequenas escavações para trabalhos de drenagem,
freático. instalação de tubagens, etc. (ENV 1997-1:1994)

Pilares e encontros de pontes.


Fundações superficiais.
Tipos convencionais de Aterros e movimentos de Especialista em
Ensoleiramentos gerais. terras. Quantificação dos Geotecnia pela Ordem
estruturas e de fundações Experiência
dados geotécnicos. dos Engenheiros, com
que não envolvam Não comprovada em
Análise quantitativa. experiência
condições do terreno e de envolvem Fundações por estacas. Ancoragens no terreno e projectos de
CG2 comprovada em
carregamento invulgares ou riscos fora do outros sistemas de ancoragem. Procedimentos de escavação e contenção
particularmente difíceis. rotina nos ensaios de Procedimentos de rotina. projectos de escavação
comum. Muros de suporte de terreno periférica de, pelo
campo e de e contenção periférica
ou de água. Túneis em rocha resistente laboratório. menos, 5 anos.
de, pelo menos, 10
não fracturada. anos.
Escavações.

Estruturas em áreas de
Estruturas de grande sismicidade elevada. Especialista em Especialista em
Estruturas ou partes de dimensão e pouco comuns, Geotecnia pela Ordem Geotecnia pela Ordem
estruturas não abrangidas que envolvam condições do Estruturas em áreas com Utilizadas dos Engenheiros, com dos Engenheiros, com
pelas Categorias Envolvem terreno e de carregamento Estudos específicos normalmente experiência experiência
CG3 riscos fora do invulgares ou provável instabilidade local ou de caracterização disposições e comprovada em comprovada em
Geotécnicas 1 e 2. movimentos persistentes do geotécnica
comum. particularmente difíceis. regras alternativas projectos de projectos de escavação
terreno que requeiram estudos às do EC7 escavação e contenção e contenção periférica
específicos de caracterização periférica de CG2 de, de CG3 de, pelo
geotécnica ou medidas pelo menos, 10 anos. menos, 10 anos.
especiais.
* - “Recomendações na Área da Geotecnia”, da Especialização de Geotecnia da Ordem dos Engenheiros, em 2020, para projectos de escavação e contenção periférica

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Categorias geotécnicas

Classe de consequências
(CC)

1 2 3

Elevada CG2 CG3 CG3

Complexidade
do projecto Média CG2 CG2 CG3
geotécnico
Baixa CG1 CG2 CG2

Complexidade do projecto geotécnico:


- avaliada em função das condições geotécnicas, das acções e do comportamento estrutural

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Categorias geotécnicas
Classe de Exemplos de edifícios e de obras de
Descrição
consequências engenharia civil

Consequência elevada em termos de


Bancadas, edifícios públicos em que as
perda de vidas humanas
consequências do colapso são elevadas
CC3 ou
consequências económicas, sociais ou
(por exemplo, uma sala de concertos)
ambientais muito importantes

Consequência média em termos de Edifícios de habitação e de escritórios,


perda de vidas humanas edifícios públicos em que as consequências
CC2 ou do colapso são médias
consequências económicas, sociais ou
ambientais medianamente importantes (por exemplo, um edifício de escritórios)

Consequência baixa em termos de perda


de vidas humanas Edifícios agrícolas normalmente não
ou ocupados permanentemente por pessoas
CC1 consequências económicas, sociais ou
ambientais pouco importantes ou (por exemplo, armazéns, estufas)
desprezáveis

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Categorias geotécnicas
• Em cada fase do projecto ou da execução deve
proceder-se a uma verificação da categoria
geotécnica e à sua eventual actualização

• Os vários aspectos do projecto de uma obra


podem ser tratados de acordo com categorias
geotécnicas diferentes

• Não é necessário tratar a totalidade de um


projecto de acordo com a mais elevada daquelas
categorias

(Adaptado de Bond, Andrew e Harris, Andrew, 2008)

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Dimensionamento geotécnico

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Dimensionamento geotécnico
Deve verificar-se que não é excedido nenhum estado limite relevante.

• a) Uso de cálculos

• b) Adopção de medidas prescritivas

• c) Uso de modelos experimentais e de ensaios de carga

• d) Uso do método observacional

Estas quatro abordagens podem ser utilizadas de uma forma combinada

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Dimensionamento geotécnico
Estados limites

• Estados limites últimos: associados a diversas formas de colapso


estrutural, dizendo respeito à segurança das pessoas e da estrutura

• Estados limites de utilização: associados ao incumprimento de


requisitos de serviço, relativos ao funcionamento corrente, ao
conforto das pessoas ou à aparência arquitectónica

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Dimensionamento geotécnico
Deve verificar-se que não é excedido nenhum estado limite relevante.

