Você está na página 1de 159

Tecnologia da Informação

Curso: SISTEMAS DE INFORMAÇÃO


Título: APLICAÇÃO DE ALGORITMOS DE INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL PARA A MELHORIA DA QUALIDADE DO SONO NA PRIMEIRA
INFÂNCIA
Autor(es): Wellington Sousa Aguiar; Rodolfo Ricardo de Carvalho Lira; Nilber San de Castro de Vasconcelos
E-mail para contato wellington@tecsist.com IES: ESTÁCIO CEARÁ
Palavra(s) Chave(s): Inteligência artificial; desenvolvimento infantil; qualidade do sono; Machine Learning
RESUMO
A Saúde Pública, a Segurança Pública e a educação fazem parte dos três grandes desafios do Brasil no curto prazo. O cuidado com a Saúde Infantil
é a garantia de um futuro sadio das novas gerações. Segundo a Fundação Nacional do Sono, dormir é tão importante quanto à alimentação e a
higiene do bebê, ajudando no seu desenvolvimento intelectual e motor. É no descanso que o corpo libera os hormônios de crescimento, pois
enquanto as crianças dormem, elas reforçam os seus aprendizados. É durante o sono que elas aprendem a falar, engatinhar, pegar, caminhar,
comer sozinhas e todas as habilidades que elas vão adquirir ao longo do seu desenvolvimento. A qualidade de sono infantil é um dos principais
fatores para um bom desenvolvimento da criança. Analisando a rotina diária e utilizando corretamente os algoritmos de Machine Learning (ML),
é possível detectar padrões e otimizar o sono da criança. Uma noite bem dormida, além de excelente para a criança, também auxilia no sono dos
responsáveis, que terão menos interrupções noturnas. Com o avanço tecnológico, o uso dos algoritmos de Inteligência Artificial (IA) para a
detecção de padrões está cada vez mais popular e no nosso dia a dia. Nos últimos anos a tecnologia vem atingindo altos níveis de
disponibilidade, armazenamento e processamento, com isso tornou-se possível o uso com qualidade dos algoritmos de Inteligência Artificial (IA).
As pesquisas no campo da IA, aumentam a cada dia e proporcionam novas descobertas sobre o aprendizado das máquinas (Machine Learning),
podendo ser aplicado em várias as áreas do conhecimento. O objetivo dessa pesquisa é gerar conhecimento científico sobre a qualidade do sono
infantil, baseado na relevância do sono infantil para o desenvolvimento das crianças. Serão utilizados algoritmos de IA (Inteligência Artificial) para
geração de modelos preditivos que auxiliem na qualidade do sono na primeira infância, consequentemente na qualidade de vida das nossas
crianças. A pesquisa também visa a utilização da análise de dados para entender o cenário da rotina diária das crianças e com isso entender e
aumentar as possibilidades de uma boa noite de sono. Estudos nas áreas de Estatística, Ciência da Computação e Saúde são contemplados nessa
pesquisa multidisciplinar. A natureza do problema objeto desta pesquisa nos conduziu ao uso da metodologia do tipo experimental e aplicada.
Um protótipo foi criado para possibilitar a coleta e tratamento das informações visando gerar benefícios concretos para a comunidade em que
estamos inseridos. A pesquisa aplicada é motivada pela necessidade de resolver problemas concretos, mais imediatos ou não. A captura dos
dados foi realizada a partir de um formulário contendo perguntas binárias, ou seja, que contenham somente respostas sim ou não sobre as
atividades diárias da criança, como: horários, alimentação, descanso, lazer e etc. As perguntas estavam relacionadas à determinados momentos
do dia, como por exemplo, se a criança jantou bem, dormiu pela tarde, teve alguma novidade durante o dia, entre outras questões. Com os dados
capturados foi possível implementar um algoritmo para a leitura, tratamento e processamento dos dados. O estudo piloto foi realizado com uma
única criança com faixa etária entre dois e três anos. O formulário foi criado na plataforma Google Forms e salvo no Google Planilhas no formato
“.xlsx” para facilitar a leitura. Foi utilizada a linguagem de programação Python 3.9.2 e o ambiente de desenvolvimento Jupyter Notebook para a
leitura, análise e processamento dos dados. A partir dos dados coletados foi possível observar algumas características que a estatística descritiva
nos forneceu, como: 85% dos dias a criança dormia no horário padrão, 90% dos dias a criança comia no horário padrão nos três turnos; 60% dos
dias o sono teve duração considerada padrão e etc. Na primeira inferência usando IA, com os dados dos primeiros setenta dias, o algoritmo de
ML retornou uma acurácia média de 70,2%, isto é, de cada dez tentativas o algoritmo acertava sete, indicando que o algoritmo já começa a
identificar os padrões. Na segunda fase de coleta dos dados, ocorreu uma mudança no comportamento do sono noturno da criança, e em trinta
dias coletados houve mudanças consideráveis, e com isso os padrões tornaram-se ainda mais difíceis de serem detectados, fazendo cair o índice
de acurácia média para 39%. Concluindo, podemos observar que as ferramentas de Inteligência Artificial, quando utilizadas corretamente são
muito poderosas para a tomada de decisão. A amostra realizada já nos mostrou o quanto e como é possível predizer a qualidade do sono infantil
baseado no seu comportamento diário, mesmo que nossa amostra tenha sido pequena. Como trabalho futuro e no aprofundamento da pesquisa,
vamos aumentar o número de crianças acompanhadas, assim teremos mais dados para uma melhor análise. Ainda como proposta futura, vamos
testar outros algoritmos para fazer estudo comparativo dos resultados e escolher o algoritmo de melhor desempenho.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Tecnologia da Informação


SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
Tecnologia da Informação
Curso: SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
Título: TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA EDUCAÇÃO: PERSPECTIVA INTERDISCIPLINAR DE UM JOGO
SÉRIO
Autor(es): Alexandre Melo da Silva; Marcio J. Lopes Sales; Alexandre Cals
E-mail para contato alexmmelo@gmail.com IES: UNESA
Palavra(s) Chave(s): gamificação; sistema web; ensino aprendizagem; educação especial;
RESUMO
Nos dias atuais, com a percepção do isolamento social durante a pandemia de COVID-19 o mundo da educação está em mudança constante e
com uso de TICs em ritmo acelerado, as instituições de ensino, enfrentam um processo novo, dependente de acesso a internet, utilização de
ambientes virtuais de aprendizagem e de plataformas de comunicação e colaboração. Neste cenário os educandos e também os educadores,
fazem cada vez mais uso de seus devices e de ferramentas de colaboração, tornando a tecnologia parte integrante das salas de aula. Neste
sentido, este trabalho tem como Objetivo desenvolver, apresentar e testar um sistema Web de aprendizado gamificado, voltado a auxiliar a
aprendizagem na alfabetização em alunos portadores da Síndrome de Down. Neste Jogo Sério (JS) serão abordadas várias atividades com níveis
de dificuldades diferentes divididos em fases que ensinem de forma interativa e fazem uso de elementos lúdicos os conceitos do alfabeto e
números. A Metodologia do trabalho, quanto as funcionalidades, e meios de interação fornecidos pelo JS, foram fundamentados no
levantamento bibliográfico e na pesquisa de campo realizada. Esta pesquisa destina-se à análise e ao desenvolvimento de um jogo sério, portanto
é uma pesquisa aplicada. Classifica-se como exploratória pela investigação da literatura e pela análise de produtos similares e descritiva
considerando o detalhamento sobre as decisões de projeto de desenvolvimento da aplicação e seu resultado final. A avaliação da aplicação foi
realizada de forma qualitativa e quantitativa. Visando possíveis modificações futuras a metodologia de desenvolvimento da pesquisa foi dividida
nas seguintes fases: Pesquisa Literária; Pesquisa de campo; Prototipação de média fidelidade e desenvolvimento da Plataforma. O objetivo desse
software é simplificar a transferência de conteúdo pelo professor, além de contribuir no ambiente alfabetizador através do desenvolvimento de
uma ferramenta gamificada e com conceitos de digital storytelling. Os Resultados enfatizam o papel das TICs e jogos como ferramenta educativa,
o jogo está extensível para incorporar mais critérios de associação, alcançando bons resultados na promoção do aprendizado destas crianças, em
especial, com a colaboração do usuário “professor”, como membro participante do processo de criação. O sistema serviu como ferramenta de
apoio à fixação de números e letras, com uso de histórias, imagens e sons, visando a contribuição como recurso pedagógico, em face do
conteúdo ministrado em sala de aula. Tendo em sua metodologia a opinião e análise dos especialistas (professores e assistentes sociais da
Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE); pré-teste e validação de conteúdo. Com objetivo de apresentar boa confiabilidade,
podendo contribuir para a prática de professores e tutores na elaboração dos conteúdos educativos. Quanto a análise dos resultados, a
plataforma foi aplicada individualmente com o auxílio de um pedagogo/especialista e uma psicóloga. Os resultados apresentam um resumo do
desempenho dos participantes na utilização da plataforma. Durante o uso da plataforma foi verificado que seus efeitos sonoros causaram
animação e motivação dos participantes. Ao concluir a aplicação do software, submeteram-se os participantes ao pós-teste. Comparando os
resultados de ambos o pré e o pós-teste foi verificada a retenção de conhecimento nos resultados de todos os participantes que realizaram o pós-
teste. Vale ressaltar que, o processo onde o aprendente irá adquirir as competências, habilidades, conhecimentos e comportamentos, se refere à
usabilidade do software em questão, ou seja, interfaces que incentivam a exploração ao mesmo tempo em que restringem algumas opções para
guiar o usuário a realizar escolhas adequadas. Foi aplicado aos profissionais um questionários com perguntas fechadas para obter opiniões a
respeito da plataforma. O questionário foi realizado com 15 profissionais, cinco de cada uma das instituições onde a pesquisa foi realizada.Este
artigo teve como objetivo principal utilizar a tecnologia como auxilio no processo de ensino aprendizagem em uma perspectiva Interdisciplinar e
relatar o processo de desenvolvimento de um jogo sério. Desta forma foi apresentado um sistema que auxiliou no processo de alfabetização e
ensino da matemática. Através do teste de validação e análise dos resultados, observou-se que o jogo sério voltado ao ambiente de alfabetização
como software educacional interativo é eficiente no auxilio da alfabetização de crianças com SD. Como Conclusões, os resultados mostraram que
o jogo apresentado neste artigo possui um grande potencial para colaborar no processo de ensino-aprendizagem e demonstrou-se eficaz no
fornecimento e retenção de conhecimento, segundo análise de sua utilização, obteve-se um resultado satisfatório envolvendo todos os
participantes do teste. Nesta análise, destaca-se a importância do usuário técnico especialista, com papel fundamental na motivação do aluno.
Foi possível avaliar que os estudantes tiveram atitudes positivas em relação ao uso da gamificação aliada ao storytelling no sistema proposto e
que os recursos de animações visuais e sonoros são eficientes em encobrir o déficit de atenção e consequentemente potencializar o aprendizado.
Dessa forma, sendo mais um caminho lúdico disponibilizado para o ensino e aprendizagem na APAE. Por fim, é possível concluir que o uso de
elementos de jogos aliados a narração de histórias podem contribuir fortemente, nos processos de ensino e aprendizagem de alunos portadores
de SD, principalmente, como instrumento potencializador do interesse dos alunos. Como trabalhos futuros, pretende-se: acrescentar novos
recursos na ferramenta e implementar melhorias no projeto, tais como novas aventuras tendo como narrativa as lendas amazônicas além de
identificar os erros e acertos por área, o que possibilitaria ao professor a identificação dos conteúdos que necessitam ser revistos ou reforçados.
Para tanto, percebe-se a necessidade de qualificação em estratégias de ensino diversificadas e diferenciadas com uso de TICs, para isto é
necessário integrar os professores com a cultura tecnológica para o processo de ensino e aprendizagem, para que cada professor possa aplicar a
ferramenta mais adequada aos alunos e que se possa refletir sobre a nova normalidade que nos aguarda após a pandemia.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Tecnologia da Informação


SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
Saúde
Curso: FISIOTERAPIA
Título: ANÁLISE DE VARIÁVEIS CLÍNICAS E LABORATORIAIS PARA DESENVOLVIMENTO DE ESCORE PARA INDICAÇÃO DE
VENTILAÇÃO MECÂNICA INVASIVA EM PACIENTES COM COVID-19
Autor(es): Vanessa da Silva Schimidt; Gabriel Gomes Maia; Cynthia dos Santos Samary
E-mail para contato gmaiafisio@gmail.com IES: UNESA
Palavra(s) Chave(s): COVID-19; ventilação mecânica invasiva; unidade terapia intensiva
RESUMO
Predição da indicação de suporte ventilatório invasivo em pacientes com COVID-19 na Unidade de Terapia Intensiva. PROBLEMA: A associação de
variáveis clínicas e/ou laboratoriais para desenvolvimento de um escore poderá predizer a indicação ou não de suporte ventilatório invasivo em
pacientes com COVID-19? OBJETIVO GERAL: Verificar e analisar as variáveis clínicas e laboratoriais para desenvolvimento de um escore preditivo
para a indicação de suporte ventilatório invasivo em pacientes com COVID-19. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo observacional,
prospectivo, que seguirá as recomendações do Strengthening the Reporting of Observational Studies in Epidemiology (STROBE). O presente
estudo vem sendo realizado nas unidades de atendimento específico para pacientes com suspeita ou confirmação de COVID-19 no Hospital
Universitário Pedro Ernesto, Hospital Universitário Clementino Fraga Filho e no Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas. Os critérios de
inclusão serão indivíduos com confirmação de diagnóstico de COVID-19 pelo RT-PCR (do inglês reverse-transcriptase polymerase chain reaction),
com tempo mínimo de internação de 24 horas na UTI. De acordo com este perfil de paciente, isso indica pacientes dentro do escore estabelecido
pela Organização Mundial de Saúde (OMS) de 3 a 7. O protocolo de pesquisa estará em consonância com a Resolução 466/12 e será
encaminhado ao Comitê de Ética e Pesquisa do HUPE – CEPq, via Plataforma Brasil, e todos os integrantes da pesquisa assinarão o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido e o Termo de compromisso de uso de dados. Os critérios de exclusão para participação no estudo serão os
seguintes: (1) pacientes com idade inferior a 18 anos; (2) pacientes com necessidade de intubação de emergência em tempo menor que 24 horas
da admissão na UTI; (3) pacientes submetidos à intubação endotraqueal prévia na mesma internação. Toda a coleta dos dados clínicos e
laboratoriais se dará do momento de admissão do paciente na UTI até 72 horas de internação em um intervalo de 24 em 24 horas. Os dados dos
prontuários na admissão do paciente terão como objetivo fazer a identificação e a caracterização da amostra, como: setor de admissão, idade,
sexo, comorbidades tais como presença de hipertensão arterial sistêmica (HAS), obesidade (IMC>30kg/m2), doença renal crônica, doença
pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), síndrome da imunodeficiência adquirida (HIV), síndrome demencial, data de admissão hospitalar, data de
admissão na UTI escore de disfunção orgânica, dias de sintomas, grau de comprometimento do parênquima pulmonar através da tomografia
computadorizada de tórax admissional. Após o período de 72 horas de internação serão apenas coletados dados em relação ao tempo de
ventilação mecânica invasiva, tempo de internação na UTI, tempo de internação hospitalar, e desfecho de alta ou óbito. Os dados de mecânica do
sistema respiratório, pressão de platô, complacência do sistema respiratório e driving pressure serão coletados no primeiro dia da intubação
endotraqueal. Os dados laboratoriais serão coletados através do sistema de informações da seção de laboratório das unidades hospitalares
participantes. Serão coletados diariamente (a cada 24 horas) dados do hemograma, bioquímica, dos pacientes no momento da admissão até o
terceiro dia de internação (72 horas). A proteína C reativa (mg/L) e a desidrogenase láctica (U/L) serão apenas coletados no momento da
admissão. O escore SOFA será realizado somente no momento de admissão. Os sinais vitais serão coletados através do monitor cardíaco e
avaliação clínica desde o momento da admissão até o terceiro dia de internação, a cada doze horas. Em relação aos sinais de esforço respiratório
serão considerados: uso da musculatura acessória, retração dos músculos intercostais, dilatação das narinas, tiragem de fúrcula esternal,
respiração paradoxal. Como não há na literatura dados brasileiros sobre escore composto por variáveis clínicas e laboratoriais capazes de
predizer a indicação clínica de intubação orotraqueal, optou-se por analisar os dados até então coletados. Logo após essa divisão dos dados,
houve comparação de todas as variáveis que serão estudadas como candidatas a compor o escore através de teste t de student não pareado,
teste U de Mann-Whitney de acordo com a normalidade dos dados, ou ainda teste Chi2 em caso de dados nominais. Adotou-se como critério
para possível candidata a compor o escore, aquelas variáveis que obtiveram o p valor ≤ 0.200 na comparação entre desfechos positivos e
negativo para intubação orotraqueal. Desta forma, calculou-se o effect size para cada variável a fim de encontrar o melhor compromisso entre as
mesmas em termo de amostra populacional para uma potência de 80% e erro alpha de 5%. RESULTADOS PRELIMINARES: Até o presente
momento foram selecionados 83 pacientes, sendo excluídos 33 pacientes por terem necessidade de intubação de emergência em tempo menor
que 24 horas da admissão na UTI. Sendo assim, 53 pacientes foram selecionados para coleta de dados demográficos, clínicos e laboratoriais. Os
mesmos foram divididos em desfecho de intubação, logo entre aqueles não foram intubados (NIOT, n=33) e foram intubados (IOT, n=20). Em
relação às características demográficas (Tabela 1), observamos uma média de idade de 59,8 ±14,9 e 60,3 ±14,9 nos pacientes não intubados e
intubados, respectivamente. O sexo masculino apresentou uma taxa de 75% dos pacientes que evoluíram para intubação, enquanto o sexo
feminino apresentou 25%. Nos pacientes não intubados, as comorbidades hipertensão arterial sistêmica (63,6%), diabetes melitus (36,3%),
obesidade (24,5%) e outras não especificadas (39,3%) foram as mais comuns, e de forma similar nos pacientes intubados a hipertensão arterial
sistêmica (60%) se manteve a mais comum, seguida por outras não especificadas (35%) e obesidade (15%). Na análise das características clínicas,
verificamos uma média de dias de sintomas nos pacientes não intubados de 10,11 ±5,55 (n=26) e de 10,63 ±12,40 (n=19) não havendo diferença
estatística significativa (p= 0,852). Já na análise das taxas de comprometimento do parênquima pulmonar pela tomografia computadorizada
observamos nos pacientes não intubados uma maior prevalência de comprometimento entre 25-50% (59,1%), enquanto nos pacientes intubados
66,6% apresentaram 50-75% de comprometimento pulmonar. Para análise preliminar das variáveis fisiológicas, variáveis gasométricas e variáveis
laboratoriais foram selecionados os momentos da admissão, 24 horas e 72 horas. Na segunda análise foi selecionado apenas o momento de
admissão hospitalar para avaliar o tamanho do efeito das variáveis fisiológicas, gasométricas e laboratoriais considerando um p-valor ≤ 0,200.
Nas variáveis fisiológicas, a pressão arterial sistólica nos pacientes não intubados teve uma média de 139 ± 24 mmHg e nos pacientes intubados
127 ± 27 mmHg com um p-valor de 0,087. Logo o tamanho do efeito foi de 0,469, gerando uma amostra estimada de 73 pacientes para coleta. Na
pressão diastólica verificou-se uma média de 80 ± 17 mmHg (n=33) e 74 ± 15 mmHg (n=19) nos pacientes não intubados e intubados
respectivamente, com um p-valor de 0,195 com um tamanho de efeito de 0,374 e uma amostra estimada em 114 pacientes. A SpO2 teve como
média 94% ±5 (n=33) nos pacientes não intubados e 90% ±7 (n=19) nos intubados com p-valor 0,09 e tamanho de efeito de 0,701, estimando uma
amostra de 33 pacientes. Já nas variáveis gasométricas, a PaO2 apresentou média de 84 ± 31 mmHg nos indivíduos não intubados (n=31) e de 63
± 21 mmHg nos intubados (n=20) com um p-valor de 0,006, um tamanho de efeito de 0,888 e uma amostra estimada de 21 pacientes. Ainda na
gasometria arterial a SatO2 teve como média 95 ± 3% e 89 ± 12% nos pacientes não intubados (n=28) e intubados (n=18) respectivamente,
apresentando um p-valor de 0,007, um tamanho de efeito de 0,758 e uma estimativa de amostra de 29 pacientes. Nas variáveis laboratoriais, o

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Saúde


FISIOTERAPIA
LDH apresentou como média nos pacientes não intubados 421 ±158 (n=21) e de 529 ±257 (n=12) com um p-valor de 0,150, tamanho de efeito de
0,497 com uma amostra estimada em 65 pacientes. Os níveis de fósforo no sangue tiveram como média 3,3 ±1,46 nos indivíduos não intubados
(n=19) e de 4 ±0,68 nos intubados (n=7). E por fim, o magnésio apresentou 2,13 ±0,35 e 1,96 ±0,25 nos pacientes não intubados (n=19) e
intubados (n=13) respectivamente, com p-valor de 0,138, tamanho de efeito de 3,287 e uma estimativa de amostra de 3 pacientes. CONCLUSÃO:
A partir dos resultados preliminares algumas variáveis apresentaram-se promissoras para compor o modelo de predição para suporte ventilatório
invasivo, porém há a necessidade de aumentar a amostra para um melhor entendimento.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Saúde


