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Didática(s) entre diálogos, insurgências e políticas

A FORMAÇÃO DO PROFESSOR-TUTOR: O QUE


REVELAM OS CURRÍCULOS ACADÊMICOS DOS
CURSOS DE PEDAGOGIA E LETRAS-PORTUGUÊS

Flavia Giffoni de Abreu dos Santos – Facesg


DIDÁTICA(S) ENTRE DIÁLOGOS, INSURGÊNCIAS E POLÍTICAS

INTRODUÇÃO

Este artigo que vigora insere-se nas discussões sobre educação e tecnologia a partir do ponto
de vista do professor, ou melhor do seu lugar de formação e prática frente a expansão da
modalidade de ensino a distância, em que a oferta de novos cursos impõe um repensar sobre a
prática docente e os desafios para uma educação de qualidade, crítica e democrática. Em tempos de
cibercultura, rompem-se as barreiras de comunicação e emergem novas formas de estruturação dos
materiais didáticos, de comunicação, de interação e de colaboração, que redefinem o papel do aluno
e do professor no novo cenário.

Alinhada ao estímulo à autonomia, à cooperação e à aprendizagem, surge a figura do


“tutor”, novo modelo de profissional da educação. Moore e Kearsley destacam que este é o único
profissional que tem contato direto com o aluno e, desta forma, podem ter “uma compreensão
verdadeiramente íntima de um pequeno grupo de alunos, de seu progresso, de seus sentimentos e de
suas experiências no curso”, sendo então “a fonte de informação mais confiável (MOORE;
KEARSLEY, 2013, p. 182-183).

Diante das atribuições relacionadas, espera-se que o tutor reúna competências pedagógicas,
tecnológicas, sociais e profissionais. Entende-se aqui como competência “a faculdade de mobilizar
um conjunto de recursos cognitivos para solucionar uma série de situações” (PERRENOUD, 2000,
p. 15). Mesmo não desempenhando os mesmos papéis é importante que professor e tutor
estabeleçam um diálogo constante durante o processo de aprendizagem dos alunos. Isso porque, por
requerer competências relacionadas ao ensino, são demandas do tutor conhecimentos pedagógicos,
tendo esses, em muitos casos formação pedagógica. Formação essa que dar-se-á principalmente em
cursos superiores, em particular na Pedagogia e nas Licenciaturas, e abarcam em seu currículo
conhecimentos teóricos, práticos e didáticos, de modo a formar profissionais aptos a lecionar nos
diferentes níveis de ensino.

Considerando o currículo como um campo de conhecimentos, símbolos e práticas em


constante transformação, e também de disputas, cabe questionar como os currículos para formação
dos professores concebem e dialogam com as demandas por novas experiências docentes emergidas
das interações com as Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC). Como repensar a
prática docente, seja do professor ou tutor, não apenas vinculada à uma dimensão tecnicista, mas
fundamentalmente como prática que se alimenta do terreno fértil das trocas e relações sociais
mediadas por tecnologias?

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TENSÕES E PERSPECTIVAS NA RELAÇÃO COM A FORMAÇÃO DOCENTE

Na perspectiva de Moreira e Silva (1994) o currículo é considerado um artefato social e


cultural, que implica relações de poder, transmite visões sociais particulares e interessadas e produz
identidades individuais e sociais particulares. Já segundo Franco, 2002, p. 173.
[...] currículo e ensino são situações que estão sempre historicamente localizadas, pois
são práticas sociais que possuem um imanente caráter político, modificando os
sujeitos que intervém nas práticas e sendo estes por elas transformados. Assim, não
cabe, conforme os autores, pretender do currículo uma perspectiva redutora, técnica,
ou mesmo normativa, que não considere essas condições de sua dinâmica.

