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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO

INSTITUTO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIAS EXATAS


Letícia Bueno do Amaral - 201010616

REFRIGERAÇÃO, VENTILAÇÃO E
CONDICIONAMENTO DO AR
- PROJETO 2 -

Uberaba - 2014
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 3
2 METODOLOGIA .................................................................................................... 3
2.1 CARGA TÉRMICA DE CONDUÇÃO ........................................................... 3
2.2 CARGA TÉRMICA DE INSOLAÇÃO ........................................................... 5
2.3 CARGA TÉRMICA DE OCUPAÇÃO ............................................................ 6
2.4 CARGA TÉRMICA DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTO ........................... 7
2.5 CARGA TÉRMICA DEVIDO INFILTRAÇÃO ............................................. 8
2.6 CALOR DE RENOVAÇÃO DO AR ............................................................... 9
3 RESULTADOS ........................................................................................................ 9
4 DISCUSSÃO/CONCLUSÃO ................................................................................ 12
5 REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 13
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1 INTRODUÇÃO
A climatização de ambientes é um processo que trata o ar de ambientes fechados “de
modo a controlar simultaneamente sua temperatura, umidade, pureza, e movimentação” (1).
A climatização é feita pelo condiconamento do ar externo, e então controlada a entrada
desse ar no ambiente, de forma que se possa manipular a temperatura e umidade do recinto.
Segundo Miller (2008) existem diferentes equipamento de condicionamento do ar, por
exemplo, chillers, máquinas de refrigeração por absorção, aparelhos de ar condicionado
solares, bombas de calor.
Neste trabalho apresenta-se o projeto para implementar um processo de climatização
no laboratório de metrologia do Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade
Federal do Triângulo Mineiro, aplicando um aparelho que utiliza um ciclo de refrigeração
para condicionar o ar de alimentação.

2 METODOLOGIA
Os fabricantes de ar condicionado catálogam os aparelhos de ar condicionado de
acordo com a carga térmica liberada no ambiente. Dessa forma, para este projeto estabeleceu
uma sequência de calculos para a obtenção da carga térmica liberada no laborátorio,
observando-se as condições extremas de produção de calor no ambiente.

2.1 CARGA TÉRMICA DE CONDUÇÃO


Como a temperatura externa ao recinto é mais elevada se estabelece um fluxo de calor
transmitido por condução através das paredes e janelas do laboratório. O cálculo dessa carga
térmica é feita com a equação (1):
(1)

(2)

Na equação (1), é a temperatura externa, a temperatura interna, A a área e U o


coeficiente global de transferência de calor que pode ser calculado com a equação (2), onde
é a espessura e a condutividade térmica e o coeficiente convectivo do meio ou
encontrado em tabelas.
A temperatura externa foi adotada segundo a norma NBR-6401, que estabelece a
temperatura ambiente máxima durante o verão na região da cidade de Uberlândia-MG em
4

37,6º C. A temperatura interna deve ser a temperatura considerada ideal para medições,
devido a utilidade do laboratório, 20º C.
Para encontrar o coeficiente global das janela, paredes e teto se utilizou tabelas (Figura
1 – janelas e paredes e Figura 2 - teto). Os coeficientes convectidos foram retirados de
CREDER, 2004 adotado para interno ao recinto o ar parado e externo movimentado a
aproximadamente 12km/h.

Figura 1 - Coeficientes Globais de Transmissão de Calor U em kcal/h · m2 • °C para


Janelas e Paredes

Fonte: CREDER, 2004.

Figura 2 – Coeficientes Globais de Transferência de Calor Aproximados

Fonte: SILVA, 2003.


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Para esse projeto o cálculo de condução foi feito apenas nas paredes voltadas para o
meio externo porque as que dividem salas podem ser desconsideradas.

2.2 CARGA TÉRMICA DE INSOLAÇÃO


“Por absorção, a energia de radiação solar pode ser introduzida nos recintos” (2).
Contudo, a energia da radiação solar não existe se as paredes forem opacas, neste caso, como
há janelas de vidro onde incidem sol pela manhã (direção leste) essa carga deve ser
contabilizada.
Segundo Silva (2003) o ganho térmico devido a insolação pode ser calculado com a
equacão (3):
( )
Onde A é a área da superfície transparente, FGCI é um fator de ganho de calor por
insolação máximo que depende da latitude, da orientação da superfície, da data e da hora,
é o coeficiente de sombreamento adicional esse fatores podem ser encontrados tabelados.
Para o fator de ganho de calor por insolação máximo utilizou-se a tabela da Figura 3,
como a latitude local é 19o44’ aproximou-se para a tabela disponível para uma latitude de
23.5o.