FISIOTERAPIA
Tecnologia da Informação
Curso: FISIOTERAPIA
Título: APLICATIVOS MÓVEIS NA ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA DE PACIENTES COM DOENÇAS CARDIOVASCULARES
Autor(es): Vitória Araújo Porto; Leidionária Alves de Brito Barbosa; Luiz Fernando Martins de Souza Filho
E-mail para contato vrporto14@gmail.com IES: FESGO
Palavra(s) Chave(s): Telerreabilitação; fisioterapia; exercício físico; reabilitação cardíaca; aplicativos móveis.
RESUMO
As doenças cardiovasculares são uma das principais causas de morte na atualidade não só no Brasil, mas em todo o mundo. Segundo a OMS, isso
se deve ao estilo de vida da sociedade no geral, tendo relação com o sedentarismo, estresse, maus hábitos alimentares, obesidade, tabagismo,
etilismo e diabetes. Como estratégia para a recuperação desses pacientes, foram criados programas de reabilitação cardiovascular (RC) para
proporcionar melhora na qualidade de vida, no entanto, há um baixo número de serviços voltados à RC, tornando necessária a reabilitação
domiciliar, cenário atualmente mais necessário devido o isolamento social.É importante salientar que segundo a literatura, a RC em ambiente
domiciliar tem apresentado resultados semelhantes aos programas convencionais, com maior adesão do paciente e menos gastos no que se diz
relacionado à saúde, estratégia essa, que se torna bastante viável.No entanto, para que a RC se torne efetiva, é necessário o uso de tecnologia
como aliada ao programa de RC, não permitindo que a distância entre o paciente e o fisioterapeuta seja um empecilho na melhora do paciente,
com isso, tornando-se necessário o uso, divulgação e validade de aplicativos móveis para o teleatendimento, visto que esta modalidade foi
autorizado em 2020 diante do cenário pandêmico pelo Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional.A pesquisa tem como objetivo
elaborar um guia de aplicativos móveis e classificá-los para auxiliar fisioterapeutas na avaliação e tratamento de pacientes em programas de RC
em ambiente domiciliar. Trata-se de um estudo exploratório que tem por base a busca de aplicativos nas plataformas “Google Play” e “App
Store”. A etapa de busca dos aplicativos foi dividida em duas partes, na primeira levou-se em consideração aplicativos projetados para pacientes
com patologias cardiovasculares, em que foi utilizado os termos “infarto”, “fisioterapia”, “reabilitação cardíaca” e “coração”; e na segunda, foi
realizado a busca de aplicativos que podem ser úteis para avaliação e tratamento dos pacientes, os termos utilizados foram “infarto”,
“coronariopatia”, “insuficiência cardíaca”, “hipertensão arterial”, “dispneia”, “déficit de condicionamento cardiorrespiratório” e “Fisioterapia”
levando em consideração que são as principais patologias e os principais déficits funcionais tratados pela fisioterapia.Todos os termos foram
testados em inglês, português e espanhol e em combinações nas duas plataformas de busca. Como critério de inclusão levamos em consideração
aplicativos baseados em testes de avaliação clínica, instrumentos de medição e métodos de tratamento e como critérios de exclusão, os
aplicativos de dados clínicos, aplicativos coletados em congressos, jogos que não visavam à recuperação física, aplicativos apenas para
aprimoramento intelectual, cognitivo ou comunicadores, escalas ou testes incompletos ou mal nomeados, rotinas de academia, guias, comida,
livros ou revistas. Após a triagem dos aplicativos e aplicação dos termos de inclusão e exclusão, foi realizada busca por evidência científica para
cada aplicativo encontrado, utilizando-se o nome do aplicativo nas seguintes bases de dados: Biblioteca virtual de saúde, Web Of Science,
Pubmed, ScienceDirect, Scopus e Google Scholar.Como resultados, na plataforma da “App Store”, após pesquisarmos todos os termos,
encontramos ao todo 08 aplicativos móveis, em seguida aplicamos os itens de exclusão e inclusão e apenas 03 aplicativos se encaixaram, após a
triagem, encontramos evidência científica para apenas 01 aplicativo. Na plataforma da “Google Play”, após pesquisarmos todos os termos em
combinações, encontramos ao todo 6734 aplicativos, desses, 156 aplicativos foram selecionados levando em consideração os itens de exclusão e
inclusão e desses, encontramos até então 22 aplicativos na literatura.Os aplicativos estão sendo classificados em 4 áreas, sendo elas: aplicativos
para educação em saúde, aplicativos para interação com o paciente, aplicativos para prescrição de atividades e aplicativos de monitorização.
Aplicativos como MyHeartMate, Kardia, Fitbit, Myzone e outros foram encontrados na literatura. Apesar da pesquisa ser voltada para aplicativos
de dispositivos móveis, para muitos aplicativos há a necessidade de aparelhos vestíveis para uma monitorização mais eficaz. Ainda estamos em
processo de conclusão e análise dos resultados, mas diante dos resultados obtidos até então, vê-se a necessidade de verificação e validação de
mais aplicativos na literatura, uma vez que são ferramentas de fácil acesso e que podem ser úteis no tratamento de pacientes.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Tecnologia da Informação


FISIOTERAPIA
Saúde
Curso: MEDICINA
Título: EFEITOS DA PANDEMIA COVID-19 NA VIGILÂNCIA DE TUBERCULOSE: REVISÃO DOS ESTUDOS PUBLICADOS NA BASE
ELETRÔNICA PUBMED, 2020-21
Autor(es): Yara Hahr Marques Hökerberg; Gledson Felippe; Fernanda de Alencar Lopes
E-mail para contato yarahahr@gmail.com IES: UNESA
Palavra(s) Chave(s): Tuberculose; Epidemia pelo Novo Coronavírus 2019; Vigilância em Saúde; Serviços de Saúde; Revisão
RESUMO
Tuberculose (TB) é uma importante causa de morbimortalidade no mundo e acomete, principalmente, homens jovens de países em
desenvolvimento. No Brasil, o controle da TB ainda é um desafio, apesar dos esforços para redução de sua incidência e investimentos no
diagnóstico precoce, com a implantação do teste rápido molecular Xpert MTB/RIF em 2014. Em março/2020, a pandemia do novo coronavírus
(COVID-19) reduziu o acesso aos serviços de saúde. Primeiramente, houve a instauração do isolamento social como estratégia de bloqueio da
transmissão viral, com a suspensão temporária das atividades de saúde não emergenciais, incluindo algumas das ações de vigilância de
tuberculose. Além disso, o excesso de casos de COVID-19, sobrecarregou o sistema, desviando os recursos para o enfrentamento dessa crise
sanitária.Assim, o objetivo deste trabalho foi sintetizar os resultados dos estudos que avaliaram o efeito da pandemia COVID-19 nas ações de
vigilância e controle de tuberculose.Trata-se de uma revisão bibliográfica feita na base eletrônica Pubmed, com os termos “tuberculosis” and
“COVID-19” (ou alternativamente: covid, SARS-CoV-2, coronavírus), no título e/ou resumo, realizada em 24 de fevereiro de 2021, utilizando o
gerenciador de referências livre zotero 5.0.96. Foram selecionados estudos observacionais que avaliaram os efeitos da pandemia COVID-19 nos
indicadores epidemiológicos de vigilância e e tratamento de tuberculose, tais como, notificações, realização de exames diagnósticos, desfechos
de tratamento (cura, abandono, internação ou óbito). Uma médica epidemiologista (YHMH) e um graduando de medicina do último período (GF),
inicialmente, selecionaram de forma independente as publicações pelo título/resumo, e procederam a leitura completa dos textos selecionados,
com busca manual de referências adicionais. A busca resultou em 177 publicações, 109 foram excluídas pelo título/resumo ou não foram
localizadas. Das 68 selecionadas para leitura do texto completo, 45 eram cartas comentários ou editoriais, 39 eram artigos originais, dos quais
apenas 4 foram incluídas na análise. Dentre as 10 referências identificadas por busca manual, uma não foi encontrada e somente duas foram
incluídas na análise. A amostra final totalizou 6 publicações. Os motivos de exclusão foram, em sua maioria, por avaliar o potencial efeito protetor
da vacina BCG, os preditores de gravidade na infecção por COVID-19, por descrever o perfil clínico e sociodemográfico de uma série de casos de
coinfecção tuberculose-COVID-19, ou porque eram cartas, debates, comentários ou discussão. Dentre as seis publicações, três descreveram e
dois estimaram as mudanças na detecção de casos de tuberculose comparando o período pré e pós pandemia COVID-19. Um estudo conduzido
na Coreia do Sul identificou uma redução absoluta de 121 notificações de TB. Uma coorte retrospectiva de 141 pacientes em Brescia (Itália)
revelou uma diminuição na detecção de novos casos de TB em 2020 (n=6, 9,2%) em comparação a 2019 (n=15, 19,7%). Estes resultados foram
consistentes com os encontrados na Nigéria, que mostrou uma redução de 35% e 34% na detecção de casos suspeitos e de TB ativa,
respectivamente.Quanto aos estudos de modelagem, um baseado em R0 = 3,0 estimou um aumento de 20% no número de mortes por TB em
países endêmicos, em comparação ao período anterior à pandemia, com maior impacto na detecção e tratamento de novos casos devido a
supressão das ações de saúde. Outro estudo utilizou uma matriz de contatos calibrada para a estrutura etária da população da China, India e
África do Sul, altamente endêmicos para TB, e estimou uma maior redução na incidência do que na mortalidade por TB em cinco anos. Esta
revisão capturou poucos estudos que avaliaram os efeitos da pandemia nas ações de vigilância e controle de TB, a maioria mostrou uma redução
na detecção de casos, provavelmente mais relacionada à interrupção da oferta de serviços de saúde, do que devido ao isolamento social para
redução da transmissão de COVID-19. Estes achados serão utilizados para a proposição de um modelo de análise para a pesquisa em andamento
“Distribuição espaço-temporal de COVID-19 e tuberculose na cidade do Rio de Janeiro, 2019-2020”, aprovada no Edital Pesquisa Produtividade
2021.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Saúde