UM NOVO CENÁRIO SE IMPÕE: A EXPANSÃO DA EAD

A expansão das tecnologias da informação e comunicação (TIC), a demanda da sociedade


atual e a flexibilidade, proporcionada pela EaD, impulsionaram o crescimento da modalidade. O
Censo de Educação Superior, divulgado anualmente pelo INEP, já indicava um crescimento
constante da modalidade. Em 2017 o Censo da Educação Superior revelou uma expansão das
matrículas de graduação a distância no período 2015 a 2017.
Nessa modalidade de ensino, verifica-se crescimento para todos os graus, sendo
25,9% para o bacharelado; 31,6% para a licenciatura; e 18,3% para o tecnológico. [...]
para cada 10 matrículas presenciais de bacharelado, há uma matrícula a distância de
bacharelado; nos casos da licenciatura e do tecnológico, para cada 10 matrículas
presenciais, há 9 matrículas na modalidade a distância. (INEP, 2017 p. 37).

Diante do aumento das matrículas, percebe-se também o aumento de cursos ofertados. Em


2017, foram ofertados 7.272 cursos de licenciatura, sendo 771 destes, ofertados na modalidade a
distância. Neste mesmo período ingressaram em cursos de licenciatura 649.137 alunos, dos quais
256.588 (39,53%) em cursos presenciais e 392.549 (60,47%) em cursos a distância (INEP, 2017).
Em 2018, O Censo da Educação Superior divulga que, pela primeira vez na história, o número de
vagas ofertadas no ensino superior a distância no Brasil superou as do ensino presencial, sendo 7,1
milhões de vagas nos cursos de educação a distância e 6,3 milhões em cursos presenciais (INEP,
2018).

O Censo da ABED de 2018 corrobora com a tendência de crescimento da modalidade


quando aponta que o maior índice de matrículas registrado foi em cursos superiores de licenciatura
(324.302). Dados do Censo 2018 também apontam o crescimento dos cursos de graduação na
modalidade a distância, somente na área de educação (formação de professores), foram ofertados

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1.000 cursos, dos quais destacam-se: Pedagogia, com 232 cursos; Matemática, com 91; e Letras-
Português, com 90 cursos.

O cenário apresentado pode ser ainda mais impactante quando consideram-se as propostas
do atual governo para a modalidade, como: a ampliação do limite de 20% para 40% na oferta de
disciplinas na modalidade a distância em cursos de graduação presencial, aprovado pela Portaria Nº
1.428, de 28 de dezembro de 2018; e a regulamentação dos programas de pós-graduação stricto
sensu na modalidade de educação a distância, tanto na modalidade acadêmica quanto profissional,
aprovada pelo Art. 1 da Portaria Nº 90, de 24 de abril de 2019. A intensificação contínua da
modalidade deve-se, em grande parte, a regulamentação do art. 80 da Lei nº 9.394, de 20 de
dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, que a considera uma
Modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de
ensino e aprendizagem ocorra com a utilização de meios e tecnologias de informação
e comunicação, com pessoal qualificado, com políticas de acesso, com
acompanhamento e avaliação compatíveis, entre outros, e desenvolva atividades
educativas por estudantes e profissionais da educação que estejam em lugares e
tempos diversos. (BRASIL, 2017, p. 1).

Posto isto, diante de um crescimento exponencial na oferta de cursos na modalidade e,


consequentemente, da necessidade de “pessoal qualificado” para atuar na mediação didático-
pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem, cabe investigar como os cursos de licenciatura
versam, em seus currículos, disciplinas que possibilitem a esse profissional desenvolver as
competências necessárias para atuar neste novo contexto. O currículo acadêmico contempla
disciplinas que abarcam as especificidades da modalidade? Está alinhado à nova demanda que se
impõe?

METODOLOGIA

Com foco na abordagem qualitativa, este estudo é baseado na análise documental da grade
curricular dos cursos que mais se destacaram no Censo da Educação Superior de 2018, a saber:
Pedagogia e Letras-Português (licenciatura).

A técnica da análise documental consiste na verificação do conteúdo dos documentos a fim


de alcançar informações para posterior consulta e referenciação (BARDIN, 2016). O documento
pode exprimir fatos e situações fortemente relacionados com o contexto de sua produção e os atores
sociais envolvidos (CELLARD, 2014). No caso, propomos investigar como a grade curricular dos

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TENSÕES E PERSPECTIVAS NA RELAÇÃO COM A FORMAÇÃO DOCENTE

cursos, enquanto um documento instituidor de conhecimentos e técnicas, está articulado com o


cenário educacional. O que diz o currículo, ou o que ele não está dizendo, pode nos orientar para
uma reflexão crítica acerca da formação docente para as novas demandas educacionais.