Figura 3 – Fator de ganho de calor por insolação máximo [W/m2], latitude 23.5º

Fonte: SILVA, 2003.

Já o coeficiente de sombreamento depende do tipo de vidro e adotou-se um vidro


comum de 6 milímetros mostrado na tabela da Figura 4.
6

Figura 4 – Coeficiente de Sombreamento dos Vidros

Fonte: SILVA, 2003.

2.3 CARGA TÉRMICA DE OCUPAÇÃO


“Todo ser humano emite calor sensível e calor latente, que variam conforme esteja o
indivíduo em repouso ou em atividade” (2). Para este trabalho, o recinto em questão é um
laborátorio onde a ocupação máxima ocorre durante as aulas de metrologia com cerca de 20
pessoas adultas ocupando o espaço por duas horas.
A carga térmica de ocupação é obtida através de tabelas obtidas na NBR 6401, que
informam o metabolismo (calor liberado) por pessoa segundo sua atividade como pode ser
visto na Figura 5.

Figura 5 – Calor Liberado por pessoa [kcal/h]

Fonte: NBR 6401


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2.4 CARGA TÉRMICA DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTO


Máquinas e equipamentos eletronicos, geralmente, liberam calor durante seu
funcioanamento. No laboratório existe apenas uma máquina de projeção de dimensões com
potência de 350W e 12 lâmpadas fluorescentes de 40W.
A carga térmica adivindo da máquina de projeção foi obtido analisando a tabela da
Figura 6, que mostra a relação do calor liberado com a dada potencia do equipamento e um
valor aproximado de eficiência que pode ser adotado.

Figura 6 – Calor Liberado por Fontes Diversas

Fonte: NBR 6401


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2.5 CARGA TÉRMICA DEVIDO INFILTRAÇÃO


Frestas introduzem ar quente ao ambiente condicionado ocasionando uma carga de
carlor ao meio. O calor introduzido é sensível e latente, a porção sensível pode ser calculado
com a equação (4).
(4)

Onde, é a quantidade de ar infiltrado, e são as temperaturas externa e


interna.
A quantidade de ar infiltrado pode ser aproximado por tabelas e neste trabalho
utilizou-se a tabela mostrada na Figura 7, retirada da NBR 6401.

Figura 7 – Infiltração do Ar

Fonte: NBR 6401

O calor latente de infiltração depende da umidade do ar e é obtido pela equação (5).


(5)
Sendo então e a umidade absoluta externa e interna, respectivamente, obtidas
em função da umidade relativa e a temperatura do meio conforme, equações 6 e 7.
( )

( )

Onde, é a pressão parcial do vapor, a pressão total do ar, considerou-se 1atm,


a pressão de saturação na temperatura do ambiente e a umidade relativa.
Para os valores das umidades relativas, no interior da sala condicionado estipulo-se
atingir 50%, valor confortável, mas baixo para não interferir nas medições. E no exterior
considerou-se a umidade relativa da média anual, na região da cidade de Uberaba-MG,
encontrando-se 40% (6).
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2.6 CALOR DE RENOVAÇÃO DO AR


Existe ainda o ar que “supre normalmente a renovação de ar do ambiente e essa
quantidade de ar depende da finalidadevdo recinto, do número de pessoas e da atividade que
exercem” (1). A quantidade necessária de ar de renovação é estipulada pela norma NBR 6401
como mostra a Figura 8.
E o calculo é feito com as equações (4) e (5) empregando-se no lugar da quantidade de
ar infiltrado a quantidade de renovação do ar.

