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São Cristóvão
2009
GLADSON SANTOS INGRACINDO
ORIENTADOR:
Prof. Esp. Fernando Luiz de Bragança Ferro
São Cristóvão
2009
GLADSON SANTOS INGRACINDO
DATA ____/______/______
BANCA EXAMINADORA
___________________________________________
Prof. Esp. Fernando Luiz de Bragança Ferro
Universidade Federal de Sergipe - UFS
____________________________________
Prof. Esp. Jorge Roberto Silveira
Universidade Federal de Sergipe - UFS
____________________________________
Prof. Dr. Josafá de Oliveira Filho
Universidade Federal de Sergipe - UFS
Aos meus pais Fátima e João, que não
mediram esforços para a concretização deste
sonho, e a todos aqueles que de uma forma ou
de outra contribuíram para esse momento.
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar a Deus, por ter me dado fé, força e coragem para concluir mais
um desafio em minha vida.
Aos meus queridos pais Fátima e João, por todo incentivo, carinho, fé, amizade,
cumplicidade em toda essa trajetória, amo muito vocês. Obrigado pela realização
desse sonho, essa vitória é tão minha quanto de vocês.
Aos meus amigos. Obrigado pela amizade!
Ao meu orientador Prof. Esp. Fernando Luiz de Bragança Ferro, pela compreensão
e ajuda para conclusão deste trabalho.
Aos colegas da G4 ENGENHARIA LTDA e CASANOVA HAB. E
CONSTRUÇÃO LTDA, onde aprendi na prática alguns de muitos ensinamentos
de minha vida acadêmica.
Aos Engenheiros Carlos Alberto dos Santos Araújo e Wellington Fernandes
Meneses, pelas as informações de grande valia para construção deste trabalho.
Enfim, a todos aqueles que contribuíram de alguma forma para minha formação
acadêmica, o meu muito OBRIGADO.
“Há pessoas que transformam o sol
numa simples mancha amarela, mas há
também aquelas que fazem de uma
simples mancha amarela o próprio sol."
Pablo Picasso
RESUMO
Este trabalho aborda, de maneira geral, as várias causas de formação de fissuras nos edifícios:
deflexões de componentes estruturais, atuação de sobrecargas. Tentando analisar os
mecanismos de formação de fissuras, assim como fornecer alguns elementos indispensáveis
para sua previsão. Apresentam-se alguns detalhes visando à prevenção das fissuras, acidentes
estruturais e mostrando alguns métodos empregados na recuperação das edificações com
patologias devido a erros de concepção e detalhamento.
PALAVRAS-CHAVE: Detalhamento, Erros, Fissuras, Recuperação.
.
ABSTRACT
This work addresses, in general, the various causes of formation of cracks in buildings:
deflections of structural components, performance of overload. Trying to analyze the
mechanisms of formation of cracks, as well as provide some elements essential to its forecast.
There are some details to prevent the cracks, structural accidents and showing some methods
used in the rehabilitation of buildings with diseases due to errors in design and detail.
KEYWORDS: Drilldown, Errors, Fissures, Recovery.
LISTA DE QUADROS
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 13
1.1 Objetivo ...................................................................................................................... 14
1.2 Metodologia ................................................................................................................ 15
1 INTRODUÇÃO
Neste trabalho, faz-se uma análise das patologias ocorridas em estruturas civis e
industriais. Com base em relatórios técnicos de vistorias realizadas, análises de projetos na
concepção e detalhamento foram identificadas as principais patologias ocorridas nessas
edificações. Procurou-se verificar suas causas e estabelecer se elas tiveram origem na fase de
projeto, de execução ou de utilização. Dando ênfase as que tiveram erros na concepção e
detalhamento, projeto.
As patologias podem ter sua origem por falha humana na fase de projeto, na fase
de execução ou na fase de utilização. As patologias quanto a erros na concepção e
detalhamento de estruturas civis e industriais e suas devidas correções são a seguir discutidas.
