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Resumo
São diversas as fontes de poluição atmosférica. Por isso, ter um controle é essencial para a
promoção de um ambiente com menor potencial de riscos à nossa saúde. Assim, este estudo
objetiva evidenciar a utilização e o estabelecimento de sistema de ventilação industrial em um
pavilhão metálico visando atender as renovações de ar necessárias e melhoria no nível de
conforto térmico. O segmento de trabalho que se realiza também passa a ser importante, devido
a isso, apresentou-se uma sugestão de melhoria à um sistema de ventilação para um
estabelecimento, portanto, neste estudo, o dimensionamento foi baseado no número de
renovações e velocidade do ar, abordando tanto aspectos de engenharia (dimensionamento)
apontando a vazão de ar a ser renovada e relacionando a com o conforto térmico.
1. Introdução
Todo processo produtivo pressupõe perdas. Estas perdas podem ser por processos de
fragmentação de substâncias sólidas, gerando material particulado e dependendo de suas
dimensões, podendo ser inalado pelas pessoas. Desde o início de sua existência, o homem vem
intuitivamente se adaptando as condições climáticas do ambiente em que vivem. Contudo
estudos teóricos consolidados foram realizados entre 1970 e 1986 e comprovam que o conforto
térmico está diretamente ligado ao equilíbrio térmico do corpo humano, que é influenciado por
motivos ambientais e pessoais (RUAS, 1999).
Nesse sentido, emerge a preocupação do potencial de risco à saúde decorrente de
ambientes que produzem resíduos. As medidas consideradas devem minimizar este problema e
se mostra necessária para o ambiente, portanto existem regiões mais favoráveis para esse
equilíbrio fazendo com que as pessoas se sintam mais dispostas, logo, seu oposto causa
indisposição, diminuindo a eficiência ao realizar um trabalho, aumentando a possibilidade de
acidentes (RUAS, 1999).
Assim as medidas de controle podem se classifica de caráter coletivo e de
dimensionamento (se projetadas em ambientes onde a geração de resíduos do processo está sob
critério de um sistema de ventilação local).
Nesse contexto, um dispositivo dimensionado, com os mecanismos de ventilação,
assume importante destaque em ambientes industriais, em razão dos maiores riscos
ocupacionais associados a esses locais.
No Brasil devido à predominância do clima tropical é comprovada a influência do
desconforto térmico na realização de trabalho, especialmente no meio industrial onde essa
condição não é só afetada pelo clima, mas também pelas seguintes cargas térmicas: Calor
introduzido pelas atividades envolvidas e pelos equipamentos relacionados ao processo assim
como a condutividade do ambiente e sua capacidade de manter uma boa condição interna em
referência ao conforto térmico dos colaboradores, devido a existência de locais mal
dimensionados se torna comum encontrar ambientes em que a temperatura interna é superior à
externa.
Por estes motivos é apropriado comprovar os fundamentos do equilíbrio térmico
vinculado às atividades laborais dentro de pavilhões metálicos submetidos a temperaturas
elevadas, encaminhando se para o dimensionamento dos mesmos, resultando na utilização de
ventilação naturais, artificiais ou mista dependendo se estes requisitos trazem a satisfação com
as condições térmicas do ambiente.
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2. Revisão Bibliográfica
𝑞𝑇
𝑄𝑒 =
𝜌𝑒 . 𝐶𝑝 . ∆𝑡
(1)
Onde:
Qe= Vazão de ar, (m³/h);
qT = qi +qe = carga térmica total, (kcal/h);
𝜌𝑒 = massa específica do ar externo, (kg/m³);
Cp= calor específico do ar = 0,24 kcal/kgº C;
∆t = aumento de temperatura do ar, (º C).
O cálculo também pode ser baseado no número de trocas de ar por hora conforme Clezar e
Nogueira, 1999. A vazão do ar externo obtida por:
𝑄𝑒 = 𝑁. ∀
(2)
Onde:
Qe = vazão de ar, (m3/h);
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N = índice de renovação de ar por hora, ou, taxa de renovação de ar por hora, ou número de
trocas de ar por hora;
outro sistema de movimentação de ar. Importante salientar que as técnicas utilizadas para o
dimensionamento desse sistema de VLE baseiam-se no método do Balanceamento Estático,
usualmente encontrados nos dutos de ar condicionado e ventilação em que o sentido do ar de
um trecho para outro cause um ganho de pressão estática (TOLEDO, 2009).
