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Abstract: This article deals around the training of teachers in the Education articulated Full
Time Information and Communication Technologies. In trouble, it highlights: the curriculum
guidelines of Municipal Education Caxias - Maranhão have incorporated Information and
Communication Technologies as a way to add new knowledge to the continuing education of
teachers? Thus, I will analyze in the continuing education of teachers in a school of elementary
school de Caxias - MA which is relevant to build a political insertion of an education curriculum
in Full Time articulated Information and Communication Technologies. In the survey, outline
me the qualitative approach to the analysis: literature, observations and memorial, among other
events that make up the field of research.
1
Mestre em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Santa Catarina
- UFSC. Doutoranda em Educação pela Universidade Federal de Pelotas. Membro do grupo de estudos e pesquisas
Formação de Professores e Práticas de Ensino – FOPPE E-mail: nadjamagalhaes78@gmail.com
2
Mestre em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Santa Catarina
- UFSC. Doutoranda do PPGE da UFSC. Membro do grupo de estudos e pesquisas Formação de Professores e
Práticas de Ensino – FOPPE.andressa.brandt@ifc.edu.br
3
Mestre em Práticas Socioculturais e Desenvolvimento Social (UNICRUZ). Especialista em Supervisão Escolar
e Orientação Educacional (UNICRUZ). Licenciada em Pedagogia (UNICRUZ). Docente da Universidade de Cruz
Alta. E-mail: acezar@unicruz.edu.br
4
Doutoranda dos Programa de Pós-Graduação de Educação Científica e Tecnológica - UFSC. Professora do IFC
– Campus Camboriú. E-mail: luciana.lohn@ifc.edu.br
INTRODUÇÃO
5
Caxias é o quarto município mais populoso e territorialmente maior do estado do Maranhão, com cerca de
155.129 mil habitantes, segundo dados do IBGE (2010). A cidade faz parte da região Meio-Norte e está mais
próxima da capital do Piauí, Teresina, a apenas 66 quilômetros de distância. Ela fica a 360 quilômetros da capital
do Maranhão, São Luís, a 656 quilômetros da capital do Ceará, Fortaleza, e a 838 km da capital do Pará, Belém.
A cidade de Caxias traz em seu bojo filhos ilustres, poetas e artistas, como: Gonçalves Dias, Coelho Neto, Teófilo
Dias, Vespasiano Ramos, César Marques, Raimundo Teixeira Mendes, entre outros. Esses são imortalizados pelo
Instituto Histórico de Caxias, denominado Casa de César Marques, que funciona em um espaço revitalizado, na
antiga Estação Ferroviária, onde os visitantes podem fazer pesquisas sobre a cidade em coleções raras de jornais e
livros antigos. (MAGALHÃES, 2014).
6
BRANDT, A. Graziele; MAGALHÃES, Nadja Regina S. Currículo e cultura escolar: sua influência nos
saberes do trabalho docente. II Congresso Ibero Americano de Estilos de Aprendizagem, Tecnologias e Inovações
na Educação – II CIEATIE. 14 de novembro. Brasília. 2013.
capitalista; (3) compreender como o currículo atua, e (4) propor uma escola diferente
seja na perspectiva socialista, seja na perspectiva libertária.
7
Um dos documentos oficiais será o Plano Nacional de Educação - PNE 2014-2024.
Integral aliada as TIC. Minayo (2002) estabelece a diferença entre qualitativo e quantitativo,
destacando que na pesquisa quantitativa, os cientistas sociais trabalham com dados estatísticos,
apreendem dos fenômenos apenas a região visível, ecológica, morfológica e concreta; a
qualitativa aproxima-se do universo de significados das ações e relações humanas, as quais não
podem ser quantificadas.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
8
Criado pelo Ministério da Educação no ano de 2007, o qual é regulado pela Portaria Normativa Interministerial
nº17, a partir do decreto nº 7.083, de 20 de janeiro de 2010.
2020, na meta 6, que visa "oferecer educação em tempo integral em 50% das escolas de
educação básica".
Nessa ótica, para a implantação nas escolas de Caxias, D 01 destaca: “Isso passa por
uma esfera maior. Depende muito da questão do espaço, da jornada ampliada, não adianta se
não tiver uma conexão da esfera maior do programa para seguir as diretrizes de acordo com
o que está nas resoluções, nos manuais”. D 01 insiste que para implantar o Programa Mais
Educação, precisaria minimamente ter uma sensibilização de espaço, da questão da ampliação
das escolas e, sobretudo, articular as TIC à formação dos professores, ou seja, um estudo mais
apurado da qualidade desse programa, da sua capacidade de intervenção. D 01 revela que a
adesão ao programa Mais Educação, cujo interesse discursado é qualificar as práticas
pedagógicas, especialmente no que se refere aos atos de ensinar e de aprender em sala de aula,
interligados às TIC, demandou a contratação de 480 monitores para atuarem em cinco
macrocampos: Esporte e Lazer; Arte e Cultura; Meio Ambiente; Cultura Digital e Letramento.
Durante a pesquisa o macrocampo cultura digital aparece para ajudar os estudantes a
construírem critérios para sua navegação. O professor nomeado como D 01 destaca que para
ensinar o aluno, há necessidade de uma formação continuada que contribua no contexto de suas
aulas e não apenas nos momentos do macrocampo citado no Programa Mais Educação para os
estudantes.
A falta de espaço físico adequado para utilização das TIC na escola em que os
professores pesquisados trabalham é só uma amostra dos obstáculos que enfrentam esses
profissionais para cumprirem com suas atribuições e, muitas vezes, têm que improvisar para
que os alunos sejam atendidos com esses recursos. D 02 enfatizou que sua escola não tinha
espaços adequados para a utilização desses recursos. A realidade da escola municipal
pesquisada mostrou que ainda há uma necessidade de espaço físico adequado para o manuseio
e utilização de recursos tecnológicos.
Ao perguntar aos sujeitos entrevistados sobre a formação continuada recebida, se esta
contemplava a utilização das TIC ao Currículo Escolar de Tempo Integral, o professor D 02
respondeu: "As diretrizes curriculares ainda não estão consolidadas na escola nessa
direção.Os professores começaram a adquirir outras habilidades, mas as mudanças seguem a
passos muito vagarosos, especialmente com relação aos processos de aprendizagem dos
conteúdos curriculares ligados às TIC”.
Segundo o professor D 03, “Não podemos mais evitar as TIC, pois a Universidade
precisa ampliar o olhar percebendo-se como um espaço aberto com horizontes para a
aprendizagem e o conhecimento que incorpore as TIC". A partir disso, é necessário refletir
sobre os limites e as possibilidades de um trabalho multidisciplinar nas escolas municipais de
Caxias - MA, onde a formação inicial na Universidade necessita agregar ao seu currículo o
conhecimento teórico e prático sobre as TIC, onde também os professores possam agregar
saberes à prática que realizam.
REFERÊNCIAS
CHARLOT, Bernard. Da relação com o saber: elementos para uma teoria. Porto Alegre:
Artmed, 2000.
SACRISTÁN, J. Gimeno. O currículo: uma reflexão sobre a prática. 3 ed. Porto Alegre:
Artmed, 2000.
INTRODUÇÃO
1
Enfermeira. Mestranda do Programa de Pós-Graduação Scricto sensu em Atenção Integral em Saúde da
UNIJUÍ/UNICRUZ. E-mail: sarag.sperling@yahoo.com.br.
2
Biomédica. Doutora em Biologia Celular e Molecular Aplicada à Saúde. Docente do Curso de Biomedicina
(UNICRUZ) e do PPGAIS UNICRUZ/UNIJUÍ. E-mail: coser@unicruz.edu.br.
3
Enfermeira. Mestre em Saúde e Gestão do Trabalho. Professora do Instituto Federal Farroupilha-campus Santo
Ângelo. Membro do Grupo de Estudos e Pesquisas em Enfermagem Saúde e Educação – GEPESE. E-mail:
sandra.cardoso@iffarroupilha.edu.br
Para tanto, devem ser utilizadas variáveis denominadas de propriedades psicométricas,
a fim de garantir a qualidade de um instrumento. Entre essas propriedades, destacam-se a
confiabilidade e a validade. A confiabilidade é a capacidade de um instrumento medir fielmente
um fenômeno. A validade é a capacidade de um instrumento medir com precisão o fenômeno
a ser estudado (PILLATTI; PEDROSO; GUTIERRES, 2010).
Para validar um instrumento existem etapas previamente elaboradas para que as
propriedades psicométricas possam ser efetivadas (COLUCI, ALEXANDRE; MILANI, 2015).
Estas etapas serão discutidas com maior abrangência na metodologia do presente estudo.
Este estudo tem por objetivo relatar a experiência do processo de validação de um
instrumento de pesquisa.
METODOLOGIA
RESULTADOS E DISCUSSÕES
No instrumento, a escala definida a ser trabalhada foi a Escala de Likert, que consiste
em uma série de itens relacionados ao foco da atitude a ser medida. As Escalas de Likert
investigam informações para compreender um sujeito ao combinar suas respostas a uma série
de perguntas (itens) de opinião projetadas para abordar os aspectos relevantes da atitude em
questão. O uso de vários itens, em vez de uma única pergunta, deverá produzir um índice mais
confiável, válido e discriminatório do que um único item (WILLITS; THEODORI; LULOFF,
2016).
Desta forma, realizou-se convite formal à oito (08) profissionais especialistas para que
pudessem avaliar o instrumento como juízes especialistas, quanto a representatividade e
abrangência dos domínios e itens que o constituem. Do total de especialistas convidados,
aceitaram participar da avaliação seis (06) profissionais, entre eles, um Médico Ginecologista,
duas Enfermeiras com experiência em realização de coleta de material para o exame
citopatológico, duas Citologistas e uma Fisioterapeuta.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
COLUCI, Marina Zambon Orpinelli; ALEXANDRE, Neusa Maria Costa; MILANI, Daniela.
Construção de instrumentos de medida na área da saúde. Ciência & Saúde Coletiva. v. 20, n.
3, p. 925-936, 2015.
WILLITS, Fern K.; THEODORI, Gene L.; LULOFF, A.E. another look at Likert Scales.
Journal of Rural Social Sciences. v. 31, n. 3, p. 126-139, 2016.
PRODUÇÃO ORAL E ESCRITA INTERDISCIPLINAR NA EJA:
ESPAÇO DE AMPLIAÇÃO DA COMPETÊNCIA COMUNICATIVA
Resumo
O presente artigo discute sobre a importância de se motivar, por métodos diversificados, a
expressão oral e escrita nos alunos em qualquer modalidade de ensino, em especial na Educação
de Jovens e Adultos, considerando, sempre, o meio em que os mesmos estão inseridos. Essa
prática deve ser desenvolvida no cotidiano escolar, envolvendo direção, supervisão, os
professores de todas as áreas de ensino a fim de se atingir os objetivos propostos. Os objetivos
é que precisam ser estabelecidos com seriedade e ética. Não dá para fazer de conta que
ensinamos, ainda mais com jovens e adultas. O professor precisa ter formação específica para
atuar na EJA, pois muitos fatores contribuem para o sucesso ou o fracasso de uma aula de leitura
e produção, como: estrutura escolar (recursos), diversidade da faixa etária dos alunos, falta de
leitura e informação dos alunos, e até mesmo falta de planejamento e produção de material
didático adequados pelo professor, direcionados à produção. Tem-se como base teórica vários
autores, convém ressaltar Barreto, Brandão, Brunel, Costa Val, Freire, Gadotti, Libânio,
Sarmento, dentre outros.
Introdução
O trabalho com a produção textual deveria ser inerente ao ser humano, porém isso não
se confirma e ainda é necessário que esta prática seja conduzida e até direcionada, inclusive nos
adultos. Para tanto, as escolas que possuem a modalidade EJA devem se preparar para esse
trabalho, seguindo um processo contínuo, pois, em geral, os alunos que não gostam de ler e
escrever, tiveram poucas experiências prazerosas de fala, de leitura e de escrita.
1
Doutora em Linguística pela UFSM, RS e Aveiro/Portugal. Mestre em Linguística pela UPF. Mestre em
Educação pela Uninorte/ PY. Pesquisadora do GEL e NEPPS/Unicruz.. Coordenadora Proenem/Unicruz. Email:
imdlinck@unicruz.edu.br
2
Mestre em Práticas Socioculturais e Desenvolvimento Social/Unicruz.Especialista em Linguística no Ensino de
Línguas e Literatura-Unicruz. Professora da Unicruz e rede pública estadual/RS.febastolla@yahoo.com.br
3
Doutoranda em Educação nas Ciências/Unijuí. Mestre em Extensão Rural/UFSM. Professora do Centro de
Ciências Humanas e Sociais/Unicruz. Membro do NEEPS e GPEHP/Unicruz. Membro do Conselho de Assuntos
Internacionais - CONAI/Unicruz. Assessora do PUFV/Sicredi Planalto RS/SC. E-mail: rfelix@unicruz.edu.br
4
Docente da Universidade de Cruz Alta – Unicruz; Mestre em Educação nas Ciências- UNIJUI ; Doutora em
Filosofia – UNISINOS; Bacharel Em Dança- Unicruz. Pesquisadora GPJUR; borbova@gmail.com
Apesar de existirem constatações importantes sobre o aluno que participa da Educação
de Jovens e Adultos, não podemos deixar de mencionar que pouco realmente se conhece sobre
este aluno. Há pesquisas quantitativas circulando a respeito, no entanto, poucas pesquisas se
desenvolvem com o objetivo de compreendê-lo em sua essência e especificidade, no contexto
escolar.
Os estudos existentes ficam direcionados às questões externas da EJA, como evasão,
repetência, entre outros, deixando em aberto questões que versam sobre como o adulto aprende
e a relação da aprendizagem com a sua subjetividade, seus sonhos, sua visão de mundo, utopias,
etc. Por isso, justifica-se a relevância desta discussão, para se pensar metodologias específicas
que venham ao encontro das necessidades dos referidos educandos.
Além de outros aspectos, este texto reforça a necessidade de se propor novas estratégias
e instrumentos que incentivem o desenvolvimento de habilidades e competências básicas para
que o aluno se perceba como sujeito crítico de sua história e do ambiente onde atua e, assim,
aproprie-se efetivamente de novos saberes. De nossa parte, pensar situações que ampliem a sua
competência comunicativa, já é um bom começo.
O professor deve ensinar. É preciso fazê-lo. Só que o ato de ensinar se constitua como
tal, é preciso que o ato de aprender seja precedido, ou concomitante ao ato de aprender
o conteúdo ou o objeto cognoscível, com que o educando se torna produtor também
do conhecimento que lhe foi ensinado.
É sobre educação popular que abordamos e, segundo José Carlos Barreto e Vera Barreto
(1995, p. 32), “A aprendizagem, na visão popular, está centrada na ação do professor. É ele que
coloca o conhecimento dentro dos alunos (...) acham que o professor ensina, só quando fala de
coisas sobre as quais eles não tenham a menor idéia”. Assim sendo, devem ser pensadas
estratégias pedagógicas que desmistifiquem os estereótipos de que a educação está restrita à
sala de aula onde o professor é o único detentor do conhecimento.
O professor que se propõe a trabalhar na EJA deve ter clareza do seu compromisso
com esses alunos que, outrora, já foram excluídos do contexto escolar. O professor não pode,
de maneira alguma, contribuir para repetir a mesma história, seja por posturas tradicionais e
ultrapassadas, ou por falta de planejamento. Cabe salientar ainda, que as teorias de uma atuação
transformadora da realidade ultrapassam os discursos e se concretizam nas relações
pedagógicas entre professores e alunos, como formadores que procuram intervir nas
experiências educativas pela interação.
Nesse sentido, é preciso mobilizar os alunos da Educação de Jovens e Adultos para
voltarem a estudar, mais ainda, mostra-lhes o quão prazeroso e necessário é ter o domínio da
leitura e da produção textual. Como fazer isso? Temos de levar em conta que o adulto está num
outro estágio da vida, ele está tratando da sobrevivência, está imerso no mundo do trabalho. Já
construiu valores, princípios e saberes muito significativos. Não dá para esquecer que este
educando até então resolveu o problema de sua sobrevivência. Então, temos de considerar isso
como um importante saber e colocar a escrita em ação, a serviço da vida que ele leva e dos
saberes que ele já possui. Além disso, mostrar como a leitura e a escrita podem ajudá-lo a
desenvolver a competência comunicativa nos diversos contextos a que ele pertence.
Na prática, a percepção da importância desse domínio é mais difícil para a pessoa adulta,
porque os Jovens e Adultos são, em sua maioria, oriundos da escola que fracassou, que,
inclusive incorporou neles a falsa noção de que não são capazes de aprender. Quantos destes
educandos, em outro tempo, foram convencidos, e também suas famílias, de que eles “não
davam para o estudo”, “ que a escola não é pra todos”, e que, por isso, não viriam a aprender e
que também por isso abandonaram os bancos escolares.
Ciente disso, o educador deve encontrar formas de convencer o educando de que ele é
muito capaz, que tem relevância social, e que é importante que ele se mobilize para aprender.
É exatamente como a criança pequena de classe popular que não tem o mundo escrito à sua
volta, que não tem nada escrito em casa, o pai não lê, a mãe é analfabeta; e, por isso, esta criança
também tem dificuldade, não se mobiliza para ler porque aquilo não tem nenhum sentido prático
em sua vida. E, com o Jovem e Adulto é a mesma situação. Assim, ao propor a produção textual,
é importante abordar sobre o percurso vivido pelo aluno até ali; é preciso produzir a partir do
que ele pensa, gosta, quer, diz, faz, conta , acredita e do que ele necessita “ler da vida para a
sua vida”.
Em se tratando de “ler a/para a vida”, é preciso pensar de forma mais ampla. Assim, a
produção de materiais didáticos destinados à EJA, poderia, numa perspectiva interdisciplinar,
tratar a leitura como construção de sentidos a ser trabalhada não apenas nas aulas de língua
portuguesa, mas em todas as disciplinas do currículo. Além, é claro, de respeitar as
especificidades da EJA, o que inclui sua proposta político-pedagógica de emancipação dos
sujeitos populares e de transformação social.
Convém ressaltar que a (re) construção de um planejamento mais crítico, capaz de
satisfazer as necessidades culturais das classes trabalhadoras exige de seus educadores não só
o compromisso ético e político com a dignidade humana, mas também uma postura
investigativa permanente, na busca de respostas que garantam um processo educativo
substantivamente popular (FREIRE, 1997). Tal postura, acredita-se, possibilitará aos sujeitos
envolvidos a compreensão de que a resolução dos problemas enfrentados na EJA não estão nas
mãos de alguns sujeitos, em especial. Estão, sim, no conjunto das relações sociais e nas ações
criativas e transformadoras por parte da totalidade de seus atores. Isso inclui, sem dúvida, o
professor de EJA que, tendo incorporado e assumido sua própria mudança, avalia/reinventa sua
práxis educativa cotidianamente, sem permitir que visões ingênuas e imobilizadoras do tipo
“faça pelo que ganha”, “ qualquer coisa serve”, sejam transformadas, por pessoas
inescrupulosas, em pretextos como “ganha pelo que faz”. Isso é uma postura, no mínimo,
perversa.
O professor da EJA dever ser motivado, ser apoiado, até porque, como não existe
abundância de materiais específicos para essa modalidade de ensino, ele precisa pesquisar
muito e ser ainda mais criativo. Essa é mais uma dificuldade porque, muitas vezes, quando se
depara com uma classe de EJA, o docente já está em sua segunda ou terceira jornada de trabalho
diário. Para ter eficácia, é preciso muito comprometimento. Um caminho para driblar a questão
será: criar estratégias de formação permanente, montar um grupo de estudos com colegas
interessados no tema, procurar textos, convidar pessoas mais experientes para uma reflexão,
promover oficinas, organizar materiais de forma coletiva e conhecer muito bem o aluno. Isso
tudo vai ajudar o docente a encontrar uma linha de trabalho com resultados positivos.
Conforme sabido, as classes de EJA são heterogêneas, misturam jovens urbanos
envolvidos em movimentos da cultura de massa, pessoas que precisam do diploma para uma
promoção no emprego, migrantes da zona rural, pessoas que almejam uma participação
político-social mais ativa, idosos, jovens desagregados, pessoas cheias de sonhos, fiéis que
querem aprender a ler a Bíblia, entre outros. Essa busca diferenciada pode ser percebida de duas
formas: como dificuldade ou como ganho. Nós apostamos na última, pois todos, tanto
professores como alunos, ganham com a diversidade.
Não há prática educativa sem objetivos elaborados a partir de critérios que reflitam os
valores e idéias da legislação, os conteúdos produzidos pela prática social da
humanidade e as necessidades e expectativas de formação cultural exigidas pela
população majoritária da sociedade.
O aluno EJA sabe porque voltou a estudar. Ele tem clareza dos seus objetivos. Então,
se o professor se der conta disso, terá menos problemas na formação de leitores escritores, cuja
atitude crítica impedirá uma visão ingênua diante da leitura de textos e, consequentemente,
diante da leitura de mundo, como diria Freire. Visto que, esse aluno já possui uma vasta
bagagem de experiências vividas, ela deve ser aproveitada na construção e organização de
novos saberes.
De acordo com Ilari (1992, p.73), “Não se aprende o que não é vivido, e não se organiza
o que não se aprendeu {...}”. O ensino de produção de textos deve, então, promover uma prática
constante de leitura, organizada em torno de uma diversidade de obras. Textos de qualidade
podem se tornar boas referências de escrita para os alunos, além de constituírem motivação para
o ato de escrever. Assim, a formação de um aluno escritor depende de suas práticas continuadas:
a prática de leitura e de produção de textos orais e escritos. No entanto, deve-se levar em conta
que falar é uma coisa; escrever é outra. E, é aqui que se acentua o trabalho do educando, pois
tornar o aluno um escritor, um produtor (e não um mero reprodutor) é a tarefa mais complicada
desse processo. A fala se distancia da escrita; há todo um sistema de representação a dominar,
tornando-se esse o maior problema enfrentado pelos alunos.
Aproveitando nossas histórias de leitura, não podemos deixar de dizer que , com
Geraldi (1994, p. 84), “Numa sociedade onde a leitura não é uma prática social, ler na sala de
aula para construir possibilidade, construir significações, torna-se perigosa subversão. Lutar por
ela é lutar, onde se está, contra o status quo”.
Se desejarmos garantir aos Jovens e Adultos a apreensão de saberes necessários ao seu
desenvolvimento por inteiro, a leitura deverá ter sua concepção revista, valorizada e mais bem
trabalhada nos espaços educativos da EJA. Isso envolve, sem dúvida, a criação de valores éticos
para que homens e mulheres, sejam Jovens ou Adultos, possam (con)viver com dignidade e de
fato possam ser felizes.
Novamente Freire (2000 p.25):
Nessa linha, saber expressar ideias e sentimentos é tão importante, até para representar
pontos de vista, mas antes de se saber fazer isso, é preciso conhecer os recursos que a língua
oferece e que estão à disposição, prontos para serem usados de maneira criativa. Vale ressaltar
que é necessário um cuidado especial quanto à questão da leitura relacionada à escrita,
principalmente na EJA, pois a primeira leitura é um dos elementos que constituem o processo
de produção.
Nessa perspectiva temos Travaglia (1997, p. 22):
(...)a língua é vista como um código, ou seja, como um conjunto de signos que
se combinam seguindo regras, e que é capaz de transmitir uma mensagem,
informações de um emissor a um receptor. Esse código deve, portanto, ser
dominado pelos falantes para que a comunicação possa ser efetivada. Como o
uso do código que é a língua um ato social, envolvendo conseqüentemente duas
pessoas, é necessário que o código seja utilizado de maneira semelhante,
preestabelecida, convencionada para que a comunicação se efetive.
A educação de Jovens Adultos, em qualquer uma das áreas que compõem a base
curricular, deve ser sempre uma educação multicultural, uma educação que desenvolva o
conhecimento e a integração na diversidade cultural, como afirma Gadoti (2003, p. 48):
Que a educação seja o processo através do qual o indivíduo toma a história em suas
próprias mãos, a fim de mudar o rumo da mesma. Como? Acreditando no educando,
na sua capacidade de aprender, descobrir, criar soluções, desafiar, enfrentar, propor,
escolher e assumir as conseqüências de sua escolha. Mas isso não será possível se
continuarmos bitolando os alfabetizandos com desenhos pré-formulados para colorir,
com textos criados por outros para copiarem, com caminhos pontilhados para seguir,
com histórias que alienem, com métodos que levam em conta a lógica de quem
aprende.
Seja como for, a forma de despertar o gosto pela leitura e a escrita deve ser repensada,
o professor da área de Língua Portuguesa pode recorrer às mais variadas produções, e deve
buscar envolver os colegas docentes das outras áreas. Além de textos literários em prosa e
poesia, muitos outros textos podem se tornar objeto de estudo na sala de aula com Jovens e
Adultos, preferencialmente aqueles que já fazem parte da sua realidade (por exemplo: receitas
culinárias, bulas de remédios, formulários de inscrições, notícias e artigos de jornais sobre
temas da atualidade). Quanto mais próximo estiver o texto escrito do cotidiano do aluno, mais
o conteúdo se torna significativo e, portanto, maiores as possibilidades de ele auxiliar o processo
de aprendizagem. Antigamente se pensava que era preciso memorizar para aprender. Hoje se
sabe que aprender leva a memorizar. O interesse pelo que se estuda será sempre o primeiro
passo numa aprendizagem significativa, duradoura e prazerosa.
Parafraseando Val (1990), ao produzirmos um texto, estamos exercitando dois planos
importantes no processo de produção textual: o plano conceitual e o plano linguístico. Tais
planos garantem ao texto uma melhor compreensão do que foi dito, como também se
responsabilizam pela tessitura textual. Assim, podemos dizer que o plano linguístico e o
conceitual estabelecem a coesão e a coerência textuais.
Considera-se importante ressaltar que, ao escrever, o aluno não pode partir de um vazio.
Ele precisa habituar a fazer suas escolhas com base em um objetivo evidente (informar,
conversar, emocionar, divertir, etc.), com a necessidade de planejar o texto a ser escrito. Assim,
pela aplicação de diferentes linguagens, o aluno é instigado a produzir mais e melhor. Além
disso, é possível afirmar, também, que utilizando assuntos relacionados aos seus interesses, os
alunos terão um melhor desempenho na produção textual, como: atualidade; músicas; relatos;
texto coletivo.
Vale lembrar que o ato da escrita não é solitário e que para ser significativo é preciso ter
o que dizer e a quem dizer, ou seja, escrever é uma ação interativa. Por essa razão, as propostas
de redação devem ser sempre decorrentes de discussões, conversas ou reflexões. Isso porque, a
produção de texto pressupõe sempre um leitor, sem o qual, a escrita perde o sentido. Se o
professor não dispuser de condições para ler todos os textos, pode lançar mão de estratégias
como, por exemplo, a roda crítica, na qual os colegas, em grupos, leem os textos e opinam sobre
eles, dando, inclusive, sugestões para mudanças.
Existem inúmeras formas e todas são válidas para que os alunos despertem o interesse
pela escrita. Várias são as estratégias possíveis. Caberá ao educador avaliar as necessidades de
sua classe e de que forma os alunos, já motivados, possam realmente ampliar a sua competência
comunicativa.
Da mesma maneira que se considera importante as condições de leitura dos textos, deve-
se também considerar as condições ideais para a produção destes, dentro do processo ensino e
aprendizagem. A performance do aluno dependerá dessas condições. Dentre elas, encontra-se
a motivação. O ato de escrever, como uma investigação do mundo ou de si mesmo, deve
resgatar o prazer, inerente ao ser humano, de tal forma que, no momento da criação dos textos,
o prazer acabe por tornar-se o próprio escrever. Afinal, trata-se de dialogar, reinventar, jogar
com palavras, soltar a imaginação, criar sequências lógicas e coerentes.
Nesse sentido, acredita-se que os recursos, em especial os lúdicos, e as diferentes
linguagens são essenciais para estimular o adulto nesse processo de conquistas, porque une o
“prazer” ao “dever”. São inúmeras as vantagens quando se utilizam dinâmicas na sala de aula,
sendo: o aluno lida com os limites do real/imaginário, busca sair de situações embaraçosas,
utilizando o raciocínio lógico, solidariza-se com os colegas para atingir os objetivos, diverte-
se, e fica descontraído.
Essas diferentes metodologias aplicadas trazem outras vantagens como o estímulo das
diferentes inteligências (visual, musical, intra e interpessoal), resultando na melhoria do
desempenho linguístico do aluno na produção textual. No entanto, em especial na EJA, é
preciso investir também na relação afetiva que se instaura entre professor/aluno no ambiente
escolar, quando ambos, desarmados, colocam-se em pé de igualdade. De fato, fluiu da melhor
maneira, pois o aluno sente-se próximo, seguro, aberto, ou no mínimo percebido como sujeito.
Um sujeito com direito a vez e voz, mesmo em uma sociedade excludente como a nossa.
Por fim, uma coisa é certa: em se tratando de EJA, não há como melhorar os índices
educacionais se não pensarmos a melhora da competência comunicativa a partir de um trabalho
interdisciplinar, muito além das aulas de Língua Portuguesa.
Referências bibliográficas
BARRETO, José Carlos e Vera.Um sonho que não serve ao sonhador. Revista de
Alfabetização e Cidadania. Rio de Janeiro: Grafhus, 1995.
BRANDÃO, Helena N.cood. Gêneros do discurso na escola. São Paulo, Cortez, 2000.
(Col. Aprender e Ensinar com Textos).
COSTA VAL, Maria da Graça. Redações e textualidade. São Paulo: Martins Fontes,1994.
GERALDI, João Wanderlei, org. O texto na sala de aula. São Paulo, Ática, 1994.
ILARI, Rodolfo. A lingüística e o ensino da língua portuguesa. 4ª. Ed. São Paulo: Martins
Fontes, 1992.
RESUMO
O presente estudo teve por objetivo analisar a percepção de alunos sobre as contribuições do
projeto de extensão da Universidade de Cruz Alta “Construindo um Futuro saudável por meio
da Promoção a Saúde”. Este estudo caracterizou-se como uma pesquisa descritiva utilizando-
se como instrumento um questionário contendo seis perguntas: quatro abertas e duas fechadas.
Participaram do estudo 79 alunos dos anos finais do ensino fundamental de uma escola da rede
pública da cidade de Cruz Alta – RS. 64% dos participantes avaliaram as atividades propostas
pelo ProSaúde como sendo ótimas e 28% como boas e 8% como médias e ruins. Observou-se
também que as atividades preferidas e mais solicitadas pelos alunos foram as que envolveram
movimento (atividade física). Os resultados evidenciaram que há um déficit da disciplina
Educação Física no currículo escolar, apesar da alta demanda dos alunos. A partir daí, pode-se
observar a importância dos projetos de extensão nas universidades. Visto que proporcionam
diversos aprendizados e vivências para o acadêmico, além de proporcionarem motivação por
meio de ações novas e diversificadas, e constituírem um elo entre a instituição de ensino e a
comunidade, suprindo ou amenizando suas demandas.
Palavras Chaves: Extensão. Ensino Superior. Projetos de Aprendizagem. Contexto escolar.
ABSTRACT
The present study had the objective to analyze the students' perceptions about the contributions
of the extension project of the University of Cruz Alta “Building a Healthy Future through
Health Promotion”. This study was characterized as a descriptive research using as instrument
a questionnaire containing six questions: four open and two closed-ended. The study included
79 students from the final years of a public elementary school in Cruz Alta city. 64% of the
participants evaluated the activities proposed by ProSaúde as being optimal and 28% as good
and 8% as medium and bad. It was also observed that the preferred and most requested activities
of the students were those that involved movement (physical activity). The results evidenced
that there is a deficit of Physical Education in the school curriculum, despite the high demand
of students. From there, one can observe the importance of extension projects in universities.
Since they provide diverse learning and experiences for the academic, as well as providing
1
Acadêmica do Curso de Educação Física - Bacharelado da UNICRIZ. E-mail:nathaliacarvalho91@hotmail.com
2
Graduada do Curso de Educação Física - Licenciatura da UNICRUZ e acadêmica do Curso de Educação Física
- Bacharelado da UNICRIZ. E-mail: fernandadarosa96@gmail.com
3
Acadêmica do Curso de Educação Física – Licenciatura da UNICRIZ. E-mail: gabrielabruum96@gmail.com
4
Acadêmica do Curso de Educação Física - Licenciatura da UNICRIZ. E-mail: manoelafcortes@hotmail.com
5
Profa. Dra. do Curso de Educação Física da UNICRUZ. E-mail: mkrug@unicruz.edu.br
motivation through new and diversified actions, and linking the institution and the community,
providing or ameliorating their demands.
INTRODUÇÃO
Para que haja uma formação acadêmica de qualidade, é de extrema importância que, a
universidade seja um espaço que vá além da formação especializada e profissional,
contribuindo também para uma formação cultural e crítica do aluno, de forma ampla. Isso é
possível por meio da integração ensino, pesquisa e extensão. Como previsto no Artigo 207 da
Constituição Federal Brasileira de 1988, “as universidades gozam de autonomia didático-
científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial, e obedecerão ao princípio de
indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão” (BRASIL, 1988, p.145).
O Plano Nacional de Extensão Universitária - PNExt (BRASIL, 1999) parte das
diretrizes de que o engajamento da universidade com a sociedade, o compromisso da extensão
com a educação, da relação com políticas públicas por meio de programas capazes de gerar
desenvolvimento social e outros, são indispensáveis para a formação profissional do cidadão.
Neste aspecto, o Plano Nacional de Educação – PNE procura assegurar que, “no mínimo, 10%
do total de créditos exigidos para a graduação no ensino superior no País seja reservado para a
atuação dos alunos em ações extensionistas” (BRASIL, 2001, p.36). Ou seja, apesar das ações
de extensão não figurarem no mesmo nível de importância das de ensino e pesquisa, é
indispensável o seu desenvolvimento, não só no ambiente interno da universidade, mas também
na comunidade onde ela encontra-se inserida.
A extensão está intimamente ligada à pesquisa e ao ensino, porém, voltada à sociedade.
Há diversos conceitos atribuídos a atividade de extensão, mas todos carregam a ideia de
aproximação da universidade com a comunidade, para exercer a cidadania (TAUCHEN;
FÁVERO, 2011). É possível disseminar todo o conhecimento acadêmico produzido na
universidade e concretizá-lo por meio de práticas sociais como feiras, cursos, capacitações,
aulas regulares, palestras, consultorias e etc. E, uma excelente forma de aplicá-las é atuando no
contexto escolar da comunidade, tendo em vista que esse ambiente possui necessidades
emergentes na área da educação básica.
Compreendendo a importância desta relação entre universidade e escola, desde o ano de
2013 (com renovação anual até o ano de 2018)6 o Projeto de Extensão “Construindo um Futuro
Saudável por Meio da Promoção a Saúde – ProSaúde da Universidade de Cruz Alta/UNICRUZ,
desenvolve ações de promoção da saúde em uma escola da rede pública de ensino no município
de Cruz Alta. O projeto já foi palco de vários estudos dentre eles apontamos para uma tese de
doutorado (KRUG, 2016), que teve como objetivo analisar a percepção de professores e alunos
de uma escola básica assim como alunos de graduação sobre as perspectivas do ensino
colaborativo no desenvolvimento de projetos de aprendizagem, tendo a promoção da sáude
como eixo articulador.
As ações do projeto de extensão já tiveram como público alvo, alunos e professores de
diferentes ciclos escolares: em 2013 trabalhou junto a dois professores e duas turmas de alunos
do 3º ano do ensino fundamental; em 2014 e 2015 as ações foram desenvolvidas junto a duas
turmas 2º ano do ensino médio na disciplina de Seminário Integrado; em 2016, as ações foram
com professores dos anos iniciais do ensino fundamental; e, em 2017, voltamos a colaborar
com professores e alunos do ensino médio, ampliando a abrangência do projeto para todos os
anos (1º, 2º, e 3º anos) do ensino médio e seus respectivos professores, tendo como objetivo
ajudar pais, alunos e professores no desenvolvimento de ações promotoras de saúde e prevenção
de agravos (KURG, 2017).
Tão importante quanto se realizar projetos de extensão aproximando a comunidade
escolar da universidade, é avaliar as ações e a produtividade do projeto. Para, assim, oferecer
atividades de qualidade, que contribuam e favoreçam cada vez mais o envolvimento ativo e a
motivação dos alunos, os processos de aprendizagem e o desenvolvimento social juntamente
com a comunidade. Desta forma justifica-se este estudo que tem como objetivo analisar a
percepção de alunos do ensino fundamental em relação ao projeto de extensão ProSaúde.
MATERIAL E MÉTODOS
Este estudo caracterizou-se como uma pesquisa descritiva, tendo como sujeitos 79
alunos de ambos os sexos, dos anos finais do ensino fundamental de uma escola da rede pública
6
Programa Institucional de Bolsa de Extensão da Universidade de Cruz Alta – PIBEX/UNICRUZ (Editais: 2013-
2014; 2014 – 2015, 2015 – 2016 e 2017 – 2018)
de ensino da cidade de Cruz Ata RS, em situação de vulnerabilidade social, que participaram
das ações do ProSaúde no ano de 2017.
Como instrumento de pesquisa utilizou-se um questionário contendo seis perguntas
(duas fechadas e quatro abertas) que versaram sobre: as atividades do projeto que os alunos
participaram, bem como a preferência deles em relação as atividades propostas e suas sugestões
de atividades futuras.
O processo utilizado para compreender a contribuição do ProSaúde a partir de projetos
de aprendizagem no ensino básico, foi a partir da análise de conteúdo. Conforme Bardin (2011)
a partir da análise de conteúdo é possível descrever, analisar e interpretar as ideias das fichas
diagnósticas. A análise de conteúdo foi composta por três etapas: a pré análise, onde se realizou
a organização e seleção do material; a exploração do material, onde foi realizada a leitura do
material, codificação e escolha das categorias; e, a análise, onde ocorreu a descrição e a análise
dos dados. O tipo de análise de conteúdo utilizada foi de exploração quantitativa, onde foi
realizada a exploração das temáticas, buscando informação emergentes sendo essas
interpretadas baseadas em quantidades de referências e na frequência das ocorrências
(MINAYO, 2008).
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Dos 220 alunos que participaram do ProSaúde em 2017, 79 alunos dos anos finais do
ensino fundamental (4º, 5º e 6º ano), retornaram com o questionário, destes, 36 (46%) eram do
sexo masculino e 43 (54%) do sexo feminino, com idade mínima de oito anos e máxima de
quinze anos.
O primeiro questionamento realizado aos alunos foi em relação a sua opinião sobre a
colaboração do projeto na aproximação da escola com a comunidade. Esta questão foi
respondida por 77 alunos, destes, somente, 23 (30%) responderam que não, pois seus familiares
não participaram. 54 (70%) responderam que sim e ao questioná-los foram encontradas as
seguintes respostas: colaborou, pois trouxe projetos que proporcionaram maior integração
aproximando a escola da comunidade; deram suporte (atendimentos básicos de saúde) a
comunidade; trouxe atividades diferenciadas do cotidiano dos alunos aproximando do contexto
escolar; ampliou os conhecimentos sobre saúde, contribuindo com a aprendizagem escolar e
com o combate ao bullying.
Um dos diferenciais do ProSaúde é proporcionar aos alunos atividades diferentes das
quais eles estão acostumados a realizar. Aumentando a motivação dos alunos e,
consequentemente, colaborando com uma maior frequência e incentivando uma participação
mais dedicada dos mesmos em todas as atividades escolares.
O fator motivacional possui grande influência sobre tudo que o indivíduo venha a
realizar. De acordo com Zenorini (2007 apud MONTEIRO; SANTOS, 2011), a motivação no
ambiente escolar é vista como fator-chave no processo de aprendizagem. Um aluno que se
encontra motivado, provavelmente, demonstrará maior envolvimento, empenho e persistência
na realização das atividades propostas. Enfrentará tarefas novas e desafiadoras, sem desanimar
nem desistir diante de algum insucesso.
Tendo como temática central a promoção da saúde, o ProSaúde levou à escola, em
parceria com o posto médico e outros cursos da área de saúde, atividades como: atendimento
médico e odontológico básico. Bem como oficinas, teatro e breves apresentações relacionados
ao tema. Sempre com o intuito de transmitir conhecimentos básicos sobre saúde e a necessidade
de cuidados com a mesma. E, também, de incentivar os alunos a adotarem práticas e hábitos
mais saudáveis de forma consciente, estendendo o aprendizado para a comunidade a qual a
escola está inserida.
O Ministério da Saúde, pela portaria n°2.446 que redefine a Política Nacional de
Promoção da Saúde (PNPS), junto com o Programa Saúde na Escola (PSE) de 2007, prevê
estratégias de promoção da saúde articulando ações governamentais e não governamentais,
incluindo o setor privado e a sociedade civil, em diversos cenários, dentre eles as escolas,
possibilitando uma maior interação entre saúde, meio ambiente e desenvolvimento sustentável
dentro da comunidade. Figueiredo, Machado e Abreu (2010) afirmam que a saúde escolar é
pensada numa perspectiva exclusivamente médica, tendo um foco maior no controle e
prevenção de doenças, quando, na verdade, deveria ser mais direcionada para provocar
mudanças de atitudes e hábitos que levem a opções mais saudáveis de vida. E, para que essa
mudança seja efetiva, é necessário que essas ações e incentivos sejam ampliados de forma a
atingir e beneficiar toda comunidade no entorno da escolar.
Em relação ao primeiro questionamento feito aos alunos, o único motivo apontado pelos
que responderam não, é a ausência da participação de seus familiares nas atividades oferecidas
pelo ProSaúde. Levando em consideração que um dos objetivos específicos do projeto é
proporcionar uma aproximação entre a escola e a comunidade a qual ela está inserida, é
preocupante que esse motivo tenha surgido em 30% das respostas dos participantes da pesquisa.
Como previsto no Artigo 205 da Constituição Federal Brasileira de 1988, “a educação, direito
de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da
sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da
cidadania e sua qualificação para o trabalho” (BRASIL, 1988, p.145). Sendo assim, é de suma
importância, além de dever, que os familiares e a comunidade como um todo se façam presentes
e usufruam das oportunidades oferecidas pelo projeto. Para, assim, causar um maior
envolvimento e motivação dos alunos nas atividades e, também, otimizar os resultados
almejados.
Dentre as ações desenvolvidas no Projeto ProSaúde no ano de 2017, apontamos para:
a Horta escolar e a oficina de reaproveitamento de alimentos (Projeto de aprendizagem Horta
Solidária); aulas de dança e de educação Física (Projeto de aprendizagem Bandarra em
Movimento). O ProSaúde também organiza, anualmente, a Semana de Promoção da Saúde,
com atividades diferenciadas envolvendo toda a comunidade escolar, dentre elas destacam-se:
o dia da beleza, oficina de saúde bucal, jogos esportivos adaptados e roda de conversa, contendo
diversos temas (relacionamentos, orientação sexual, cuidados com a saúde, emponderamento,
estudos, profissão e etc), realizada em parceria com o Núcleo Rondon da Universidade de Cruz
Alta. A partir destas atividades solicitou-se aos alunos participantes que as avaliassem,
considerando uma escala Likert variando de um (ruim) a quatro (ótima). Os resultados estão
apresentados no tabela 1.
Tabela 1 – Avaliação das atividades do ProSaúde, Cruz Alta, RS, Brasil 2018
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
FIGUEIREDO, Túlio Alberto Martins de; MACHADO, Vera Lúcia Taqueti; ABREU,
Margaret Mirian Scherrer de. A saúde na escola: um breve resgate histórico. Ciência &
Saúde Coletiva, Rio de Janeiro , v. 15, n. 2, p. 397-402, mar. 2010.
Resumo: Esse trabalho teve por objetivo registrar como se organizou e estruturou o projeto de
extensão denominado IFPipoca, do Instituto Federal do Paraná, campus Umuarama, como
prática no século XXI para formação de professores. O IFPipoca teve como principal
propósito demonstrar como o cinema pode ser utilizado como instrumento educativo
interdisciplinar e contribuir de forma lúdica com a aprendizagem na educação básica. Para a
construção do presente trabalho foram utilizados os registros realizados pela coordenadora e
bolsistas do projeto de extensão e análise da bibliografia pertinente. O referido projeto está
estruturado desde 2010 e apresentou como objeto principal a exibição de filmes educativos
com posterior debate para um público constituído por alunos, professores e comunidade em
geral. O IFPipoca contribuiu para ampliar as opções de acesso a atividades culturais para a
população em geral, desenvolvendo o senso crítico, intelectual, social e cultural de todos os
envolvidos, com grande poder de inclusão social. Os filmes foram escolhidos de acordo com a
faixa etária do público-alvo e foi realizado prévio agendamento com as escolas para as
sessões. As exibições ocorreram no teatro do Centro Cultural Vera Schubert, de Umuarama,
no mês de outubro, na Semana da Criança. Esta ação já obteve a participação de mais de onze
mil espectadores com exibição de mais de cinquenta filmes, com participação de bolsistas de
cursos técnicos e licenciatura. Esse trabalho também apresentou como resultados muitas
atividades realizadas pelas escolas com os estudantes após a participação de edições do
IFPipoca. Portanto, percebe-se que o projeto promove uma ação reflexive-educativa que
influencia significativamente no aprendizado dos alunos de maneira multidisciplinar e
contextualizada.
Abstract: This study aimed to register how the IFPipoca extension project of the Federal
Institute of Paraná, Umuarama, was organized and structured as a practice in the 21st century
for teacher’s formation. The main purpose of IFPipoca was to demonstrate how cinema can be
used as an interdisciplinary educational tool and can contribute in a playful learning in basic
education. To write this paper was used the records by the coordinator and scholarship holders
of the extension project and analysis of the pertinent bibliography were used. This project has
been structured since 2010 and presented as main object the exhibition of educational films
1
Acadêmica de licenciatura em Ciências Biológicas, Instituto Federal do Paraná Campus Umuarama, PIBEX
Graduação/Fundação Araucária. ket.mariane@gmail.com
2
Docente orientadora, Instituto Federal do Paraná Campus Umuarama, PIBEX Graduação/Fundação Araucária.
mariam.pereira@ifpr.edu.br
3
Graduada em Pedagogia (UNIPAR). Mestranda no PPGEE (UNIOESTE). Pedagoga no Instituto Federal do
Paraná – Campus Umuarama. E-mail: terezinha.abrantes@ifpr.edu.br.
with subsequent conversation wich the audience, students, teachers and the community.
IFPipoca contributed to enlarge the options for access to cultural activities for the general
population, developing the critical, intellectual, social and cultural sense of all those involved,
with a great capacity of social inclusion. The films were chosen according to the age range of
the intended audience and a previuos scheduling was done with the schools for the sessions.
The exhibitions werw in the theater of the Vera Schubert Cultural Center, in Umuarama, in
October, at the (brazilian) children's week. This action received the participation of more than
eleven thousand spectators and showed more than fifty movies, with participation of
scholarship holders of technical courses and teacher-formation college. This work also
presented many activities did by the teachers with the students after the participation of
IFPipoca. Therefore, it is perceived that the project promotes reflexive-educational action that
influences significantly in students' learning in a multidisciplinary and contextualized way.
INTRODUÇÃO
Para início do projeto IFPipoca foi realizada uma parceria com a Programadora
Brasil, que forneceu os filmes autorizados para exibição. O contrato foi aprovado mediante
cadastramento de um ponto de cultura para as sessões. Por meio de parceria com a Fundação
de Cultura de Umuarama, o local escolhido foi o teatro do Centro Cultural Vera Schubert,
dotado de sistema de som e projeção e com capacidade para 640 pessoas.
A metodologia utilizada para o IFPipoca Semana da Criança foi: i) escolha dos filmes
de curta metragem por faixa etária e conteúdo; ii) elaboração de cronograma de filmes; iii)
agendamento com escolas; iv) agendamento com transporte da Secretaria Municipal de
Educação; v) sessões de filmes com debate posterior com a plateia; e vi) distribuição de
pipocas a todos participantes ao final da sessão.
No hall de entrada do teatro foram expostas obras de arte com apelo de
sustentabilidade do professor e designer, Ivã Vinagre de Lima, do Instituto Federal do Paraná,
campus Umuarama.
O público-alvo dos projetos foram alunos e professores de todos os níveis
educacionais e comunidade em geral.
O projeto sempre contou com o auxílio de bolsistas e estudantes voluntários de
cursos técnicos e licenciatura do IFPR,campus Umuarama, o que possibilitou a divulgação do
projeto em eventos científicos e de extensão.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
No início do projeto, em 2010 e 2011, as sessões aconteceram para estudantes do
curso de formação de docentes e depois foi ampliado para crianças e adolescentes do
município e região.
Por meio da parceria com a Programadora Brasil, atualmente a biblioteca do campus
do IFPR possui um acervo de noventa e nove programas em DVDs, com mais de quatrocentos
títulos de longa, média e curta metragem nacionais. O catálogo de filmes do IFPipoca tem
como destaque programas com conteúdo destinado a todas as faixas etárias e a qualquer perfil
de público. São filmes históricos e contemporâneos, curtas, médias e longas-metragens, de
todos os gêneros (animação, documentário, experimental e ficção), que apresentam histórias
do imaginário brasileiro e dos seus autores e também histórias que mostram a nossa realidade
em seus diversos aspectos.
As exposições sustentáveis do professor e designer, Ivã Vinagre de Lima, no hall de
entrada do teatro, chamou a atenção de todos os professores que acompanhavam seus
estudantes. Todas as obras foram confeccionadas com materiais recicláveis, como luminárias
feitas de DVDs, sucatas e embalagens de produtos de limpeza; sofás construídos com pallets e
retalhos de espuma e tecidos jeans; painéis confeccionado com tampinhas de embalagens,
utilizando a técnica de pixel art, como a Pantera Cor-de-Rosa, Mickey, Minnie, entre outros
personagens; telas de tecido jeans com pinturas pós-modernas; esculturas de cabos de
vassoura e sucata; marcadores de página feitos com embalagens de produtos de limpeza, entre
outros.
Antes das sessões, a equipe de coordenação do IFPipoca explicou sobre as obras de
arte e sua relação com a preservação do meio ambiente, o que incentivou vários professores a
adotar práticas similares nas suas escolas.
Como resultados gerais do IFPipoca de 2011 a 2017 destacam-se a participação de
todas as escolas municipais, estaduais e a maioria das particulares nas edições do projeto, com
a exibição de mais de cinquenta filmes em noventa e cinco sessões e total de mais de onze mil
espectadores, como mostra a Tabela 1.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
BERK, R. A. Multimedia teaching with video clips: TV, movies, YouTube, and mtvU in the
college classroom. International Journal of Technology in Teaching and Learning. 5(1),
1–21. 2009.
Resumo: Este trabalho apresenta resultados dos estudos desenvolvidos no projeto “A formação
continuada dos professores de ciências/química: roda de conversas, envolvendo saberes e
fazeres docentes”, o qual vem sendo realizado desde 2014, com encontros sistemáticos, a partir
de uma proposta de um grupo de professores-formadores ligados ao curso de Química
Licenciatura da Universidade de Passo Fundo. Esse projeto visa a integração do ensino superior
com a educação básica por meio de um trabalho em parceria, no qual, professores-formadores,
acadêmicos e professores de Química/Ciências das escolas possam desenvolver ações
educativas, refletindo sobre as práticas docentes realizadas no ensino de Química. O presente
artigo visa apresentar qual a proposta de atividades planejadas, para que a partir do contexto
dos estudantes, os professores da educação básica possam desenvolver suas metodologias de
ensino-aprendizagem objetivando ampliar os conhecimentos sobre os fenômenos científicos, e,
ao mesmo tempo, desenvolver a formação continuada visando a melhoria da qualidade de
ensino na educação básica e a qualificação da formação inicial do acadêmico, futuro professor.
Abstract: This work presents results of the studies developed in the project "The continuing
formation of science / chemistry teachers: a wheel of conversations involving knowledge and
teaching tasks", which has been carried out since 2014, with systematic meetings, based on a
proposal of a group of teachers-trainers linked to the Chemistry Degree course of the University
of Passo Fundo. This project aims to integrate higher education with basic education through a
partnership work, in which teachers-trainers, academics and teachers of Chemistry / School
Sciences can develop educational actions, reflecting on the teaching practices carried out in
teaching Chemistry. The present article aims to present the proposed activities, so that from the
context of the students, teachers of basic education can develop their teaching-learning
methodologies aiming to broaden knowledge about scientific phenomena, and at the same time
to develop continuing education aimed at improving the quality of teaching in basic education
and the qualification of the initial formation of the academic, future teacher.
1
Acadêmica do Curso de Licenciatura em Química, Universidade de Passo Fundo (UPF). Bolsista pelo Programa
de Apoio Institucional a Discentes de Extensão e de assuntos comunitários (PAIDEX), 159734@upf.br.
2
Acadêmica do Curso de Licenciatura em Química, Universidade de Passo Fundo (UPF). Bolsista pelo Programa
de Apoio Institucional a Discentes de Extensão e de assuntos comunitários (PAIDEX), 160666@upf.br.
3
Professor dos Cursos de Química (B e L), Universidade de Passo Fundo (UPF). Doutor em Educação em Ciências
(UFRGS). Coordenador do Curso de Química Licenciatura.
4
Professora dos Cursos de Química (B e L), Universidade de Passo Fundo (UPF). Mestre em Química Inorgânica
(UFSM). Coordenadora do subprojeto Química/Pibid/Capes/UPF – 2014-2018. Coordenadora do Curso de
Química Bacharelado.
5
Professor dos Cursos de Química (B e L), Universidade de Passo Fundo (UPF). Doutor em Educação em Ciências
(UFRGS). Coordenador do Projeto de formação continuada de professores. Coordenador da Área de Química
6
Professora dos Cursos de Química (B e L), Universidade de Passo Fundo (UPF). Coordenadora de Pesquisa do
Instituto de Ciências Exatas e Geociências. Mestre em Química Analítica (UFSM).
Keywords: Extension. Initial Formation. Continuing Education.
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
Nos encontros virtuais por meio do chat no Moodle, o espaço é destinado para
comunicação entre os professores e acadêmicos para discutir assuntos que podem gerar uma
Situação de Estudo (SE). Para fundamentar os debates são propostos textos de temas
relacionados à educação química, com leitura anterior ao momento do chat, sendo que por meio
destes são levantadas questões que permeiam o contexto de vivência dos estudantes, com
sugestões de temas a serem trabalhados na construção das Situações de Estudo em
Ciências/Química na educação básica. Como propõe (MALDANER; ZANON, 2001), o uso de
sucessivas Situações de Estudos visa a articulação entre os conhecimentos científicos
construídos em sala de aula e as vivências no cotidiano dos educandos, permitindo a evolução
dos significados desses conceitos num processo interativo.
Maldaner (2005, p. 238) corrobora com essa ideia ao enfatizar que os educadores
apresentam queixas mais incisivas quando se deseja implementar novas metodologias, novos
programas e novas abordagens juntos aos professores. Logo, eles percebem que a forma
tradicional de ensino praticada nas escolas esquece os sujeitos da aprendizagem, os educandos,
e que uma nova forma proposta exige a participação ativa e constante deles e dos demais atores
do processo educacional.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
A partir dos debates iniciais, realizadas no chat por meio do Moodle e presencialmente,
o grupo iniciou a construção da Situação de Estudo, relacionada com o tema escolhido para ser
trabalhado. Primeiramente os professores da educação básica, professores-formadores e os
acadêmicos-bolsistas, sistematizaram uma série de conteúdos/conceitos que poderiam ser
trabalhados com o tema norteador, e utilizando também o embasamento teórico e metodológico
que foi debatido nos encontros iniciais. Como podemos analisar o que foi conversado pelos
bolsistas e professores formadores e professores da educação básica a partir do chat Moodle.
Neste momento o grupo, também salientou no chat a questão da participação dos alunos
com a comunidade escolar, Salomon (1988a apud SANTOS e SCHNETZLER, 2015) considera
que se deve levar os alunos a perceberem o poder de influência que eles têm como cidadãos.
Assim, eles seriam estimulados a participar democraticamente da sociedade por meio da
expressão de suas opiniões.
Assim, colocam-se novos desafios para a formação de professores, tanto inicial quanto
continuada, na perspectiva de promover mudanças que possam atingir as concepções sobre
práticas pedagógicas ainda em uso, que comprometem o desenvolvimento do ensino de
Ciências Naturais na direção de tornar os estudantes sujeitos interativos, capazes de
problematizar os seus saberes e ressignificar o contexto vivido.
RÖSING, Tania M. K.. A formação do professor e a questão da leitura. 2.ed. Passo Fundo:
Ed. UPF, 2003.
Abstract: The Brazilian Universities are organized in a constitutional way from a Teaching-
Research-Extension tripod, which should occur in an inseparable way, but in practice what we
have seen come to fruition is these three elements to co-exist separately. Thus, the objective of
this bibliographical study is to bring a reflection about the extension from the following
biases: the non-place of extension in the Universities; the extension as a matter of debates in
public arenas nowadays; the curricularisation of extension as necessary for its practical
recognition in HEI and as responsible for the human and academic formation of the
academics.
1
Doutora em Ciências Sociais com ênfase em Políticas e Práticas Sociais (UNISINOS). Prof.ª Titular II da
UNICRUZ. Docente Permanente do PPG em Práticas Socioculturais e Desenvolvimento Social da UNICRUZ.
Docente Colaboradora do PPG em Atenção Integral à Saúde –associação entre UNICRUZ e UNIJUÍ; Líder e
Pesquisadora do GIEEH – Grupo Interdisciplinar de Estudos do Envelhecimento Humano-CNPq/UNICRUZ.
Pró-Reitora de Graduação UNICRUZ – Gestão 2014-2016 e Gestão 2017-2019.
2
Doutora em Fisiologia (UFRGS). Prof.ª Titular II da UNICRUZ. Docente Permanente do PPG em Práticas
Socioculturais e Desenvolvimento Social da UNICRUZ. Pesquisadora do GIEEH – Grupo Interdisciplinar de
Estudos do Envelhecimento Humano-CNPq/UNICRUZ. Reitora de Graduação UNICRUZ – Gestão 2014-2016
e Gestão 2017-2019.
3
Doutoranda em Educação nas Ciências (UNIJUÍ). Mestre em Educação (UFSM). Especialista em Educação
Física Escolar (UFSM). Licenciada em Educação Física (UNICRUZ). Professora do Curso de Pedagogia e
Educação Física da UNICRUZ e UNIJUÍ. Assessora Pedagógica da Pró - Reitoria de Graduação da UNICRUZ.
E-mail: fantunes@unicruz.edu.br
4
Mestre em Práticas Socioculturais e Desenvolvimento Social (UNICRUZ). Especialista em Supervisão Escolar
e Orientação Educacional (UNICRUZ). Licenciada em Pedagogia (UNICRUZ). Assessora Pedagógica da Pró-
Reitoria de Graduação e Coordenadora de Extensão da Universidade de Cruz Alta. E-mail:
acezar@unicruz.edu.br
INTRODUÇÃO
5
Em seu Art. 42, este Decreto referenda que: “A extensão universitaria será effectivada por meio de cursos e
conferencias de caracter educacional ou utilitario, uns e outros organizados pelos diversos institutos da
universidade, com prévia autorização do conselho universitario.
Embora o conceito de extensão, enquanto difusão cultural (oferta de cursos e
conferências) tenha sido o primeiro a ser incorporado na Legislação com o objetivo de elevar
o nível da cultura do povo, cabe destacar o conceito de prestação de serviço também presente
nas atividades de extensão. Esses dois conceitos foram considerados na Lei da Reforma
Universitária de 1968 (Lei 5.540/68), conforme seu artigo 20, o qual enfatiza que “as
universidades e os estabelecimentos isolados de ensino superior estenderão à comunidade, sob
forma de cursos e serviços especiais, as atividades de ensino e os resultados da pesquisa que
lhes são inerentes” (BRASIL, 1968, p 01).
A Lei 5.540/68 refere-se à extensão de forma secundária e superficial, e a mantém
desarticulada das demais atividades acadêmicas, acentuando seu caráter de opcionalidade. “Na
concepção dessa lei, a Extensão é praticada por estudantes sem envolvimento de docentes e
extra planejamento departamental. Isso lhe dá o caráter de atividade secundária, realizada de
forma opcional, desvinculada das atividades acadêmicas” (NOGUEIRA, 2011, p.63).
Mesmo tendo sido considerada e assegurada enquanto atividade indissociável do
ensino e da pesquisa na legislação nacional vigente, a extensão universitária, via de regra, em
grande parte das IES, apresenta um conceito de extensão restrito às concepções históricas de
difusão cultural e prestação de serviços, bem como, as atividades extensionistas permanecem
sendo realizadas de forma opcional (NOGUEIRA, 2011). Ou seja, na prática, a extensão
permaneceu como secundária, sendo que ainda hoje, as ações de extensão realizadas por
estudantes são consideradas como atividades complementares.
Por outro lado, é necessário que a extensão possa ser considerada, não como terceira
função, ou função social da universidade, mas como princípio educativo, produtora de um
saber/conhecimento vivencial e entendida “como uma estratégia ou política institucional que
baliza todas e cada uma das ações da IES, de maneira que ela não pode ser gerida ou avaliada
sem envolver as dimensões do ensino, da administração e da pesquisa”(FOREXT, Carta de
Florianópolis, 2002, p.02)
Nesse sentido, a extensão universitária, seja pela reflexão de sua relevância
acadêmica, seja pela busca de sua institucionalização em âmbito nacional, tem sido pauta
frequente de debate em arenas públicas, fomentada especialmente pelos Fóruns Nacionais de
Extensão6.
6
FOREXT - Fórum Nacional de Extensão e Ação Comunitária das Universidades e Instituições de Ensino
Superior Comunitárias. FORPROEX – Fórum de Pró-Reitores de Extensão das Universidades Públicas
Brasileiras. FOREXP - Fórum de Extensão das IES Particulares.
7
Criada em 1974 e extinta em 1979.
criação - para a afirmação de um conceito que superava as concepções de extensão até então
vigentes (NOGUEIRA, 2005; NOGUEIRA 2011).
As percepções de extensão que compuseram o Plano Nacional de Extensão de 1975,
no qual as ideias de Paulo Freire tiveram forte influência, foram adotadas como pontos de
reflexão na discussão das políticas para as instituições de ensino superior (IES públicas)
realizado pelo Fórum Nacional de Extensão das Universidades Públicas Brasileiras a partir de
sua fundação, em meados da década de 1980.
O Fórum Nacional de Extensão das Universidades Públicas Brasileiras -
FORPROEX teve expressiva importância na concepção da Extensão enquanto atividade
acadêmica, bem como na definição de diretrizes conceituais e políticas de ação para as IES
Públicas. Fundamentos estes que foram reconhecidos pelo MEC no que tange a concepção
nacional de extensão. Foi este também o conceito utilizado como referência pelas Instituições
Comunitárias de Ensino Superior (ICES) quando da criação do ForExt – Fórum Nacional de
Extensão e Ação Comunitária das Universidades e IES Comunitárias, na década de 1990.
O reconhecimento legal da extensão universitária enquanto atividade acadêmica em
caráter indissociável com o ensino e a pesquisa, no contexto do ensino superior brasileiro é
assegurada a partir da Constituição Federal (BRASIL, 1988), que em seu Artigo 207 afirma
que as universidades em suas ações didático-científicas e de gestão administrativa deverão
obedecer ao princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão. Com base nesse
princípio, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional-Lei nº 9.394/96 estabelece ainda
a Extensão Universitária como uma das finalidades da Universidade, exposto no Artigo 43,
itens VI e VII da referida Lei (BRASIL, 1996)
A extensão universitária para além de seu princípio ontológico de socialização do
conhecimento e de relação com a sociedade é um espaço ímpar de possibilidades e potência
para a efetivação da indissociabilidade ensino-pesquisa-extensão para além de um requisito
legal, mas enquanto práxis pedagógica que precisa ser mais bem valorizada, e mesmo
respeitada no pensar e fazer universitário. “Trata-se, essencialmente, de ver a extensão
universitária como uma cultura, como uma prática, como um compromisso, indispensáveis à
plena realização da universidade como instrumento emancipatório” (DE PAULA, 2013, p.22).
Jezine (2004) argumenta que para isso a extensão universitária precisa “deixar de ser
uma função esporádica e assistemática para caracterizar-se como uma função acadêmica, que
compõe o pensar e o fazer universitário, constituindo-se parte integrante do currículo em uma
perspectiva de interdisciplinaridade e indissociabilidade entre ensino e pesquisa” (2004, p.02).
Nessa direção, convém destacar, os instrumentos nacionais de avaliação do SINAES8
cujos indicadores, especialmente os relacionados aos eixos pertinentes ao desenvolvimento e
as políticas acadêmicas e administrativas ressaltam a ambiência da extensão em sua
institucionalidade. Com especial destaque ao indicador 3.5 do Eixo 3 – Políticas Acadêmicas
do Instrumento de Avaliação externa do SINAES que explicita as ações acadêmico-
administrativas para a extensão universitária cuja avaliação busca considerar práticas efetivas
para a melhoria das condições sociais da comunidade externa, a garantia de divulgação dessas
ações no meio acadêmico, e ainda a existência de programas de bolsas e fomento que
viabilizem a promoção de práticas exitosas e inovadoras (BRASIL, 2017).
Outro destaque quanto ao papel e relevância acadêmica da extensão é a Meta 12 do
Plano Nacional de Educação 2014/2024, que trata diretamente da educação superior nacional.
Entre as estratégias na busca por considerar sua inserção curricular e garantir a integralidade
da vivência extensionista a todos os estudantes da educação superior, esta meta, em seu item
12.7 estabelece que sejam assegurados “no mínimo, dez por cento do total de créditos
curriculares exigidos para a graduação em programas e projetos de extensão universitária,
orientando sua ação, prioritariamente, para áreas de grande pertinência social” (BRASIL,
2014).
Sobre isso é oportuno ponderar que para além de uma exigência legal, a Meta 12.7
possa ser considerada no interior das instituições como um momento de reflexão, um pensar
diferenciado sobre o conhecimento e as práticas acadêmicas para uma nova concepção de
universidade. Concepção em que a centralidade da formação não seja o currículo, o mercado,
o capital ou mesmo o Estado, mas a ação de educar (ALVES, 2004).