Inicialmente realizou-se uma busca no site do e-MEC das instituições de ensino superior
credenciadas e cadastradas nas categorias públicas: municipais, estaduais e federais, localizadas no
município do Rio de Janeiro. A busca retornou o quantitativo de 15 instituições, das quais apenas
três possuem oferta de curso de Pedagogia e Letras-Português (licenciatura), a saber: Universidade
do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)
e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Posteriormente, foram visitadas as páginas web das três instituições com o objetivo de obter
as grades curriculares e as ementas das disciplinas oferecidas nos respectivos cursos. As três
instituições disponibilizam para consulta on-line informações relacionadas aos cursos e suas grades
curriculares. A UERJ disponibiliza em sua página web as versões atuais, a UFRJ fornece a grade
curricular de 2015/2, atualizada em 04/12/2019 e a UNIRIO não informa sobre a versão das
informações do ementário.

Na análise das grades curriculares dos cursos de Pedagogia observou-se a oferta de três
disciplinas obrigatórias e três eletivas/optativas. Enquanto os cursos de Letras-Português
(licenciatura) ofertaram três disciplinas eletivas/optativas e nenhuma obrigatória. As informações
sobre as disciplinas ofertadas por cursos, assim como o tipo de oferta, a carga horária e a ementa
encontram-se disponíveis no anexo, Quadros 1 e 2.

A ementa das disciplinas do curso de Pedagogia ofertado pela UERJ e pela UNIRIO
contemplam uma base teórica consistente, que perpassa os pressupostos teóricos, os fundamentos,
as políticas, as iniciativas governamentais, a formação inicial e continuada de professor, as TICs, as
plataformas de aprendizagem e as ferramentas computacionais relacionadas à modalidade. No
entanto, somente a UFRJ aborda em sua ementa, além da base teórica, assuntos relacionados à
atuação do professor-tutor na modalidade, tais como: tutoria, desenho instrucional,
desenvolvimento de material didático, sistemas colaborativos, ambientes virtuais de aprendizagem,
bibliotecas virtuais, entre outros.

Quanto ao curso de Letras-Português (licenciatura), as ementas das disciplinas ofertadas


pela UERJ e pela UNIRIO também contemplam uma base teórica consistente, que perpassa os
pressupostos teóricos, os fundamentos, a legislação, as teorias e abordagens de aprendizagem, a
sociedade da informação, o planejamento e gerenciamento de projetos, a produção e utilização de

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material didático, a capacitação de tutores, as TICs, as ferramentas computacionais, entre outras


relacionadas à modalidade. Cabe atentar que as disciplinas ofertadas pela UNIRIO são as mesmas
ofertadas no curso de Pedagogia.

CONCLUSÕES

A partir dos dados podemos inferir que os conteúdos contemplados nas ementas preveem
uma investigação teórica, histórica, conceitual sobre EaD. A UNIRIO possui a particularidade de
tratar os conteúdos do ponto de vista das ferramentas da informática e sua interface com a educação
a distância. Questionamos o tratamento demasiado conceitual sobre esses conteúdos que se
caracterizam mais por um tema localizado - EaD ou a informática educativa - no lugar de propor
temas e práticas transversais ligados a tecnologia e a educação e que atravessem as demais
disciplinas. Noutras palavras, o fato de as disciplinas relacionadas à temática serem, em grande
maioria, eletivas para as instituições supracitadas corroboram a especificidade com que o tema se
coloca, deixando-nos a dúvida sobre o lugar desses conteúdos para os cursos de Graduação.

E em se tratando de uma perspectiva profissional, ou das competências necessárias para a


prática de tutoria, por exemplo, faltam conteúdos relacionados mais especificamente ao papel do
tutor na mediação pedagógica, haja vista apenas uma das disciplinas abordar sobre o assunto.