Para que o ar se movimente e penetre no captor é necessário fornecer energia para essa
finalidade. Essa energia é fornecida na forma de pressão estática. A pressão estática do captor
é a somatória da pressão cinética necessária à movimentação do fluido até atingir a velocidade
que o fluido deve ter no duto logo após o captor.
A pressão estática do captor é um excelente indicador da vazão exaurida pelo mesmo.
A vazão de exaustão é determinada pela escolha do tipo de captor e do equipamento a ser
instalado esse dispositivo.A perda de carga no captor, variável necessária para o
dimensionamento do sistema, é estimada pelo fator de perda de carga na entrada no captor e a
perda, em trechos retos, é calculada relacionando a perda de carga em pressão cinética por
metro, a velocidade (m/s), a vazão (m3/s) e o diâmetro do duto (mm).
quantidade suficiente para que sua temperatura interna se mantenha da ordem de 36,5°C
(homeotermia) (FROTA, 1996).
O processo de produção de energia a partir dos alimentos ingeridos é denominado
de metabolismo. Cerca de 20% dessa energia pode ser empregada em produzir “trabalho”.
A parcela restante, cerca de 80%, se transforma em calor, que deve ser eliminado para que
o organismo seja mantido a 36,5°C. Tanto o calor produzido como o dissipado, dependem
da atividade que o indivíduo desenvolve. Em repouso absoluto (metabolismo basal) a taxa
de calor eliminado pelo corpo é de 75W, aproximadamente (FROTA, 1996).
O estudo do Conforto Térmico tem como objetivo diagnosticar e analisar as
condições de um ambiente, de modo que se possam obter as condições térmicas adequadas
à ocupação humana e às atividades desempenhadas. A importância do estudo do conforto
térmico está baseada nos seguintes elementos:
O movimento do ar tem por efeito acelerar a perda de calor por convecção; auxiliar
o corpo a dissipar o calor fornecido por condução na camada de ar superficial da pele e
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auxiliar a perda de calor por transpiração, permitindo ao homem suportar temperaturas até
certos pontos elevados (TOLEDO, 2009).
O corpo humano possibilita uma permanente eliminação do excesso de calor
formado, o que ocorre através da pele, e esta eliminação faz-se à medida e tão rapidamente
quanto o calor vai sendo produzido. É necessário que isto aconteça para que a temperatura
do corpo não se eleve a ponto de ameaçar o organismo (TOLEDO, 2009).
Quando a temperatura em um ambiente local é baixa, a taxa de perda de calor do
corpo é maior do que se a temperatura ambiente for elevada. Conhecidamente o movimento
do ar alivia a sensação de calor, uma vez que o mesmo abaixa a temperatura da pele. O ar
em movimento favorece a transferência através da pele, de modo a eliminar o calor
produzido pelo corpo ou adquirido pelo mesmo em consequência do calor reinante no
ambiente (TOLEDO, 2009).
Para que, em um clima tropical, seja possível trabalhar em condições ambientais
necessárias primordialmente à saúde e secundariamente à produtividade, deve-se procurar
atender a condições adequadas de ventilação. O problema da ventilação industrial não se
relaciona apenas com a remoção de substâncias nocivas ao organismo, as quais possam
encontrar-se no ar.
Para Baturin, (2006), é necessário estar atento para o fato de que condições
ambientais adversas de calor, traduzidas por uma temperatura e grau de umidade elevados
ou uma baixa umidade do ar e baixa temperatura, podem, em prazo maior ou menor, minar
e abalar a resistência do organismo, favorecendo o estabelecimento de uma série de
doenças.
Com a incidência de correntes de ar sobre a pele, a perda de calor por evaporação
aumenta. Desde que o ar do ambiente não esteja excessivamente úmido, e, evidentemente,
não esteja saturado, um movimento de ar, com certa velocidade, conseguirá evaporar o
suor sobre a pele mais rapidamente do que o mesmo está sendo produzido, conduzindo a
uma sensação de certo bem-estar.
