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REVISÃO E DIMENSIONAMENTO DE VENTILAÇÃO INDUSTRIAL PARA


PAVILHÃO METÁLICO

Gustavo Fernandes Araújo 1, Jocemar Rafael Thomé Júnior 2, Otoniel Souza de


Oliveira3
gfaprojetos@gmail.com 1, jocemarthome96@gmail.com 2 otonieldeoliveira@gmail.com3

1Faculdade FUCAP, Engenharia Mecânica – Avenida das Nações Unidas, 500


CEP 88.745-000 – Capivari de Baixo – SC – Brasil.

Resumo
São diversas as fontes de poluição atmosférica. Por isso, ter um controle é essencial para a
promoção de um ambiente com menor potencial de riscos à nossa saúde. Assim, este estudo
objetiva evidenciar a utilização e o estabelecimento de sistema de ventilação industrial em um
pavilhão metálico visando atender as renovações de ar necessárias e melhoria no nível de
conforto térmico. O segmento de trabalho que se realiza também passa a ser importante, devido
a isso, apresentou-se uma sugestão de melhoria à um sistema de ventilação para um
estabelecimento, portanto, neste estudo, o dimensionamento foi baseado no número de
renovações e velocidade do ar, abordando tanto aspectos de engenharia (dimensionamento)
apontando a vazão de ar a ser renovada e relacionando a com o conforto térmico.

Palavras-Chave: Poluição. Sistemas de ventilação. Dimensionamento. Conforto térmico.


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1. Introdução

Todo processo produtivo pressupõe perdas. Estas perdas podem ser por processos de
fragmentação de substâncias sólidas, gerando material particulado e dependendo de suas
dimensões, podendo ser inalado pelas pessoas. Desde o início de sua existência, o homem vem
intuitivamente se adaptando as condições climáticas do ambiente em que vivem. Contudo
estudos teóricos consolidados foram realizados entre 1970 e 1986 e comprovam que o conforto
térmico está diretamente ligado ao equilíbrio térmico do corpo humano, que é influenciado por
motivos ambientais e pessoais (RUAS, 1999).
Nesse sentido, emerge a preocupação do potencial de risco à saúde decorrente de
ambientes que produzem resíduos. As medidas consideradas devem minimizar este problema e
se mostra necessária para o ambiente, portanto existem regiões mais favoráveis para esse
equilíbrio fazendo com que as pessoas se sintam mais dispostas, logo, seu oposto causa
indisposição, diminuindo a eficiência ao realizar um trabalho, aumentando a possibilidade de
acidentes (RUAS, 1999).
Assim as medidas de controle podem se classifica de caráter coletivo e de
dimensionamento (se projetadas em ambientes onde a geração de resíduos do processo está sob
critério de um sistema de ventilação local).
Nesse contexto, um dispositivo dimensionado, com os mecanismos de ventilação,
assume importante destaque em ambientes industriais, em razão dos maiores riscos
ocupacionais associados a esses locais.
No Brasil devido à predominância do clima tropical é comprovada a influência do
desconforto térmico na realização de trabalho, especialmente no meio industrial onde essa
condição não é só afetada pelo clima, mas também pelas seguintes cargas térmicas: Calor
introduzido pelas atividades envolvidas e pelos equipamentos relacionados ao processo assim
como a condutividade do ambiente e sua capacidade de manter uma boa condição interna em
referência ao conforto térmico dos colaboradores, devido a existência de locais mal
dimensionados se torna comum encontrar ambientes em que a temperatura interna é superior à
externa.
Por estes motivos é apropriado comprovar os fundamentos do equilíbrio térmico
vinculado às atividades laborais dentro de pavilhões metálicos submetidos a temperaturas
elevadas, encaminhando se para o dimensionamento dos mesmos, resultando na utilização de
ventilação naturais, artificiais ou mista dependendo se estes requisitos trazem a satisfação com
as condições térmicas do ambiente.
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2. Revisão Bibliográfica

2.1 Conceitos fundamentais

Ventilação é o processo natural ou mecânico de admissão e exaustão de ar de um


recinto fechado. A finalidade do deslocamento da massa de ar, que pode ser natural ou
mecanizada, é retirar ou fornecer ar para um ambiente, causando uma renovação do mesmo.
Essa troca, quando causada por condições naturais, é denominada ventilação natural
e quando é promovida por equipamentos mecânicos, é denominada ventilação mecânica.
O objetivo fundamental da ventilação é controlar a pureza do ar e, em determinadas
circunstâncias, também pode auxiliar no controle da temperatura e umidade de um ambiente
(BATURIN, 2006).
A Figura 1 abaixo representa um sistema de filtragem de ar de um pavilhão
metálico, que é realizada por um filtro de mangas e ventilador industrial, removendo e
filtrando os particulados pesados do interior do pavilhão.

Figura 1 – Sistema de ventilação industrial (Baturin, 2006)

Para Macintyre (1990), a ventilação Industrial é entendida como a operação realizada


para controlar a temperatura, a distribuição do ar, a umidade e eliminar agentes poluidores do
ambiente, tais como gases, vapores, poeiras, fumos, névoas, microrganismos e odores,
designados por contaminantes ou poluentes. Para Clezar; Nogueira (1999), a ventilação
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industrial trata das aplicações da ventilação em ambientes industriais. O uso da ventilação


industrial pode ser dividido em três áreas principais:

 Controle de contaminantes no ar a níveis aceitáveis;


 Controle da temperatura, velocidade e umidade do ar para conforto;
 Prevenção ao fogo e a explosões.