Como resultado final a monografia acadêmico apresentará os seguintes capítulos:
1.INTRODUÇÃO
2.FISSURAS CAUSADAS PELA ATUAÇÃO DE SOBRECARGAS:
MECANISMOS E CONFIGURAÇÕES TÍPICAS
3.PATOLOGIAS GERADAS NA ETAPA DE CONCEPÇÃO DA
ESTRUTURA
4.TRINCAS EM ALVENARIA DE PRÉDIO RESIDENCIAL
5.INSTABILIDADE DE PILARES DE UM GALPÃO COMERCIAL
6.ESTUDO DO CASO PAVILHÃO GAMELEIRA
7.CONSIDERAÇÕES FINAIS
1.1 Objetivos
1.2 Metodologia
o aparecimento dessas fissuras. Segundo NORONHA ed. (1980), várias são as formas dessas
manifestações; a seguir serão analisados alguns casos típicos:
• Flexão de vigas. Os esforços numa viga isostática submetida à flexão
desenvolvem-se conforme o esquema a seguir:
barras de aço, mau uso da obra, aplicação de sobrecarga não prevista em projeto,
descimbramento, retirada do escoramento e/ou carregamento precoce da estrutura.
Figura 4 - Fissura de cisalhamento em viga alta, prevista no projeto como “parede de vedação”.
Fonte: Thomaz (2007).
ESTUDO DE CASO:
• É difícil evitar essas fissuras nas alvenarias a não ser que sejam usadas vigas com
grande altura e grande rigidez. Nesse caso não se aproveita a boa resistência do concreto à
compressão (THOMAZ..., 2008, p. 1).
• As flechas imediatas devidas à carga permanente não têm tantas conseqüências,
pois os revestimentos da parede, ainda na fase de execução, cobrem as eventuais fissuras entre
as alvenarias e as vigas.As flechas lentas, sim, geram problemas. As flechas causadas pelas
sobrecargas variáveis também (THOMAZ ..., 2008, p. 1).
• As fissuras nas paredes externas dão lugar a grandes infiltrações de água da
chuva, com grandes transtornos para o morador. (THOMAZ, 2008)
• As fissuras nas paredes divisórias, entre dois apartamentos, ou entre duas lojas,
além da sensação de insegurança, geram conflitos. Quem deve reparar os danos (THOMAZ
..., 2008, p. 1).
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SOLUÇÃO PROPOSTA:
Projetar e executar “pendurais” de concreto armado entre todos os pavimentos, nas
paredes internas e externas, de modo a ter “painéis” de paredes menores que 3m.
Figura 6 - Flechas
Fonte - Thomaz (2008)
Segundo Thomaz (2008), esse tipo de “pendural” tem sido usado com bons
resultados pelos engenheiros que usam os programas tipo TQS, Eberick, Cypecad, etc..., nos
projetos das edificações. O eng. Lívio Rios, da TQS ( liviorios@uol.com.br), tem
desenvolvido essa técnica dos “pendurais”, obtendo edificações sem fissuras nas alvenarias.
Também se usa esse tipo de “pendural” em lajes lisas, quando são construídas paredes sobre
essas lajes. Nessas lajes lisas, sem vigas, esse tipo de fissuração é ainda mais freqüente. As
fissuras têm abertura ainda maior do que em estruturas com vigas. Os pequenos painéis de
alvenaria, totalmente emoldurados por vigas, pilares e pendurais, funcionam como
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enrijecedores da estrutura para esforços horizontais como o vento, embora não se possa
considerar no cálculo das estruturas.
RECOMENDAÇÃO ADICIONAL
Também é aconselhável o uso de pingadeiras nas alvenarias
externas, exatamente na interface alvenaria × viga, como mostrado na figura. Isso evita
infiltrações de água nesses ”pontos fracos” (THOMAZ ..., 2008, p. 4)
COMENTÁRIOS:
É crescente o número de problemas causados por fissuras e mesmo por grandes
trincas nas alvenarias. O uso de um concreto com grande resistência torna as vigas e as lajes
muito deformáveis, pois elas têm menores espessuras. Daí surgirem fissuras nas alvenarias.