De educar o ser humano nas suas múltiplas dimensões, dimensões que perpassam
pelas interrelações pessoais, e pelo cuidado com os demais seres vivos.
8
E que norteiam as auto-avaliações institucionais de cada IES.
A CURRICULARIZAÇÃO DA EXTENSÃO COMO NECESSÁRIA E
RESPONSÁVEL PELA FORMAÇÃO HUMANA E CIDADÃ DOS ACADÊMICOS
Embora a extensão ainda seja vista como uma função isolada da universidade, e
persista sua dicotomia em relação às demais atividades acadêmicas, a mesma tem tido
relevante destaque de debates em arenas públicas. Principalmente a partir do movimento dos
Fóruns Nacionais de Extensão em que a tônica - dos diálogos e discussões - têm sido a de que
a extensão universitária, em sinergia com o ensino e a pesquisa, se materializa como um
processo mediador de aprendizagem, o qual permite às instituições de ensino superior cumprir
com o seu papel social e ao mesmo tempo, com sua identidade institucional. Nesse intento
destaca-se a Meta 12.7 do Plano Nacional de Educação 2014/2024 em garantir a integralidade
da extensão no processo de formação acadêmica, mesmo que limitada a 10% dos
componentes curriculares. Dessa forma, cabe a cada instituição o movimento reflexivo sobre
não apenas cumprir o Plano Nacional de Educação, mas buscar, por meio da curricularização
da extensão, igualar suas ações, integrando de forma prática a extensão às atividades de ensino
e pesquisa, considerando a indissociabilidade como princípio necessário e responsável pela
formação humana e cidadã dos acadêmicos.
REFERÊNCIAS
ALVES, Vicente Paulo. Aspecto Pedagógico da Extensão. Revista Diálogos. Brasília, v.4
(2004), Ensino e Extensão, 2004, p.12-15. Disponível em:
<https://portalrevistas.ucb.br/index.php/RDL/article/view/1217/1045> Acesso em: 25
Nov.2016.
_____. Decreto nº 19.851 de 11 de abril de 1931. Brasília, DF. Disponível em: <
http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1930-1939/decreto-19851-11-abril-1931-505837-
publicacaooriginal-1-pe.html>. Acesso em: 20 Nov. 2016.
_____. Lei nº 5540 de 28 de novembro de 1968. Brasília, DF. Disponível em: <
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5540.htm>. Acesso em: 17 Nov. 2016.
MORAES, Maria Cândida. Prefácio. In: MENEZES, Ana Luiza Teixeira de; SÍVERES, Luiz
(Org.). Transcendendo fronteiras: a contribuição da extensão das instituições
comunitárias de ensino superior (ICES). Santa Cruz do Sul: EDUNISC, p.09-16, 2011.
Resumo: Este trabalho tem como objetivo relatar a experiência do autor como coordenador
técnico de uma rádio escolar durante os anos de 2016 e 2017, tendo como foco o
desenvolvimento do aluno nos aspectos de sua linguagem oral e escrita. A Rádio Atitude existe
desde 2012, situada na Escola Municipal Fundamental Soares de Barros, no município de Ijuí,
faz parte de um projeto de extensão desenvolvido pela Universidade Regional do Noroeste do
Estado do Rio Grande do Sul, iniciado em 2008, e conta com o apoio dos gestores da educação,
tanto municipal quanto estadual. Nos seis anos da rádio, os alunos desenvolveram diversos
programas, nos quais aprenderam a realizar pesquisas e a escrever roteiros. Foram os
responsáveis por criar um meio de comunicação entre os segmentos da comunidade escolar,
produzindo diversos programas sobre os mais variados assuntos. Os alunos em seus
depoimentos colocam que melhoraram sua linguagem oral e escrita, ainda vencendo sua
inibição de falar para o público.
Abstract: This work aims to report the author 's experience as a technical coordinator of a
school radio during the years 2016 and 2017, focusing on the development of the student in the
aspects of his oral and written language. Radio Atitude has been in existence since 2012, located
in the Fundamental Municipal School Soares de Barros, in the municipality of Ijuí, is part of an
extension project developed by the Regional University of the Northwest of the State of Rio
Grande do Sul, started in 2008, and has the support of both municipal and state education
managers. In the six years of the radio, the students developed several programs, in which they
learned to carry out researches and to write scripts. They were responsible for creating a means
of communication between the segments of the school community, producing diverse programs
on the most varied subjects. The students in their testimonials put it that they improved their
oral and written language, still overcoming their inhibition of public speaking.
INTRODUÇÃO
1
Acadêmico de Pedagogia da Universidade de Cruz Alta e Acadêmico de História da Universidade Norte do
Paraná – joao.silvello@sou.unicruz.edu.br
2
Professora do Curso de Pedagogia da Universidade de Cruz Alta – cquaresma@unicruz.edu.br
exige pesquisa, leitura, elaboração, seleção e síntese de informações e dados, bem como
dominar técnicas de fala e expressão para envolver os ouvintes. Desta forma, projetos de Rádio
na Escola podem contribuir para a aprendizagem e desenvolvimento dos estudantes (NOBRE;
FAVER0, 2010).
O município de Ijuí é tido como referência na área de educação, tendo algumas escolas
com nota 6 ou superior no índice de desenvolvimento da educação básica (IDEB). Ainda, é um
município que conta com o apoio da Universidade Comunitária local, que desenvolve e
patrocina projetos para as escolas e recebe apoio dos órgãos gestores da educação, como a
Coordenadoria Regional de Educação e a Secretaria Municipal de Educação.
O projeto rádio na escola surgiu no ano de 2008, com o objetivo de “dar voz” aos
alunos, os colocando como emissores da informação. E em seus 10 anos, já conta com diversas
rádios escolares montadas que produzem conteúdo para sua comunidade escolar. Em 2012
surgiu a Rádio Atitude, na Escola Municipal Soares de Barros, e de lá para cá, se tornou um
novo meio de comunicação entre a comunidade escolar.
A Rádio Atitude está há 6 anos no ar, tendo como seus integrantes os alunos do 6º ao
9º ano do ensino fundamental do colégio, para entrar na rádio, os alunos passam por seleção e
são avaliados pelo professor coordenador da rádio. São realizadas reuniões semanais, onde
acontecem a definição da pauta, pesquisa e produção de roteiro para os programas semanais da
rádio.
A emissora conta com estúdio próprio dentro da escola, assim como um computador e
um notebook para produção e edição de áudio. Ainda possuí microfones, caixas de som e mesa
de som que possibilitam sua existência.
O trabalho realizado na Rádio Atitude durante estes dois anos resultou neste relato, na
qual conta com depoimentos de antigos integrantes da rádio, dando sua opinião sobre o que
aprenderam e qual importância a emissora teve em suas vidas escolares durante o ensino
fundamental.
METODOLOGIA
RESULTADOS E DISCUSSÕES
A implantação das rádios pela universidade, teve como o principal objetivo do projeto
de extensão: “refletir sobre o papel do rádio na formação dessas crianças, a partir da posição
deles no lugar de emissores e não de receptores da informação”. (RADATZ, 2010, p. 8). Tal
concepção vai ao encontro da formação integral dos alunos como sujeitos ativos.
O projeto Rádio na Escola e seu objetivo principal, estimularam os alunos a “terem
voz”, produzirem conhecimento acerca das pautas propostas e através do aprendizado da
linguagem técnica do rádio. As propostas de pautas eram elaboradas pelo professor coordenador
da Rádio, e discutidas com os integrantes antes da pesquisa e elaboração do roteiro do
programa.
Em 2012, em uma escola municipal da cidade de Ijuí, surge a Rádio Atitude,
apresentada a comunidade escolar em uma solenidade que durou cerca de duas horas, na qual
participaram professores da universidade que detêm o projeto e a comunidade escolar.
A média de idade dos integrantes da equipe da rádio era de 13 anos, sendo ela durante
2016 formada unicamente por alunos do oitavo ano do ensino fundamental. Os
integrantes se dividiam entre locutores e a parte técnica, cerca de três pessoas ficavam
responsáveis pela locução em programas “ao vivo” para a escola durante o recreio, os alunos
que ficavam na parte técnica, eram responsáveis pela execução de músicas e vinhetas,
controlando tudo através de uma mesa de som e computador.
As pautas eram definidas em reuniões semanais, geralmente na quinta-feira à tarde, no
contraturno da escola. As propostas das pautas eram feitas pelo professor coordenador da rádio
e produzidas em conjunto com os integrantes. As pautas referiam-se aos acontecimentos do
mês, como datas comemorativas e históricas, aos acontecimentos escolares e locais. Foram
desenvolvidos programas sobre: A semana farroupilha, semana da pátria, dia do estudante e
etc.
As pautas ainda poderiam ser educacionais, voltadas para conteúdos de português,
matemática, literatura e as diversas disciplinas que compõe o currículo do ensino fundamental.
Durante o ano, a rádio fazia a sonorização dos eventos que aconteciam na escola,
muitas vezes produzindo conteúdo próprio para o evento. Como exemplo, tivemos a produção
de vinhetas especiais para as Semanas Farroupilhas dos anos de 2016 e 2017, gravadas na
própria escola.
No ano de 2017, pela primeira vez foi testada a “gravação” dos programas, apenas um
foi disponibilizado online3, sendo este um programa na qual a proposta da pauta partiu dos
próprios integrantes da rádio. A equipe da rádio se interessou pelo tema Memes, imagens,
vídeos que “viralizam”, isto é, se espalhem rapidamente. A escolha se deu por ser algo voltado
ao seu cotidiano, os educandos “consumiam” este tipo de conteúdo na internet, e neste programa
tiveram a oportunidade de produzir algo sobre isso.
Em questionamento sobre a importância da rádio atitude com ex-alunos da escola, que
foram integrantes da emissora, as respostas foram sempre afirmativas, reconhecendo a
contribuição das atividades da Rádio para o desenvolvimento dos alunos. Em três dos quatro
integrantes entrevistados apontaram que a rádio melhorou seu relacionamento com os colegas,
e fez com que vencessem alguma inibição que tinham ao falar em público:
Entrei na Rádio logo após um ano que o programa havia começado, era uma menina
muito tímida, tinha muitas dificuldades para conversar e muita vergonha. A rádio para
mim foi uma grande descoberta que me ajudou muito e eu gostava muito, foram três
anos de muito aprendizado. (Aluno 3, 15 anos)
3
Programa sobre Memes da Rádio Atitude: https://soundcloud.com/joao-pedro-silvello/radio-atitude-09102017-
memes
O tempo que passei na rádio atitude foi sim muito bom, fiz várias amizades e adquiri
muito conhecimento. Me ajudou bastante a ter mais facilidade para falar em público,
e ter uma pronúncia melhor das palavras, além de eu ter aprendido a como lidar com
os aparelhos utilizados na rádio e a cada programa realizado aprendi sobre algo novo.
(Aluno 2, 15 anos)
As duas apontaram uma melhora em sua comunicação, tanto com colegas, quanto em
apresentações de trabalhos escolares (Figura 1). Afirmam que sua dicção melhorou com o
passar do tempo, ainda colocam que a cada programa realizado aprendiam algo novo, um dos
objetivos principais do projeto.
A partir dos exercícios de leitura de textos em voz alta, gravando e ouvindo a própria
voz, foi possível perceber uma surpreendente melhora, em poucas aulas, pois a
aplicação e o desejo de falar com os colegas e comunicar-se através do rádio, fez com
que esses jovens ficassem dia e noite exercitando as técnicas passadas, para aprimorar
a leitura oral, bem como a escrita. (CHAGAS E SANTOS, 2010, p.8)
A pesquisa ainda aponta a dificuldade dos alunos do terceiro ano do ensino médio em
“falar corretamente”, pois eles apresentavam inúmeros vícios de linguagem. Indicando que a
correção da linguagem do sexto ano através de aulas foi mais fácil. Se levarmos em
consideração que os integrantes da Rádio Atitude estavam no oitavo ano do fundamental, esta
correção de pronuncia e dicção das palavras se deu de forma natural nos ensaios dos programas
ao vivo.
Ainda na mesma pesquisa, os autores apontaram que os gestores e professores da
escola utilizavam a rádio como forma de divulgação para projetos escolares e avisos
importantes, mesmo caso que acontecia na Rádio Atitude, onde a rádio se tornou um meio de
comunicação com o segmento dos alunos da comunidade escolar.
A rádio montada na escola de São Sepé e a Rádio Atitude do Soares de Barros de Ijuí
se equivalem, de maneira com que as duas se tornaram um meio de comunicação entre os
diferentes segmentos da comunidade escolar, e ainda, transformaram o modo de produção de
conhecimento na escola, não ficando mais simplesmente limitados giz e ao quadro negro, os
alunos agora tinham “voz”, produziam conteúdos em cima de pautas elaboradas em conjunto
com os professores.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
RADDATZ, Vera Lucia Spacil. Crianças e Jovens Fazendo Rádio: Canal Aberto Entre a Escola
e a Universidade. In: Intercom–Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da
Comunicação, XI Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sul. 2010. Disponível
em: <http://www.intercom.org.br/papers/regionais/sul2010/resumos/R20-0578-1.pdf> Acesso
em 07 de Abril de 20 18.
UM DISCURSO SOBRE A VIOLÊNCIA NO BRASIL: OS SENTIDOS
REPRESENTACIONAIS, INTERACIONAIS E COMPOSICIONAIS
CONSTRUÍDOS PELA MULTIMODALIDADE NUMA CAPA DE
REVISTA¹
1
Este estudo foi desenvolvido na disciplina de Semiótica do curso de Jornalismo da Unicruz.
2
Acadêmica do 7ª semestre do Curso de Jornalismo da Unicruz. E-mail: fernandabertollocosta9@gmail.com.
3
Acadêmica do 7º semestre do Curso de Jornalismo da Unicruz. E-mail: cellybenittes@gmail.com.
4
Doutora em Linguística, Mestre em Comunicação Social e professora da disciplina de Semiótica no curso de
Jornalismo da Unicruz. E-mail: vmastella@unicruz.edu.br
INTRODUÇÃO
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Fonte: https://istoe.com.br/edicoes/
É pertinente ressaltar que o assunto, na época, era ainda mais importante no Brasil em
função da matéria ter sido publicada exatamente um mês antes da cerimônia de abertura dos
Jogos Olímpicos de 2016 conhecidos como Jogos da XXXI Olimpíada no Rio de Janeiro. Além
disso, dados da matéria apontam que diariamente 116 (cento e dezesseis) pessoas são mortas
por dia com arma de fogo, o que soma quarenta e dois mil quatrocentos e dezesseis pessoas
mortas por ano.
O sentido composicional
Na capa em análise o valor informativo está no centro da imagem. Ao fundo, a imagem
em preto e branco de parte de uma camiseta com vários furos. O furo maior desvela alguns
jornais empilhados, cujas manchetes de jornais relatam casos de violência. Em primeiro plano
está a manchete da revista “Até quando a violência vai vencer?”, apresentada em letras grandes
e vermelhas. Essa composição visual ganha destaque de significância não apenas pela
mensagem que o espectador lê, mas dado pelo tamanho e cor das letras da manchete. Tal
distribuição sinaliza a importância do valor semiótico da representação em estudo. Além
das letras grandes e vermelhas, outro ponto que pode ser estudado é a presença das cores preto
e branco, que se ajustam as circunstâncias do enredo. O preto se opõe a qualquer ideia de
alegria, junto à preocupação, a tristeza. O branco por si só remete a inocência, a pureza e
tranquilidade. Em sua composição ainda, a capa apresenta marcas de furos, sendo uma
reprodução de tiros de arma de fogo. O furo maior, encontrado a direita da imagem revela
manchetes de quatro veículos impressos que pautaram em suas capas a morte de cidadãos seja
por policiais ou criminosos.
O sentido interativo
Na imagem analisada o participante é representado através da imagem da roupa furada
de um cidadão ferido, ao passo que os participantes interativos são os leitores da revista, e é
para esses que a capa é diretamente direcionada. Nos gêneros midiáticos, como o objeto
deste estudo, o produtor da imagem está ausente no instante e no local em que o participante
interativo olha a imagem. Assim, a interação é representada e imaginária, pois a relação
estabelecida entre o observador e o produtor ocorre de forma simbólica. O sentido interativo se
dá de acordo com as estratégias de aproximação ou afastamento entre o produtor do texto e o
leitor que é o observador, este último que se encontra fora da imagem, objetiva dessa maneira
criar uma espécie de relação ou vínculo afetivo (KRESS e van LEEUWEN 1996, 2006). Sendo
assim, a capa da Revista em análise é centro margem.
O sentido representacional
Na capa em análise, o sentido representacional é identificado pelo texto imagético que
representa a roupa de um cidadão inocente atingida por tiros, e em letras maiúsculas vermelhas
a pergunta “Até quando a violência vai vencer?”, na qual procura dimensionar o número de
assassinatos no Brasil em meio aos confrontos entre o crime organizado e os policiais. Tal
imagem, de acordo com as categorias da Gramática do Design Visual, pode ser identificada
como conceitual simbólica atributiva, pois a roupa furada pelo tiro apresenta atributos daquilo
que se deseja representar: o cidadão inocente. Além disso, as letras garrafais, em destaque, que
ocupam a maior parte do espaço da capa da revista, sugere que se trata de um problema
devastador. Neste exemplar do gênero capa de revista, a linguagem verbal (a manchete “Até
quando a violência Vai Vencer?”), restringe-se a situar o participante interativo em relação ao
tema tratado. Todavia, é por meio dos elementos visuais que se constrói a representação a
respeito da violência no Brasil.
Embora para compor a reportagem tenham sido usadas informações de diversas fontes,
como o Mapa da Violência de 2015 e o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, na elaboração
da capa os criadores buscaram elementos do universo do senso comum, próprios do cotidiano
popular. A roupa furada pode ter diferente significação que varia de leitor para leitor de acordo
com sua visão de mundo. Para uns a roupa furada pode representar apenas uma roupa furada,
porém, para outros, que prestarem a atenção aos demais atributos da imagem, como as letras
grandes vermelhas e até mesmo o furo maior, encontrado a direita da imagem podem
compreender que se trata de uma matéria sobre violência. Sendo assim, de forma metafórica, a
roupa rasgada e todas as demais características contidas na capa levam a compreensão do
tamanho da violência no Brasil. O destaque se dá ao uso de cores em sua composição. A cor
vermelha aparece em dois momentos, trazendo em evidência um questionamento e uma
afirmação. Por se tratar de uma matéria que aborda a violência diária no cenário brasileiro na
época da publicação, o vermelho vem para remeter ao sangue. Sendo uma cor quente, é
associada à guerra, ao perigo e a violência. O título da reportagem é formulado com o uso de
letras garrafais vermelhas, dessa maneira salienta a questão tornando possível ao leitor assimilar
a representação da frase e da cor naquele contexto. Há também a utilização das cores preto e
branco, que se ajustam as circunstâncias do enredo. O preto se opõe a qualquer ideia de alegria,
junto à preocupação, a tristeza. O branco por si só remete a inocência, a pureza e tranquilidade.
Em sua composição ainda, a capa apresenta marcas de furos, sendo uma reprodução de
tiros de arma de fogo. Cinco furos grandes e quatro menores se encontram presentes acima do
título que identifica a manchete principal. O furo maior, encontrado a direita da imagem revela
manchetes de quatro veículos impressos que pautaram em suas capas a morte de cidadãos seja
por policiais ou criminosos. Observando o conjunto em geral, pode-se dizer que a utilização da
cor branca como plano de fundo na capa, pode ser associada à roupa de um cidadão inocente,
que foi baleado com tiros consecutivos vindos de uma arma de fogo. Os furos pretos
representando a execução, a morte, e, o vermelho sendo o líquido do sangue. Dessa forma, as
frases e dados presentes na capa, são reforçadas com o auxílio de recursos imagéticos que são
identificáveis graças ao repertório visual e cultural do leitor.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
ARNHEIM, Rudolf. Arte e percepção visual: uma psicologia da visão criadora. 5. ed. São
Paulo: Pioneira, 1989.
FAIRCLOUG, N. Analysing discourse: textual analysis for social research. New York:
Routledge, 2003.
KRESS, G. VAN LEEUWEN. Reading images: the grammar of visual design. London;
New York: Routledge, 2006 (1996).
CORRÊA, Jéssica Batista1; CORRÊA, Julia Batista2; GOMES, Aline Antunes3; KEITEL,
Andréia Moser4; NORONHA, Vinícius Farias5; PIAS, Fagner Cuozzo6; ROESLER, Gabriele
Maidana7
Resumo: O presente artigo tem por finalidade realizar pesquisas em relação ao ensino jurídico
no país, bem com os seus reflexos na aprovação dos candidatos no Exame da Ordem dos
Advogados do Brasil. Assim, foi abordado a respeito da problemática enfrentada pelo estudante
ao realizar a prova, e, ainda, sobre possíveis soluções a fim de auxiliar os discentes nesta etapa.
Abstract: The purpose of this article is to conduct research in relation to legal education in the
country, as well as its impact on the approval of the candidates in the Examination of the
Brazilian Bar Association. Thus, it was approached about the problems faced by the student
during the test, and also about possible solutions in order to assist students in this stage.
INTRODUÇÃO
1
Acadêmica do 9º Semestre do Curso de Direito da Universidade de Cruz Alta – UNICRUZ. E-mail:
jessicabc_@hotmail.com
2
Acadêmica do 5º Semestre do Curso de Direito da Universidade de Cruz Alta – UNICRUZ. E-mail:
juliabwcc@gmail.com
3
Professora do Curso de Direito da Universidade de Cruz Alta – UNICRUZ. E-mail: algomes@unicruz.edu.br
4
Professora Orientadora do presente Grupo de Estudos. E-mail: email@unicruz.edu.br
5
Acadêmico do 4º Semestre do Curso de Direito da Universidade de Cruz Alta – UNICRUZ. E-
mail:viniciusfariasnoronha@hotmail.com.
6
Professor do Curso de Direito da Universidade de Cruz Alta – UNICRUZ. E-mail: fpias@unicruz.edu.br
7
Acadêmica do 5º Semestre do Curso de Direito da Universidade de Cruz Alta – UNICRUZ. E-
mail:gaberoesler@gmail.com
Nesse sentido, pretende-se, a partir de uma análise da instituição do exame no país,
bem como das perspectivas no ensino jurídico, encontrar possíveis alternativas para que haja,
cada vez mais, um aumento nos índices de aprovação de estudantes no exame.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Nos primeiros anos, logo após a independência do Brasil, não houve a formação de
uma cultura jurídica no país, tendo em vista a ausência de instalação de Universidades. Entre
os anos 1772 e 1872, por exemplo, há registro de que 1.242 (mil, duzentos e quarenta e dois)
estudantes brasileiros completaram sua formação superior na Universidade de Coimbra, em
Portugal8, uma vez que se houvesse interesse na graduação, era necessário realiza-la no exterior
(FONSECA, 2006, p. 69-70).
Pode-se dizer, portanto, que é somente a partir daí que vai se formando, de modo lento
e gradual, uma cultura jurídica tipicamente brasileira. Em 1854 houve uma importante
reforma do ensino – na qual, por meio de um decreto, foi inserida, por exemplo, a
obrigatoriedade do ensino do direito romano – que tentou dar um ar menos prático ao
ensino que então se praticava nos cursos brasileiros.
8
Em contraste com a Espanha, Portugal nunca permitiu a criação de universidades em sua colônia. Ao final do
período colonial, havia pelo menos 23 universidades na parte espanhola da América, três delas no México. Umas
150 mil pessoas tinham sido formadas nessas universidades. Só a Universidade do México formou 39.367
estudantes. Na parte portuguesa, escolas superiores só foram admitidas após a chegada da corte, em 1808. Os
brasileiros que quisessem e pudessem seguir o curso superior tinham que viajar a Portugal, sobretudo a Coimbra
(CARVALHO, 2011, p. 22-23).
O desenvolvimento dos cursos ocorreu sob influência do liberalismo político e
econômico que era predominante na época. “O liberalismo é a ideologia política centrada no
indivíduo”, nos seus direitos, especialmente os de primeira geração, como a liberdade de
expressão, de ação, o direito de propriedade etc., o que impulsionou a formação de um perfil
liberal e conservador, cujas ideais e instituições seguiam as tradições legais e não tinham o
objetivo de desempenhar um trabalho em prol da sociedade. Para Gonçalves Junior (2017, p.
93):
[...] o nosso bacharelismo liberal não tinha o intuito de aplicar seu conhecimento em
prol da sociedade, mas apenas atender os interesses de quem estava no poder, as
oligarquias rurais da época. Foi neste contexto que o liberalismo político existente na
burocracia administrativa do Estado vigente, impregnou-se no ambiente jurídico
através das faculdades de direito de São Paulo e Recife.
Segundo Santos e Gonçalves (2013, p. 5), por volta de 1927, quando encerrava-se a
República Velha e inaugurava-se a Era Vargas, havia, no país, quatorze cursos de Direito e três
mil e duzentos alunos matriculados. Contudo, o problema quanto a estrutura do Curso
permanecia, pois “O que se tinha era um ensino sem qualquer vinculação com a educação e
com a realidade social”, que levou a uma crise do ensino jurídico, que perdura até hoje.
[...] a crise deve ser compreendida pelo paradigma positivista que possui ainda uma
grande abrangência em razão dessa ausência de seres pensantes e críticos empenhados
na ideia de superação desse paradigma moderno e sem compromisso com os anseios
sociais, tornando-se apenas aplicadores da letra fria da lei. O dogmatismo,
diagnosticado na práxis educacional e jurídica, atrelado ao paradigma positivista,
limita a capacidade crítica que surge no momento do contato do estudante com a
realidade, e isso acontece porque o dogmatismo impõe como verdade o modelo
positivista que tem como características o reducionismo, o qual ocorre com a
simplificação do conhecimento, negando um aspecto fundamental deste, que é a sua
complexidade; o mecanicismo, tão defendido por Descartes e responsável pela
compartimentação do conhecimento, o que impede de visualizar o problema de forma
global, abarcando o todo e as partes; a separação do sujeito com o objeto, responsável
pela falta de interação entre as relações humanas, e o sujeito. Essas características
inibem a capacidade crítica do indivíduo, importante para visualizar as falhas
existentes, o que só faz aumentar a possibilidade de assumir compromisso com os
anseios da sociedade (SANTOS; GONÇALVES, 2013, p. 7-8).
Art. 1º. Para fins de inscrição no quadro de advogados da Ordem dos Advogados do
Brasil, ficam dispensados do exame de Ordem e de comprovação do exercício e
resultado do estágio de que trata a Lei nº 4.215, de 27 de abril de 1963, os Bacharéis
em Direito que realizaram junto às respectivas faculdades estágio de prática forense e
organização judiciária.
A realização do exame da ordem até o momento atual ainda gera muitas discussões
entre os profissionais e acadêmicos da área, tendo inclusive sido objeto de análise do Poder
Judiciário, uma vez que alguns bacharéis questionaram a constitucionalidade da prova, que foi
considerada constitucional pelo Supremo Tribunal Federal em 2011, por meio do Recurso
Extraordinário nº 603.583.
Contudo, o exame deve ser observado como um instrumento positivo, capaz de
desenvolver não apenas uma cultura de estudo nos acadêmicos, mas também o aprimoramento
crítico e interdisciplinar, que aproxima o conteúdo jurídico da realidade socioeconômico vivida
em nosso país. Segundo Santos e Gonçalves (2013, p. 15):
Isso porque o acesso à educação é primordial para todos os cidadãos, mas esse acesso
precisa ser de qualidade, com prestação de serviços futuros à sociedade com qualidade,
preocupação com os problemas sociais e não apenas voltados para a técnica e a normatividade.
A análise do selo “OAB Recomenda” não serve apenas para qualificar o curso, mas
também serve de referencial para a autorização ou não de ofertas de vagas, uma vez
que o precário desempenho nas avaliações pode ser um fator preponderante para a
tomada dessa decisão. O cruzamento dos dados do ENADE e do Exame de Ordem
permite esse tipo de análise (GONÇALVES JUNIOR, 2017, p. 102).
A análise dos cursos é importante, tendo em vista, o baixo índice de aprovação que
muitas Universidades têm apresentado no Exame do Ordem. É importante, nesse sentido, uma
análise comparativa entre o índice regional e o índice nacional de aprovação, para que a
Universidade possa, a partir desses números, trabalhar com o corpo docente e com os
acadêmicos as medidas capazes de auxiliar e impulsionar a melhora desse quadro.
Há também, conforme se estabelece nos editais que regem cada exame, a possibilidade
do aluno, que esteja no último ano ou nos dois últimos semestres do curso de Direito, realizar
o exame, possibilidade que amplia as oportunidades do aluno em realizar o exame ainda na
Universidade.
A OAB tem insistido, há anos, para que haja mais rigor na aprovação e no
acompanhamento das entidades aptas a oferecer a graduação em direito. O exame da
OAB manterá seu nível de dificuldade. Para aumentar o índice de aprovação, é preciso
combater a mercantilização do ensino e garantir que os cursos tenham qualidade à
altura dos sonhos dos estudantes e das necessidades da sociedade. (LAMACHIA,
apud MARTINES, 2017)
De acordo com Fermando Martines (MARTINES, 2017), os últimos índices de
aprovação logo na 1ª fase do exame da ordem amedrontam, uma vez que desde a edição XVI,
que ocorreu no ano de 2015, os índices de aprovação não alcançaram 50% dos inscritos. Ainda,
convém salientar que houveram índices baixíssmos de aprovação, como a XXIII edição,
segunda de 2017, a qual aprovou apenas 14,98%, bem como a edição XXI, terceira do ano de
2016, que teve apenas 19,46% de aprovados na primeira fase.
Streck (apud MARTINES, 2017), comentando tais índices de aprovação, afirma que
o problema está também no modelo de prova, pois os Exames de Ordem e concursos em geral
foram sendo transformados em quiz shows. Cai-se no dilema do biscoito Tostines: as provas
são pegadinhas porque ensinam assim ou o ensino é assim por causa do que se cobra nas provas?
O exame e os concursos têm muito mais poder do que pensam a Ordem e as instituições das
carreiras jurídicas. Hoje, mudando a forma dos concursos (incluído o exame de Ordem), talvez
seja a forma ou fórmula mais rápida de mudar o ensino jurídico e os cursinhos de preparação.
Assim atribui-se ao menos duas grandes problemáticas aos índices de reprovação: (1)
a má qualidade dos cursos e (2) a má qualidade no próprio exame de ordem.
Nesta senda:
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conforme já se sabe, existe uma grande crise de ensino em geral no Brasil, sendo que
tal crise se aglomera mais ainda no ensino jurídico, dadas as suas peculiaridades, devendo ela,
entretanto, ser enfrentada.
De acordo com o que dispõe a Ordem dos Advogados do Brasil (oab.org.br), os
crescentes índices de reprovação em exames da Ordem são uma mostra clara do quanto a
qualidade dos cursos de Ciência Jurídica deixa a desejar.
Nesse sentido, dado o baixo desempenho dos discentes no exame da ordem, se faz
necessário a criação de propostas na instituição, a fim de se elevar os índices de aprovação,
tanto dos alunos que cursam o último ano, quanto dos egressos.
Uma das soluções existentes para este problema, conforme mencionado, trata-se
acerca da qualificação dos professores. Segundo o pensamento de Francisco de Sousa (SOUSA
et all, 2007, p.81), o investimento na qualificação do professor é um fator primordial para o
enfrentamento da crise, pois o que hoje se vê são profissionais cada vez mais desestimulados,
tendo as Universidades atualmente demonstrado pouco interesse nesse sentido. É preciso que
se aumente o número de cursos de mestrado e doutorado e também os de especialização, em
especial em metodologia do ensino superior porque, aliada à falta de qualificação, está a falta
de didática e de método de transmissão do conhecimento. Ao que parece, a universidade espera
que o próprio profissional busque sozinho a sua qualificação, o que não é de todo desarrazoado,
entretanto, o profissional vive envolto a tantos problemas, que não seria demais que a
universidade cumprisse esse papel.
Outra mudança importante, segundo o autor, seria a mudança na estrutura curricular
das Universidades, vejamos:
Muito já se tem discutido acerca da estrutura curricular dos cursos jurídicos, que deixa
a desejar na formação dos alunos, haja vista que contempla mais as disciplinas
profissionalizantes, deixando de lado a formação geral do profissional, em que pese
as mudanças implementadas pelas novas diretrizes curriculares. Assim, antes de
formar técnicos, os cursos jurídicos devem formar pessoas, seres humanos, sem,
contudo, descurar da formação técnica, que também é relevante. É preciso, portanto,
formar profissionais que pensem o direito e que entendam que seu papel na sociedade
não é apenas ganhar dinheiro e crescer profissionalmente, mas, primordialmente,
contribuir com a sociedade levando justiça e dignidade àqueles que delas necessitam.
É por isso que se torna necessária a elaboração de um currículo que dê mais ênfase a
disciplinas tais como Ética, Filosofia, Sociologia, Antropologia e outras que tenham
como preocupação principal formar homens que, além de deter conhecimento técnico,
sejam probos, justos e éticos na sua profissão. (SOUSA et all, 2007, p. 81)
Por outro lado, conforme retrata Filho (2011), o Selo OAB exsurge da análise do
desempenho dos alunos dos cursos de Direito nos Exame de Ordem e no ENADE, com o único
intuito de aferir a qualidade do ensino jurídico das instituições jus-educacionais, constituindo-
se, no dizer do professor de Direito e reitor da USP — João Grandino Rodas —, “num precioso
instrumento para aumentar a evolução das Faculdades na busca da melhoria do ensino do
Direito” compreendendo as atividades de ensino, pesquisa e extensão, que, fundadas em uma
relação dialética entre teoria e prática, ensejem a vivência do real e das múltiplas dimensões em
que se desdobra a realidade jurídica.
É nesse contexto que a Universidade de Cruz Alta vem produzindo formas, de
incentivar tanto os docentes, com os discentes, a refletir mais a qualidade de ensino voltada ao
Exame da Ordem.
Nesse sentido, o curso dispõe aos discentes uma matéria optativa, a qual centraliza os
estudos no exame de ordem, bem como a realização de um simulado anual, onde são cobradas
questões nos moldes da prova da Ordem.
Assim, pode-se verificar que a instituição tem buscado aperfeiçoar seus métodos de
ensino, a fim de aumentar o índice de aprovação da universidade.
REFERÊNCIAS
_______. Lei 8.906, de 4 de julho de 1994. Dispõe sobre o Estatuto da Advocacia e a Ordem
dos Advogados do Brasil (OAB). In: Diário Oficial da República Federativa do Brasil.
Brasília, DF, 4 jul. 1994. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8906.htm>. Acesso em 8 abr. 2018.
FREITAS, Frederico Oliveira; FURTADO, Daniele de Oliveira. A legitimidade do exame
da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). Disponivel em: < http://www.ambito-
juridico.com.br/site/index.php?artigo_id=8849&n_link=revista_artigos_leitura>. Acesso em
10 de abril2018.
FILHO, Álvaro Melo. Selo OAB luta por uma educação que atenda o mercado. Site.
2011 Disponível em: < https://www.conjur.com.br/2011-nov-28/selo-oab-luta-prol-
educacao-solida-base-humanistica2> Acesso em 8 abr. 2018.
SANTOS, André Luiz Lopes dos. Ensino Jurídico: uma abordagem político-educacional.
Campinas: Edicamp, 2002.
SOUSA, Francisco das Chagas Barros de; LACERDA, Selene Coelho de; BONFIM,
Terezinha de Jesus Guerreiro; ROCHA, Regina Lúcia Almeida; MOREIRA, Rita de Cássia
Maia Baptista; BENTS, José Antonio Oliveira; CUTRIM, Carlos Nina Everton. Revista do
Ministério Público do Estado do Maranhão Juris Itinera, São Luís, n. 14, jan./dez. 2007.
UMA REFLEXÃO ACERCA DA FORMAÇÃO DE DOCENTES DO
ENSINO SUPERIOR
Resumo: A presente pesquisa busca trazer uma reflexão sobre como está a formação dos
professores a nível de ensino superior. A formação pedagógica é uma questão muito pautada
como sendo imprescindível dentro do processo constituinte de professores universitários de
qualidade e com capacidade de lecionar no ambiente das universidades. Apesar disso, essa
formação tão necessária ainda é precária. Dessa maneira, este estudo visa levantar
questionamentos relacionados ao tema, procurando soluções que mais se adaptem e
demonstrando porquê a formação pedagógica é, de fato, tão importante para um ensino superior
de qualidade.
INTRODUÇÃO
1
Acadêmica do curso de Arquitetura e Urbanismo e integrante do Laboratório de Ideias, ambos da Unicruz. E-
mail: larissa.gabe@sou.unicruz.edu.br
2
Orientadora da Pesquisa. Professora Ma. do curso de Arquitetura e Urbanismo da Unicruz. E-mail:
marcamargo@unicruz.edu.br
finalidade. E social, porque se concretiza na sociedade, com seres sociais, promovida
em meio a relações sociais e visando a socialização.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
É fato que mesmo nos cursos de Licenciatura há uma precariedade nas políticas
formativas pedagógicas, o que se dirá então dos cursos bacharelados que formam profissionais
que também estão aptos à docência, porém sem capacitação pedagógica? Há uma ausência de
formação pedagógica no processo de formação para docentes do ensino superior. A maioria dos
cursos de pós-graduação stricto sensu, que são os mestrados, colocam a pesquisa científica
como enfoque da formação, deixando como algo secundário ou até mesmo ausente, a formação
pedagógica de grande importância para a prática de ensino superior.
Segundo Saviani (2006, p. 3), isso ocorre devido a “dois modelos de formatação, um
que se baseia no domínio dos conhecimentos que devem ser transmitidos, e outro que propõe a
formação pedagógica como instrumento de qualificação para a docência”.
Diferente dos cursos de licenciatura que possuem o último ano de formação voltados
à pedagogia, os professores de cursos superiores que formam bacharéis, necessitam da
graduação e de uma especialização ou mestrado para estarem aptos à docência e para
compreender o processo de ensino.
A função da formação pedagógica para a prática da docência no ensino superior é
justamente acabar com a utilização dos modelos de prática de ensino existentes, e fazer com
que os pós-graduandos tenham uma preparação e uma reflexão crítica acerca dos desafios
presentes no dia a dia. De acordo com Pimenta e Anastasiou (2010, p. 16)
A atividade profissional de todo professor possui uma natureza pedagógica, isto é,
vincula-se a objetivos educativos de formação humana e processos metodológicos e
organizacionais de transmissão e apropriação de saberes e modo de ação. O trabalho
docente está impregnado de intencionalidade, pois visa a formação humana por meio
de conteúdos e habilidades, de pensamento e ação, o que implica escolhas, valores,
compromissos éticos.
Partindo desta pesquisa, percebe-se que a questão fundamental é a seguinte: nos cursos
de licenciatura há uma preocupação pedagógica, diferente dos cursos que formam bacharéis.
Os mestrados, doutorados e demais formações apenas evidenciam a área de maior interesse e
habilidade do docente, porém não são preparadores para o processo de ensino. O que ocorre é
que há uma valorização muito grande acerca dos conhecimentos específicos das disciplinas, e
uma desconsideração em relação à formação pedagógica necessária para a constituição de
professores com excelência.
Dentro destes aspectos, uma solução que pode ser adotada é fazer com que a formação
pedagógica dos docentes do ensino superior seja responsabilidade dos cursos de mestrado e
doutorado. Mas, apesar de ser uma resposta válida para o agora, a longo prazo esta pode não
ser a melhor solução. Até porque, muitos bacharéis fazem mestrado na área da educação e
mesmo assim não conseguem adquirir uma formação pedagógica adequada.
Ações pontuais, como treinamentos, cursos, oficinas e palestras, também já auxiliam
como um norteador para os professores. Porém como não são formações contínuas, servem
apenas como uma solução também temporária. É interessante que o profissional não precisa
optar entre a formação e a pesquisa, ou a formação e o seu trabalho como autônomo, muito pelo
contrário. Desenvolver as duas formações de forma paralela é ainda mais enriquecedor para o
docente e contribui muito na experiência e nas práticas que poderão ser repassadas em sala de
aula.
REFERÊNCIAS
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia saberes necessários à prática educativa. 16. ed. Editora Paz e
Terra: São Paulo, 1996.
JUNGES, Kelen dos Santos; BEHRENS, Marilda Aparecida. Prática docente no ensino
superior: a formação pedagógica como mobilizadora de mudança. Perspectiva, Florianópolis,
v. 33, n. 1, 285-317, Jan./abr. 2015.
KLUNG, Aline Quandt; PINTO, Maria das Graças C. da S. Medeiros Gonçalves,. Formação
pedagógica na formação de professores: de quê estamos falando? Disponível em:
<http://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2015/22065_9569.pdf>. Acesso em: 11 abr. 2018.
PIMENTA, Selma Garrido & ANASTASIOU, Léa Graças Camargos. Docência no ensino
superior. São Paulo: Cortez, 2010.
SOARES, Aline Bairros1; MIRANDA, Pauline Vielmo2; BECHER, Paula Rochele Silveira3;
SMANIOTTO, Cláudia Barin4.
Abstract: The technological development characteristic of our time has quickly transformed
our way of living and interacting with the world. This transformation is also reflected in
educational processes, which integrate these changes, such as the use of Digital Information
and Communication Technologies (DICT) in educational processes. Accordingly, the
Professional and Technological Education (PTE) is integrated in this context, since it aims at
training not only for the labor market but also for a social insertion. In this work, we aimed to
reflect on the importance of active methodologiesin school practice and in the methodologies
used in PTE, specially Hybrid Teaching,. The methodological approach of this research is
qualitative and bibliographical as to its technical procedures. Although the practice of hybrid
teaching has its difficulties, because it is a challenge for the teacher to get everyone to develop
their potential and really mobilize in the search for learning, it is a valid alternative. The first
1
Mestre em Educação Profissional e Tecnológica - UFSM. Especialização em Mídias na Educação - FURG.
Professora de Ensino Básico. E-mail: aline.qmc.bs@gmail.com
2
Mestre em Educação Profissional e Tecnológica - UFSM. Especialização em andamento em Tecnologias da
Informação e Comunicação Aplicadas à Educação – UFSM. E-mail: pauline.v.miranda@hotmail.com
3
Mestre em Educação Profissional e Tecnológica - UFSM. E-mail: chele_becher@yahoo.com.br
4
Doutora em Química. Professora Adjunta da Universidade Federal de Santa Maria. E-mail:
claudiabarin@nte.ufsm.br
point is to reflect on the new educational possibilities that integrate the use of TDICs and active
methodologies, allowing the experimentation of meaningful and transformative learning in their
lives.
Keywords: Professional and Technological Education. Learning. Teacher Training for PTE.
Active Methodologies.
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Existem alguns modelos de ensino híbrido que são divididos em categorias: os modelos
que mantém certas características do ensino tradicional; e os modelos disruptivos, que rompem
com as características do formato de escola que mais temos hoje. Os primeiros modelos, que se
direcionam a uma educação híbrida, percorrem pelo que mais se aproxima do modelo atual da
maioria das escolas, chamados modelos sustentados, e, dentre estes, os mais adotados são os
modelos de rotação (HORN; STAKER, 2015).
A rotação viabiliza que os alunos revezem em momentos de tarefas com roteiro fixo ou
a critério do professor, podendo incluir leituras, produção textual, discussões em grupos
pequenos ou turmas completas, tutoria, trabalhos escritos ou outras formas de apresentação,
sempre contendo uma atividade online (HORN; STAKER, 2015, p. 37). No modelo de rotação
há possibilidades de submodelos rotacionais:
Para a implementação do modelo de rotação por estações, a sala de aula deve ser
dividida em espaços de aprendizagem chamados “estações”. Estes espaços devem ser
relacionados à temática da aula, em que cada estação o abordará através de uma tarefa,
conforme um objetivo, sendo que uma das estações precisa abranger uma tarefa online (NETA;
CAPUCHINHO, 2017). A sala de aula invertida permite que os alunos escolham a forma que
aprendem mais facilmente, uma vez que, aulas interativas e o acesso aos vídeos e demais
materiais didáticos tornam-se constantes.
A sala de aula transforma-se num espaço para os alunos trabalharem com situações-
problema, coleta de dados e aplicação de conceitos, além de criar oportunidades para
cada aluno caminhar em ritmo próprio e se envolver nos grupos colaborativos que
mais atendam às suas necessidades (NETA; CAPUCHINHO, 2017, p.153).
Neste modelo o professor cria a sua aula em vídeos e/ou outros formatos tais como
podcasts, blogs, utilizando as seguintes ferramentas: Google Drive, Dropbox,
Facebook, Twitter, Youtube, Slideshare, sites, Wiki e os alunos acessam em casa, na
hora que desejarem, e quantas vezes quiserem (SOS Professor, 2015).
Esta aula deve ser estudada antes do encontro presencial para que todos possam
participar com maior desempenho e desenvoltura das atividades realizadas com os grupos. O
desenvolvimento das tarefas propostas nos modelos rotacionais costuma ser satisfatório. Os
alunos se envolvem de maneira ativa, cooperam entre si, buscando soluções em conjunto,
refletem, debatem e comentam por meio de suas próprias experiências. Segundo Bacich e
Moran (2015), o Ensino Híbrido faz-se envolvente, pois, oferece graças às inúmeras
oportunidades.
Ainda assim, a prática do ensino híbrido tem suas dificuldades, é um desafio para o
professor conseguir com que todos desenvolvam seu potencial e realmente se mobilizem na
busca do aprendizado. De acordo com os professores-tutores, alguns alunos apresentam
resistência e, nesses casos, é preciso que o professor utilize artifícios de apoio e motivação e
consigam comprovar a eficiência dos resultados adquiridos (BARION; MELLI, 2017).
Acreditamos que, para haver mudança eficaz neste cenário, é necessário investir na
formação dos profissionais. É consenso que o espaço educacional da EPT, em sua maioria,
dispõe de estruturas físicas para abranger e fazer uso de metodologias ativas, em especial os
modelos de ensino híbrido. Precisamos unir o potencial do aluno com iniciativas docentes,
compreendendo estas possibilidades como facilitadoras e, especialmente, potencializadoras dos
processos de ensino e aprendizagem.
Segundo Bacich e Moran (2015), para que este modelo consiga estar presente nas salas
de aula é necessária que seja pensada no contexto dos currículos educacionais, de maneira a
destacar a aprendizagem ativa do aluno. Isto pode se dar progressivamente, permitindo a
colaboração de todos envolvidos, alunos, professores, grupos de diferentes turmas.
O trabalho colaborativo pode estar aliado ao uso das tecnologias digitais e propiciar
momentos de aprendizagem e troca que ultrapassam as barreiras da sala de aula.
Aprender com os pares torna-se ainda mais significativo quando há um objetivo
comum a ser alcançado pelo grupo (BACICH & MORAN 2015, p. 01).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
BACICH, L; MORAN, J. Aprender e ensinar com foco na educação híbrida. Revista Pátio,
nº 25, junho, 2015, p. 45-47. Disponível
em:<http://www.grupoa.com.br/revistapatio/artigo/11551/aprender-e-ensinar-com-focona-
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GIL, A. C. Métodos e técnicas de Pesquisa Social. 6. ed. São Paulo, SP: Atlas, 2008, 200 p.
GODINHO, V. T; GARCIA, C. A.:Caminhos Híbridos da educação : delimitando
possibilidades. In: SIED: SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA.
ENPED:ENCONTRO DE PESQUISADORES EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA. 2016.
Anais... UFSCAR - Universidade Federal de São Carlos. São Carlos - SP. Disponível em
<www.sied-enped2016.ead.ufscar.br/ojs/index.php/2016/article/viewFile/1109/909>. Acesso
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MÓRAN, J. Mudando a Educação com Metodologias Ativas. In: SOUZA, C.A.; MORALES,
O.E.T. In: Coleção Mídias Contemporâneas. Convergências Midiáticas, Educação e
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Disponível em: http://uepfocafoto.wordpress.com. Acesso em: 21 mar. 2018.
MÓRAN, J. Educação Híbrida. In: BACICH, L.; NETO, A. T.; TREVISANI, F.M (Orgs.).
Ensino Híbrido: personalização e tecnologia na educação. Porto Alegre: Penso, 2015. 2,
2015b.
Resumo: Com o processo de transformação dos métodos de ensino no século XXI, instituições
de ensino superior e pesquisadores apresentam metodologias de aprendizado que tendem a
mudar o cotidiano das salas de aulas. Onde os professores deixam de ser um provedor do
conhecimento e passam a ser um mediador do mesmo, e por outro lado o aluno tronasse o cento
das atenções, com o foco direcionada para construção de seu conhecimento. Neste contextuo,
este estudo busca como objetivo investigar e apresentar as metodologias ativas de ensino mais
usuais nos ambientes universitários, onde estes métodos contribuem com novas políticas
educacionais na formação profissional brasileira. Metodologicamente este trabalho é
desenvolvido com base em uma pesquisa exploratória qualitativa, onde foram utilizados portais
de periódicos fornecendo artigos científicos, dissertações e teses para referencial teórico do
estudo. Como resultado apresentou-se o estado arte das metodologias de ensino/aprendizagem
que contribuem com a formação de profissionais inovadores e contemporâneo.
Abstract: With the process of transforming teaching methods in the 21st century, higher
education institutions and researchers present learning methodologies that tend to change the
daily life of classrooms. Where teachers cease to be a provider of knowledge and become a
mediator of the knowledge, and on the other hand the student happens to be the center of
attentions, with the focus focused on building his knowledge. In this context, this study aims to
investigate and present the most common active teaching methodologies in university
environments, where these methods contribute with new educational policies in Brazilian
professional training. Methodologically this work is developed based on a qualitative
exploratory research, where periodical in portals were used to providing scientific articles,
dissertations and theses for theoretical reference of the study. As a result, the state of art of
teaching / learning methodologies was presented, contributing to the training of innovative and
contemporary professionals.
1
Arquiteto e Urbanista. Mestrando em Arquitetura e Urbanismo no Programa de Pós-Graduação em Arquitetura
e Urbanismo IMED. Passo Fundo/RS, Brasil. E-mail: ernanizpazini@gmail.com
2
Doutora em Arquitetura. Docente do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo IMED. Passo
Fundo/RS, Brasil. E-mail: andrea.mussi@imed.edu.br
INTRODUÇÃO
Já para Delphino, et al. (2017), a obtenção do conhecimento nos dias atuais procede dos avanços
e aperfeiçoamentos das metodologias de ensino/aprendizado, das inovações tecnológicas de
comunicação e informação as quais tornam globalizados os métodos de aprendizado, alterando as
antigas formas de adquiri conhecimento as quais eram por métodos compartimentados onde o professor
era o provedor do conhecimento. A maneira atual de se ensinar e aprender é de forma global com
conhecimentos interconectados e não mais de forma compartimentada onde o aluno passa a ser o centro
das atenções.
O momento atual coloca a educação em cheque, tanto em relação ao modo de ensinar
quanto em relação ao modo de aprender. O processo de ensino e aprendizagem vem
mudando em função do novo perfil dos alunos, ligados e interligados virtualmente, e
da liberdade que estes possuem na busca da informação. O mesmo ocorre com relação
à aquisição de conhecimento que pode ocorrer de diversas maneiras, individualmente
ou em grupo, por intercâmbio ou em redes, entre outros (DELPHINO, et al., 2017, p.
96).
De acordo com Moura e Barbosa (2011) o processo ativo Project Based Learning (PjBL) é
um método de ensino com objetivos bem definidos sugeridos apartir de um probelma, uma
necessidade, uma oportunidade ou interesses de uma pessoa, um grupo de pessoas ou uma
organização. Desta forma, o aluno adquire conhecimento e habilidades trabalhando durante um
período de tempo para investigar e responder a uma questão, problema ou desafio autêntico e
complexo. Quanto à sua tipologia, os projetos podem ser do tipo intervenção, desenvolvimento,
pesquisa, ensino e aprendizagem.
De acordo com Barbosa e Moura (2013) o processo ativo de ensino Problem Based Learning
(PBL) é um método de ensino fundamentado e contextualizado em uma situação problema real
ou fictícia para o aprendizado autodirigido centrado no aluno. Diferenciando-se dos métodos
tradicionais que as informações e conhecimento partem apenas do professor, em conteúdos
disciplinares. Na PBL, o exercício passa a ser centrado no aluno, que deixa de ser um ouvinte
passivo da informação para ser agente ativo construindo seu conhecimento. Nesse contexto, o
professor atua como um mediador nos grupos de trabalho ou estudo, nos quais a interação entre
professor-aluno é muito mais aberta do que em aulas expositivas. Com a PBL os trabalhos que
podem diferenciar conforme o nível e tipo de ensino, com a área do conhecimento e com os
objetivos de aprendizagem que se quer alcançar. Segundo Araújo (2011) as etapas de ensino da
PBL possuem diferentes etapas como mostrada na figura 01.
Figura 01. Etapas da aplicação da PBL
Conforme Bollela, et al. (2014) o processo ativo Team Based Learning (TBL) tem suas
bases teóricas fundamentadas no construtivismo, onde o professor é um mediador e facilitador
para a aprendizagem em um ambiente igualitário de aprendizado, perfil este característico das
metodologias ativas de ensino/aprendizagem. As experiências e os conhecimentos adquirido
pelos alunos são de incentivo para construção e evolução conjunta do aprendizado. Neste
sentido, a resolução de problemas é parte importante neste processo. Com isto, os autores citam
uma importante característica do construtivismo que é a aprendizagem baseada no diálogo e na
interação entre os alunos, o que proporciona habilidades de comunicação, trabalho colaborativo
em equipes ou times, permite reflexões sobre práticas e mudanças de opiniões, característico
do cotidiano contemporâneo profissional.
Sendo assim está metodologias cria oportunidades para o estudante adquirir e aplicar
conhecimento oriundos de atividades que incluem etapas antecedentes ao encontro com o
professor em sala de aula, bem como suas aplicações. As etapas são assim representadas na
figura 02.
Figura 02. Etapas do TBL e sua duração aproximada.
Flipped Classroom
Design Thinking
Para Vianna et al., (2012) o método Design Thinking se refere à maneira do designer
pensar, que usa de métodos de raciocínio pouco convencional, o pensamento abdutivo. Os
autores explicam que nesse tipo de pensamento, procura-se formular questionamentos por meio
de apreensão ou compreensão dos fenômenos, ou seja, são formuladas perguntas a serem
respondidas a partir das informações coletadas durante a observação do meio em que está
inserido o problema. Assim, ao pensar de maneira abdutiva, a solução não é decorrida do
problema, mas sim, ela se encaixa nele.
As etapas do Design Thinking apresentadas na figura 04 mostram o ciclo de abordagem
do assunto, salientando que não necessariamente segue a mesma ordem. Ou seja, tais fases
podem ser moldadas e configuradas de modo que se adequem a natureza do projeto e do
problema em questão. Nada impede, por exemplo, começar um projeto pela fase de Imersão e
realizar ciclos de Prototipação enquanto se estuda o contexto, ou ao longo de todo o projeto.
Sessões de Ideação não precisam ser realizadas em um momento estanque do processo, mas
podem se manter do início ao fim (VIANNA et al. 2012).
Figura 04. Esquema representativo das etapas do processo de Design Thinking.
Gamificação do ensino
METODOLOGIA
Este estudo foi conduzido por meio de uma pesquisa de caráter exploratório
qualitativo. Pois, aborda um assunto inerente as políticas educacionais de ensino no século XXI.
O conteúdo apresentado foi explorado nos meios de comunicação de periódicos e anais de
eventos disponíveis na internet, realizados durante os meses de fevereiro e março de 2018.
Desta forma, foi selecionado publicaçoes existentes sobre o assunto metodologias ativas de
ensino, que são usuais e destanca-se nas instituições de ensino superior, bem como por
professores que buscam por métodos capazes de engajar o aluno com os conceitos de
aprendizado contemporâneo.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Agradecimentos
SILBERMAN, M. Active learning: 101 strategies do teach any subject. Massachusetts: Ed.
Allyn and Bacon, 1996.
Resumo: O presente estudo teve como objetivo analisar o nível de atividade física e o estado
nutricional de alunos de Educação Física nos iniciais do ensino fundamental. Esta pesquisa
quantitativa descritiva diagnóstica foi realizada com 36 alunos (de 7 a 12 anos de idade) de uma
escola estadual da cidade de Cruz Alta-RS. Foi aplicada pelo próprio pesquisador uma ficha
diagnóstica, índice de massa corporal e o questionário de prática de atividade física nos últimos
sete dias. A descrição das características pesquisadas e dos desfechos do estudo foi realizada
através de frequência absoluta e relativa. Evidenciou-se que a maioria dos alunos não era obeso
e era ativo fisicamente. A atividade física associou-se a idade, onde as crianças mais velhas (10,
11 e 12 anos) eram mais ativas fisicamente que as mais novas (8 e 9 anos). A obesidade não se
associou significativamente com nenhuma variável independente do estudo. Conclui-se que a
Educação Física Escolar nos anos iniciais da escola pesquisada, deve estar ocorrendo de uma
forma relevante diante dos dias atuais, pois vem auxiliando no alto nível de atividade física de
seus alunos e consequentemente reduzindo a obesidade infantil.
INTRODUÇÃO
1
Especificações do autor, Instituição (ões) a que pertence, agência financiadora da pesquisa (quando houver) e o
endereço eletrônico. E-mail: eventos@unicruz.edu.br
adolescência, seja por uma influência mediada pelo nível de atividade física na idade adulta
(HALLAL, 2007).
Os principais influenciadores da inatividade física são a transição campo-cidade, o
recurso do transporte motorizado, o tempo excessivo passado em frente da televisão e a
tecnologia (HALLAL, 2012). Este comportamento inativo age como acelerador do declínio
humano, estando diretamente ligada a diminuição da incapacidade funcional, da qualidade de
vida, aumento do número de doenças, da obesidade e da mortalidade (OMS, 2005) entre outras
consequências.
Em crianças e adolescentes a inatividade física está relacionada principalmente ao
desenvolvimento de obesidade. Neste sentido, a prática regular de atividade física, como parte
de um estilo de vida saudável, aparece tendo um papel fundamental no controle e tratamento da
obesidade (JENOVESI et al.,2003).
As consequências da obesidade tem se agravado em crianças e adolescents. Essa
patologia se associa ao aparecimento precoce de doenças cardiovasculares, diabetes mellitus
tipo 2, hipertensão, ao aumento do triglicerídeo e do colesterol, problemas
psicológicos,problemas posturais e locomotores. A probabilidade de crianças e adolescentes
com elevado índice de massa corporal (IMC) apresentarem sobrepeso ou obesidade aos 35 anos
aumenta significativamente à medida que a idade das crianças e adolescentes avança. A
obesidade nas crianças também vem aumentando nos últimos anos, atingindo índices de 10,6%
nas meninas e 4,8% nos meninos, sendo que na região Sul do País os índices de prevalência
chegaram a 13,9% (TERRES, 2006).
Vários fatores podem ocasionar a obesidade, dentre eles está a vida urbana, que tem sido
associada a mudanças de comportamento principalmente com relação à dieta, onde o alto peso
é resultado do alto consumo energético e do baixo gasto energético (JENOVESI et al., 2003;
TERRES, 2006).
Assim, a Educação Física escolar tem grande importância para estimular nos alunos o
gosto e o prazer pela atividade física para que possam adotar um estilo de vida ativo e
consequentemente auxiliar no combate as doenças causadas pela inatividade física a curto e
longo prazo, visto que uma vida ativa e bons hábitos influenciados na adolescência,
possivelmente permanecerão na fase adulta (GUEDES et al., 2012). Segundo Lazzoli et al.
(1998), o incentivo a prática de atividades físicas na infância e na adolescência, pode vir a
reduzir a inatividade física e a obesidade, promovendo melhor qualidade de vida.
Assim, o objetivo desta pesquisa foi analisar o nível de atividade física e o estado
nutricional de alunos participantes de Educação Física nos iniciais do ensino fundamental de
uma escola estadual da cidade de Cruz Alta/RS.
MATERIAL E MÉTODOS
RESULTADOS E DISCUSSÕES
CONCLUSÃO
Após a análise dos resultados deste estudo pode-se concluir que a Educação Física
Escolar nos anos iniciais da escola pesquisada, deve estar ocorrendo de uma forma adequada,
pois vem auxiliando no nível elevado de atividade física de seus alunos e consequentemente na
redução da obesidade infantil, tendo em vista que a maioria dos alunos pesquisados era ativo
fisicamente e não tinha obesidade.
REFERÊNCIAS
BRACCO, M. M. et al., Gasto energético entre crianças de escola pública obesa e não-obesas.
Revista Brasileira de Ciência e Movimento. v 10 n. 3, p. 29-35, 2002.
CURRIE, C. Inequalities in young people’s health: HBSC international report from the
2005/2006 survey. Copenhagen: World Health Organization, 2008.
FRANCISCO, P.S. A Educação Física nos anos iniciais do Ensino Fundamental: uma
experiência através do PIBID, 2013. Disponível em http://hdl.handle.net/10183/87643
GAYA, A.; SILVA, G. Projeto Esporte Brasil: manual de aplicação de medidas e testes,
normas e critérios de avaliação. Porto Alegre. PROESP-BR: 2007.
HALLAL, P. C. A Educação Física escolar na cidade de Pelotas, RS: contexto das aulas e
conteúdos. Revista Educação Física/UEM, v. 23, n. 1, p. 69-78, 2012.
JENOVESI, J.F et al. Perfil de atividade física em escolares da rede pública de diferentes
estados nutricionais. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, v. 11, n. 4, p. 57-62, 2003.
Abstract: This research is related to the master's dissertation of the Post-Graduate Program in
Professional and Technological Education of the Industrial Technical College of Santa Maria,
aiming to analyze the curricular proposal of the PEG (Teacher Training Course for Professional
Education) of the Federal University of Santa Maria (UFSM) and if there is consistency
regarding teacher training, based on the recommended training policies for Vocational and
Technological Education (EFA). This research is related to The research design is anchored in
a qualitative approach, which used documentary analysis as a data collection instrument. It was
based on an analysis of the public policies of Professional Education and teacher training for
EFA in our country and the analysis of the pedagogical political project of the PEG course. As
for the PEG course, in its curricular reformulation, it sought to improve and attend to the
modifications suggested through the institutional evaluations and those involved in the
program. It is through the curriculum that we have one of the opportunities for change, once
this is articulated to give conditions for a formation of active subjects in society and aware of
their social work. Finally, it is suggested that some reflections are necessary, such as the
1
Mestre em Educação Profissional e Tecnológica – UFSM e especialização em andamento em Tecnologias da
Informação e Comunicação Aplicadas a Educação - UFSM.
E-mail: pauline.v.miranda@hotmail.com
2
Doutor em Educação - UNICAMP e Professor da Universidade Federal de Santa Maria. E-mail:
ascisio.pereira@ufsm.br
understanding that to act in technical education, it is not enough only technical knowledge of
its area of initial training, because we need a long and specific pedagogical training.
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
A abordagem metodológica desta pesquisa é qualitativa, exploratória quanto aos
objetivos e documental quanto aos procedimentos técnicos.
A opção pela abordagem qualitativa permite um entendimento mais detalhado do
objeto de pesquisa, proporcionando resultados mais abrangentes, subjetivos e respostas
relevantes do sujeito aos questionamentos levantados. Segundo Godoy (1995, p. 58) “a pesquisa
qualitativa não procura enumerar ou medir eventos estudados, envolve a obtenção de dados
descritivos sobre pessoas, lugares e processos interativos”, buscando compreender fenômenos
segundo a perspectiva dos sujeitos.
Se caracteriza quanto aos objetivos como uma pesquisa exploratória, pois como afirma
Andrade (2010, p. 112) esse é “o primeiro passo de todo trabalho científico, o de proporcionar
informações sobre determinado assunto”. Para Gil (2008, p. 41) isso acontece de modo que
possibilite “a consideração dos mais variados aspectos relativos ao fato estudado”.
Quanto aos procedimentos técnicos utilizados caracteriza-se como documental A
pesquisa documental é aquela que se baseia de acordo com Andrade (2010, p. 113) em
“documentos primários”. Para Gil (2008) a pesquisa documental vale-se de “materiais que não
recebem ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os
objetos da pesquisa”.
Em uma primeira fase, foi desenvolvida a Revisão Bibliográfica, referente aos
elementos que subsidiaram a pesquisa, através da discussão dos aspectos conceituais sobre
projeto político pedagógico e a formação docente na Educação Profissional. Essa revisão foi
viabilizada utilizando-se de consultas na bibliografia pertinente à área, no banco de
Dissertações e Teses do Portal da CAPES e periódicos científicos e anais de eventos, que
segundo Gil (2008) “permitem a comunicação formal dos resultados de pesquisas originais e
mantém o padrão de qualidade da pesquisa científica”.
Em uma segunda fase, foi realizada uma pesquisa Documental, verificando a coerência
entre as necessidades formativas dos professores do ensino técnico, políticas educacionais da
EPT e os projetos político-pedagógicos implementados pelo curso PEG.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
As reformas educacionais ocorridas com a Lei n° 9.394 de 1996 (Lei de Diretrizes e
Bases da Educação), possibilitaram novos mecanismos para o desenvolvimento da educação
profissional. A LDBEN/96 (BRASIL, 1996) dedica um capítulo, com quatro artigos, para tratar
das diretrizes gerais da Educação Profissional.
Art. 39º. A educação profissional, integrada às diferentes formas de educação, ao
trabalho, à ciência e à tecnologia, conduz ao permanente desenvolvimento de aptidões
para a vida produtiva.
Art. 40º. A educação profissional será desenvolvida em articulação com o ensino
regular ou por diferentes estratégias de educação continuada, em instituições
especializadas ou no ambiente de trabalho.
Art. 41º. O conhecimento adquirido na educação profissional, inclusive no trabalho,
poderá ser objeto de avaliação, reconhecimento e certificação para prosseguimento ou
conclusão de estudos.
Parágrafo único. Os diplomas de cursos de educação profissional de nível médio,
quando registrados, terão validade nacional.
Art. 42º. As escolas técnicas e profissionais, além dos seus cursos regulares,
oferecerão cursos especiais, abertos à comunidade, condicionada a matrícula à
capacidade de aproveitamento e não necessariamente ao nível de escolaridade.
(BRASIL, 1996).
[...] atuar com ética e compromisso com vistas à construção de uma sociedade justa e
igualitária. Ter comprometimento com a qualidade da aprendizagem dos alunos.