Um bom sistema de ventilação industrial necessita identificar técnicas de controle das


correntes de ar a serem introduzidas ou retiradas do ambiente com o intuito de mantê-lo
respirável. Há uma diferença essencial entre manter o bem-estar em um escritório e uma
instalação industrial. Em uma instalação industrial a ventilação do ambiente deve controlar as
concentrações de contaminantes e poluentes das condições térmicas.
Neste caso, a ventilação pode consistir em passar simplesmente uma corrente de ar
exterior, não poluída, pelo interior do ambiente a uma taxa aceitável à saúde humana.
Portanto, a ventilação industrial, em acordo com Clezar e Nogueira (1999), pode ser
classificada em dois grandes grupos:
Ventilação local exaustora (VLE), a qual é realizada por meio de um equipamento
captador do contaminante no próprio local de sua formação não permitindo que se espalhe
pelo recinto. É um tipo de ventilação indicada para situações em que são identificados os
tipos e o local das fontes geradoras de poluição.
Ventilação geral diluidora (VGD), a qual proporciona a ventilação de um ambiente,
de um modo global. É um tipo de ventilação normalmente adotado quando é impossível
capturar o contaminante antes do mesmo se espalhar pelo recinto, permitindo dentro de
certos limites, o controle da temperatura, da umidade e da velocidade do ar. A (Figura 2),
abaixo, apresenta os dois grupos de ventilação industrial.
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Figura 2 - Ventilaçâo Local Exaustora e Ventilação Geral Diluidora (Clezar e Nogueira,


1999).

Sendo utilizado como principal critério para um projeto de ventilação industrial é a


vazão de ar, neste caso, a vazão volumétrica de ar essencial para o ambiente. Determinando
praticamente, todas as dimensões da instalação de ventilação. O cálculo de vazão de ar externo
necessária, Qe, segundo a velocidade de ventilação:

 Extração de Calor sensível :

𝑞𝑇
𝑄𝑒 =
𝜌𝑒 . 𝐶𝑝 . ∆𝑡
(1)
Onde:
Qe= Vazão de ar, (m³/h);
qT = qi +qe = carga térmica total, (kcal/h);
𝜌𝑒 = massa específica do ar externo, (kg/m³);
Cp= calor específico do ar = 0,24 kcal/kgº C;
∆t = aumento de temperatura do ar, (º C).

O cálculo também pode ser baseado no número de trocas de ar por hora conforme Clezar e
Nogueira, 1999. A vazão do ar externo obtida por:
𝑄𝑒 = 𝑁. ∀
(2)
Onde:
Qe = vazão de ar, (m3/h);
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N = índice de renovação de ar por hora, ou, taxa de renovação de ar por hora, ou número de
trocas de ar por hora;

∀ = volume do ambiente, (m³);


Os índices de renovação de ar por hora variam de acordo ambiente, a Tabela 1 apresenta
o número de trocas de ar por hora para determinados ambientes.

SITUAÇÃO TROCAS DE AR POR HORA - N


Auditórios e salas de reuniões 4-6
Padarias 20-30
Bancos 2-4
Salões de banquete 6-10
Salão de bilhar 6-8
Casas de caldeiras 20-30
Lanchonetes 10-12
Cantinas 4-6
Igrejas 0,5-1
Cinemas e teatros 10-15
Salões de clubes 8-10
Salões de dança 6-8
Salões de tingimento de tecidos 20-30
Salas de máquinas 20-30
Oficinas 6-10
Indústrias 8-13
Fundições 20-30
Salas de fornos 30-60
Garagens 6-8
Hospitais, geral 4-6
Cozinhas 10-20
Laboratórios 4-6
Lavatórios 10-15
Lavanderias 20-30
Escritórios 4-6
Salões de pintura 30-60
Câmara escura (fotografia) 10-15
Casa de carnes 6-10
Restaurantes 6-10
Sala de aula 2-3
Residências 1-2
Piscinas internas 20-30
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Cabines de passageiros (navios) 10-20


Compartimentos de alimentos (navios) 10-30
Tabela 1 – Trocas de ar por hora (N) (Clezar e Nogueira, 1999).

2.2 Objetivos e Principais Características

O objetivo do estudo da ventilação industrial está em identificar técnicas de controle das


correntes de ar a serem insufladas ou exauridas de um ambiente com o intuito de mantê-lo
estável à saúde humana.
Como há diferenças em realizar esse processo, a concentração do poluente, ou
contaminante, é determinante à escolha da ação a ser disseminada.
Segundo Malheiros (2005), uma característica bem-conceituada é a de este ar poluído a
uma taxa permitida pelos órgãos controladores do meio ambiente, ser novamente retornado ao
exterior depois do ambiente mais “limpo”, onde novamente o contaminante será disperso a
menor taxa.
A simples renovação de ar em um ambiente não significa que este tornar-se-á salubre.
É necessário que o ar seja distribuído de tal forma que a taxa de contaminante seja a mesma em
todos os pontos.
Segundo FROTA (1996), Contaminantes, em geral, podem ser provenientes a processos
industriais, como poeira em instalações de pintura, fuligem, etc. Estas são indesejáveis no
ambiente, pois seus efeitos podem ser tóxicos, quando inalados.
O problema é que a operação contínua deste processo irá gradualmente aumentando a
taxa de concentração destes poluentes na atmosfera, podendo eventualmente tornar-se nociva à
vida animal e vegetal (FROTA, 1996).
O conhecimento da turbulência na taxa mássica do deslocamento do ar externo, que se
mistura com o ar interno é muito importante em um estudo de sistema de ventilação.
Existe uma diferença sensível de objetivos entre a ventilação industrial e comercial: A
primeira tem por objetivo o controle da concentração dos contaminantes, das impurezas
químicas, bem como remoção de calor, já a segunda tem por objetivo principal a eliminação de
odores e calor.