REFERÊNCIAS

ABED. Censo EAD.BR: relatório analítico da aprendizagem a distância no Brasil 2018. Curitiba: InterSaberes, 2019.
BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 2016.
BRASIL. Portaria nº 1.428, de 28 de dezembro de 2018. Diário oficial da União. Brasília, DF, 28 dez. 2018.
BRASIL. Portaria nº 90, de 24 de abril de 2019. Diário oficial da União. Brasília, DF, 24 abr. 2019.
BRASIL. Decreto nº 9.057, de 25 de maio de 2017. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 25 maio 2017.
CELLARD, André. A análise documental. In: POUPART, Jean et al. A pesquisa qualitativa: enfoques
epistemológicos e metodológicos. Petrópolis: Vozes, 2008, p. 295-316.
FRANCO, Maria Amélia Santoro. Políticas Organizativas e curriculares, educação inclusiva e formação de
professores. In: Indicativos para um currículo de formação de pedagogos. Rio de Janeiro: DP&A, 2002, p. 173-189.
INEP. Resumo técnico do Censo da Educação Superior 2017. Brasília: Inep, 2019.
INEP. Sinopse Estatística da Educação Superior 2018. Brasília: Inep, 2019.
MOORE, Michael G.; KEARSLEY, Greg. Educação a distância: sistemas de aprendizagem on-line. 3. ed. São Paulo:
Cengage Learning, 2013.
MOREIRA, Antônio Flavio; SILVA, Tomaz Tadeu da (orgs). Currículo, cultura e sociedade. São Paulo: Cortez,
1994.
PERRENOUD, Philippe. Dez novas competências para ensinar. Porto Alegre: Artmed, 2000.

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TENSÕES E PERSPECTIVAS NA RELAÇÃO COM A FORMAÇÃO DOCENTE

ANEXOS
Quadro 1. Disciplinas ofertadas no curso de Pedagogia.
*
Tipo
IES Disciplina *H Ementa
de
oferta

U Sociedade da informação e cibercultura; Sistemas Colaborativos (trabalho


Educação e
F colaborativo e aprendizagem colaborativa); Ambientes Virtuais de
novas E 45
R Aprendizagem; Portais Educativos; Internet; Bibliotecas Virtuais; Software
tecnologias
J Livre.

Histórico. Educação a Distância na Educação Formal, no Ensino


U
Profissionalizante e na Educação Continuada. Legislação e Programas.
Educação
F a
E 45 Iniciativas de governo (federal, estadual e municipal). Experiências Nacionais e
distância
R
Internacionais: Tutoria, Desenho Instrucional e desenvolvimento de material
J
didático para Educação a Distância.

Os avanços científicos e as tecnologias da informação e


comunicação (TICs): fundamentos filosóficos, políticos e éticos da aplicação
das TICs à educação e visão histórica e epistemológica. Tecnologias interativas
U
aplicadas à educação: informática aplicada à educação. Análise e estrutura das
Tecnologias
E e
O 60 principais ferramentas computacionais usadas em educação. Fundamentos da
educação
R
Educação à Distância (EAD). A EAD na formação inicial e continuada dos
J
professores. A EAD na educação básica e superior em suas diversas
modalidades. Políticas de educação tecnológica: iniciativas governamentais
(federais, estaduais e municipais) e da sociedade civil.

U Histórico da Educação a Distância (EAD). Aspectos


N metodológicos da EAD. Projeto Político Pedagógico nessa modalidade.
Educação a
I O 30
distância
R
IO

Políticas nacionais de implantação de informática educativa. Diferentes sites,


U
softwares educativos e aplicativos, suas possíveis aplicações didáticas e
I Informática e
O 60 critérios de escolha. Formas de comunicação via rede e possibilidades de
educação
R
pesquisas pela internet com os respectivos usos em sala de aula. Plataformas
IO
para educação a distância.

Pressupostos teóricos e históricos da ciência da informação. Teoria geral dos


sistemas. Teoria da comunicação. Outras teorias. Informação: conceitos e
Introdução
U à contextos. Fundamentos teóricos sobre aspectos que interferem na produção,

NI ciência da E 30 comunicação e absorção da ciência, tecnologia, cultura e arte, no seu conceito


IO informação mais amplo em áreas específicas de atuação (centros de informação e cultura).
A sociedade de informação e o processo de automação em museus, bibliotecas e

arquivos: impactos e novas estruturas.


*Tipo de oferta: obrigatória (O); eletiva/optativa (E). **Carga horária. (Elaborado pelas autoras).