Facilitador e promotor de relações de cooperação entre a instituição educativa, a
família e a comunidade e capacidade para apropriar-se de saberes pedagógicos
necessários para a ação docente, tais como concepções epistemológicas que
fundamentam a prática educativa. (UFSM, 2009).
A diversidade dos alunos que chegam nas escolas técnicas é uma das preocupações do
projeto pedagógico do curso, ao se pensar uma formação docente que atenda essas demandas.
Considerando a diversidade dos alunos que poderão ter acesso a oferta de educação profissional
surgiu a necessidade de pensar sobre a formação do profissional que atuará como professor em
etapas tão distintas do desenvolvimento humano, bem como em espaços escolares e não
escolares tão diferenciados. (UFSM, 2009).
Aos docentes do curso cabe um importante papel na formação desses educadores, pois
serão a referência na formação dos novos profissionais. De acordo com o PPC (UFSM, 2009)
espera-se que os professores atuantes no curso sejam comprometidos com a formação de um
professor capaz de atuar com conhecimento e criticidade nos espaços escolares e não-escolares,
consciente da sua responsabilidade na formação dos profissionais que estarão sob sua
orientação técnica, científica e pedagógica. Os professores que atuam no curso são lotados nos
departamentos do Centro de Educação (Administração Escolar–ADE, Metodologia do Ensino–
MEN, Educação Especial–EDE e Fundamentos da Educação–FUE), e nas unidades parceiras
CTISM, CCR e Colégio Agrícola de Frederico Westphalen.
Salienta-se que o currículo é elemento extremamente importante no âmbito educacional,
pois “expressa interesses e forças que gravitam sobre o sistema educativo em dado momento e
os valores dominantes que regem os processos educativos” (SACRISTÁN, 2000, p. 16).
Etimologicamente, vem da palavra latina scurrere – correr – se refere ao curso ou carro de
corrida. Segundo Goodson (1995) o currículo trata-se de um percurso a ser seguido ou, mais
especificamente, apresentado, e nesse contexto de associação a pista de corrida. Ferraço (2006)
nos alerta que não devemos nos limitarmos a essa visão do currículo que o toma como rota,
trajetória ou curso, que garantirá a realização do percurso.
Pensando em Ensino Profissional e Tecnológico, ele estabelecerá conexões entre as
disciplinas e a formação profissional específica do docente para tentar diminuir a fragmentação
do currículo. O currículo irá acolher alunos com diferentes origens, capacidades, procedências
sociais e também de diferente destino social, aqui representados pelo Ensino Técnico, e isto
refletirá nos conteúdos a serem cursados naquela instituição. Freire (2005, p.45) afirma que o
currículo “[...] tem que ver com: que conteúdos ensinar, a quem, a favor de quê, de quem, contra
quê, contra quem, como ensinar. Tem que ver com quem decide sobre que conteúdos ensinar”.
Em julho de 2015, de acordo com o CNE nº 2, alteraram-se as Diretrizes Curriculares
Nacionais de formação inicial em nível superior (cursos de licenciatura, cursos de formação
pedagógica para graduados e cursos de segunda licenciatura) e formação continuada. Dentre as
novas diretrizes, ressaltamos o artigo 14º, que ressalta mais uma vez, a descontinuidade e não-
obrigatoriedade de formação pedagógica para o exercício da docência na educação profissional.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
GADOTTI, M. Perspectivas atuais da educação. Porto Alegre, RS: Artes Médicas, 2000.
GIL, A. C. Métodos e técnicas de Pesquisa Social. 6. ed. São Paulo, SP: Atlas, 2008, 200 p.
Resumo: O presente trabalho foi construído a partir de uma pesquisa realizada no segundo
semestres de 2018, a partir dos prepostos da pesquisa de campo, que teve como sujeitos
pesquisados um grupo de alunas concluintes do Curso de Pedagogia, ofertado pela
Universidade Estadual do Rio Grande do Sul – Uergs, na unidade localizada no município de
Cruz Alta. Tal pesquisa teve por objetivo “analisar a compreensão, por parte de uma turma de
oitavo semestre da Licenciatura em Pedagogia, sobre o processo de aprendizagem por eles
vivenciados durante a realização do curso, no que se refere a conceitos matemáticos” e teve
como instrumento de coleta de dados um questionário. Com a conclusão desta pesquisa
constatou-se que o grupo pesquisado aponta que o estudo de conceitos matemáticos no curso
de Pedagogia deve ser repensado e que uma das possibilidades para que os futuros pedagogos
tenham mais domínio no que se refere ao ensino de tais conceito é a oferta de mais disciplinas,
podendo até mesmo ser ofertadas na modalidade eletiva.
Abstract: The present work was based on a research carried out in the second semester of 2017,
based on the field researchers, who had as subjects a group of students who completed the
Pedagogy Course offered by the State University of Rio Grande do Sul - Uergs, in the unit
located in the city of Cruz Alta. This research aimed to "analyze the understanding, on the part
of a group of eighth semester of the Degree in Pedagogy, about the learning process they
experienced during the course, in what refers to mathematical concepts" and had as instrument
of collection of data a questionnaire. With the conclusion of this research it was verified that
the group studied points out that the study of mathematical concepts during Pedagogy should
be rethought and that one of the possibilities for future pedagogues to have more mastery with
regard to the teaching of such concept is the offer more disciplines and may even be offered in
the elective modality.
INTRODUÇÃO
O curso de licenciatura em Pedagogia representa, em muitos casos, a formação inicial
dos professores que atuam em turmas dos anos iniciais do ensino fundamental.
1
Aluna Egressa do Curso de Pedagogia da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul - Unidade de Cruz Alta -
UERGS. E-mail: taisawisch1993@gmail.com
2.
Professor orientador. Curso de Pedagogia da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul - Unidade de Cruz
Alta - UERGS. Doutoranda do Programa E-mail: helenara25@gmail.com
É nessa etapa da formação, que os futuros professores devem ser preparados para dar
conta de um currículo que muitas vezes poucos conhecem como, por exemplo, conceitos e
metodologias voltadas para o ensino de matemática.
Justifica-se assim esta pesquisa, que surgiu com o intuito de repensar a educação
matemática, enquanto disciplina do curso de Pedagogia, como uma possibilidade de preparar
os futuros professores, para trabalharem com tal disciplina nos anos inicias do ensino
fundamental.
Neste contexto, é que a presente pesquisa foi proposta, visando responder ao seguinte
problema de pesquisa: Como os alunos concluintes do curso de Licenciatura em Pedagogia
da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs), Unidade em Cruz Alta,
compreendem o processo vivenciado no que se refere ao ensino de matemática?
Para responder tal problema de pesquisa, definiu-se com objetivo norteador da presente
pesquisa: “analisar a compreensão, por parte de uma turma de oitavo semestre da Licenciatura
em Pedagogia, sobre o processo de aprendizagem por eles vivenciados durante a realização do
curso, no que se refere a conceitos matemáticos”.
2. METODOLOGIA
Para o desenvolvimento desta pesquisa utilizou-se a pesquisa de campo, uma vez que o
objetivo a ser alcançado por essa pesquisa é verificar a compreensão, por parte de uma turma
de oitavo semestre da Licenciatura em Pedagogia, sobre o processo de aprendizagem por eles
vivenciado durante a realização do ensino no que se refere a conceitos matemáticos.
Tal metodologia de pesquisa foi escolhida uma vez que para atender o objetivo proposto
se fez necessário o contato direto com os pesquisados, para aplicação de um questionário, o
qual nos forneceu os dados a seguir analisados.
3. PEDAGOGIA E OS CONCEITOS MATEMÁTICOS
Quanto a quais os conceitos matemáticos devem ser ensinados nos Anos Iniciais do
Ensino Fundamental, tanto os PCN quanto a BNCC, apontam como necessário abordar
conceitos relacionados a Números e operações (Álgebra), Espaço e Forma (Geometria),
Grandezas e Medidas, e Tratamento da Informação (Probabilidade e estatística).
A partir disso, a autora descreve como uma das prioridades para que ocorra o sucesso
no processo de aprendizagem de alunos da EJA, inclusive no que se refere aos conceitos
matemáticos a serem estudados, que o professor estabeleça vínculos entre as experiências e
conhecimentos dos alunos e os novos conteúdos a serem aprendidos, a partir de situações do
cotidiano deste grupo de alunos.
Os dados aqui analisados foram obtidos a partir de perguntas abertas e fechadas, que
visavam identificar as percepções do grupo pesquisado referentes ao Curso de Pedagogia e a
abordagem dos conceitos matemáticos estudados ao longo da realização deste curso.
A partir das respostas dadas, foram definidas cinco categorias, conforme descritas a
seguir:
Aqui foram classificadas 8 (oito) respostas indicativas que estas alunas se consideram
preparadas para ensinar os conceitos matemáticos inerentes aos níveis de ensino nos quais ao
concluírem o curso sairão habilitadas, que são educação infantil e anos iniciais do Ensino
Fundamental e da Eja.
Com as respostas como as dadas pelas alunas C e N, “Sim, pois obtive exemplos práticos
aliados a teorias, facilitando a compreensão, que nos mostraram como trabalhar com nossos
alunos e isso foi muito interessante”, “as disciplinas me desmistificaram, comecei a gostar de
matemática, sendo assim o que não souber irei buscar aprender”, respectivamente, conclui-se
que estas disciplinas podem contribuir para que ao entrarem em sala de aula estas futuras
professoras possam ensinar os conceitos matemáticos com mais confiança e de forma mais
significativa.
2ª Categoria: Necessidade de aumento da carga horária
Nesta categoria foram identificadas 04 (quatro) respostas, que indicam que estas alunas
creditam que a ampliação da carga horária das disciplinas, voltadas ao ensino de matemática,
ofertadas pelo curso poderá contribuir ainda mais para que se sintam preparadas para ensinarem
para seus alunos tais conceitos.
Exemplo de falas que justificam tal categoria são as apresentadas nas respostas das
alunas O e Q, quando afirmam, respectivamente, que “essas disciplinas foram bem aplicadas,
porém acredito que deveriam ter mais créditos para aprofundar mais nesses conteúdos, ainda
que o que foi ensinado me possibilitou aprender bastante” e “para ensinar matemática me sinto
pouco preparada, pois o curso deveria oferecer uma carga horária maior para estas disciplinas”.
A partir destas respostas pode-se perceber que este grupo de alunas que não se sentem
plenamente preparadas para ensinar matemática aos seus futuros alunos, e que estas acreditam
que a ampliação da carga horária das disciplinas ofertadas pelo curso pode contribuir para que
adquiram mais conhecimento a respeito desta disciplina.
Para a definição desta categoria foram consideradas as respostas dadas por 02 (duas)
alunas, a identificada pela letra P quando afirma que “posso concluir que nas três disciplinas
ofertadas poderíamos ter tido atividades mais lúdicas e explicativas” “e a identificada pela letra
S, ao responder que “se as disciplinas fossem ministradas com mais materiais concretos,
poderíamos ter melhores resultados”.
Com estas afirmações pode-se perceber que estas alunas acreditam que atividades
lúdicas e com o uso de material concreto possibilitam “melhores resultados” no que se refere
aos processos de ensino e de aprendizagem dos conceitos matemáticos que precisarão ensinar
futuramente.
4ª Categoria: Não se sente preparada
Das 03 (três) respostas designadas para esta categoria, 02 (duas) responderam a este
questionamento apenas dizendo “não” e uma aluna, a representada pela letra U, declarou não
se sentir preparada, pois acredita que poderá “ter dificuldade em conciliar a teoria com a
prática”.
Respostas como as dadas pelas alunas representadas pelas letras F, M e R, apontam que
tais dificuldades veem desde o período em que estas eram alunas na Educação Básica, pois
afirmam que matemática “é uma matéria que sempre tiveram dificuldade”.
38% Sim
Não
62%
Percebeu-se, também, que estas alunas justificam tal fato na necessidade em se ter uma
carga horária maior voltada ao ensino de Matemática, no curso de Pedagogia, a necessidade de
realização de atividades mais lúdicas e com materiais concretos na sua formação e a dificuldade
que trazem desde os anos iniciais da educação básica, enquanto alunas.
Duas alunas responderam que ampliar a carga horária destas disciplinas já seria
suficiente, pois, nas palavras da aluna Q, “as disciplinas estão organizadas para atender os três
púbicos com os quais atuaram”, ou seja, como no PPC do curso que elas realizam são propostas
disciplinas que apresentam os conceitos matemáticos a serem ensinados na educação infantil e
nos anos iniciais do Ensino Fundamental, seja regular ou na EJa, com carga horária de 30
(trinta) horas cada – 2 (dois) créditos, ampliar a carga horária seria o suficiente.
Diante deste questionamento, 5 (cinco) alunas responderam que não se faz necessário a
oferta de mais disciplinas relacionadas ao ensino de Matemática no curso de Pedagogia,
justificando que “se houver esforço por parte do professor e do aluno”, aluna H, e que “se as
aulas forem ministradas de forma adequada”, aluna S, as disciplinas já propostas dariam conta
de atender tal demanda.
A partir destes dados, foi construído um gráfico, apresentado a seguir, que demostra
claramente que a maioria das alunas pesquisadas afirmam que é necessário aumentar o número
de disciplinas voltadas ao ensino de matemática no curso de Pedagogia.
Gráfico 03: Disciplinas voltadas ao ensino de Matemática
9%
Sim
24%
Não
Neste sentido, verifica-se que 67% das pesquisadas apontam a necessidades de se ter
mais disciplinas voltadas ao ensino de Matemática no curso de Pedagogia, 24% afirmaram não
ser necessário e 9% declararam que a ampliação da carga horária das disciplinas já ofertadas
seria suficiente para sanar as lacunas referentes a compreensão dos conceitos matemáticos.
No entanto, segundo os PCN (1998, p. 36), de Matemática nos anos Iniciais afirmam
que,
Neste sentido, acredita-se que repensar sobre o que a universidade, enquanto instituição
formadora de professores dos Anos Iniciais, deve fazer para que os alunos concluintes do Curso
de Pedagogia iniciem suas práticas docentes com mais conhecimentos no que se refere aos
conceitos matemáticos que precisará ensinar.
Neste sentido constatou-se que quanto a percepção dos alunos concluintes do Curso de
Pedagogia ofertado pela Uergs, na unidade de Cruz Alta, a partir do questionário aplicado,
pode-se perceber que ainda persiste neste grupo a insegurança diante da possibilidade terem
que ensinar sobre os conceitos matemáticos estudados durante a realização de tal formação.
Para este grupo de pesquisado a ampliação da carga horária ou até mesmo a oferta de
disciplinas eletivas voltadas ao ensino de Matemática pode contribuir para que adquiriam mais
conhecimento nesta área e, consequentemente, possam ter o domínio necessário para ensinar
seus futuros alunos.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2016.
GONÇALVES, Elisa Pereira. Iniciação à pesquisa científica. Campinas, SP: Editora Alínea,
2001.
RIBEIRO, Vera Maria Masagão, et al. Educação de jovens e adultos: proposta curricular
para o primeiro segmento do ensino fundamental. São Paulo/Brasília: Ação
Educativa/MEC, 1997.
O ENSINO NA UNIVERSIDADE DE CRUZ ALTA E SUA
ARTICULAÇÃO COM O LABORATÓRIO DE ENSINO, PESQUISA E
EXTENSÃO EM HUMANIDADES “SORGE LEBENS”
Resumo: O presente texto tem como objetivo descrever a experiência vivenciada no âmbito
do Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão em Humanidades “Sorge Lebens” – o
Conhecimento Implicado à Dimensão do Cuidado para com a Vida, englobando-se, para
tanto, o contexto temporal que vai do ano de 2015 ao ano de 2018. O projeto retro
mencionado desenvolvido pelo Laboratório em Humanidades propicia, aos acadêmicos das
várias áreas do saber, um espaço de estudo e reflexão acerca da problemática social
contemporânea, de modo a ampliar horizontes e despertar nos estudantes a relevância do
cenário de cuidado para com a vida. Nesse contexto, evidencia-se a transversalidade do ensino
na Universidade de Cruz Alta, bem como a interdisciplinaridade decorrente das relações
estabelecidas nos diversos cursos da graduação, transpondo, significativamente, as barreiras
da sala de aula, para um vivenciar humanitário e voltado ao conhecimento. A metodologia
utilizada é de cunho descritivo formada pela análise das experiências vivenciadas ao longo do
exercício do Laboratório.
Abstract: The present text aims to describe the experience lived in the scope of the
Laboratory of Education, Research and Extension in Humanities "Sorge Lebens" -
1
Acadêmica do terceiro semestre do curso de Direito da UNICRUZ. Bolsista do Laboratório de Ensino, Pesquisa
e Extensão “Sorge Lebens”, no período de mar/2018 a dez/2018. E-mail: nathqq@hotmail.com.
2
Acadêmica do quinto semestre do curso de Direito da UNICRUZ. Bolsista do Laboratório de Ensino, Pesquisa e
Extensão “Sorge Lebens”, no período de mar/2018 a dez/2018. E-mail: isakniphoff333@gmail.com
3
Docente coordenadora do Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão “Sorge Lebens”. E-mail:
vneubauer@unicruz.edu.br.
4
Acadêmica de Direito Unicruz. Bolsista PIBEX UNICRUZ. Estagiária DPE/RS. E-mail:
kakafranzen@hotmail.com.
5
Doutoranda em Direito pela UNISINOS, Docente da Universidade de Cruz Alta e das Faculdades Integradas
Machado de Assis - FEMA - Santa Rosa. E-mail: dtgsjno@hotmail.com.
6
Docente Unicruz, Doutora em Extensão Rural pela Universidade Federal de Santa Maria – UFSM. E-mail:
ivirgolin@unicruz.edu.br.
7
Docente Unicruz, Coordenadora do Núcleo de Ação Pró-Direitos Humanos_UNICRUZ. A mestrado em Direito
pela Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões. E-mail: angelakeitel@unicruz.edu.br.
8
Docente do Curso de Jornalismo UNICRUZ. Doutora em Estudos Linguísticos pela UFSM. E-mail:
vmastella@unicruz.edu.br.
9
Mestre em Desenvolvimento pela UNIJUÍ. Especialista em Direito Civil e Processo pela UNICRUZ. Membro
do Grupo de Pesquisa GPJur. Docente do Curso de Direito da UNICRUZ. E-mail:
fhammarstron@unicruz.edu.br.
10
Docente UNICRUZ, Doutorando em Direito pela URI. E-mail: ralopes@unicruz.edu.br.
Knowledge Implied to the Dimension of Care for Life, encompassing for that, the temporal
context that goes from the year 2015 to the year 2017. The retro-mentioned project developed
by the Laboratory of Humanities, propitious to the academics, of the various areas of
knowledge, a space for study and reflection on contemporary social problems, in order to
broaden horizons and awaken students the relevance of the care theme to life. In this context,
it is evident the transversality of teaching at the University of Cruz Alta, as well as the
interdisciplinarity resulting from the relationships established in the various undergraduate
courses, significantly transposing the classroom barriers, into a humanitarian and knowledge-
based experience. The methodology used is documental and quantitative, formed by the
analysis of documents used throughout the Laboratory's experiments.
INTRODUÇÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
De acordo com a temática discutida no presente trabalho, vale dizer que o projeto de
Ensino, Pesquisa e Extensão ainda predomina no curso de onde se originou – o curso de
Direito, sendo que, contribui, antes de tudo, para a formação de seres humanos éticos. Ao
abrir o leque de acesso aos demais cursos, o projeto se propaga, instigando o conhecimento e
a aplicabilidade valorosa de condutas éticas, humanitárias e solidárias.
Uma vez que a Universidade de Cruz Alta, UNICRUZ tem como missão a produção
e a socialização do conhecimento qualificado pela sólida base científica, tecnológica e
humanista capaz de contribuir com a formação de cidadãos, conclui-se que o Laboratório
Filosófico alicerça-se na orientação disposta no PDI da Instituição e nos PCCs dos cursos de
graduação, tratando de forma direta sobre a existência dos homens considerados
universalmente seres pensantes, cuja finalidade no mundo da vida é pensar e, diante dele,
também deliberar.
Desse modo, a proposta do grupo de Humanidades contribui para instigar reflexões
filosóficas sobre a conduta dos afazeres humanos, todo come ideia basilar o refletir
filosoficamente sobre a práxis social, sinalizando para a responsabilidade cívica de prudência,
comprometimento e tolerância entre o que nos é próprio e distinto, ou seja, nossos
preconceitos.
Por fim, entende-se como fundamental para a formação universitária a
disponibilidade de propiciar o desenvolvimento da reflexão filosófica no âmbito prático, no
ensino e na vida cultural, pois é dessa conjectura que se concretizam profissionais que
exercem suas virtudes intelectuais e morais em consonância à essência da verdadeira
cidadania.
Assim sendo, o Laboratório de Ensino Pesquisa e Extensão em Humanidades - Sorge
Lebens solidifica-se como fonte corrente do saber e reflexionar, da qual podem desfrutar os
universitários e demais pesquisadores, com propósito louvável de disseminação das sementes
da ética, dignidade, solidariedade e comprometimento com o humanitário, tão escassos nos
tempos modernos.
A missão do trabalho realizado no Laboratório se multiplica com os frutos da
semente do saber, de forma a eternizar-se como fonte de sapiência e comprometimento com a
vida.
REFERÊNCIAS
Resumo: Os espaços preservados das cidades e dos estados, entre eles as Unidades de
Conservação, podem proporcionar um meio de aprendizagem ambiental. O Parque Estadual do
Turvo é uma Unidade de Conservação, localizado no noroeste do Estado do Rio Grande do Sul,
sendo considerado a maior área protegida do Estado, abrigando uma enorme parcela de flora e
fauna em extinção. Neste sentido, o Parque Estadual do Turvo pode ser considerado um meio
de conscientização ambiental, visto que há constante exploração turística no mesmo. Diante
disso, o presente trabalho buscou abordar as opiniões dos visitantes do Parque, em relação a
fatores internos do Parque Estadual do Turvo, após a visita do mesmo. A pesquisa ocorreu entre
novembro de 2016 e janeiro de 2017, sendo entrevistados 100 visitantes do Parque Estadual do
Turvo. De acordo com as respostas dos visitantes, a existência do Parque Estadual do Turvo é
muito relevante, pois, é considerado um meio de conscientização e disseminação da educação
ambiental e proporciona um ambiente agradável para se conhecer e visitar.
Abstract: The preserved spaces of cities and states, including Conservation Units, can provide
a means of environmental learning. Turvo State Park is a Conservation Unit, located in the
northwest of the State of Rio Grande do Sul, being considered the largest protected area of the
State, sheltering a huge portion of endangered flora and fauna. In this sense, Turvo State Park
can be considered a means of environmental awareness, since there is constant tourist
exploration in it. Considering this, the present work sought to address the opinions of visitors
to the Park, in relation to internal factors of Turvo State Park, after the visit of the same. The
survey took place between November 2016 and January 2017, with 100 visitors being
interviewed at Turvo State Park. According to the visitors' responses, the existence of the Turvo
State Park is very relevant because it is considered a means of awareness and dissemination of
environmental education and provides a pleasant environment to meet and visit.
1
Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências: Química da Vida e Saúde da Universidade
Federal de Santa Maria. E-mail: vanessaklein7@gmail.com.
2
Graduando do curso de Agronomia da Universidade Federal de Santa Maria. E-mail: cassianovs2@gmail.com.
3
Graduanda do curso de Gestão Ambiental do Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI. E-mail:
klein_viviane@yahoo.com.
4
Aluno do curso em Técnico Agrícola- Habilitação Agropecuária do Colégio Politécnico da Universidade Federal
de Santa Maria. E-mail: weslei.gremio10@hotmail.com.
5
Doutoranda em Química, Universidade Federal de Santa Maria. E-mail: darliana.ms@gmail.com.
6
Doutoranda em Química, Universidade Federal de Santa Maria. E-mail: jfreichert16@gmail.com.
7
Doutor em Engenharia de Producão. Professor do Departamento de Engenharia Química da Universidade Federal
de Santa Maria. E-mail: adrianocancelier@gmail.com.
Keywords: Environmental education. Parque Estadual do Turvo. Conservation Unit.
INTRODUÇÃO
RESULTADOS E DISCUSSÕES
60
50 40
40
30
20
10
3
0 0
0
Mal Indiferente Bem Muito bem N.R.
Além disso, uma pergunta do questionário pedia aos visitantes se eles gostaram da
visita ao PET, e as respostas foram unânimes, todos os visitantes entrevistados gostaram da
visita, e confirmaram que retornariam em outra oportunidade para visitar novamente o mesmo.
Uma das questões relevantes também do questionário, era sobre a opinião dos
visitantes sobre a importância da existência e da manutenção do PET, e esta resposta foi
unânime, onde 100 % dos visitantes entrevistados confirmaram que a existência do parque é
muito importante, tanto para a população, como para a flora e para a fauna. Além de ser
importante para uma aprendizagem ambiental, pois o mesmo proporciona um ambiente
agradável e acolhedor, em que os visitantes podem usufruir de todos seus espaços e avistar
belezas diferentes e raras, gerando uma sensibilização e uma percepção de como a natureza e o
ambiente em que vivemos, é muito importante para as nossas vidas atuais e futuras.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
Resumo: Este trabalho tem por objetivo compreender a extensão do direito constitucional à
Educação Infantil. Um dos problemas que mais tem afetado a justiça refere-se à garantia do
direito à creche para crianças de 0 a 3 anos de idade. Trata-se de uma questão de caráter nacional
que atinge grande parcela da comunidade. Tem como discussão principal a falta de vagas. A
questão das vagas encontra-se sedimentada na doutrina e jurisprudência, inclusive com a edição
de Súmula de Tribunais Superiores a respeito. Ao analisar o direito à Educação Infantil, com
enfoque na Lei de Diretrizes e Bases da Educação e no Plano Nacional de Educação, pretende-
se demonstrar a ausência de previsão legal de oferta do ensino infantil em período integral pelo
Poder Público, respeitando os princípios da reserva do possível, do retrocesso da função social
e da implementação de políticas públicas (judicialização da política). O presente artigo faz uma
análise detalhada destas questões a fim de buscar um encaminhamento que mais se harmonize
com os dispositivos legais e com o sistema educacional.
Abstract: This paper aims to understand the extension of the constitutional right to early
childhood education. One of the problems that has affected the most justice concerns the
guarantee of the right to day care for children 0-3 years old. This is a national issue that affects
a large part of the community. Its main discussion is the lack of vacancies. The issue of
vacancies is based on doctrine and jurisprudence, including the issuance of a summary of
Supreme Courts in this regard. In analyzing the right to early childhood education, with a focus
on the Education Guidelines and Bases Law and the National Education Plan, it is intended to
demonstrate the absence of legal provision for full-time provision of children's education by the
Government, respecting the principles of reserve of the possible, the retrocession of the social
function and the implementation of public policies (Judicialization of Politics). The present
article makes a detailed analysis of these questions in order to seek a route that more harmonizes
with the legal devices and with the educational system.
1
Acadêmica do 5º semestre do curso de Direito da Universidade de Cruz Alta. Integrante do laboratório filosófico
de Ensino, Pesquisa e Extensão Sorge Lebens. Email: jullyanemalheiros@hotmail.com
2
Acadêmica do 5º Semestre do curso de Graduação em Direito. Graduada em Ciências: Habilitação em Química
pela UPF. Especialista em Educação Ambiental pela UNICRUZ. Presidente do Conselho Municipal de Educação
de Ibirubá. E-mail: tatianefontanaoliveira@yahoo.com.br.
3
Docente da Universidade de Cruz Alta, curso de Direito. Inscrito na OAB/RS 57.147. Especialista em Formação
Pedagógica pela UERGS. Mestre em Educação nas Ciências em Direito pela UNIJUÍ. Doutorando em Direito URI
– Santo Ângelo. E-mail: ralopes@unicruz.edu.br.
INTRODUÇÃO
A primeira observação a ser feita é que atualmente as creches integram o sistema de ensino
e não mais o da assistência social. O direito à educação é assegurado pela Constituição Federal
e deve ser garantido pelo Estado. No Brasil, um dos sérios problemas enfrentados hoje em dia
é a falta de vagas em estabelecimentos de ensino de Educação Infantil das diversas regiões do
país, para suprir a demanda existente e que cresce exponencialmente a cada dia. Integrando o
sistema educacional, a creche deve ser analisada levando-se em consideração os princípios e os
regramentos próprios da educação, afastando-se de vez a análise assistencialista que sempre
pontuou a questão. Medidas operacionais específicas decorrem da função educacional da
instituição e da centralidade da criança como sujeito da educação.
O princípio da reserva do possível regulamenta a possibilidade e a abrangência da
atuação do Estado no que diz respeito ao cumprimento de alguns direitos, como os direitos
sociais, subordinando a existência de recursos públicos disponíveis à atuação do Estado.
Surge no Direito como uma forma de limitar a atuação do Estado no âmbito da efetivação de
direitos sociais e fundamentais, afastando o direito constitucional de interesse privado e
prezando pelo direito da maioria.
O retrocesso da função social tem sua forma embrionária na obra de Konrad Hesse, de
1978, em que desenvolveu a teoria da irreversibilidade. Segundo esta teoria, o Estado ficaria
vinculado à cláusula do Estado Social previsto na Constituição alemã “relativa à interpretação
da legislação existente, à determinação de tratamento diferenciado de certas situações em prol
da igualdade e à limitação ao Poder Legislativo.” (NETTO, 2010. p. 101).
O princípio da proibição de retrocesso não é novo, muito já foi escrito e discutido sobre
a temática, porém, há uma abordagem histórica e conceitual, em âmbito nacional e
internacional, para afirmar que não se pode retroceder pura e simplesmente sem que isso
acarrete responsabilidades, pois uma vez instituídos, são garantias e direitos. Os direitos de
prestação passam a serem direitos subjetivos, daquelas pessoas que são beneficiadas pelos
programas sociais, e, portanto, perfectibiliza-se assim, o princípio do não retrocesso social. O
princípio da proibição do retrocesso pode ser entendido como direito subjetivo negativo em que
o Estado tem o direito de se abster de atentar contra ele; por outro lado, a mera “subtração à
livre e oportunística disposição do legislador, da diminuição de direitos adquiridos” como a
prestação de saúde, representa uma violação do princípio (da confiança e da segurança).
(NETTO, 2010. p. 101).
Lembra Luís Roberto Barroso que a vedação do retrocesso, embora não seja uma ideia
recente, “começa a ganhar curso na doutrina constitucional brasileira”, querendo dizer que são
ganhos sociais e econômicos, onde “após serem realizados, jamais poderão ser ceifados ou
anulados”, são garantia constitucional. Embora, ainda “não esteja suficientemente difundido
entre nós, tem encontrado crescente acolhida no âmbito da doutrina mais afinada com a
concepção do Estado democrático de Direito”, consagrada na Constituição Federal.
METODOLOGIA
4
§ 2º - Para a matrícula nas diversas etapas: Berçário I (0 a 01 ano incompleto), Berçário II (01 ano a 02 anos
incompletos), Maternal I (02 anos a 03 anos incompletos), Maternal II (03 anos a 04 anos incompletos), Pré-escola
I/Jardim A (04 anos a 05 anos incompletos) e Pré-escola II/Jardim B (05 anos a 06 anos incompletos), o ponto de
corte considerado para todas as etapas é 31 de março do corrente ano, conforme legislação vigente.
infantil, o(s) turno(s) de atendimento, o regime de trabalho da mãe/responsável pela criança e
a declaração do empregador.
I – A idade mínima para ingresso e matrícula no Berçário I será de quatro (04) meses ou seis (06) meses, conforme
a legislação pertinente ao regime de trabalho da mãe.
II – Será ofertado turno de atendimento à criança de acordo com o turno em que a mãe trabalha, a fim de oportunizar
maior tempo de convívio familiar.
III – Será ofertado o atendimento integral quando houver vaga disponível.
IV – A mãe que não tem nenhum vínculo empregatício terá garantia de vaga nas Creches ou Escolas Municipais
de Educação Infantil se houver disponibilidade das mesmas, visto que a obrigatoriedade na Educação Infantil se
dá aos quatro anos.
V – Para efetivação da matrícula haverá exigência de declaração do empregador e especificação dos dias e turnos
de trabalho, devendo esta ser com firma reconhecida em cartório.” (CME, 2017.)
da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para
o trabalho”. Os incisos do art. 208 disciplinam a efetivação do direito à educação. A
Constituição Federal assegura a educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17
(dezessete) anos de idade, assegurada também sua oferta gratuita para todos os que a ela não
tiveram acesso na idade própria, ressaltando a necessidade da progressiva universalização do
ensino médio gratuito.
A legislação atual (Constituição Federal - art. 208 inciso, IV e art. 211, § 2º, Estatuto da
Criança e do Adolescente - art. 4º e art. 54, inciso IV, Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional – art. 4º) assegura o direito à educação às crianças de zero a cinco anos de idade, que
deve ser garantido através do acesso a creches e/ou pré-escolas. Mas, na legislação supracitada,
não há garantia de educação infantil em período integral, embora haja decisões judiciais nesse
sentido nos Tribunais Superiores5. Na atualidade, há um grande número de ações desta natureza
ajuizadas tanto pela Defensoria Pública, como por Procurador Constituído ou pelo Ministério
Público, que buscam através do Poder Judiciário assegurar os direitos que não lhe foram
alcançados (no caso, o acesso integral à educação infantil). É preciso encontrar uma forma de
resolver a necessidade do requerente e ao mesmo tempo evitar prejuízos irreparáveis aos cofres
públicos, sem retirar do Município sua responsabilidade e dever de prestabilidade às famílias.
5
AGRAVO INTERNO. APELAÇÃO. EDUCAÇÃO INFANTIL. VAGA EM CRECHE - PORTO ALEGRE.
CONSTITUIÇÃO FEDERAL, ART. 208, IV. ECA. ART. 54. TURNO INTEGRAL. A Constituição Federal, em
seu art. 208, inciso IV, assegura o direito à educação infantil às crianças de zero a cinco anos de idade. Na
concepção do Supremo Tribunal Federal, o direito fundamental à educação é tão intrinsecamente ligado à
dignidade da pessoa humana que nem mesmo a defesa de entes públicos, que continuamente suscitam o princípio
da reserva do possível como defesa, é acolhível nessas hipóteses, pois o que está em jogo é o mínimo existencial
da criança. Precedentes do IV Grupo Cível. Orientação consagrada no sentido de que é obrigação do Município
assegurar a educação infantil, com vagas em número suficiente para atender a demanda, em turno integral. Se
insuficientes às vagas em rede própria ou conveniada, deve o ente público suportar o encargo com a compra de
vagas em escola particular. Decisão monocrática afinada com orientação da Câmara e do Grupo, alinhada, ainda,
com o Supremo Tribunal Federal. AGRAVO INTERNO IMPROVIDO. UNÂNIME. (Agravo Nº 70073610172,
Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Ivan Leomar Bruxel, Julgado em 09/11/2017, Publicado
no Diário da Justiça em 16/11/2017.)
públicas é uma exigência constitucional dirigida para os Poderes Legislativo e Executivo,
cabendo ao primeiro decidir acerca da destinação e aplicação dos recursos orçamentários,
enquanto incumbe ao segundo a tarefa de executar e programar, com os recursos públicos
existentes os diversos projetos sociais necessários à sociedade.
Neste sentido, é aplicável o princípio da reserva do possível, que busca uma conciliação
entre o que se pode esperar dos entes federados, sob o prisma da razoabilidade e a efetividade
dos direitos sociais. Tal princípio representa uma reanálise da responsabilidade dos entes
federados, visto que leva em consideração a limitação orçamentária e orgânica do próprio
Município. Em nenhum momento se busca aplicar a teoria da irresponsabilidade absoluta do
Município, mas sim de conciliar a responsabilidade deste com as suas limitações orçamentárias
e econômicas. Com efeito, os direitos sociais são extensos, sendo implementados por meio de
políticas públicas; enquanto isso, o Município é pautado pela lei, levando em conta o seu
orçamento e a disponibilidade de suas ações.
6
A respeito das metas previstas no Plano Nacional de Educação – Lei n. 13.005/14 destaca-se:
Meta 1: Universalizar, até 2016, a educação infantil na pré-escola para as crianças de 4 (quatro) a 5 (cinco) anos
de idade e ampliar a oferta de educação infantil em creches de forma a atender, no mínimo, 50% (cinquenta por
cento) das crianças de até 3 (três) anos até o final da vigência deste PNE. [...
]Meta 6: Oferecer educação em tempo integral em, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) das escolas públicas,
de forma a atender, pelo menos, 25% (vinte e cinco por cento) dos (as) alunos (as) da educação básica.
Logo, a mencionada lei definiu como estratégias para o cumprimento dessas metas, entre outras, as seguintes:
No entanto, enfatiza-se que a legislação em vigor que regulamenta o direito à educação,
embora preveja expressamente a garantia do direito à educação infantil, não obriga que o ensino
seja ofertado pelo Poder Público em período integral, do mesmo modo que não contraria as
especificações do CME que vigoram no município de Ibirubá.
1.1) definir, em regime de colaboração entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, metas de
expansão das respectivas redes públicas de educação infantil segundo padrão nacional de qualidade, considerando
as peculiaridades locais;
[...]
6.1) promover, com o apoio da União, a oferta de educação básica pública em tempo integral, por meio de
atividades de acompanhamento pedagógico e multidisciplinares, inclusive culturais e esportivas, de forma que o
tempo de permanência dos (as) alunos (as) na escola, ou sob sua responsabilidade, passe a ser igual ou superior a
7 (sete) horas diárias durante todo o ano letivo, com a ampliação progressiva da jornada de professores em uma
única escola
7
AÇÃO CIVIL PÚBLICA - MATRÍCULA DE CRIANÇAS DE ZERO A CINCO ANOS DE IDADE EM
CRECHE E PRÉ-ESCOLA – OBRIGAÇÃO DO MUNICÍPIO – AFRONTA AO PRINCÍPIO DA
SEPARAÇÃO DOS PODERES – INOCORRÊNCIA – DIREITO INDIVIDUAL INDISPONÍVEL
GARANTIDO NOS ARTS. 6º E 208, IV, DA CRFB – CLÁUSULA DA RESERVA DO POSSÍVEL -
AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO - OBRIGAÇÃO DE ATENDIMENTO EM PERÍODO INTEGRAL -
AUSÊNCIA DE NORMA FIXANDO ESSA OBRIGAÇÃO - PRECEDENTE DESTE SODALÍCIO -
REFORMA DA SENTENÇA PARA EXCLUIR ESSA OBRIGAÇÃO - IMPROVIMENTO DA REMESSA
E PROVIMENTO PARCIAL DA APELAÇÃO CÍVEL.
tempo de permanência das crianças no ensino infantil. É importante ressaltar que não se defende
a educação em apenas um período8.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
8
Talvez, o ideal para os infantis seria o acesso à creche e à pré-escola em período integral, porém é preciso valer-
se dos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade e adequar-se ao caso concreto." [...] (Apelação n.
Apelação Cível n. 2010.033282-9, de Blumenau. Relator: Des. Sérgio Roberto Baasch Luz. Julgado em 04-08-
2010).
sentido, considerando os princípios da razoabilidade e proporcionalidade, para favorecer e
atender o maior número possível de crianças.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Fernanda Dias Menezes de. A constituição do Estado federal e das unidades
federadas. Revista de Informação Legislativa, v. 24, n. 95, p. 171 - 82, jul./set. 1987.
BONAVIDES, Paulo. Curso de direito constitucional. 7. ed. rev., atual. e ampl. São Paulo:
Malheiros, 1997
ISERN, Luiz Francisco. Controle de constitucionalidade por meio do veto municipal. São
Paulo: Método, 2002.
MARSHALL, Thomas Humphrey. Cidadania, classe social e status. Rio de Janeiro: Zahar,
1967.
MORAES, Maria Celina Bodin de. A caminho de um direito civil constitucional. Direito,
Estado e Sociedade, Rio de Janeiro, n. 1, p. 59 -73, jul./dez. 1991.
Abstract: This work aims to reflect on the routing of argumentative writing in the classroom,
from the perspective of working with textual genre in classroom Dolz and Schneuwly (2004),
based on two graduate research, Arnemann (2017) and Santos (2017), linked to the Language
and Interaction research line of the Postgraduate Program in Letters - PPGL - of the Federal
University of Santa Maria - UFSM. The researches were carried out in schools of Basic
Education, in the city of Santa Maria-RS, with high school students, and also explored textuality
factors proposed by Beaugrande and Dressler (1981). They are our theoretical contribution to
Text Linguistics, based on Beaugrande and Dressler (1981), Marcuschi (2008) and Koch
(2014); the research-action, according to Thiollent (2011) and Burns (1999) and the perspective
of textual genres by clusters, according to Dolz and Schneuwly (2004). The results obtained
refer to the advances in the argumentative writing process of the participants of the mentioned
researches. Finally, we understand that working on writing, involving textual genres is
fundamental in the current educational scenario, and it is essential to discuss genres in teacher
education.
1
Este trabalho provém de reflexões de duas dissertações de mestrado: Arnemann (2017) e Santos (2017), as quais
foram orientadas pela professora doutora Vaima Regina Alves Motta.
2
Doutoranda em Letras - Estudos Linguísticos; Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), agência
financiadora da pesquisa CAPES. E-mail: arnemannaline@gmail.com
3
Doutoranda em Letras - Estudos Linguísticos; Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), professora na
Escola de Ensino Fundamental Batista. E-mail: patriciasantosjj84@gmail.com
Keywords: Textual genres. Argumentative writing Basic education. Teacher training.
INTRODUÇÃO
4
Exame Nacional do Ensino Médio.
A pesquisa de Arnemann (2017)5 foi realizada com estudantes concluintes de Ensino
Médio noturno durante as aulas de Língua Portuguesa da turma em questão, entre os meses de
agosto a dezembro de 2015. Por sua vez, a pesquisa de Santos (2017)6 foi realizada no turno
inverso ao turno em que os estudantes do segundo ano do Ensino Médio tinham aula, por meio
de oficinas semanais, durante os meses de junho a outubro de 2015.
Realizada essa contextualização acerca das pesquisas, em que destacamos a base teórica
na LT, o emprego da Pesquisa-ação enquanto metodologia e o uso dos gêneros em sala de aula,
tratamos acerca de cada um desses pontos, para então, compartilharmos o encaminhamento com
os gêneros do grupo do argumentar 7com os estudantes. Por fim, apresentamos nossas reflexões
acerca do que dispomos.
5
Com registro no CAAE sob o número 45087515.1.0000.5346.
6
Com registro no CAAE sob o número 45082715.2.0000.5346.
7
Dolz e Schneuwly (2004) organizam os gêneros em grupos.
proporcione aos estudantes conhecimentos para interagir nas mais diversas situações
comunicativas, tanto no âmbito escolar como extraescolar. Nessa perspectiva, Koch (2002)
defende que a LT pode fornecer aos docentes os subsídios para desenvolver as atividades
propostas pelos PCNs, visto que, de acordo com este documento, o ensino de língua materna
deve preconizar o texto como objeto central de ensino e os gêneros.
Nesse sentido, mencionamos os principais conceitos da LT, os quais permitem embasar
a posição de Koch (2002). Conforme Koch (2015), para a LT, a língua é o lugar da interação,
em que o sujeito assume posição ativa. Nos termos da autora:
A partir dessas acepções da LT, organizamos nosso trabalho com a produção textual em
sala de aula, considerando os estudantes enquanto sujeitos ativos. Ao concebê-los dessa
maneira, estamos validando suas capacidades de produzir textos, de acordo com o que as
situações comunicativas requerem, ou seja, capazes de perceber o gênero textual, bem como
suas características, em que a comunicação se inscreve a fim de atender ao seu propósito. No
processo de aprendizagem de escrita argumentativa com gêneros textuais, percebemos, ainda,
a grande valia do diálogo em sala de aula, ou seja, a troca realizada entre discentes e entre
discentes e docente. Nesses momentos de interação, conhecimentos são construídos
socialmente.
Pontuamos essa asserção, pois ela esteve e está presente em nossa atuação e formação
enquanto professoras e pesquisadoras. Entendemos que a Pesquisa-ação deve estar presente no
agir docente e nas reflexões de nossa profissão. Assim, diante da limitação espacial deste
trabalho, optamos por focalizar, embora sumariamente, alguns pontos dessa metodologia de
pesquisa, conceituação e funcionamento. No viés de Thiollent (2011):
Trabalhar com ensino e aprendizagem, em nossa ótica, diante, também, de nossa base
sociointeracionista8, pressupõe a interação e atuação conjunta entre os envolvidos no referido
processo: docente e discentes. Assim, ambos atuam de modo corresponsável e colaborativo para
promover avanços na escrita argumentativa.
Ademais, consideramos pertinente destacar que a Pesquisa-ação vai ao encontro do
trabalho docente, pois tem como base os seguintes passos: 1) planejamento; 2) ação: 3)
observação; e 4) reflexão. Tais passos constituem um ciclo, o qual, quando finda, é realizado
novamente, podendo adquirir uma caracterização espiralada, pois ao passar pelos mesmos
passos, ao longo dos ciclos, avanços são angariados. Resgatamos em Arnemann (2017, p. 89)
uma adaptação, para contribuir com a compreensão leitora:
8
De acordo com os ideais de interação, mediação, zona de desenvolvimento proximal e internalização e do
professor, enquanto mediador do processo de ensino e aprendizagem, propostos por Vygotsky (1991). Para maior
compreensão: VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. 4. ed. bras. SP: Martins Fontes, 1991.
Figura 1 - Ciclo-espiral da Pesquisa-ação
No que tange aos gêneros textuais, tomamos como base a proposta do grupo de Genebra,
representada, principalmente, por Dolz e Schneuwly (2004). Para os autores, “o gênero é
utilizado como meio de articulação entre as práticas sociais e os objetos escolares, mais
particularmente no domínio do ensino e da produção de textos orais e escritos” (DOLZ e
SCHNEUWLY, 2004, p. 61, grifo nosso). Nesse sentido, os teóricos - que partem da concepção
bakhtiniana de gêneros do discurso9 asseveram que “do ponto de vista do uso e da
aprendizagem, o gênero pode, assim, ser considerado um megainstrumento que fornece um
suporte para a atividade, nas situações de comunicação, e uma referência para os aprendizes”
(DOLZ e SCHNEUWLY, 2004, p. 64, grifo dos autores).
Para situar o trabalho com os gêneros na escola, os genebrinos postulam que os gêneros
não são vistos como apenas instrumentos de comunicação, mas como objeto de ensino e
aprendizagem. Nessa abordagem, os gêneros assumem uma posição relativamente fictícia, pois
se instaura com fins de aprendizagem. Para organizar o trabalho, Dolz, Noverraz e Schneuwly
(2004) ponderam sobre a seleção dos gêneros, de acordo com a fase de aprendizagem dos
estudantes e os organizam em grupos, o que, em nosso ponto de vista, contribui com o trabalho
docente. Desse modo, no quadro a seguir, dispomos os agrupamentos propostos pelos autores:
9
Por questões de espaço, não nos atemos ao tratamento dos gêneros do discurso. Assim, sugerimos a leitura de
BAKHTIN, M. Os gêneros do discurso. In: BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. Tradução de Paulo
Bezerra. 6 ed. São Paulo: Martins Fontes, 2011, p. 261-306.
“expositivos” ou explicativos, Relatório
científico, Relato de experiência científica
METODOLOGIA
Ciclo da
Passo Envolvido(s)
pesquisa-ação
a) seleção do tema; Professor
b) elaboração do comando de produção textual; Professor
Planejamento c) Seleção de textos motivadores (por vezes, de mesmo Professor
gênero em que a produção irá se realizar, a fim de
apresentar modelos aos estudantes);
d) Leitura e discussão dos textos motivadores, a fim de Professor e
Ação
ativar os conhecimentos enciclopédicos, linguísticos, estudantes
interacionais e textuais dos estudantes para o momento
da escrita;
e) Apresentação do comando de produção textual, Professor
sinalizando o gênero em que a escrita será realizada;
f) Realização da escrita; Estudantes
g) Entrega da escrita ao docente; Estudantes
h) Avaliação textual-interativa, materializada por meio Professor
Observação de perguntas problematizadoras e comentários em forma
de bilhetes orientadores;
i) Devolução da escrita aos discentes; Professor
j) Observação do feedback registrado pelo professor no Estudantes
texto;
i) Realização da reescrita, com foco em aspectos que Estudantes
merecem qualificação, a partir das sinalizações do
Reflexão
professor;
j) Entrega da produção do discente ao professor; Estudantes
l) Avaliação textual-interativa realizada com foco Professor
alterações realizadas a partir das sinalizações realizadas
na primeira avaliaçao;
Fonte: autoras deste estudo.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Como resultados, podemos afirmar que nas duas pesquisas de mestrado houve avanços
nas produções textuais dos participantes da pesquisa. Os trabalhos de pós-graduação, voltados
ao ensino e à aprendizagem de língua materna, na Educação Básica, promoveram momentos de
interação entre os envolvidos nos processos, mediação do professor, internalização de
conhecimentos e reflexão acerca do processo de escrita dos estudantes.
Analisando a primeira produção escrita dos estudantes, tanto em Arnemann (2017)
quanto em Santos (2017), denominada em cada pesquisa como produção diagnóstica, e a última
produção textual, pudemos perceber os avanços de cada proposta, especialmente pelo aporte
teórico-metodológico adotado nos estudos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
KOCH, I. V.; ELIAS, V. M. Ler e escrever: Estratégias de produção textual. 2. ed. 2. reimp.
São Paulo: Contexto, 2014.
INTRODUÇÃO
1 Mestre em Práticas Socioculturais e Desenvolvimento Social da Unicruz. Graduada em Comunicação Social e Letras pela
Unicruz. Assessora de Comunicação da Inatecsocial Unicruz e docente dos Cursos Técnicos, Eja e Pós-Graduação do Seg. E-
mail: mawayhs@unicruz.edu.br
2 Mestre em Engenharia de Produção pela UFSM, possui Graduação em Ciências Políticas e Econômicas e em Direito pela
Unicruz. Atua como Presidente da Fundação Universidade de Cruz Alta e como Coordenadora da Inatecsocial. E-mail:
eteixeira@unicruz.edu.br
3
Acadêmica do Curso de Jornalismo e Bolsista da Inatecsocial Unicruz. E-mail: fernandabertollocosta9@gmail.com
O grande diferencial em termos de Comunicação em uma Incubadora é que o Assessor
não dispõe de recursos financeiros para promover as campanhas, precisa atuar de forma criativa
na elaboração de projetos para buscar doações de mídia e parcerias nas iniciativas privada e
pública para concretizar os planos e os eventos de divulgação. Nesse sentido, os veículos de
massa doam espaços de divulgação e são exibidos como apoiadores dos Projetos, o que
contribui com o status de responsabilidade social coorporativa, bem como as empresas que
participam numa relação parecida, a partir de trocas de recursos pela exposição da imagem
aliada a projetos sustentáveis e sociais.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Esses avanços podem ser mensurados pelo aumento constante nas doações de materiais
aos projetos, na participação do público em Feiras de Economia Solidária, nas doações de
materiais recicláveis que, a cada dia, aumentam nas associações de catadores, na procura pela
aquisição de artigos produzidos pelos Grupos da Inatecsocial: bolsas de banners, vassouras de
pet, sabões ecológicos, dentre outros.
“O homem, como ser social, necessita do seu semelhante para satisfazer suas
necessidades e completar-se, o que é possível mediante uma interação de pessoas que buscam
alcançar resultados pela conjugação de esforços” (KUNSCH, 2002, p. 21). Quando trabalhamos
a Assessoria de Comunicação com o objetivo de congregar ações e esforços pela
sustentabilidade, precisamos ousar nas estratégias já que não somos culturalmente educados
para isso. A projeção do outro, o espelho do outro, é fundamental para alcançarmos resultados
efetivos.
REFERÊNCIAS
SOUZA, Antonio Escandiel de. Cartas de mala-direta: uma proposta de oficina de leitura
via pesquisa-ação. Cruz Alta: Editora Centro Gráfico UNICRUZ, 2002.
INTERFACE ENTRE ANDRAGOGIA E A ESCOLA DA PONTE
Abstract: This search, that follows the epistemology of the science, and the study of the
inexistent between educational and pedagogia (adult education). In addition, new insights are
sought from the interface of pedagogical devices of “Escola da Ponte” and the principles of
andragogy. This new rationality of conception of an education implies new cognitive forms of
thinking about the teaching-learning process in the anthropological (who), teleological (for
whom) and methodological (how). It was then understood to make thought more productive, to
understand the singularity of each student, and to conceive the learning process for all ages and
social contexts, with the proper socio-political care inherent to each reality and to each culture.
INTRODUÇÃO
1
Graduação em Teologia e Serviço Social. Especialista em Educação à Distância: Gestão e Tutoria. Mestre em
Educação pela Unochapecó. E-mail: romildo.ramlow@gmail.com.
Essa interface pretende contribuir para uma nova compreensão quanto à
ressignificação necessária do tempo e espaço a partir da emergência da escola heterotópica
caracterizada pela reconfiguração institucional e pedagógica necessária na pós-modernidade,
superando assim, o modelo tradicional de ensino através da mudança paradigmática da ciência
moderna para o paradigma da complexidade. Portanto, através do pensamento complexo será
possível compreender o processo de ensino-aprendizagem de forma condizente e contextual à
condição humana na pós-modernidade.
Desta forma, a proposta deste estudo se orienta a partir da hipótese de que não existem
duas pedagogias (pedagogia versus andragogia), isto é, uma pedagogia para crianças e outra
para adultos como se fossem opostas e inconciliáveis. Ao contrário, a proposta é justamente
analisar que através da perspectiva do paradigma da complexidade, e de seus novos operadores
cognitivos, a realidade educacional na pós-modernidade dispõe de confluências didáticas e
metodológicas. Logo, a presença de atributos procedimentais pelo professor não depende da
disciplina e menos ainda, da faixa etária dos alunos. Ao contrário, devem-se conhecer os
diversos métodos e abordagens didáticas e saber adaptá-los à sua realidade complexa, fazendo
destes, meios intercambiáveis de ensino-aprendizagem.
Neste sentido, a pesquisa, que faz parte da dissertação “Escola heterotópica
contemporânea: convergência entre andragogia e Escola da Ponte”, do mestrado em Educação
da Unochapecó, segue o viés da epistemologia da complexidade, necessária para que a partir
do pensamento complexo seja possível superar as dicotomias e visões fragmentadas e abarcar
a uniformidade e a variedade da pedagogia e andragogia em sua especificidade, ao contrapor a
tendência do ser humano de simplificar, fragmentar e reduzir tudo. Morin (2011), por exemplo,
defende o ponto de vista integral nas ciências, não descartando o valor das especialidades, em
que toma como base a teoria de Pascal: “o conhecimento das partes depende do conhecimento
do todo; o conhecimento do todo depende do conhecimento das partes” (Ibid., 2011). Assim, o
pensamento complexo requer uma nova racionalidade, ou seja, uma reforma do pensamento
com vistas a reforma da escola e da educação.
Os paradigmas das ciências em geral influenciam de forma decisiva nas propostas
educacionais. Todas as bases da teoria educacional (pedagogias, tendências, didáticas, métodos,
recursos, práticas pedagógicas históricas) sempre tiveram em sua base, respectivos
fundamentos teóricos – paradigmas – que geraram práticas, ora mais, ora menos definidas e
claras. Na história, as propostas educacionais e os modos de entender a ciência variam, logo,
conforme se adota ou rejeita um paradigma, velhos e novos procedimentos são predominantes.
Por isso, mudanças na concepção de mundo resultam em mudanças nas concepções e práticas
educacionais (BERTICELLI, 2010).
Desta maneira, compreende-se que a complexidade é um tecido (complexus: o que é
tecido junto) de constituintes heterogêneos, inseparavelmente associados: ela coloca o paradoxo
do uno e do múltiplo. A complexidade é efetivamente o tecido de acontecimentos, ações,
interações, retroações, determinações, acasos, que constituem nosso mundo fenomênico. A
complexidade se apresenta com os traços inquietantes do emaranhado, do inextricável, da
desordem, da ambiguidade, da incerteza (MORIN, 2011).
Portanto, esta pesquisa, que é de cunho bibliográfico e caráter fenomenológico,
pretende analisar livros e escritos secundários sobre a prática pedagógica da Escola da Ponte.
Isto, a partir do aporte teórico/metodológico que as epistemologias da complexidade nos
oferecem.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Não existe um manual padrão para formação de professores. Não existe um método
infalível de ensino-aprendizagem. A Escola da Ponte não é modelo de escola a ser copiado, no
máximo, conforme José Pacheco (2013) sugere, serve de inspiração para outras práticas
pedagógicas. A Escola da Ponte não é um modelo, justamente por que sua prática não está
constituída a partir de uma linha teórica. Nela converge uma multirreferencialidade de
tendências, do Freinet ao Piaget, de Freire a Ferrer, de Morin a Deleuze e tantos outros.
A Escola da Ponte é marcada por utilizar uma metodologia ousada. Não existe turma,
salas de aula, prova e disciplinas. Lá, se ensina conforme a motivação dos alunos. São os
próprios alunos que se organizam em grupos heterogêneos para estudar os assuntos que lhes
interessam. Cada aluno é autônomo para pesquisar e, em seu tempo, apresentar os resultados
para os colegas quando se sentem prontos.
Cabe aos professores repensar o tempo e o espaço educacional, onde a escola utópica
como lugar fixo e tempo estático se abra para a concepção das novas configurações da escola
heterotópica – ubíqua. Na contemporaneidade, o espaço de aprender é todo o espaço, tanto o
universo físico como o virtual. O tempo de aprender é o todo da vida, às 24 horas de cada dia,
os 365 dias (ou 366) de cada ano (PACHECO, 2014, p. 11).
A mudança de paradigma do pensamento leva a outras compreensões sobre a escola,
por exemplo, a ideia de que escolas são pessoas e não o prédio, e que, educação é vida. Já o
professor é mediador/facilitador da aprendizagem e os alunos são protagonistas do processo
educacional.
Essa nova racionalidade (inteligência da complexidade) de conceber a educação
implica em novas formas cognitivas de pensar o processo de ensino-aprendizagem no âmbito
antropológico (quem), teleológico (pra quê) e metodológico (como).
A Escola da Ponte passou por uma ruptura epistemológica, metodológica e
institucional. Da mesma forma, a andragogia como ciência educacional propõe uma quebra de
paradigma repensando a prática educativa. A mudança de paradigma da Escola da Ponte
aconteceu como resposta ao modelo tradicional pedagógico caracterizado pelo professor que
transmite conteúdos para vários alunos passivos numa mesma sala e ao mesmo tempo. Superado
esse modelo, a andragogia e a pedagogia da Escola da Ponte sugerem que o aluno esteja no
centro do processo de ensino-aprendizagem e o professor seja seu facilitador. Essa abordagem
é percebida nitidamente na Escola da Ponte. Logo, podemos afirmar que a Escola da Ponte é
uma escola andragógica? Talvez vá além, inclusive, seja também heutagógica ou, simplesmente
profana. Para muitos, um sonho de escola. Para Rubens Alves (2012) “a escola com que sempre
sonhei sem imaginar que pudesse existir”.
Portanto, o que faz a Escola da Ponte ser uma “ponte” para professores e alunos
transpassarem de um modelo de escola tradicional para uma escola inovadora por quarenta
anos? Basicamente, uma nova racionalidade ou, mudança de pensamento, que resultou numa
contínua reforma da instituição.
A Escola da Ponte é fruto de perguntas simples, heréticas, que ao serem feitas fizeram
José Pacheco e outros professores repensarem a natureza da escola. A partir de novas
concepções e diferentes formas de pensar - mudança de paradigma e a reforma de pensamento.
Na Escola da Ponte os alunos trabalham em grupos, numa comunidade de aprendizagem;
sozinhos, sendo protagonistas de sua educação. A Escola da Ponte simplesmente decidiu trilhar
por outro caminho, aberto a buscar outros caminhos sempre que precisar.
Da mesma forma, buscou-se trilhar nesta pesquisa um caminho menos percorrido. Ela
iniciou com a defesa da hipótese de que não existem duas pedagogias, ou seja, uma pedagogia
para crianças e outra para adultos e estas, incompatíveis. Em seguida, partiu-se para pistas
através da Análise Textual Discursiva que aproximasse a pedagogia da Escola da Ponte aos
princípios da andragogia tendo em vista a apreensão de convergências didáticas e
metodológicas inovadoras.
Toda a análise considerou o axioma de José Pacheco, que diz: “não há duas pedagogias,
há uma só aplicada a cada idade e contexto social” (PACHECO, 2013). De outra forma ele diz
que “[...] não há duas pedagogias – o modo como o professor aprende é o modo como o
professor ensina” (Ibid., p. 72).
A Escola da Ponte tem apenas uma pedagogia, aplicada por vários professores a cada
idade e contexto social. Os professores aprendem a ensinar ao estilo “pedagogia da Ponte”.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ALVES, Rubem. A escola com que sempre sonhei sem imaginar que pudesse existir. 13.
ed. Campinas: Papirus, 2012.
MORIN, Edgar. Introdução ao pensamento complexo. 4ª Ed. Porto Alegre, Editora Sulina,
2011.
Resumo: Este trabalho teve como objetivo investigar a influência do contexto escolar nas
práticas educativas utilizadas por mães de pré-escolares. Trata-se de uma pesquisa qualitativa,
na qual foram realizadas entrevistas semiestruturadas com 12 mães de crianças pré-escolares,
sendo seis consideradas predominantemente indutivas e seis predominantemente coercitivas.
Os dados foram integrados e analisados com base na Teoria Fundamenta nos Dados
(Grounded Theory), com o apoio do software atlas-ti 5.0. Foram identificadas quatro
categorias no que se refere à interlocução entre a escola e a família e, consequentemente, a
influência do contexto escolar nas práticas educativas maternas:1) Feedback escolar, 2)
Situações atípicas, 3) Solicitando o professor, 4) Semelhanças e diferenças nas práticas
educativas. Com base na análise e discussão dos dados, conclui-se que a comunicação entre a
escola e a família se limitou, por vezes, a questões relacionadas a alguns comportamentos
atípicos manifestados pela criança na escola, aquisições da criança no contexto escolar ou a
dúvidas e solicitações dos próprios pais. Além disso, as mães sinalizaram semelhanças e
diferenças nas práticas utilizadas no contexto escolar e familiar, sendo que algumas se
utilizavam das mesmas práticas empregadas pelas professoras, enquanto outras, afirmaram
utilizar práticas diferentes, principalmente, pelo fato dos professores não empregarem a
punição física.
INTRODUÇÃO
A educação dos filhos é um fator de preocupação constante dos pais, que apresentam
dúvidas sobre qual a melhor forma de ensinar o que é certo e estabelecer limites. Essa
preocupação é importante, pois as experiências na infância tendem a ser determinantes no
desenvolvimento dos indivíduos (RIBEIRO, 2012).
As estratégias utilizadas pelos pais com o intuito de orientar o comportamento dos
filhos, suprimindo comportamentos indesejados ou incentivando comportamentos adequados,
têm sido nomeadas de diversas formas, dentre elas: práticas educativas parentais
(ALVARANGA; PICCININI, 2007; HOFFMAN, 1975/1994). Nesse contexto, as práticas
educativas podem ser consideradas indutivas ou coercitivas. Os pais que se utilizam de
1
Acadêmica do Curso de Psicologia, Universidade Federal de Santa Maria. Bolsa Iniciação Científica CNPq. E-
mail: gabrielasarturi4@gmail.com
2
Psicóloga, E-mail: danidallaporta@hotmail.com
3
Orientadora, Professora do PPG em Psicologia, Universidade Federal de Santa Maria. E-
mail:alinecsiq@gmail.com
práticas educativas indutivas tendem a indicar à criança as consequências do comportamento
das mesmas para si e para terceiros, sinalizando os motivos que justifiquem a mudança de
comportamento e os aspectos lógicos da situação. Para isso, são utilizadas estratégias como o
uso de explicações, regras claras e consistentes, uso de acordos e negociações e limites
através do diálogo. Em contrapartida, as práticas coercitivas consistem em estratégias
utilizadas pelos pais com o intuito de modificar o comportamento dos filhos por meio da
correção, a partir do uso de punição física, ameaça e privação de privilégios (HOFFMAN,
1975/1994).
Apesar dos inúmeros avanços no que se refere aos direitos da criança e do adolescente
e da crescente divulgação de pesquisas nacionais e internacionais que apontam os possíveis
riscos do uso da punição física como método disciplinar (GERSHOFF; GROGAN-KAYLOR,
2016), muitos pais desconhecem outras formas eficazes de educar e dar limites aos filhos, que
não sejam a partir do tradicional uso da palmada (RIBEIRO, 2012). Nesse sentido, a palmada
é uma prática ainda sustentada por uma grande influência cultural no Brasil que permite e
percebe o uso de castigo físico como um recurso possível (RIBEIRO 2012). Além disso, é
possível considerar que o processo histórico que permite transformar a tirania em democracia
na educação da família é muito lento, pois os mitos não se desfazem de uma década para
outra, mas é possível facilitar por meio do diálogo na escola, na família e na comunidade
(RIBEIRO, 2012).
No contexto da atual configuração social, onde as crianças ingressam cada vez mais
cedo no meio escolar, um papel preponderante na construção dos limites é exercido tanto pela
família quanto pela escola (ARAÚJO; SPERB, 2009). Escola e família são instituições
distintas e que apresentam diferentes objetivos, todavia, compartilham a importante tarefa de
preparar crianças e adolescentes com característica crítica, participativa e produtiva para a
inserção na sociedade (OLIVEIRA; MARINHO-ARAÚJO, 2010). Ambas são responsáveis
pela transmissão e construção do conhecimento culturalmente organizado, família e escola
emergem como duas instituições fundamentais para desencadear os processos evolutivos das
pessoas, atuando como propulsoras ou inibidoras do seu crescimento físico, intelectual,
emocional e social (DESSEN; POLONIA, 2007).
A relação entre família e escola se concebeu, e ainda se mantém, em virtude de
situações relacionadas a algum tipo de problema, pouco contribuindo para que as duas
instituições pudessem construir uma relação de parceria baseada em fatores positivos e
gratificantes relacionados ao aprendizado, desenvolvimento e sucesso dos alunos
(OLIVEIRA; MARINHO-ARAÚJO, 2010). Em função disso, os autores apontam que as
posturas relacionadas a esta relação caracterizam-se por defesas e acusações, como se cada
um buscasse se justificar e encontrar razões para a desarmonia que caracteriza tal relação.