2.3 Dimensionamento do Sistema de Ventilação

Projetar um sistema para a ventilação industrial de um ambiente é necessário passar por


três passos: determinar a vazão de ar necessária e o esquema de distribuição do ar no recinto a
ser ventilado; projetar e calcular a rede de dutos e selecionar os ventiladores, ou de qualquer
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outro sistema de movimentação de ar. Importante salientar que as técnicas utilizadas para o
dimensionamento desse sistema de VLE baseiam-se no método do Balanceamento Estático,
usualmente encontrados nos dutos de ar condicionado e ventilação em que o sentido do ar de
um trecho para outro cause um ganho de pressão estática (TOLEDO, 2009).
Para que o ar se movimente e penetre no captor é necessário fornecer energia para essa
finalidade. Essa energia é fornecida na forma de pressão estática. A pressão estática do captor
é a somatória da pressão cinética necessária à movimentação do fluido até atingir a velocidade
que o fluido deve ter no duto logo após o captor.
A pressão estática do captor é um excelente indicador da vazão exaurida pelo mesmo.
A vazão de exaustão é determinada pela escolha do tipo de captor e do equipamento a ser
instalado esse dispositivo.A perda de carga no captor, variável necessária para o
dimensionamento do sistema, é estimada pelo fator de perda de carga na entrada no captor e a
perda, em trechos retos, é calculada relacionando a perda de carga em pressão cinética por
metro, a velocidade (m/s), a vazão (m3/s) e o diâmetro do duto (mm).

2.5 Conforto térmico

Conforto térmico é um estado da mente que reflete a satisfação com o ambiente


térmico que envolve o ser humano. Suas principais variáveis do conforto térmico são
temperatura, umidade, velocidade do ar e atividade desenvolvida pela pessoa e o tipo de
vestimenta utilizada pela mesma (FROTA, 1996).
O conforto térmico pode ser visto e analisado do ponto de vista pessoal e do ponto
de vista ambiental. No pessoal, a análise é realizada sobre a visão da pessoa inserida em
um ambiente qualquer, verificando-se se ele está confortável com relação à sua sensação
térmica. Com relação ao ambiente, os estudos de conforto indicam o estado térmico
necessário, com relação às suas variáveis físicas, para que um maior número de pessoas
possa estar confortável com relação ao calor gerado pelo ambiente (MONTENEGRO,
2004).
O conforto térmico pode ser considerado como uma condição da mente que expressa
satisfação com o ambiente térmico. Este conforto térmico é obtido através de trocas
térmicas que dependem de vários fatores, ambientais ou humanos, governados por
processos físicos, como convecção, radiação e, eventualmente, condução.
De acordo com Frota (1996), o organismo humano pode ser comparado a uma
máquina térmica que produz calor segundo sua atividade. O homem precisa liberar calor em
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quantidade suficiente para que sua temperatura interna se mantenha da ordem de 36,5°C
(homeotermia) (FROTA, 1996).
O processo de produção de energia a partir dos alimentos ingeridos é denominado
de metabolismo. Cerca de 20% dessa energia pode ser empregada em produzir “trabalho”.
A parcela restante, cerca de 80%, se transforma em calor, que deve ser eliminado para que
o organismo seja mantido a 36,5°C. Tanto o calor produzido como o dissipado, dependem
da atividade que o indivíduo desenvolve. Em repouso absoluto (metabolismo basal) a taxa
de calor eliminado pelo corpo é de 75W, aproximadamente (FROTA, 1996).
O estudo do Conforto Térmico tem como objetivo diagnosticar e analisar as
condições de um ambiente, de modo que se possam obter as condições térmicas adequadas
à ocupação humana e às atividades desempenhadas. A importância do estudo do conforto
térmico está baseada nos seguintes elementos:

 A satisfação do homem ou seu bem-estar;


 O desempenho humano;
 A conservação da energia.

Como o conforto térmico envolve variáveis físicas ou ambientais e também


variáveis subjetivas ou pessoais, não é possível que um grupo de pessoas sujeitas ao mesmo
ambiente, ao mesmo tempo, esteja totalmente satisfeito com as condições térmicas
(FROTA, 1996).
A manutenção da temperatura interna do organismo humano se faz por intermédio
de seu aparelho termorregulador. O ser humano experimenta sensação de conforto térmico
quando perde para o ambiente, sem recorrer a nenhum mecanismo de termorregulação, o
calor produzido pelo metabolismo compatível com sua atividade. Nessas condições a
capacidade de trabalho do indivíduo são máximas (FROTA, 1996).
Se as condições térmicas ambientais causam sensação de frio ou de calor, é porque
o organismo está perdendo mais calor ou menos calor, respectivamente, que o necessário
para a manutenção da sua temperatura em 36,5°C.
No caso de sensação de frio, os mecanismos termorreguladores são ativados com o
objetivo de reduzir as perdas de calor. A redução de trocas térmicas entre os indivíduos e o
ambiente se faz através do aumento da resistência térmica da pele por meio da
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vasoconstrição, do arrepio, do tiritar. O aumento das combustões internas se dá através do


sistema glandular endócrino.
No caso da sensação de calor, os mecanismos termorreguladores são ativados com
o objetivo de aumentar as perdas de calor e diminuir as combustões internas. O incremento
das perdas de calor ocorre por meio da vasodilatação e da exsudação. A redução das
combustões internas se faz através do sistema glandular endócrino (FROTA; 1996).
A Temperatura Efetiva foi determinada pela relação as sensações de conforto térmico e
as condições de temperatura, umidade e velocidade do ar, buscando determinar as condições de
conforto térmico. Este índice é bastante subjetivo, de acordo com Frota e Schiffer (2001).
Podendo ser apresentado essas correlações em forma de nomograma, conforme Figura 3.