Esses problemas devem ser evitados pelo calculista da estrutura, pois cabe a ele o controle da
deformabilidade das vigas e lajes. O uso de “pendurais” é uma boa solução para evitar essas
fissuras nas alvenarias (THOMAZ ..., 2008, p. 4)
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• Causas intrínsecas
• Falhas humanas
transporte
lançamento
juntas de
DEFICIÊNCIA DE CONCRETAGEM concretagem
adensamento
cura
má interpretação dos
projetos
insuficiência das
armaduras
DEFICIÊNCIAS NAS ARMADURAS
FALHAS mau posicionamento das armaduras
HUMANAS cobrimento de concreto insuficiente
DURANTE A dobramento inadequado das barras
CONSTRUÇÃO deficiência nas
ancoragens
deficiência nas emendas
INEXISTÊNCIA DE CONTROLE DE
QUALIDADE
Quadro 2 – Causas intrínsecas aos processos de deterioração devido a falhas humanas durante construção
Fonte: Ripper (2007).
4.1 Introdução
Conforme (Cunha ..., 2006, p. 31) o prédio, localizado no bairro de Villa Isabel –
Rio de Janeiro é constituído de dois pavimentos de garagem, um pavimento de uso comum e
10 pavimentos-tipo projetados no centro do terreno. Estava em fase de acabamento quando
apresentou trincas inclinadas nas paredes de alvenaria que separavam a sala do quarto, cujas
aberturas evoluíram com o tempo, chegando a atingir cerca de 6 mm (figuras 9 e 10). Dentre
os seis apartamentos existentes em cada pavimento, as trincas observadas surgiram nos quatro
apartamentos que se situavam nas extremidades do prédio. Estas trincas apresentaram maiores
aberturas nas paredes do 1º pavimento-tipo, diminuindo de intensidade à medida que se subia
para os andares mais elevados. No 4º pavimento-tipo, praticamente já não eram observadas.
Embora estes vão não sejam surpreendentes por sua grandeza, cada uma destas
lajes suportava todas as cargas de um apartamento de sala, dois quartos e demais
dependências, com suas respectivas paredes de alvenaria que dividem os vários cômodos
(figura 12), estando assim sujeita a carregamento de grande intensidade. A maior flecha
observada nestas lajes foi de 4,5 cm, sendo constatadas flechas de menor intensidade nas
demais
Segundo Cunha (2006), dois bordos destas lajes eram de apoio simples e nos
outros dois havia lajes engastadas. O desenho de armação destas lajes previa armadura
negativa de barras de diâmetro 10 mm espaçadas a cada 10 cm ao longo do bordo engastado
mais solicitado, que é realmente, a quantidade necessária pelo cálculo supondo-se a laje com
16 cm de concreto e maciço.
No entanto a planta de fôrma (figura 13) não previa como deveria uma faixa
maciça de laje junto aos apoios considerados engastados e, por falta deste detalhe, durante a
execução da estrutura os tijolos foram colocados em toda área de laje, inclusive nas regiões de
momentos fletores negativos (CUNHA, 2006).
• preenchimento dos espaços vazios da laje nervurada junto a viga V13, com
material resistente a compressão com o dimensionamento correto para a
mesma, já que os vazios preenchidos com cerâmica, lajota, não resistem à
compressão.
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5.1 Introdução
Segundo (Souza ..., 2006, p. 37), o caso em questão ocorreu em junho de 1988,
tendo sido constado quando da tentativa da colocação de uma cobertura tipo “roll-on”,
cobertura metálica, em um galpão em construção. A edificação em si é dividida em 3 partes,
sendo que as partes 2 e 3 tem têm 2 pavimentos, e a parte 1 tem apenas o pavimento térreo,
com pé-direito duplo de 6 m e cobertura metálica, tipo “roll-on”. Aqui tratarar-se apenas do
problema ocorrido na parte 1 da edificação, já que o mesmo problema não ocorreu com as
partes 2 e 3, por estarem os pilares contraventados por vigas e lajes.
Como já foi dito na introdução, segundo (Souza ..., 2006, p. 37) o problema com a
estrutura só foi notado quando da colocação da cobertura do galpão. O que ocorreu foi que os
pilares P2 a P4 e P27 a P29 sofreram uma rotação, e assim as distâncias entre cada par de
pilares (P1-P26; P2-P27; P3-P28; P4-P29; P5A-P30A) não eram constantes, já que entre os
pilares P1 e P26 e P5A e P30A havia vigas de amarração, e o mesmo não ocorria entre os
outros pares de pilares. Por causa disto, não foi possível a colocação da cobertura.