MEDICINA
Tecnologia da Informação
Curso: SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
Título: INDICADORES DE DESEMPENHO EM REDES DE COMPUTADORES
Autor(es): José Maurício dos Santos Pinheiro; Rubens dos Santos Guimarães
E-mail para contato jm.pinheiro@uol.com.br IES: UBM
Palavra(s) Chave(s): Indicador; Desempenho; KPI; Redes; Computador
RESUMO
Um indicador-chave de desempenho (Key Performance Indicator – KPI), ou simplesmente "indicador de desempenho", é uma informação
quantitativa ou qualitativa que expressa o desempenho de um processo, em termos de eficiência, eficácia ou nível de satisfação e que, em geral,
permite acompanhar sua evolução ao longo do tempo e compará-lo com outros valores de referência. Nesse contexto, o desempenho de uma
rede de computadores afeta seus usuários e a medição através de indicadores de desempenho permite uma análise mais apurada dos resultados,
bem como a tomada das ações visando garantir que as necessidades dos usuários sejam atendidas. Nas redes de computadores, a medição
sistemática, estruturada e balanceada dos resultados por meio de indicadores de desempenho permite que a equipe técnica analise os resultados
obtidos e tome as ações necessárias para garantir o funcionamento correto da rede. O objetivo deste trabalho é, a partir de um levantamento
bibliográfico, utilizando a literatura técnica disponível em livros e na Internet, apresentar fatores motivadores para a adoção de indicadores de
desempenho nas redes de computadores, bem como critérios de escolha dos indicadores mais usuais. Conhecer os resultados dos indicadores,
confrontá-los com as metas definidas, compará-los com outros valores e referências, compreender a sua evolução ao longo do tempo e perceber
a sua tendência, gera informações de valor indiscutível para quem toma as decisões estratégicas da rede. Interrupções e incidentes técnicos são
muito comuns nas redes atuais e as falhas e o tempo de inatividade da rede ou dos sistemas têm consequências significativas. Um indicador que
meça o nível de satisfação dos clientes relativamente aos produtos e serviços que a rede de computadores oferta sempre é um indicador
importante. É claramente um resultado que mede a qualidade do trabalho desenvolvido pela equipe técnica junto aos usuários da rede. Já um
indicador de tecnicidade identifica a importância dos colaboradores que são técnicos. Em algumas empresas é crítico ter um índice de tecnicidade
elevado, já que pode ser sinônimo de uma empresa que aposta e investe fortemente na contratação de profissionais qualificados. No caso das
empresas de tecnologia o peso de técnicos de nível superior tende a ser mais elevado. Por outro lado, o indicador turnover mede a relação de
colaboradores demitidos e admitidos. Esse indicador ajuda a identificar problemas relacionados às condições de trabalho e à cultura da empresa,
que fazem com que os profissionais busquem outras oportunidades. O resultado pode indicar a eficiência ou a necessidade de melhoria da gestão
de pessoas. Um turnover de desligamento alto pode indicar falhas na capacidade reter talentos, de criar identificação com a cultura
organizacional, de recrutar com precisão etc. Na garantia dos níveis de disponibilidade e de qualidade dos serviços de rede conforme os acordos
de nível de serviço (SLA’s), o indicador de número de incidentes na rede é indicado. Incidente é qualquer evento que indisponibilize total ou
parcialmente um serviço. Incidentes em redes de computadores são inevitáveis, porém o aumento do número de incidentes é crítico e pode ter
origem na manutenção deficiente, equipamentos obsoletos ou fora das especificações, que têm maior probabilidade de gerar incidentes.
Semelhante ao anterior, o indicador de incidentes reabertos mede o número de incidentes reabertos ou “chamados repetidos”, permitindo
verificar o nível de eficácia da equipe técnica na resolução dos incidentes. Quanto maior for a taxa de incidentes reabertos, menor é a efetividade
da equipe técnica na resolução dos mesmos. Uma taxa elevada de reabertura de incidentes pode estar associada a problemas da infraestrutura,
equipamentos obsoletos ou itens fora das especificações. O indicador por tipo de incidente destaca o tipo e a frequência com que um incidente
ocorre, sendo fundamental para que a equipe técnica possa compreender o problema e defina a prioridade de atuação. Podem ser criados níveis
de criticidade com base no impacto e na urgência. Outro indicador útil é o de incidentes resolvidos remotamente, que mede o número chamados
resolvidos sem o deslocamento de equipe técnica ao local do incidente. Este indicador procura mostrar a eficiência do serviço de atendimento ao
cliente e da equipe técnica. A disponibilidade é outro importante indicador que mede o período de tempo em que um serviço está disponível,
bem como o tempo exigido pelo sistema para responder a uma solicitação feita pelo usuário. O indicador de disponibilidade avalia o desempenho
de equipamentos, sistemas e infraestrutura da rede. Em complemento, o indicador de downtime mede o tempo em que equipamentos, sistemas
ou rede estiveram indisponíveis por causas não planejadas. A indisponibilidade se deve a fatos inesperados ou imprevistos, que são relatados
como incidentes. Paradas programadas para manutenção, ativações, upgrades e backups, devem ser diferenciados dos incidentes, uma vez que
não ocorrem por fatos inesperados. O indicador de MTBF (Mean Time Between Failures), ou Tempo Médio entre Falhas, mede o tempo entre
falhas da rede no decorrer de alguma operação, funcionando como uma métrica da média de tempo transcorrido entre uma e outra
anormalidade. Em geral, se constitui num modelo que assume que ocorreu uma falha na rede e mede o tempo para repará-la. O indicador MTTR
(Mean Time To Repair), ou Tempo Médio para Reparo, é usado na manutenção de rede e indica o tempo médio para reparo, medindo a eficácia
nas ações de manutenção, incluindo o tempo de reparo e qualquer tempo de teste. O indicador é útil para analisar a rapidez com que a equipe de
manutenção é capaz de reparar uma falha, porém não se destina a identificar problemas relacionados com alertas do sistema ou atrasos da
equipe antes do reparo, os quais também são fatores importantes ao avaliar o desempenho da rede. O indicador MTTA (Mean Time To
Acknowledge), ou Tempo Médio de Confirmação, busca medir o tempo médio entre a detecção de um incidente e a primeira ação, tendo em
vista o reparo. É um indicador que mede a eficácia da resposta da equipe técnica. O tempo de resposta a um incidente é calculado medindo o
tempo que decorre entre a detecção/comunicação do incidente e a primeira ação registrada da equipe técnica, para a solução. Tempos elevados
podem ter como causa a baixa capacidade de resposta da equipe e também podem estar relacionados a outros fatores (deslocamento, clima,
acidentes etc.). O indicador largura de banda apresenta a taxa máxima de transmissão de dados possível em uma rede de computadores. Para
uma operação ideal, o objetivo é chegar o mais próximo possível da largura de banda disponível, sem atingir níveis críticos. Isso permite que a
rede trafegue o máximo de dados em um determinado período de tempo, porém sem sobrecarga. O indicador financeiro de custo de
manutenção da rede está relacionado ao custo para manter a infraestrutura necessária ao funcionamento da rede. Conhecer o valor,
acompanhar a sua evolução ao longo do tempo e perceber o impacto após novos investimentos na rede é fundamental para uma análise do
retorno do investimento. Em conjunto, o custo de investimento global identifica o nível dos investimentos efetuados na rede, considerando a
globalidade dos investimentos na empresa. Assim como ocorre no custo e manutenção, é importante comparar o valor do indicador com valores
de referência do mercado, bem como aos valores de empresas similares. Na seleção de um indicador de desempenho, o primeiro passo é
determinar se ele é claramente mensurável, isto é, pode ser traduzido em informações estatísticas, claras e objetivas. É fundamental que o
indicador de desempenho comunique efetivamente a intenção do seu objetivo, um vez que funciona como ferramenta que conduz a rede a um
comportamento previsível e dá aos gestores o direcionamento que precisam para atingir os objetivos planejados. Em conclusão, o presente
trabalho buscou demonstrar a importância do uso e da correta escolha de um indicador de desempenho. Nas redes de computadores o indicador