Figura 3 - Temperatura Efetiva (Szokolay, 1997)

2.6 Movimento do ar e efeitos sobre o conforto térmico

O movimento do ar tem por efeito acelerar a perda de calor por convecção; auxiliar
o corpo a dissipar o calor fornecido por condução na camada de ar superficial da pele e
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auxiliar a perda de calor por transpiração, permitindo ao homem suportar temperaturas até
certos pontos elevados (TOLEDO, 2009).
O corpo humano possibilita uma permanente eliminação do excesso de calor
formado, o que ocorre através da pele, e esta eliminação faz-se à medida e tão rapidamente
quanto o calor vai sendo produzido. É necessário que isto aconteça para que a temperatura
do corpo não se eleve a ponto de ameaçar o organismo (TOLEDO, 2009).
Quando a temperatura em um ambiente local é baixa, a taxa de perda de calor do
corpo é maior do que se a temperatura ambiente for elevada. Conhecidamente o movimento
do ar alivia a sensação de calor, uma vez que o mesmo abaixa a temperatura da pele. O ar
em movimento favorece a transferência através da pele, de modo a eliminar o calor
produzido pelo corpo ou adquirido pelo mesmo em consequência do calor reinante no
ambiente (TOLEDO, 2009).
Para que, em um clima tropical, seja possível trabalhar em condições ambientais
necessárias primordialmente à saúde e secundariamente à produtividade, deve-se procurar
atender a condições adequadas de ventilação. O problema da ventilação industrial não se
relaciona apenas com a remoção de substâncias nocivas ao organismo, as quais possam
encontrar-se no ar.
Para Baturin, (2006), é necessário estar atento para o fato de que condições
ambientais adversas de calor, traduzidas por uma temperatura e grau de umidade elevados
ou uma baixa umidade do ar e baixa temperatura, podem, em prazo maior ou menor, minar
e abalar a resistência do organismo, favorecendo o estabelecimento de uma série de
doenças.
Com a incidência de correntes de ar sobre a pele, a perda de calor por evaporação
aumenta. Desde que o ar do ambiente não esteja excessivamente úmido, e, evidentemente,
não esteja saturado, um movimento de ar, com certa velocidade, conseguirá evaporar o
suor sobre a pele mais rapidamente do que o mesmo está sendo produzido, conduzindo a
uma sensação de certo bem-estar.
O movimento do ar é necessário não somente para remover o calor por evaporação,
mas também para controlar a intensidade da transpiração. Uma transpiração excessiva
debilita o organismo humano, principalmente devido à perda de sais minerais. Até mesmo
em temperaturas moderadas é conveniente provocar-se um certo movimento de ar para
acelerar a perda de calor do corpo por convecção, de modo a reduzir a transpiração
(BATURIN, 1996). A (Figura 4) abaixo apresenta as zonas de bem-estar em relação entre
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a velocidade do ar e a temperatura do ar no local, porém considera somente a umidade


relativa do ar no ambiente entre 30% e 70%.

Figura 4 - Zonas de bem estar e velocidade do ar (Macintyre, 1990)

A umidade relativa convencionalmente é denotada em porcentagem. Em outras


palavras pode se dizer que umidade relativa do ar é a relação entre a quantidade de massa
de água existente no ar (umidade absoluta) e a quantidade máxima de massa que poderia
haver na mesma temperatura (ponto de saturação). Se o ar se encontrar com elevada
umidade, mesmo que se aplique ventilação com velocidade considerável, não será possível
conseguir a evaporação nas condições necessárias.
Para Clezar; Nogueira (1990), o conforto ambiental só se tomará possível com a
remoção da umidade do ar, e esta remoção constitui um dos objetivos básicos das
instalações de ar condicionado, embora em certos casos de ventilação industrial também
se aplique. Para uma umidade relativa do ar moderada, pode-se ter uma ideia do bem-estar
proporcionado pelo ar em movimento comparando e exprimindo seu efeito em função da
diminuição da temperatura do ar que produziria o mesmo efeito refrescante caso este
estivesse calmo. Assim, se o ar ambiente se deslocar, por exemplo, a uma velocidade de
0,022 m/s em contato com a pele, produzirá o mesmo efeito que o ar "parado" com uma
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temperatura de 5 °C mais baixa que a do ambiente. Segundo a ABNT NBR 6401, para
ambientes "normais" a velocidade do ar em determinadas zonas nos recintos deve estar
compreendida entre 0,025 e 0,25 m/s. A formula para cálculo da velocidade de ar no recinto
pode ser data por:

𝑄𝑒
𝑉=
𝐴
(3)
Onde:
𝑉= velocidade do ar (m3);
Qe = vazão de ar, (m3/h);
A = Área perpendicular à entrada de ar;

Existem cerca de três dezenas de índices de conforto térmico, porém, para fins de
aplicação às condições ambientais correntes nos edifícios habitacionais, escolas, escritório,
etc., e para condições brasileiras, Frota (1996) sugerem o emprego da carta Bioclimática,
de Olgyay ou a temperatura efetiva, de Yaglou e Houghthen: ou temperatura efetiva
corrigida de Vernon e Warner.