Encontra-se uma vasta literatura que aborda a influência da família nas atividades
escolares e a participação dos pais na escola. Porém, são escassos os estudos sobre a
interlocução entre escola e família no que tange à decisão e ao uso de estratégias de educação.
Nessa perspectiva, levando em consideração a importância dessa relação, este trabalho
objetiva entender a relação entre o contexto escolar e as práticas educativas maternas adotadas
com os filhos em idade pré-escolar.
METODOLOGIA
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Com base na análise dos dados, destaca-se algumas inter-relações observadas a partir
das narrativas das mães no que diz respeito a influência do contexto escolar nas práticas
educativas maternas, bem como na comunicação entre a família e a escola. Assim, serão
abordadas as seguintes categorias: Feedback escolar, Situações atípicas, Solicitando o
professor, Semelhanças e diferenças nas práticas educativas. Nas categorias poderão se
observar os resultados de mães indutivas e coercitivas, discutindo-se também essa relação.
FEEDBACK ESCOLAR
Especificamente com relação a comunicação entre a família e a escola, as mães
predominantemente indutivas mencionaram que eram poucos os momentos que a escola
convocava os pais para falar sobre o comportamento dos filhos, como em reuniões e entregas
de relatórios de desempenho. Nos momentos que isso ocorria, geralmente era para dar
feedbacks, ou seja, informações relacionados com as habilidades e aquisições em termos de
conhecimento que a criança adquiriu na escola e com comportamento específico da criança,
conforme as narrativas a seguir. “Nos pareceres às vezes assim as profes passam pra nós sobre
como se comportam, que tipo, a última vez que ele quer muito é brincar assim sabe, então às
vezes na hora das atividades ele não presta muita atenção, porque ele quer terminar de uma
vez e brincar sabe” (M10).
Eu sinto poucos momentos que a professora nos dá feedbacks sobre eles assim. É muito mais
técnico, sobre o que sabe, o que não sabe, o que adquiriu, o que não adquiriu, como se portou
frente às atividades do que mais em relação assim a questões psicológicas mesmo ou de
relacionamento (M9)
Essa comunicação, por vezes, técnica e pontual, pode ter relação com a percepção dos
professores com relação ao papel da escola. O papel da escola, de modo geral, consiste em
propiciar à criança um conhecimento sistemático sobre questões que não estão associadas à
sua vivência direta, como a transmissão do conhecimento científico (REGO, 2011). Ademais,
na escola, as crianças se envolvem em diferentes atividades, relacionadas a tarefas formais e
informais de aprendizagem, que buscam atender as necessidades cognitivas, sociais e culturais
da criança, de maneira estruturada e pedagógica (DESSEN; POLÔNIA, 2007).
De modo geral, a comunicação entre família e escola, ocorre nas reuniões para entrega
de relatórios relativos às competências das crianças em sala de aula ou em encontros que
objetivam comunicar os pais a respeito do que acontece na escola, principalmente quando há
questões relativas a problemas de comportamento da criança (SILVEIRA; WAGNER, 2012).
Segundo Reali & Tancredi (2002, apud OLIVEIRA; MARINHO-ARAÚJO, 2010) as
reuniões bimestrais e as comemorações organizadas pela escola são vistas por familiares
como a representação de uma relação superficial e limitada a situações “formais”, o que pode
explicar a inexpressividade destes encontros em relação às práticas maternas coercitivas.
SITUAÇÕES ATÍPICAS
As mães predominantemente coercitivas e indutivas sinalizaram em seus relatos a
existência de momentos onde os professores procuravam os pais para tratar de situações
atípicas no comportamento da criança na escola.
As participantes identificadas com indicativos de práticas coercitivas enfatizaram que
a escola não interferia ou manifestava opiniões acerca de como a criança deveria ser educada,
atribuindo aos pais a responsabilidade de educar os filhos. Contudo, em determinadas
situações, a escola convocava os familiares na busca de melhores soluções para algum
problema comportamental que a criança estivesse apresentando, conforme fica evidenciado
nas falas. “As gurias são mais assim de conversar quando tem algum tipo de problema,
quando a criança tá diferente da rotina” (M2); “A primeira vez foi que a professora me falou
que ele tava meio agitado que era pra mim conversar com ele, mas foi a única vez que ela
falou assim” (M7). Com base nas narrativas das participantes, percebe-se que as professoras
apenas conversavam com os pais em situações pontuais, nas quais a criança demonstrava estar
com algum problema. Estes dados corroboram resultados do estudo de Villas Boas (2013)
realizado com mães que se utilizavam da punição física como estratégia educativa com os
filhos e haviam vivenciado a violência de forma frequente na sua família de origem que
relataram pouca comunicação com a escola no que se refere a como educar os filhos.
As mães predominantemente indutivas também relataram que em alguns momentos,
os professores solicitavam os pais para falar sobre algum comportamento atípico da criança
em sala de aula. Os depoimentos das participantes evidenciam que as professoras apenas
convocam os pais para falar de questões especificamente relacionadas com a escola e a
criança nesse contexto e pareciam não ter como intenção influenciar diretamente na forma
como as crianças são educadas pelos seus pais. “Eu tive mais, por exemplo, quando as minhas
meninas as duas, uma ainda está e a outra já passou aqui pelo [nome do colégio], daí era
comum as professoras da classe, se tivesse qualquer situação diferente ou atípica, elas vinham
conversar com a gente” (M1); “E quando o professor sente que a criança sinalizou alguma
coisa diferente do normal, eles chamam a gente pra conversar” (M13). Esses dados estão em
consonância com estudo realizado por Silveira e Wagner (2012), o qual indica que a escola
geralmente busca conversar com os pais em situações atípicas, como a apresentação de
problemas comportamentais por parte da criança. Ainda, a falta de comunicação entre a
família e a escola foi apontada em pesquisa de Goldberg, Yunes e Freitas (2005), sendo que o
diálogo se limita à entrega de pareceres e situações atípicas de comportamentos da criança.
SOLICITANDO O PROFESSOR
As participantes coercitivas ainda destacaram que, apesar das professoras não
conversarem sobre como educar os filhos, muitas vezes as próprias mães solicitavam a
professora na busca de possíveis problemas de comportamento na escola e na tentativa de
saber se a criança estava manifestando comportamentos adequados. “Eu já converso até com a
professora mesmo ‘e aí como é que ela tá sendo? Como ela tá indo?’” (M6).
E eu converso muito, tô preocupada, eu digo ‘ó, tu não fica com pé atrás de algo negativo que
aconteceu porque tu acha que eu vou achar ruim. Não, eu vou achar bom’. Então, o que for
negativo, tu não precisa dizer na frente da criança, mas escreve, e se tiver procurar ajuda eu
vou (M4).
As mães coercitivas relataram também que solicitavam a professora para saber como
agir com os filhos. “Eu até imito e peço ‘o que que tu faz’, eu pedi hoje, eu digo ‘o que que tu
faz que essas crianças ficam tão quietas em tal momento, como é que tu faz?’” (M4).
Conforme se observa nos depoimentos acima, as mães solicitavam o apoio das professoras ao
perceberem a eficácia de algumas estratégias utilizadas no contexto escolar, em busca da
aplicabilidade da prática em casa.
O entendimento das práticas utilizadas pelos professores é também uma preocupação
das mães indutivas, que consideram importante que as estratégias educativas escolares e
parentais estejam alinhadas. “Eu converso bastante com os professores, então a gente tenta
que as estratégias da escola sejam as mesmas estratégias de casa” (M3). A busca de conversar
com os professores sobre esses aspectos é positiva e nessa perspectiva, a existência de canais
abertos de comunicação entre os ambientes que a criança participa pode auxiliar no
desenvolvimento da criança tanto na família quanto na escola, fortalecendo a relação desses
dois espaços (BRONFENBRENNER, 1979/1996).
É bem diferente, elas só dizem ‘para fulano que eu vou chamar tua mãe’ ou se não ela apenas
tira da sala. Eu conversaria com ele na primeira vez, se não resolvesse eu ia botar de castigo
pra ele perceber que eu não tô de brincadeira. E se na terceira ele continuar, aí o chinelo vai
cantar nele (M7).
Tais dados explicitam que algumas mães parecem ter dificuldades em empregar
maneiras adequadas e positivas de educar os filhos, conforme verificado no estudo de Patias,
Siqueira e Dias (2013). Ademais, percebe-se um desconhecimento sobre os direitos da
criança, já que não é permitido que a criança seja vítima de violência em nenhum ambiente,
seja escolar ou familiar. Resultados da pesquisa de Araújo e Sperb (2009), com mães e
professoras de crianças da educação infantil destacam as diferenças nas práticas educativas
utilizadas por mães e professoras na construção de limites na criança. As estratégias de caráter
indutivo, como o diálogo e a tolerância, aparecem nas narrativas das mães na mesma
proporção em que aparece o uso de recursos considerados coercitivos, como a punição física e
imposições. Já as professoras, tendem a utilizar estratégias predominantemente positivas e
democráticas para orientar o comportamento das crianças, como: tolerância, afeto, diálogo,
reflexão, combinações e regras e troca com os pais (ARAÚJO; SPERB, 2009). Diversos
estudos apontam para a presença de práticas educativas coercitivas nas famílias como uma
tradição, porém essas estratégias se apresentam de maneira diferente no microssistema
escolar, tendo em vista a ação dos professores, a sua formação profissional específica e o
contexto legal da escola, que não permite a utilização de muitas das práticas utilizadas pelos
pais (SILVEIRA; WAGNER, 2009). Essas relações apontam para a necessidade de diálogo
sobre o assunto no ambiente escolar. É necessário que as fronteiras entre família e escola
tornem-se menos rígidas, o que será possível a partir da (re)definição das tarefas educativas de
cada sistema, para que se efetive a ideia de cooperação (SILVEIRA; WAGNER, 2009).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
Resumo: Este estudo propõe a utilização de jogos didáticos como um objeto de aprendizagem
(OA) para o Ensino de Matemática e Ciências da Natureza, no âmbito do ensino médio. A
proposta da utilização de jogos didáticos como OA surgiu na disciplina “Experimentação para
EPT”, ministrada no 2º semestre de 2017, no Programa de Pós-Graduação em Educação
Profissional e Tecnológica (CTISM/UFSM). A partir de um tema gerador, construiu-se o jogo
“Navegando em Águas Exatas”, baseado no estilo do jogo de guerra Batalha Naval. Com as
regras do jogo definidas e para que os participantes pudessem entender a dinâmica do jogo,
foram apresentadas algumas questões que abrangem as três áreas (Física, Matemática ou
Química) de forma contextualizada com o tema gerador, possibilitando a interdisciplinar, e não
um contexto isolado para cada componente curricular. Durante e após a apresentação da
atividade, foram discutidos os fatores positivos e negativos quanto a utilização do jogo didático
como OA para o Ensino Médio, destacando-se a importância do planejamento para que o
objetivo pretendido. Verificou-se que o jogo apresentado contempla, de forma satisfatória, a
proposta de utilização de OA para o ensino de Matemática e Ciências da Natureza para qualquer
nível de ensino, bastando a adequação dos questionamentos ao nível de ensino desejado, com
um tema gerador que permita a conexão dos componentes curriculares.
Palavras- Chave: Jogos Educacionais. Interdisciplinaridade. Objetos de Aprendizagem.
Ensino de Matemática e Ciências da Natureza.
Abstract: This study proposes the use of didactic games as an object of learning (OL) for
Teaching Mathematics and Natural Sciences, in the scope of secondary education. The proposal
of the use of didactic games like OL appeared in the discipline "Experimentation for EPT",
taught in the second semester of 2017, in the Post-Graduation Program in Professional and
Technological Education (CTISM / UFSM). From a generator theme, the game "Navigating in
Exact Waters" was built, based on the style of the battle game Naval Battle. With the rules of
the game defined and for the participants to understand the dynamics of the game, some
questions were presented that cover the three areas (Physics, Mathematics or Chemistry) in a
contextualized way with the generating theme, making possible the interdisciplinary, not a
context isolated for each curricular component. During and after the presentation of the activity,
1
Graduado em Física e Mestrando em Educação Profissional e Tecnológica - CTISM/UFSM. E-mail:
julianomolinos@gmail.com
2
Graduada em Matemática e Mestranda em Educação Profissional e Tecnológica - CTISM/UFSM. Bolsista
CAPES. E-mail: patriciazperipolli@gmail.com
3
Graduada em Química e Mestranda em Educação Profissional e Tecnológica - CTISM/UFSM. Bolsista CAPES
E-mail: alessandra.schopf@gmail.com
4
Prof. Adjunta do Departamento de Química da UFSM e Professora do Mestrado em Educação Profissional e
Tecnológica - CTISM/UFSM. E-mail: claudiabarin@nte.ufsm.br
5
Prof. Adjunto da Universidade Federal do Pampa - Campus Caçapava do Sul e Professor do Mestrado em
Educação Profissional e Tecnológica - CTISM/UFSM. E-mail: ricardoellensohn@gmail.com
we discussed the positive and negative factors regarding the use of the didactic game as OL for
High School, highlighting the importance of planning for the intended purpose. It was verified
that the presented game contemplates, in a satisfactory way, the proposal of using OL for the
teaching of Mathematics and Natural Sciences for any level of education, being sufficient the
adequacy of the questions to the desired level of education, with a generating theme that allow
the connection of the curricular components.
INTRODUÇÃO
Diversos autores têm citado à dificuldade inerente ao ensino das ciências exatas, além
da carga cognitiva intrínseca de muitos desses conteúdos, os mesmos são muitas vezes
abordados de forma descontextualizada e sem a transposição didática necessária para atender
as necessidades do público ao qual se destina. Esse desinteresse dos alunos em aprender
conteúdos das ciências exatas, reflete sobre a metodologia utilizada pelo docente em sala de
aula, maioria das vezes, seguem o método tradicional, cobram a memorização de fórmulas e
para a fixação do conteúdo utilizam “listas e listas” de exercícios (aprendizagem mecânica),
tornando a aprendizagem mais complexa para o aluno (ROCHA; VASCONCELOS, 2016,
RESENDE; MESQUITA, 2013, NEVES; CABALLERO; MOREIRA, 2006).
Assim, para romper com o ostracismo dos estudantes e despertar a motivação e interesse
em aprender conteúdos associados à essas áreas do saber, o professor precisa buscar inovar em
sua prática educativa, buscando novas metodologias de ensino, uso de recursos educacionais
multimídia, promover a interação e a interatividade, de modo a tornar as aulas mais atraentes,
dinâmicas e significativas.
Nesse sentido, os avanços tecnológicos vêm ao longo dos anos criando uma variedade
de ferramentas, as quais podem ser usadas para despertar o gosto pelo aprendizado. Os objetos
de aprendizagem (OA), podem ser um importante aliado nesse processo, no entanto, a definição
de OA ainda não é consenso entre pesquisadores, de acordo com o Institute of Electrical and
Electonics Engineers (IEEE, 2002) os OA são qualquer entidade digital ou não-digital, que
pode ser usada, reutilizada ou referenciada durante o processo de aprendizagem promovido por
um tipo de tecnologia, enquanto que segundo Wiley (2001, p. 07) os OA são “qualquer recurso
digital que pode ser reutilizado para suporte ao ensino”, percebe-se que o autor dá ênfase à
intencionalidade do ensino, o que é corroborado por Santos e Amaral (2012).
Assim, na perspectiva de Wiley (2001) e Santos e Amaral (2012), para que os OA
contribuam para a aprendizagem, é necessário que os professores tenham claro os objetivos que
desejam alcançar, escolham os OA adequados à suas necessidades e planejem como irão inseri-
los no contexto educacional (planejamento).
Existem vários tipos de OA que podem ser utilizados para fins didáticos, como:
animações, simulações, jogos educacionais, melhoram a aprendizagem, pois são ferramentas
divertidas e motivadoras, os vídeos, histórias em quadrinhos e infográficos, materiais propícios
para usá-los como estratégia para a resolução de problemas, envolvendo o aluno na
investigação, já os ambientes virtuais permite que o aluno tenha acesso a informações, fornecem
linhas de orientações, feedbacks e apoio de acordo com a necessidade do aluno. É preciso
conciliar o conteúdo (informação) com o OA adequado, que facilite o ensino e a aprendizagem
das ciências exatas para o aluno (DAMASCENO; SANTOS, 2013, FLORES; TAROUCO,
2008).
Com o avanço tecnológico, foram desenvolvidas bases de dados disponíveis na internet,
chamadas de repositórios de OA, que permitem o armazenamento, facilitando a pesquisa, o
acesso, a análise e seleção dos mais variados tipos de objetos de aprendizagem, sendo que estes
podem ser baixados, utilizados, referenciados, e ainda modificados, de acordo com o contexto
que pretende aplicá-los na educação (MANDELLO, 2008).
Uma alternativa de OA são os jogos educacionais que vem sendo bastante utilizados no
ensino, como elemento de mediação, estimulando diversos sentidos ao mesmo tempo,
exercitando a habilidade mental e a imaginação através de desafios e atividades lúdicas que
favorecem a aprendizagem e o trabalho colaborativo (FALKEMBACH, 2006).
Conforme Alves (2001, p. 15) aponta “A educação por meio dos jogos tem se tornado,
nas últimas décadas uma alternativa metodológica bastante pesquisada, utilizada e abordada de
vários aspectos”. Segundo o autor, o uso do lúdico permite que conteúdos sejam abordados e
assimilados de forma mais descontraída, tornando a sala de aula um ambiente agradável. O jogo
quando usado com propósitos pedagógicos promovem situações de ensino e aprendizagem que
possibilitam aos jogadores se autoconhecer, identificando seus limites e possibilidades de
superação, incentiva a interação, o trabalho colaborativo, saber respeitar opiniões divergentes.
Como sugere Schons et al. (2011, p. 2) “Com o jogo os alunos precisam interagir uns
com os outros, opinar, expor suas ideias, trabalhar de forma cooperada, respeitar regras, criar
plano de ação, respeitar resultados, contestar respostas”. Assim, é importante que o jogo seja
um desafio prazeroso e atrativo, que aos poucos envolve o aluno no seu contexto,
proporcionando-o a aprender de forma divertida. (FIALHO, 2008).
Nesse sentido o presente trabalho apresenta o relato da experiência do desenvolvimento
e validação do Jogo “Navegando em águas exatas”, como uma ferramenta alternativa para o
ensino de Matemática e Ciências Exatas.
Para a confecção do jogo foi utilizado uma planilha do software Excel, a qual
possibilitou criar o design do tabuleiro e das peças que seriam os diferentes tipos de “navios”,
para isso foi preciso uma folha de isopor para fazer o tabuleiro, identificado com letras de A a
J na vertical e números de e 1 a 10 na horizontal, alfinetes e papel sulfite para fixar os tipos de
navios, que devem ter 6 submarinos (1 parte), 3 hidroaviões (3 partes), 3 cruzadores (3 partes),
4 encouraçados (6 partes) e 2 porta-aviões (9 partes) e ainda é preciso três copos, cada um com
papéis numerados de 1 a 30, estes papéis indicarão qual o número da questão sorteada, sendo
que a lista que estará com o professor possui 90 questões (30 de física, 30 de matemática e 30
de química).
A figura 01 representa o esquema do tabuleiro confeccionado no software Excel.
Dentre os vários tipos de jogos apresentados, escolhemos o modelo “batalha naval” pela
capacidade de modificar as estratégias que podem ser adotadas em cada partida. Quem define
a posição dos alvos para quem vai atirar é o professor.
DESENVOLVIMENTO
Apontamos ainda que o êxito no uso do Jogo Navegando em Águas Exatas, requer do
professor um planejamento prévio, bem como a adequação das questões ao nível de
conhecimento dos estudantes, assim como o monitoramento e mediação no decorrer de toda a
atividade.
a) Explique porque a água não ocupa todo o interior do sino, uma vez que todo ele
está imerso em água.
Dados:
REFERÊNCIAS
FIALHO, N. N. Os jogos didáticos como ferramenta de ensino. In: VIII Congresso Nacional
de Educação / III Congresso Ibero-Americano sobre Violência nas Escolas, PUCPR. Anais...
Curitiba: Champagnat, 2008. Disponível em:
<http://quimimoreira.net/Jogos%20Pedagogicos.pdf>. Acesso em: 03 abr. 2018.
Abstract: The professional and technological education is gaining new faces in Brazil since
the creation of the “Institutos Federais de Educação Profissional e Tecnológica”, which in their
practices results on integral and citizen formation activities of youth and adult education. This
way, the performed work of the institutes is near of the conception of Science, Technology,
Society and Evironment with an strong impact on the teacher’s job; so, it becomes to be
conceived as a dialogic paradigm between the real life and the Science through the school
practice. We choose the bibliographic study as the methodological way where was possible to
see the familiarity of the work proposal of the Institutos Federais de Educação Profissional e
Tecnológica and the “Enfoque CTSA”.
1
Mestranda no Programa de Mestrado Profissional em Educação Profissional e Tecnológica; Instituto Federal de
Educação Ciência e Tecnologia Farroupilha- Campus Jaguari. E-mail: naires.moraes@iffarroupilha.edu.br
2
Orientadora; Professora Doutora no Programa de Mestrado Profissional em Educação Profissional e Tecnológica;
Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia Farroupilha- Campus Jaguari. E-mail:
taniamara.chaves@iffarroupilha.edu.br
3
Professor Pós Doutor no Programa de Mestrado Profissional em Educação Profissional e Tecnológica; Instituto
Federal de Educação Ciência e Tecnologia Farroupilha- Campus Jaguari. E-mail:
ricardo.rodrigues@iffarroupilha.edu.br
4
Professora Doutora no Programa de Mestrado Profissional em Educação Profissional e Tecnológica; Instituto
Federal de Educação Ciência e Tecnologia Farroupilha- Campus Jaguari. E-mail:
calinca.pergher@iffarroupilha.edu.br
5
Professora Doutora no Programa de Mestrado Profissional em Educação Profissional e Tecnológica; Instituto
Federal de Educação Ciência e Tecnologia Farroupilha- Campus Jaguari. E-mail:
leticia.brittes@iffarroupilha.edu.br
INTRODUÇÃO
O processo educativo, tanto formal, quanto não formal, vem garantindo a sobrevivência
dos homens ao longo dos milênios. No entanto, o que é ensinado às gerações mais jovens vem
do resultado da interação com a natureza, ou seja, do trabalho que é realizado para que sejam
mantidas as condições de vida. Logo, a evolução da espécie humana se dá pela capacidade de
se relacionar, trabalhar e aprender com esse processo, que, por sua vez, se dá pela força da
necessidade de sobrevivência.
É a capacidade de ensinar o que foi apreendido com o trabalho que nos torna diferentes
das demais espécies e faz com que nossa interação com a natureza salvaguarde a manutenção
das condições de vida para os homens. No entanto, historicamente percebemos que o acesso à
educação não abrange todos os segmentos da sociedade.
Durante muito tempo a educação ofertada aos jovens das classes menos favorecidas era
limitada aos níveis primários, dando conta da formação de mão de obra - sem necessidade de
qualificação escolar -, enquanto que para os filhos das classes mais abastadas eram ofertadas as
escolas das artes, das ciências e do direito, reforçando a visão hegemônica da organização social
e mantendo o distanciamento das classes menos favorecidas ao desenvolvimento humano,
cognitivo e tecnológico.
Superar estes pressupostos é urgente para a construção de uma sociedade mais justa e
igualitária, porém, os desafios são ainda maiores quando se trata do acesso ao conhecimento
científico e tecnológico. Mesmo com o avanço da Rede Federal de Educação Profissional e
Tecnológica nos últimos anos, o acesso a esse nível de escolarização ainda é deficitário. As
dimensões continentais do país, as dificuldades econômicas e a escassez de políticas públicas
dificultam a ampliação da oferta destas escolas. Além disso, a crise nos paradigmas das ciências
e a revolução tecnológica avançam exponencialmente enquanto a educação aparenta estar um
passo atrás, precisando transformar-se também, pois educar é contribuir para o crescimento
social, o que só ocorre se conhecimento e desenvolvimento sejam adjacentes.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Nesse contexto, surge a educação profissional no Brasil. Com sua origem “dentro de
uma perspectiva assistencialista com o objetivo de amparar os órfãos e os demais desvalidos da
sorte”, visto que, “essa lógica assistencialista é perfeitamente coerente com uma sociedade
escravocrata” (MOURA, 2007, p. 6). Percebemos aqui que a educação profissional também
reforça a divisão social, pois “o ensino profissional surge no Brasil como meio de obtenção de
mão-de-obra barata oferecida para as classes menos abastadas” (NOGUEIRA, CASTAMAN,
2014, p. 2).
Somente nas últimas décadas é que percebemos a implementação de políticas com vistas
à modificação deste quadro. A educação profissional brasileira vem, ao longo dos anos,
sofrendo grandes transformações, entre elas, podemos citar a criação dos Institutos Federais de
Educação, Profissional, Técnica e Tecnológica, que trazem novas perspectivas para a formação
profissional, superando o caráter assistencialista dos paradigmas vigentes até então.
Isto é, à medida que o conhecimento foi sendo aprimorado permitiu que o homem visse
com mais clareza a própria ciência. Isso trouxe à tona questionamentos a respeito da
contribuição da ciência para a vida humana: até que ponto o conhecimento puramente científico
traz ganhos para o cotidiano das pessoas? Quais são as implicações práticas da ciência no dia a
dia da sociedade? Estará aproximando os homens da sua natureza ou afastando-os? Essas
indagações também passam a ser feitas sobre o papel da escola. Conforme já citamos, os papeis
da escola e da ciência convergem para o mesmo objetivo: contribuir com a melhora da vida dos
indivíduos. Porém, a ciência vista como obra exclusiva dos cientistas e a escola servindo para
a manutenção do distanciamento das classes sociais, estarão cumprindo seus papeis?
Frente a isso, apesar de certo atraso temporal com relação ao avanço científico e
tecnológico, houve nas últimas décadas uma expressiva tentativa de superar alguns dos
obstáculos já citados. No Brasil, com a expansão da Rede Federal por meio dos Institutos
Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, iniciou-se, em nosso entendimento, um processo
de compensação dos anos de retração, principalmente das comunidades do interior do país. Na
história recente da educação profissional e tecnológica podemos ver a interiorização das
instituições, tirando dos grandes centros urbanos a “exclusividade” da formação técnica e
superior. O que facilitou o acesso a cursos de nível médio profissionalizante para uma parcela
da população que havia sido deixada a margem do processo de escolarização, por falta de
condições econômicas e pelas distancias geográficas e sociais que as separavam das instituições
de educação superior e profissionalizante.
Os Institutos Federais de Educação Profissional e Tecnológica hoje buscam atender as
necessidades locais das comunidades e investem no potencial de cada comunidade para
promover o seu desenvolvimento, “abandonando o hábito de reproduzir modelos externos e
ousando inovar a partir de nossas próprias características, experiências e necessidades”
(PACHECO, 2008, p.8). Assim,
Além disso, a crise nos paradigmas da ciência moderna nos obriga a reconhecer seus
reflexos na escola. Após consolidada a crise, hoje vivemos o que podemos chamar de ciência
pós moderna, e precisamos repensar nossos modelos escolares. É preciso reconhecer que as
mudanças provocadas pelo avanço do conhecimento e da tecnologia refletem no trabalho da
escola e dos professores. Hoje mais do que nunca, a função do docente está ligada a mediação
do mundo com a realidade dos seus alunos. Inicialmente é preciso compreender que
Todos aqueles que interagem com educandos são educadores, cada um dentro da
especificidade de sua tarefa. Professores, técnicos, funcionários, etc. são todos
trabalhadores em educação e suas atuações na escola devem ser integradas
pedagogicamente, tendo o reconhecimento da escola enquanto ação educativa.
(PACHECO, 2008, p.3)
A integração pedagógica citada por Pacheco (2008, p. 3), pode ser efetivada através do
planejamento articulado entre todos os atores do processo educativo. Assim, dá-se um caráter
interdisciplinar às ações escolares. Porém esse processo dialógico precisa ser intencional e
objetivo. Intencional a medida que busca estabelecer relações em prol de objetivos previamente
definidos. Portanto, o diálogo
Sem duvidas a educação cumpre seu papel libertador à medida em que assume o caráter
dialógico. Nesse processo, o aluno percebe-se como autor da sua caminhada em direção ao
conhecimento. É através das trocas estabelecidas no diálogo que o educando toma consciência
de suas fragilidades e potencialidades. Ao reconhecer-se nesse processo, é capaz de tomar a
iniciativa na busca pela obtenção dos conhecimentos necessários à sua libertação enquanto ser
histórico e social.
Cabe ressaltar que, desta forma a ciência também ganha novos paradigmas, passando a
ter valor real na vida dos sujeitos, superando o distanciamento entre o que se considera
científico, o que é de fato ensinado na escola e o cotidiano da coletividade.
Ainda, percebemos que ciência e escola só ganham verdadeiro sentido à medida que são
capazes de ressignificar a existência coletiva, e vem daí a importância de considerar as
características locais e ver nos desafios da realidade a motivação para ações de aprendizagem.
REFERÊNCIAS
CHARLOT, B. Da relação com o saber às práticas educativas. Cap II. São Paulo: Cortez,
2013.
GOMES, C. M., FRIGOTTO, G., ARRUDA, M., ARROYO, M., NOSELLA, P. Trabalho e
conhecimento: dilemas na educação do trabalhador. São Paulo: Cortez, 2012.
Abstract: The current project presents the process of development and trial of a digital game
developed within the scope of the Discipline Experimentation for Vocational and
Technological Education of a Stricto sensu postgraduate program of a Federal Public
Institution. The Arch of Maguerez guided the planning process of the game that aims to teach
the manual alphabet or dactylology in LIBRAS. The programming environment used was
Delphi, an IDE and Object Pascal component library for application development. The game
was tested in a classroom, with 10 students of the Program, they pointed out as a weakness the
short time for word composition and as strengths the improvement of student-student and
student-teacher relations, as well as cooperative and collaborative behavior between the
validation team. From the perception analysis presented by the students and the observation
1
Mestranda em Educação Profissional e Tecnológica pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM),
Licenciada em Computação pela Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ),
professora de diversos cursos da educação profissional. E-mail: fernandamir_9@hotmail.com
2
Mestranda em Educação Profissional e Tecnológica pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM),
Licenciada em Química pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). E-mail: thanisebeque@hotmail.com
3
Mestranda em Educação Profissional e Tecnológica pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM),
Bacharel em Direito pela Universidade de Cruz Alta-RS, Licenciada pelo Programa Especial de Graduação-
Formação de Professores para a Educação Profissional da UFSM. Professora da rede estadual de educação
profissional. E-mail: lucianarodriguesvieirajc@gmail.com.
4
- Professora Adjunta do Depto de Química da UFSM e Professora do Mestrado em Educação Profissional e
Tecnológica da Universidade Federal de Santa Maria. Email: claudiabarin@nte.ufsm.br
5
- Professor Adjunto da Universidade Federal do Pampa (Unipampa Caçapava do Sul) e Professor do Mestrado
em Educação Profissional e Tecnológica da Universidade Federal de Santa Maria. Email:
ricardoellensohn@gmail.com
made by the researchers involved, we concluded that the game can contribute to the learning
of the alphabet in a fun and dynamic way.
INTRODUÇÃO
No Brasil o ensino de LIBRAS vem ganhando cada vez mais espaço. Isto se deve ao
fato de que no ano de 1994 nosso Estado aceitou os preceitos oriundos da Declaração de
Salamanca (ONU, 1994), tendo como implicação a adoção de um sistema inclusivo de alunos
com necessidades educacionais especiais, dentre estes o estudante surdo.
A Declaração de Salamanca (ONU, 1994), além de outras disposições, estabelece
linhas de ação em nível nacional quanto a política e organização do relativo instrumento legal.
Quanto ao surdo, o item 19 prevê:
Chama-se atenção para este ponto da Declaração onde a mesma preconiza o acesso à
educação do surdo em sua linguagem nacional de signos. A Constituição Federal de 1988, a
respeito da inclusão, referenda em seu artigo 208 como sendo um dever do estado para com a
educação a garantia do atendimento educacional especializado a pessoas com deficiência.
Vale a transcrição do mesmo: “Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado
mediante a garantia de: (...) III - atendimento educacional especializado aos portadores de
deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino (...) (BRASIL, 1988)”.
Considerando que a Carta Magna assegura o acesso a educação à pessoa com
deficiência e, a Declaração de Salamanca aponta para que sejam implementadas medidas para
que esse direito seja posto em prática, a Lei 9.394 de 1996, que dispõe sobre as Diretrizes e
Bases da Educação Nacional (LDBEN), também contempla a temática. Ratifica em seu artigo
4º, inciso III o prescrito pelo artigo 208, inciso III da Constituição Federal de 1988.
O Capítulo V da LDBEN que trata da Educação Especial é taxativo no artigo 59,
inciso III ao expressar sobre a obrigatoriedade de professores com especialização adequada
para que a inclusão em sala de aula de pessoas com deficiência seja promovida:
Art. 59. Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com deficiência,
transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação: (...) III -
professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para
atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados
para a integração desses educandos nas classes comuns; (...) (BRASIL, 1996).
Art. 1º (...) Parágrafo Único: Entende-se como Língua Brasileira de Sinais - Libras a
forma de comunicação e expressão, em que o sistema lingüístico de natureza visual-
motora, com estrutura gramatical própria, constituem um sistema lingüístico de
transmissão de idéias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil.
Desta forma, o professor que leva em consideração que precisa refletir sobre sua
prática constantemente, transformando seus saberes de acordo com as necessidades reais que
vão se apresentando no seu cotidiano escolar, introduz em seus repertórios saberes
pedagógicos que podem aprimorar continuamente seu trabalho docente. Segundo Pimenta
(1999, p. 25), “os saberes pedagógicos devem ser construídos a partir das necessidades
pedagógicas postas pelo real, para além dos esquemas apriorísticos das ciências da educação”.
Nesta perspectiva, a inclusão de alunos surdos ou de qualquer outro aluno com
necessidades especiais na realidade escolar, produz uma busca por novas metodologias de
ensino, recursos pedagógicos e ferramentas tecnológicas que possam auxiliar nesse processo
de reflexão e formação necessários para construção desses conhecimentos.
METODOLOGIA
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Para a realização das atividades, o aplicativo apresenta uma pergunta que norteará as
ações do jogador, como por exemplo: “O que você leva na mochila quando vai à escola?”.
Para responder, primeiramente o jogador deverá identificar cinco materiais escolares que
estarão dispostos em uma imagem, um lápis, um caderno, uma tesoura, uma régua e um
apontador. Após o reconhecimento deverá clicar nas letras em LIBRAS para formas palavras
com o nome desses materiais.
Duas ações acontecerão sobre a letra em LIBRAS, uma ao posicionar o cursor do
mouse e outra ao clicar. Posicionando o cursor automaticamente aparecerá ao lado direito,
com tamanho significativamente menor, um ShowHint com a letra correspondente na língua
portuguesa, possibilitando novamente que o jogador estabeleça relações entre sua língua
materna e LIBRAS. Clicando sobre a mesma aparecerá a letra correspondente do alfabeto em
português. Na Figura 4 abaixo é possível observar essas situações com a letra R.
Figura 4: Posicionando/clicando sobre uma letra
(A) (B)
Na formação das palavras, que deve acontecer ao clicar nas letras, se clicar na errada
não será possível apagá-la somente. O botão limpar excluirá todas as letras incluídas da
palavra em construção.
Quando conclusa a primeira palavra, automaticamente aparecerá o nome da mesma
ao lado do desenho correspondente, bem como a ativação do tempo para a conclusão do jogo.
Com o intuito de dinamizar a atividade, caso o jogador clique por engano na imagem,
automaticamente perderá 10% do seu tempo (Figura 4B).
Com a finalidade desafiar e motivar o jogador, após construir duas palavras o nível
de dificuldade aumenta. As letras começarão a movimentar-se em sentidos distintos na tela,
requerendo maior atenção do usuário quanto à utilização da letra em libras, como pode-se
observar na Figura 5.
Figura 5: Movimentação das letras na tela
(A) (B)
O objetivo principal do jogo é servir como recurso pedagógico no processo de ensino
e aprendizagem de LIBRAS. Neste caso, especificamente usado para formação de professores.
Independente do público alvo é provável que o jogador não tenha total domínio da língua
brasileira de sinais, o que consequentemente sentirá dificuldades na identificação do alfabeto
dessa língua, podendo resultar na não conclusão das atividades em tempo hábil de jogo. Sendo
esta a situação apresentada, ou seja, caso o jogador não consiga construir as cinco palavras no
tempo estabelecido do jogo aparecerá uma mensagem informando que o tempo acabou,
apresentando seu percentual de aproveitamento e agradecendo a participação.
O jogador pode também ter atingido 100% das atividades, desta forma o jogo finaliza
com uma mensagem de parabéns, podendo também escolher se deseja jogar novamente,
avançar de nível ou sair.
Após o processo de construção do MED o mesmo foi aplicado aos mestrandos
matriculados na Disciplina de Experimentação para Educação Profissional e Tecnológica. Os
mesmos tiveram aproximadamente 20 minutos para jogarem com seus pares.
Durante a aplicação do jogo os estudantes demonstraram interesse em jogar e
aprender o alfabeto em LIBRAS. Observou-se no decorrer desse teste que algumas fases do
jogo desencadearam muita ansiedade aos participantes, pois à medida que se passava de uma
palavra à outra, o tempo para encontrar as letras diminuía gradualmente, e quando erravam
perdiam instantaneamente mais 10% do tempo restante. Desta forma, propuseram que
aumentássemos o tempo para procurar as letras e formar as palavras, gerando menos
ansiedade durante o jogo.
Assim, com base nesse primeiro ensaio, levantou-se alguns aspectos do jogo
desenvolvido que ainda devem ser ajustados. Há algumas questões operacionais, como tempo
de jogo e punições que o participante sofre ao errar, que estão sendo revistas. Salienta-se
ainda que o mesmo precisa ser reaplicado para fins de validação.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
Resumo: A gestão escolar é responsável por fazer com que a escola funcione, é ela que
promove entre os que os diversos segmentos da comunidade escolar tenham o diálogo entre si,
com a finalidade da escola atuar de tal forma que contribua para com a formação integral do
estudante. Através do diálogo da comunidade escolar, tem-se a possibilidade de reconstruir o
projeto político pedagógico, documento que carrega a “identidade” da escola, com seus
objetivos para os próximos anos e sua realidade. Escolas particulares e públicas tem muitas
diferenças entre si, mas apresentam também muitas semelhanças em sua gestão, entre elas o
entendimento de que o diálogo entre os diferentes segmentos da comunidade escolar é
fundamental para a construção de uma escola democrática.
Abstract: The school management is responsible for making the school work, it is that which
makes the various segments of the school community have dialogue with each other, so that the
purpose of the school is achieved, the integral education of the student. With the dialogue of
the school community, the pedagogical political project is created, document that carries the
"identity" of the school, with its objectives for the coming years and its reality. Particular and
public schools have many differences among them, but they also present many similarities in
their management, among them the understanding that the dialogue between the different
segments of the school community is fundamental for the construction of a democratic school.
INTRODUÇÃO
A escola não é formada somente por sua direção e corpo docente, ela é uma estrutura
social complexa que combina vários segmentos que formam a chama “comunidade escolar”,
estes segmentos são organizados em: gestores (Direção e Coordenação Pedagógica), pais, corpo
docente (professores), funcionários e corpo discente (alunos). Todos estes segmentos atuam em
conjunto com a finalidade da formação humana integral do corpo discente.
1
Acadêmico do Curso de Pedagogia da Universidade de Cruz Alta – UNICRUZ –
joao.silvello@sou.unicruz.edu.br; Acadêmico do Curso de História da Universidade do Norte do Paraná –
UNOPAR
2
Professora Mestre do Curso de Pedagogia da Universidade de Cruz Alta – UNICRUZ –
mhartmann@unicruz.edu.br
Estes segmentos apresentam características únicas que contribuem para a formação e
manutenção do espaço escolar. Cada um deles tem uma participação importante na construção
da educação e são referendados na construção de um projeto político pedagógico.
Libâneo (2009) nos coloca que o projeto pedagógico de uma escola deve levar em conta
as visões dos diferentes segmentos que nela atuam. A visão que alunos, pais ,professores e a
comunidade tem da escola, ajuda a estabelecer parâmetros que possam auxiliar na avaliação da
situação atual da instituição.
A iniciativa do mercado em si é a maior diferença entre os dois sistemas, uma vez que
para a escola pública a comunidade escolar é vista como “parceira” e para a escola privada ela
é vista como “cliente” (pais e alunos) ou “funcionários” (gestores, professores e demais
contratados).
As diferenças de gestão participativa nestes dois sistemas de ensino são mais profundas,
e para isso, realizar a comparação entre elas foi o objetivo principal deste trabalho, no que diz
respeito a construção do PPP, a participação de cada segmento e a opinião de cada segmento a
respeito de sua participação.
METODOLOGIA
A pesquisa foi realizada em duas escolas, uma escola pública pertencente à rede
municipal da cidade de Ijuí, e outra instituição particular do mesmo município, pertencente à
uma rede de escolas privadas da região sul do Brasil. Por questões de privacidade iremos utilizar
pseudônimos para designar as duas instituições, a fim de preservar suas identidades, iremos
chamar a escola municipal de Ateneu e a escola particular de Escola Mundial.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
A gestão escolar é a responsável por fazer com que a escola funcione, a ela compete a
administração de recursos financeiros, materiais e humanos para que o objetivo da instituição
escola seja atendido, ou seja a formação humana completa de seus educandos. Para isso, o
principal gestor da escola, conhecido como diretor, têm como sua principal competência
garantir o funcionamento pleno da escola como organização social, com o foco na
aprendizagem dos alunos e sua formação social, mediante respeito e aplicação das
determinações legais nacionais, estaduais e locais, em todas as suas ações e práticas
educacionais.
Na escola, o diretor é o profissional a quem compete a liderança e organização do
trabalho de todos os que nela atuam, de modo a orientá-los no desenvolvimento de
ambiente educacional capaz de promover aprendizagens e formação dos alunos, no
nível mais elevado possível, de modo que estejam capacitados a enfrentar os novos
desafios que são apresentados. (LUCK, 2009, p.17)
Ele é o norteador das ações, tanto a parte que está escrita, quanto a parte que não está
escrita e talvez nunca será, o PPP da escola também é constituído de coisas que não
são escritas, da relação entre as pessoas por exemplo, daquilo que é o respeito. O
respeito do aluno, com a pessoa que é responsável pela limpeza, isso é uma relação
pedagógica, mas de qualquer forma o PPP é o norteador do trabalho da instituição, o
caminho a seguir, e a partir daí é que se constituem as relações, a parte teórica e
metodológica, ele é o norteador, sem ele seria difícil. Lembrando que há muita coisa
que não é escrita. Muita coisa do PPP que não está escrita, poderíamos brincar
afirmando “ele é o espírito que está ali”, talvez algum dia a gente consiga colocar um
lençol encima e descobrir que forma tem esse espírito. (DIRETOR DA ESCOLA
MUNDIAL).
Segundo o diretor da outra escola:
O PPP é o carro chefe da escola, é onde está o currículo e as coisas que você acredita.
Por exemplo, quando chega um professor novo na escola, a primeira coisa que ele
pede é para ler o PPP, para se situar no que a gente acredita, com o que a gente
trabalha, que tipo de clientela a gente tem, a teoria, está tudo ali (DIRETOR DO
ATENEU).
Podemos perceber que para o diretor da Escola Mundial existe a compreensão de que
há algumas coisas que não são escritas no projeto, neste caso teríamos o currículo oculto, um
conjunto de regras estabelecidas pela sociedade que “permeiam” o espaço da sala de aula, não
necessariamente precisando ser escritas para serem aceitas e usadas.
Ainda, percebemos que o Ateneu tem em sua direção a orientação de que sempre que
um professor novo chega a escola, é para que ele leia o PPP, visto que nele está incluindo a
realidade de onde ele está trabalhando. Para ambos os diretores, o PPP é o norteador de todas
as ações da escola, nele está escrito a filosofia da escola e os objetivos daquela instituição,
sempre relacionados a algum pensador/educador.
O questionamento sobre quais teóricos serviriam como base para a construção do PPP,
sustentando com suas teorias os objetivos escritos no documento.
Os pensadores sempre são o pano de fundo, em nosso caso, não temos um teórico que
usamos como referência. Desde Paulo Freire, Vigotsky, são linhas bem diferentes,
propostas bem diferentes, mais daqui pra frente tem muita coisa destes novos
pensadores, filósofos, que de certa forma debatem a educação, como o Mario Sérgio
Cortella, Leandro Karnall, tanto Cortella, quanto Karnall e o Clovis de Barros Filho,
participaram dos seminários de educação da nossa rede. Todo o embasamento teórico
serve de pano de fundo, mas em nosso caso não temos um teórico, que diga “esse é o
nosso”, trabalhamos em um conjunto de leituras para chegar a ele. (DIRETOR DA
ESCOLA MUNDIAL)
Em questão de teóricos, podemos afirmar que as duas escolas foram atrás de pensadores
que tinham relação com suas filosofias, no caso da escola mundial, ela afirma que os pensadores
são o “pano de fundo do projeto”, eles não são a parte principal, servem de sustentação para as
teorias. Enquanto o Ateneu somente cita dois nomes de pensadores da educação mais
contemporâneos. A escola mundial vai além e cita dois dos pensadores/filósofos brasileiros
famosos da atualidade. Isso mostra que as duas escolas não estão presas a pensadores/teóricos
do passado, como Vigotsky ou Piaget.
A gestão deve dar “voz” para todos os segmentos garantirem suas necessidades, assim
como tem o dever de explicar a eles as responsabilidades de cada segmento, visando atingir os
objetivos estabelecidos em conjunto. A visão dos diretores sobre a comunidade escolar varia
entre os dois sistemas.
Ela serve como “termômetro”, mas ela não deve ser, no caso da instituição privada,
ela não deve ser o balizador principal, ela serve como termômetro, coleta de
informações, ausculta dos desejos, o que se pensa... Mas o projeto, no caso da
instituição privada, como é o caso da Escola Mundial, é um projeto da instituição,
porque a comunidade escolar contrata esse projeto, então, nos temos ideias e projetos
diferentes nas diferentes instituições privadas de e as famílias aí tem a opção de
escolher um ou outro projeto. Então a comunidade escolar de uma instituição privada
serve como opinião, ausculta e depois sim como avaliação permanente desse processo,
mas na construção mesmo, no caso da instituição privada, é muito da instituição e da
sua filosofia, no nosso caso ligada a uma igreja evangélica e isso norteia o nosso
projeto, e as famílias contratam esse projeto (DIRETOR DA ESCOLA MUNDIAL).
Já o diretor do Ateneu pensa que:
Penso que se a comunidade participa, ela ajuda, se não tem a participação dela, ela
não sabe do que acontece. Ela tem a responsabilidade de participar, pois é da educação
dos filhos dela, se eles ajudam a construir, eles ajudam a manter e a cuidar, e isso
decorre dos professores e dos filhos, a gente sabe que onde a comunidade se envolve,
as coisas funcionam. Não temos o que reclamar da participação da comunidade
escolar, porque os pais são bem participativos, tanto em crítica, quanto em
participação e elogios. (DIRETOR DO ATENEU).
[...] neste momento da Escola Mundial, nós temos a bastante tempo já uma associação
de pais muito atuante, que participa de todas as ações, que propõe ações, que tem
cadeira no conselho escolar, o vice-presidente do conselho escolar é o presidente da
associação de pais. Então este é um momento de extrema participação, o Grêmio
Estudantil tem sua participação na construção do PPP e da “escola” bem mais
limitada, o GE na minha compreensão é um período de exercício de liderança, quem
está na diretoria do Grêmio vai aprender a liderar, vai aprender a assumir a diretoria,
vai aprender a ter responsabilidades. Então o perfil é um pouco diferente, quem está
na associação de pais está ali para colaborar, quem está no GE vai ali para aprender,
por isso a participação do grêmio é bem mais limitada neste contexto todo, o Grêmio
tem sua importância, mas muito mais no sentido de aprendizado para mais adiante
exercer funções de liderança na sociedade, este é o momento para exercer isso, o
grêmio tem essa proposição (DIRETOR DA ESCOLA MUNDIAL).
Conforme o diretor do Ateneu
O GE faz uns três anos que ele está bem ativo, tem professor responsável, antes a
gente não tinha, não teve a participação, agora com a coordenação está dando certo,
eles estão participando e promovendo palestras e campanhas. A questão do CPM a
colaboração é quando a solicitação da escola, eles não procuram a escola, é quando a
escola chama para reuniões e prestação de contas (DIRETOR DO ATENEU).
Ambas as escolas possuem uma associação de pais atuante, embora a direção do Ateneu
coloque que o CPM não procura a escola, somente comparecem quando são chamados,
enquanto a associação de pais da escola mundial parece estar disposta a participar das decisões
tomadas pela gestão, elogiando, criticando e auxiliando na tomada de decisão.
O caso do Grêmio Estudantil é outro ponto controverso, o Ateneu coloca o grêmio
como um segmento participante e ativo da comunidade escolar, promovendo eventos e
auxiliando em campanhas criadas pela direção. Enquanto a Escola Mundial coloca o período
do Grêmio Estudantil como um “aprendizado”, onde os alunos têm a primeira noção de
hierarquia e responsabilidades, é uma representação de segmento na escola, mas ela tem
limitações.
Esta tendência leva a acreditar que os pais deum modo geral, estão preocupados com
“a qualidade do ensino oferecido nas instituições públicas” e os recentes casos de escândalos
envolvendo os gestores públicos do país em todas as áreas.
É um mito que a “escola particular é melhor que a pública”, porém segundo DEMO
(2007), essa “distância” vem diminuindo ano a ano, fruto de um considerável trabalho nas
escolas públicas em termos de atualização e gestão de seus profissionais. Os motivos para que
a “distância” educacional exista é o modelo de gestão, enquanto a escola particular tem seu
sistema voltado para a organização do mercado, a escola pública tem o seu voltado para a
comunidade.
Os objetivos são diferentes, enquanto a particular “vende” seu ensino, a pública procura
ser o centro de referência de sua comunidade. Percebemos essa visão na fala dos gestores acima,
enquanto o diretor do Ateneu defendia uma forte participação de sua comunidade escolar, vista
como parceira da escola, o diretor da escola mundial via a comunidade escolar como um
“termômetro” para o que está se fazendo na instituição, os pais e os alunos são vistos como
clientes, enquanto funcionários e professores são empregados.
O que ocorre nas escolas particulares não é exatamente a visão do “lucro com a
educação”, temos uma forte filosofia de educação comunitária onde a “mensalidade” é revertida
para o pagamento dos professores, funcionários e investimento na infraestrutura da instituição,
não havendo um “lucro” para algum “dono”.
Nos dois sistemas há uma forte participação da comunidade escolar, seja na visão de
cada uma das escolas, como cliente ou parceira. Os alunos tem seus direitos garantidos e
representam sua visão da instituição através do Grêmio Estudantil, embora no caso da
instituição particular a representação seja um pouco menor. Os funcionários e professores se
organizam em associações que colocam suas demandas para o gestor.
REFERÊNCIAS
1
Acadêmica do 5º semestre do Curso de Direito da Unicruz, Bolsista Pibex/Unicruz. Voluntária do Laboratório
em Humanidades: SORGE LEBENS. Email: pimendesfag2015@gmail.com
2
Acadêmica do 5º Semester do Curso de Direito da Unicuz, Bolsista Pibex/Unicruz. Voluntária do Laboratório
em Humanidades: SORGE LEBENS. Email: larissa_barreto_santos@hotmail.com
3
Acadêmica de Direito Unicruz, estagiária na DPE/RS Cruz Alta, bolsista Pibex/2018 - Os Direitos Sociais nos
Conselhos Municipais – uma perspectiva ética, email: kakafranzen@hotmail.com. E-mail:
eventos@unicruz.edu.br
4
Docente Unicruz, Doutora em Filosofia pela Unisinos, Coordenadora Pibex – 2018, email
vneubauer@unicruz.edu.br . E-mail: eventos@unicruz.edu.br
5
Acadêmico do 3º semestre do Curso de Jornalismo da Unicruz. Voluntário do Laboratório em Humanidadees:
SORGE LEBENS. Email: jpdbianchi@gmail.com
6
Docente do Curso de Jornalismo UNICRUZ. Doutora em linguagem pela UFSM. Email:
vmastella@unicruz.edu.br
Education in the municipality of cruz alta, in 2016 and that is being resumed in 2018
proposing the discussion on philosophical themes focused on children's world. In this way, it
was established that seven (07) meetings with preschool regents will be held, with the support
of those responsible for the education of each school. The intention is to stimulate the
teaching of philosophy among children thus enabling a positive outcome in the future.
INTRODUÇÃO
Temos bons motivos para acreditar que não há período em que a capacidade de
receber e reproduzir impressões seja maior do que precisamente durante os anos da
infância - durante esses anos, dos quais posteriormente nada retemos em nossa
memória, a não ser umas lembranças ininteligíveis e fragmentárias, reagimos de
maneira vívida a impressões, somos capazes de expressar dor e alegria de maneira
humana, damos prova de amor, ciúme e outros sentimentos apaixonados que nos
emocionam fortemente na época, e chegamos mesmo fazer observações que são
consideradas pelos adultos como boa prova de que possuímos discernimento e os
primórdios de uma capacidade de julgamento (1972, VII, p. 179)
Isso nos garante que muito do vivenciado na infância, mesmo que vago em nossa
memória, deixa traços na mente capazes de influenciar em atos subsequentes que podem ser
considerados como uma explicação para sermos como somos nas variadas fases do
desenvolvimento humano.
A escolha de Matthew Lipman está longe de ser banal, quando se constata que o ato
de questionar em nossa concepção tradicional do ensino, costuma ser próprio do
professor que faz à classe cuja resposta geralmente conhece e que quase sempre
traduz a maneira como ele, pessoalmente, como adulto, coloca-se à questão,
ignorando o que é problema para o aluno. Com isso, diz Matthew Lipman, o
professor leva certos anos a pensar, “mas não a pensar por eles mesmos”. Ao
contrário, se prevê momentos em que o aluno questiona, ele suscita o interesse do
aprendiz pela resposta à sua pergunta e, ao mesmo tempo, favorece sua reflexão e
seu apetite de saber. (TOZZI, 2008, P.128)
E assim podendo se constatar que o modo estabelecido para a pesquisa foi importante,
de modo que possibilitou o contato direto com os livros e arquivos sobre o tema relacionado.
Diante disso, o projeto Educar Para a Cidadania: Filosofia para a educação infantil, com o
apoio dos professores responsáveis, buscará construir, aos poucos, materiais pedagógicos e
um manual para o uso da Filosofia no ensino infantil, para que seja possível a sua aplicação
prática no princípio da socialização destas crianças.
RESULTADOS E DISCUSÕES
A partir do surgimento das dúvidas quanto ao assunto proposto, constata-se que com a
Filosofia trabalhada desde os anos iniciais, desponta como uma maneira mais adequada das
crianças serem estimulados a conseguir formular questionamentos e se posicionar frente aos
diversos assuntos que surgirem.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
KOHAN, Walter Omar; WUENSCH, Ana Míriam. Filosofia para crianças: a tentativa
pioneira de Matthew Lipman. 2 ed. Petrópolis, RJ. Vozes, 1999.
GIL, Antonio Carlos; Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo. Atlas,2002.
GIL, Antonio Carlos; Métodos e técnicas de pesquisa social. 5.ed. São Paulo, Atlas,1999.
Resumo: Este trabalho é fruto das indagações levantadas a partir da disciplina Ética e
Formação, que compõe a grade de créditos do doutorado em Educação nas Ciências, da Unijuí,
ministrada pelos professores doutores Paulo Evaldo Fensterseifer e Vânia Cossetin. O texto
pretende abordar algumas questões que se colocaram como relevantes acerca do compromisso
e da responsabilidade do Educador escolar a partir da perspectiva hermenêutica, dos conceitos
de ética e do respeito de si.
Abstract: This work is the result of the questions raised from the discipline Ethics and Training,
which composes the credit grade of Doctorate in Education in Sciences, from Unijuí, taught by
professors Paulo Evaldo Fensterseifer and Vânia Cossetin. The text intends to address some
issues that have become relevant about the commitment and responsibility of the school
educator from the perspective of hermeneutics, the concepts of ethics and self-respect.
INTRODUÇÃO
1
Graduada em Filosofia e Psicologia pela Unijuí, Mestre em Filosofia pela UFSM, doutoranda em Educação nas
Ciências pela Unijuí, bolsista CAPES, professora da Rede Pública da Educação Básica. E-mail:
sabrina.tche@gmail.com
da tarefa de debruçar-me sobre o assunto, visto que minha tarefa no mundo humano e do
trabalho se dá enquanto educadora que atua na escola pública de educação básica. Para tanto,
nossa janela transcendental terá contornos que não fogem à linguagem, claro, mas também, a
um modo especial atravessado pela hermenêutica, pela discursividade. A abordagem deste texto
pretende atravessar a problemática do compromisso ético do educador escolar, como condição
para construirmos mundo e permitirmos que a educação possa ser garantida, enquanto atividade
de pensamento e produção de conhecimento, para as próximas gerações. Em outras palavras,
pretendo reafirmar nosso compromisso, diante do processo civilizatório e do mal-estar cultural,
do nosso esforço de construção de humanidades/sujeitos, num mundo comum, onde a
individualidade não é negada, mas que só se realiza no laço social com e pelo outro.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Sem ele, nada teria significado para nós. Seria, nesse caso, o verdadeiro desencanto
do mundo. Quando ele nos escapa, quando por uma razão ou por outra ele nos vem a
faltar – morte de um ente querido, separação, rompimento ou simples período de seca
amorosa -, o universo inteiro se torna opaco e sombrio (FERRY, 2012, p. 13-14).
Isso significa a saída da menoridade kantiana, tarefa nada fácil, porém, esforço
necessário daqueles que se ocupam da educação. Sabemos que a escola tem como uma de suas
funções a produção de conhecimento, de sujeitos que possam conhecer a tradição para produzir
mundo comum. Todavia, sabe-se também que à escola é dada a tarefa da qualificação para o
mercado de trabalho, haja vista as necessidades econômicas impostas pelo modelo de sociedade
capitalista que produzimos/construímos. Penso que especialmente por toda essa complexidade
que constitui esse lugar é necessário pensarmos sobre qual ética baliza, de modo particular,
cada profissional que atua na escola, e também de modo coletivo, qual o atravessamento ético
da instituição escolar, ou ainda, como nos aponta Aristóteles, qual o exato papel da razão no
comportamento ético? (2006), neste caso, especificamente, ao educador. Se considerarmos que
estas questões se fazem necessárias, faz sentido os tencionamentos aqui levantados/propostos.
Aristóteles nos indica uma possibilidade interessante a partir da Phronesis, uma vez que
o saber ético não é apenas epistéme (ciência) nem techné(técnica), mas inclui tanto o conceito
quanto a prática. “Pois, ao contrário, o sujeito da Phronesis, o homem, se encontra desde já em
‘ação numa situação’ e, assim, sempre obrigado a possuir um saber ético e a aplicá-lo segundo
as exigências de sua situação concreta”(ARISTÓTELES, 2006,p. 52)[grifos do autor]. No que
tange à Escola, Ives de La Taille faz considerações importantes que podem servir de inspiração
para pensarmos este lugar, e a problemática aqui levantada. Segundo o autor,
O que temos visto e vivenciado hoje, na escola, é um certo abandono desse respeito de
si, enquanto compromisso ético pelo seu fazer. Educadores operários, que executam tarefas,
sem tempo e compromisso com a reflexão, a suspensão do pensamento sobre aquilo que
realizam/fazem; profissionais que não parecem dispostos a reconhecer suas responsabilidades.
O que teria acontecido? Difícil saber de modo definitivo. É certo que há muitas questões que
vêm inviabilizando esse compromisso do educador, e que já são há muito debatidas, a saber,
precarização das condições estruturais da escola e salariais, alunos cada vez mais, menos
interessados na escola, pais descomprometidos, enfim... Por outro lado, essas dificuldades, de
alguma forma, acompanham a história da educação, e dificilmente serão resolvidas de uma vez
por todas. Mas se o fossem, garantiriam a saída da menoridade kantiana, na qual o Educador
parece estar fixado? “nos desresponsabilizamos do mundo e deixamos, sem sentir culpa, o barco
correr e fazer água”(LA TAILLE, 2009 p. 85). Isso significa, segundo Gadamer, que “a
compreensão do outro supõe o engajar-se numa causa justa e, através desta, a descoberta de um
vínculo com o outro” (p. 56, 2006). Entretanto,
Há várias ‘mãos invisíveis’ que conduzem os rumos de uma sociedade, de uma
cultura. Todavia, reconhecer as limitações práticas dos intentos humanos não implica
clamar por inocência, não implica negar as responsabilidades. (...) Não há ‘cultura do
sentido’ possível se não houver condições mínimas de se criar projetos de vida, e isso
depende de um mundo humanamente viável. Não há ‘cultura do sentido’ possível se
as pessoas se sentirem impotentes (LA TAILLE, 2009 p. 86).
REFERÊNCIAS
FERRY, Lucc. A revolução do amor: por uma espiritualidade laica: tradução Véra Lucia dos
Reis. – Rio de Janeiro: Objetiva, 2012.
Abstract: The present work resulted from the research entitled "Construction of the
concept of fraction with the aid of concrete materials: a proposal for the training of
future teachers of the initial years of elementary education", and describes the activities
developed with two classes of training for teachers of the years elementary school, one
of the Normal Course of the State Institute of Education Professor Annes Dias, in the
post-Hight School level, and the other of the 2nd Semester of the Degree in Pedagogy,
1
Aluna do Curso de Pedagogia da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul - Unidade de Cruz Alta -
UERGS. E-mail: carolineluz12@gmail.com
2.
Professor orientador. Curso de Pedagogia da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul - Unidade de
Cruz Alta - UERGS. Doutoranda do Programa E-mail: helenara25@gmail.com
³ Professor co-orientador. Curso de Pedagogia da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul - Unidade
de Cruz Alta - UERGS. Doutoranda do Programa E-mail: soares.fabricio12@gmail.com
of the State University of Rio Grande do Sul - Uergs, in the period from March to
December 2017. The main purpose of this research was to verify the possible
contributions made using concrete materials for the construction / understanding of the
concept of fractions for future teachers of the initial years of elementary education, now
students of the Pedagogy Course and Normal Course. The research developed was based
on the concept of action research and had as instruments of data collection
questionnaires, pre and post realization of the activities developed in the workshops and
the material produced by the participants, organized in the portfolio format. From the
developed activities, it was observed that the participants of this one has many
difficulties about the concepts related to the content of Fraction, that the use of
manipulable materials provides a better understanding of these concepts, since when
manipulating them the researched could represent each of the situations experienced in
the most diverse ways, but with a personal touch.
INTRODUÇÃO
Diante deste fato, concluímos que esta carência pode estar ligada diretamente
com a formação inicial destes professores. Este foi o principal aspecto que nos levou a
propôs o projeto de pesquisa aqui descrito, a ser desenvolvido com alunos do Curso
Normal e do curso de Licenciatura em Pedagogia, ambos realizados no município de
Cruz Alta.
2. METODOLOGIA
Outro aspecto que nos levou a optar por realizarmos uma pesquisa do tipo
pesquisa-ação foi o fato de que nesta modalidade, o professor-pesquisador, interage com
os pesquisados, o que acreditamos promova uma reflexão da sua prática docente.
Isto significa que o profissional, para atuar na educação infantil e nos anos
iniciais do ensino fundamental, terá que ter como formação mínima o Curso Normal,
que pode ser ofertado em nível médio e/ou pós-médio, ainda que seja indicado a
realização de curso de licenciatura.
Documentos oficiais que indicam o que deve ser abordado em cada ano do
ensino fundamental, como os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN(1997), e a Base
Nacional Comum Curricular - BNCC (2015), apontam que ensino de conceitos
relacionados a fração, como representação, classificação e operações, se dá a partir do 4º
e deve evoluir gradativamente até a conclusão deste nível de ensino.
Quanto ao uso de materiais concretos, ou manipuláveis conforme denominam
alguns autores, entendemos que este pode propiciar ao aluno abstrair os conceitos
presentes de forma mais significativa pois, segundo Sargento (2010, p. 04), as atividades
desenvolvidas com este tipo de material apresentam as seguintes vantagens:
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
Abstract: The present work objective to present the management by teachers in training, of the
textual genre oral public debate ruled in the context of High School and Basic School. A
documentary research was carried out, with support in a final report, provided by the subproject
Portuguese lyrics, of the Institutional Scholarship Program (PIBID) of the Federal University
of Santa Maria (UFSM), in which it was possible to verify how a project was developed, whose
teaching proposal emphasized oral argumentation and the establishment of a link between
graduates – of the Course - Portuguese and Literature – UFSM - and the Coronel Pilar State
College, located in the city of Santa Maria, in the state of Rio Grande do Sul, as proposed by
PIBID. As results, we verified the context of the class and the school in which the proposal
was systematized, the pre-debate and post-debate activities and the reflections presented by the
subproject in the final report analyzed about the contributions generated by the dynamization
of the activity. With the presentation of the management of the published debate regulated in a
1
Graduada em Letras – Português e Literaturas – Licenciatura, UFSM. Graduada em Direito, ULBRA-SM.
Especialista em Gestão e Docência no Ensino Superior, ULBRA – Polo EAD. Mestranda em Estudos Linguísticos,
UFSM. E-mail: monizealbiero@hotmail.com.
2
Professora Adjunta do Departamento de Metodologia e Ensino, UFSM. E-mail: vaimamotta@gmail.com.
high school class, it was possible to perceive the importance of proposals that promote a joint
work between Higher Education and the Basic School, since its effectiveness and discussion
are matters not only of professionals already licensed, but also of graduates and post-graduates.
In other words, Basic Education should be of interest to all those involved in the area of
education, at all levels and levels of education.
INTRODUÇÃO
3
Relatório disponibilizado, em CD-ROM, pela coordenadora do subprojeto.
exercício efetivo da cidadania e a progressão pessoal e profissional de indíviduos que precisam
interagir em sociedade para alcançarem os seus mais variados objetivos.