Os deslocamentos sofridos pelos pilares são mostrados no quadro 3. Neste quadro,
deve-se observar que (SOUZA, 2006):
• como a medida foi tomada com o auxílio de um fio de prumo, considerou-se
como referência o topo da viga superior;
• as medidas foram arredondadas para cm mais próximo.
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5.5 Conclusão
6.1 Introdução
6.2 Projeto
Segundo Souza (2006, p. 24) os pilares do térreo, com altura de 3 m, eram livres e
visíveis de qualquer ponto, pois não estavam previstas paredes de fechamento. Havia sido
prevista um tubulão de ar comprimido para cada pilar, pois a natureza do solo assim o
justificava e que transmitia a pressão de 10 Kgf/cm² na camada do solo residual. A
superestrutura foi projetada em concreto aparente, tanto na parte interna como na externa.
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6.3 O Acidente
6.4 A Vistoria
Figura 20 - Vista de uma das vigas V103 0u V203 cortada para remoção dos escombros. Nota-se que a armadura
de flexão está reunida em feixes de 3 para obtenção de maior facilidade de concretagem
Fonte: Custódio (2006)
ser visto, mostrado claramente que os dois materiais não tinham condições de um trabalho em
conjunto, premissa fundamental para o funcionamento do “concreto armado” (CUSTÓDIO,
2006).
Segundo Custódio (2006, p. 25) pela fotografia 17 logo a seguir pode-se adivinhar
que a viga que ali se apoiava, V203, foi esmigalhada numa região triangular sobre o apoio, e
desceu quebrando as arestas do pilar. As barras de ligação simplesmente escorregaram sobre o
concreto da viga e voltaram um pouco por recuperação elástica. Na fotografia 20,
anteriormente, nota-se que apenas numa barra um torrão de concreto permaneceu aderente ao
aço.
Figura 21 - Vista do pilar P9 e parte da estrutura remanescente. A V203 que se apoiava neste pilar teve um canto
triangular do apoio esmigalhado e desceu destruindo as arestas de P9. Nota-se que as 100 barras de ligação sem
concreto aderente
Fonte: Custódio (2006)
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De acordo com Custódio ( 2006, p. 27), na verdade existiam 100 barras grossas
dispostas em 10 camadas de 10 num quadriculado regular. Por entre as barras deveriam passar
as barras horizontais que vinham das vigas V103 e V203, que não haviam sido dobradas. Não
sobrava espaço para a entrada de concreto. Além disso, a ausência de ferros de cunhagem do
bloco parcialmente carregado acarretava grandes trações no concreto. Essas trações eram
agravadas pelo efeito térmico no vão de 65 m. Seguindo um raciocínio de que o abaixamento
de temperatura a partir da temperatura sob a qual se processou o endurecimento do concreto
até a temperatura ambiente de uma noite fria pode atingir facilmente 20 °C. A esta variação
correspondente uma deformação imposta de 0,20 mm/m que, 65 m acarreta um deslocamento
global de 13 mm. A força horizontal que corresponde a este efeito é imensa.
O Prof. Jayme Ferreira da Silva Jr. (1971), estimou valores máximos desta força e
encontrou e encontrou uma ação de 960 tf.
Segundo Custódio (2006, p. 26), assumindo que sob a ação de forças tão elevadas,
as fundações dos pilares extremos P5 e P10 deveriam ceder algo, determinou valores mais
realistas desta força, para diversos valores do coeficiente de deformação horizontal do solo.
Chegou a valores da ordem da terça parte, mesmo assim muito elevados. Com fissuração do
concreto essa força ficaria reduzida ainda mais. O remanescente desta força seria suficiente
para “rasgar” o concreto da região de apoio das vigas. Esse concreto ao arrastar a viga sobre o
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apoio produziu nos ferros de ligação com o pilar o efeito de corte puro. Pela quantidade de
barras, 100, seriam suficientes para resistir a este esforço e isto foi o mal. Se as barras
tivessem cisalhado antes do concreto romper, haveria apenas um deslocamento da viga sobre
o apoio. Entretanto as 100 barras nem chegaram a ser solicitadas pela ação cortante: a ruína
ocorreu antes no concreto cheio de falhas de adensamento. Estranhamente, no vão de 65m que
não ruiu, talvez pela enorme quantidade de fissuras finas, não houve esse tipo de ruína.