O movimento do ar é necessário não somente para remover o calor por evaporação,
mas também para controlar a intensidade da transpiração. Uma transpiração excessiva
debilita o organismo humano, principalmente devido à perda de sais minerais. Até mesmo
em temperaturas moderadas é conveniente provocar-se um certo movimento de ar para
acelerar a perda de calor do corpo por convecção, de modo a reduzir a transpiração
(BATURIN, 1996). A (Figura 4) abaixo apresenta as zonas de bem-estar em relação entre
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temperatura de 5 °C mais baixa que a do ambiente. Segundo a ABNT NBR 6401, para
ambientes "normais" a velocidade do ar em determinadas zonas nos recintos deve estar
compreendida entre 0,025 e 0,25 m/s. A formula para cálculo da velocidade de ar no recinto
pode ser data por:
𝑄𝑒
𝑉=
𝐴
(3)
Onde:
𝑉= velocidade do ar (m3);
Qe = vazão de ar, (m3/h);
A = Área perpendicular à entrada de ar;
Existem cerca de três dezenas de índices de conforto térmico, porém, para fins de
aplicação às condições ambientais correntes nos edifícios habitacionais, escolas, escritório,
etc., e para condições brasileiras, Frota (1996) sugerem o emprego da carta Bioclimática,
de Olgyay ou a temperatura efetiva, de Yaglou e Houghthen: ou temperatura efetiva
corrigida de Vernon e Warner.
Quando a temperatura interna é maior que a externa, o ar externo, mais frio, ingressa na
edificação através das aberturas mais baixas e o ar interno mais quente sai pelas aberturas mais
elevadas (Figura 5), sendo representada as linhas de entrada do ar frio em cor azul e saída do
ar quente em cor vermelha.
MACYNTIRE (1990) afirma que existem diversos fatores que geram calor dentro
de um ambiente e a somatória de todas as formas de calor presentes num ambiente
denomina-se por carga térmica. Para o cálculo da carga térmica considera-se as parcelas
de ganhos e perdas por trocas térmicas nas diversas superfícies, como a cobertura do prédio,
paredes externas e internas, áreas dos vidros das janelas, o piso e as portas, além do calor
trocado pela variação do ar interno.
Sendo um fator de grande relevância em projetos de sistemas de ventilação, seu
conhecimento é necessário para o cálculo de vazão de ar ou taxa de renovação. A carga térmica
total, qT, é dada pela equação (1),
𝑞𝑇 = 𝑞𝑖 + 𝑞𝑒
(4)
onde:
qi = taxa de geração interna de calor devido às pessoas, motores, equipamentos, iluminação,
etc, (kcal/h);
qe = taxa de transferência de calor com o exterior, ganho (+), perda (-), (kcal/h).
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Podendo estás fontes de calor serem classificadas segundo Frota e Schiffer (2001), da
seguinte maneira:
Presença humana: o calor gerado pelos ocupantes depende de sua atividade física
(metabolismo) e do número de pessoas usuárias do ambiente;
Sistemas de iluminação artificial: o calor gerado pela iluminação é dissipado
por radiação, para as superfícies circundantes, por condução, através dos
materiais adjacentes, e por convecção para o ar, Porém, como a luz também se
transforma em calor depois de absorvida pelos materiais, no caso de
iluminação com lâmpadas incandescentes adota-se como carga térmica a
potência instalada e para fluorescentes 125%, o que se refere à potência
nominal total mais 25% referentes aos reatores;
Motores e equipamentos: o calor dissipado por motores para o ambiente é
função de sua potência e de suas características. Em geral os motores de
potência mais baixa têm menor rendimento. No que se refere aos
equipamentos, recomenda-se adotar como calor cedido ao ambiente cerca de
60% da potência nominal dos aparelhos elétricos;
Processos industriais: existem processos industriais que envolvem grandes
cargas térmicas, a exemplo de siderurgias, metalurgias, fabricação de vidros,
etc.
Insolação: o sol, incidindo sobre os parâmetros do edifício, vai representar, em
maior ou menor escala, um ganho de calor. Esse ganho de calor depende da
orientação e do tipo de abertura, assim como das suas respectivas proteções
solares utilizadas e das características térmicas dos materiais que compõe a
edificação.