Com isso, espera-se apresentar os resultados de uma análise de uma proposta de ensino
e as suas contribuições para o trabalho, em sala de aula, com a argumentação e o texto oral,
assim como para a formação de professores. Sendo a relevância da realização de propostas
como essa, para o âmbito acadêmico e escolar, o seu principal enfoque.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Haja vista isso, tal proposta de ensino, que foi desenvolvida a partir de um trabalho
conjunto entre Universidade e Escola Básica, além de proporcionar uma experiência reflexiva
às acadêmicas envolvidas, estabeleceu, como propõe o PIBID, um vínculo entre elas e o
cotidiano da rede pública de ensino. Ademais, propiciou, aos alunos, à professora supervisora
e à Escola Estadual Coronel Pilar metodologias de trabalho diversificadas, que fugiram do
modelo tradicional de aprendizagem, uma vez que a atividade principal foi uma atividade
realizada de forma oral.
REFERÊNCIAS
Resumo: O presente artigo aborda como as atividades lúdicas são fundamentais nas aulas de
Educação Infantil, como método de aprendizagem e de valia para o desenvolvimento afetivo,
relacional, social e cognitivo da criança. O lúdico é uma pratica essencial no desenvolvimento
da criança, porém às vezes é interpretado apenas como diversão ou passatempo. Este trabalho
tem o objetivo apresentar um estudo bibliográfico sobre a temática na busca de suporte teórico
e metodológico para proporcionar aos educadores uma proposta de ação pautada nos valores
éticos, morais afetivos através das brincadeiras e jogos infantis. Os resultados concretizam-se
a partir da construção de uma proposta holística do brincar, fundamentam este momento como
meio de expressão e associação com o mundo no qual nos inserimos.
Abstract: This article discusses how play activities are fundamental in the classes of Early
Childhood Education as a method of learning and value for the affective, relational, social and
cognitive development of the child. Playfulness is an essential practice in the child's
development, but is sometimes interpreted only as a fun or pastime. This work aims to present
a bibliographic study about the theme in the search for theoretical and methodological support
to provide educators with a proposal based on ethical values, affective morals through play
and children 's games. The results materialize from the construction of a holistic proposal of
play, they base this moment as a means of expression and association with the world in which
we are inserted.
1
Aluna especial do Programa de Pós-Graduação em Educação nas Ciências da Universidade Regional do
Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – Unijuí, Ijuí, RS, Brasil. CEP 98700-000 – E-mail:
dias.marciele@yahoo.com.br
2
Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Educação nas Ciências da Universidade Regional do Noroeste
do Estado do Rio Grande do Sul – Unijuí, Ijuí, RS, Brasil. CEP 98700-000 – E-mail: ghammars@asu.edu
3
Professora, doutora do Programa de Pós-Graduação em Educação nas Ciências da Universidade Regional do
Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – Unijuí, Ijuí, RS, Brasil. CEP 98700-000 – E-mail:
vidica.bianchi@unijui.edu.br
INTRODUÇÃO
O lúdico faz parte da atividade humana, sendo caracterizado por possuir uma
função clara, ser espontâneo e satisfatório. Segundo Almeida (2009, p.1):
A evolução semântica da palavra "lúdico", entretanto, não parou apenas nas suas
origens e acompanhou as pesquisas de Psicomotricidade. O lúdico passou a ser
reconhecido como traço essencial de psicofisiologia do comportamento humano. De
modo que a definição deixou de ser o simples sinônimo de jogo. As implicações da
necessidade lúdica extrapolaram as demarcações do brincar espontâneo.
O jogo é o suporte quando atende além da imaginação a uma prática lúdica que
possui um sistema de regras que ordenam as ações. A brincadeira, por sua vez, encontra
fundamento na fala de Kishimoto (1994 p.50):
Quando é apontada como uma atividade espontânea da criança, sozinha ou e em
grupo. Ela constrói uma ponte entre a fantasia e a realidade, o que a leva a lidar com
complexas dificuldades psicológicas, como a vivencia de papeis e situações não bem
compreendidas e aceitas em seu universo infantil. A brincadeira na infância leva a
criança a solucionar conflitos por meio da imitação, ampliando suas possibilidades
linguísticas, psicomotoras, afetivas, sociais e cognitivas.
Ao brincar a criança interage com o ambiente e, com isto, vai construindo novos
significados, utilizando para isto seu próprio potencial intelectual, Vygotsky (1984, p.35)
afirma que:
A brincadeira cria para as crianças uma zona de desenvolvimento proximal que não é
outra coisa senão a distância entre o nível de desenvolvimento, determinado pela
capacidade de resolver independentemente um problema, e o nível de
desenvolvimento potencial, determinado através da resolução de um problema, sob a
orientação de um adulto, ou de um companheiro mais capaz.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
REFERÊNCIAS
KISHIMOTO, Tizuko Morchida. O Jogo e a Educação infantil. São Paulo: Pioneira, 1994.
MIRANDA, Simão De. Do fascínio do jogo à alegria do aprender. Campinas, SP: Papiros,
2001.
OLIVEIRA, Vera B. de. (org.). O brincar e a criança do nascimento aos seis anos.
Petrópolis: Vozes, 2008.
OLIVEIRA, Vera Barros de. O brincar e a criança do nascimento aos seis anos. Petrópolis:
Vozes, 2000.
QUEIROZ, Norma Lucia Neris de; MACIEL, Diva Maria Moraes Albuquerque; BRANCO,
Angela Uchôa. Brincadeira e desenvolvimento infantil: um olhar sociocultural
construtivista. 2006.
TELES, Maria Luiza Silveira. Socorro! É proibido brincar! Petrópolis: Vozes, 1997.
VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo, SP: Martins Fontes, 1984.
VYGOTSKY, Lev. Semenovich. A formação social da mente. 4.ed. São Paulo. Martins
Fontes, 1991
DIVERSIDADE SEXUAL E EDUCAÇÃO: QUE INTERFACES?
Abstract: This is an interview analysis linked to the research "LGBT Teaching: (Re)Signifying
Formative Paths".With the support of authors such as Josso (2004, 2008) and Castoriadis (1992,
2006, 2007) we discuss, from the narrative of the interviewed teacher the need of new actions,
including public policies for the construction of new spaces to sexual diversity in education.
INTRODUÇÃO
Este artigo analisa uma entrevista vinculada à pesquisa intitulada “Docências LGBT:
(Re)Significando Trajetos Formativos”, a mesma busca discutir as significações imaginárias de
docência e os trajetos formativos de professores que se autoidentificam sob a sigla LGBT
(lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros). Consideramos que num contexto social marcado
pela norma da heterossexualidade, discriminações de competência e pertencimento aos espaços
ocupados pelos sujeitos da referida pesquisa encontram-se presentes. Tais processos
configuram sua exclusão ou deslocamento para espaços de sociabilidade específicos; podendo
ser compreendidos, nas palavras de Robert Castel, como uma exclusão social, configurando-se
1
Psicóloga. Bacharel em Psicologia pela Faculdade Integrada de Santa Maria (FISMA). Especialista em Gestão
de Recursos Humanos pelo Centro Universitário Internacional (UNINTER). Mestranda em Educação Profissional
e Tecnológica na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Email: phsbiazus@gmail.com.
2
Pedagogo. Graduado em Pedagogia, Mestre e Doutor em Educação pela Universidade Federal de Santa Maria
(UFSM). Professor titular do Instituto Federal Farroupilha (IFFarroupilha) e do Programa de Pós-Graduação em
Educação Profissional e Tecnológica (ProfEPT) – campus Jaguari e professor do Programa de Pós-Graduação em
Educação Profissional e Tecnológica (PPGEPT) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Email:
vantoir.brancher@iffarroupilha.edu.br.
como ruptura de pertencimento do indivíduo, a falta compulsória de vínculo societal (CASTEL,
2000).
Dada inexpressividade de pesquisas que versem sobre a temática, apresentamos alguns
conceitos-chave que orientarão a construção desse material. Quando falamos em uma norma
heterossexual ou heteronormatividade, dizemos de uma racionalidade que põe por unívoca a
expressão identitária e sexual, composta de normas, valores, princípios de conduta e
dispositivos de controle que rotulam formas de expressão da sexualidade que não a
heterossexual como inferiores (WARNER, 1993; BLUMENFELD, 1992). A tomada
“naturalizada” das relações entre sexo e gênero, compõem o que Butler (2017, p. 27) sustenta
como produção e estabelecimento pré-discursivo, “superfície politicamente neutra sobre a qual
age a cultura” e quando questionada passa, também, a constituir novos espaços de visibilidade
para os sujeitos que narram.
Essa nova percepção leva em consideração a recente constituição dos movimentos de
representação LGBT no Brasil. Seu surgimento data da década de 1970 (FACCHINI, 2016).
Ainda, pontuamos que a adoção do termo homossexualidade demarca uma posição política, de
forma a também categorizar as relações entre pessoas do mesmo sexo em oposição às relações
entre pessoas de sexos distintos, rotulando-as como doença, crime e/ou fragilidade e segregando
os sujeitos os quais passaram a ser reconhecidos como distintos da maioria – a maioria “normal”
– (FOUCAULT, 1999; WEEKS, 1989). Desta maneira, entendemos que a homofobia, ou seja,
essa hierarquização de expressões sexuais, não pode ser bem explicada somente pelas relações
entre pares, mas compõe-se de diversos recortes a fim da manutenção dessa lógica. Diversos
são os campos sociais e as formas pelas quais esses sujeitos são atingidos, especialmente pelo
discurso produzido sobre suas existências, prisma, este, sobre o qual devemos debruçar-nos.
Até 1973, o termo “homossexualismo” fazia referência, no Manual Diagnóstico e
Estatístico de Doenças Mentais (DSM), e até 1990 a Organização Mundial da Saúde mantinha
o termo no Código Internacional de Doenças (CID), como identificadores das sexualidades não-
heterossexuais. Tais documentos tornam-se importante referência pois, ainda, subsidiam a
construção de condutas e diagnósticos de diferentes profissionais da saúde.
É na década de 80, com a epidemia do HIV/AIDS e a forma como fora divulgada
(“câncer gay”), que abre-se brecha para discussão das identidades não-heterossexuais. Ainda
que por uma via de preconceito, tendo desmobilizado diversas propostas de liberação sexual e
de reconhecimento de pertença social (FACCHINI, 2016), a doença redirecionou os objetivos
das organizações não-governamentais e coletivos representativos LGBT para a (re)construção
da imagem do homossexual. As tentativas e ações destes coletivos visavam discutir a realidade,
remodelar as atitudes dos atores sociais em relação ao público mencionado, de forma a educar
a população brasileira sobre as condições de existência dos homossexuais à época.
Por se tratar de uma pesquisa sobre professores, recorremos a Clermont Gauthier
(1998, p. 17) que introduz norte aos objetivos propostos a esse escrito, pois, de acordo com o
autor, o conjunto de conhecimentos que compõem o saber profissional docente “é fundamental
e pode permitir que os professores exerçam o seu ofício com muito mais competência”. Assim,
inquieta-nos a forma como esses docentes tem composto o seu trajeto formativo, diante dos
embates que ainda percorrem a construção de suas identidades.
Considerando que cada sujeito possui capacidade de representar e significar as suas
experiências, de acordo com o qual foi sendo exposto ao longo da vida, vale-mo-nos de Delory-
Momberger (2008, p. 38), quando diz que “cada um representa sua existência segundo
trajetórias e construções diferentes que integram restrições, os valores, as dinâmicas ou o peso
de seu meio sócio-profissional”.
Diz-se que ainda pois “todo o simbolismo que ergue a sua edificação sobre as ruínas
dos edifícios simbólicos que o precederam” (HENRIQUES, 2006, p. 67). Logo, o estigma
ocasionado pelos diagnósticos e os discursos que produzem e promovem espaços de
pertencimento aos sujeitos ainda guardam, com a flexibilidade necessária, as marcas que as
trouxeram até aqui. Para Castoriadis (2004), o mundo social constitui-se e articula-se sob um
sistema de significações que, constituídas, designam o imaginário efetivo. Logo, somente a
partir destas é que poderíamos compreender “tanto a ‘escolha’ que cada sociedade faz de seu
simbolismo, e principalmente de seu simbolismo institucional, como os fins aos quais ela
subordina a ‘funcionalidade’.” (p. 177).
Longaray e Ribeiro (2015) informam que somos atravessados incessantemente por
discursos produzidos em diversas instâncias e que nos ensinam como ser, estar e comportar na
sociedade. Desta forma, nos são ensinados o que é permitido ou não, valorizado ou não em
coletivo. Considerando o exposto, pensar as relações e discursos de poder que tem sido lançadas
a estes sujeitos, pode-nos permitir conhecer como estes tem produzido a si mesmo e seus
espaços de pertencimento, além das tentativas de fuga dos locais socialmente desenhados por
expressões da sexualidade.
METODOLOGIA
Partimos da perspectiva qualitativa, a qual opera “com o universo de significados,
motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes” (MINAYO, 2002, p. 21), pois não sendo
passível de redução à quantificação de variáveis e das leituras do Imaginário Social, a partir de
Cornelius Castoriadis (1992; 2006; 2007), essa pesquisa, na perspectiva de Gil (2008), tenta
descrever e estabelecer as relações entre sujeitos e variáveis, desenvolvendo ou modificando
conceitos e ideias, sendo, portanto descritiva e exploratória.
Trabalhamos com a metodologia snowball ou bola-de-neve. Faz-se uso dessa técnica
de encontro de sujeitos de pesquisa, quando a população ou é numerosa ou necessita de certo
grau de confiança para contatos iniciais (VOGT, 1999; ATKINSON E FLINT, 2001). Além
deste, visa aproveitar as redes sociais dos entrevistados identificados para fornecer ao
pesquisador um conjunto de contatos potenciais (THOMSON, 1997), caracterizando-se pela
utilização de cadeias de referência, de onde não é “possível determinar a probabilidade de
seleção de cada participante na pesquisa, mas torna-se útil para estudar determinados grupos
difíceis de serem acessados” (VINUTO, 2014, p. 203). Considerando o fator de confiança
como primordial, chegamos até o entrevistado por meio de indicação, tendo em vista os critérios
elencados, a saber: exercício de docência na Educação Básica Profissional Técnica e
Tecnológica (EBPTT), pelo período mínimo de dois anos, a autoidentificação com a sigla
LGBT, independentemente da orientação e gênero assumidos, e a concordância em participar
da pesquisa mediante assinatura de Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).
Ao considerarmos a flagrante insubstancialidade de trabalhos que abordem a
subjetividade de docentes LGBT, especialmente quando relacionados à EBPTT, a escolha deste
tipo de técnica é primordial, posto que indica um caminho para a produção tanto de dados para
a pesquisa ora apresentada quanto para a ressignificação dos trajetos formativos desses sujeitos
a partir da escolha dos próximos entrevistados. Em concordância com a perspectiva do
Imaginário Social, a utilização da snowball não permite que o pesquisador generalize dados a
partir de sua amostra que é específica (GRIFFITHS et al, 1993), sua saturação dependerá de
fatores subjetivos dos participantes, bem como do devido plantio e disseminação das sementes
(VAN METER, 1990), em outras palavras, a partir do primeiro entrevistado, a tarefa seguinte
é questionar sobre a existência de outros sujeitos que se enquadrem nos critérios estabelecidos
tendo por indicação o primeiro colaborador.
Diante da entrevista do tipo semiestruturada, gravadas e transcritas à luz de Meihy
(2002), no que tange a obtenção de dados por meio de narrativas orais, entendemos que se está
permitindo a reflexão e a formação de novas perspectivas para os sujeitos envolvidos no
processo, quer sejam entrevistados ou entrevistador(a), conforme sugere Josso (2004). A
análise dos dados produzidos tem como suporte a Análise de Conteúdo, do tipo Categorial-
Temática, consoante os preceitos de Laurence Bardin (2016), visando sistematização, criação
de nexos e exaustão dos dados de modo a discutir e retomar o estudo, produzindo categorias
que representem “a reconstrução do discurso a partir de uma lógica impressa pelo pesquisador”
(OLIVEIRA, 2008, p. 572), devendo apontar intencionalidade à luz de teorizações específicas.
Entendemos a escolha como relevante, pois ao considerar a subjetividade e as ações humanas
como multi-compostas, tópicos julgados importantes pelos participantes podem não estar
contemplados nas perguntas elencadas e precisarão de espaço para narrativa, pois dizem da
construção singular de quem reflete sobre si.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Zanella e Peres (2015) invocam Corbin (2009) para explicitar que “o corpo é uma
ficção, um conjunto de representações mentais, uma imagem consciente que se elabora, se
dissolve, se reconstrói através da história do sujeito, com mediação dos discursos sociais e dos
sistemas simbólicos”, possibilitando que afirmem que o corpo tem, carrega memória. Ora, se
3
Para ler mais sobre o assunto, recomenda-se: BIAZUS, P.H.S. et all. Diversidade Sexual, Saúde e Educação:
Práticas Profissionais Inclusivas ou Excludentes?. IN: BRANCHER, V.R.; MEDEIROS, B.A.; MACHADO, F.C.
(orgs). Caminhos Possíveis à Inclusão I: Educação, Gênero e Ações Afirmativas; Dilemas do nosso tempo.
Curitiba: Appris, 2018.
os embates com o social dão significado ao corpo, posto que o homem em busca de sentido o
produz (CASTORIADIS, 1992), não há como um corpo não representar significados em
movimento. Assim, o silenciamento dessas discussões acabam por promover a manutenção de
preconceitos relacionados à sexualidade, tendo em vista que se o corpo fala, o corpo também é
representação política, logo, é um dos tantos instrumentos de reivindicação de pertencimento
social, considerados importantes, especialmente para as minorias sociais, do mesmo modo que
o acionamento dos dispositivos legais poderiam fornecer além do exemplo, representatividade
e voz àqueles que permanecem incrédulos dos processos de mudança.
A possibilidade de entendimento sobre tal silenciamento parte também de outros
recortes sociais aos quais Professor B pertence e enumera.
(...) somos brancos, como eu tava te falando, temos um poder financeiro, um poder
intelectual, então hoje eu represento um gay, talvez aceitável pra sociedade, talvez
não, somos aceitáveis, ou por um ou por outra coisa, mas antes não era assim, daí aí é
onde eu quero chegar, entendeu? (grifos nossos).
REFERÊNCIAS
GIL, Carlos Antônio. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 6a. Ed. São Paulo: Atlas,
2008.
GRIFFITHS, P.; GOSSOP, M.; POWIS, B.; STRANG, J. Reaching hidden populations of
drug users by privileged access interviewers: methodological and practical issues, Addiction,
1993, vol. 88, 1617-1626.
MEIHY, José Carlos Sebe Bom. Manual da História Oral. São Paulo: Edições Loyola,
2002.
MINAYO, Maria Cecília de Souza (org.). Pesquisa Social: Teoria, Método e Criatividade.
Petrópolis: Editora Vozes, 2002.
VAN METER, K. Methodological and Design Issues: Techniques for Assessing the
Representatives of Snowball Samples, NIDA Research Monograph, 1990, p. 31-43.
VINUTO, Juliana. A amostragem bola de neve. Temáticas, Campinas, v. 22, n. 44, p. 203-
220, ago-dez/2014. Disponível em:
https://www.ifch.unicamp.br/ojs/index.php/tematicas/article/view/2144/1637. Acesso em 15
ago 2017.
VOGT, William Paul. Dictionary of Statistics and Methodology: a nontechnical guide for
the social sciences. London: Sage, 1999.
WEEKS, Jeffrey. Sex, politics and society: the regulation of sexuality since 1800. New
York: Longman Inc., 1989.
EDUCAÇÃO CONTINUADA COMO ESTRATÉGIA QUALIFICADORA
DO PROFISSIONAL ENFERMEIRO À PARADA
CARDIORRESPIRATÓRIA: UMA REVISÃO INTEGRATIVA
Resumo:
Este estudo tem por objetivo apresentar as evidencias cientificas sobre a conduta da equipe de
enfermagem frente a Parada cardiorrespiratória em espaço intra hospitalar. Foi utilizado o
método de abordagem qualitativa, de revisão de literatura do tipo integrativa utilizando a base
de dados EBSCO e os descritores Parada Cardíaca, Hospital, Equipe de enfermagem. A
pesquisa evidencia que o conhecimento teórico de enfermeiros e equipe no que tange a
reanimação cardiopulmonar (RCP) é deficiente, havendo necessidade de ampliação dos estudos
referente a esta temática para que possam subsidiar qualitativamente a assistência ofertada ao
ser humano em situações críticas de vida. Considera-se com este estudo a necessidade efetiva
de práxis como a educação continuada em RCP, ofertada em constância regular para a equipe
de enfermagem, visando a qualificação e atuação, haja visto que evidencias científicas
normatizadoras constantemente estão sendo atualizados.
Abstract:
This study aims to present the scientific evidence on the nursing team's conduct in relation to
the cardiorespiratory arrest in the intrahospital space. We used the qualitative approach,
literature review of the integrative type using the EBSCO database and the descriptors Cardiac
Arrest, Hospital, Nursing Team. The research shows that the theoretical knowledge of nurses
and staff regarding cardiopulmonary resuscitation (CPR) is deficient, and there is a need to
expand the studies related to this subject so that they can qualitatively subsidize the assistance
offered to the human being in critical life situations. It is considered with this study the effective
need for praxis such as continuing education in CPR, offered on a regular basis to the nursing
1
Acadêmica do 9º semestre do curso de Enfermagem da Universidade de Cruz Alta. E-mail:
martajoga@hotmail.com
2
Acadêmico do 9º semestre do curso de Enfermagem da Universidade de Cruz Alta. E-mail:
patrickjchiesa@yahoo.com.br
3
Enfermeira. Mestre em enfermagem. Docente do curso de enfermagem da Universidade de Cruz Alta. E-mail:
luamenezes@unicruz.edu.br
4
Enfermeira. Mestre em enfermagem. Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Gerontologia Biomédica
– PUCRS. Docente do curso de enfermagem da Universidade de Cruz Alta. E-mail:
cristinathum@unicruz.edu.br
5
Enfermeiro. Mestre em enfermagem. Docente do curso de enfermagem da Universidade de Cruz Alta. E-mail:
earboit@unicruz.edu.br
team, aiming at qualification and performance, since scientific evidence standards are
constantly being updated.
INTRODUÇÃO
A Parada Cardiorrespiratória (PCR) representa uma situação de alerta perante aos
governantes, gestores de saúde pública, e profissionais da saúde, pois milhares de pessoas são
acometidas diariamente em virtude de patologias cardíacas, respiratórias ou demais agravos.
Para tanto, há necessidade de preconizações a atendimentos desta magnitude, sendo com
características imediatas intuindo a não ocorrência ou minimização de agravos de saúde e óbitos
(PEREIRA et al., 2015).
Conceitua-se a PCR como uma cessação das funções cardíacas e respiratórias. Neste
processo as células e os tecidos corporais não recebem oxigênio e nutrientes, e se não revertido
rapidamente este evento, ocorrerão danos celulares e cerebrais irreversíveis, causando óbito
(AMERICAN HEART ASSOCIATION, 2015; GONZALEZ et al., 2013).
A PCR é responsável por um elevado número de mortalidade, mesmo em instituições
que possam garantir um atendimento adequado ao paciente vítima de PCR, por conter um
aparato tecnológico e de equipamentos necessários. A assistência desenvolvida pela equipe de
enfermagem nos atendimentos pré e intra hospitalar, exige uma resposta correta e imediata para
obter o sucesso nesse atendimento, podendo garantir dessa forma uma melhor perspectiva de
sobrevida para esse paciente. Há evidencias que a realização de RCP denominada de alta
qualidade aumenta consideravelmente a chance de sobrevivência, podendo dobrar ou triplicar
as taxas de sobrevivência (REIS; SILVA, 2012).
Estudos apontam para a relevância de obter um serviço de atendimento pré-hospitalar
organizado, estruturado com recursos humanos capacitados, bem como organizar informações
a população leiga sobre como proceder diante de uma pessoa em PCR (MORAES et al., 2014).
Segundo Almeida et al. (2008), o procedimento padrão para a assistência do paciente
vítima de PCR, denominada reanimação cardiopulmonar (RCP), exige uma série de medidas a
serem realizadas a fim de restabelecer a circulação para os órgãos vitais. Nesse sentido, para
que seja possível realizar as manobras de RCP é preciso que a equipe seja devidamente treinada
e que possua os conhecimentos e equipamentos necessários, para que possam atingir o sucesso
na RCP.
Neste sentido, dispositivos mecânicos são salutares para auxiliar no procedimento da
RCP com boa qualidade. Os dispositivos são simples, mas de grande valia, como metrônomos
visuais ou auditivos, monitores desfibriladores que fornecem retorno da frequência,
profundidade e pausa das compressões torácicas (PIEGAS, et al., 2015).
O intervalo de tempo de constatação e o início do primeiro atendimento ao paciente é
primordial. A correta avaliação do paciente não deve suprir mais que 10 segundos e a carência
de manobras de reanimação não devem ultrapassar 5 minutos, podendo ocorrer danos
irreversíveis aos neurônios do córtex cerebral (SMELTZER, 2016).
Conforme protocolo citado pela American Heart Association (AHA) (2015), deve-se
iniciar a RCP, quando o paciente estiver irresponsivo e sem sinais vitais presente, o
procedimento consiste em iniciar a RCP com compressões torácicas com uma frequência de
100 a 120 movimentos por minuto, verificando o pulso do paciente a cada 2 minutos, ou seja,
a cada 2 ciclos de massagem cardíaca, confirmada a ausência de pulso mantem-se a RCP.
O atraso da assistência pode ser um fator determinante para o insucesso desta ação, pois
cada minuto de PCR, pode aumentar as chances de sequelas irreversíveis. Há um grande número
de pacientes acometidos pela PCR, que acabam por não conseguir atendimento rápido e nem
chegam ao hospital com vida, assim torna-se impostergável a assistência rápida e objetiva
voltada para a manutenção da vida do paciente (AHA, 2015).
Uma das preconizações da AHA (2015), é de que haja na ação um líder, sendo qualquer
integrante da equipe que esteja preparado para assumir esta condição. Geralmente é o médico
(por assumir legalmente o aspecto terapêutico aplicado) ou enfermeiro (responsável pela
assistência de enfermagem e liderança) que assumem este posto, porém, pode ser qualquer
membro da equipe que esteja naquele momento mais preparado.
Neste sentido, emerge exigência de constante treinamento da equipe de enfermagem
pois são geralmente os primeiros a evidenciarem em nível hospitalar a PCR, devendo assim
estar preparados para o início da RCP até a chegada do médico (AHA, 2015).
Mancini et al., (2010), em seus estudos, já identificava a necessidade e o desafio de
ampliar o acesso ao ensino de RCP e estabelecer mecanismos, processos a fim de efetivar
melhora continua de forma qualitativa, minimizando o tempo entre a RCP oportunizando
resolutividade, eficácia na assistência prestada.
Sobre o papel da equipe de enfermagem, destaca-se as afirmações de DALRI et al.,
2008, p.130:
Cabe à equipe de enfermagem a responsabilidade pelos cuidados
intensivos ao paciente em PCR, durante a RCP e após essa intervenção,
por meio da avaliação permanente, da vigilância, e da realização de
procedimentos e técnicas que complementam a terapêutica médica,
embasado em diretrizes para a assistência de enfermagem, garantindo a
continuidade de um trabalho integrado, atuando também na orientação
e no acolhimento dos familiares.
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo qualitativo, de revisão de literatura do tipo integrativa. Quando
se trata de uma revisão integrativa, pode ser integrada a análise de pesquisas que são relevantes
e que dão suporte quanto a melhora da pratica clínica, assim conduzindo ao resumo geral sobre
o conhecimento do tema, além de referir algumas falhas do estudo que precisam ser adaptadas
com novas fundamentações (MENDES, 2008).
Segundo Mendes (2008) na elaboração de uma revisão integrativa, é preciso seguir seis
etapas distintas, semelhantes aos passos da construção de uma pesquisa convencional, são elas:
a) Primeira etapa: identificação do tema e seleção da hipótese ou questão de pesquisa para a
elaboração da revisão integrativa;
b) Segunda etapa: estabelecimento de critérios para inclusão e exclusão de estudos/ amostragem
ou busca na literatura;
c) Terceira etapa: definição das informações a serem extraídas dos estudos selecionados/
categorização dos estudos;
d) Quarta etapa: avaliação dos estudos incluí- dos na revisão integrativa;
e) Quinta etapa: interpretação dos resultados; Sexta etapa: apresentação da revisão/síntese do
conhecimento.
A base de dados utilizada foi a EBSCO, a busca foi realizada no mês de março de
2018. Os descritores utilizados para a busca foram: hospital, parada cardíaca, equipe de
enfermagem. A procura se deu pela conexão entre os descritores, com a utilização do conector
boleano and. O critério de inclusão dos estudos foram: estudos originais, disponíveis na íntegra,
em português, e que fossem relacionados a conduta da equipe de enfermagem frente a parada
cardíaca em ambiente hospitalar. Cabe destacar, que não houve um corte temporal para a
seleção dos artigos, em virtude de se ter poucos artigos encontrados com os descritores
utilizados, intuindo compilar o maior número de artigos com esta temática nesta base de dados.
Na base de dados EBSCO foram encontrados 325 artigos com os descritores
escolhidos pelos pesquisadores, desses, após a leitura do título e resumo seis foram pré-
selecionados. Realizada a leitura do artigo na íntegra, buscando relações claras aos objetivos
deste estudo, três artigos foram selecionados e fazendo parte do corpus deste estudo.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
A partir da busca de artigos científicos sobre a temática da conduta da equipe de
enfermagem frente a parada cardiorrespiratória, emergiu a produção do Quadro 1, o qual
apresenta a sistemática das buscas, constando todos os artigos encontrados, pré-selecionados e
os selecionados, bem como seus respectivos números e descritores associados. A análise do
quadro permite observar que a associação que maior teve artigos selecionados foram dos
descritores, parada cardíaca e hospital, tendo dois artigos. Torna-se importante destacar que
houve a repetição do mesmo artigo duas vezes, sendo encontrado na primeira sistemática e se
repetindo na segunda e terceira. Neste caso, o artigo foi considerado apenas uma vez, sendo na
primeira sistemática de busca.
Quadro 1 – Sistemática de busca dos artigos científicos
EBSCO
Parada cardíaca Encontrados: 2
Sistemática 1 Hospital Pré selecionados: 1
Equipe de enfermagem Selecionados: 1
Parada cardíaca Encontrados: 24
Sistemática 2 Hospital Pré selecionados: 4
Selecionados: 2
*1 repetido
Parada cardíaca Encontrados: 2
Sistemática 3 Equipe de enfermagem Pré selecionados: 1
Selecionados: 0
*1 repetido
Hospital Encontrados: 297
Sistemática 4 Equipe de enfermagem Pré selecionados: 0
Selecionados: 0
Fonte: Produção dos autores, 2018.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA AO, et al. Conhecimento teórico dos enfermeiros sobre parada e ressuscitação
cardiopulmonar, em unidades não hospitalares de atendimento à urgência e emergência. Rev.
Latino-Am. Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 19, n. 2, abr. 2011.
BARBOSA MAF, et al. Capacitação dos profissionais de saúde para o atendimento de parada
cardiorrespiratória na atenção primária. Rev APS. 2011 abr/jun; 14(2): 233-238.
BENEFIELD LE. Implementing evidence-based practice in home care. Home Healthc Nurse
2003 Dec; 21(12):804-11.
DALRI, MCB, et al. New guidelines for cardiopulmonar resuscitation. Rev. LatinoAm.
Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 16, n. 6, Dec. 2008.
MANCINI ME, et al. Education, Implementation, and Teams Chapter Collaborators. Part 12:
Education, implementation, and teams: 2010 International Consensus on Cardiopulmonary
Resuscitation and Emergency Cardiovascular Care Science With Treatment
Recommendations.Circulation. 2010;122 (16 Suppl 2):S539-81.
POLIT DF, BECK CT. Using research in evidence-based nursing practice. In: Polit DF, Beck
CT, editors. Essentials of nursing research. Methods, appraisal and utilization. Philadelphia
(USA): Lippincott Williams & Wilkins; 2006. p.457-94.
SMELTZER CS; BARE GB. Brunner & Suddarth –Tratado de Enfermagem Médico-
Cirúrgica. Rio de Janeiro: Editora Guanabara-Koogan, 12 ed., 2016.
TIMERMAN A; SANTOS ES. Parada cardiorrespiratória. Rev Soc Cardiol Estado São
Paulo. 1998;8(4):675-85.
Resumo: O espaço escolar pode, muitas vezes, ser gerador de conflitos. Dentre eles, o bullying.
Diante disso, este trabalho tem por objetivo discutir essa problemática e refletir se há formação
de professores adequada para enfrentar isso. Assim, primeiramente, investigou-se sobre o
conceito (LOPES NETO, 2005), as classificações (MARTINS, 2005 apud PINGOELLO;
HORIGUELA, 2011) e as consequências Fante (2008) do bullying. Em seguida, buscou-se
apresentar o contraste entre o que defendem o Estatuto da Criança e do Adolescente, os
Parâmetros Curriculares Nacionais e a Lei que institui o Programa de Combate à Intimidação
Sistemática em relação ao tema e o que é desenvolvido no currículo de um curso de licenciatura
em Letras da Universidade Federal de Santa Maria. Após a análise das ementas das disciplinas
desse curso, percebeu-se que não há formação voltada para o enfrentamento desse problema.
Abstract: School space can often be a source of conflict. Among them, bullying. Given this,
this work aims to discuss this problem and reflect if there is adequate teacher training to face
this. Thus, we first investigated the concept (LOPES NETO, 2005), the classifications
(MARTINS, 2005 apud PINGOELLO; HORIGUELA, 2011) and the Fante (2008)
consequences of bullying. Then, we tried to present the contrast between what the Child and
Adolescent Statute stands for, the National Curricular Parameters and the Law that establishes
the Program to Combat Systematic Intimidation in relation to the theme and what is developed
in the curriculum of a degree course in Letters of the Federal University of Santa Maria. After
analyzing the syllabus of the courses of this course, it was noticed that there is no training aimed
at coping with this problem.
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
A escola, além de ser espaço de interação entre alunos, professores e equipe escolar, é
ambiente para o ensino e a aprendizagem de diferentes habilidades em diferentes disciplinas.
1
Este trabalho é resultado de discussões realizadas na disciplina de Interação linguística em contextos de ensino,
do curso de Pós-graduação em Letras (PPGL), da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Tal disciplina
foi cursada pela autora do trabalho, durante o Mestrado em Letras, em 2016.
2
Doutoranda em Estudos linguísticos, no Programa de Pós-graduação em Letras, da Universidade Federal de Santa
Maria, Santa Maria, RS, Brasil; Agência financiadora: CAPES; e-mail: paola_groos@yahoo.com.br
Entretanto, esse espaço, muitas vezes, é gerador de situações de conflito e de violência entre os
estudantes. Lopes Neto (2005, p. 165) afirma que “o termo ‘violência escolar’ diz respeito a
todos os comportamentos agressivos e antissociais, incluindo os conflitos interpessoais”. O
bullying é uma dessas formas de violência e afeta não só o aprendizado do aluno, mas também
seu desenvolvimento pessoal.
REFERENCIAL TEÓRICO
BULLYING: O QUE É?
A escola, como destaca Lopes Neto (2005), possui muita importância e significação
para crianças e adolescentes. Dessa forma, o bom relacionamento com os colegas é primordial
para que eles se desenvolvam com saúde e aprimorem habilidades de socialização para o
fortalecimento da capacidade de reagir em situações de tensão.
Fante (2008) aponta que os estudos sobre bullying são recentes e foram motivados por
vários suicídios cometidos por adolescentes. O termo tem origem inglesa e permaneceu assim
no Brasil e em outros países por dificuldades de tradução3. A partir da década de 1970, Suécia
e Dinamarca foram os países pioneiros nas pesquisas sobre o tema. Na década de 1980, a
3
Quanto à etimologia da palavra, ao realizar a tradução, “bully, enquanto substantivo, significa valentão, brigão
ou tirano, e, como verbo, significa, brutalizar, tiranizar, amedrontar, intimidar” (PINGOELLO; HORIGUELA,
2011, p. 3).
Noruega destacou-se pelo vasto estudo, que se expandiu para outros países europeus. No Brasil,
esses estudos chegaram somente no final da década de 1990 e início de 2000. Entretanto, como
destaca Fante (2008), o bullying sempre esteve presente na escola, desde a existência desta. Tal
fenômeno independe de a escola ser pública ou privada, “acontece em todas as escolas,
independentemente da sua localização, turno ou poder aquisitivo da comunidade escolar”
(FANTE, 2008, p. 53). Por isso, é fundamental que tanto os professores que já exercem a
profissão quanto os que estão em formação tenham conhecimento vasto sobre o tema, já que
terão que lidar com isso em algum momento na sala de aula.
No que se refere às formas de violência empregadas nos atos de bullying, Fante (2008)
elenca: física, verbal, moral, sexual, psicológica, material e virtual. Nas pesquisas realizadas
pela autora, geralmente ocorre mais de um desses tipos de ataque simultaneamente. O bullying
é classificado em
direto físico, que consiste em bater, tomar ou estragar pertences; direto verbal, que
consiste em insultos, apelidos pejorativos que ressaltam defeitos ou deficiências e
atitudes de discriminação; e indireto, que se refere à conduta de excluir alguém da
turma por motivo de discriminação ou espalhar boatos como forma de destruir a
reputação de alguém. (MARTINS, 2005 apud PINGOELLO; HORIGUELA, 2011, p.
4)
Diante disso, faz-se necessário voltar os olhares para esse tipo de violência escolar, visto
que as consequências dos atos de bullying para a saúde das vítimas abarcam tanto aspectos
físicos quanto psicológicos. Dentre os problemas físicos, Fante (2008) cita a baixa resistência
imunológica e os sintomas psicossomáticos diversos, que ocorrem, geralmente, próximos do
horário de ir para a escola, tais como dores de cabeça, náuseas, febre, tensão, dor no estômago,
entre outras. Quanto às consequências envolvendo a saúde mental, a autora destaca que podem
ocorrer inúmeros traumas psicológicos na vítima, que poderão afetar o desenvolvimento
cognitivo, emocional e socioeducacional. Além disso, o bullying pode desencadear medo, raiva,
déficit de atenção, tristeza, mágoa, desejos de vingança e pensamentos suicidas.
Por isso, conhecer a definição, a época e os locais onde os estudos surgiram, as formas,
classificações e consequências do bullying é primordial para que o professor saiba não só
identificar como também lidar com esse tipo de violência em sala de aula. Entretanto, questiona-
se se os cursos de formação de professores abordam, discutem, refletem e preparam, em algum
momento da formação, os futuros docentes para lidar com esse tema no âmbito escolar.
Buscando refletir sobre isso, a seguir, parte-se para a apresentação de leis e documentos
vigentes sobre o tema.
Partindo para a análise dos Parâmetros Curriculares Nacionais do terceiro e quarto ciclos
do Ensino Fundamental, elaborados em 1998 e que buscam construir referências nacionais
comuns ao processo educativo em todas as regiões brasileiras, nota-se que tal documento
apresenta algumas recomendações. Uma dessas recomendações é a de que a educação, ao longo
da vida está fundada em quatro pilares. Destaca-se, aqui, o pilar aprender a viver com os outros
Além disso, esse documento defende que o ensino não deve ser pautado apenas em
questões cognitivas, mas, também, em questões emocionais e afetivas. Dessa forma, deve haver
especial atenção ao aluno que demonstrar a necessidade de resgatar a autoestima. “Trata-se de
garantir condições de aprendizagem a todos os alunos, seja por meio de incrementos na
intervenção pedagógica ou de medidas extras que atendam às necessidades individuais”
(BRASIL, 1998, p. 92-93). Percebe-se, assim, que o documento não utiliza o termo bullying,
visto que tal nomenclatura, como tratado anteriormente, passou a ser utilizada nos anos 2000,
no Brasil. Contudo, com os trechos do documento apresentados acima, nota-se a preocupação
com questões abarcadas por esse fenômeno.
Desse modo, através do inciso II, nota-se que o programa admite que os docentes e as
equipes pedagógicas ainda não estão capacitados para discutir, buscar a prevenção e a
orientação, e solucionar o problema do bullying. Então, espera-se que o Ministério da Educação
e as Secretarias Estaduais e Municipais de Educação, bem como outros órgãos, aos quais a
matéria diz respeito, forneçam subsídios para que as equipes escolares recebam capacitação
condizente com os problemas abarcados pelo bullying.
Ao analisar o quadro 1, nota-se que apenas 18% das disciplinas do curso estão
relacionadas, de alguma forma, ao ensino no âmbito escolar. Além disso, na ementa dessas
disciplinas, não há itens que abordem a violência na escola, tampouco o bullying. Utiliza-se
como exemplo disso as disciplinas de “Psicologia da Educação A”, que, em seu programa,
contempla a contextualização histórica da psicologia da educação e apresenta as principais
teorias de desenvolvimento e aprendizagem, e “Políticas públicas e gestão na Educação
Básica”, que objetiva compreender as estruturas do sistema educacional brasileiro através do
estudo descritivo, interpretativo e crítico dos aspectos organizacionais da educação básica,
porém não discute os documentos abordados neste trabalho relacionados à temática do bullying.
Percebe-se, portanto, com a análise do currícilo, que tal curso não oferece formação aos futuros
docentes sobre esse tema.
Essas questões precisam ser discutidas e refletidas durante a formação dos professores.
Além disso, os documentos oficiais que englobam esse tema devem ser conhecidos e debatidos
nesse período de capacitação. Então, conclui-se que, para abordar tais aspectos, o currículo
desse curso precisa ser reformulado e, como alternativa para isso, sugere-se a inclusão de uma
disciplina que, nos semestres finais do curso, trate de aspectos relacionados à violência escolar.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O objetivo desse trabalho foi refletir sobre a problemática do bullying no âmbito escolar.
Para isso, primeiramente, a definição, a época e os locais onde os estudos surgiram, as formas,
classificações e consequências do bullying foram apontadas.
Além disso, este trabalho discorreu sobre o contraste do tema bullying na perspectiva
de documentos oficias: Estatuto da Criança e do Adolescente, Parâmetros Curriculares
Nacionais e Lei que institui o Programa de Combate à Intimidação Sistemática e o que é
desenvolvido através do currículo do curso de licenciatura em Letras Português e Literaturas
de Língua Portuguesa.
Depois disso, pode-se constatar que tal curso, nas ementas das disciplinas que estão
relacionadas ao âmbito escolar, não capacita os futuros docentes para lidar com essa
problemática em sala de aula. Portanto, é necessário que haja uma reformulação do currículo
que atente para esse aspecto para que, pelo menos, os futuros docentes recebam a formação
adequada sobre o tema. Além disso, para os docentes que já estão formados, as alternativas para
discutir e refletir sobre a violência escolar são eventos e formações continuadas.
REFERÊNCIAS
FANTE, Cleo. Bullying escolar: perguntas e respostas. Porto Alegre: Artmed, 2008.
LOPES NETO, A.A. Bullying - comportamento agressivo entre estudantes. Disponível em:
http://www.uff.br/saudecultura/encontros/Bullyng.pdf. Acesso em: 09 Mar. 2016.
Abstract: Equine therapy is a therapeutic and educational method, which uses the horse in a
multidisciplinary and interdisciplinary approach, covering the areas of health, education and
riding, seeking the biopsychosocial development of people with special needs, educational,
cognitive or motor. The extension project has as general objective to offer equestrian therapy
to the community of Cruz Alta and region, identifying patients / practitioners who adapt to the
treatment, seeking to know the individual benefits of each one, consolidating the UNICRUZ -
CEU Equine Therapy Center as a academic education. The practitioners are referred to the
Center through a medical indication, coming from Health Clinics, physical therapy clinics,
regular schools and special schools. The activities are performed once a week, in the morning
and afternoon shifts at the Veterinary Hospital of the University of Cruz Alta, with the support
of the Animal Production Area.
1
Mestre em Educação nas Ciências – Prof. adjunta da Universidade de Cruz Alta. Coordenadora do Centro de
Equoterapia Unicruz. E-mail: lcosta@unicruz.edu.br
2
Doutora em Educação - Prof. do Curso de Mestrado em Praticas Socioculturais e Desenvolvimento social da
Unicruz - Grupo de Pesquisa em Estudos Humanos e Pedagógicos. Coordenadora do Centro de Equoterapia
Unicruz. E-mail: vperanzoni@unicruz.edu.br
³ Acadêmica do Curso de Fisioterapia e Bolsista PIBEX/UNICRUZ do Centro de Equoterapia Unicruz. E-mail:
aimecunha4@gmail.com
4
Núcleo de Apoio ao Estudante e ao Professor da Unicruz (NAEP). Centro de Equoterapia Unicruz. E-mail:
mrodrigues@unicruz.edu.br
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
RESULTADOS E DISCUSSÕES
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esta nova proposta desafiadora nos dá segurança e certeza de que o CEU, engajado na
atenção integral a saúde e educação, proporcionando uma terapia única a comunidade com
benefícios reais e formação acadêmica consolidada na pesquisa e extensão, irá colher bons
frutos através da Universidade, do trabalho em equipe multidisciplinar e apoio da sociedade,
otimizando cada vez mais um trabalho sólido para os próximos anos que depende do
comprometimento de todos os envolvidos.
REFERÊNCIAS
RESUMO
ABSTRACT
This work aims to present and understand the specificities of the Specialized Educational
Assistance (SEA) at the Federal Institute Farroupilha Panambi Campus. To this end, it is
organized in order to present the Institution, the space of the multifunctional resource room,
resources and professionals involved. Following a literature review, the central axis of the
work focuses on specific issues of this Service in this space and with this specific audience
(adolescents and adults, students of technical and higher courses). Such problematizations are
based on legal documents and perceptions / reports of the special education teacher
(responsible for SEA) and a volunteer student at NSPSE (Nucleus of Support for People with
Special Educational Needs). At the end, it is better understood the possibilities and limitations
1
Professora Doutora do Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia Farroupilha campus Panambi;
Coordenadora de Ações Inclusivas, Presidente Núcleo de Apoio às Pessoas com Necessidades Educacionais
Especiais. E-mail: daniela.medeiros@iffarroupilha.edu.br.
2
Acadêmica do Curso de Licenciatura em Ciências Biológica do Instituto Federal de Educação, Ciências e
Tecnologia Farroupilha do campus Panambi, Acadêmica do Curso de Capacitação em Tradução e Interpretação
em Libras da Universidade Tuiuti Paraná, membro voluntária no NAPNE. E-mail: fran.oly@hotmail.com.
of SEA offered and developed in this space, as well as loopholes that may allow other actions
in favor of inclusion in the school environment.
INTRODUÇÃO
1 O CAMPO DE PESQUISA
O NAPNE do IFFar campus Panambi, aprovado pela Portaria nº14/2010, tem por
finalidade desenvolver políticas, ações e projetos no intuito de garantir a inclusão na referida
Instituição. Tal Núcleo é composto por docentes e técnicos administrativos vinculados ao
Instituto, além de alunos que atuam de modo voluntário, tendo recomposições e trocas de
membros a cada dois anos. Dentre as atribuições do NAPNE, citamos:
III-Orientar os docentes quanto às adaptações de materiais didático-pedagógicos
para as disciplinas; IV-Acompanhar o processo de elaboração do planejamento e das
avaliações para os discentes incluídos conjuntamente com os docentes, a fim de
realizar as adequações necessárias; VI- Acompanhar e orientar individualmente os
discentes com deficiência nas atividades acadêmicas; VIII-Articular os diversos
setores da instituição, buscando estimular a inclusão de pessoas com deficiência; X-
Atuar em consonância com o NPI, no intuito de garantir processos de ensino
qualificados aos educandos com deficiência; XII-Auxiliar nos processos seletivos do
IF Farroupilha, buscando garantir acessibilidade aos candidatos; XIII-Zelar pelas
condições de acesso, permanência e conclusão de curso dos discentes da Instituição.
(FARROUPILHA, 2013)
2 REVISÃO DE LITERATURA
Com isso, no cenário atual do contexto educacional que estamos, emergem discussões
em relação ao processo de inclusão de sujeitos com necessidades educacionais especiais nos
Institutos Federais. Diante disso, é de suma importância e relevante pensar sobre as
especificidades do AEE ofertado a estes sujeitos. Assim, a compreensão que trazemos está
direcionada a uma crescente busca pelo entendimento das especificidades do AEE, sobre a
perspectiva de melhor entender este processo.
O Decreto n.º 7.611, de 17 de novembro de 2011, por sua vez, regulamentado pela
Presidência da República, define a oferta obrigatória do Atendimento Educacional
Especializado (AEE). Assim, a legislação referente ao assunto é clara, deve haver serviços de
apoio especializado. Com isso, o AEE constitui-se com uma rede de serviços destinados ao
público da educação especial, isto é, aos “alunos com deficiência, transtornos globais de
desenvolvimento e altas habilidades/superdotação” matriculados na rede regular de ensino
(BRASIL, 2008, p. 7).
Entendemos através das autoras Silva e Silva (2015) que através das expansões destas
instituições (Institutos Federais), podemos ter a expansão de sujeitos com NEE, que hoje estão
no processo de ensino/aprendizagem e, logo, serão os profissionais que atuarão em diversas
áreas do conhecimento.
Krebs e Rocha (2017), por sua vez, se propõem a pensar sobre a acessibilidade e
inclusão de estudantes surdos nos Institutos Federais do Rio Grande do Sul e de Santa
Catarina. Apontam o número baixo de tais estudantes nos referidos Institutos, mesmo
naqueles que se localizam em municípios com quantitativo importante de surdos. Apontam
um decréscimo de matrículas do ensino fundamental para o ensino médio e EJA (visualizado
em gráfico construído pelas autoras na página 750 do artigo), e mostram o número reduzido
destes estudantes na educação profissional, se comparada a outras modalidades de ensino
(Quadro 1, disponível na página 751 do artigo).
Krebs e Rocha (2017) concluem que os Institutos “devem buscar estratégias para
efetivar a acessibilidade e a inclusão de estudantes surdos, considerando o ingresso, a
permanência, a conclusão dos cursos e a posterior inclusão no mundo do trabalho e na
sociedade” (p.747). Justificam que somente deste modo estas Instituições “estarão cumprindo
com seu compromisso institucional de buscar desenvolver uma sociedade mais justa e
inclusiva para todos” (p.747).
Entende-se a especificidade do trabalho de Krebs e Rocha (2017), visto que o mesmo
atenta de forma mais cuidadosa aos estudantes surdos. No entanto, salientamos que tal
preocupação e busca de estratégias de acessibilidade surgem, no contexto atual, como objetivo
de todos os Institutos Federais, e para todos os sujeitos envolvidos, sejam eles surdos, com
alguma deficiência ou não.
Assim, considerando que a educação inclusiva pressupõe uma construção e como tal,
seus pressupostos vão sendo formatados de acordo com as condições estabelecidas ao longo
do processo, é necessário compreender que a educação de todos os estudantes é compromisso
e responsabilidade da educação geral e não está dissociada da Educação Especial ou regular.
Diante disso, a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva
(2008) representa um novo marco teórico e político da educação brasileira, definindo a
educação especial como modalidade não substitutiva à escolarização; o conceito de
atendimento educacional especializado complementar ou suplementar à formação dos
estudantes; e o público - alvo da educação especial constituído pelos estudantes com
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação.
Com isso, a educação especial/inclusiva, sendo esta modalidade de amplo alcance, tem
como proposta a educação para todos e nestes casos precisamos entender as singularidades de
cada sujeito e suas necessidades específicas para o aprendizado. Sobre este olhar, a inclusão
traz consigo um objetivo, que é aceitar a diferença no contexto escolar e possibilitar seu
acesso ao conhecimento.
Em relação ao AEE oferecido no IFFar campus Panambi, entendemos que este possui,
por objetivo maior, conhecer o modo como o aluno com deficiência aprende e constrói seus
conhecimentos nas diferentes disciplinas (dificuldades e habilidades). Deste modo, criar
estratégias e recursos que visam facilitar seu processo de ensino/aprendizagem, bem como sua
inclusão no ambiente escolar. De modo conjunto, o processo de orientação e formação
docente tende a potencializar estas ações.
Nesse cenário, atualmente o AEE do IFFar campus Panambi possui algumas formas de
atendimento, sendo elas: AEE para pessoas com deficiência intelectual, AEE em Libras, AEE
para o ensino da Língua Portuguesa como L2 e AEE para o ensino da Libras. Além disso, são
ofertados atendimentos aos alunos com transtornos e dificuldades de aprendizado, que mesmo
não sendo público alvo do AEE e tal atendimento não se configurar do mesmo modo, também
é uma ação importante que vem ao encontro do seu objetivo maior.
Junto a estes sujeitos (com dificuldades e transtornos de aprendizagem), o público-alvo
principal do AEE, no contexto atual, são alunos com deficiência intelectual, física, múltipla e
surdos. Mas, vale ressaltar que este público varia a cada ano, conforme o ingresso de novos
alunos na Instituição.
A sala de recursos possui materiais que atendem as diferentes deficiências, sendo
alguns exemplos: computadores com leitor de tela instalado, impressora braile, cds bilíngues
(Libras/Português), livros em braille, jogos pedagógicos em Libras e em braile (mais
direcionados para crianças), teclado colmeia, software para comunicação alternativa, máquina
perkins, bola com guizo, bandinha musical, prancha de aproximação para leitura, reglete e
punção, soroban, jogos de estimulação tátil, sequência lógica, percepção visual, atlas com
identificação em braile, entre outros que são construídos conforme a demanda dos alunos e os
projetos que são desenvolvidos.
Em relação aos recursos humanos, o campus possui uma docente de educação especial
e duas intérpretes de Libras que atuam diretamente na Coordenação de Ações Inclusivas
(CAI). Também conta com uma psicóloga e uma assistente social. Em situações específicas, já
contou com monitores que acompanhavam os alunos com deficiência. Há uma enfermeira e
uma médica que auxiliam em situações de avaliações de laudos médicos e outros
encaminhamentos.
Entende-se que alguns profissionais de outras áreas por vezes se fazem necessários,
como alguém da fonoaudiologia, por exemplo. Nestes casos, fizemos parcerias com o
município, auxiliando-nos reciprocamente.
O espaço físico da sala de recursos pode ser definido como uma sala razoavelmente
ampla, bem iluminada, arejada, com mobiliário suficiente para atender as demandas do
momento. Somente a educadora especial ocupa esta sala, havendo uma outra para as
intérpretes de Libras.
4 AS ESPECIFICIDADES DO AEE EM UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO MÉDIO,
TECNOLÓGICO E SUPERIOR
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nessa perspectiva, através deste estudo buscamos explorar conteúdos que forneçam
subsídios para a complementação dos conhecimentos teóricos já referidos, além de favorecer a
discussão de possíveis relações entre teoria e prática de atendimentos desenvolvidos pelo
NAPNE. Desse modo, possibilitamos a apropriação de novas ideias e interpretações, o que
permite sempre que necessário, a modificação de atividades e atitudes nas abordagens
presentes em cada atendimento.
Urge, portanto, a necessidade de se repensar sobre a atuação da escola em espaços de
aprendizagem como fonte principal no processo de ensino/aprendizagem destes sujeitos
público alvo do AEE, visto que, muitos espaços e lacunas ainda existentes neste processo de
ensino/aprendizagem possam ser preenchidos. Assim, emerge a necessidade de colaboração
entre os diferentes profissionais atuantes na escola, bem como a explicitação e discussão dos
conhecimentos que cada um possui e mobiliza em situações específicas de ensino,
favorecendo, assim, através das suas experiências para o auxílio do objetivo proposto nos
AEE.
Consideramos que fez-se indispensável pensar em tais esclarecimentos sobre as
finalidades, competências do NAPNE, especificidades dos AEE, de modo que, estas
explanações, bem como estes atendimentos ocorrem no Instituto possam servir como apoio
(na ideia de ajudar a pensar) para as demais instituições de ensino que também desenvolvem
esses atendimentos.
Finalmente, marcamos nossa percepção das limitações ainda existentes no AEE e
processo de ensino/aprendizagem do público alvo do mesmo. Colocamo-nos em um lugar de
constante estudo, busca e aperfeiçoamento. Mas, de modo geral, acreditamos que a
experiência provocada pela busca de subsídios na fundamentação deste trabalho, agregou
também muito na nossa formação profissional, bem como, como pessoal.
Espera-se, mesmo que de forma simbólica contribuir para a formação de
professores/docentes que atuam no AEE, atuantes do NAPNE, pois a compreensão das
singularidades do outro, é um espaço para se pensar as relações de mediação estabelecidas
pelos profissionais da área na escola, ampliando a possibilidade de um melhor entendimento
sobre a realidade escolar e do conhecimento que a este sujeito é veiculado.
REFERÊNCIAS:
BRASIL. Decreto n.º 7.611, de 17 de novembro de 2011. Dispõe sobre a educação especial, o
atendimento educacional especializado e dá outras providências. Diário Oficial [da]
República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 18 nov. 2011. Edição extra.Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011 2014/2011/Decreto/D7611.htm>. Acesso
em: 10 Mar 2018.
KREBS, Josiane Roberta; ROCHA, Maria Aparecida Marques da. O compromisso dos
Institutos Federais com a acessibilidade e a inclusão de estudantes surdos: retrato da situação
educacional no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. 1º Seminário Luso-Brasileiro de
Educação Inclusiva: o ensino e a aprendizagem em discussão. Porto Alegre/RS: PUCRS,
2017.
MEC. Instituto Federal Farroupilha. Disponível em: http://www.iffarroupilha.edu.br/a-
institui%C3%A7%C3%A3o. Acesso em 08/Mar/2018.
SILVA, Cleonice Maria da.; SILVA, Regina Maria da. Institutos Federais: Diversidade de
Sujeitos, formações plurais. Revista Científica Interdisciplinar. ISSN: 2358-8411 Nº 4,
volume 2, artigo nº 30, Outubro/Dezembro 2015 D.O.I: http://dx.doi.org/10.17115/2358-
8411/v2n4a30.
AULAS EXPERIMENTAIS COMO POSSILIDADE PARA O ENSINO E
A APRENDIZAGEM EM CIÊNCIAS NATURAIS
SANTOS, Alissandra de Oliveira dos1; SANTOS, Laura Caroline Brikalski dos2, HAMES,
Clarinês3
Resumo: O presente trabalho pretende fazer uma reflexão sobre as aulas experimentais na
disciplina de Ciências no ensino fundamental. Buscou-se analisar falas de professores da
educação básica, bem como, verificar qual importância alunos do 9º ano do ensino fundamental
atribuem para essa modalidade de aulas. Para a obtenção dos dados foi realizada uma entrevista
semiestruturada com duas professoras de Ciências e a aplicação de um questionário para alunos,
com o intuito de responder a seguinte questão de pesquisa: quais concepções de aulas
experimentais são expressas por professores de Ciências? Que significados estudantes do 9º
ano do ensino fundamental atribuem a aulas experimentais? Na sequência os dados foram
tabulados e analisados. Professores mencionam que nem sempre são realizadas aulas
experimentais por falta de laboratórios, reagentes, pessoal de apoio, mas que podem fazer
atividades nas salas de aula e com materiais de baixo custo e de fácil aquisição. Percebe-se que
tanto professores quanto os alunos consideram a experimentação importante no processo de
ensino e aprendizagem em ciências, pois facilitam a interação pedagógica e podem possibilitar
aprendizagens significativas.
Abstract: The present work intends to make a reflection about the experimental Science classes
in elementary education. We sought to analyze the statements of basic education’s teachers, as
well as to verify how important students of the 9th grade of elementary education think this
modality of classes are. To obtain the data, a semistructured interview was conducted with two
Science teachers and the application of a questionnaire among students, with the purpose of
answering the following questions: what conceptions of experimental classes are expressed by
Science teachers? What meanings do 9th grade students attribute to experimental classes? The
data were then tabulated and analyzed. The teachers mention that experimental classes are not
always held because of the lack of laboratories, reagents, support staff, but they can do activities
in their classrooms and with low cost materials and easy to acquire. It is noticed that both
teachers and students consider the experimentation important in the process of teaching and
learning Science, since they facilitate the pedagogical interaction and can make meaningful
learning possible.
1
Acadêmica do 5º semestre do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas do Instituto Federal Farroupilha -
Campus Santo Augusto. E-mail: alioliveiradossantos@gmail.com
2
Acadêmica do 5º semestre do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas do Instituto Federal Farroupilha -
Campus Santo Augusto. E-mail: laurabdossantos0101@gmail.com
3
Professora orientadora. Instituto Federal Farroupilha - Campus Santo Augusto. E-mail:
clarines.hames@iffarroupilha.edu.br
INTRODUÇÃO
REFERENCIAL TEÓRICO
O ensino de Ciências nas últimas décadas vem passando por várias discussões, com
relação à aprendizagem de conceitos científicos, metodologias, materiais didáticos e formas de
motivação dos alunos. À vista disso, vale destacar que na história do ensino de ciências, podem-
se perceber as transformações curriculares como, por exemplo, na década de 1920 o ensino era
voltado para verdades clássicas, com atividades práticas baseadas na mera reprodução daquilo
que os cientistas já haviam descoberto. Já nos anos de 1950, predominava o modelo tradicional
da educação, prevalecendo à lógica da ciência sobre o senso comum. A discussão sobre a
importância da experimentação para o ensino e aprendizagem em ciências naturais, vem
ocorrendo desde a década de 1960. Mas somente a partir de 1990, buscou-se um novo
paradigma curricular caracterizado pela flexibilidade curricular, a interdisciplinaridade, e o
desenvolvimento de uma visão sistêmica do ambiente. (SALLES, 2007).
Nessa perspectiva, é importante ressaltar que a experimentação pode contribuir para a
melhor qualidade de ensino. Segundo Melo “Ainda que as aulas práticas não possam ser
apontadas como única solução para a tão esperada melhoria do ensino de Ciências, constituem-
se numa ferramenta importante nesse processo” (2010, p. 17). A adoção de aulas experimentais
pode criar possibilidades de fazer questionamentos e reflexões acerca dos resultados que essa
metodologia proporciona e, com isso, buscar repostas. Isso sim poderá ampliar a compreensão
conceitual em Ciências.
Se por um lado à ideia da utilização de experimentos para o processo ensino e
aprendizagem vem se fortalecendo ao longo dos anos como um meio no qual o aluno consegue
se tornar um sujeito ativo no processo de ensino e aprendizagem, por outro, existe a queixa de
professores quanto à falta de infraestrutura das escolas, a falta de tempo para a elaboração e
desenvolvimento de experimentos e mesmo para a preparação dessa modalidade de aulas.
Todavia, “nem sempre focalizam os aspectos centrais dessa problemática que, a nosso ver,
dizem respeito a carências na formação docente: a falta de clareza sobre o papel da
experimentação na aprendizagem dos alunos” (SILVA e ZANON, 2000, p. 120).
O ensino enfrenta grandes dificuldades “atualmente ainda há grandes carências quanto
ao ensino e à aprendizagem das ciências escolares na educação básica, particularmente quanto
ao desenvolvimento de aulas práticas, sejam experimentais ou não” (MARTINS e LEITE, 2013,
p. 32). Muitas vezes não se tem a estrutura para a realização de experimentos, ou até mesmo a
falta de interesse por parte de professores e alunos.
Mas, por outro lado, precisa-se fazer uma reflexão sobre a importância de aulas
experimentais. Essas discussão precisaria acontecer na formação dos professores, inicial e
continuada, visto que “ainda são muitos os docentes que lecionam, imaginando ser possível
comprovar a teoria em laboratório” (PEREIRA, 2010, p. 2). Todavia, “ter aulas experimentais
não assegura, por si só, a promoção de aprendizagens significativas; não assegura, por si só, o
estabelecimento de relações entre a teoria e prática” (SILVA e ZANON, 2000, p. 120). Para as
autoras, nem sempre os alunos conseguem estabelecer o elo entre o que estão fazendo e o
conteúdo que está sendo desenvolvido por meio de experimentação.
Portanto, é necessário o entendimento de que modo à construção do conhecimento
pode acontecer “[...] é preciso compreender que as aprendizagens dos alunos são favorecidas
pela mediação [...]” (GONÇALVES e GALIAZZI, 2004.p. 243) e a mediação, por sua vez, é
favorecida numa aula experimental. Ainda para os autores o professor deve propor desafios aos
alunos, sempre respeitando os tempos diferentes de aprendizagem, bem como reconhecer as
diversidades na sala de aula. Mesmo assim, muitas vezes as aulas experimentais não conseguem
proporcionar um aprendizado significativo “além de escassa, a experimentação é infrutífera.
Como se diz, fica-se na experimentação pela experimentação” (SILVA e ZANON, 2000, p.
124).
Além disso, precisa se levado em consideração que cada aluno tem seu tempo de
aprendizagem “é essencial considerar o desenvolvimento cognitivo dos estudantes, relacionado
a suas experiências, sua idade, sua identidade cultural e social, e os diferentes significados e
valores que as Ciências Naturais podem ter para eles, para que a aprendizagem seja
significativa” (BRASIL,1997, p. 27)
Dizer que o aluno é sujeito de sua aprendizagem significa afirmar que é dele o
movimento de ressignificar o mundo, isto é, de construir explicações, mediado pela
interação com o professor e outros estudantes e pelos instrumentos culturais próprios
do conhecimento científico. Mas esse movimento não é espontâneo; é construído com
a intervenção fundamental do professor (BRASIL, 1997, p. 29).
RESULTADOS E DISCUSSÕES
A12 “É importante não só saber o que acontece, mas entender como acontece, e
porque acontece [...]. Apenas a teoria não é interessante, ainda que ela seja
necessária”.
A14 “Elas são importantes, pois é mais fácil de entender, [...] a aula se torna mais
interessante, você acaba pegando o conteúdo de forma mais fácil e ficando com
curiosidade de aprender”.
A19 “É importante para vermos e entendermos melhor funções químicas e físicas, etc.
Perguntas e dúvidas, talvez não esclarecidas em aula possam ser esclarecidas melhor”.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
BORGES A. Tarciso. Novos rumos para o laboratório escolar de Ciências. Porto Alegre:
Instituto de Física da UFRGS, 2002.