Se não tivesse sido colocada nenhuma barra de ligação entre super e meso
estrutura, como se costuma fazer nas pontes, com previsão de apenas um aparelho de apoio de
elastômero cintado, conhecido popularmente como “neoprene”, provavelmente nada teria
acontecido na ocasião do descimbramento. Poderia entretanto acontecer mais tarde, com a
estrutura em serviço, como se verá mais adiante (CUSTÓDIO, 2006).
Os pilares P5 e P10 sofreram com o acidente grandes deslocamentos. Isto pode ser
visto na fotografia 22 onde se vê o P10 deslocado para o lado de P9. Pode-se, portanto
imaginar o valor descomunal da força horizontal aplicada pela viga no pilar em relação a
fundação. Deve ter havido uma separação entre o bloco de fundação e a cabeça do pilar, pois,
segundo os cálculos apresentados, só foram consideradas nas fundações verticais axiais
(CUSTÓDIO, 2006, p. 27)
Figura 23 - Vista do pilar P 5 após o desabamento. Nota-se que a quantidade de barras da viga V103 que
atravessavam o apoio entre os ferros de ligação escondidos no concreto que sobrou da viga. A inclina ção sofrida
pelo pilar é prova do enorme esforço horizontal
Fonte: Custódio (2006)
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Segundo Pimenta da cunha (2006, p. 30) o exame do projeto mostrou uma série
muito grande de falhas de detalhamento e de disposições construtivas que não contribuíram de
maneira significativa para provocar a ruína. Por isso deixam de ser aqui mencionadas. Não se
pode entretanto deixar de mencionar que a armadura de flexão efetivamente colocada era o
dobro da exigida pelo cálculo. Isto ocorreu porque a empresa construtora tendo solicitado a
mudança da armadura de aço CA-25, como havia sido inicialmente projetada a estrutura, para
aço CA-50, assim o fez sem que a projetista tivesse modificado as quantidades.
125 e 116 mm. Na viga V202, cuja flecha medida foi apenas 85 mm, foi feita depois do
acidente uma nova medida de flecha em 6 de fevereiro de 1971 e o resultado foi de 125 mm.
A flecha aumentou nessa viga de 85 para 125 mm, cerca de 50 % em apenas 3 dias. Isto
mostra a aproximação do estado limite último nessa viga, que foi logo reescorada
(CUSTÓDIO ..., 2006, p. 28).
Segundo Milton Vargas (1971), o recalque diferencial máximo de 2,7 cm entre P4
e P9, valendo 1/1130 do vão de 30,5 m não constituiu causa suficiente para o desabamento.
Assim também o recalque diferencial máximo de 6 cm em toda a estrutura corresponde a
1/500 do vão de 30,5 m e também não é causa para justificar um desabamento, que de fato
não ocorreu entre P2 e P3.
Somente na hipótese de ruptura do solo de fundação dos pilares P5 ou P10 é que as
fundações poderiam ser responsabilizadas pelo desabamento. O exame minucioso do terreno
em volta de P5 ou P10 não revelou o menor sinal de ruptura, quer por afundamento, quer por
deslocamento lateral dos tubulões. A conclusão final é que as fundações não foram,
definitivamente, responsáveis pelo acidente (VASCONCELOS, 1971).
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7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
CUNHA AJP, SOUZA VCM, Esbeltez e flechas em lajes de concreto armado, // simpósio
EPUSP sobre Estruturas de concreto, São Paulo, Anais – Vol. 2, 475-497. 1990
DA CUNHA, Albino Joaquim Pimenta – Acidentes Estruturais – O Desabamento do
Pavilhão Gameleira – PINI, São Paulo, 2006.
Queiróz Cunha Engenharia Ltda. Análise Estrutural de Edifício residencial, Rio de Janeiro –
BR, pág.: 15.
RIPPER, Thomaz & SOUZA, Vicente Custódio – Patologia Recuperação e Reforço de
Estruturas de Concreto. PINI, São Paulo, 2007.
SUSSEKIND, J.C. – Curso de concreto, vol. 1 Editora Globo, Porto Alegre, 1981