Figura 8 – Ar exterior para Renovação

Fonte: NBR 6401

3 RESULTADOS
Implementou-se as equações no programa Microsoft Excel®, juntamente com os
valores retirados das tabelas e segundo as considerações feitas, para encontrar a carga térmica
total liberada no ambiente. Esta foi encontrada somando-se as cargas individuais apresentadas
na metodologia, a Tabela 1 apresenta os valores encontrados.
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Tabela 1 – Valor calculados das Cargas térmica Individuais

Carga térmica de condução 1512,04 kcal/h


Carga térmica de insolação 2540,13 kcal/h
Carga térmica de ocupação 2260,00 kcal/h
Carga térmica de máquinas e equipamentos 706,40 kcal/h
Carga térmica devido infiltração 221,50 kcal/h
Calor de renovação do ar 2110,00 kcal/h

Segundo a NBR 6401 “quando a admissão de ar exterior suplantar os efeitos da


infiltração, esta deve ser desprezada”, assim no cálculo da carga térmica total se despresou o
valor do calor do ar de infiltração, obtendo-se, então, o valor de 9128,57 kcal/h que
correspode a 36.222,18 Btu/h.
“Como medida de segurança, para atender às penetrações eventuais de calor no
recinto, acrescentamos mais 10% aos cálculos” (2) da carga total, assim, temos, 39.844,4
Bti/h.
O valor mais próximo de carga térmica disponível no mercado seria 48.000 Btu/h e
optando-se pelo tipo split de ar condicionado e a marca Carrier® escolheu o modelo
específicado na Figura 9.
Escolheu-se o primeiro modelo da Figura 9, sendo o primeiro código a unidade
evaporadora e o segundo código a unidade condensadora correspondente. E consultando o
manual de instalação do fabricante podemos observar mais algumas específicações técnicas,
necessária à instalação e implementação da climatização do laboratório, abordado neste
trabalho.
Por exemplo, a bitola das tubulações é escolhida de acordo com o aparelho e a
distância de uma unidade a outra como mostra a Figura 10.
Elaborando-se o layout com a melhor posição de instalação do ar concicionado pode-
se estimar o comprimimento da linhas e como elas não ultrapassaram 10 metros, os diâmetros
necessários nas tubulações foram retirado da Figura 10 e estão na Tabela 2.
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Figura 9 – Específicações Ar Comdicionado tipo Split Miragio Carrier ®

Fonte: http://www.osmag.com.br/dowloads/inst_miraggio.pdf

Figura 10 – Bitola da tubulações.

Fonte: http://www.osmag.com.br/dowloads/inst_miraggio.pdf
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Figura 11 – Layout Laboratório de Metrologia Climatizado

Tabela 2 – Diâmetros das Tubulações

Diâmetro da Conexão de Sucção 3/4”


Diâmetro da Conexão de Expansão 3/8”
Diâmetro da Linha de Sucção 7/8”
Diâmetro da Linha de Expansão 3/8”

4 DISCUSSÃO/CONCLUSÃO
Os avançados aparelhos eletrónicos existentes hoje no mercado, permite uma gama de
aplicações simples que poupa trabalhos excessivos e exautivos de engenheiros e técnicos. Um
exemplo seria os aparelhos de ar condicionado, com ajustes de temperatura e cada vez mais
adaptavéis aos meios, permitindo instalações não muito complexas.
Entretanto, apesar da facilidade, muitas vezes por falta de conhecimento técnico e
ciêntifico sistemas de refrigeração são mal projetados, gerando gastos excessivos de energia e
ineficiência no resfriamento do ambiente.
Com a metologia apresentada neste trabalho observou-se a análise física do meio, feita
de maneira a constatar as diversas fontes e fenômenos que introduzem calor em um recinto. E
contabilizando essa quantidade de calor foi possível especificar com confiabilidade um
processo de refrigeração.
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5 REFERÊNCIAS
1. SILVA, J. G. Introdução à Tecnologia da Refrigeração e da Climatização. São
Paulo : Artliber Editora, 2003.
2. CREDER, H. Instalações de Ar Condicionado. Rio de Janeiro : LTC, 2004.
3. MILLER, R. e MILLER, M. R. Refrigeração e Ar Condicionado. Rio de Janeiro :
LTC, 2008.
4. ABNT, NBR 6401. Instalações centrais de ar-condicionado para conforto -
Parâmetros básicos de projeto. Dez.: 1980.
5. SPRINGER CARRIER LTDA Manual de Instalação, Operação e Manutenção.
Retirado de < http://www.osmag.com.br/dowloads/inst_miraggio.pdf> Acessado em Julho de
2014.
6. DINIZ, F. A. VARIABILIDADE CLIMÁTICA DA BAIXA UMIDADE DO AR EM
ALGUMAS LOCALIDADES: Centro e Sudeste do Brasil. Retirado de <
http://www.cbmet.com/cbm-files/14-d8b06d60eef20a3ff2279dfb73bac670.pdf> Acessado em
Julho de 2014.

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