3. Procedimento metodológico
Este método foi escolhido devido o pavilhão em questão não possuir aberturas
suficiente para que o ar seja renovado naturalmente e estar posicionado em uma região
desfavorável, estando localizado em um terreno baixo e com predominância de vento
oposta as aberturas, que, neste caso são as portas.
De acordo com a norma NBR 6401, para as condições externas de verão na região
sul. Deve se considerar para efeitos de cálculos a temperatura de bulbo seco 32°C e
temperatura de bulbo úmido 26°C.
No Litoral Sul de Santa Catarina o vento predominante é o Sudeste e a segunda
maior predominância é o Nordeste, apesar de o vento mais influente ser diferente do
segundo, eles não sofrem grandes variações em suas aparições, apresentando uma
homogeneidade no que se diz respeito a direção dos ventos (MURARA, 2014)
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A Figura 8 abaixo representa a planta baixa do galpão objeto deste estudo com as dimensões
dadas em metros, apresentando o posicionamento das portas, lanternis, rosa dos ventos
referenciando a localização absoluta posicionamento dos insufladores mecânicos.
4. Resultados
DIMENSIONAMENTO
Descrição Dimensões Unidade
Volume 36750 m³
Número de renovações (N) 11 N/h
Vazão (Qe) 404250 m³/h
Área Perpendicular 490 m²
Velocidade do ar ( V) 0,23 m/s
Entrada de ar pelas portas 85,5 m²
Saída de ar pelos lanternins 270 m²
Tabela 3 - Dimensionamento (Autor, 2019).
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VENTILADOR VAQ22T4
DESCRIÇÃO DIMENSÕES UNIDADES
Tensão 220/380 V
Corrente 3,1/1,8/1,5A A
Potência 745,7 Watts
Rotação 1700 RPM
Vazão Máx 11000 m³/h
Diametro Interno 570 mm
Diâmetro externo 740 mm
Profundidade 400 mm
Tabela 4 - Dados técnicos do ventilador selecionado (Qualitas, 2019).
O ar do interior do recinto será exaurido por meio dos lanternis, que possuem uma
área total de 270m², o volume de ar que adentra ao pavilhão devido a frestas e aberturas
não foram considerados, já que o galpão em questão possui como entrada de ar somente 3
portas localizadas na parte posterior do mesmo com dimensões de 5,00 x 5,50, totalizando
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uma área de 82,5m², sendo importante salientar que estas portas estão localizadas em
posição geográfica desfavorável em relação a predominância do vento.
A carga térmica promovida pelos equipamentos, iluminação e pessoas foram
desconsiderados, pois os mesmos podem ser por hipótese desconsiderados perante ao
volume do pavilhão metálico, as telhas que este pavilhão utiliza são de aluzínco pintadas
na cor branca para diminuir a absorção de radiação das mesmas (MALHEIROS, 2005).
Após calcular a vazão necessária para realizar a troca de ar dentro do recinto, é
possível determinar a quantidade de ventiladores que seriam necessários para realizar esta
troca, dividindo a vazão total pela vazão máxima do ventilador. Sendo considerado que os
mesmos operassem em potência máxima, 9 horas por dia, 22 dias dor mês. Considerando
a última fatura de energia elétrica, determinou-se o custo energético para mantê-los em
operação. Conforme resultados apresentados na Tabela 5.
RESULTADOS
DESCRIÇÃO DIMENSÕES UNIDADES
Vazão (Qe) 404250 m³/h
Vazão Máx (Ventilador) 11000 m³/h
Número de Ventilador 37
Potência total 27590,9 Watts
Custo Unitário R$3.800,00 Reais
Custo Total R$140.600,00 Reais
Valor Kw.h R$0,53 Reais
Consumo dia R$131,61 Reais
Consumo mês R$2.895,39 Reais
Tabela 5 - Resultados obtidos (Autor, 2019).
5. Conclusões
Agradecimentos
Bibliografia
RUAS, Álvaro Cesar. Conforto térmico nos Ambientes de Trabalho. São Paulo:
Fundacentro, 1999. 97 p.