2.7 Ventilação Natural

A ventilação natural consiste na movimentação (passagem) de ar através de


ambiente sem que haja fornecimento de energia ao escoamento por fontes mecânicas.
A ventilação natural consiste na passagem do ar através dos edifícios, entrando por
determinadas aberturas e saindo por outras. O fluxo do ar que entra ou sai de um edifício
por ventilação natural depende da diferença de pressão entre as partes interna e externa e
da resistência oferecida ao fluxo pelas aberturas. A movimentação do ar pode ser gerada
através do denominado efeito chaminé (convecção natural) e pelo efeito dos ventos, podendo
também ocorrer os dois mecanismos simultaneamente (DA COSTA, 2008).
Em tempo calmo sem vento, é o efeito chaminé o único responsável pela renovação
do ar dos edifícios não dotados de sistemas mecânicos de ventilação. Esse efeito tem sua
origem na diferença de temperatura e, por conseguinte, de densidade, entre o ar externo e o
ar interno do edifício (DA COSTA, 2008). A diferença de densidade produz gradientes de
pressão com diferentes declividades na parte externa e interna da edificação.
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Quando a temperatura interna é maior que a externa, o ar externo, mais frio, ingressa na
edificação através das aberturas mais baixas e o ar interno mais quente sai pelas aberturas mais
elevadas (Figura 5), sendo representada as linhas de entrada do ar frio em cor azul e saída do
ar quente em cor vermelha.

Figura 5 - Efeito chaminé - Aberturas para entrada e saída de ar (Toledo, 2009).

Para Montenegro (2004), um fluxo inverso ocorre quando a temperatura interna do ar é


mais baixa que a temperatura externa. A denominada zona neutra, é uma superfície onde as
pressões internas se igualam às externas e, por conseguinte, onde a presença de uma abertura
não produz nem entrada ou saída de ar. A ventilação natural por efeito chaminé nada mais é
que o processo da convecção natural ou efeito de tiragem natural. Para qualquer pequeno
diferencial de temperatura que provoca um diferencial de pressão, o efeito chaminé se torna
perceptível.
A ação do vento em um edifício, conforme Toledo (2009), dá origem, na superfície
externa do mesmo, a zonas de sobrepressão e subpressão representado na (Figura 6), isto é,
pressões maiores ou menores do que a pressão do ar na zona a barlavento não afetada pela
presença da edificação.
A distribuição destas zonas e o valor das pressões ou sucções nos vários pontos de
cada uma delas dependem tanto da forma e dimensões do prédio, como da direção e
magnitude do vento incidente. A pressão interna provocada pelo vento depende da
distribuição e do valor numérico das pressões ou sucções externas e das áreas e localizações
das aberturas (Clezar; Nogueira, 1990). A vazão de entrada ou saída de ar é função da área
e da forma da abertura e da diferença de pressão existente entre as duas faces da referida
abertura.
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Figura 6 - Ventilação por ação dos ventos (Frota e Schiffer, 2001)

Quando se deseja um sistema de ventilação natural eficiente em uma edificação, Toledo


(2009) recomenda a conjugação da ação do vento com o efeito de chaminé. Para que isto ocorra,
é fundamental que a configuração do fluxo de ar, no exterior do prédio, originária da ação do
vento, isoladamente, e o sentido do escoamento proveniente das diferenças de temperatura,
possam se compor dando a resultante mais favorável ao sistema de ventilação natural.

2.8 Carga térmica

MACYNTIRE (1990) afirma que existem diversos fatores que geram calor dentro
de um ambiente e a somatória de todas as formas de calor presentes num ambiente
denomina-se por carga térmica. Para o cálculo da carga térmica considera-se as parcelas
de ganhos e perdas por trocas térmicas nas diversas superfícies, como a cobertura do prédio,
paredes externas e internas, áreas dos vidros das janelas, o piso e as portas, além do calor
trocado pela variação do ar interno.
Sendo um fator de grande relevância em projetos de sistemas de ventilação, seu
conhecimento é necessário para o cálculo de vazão de ar ou taxa de renovação. A carga térmica
total, qT, é dada pela equação (1),

𝑞𝑇 = 𝑞𝑖 + 𝑞𝑒
(4)
onde:
qi = taxa de geração interna de calor devido às pessoas, motores, equipamentos, iluminação,
etc, (kcal/h);
qe = taxa de transferência de calor com o exterior, ganho (+), perda (-), (kcal/h).
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Podendo estás fontes de calor serem classificadas segundo Frota e Schiffer (2001), da
seguinte maneira:

 Presença humana: o calor gerado pelos ocupantes depende de sua atividade física
(metabolismo) e do número de pessoas usuárias do ambiente;
 Sistemas de iluminação artificial: o calor gerado pela iluminação é dissipado
por radiação, para as superfícies circundantes, por condução, através dos
materiais adjacentes, e por convecção para o ar, Porém, como a luz também se
transforma em calor depois de absorvida pelos materiais, no caso de
iluminação com lâmpadas incandescentes adota-se como carga térmica a
potência instalada e para fluorescentes 125%, o que se refere à potência
nominal total mais 25% referentes aos reatores;
 Motores e equipamentos: o calor dissipado por motores para o ambiente é
função de sua potência e de suas características. Em geral os motores de
potência mais baixa têm menor rendimento. No que se refere aos
equipamentos, recomenda-se adotar como calor cedido ao ambiente cerca de
60% da potência nominal dos aparelhos elétricos;
 Processos industriais: existem processos industriais que envolvem grandes
cargas térmicas, a exemplo de siderurgias, metalurgias, fabricação de vidros,
etc.
 Insolação: o sol, incidindo sobre os parâmetros do edifício, vai representar, em
maior ou menor escala, um ganho de calor. Esse ganho de calor depende da
orientação e do tipo de abertura, assim como das suas respectivas proteções
solares utilizadas e das características térmicas dos materiais que compõe a
edificação.