SILVA, Lenice Heloísa de Arruda; ZANON, Lenir Basso; SCHNETZLER, Roseli Pacheco
(org.); ARAGÃO, ROSÁLIA M.R. de (org.). Ensino de Ciências: fundamentos e
abordagens. Campinas: R. Vieira Gráfica e Editora ltda, 2000.
Resumo: Nos últimos anos, a busca por cursos de redação cresceu consideravelmente, e pode
retratar um questionamento problemático: a produção de textos em ambiente escolar não está
contemplando o desenvolvimento das competências necessárias para o domínio da língua
escrita? Diante dessa problemática, este artigo buscou elencar algumas estratégias que podem
auxiliar os professores a identificar as intervenções corretivas mais adequadas para os textos
dos seus alunos. Para tanto, a pesquisa bibliográfica fundamentou-se em autores como Geraldi
(2012), Possenti (2012), Ruiz (1998) e Fuzer (2014), entre outros, a partir de uma perspectiva
dialógica da linguagem (BAKHTIN, 2003), na qual se entende o texto como uma construção
professor e aluno, sendo este o sujeito-autor do próprio texto. A partir dos referenciais teóricos
estudados, concluiu-se que os autores mencionados estão convictos de que a estratégia de
correção mais acertada é a textual-interativa, a qual, através de bilhetes orientadores, propõe
aos alunos que façam as adaptações necessárias no processo de refacção do que escreveram.
Assim, a temática abordada por este artigo, ressaltando a necessidade da escrita e reescrita de
textos quantas vezes o professor julgar necessário, é de fato muito relevante para a atualização
de determinadas metodologias relacionadas à produção textual.
Abstract: In recent years, the search for writing courses has grown considerably, and may
depict a problematic questioning: is the production of texts in a school environment not
contemplating the development of the skills necessary to master the written language? Faced
with this problem, this article sought to list some strategies that may help teachers to identify
the most appropriate corrective interventions for their students' texts. For this, the bibliographic
research was based on authors such as Geraldi (2012), Possenti (2012), Ruiz (1998) and Fuzer
(2014), among others, from a dialogical perspective of language (BAKHTIN, 2003), in which
is understood the text as a construction teacher and student, being this the subject-author of the
text itself. From the theoretical references studied, it was concluded that the authors mentioned
are convinced that the most correct correction strategy is textual-interactive, which, through
guiding notes, proposes to the students that they make the necessary adaptations in the process
of repairing of what they wrote. Thus, the topic addressed by this article, highlighting the need
to write and rewrite texts as many times as the teacher deems necessary, is in fact very relevant
for the updating of certain methodologies related to textual production.
1
Mestranda em Letras pelo Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade de Passo Fundo. E-mail:
cris.e.prenda@ hotmail.com
2
Mestranda em Letras pelo Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade de Passo Fundo. E-mail:
maricorazza23@ hotmail.com
INTRODUÇÃO
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Nos últimos anos, observa-se que a oferta por cursos de redação cresceu
consideravelmente, sendo, consequentemente, bastante significativo o número de jovens e
adultos, em idade escolar ou não, os quais buscam por esses cursos alegando não saber escrever.
A redação destaca-se como um dos seus principais medos e traumas, suscitando
questionamentos sobre a eficácia da produção de textos em ambiente escolar. Na tentativa de
diagnosticar algumas causas do problema, Geraldi (2012, p.64), por exemplo, apresenta, em
relação à produção dos alunos através do exercício da redação, a teoria de que o processo de
produção textual tem sido um “martírio não só para os alunos, mas também para os
professores”. Segundo o autor, além da repetição dos temas ano após ano, desmotivando os
alunos, o professor também se sente desmotivado ao deparar-se com textos mal escritos “aos
quais ele havia feito sugestões, corrigido, tratado com carinho. No final, o aluno nem relê o
texto com as anotações. Muitas vezes, o atira ao cesto de lixo assim que o recebe”.
Entretanto, sabe-se da importância no processo de produção textual na vida escolar, bem
como a eficácia, comprovada por autores como Ruiz(1998) e Fuzer( 2014), acerca da atividade
de reescrita. Para tanto, é necessário que se busque estratégias que solucionem a problemática
criada em torno da redação. Pensando nisso, Geraldi (2012) propõe algumas mudanças
metodológicas para o sucesso da produção escrita: a primeira delas é romper o paradigma de
que o texto deva ser escrito para o professor.
Com isso, parte-se do pressuposto de que o texto é uma construção bastante importante
para se limitar apenas a uma redação e avaliação. Bakhtin (2003, p.332), afirma que “a
reprodução do texto pelo sujeito (volta ao texto, releitura, nova execução, citação) é um
acontecimento novo, irreproduzível na vida do texto, é um novo elo na cadeia histórica da
comunicação verbal.”, dessa forma, muito mais significativo do que apenas cumprir com a
tarefa escolar. Também se pode observar pelas considerações de Bakhtin que a reescrita é fator
essencial para que a concepção de texto se estabeleça, já que o autor salienta voltas ao texto,
releituras e novas execuções.
Se o objetivo é que os alunos tenham uma atitude crítica em relação à sua própria
produção de textos, o conteúdo a ser ensinado deverá ser procedimentos de revisão de
textos que produzem. A seleção desse tipo de conteúdo já traz, em si, um componente
didático, pois ensinar a revisar é completamente diferente de ensinar a passar a limpo
um texto corrigido pelo professor. No entanto, mesmo assim ensinar a revisar é algo
que depende de ser saber articular o necessário (em função do que se pretende) e o
possível (em função do que os alunos realmente conseguem aprender num dado
momento). (PCNs, 1997, p. 37-38).
Essa revisão deverá ser ensinada ao aluno, uma prática adquirida através do exercício
de realizá-la, uma vez que corrigir o próprio texto buscando possíveis problemas a fim de
solucioná-los é tão ou mais difícil do que produzir um texto. Para que a revisão seja exitosa, é
necessário que o aluno desenvolva uma leitura atenta sobre a própria produção, posicionando-
se não mais simplesmente como autor, mas como leitor crítico do próprio texto; e isso, exige
maturidade leitora.
Contudo, talvez o aluno ainda não tenha a iniciativa necessária para empregar o processo
de reescrita como deve acontecer por conta própria. Assim, cabe ao professor “a tomada de
consciência acerca dos procedimentos e ações subjacentes às atitudes adotadas durante a
avaliação de um texto” Fuzer (2014, p. 3), não como o único leitor do texto, mas como aquele
que irá auxiliar o aluno, estabelecendo uma relação de diálogo entre autor e avaliador/leitor.
Fuzer também menciona diferentes maneiras com que cada professor age diante do texto do seu
aluno. Para a autora,
O professor que concebe a língua como expressão do pensamento, por exemplo, tende
a corrigir literalmente os textos dos alunos de maneira resolutiva, colocando-se na
posição tão somente de examinador do desempenho linguístico do estudante. Já o
professor que concebe a língua como meio de interação social terá preferência por
adotar uma posição dialógica com o texto do aluno, exercendo diferentes papéis
conforme as fases de produção (ora leitor, ora assistente, ora avaliador, ora
examinador), sempre com o propósito de ajudar a melhorar o texto em processo de
construção. (2014, p. 3)
Consoante Fuzer (2014, p. 4), mais do que avaliar , apontando erros e inadequações
no uso da linguagem que o aluno utilizou na produção do seu texto, o compromisso do professor
é tentar estabelecer um diálogo com seu aluno através do texto.
Dessa forma, evidencia-se que o trabalho de produção de textos dissertativo-
argumentativos é indispensável, e que a metodologia para que este trabalho obtenha sucesso
através da refacção dos textos e da adequada abordagem de avaliação corretiva deve contemplar
os diversos aspectos exigidos por esse gênero de produção textual.
Para tanto, Fuzer (2014, p. 5) apresenta uma relação de três etapas referentes ao processo
de escrita de textos, desde a “incumbência de escrever um texto até o momento em que o
entregamos ao destinatário”, como pode ser observado no quadro abaixo:
1.º Pré-escrita: engloba atividades que auxiliem o autor a descobrir maneiras de abordar a tarefa, a identificar ou
delinear o contexto, a coletar informações e a gerar ideias;
2.º (Re)escrita do texto: envolve registro organizado das ideias e informações escolhidas pelo produtor (escrita) e
uma série de atividades que incluem um período de leitura e avaliação do que foi escrito, recebimento de feedbacks
do professor e/ou dos colegas e reescrita do texto;
Contudo, para que seja válido, o feedback deve seguir uma organização prévia, a qual
prevê critérios claros e antecipadamente combinados com os alunos, tanto para a avaliação,
quanto para a reescrita, podendo ser elaborados a partir do modo de organização do discurso ou
do gênero textual solicitado. Os critérios servem para possibilitar, além de uma avaliação mais
objetiva, orientação para o aluno acerca das características do texto que deve produzir.
O estabelecimento de critérios e a forma pela qual o feedback pode ser apresentado ao
aluno foi organizado por Ruiz (1998) a partir das correções feitas por professores. Ruiz
identificou quatro tipos de estratégias interventivas na produção textual dos estudantes:
correção resolutiva, correção indicativa, correção classificatória e correção textual-interativa.
A primeira estratégia apresentada é a indicativa. Nela, por meio de códigos como traços,
sublinhados e circulados, o professor indica ao aluno onde há um problema que deva ser
revisado, limitando-se a identificar o problema que, na maioria das vezes, é de ordem lexical e
ortográfica , alterando muito pouco a produção do aluno, fazendo dessa forma, com que este
analise seu texto e busque soluções para o problema.
A segunda estratégia de correção apresentada é a resolutiva, consistindo em apresentar
soluções para os problemas apresentados no texto a partir do que o professor julgar correto. O
objetivo desta correção é que o texto fique “limpo” do que é considerado erro. Dessa forma, o
professor risca palavras, frases e reescreve as palavras sobre as erradas, em uma tentativa de
rescrever o texto pelo aluno. Contudo, deve-se considerar que essa abordagem não é uma boa
alternativa, porque impede a relação dialógica (cf. Bakhtin, 2003) entre professor e aluno,
estabelecendo um caráter monofônico, que anula a presença do outro já que consoante Bakhtin
(2003, p.345) o monólogo é “concebido como discurso que não se dirige a ninguém e não
pressupõe resposta”, impossibilitando ao aluno a possibilidade de retomada do texto.
Correção classificatória é a terceira estratégia. Ela consiste em diagnosticar e classificar
os problemas encontrados através de uma tabela de códigos, por exemplo: “A” para acentuação,
“Amb” para ambiguidade, “Col. Pr.” para colocação pronominal, entre outros. Essa correção
segue uma abordagem de metalinguagem, em que os símbolos, códigos ou letras são
apresentados ao final do texto ou em sua margem. Segue abaixo uma tabela demonstrativa de
sugestão de correção classificatória demonstrada por Ruiz (1998)
Quadro 2: Código para correção classificatória
Bakhtin disse que “Quaisquer que sejam os objetivos de um estudo, o ponto de partida
só pode ser o texto” (BAKTHIN, 2003, p.330). Portanto, independentemente da maneira como
se iniciará o processo de avaliação do texto ou como se dará a refacção, é consenso entre os
autores que a produção textual não é um processo estanque, em que se possa aceitar a primeira
versão como válida, uma vez que exige do escritor o exercício de reflexão e amadurecimento
da própria produção. Para Bakhtin, “Há encontro de dois textos, do que está concluído e do que
está sendo elaborado em reação ao primeiro. Há, portanto, encontro de dois sujeitos, de dois
autores (2003, p.333)”. Dessa forma, é importante que os professores possam rever seu conceito
de avaliação, possibilitando ao aluno estratégias de reescrita como as descritas pelos estudos de
Fuzer (2014) e Ruiz (1998), permitindo ao aluno, sujeito-autor, uma atitude responsiva ativa
frente ao produzido.
Assim, através deste artigo em que se descreveram estratégias de correção de textos, foi
possível diagnosticar que, embora possivelmente, muitos professores utilizem a correção
resolutiva (resquícios culturais, nos quais o professor é o detentor do saber e apenas o transmite
ao aluno) nos textos, o ideal é a textual-interativa, já que essa produz mais efeitos sobre o texto
do aluno, convidando-o a refletir sobre seu próprio texto no que tange aos aspectos de clareza,
coerência, correção gramatical e ortográfica, além de organização textual como um todo.
Para que isso de fato aconteça, é importante que os professores tenham clareza acerca
da concepção de linguagem que está subjacente ao seu planejamento de aula, já que ela
influencia o ensino-aprendizagem do aluno. Além disso, é necessário que revejam, em sua
metodologia, como encaram o erro: como construção de possibilidades e levantamento de
hipóteses ou simplesmente como desvios à norma culta. Como sequência ao trabalho, sugere-
se analisar o tipo de estratégia de correção é a mais utilizada pelos professores de língua
portuguesa e redação nas escolas, para que assim seja possível estabelecer parâmetros de
intervenção mais claros e práticos nas escolas públicas, contribuindo com concepções de escrita
e reescrita e, consequentemente, auxiliando na melhoria da qualidade na produção textual dos
alunos.
REFERÊNCIAS
BAKHTIN, M. Estética da Criação Verbal. São Paulo: Martins Fontes, 2003. Disponível
em: <
file:///C:/Users/Sony/Downloads/BAKHTIN,%20Mikhail.%20Est%C3%A9tica%20da%20Cr
ia%C3%A7%C3%A3o%20Verbal.%20S%C3%A3o%20Paulo.%20Martins%20Fontes,%202
003..pdf>. Acesso em: 20 set. 2016.
FUZER, Cristiane. Subsídios para leitura e avaliação de textos no contexto escolar. Santa
Maria: UFSM, CAL, DLV, 2014. 33 p.
POSSENTI, Sírio. Sobre o ensino de português na escola. In: GERALDI, João Wanderley
(Org.). O texto na sala de aula. São Paulo: Anglo, 2012. p. 32-38.
RUIZ, Eliana Maria Severino Donaio. Como se corrige redação na escola. Campinas:
UNICAMP, 1998, p. Tese de Doutorado (Programa de Pós-Graduação em Linguística),
Instituto de Estudos da Linguagem. 307f. Universidade Estadual de Campinas, Campinas/SP,
1998. Disponível em: <
http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?code=000136078>. Acesso em: 04 nov.
2016.
A SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM COMO
INSTRUMENTO DE COMPREENSÃO DA DIVERSIDADE CULTURAL
EM SAÚDE: IMPLICAÇÕES PARA O ENSINO
Resumo: Este estudo norteia-se pelo seguinte objetivo: relatar alguns fragmentos da
experiência como ministrante da disciplina de Sistematização da Assistência de
Enfermagem/SAE, com ênfase no Processo de Enfermagem/PE. Objetiva, igualmente,
demonstrar a relevância de tais conteúdos para a formação acadêmica e suas implicações na
compreensão da diversidade cultural no exercício da prática profissional. Trata-se de um relato
de experiência, de cunho qualitativo, caráter bibliográfico e empírico, de uma enfermeira
docente no Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade de Cruz Alta/RS, sendo que
o estudo compreende o seguinte período: 2015/2 e 2017/2, ou seja, dois semestres letivos, com
realização de aulas teóricas na disciplina de SAE. Para a docente e pesquisadora, o estudo
possibilitou maior aprofundamento do tema, reflexão sobre as práticas pedagógicas com foco
no estímulo para que os acadêmicos construam seu aprendizado utilizando como instrumento
as tecnologias da informação, com o entendimento da importância de promover uma formação
em que os educandos desenvolvam habilidades humanas e técnico-culturais, visto que a
enfermagem deve prestar cuidados de forma multidimensional, vendo e tratando o indivíduo
como um todo.
Abstract: This study is guided by the following objective: to report the experience as a teacher
of the SAE discipline with emphasis in the EP, as well as to demonstrate its relevance during
training and its implications in the understanding of cultural diversity in the practice of
professional practice. This is an experience report, with a qualitative and bibliographical and
empirical character, of a teaching nurse in the Undergraduate Nursing Course of the University
of Cruz Alta. The study includes the following period: 2015/2 and 2017/2, that is, two academic
semesters, with theoretical classes in the discipline of SAE. For the teacher and researcher, the
study made possible a deeper exploration of the theme, reflecting pedagogical practices with a
focus on stimulating the students to build their own learning and understanding the importance
of promoting a formation in which learners develop human and technical-cultural skills , since
nursing must provide care in a multidimensional way, seeing and treating the individual as a
whole.
METODOLOGIA
Trata-se de um relato de experiência, de cunho qualitativo, caráter bibliográfico e
empírico, de uma enfermeira docente no Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade
de Cruz Alta, sendo que o estudo compreende o seguinte período: 2015/2 e 2017/2, ou seja,
dois semestres letivos, com realização de aulas teóricas na disciplina de SAE, ocasião em que
os dados foram coletados e analisados, utilizando como instrumento as tecnologias da
informação.
Destaca-se, no relato desta vivência, que a SAE foi uma disciplina de três créditos,
fazendo parte do quarto semestre do Curso de Enfermagem, de acordo com a grade curricular
de 2013. Atualmente, devido a sua imprescindibilidade na formação acadêmica de enfermeiros,
esta passou para quatro créditos na grade curricular de 2017 e será ofertada pela primeira vez
no Curso no semestre de 2018/2.
Vários temas perpassaram os conteúdos enfocados, tais como o
multiculturalismo e a diversidade cultural. O entusiasmo pela investigação direcionou-se para
um maior aprofundamento prático e teórico sobre esse assunto, enquanto instrumento que trata
da diversidade cultural em saúde na enfermagem. Nessa perspectiva, devido à enfermagem ter
em sua essência e metodologia o cuidado com o outro, para a sua concretização, o enfermeiro
necessita em seu processo de trabalho, planejar, executar e avaliar suas ações por meio destas
(CHAVES; SOLAI, 2013).
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Inicialmente, em sala de aula veio o desafio de ministrar a disciplina teórica de SAE. À
medida que as aulas foram sendo ministradas, desafios foram sendo evidenciados, devido ao
elevado número de alunos e pela necessidade de que cada um tivesse seu material didático
referente aos conteúdos, para consulta e resolução de casos clínicos. No entanto, nem todos
tinham disponíveis esses materiais, constatando-se a complexidade do tema, exigindo muita
reflexão e criticidade para escolher a metodologia mais apropriada, a qual mantivesse a atenção
dos acadêmicos.
Outro desafio foi o fato de haver na sala de aula, alunos que já vivenciavam a prática
assistencial em instituições de saúde e não haver ainda a adesão do SAE pelo PE na sua rotina
de trabalho, o que acaba por gerar um descrédito em relação à aplicabilidade, mesmo antes de
se apropriarem de fato dos conhecimentos científicos. Em contrapartida, algumas instituições
estão buscando incorporar essa prática, a qual apresenta desafios diários diante do processo de
implantação.
Observou-se, ainda, que se faz indispensável motivar mais os alunos no processo de
ensino e de aprendizagem, estimulando o pensamento crítico e reflexivo dos mesmos, tornando
possível o desenvolvimento de competências na construção do conhecimento durante o
semestre letivo. E foi com esse intuito, que a docente ingressou no Programa de Pós-Graduação
em Práticas Socioculturais e Desenvolvimento Social (Mestrado) da UNICRUZ no ano de
2016, coerente com a ideia de desenvolver uma tecnologia educacional que servisse como
ferramenta a favor do processo ensino-aprendizagem ao enfocar questões relativas à
diversidade cultural dos pacientes.
Desse modo, torna-se pertinente repensar as práticas pedagógicas e estimular os alunos
que cursam a disciplina a ampliar seu próprio aprendizado, para que, assim, possam qualificar
a assistência prestada. Estas transformações irão se refletir em seus cotidianos e no âmbito da
enfermagem como um todo, capacitando-os para o atendimento em saúde por meio dos
cuidados que a atuação profissional exige.
A experiência da prática docente na disciplina de SAE tem sido muito satisfatória,
proporcionando obter um panorama geral enquanto promotora da compreensão da diversidade
cultural no referido contexto, incentivando o desenvolvimento de tecnologias educacionais
direcionadas a essa temática. Ainda que a SAE se encontre legalizada na prática profissional há
alguns anos, a sua inserção no contexto da atuação do enfermeiro tem apontado dificuldades
originadas por fatores de ordem organizacional, operacional e educacional, sendo este último o
centro do presente estudo.
No ensino universitário alguns hiatos vêm sendo evidenciados, a exemplo do modelo
biomédico, o qual ainda é exercido por enfermeiros docentes na medida em que o foco está na
alteração biológica somente. Isto é, na doença, impactando no ensino, por meio da não vivência
acadêmica e não atribuição de significados aos conteúdos relacionados à SAE. A não adesão
destes saberes à prática, por parte dos profissionais, interfere no jeito como é vista, tratada e
respeitada a diversidade cultural dos indivíduos sob cuidados de enfermagem.
Morais (2015) aponta que, por não se conhecer a SAE de forma mais aprofundada,
esta acaba por gerar desinteresse e perda do sentido da ação, causando uma execução
superficial, sem comprometimento, fato que tem dificultado a implementação do PE na atuação
de enfermeiros e, consequentemente, na equipe de enfermagem.
Por sua vez, Gonçalves (2007) aponta essa superficialidade de entendimento sobre a
SAE na Educação Superior, gerando impacto no campo profissional. Isso se reflete, muitas
vezes, no estímulo ao pensamento crítico, possibilitando o despertar para uma postura reflexiva,
durante a prática assistencial.
Como sugere Vilelas (2011), no âmbito da Educação Superior, é necessário que se
busquem métodos e estratégias de ensino-aprendizagem, as quais possibilitem ao acadêmico
vivenciar situações de cooperação, reflexão, consenso, flexibilidade e adequação a mudanças e
imprevistos e, consequentemente, à diversidade. Isso porque muitos enfermeiros referem seu
desapontamento relacionado a uma formação onde não aprenderam a oferecer cuidados
culturalmente adequados ao tratar seus usuários/pacientes.
Nunes (2011) menciona que conhecer a multiplicidade cultural dos pacientes é a base
que possibilita adaptar as práticas de cuidados conforme as demandas da sociedade e as
características próprias de cada comunidade. São obstáculos os quais é preciso transpor,
conscientizando-se do pouco que se sabe sobre o outro, principalmente, no que se refere ao
outro enquanto paciente.
Nesse contexto de cuidado à saúde, o profissional tem que considerar questões de
identidade e de comportamento, para não elevar a dor, por exemplo, aumentando o bem-estar
de quem está sob os cuidados da enfermagem. Contudo, à medida que se fomenta a importância
da SAE, por meio do PE, durante a formação, isso implica na qualidade da assistência,
contribuindo na organização do cuidado, bem como na visibilidade e valorização do
profissional da enfermagem.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nessa pesquisa, evidenciou-se a importância da SAE, por meio do PE, para a qualidade
do atendimento, bem como para promover a compreensão da diversidade cultural no cuidado
com o outro. Para a prática pedagógica na referida disciplina, a incorporação de tecnologias
educacionais auxiliará no processo de ensino e de aprendizagem, contribuindo para a formação
de futuros profissionais por meio de desenvolvimento do pensamento crítico e reflexivo, dentro
de cada contexto onde os futuros enfermeiros estejam inseridos e atuem com competência
cultural durante a prática assistencial.
Para a docente e pesquisadora, o estudo possibilitou maior aprofundamento do tema,
reflexão sobre as práticas pedagógicas com foco no estímulo para que os acadêmicos construam
seu próprio aprendizado e o entendimento da importância de promover uma formação em que
os educandos desenvolvam habilidades humanas e técnico-culturais, visto que a enfermagem
deve prestar cuidados de forma multidimensional, vendo e tratando o indivíduo como um todo.
REFERÊNCIAS
Abstract: The use of educational resources in science education has been increasing, and this
is due to the great difficulty of students in understanding the contents of sciences, especially in
the field of chemistry. One of the resources that can be used in the classroom is comics, which
provide creativity, reflection and understanding on the part of the students. Therefore, the
present work aims to evaluate the use of comics as a mediation resource in the teaching of
chemistry in scientific events in the area, such as the EDEQ (Meeting of Debates on Teaching
Chemistry) and ENEQ (National Meeting of Teaching Chemistry) between the years 2014 and
1
Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências: Química da Vida e Saúde da Universidade
Federal de Santa Maria. E-mail: vanessaklein7@gmail.com
2
Graduando do curso de Agronomia da Universidade Federal de Santa Maria. E-mail: cassianovs2@gmail.com
3
Graduanda do curso de Gestão Ambiental do Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI. E-mail:
klein_viviane@yahoo.com.
3
Aluno do curso em Técnico Agrícola- Habilitação Agropecuária do Colégio Politécnico da Universidade Federal
de Santa Maria. E-mail: weslei.gremio10@hotmail.com.
4
Aluno do curso em Técnico Agrícola- Habilitação Agropecuária do Colégio Politécnico da Universidade Federal
de Santa Maria. E-mail: weslei.gremio10@hotmail.com.
5
Doutoranda em Química, Universidade Federal de Santa Maria. E-mail: darliana.ms@gmail.com.
6
Doutoranda em Química, Universidade Federal de Santa Maria. E-mail: jfreichert16@gmail.com.
7
Doutora em Química. Professora do Departamento de química da Universidade Federal de Santa Maria. E-mail:
claudiabarin@nte.ufsm.br.
2017. The keywords used to select the works were: comics and HQ. We found 12 works, within
the established standards. The analyzed papers were read and recorded according to a pre-
established protocol that focused on: authors of the work, title of the work, scientific event
where it was presented, year of publication, nature of the work and at which level of education
the applied. From the analysis of the works in the events, we can notice a growing increase of
publications on the comics, and it can be presumed that this didactic resource is contributing to
the learning process of the students in the classroom.
INTRODUÇÃO
Nas últimas décadas, artigos na área do ensino de ciências tem apontado o alto
desinteresse por parte dos estudantes. Nesse sentido, cabe às escolas junto com os professores
buscarem alternativas para despertar o interesse dos estudantes em aprender. No que se refere
ao ensino de química, encontra-se alguns obstáculos, visto que é considerado por grande parte
dos estudantes como não atraente e desconectado da realidade que vivem.
Assim sendo, a utilização de recursos didáticos diferenciados em sala de aula, pode ser
uma alternativa para chamar mais a atenção do aluno e motivar o aluno a buscar o conhecimento
sobre os conteúdos estudados. Diante disso, um recurso que pode ser utilizado em sala de aula,
para auxiliar no conhecimento dos alunos são as histórias em quadrinhos.
Em relação à utilização de histórias em quadrinhos em sala de aula Rama e Vergueiro,
(2006, p. 26) comentam:
“Eles tanto podem ser utilizados para introduzir um tema que será depois
desenvolvido por outros meios, para aprofundar um conceito já apresentado, para
gerar uma discussão a respeito de um assunto, para ilustrar uma ideia, como uma
forma lúdica para tratamento de um tema árido ou como contraposição ao enfoque
dado por outro meio de comunicação”.
A utilização de quadrinhos, além de evidenciar situações do cotidiano do estudante e da
vida social, torna possível a reflexão de um tema proposto, o confronto entre as várias ideias, a
busca por alternativas e soluções e consequentemente a autonomia na aprendizagem. Como
uma ferramenta didática, os quadrinhos, além de trabalhar com diferentes situações, como
narrativa, imagens ou os personagens, pode envolver o aluno a buscar conhecimento em outras
áreas (ROTA; IZQUIERDO, 2003).
Segundo Oliveira (2007), as HQ são partes dos materiais pedagógicos que podem ser
utilizados em escolas, buscando estimular a criatividade, promover a sensibilidade, a
sociabilidade, o senso crítico e a imaginação criadora, pois as mesmas são simples, curtas e são
apresentadas em quadros coloridos. Segundo Barbosa e Vergueiro (2004): Palavras e imagens,
juntos, ensinam de forma mais eficiente.
Além disso, o autor afirma que existem vários motivos, para os professores utilizarem
histórias em quadrinhos em sala de aula, como: possuem alto nível de informação, desenvolvem
o hábito da leitura e enriquecem o vocabulário dos estudantes, permitem o leitor a pensar e
imaginar, possuem caráter globalizador, podendo ser utilizados em qualquer nível escolar e com
qualquer tema.
Diante disso, o presente trabalho teve como principal objetivo avaliar a utilização das
histórias em quadrinhos como recurso de mediação no ensino de química em eventos científicos
da área, como o EDEQ e o ENEQ, entre os anos de 2014 a 2017.
Tabela 1: Trabalhos publicados nos eventos ENEQ e EDEQ nos anos de 2014 à 2017,
abordando as histórias em quadrinhos.
Código do
artigo
Tipo de Nível de
Autor Título Evento Ano
trabalho ensino
SOUZA, J.;
A química dos
MARTINS, L. P. R.; Ensino e
oceanos como ENSINO
1 SILVA, M. S.; ENEQ 2016 aprendizage
temática para a MÉDIO
OLIVEIRA, B. R. m
contextualização
M.
Educação
Histórias de vidro em
IWATA, A. Y.; em espaços PRÉ-
quadrinhos: a
2 RODRIQUES, A. C. ENEQ 2016 não-formais VESTIBULA
divulgação científica
M.; LUPETTI, K. O. e divulgação NDOS
em HQs
científica
Relatório
experimental
SOUZA, D. G.; baseado em
Materiais
3 SILVA, A. A. R.; quadrinhos (HQ’s): ENEQ 2016 SUPERIOR
didáticos
OLIVEIRA, M. M. uma nova proposta
didática para futuros
docentes.
LOREDO, L. A.;
SOUZA, J. C. R.;
GRUNEWALD, T. O uso de histórias em
G.; MACHADO, D. quadrinhos para a
Materiais ENSINO
4 G.; AGUIAR, L. M.; conscientização de ENEQ 2016
didáticos MÉDIO
SILVA JUNIOR, H. problemas de caráter
M.; ESTEVÃO, A. social em escolas.
P. S. S.; SANTOS,
A. P. B.
POMBO, F. M. Z.; História em
HUSSEIN, F. R. G. quadrinhos no ensino Ensino e
5 S.; LAMBACH, M.; de química na EJA: ENEQ 2016 aprendizage EJA
DOMINGUES, R. C. uma proposta de m
P. R. recurso didático.
Nas teias dos
SILVA, A. M.; elementos químicos: ENSINO
Materiais
6 SILVA, S. R. B. ensino de química ENEQ 2016 FUNDAMEN
didáticos
através de TAL
quadrinhos
Código do
artigo
Tipo de Nível de
Autor Título Evento Ano
trabalho ensino
Ensino e
Química em
7 AQUINO, A. ENEQ 2016 aprendizage EJA
quadrinhos
m
SILVA, A. N.; Utilização de história Educação
ALMEIDA, G. B.; em quadrinhos na em espaços ENSINO
8 BARRETO, I. N.; divulgação da ENEQ 2016 não-formais MÉDIO E
SANTOS, A. P. B.; nanotecnologia e e divulgação SUPERIOR
CRESPO, L. T. C. suas aplicações. científica
Processo para
elaboração de Educação
histórias em em espaços
FIORESI, C. A.; ENSINO
9 quadrinhos: um ENEQ 2016 não-formais
CUNHA, M. B. MÉDIO
estudo com e divulgação
estudantes do ensino científica
médio
RESENDE, F. A. Proposta de material
M.; DEUS, T. C.; didático em uma
PÓS-
FERREIRA, V. R. disciplina de pós- Materiais
10 ENEQ 2016 GRADUAÇÃ
F.; OLIVEIRA, A. graduação utilizando didáticos
O
J.; SOARES, M. H. histórias em
F. B. quadrinhos.
Uma história em
quadrinhos - as
MIGUÊZ, L. S.;
aventuras de hélio
CASTRO, L. M. F.; Materiais ENSINO
11 em: estudando o ENEQ 2016
PEREIRA, M. G.; didáticos MÉDIO
ciclo do nitrogênio e
ARAUJO, G. C.
o princípio de Le
Chatelier
A potencialidade do
uso de histórias em
quadrinhos (HQs)
SALAPATA, A.; Linguagem
12 como linguagem no EDEQ 2017 SUPERIOR
PERES, G. L. e cognição
processo
ensino e
aprendizagem
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
Abstract: One of the main challenges of teachers is to understand the pedagogical actions and
the role they take in the teaching and learning process. The importance of the teaching method
used by the teacher stands out for the motivation and the challenge aroused in the students, an
interesting alternative to this situation is the games and simulations processed in computer.
Thus, this theoretical essay has as premise conceptualize and reflect the application of games
in the context of the process of teaching and learning of higher education courses as a proposal
for an active methodology of teaching. It is concluded that the use of games in the process of
teaching and learning the academic involves actively and active, in this way it is essential to
overcome traditional education and focus on learning in the student, for this, they must
experience countless New possibilities, where games become fundamental elements in such a
process.
1
Mestrando em Desenvolvimento Regional, Pós-Graduando em Docência do Ensino Superior em Administração,
Graduado em Administração, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, Bolsista
PROSUC/CAPES, Gtec - Grupo De Pesquisa Espaço Construído, Sustentabilidade e Tecnologias. E-mail:
felipezaluski@hotmail.com
2
Doutorando em Educação nas Ciências, Mestre em Patrimônio Cultural, Graduado em Arquitetura e Urbanismo,
Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, Gtec - Grupo De Pesquisa Espaço
Construído, Sustentabilidade e Tecnologias. E-mail: tarcisio.oliveira@unijui.edu.br
INTRODUÇÃO
Este ensaio teórico possuí natureza aplicada, neste sentido, a pesquisa buscará gerar
refletir sobre metodologias ativas no ensino superior, em específico a utilização de jogos no
processo de ensino e aprendizagem (TEIXEIRA et al., 2009).
Quanto a abordagem da pesquisa, fundamentalmente, define-se como uma pesquisa
qualitativa. Neste ensaio observa-se o estudo exploratório e explicativo, onde tem como
objetivo proporcionar uma maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais
explícito. Os procedimentos técnicos da pesquisa se classifica em pesquisa bibliográfica
segundo Gil (1999, p. 65) “é desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído
principalmente de livros e artigos científicos”.
Assim, foi realizado um levantamento bibliográfico desenvolvido com base em material
já elaborado acerca da temática de jogos no processo de ensino e aprendizagem e metodologias
ativas, constituído de livros e artigos científicos, que a partir dos dados obtidos, realizou-se a
análise e interpretação das informações, mesclando-as de maneira a conseguir uma maior
compreensão e aprofundamento sobre o tema abordado.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 33ª ed. São
Paulo: Paz e Terra; 2006.
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5 ed. São Paulo: Atlas, 1999. 202 p.
LASRY, N.; MAZUR, E.; WATKINS, J. Peer instruction: From Harvard to the two-year
college. American Journal of Physics, v. 76, n. 11, p. 1066-1069, 2008.
JORGENS, Denise1
Resumo: O objetivo deste artigo é mostrar que o professor pode potencializar as atividades
presentes no Livro Didático através da Leitura de Imagens a fim de ampliar e até melhorar a
interação com seus alunos, visando à formação social dos educandos. A escolha dessa temática
é atribuída a presença do recurso visual no livro didático que, dentre várias funções, é utilizado
muitas vezes apenas esteticamente, mas que pode ser explorado como outro texto. Realizamos
um estudo bibliográfico sobre o livro didático no contexto educacional brasileiro, as diferentes
abordagens de ensino e a interação professor-aluno nas aulas de Língua Estrangeira
(ALMEIDA-FILHO. BARBIRATO, 2016) e a leitura de imagens com base nas Metafunções
da Gramática do Design Visual (KRESS; VAN LEEUWEN, 2006).
Abstract: The objective of the present paper is to show that the teacher can potentialize the
activities on the Textbook by reading the images, in order to broaden and even improve the
interaction with the students, aiming at the social education of the learners. The choice for such
topic is attributed to the presence of the visual resource in the textbook that, among other
functions, is commonly used merely aesthetically, but can be explored as another text. We
develop a bibliographic study about the textbook in the Brazilian educational context, the
different approaches of teaching and the teacher-student interaction (ALMEIDA-FILHO.
BARBIRATO, 2016) and the reading of images based on the metafunctions of the Grammar of
Visual Design (KRESS; VAN LEEUWEN, 2006)
INTRODUÇÃO
1
Mestre em Letras pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS). E-mail: denisejorgens@gmail.com
2- Dissertação de autoria de Denise Jorgens (JORGENS, 2018), sob orientação da professora doutora Maria Tereza
Nunes Marchesan
Nossa preocupação respalda-se nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs).
Segundo BRASIL(1998) o ensino de língua estrangeira proporciona ao aluno o conhecimento
de outras culturas e também de novas maneiras de ver e interpretar o mundo, no entanto, para
facilitar o acesso do aluno ao idioma, muitos professores desenvolvem aulas que priorizam a
explicação de regras gramaticais descontextualizadas e exercícios de tradução e repetição de
palavras.
Em uma análise pontual, destacamos outros desafios enfrentados pelos professores de
Língua Estrangeira, tais como: a falta de material adequado às propostas comunicativas, salas
de aulas com um grande número de alunos, carga horária de um a dois períodos semanais por
turma e a falta de incentivo à formação continuada para os professores de línguas estrangeiras.
A concepção que adotamos em nosso trabalho é a Linguagem como processo de
interação. Nesse enfoque, o ser humano constitui-se como sujeito social, que está inserido em
um contexto social e histórico, e através da linguagem pode comunicar aos seus semelhantes
seus pensamentos, desejos e sua visão de mundo (TRAVAGLIA, 1997). Com base na
concepção de linguagem apresentada em nosso trabalho, elaboramos o estudo pensando na
valorização do livro didático, através de uma atividade que explorasse sua potencialidade –
neste caso, leitura de imagens - e a interação professor-aluno em sala de aula. Com esse intuito,
analisamos cinco imagens pertencentes ao livro didático e a partir dessa análise produzimos
inferências, considerando o contexto social do educando. Essas imagens selecionadas
pertencem à primeira unidade do Livro Didático de Língua Inglesa Way to English for Brazilian
Learners: língua estrangeira: inglês: fundamental II 9º, publicado em 2015. Justificamos a
escolha dessa obra por ser pertencente à coleção de Livros Didáticos selecionados por mim,
como professora, na escola em que leciono a disciplina de Língua Inglesa. E também porque a
obra faz parte do Programa Nacional do Livro Didático – PNLD para os anos de 2017 a 2019.
O encaminhamento teórico fez-nos perceber outras questões teóricas pertinentes e relacionadas.
Assim, ao pensar sobre texto e leitura também preocupamo-nos como os educandos que são
expostos socialmente as tecnologias e imagens e devem estar preparados para ler textos
multimodais.
Neste presente artigo, nosso objetivo será apresentar a análise de uma das cinco imagens
apresentadas na Dissertação. A análise foi realizada com base na proposta teórico-metodológica
da Gramática do Design Visual (KRESS; VAN LEEUWEN, 2006) e da Interação em Sala de
aula de Língua Estrangeira proposto por Almeida-Filho e Barbirato (2016).
METODOLOGIA
O Livro Didático escolhido para este trabalho é intitulado Way to English for Brazilian
Learners: língua estrangeira: inglês: fundamental II para alunos do 9º, publicado em 2015, de
autoria do professor doutor em Estudos Linguísticos Claudio de Paiva Franco. Essa obra foi
selecionada por fazer parte do Programa Nacional do Livro Didático – PNLD para os anos de
2017 a 2019.
Selecionamos, nesse livro didático, imagens pertencentes a primeira unidade, intitulada
Equal Rights for all. O critério adotado para a escolha dessas representações imagéticas foi a
aproximação com a realidade, ou seja, optamos por imagens que contivessem fotografias de
pessoas, para que, ao propor a atividade de leitura de imagens, o professor relacionasse com
elementos pertencentes também na vida do educando. Para a análise e leitura de imagens,
utilizamos as Metafunções da Gramática do Design Visual (KRESS; VAN LEEUWEN, 2006).
Nomeamos, na análise, cada imagem selecionada como FIGURA. Assim, a FIGURA 1
e a FIGURA 2 foram analisadas com base nas três Metafunções (Representacional, Interacional
e Composicional). As demais FIGURAS foram analisadas com base em uma Metafunção
específica, porque apresentam elementos mais saliente em sua composição e que contribuem
para um melhor encaminhamento da leitura. Dessa forma, a FIGURA 3 foi analisada com base
na Metafunção Interacional, a FIGURA 4 sob o aspecto da Metafunção Composicional e, por
fim, a FIGURA 5 foi analisada com base na Metafunção Representacional. Neste artigo
optamos por apresentar a análise realizada na FIGURA 5. A qual, denominamos somente
FIGURA neste trabalho.
Consideramos os aspectos do aporte teórico das Metafunções Gramática do Design
Visual (KRESS; VAN LEEUWEN, 2006). A partir dessa análise discutimos as inferências de
como a leitura de imagens pode ser trabalhada em sala de aula para contribuir com a melhora
da interação entre professor e aluno, levando em conta o aporte teórico de Almeida-Filho e
Barbirato (2016). Enfatizamos também que as discussões elaboradas em nosso trabalho são
uma das várias formas que a leitura de imagem que pode ser desenvolvida em aula.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
No que diz respeito a FIGURA, podemos levantar questões sobre as percepções dos
educandos ao olhar a imagem e identificarem que se tratava de um menino e uma menina,
questioná-los se é uma atividade comum duas crianças auxiliarem nas tarefas domésticas. A
imagem apresenta a menina em primeiro plano, o que também pode ser um fator a ser
questionado em sala de aula. Quais foram as escolhas do produtor da imagem que o fizeram,
apesar da temática em questão, trazer a imagem da menina na frente e do menino em tamanho
menor? Isso reforça a ideia socialmente aceita de que as mulheres estão mais envolvidas com
as atividades dentro de casa?
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesse aspecto também pensamos sobre a possibilidade de fornecer aos alunos atividades
de leitura através de textos que circulam na sociedade, inclusive aqueles que fazem parte de
suas vidas, para que dessa forma possam perceber que o conhecimento na escola tem relação
com a realidade. Referimo-nos também a contribuição do saber escolar no desenvolvimento de
um aluno para que ele possa agir socialmente de forma ética e competente.
REFERÊNCIAS
Franco, Claudio de Paiva. Way to English for Brazilian Learners: língua estrangeira
moderna: inglês: ensino fundamental II. 1.ed. São Paulo: Ática, 2015.
KRESS, G.; van LEEUWEN, T. Reading Images: the Grammar of Visual Design. 2 ed.
London, New York: Routledge, 2006
MARTINS, Felisbela. Ensinar geografia através de imagens: olhares e práticas. In: Grandes
problemáticas do espaço europeu: diversidade territorial e oportunidades de
desenvolvimento num cenário de crise. Porto: Faculdade de Letras da Universidade do
Porto. p. 429-446, 2014.
Resumo: O presente trabalho tem por finalidade investigar a concepção de ética dos
integrantes do Conselho Municipal de Educação, e a problemática que cerca estes espaços.
Fruto do resultado parcial do projeto de pesquisa intitulado Os direitos Sociais nos Conselhos
Municipais: uma perspectiva de ética, que buscou identificar o conceito de ética dos
integrantes dos Conselhos Municipais de Cruz Alta. Para tanto, foram feitas entrevistas
gravadas com um representante da comunidade, um da Universidade, e outro indicado pelo
poder público, sempre preconizando o sigilo das informações prestadas, bem como o
anonimato. Buscou-se compreender como estes conselheiros aplicam este conceito nos seus
afazeres dentro destes órgãos da descentralização das políticas públicas, bem como, se alguma
vez presenciaram, ou vivenciaram propósitos não éticos nesses espaços, ressaltando o poder
proponente, deliberativo e fiscalizador das políticas públicas. Após sintetizar todos os dados
coletados, estão sendo pensadas intervenções pontuais, afim de contribuir para o
fortalecimento dos supracitados conselhos.
1
Acadêmico do 9º semestre do Curso de Direito da UNICRUZ, Bolsista “Os Direitos Sociais nos Conselhos
Municipais: uma perspectiva ética”, Integrante do Grupo de Pesquisas Jurídicas – GPJUR da UNICRUZ
Integrante do projeto Pibex/2018 Laboratório de Ensino pesquisa e extensão Sorge lebens. E-mail:
thiagoms.rs@hotmail.com
2
Docente da UNICRUZ, Doutora em Filosofia pela Unisinos. E-mail: vneubauer@unicruz.edu.br
3
Pós-graduada em Direito Processual Civil pela Universidade de Santa Cruz do Sul – UNISC e em Docência no
Ensino Superior pela Universidade Norte do Paraná – UNOPAR, graduada em Direito pela Universidade de
Cruz Alta – UNICRUZ, integrante do grupo de pesquisa GPJUR da UNICRUZ, advogada. E-mail:
jessicareisadvocacia@gmail.com
4
Academica do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Cruz Alta. Integrante do projeto
Pibex/2018 Laboratório de Ensino pesquisa e extensão Sorge lebens.E-mail: marielikottwitz@hotmail.com
5
Doutora em Linguística UFSM/UA- Portugal. Mestre em Linguística pela UPF. Mestre em Educação
Uninorte. Licenciada em Letras Português/Inglês/Unicruz. Especialista em Leitura e Produção Textual.
Coordenadora Proenem/Unicruz. Membro do GEL, NEPPS e GPJUR. E-mail: imdlinck@gmail.com
6
Docente Unicruz, Mestre em Direito pela Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul.
E-mail: phomercher@unicruz.edu.br
7
Docente Unicruz, Doutor em Ciências Criminais pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
/PUCRS. E-mail: ldurigon@unicruz.edu.br
8
Docente Unicruz, Doutora em Extensão Rural pela Universidade Federal de Santa Maria – UFSM. E-mail:
ivirgolin@unicruz.edu.br
Abstract: The present work aims to investigate the ethical conception of the members of the
Municipal Council of Education, and the problematic surrounding these spaces. Fruit of the
partial result of the research project titled Social Rights in Municipal Councils: an ethical
perspective. That sought to identify the ethical concept of the members of the Municipal
Councils of Cruz Alta, where recorded interviews were made with a representative of the
community, one from the University, and another one indicated by the public power, always
recommending the secrecy of the information provided, as well as anonymity . Where it was
sought to understand how these councilors apply this concept in their work within these
organs of the decentralization of public policies, as well as, if they have ever witnessed or
experienced unethical purposes within these spaces, highlighting the proponent, deliberative
and fiscalizing power of public policies. After synthesizing all the data collected, specific
interventions are being considered in order to contribute to the strengthening of the
aforementioned councils.
INTRODUÇÃO
O presente texto versa sobre o projeto PIBIC intitulado “Os Direitos Sociais nos
Conselhos Municipais: uma perspectiva ética”, cadastrado sob o número
GAP 00126/201520151108 e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade de
Cruz Alta (UNICRUZ) e pelo Conselho Nacional de Saúde.
No entanto, nesta investigação ficou saliente a importância destes espaços como
controle social, a partir da representatividade que eles exercem, dando voz a uma determinada
parcela da sociedade, ora propondo, ora fiscalizando e até mesmo, deliberando em suas
plenárias sobre políticas públicas. Daí surge a ideia de como um conselho municipal de
educação bem estruturado, comprometido, que age com denodo, é um aliado na execução de
políticas que visem fortalecer o sistema de ensino municipal. Isto é, quando a voz da
coletividade se faz ouvir, por meio de representantes, atores com papéis no cenário político,
nesses espaços privilegiados no Estado Democrático de Direito, efetivando descentralização
das políticas públicas, como alude Oliveira (2003, p. 28):
9
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do
Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente,
nos termos desta Constituição.
[...] sistema de ensino entende-se o conjunto de instituições de educação escolar –
públicas ou privadas, de diferentes níveis e modalidades de educação e de ensino – e
de órgãos educacionais – administrativos normativos e de apoio pedagógico – como
elementos distintos, mas interdependentes que interagem entre si com unidade
garantida por normas comuns elaboradas pelo órgão competente, visando ao
desenvolvimento do processo educativo e em constante interação com o meio em
que se insere.
METODOLOGIA
O estudo possui natureza qualitativa e de delineamento descritivo observacional que
pretende investigar, além do funcionamento dos Conselhos Municipais, a concepção de ética
dos integrantes destes espaços.
Ressaltando a suma relevância na escolha do método de pesquisa, a fim de obter
resultados coerentes e fidedignos, ressaltse Gerhardt (2009, p.57).
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Outro aspecto foi sobre agressões físicas e verbais a professores, que se sentiam
abandonados pela segurança pública, ficando à mercê de agressões de alunos, inclusive de
pais de alunos. Além disso, tratou-se sobre o precário suporte que a Secretaria de Educação
dava a este tipo de caso, causando, muitas vezes, o afastamento dos docentes por transtornos
causados pela exposição a este tipo de violência. Fato este que vem prejudicar a comunidade
escolar pela falta do profissional, que interrompe a ministração do conteúdo pragmático
programado para todo o ano letivo, onerando o município na contratação emergencial de
docente para substituir aquele licenciado.
[...] pode-se afirmar que a descentralização tem sido uma das estratégias
privilegiadas, por meio da qual se procura imprimir a ‘nova racionalidade’ aos
respectivos sistemas de ensino [...]. Nesse contexto, diferentes concepções ou
significados são atribuídos à descentralização, sendo possível classificá-la como: a)
desconcentração, entendida como delegação de responsabilidades administrativas às
esferas inferiores dentro da instância governamental; b) transferência de
responsabilidades a organizações e ou entidades que atuam fora do governo, mas
ficando controladas diretamente por este [...]
ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. Tradução, textos adicionais e notas de Edson Bini. São
Paulo: EDIPRO, 2014. (Série Clássicos Edipro).
______. Lei nº 8.842, de 4 de janeiro de 1994. Dispõe sobre a política nacional do idoso, cria o
Conselho Nacional do Idoso e dá outras providências. Diário Oficial [da] República
Federativa do Brasil, Brasília, DF, 5 jan. 1994. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8842.htm>. Acesso em: 11 de abr de 2017
GERHARDT, Tatiane Engel. SILVEIRA, Denise Tolfo. (2009) Métodos de Pesquisa. Porto
Alegre. Impressão Gráfica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Disponível em: http://www.ufrgs.br/cursopgdr/downloadsSerie/derad005.pdf. Acesso em: 17
mar 2018
LEAL, Rogério Gesta. Patologias corruptivas nas relações entre Estado, Administração
Pública e Sociedade: causas, consequências e tratamentos. Santa Cruz do Sul: Edunisc,
2013.
______. Poder local e participação social: uma difícil equação? In: COSTA, Marli Marlene
Moraes da (Org.); LEAL, Mônia Clarissa Henning (Org. Santa Cruz do Sul: Edunisc, 2013).
BRANDT, Andressa Graziele1; MAGALHÃES, Nadja Regina Sousa2; COSTA, Aline Cezar3;
LOHN, Luciana Gelsleuchter4
Resumo: O presente trabalho trata-se de um estudo sobre a pesquisa etnográfica com crianças
realizado no seminário especial Metodologias Qualitativas na Investigação da Infância II,
ministrado pela professora Drª. Manuela Ferreira da Universidade do Porto, em Portugal, a
partir das discussões do seminário e das bibliografias estudadas. As reflexões sobre o campo da
etnografia com crianças pequenas pretende contribuir para a constituição da pesquisadora na
área da educação. A pesquisa tem abordagem qualitativa, é de cunho bibliográfico. Os aporte
teórico está pautado em Ferreira(2010); Ferreira e Nunes (2014); Kramer (2009); Lima e
Nazário(2014) e outros. Os principais achados da pesquisa foram: i) nas pesquisas etnográficas
há a necessidade de obtenção do assentimento por parte das crianças, malgrado todas as faltas
e falhas de informação que possam existir; ii) o trabalho com registros fotoetnográficos por
meio da fotografia nas pesquisas com crianças tem nos auxiliado a constituir uma aproximação
mais genuína aos universos infantis e contribuído para nos colocar diante de uma experiência
com a infância; iii) há relevância para o campo a pesquisa etnográfica com crianças pequenas
em espaços institucionalizados ou em espaços de convivência social como na rua, bairro,
parque, praças.
Abstract: The present work is a study on the ethnographic research with children carried out
in the special seminar Qualitative Methodologies in Childhood Research II, taught by the
teacher Drª. Manuela Ferreira from the University of Porto, Portugal, from the seminar
discussions and the bibliographies studied. Reflections on the field of ethnography with young
children aims to contribute to the formation of the researcher in the area of education. The
research has a qualitative approach, is bibliographic. The theoretical contribution is based on
Ferreira (2010); Ferreira and Nunes (2014); Kramer (2009); Lima and Nazário (2014) and
others. The main findings of the research were: i) in ethnographic research there is a need to
obtain assent from the children, regardless of any lack and lack of information that may exist;
1
Mestre em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Santa Catarina
- UFSC. Doutoranda do PPGE da UFSC. Membro do grupo de estudos e pesquisas Formação de Professores e
Práticas de Ensino – FOPPE. Professora do IFC – Campus Camboriú.andressa.brandt@ifc.edu.br;
andressabrandt@hotmail.com
2
Mestre em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Santa Catarina
- UFSC. Doutoranda em Educação pela Universidade Federal de Pelotas. E-mail: nadjamagalhaes78@gmail.com
3
Mestre em Práticas Socioculturais e Desenvolvimento Social (UNICRUZ). Especialista em Supervisão Escolar
e Orientação Educacional (UNICRUZ). Licenciada em Pedagogia (UNICRUZ). Docente da Universidade de Cruz
Alta. E-mail: acezar@unicruz.edu.br
4
Doutoranda dos Programa de Pós-Graduação de Educação Científica e Tecnológica - UFSC. Professora do IFC
– Campus Camboriú. E-mail: luciana.lohn@ifc.edu.br
ii) the work with photo-nnographic records by means of photography in the researches with
children has helped us to constitute a more genuine approximation to the infantile universes and
contributed to put us before an experience with the childhood; iii) there is relevance to the field
of ethnographic research with young children in institutionalized spaces or social spaces such
as in the street, neighborhood, park, squares.
Keywords: Teacher training. Qualitative research. Ethnography. Little child. Child education.
INTRODUÇÃO
As autoras (2014), esclarecem em seus estudos que são muitos os desafios do uso
metodológico da etnografia com crianças, pois apesar de toda a ênfase colocada na
abordagem das crianças como atores sociais, o périplo que percorremos até aqui evidencia como
há diferenças substanciais entre as agendas teóricas, a sua abordagem metodológica e a
diversidade humana infantil; como a realidade é sempre mais complexa do que os conceitos e
concepções usados para a descrever; como as opções metodológicas não são neutras nem
isentas de consequências científicas e sociais; e como os modos de entendimento e classificação
das crianças na infância interferem, objetiva e subjetivamente, nas escolhas dos pesquisadores.
Ferreira e Nunes (2014), definem que a presença do viés etário referido chama a atenção
para a necessidade de se consciencializarem e problematizarem: i) as diferenças
intrageracionais que integram a categoria infância; ii) as ordenações hierárquicas e desiguais
que coexistem e são transversais às relações entre e intragerações; iii) as questões teóricas
inerentes ao conceito de infância, cuja complexidade implica considera-lo como categoria
sócio-histórica geracional, internamente plural, heterogênea e desigual, e como espaço social
em que as crianças vivem as suas experiências como crianças; iv) a noção de idade como modo
de classificação e representação social com relevo descritivo e analítico; v) as justificações que
subsidiam os critérios de seleção dos sujeitos empíricos a observar.
As mesmas autoras (2014), lembram que assumir este aviso-desafio requer ponderar as
implicações que se colocam num rol de situações da prática etnográfica, como: i) a profusão de
“vozes” registradas em áudio, vídeo, desenhos, etc., e as decisões sobre o que selecionar e usar/
poderá divulgar e quão (im)parciais serão; ii) os efeitos éticos e epistemológicos da ampla e
fácil circulação de informações no mundo virtual vs. restrita divulgação no mundo real; iii) o
recorrente uso de nomes fictícios para pessoas e lugares na apresentação dos resultados da
pesquisa; iv) a crescente burocratização do processo de entrada e permanência no terreno e
quais os dados a que o etnógrafo terá acesso; v) os atuais condicionalismos temporais que
impendem sobre a academia.
As afirmações e reflexões das autoras nos fizeram elucidar sobre o seguinte
questionamento: As ciências sociais ao utilizarem em suas pesquisas a metodologia qualitativas
com estudos etnográfico contemplando as crianças pequenas de 0-6 anos estão ocupando um
espaço pouco antes pesquisado e conhecido pelas ciências humanas? Quais são os reflexos
desses estudos nos avanços propostos para a educação brasileira principalmente com esses
sujeitos sociais que são as crianças pequenas?
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
Abstract: The current model of economic development has brought great environmental
impacts and there is a need for effective actions that overcome these problems. Among these
actions, environmental education appears as a powerful tool and is a mandatory component in
schools today, with schools being privileged spaces in the implementation of these educational
activities. However, although environmental education has gained space, the real conditions are
far from what is desired as we see an increasing of these impacts. This point brings us the
question of whether environmental education is being effective in facing the socio-
environmental crisis we are experiencing. In this way, what is proposed in this text is the
reflection and study concerning the importance of environmental education as a contribution to
sustainable development and how the education of environmental education in schools is
currently reflected. This work aim to conceptualize and discuss the universe of environmental
education, from different perspectives, revealing the contradictions and challenges of the
effective practices regarding environmental education
1
Graduanda do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, IFFar-Santo Augusto. E-mail:
graziely.stadtlober@gmail.com
2
Graduanda do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, IFFar-Santo Augusto. E-mail:
carolsvro@gmail.com
3
Profª Drª em Ciências. Coordenadora Curso Licenciatura em Ciências Biológicas IFFar- Santo Augusto. E-
mail: clarissa.gervasio@iffarroupilha.edu.br
4
Graduanda do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas IFFar- Santo Augusto E-mail:
diullyvianna343@gmail.com
5
Graduanda do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas IFFar- Santo Augusto E-mail:
andrielyeneas@hotmail.com
INTRODUÇÃO
A educação ambiental (EA), já há algum tempo, tem sido considerada como uma área
que tem ocupado cada vez mais os espaços de reflexão e de atuação, permitindo o conhecimento
e a compreensão das mudanças globais de nosso tempo (Leff, 2003). De acordo, com Vieira
(2008), a educação ambiental (EA) refere-se a um processo de reconhecimento de valores e
clarificações de conceitos, objetivando o desenvolvimento de habilidade e modificando atitudes
em relação ao meio ambiente, relacionada com a prática de tomada de decisões e a ética que
conduzem para a melhoria da qualidade de vida.
O processo de expansão da educação ambiental nas escolas, segundo Loureiro e Cossio
(2007), tem sido bastante acelerado nos últimos anos. Os dados descritos por estes autores
confirmam um processo bem-sucedido do acesso às escolas brasileiras. No entanto, as reais
condições são bastante diferentes do que o retratado, no que diz respeito a inserção, práticas da
educação ambiental, gestão nas escolas etc. Desta forma, tal fato levanta o questionamento de
como a educação ambiental tem sido trabalhada nas escolas e qual o real impacto deste trabalho.
A educação ambiental no Brasil, segundo diretrizes do MEC, é desenvolvida por meio
de três modalidades básicas: projetos; disciplinas especiais e inserção da temática ambiental
nas disciplinas. Contudo, é fundamental que se pense principalmente a formação dos agentes
que mediarão este trabalho nas escolas. Deste modo, é imperativa a atuação de professores
interessados e preparados em promover a EA, assim, a “qualidade da educação realmente se
ancora no processo de educação de professores e de valorização do professor como
profissional” (LONGO, 2016).
Aliado a isso, a relevância da atualidade com relação ao desenvolvimento sustentável,
gera uma necessidade em dissipar as preocupações acerca do assunto. Para isso, a escolarização
da educação ambiental de maneira efetiva, deve começar pela transformação do professor, que,
de acordo com Dias (2004) “tudo, assim, terá que começar com o repensar do processo
formador desse professor/educador para a escola de 1º e 2º graus. Para modificar a escola, será
imprescindível modificar, antes de mais nada, a formação de seu professor”.
A discussão do desenvolvimento sustentável é apenas um dos parâmetros referentes a
educação ambiental. Portanto, repensar a formação do professor, não apenas para tratar de
conceitos isolados, mas sim de um conjunto de princípios e práticas ambientais, que
interligadas, necessitam de um entendimento claro, tanto quanto do professor como dos alunos,
para com a finalidade de atingir os objetivos da EA: consciência, conhecimento,
comportamento, habilidades e participação (DIAS, 2004).
Então, a Educação Ambiental tem como função adaptar os indivíduos à sociedade e
esses às condições limitadas do ambiente natural. Essa adaptação se faz a partir da
preparação intelectual: aquisição de conhecimentos científicos acerca do ambiente.
(TOZZONI-REIS, 2001, p. 39).
METODOLOGIA
Esta análise busca fazer inferências sobre as intenções e ideologias dos autores dos
trabalhos pesquisados.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
A Constituição Federal do Brasil, promulgada no ano de 1988, prevê em seu artigo 225,
que:
Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum
do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações
(BRASIL, 1988, p. 209).
Produzir é, por um lado, objetivar-se no mundo dos objetos produzidos por seu
trabalho; produzir é, do mesmo modo, integrar a natureza no mundo do homem, fazer
com que a natureza perca seu estado de pura natureza, em si, para converter-se em
natureza humanizada, ou natureza para o homem. [...] o homem tem de ajustá-la a seu
mundo humano, mediante a transformação a que submete com seu trabalho
(VÁZQUEZ, 2007, p. 129).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. 3.ed.
Brasília: Senado Federal, Subsecretaria de Edições Técnicas, 2001.
BRASIL. LEI, Nº. 9795, de 27 de abril de 1999. Dispõe sobre a educação ambiental,
institui a Política Nacional de Educa, 1999.
DIAS, Genebaldo Freire. Educação Ambiental: princípios e práticas. 9 ed – São Paulo: Gaia
2004.
LÜDKE, M.; ANDRÉ, M. E.D.A. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo:
EPU, 1986.
VÁZQUEZ, Adolfo Sánchez. Filosofia da práxis. Tradução por: Maria Ercarnación Moya.
São Paulo: Expressão Popular, 2007.
Abstract: Distance learning has gained a great deal of space in the learning process in view of
technological developments coming from the internet. This new model of teaching presents
itself different from the traditional model, requiring the apprentice and the teacher an adaptation
to the new reality. Distance learning is more flexible and portable, training is permanent and
personalized, provides a financial investment more accessible to the student, enhances self-
learning capacity and challenges the learner to develop the capacity for self-learning, planning,
discipline, and management of time, among other characteristics. The present research is
justifiable in view of the need for adaptation both by the student and by the teacher to the new
teaching model. The objective is to analyze the changes that have occurred in the field of virtual
education in order to help the student and the teacher in the process of adapting this new method
and teaching and learning. The method used is exploratory with a bibliographical character,
with research in scientific articles and books on the subject. The present research identified that
distance learning requires a new student and a new teacher, because one can not continue to
1
Pós-graduada em Direito Processual Civil pela Universidade de Santa Cruz do Sul – UNISC e em Docência no
Ensino Superior pela Universidade Norte do Paraná – UNOPAR, graduada em Direito pela Universidade de
Cruz Alta – UNICRUZ, integrante do grupo de pesquisa GPJUR da UNICRUZ, advogada. E-mail:
jessicareisadvocacia@gmail.com.
2
Docente do curso de Estética e Cosmética, Pós-graduada em fisioterapia dermato funcional pela Pontífica
Universidade Católica – PUC, fisioterapeuta.
learn and teach in the same way as in the traditional way of learning, since distance learning
presents different characteristics, to which should the student and teacher adapt.
INTRODUÇÃO
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Moran (2000, p. 07) entende que o educador precisa estar atento para utilizar a
tecnologia como integração e não como distração ou fuga:
Moran (2000, p.02) entende que aprender depende também do aluno, de que ele esteja
pronto, maduro, para vivenciar e absorver a informação emocionalmente. “Enquanto a
informação não faça parte do contexto pessoal - intelectual e emocional - não se tornará
verdadeiramente significativa, não será aprendida verdadeiramente”.
O ensino EAD possui características próprias e inovadoras que podem fazer com que
o aprendiz desenvolva novos hábitos e habilidades:
Na educação EAD pode haver uma interação maior até mesmo entre professores, como
afirma Moran (2000) pode haver professores externos compartilhando determinadas aulas, ou
até mesmo um professor de fora "entrando" por videoconferência, alterando-se assim, o
conceito de presencialidade. Porém, há professores que criticam essa nova forma de ensino,
“porque parece uma forma de não dar aula, de ficar “brincando” de aula”. (MORAN, 2000, p.
10). E além dos professores há também certa dificuldade por parte dos alunos em absorver essa
nova maneira de aprendizagem, pois, segundo Moran (2000, p. 10) “estão acostumados a
receber tudo pronto do professor, e esperam que ele continue “dando aula”, como sinônimo de
ele falar e os alunos escutarem”.
A metodologia da EAD estimula o aprendiz aprender por conta própria, possuindo
mais autonomia sem depender de alguém que lhe diga: “agora estude isso, depois, faça aquilo”
(RODRIGUES, 2010).
A esse respeito Garcia (2005, p. 05) entende que o uso desta tecnologia poderá criar
uma nova dinâmica pedagógica interativa:
O uso pedagógico das redes oferece a alunos e professores, neste processo, há chance
de poder esclarecer suas dúvidas à distância, promovendo ainda, o estudo em grupo
com estudantes separados geograficamente, permitindo-lhes a discussão de temas do
mesmo interesse. Mediante esta tecnologia, o aluno sairá de seu isolamento,
enriquecendo seu conhecimento de forma individual ou grupal. Poderá fazer
perguntas, manifestar ideias e opiniões, fazer uma leitura de mundo mais global,
assumir a palavra, confrontar ideias e pensamentos e, definitivamente, a sala de aula
não ficará mais confinada a quatro paredes. Isto quer dizer que o uso desta tecnologia
poderá criar uma nova dinâmica pedagógica interativa, que se inserida num projeto
pedagógico sólido, sem dúvida, contribuirá e muito para a formação moderna dos
alunos.
REFERÊNCIAS
GARCIA, Paulo Sérgio. A Internet como nova mídia na educação. 2005. Disponível em:
<http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/2010/artigos_teses/EAD/NOVAMID
IA.PDF>. Acesso em 13 dez. 2017.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
GIL, Antonio Carlos. Didática do ensino superior. São Paulo: Atlas, 2006.