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Tecnologia da Informação


SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
de desempenho deve ser relevante e servir como um instrumento que forneça dados precisos sobre a operação da rede. A partir dos seus
resultados, é possível atuar proativamente e evitar incidentes. Porém, a má escolha ou interpretação errada de um indicador ou ainda, a crença
de que um indicador é único e definitivo, pode trazer prejuízos ao funcionamento da rede. Um indicador de desempenho é fundamental na
avaliação e no controle dos resultados. Entretanto, não é suficiente apenas definir indicadores de desempenho e estabelecer metas sem
conhecer claramente o objetivo que se quer atingir. É fundamental conhecer o significado do indicador para sua correta utilização, pois um
indicador sempre estará associado a uma meta de conversão e deve traduzir matematicamente o cumprimento de objetivos preestabelecidos.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Tecnologia da Informação


SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
Tecnologia da Informação
Curso: JOGOS DIGITAIS
Título: JUST IN TIME TRAINING: REALIDADE AUMENTADA E O TREINAMENTO EM TEMPO REAL
Autor(es): Simone Keller Füchter; Mario Sergio Schlichting; Marcio Sergio Schlichting
E-mail para contato simonekf.2011@gmail.com IES: ESTÁCIO SANTA CATARINA
Palavra(s) Chave(s): Realidade Aumentada, Treinamento virtual, Vuforia,
RESUMO
Este trabalho procura trazer novas perspectivas para o uso de Realidade Aumentada (RA) para a área de treinamento de pilotos de avião com
uma abordagem atualizada e aplicada a novos pilotos que entrarão em contato com diferentes aeronaves, tendo o treinamento em tempo real
com o uso da RA como o tema geral da pesquisa. Neste caso, os pilotos ou aspirantes a pilotos precisam de familiarização com painel e demais
elementos que fazem parte da estrutura do avião. É um trabalho de real importância na área de treinamento, pois inclui o estudo da interação
em tempo real com o instrutor para o treinamento, técnica esta que pode ser estendida para outras áreas.O estudo procura responder ao
seguinte problema de pesquisa: De que forma a Realidade Aumentada pode ser utilizada em treinamento em tempo real para pilotos de avião? O
objetivo geral deste trabalho é apresentar técnicas em Realidade Aumentada capazes de proporcionar ao usuário, um claro entendimento do
layout e funcionamento de um painel de avião. Como objetivos específicos, o trabalho pretende apresentar as tecnologias envolvidas no estudo,
seus potenciais e limitações; discutir, baseado em levantamento bibliográfico, os conceitos de Realidade Aumentada e Mista sob a ótica de
diferentes autores; apresentar quais tecnologias que combinadas com RA permitem a interação em tempo real com o instrutor, como uma opção
para o treinamento. Como metodologia, tem sido utilizado o método Design Based Research, DBR que traz vantagens da pesquisa qualitativa e
quantitativa. A análise é feita com os softwares existentes e não implica, em encontros físicos dos envolvidos sejam eles técnicos,
desenvolvedores de softwares ou alunos/pilotos, respeitando as normas do isolamento social devido à situação de pandemia. Usando
plataformas de Internet, a pesquisa é totalmente virtual. Como metodologia na questão do aplicativo em si, no momento está sendo feita uma
pesquisa bibliográfica com o tema voltado a interação homem-máquina que é a "Human Centered Design" (HCD), metodologia já utilizada em
projetos consolidados como na era dos ônibus espaciais bem como na era atual com a volta da exploração espacial e com a participação de
empresas privadas. Como o nome diz, esta metodologia é voltada ao ser humano e tem sua raiz na "Human Integration Design Processes",
definido pelo acrônomo HIDP. É caracterizada por ter uma boa consistência perante vários processos exigidos nas organizações e em projetos
envolvendo treinamento de pessoas. Como resultados parciais encontrados neste estudo, foram encontradas divergências de conceitos sobre a
Realidade aumentada onde, de um lado autores defendem que ela é a tecnologia que permite que seja visto por meio de algum dispositivo
digital, objetos virtuais em meio ao cenário real em que o usuário se encontra. Em sua grande maioria, os autores compartilham deste conceito.
Alguns outros autores já salientam que deve existir uma interatividade com o ambiente real, o que de acordo com os estudos bibliográficos aqui
levantados, já seria uma Realidade Mista, que é o máximo de exploração da RA, pois estaria influenciando no meio real, por meio de toques em
objetos virtuais. De acordo com os estudos, aqui realizados, esta abordagem já estaria relacionada e combinada como IOT, que é Internet das
coisas. Outros resultados parciais encontrados, foram relacionados com a metodologia com design centrada no ser humano, HCD que enfatiza a
participação de diferentes players de um projeto, de modo que a relação homem máquina seja apreciada sob várias visões. Neste caso, o
treinamento de um piloto de avião usando a RA fica mais enriquecido se tiver a opinião e participação de médicos, instrutores, mecânicos,
psicólogos e pilotos de aeronaves simples até de pilotos de caça. Ouvindo e observando alguns deles, percebeu que este tipo de tecnologia pode
ajudar principalmente nas situações em que o avião ainda é uma novidade para o piloto, ou seja, para que ajude a identificar e memorizar o
painel e internalizar os comandos e os procedimentos propostos. Como conclusão, pode ser afirmado que as tecnologias aqui propostas,
incluindo a de interação em tempo real, trazem um grande impacto no treinamento técnico de profissionais, não somente na área de aviação,
como na educação, saúde, engenharia sendo esta última com forte apelo à indústria 4.0, cuja Realidade Aumentada é um dos pilares. Quanto ao
treinamento em tempo real, foi estudado que a tecnologia da plataforma de AR PTC Vuforia, chamada Chalk pôde apresentar importantes
ferramentas, possibilitando a interação em tempo real. Isto coloca a Realidade Aumentada em um forte patamar de potenciais ferramentas a
serem incorporadas tanto no ensino e treinamento presencial, como à distância. A interação remota no momento da realização da Realidade
Aumentada aumenta mais a efetividade da colaboração, aprendizado e ajuda a diminuir tempo nos treinamentos, bem como em outras
atividades cuja colaboração seja importante.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Tecnologia da Informação