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DIDÁTICA(S) ENTRE DIÁLOGOS, INSURGÊNCIAS E POLÍTICAS

Quadro 2. Disciplinas ofertadas no curso de Letras-Português (licenciatura).

*
Tipo *
IES Disciplina Ementa
de CH
oferta
Fundamentos em Educação à Distância. Memorial da Educação à
Distância no Brasil e no mundo. A LDB e a Educação a Distância.
Análise das principais teorias/abordagens de aprendizagem que
fornecem subsídios à prática do ensino a distância. A sociedade da
E
Educação a informação e a ruptura de paradigma nos diferentes campos do
R E 30
distância conhecimento para o uso da Educação à Distância. Planejamento e
J
gerência de projetos em Educação à Distância. Produção e utilização
de material didático para Educação à Distância. Os desafios em
Educação à Distância: a evasão nos cursos, a capacitação de tutores e
os problemas de avaliação.
Políticas nacionais de implantação de informática educativa. Diferentes
U sites, softwares educativos e aplicativos, suas possíveis aplicações
Informática
NI E 60 didáticas e critérios de escolha. Formas de comunicação via rede e
e educação
IO possibilidades de pesquisas pela internet com os respectivos usos em
sala de aula. Plataformas para educação a distância.
Pressupostos teóricos e históricos da ciência da informação. Teoria
geral dos sistemas. Teoria da comunicação. Outras teorias. Informação:
conceitos e contextos. Fundamentos teóricos sobre aspectos que
Introdução
U
interferem na produção, comunicação e absorção da ciência,
NI à ciência da E 30
tecnologia, cultura e arte, no seu conceito mais amplo em áreas
RIO informação
específicas de atuação (centros de informação e cultura). A sociedade
de informação e o processo de automação em museus, bibliotecas e
arquivos: impactos e novas estruturas.
*Tipo de oferta: obrigatória (O); eletiva/optativa (E). **Carga horária.
Fonte: Elaborado pelas autoras, com base na pesquisa realizada.

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TENSÕES E PERSPECTIVAS NA RELAÇÃO COM A FORMAÇÃO DOCENTE

Resumo
Este artigo está vinculado ao eixo “Formação docente” e objetivou investigar como os currículos
acadêmicos dos cursos de Pedagogia e Letras-Português (licenciatura) propõem desenvolver as
competências desejáveis do professor-tutor para atuação no contexto da educação a distância, uma vez
que o setor se encontra em franca expansão. O aporte teórico da pesquisa abarca contribuições de
Perrenoud sobre as competências desse profissional e de Moreira e Silva sobre a concepção de
currículo. Ademais, dados do INEP e da ABED contribuem com dados sobre o número de vagas, de
alunos matriculados e de cursos que se destacam na modalidade. A metodologia utilizada baseou-se na
análise documental tendo como foco a abordagem qualitativa. Inicialmente realizou-se uma pesquisa
das instituições públicas, localizadas no município do Rio de Janeiro, que ofertam cursos nas áreas
predeterminas, na modalidade presencial. Dentre as quais foram selecionadas as instituições que
dispunham dos cursos em questão. Em seguida, realizou-se a pesquisa das grades curriculares dos
cursos nas respectivas páginas de internet das instituições, com o intuito de identificar quais disciplinas
ofertadas contribuem para a formação do professor-tutor para atuação na modalidade a distância.
Procedeu-se então a análise dos dados obtidos considerando-se a ementa das disciplinas e seu
alinhamento às especificidades da modalidade. A análise dos dados revelou que o curso de Pedagogia é
o único que oferece disciplinas obrigatórias relacionadas ao campo da educação a distância e suas
tecnologias. Sendo, a maior oferta, em ambos os cursos, de disciplinas eletivas ou optativas. Além disso,
a partir da análise das ementas dos cursos verificou-se que as disciplinas obrigatórias possuíam foco
teórico, não abordando especificidades da atuação do professor- tutor. Neste sentido, apenas uma
instituição, com disciplina eletiva do curso de Letras-Português (licenciatura) possui a ementa com
enfoque nas especificidades metodológicas e tecnológicas demandadas pela modalidade.
Palavras-chave: Professor; Tutor; Formação docente; Currículo; Educação a distância.

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