Resumo: O presente trabalho busca fazer breves considerações a respeito da sociedade de risco
defendida por Ulrich Beck, em seu livro Sociedade de Risco (2011), relacionando-a com a
temática jurídica da responsabilidade civil. Usando de metodologia bibliográfica e do método
dedutivo, será desenvolvida a tese sobre a sociedade de risco que, explica a extensão dos riscos
produzidos diante de uma sociedade industrial, tecnológica e globalizada. A partir disso, será
demonstrada a necessidade do instituto da responsabilidade civil, a fim de reparar os danos
oriundos dos riscos produzidos em sociedade, principalmente danos decorrentes da
ação/omissão do Estado, que ensejam a aplicação da responsabilidade civil objetiva.
Abstract: The present work seeks to make brief considerations about the risk society defended
by Ulrich Beck in his book Sociedade de Risco (2011), relating it to the legal theme of civil
liability. Using a bibliographical methodology and the deductive method, the thesis on risk
society will be developed, which explains the extent of the risks produced before an industrial,
technological and globalized society. From this, it will be demonstrated the necessity of the
institute of civil liability, in order to repair damages arising from the risks produced in society,
mainly damages resulting from the action / omission of the State, which entail the application
of objective civil liability.
INTRODUÇÃO
1
Acadêmica do Curso de Direito, pela Universidade de Cruz Alta (UNICRUZ). E-mail:
dani.severo5@gmail.com.
2
Acadêmica do Curso de Direito, pela Universidade de Cruz Alta (UNICRUZ). E-mail:
hoteldiplomata@hotmail.com.
3
Acadêmica do Curso de Direito, pela Universidade de Cruz Alta (UNICRUZ). E-mail:
amandalaisea@gmail.com.
Em razão desse novo perfil da sociedade, onde os riscos não podem ser previstos ou
anteriormente delimitados, o Direito enquanto ciência social, surge com o instituto da
responsabilidade civil, instrumento que possibilita a reparação do dano, após a sua ocorrência.
A concepção da teoria do risco, envolve a interpretação dos problemas que originaram-
se a partir do progresso tecnológico e científico que, de certa forma, desafiam a sociedade atual
e sua segurança. Assim, pretende-se realizar a leitura jurídica da responsabilidade civil no
contexto do fenômeno da sociedade de risco.
A problemática desse estudo busca definir em que medida o instituto da
responsabilidade civil pode reparar os danos decorrentes dos avanços científicos e tecnológicos
na sociedade de risco. O objetivo geral da pesquisa é delimitar a responsabilidade civil do
Estado (objetiva) diante da Sociedade de risco, abordada por Ulrich Beck, na obra intitulada
“Sociedade de Risco: rumo a uma outra modernidade” (2011).
Para atingir o propósito da pesquisa, inicialmente, será feita uma abordagem
específica, envolvendo conceito e histórico da sociedade de risco defendida pelo autor supra e,
posteriormente, serão delimitados os pressupostos da responsabilidade civil e qual a sua
importância diante da sociedade de risco.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
1 A sociedade de risco de Ulrich Beck
Desde a década de 90, a sociedade de risco tem sido discutida em todo o mundo, o
que se deve à contribuição de Ulrich Beck, sociólogo alemão, com a publicação do
seu livro “Sociedade de Risco”. Segundo ele, a sociedade industrial deu lugar à
sociedade de risco, segundo a qual a distribuição de riscos não equivale tão somente
às diferenças econômicas, sociais e geográficas da sociedade moderna. As técnicas e
as ciências não têm sido capazes de controlar tais riscos, o que tem acarretado sérios
problemas, dentre eles aqueles relacionados à saúde humana e ao meio ambiente.
Entre os riscos abordados pelo renomado Ulrich Beck encontram-se os riscos
químicos, genéticos e nucleares, que são, segundo GUIVANT (2001), “produzidos
industrialmente, externalizados economicamente, individualizados juridicamente,
legitimados cientificamente e minimizados politicamente”. Neste contexto, nota-se o
surgimento de uma nova forma de capitalismo, que transforma a economia e a ordem
global, impactando diretamente na vida de toda a humanidade.
4
O formaldeído é um composto orgânico volátil (VOC) feito a partir do metanol, que é um álcool muito tóxico à
saúde. Ele serve para impedir o crescimento de microrganismos em diversos produtos, portanto ele possui ação
conservante. Em temperatura ambiente, o formaldeído é um gás incolor que evapora com facilidade. Possui odor
forte e irritante assim como é altamente inflamável e reativo, ou seja, liga-se com outras substâncias muito
facilmente originando produtos químicos e poluentes (eCycle, 2018, p. 1).
presentes em toda parte” (BECK, 2011, p. 65). O autor ainda alude que, quando a ciência e a
tecnologia admitem ter cometido erros (a exemplo dos limites de tolerância de pesticidas),
podem até beirar uma crise política e econômica.
Chegou um momento em que as ameaças surgidas em sociedade, deixaram de ser
imperceptíveis. A modernidade reflexiva incluiu os riscos na consciência pública, o que
Segundo Beck, tornou-se um fator político, por ensejar a criação de meios de contenção e
políticas públicas. No entanto, ao mesmo tempo em que há ciência da existência de riscos, os
mesmos ainda são comercializados, isto é, não há medida preventiva, o foco está no conserto e
reparação. Sobre isso, Beck (2011, p. 68) aduz:
Em sua obra, Ulrich Beck expande sua definição dos riscos, chegando a defini-los
como aquilo que possibilita a antecipação de catástrofes, abrangendo os riscos ambientais, mas
também riscos econômicos e riscos decorrentes do terrorismo, que também estão relacionados
com crises globais (GUIVANT, 2016, p. 4).
Há um questionamento preponderante na obra do autor, referente a quem teria o poder
de definir o que pode ser considerado um risco, e quem irá determinar a proporção desses riscos.
Assim, de acordo com aquele que detiver o poder de decidir, a proporção desse risco pode ser
relativizada ou não. Outrossim, Beck defende que a modernização deve ser reflexiva, somente
dessa forma a própria sociedade poderá evoluir. Conforme o entendimento de Mendes (2015,
p. 212):
Assim como existem os riscos e perigos que já são objeto de pesquisas científicas,
também existem os riscos que ainda são imperceptíveis e não podem ser deduzidos. E na medida
em que esses novos riscos vão surgindo e que as novas mudanças ocorrem na sociedade pós-
industrial, torna-se necessária uma nova concepção jurídica. Dessa forma, cabe ao Estado
procurar soluções para tutelar o cidadão perante essa sociedade e, também cabe ao Direito estar
em constante evolução, a fim de adaptar-se as transformações impostas pela sociedade de risco.
Por essa razão, prevê o nosso ordenamento jurídico a responsabilização civil não só
por ato ilícito, mas também relativamente ao ressarcimento de prejuízos em que não
se cogita da ilicitude da ação do agente ou até mesmo da ocorrência de ato ilícito. Isso
se garante pela teoria do risco, tendo em vista a ideia de reparação ser mais ampla do
que meramente o ato ilícito.
5
As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão
pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o
responsável nos casos de dolo ou culpa (BRASIL, 1988).
medicamento era largamente indicado para gestantes, em decorrência dos sintomas da gravidez,
gerando aos nascituros a síndrome denominada Focomelia, que interferiu no desenvolvimento
dos membros dos fetos, inutilizou órgãos (fígado, coração, rim) ou sentidos (visão, audição). O
fármaco, mesmo sendo um avanço científico à época, não foi concebido com as devidas
precauções, ocasionando o nascimento de indivíduos com deformações físicas devido a
intervenção da substância. A produção do risco decorreu da ação humana, que gerou reflexos
na própria espécie (BAGATINI; ADOLFO, 2016, p. 5).
Atualmente, as vítimas da Talidomida podem recorrer ao judiciário, pleiteando à
União, indenização pelos males causados pelo medicamento, tendo em vista que o fármaco foi
colocado à venda sem os cuidados necessários pelos órgãos de saúde responsável.
Outro exemplo envolvendo responsabilidade civil objetiva, são os desastres causados
ao meio ambiente devido à ação humana, o que pode ocorrer tanto por ação/omissão do Estado,
quanto pelo setor provado. No ano de 2015, em Mariana/MG, a barragem de Fundão se rompeu
e a barragem de Santarém transbordou, ambas pertencentes à mineradora Samarco. O acidente
ocasionou o despejo de uma imensurável quantidade de rejeitos minerais nas águas do Rio
Doce, uma espécie de lama tóxica, “que pode ter determinado a morte de todos os biomas do
rio, das barragens até sua foz, no oceano Atlântico”. Esse incidente já é considerado como o
maior desastre ambiental do Brasil (BRITO; MASTRODI NETO, 2016, p. 44).
Neste último caso, a responsabilidade civil também é objetiva, pois o art. 927,
parágrafo único do Código Civil define que há responsabilidade civil objetiva “nos casos
especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano
implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem” (BRASIL, 2002).
Brito e Mastrodi Neto (2016, p. 50) compreendem que, mesmo inexistindo um Código
Ambiental na lei pátria, “as leis que regulam o tema definem que a responsabilidade civil
ambiental é objetiva”, a exemplo do disposto no art. 14 da Política Nacionaldo Meio Ambiente6,
que impõe ao causador do dano o dever de repará-lo.
6
Art. 14 – Sem prejuízo das penalidades definidas pela legislação federal, estadual e municipal, o não
cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção dos inconvenientes e danos causados pela
degradação da qualidade ambiental sujeitará os transgressores:
[...]
§ 1º – Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o poluidor obrigado, independentemente
da existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua
atividade. O Ministério Público da União e dos Estados terá legitimidade para propor ação de responsabilidade
civil e criminal, por danos causados ao meio ambiente (BRASIL, 1981).
Dessa forma, entende-se que o risco é inerente à atual sociedade, vista como sociedade
do risco. O Estado apoia e até mesmo financia as pesquisas científicas e o próprio
desenvolvimento da tecnologia. Contudo, mesmo incentivando o desenvolvimento tecnológico,
o Estado é incapaz de conter ou prever os riscos da sociedade. Da mesma forma, não consegue
proteger integralmente o indivíduo, de forma preventiva, com o intuito de evitar a ocorrência
de um dano ou lesão. Sendo assim, é de fundamental importância a existência de um
instrumento que possa ressarcir e reparar o dano sofrido, a exemplo do instituto da
responsabilidade civil.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BECK, Ulrich. Sociedade de risco: rumo a uma outra modernidade. Trad. Sebastião
Nascimento. São Paulo: Ed. 34, 2011.
_______. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio
Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências.
Disponível em < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6938.htm>. Acesso: 31 mar.
2018.
CUNHA, Juliana Falci Sousa Rocha; ROCHA, Virgínia Afonso de Oliveira Morais da. A
Sociedade de Risco e o Direito Penal. In: Revista da Faculdade de Direito Milton Campos,
Nova Lima, 2013. Disponível em
<ojs.mcampos.br/index.php/RFDMC/article/download/49/44>. Acesso: 31 mar. 2018.
HUPFFER, Haide Maria; NAIME, Roberto; ADOLFO, Luiz Gonzaga Silva; CORRÊA, Iose
Luciane Machado. Responsabilidade civil do Estado por omissão estatal. In: Rev. direito
GV, São Paulo, 2012. Disponível em
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-24322012000100005>.
Acesso: 31 mar. 2018.
MENDES, José Manuel. Ulrich Beck: a imanência do social e a sociedade do risco. In:
Análise Social, ISSN 2182-2999, 2015. Disponível em:
<http://www.scielo.mec.pt/pdf/aso/n214/n214a12.pdf>. Acesso: 31 mar. 2018.
INTRODUÇÃO
1
Mestra em Letras pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS). Endereço eletrônico:
denisetortelli@yahoo.com.br
2
Dissertação de autoria de Denise Menin Tortelli (TORTELLI, 2017). Sob orientação da professora doutora
Marcia Cristina Corrêa (UFSM).
3
A autora da dissertação é professora em uma escola da rede pública estadual do município de Santa Maria, RS,
desde 2012.
4
O uso da 1ª pessoa do plural é empregado ao referir-se a autora e a orientadora da dissertação.
Neste trabalho, nosso foco será apresentar como adaptamos a metodologia de SD, de
Dolz, Noverraz e Schneuwly (2004) a outro método: a Pesquisa-ação (PA), com base em
Thiollent (2011). Assim, exporemos os motivos que nos levaram a ajustar a metodologia, bem
como procedemos na organização de doze oficinas de produção textual, que tinham como
objetivo qualificar algumas fragilidades linguísticas detectadas nas produções textuais dos
alunos, principalmente referentes à coesão textual.
FONTE: Adaptado em Tortelli (2017, p. 86) a partir de Dolz, Noverraz e Schneuwly (2004, p. 98).
5
Nossa realidade compreende, além do que já mencionamos anteriormente, turmas muito numerosas e o fato de
dispormos de apenas doze encontros semanais (por vezes, quinzenais) para desenvolver o projeto.
Imagem 2: esquema da SD adaptada ao método da PA
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Conforme Dolz, Noverraz e Schneuwly (2004, p. 91) alguns pontos são cruciais
para compreender e apreciar as especificidades de uma SD: 1º) os princípios teóricos
subjacentes ao procedimento; 2º) o caráter modular do procedimento e suas
possibilidades de diferenciação; 3º) as diferenças entre o trabalho com oralidade e com
escrita e 4º) a articulação entre o trabalho na sequência e outros domínios de ensino de
língua. Cabe discutirmos alguns relevantes a nossa pesquisa.
Quanto aos princípios teóricos, a metodologia recorre a uma avaliação formativa que
objetiva, através de atividades diversificadas, proporcionar condições para que os alunos se
apropriem dos instrumentos e noções propostos. Para tanto, se vale da motivação - seja pela
escolha do gênero ou pela variação/flexibilização nas atividades – como recurso fundamental
na transformação6 do educando por meio de uma “consciência mais ampla de seu
comportamento de linguagem em todos os níveis”. (DOLZ et al, 2004, p. 92).
Tendo em vista esses princípios teóricos, procuramos, em nosso trabalho, motivar os
alunos, inicialmente, através da escolha de um gênero atrativo e instigante, apropriado ao nível
de escolaridade e seguindo a proposta de agrupamento da SD com uma pequena flexibilização:
a troca da novela fantástica pelo conto de terror.7 Posteriormente, no decorrer das oficinas,
buscamos perdurar essa motivação através da diversificação de exercícios e atividades de apoio.
Através da mediação da professora/pesquisadora, o foco dos alunos partiu dos problemas de
6
Grifo meu.
7
Esse ajuste foi realizado devido ao tempo de duração das oficinas.
textualidade, apresentados e solucionados nos exercícios, para um olhar sobre o próprio texto.
Nossa intenção foi de que percebessem as fragilidades manifestadas em suas escritas, colocando
em prática formas de resolução coerentes de modo a internalizar as noções trabalhadas.
A PA demonstrou ser uma ferramenta eficaz no processo de avaliação, não só por
permitir uma verificação dos resultados mais imediata e contínua, mas, também, como
condutora para novas ações. Dessa maneira, foi um método importante no desenvolvimento dos
módulos e escolha das atividades que melhor acomodassem os conteúdos em que a turma
apresentou maior dificuldade.
Em relação ao caráter modular, a metodologia privilegia, por meio de uma abordagem
interacionista e social, a flexibilidade no que tange à escolha do gênero, à estrutura
organizacional e à elaboração de atividades, sempre levando em conta “as diferenças entre os
alunos” (DOLZ et al, 2004, p.93) e as necessidades individuais que apresentem. No entanto,
para os autores citados, a ordem dos módulos não é totalmente aleatória, pois “certas atividades
apresentam uma base para a realização de outras”. (DOLZ et al, 2004, p. 94),
Ao estruturar nossa SD, procuramos seguir a proposta original e todas as etapas que a
compõe: apresentação da situação, produção inicial, módulos de atividades e produção final.
No entanto, com o intuito de verificar os progressos e os fatores que ainda precisavam de uma
maior atenção, intercalamos reescritas aos módulos de atividades. Ademais, acrescentamos o
módulo Circulação do gênero a fim de assegurar uma proposta interacionista de uso real da
linguagem, ao invés de uma situação fictícia.
Sobre a articulação entre as sequências e as atividades de estruturação da língua, os
autores (2004) ressaltam que o foco da SD está em uma perspectiva textual, ou seja, nas marcas
de organização características de um dado gênero. Outrossim, é possível trabalhar, dentro de
uma SD, fatores de ordem linguística que estejam prejudicando a textualidade de forma pontual.
Segundo Dolz et al (2004) as sequências não podem assumir a totalidade do trabalho de
domínio linguístico e devem apoiar-se em certos conhecimentos construídos em outros
momentos.
Em nosso trabalho procuramos seguir o exposto acima, partindo, inicialmente, do
reconhecimento do gênero e adequação dos textos às características de um conto para,
posteriormente, aplicar, através dos módulos, atividades de análise linguística contextualizadas,
propiciando aos alunos reflexões sobre a organização da língua em seu uso efetivo, dentro do
texto. Assim, tentamos guiar o olhar dos alunos para uma compreensão do sentido e função que
determinados recursos de textualização apresentavam na tessitura do texto.
CONSIDERAÇÕES FINAIS OU CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
Resumo: Investigar o momento atual da educação e das tecnologias, pautado em toda nossa
história, é um tópico relevante quando queremos falar do mundo que está instaurado na
contemporaneidade. Esta pesquisa surge da inquietação sobre quais ações estão sendo tomadas
em relação ao uso de tecnologias da comunicação e da informação nos Cursos de Licenciatura
dos IF’s do RS. Nessa linha de pensamento iniciamos a discussão de como está sendo tratada a
informática, a tecnologia, a informação e a comunicação tecnológica, dentro das instituições
formadoras dos novos sujeitos, de modo que, estes novos professores, saibam lidar com a
diversidade de temas relacionando TCI’s e o processo de ensino aprendizagem. As Tecnologias
da Informação e Comunicação, estão em todos os lugares e a educação está entre as ferramentas
mais importantes que podemos possuir para que possamos obter aquele “algo a mais” em nossa
existência, e as novas mentes que estão nascendo, dependem da geração de intelectos que está,
hoje, nas inúmeras instituições de ensino deste país. Dessa forma, realizamos uma pesquisa
documental com os Projetos Pedagógicos dos Cursos de Licenciaturas encontrados nos sites
institucionais dos três Institutos Federais do Estado do Rio Grande do Sul. Como resultados
demonstramos a realidade encontrada e a certeza de que precisamos estimular a criação de
meios para estimular os que já estão caminhando em prol do processo de transformar
gradativamente os currículos trazendo-os mais perto da inclusão de Tecnologias da Informação
e Comunicação em matrizes curriculares de cursos de Licenciatura.
Abstract: Investigating the current moment of education and technologies, based on our history,
is a relevant topic when we want to talk about the world that is established in the contemporary
world. This research arises from the concern about what actions are being taken in relation to the
use of communication and information technologies in the Degree Courses of the IF's of RS. In this
line of thought, we began the discussion of how computing, technology, information and
technological communication are being treated within the institutions that form the new subjects,
so that these new teachers can deal with the diversity of topics related to ICTs and the process of
teaching learning. Information and Communication Technologies are everywhere and education is
among the most important tools that we can have so that we can get that "something more" in our
existence, and the new minds that are born, depend on the generation of intellects that is today in
the numerous educational institutions of this country. Thus, we conducted a documentary research
with the Pedagogical Projects of the Degree Courses found in the institutional sites of the three
Federal Institutes of the State of Rio Grande do Sul. As results we demonstrate the reality found
1
Docente do Instituto Federal Farroupilha – Campus Panambi. E-mail: Sirlei.koslowski@iffarroupilha.edu.br
2
Aluna egressa do Curso de Tecnologia em Sistemas para Internet do IFFAR Campus Panambi. E-mail:
jeh7mf@gmail.com
and the certainty that we need to stimulate the creation of means to stimulate those who are already
walking in favor of the process of gradually transforming the curriculum bringing them closer to
the inclusion of Information and Communication Technologies in curricular matrices of
undergraduate courses.
INTRODUÇÃO
Estudar o momento atual da educação e das tecnologias, pautado em toda nossa história,
é um tópico relevante quando queremos falar do mundo que está instaurado na
contemporaneidade. Tempos de inquietação, reflexão e investigação de temas que abordam a
cultura midiática na escola, e como esses assuntos estão sendo discutidos nos cursos de
licenciaturas por docentes e alunos. Segundo Khan (2013), a tecnologia tem o poder de nos
libertar das limitações, de fazer com que a educação seja muito mais portátil, flexível e pessoal;
de incentivar a iniciativa e a responsabilidade individual, de restaurar a empolgação, de se
considerar o processo de aprendizagem uma caça ao tesouro. Abordar as tecnologias na
educação, não é um tema novo, apesar de causar um certo estranhamento, desconforto, um mal-
estar docente.
A partir da constatação que este é um assunto que causa estranhamento por parte dos
docentes, se faz necessário investigar, através dos projetos pedagógicos dos Cursos de
Licenciatura dos Institutos Federais (IF) do Rio Grande do Sul (RS), local da formação de
professores e disseminadores de conhecimentos, como está sendo tratado o assunto Tecnologias
da Informação e da Comunicação.
Observou-se a necessidade de estudar quais ações estão sendo tomadas em relação ao
uso de tecnologias da comunicação e da informação pelos futuros formadores de novas mentes,
dentro do sistema educacional brasileiro. Para isso, fez-se necessário uma pesquisa documental,
junto a estes projetos pedagógicos de cursos, trazendo dados quantitativos para expor a
realidade que se apresenta em relação às Tecnologias da Comunicação e Informação (TCI) nas
licenciaturas dos IFs do RS.
Tecnologias como celular e computador possuem diferentes tipos de utilidades,
compatíveis com o mundo em que vivemos: em constante mutação e interatividade. Por meio
dele podemos desenvolver simultaneamente várias habilidades, facilitando a formação de
indivíduos polivalentes e multifuncionais. (TAJRA, 2012).
Assim, conforme Pais (2010), não se trata de reduzir a importância das fontes
tradicionais de informação, tais como o texto impresso ou a comunicação verbal. O importante
é reconhecer que os recursos tecnológicos digitais não só redimensionam as condições de
acesso às fontes de informação, como também ampliam as situações de aprendizagem, o que
significa multiplicar as condições potenciais de acesso a educação escolar. Para que isso ocorra
é necessário que também seja um assunto abordado quando estes indivíduos, futuros
professores, ainda estão em processo de formação inicial, ou seja na graduação. Sendo assim,
nosso principal objetivo com o projeto em questão foi investigar os Projetos Pedagógicos dos
Cursos (PPC) de Licenciatura dos Institutos Federais do estado do Rio Grande do Sul, e fazendo
uso dos dados analisados no estado, realizar uma comparação com o Instituto Federal
Farroupilha.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Com essa pequena amostra, podemos analisar o modo com que os Projetos Pedagógicos
dos Cursos das Licenciaturas dos IFs trabalham com as TCId em seus cursos:
(IFFAR) O Instituto Federal Farroupilha mantém dezessete (17) cursos de Licenciatura,
entre Licenciatura em Ciências Biológicas, Licenciatura em Matemática, Licenciatura em
Química, Licenciatura em Educação no Campo, Licenciatura em Física e Licenciatura em
Computação, que estão distribuídos em onze (11) campi.
Para realizar a análise das TIC’s dentro dos PPC’s, fez-se necessário a não inclusão dos
cursos relacionados a área a ser estudada, neste caso os cursos de Licenciatura em Computação,
totalizando dois (2), pois mantém, em sua matriz curricular, maioria de disciplinas referentes à
TIC’s. Assim, realizou-se a pesquisa em cima de quinze (15) cursos de Licenciatura.
(IFRS) Em relação ao estudo do Instituto Federal do Rio Grande do Sul, o mesmo apresenta
dezessete (17) cursos de Licenciatura: Licenciatura em Ciências Biológicas, Licenciatura em
Matemática, Licenciatura em Química, Licenciatura em Física, Licenciatura em Ciências da
Natureza – Biologia e Química, Licenciatura em Letras Português e Espanhol, Licenciatura em
Ciências Agrícolas, Licenciatura em Letras Português e Inglês, Licenciatura em Letras - Língua
Portuguesa e Licenciatura em Pedagogia, distribuídos em dezessete (17) campi. Observou-se
também que em sete (7) campi não há nenhum curso de Licenciatura.
O IFRS não dispõe de nenhum curso de Licenciatura relacionado há Tecnologias da
Informação e Computação. Portanto, executamos a investigação com todas as Licenciaturas, e,
podemos dizer que, 64,7%, o que representa onze (11) cursos de Licenciatura, mantém disciplinas
obrigatórias relacionadas às TIC’s em sua matriz curricular obrigatória
(IFSUL) O Instituto Federal Sul-Rio-Grandense, conta com quatorze (14) campi, e mantém
quatro (4) cursos de Licenciatura, dentre eles: Licenciatura em Computação, Licenciatura Física,
Licenciatura Ciências Biológicas e Licenciatura Química. Estes quatro (4) cursos tem como sede a
cidade de Pelotas, e com curso de Licenciatura em Computação fica no Campus Pelotas, e os outros
no campus Pelotas - Visconde da Graça.
Pesquisando sobre os cursos que não são da área de Tecnologia da Informação e
Comunicação, podemos dizer que 100% das Licenciaturas mantêm disciplinas obrigatórias
relacionadas às TIC em sua matriz curricular. O que vêm de encontro do perfil do egresso, que
deverá possuir um repertório de informações e habilidades compostos pela pluralidade de
conhecimentos teóricos e práticos. (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2015).
Questiona-se o motivo de não haver mais sobre Tecnologia, Informação, Informática,
Comunicação, nos PPC’s das Licenciaturas estudadas, pois sabemos, de acordo com Busarello,
Bieging & Ulbricht (2015), não são poucas as políticas educacionais na América Latina que
têm como premissa a necessidade de melhorar a formação dos professores, estes por sua vez,
considerados atores fundamentais num contexto de mudanças e novas demandas na cultura
escolar.
Mas, se pretendemos atender as DCN’s que nos apresentam em seu art. 5º, inciso VI,
que nos diz que se espera no egresso de uma Licenciatura, a capacidade de fazer uso competente
das TIC’s para o aprimoramento da prática pedagógica e a ampliação da formação cultural
dos(das) professores(as) e estudantes, (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2015) deve-se
começar a pensar em como esperamos que um Licenciado saia de uma Instituição com tais
conhecimentos, se em sua formação, muitas vezes, não lhe é ofertado? Em um mundo
conectado e impermanente, como vamos trabalhar com esse aluno senão temos conhecimento
adequado?
REFERÊNCIAS
Khan, Salman. Um mundo, uma escola: educação reinventada. Rio de Janeiro: Intrínseca,
2013.
Minayo, Maria Cecília de Souza. Pesquisa Social: teoria, método e criatividade. 31ª Ed.
Vozes: Petrópolis - RJ, 2012.
Pais, Luiz Carlos. Educação escolar e as tecnologias da informática. 1. ed. Belo Horizonte:
Autêntica, 2010.
Aparecida Santana6
Resumo: Esta pesquisa tem como objetivo tecer algumas considerações sobre o cinema
enquanto meio de caracterização e construção do imaginário sobre o sujeito professor e suas
competências. Isto porque o cinema é um relevante meio de problematização sobre questões
sociais na sua relação com a área das Ciências Matemáticas e Biológicas. A metodologia é de
cunho qualitativo, com caráter bibliográfico e empírico, enfocando películas com conteúdos
referentes a estas searas. É relevante perceber que uma imagem é apenas a representação de
uma faceta de um ser, podendo ou não representar seu eu verdadeiro. Ao observar como o
cinema retrata os professores, pode-se compreender algumas concepções e atitudes dos
estudantes no que se refere à Matemática, à Biologia e ao seu processo de ensino-aprendizagem.
Conclui-se, assim, que a linguagem fílmica é uma ferramenta pedagógica que contribui para a
construção do imaginário docente em inúmeras esferas, mais especificamente no campo das
Ciências Matemáticas e Biológicas.
Abstract: This research aims to make some considerations about the cinema as a means of
characterization and construction of the imaginary about the subject teacher and his skills. This
is because the cinema is an important means of to problematize on social issues in its relation
with the area of Mathematical and Biological Sciences. The methodology is qualitative, with a
bibliographical and empirical character, focusing on films with contents related to these crops.
It is relevant to realize that an image is merely the representation of a facet of a being, whether
or not it represents its true self. By observing how cinema portrays teachers, one can understand
some students' conceptions and attitudes regarding Mathematics, Biology and their teaching-
learning process. It is concluded, therefore, that the filmic language is a pedagogical tool that
contributes to the construction of the teaching imaginary in countless spheres, more specifically
in the field of Mathematical and Biological Sciences.
1
Parte do presente texto foi apresentado no Seminário de Educação da EASA, em Cruz Alta/RS, ocorrido no mês
de setembro de 2017.
2
Professora da UNICRUZ. E-mail: mmoraes@unicruz.edu.br
3
Professora da UNICRUZ. E-mail: mschettert@unicruz.edu.br
4
Professora da UNICRUZ. E-mail: dpaz@unicruz.edu.br
5
Professora da UNICRUZ. E-mail: fcosta@unicruz.edu.br
6
Professora da UNICRUZ. E-mail: mcamargo@unicruz.edu.br
INTRODUÇÃO
Vive-se em uma época onde as mudanças são constantes e significativas, sendo assim
é urgente analisar o quanto a educação é um dos fatores fundamentais para a convivência e a
harmonia em sociedade. Por outro lado, ao entender o cinema como uma importante ferramenta
de representação das relações estabelecidas entre os sujeitos e entre estes e o meio, sente-se a
necessidade de conhecer como a mídia percebe e retrata o professor em seu papel de mediador
entre o conhecimento historicamente construído e o aprendizado dos alunos. Para Duarte (2002,
p. 16):
[...] a educação que é ministrada no interior da escola é vista apenas como uma das
muitas formas de socialização de indivíduos humanos, como um entre os muitos
modos de transmissão do conhecimento, de constituição de padrões éticos, de valores
morais e competências profissionais. Deste ponto de vista, evidencia-se a necessidade
de identificar e analisar todos os espaços e circunstâncias nos quais esse processo
acontece. É nessa direção que caminha grande parte dos estudos destinados a
investigar o papel social do cinema.
Nesse sentido, a mídia tem poder manipulador do imaginário das pessoas, podendo
influenciar a visão da sociedade sobre o papel do professor. Ao mesmo tempo, pode servir de
modelo para o docente iniciante que sai do meio acadêmico ainda sem muita clareza sobre as
possíveis estratégias para realizar seu trabalho. Desse modo, a presente pesquisa tem como
objetivo tecer algumas reflexões sobre o cinema enquanto meio de caracterização e construção
do imaginário sobre o sujeito professor e suas competências. Isto porque o cinema é um
relevante meio de problematização sobre questões sociais na sua relação com a área das
Ciências Matemáticas e Biológicas.
METODOLOGIA
A metodologia é de cunho qualitativo, com caráter bibliográfico e empírico, enfocando
películas com conteúdos referentes a estas searas. A investigação embasou-se em autores, tais
como Bruner (1976), Dalton (1996), Duarte (2002), Fischer (1971) e Setton (2004) e Wolton
(2010).
RESULTADOS E DISCUSSÕES
O cinema como mediador entre o ensino e as relações sociais
As relações sociais se estabelecem na interação recíproca com o outro e são mediadas
pelo processo de comunicação. O homem, sendo um ser social, se comunica para atender à
necessidade de se expressar, de compartilhar e, principalmente, de convencer o outro. Wolton
(2010, p. 19) assevera que “[...] a comunicação é inerente à condição humana. Não há vida
pessoal e coletiva sem vontade de falar, de comunicar, de trocar, tanto na escala individual
quanto coletiva”. O cinema é uma arte e como tal é uma recriação do real, compreendido como
um elemento importante para a efetivação do processo de comunicação, reunindo imagem,
informações e construindo modelos no imaginário das pessoas.
A época de ouro do cinema deu-se entre os anos 1920 e 1950. Alguns anos mais tarde,
começam a aparecer filmes que retrataram as relações estabelecidas entre professores e alunos
ao longo de sua convivência diária. Podem-se destacar películas como:
Ao Mestre, com carinho (1967), onde Sidney Poitier, um professor negro, luta para
que seus alunos, em uma escola de subúrbio londrino, consigam se valorizar e se inserir
na sociedade;
Sociedade dos poetas mortos (1989), Robin Willians interpreta o professor John
Keating que revoluciona uma escola tradicional ao pregar a liberdade com a expressão
Carpe Diem (aproveite o dia);
Escola da vida (2005), o jovem professor Sr. D, ao chegar na escola, inicia seu trabalho
pautado em uma prática educativa inovadora, modificando as relações até então
estabelecidas entre docentes e discentes, causando um desconforto com os colegas que
com o passar do tempo sentem-se impelidos a repensarem suas práticas tradicionais;
Pro dia nascer feliz (2006), documentário brasileiro produzido por Joaquim Jardim,
que olha o ensino na sua dicotomia entre o público e o privado, visualizando que jovens
estudantes vivendo em mundos diferentes possuem sonhos similares e destacando o
diferente nível de comprometimento dos professores com seus alunos.
Assim, a trajetória do cinema até os dias atuais é permeada por mudanças,
acompanhando, especialmente, a evolução tecnológica. O filme mudo de Chaplin evolui para
megaproduções e chega à terceira dimensão, porém o objetivo de informar, divertir, sensibilizar
e conscientizar se mantém inalterado.
Não existe educação sem comunicação, fato este que obriga a escola a buscar apoio
das diferentes linguagens comunicativas e dos diversos meios tecnológicos para que ocorra a
transformação dos instrumentos pedagógicos tradicionais para práticas que favoreçam o
aprender a aprender. Desse modo, é possível levantar o seguinte questionamento: o cinema,
como arte, é capaz de imitar a vida ou a vida, com toda sua complexidade, imita o cinema?
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O cinema, como manifestação artística e cultural, é uma recriação do real, valendo-se
de imagens sociais consolidadas para criar personagens e fatos e, assim, reforçar ainda mais
uma representação determinada de professores e de processos pedagógicos. A sétima arte
sempre marcou a história da humanidade, sendo de grande influência para a leitura de mundo,
podendo tornar significativos os conteúdos que envolvem a Matemática e a Biologia.
Ao observar como o cinema retrata os professores, pode-se compreender algumas
concepções e atitudes dos estudantes no que se refere à Matemática, à Biologia e ao seu
processo de ensino-aprendizagem. O matemático é caracterizado como aquela pessoa capaz de
resolver expressões numéricas com alto grau de dificuldade, facilmente utiliza livros em seus
estudos, faz cálculos com auxílio de calculadoras, lápis, papel, giz e lousa. Normalmente é
considerado nerd, louco, antissocial, mal vestido, estressado e arrogante. Na maioria das vezes,
a função de matemático está ligada ao sexo masculino.
Em relação à área das Ciências Biológicas, pode-se perceber que o professor é visto
como o descobridor, pois, desde as crianças até os adultos, tem curiosidades quanto ao ambiente
que vive, bem como interesse para conhecer mais do seu corpo. Assim, cabe ao professor
interagir com os alunos e mostrar como é o funcionamento do meio em que estão inseridos.
Muitas vezes, os alunos têm dúvidas que vem de casa e com o professor sentem-se à vontade
para perguntar e sanar as dúvidas. Dessa forma, há uma relação de cumplicidade e troca entre
o professor e seus alunos.
Diante do exposto, constata-se o quanto as disciplinas de Matemática e Biologia têm
a ensinar por meio da linguagem fílmica. É útil que se mostre aos educandos os conteúdos que
as narrativas fílmicas podem trazer para a discussão, influenciando diretamente no processo de
formação integral dos jovens, indo muito além do que é construído pelo imaginário social sobre
o sujeito professor de Matemática e de Biologia.
REFERÊNCIAS
BRUNER, Jerome S. Uma nova teoria de aprendizagem. Rio de Janeiro: Bloch Editores,
1976.
Filme Ao Mestre, com Carinho. Direção: James Clavell. Drama. Reino Unido, 1967. 105 min.
Filme Sociedade dos Poetas Mortos. Direção: Peter Weir. Drama. Estados Unidos, 1989. 129
min.
Filme Escola da Vida. Direção: William Dear. Drama. Estados Unidos, 2005. 110 min.
Filme Escritores da Vida. Direção: Richard LaGravenese. Drama. Estados Unidos, 2007. 123
min.
Filme Pro Dia Nascer Feliz. Direção: João Jardim. Documentário. Brasil, 2006. 88 min.
Filme Uma Mente Brilhante. Direção: Ron Howard. Drama. Estados Unidos, 2001. 140 min.
Filme Pi. Direção: Darren Aronofsky. Drama. Estados Unidos, 1998. 85 min.
Filme Quebrando a Banca. Direção: Robert Luketic. Ação. Estados Unidos, 2008. 123 min.
Filme O Preço do Desafio. Direção: Ramón Menénde. Drama. Estados Unidos, 1988. 103 min.
Filme Sob Domínio do Medo. Direção: Rod Lurie. Thriller criminal. Estados Unidos, 2011.
80 min.
Filme O Quarto de Fermat. Direção: Luís Piedrahita e Rodrigo Sopeña. Suspense. Espanha,
2007. 88 min.
Filme Gênio Indomável. Direção: Gus Van Sant. Drama. Estados Unidos, 1997. 126 min.
Filme O Espelho tem Duas Faces. Direção: Barbra Streisand. Melodrama. Estados Unidos,
1996. 128 min.
Filme Parque dos Dinossauros. Direção: Steven Spielberg. Ficção Científica. Estados Unidos,
1993. 127 min.
SETTON, Maria da Graça Jacinto (Org.). A Cultura da Mídia na Escola: ensaio sobre cinema
e educação. São Paulo: Annablume: USP, 2004.
Abstract: Education thought out from its transversality recognizes and presents at its base the
foundations and purposes of a formation associated with moral ethical values. In this context,
the objective of this research is to investigate the Brazilian norms that regulate the
environment, thus strengthening an idea of Environmental Education. The study is justified by
the current scenario in which we live from environmental catastrophes and behavioral modes
1
Discente do Curso de Direito da Universidade de Cruz Alta. Bolsista PIBIC “Ética no Estado Socioambiental
de Direito”. Voluntária PIBEX “Laboratório de Humanidades: Sorge Lebens/Unicruz”. E-mail:
leticia_picada@outlook.com
2
Discente do Curso de Direioto da Universidade de Cruz Alta. Bolsista PIBIC “Ética no Estado Socioambiental
de Direito”. Voluntário PIBEX “Laboratório de Humanidades: Sorge Lebens/Unicruz”. E-mail:
wesley_guisso13@hotmail.com.
3
Docente da Universidade de Cruz Alta. Doutora em Filosofia pela UNISINOS. E-mail:
veneubauer@unicruz.edu.br.
4
Mestre em Desenvolvimento Pela UNIJUÍ. Especialista em Direito Civil e Processo pela UNICRUZ. Membro
do Grupo de Pesquisa GPJur. Docente do Curso de Direito da UNICRUZ. E-mail:
fhammarstron@unicruz.edu.br
5
Mestre em Direito pela UNIRITTER. Especialista em Direito Penal e Processo Penal pela UNIRITTER.
Docente do Curso de Direito da UNICRUZ. E-mail: moisesmatusiak@gmail.com
6
Discente do Curso de Direito. Bolsista PIBEX Sorge Lebens. E-mail: isakniphoff333@gmail.com
7
Discente do Curso de Direito da Universidade de Cruz Alta. Bolsista PIBEX. Estagiária na Defensoria Pública
de Cruz Alta. Email: kakafranzen@hotmail.com.
8
Docente Unicruz, Mestre em Práticas Socioculturais e Desenvolvimento Social pela Universidade de Cruz
Alta. Especialista em Direito Penal e Processual Penal, pelo Centro Universitário Leonardo da Vinci.
Especialista em Direito Previdenciário pela Universidade de Anhanguera. Especialista em Direito Civil e
Processual Civil pela Universidade de Cruz Alta. E-mail: fpias@unicruz.edu.br
9
Docente Unicruz, Doutora em Extensão Rural pela Universidade Federal de Santa Maria – UFSM. E-mail:
ivirgolin@unicruz.edu.br
aimed at the ease of modern life which encourages the use of disposable materials
excessively. The study is of bibliographical, investigative character that to better clarify its
purposes, is structured in two items. The first describes the legislation that directly regulates
Environmental Education and, next, then analyzes the ethics behind legislation.
INTRODUÇÃO
Inúmeros são os problemas que a sociedade enfrenta, por não possuir em alguma
etapa da construção social, o cuidado necessário com o meio ambiente, tais como a
mobilidade urbana, desastres naturais, saneamento básico entre outros, e assim, com o
referente estudo. Busca-se investigar, descrever e analisar as legislações sobre Direito
Ambiental que se encontram no ordenamento jurídico brasileiro, os quais buscar-se-á
correlacioná-los em seu viés voltado para a Ética da Educação. Nesse sentido, se faz
necessário debater a temática da Ética Ambiental associada à educação formal, corresponde
aos deveres: ético e jurídico de preservar o meio ambiente ecologicamente equilibrado para
presentes e futuras gerações.
Considerando-se que o meio ambiente ecologicamente equilibrado é benéfico a todos
os cidadãos, sendo um bem de uso comum da sociedade, um dos maiores problemas
enfrentados na questão ética-normativa com relação a esse conceito é que a sociedade
brasileira possui a ideologia de que os bens de uso comum da sociedade não pertencem à
ninguém, fazendo com que não haja o cuidado necessário que o sistema ecológico precisa,
logo, necessitou-se criar diversas legislações para que houvesse um controle normativo das
ações que poderiam ser tomadas com relação ao meio ambiente. O trabalho se dedicará a
analisar especificamente a Lei n.º 9.795 que regulamenta a Educação Ambiental bem como
institui a Política Pública de Educação Ambiental em todo processo e nível de educação no
Brasil, momento em que se caraterística a Educação Ambiental como um saber construído
conjunto entre sociedade e Estado.
A temática possui caráter essencial, pois o atual cenário do meio ambiente no Brasil
é devastador e preocupante, uma vez que as informações e conhecimentos que a população
detém acerca do meio ambiente são rasos e insuficientes para que se tenha uma melhor
proteção e preservação do mesmo.
O objetivo do trabalho é descrever a legislação que versa sobre meio ambiente e
educação ambiental no âmbito local e regional pontuando as implicações referentes a ética
socioambiental.
Após estas considerações iniciais, o trabalho encontra-se estruturado em outros dois
itens além das considerações finais. O primeiro item descreverá as legislações brasileiras que
regulamentam sobre a temática e, após, analisar-se-á a ética socioambiental no Estado de
Direito, analisando as leis infraconstitucionais frente à doutrina selecionada. Consoante a isto,
apresenta-se as conclusões da pesquisa realizada.
Presente trabalho possui caráter qualitativo bibliográfico, afinal foi elaborado a partir
de livros, artigos científicos e leis, Segundo Mezzaroba e Monteiro (2009, p.110) “a
compreensão das informações é feita de uma forma mais global e inter-relacionada com
fatores variados, privilegiando contextos”.
Possuindo assim caráter de cunho bibliográfico, concentrando-se na análise de
legislações que versem sobre assunto, com ênfase nas legislações brasileiras, a qual possui o
proposito de instigar nos seres humanos a responsabilidade social perante o planeta no qual
vivem.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Art. 1º. Entendem-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o
indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades,
atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso
comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.
Art. 2º. A educação ambiental é um componente essencial e permanente da educação
nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e
modalidades do processo educativo, em caráter formal e não-formal.
Fiorillo (2004, p. 54) ainda contribui afirmando que, com a Educação Ambiental,
inicialmente esculpida na Constituição Federal e posteriormente positivada em legislação
específica, busca “[...] trazer uma consciência ecológica ao povo, titular do direito ao meio
ambiente, permitindo a efetivação do princípio da participação na salvaguarda desse direito”.
10
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e
essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e
preservá-lo para as presentes e futuras gerações. […] VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de
ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente.
Dentre as políticas estatais voltadas para o meio ambiente, a Política Nacional de
Educação Ambiental é uma das mais importantes, pois é no processo de ensino aprendizagem
na educação formal ou não-formal que se busca, por meio da educação ambiental, tornar apta
a sociedade, a proteger o meio ambiente, ou seja, tornar o indivíduo cidadão ambiental. A Lei
nº 9.795/99, conhecida como a Lei da Educação Ambiental, prevê que o processo de educação
ambiental deve estar presente em todos os níveis de ensino. Tal sistema de ensino dá suporte
para que o Estado Democrático de Direito Ambiental venha a ser efetivo, para garantir um
desenvolvimento sustentável.
Sendo assim, a Educação Ambiental deve ser vista e entendida como um processo em
que cada cidadão em conjunto com a sociedade apreende e objetiva ao bem maior, sendo um
componente primordial e permanente à educação nacional, devendo estar presente em todos
os níveis de educação e modalidades, ou seja, desde o ensino infantil até o ensino superior, em
cursos técnicos e profissionalizantes e na educação não-formal. Ressalta-se assim a
obrigatoriedade desta educação, uma vez que “o Congresso Constituinte, ao elaborar a atual
Constituição, teve a preocupação de elevar o tema à categoria de Norma Constitucional, como
um direito e, ao mesmo tempo, uma obrigação extensiva a todos” (RODRIGUES, 2017, p.
211).
A Constituição Federal de 1988 atribui ao Poder Público a responsabilidade de
promover a Educação Ambiental e, em contrapartida, a Lei n.º 9.795/99 regulamenta que não
é responsabilidade somente do Poder Público, mas de toda sociedade como uma coletividade
de seres humanos detentores de diretos e deveres e, assim, que tal educação seja de fato
aplicada no cotidiano.
11
Art. 9o Entende-se por educação ambiental na educação escolar a desenvolvida no âmbito dos currículos das
instituições de ensino públicas e privadas, englobando: I - educação básica: a) educação infantil; b) ensino
básica, ensinos infantil, fundamental, médio e superior. Prevê também que a educação
ambiental não deve ser implantada como uma disciplina específica no currículo, mas precisa
ser desenvolvida como uma prática educativa integrada, contínua e permanente.
O destaque especial que se faz aqui no que tange a educação formal é que os
professores devem receber uma formação complementar dentro de sua área de atuação,
visando atender melhor aos propósitos e objetivos da Política Pública, ou seja, a dimensão de
educação ambiental deve constar na formação de todos os professores.
A educação não-formal encontra-se regulamentada na Seção III do referido Capítulo e,
por sua vez, é voltada a sensibilização da sociedade quanto a questões ambientais bem como à
organização e participação na proteção do direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado, sendo o Poder Público o responsável em colocar em prática a educação ambiental
não-formal.
Tal prática será por intermédio da mídia, programas televisivos, campanhas educativas
em que seja abordado o tema do meio ambiente e que conscientize o cidadão sobre seus
direitos, mas, mais que isto, seus deveres frente ao meio ambiente. Outro meio do Poder
Público de educar ambientalmente é incentivando as empresas tanto públicas quanto privadas
a desenvolverem programas de educação ambiental com parceria de escolas e universidades.
A sensibilização ambiental dos agricultores, da sociedade e das populações tradicionais bem
como o ecoturismo é os outros meios que a lei traz para que o Poder Público possa cumprir
com a sua responsabilidade no que tange a educação não-formal.
Ressalta-se que a Educação Ambiental é de suma importância, tanto que a mesma
encontra-se no princípio de número 19 da Declaração de Estocolmo de 1972, regulamentando
que:
fundamental e c) ensino médio; II - educação superior; III - educação especial; IV - educação profissional; V -
educação de jovens e adultos.
do mesmo ano, a Base Nacional Comum Curricular entra em discussão, na época era uma
proposta preliminar discutida pelo sistema virtual, momento em que oportuna participação da
comunidade escolar e sociedade civil, e atualmente, a Base Nacional Comum Curricular já se
encontra em constante aplicação.
A referida Base entrou em vigor neste ano de 2018 e traz em diversos momentos do
seu texto a questão prevista na Lei n.º 9.795, a Educação Ambiental, versando sobre a
preservação do Meio Ambiente e de instigar nas crianças e nos adolescentes desde cedo a
valorizarem o cuidado, a preservação, a proteção, o consumo sustentável, o respeito e a
consciência socioambiental.
Toda a ética é uma ética da vida. A ética do desenvolvimento sustentável, muito mais
do que um “jogo de harmonização” de éticas e racionalidades implícitas no discurso do
“desenvolvimento sustentável” [...] implica a necessidade de conjugar um complexo de
princípios básicos dentro de uma ética do bem comum e da sustentabilidade. [...]. (Leff,
2009b, p. 448/449)
A constatação de que a ética da vida está interligada com a ética do meio ambiente
contribui para o entendimento do paradoxo trazido por Milaré de que as ameaças à vida e a
sobrevivência dos seres que habitam o planeta Terra provêm da própria humanidade. “[...].
Então, como recorda a celebração pascal, ‘a vida e a morte travam um duelo estanho’: é
preciso que a vida se imponha. O duelo não é de meros indivíduos: trava-se entre a espécie
humana e a vida planetária.” (2016, p. 121). Esse duelo somente poderá ser contido por uma
ética ambiental que despreza a racionalidade depredadora que visa um crescimento
desenfreado, onde a natureza limitada é consumida de forma ilimitada, impossibilitando assim
a existência de um planeta sustentável.
Ressalta-se que exercer efetivamente a cidadania pode ser o caminho para resolver
parcialmente os problemas ambientais que assolam os dias atuais e, é por meio da Ética
Ambiental inserida na educação que será possível encontrar tais soluções. Afinal se faz
necessário entender os problemas socioeconômicos e político-culturais para compreender da
melhor forma a origem de tantos desastres naturais, tentando assim mudar o comportamento
do ser humano logo em sua fase inicial da Educação Ambiental (SIRVINSKAS, 2006, p.8).
A implementação de um saber ambiental, amparado na educação ambiental e numa
nova ética – a ética da vida –, é apontada por Leff, como uma maneira de impedir que a crise
ambiental que devasta hoje o meio ambiente e coloca em eminente risco as gerações futuras.
Através do saber ambiental, decorrente da emersão de novos valores, do diálogo dos saberes e
da (re)significação do papel do homem na natureza, associado a efetiva atuação do Estado
democrático de Direito Ambiental, o desenvolvimento se tornará efetivamente sustentável, e a
vida no planeta Terra sairá da zona de risco de extinção.
CONCLUSÃO
O Meio Ambiente é considerado um direito fundamental sendo merecedor de
destaque, valoração e proteção de todos, uma vez que é possível construir uma sociedade em
que os valores básicos encontram-se na solidariedade, participação, preocupação,
conhecimento e democratização. A Educação Ambiental é um instrumento em que se
preveem valores ligados ao meio ambiente estejam consolidados na pessoa desde o começo de
sua vida estudantil e educacional e, posteriormente, em sua vida adulta, criando assim um
ciclo de conhecimento.
A Educação Ambiental é um instrumento em que todos os cidadãos fazem uso do seu
resultado, uma vez que jamais será possível limitar o meio ambiente a cada ser humano, logo,
a Educação Ambiental é um saber construído em conjunto, sendo este formado pela sociedade
e pelo Estado, considerando-se a responsabilidade que todos possuem para com a sadia
qualidade de vida e a preservação do meio ambiente ecologicamente equilibrado.
A Ética Ambiental é imprescindível na caminhada do ser humano, desde a educação
básica até a superior, seja na escola ou em curso técnico e profissionalizante, e inserindo cada
vez mais a Educação Ambiental e seus princípios éticos que será possível solucionar a
situação atual do meio ambiente. Sendo assim, é de suma importância que o sistema de
educação nacional forme não somente professores capazes de lidarem com o tema, mas
também alunos, crianças e adolescentes que tenham a consciência de que o meio ambiente
não é um bem individual e que compete a cada um cuidar do seu espaço, mas sim que o meio
ambiente é um bem comum do povo e todos detém o dever e a obrigação de zelar pela sua
melhor preservação frente aos atos agressivos ao qual o mundo tem passado.
É importante que seja desenvolvida a Política Pública de Educação Ambiental para
que, desde o início da vida estudantil e educacional, se tenha contato com a realidade e
responsabilidade, e que esta educação encontre-se nos níveis superiores de educação também,
como graduação, pós-graudação, programas de mestrados, qualificando não a educação, mas
o ser humano que ali se forma e adquire conhecimentos.
REFERÊNCIAS
ANTUNES, Paulo de Bessa. Direito ambiental. 4ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2000.
_______. Lei nº 9.795, de 27 de Abril de 1999. Dispõe sobre a educação ambiental, institui a
Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências. In: Diário Oficial da
República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 27 abr. 1999. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9795.htm>. Acesso em 03 nov. 2017.
CANOTILHO, José Joaquim Gomes; LEITE, José Rubens Morato. Direito constitucional
ambiental brasileiro. 5ed. São Paulo: Saraiva, 2007.
FIORILLO, Celso Antonio Pacheco. Curso de Direito Ambiental Brasileiro. São Paulo:
Saraiva, 2004.
MILARÉ, Edis. Direito do Ambiente: Doutrina, prática e jurisprudência. São Paulo: Revista
dos Tribunais, 2005.
____, Marcelo Abelha. Direito ambiental esquematizado. 3ed. São Paulo: Saraiva, 2016.
SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 38ed. São Paulo: Malheiros
Editores, 2014.
SIRVINSKAS, Luís Paulo. Manual de Direito Ambiental. 4ed. São Paulo: Saraiva, 2006.
A IMPORTÂNCIA DA LEITURA E SUA PRÁTICA NA FORMAÇÃO
ACADÊMICA DE ESTUDANTES EaD
Abstract: The present study highlights the importance of reading in distance education as a
prerequisite for the process of formation, intervention and social transformation. It is important
to highlight the importance of reading through Paulo Freire's pedagogical conception and
concludes with the field research to know how in practice the habit of reading by EaD students
of a certain "Z University".
INTRODUÇÃO
1
Graduação em Teologia e Serviço Social. Especialista em Educação à Distância: Gestão e Tutoria. Mestre em
Educação pela Unochapecó. E-mail: romildo.ramlow@gmail.com.
Já em 1994 as bases legais para a educação à distância foram estabelecidas pela Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9.394/96 (LDB 9.394/96), regulamentada pelo decreto
n°5.622 de 20 de dezembro de 2005. Com base nesta lei, muitas universidades e centros
universitários investiram em estrutura tecnológica para a oferta de cursos à distância.
Como novo paradigma de ensino, a EaD é marcada por diferentes modalidades
didáticas, seja semipresencial, on-line (virtual), correspondência, etc. Independente da
modalidade, uma característica comum é o material de apoio, em geral, apostilas ou caderno de
estudos impressos ou disponibilizados na plataforma do próprio Centro de Ensino. Estes
materiais de apoio exigem dedicação do aluno no seu gerenciamento no que diz respeito ao
aprendizado. Por isso, a leitura do conteúdo didático impresso (livro ou plataforma virtual)
torna-se essencial na permanência e formação dos alunos na EaD.
Na Educação a Distância o aluno precisa ter clareza da metodologia, bem como
disposição e tempo para ler, desenvolvendo assim a aprendizagem autodeterminada, ou seja, a
Heutagogia (aprender a aprender). De acordo com Bellan (2008, p. 18) “a heutagogia é uma
progressão natural da pedagogia (ensino de crianças) e da andragogia (ensino de adultos), sendo
então que nesta proposta, o aprendiz determina o que e como vai aprender” (BELLAN, 2008,
p. 18). Uma vez que a EaD traz um novo conceito de eficiência no ensino-aprendizado, o
método não dispensa a figura do professor, antes, através da tutoria e material de apoio, a
autoaprendizagem deve ser marcada por reflexão pessoal, interação com outros alunos e a
valorização da experiência prática estudada.
Neste sentido, este trabalho tem como base se fundamentar teoricamente na
importância dada por Paulo Freire ao ato de ler no processo de aprendizagem, e pesquisar
através de um questionário a importância da leitura na vida acadêmica de alunos de EaD junto
a uma determinada “Universidade Z” apresentando as dificuldades desta tarefa, suas
motivações, formas e meios de fazê-lo cotidianamente. Busca-se levantar aspectos que possam
aprofundar, desenvolver e fortalecer a tese de Freire (1988) quando afirma que:
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
De acordo com Freire (1996) apud Rocha (2009), a educação para ser eficiente precisa
ser transformadora, uma vez que
A capacidade de aprender, não apenas para nos adaptar, mas, sobretudo para
transformar a realidade, para nela intervir, recriando-a, fala de nossa educabilidade a
um nível distinto do nível do adestramento dos outros animais ou do cultivo das plantas
(2009, p. 29).
Por isso, para Rocha (2009), a proposta básica de educação de Freire pode ser
compreendida como aquela que cumpre a sua função ao promover a construção de um cidadão,
que por meio da sua formação, procura compreender a realidade e modificá-la para benefício
de todos, ou seja, que vai além de uma ação para manutenção do que já existe.
Estabelecido brevemente a tendência pedagógica de Paulo Freire, pode-se afirmar de
antemão que sua proposta vem de encontro à importância do ato de ler e aprender do aluno na
EaD. Assim, nesta parte, apresentam-se as principais ideias de Paulo Freire a partir do livreto
“A importância do ato de ler”, já na sua 50ª edição lançado no ano de 2009. Posteriormente,
relacionam-se suas ideias ao contexto da Educação a Distância.
Primeiramente, o livreto “A importância do ato de ler” é um composto de três artigos,
aos quais foram proferidas como palestras por Paulo Freire. A tríade se complementa, uma vez
que o primeiro artigo é sobre “a importância do ato de ler”, seguida da “importância da
biblioteca popular na alfabetização de adultos” e “a experiência de alfabetização de adultos
desenvolvida pelo autor e sua equipe em São Tomé e Príncipe”.
Nesta perspectiva, um aspecto inicial e muito interessante quanto ao aprendizado
através da leitura tem sido descrito por Santos (2010), quando destaca a importância do ato de
ler a partir de Paulo Freire, ao afirmar que a leitura deve considerar a compreensão das palavras
e do contexto que as envolve.
Para Freire (2009), a leitura do mundo precede a leitura da palavra. Ele destaca que o
ato de ler acontece em relação à experiência existencial. Assim, a leitura do seu mundo, de suas
experiências com a família, de sua velha casa e o quintal, no sótão da casa, tudo isso foi
fundamental para a compreensão da importância do ato de ler, de escrever ou de reescrever na
trajetória de sua vida, pois serviu para transformá-lo através de uma prática pessoal e
consciente. Como Freire afirma, “foi com palavras do meu mundo e não do mundo maior dos
meus pais que eu fui alfabetizado” (FREIRE, 2009. p. 15).
Quanto à compreensão da leitura propriamente dita, Freire (2009) destaca que “a
compreensão do texto a ser alcançada por sua leitura crítica implica a percepção das relações
entre o texto e o contexto” (FREIRE, 2009, p.11). Lembrando a sua infância, Freire diz que “os
alunos não tinham que memorizar mecanicamente a descrição do objeto, ou seja, as palavras
lidas, mas apreender a sua significação profunda, pois só apreendendo-a seriam capazes de
saber, de memorizar e fixá-la como conhecimento adquirido” (FREIRE, 2009, p. 17). Entende-
se aqui, segundo a ideia de Freire, que leitura mecânica e memorização não são leitura real,
nem dela resultam conhecimento do objeto que o texto fala. Ao ler, é preciso um adentramento
no texto, buscando compreendê-lo a luz da experiência existencial do próprio leitor.
Outro aspecto que Freire destaca na importância do ato de ler é o fato do leitor ser
transformado pelas palavras. Ele destaca que “a leitura do mundo precede sempre a leitura da
palavra”, mas, em complemento a esta afirmação, ele diz que “a leitura da palavra não é somente
precedida pela leitura do mundo, mas por uma certa forma de ‘escrevê-lo’ ou de ‘reescrevê-lo’,
quer dizer, de transformá-lo através de nossa prática consciente” (FREIRE, 2009, p. 20).
Quanto à importância do ato de ler, Freire (2009), conclui que é necessário haver
sempre uma percepção crítica, interpretar e reescrever o lido, ou seja, a leitura precisa estar em
consonância com o nosso ser e com o que se pode fazer. Em síntese, o ato de ler implica na
percepção crítica, na sua interpretação e reescrita do lido.
Na segunda parte do livreto, Freire destaca a crise da biblioteca, uma vez que este deve
ser compreendido como “centro cultural e não como um depósito silencioso de livros”
(FREIRE, 2009, p. 33). Para Freire (2009), a biblioteca deveria ser o contexto de promoção da
leitura e da aprendizagem e, quando isso não acontece, é justamente porque não é dada a devida
atenção ao ensino-aprendizado, uma vez que o ato de ler visa aprender, e consecutivamente,
alavancar mudanças sociais.
No terceiro artigo do livreto, Freire (2009) aborda a tarefa de alfabetização no contexto
da República Democrática de São Tomé e Príncipe, cujo governo deu abertura no campo da
educação de adultos. Diante de um governo aberto a mudanças, Freire entendia ser fundamental
uma concordância entre assessor e assessorado, pois seu entendimento sobre a alfabetização
deveria contemplar “a relação dinâmica entre a leitura da palavra e a leitura da realidade, pois
do contrário, não haveria educação transformadora caso o governo não estivesse aberto a
mudanças sociais e somente exigisse uma postura técnica e mecanicista frente à educação de
adultos” (FREIRE, 2009, p. 37,38), postura esta que seria contrário a ideia pedagógica de Freire.
Ainda, quanto ao ato ler, na compreensão de Freire, a alfabetização de adultos deveria
acontecer no contexto da “relação dinâmica entre a leitura da palavra e a leitura da realidade”
(FREIRE, 2009, p.38). Logo, a metodologia empregada por Paulo e Elza Freire na alfabetização
de adultos em São Tomé e Príncipe se orientava neste sentido. Os cadernos de cultura popular
usados pelos educandos como livros básicos, continha exercícios chamados Praticar para o
Aprender. A linguagem do texto era desafiadora, levando o leitor não apenas, a saber, mas saber
que sabe e que poderia mudar e reconstruir o contexto social. Freire (2009) aplicou o princípio
de que a leitura do mundo precede a leitura da palavra, junto aos adultos alfabetizados na
República São Tomé e Príncipe. Ele acreditava que a reconstrução nacional dependia do saber
do povo, e que estes, precisavam conhecer mais e melhor a sua realidade para somente daí
transformá-la de forma consciente a partir da leitura do mundo em relação à leitura da palavra.
Por fim, nesta parte que se objetivou destacar as ideias de Freire sobre a importância
do ato de ler, torna-se importante reforçar que a leitura, a biblioteca e a alfabetização estão
interligadas e que sua compreensão e valor justificam-se no efetivo engajamento do povo
enquanto sujeito na (re)construção do contexto social. Pois, quanto mais consciente o povo é
de sua realidade, tanto mais irá compreender as dificuldades que tem a enfrentar no processo
permanente de sua libertação econômica, política, social e cultural a partir da leitura da palavra.
Na sequência, apresenta-se a pesquisa de campo, ao analisar os resultados do
questionário aplicado junto a alguns alunos na EaD, (e) buscando identificar a importância do
ato de ler na caminhada da formação superior destes estudantes.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
02. Você faz a leitura do material impresso e realiza os exercícios e as atividades indicadas pelo
professor-autor da disciplina?
Aqui se nota a grande importância dada à leitura do Material de Apoio, uma vez que
todos(as) disseram ler todo o material ou parcialmente. Vale destacar que 46% indicaram fazer
a leitura de forma parcial, margem percentual alta, uma vez que a realização das provas finais
de cada disciplina tem como base fundamental o material impresso. Como ninguém afirmou
que não lê, logo, entende-se também que se isso viesse a acontecer, seria impossível tal aluno
obter sucesso nos estudos e alcançar média necessária para aprovação nas provas referente a
cada disciplina. Novamente lembrando: a leitura é tarefa básica e indispensável na Educação à
Distância.
03. Cada disciplina contém no final dos tópicos, dicas de leitura. Você lê a estas dicas?
Sabendo que a autonomia e a iniciativa são elementos essenciais para a construção do
conhecimento, ao analisar esta questão, percebeu-se pouca iniciativa e autonomia para buscar
novos conhecimentos por parte destes alunos. Compreendeu-se que 46% disseram que não leem
as dicas referentes ao Material de Apoio. Somente 17% afirmaram ler o material complementar
e 38% o fazem parcialmente. Falta tempo ou organização nesta tarefa, ou ainda, falta motivação
em pesquisar e buscar conhecimento extracurricular.
04. Como aluno na modalidade EAD, como você avalia seu hábito de leitura?
Para obter sucesso na Educação à Distância o aluno precisa ler ou aprender a ler, logo,
viu-se que 58%, após cinco e sete semestres estudando nesta modalidade, disseram ter
melhorado seu hábito de leitura. Diferentemente, os outros 29% afirmaram “ler somente o
necessário” e 13% “lê pouco”. Estes dados apontam que em grande parte, o EaD tem
contribuído para desenvolver nos alunos o hábito da leitura.
05. O ingresso na modalidade EaD tem desafiado você a prática de leitura extracurricular?
Analisando esta questão, percebeu-se que 67% disseram que a EaD tem desafiado a
leitura extracurricular no processo de formação, uma vez que o perfil destes alunos requer
autonomia na busca de novos conhecimentos.
06. Você faz uso da biblioteca do pólo de apoio presencial onde estuda?
Esta questão aponta a realidade das bibliotecas: bastante negligenciada, ou seja, 71%
responderam que fazem uso “às vezes” e 13% “sim”. Ao contrário disso, sabe-se que a
biblioteca é um dos sistemas de informação mais antigos, e que é considerada uma via cultural
de grande significado. E, pela compreensão de Freire (2009), a biblioteca deveria ser o contexto
de promoção da leitura e da aprendizagem.
08. Você passou a adquirir livros indicados pelo curso que realiza?
As informações obtidas nesta questão demonstraram um equilíbrio entre as
alternativas. Somando os 33% que afirmaram adquirir, os 25% que disseram adquirir “poucos”
e os 25% que “faço uso da biblioteca”, pode-se concluir que a grande maioria lê, toma
emprestado, compram livros indicados pelo Material de Apoio ou pelo(a) monitor(a) da turma.
Somente 17% disseram não adquirir, índice baixo frente à soma das outras opções.