• a) Uso de cálculos

• b) Adopção de medidas prescritivas

• c) Uso de modelos experimentais e de ensaios de carga

• d) Uso do método observacional

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Dimensionamento geotécnico com base no cálculo

Valores de cálculo

Acções

Fd =  F  Frep Frep =   Fk

Materiais

Xk
Xd =
M

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Dimensionamento geotécnico com base no cálculo

Pressões da água e forças de percolação

A não ser demonstrada a adequação do sistema de drenagem

assegurada a respectiva manutenção,

é necessário admitir, frequentemente, que o nível freático pode subir,


em circunstâncias extremas, até ao nível do terreno.

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Dimensionamento geotécnico com base no cálculo

Estados limites últimos

EQU - Perda de equilíbrio da estrutura ou do terreno

STR - Rotura interna ou deformação excessiva da estrutura ou de elementos estruturais

GEO - Rotura ou deformação excessiva do terreno

UPL - Perda de equilíbrio da estrutura ou do terreno, devida ao levantamento pela impulsão da água ou por
outras acções verticais

HYD - Levantamento hidráulico, erosão interna e erosão tubular no terreno, causados por gradientes hidráulicos

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Dimensionamento geotécnico com base no cálculo


Estados limites últimos

EQU

STR

GEO

(adaptado de Bond, Andrew e Harris, Andrew, 2008 e NP EN 1997-1, 2010)

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Dimensionamento geotécnico com base no cálculo

Estado limite último


UPL - Perda de equilíbrio da estrutura ou do terreno, devida ao levantamento
pela impulsão da água ou por outras acções verticais

(adaptado de NP EN 1997-1, 2010)

(adaptado de NP EN 1997-1, 2010)

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Dimensionamento geotécnico com base no cálculo

Estado limite último


HYD - Levantamento hidráulico, erosão interna e erosão tubular no terreno

(adaptado de NP EN 1997-1, 2010) (adaptado de NP EN 1997-1, 2010)

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Dimensionamento geotécnico com base no cálculo

Método tradicional Método proposto pelo EC7


Acções Verificação Resistência do terreno

F E R X Acções Verificação Resistência do terreno

Ed Rd Xd Xk
f Fk Frep Fd
Qi Qi tgf

Yi f
Q
Q1
c
Q1 
G G c c
G

Coeficiente global de segurança - R/E

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Dimensionamento geotécnico com base no cálculo

Estado limite último de equilíbrio estático (EQU)

(adaptado de Bond, Andrew e Harris, Andrew, 2008 e NP EN 1997-1, 2010)

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Dimensionamento geotécnico com base no cálculo

Estado limite último de equilíbrio estático (EQU)

Acções Propriedades do terreno

Permanentes
Variável de
Outras variáveis tgf  c cu qu 
base
Desfavoráveis Favoráveis

 G ; dst =1,10  G ; stb =0,90  Q ; dst =1,50a  Q ; dst  0 =1,50 0 a f ' =1,25b  c ' =1,25  cu =1,4  qu =1,4  =1,0

a
- Quando a acção variável é favorável, não deve ser considerada.  Q ; stb =0
b
Este coeficiente é aplicado a tgf 

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Dimensionamento geotécnico com base no cálculo


Estado limite último de equilíbrio estático - EQU

1,5m 10 kPa

1,5x5x25x0,90
f’= 30º 5m

 = 20 kN/m3
1x5
x25x0,90
2

10xKax1,5

2,5m 20x5xKax1,1

 tgfk ’ 
Ka = f(fd ’) e fd ’ = arctg  
 f 

 = 20 kN/m3

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Dimensionamento geotécnico com base no cálculo


Estados limites últimos tipo STR e GEO
Abordagem de cálculo 1

Combinação 1

Combinação 2

(Adaptado de Bond, Andrew e Harris, Andrew, 2008)


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Dimensionamento geotécnico com base no cálculo


Estados limites últimos
Estrutural (STR) e Geotécnico (GEO)
Abordagem de cálculo 1 – Coeficientes parciais de segurança (com a excepção de estacas e ancoragens)
Acções Propriedades do terreno

Combinação Permanentes
Variável de
Outras variáveis tgf  c cu qu 
base
Desfavoráveis Favoráveis

1  G ; dst =1,35  G ; stb =1,00  Q; dst =1,50a  Q; dst  0 =1,50 0 a f ' =1,0 b  c ' =1,0  cu =1,0  qu =1,0  =1,0

• 2  G ; dst =1,00  G ; stb =1,00


Se uma das combinações condiciona o projecto, não é necessário realizar os cálculos para a outra combinação  Q; dst =1,30a  Q; dst  0 =1,30 0 a f ' =1,25b  c ' =1,25  cu =1,4  qu =1,4  =1,0
• Diferentes combinações podem ser críticas para diferentes aspectos do mesmo projecto

a
- Quando a acção variável é favorável, não deve ser considerada.  Q; stb =0
b
Este coeficiente é aplicado a tgf 