3. Procedimento metodológico

A escolha do método utilizado foi o de balanceamento pelo coeficiente de influência,


pois ele é usado nos equipamentos de balanceamento de uso padrão em fábricas de ventilador e
é interessante garantir que os resultados deste trabalho possam ser utilizados na melhoria no
sistema de ventilação de um pavilhão metálico selecionando os equipamentos exaustores ideais.
O galpão objeto deste estudo está localizado as margens da BR-101 KM 339,5, no bairro
Cruzeiro, situado no município de Tubarão no Estado de Santa Catarina.
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Figura 7 - Foto pavilhão metálico (Autor, 2019)

Para se determinar a vazão necessária para a instalação de exaustores do pavilhão


metálico em estudo, foi necessário coletar as dimensões do mesmo, conforme medições
realizadas in loco foi possível coletar os seguintes dados largura 75m, comprimento 70m e
altura 7m, possuindo um volume de ar de 36.750 m³. O galpão possuía também três portas
localizadas na parte posterior com as dimensões de 5,50m x 5,00m totalizando uma área
de 82,5m². Os lanternis localizados na parte superior do galpão possuíam dimensões de
1,50m x 60m, totalizando uma área de 270m². A Tabela 2 abaixo apresenta os dados
coletados do pavilhão metálico de uma maneira sucinta.

DADOS DO GALPÃO METÁLICO


DESCRIÇÃO DIMENSÕES UNIDADES
Comprimento 70 m
Largura 75 m
Altura 7 m
Área (Comprimento x
5250 m²
Largura)
Volume (Área x Altura) 36750 m³
Área Perpendicular
490 m²
(Comprimento x Altura)
Área total Portas 85,5 m²
Área total Lanternins 270 m²
Tabela 2 – Dados do galpão metálico (Autor 2019).
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Considerou-se como taxa de renovação de ar 11 trocas/h e também a velocidade de


ar dentro do recinto para níveis de conforto térmico entre 0,025 e 0,25 m/s, determinados
por Clezar e Nogueira (1991) e norma ABNT NBR 6401.
Para uma melhor concepção ao caso, dentro das dificuldades e exigências vistas e
das soluções adotadas pelas empresas de mesmo porte e condições estruturais, determina-
se que a condição inicial ideal é renovar o ar do ambiente em questão e posteriormente
verificar quais as possibilidades máximas de redução de calor com esta renovação de ar.
Desta forma, será dado andamento no estudo em um sistema com exaustão natural
e insuflação mecânica. Acredita-se ser este o método mais viável visto a necessidade de
retirada de ar de dentro do ambiente e a falta de aberturas para entradas de ar. Assim será
possível dimensionar um sistema para aproximar ou atingir os níveis aceitáveis de trocas
de ar pela legislação. Esta concepção inicial considera que não seriam necessárias
modificações consideráveis na estrutura do prédio e seria possível obter um deslocamento
de ar que tornaria a sensação térmica agradável no ambiente (FROTA, 1996).
Para se determinar a vazão de ar necessária para a renovação de ar ideal de acordo
com Clezar e Nogueira (1991), utilizasse a equação (2).
𝑄𝑒 = 𝑁. ∀

Posteriormente, com a vazão de ar determinada, é possível terminar a velocidade do


ar dentro do recinto, conforme equação (3).
𝑄𝑒
𝑉=
𝐴

Este método foi escolhido devido o pavilhão em questão não possuir aberturas
suficiente para que o ar seja renovado naturalmente e estar posicionado em uma região
desfavorável, estando localizado em um terreno baixo e com predominância de vento
oposta as aberturas, que, neste caso são as portas.
De acordo com a norma NBR 6401, para as condições externas de verão na região
sul. Deve se considerar para efeitos de cálculos a temperatura de bulbo seco 32°C e
temperatura de bulbo úmido 26°C.
No Litoral Sul de Santa Catarina o vento predominante é o Sudeste e a segunda
maior predominância é o Nordeste, apesar de o vento mais influente ser diferente do
segundo, eles não sofrem grandes variações em suas aparições, apresentando uma
homogeneidade no que se diz respeito a direção dos ventos (MURARA, 2014)
19

A Figura 8 abaixo representa a planta baixa do galpão objeto deste estudo com as dimensões
dadas em metros, apresentando o posicionamento das portas, lanternis, rosa dos ventos
referenciando a localização absoluta posicionamento dos insufladores mecânicos.

Figura 8 - Planta baixa pavilhão metálico (Autor, 2019)

4. Resultados

As literaturas científicas estudadas relatam, também, sobre a problemática do


dimensionamento de sistema de ventilação industrial para pavilhão metálico, devido as diversas
variáveis encontradas.
As limitações, no caso do pavilhão deve-se considerar inicialmente o custo de
aquisição e implementação de um sistema de ventilação com o intuito de viabilizar de
maneira imediata os recursos que se façam necessários para instalação do mesmo.
Avaliando sob este aspecto as possibilidades de sistemas, e levando em conta o objetivo
principal de atingir um valor mínimo de trocas de ar no ambiente deve-se desconsiderar as
20

possibilidades de resfriamentos evaporativos em virtude de que estes equipamentos não