09. “Um leitor tem maiores chances de realização profissional”. Você concorda com essa
sentença?
Partindo de uma frase reflexiva, 96% concordaram que “o leitor tem maiores chances
de realização profissional”. Mesmo que a consciência e a prática possam não ser coerentes, ao
menos os alunos têm consciência da importância da leitura na formação acadêmica e realização
profissional. Esta consciência pode interferir na mudança da postura diante da importância e do
hábito de ler no aluno EaD, por isso, torna-se importante conscientizar e promover essa busca
pela prática da leitura, pois ela tem relação direta com a autoaprendizagem na EaD.
10. Considerando algumas hipóteses de desistência por parte de alunos em EaD, você acredita
que o maior motivo seria: 1. Lê pouco e não gosta de ler; 2. Escolha errada do curso; 3. Valor
da mensalidade?
Concluindo a análise das questões, o fator “escolha errada do curso” apontou 58%
como o grande causador das desistências na modalidade EaD. Pensa-se que a questão vocação
seja fator de grande relevância ao lado do ato de ler para o ingresso e permanência em cursos
presenciais ou a distância, uma vez que a aparente ideia de que na EaD o aprendizado requer
menos envolvimento e dedicação. Logo, quando surge uma insatisfação, desânimo ou crise
pessoal, torna-se inquestionável a desistência do curso por motivos vocacionais. Mas, mesmo
assim, 33% apontaram que o motivo da desistência seria “lê pouco e não gosta de ler”. Somente
8% disseram que o “valor da mensalidade” seria uma possível causa de desistência.
Conclui-se que o hábito da leitura é fundamental para cursar o Ensino Superior na
modalidade EaD. Está claro o lugar da vocação profissional, fator este que nem sempre se tem
clareza no momento do ingresso em algum curso superior, mas que, muitos irão descobrir
permanecendo no curso e outros irão redirecionar ao desistirem ou mudando de curso no
processo dos estudos acadêmicos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BELLAN, Zezinha. Heutagogia: aprenda a aprender mais e melhor. Santa Bárbara d’Oeste:
Socep Editora, 2008.
FREIRE, Freire. A importância do ato de ler: em três artigos que se complementam. 50 ed.,
São Paulo: Cortez, 2009.
Resumo:
O presente estudo trata-se de uma pesquisa bibliográfica baseada na reflexão sobre a
importância do brincar, do ambiente lúdico e do Pedagogo no período de internação de uma
criança, com a finalidade de divulgar o assunto que é de extrema importância para o
desenvolvimento destes pequenos seres, afinal o brincar desenvolve a criança como um todo,
preparando-a para a vida, sendo assim, esta consegue passar pelo período de internação sem
desenvolver traumas e além disso, sem interromper seus aprendizados, afinal, mesmo
internanda a criança continua em processo de formação.
Abstract:
The present study deals with a bibliographical research based on the reflection on the
importance of playing, the play environment and the Pedagogue during the period of
hospitalization of a child, in order to divulge the subject that is of extreme importance for the
development of these small beings , after all the play develops the child as a whole, preparing
it for life, so that the child can go through the period of hospitalization without developing
traumas and beyond, without interrupting their learning, after all, even interns the child
continues in the process of formation.
INTRODUÇÃO
Há uma visão geral que o Pedagogo atua apenas em ambientes escolares e formais,
mas isso não é verdade, pois esse profissional pode atuar também em ambientes informais desde
que se possa promover o aprendizado da criança e um deles é o ambiente hospitalar.
Para promovermos o aprendizado precisamos do brincar, do brinquedo e do ambiente
lúdico. O brincar promove o desenvolvimento cognitivo e emocional da criança, afinal, é
1
Técnica em Radiologia. Acadêmica do 1º Semestre do Curso de Pedagogia da Universidade de Cruz Alta. E-
mail: herter851@gmail.com
2
Orientadora do trabalho. Mestre em Práticas Socioculturais e Desenvolvimento Social (UNICRUZ). Especialista
em Supervisão Escolar e Orientação Educacional (UNICRUZ). Licenciada em Pedagogia (UNICRUZ). Docente
da Universidade de Cruz Alta. E-mail: acezar@unicruz.edu.br
brincando que ela recria sua realidade, busca soluções para os problemas e aprende a controlar
suas emoções, assim evitando os possíveis traumas de internação.
No recinto hospitalar, o espaço ludo-pedagógico é um ambiente que deve ter uma
diversidade de brinquedos, das mais variadas ordens, que possa chamar atenção da criança, que
ela possa escolher com o que vai brincar, promovendo sua autonomia e aprendizado. A criança
quando chega neste espaço esquece dos problemas, das vivências hospitalares. Deleta-se a
imagem de um ambiente hospitalar sem estímulo e agora este passa a ser um ambiente alegre,
vivo, colorido e cuidadosamente organizado pelo pedagogo e equipe hospitalar.
A partir dessas considerações iniciais, o objetivo deste estudo bibliográfico é trazer uma
reflexão sobre a importância do brincar, do ambiente lúdico e da atuação do Pedagogo em
espaços ludo-pedagógicos hospitalares. Para tanto, o texto se estrutura a partir dos seguintes
tópicos: A criança hospitalizada e o controle das emoções. A importância do brincar para a
criança. A importância dos espaços ludo-pedagógicos nos hospitais pediátricos. O Pedagogo,
seu papel e sua importância no ambiente hospitalar.
O sofrimento da criança já começa quando sabe que está doente e, tendo que passar
por uma internação, o sofrimento aumenta, pois dentro do contexto hospitalar ela pode
se sentir invadida, reduzida e aceita apenas pela sua própria doença, deixando-se de
ser ela mesma, isto é, passar por um processo de despersonalização. Neste sentido, é
importante perceber que o sofrimento vai muito além do aspecto físico (BARROS;
LUSTOSA, 2009).
A criança deve aprender a controlar suas emoções, para que se desenvolva por
completo, tanto cognitiva quanto emocionalmente. E principalmente, não perca a vontade de
viver devido a esses sentimentos que surgem com a hospitalização.
Isso significa que a criança vai passar a entender o que está acontecendo com ela, e
perceber que num momento podemos estar felizes e no outro triste por algum motivo, que os
procedimentos hospitalares poderão ser dolorosos, mas que serão passageiros e que tudo isso
faz parte da vida, que deve ter altos e baixos, pois são eles que constroem o indivíduo.
Se os sentimentos e emoções da criança hospitalizada, não forem considerados e não
receberem a devida importância, a criança vai voltar para casa curada da doença, mas com
traumas psicológicos. Afinal, o ambiente hospitalar é um local estressante, sem estímulos, sem
a presença da família e amigos; com muitos doentes e possíveis óbitos, obrigando a criança a
aprender muito cedo a lidar com a morte (SILVÉRIO; RUBIO, 2012).
Além disso, a criança tem de suportar procedimentos dolorosos e aceitar a presença de
pessoas desconhecidas, que usam roupas brancas e que parecem assustadoras, pois aplicam os
medicamentos e realizam os procedimentos. Os traumas psicológicos podem ser variados e
alguns muito graves, desde depressão, instablidade, falta de iniciativa e comunicação, atraso no
desenvolvimento cognitivo e emocional, e agressidade.
O adulto quando está passando por situações difícies, gosta de compartilhar seus
sentimentos com pessoas próximas, conversando com seus amigos, já a criança pode estar numa
fase em que a linguagem oral não esteja muito desenvolvida e se utlize da brincadeira, para
representar seus sentimentos, suas emoções e seus traumas da infância. De acordo com
Friedmann (1998 apud BARROS E LUSTOSA, 2009, p.4) “a criança, ao brincar elabora uma
série de conflitos e emoções como agressividade, angústia e experiências traumáticas, de modo
que a brincadeira é uma forma de válvula de escape para as emoções”.
A brinquedoteca também permite uma aproximação entre pais e filhos e possui várias
representações: é um espaço lúdico, terapêutico, político e pedagógico pois além de
garantir o direito da criança poder brincar, se divertir, também é um espaço de
formação de cidadania (SILVÉRIO; RUBIO, 2012, p.9).
Em relação ao brinquedo, não importa se este é o mais caro ou o mais moderno, o que
realmente importa é sua função de promover o brincar e a aprendizagem. Em uma
Brinquedoteca, os brinquedos são váriados e possibilitam a escolha da criança em relação a
este, promovendo autonomia e aprendizado.
Além disso, esse espaço deve ser organizado de forma que fique atraente para as
crianças e promova a socialização entre elas. É muito importante que os brinquedos sejam
esterelizados e adaptados as crianças, principalmente entre as que apresentam certas
dificuldades. Outra característica relevante desse espaço é possibilitar às crianças que não
podem ir até esse espaço, em função da sua doença, que os brinquedos sejam levados até elas.
Por isso o Pedagogo tem um papel muito importante, estimulando a criança a aprender
através do brincar, ele ajuda a criança a compreender melhor essa fase pela qual está passando,
bem como a questão da doença e até mesmo da morte. Assim a criança vai continuar aprendendo
e vai conseguir controlar suas emoções, como a raiva e a tristeza, diminuindo as possibilidades
de traumas após a internação.
REFERÊNCIAS
OLIVEIRA, Sâmela; DIAS, Maria; ROAZZI, Antonio; O lúdico e suas Implicações nas
Estratégias de Regulção das Emoções em Crianças Hospitalizadas. Pernanbuco,
Psicologia: Reflexão e Crítica, 2003, vol. 16, n.1, pp. 1-13. Disponível em: <
http://www.scielo.br/pdf/prc/v16n1/16794.pdf>
Abstract: This article presents concepts about the complexity of teaching, research and
extension in the Farroupilha Federal Institute (IFFAR) and the activities developed in the
teachers' training process, contextualizing the democratic management of education to legal and
institutional mechanisms and the coordination of attitudes which propose social participation:
in the planning and elaboration of the educational policy of implementation of the 10% of the
curricularisation of research and extension in higher education. This is a case study in IFFAR,
which has a proposal, which is under construction, from the beginning of 2017, until 2019 to
be submitted to the Educational Policy Project of the Institution in compliance with the
requirement established by the National Plan of Education, in its strategy 12.7 - which is
included in the annexes of the law. The objective of this work is to know the institutional and
political motivations, formats, epistemological bases and meanings of the institution, with
regard to the formation of university teaching, based on the statements of the managers as well
as official documents inherent to the context of higher education , using as methodological
procedure the Discursive Textual Analysis, proposed by (Galiazzi & Moraes, 2011).
1
Doutoranda em Educação nas Ciências (Unijuí). Graduada em Letras - Português/Inglês (Unicruz). Especialista
em Interdisciplinariedade. Mestre em Educação nas Ciências (Unijuí). Docente de Língua Inglesa e língua
Portuguesa no Instituto Federal Farroupilha-Campus Panambi.
INTRODUÇÃO
O conceito de indissociabilidade remete a algo que não existe sem a presença do outro,
ou seja, o todo deixa de ser todo quando se dissocia. Alteram-se, portanto, os
fundamentos do ensino, da pesquisa e da extensão, por isso trata-se de um princípio
paradigmático e epistemologicamente complexo. (TAUCHEN, 2009, p. 93).
Sendo assim, neste trabalho optou-se por tal conceito, pois a indissociabilidade não pode
ser considerada como fim mas como meio de consolidação de um projeto da instituição em
atendimento a estratégia 12.7 do Plano Nacional de Educação – PNE (BRASIL, Lei 13.005,
2014) impõe um redimensionamento paradigmático no ensino superior brasileiro: “assegurar,
no mínimo, 10% (dez por cento) do total de créditos curriculares exigidos para a graduação em
programas e projetos de extensão universitária, orientando sua ação, prioritariamente, para
áreas de grande pertinência social”.
3 Qual impacto tal política implicará nas ações dos professores do ensino superior do IFFAR?
4 Quais metodologias que a instituição utilizará no processo formativo de seus professores para
potencializar tal política?
5 Por que a pesquisa também está sendo contemplada nos 10% da curricularização, sendo que
a lei menciona a obrigatoriedade somente da extensão?
1 Você tem conhecimento da meta 12.7 do PNE, a qual trata sobre os 10% da curricularização
da extensão no ensino superior?
3 Qual as significações e/ou implicações que a implantação desta política trará em suas
atividades enquanto docente do ensino superior no IFFAR?
4 A partir das mudanças produzidas por esta política, você teria como citar ações e /ou processos
que contemplem a indissociabilidade entre o ensino, a pesquisa e a extensão através da
curricularização em sua práxis docente?
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Conforme a acepção de Boaventura de Sousa Santos (2005a, p.64-65), “no século XXI
só há universidade quando há formação graduada e pós-graduada, pesquisa e extensão. Sem
qualquer destes, há ensino superior, não há universidade”. Para corroborar tal acepção, pode-se
verificar na Proposta da Associação Nacional dos Docentes do Ensino Superior (ANDES-SN)
para a Universidade Brasileira que este princípio envolve muitos atores e não somente o
docente:
O princípio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão reflete um
conceito de qualidade do trabalho acadêmico que favorece a aproximação entre
universidade e sociedade, a autorreflexão crítica, a emancipação teórica e prática dos
estudantes e o significado social do trabalho acadêmico. A concretização deste
princípio supõe a realização de projetos coletivos de trabalho que se referenciem na
avaliação institucional, no planejamento das ações institucionais e na avaliação que
leve em conta o interesse da maioria da sociedade. (ANDES, 2003, p. 30 apud
MAZZILLI; MACIEL, 2010, p. 4).
Além disso, a maioria dos respondentes do grupo B também afirmam desconhecer essa
política, conforme podemos ver no gráfico abaixo:
Respondente 1:” Esta meta (que tive conhecimento com este questionário) é de fundamental
importância para incentivar o docente às atividades de pesquisa e extensão, fortalecendo o
tripé dos institutos federais: ensino, pesquisa e extensão. Vejo tal implantação como um "aval"
institucional para que a atividade docente não seja focada apenas no ensino, e acredito que
esta meta só pode ser viabilizada aliada à vontade institucional que fornecer condições para
que o docente envolva-se nestas duas frentes”.
Essa asserção do respondente revela o que muitos sabem mas não admitem. Quando
pensamos no tripé ensino, pesquisa e extensão, a dimensão da extensão relacionada a ação
docente apresenta várias mazelas e sequelas histórico-culturais. O histórico da extensão
enquanto política vem passando por vários cenários.
Antagonicamente a esse cenário, até o ano de 2016 o Brasil contava com 60 mil mestres
e 21 mil doutores, configurando um novo cenário no qual a pesquisa está estreitamente ligada
a formação de novos pesquisadores. Porém, a pesquisa na educação tem problemas de método
bem como a produtividade em pesquisa mulher e homem é diferente, passando por uma questão
social, não garantindo o desenvolvimento social e tecnológico de que nosso país tanto carece.
Outrossim, segundo Branco (2017):
O ofício de ensinar no ensino superior requer a compreensão por parte do professor, dos
gestores, da comunidade, de que múltiplos são os caminhos e possibilidades, bem como
inúmeros são os obstáculos a serem enfrentados.
Neste contexto do IFFar, há que se pensar também nas percepções dos alunos, que, em
cursos e em níveis de ensino diferentes, costumam ser divergentes apesar de serem ministrados
em uma mesma instituição. Sob este viés, a implementação da meta 12.7 do PNE poderia ser
colocada a serviço do ensino e da formação continuada de professores do ensino superior,
através de um programa de pesquisa-ação-formação ancorado numa abordagem reflexiva da
formação e numa perspectiva transformadora da pedagogia universitária, contribuindo para
uma aproximação possível entre a teoria e prática por meio da reflexão e da experimentação
pedagógica, com vista a repensar e inovar práticas.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei 13.005, de 25 de junho de 2014. Aprova o Plano Nacional de Educação - PNE e
dá outras providências. Disponível em < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-
2014/2014/Lei/L13005.htm>. Acesso em 10 dez. 2017.
GALIAZZI, M. D., & MORAES, R. Análise Textual Discursiva. Ijuí: UNIJUI. 2011.
IMPERATORE, Simone Loureiro Brum, PEDDE, Valdir, IMPERATORE, Jorge Luis
Ribeiro. Curricularizar a extensão ou extensionalizar o currículo? Aportes teóricos e práticas
de integração curricular da extensão ante a estratégia 12.7 do PNE. Disponível em:
https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/136064/101_00175.pdf?sequence
=1 Acesso em: 01 mar.2018
Abstract: In this work, we focus on visual literacy in relation to authorship practices in the
teacher education context. We propose an analysis of conference posters, produced by pre-
service teachers, based on the Grammar of Visual Design (KRESS; van LEEUWEN, 2006).
Our corpus is composed by five posters. We aim at verifying if and at what extent these pre-
service teachers attribute authorship credit to the research group they belong to, using visual
resources. The results show a low level of awareness with respect to the participation of the
discourse materialized in the posters in an “ideological colloquy of large scale”
(VOLÓCHINOV, [1929/1930] 2017, p. 219), which results from and contributes to other
discourses in the academic community.
INTRODUÇÃO
1
Doutoranda em Letras/Estudos Linguísticos da Universidade Federal de Santa Maria. O presente trabalho foi
realizado com apoio do CNPq, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – Brasil. E-
mail: ana-gcarvalho@hotmail.com.
essa reunião, esse grupo de pesquisadores tornou-se conhecido como Grupo de Nova Londres.
Com enfoque no contexto de educação básica, o grupo propõe o conceito de Multiletramentos,
em referência à “multiplicidade de canais e meios de comunicação” (COPE; KALANTZIS,
2000, p. 9) aos quais é preciso dedicar mais atenção nas práticas docentes. Em nosso caso, no
presente trabalho, enfocamos o letramento visual em relação a práticas de autoria no contexto
de formação inicial de professores.
Dentre os diferentes gêneros discursivos que envolvem a leitura e produção de imagens
no contexto acadêmico, selecionamos o pôster para evento por ser uma prática frequente nas
rotinas produtivas de grupos de pesquisa. Quando comparados a artigos acadêmicos, pôsteres
apresentam algumas vantagens, como abordado por Swales e Feak (2000) na obra English in
today’s research world. Para esses autores, pôsteres possibilitam que a pesquisa seja
apresentada em estágio inicial, o que não ocorre na escrita de artigos para publicação. Além
disso, proporcionam ao pesquisador novato inserção nas práticas discursivas de sua
comunidade profissional e promovem a interação entre apresentadores e demais membros da
área.
Por outro lado, se comparados a apresentações orais, pôsteres podem ser considerados
um tipo de apresentação menos valorizada devido ao ambiente em que são dispostos para
exibição. Geralmente, trata-se de um espaço barulhento, onde há outras apresentações, ou ainda,
pode ocorrer no mesmo local e concomitantemente ao intervalo para o café (MACINTOSH-
MURRAY, 2007, p. 368). Em adição a esse fator, a reutilização de um mesmo pôster em mais
de um evento e o uso de humor em artigos que buscam orientar como produzir esse texto
indicam que o pôster parece ser ainda pouco valorizado nas práticas acadêmicas
(MACINTOSH-MURRAY, 2007, p. 367).
No Brasil, estudos sobre esse exemplar de gênero discursivo são escassos. Foram
realizadas buscas em dois portais da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior (CAPES), utilizando a palavra-chave pôster: 1) Plataforma Sucupira - portal de
periódicos2 e 2) Catálogo de Teses e Dissertações3. No primeiro, selecionamos revistas
nacionais da área de Linguística Aplicada, classificadas como Qualis A1 e A2, com resultado
de zero artigos que tratassem sobre o tema. No segundo, encontramos a dissertação de mestrado
2
Busca realizada em 13 abr. 2018 no endereço eletrônico <
https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta
/veiculoPublicacaoQualis/listaConsultaGeralPeriodicos.jsf>.
3
Busca realizada em 13 abr. 2018 no endereço eletrônico <http://catalogodeteses.capes.gov.br/catalogo-
teses/#!/>.
de Luziane Mozzaquatro (2014) que apresenta discussão sobre o pôster acadêmico com base
na Análise Crítica do Discurso, na Sociorretórica e na Gramática do Design Visual. Após
analisar um total de oito pôsteres acadêmicos (cinco de Letras/Linguística e três de Ciências
Biológicas), a autora identificou sete movimentos retóricos no corpus analisado: Movimento 1
- identificar a pesquisa; Movimento 2 - situar a pesquisa; Movimento 3 - apresentar a pesquisa;
Movimento 4 - descrever a metodologia; Movimento 5 - apresentar o(s) resultado(s);
Movimento 6 - discutir a pesquisa; Movimento 7 - indicar referências bibliográficas.
Endossando MacIntosh-Murray (2007, p. 351), que sugere que o pôster compartilha as
principais seções presentes no artigo acadêmico, Mozzaquatro destaca que “(...) esses [7]
movimentos, associados ao papel das linguagens verbal e não verbal, indicam como os pôsteres
acadêmicos realizam seu propósito comunicativo de apresentar de forma resumida uma
pesquisa” (MOZZAQUATRO, 2014, p. 3).
Portanto, assim como Mozzaquatro (2014), propomos uma análise de pôsteres para
evento com base em pressupostos da Gramática do Design Visual (KRESS; van LEEUWEN,
2006) e nos alinhamos a MacIntosh-Murray (2007) na identificação de variáveis contextuais,
especificamente as relações entre orientador e orientandos, evidenciadas nesse texto. Para tanto,
buscamos verificar se e em que medida os participantes atribuem crédito ao grupo de pesquisa
do qual participam por meio de recursos visuais. Na perspectiva da Linguística Sistêmico-
Funcional, o papel desempenhado por cada ator – inclusive instituições -, as relações de poder
e proximidade ou distância social entre os participantes são aspectos que devem ser
considerados na identificação da variável contextual relações (HALLIDAY; MATTHIESSEN,
2014, p. 33).
A seguir, passamos à descrição do contexto de investigação e dos procedimentos
metodológicos de geração, organização e análise do corpus.
METODOLOGIA
RESULTADOS E DISCUSSÕES
4
Disponível em: < http://w3.ufsm.br/jai/>. Acesso em 17 abr. 2018.
5
Cada um dos pôsteres analisados foi etiquetado com uma referência. Por exemplo, PLA#1 significa pôster de
Linguística Aplicada número 1.
PLA#3 sem filiação do autor e da orientadora
Fonte: 6
A informação apresentada no topo é nomeada por Kress e Van Leeuwen (2006) como
Ideal. No exemplo acima, o logotipo do evento, do grupo de pesquisa e da universidade onde o
evento foi realizado são dispostos, em uma leitura horizontal, à esquerda, representando uma
informação conhecida para o leitor. Em uma leitura vertical, a informação também está situada
no topo, como a “essência da informação (...) a parte mais saliente”7 (KRESS; van LEEUWEN,
2006, p. 187, tradução nossa), o que coloca em destaque a filiação dos autores e reconhecimento
da autoria conjunta e situada em um grupo de pesquisa.
6
Para proteger a identidade dos participantes da pesquisa, a fonte das figuras não será identificada.
7
No original: “essence of the information (...) most salient part” (KRESS; van LEEUWEN, 2006, p. 187).
A Figura 2 mostra um exemplar que apresenta a identificação do laboratório de pesquisa
em que o trabalho se insere na parte inferior do pôster.
8
No original: “tends to be more informative and practical” (KRESS; van LEEUWEN, 2006, p. 186).
reconhecem o seu discurso como parte e contribuição a outros discursos produzidos
anteriormente na comunidade profissional da qual participam.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este estudo teve como objetivo a análise de cinco pôsteres da área de Linguística,
produzidos por professores em formação. A análise foi fundamentada em princípios da
Gramática do Design Visual, da Linguística Sistêmico-Funcional e da enunciação do Círculo
de Bakhtin. Exploramos um número limitado de exemplares e concordamos com Kress e van
Leeuwen (2006, p. 35, tradução nossa) quando afirmam que “o uso do modo visual [...] não é
o mesmo de um grupo social ou instituição para outra”9. Portanto, os resultados não são
generalizáveis a todos os grupos de pesquisa em Linguística no contexto investigado.
Entretanto, esse estudo indica algumas tendências que podem ser melhor evidenciadas em uma
amostragem maior e aponta possíveis caminhos para o ensino de leitura e produção de imagens
por professores em formação para participar em diferentes situações comunicativas na
academia, por exemplo, apresentações nas disciplinas do curso de licenciatura, nos grupos de
pesquisa e em eventos. Em adição, os professores orientadores/formadores de professores
devem estimular debates sobre questões de coautoria não somente da perspectiva de docente
do ensino superior, em nível departamental, mas entre seus orientandos, de diferentes níveis de
formação, para a construção colaborativa de uma política de (co)autoria para o grupo.
REFERÊNCIAS
ARAÚJO, J. C.; DIEB, M. Authorship and deontology: mediation of ethical principles and
literacy practices in academic writing using a virtual forum. RBLA, Belo Horizonte, v. 13, n.
1, p. 83-104, 2013.
BAKHTIN, M. Gêneros do Discurso. In: Estética da criação verbal. São Paulo: Martins
Fontes, 2003, p 261 - 306.
CAZDEN, C; COPE, B.; FAIRCLOUGH, N.; GEE, J.; et al. A pedagogy of multiliteracies:
designing social futures. Harvard Education Review, v. 66, n. 1, p. 60-92, 1996.
9
No original: “the use of the visual mode (...) is not the same from one social group or institution to another”
(KRESS; van LEEUWEN, 2006, p. 35).
COPE, B.; KALANTZIS, M. (Org.). Multiliteracies: literacy learning and the design of
social futures. Londres: Routledge, 2000.
KRESS, G.; van LEEUWEN, T. Reading images: the Grammar of Visual Design. Londres:
Routledge, 2006.
SWALES, J.; FEAK, C. English in today’s research world: a writing guide. Michigan: The
University of Michigan Press, 2000.
Resumo: A sociedade atual possui um padrão que, com contribuição da mídia, fortalece os
interesses econômicos e dissemina comportamentos individualistas, sendo que esse domínio
reflete na educação de forma opressora, tornando os sujeitos alienados e sem opotunidade de
questionar e mudar essa realidade. Outrora, a educação popular surge como uma esperança de
mudança, visto que promove a emancipação dos sujeitos, tornando-os atores sociais com livre
expressão e capazes de sair do individualismo, buscando a reflexão e propondo novas
alternativas para a realidade em que vive. Diante disso, o profissional docente e a instuição de
ensino devem colocar a criança como centro do processo educativo, em perspectiva de uma
educação popular, realizando um trabalho focado no sujeito cultural que pertence a uma
realidade distinta.
Abstract: Today's society has a standard that, with the media's contribution, strengthens
economic interests and disseminates individualistic behaviors, and this domain reflects in
oppressive education, making subjects alienated and unopposed to question and change that
reality. Formerly, popular education emerges as a hope for change, since it promotes the
emancipation of the subjects, making them social actors with free expression and able to get
out of individualism, seeking reflection and proposing new alternatives to the reality in which
they live. Faced with this, the teaching profession and the teaching education should place the
child as the center of the educational process, in the perspective of a popular education,
performing a work focused on the cultural subject that belongs to a different reality.
1
Graduada em Pedagogia pela Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul e mestranda
do Programa de Pós-Graduação em Educação nas Ciências da Unijuí. anapaulademoraes12@gmail.com;
2
Graduada em Pedagogia pela Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul e mestranda
do Programa de Pós-Graduação em Educação nas Ciências da Unijuí. bruna.kapp@hotmail.com
A atualidade é marcada por um modelo de sociedade no qual o individualismo e a
competitividade introduzem uma hegemonização cultural, havendo o fortalecimento e a
disseminação dos interesses econômicos entre os indivíduos. Concomitante a isso, a mídia
expõe padrões de comportamento e de vida, primeiramente vistos como atraentes, que são
aceitos pelas pessoas e acabam por aprisioná-las ao criar necessidades que só servem para
difundir ainda mais a desigualdade social e a monetarização da vida. Uma educação nesses
moldes é opressora, não dando vez e voz aos seres humanos, não valorizando sua cultura, e ao
mesmo tempo transmitindo conceitos considerados corretos.
Há de se considerar, porém, que os seres humanos são sujeitos culturais e que possuem
uma bagagem de conhecimentos que não pode ser descartada. O homem se humaniza nas
relações que estabelece com outros homens, nas experiências e no contato com o mundo que o
cerca, sendo que uma sociedade considerada ideal deveria levar em conta esses aspectos para
promover o bem estar e o desenvolvimento de todos. A sociedade almejada é o oposto da
individualista e opressora, visto que promoveria as relações sociais e a cooperação entre os
seres humanos.
Quando ouvimos falar em Educação Popular, logo, nos vem a mente algo voltado ao
povo, ao popular. Percebemos que a Educação popular vai muito além do simples fato de
alfabetizar ou instruir alguém com menos condições de vida, que tem raízes profundas, que
procuram valorizar os saberes de um povo, compreendendo seu contexto, bem como, sua
cultura. Vale ressaltar que são muitas as culturas que existem, portanto, pensar alternativas que
valorizem os saberes já existentes e a construção de novos nos faz refletir sobre nós mesmos,
de onde viemos e como somos constituídos.
A educação, nesse sentido, também deveria ser instigadora, desafiadora e baseada nas
interações entre os sujeitos, pois para a educação a valorização de todas as culturas presentes
na escola é essencial, visto que o processo de conscientização dos educandos como pertencentes
a uma sociedade diversa se dá com o diálogo e este não é solto, só existe quando há relações
sociais diretas e a participação de todos no trabalho.
Dentro da cultura do povo há um saber; no fio de história que torna este saber vivo e
continuamente transmitido entre pessoas e grupos há uma educação. É a partir destas
redes de trabalho popular de cultura que o educador popular deve situar seu trabalho
através da cultura. Ele não tem o direito de invadir, como um colonizador bem-
intencionado, esses domínios de educação e saber da cultura do povo.
Neste sentido, realizar uma educação pautada no popular vem como um resgate do saber
histórico e cultural que perpassa as gerações, valorizando o povo e seus saberes como um todo,
e não apenas utilizando-os para trabalhar em prol de seus interesses. Na educação popular os
educadores possuem um papel relevante por mostrar indignação perante a realidade de uma
globalização individualista, dando oportunidade para que os sujeitos tenham vez e voz,
tornando-os protagonistas deste processo educativo que busca mudanças na sociedade.
Se faz necessário promover a problematização dessa realidade opressora, instigando o
debate e o diálogo, mostrando os caminhos para a busca da mudança, considerando os saberes
populares e as experiências culturais em uma reciprocidade de escuta e resposta que gerem
cooperação e trocas entre os sujeitos, pois conforme Candau (2008), a troca de saberes e a
relação do sujeito com seus pares aponta os rumos de uma sociedade baseada na coletividade e
valorização dos seres humanos.
Ter a compreensão de que o ser humano mesmo que inacabado, tem a possibilidade de
contribuir na formação dos sujeitos e consequentemente na mudança da sociedade, em certos
momentos nos desassossega e mobiliza, pois os indivíduos enquanto seres humanos são capazes
de mudar o contexto em que estão inseridos. A Educação Popular em sua base denota o diálogo
como conhecimento, em troca recíproca, pois, novas aprendizagens surgem através do próprio
conhecimento dos sujeitos e a valorização dos seus saberes que podem gerar temas geradores
na constituição de novas percepções.
A escola que coloca a criança no centro do processo educativo promove uma pedagogia
baseada na participação que, conforme Formosinho, Kishimoto e Pinazza (2007), desenvolve
as capacidades infantis utilizando-se de materiais e espaços instigadores,que respeitam os
limites e o tempo de cada criança. O educador deve realizar um trabalho que promova a relação
entre os pares, considere cada criança como ser cultural e capaz, além de proporcionar
experiências significativas.
A criança demonstra a realidade através das brincadeiras, assim como revela traços de
sua cultura e seu modo de vida, sendo na interação com outras crianças que ocorrem as trocas
de saberes. Nesse sentido, o professor necessita ter um olhar atento para as brincadeiras infantis,
pois elas revelam muito da cultura e da vida das crianças, além de serem colaboradoras no
processo de construção da identidade e subjetividade das mesmas, produzindo efeitos e dando
sentidos que se revelarão futuramente na forma com que este sujeito irá agir em sociedade.
Em suma, percebe-se a importância de refletir a Educação Popular com um viés
investigativo, buscando a cooperação social para que os indivíduos possam usufruir de seus
direitos como cidadãos pertencentes a um contexto histórico e cultural. Pensar em alternativas
que possam ir ao encontro de possibilidades consistentes e construtivas, resgatando
experiências tanto do passado como do presente, significando o mundo e colocando os sujeitos
como protagonistas de sua própria história, atuando, se colocando no lugar do outro, pregando
a democracia em busca de uma sociedade justa e digna. A Educação Popular requer seu
fortalecimento através de movimentos constantes processuais.
Portanto, fica claro que a educação, em especial a educação popular, possui nas mãos a
responsabilidade de buscar a mudança desta realidade imposta por uma sociedade individualista
e opressora, utilizando-se da problematização e do debate para contribuir na tomada de
consciência dos seres humanos e de seu reconhecimento como sujeitos capazes de confrontar a
realidade para mudá-la. Através da cooperação, da alteridade, das relações entre os sujeitos, da
busca pela liberdade e da participação é possível fazer uma educação voltada para os indivíduos
e para o seu desenvolvimento. Assim, é diante desta educação que volta seu olhar para o sujeito
e para o coletivo, que se tem nas mãos a possibilidade de mudança e de construção de um
mundo justo, fraterno e humano.
REFERÊNCIAS
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. A Educação Como Cultura. 2.ed. São Paulo: Brasiliense,
1985.
__________, Carlos Rodrigues. A educação popular na escola cidadã. São Paulo: Editora
Vozes, 2002.
CANDAU, Vera Maria. Direitos humanos, educação e interculturalidade: as tensões entre
igualdade e diferença. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, v.13, n.37, jan/abr.
2008. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbedu/v13n37/05.pdf>. Acesso em:
07.nov.2017.
STRECK, Danilo (et al). Educação Popular e Docência. São Paulo: Editora Cortez, 2014.
A EXPERIÊNCIA E ATUAÇÃO DO PEDAGOGO NA EQUOTERAPIA
Abstract: The objective of this article is delimitated the review of the bibliographic study and
the releasing of experiences to meet the outcome and benefits that Equation are in the area of
pedagogy, the American students for students for the interaction and rehabilitation of
practitioners. The practice of equine therapy is a complementary treatment of physical and
mental rehabilitation of practitioners, where the teaching method is re-evaluated in an
interdisciplinary approach, such as health and education areas, aiming at the overall
development of practitioners, providing an improvement in the quality of life and
biopsychosocial development.
INTRODUÇÃO
1
Acadêmica do curso de Pedagogia - PARFOR/UNICRUZ. E-mail: marleneprzylinski@gmail.com.
2
Acadêmica do 9° semestre do Curso de Fisioterapia da Universidade de Cruz Alta- UNICRUZ e bolsista
PIBIC/UNICRUZ. E-mail: kaca_nascimento@hotmail.com.
3
Coordenadora do Núcleo de Acessibilidade e Inclusão da UNICRUZ. Doutorado em Educação. Pós-doutorado
em Educação UFSM. Prof. do PPG em Práticas Socioculturais em Desenvolvimento Social, UNICRUZ E-
mail:vperanzoni@unicruz.edu.br.
4
Mestranda PPG Práticas Socioculturais em Desenvolvimento Social, UNICRUZ: mrodrigues@unicruz.edu.br
Equoterapia é uma palavra que foi criada pela Associação Nacional de Equoterapia
(ANDE-BRASIL), para qualificar toda pratica que se utiliza de cavalo em atividades equestres
na busca da reabilitação do praticante. A palavra Equoterapia, vem de Equuus, uma
palavra do latim que significa cavalo e Therapia, no significado grego constitui-se ao
conhecimento técnico e científico em favor do bem-estar do sujeito. (ANDE/BRASIL,1999.
P.1)
A Associação Nacional de Equoterapia (ANDE-BRASIL, 2010, P.45), descreve a
Equoterapia como um tratamento:
Esta pratica terapêutica que utiliza o cavalo como agente, não é uma prática recente,
existem registros desta técnica a mais de 400 anos a.C quando Hipócrates utilizava o cavalo
para tratar seus pacientes (ANDE-BRASIL, 2007). Vários especialistas afirmam que a terapia
com cavalos traz melhoras significativas ao ser humano, com tal evidencia muitas pessoas tem
procurado esta técnica terapêutica. O médico Asclepíades de Prússia (124 - 40 a.c) foi um dos
pioneiros a indicar este método como tratamento para seus pacientes, Asclepiades tratava
pessoas com deficiências motoras, paralíticas, caquéticos, letárgicos e outros (HOMEM,2016).
Vários médicos utilizaram esta pratica equoterapica na busca da promoção e
desenvolvimento da força e do tônus muscular, promovendo a autoestima, autoconfiança e o
autocontrole do corpo. Josefh C. Tissot foi o primeiro a descrever os benefícios da montaria,
afirmando que o passo (cavalo) é caracterizado como a andadura mais benéfica, também
apontou contraindicações quanto ao tempo prolongado sobre o cavalo (HOMEM, 2016;
CAMPOS,2007).
A equipe interdisciplinar deve possuir conhecimentos de cada área e entrosamento
transdisciplinar na troca das informações. Sabendo-se disso e dos benefícios que a Equoterapia
pode proporcionar nos aspectos físicos e educacionais, buscamos através de uma revisão
bibliográfica aprofundada e um relato de experiencia, conhecer os resultado e benefícios que a
Equoterapia proporciona na área da pedagogia, onde os profissionais podem construir por meios
lúdicos para a interação e reabilitação dos praticantes.
METODOLOGIA
A pesquisa se encaixar em uma perspectiva qualitativa e descritiva, que busca uma nova
ordem da educação baseada na formação científica e tecnológica. A pesquisa qualitativa,
segundo Minayo (2001, p.21):
Prodanov e Freitas (2013), relata em seus estudos que a variável descritiva, busca
interpretar a realidade, por meio da observação, descrição, classificação e interpretação de
informações e fenômenos, sem interferir para modificar o contexto.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Com o passar do tempo o conceito da educação foi mudando, como a forma de ensinar
e aprender. Novos espaços foram se criando a partir do entendimento de que o conhecimento
não está somente no professor e que só se concretizava na escola em si. A necessidade da
sociedade e do próprio professor ter um novo olhar para os diferentes espaços que surgem e
que tem potencialidades de promover aprendizagens.
Segundo Libâneo existem três modalidades na educação;
A educação informal corresponderia a ações e influencias exercida pelo meio, pelo
ambiente sociocultural, e que desenvolve por meio das relações dos indivíduos e
grupos com seu ambiente humano, social, ecológico, físico e cultural, das quais
resultam conhecimentos, experiências, práticas, mas que não estão ligadas
especificamente a uma instituição, nem são intencionais e organizadas. A educação
não formal seria realizada em instituições educativas fora dos marcos institucionais,
mas com certo grau de sistematização e estruturação. A educação formal
compreenderia instancias de formação, escolares ou não, onde há objetivos educativos
explícitos e uma ação intencional institucionalizada, estruturada , sistematizada
(LIBÂNEÓ, 2010, P.31).
Os espaços não formais estão cada vez mais presentes na sociedade, no caso aqui
estamos falando do centro da equoterapia que se torna um espaço de aprendizagem. A relação
do praticante com os profissionais da equoterapia é diferente da relação professor aluno, pois a
experiência não-formal é a principal abordagem pedagógica somando-se a outras aprendizagens
do sujeito.
Ainda no ver de Libâneo, a educação não formal são atividades que são realizadas de
maneira propositada, porém com baixas condições de estruturação e sistematização,
provocando relações pedagógicas, mas não formalizadas (LIBÂNEO, 2005, p.89).
Desta forma a aprendizagem vai acontecer na interação com o cavalo, entre os pares,
com as famílias, os profissionais ali envolvidos e com o próprio ambiente. Segundo (SILVA) a
educação não formal “deve conseguir uma organização grupal, a reconstrução da concepção de
mundo o sentimento, a adversidade, a valorização de si próprio, o aprendizado da diferença e o
estranhamento” (SILVA, p.27).
Percebe-se com todo esse relato, que atuação da equipe interdisciplinar é de suma
importância para a reabilitação global do praticante de Equoterapia, onde o papel do pedagogo
entra com um desenvolvimento na educação e mental, muitas vezes estimulando outros
aspectos de forma lúdica, proporcionando melhor qualidade de vida e bem-estar para
comunidade envolvida com a equoterapia.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
LIBÂNEO, José Carlos, Pedagogia e Pedagogos para quê? 12° edição, 2010, Cortez
MINAYO, Maria Cecília de Souza. (Org.) Pesquisa Social: teoria, método e criatividade.
Temas Sociais. 7ª ed. Petrópolis: Vozes, 2001.
VALLE, Lila Maria Ornelas. Atuação fonoaudiológica na equoterapia. Rev. CEFAC. 2014
Mar-Abr; 16(2):511-523.
Resumo: Neste artigo, aborda-se a importância do estudo dos gêneros discursivos no contexto
escolar, colaborando para a formação de leitores ativos e críticos. Tem por objetivo refletir
acerca da atividade de interpretação textual a partir de uma perspectiva que leve em conta o
movimento responsivo ativo. O estudo justifica-se tendo em vista as dificuldades encontradas
em sala de aula na realização de atividades relacionadas a interpretação textual e na importância
de relacionar os gêneros discursivos cotidianos com a prática escolar. A base teórica do estudo
fundamenta-se principalmente nas contribuições de Bakhtin (2003, 2016) sobre gêneros
discursivos e attitude responsiva ativa. Acredita-se que este estudo possa contribuir para o
fortalecimento dos conhecimentos acadêmicos e sociais que voltem seus interesses às noções
exploradas, com qualificação da prática escolar.
Abstract: In this article, the importance of the study of the discursive genres in the school
context is discussed, collaborating for the formation of active and critical readers. It aims to
reflect on the activity of textual interpretation from a perspective that takes into account the
active responsive movement. The study is justified considering the difficulties encountered in
the classroom in performing activities related to textual interpretation and in the importance of
relating daily discursive genres to school practice. The theoretical basis of the study is based
mainly on the contributions of Bakhtin (2003, 2016) on discursive genres and active responsive
attitude. It is believed that this study can contribute to the strengthening of academic and social
knowledge that returns their interests to the notions explored, with qualification of the school
practice.
1 INTRODUÇÃO
1
Aluna do Programa de Pós-Graduação da Universidade de Passo Fundo na área de Constituição e Interpretação
do Texto e do Discurso. E-mail: maricorazza23@hotmail.com
2
Aluna do Programa de Pós-Graduação da Universidade de Passo Fundo na área de Constituição e Interpretação
do Texto e do Discurso. E-mail: cris.e.prenda@hotmail.com
no ambiente virtual; esses se classificam como multimodais3, esses ampliam a noção de texto
pois combinam diferentes modos semióticos. O processo de leitura desses textos exige que o
aluno interaja, indispensavelmente, pois o sentido é construído acerca do formato do texto de
seu sentido em busca de uma finalidade.
3
Multimodais: as ações sociais são fenômenos multimodais, os gêneros textuais falados e escritos são também
multimodais, porque quando falamos ou escrevemos um texto, estamos usando no mínimo dois modos de
representação: palavras e gestos, palavras e entonações, palavras e imagens, palavras e tipográficas... etc. Consultar
Dionísio (2005).
4
bakhtinianos: Mikhael Bakhtin foi um filósofo e pensador russo, teórico da cultura europeia e das artes. Bakhtin
foi um verdadeiro pesquisador da linguagem humana; seus escritos, em uma variedade de assuntos, inspiraram
trabalhos de estudiosos em um número de diferentes tradições e em disciplinas tão diversas como crítica literária,
história, filosofia, antropologia e psicologia. Ver <https://pt.wikipedia.org/wiki/Mikhail_Bakhtin>, acesso em
01/04/2018.
5
Círculo de Bakhtin: uma rede de profissionais preocupados com as formas de estudar linguagem, literatura e arte,
que incluía o linguista Valentin Voloshinov (1895-1936) e o teórico literário Pavel Medvedev (1891-1938).
Ver:<http://revistaescola.abril.com.br/formacao/filosofo-dialogo-487608.shtml>, acesso em 06/04/2018.
para colocar o aluno em interação com o ponto de vista e o conjunto de valores expressos no
texto pelo seu autor. Ler implica em despertar uma atitude responsiva, ou seja, responder ao
texto por meio de novas ações de linguagem ou não. O processo de interação depende
exclusivamente da finalidade da leitura e do gênero do texto lido. Essas ações se constituem
socialmente como possíveis respostas aos textos lidos. Diante disso, é importante que as
práticas pedagógicas resgatem, no planejamento das tarefas de leitura e durante a interação em
sala de aula, a possibilidade de a leitura converter-se em construção de sentido. A leitura, tendo
uma finalidade reconhecível, torna-se significativa, pois, de alguma maneira retoma situações
sociais nas quais o texto encontra suas funções. O papel do professor, em sua prática
pedagógica, deve opor-se à concepção de que é preciso, em primeiro lugar, explorar palavras
e frases isoladamente, para então poder chegar a textos complexos, analisando elementos
retirados do texto e discutidos fora do contexto em que vivem. A língua está submetida à
centralidade do sentido e da leitura como ação, como prática social. Neste processo, deve-se
oportunizar ao aluno o desenvolvimento de atitude crítica diante dos textos.
Com isso, percebemos que leitura e texto não se referem apenas à forma escrita; supõe-
se, também, a leitura responsiva e crítica, de textos orais e de outros, que utilizam diferentes
modalidades não verbais de linguagem. A leitura do texto escrito envolve a capacidade de
entender o sistema alfabético da língua, a alfabetização e o processo de letramento são
indissociáveis. O professor deve estar atento para os códigos que seus alunos já aprenderam,
partir do que já sabem e lançá-los adiante, oportunizando que se concentrem cada vez mais no
que precisam aprender, tendo em vista que na escolar os leitores estão em formação. Nesse
contexto, quando um aluno lê um texto, os objetivos de fazê-lo devem condicionar as previsões
de leitura e a adoção de uma série de ações para ler em detrimento de outras. Isso significa que
começamos a ler e a lançar sobre o texto uma interpretação mesmo antes de lê-lo no sentido
verbal mais estrito. Para obtermos o objetivo desejado, de favorecer a compreensão global e a
atitude responsiva dos alunos, a leitura dos textos deve ter finalidades compartilhadas pelos
leitores em sala de aula. Isso precisa ser esclarecido aos alunos por meio de tarefas específicas
antes mesmo do início da leitura. É importante fazer uma ‘preparação para a leitura’, trazendo
leituras compatíveis ao meio social do aluno, conscientizando-se de que, no cotidiano dos
leitores, nunca será lido um poema, por exemplo, para o encontro de substantivos; o poema é
lido para a fruição, para estabelecer contatos entre emoção e compreensão de si e do mundo.
A fala que é determinada como unidade real da comunicação verbal, pois forma os
enunciados que são concretizados pela alternância dos sujeitos falantes em um discurso
(réplica); o discurso sempre moldará a forma a que o enunciado pertence (gêneros).
Independentemente de o processo ser de fala ou apenas escrita, o locutor do discurso, ao
encerrar um enunciado, automaticamente passa a fala para o interlocutor que pode ter uma
resposta ativa ou não, em outras palavras uma forma simples e clara desse tipo de comunicação
é o diálogo que temos todos os dias em diferentes situações e contextos. Nas palavras de
Bakhtin (2003, p. 34), “O contexto da oração é o contexto do discurso de um único e mesmo
sujeito falante (do locutor); a relação existente entre a oração e o contexto transverbal da
realidade (situação, circunstância e pré-história)”.
De acordo com Bakhtin (2003) o discurso não se apresenta como um “todo” acabado,
pois apresenta a possibilidade de ser responsivo ativo, envolvendo algumas características
como o querer-dizer, o sentido e a estrutura do gênero. O querer-dizer ou intuito discursivo é
onde o locutor determina todo o enunciado: amplitude e fronteiras; o querer-dizer está ligado
ao objetivo dos interlocutores (resultado da troca de enunciados); o sentido é construído sob a
vida cotidiana, a vida prática, a profissional, dentre outras, em que os gêneros são definidos e
padronizados ao máximo. A estrutura do gênero é determinada pela especificidade de uma dada
esfera de comunicação verbal e pelas necessidades temáticas do objeto de sentido.
De acordo com Bakhtin (2016) para falar, utilizamos sempre os gêneros do discurso,
em que todos os enunciados dispõem de uma forma padrão que estrutura um todo. Temos um
rico repertório dos gêneros discursivos. Na comunicação do cotidiano, aparecem alguns
gêneros criativos, que são estruturados pela língua materna, e os entendemos antes mesmo de
sabermos a sua gramática. Sendo assim, aprendemos a língua através de enunciados concretos
que reproduzimos diariamente na comunicação verbal. Aprendemos a moldar a nossa fala de
acordo com as formas dos gêneros. No momento em que ouvimos a fala do outro, podemos
pressentir o gênero, analisando o tom da fala, a entonação, o volume, etc. Podemos salientar,
segundo Bakhtin (2016, p. 39), “Se os gêneros do discurso não existissem e nós não os
dominássemos, se tivésemos de criá-los pela primeira vez no processo do discurso, de construir
livremente cada enunciado e pela primeira vez, a comunicação discursive seria impossível”. O
gênero do discurso não é uma forma da língua, mas uma forma do enunciado que, como tal,
recebe do gênero uma expressividade determinada, típica, própria do gênero dado. No gênero,
a palavra comporta certa “expressão típica”, ancorado em outro já existente para fazer
significar.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
Resumo: O presente trabalho tem por objetivo principal instigar o leitor a realizar uma reflexão
sobre a importância da formação continuada no âmbito da Educação Inclusiva. Trata-se de uma
pesquisa bibliográfica, interessada em debater sobre a temática escolhida, sendo este um tema
que ainda é desafiante aos sistemas de ensino, já que, por muitas vezes, o professor não sabe
como trabalhar dentro de um contexto inclusivo. Portanto, a formação de professores será
problematizada, bem como a importância de o professor ser um mediador no processo de
inclusão. Para que essas reflexões pudessem ser construídas foram utilizados os seguintes
autores: Maria Teresa Eglér Mantoan, Demerval Saviani, Priscila Augusta Lima, Fabiana Luiza
de Rezende Mendonça, Lev Semyonovich Vygotsky entre outros. Contudo, verificou-se que as
discussões apresentadas destacam a importância do docente como mola propulsora no processo
de inclusão de alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas
habilidades/superdotação. Assim, o professor precisa buscar especializações na área, estar
preparado e capacitado para atender as especificidades dos alunos, bem como os desafios
existentes na sala de aula.
Abstract: The main objective of this paper is to instigate the reader to reflect on the importance
of continuing education in the context of Inclusive Education. It is a bibliographical research,
interested in discussing the chosen theme, this being a subject that is still challenging to the
education systems, since, in many cases, the teacher does not know how to work within an
inclusive context. Therefore, the teacher training will be problematized, as well as the
importance of the teacher being a mediator in the inclusion process. In order for these reflections
to be constructed, the following authors were used: Maria Teresa Eglér Mantoan, Demerval
Saviani, Priscila Augusta Lima, Fabiana Luiza de Rezende Mendonça, Lev Semyonovich
Vygotsky and others. However, it was verified that the discussions presented highlight the
importance of the teacher as a driving force in the process of inclusion of students with
disabilities, global developmental disorders and high skills / giftedness. Thus, the teacher needs
1
Graduada em Pedagogia pela Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS), Pós-graduanda em
Educação Especial e Inclusiva pelo Centro Universitários Leonardo Da Vinci (UNIASSELVI). E-mail:
joci_corazza@hotmail.com
2
Graduada em Pedagogia pela Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS), Pós-graduanda em
Educação Especial e Inclusiva pelo Centro Universitários Leonardo Da Vinci (UNIASSELVI). E-mail:
analuizamaciel90@hotmail.com
3
Doutora em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Professora Adjunta na
Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS), Integrante do Grupo de Estudo e Pesquisa em Inclusão
(GEPI/CNPQ) e do Grupo de Estudos e Pesquisas em Currículo e Pós-modernidade (GEPCPós). E-mail:
tatianarech@yahoo.com.br
to seek for knowledges in this area, be prepared and able to meet the specificities of the
students, as well as the challenges in the classroom.
INTRODUÇÃO
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Para iniciar esta seção destaca-se alguns recortes de autores referentes à Educação
Inclusiva no contexto da formação docente e continuada. Nessa lógica, pode-se pensar na
proposta da inclusão como um fator significativo para a busca continuada da capacitação e
especialização4 de professores no atendimento de crianças com deficiência.
Nesse contexto, no Brasil, as políticas públicas educacionais direcionadas à inclusão,
apresentam-se como garantias de direitos à permanência de alunos com deficiência no sistema
regular de ensino. No entanto, há muito tempo essas propostas legais enfrentam inúmeras
dificuldades e desafios, já que ações como estas, — que visam à inclusão social —,
primeiramente, precisam ser aceitas pela sociedade. Sociedade esta que, ainda, resiste em aceitar
as minorias em seus grupos socializadores.
Nesse sentido, é importante refletir sobre as práticas inclusivas que vemos na
atualidade, e proporcionar ao público-alvo das políticas de inclusão à efetivação e garantia de
seus direitos fundamentais em todas as instituições sociais.
Para a autora Rita Vieira de Figueiredo (2002) a efetivação da inclusão na sociedade
deve ser iniciada na escola, mas para que isso seja feito, é necessário transformá-la, começando
pela desconstrução de práticas que distanciam a qualidade educacional da inclusão. A autora
complementa ainda que,
4
Especializado é aquele profissional formado e apto para atuar em salas de Atendimento Educacional
Especializado, pois possui formação na área.
[...] a inclusão significa um avanço educacional com importantes repercussões
políticas e sociais, visto que não se trata de adequar, mas de transformar a realidade
das práticas educacionais em função de um valor universal que é o do
desenvolvimento do ser humano. (FIGUEIREDO, 2002, p. 68).
Sendo a Educação Inclusiva uma temática ainda pouco debatida durante os cursos de
formação de professores, incluindo os cursos de graduação e pós-graduação onde muitos
profissionais alegam não terem tido a oportunidade “[...] nem de estagiar com alunos da
Educação Especial” (CARVALHO, 2016, p. 29) torna-se essencial a formação continuada
nessa área, para que professores saibam como atuar na sala de aula regular, auxiliando na
promoção da inclusão de qualidade.
As políticas públicas vêm contribuindo muito para o avanço da qualidade na área da
educação, trazendo garantias de aplicabilidade, mas
Em concordância com Maria Aparecida Santos Corrêa Barreto (2015), pode-se afirmar
que os contextos de formações são diversos e trazem aos professores novos desafios, sendo que
por muitas vezes eles precisam enfrentar sozinhos, pois não há disponibilidade de horários para
buscarem formação, que, geralmente, precisa ocorrer em carga horária extra. Mas, “felizmente,
há muitos que decidem enfrentar o desafio e descobrem a riqueza que representa o trabalho na
diversidade” (CARVALHO, 2016, p. 29), e por isso, pode-se dizer que há a busca pela
qualidade educacional no âmbito da Educação Inclusiva
Qualidade esta que deviria ser um compromisso dos sistemas de ensino (MANTOAN,
PRIETO, 2006), pois cabe a estes fornecer aos professores oportunidades de qualificação
profissional e “[...] assegurar que sejam aptos a elaborar e a implantar novas propostas e práticas
de ensino para responder às características de seus alunos” (MANTOAN, PRIETO, 2006, p.
57). Dessa forma, os professores seriam capazes de preparar os alunos ditos “normais” e,
também, aqueles com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas
habilidades/superdotação, considerados o público-alvo das políticas de inclusão que se
destinam à escola regular.
Assim, a inclusão deixaria de ser vista como possibilidade, passando a existir de fato,
pois os professores têm grande influência em todo o processo, já que são exemplos aos olhos
da comunidade. Nesse sentido, o professor deveria proporcionar possibilidades de aprendizado
a todos os alunos, incentivando um a ajudar o outro durante o processo de aprendizagem, ou
seja, mediando a interação na turma.
Mas, para que isso seja possível é preciso que,
[...] o sujeito possa perceber-se nesse contexto no qual foi e está sendo constituído
como professor, faz-se necessário um distanciamento de sua experiência imediata,
bem como a confrontação com outras perspectivas de atuação que emergem das
práticas sociais” (MENDONÇA; SILVA, 2015, p. 66).
Dando sequência às palavras das autoras, o docente precisa estar em constante reflexão
buscando recordar sobre o profissional que era, a respeito de como está no momento e, também,
de como pretende ser, pois o “professor vai se constituindo aos poucos” (MENDONÇA;
SILVA, 2015, p. 66), construindo sua identidade profissional5 a partir de cada vivência: nas já
vividas, nas atuais e nas que virão. Dessa maneira é que o professor se torna um mediador da
inclusão, pois pode possibilitar a compreensão da realidade (VYGOTSKY, 1991), propiciando
a busca pelos conhecimentos históricos, culturais e sociais, permitindo a reflexão de suas
práticas e vivências.
Além disso, é imprescindível que o professor saiba “conhecer as necessidades
educacionais dos alunos, muitas delas decorrentes de um contexto social adverso e, ainda,
conhecer as deficiências dos sistemas de ensino” (LIMA, 2010, p. 61). Desse modo, com o
conhecimento em mãos e sua identidade profissional constituída, será possível que a Educação
Inclusiva exista com qualidade, onde todos estarão incluídos e aprendendo dentro de seus
5
Demerval Saviani (2009), traz em seus escritos um pouco sobre a construção da “identidade profissional”, que
não é construída pelos professores pois os cursos de formação não proporcionam momentos de reflexão sobre a
docência.
ritmos, promovendo, assim, possibilidades de transformação para a realidade educacional
brasileira.
REFERÊNCIAS
BRASIL, Constituição Federal da Federativa do Brasil (1988). 35 ed. Brasília: Câmara dos
Deputados, 2012.
CARVALHO, Rosita Edler. Educação Inclusiva: com os pingos nos “is”. 11. ed. Porto
Alegre: Mediação, 2016.
LIMA, Priscila Augusta. Educação Inclusiva: Indagações e ações nas áreas da educação e da
saúde. São Paulo: Avercamp, 2010.
MANTOAN, Maria Teresa Eglér; PRIETO, Rosângela, Gavioli. Inclusão Escolar. In.:
MANTOAN, Maria Teresa Eglér; PRIETO, Rosângela, Gavioli. Inclusão Escolar: pontos e
contrapontos. (Org.). São Paulo: Summus, 2006.
Abstract: This article presents and analyzes the contributions of managers, pedagogical
coordinators and teachers of Basic Education schools, who received internships from the
Biological Sciences and Mathematics Undergraduate Courses of the Federal Institute
Farroupilha Júlio de Castilhos Campus in the year 2011 untill 2017, on the experiences of the
activities carried out in the schools and in the classrooms during these stages. It was a moment
of theoretical and practical reflection on the importance of internships for the training of future
teachers, the performance of the school and the subjects directly involved with the trainees, the
training function that the schools develop in this initial formation and the contributions that the
Institution trainer and trainees should take to the schools. The points addressed identified
positive aspects that should be preserved, such as the responsibility, dedication and flexibility
of the trainees to fit the school routine and the orientations of the regent teachers of the
traineeships. It also points out that weaknesses that need to be improved are the greater iteration
between supervisors and supervisors of the Institution and the regents and supervisors of the
School. In addition, they bring different suggestions to improve the practice of internships in
the initial training of future teachers.
1
Doutora, Docente de EBTT, Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia Farroupilha. E-mail:
siomara.lago@iffarroupilha.edu.br
2
Mestranda em Educação e Formação de Adultos no Instituto Politécnico do Porto, PT, Docente. Instituto Federal
de Educação Ciência e Tecnologia Farroupilha. E-mail: cleonice.graciano@iffarroupilha.edu.br
Key words: Teacher training. Supervised internship. Orientation of internship. Bachelor's
degree
INTRODUÇÃO
O Instituto Federal Farroupilha atende aos objetivos dos Institutos Federais, expressos
na Lei 11.892/2008, que estabelece a oferta de, no mínimo, 20% de suas vagas em cursos de
Licenciatura, sobretudo nas áreas de Ciências e Matemática. No Campus Júlio de Castilhos há
dois cursos de Licenciatura em funcionamento, Licenciatura em Matemática e Licenciatura em
Ciências Biológicas. O Curso de Licenciatura em Matemática entrou em funcionamento no
Campus no ano de 2009 e o Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas no ano de 2013. Os
Projetos Pedagógicos de cada Curso (PPC) os estruturam em 8 semestres, com carga horária
total de 3376h (Licenciatura em Matemática) e 3304 horas Licenciatura em Ciências
Biológicas), sendo que a partir do 5º semestre existe uma disciplina de Estágio Curricular
Supervisionado (ECS) em cada semestre, totalizando 400 h de estágio durante o Curso, como
dispõe a Resolução CNE/CP nº 2/2002, Art. 1º, inciso I.
Assim, no Curso de Licenciatura em Matemática desde o ano de 2011, e no Curso de
Licenciatura em Ciências Biológicas desde o ano de 2015, semestralmente temos acadêmicos
realizando atividades de ECS, concomitantemente com aulas de orientação e preparação na
Instituição formadora e em práticas nas Escolas de Educação Básica (EEB) da região,
especialmente nas redes públicas e privada dos municípios da região de abrangência da 8ª e 9ª
Coordenadorias Regionais da Educação. Portanto, o acadêmico, durante sua formação inicial
na Licenciatura, intensifica sua aproximação com o futuro ambiente profissional nas disciplinas
de estágio, já que lhe é oportunizado estabelecer um vínculo com as comunidades escolares, no
intuito de contemplar conhecimento, desenvolvimento e interação com as necessidades
educacionais da região na qual está inserido.
As atividades de prática da profissão docente, além de oportunizar ao acadêmico a
vivência da docência, possibilitam que o contato com os futuros colegas de profissão, gestores,
servidores e docentes, gere compartilhamento de conhecimentos e saberes oriundos da
experiência profissional de cada um e, desta forma, a EEB assume um papel de co-formadora
dos acadêmicos estagiários durante a sua formação inicial.
Em 2017, os docentes dos Cursos de Licenciatura do Campus sentiram a necessidade
de um feedback das EEB sobre a presença e atuação dos estagiários e das atividades por eles
desenvolvidas durante o período dos ECS, para identificar os pontos fortes e aspectos a
melhorar nesta prática. Assim, foi organizado o “I Encontro de Reflexões sobre os Estágios das
Licenciaturas do IFFar – Campus Júlio de Castilhos”, ocorrido no dia 19 de setembro do mesmo
ano, nas dependências da Instituição.
Este artigo inicialmente contextualiza como é realizado o ECS na Instituição objeto do
estudo, faz uma breve referência teórica sobre os estágios na formação do futuro professor e
depois apresenta e discute as principais contribuições que os participantes do evento trouxeram
para a melhoria das disciplinas de ECS nos Cursos de Licenciatura do Campus.
Assim a escola representa não apenas um campo de estágio, mas um espaço formativo
que, através das interação entre acadêmicos e professores já formados, possibilita a
aprendizagens numa via de mão dupla, através dos saberes produzidos na prática profissional
nos diferentes espaços da escola.
METODOLOGIA
Antes do evento, os docentes do campus foram até as escolas fazer o convite e explicar
os objetivos da atividade. Foi solicitado que cada convidado manifestasse previamente sua
opinião por escrito, de forma objetiva, num formulário e o entregasse no dia. As informações
solicitadas foram referentes ao tempo de parceria recebendo acadêmicos estagiários; aspectos
positivos, negativos e sugestões sobre relacionamento com os estagiários e com o Campus (com
o supervisor e orientador do estágio), sobre as aulas planejadas e ministradas e demais
atividades desenvolvidas pelos estagiários.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Algumas escolas dizem ter contato com o Campus antes de receber o estagiário ou
durante as visitas de supervisores ou orientadores, porém relatam que são poucas e
insuficientes. Reclamam da falta de esclarecimento quanto à metodologia do desenvolvimento
do estágio, do esclarecimento quanto às funções do supervisor da escola junto aos estagiários e
dos critérios de avaliação sobre a prática do estágio. Esta preocupação é muito importante, pois
mostra que a escola campo de estágio quer assumir seu papel de também responsável pela
formação do futuro professor, mantendo uma ação em sintonia com a proposta pedagógica e
formativa dos Cursos de Licenciatura.
Aulas bem elaboradas e planejadas; como a maioria das turmas estão com conteúdos
atrasados, as aulas tem sido mais tradicionais; explicações bem feitas. (Prof. Regente
Escola 3)
Aulas de Matemática – boas com a preocupação dos estagiários em realizar um bom
trabalho. Desenvolver mais práticas pedagógicas. Aulas de Biologia – Conseguiram
desenvolver um bom trabalho. Sugiro que as próximas desenvolvam mais aulas
expositivas e práticas. (Coord. Pedagógico Escola 2)
Sempre atentos a situações que ocorrem no dia a dia, participativos em todas as
atividades desenvolvidas extraclasse e comprometidos com o desenvolvimento dos
conteúdos de sua disciplina. Acreditamos e damos oportunidade para que possam se
tornar profissionais competentes. (Diretor Escola 7)
Todos estão procurando desenvolver os conteúdos de forma clara e aplicando-os de
maneira compreensível. (Prof. Regente Escola 5)
Alguns regentes sugerem que os estagiários desenvolvam projetos ou trabalhos mais
práticos ou de pesquisas nas áreas, como mostras ou feira de ciências, gincanas, dentre outros.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A formação inicial dos futuros professores é cada vez mais desafiadora diante de um
mundo de incertezas em que a mudança é constante, exigindo um processo permanente de
adaptação e readaptação do fazer docente. A inserção dos licenciandos na EEB não se resume
à regência e à instrumentação técnica, mas perpassa pelo conhecer, interagir, investigar e
colaborar, o que leva à compreensão do contexto escolar e da profissão docente. Neste aspecto,
além da IES, a EEB atua como co-responsável na formação inicial, através da atuação dos
professores supervisores e orientadores dos estágios, dos coordenadores pedagógicos e dos
gestores junto aos licenciandos, fazendo-os participar e refletir sobre a dinâmica escolar.
TARDIF, M. Saberes docentes e formação profissional. 17. ed. Petrópolis, RJ: Vozes,
2014.