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Dimensionamento geotécnico com base no cálculo


Estados limites últimos tipo STR e GEO
Abordagem de cálculo 2

(Adaptado de Bond, Andrew e Harris, Andrew, 2008)

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Dimensionamento geotécnico com base no cálculo


Estados limites últimos tipo STR e GEO
Abordagem de cálculo 3

(Adaptado de Bond, Andrew e Harris, Andrew, 2008)

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Dimensionamento geotécnico com base no cálculo


Estados limites últimos tipo STR e GEO
Abordagens de cálculo 1, 2 e 3
AC1- 1 AC1- 2

AC2 AC3

(Adaptado de Bond, Andrew e Harris, Andrew, 2008)

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Dimensionamento geotécnico com base no cálculo


Estados limites últimos tipo STR e GEO

(Fonte Bond, Andrew, 2013)

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Dimensionamento geotécnico com base no cálculo


Estados limites últimos tipo STR e GEO

(Fonte Bond, Andrew, 2013)

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Dimensionamento geotécnico com base no cálculo


Estados limites de utilização

Coeficientes parciais unitários Ed  Cd

(Fonte Bond, Andrew e Harris, Andrew, 2008)

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Dimensionamento geotécnico com base no cálculo


Estados limites de utilização

Em alternativa, para garantir que as deformações se situam dentro dos limites estabelecidos, pode verificar-
-se se é apenas mobilizada uma pequena percentagem da resistência do terreno.

Esta abordagem simplificada é condicionada a situações de projecto onde:

• não é necessário um valor da deformação para verificar o estado limite de utilização;

• existe uma experiência comparável em que as condições de terreno, as estruturas e o processo construtivo
são semelhantes.

Fundações superficiais. Dimensionamento de acordo com o Eurocódigo 7 José Filinto Castro Trigo 41

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Dimensionamento geotécnico com base no cálculo


Estados limites de utilização

(Fonte Bond, Andrew e Harris, Andrew, 2008)

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Dimensionamento geotécnico com base no cálculo


Estados limites de utilização

(Fonte Bond, Andrew e Harris, Andrew, 2008) (Fonte Bond, Andrew e Harris, Andrew, 2008)

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Dimensionamento geotécnico com base no cálculo

Estados limites de utilização


Argilas - deverá ser calculada a razão entre a capacidade resistente do terreno ao carregamento,
correspondente à sua resistência ao corte não drenada inicial (Rk), e a carga aplicada, tomada com
o valor correspondente à verificação dos estados limites de utilização (Vk) .

Rk
Se  3 deverão ser sempre realizados cálculos de assentamentos
Vk

Rk
Se  2 os cálculos deverão ter em conta os efeitos da não linearidade da rigidez do terreno
Vk

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Dimensionamento geotécnico com base no cálculo


Estados limites de utilização

Valores limites dos movimentos


Rotação relativa máxima
Assentamento Assentamento
Deformada Deformada máximo diferencial máximo
côncava convexa

1/500 (ELUt) 1/1000 (ELUt)


50mm a 20mm a
1/150 (ELU) 1/300 (ELU)
a
Estruturas normais com fundações isoladas
Podem ser aceitáveis maiores assentamentos, totais ou diferenciais, desde que as rotações
relativas se situem dentro dos limites aceitáveis e que os assentamentos totais não
originem problemas nas redes de serviços que entram na estrutura e não causem desvios
da vertical

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Dimensionamento geotécnico com base no cálculo


Estados limites de utilização

Deformada convexa Deformada côncava

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Dimensionamento geotécnico com base no cálculo


Estados limites de utilização
Valores limites dos movimentos

𝟏
𝟏𝟓𝟎

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Dimensionamento geotécnico com base no cálculo


Estados limites de utilização
Movimentos s - assentamento

 s - assentamento
diferencial

 - rotação

 - deformação angular

 - deflexão relativa


- razão de deflexão
L

 - inclinação

 - rotação relativa
(distorção angular)

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Dimensionamento Geotécnico

• a) Uso de cálculos

• b) Adopção de medidas prescritivas

• c) Uso de modelos experimentais e de ensaios de carga

• d) Uso do método observacional

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Medidas Prescritivas
Estados limites podem ser evitados mediante a utilização de medidas prescritivas

Estas medidas envolvem:

• Detalhes de projecto convencionais e geralmente conservativos

• Atenção em relação à especificação e ao controlo dos materiais

• Atenção à qualidade da execução

• Atenção aos procedimentos de protecção e de manutenção

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Dimensionamento Geotécnico

• Medidas prescritivas

• Ensaios de carga e ensaios em modelos experimentais

• Método observacional

(Fonte www.geradordeprecos.info)
Fundações superficiais. Dimensionamento de acordo com o Eurocódigo 7 José Filinto Castro Trigo 51

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Ensaios de carga e ensaios em modelos experimentais

(Fonte: www.fugroinsitu.com.br)
(Fonte: www.novageo.com.br)

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Dimensionamento Geotécnico

• Medidas prescritivas

• Ensaios de carga e ensaios em modelos experimentais

• Método observacional

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Método observacional

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Método observacional
Requisitos antes do início da construção:

• Estabelecimento dos limites do comportamento aceitável

• Determinação da gama de variação dos comportamentos possíveis - demonstrando que, com uma
probabilidade aceitável, o comportamento real virá a estar dentro dos limites estabelecidos
• Elaboração de um plano de observação
• Definição de um plano de actuação

O projecto pode ser revisto durante a construção

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Método observacional
A importância das modelações numéricas na demonstração de que o comportamento real virá a estar dentro dos
limites estabelecidos

Deslocamentos finais

Exemplo – Cortina pregada

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Método observacional
Exemplo – Cortina de estacas escorada
Situação inicial

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Método observacional
Exemplo – Cortina de estacas escorada
1ª fase – Instalação da cortina

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Método observacional
Exemplo – Cortina de estacas escorada
2ª fase – Colocação do nível superior de escoras

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Método observacional
Exemplo – Cortina de estacas escorada
3ª fase – Realização do primeiro nível de escavação

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Método observacional
Exemplo – Cortina de estacas escorada
4ª fase – Instalação do segundo nível de escoras

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Método observacional
Exemplo – Cortina de estacas escorada
5ª fase – Realização do segundo nível de escavação

Fundações superficiais. Dimensionamento de acordo com o Eurocódigo 7 José Filinto Castro Trigo 62

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Método observacional
Exemplo – Cortina de estacas escorada
6ª fase – Execução da laje de fundo

Fundações superficiais. Dimensionamento de acordo com o Eurocódigo 7 José Filinto Castro Trigo 63

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Método observacional
Exemplo – Cortina de estacas escorada
Deslocamentos no final da escavação

Fundações superficiais. Dimensionamento de acordo com o Eurocódigo 7 José Filinto Castro Trigo 64

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Método observacional
Exemplo – Cortina de estacas escorada
Momentos flectores mobilizados na cortina

Fundações superficiais. Dimensionamento de acordo com o Eurocódigo 7 José Filinto Castro Trigo 65

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Método observacional
Exemplo – Cortina de estacas escorada
Esforço axial instalado no nível superior de escoras

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Relatório do projecto geotécnico

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Relatório do projecto geotécnico


• Descrição do local e sua vizinhança

• Descrição das condições do terreno

• Descrição da construção proposta, incluindo as acções

• Valores de cálculo das propriedades dos solos e das rochas, incluindo a respectiva justificação, se apropriado

• Regulamentos e outros documentos normativos aplicados

• Condições do local face à construção proposta e nível de risco aceitável

• Cálculos e peças desenhadas do projecto geotécnico

• Referência aos aspectos a verificar durante a construção ou que requeiram observação ou manutenção

Para projectos simples, normalmente da Categoria Geotécnica 1, pode ser suficiente uma só página

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Supervisão, observação e manutenção

Fundações superficiais. Dimensionamento de acordo com o Eurocódigo 7 José Filinto Castro Trigo 69

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Supervisão, observação e manutenção

• Objectivo de cada conjunto de observações e medições

• Partes da estrutura que devem ser observadas e os locais onde devem ser feitas as observações

• Frequência com que se devem efectuar as medições

• Modo de avaliação dos resultados

• Gama de valores dentro da qual se inserem os resultados

• Período de tempo durante o qual a observação deve continuar depois de terminada a construção

• Entidades responsáveis pela realização das medições e das observações, pela interpretação dos resultados
obtidos e pela manutenção dos instrumentos de medição

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Supervisão, observação e manutenção


- Piezómetro

- Marca superficial

- Alvo topográfico (edifícios)

- Alvo topográfico (muros)

- Célula de carga

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• Referências Bibliográficas

Bond, Andrew e Harris, Andrew. Decoding Eurocode 7. Taylor and Francis, New York, USA, 2008.

Recomendações na Área da Geotecnia. Especialização em Geotecnia. Ordem dos Engenheiros. Lisboa, 2020.

www.novageo.com.br

www.fugroinsitu.com.br

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Muito obrigado pela vossa atenção!


José Filinto Trigo

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