JOGOS DIGITAIS
Saúde
Curso: PSICOLOGIA
Título: MINDFULNESS: ISOLAMENTO SOCIAL E SUA RELAÇÃO COM A FELICIDADE
Autor(es): Fernanda Veras Vieira Feitosa; Cleoneide Paulo Oliveira Pinheiro; Raimunda Magalhães da Silva
E-mail para contato fernanda.veras95@gmail.com IES: ESTÁCIO CEARÁ
Palavra(s) Chave(s): Pandemias; Isolamento Social; Felicidade; Saúde Mental.
RESUMO
A alerta com a saúde da população se eleva durante uma preocupante crise social. O isolamento social decorrente de alguma pandemia pode ser
identificado como uma dessas crises, a qual tem sido visualizada como um dos maiores problemas de saúde pública de caráter internacional das
últimas décadas, tendo atingido na atualidade quase todo o planeta. Como menciona a Organização Mundial da Saúde, a pandemia consiste na
disseminação mundial de uma nova doença, passando a usar-se esse termo quando uma epidemia, surto que afeta uma região, se espalha por
diferentes continentes com transmissão sustentada de pessoa para pessoa, sendo necessário um distanciamento entre as pessoas para evitar que
a doença se espalhe. Acredita-se que o isolamento social pode resultar no surgimento de problemas não somente físicos, mas também
emocionais, causando depressão, baixa autoestima, dificuldades de relação interpessoal e interferindo na felicidade desses indivíduos. Logo,
torna-se de valia o desenvolvimento de pesquisas voltadas não somente para reabilitações físicas e fisiológicas, mas também relacionados com os
aspectos psicossociais de cada pessoa, que impactam na felicidade do indivíduo durante e após essa Pandemia. Este estudo teve como objetivo
analisar os efeitos do isolamento social na saúde física e mental de pessoas frente a pandemias e sua relação com o estado de felicidade. Utilizou-
se de uma revisão integrativa de literatura a partir da busca nas bases de dados: Google Acadêmico, LILACS, SciELO e PsychINFO, sendo usado as
palavras chaves: pandemia, Isolamento social, Felicidade, Saúde mental. O período de coleta de dados aconteceu de fevereiro a julho de 2020.
Foram utilizados como critério de inclusão: publicações em língua portuguesa e produções no período de 2010 a 2020. Como critério de exclusão
adotou-se: publicações em língua estrangeiras, publicações que não permitiam acesso completo e gratuito e de outras áreas de conhecimento.
Após a coleta dos dados, foi realizada a leitura de todo o material coletado, as principais informações foram compiladas. Posteriormente realizou-
se uma análise descritiva das mesmas buscando estabelecer uma compreensão e ampliar o conhecimento sobre o tema pesquisado e elaborar o
referencial teórico. Após a leitura e os delineamentos metodológicos para revisão integrativa foram aceitos os seguintes artigos, livros e
dissertações. Esse artigo seguiu e respeitou os princípios éticos metodológicos, que fundamentou o desenvolvimento teórico conforme a norma
da pesquisa cientifica, investigando e interpretando os dados bibliográficos coletados através de fontes confiáveis, referenciando e destacando no
artigo as ideias centrais dos autores, como forma de abranger um maior conhecimento sobre a temática proposta pelo artigo. A coleta de dados
aconteceu no período de fevereiro a julho de 2020. Realizou-se uma análise descritiva das mesmas buscando estabelecer uma compreensão e
ampliar o conhecimento sobre o tema pesquisado e elaborar o referencial teórico, onde permitiu constatar particularidades na saúde física e
mental e bem como a relação com o estado de felicidade desse processo de isolamento social, como medo e dúvidas. Foram ressaltadas nesse
artigo aspectos sobre pandemias, isolamento social. Foram identificados 64 artigos dos quais somente 13 foram incluídos. Ao avaliá-los quanto à
ilegibilidade, 52 foram excluídos por serem pesquisas que fugiam do tema ou proposta do estudo. Sendo assim, apenas treze artigos, fizeram
parte da pesquisa. Ao final, destacamos as repercussões sobre o estado de felicidade dos envolvidos nesse processo de distanciamento social.
Conclui-se com o estudo que o isolamento social ocasionado diante de uma pandemia, leva a situação de comprometimento da saúde física e
mental dos indivíduos, levando ao desenvolvendo de doenças como ansiedade, depressão, distúrbios do sono, transtornos alimentares dentre
outros Os cuidados na saúde física e sobretudo na mental devem ser redobrados especialmente neste contexto, pois o isolamento social vem
carregado de medo, incerteza com o futuro, mudança no ritmo das relações sociais. Levando em conta a definição do bem-estar biopsicossocial,
cada indivíduo terá sua relação com a felicidade de certa forma abalada pelo isolamento, por terem suas rotinas mudadas e a privação do
convívio social e diante das alterações físicas, psicológicas e sociais. Sugere-se o desenvolvimento de projetos sociais e governamentais que
favorecem a escuta, e a realização de técnicas de relaxamento meditação, mindfulness dentre outros que favoreçam ao convívio social mesmo
“remota “que pode ser no trabalho, com amigos, família e amigos de forma a minimizar o medo e a insegurança e os sentimentos negativos que
prejudicam a saúde.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Saúde


PSICOLOGIA
Tecnologia da Informação
Curso: PSICOLOGIA
Título: MOTIVAÇÃO DISCENTE E A IMPORTÂNCIA DA GAMIFICAÇÃO NO ENSINO SUPERIOR: UMA REFLEXÃO A PARTIR DA
LITERATURA
Autor(es): Juliana Augusto Clementi; Greicy Kelli Spanhol Lenzi ; Naína Ariana Souza Tumelero
E-mail para contato juliana.clementi@estacio.br IES: ESTÁCIO FLORIANÓPOLIS
Palavra(s) Chave(s): gamificação; motivação; atividades remotas; ensino superior.
RESUMO
Em vista do cenário informacional presente, em especial com o acúmulo de atividades remotas pela pandemia da Covid-19, captar a atenção dos
discentes e engaja-los em atividades de ensino-aprendizagem ativas tem se tornado um dos mais importantes papéis dos docentes. Permitir e
fazer com que eles interajam e participem por completo nas aulas tornou-se um desafio constante e necessário para que ocorra a aprendizagem
do aluno. Diversas metodologias têm sido estudadas e aplicadas com esse intuito e dentre elas está a gamificação. Nesse sentido, a partir do
contexto apresentado, delineou-se o seguinte problema que norteia essa pesquisa: “de que forma a gamificação pode ser utilizada para motivar
os alunos?”. Tendo esse viés, o objetivo geral configurou-se em analisar de que forma a gamificação pode ser utilizada para motivar os discentes
do ensino superior. Como pode-se verificar a delimitação da pesquisa traz como recorte a gamificação e discentes de ensino superior
exclusivamente. A gamificação foi eleita, pois os jogos envolvem as pessoas e são ligados psicologicamente a diversão o que pode provocar nos
alunos a motivação de querer participar e se colocar em aula. Para a realização da pesquisa, os procedimentos metodológicos adotados foram a
análise bibliométrica, seguida de revisão de literatura sobre motivação e gamificação. É importante ressaltar que para motivar a pessoa a assumir
determinado comportamento ou efetuar determinada ação é necessário alcançar o desejo do sujeito para este fim. Assim, é preciso apresentar
possibilidades em aula que desperte o desejo desse sujeito. Considerando isso, trazer jogos é um diferencial, visto que eles representam uma
parcela significativa da vida contemporânea das pessoas. Os jogos estimulam o nosso cérebro de forma desafiadora e prazerosa, sendo a ideia
utilizar esses fatores para despertar o desejo do aluno ao conteúdo que está sendo abordado. No que refere a fundamentação teórica o artigo
alude sobre o estado motivacional e suas teorias basilares, tais como as teorias cognitivas, hedonistas, do instinto, do impulso e do conteúdo. A
teoria da autodeterminação e da integração orgânica é abordada conceituando o que é regulação externa, regulação introjetada, regulação
identificada e regulação integrada. São apresentados os principais autores de estudos interdisciplinares sobre motivação nas áreas:
organizacional, saúde e esportes e educação. Além disso é elucidado a diferença entre motivação intrínseca e extrínseca a partir da visão de
diversos autores. Na fundamentação da gamificação é explanada a relevância do jogo na atividade humana e apresentado um histórico do tema,
conceitos, dimensões e estrutura da gamificação. Dentre as dimensões são citados os elementos do jogo, as técnicas de design e o contexto do
não jogo. São mencionadas dinâmicas de jogos e os elementos e mecanismos de jogos. O sistema básico de aplicação da gamificação de “Ponto –
Emblema – Quadro de liderança”, em inglês, “PBL” ou Point – Badges – Leaderboard esclarece a forma que o jogo é pensado e o ciclo da
gamificação que envolve o sistema de pontos: desafio, vitória, recompensas, quadro de liderança, emblemas, Network Social e Status pode ser
um guia para a aplicação em sala de aula. Como resultados preliminares pontua-se a importância da teoria da autodeterminação para a
motivação no âmbito da gamificação, pois orienta algumas possíveis estratégias de ação (autonomia, competência, estratégia e relacionamento).
As recompensas também se caracterizam como determinantes, visto que uma pesquisa foi realizada e verificou-se que ao remover a recompensa
ocorreu também a diminuição de usuários dos jogos. Sobrepondo o desenvolvimento da prática educacional às fases de desenvolvimento das
comunidades de prática - que se referem ao agrupamento de pessoas em torno de um tema específico ou um conjunto de problemas, ou uma
paixão sobre um tópico, com a finalidade de compartilhar conhecimento, interagindo em meios contínuos, este artigo, por fim, apresenta seis
passos para uma gamificação atualizada, com foco na diversão e nos motivadores intrínsecos e criadas diretrizes para aplicação em sala de aula
considerando as seguintes fases: fase inicial; fase da coalescência; fase da maturidade; fase da manutenção e fase da transformação. As diretrizes
foram apresentadas de forma genérica para permitir a adaptação aos diferentes contextos, permitindo ao moderador ou responsável que adeque
as estratégias atreladas a cada diretriz conforme suas necessidades. Além disto, as diretrizes foram elaboradas de acordo com um perfil de
jogador, apresentando quatro diferentes perfis que se referem a grupos heterogêneos onde os indivíduos são motivados de diferentes maneiras
com o intuito de que as diretrizes alcancem o maior número de pessoas possível.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Tecnologia da Informação