realizam a renovação do ar, somente propiciam a redução da temperatura.
Para outros sistemas possíveis, é necessário realizar uma análise mais aprofundada
sobre a aplicação de cada um deles. Entretanto Malheiros (2005), cita que é possível
identificar algumas limitações ou dificuldades possíveis de serem percebidas inicialmente.
 A construção ou modificação de aberturas necessitará de uma reavaliação
estrutural do pavilhão, isto é, uma reengenharia a fim de garantir que isto
não comprometerá a resistência da edificação;
 Um sistema de ventilação único e exclusivamente natural não garantirá uma
vazão de ar uniforme e consequentemente a renovação do ar dentro do
pavilhão não pode ser controlada;
 Um sistema totalmente mecânico, com insuflamento e exaustão também
poderá gerar um custo relativamente alto, tanto de instalação, quanto de
operação e manutenção;
 O revestimento externo das paredes e teto, a fim de alterar a cor destes, não
poderá auxiliar na renovação do ar, somente no que se refere à diminuição
da carga térmica devido à insolação.
Para se atender o número de renovações solicitadas em Clezar e Nogueira (1991),
conforme equação (2), é necessário que este pavilhão renove 404.250m³/h de ar.
Este volume de ar quando insuflando por ventiladores pela parede lateral, possuindo
uma seção livre de passagem do ar de 7,0m x 70,0m, está seção livre fica compreendido
entre altura x largura da parede onde serão instalados os exaustores, totalizando uma área
de 490m², proporcionando uma velocidade do vento de aproximadamente 825m/h ou 0,23
m/s, conforme equação (3), atendendo à solicitação da norma NBR 6401, estes dados são
apresentados na Tabela 3.

DIMENSIONAMENTO
Descrição Dimensões Unidade
Volume 36750 m³
Número de renovações (N) 11 N/h
Vazão (Qe) 404250 m³/h
Área Perpendicular 490 m²
Velocidade do ar ( V) 0,23 m/s
Entrada de ar pelas portas 85,5 m²
Saída de ar pelos lanternins 270 m²
Tabela 3 - Dimensionamento (Autor, 2019).
21

Após determinar a vazão necessária para efetuar a troca de ar do recinto e a


velocidade no interior do mesmo. Foi possível selecionar o equipamento de ventilação que
melhor atenderia para a aplicação em questão, sendo então selecionado o ventilador
VAQ22T4 com controle de rotação por inversor de frequência do fornecedor Qualitas. A
Tabela 4 apresenta as especificações técnicas do ventilador.

VENTILADOR VAQ22T4
DESCRIÇÃO DIMENSÕES UNIDADES
Tensão 220/380 V
Corrente 3,1/1,8/1,5A A
Potência 745,7 Watts
Rotação 1700 RPM
Vazão Máx 11000 m³/h
Diametro Interno 570 mm
Diâmetro externo 740 mm
Profundidade 400 mm
Tabela 4 - Dados técnicos do ventilador selecionado (Qualitas, 2019).

O equipamento selecionado possuí uma vazão máxima de 11000m³/h, potência


745,7 watts, diâmetro interno Ø570mm, diâmetro externo Ø740 e profundidade 400mm.
A Figura 9 representa o ventilador selecionado.

Figura 9 - Ventilador VAQ22T4 (Qualitas, 2019).

O ar do interior do recinto será exaurido por meio dos lanternis, que possuem uma
área total de 270m², o volume de ar que adentra ao pavilhão devido a frestas e aberturas
não foram considerados, já que o galpão em questão possui como entrada de ar somente 3
portas localizadas na parte posterior do mesmo com dimensões de 5,00 x 5,50, totalizando
22

uma área de 82,5m², sendo importante salientar que estas portas estão localizadas em
posição geográfica desfavorável em relação a predominância do vento.
A carga térmica promovida pelos equipamentos, iluminação e pessoas foram
desconsiderados, pois os mesmos podem ser por hipótese desconsiderados perante ao
volume do pavilhão metálico, as telhas que este pavilhão utiliza são de aluzínco pintadas
na cor branca para diminuir a absorção de radiação das mesmas (MALHEIROS, 2005).
Após calcular a vazão necessária para realizar a troca de ar dentro do recinto, é
possível determinar a quantidade de ventiladores que seriam necessários para realizar esta
troca, dividindo a vazão total pela vazão máxima do ventilador. Sendo considerado que os
mesmos operassem em potência máxima, 9 horas por dia, 22 dias dor mês. Considerando
a última fatura de energia elétrica, determinou-se o custo energético para mantê-los em
operação. Conforme resultados apresentados na Tabela 5.

RESULTADOS
DESCRIÇÃO DIMENSÕES UNIDADES
Vazão (Qe) 404250 m³/h
Vazão Máx (Ventilador) 11000 m³/h
Número de Ventilador 37
Potência total 27590,9 Watts
Custo Unitário R$3.800,00 Reais
Custo Total R$140.600,00 Reais
Valor Kw.h R$0,53 Reais
Consumo dia R$131,61 Reais
Consumo mês R$2.895,39 Reais
Tabela 5 - Resultados obtidos (Autor, 2019).

Com a velocidade do ar dentro dos parâmetros sugeridos em norma NBR 6401,


neste caso é possível atingir um bom nível de conforto térmico, conforme apresentado na
Figura 9. Para alcançar um índice de conforto térmico ideal, seria necessário também ter
um controle mais efetivo em relação a umidade do ar dentro do recinto, porém seria
inviável economicamente devido a alto custo e consumo energético dos refrigeradores
evaporativos e os mesmos não realizarem troca de ar do ambiente.
23

Figura 10 - Temperatura efetiva no interior do pavilhão (Szokolay, 1997)

5. Conclusões

A proposta apresentada mostra que é possível idealizar o projeto de sistema de


ventilação em seu aspecto principal, que é o dimensionamento. Neste caso, o sistema acima
apresenta um recurso para a redução de riscos ocupacionais, porém o uso associado de demais
dispositivos de minimização desses riscos conforme a revisão levantada, tais como os EPI’s,
não devem ser negligenciados, aliás são altamente recomendáveis para o aumento do nível da
segurança ocupacional.
A revisão em questão, realiza uma análise conceitual das condições de ventilação atuais
do pavilhão, comprovadamente ineficaz para os padrões arquitetônicos que visam as condições
mais básicas do conforto térmico. Devido ao grande volume do pavilhão e a baixa quantidade
de equipamentos atualmente instalados, a carga térmica que emitida por eles foi desconsiderada.
A revisão bibliográfica realizada possibilitou a constatação da importância da ventilação
industrial em suas possibilidades de configuração e instalação e da necessidade das trocas de ar
nos ambientes de trabalho, em especial nos ambientes industriais, onde ambientes
desconfortáveis termicamente interferem diretamente no desempenho das atividades humanas
24

e na realização de suas tarefas, e em consequência, afetando a capacidade produtiva da empresa


como um todo.
A falta de aberturas para a entrada e saída do ar torna-se óbvia perante o embasamento
teórico, visto assim, concluiu-se que o ambiente estudado não oferece as mínimas condições de
conforto e trocas de ar necessárias.
Desta forma, afirma-se que a ventilação natural não foi estudada no projeto e construção
deste pavilhão, de maneira a proporcionar uma renovação de ar eficiente, pois não foram
construídas aberturas suficientes para entrada e saída de ar.
O sistema apresentado garantirá as renovações de ar necessárias e também uma
movimentação deste ar, com um custo razoavelmente baixo, porém sem garantias de
manutenção de condições ambientáveis como a umidade do ar e a temperatura interna do
ambiente e a qualidade do ar a ser insuflado dentro do pavilhão.
Sendo assim, é possível que este sistema proporcione melhorias na sensação de conforto
térmico em virtude do deslocamento de ar que haverá dentro deste ambiente e pela liberação
do ar quente através dos lanternis (efeito chaminé), porém é importante deixar claro que há
outras questões relacionadas mais diretamente com o conforto térmico.
Recomenda-se também o monitoramento dos poluentes no interior da fábrica e emitidos,
por profissional habilitado, quando há a necessidade de instalação de sistemas de VLE, de modo
a verificar e garantir a eficiência do sistema, de acordo com o relatório de Automonitoramento
de Emissões Atmosféricas exigido pela Resolução nº 054/06 da Secretaria de Estado de Meio
Ambiente e Recursos Hídricos.
Embora este estudo apresente a importância do conforto térmico dos colaboradores e da
troca de ar necessária para recintos fechados, o sistema proposto não será implantando pelos
proprietários do estabelecimento devido ao custo de implantação e de operação.
25

Agradecimentos

Primeiramente agradecemos a Deus nos possibilitar a realização dos nossos sonhos e


estar conosco ao longo de nossa vida.
Aos nossos pais Sergio Bressan Araújo, (em memória de) Jocemar Rafael Thomé e
nossas mães Claudia Felacio Fernandes e Maria de Fátima Agostinho Thomé pela compreensão
quando não pudemos estar presentes e pelo apoio em continuar rumo ao nosso objetivo.
Aos nossos colegas, pelos conhecimentos, informações e materiais compartilhados ao
longo desses anos.
Ao nosso orientador Eng. Otoniel Souza de Oliveira, pelo total empenho e exemplo de
dedicação profissional, e inspiração para a conclusão deste trabalho.
Aos professores do curso, pelos métodos de aprendizado oferecido, em mostrar o
universo financeiro em que habitamos, rompendo a ignorância do desconhecido.
26

Bibliografia

ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. Desempenho térmico de


edificações. Parte 2: Métodos de cálculo da Transmitância térmica, da capacidade térmica, do
atraso térmico e do fator solar de elementos de componentes de edificações - Projeto 02:135.07-
001/2: Rio de Janeiro, Brasil. 2003.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6401: Instalações


centrais de ar-condicionado para conforto: Referências. Rio de Janeiro, 1980.

AMILTOS ALVES, M.; MURARA, P. Estudo de caracterização dos ventos


predominantes no litoral de Santa Catarina. Anais do x Simpósio Brasileiros de Climatologia
geográfica, Curitiba – PR.

RUAS, Álvaro Cesar. Conforto térmico nos Ambientes de Trabalho. São Paulo:
Fundacentro, 1999. 97 p.

BATURIN, V.V. Fundamentos de Ventilacion Industrial. 15. ed. Barcelona: Editora


Labor S.A, 2006.

CLEZAR, C. A.; NOGUEIRA, C. R. Ventilação industrial. Florianópolis: UFSC,


1999.

DA COSTA, Ênio. Ventilação. Porto Alegre: Editora CEUE, 2008.

FROTA, A.B. Controles térmicos naturais e qualidade ambiental. In:


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FROTA, A. B.; SCHIFFER, S. R. Manual de conforto térmico. 5. ed. São Paulo:


Studio Nobel, 2001.

MACYNTIRE, A. Ventilação industrial e controle de poluição. Ed. LTC, Rio de


Janeiro, 1990.

MALHEIROS, Fabiane V. Desempenho Térmico de Pavilhões Industriais:


Estudo de caso em Panambi/RS. Dissertação de Mestrado: Santa Maria, 2005.

MONTENEGRO, Gildo A. Ventilação e Cobertas: Estudo teórico, histórico e


descontraído. E ED. São Paulo: Editora Edgar Blücher Ltda, 2004.

TOLEDO, E. Ventilação natural das habitações. Maceió: Edufal, 2009.

SZOKOLAY, S. V. Manual of tropical housing and building. Part 1: climatic


design. Longman Group Limited, London, 1977.

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