PSICOLOGIA
Saúde
Curso: Outro
Título: O CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA E A EPIDEMIA DE COVID-19: ENTRE A DEFESA PROFISSIONAL E AS
CONTROVÉRSIAS SOBRE TERAPÊUTICAS
Autor(es): Luiz Antonio da Silva Teixeira; Lucia Regina de Azevedo Nicida
E-mail para contato luiz.teixeira@estacio.br IES: UNESA
Palavra(s) Chave(s): Conselho federal de Medicina; covid-19; cloroquina
RESUMO
O Conselho Federal de Medicina e os Conselhos Regionais a ele vinculados foram criados em 1957 (Lei n. 3.268, 30/09/1957) como autarquias
com a competência de fiscalizar o exercício da medicina. De forma semelhante a outras entidades existentes em diversos países, a lei que os
organizou previa que deveriam determinar os parâmetros para o exercício profissional em relação à formação acadêmica e funcionarem como
"supervisores da ética profissional e ao mesmo tempo, julgadores e disciplinadores da classe médica”. Nesse sentido, cabia-lhes zelar pelo
desempenho ético da medicina e pelo prestígio e bom conceito da profissão e dos que a exerçam legalmente. Inicialmente proposto como uma
instituição direcionada a normatização do registro profissional dos médicos e a fiscalização das atividades desse grupo profissional, o Conselho foi
ampliando sua área de influência e se transformando num importante ator político nas discussões sobre políticas e práticas relacionadas à saúde
da população brasileira. Além das atividades relacionadas à fiscalização da formação e práticas médicas e às condições de trabalho o CRM tem
uma intensa atividade de emissão de pareceres referentes a procedimentos, técnicas e inovações, com o objetivo de garantir-lhes conformidade
com os aspectos bioéticos e as bases científicas vigentes. Nas últimas décadas, o CFM tem estado no centro de diversas controvérsias no âmbito
das relações entre medicina e sociedade. No início do século XX, a intransigente defesa do Ato Médico colocou o Conselho em campo oposto a
diversas outras profissões que viram no estabelecimento do “Ato” um extrapolar de competência profissional. Na década passada, questões
relacionadas à política de interiorização dos médicos (mais médicos) e revalidação de diplomas de médicos com formação no estrangeiro
também foram foco de fortes debates. Mais recentemente no campo do parto e nascimento, suas postulações contra alguns aspectos
relacionados à humanização do parto – como a aceitação da permanência de doulas como acompanhantes das parturientes ou a proibição de
médicos acompanharem gestantes em casas de parto – veem casando fortes tensões com grupos organizados pela humanização do parto. Desde
o advento da epidemia de covid-19 – fevereiro 2020 – a incessante busca de medidas de prevenção e controle da doença, tratamento dos
atingidos e proteção dos médicos frente às dificuldades causadas pelo cenário epidêmico passaram ao centro das discussões no campo das
instituições médicas, sendo também temas de discussão no CFM. Um aspecto central das discussões diz respeito à normatização das substâncias
utilizadas para a proteção e cura da doença. No âmbito da produção e normatização de medicamentos, nos dias de hoje, a aceitação social de
novos medicamentos se relaciona à sua ratificação científica, apoiada nas boas práticas ditadas pela medicina baseada em evidências. No
entanto, para que esse processo transcorra a contento, torna-se necessário a existência de diversos fatores, como tempo, recursos, instrumentos
e outros. Tais fatores, utilizados cotidianamente deixam de existir ou se tornam raros, na medida que são demandados em momentos de crise,
como vemos em relação à desenfreada busca por novos medicamentos. Nesse campo, as postulações do CFM também geraram fortes
controvérsias ao defender a autonomia dos médicos para receitar substâncias ainda não completamente aceitas pelo mundo científico e
protocolos para sua utilização, no contexto da epidemia de Covid-19. Com o objetivo de analisar as questões ligadas ao contexto epidêmico
tratadas pelo Conselho Federal de Medicina esse trabalho se deterá nas iniciativas, resoluções e principais discussões do CFM em relação a
epidemia de covid-19. Teremos como aspecto central, a discussão de sua posição frente a possibilidade de indicação da hidroxocloroquina a
despeito de sua não aceitação por grande parte do mundo científico. Trata-se de uma pesquisa qualitativa baseada em trinta e seis normativas e
resoluções publicadas pelo Conselho Federal de Medicina e pelos Conselhos Regionais a ele vinculados publicadas no período de março de 2020 e
janeiro de 2021. Os documentos foram analisados com base nos critérios indicados pela análise temática de conteúdo, sendo utilizado o software
MaxQda Plus, versão 2020 para a organização dos dados. Na fase inicial de análise procedemos a primeira leitura dos documentos. Neste
momento foi realizada uma categorização aberta, gerando segmentos amplos, que posteriormente foram refinados, em uma lista de códigos.
Partindo dessa lista de códigos e associando-a com uma segunda leitura dos documentos foram construídas três categorias: 1) Terapêuticas e
tratamento precoce: controvérsias entre as evidências científicas e práticas; 2) Sistema biomédico: autonomia, poder e controle e 3) Validação de
modelos e práticas de cuidado e assistência. No material analisado observa-se a preeminência de preocupações com a categoria profissional,
expressa, sobretudo, em um conjunto de normativas e discussões voltadas para a garantia de condições de trabalho adequadas. Nesse tópico
surgiram normativas que procuravam garantir a existência de EPIs necessárias à segurança dos médicos; a garantia de condições de trabalho
adequada aos médicos, no contexto de crise hospitalar determinada pela epidemia e as postulações direcionadas a garantia da possibilidade de
afastamento das atividades dos médicos em situação de maior risco. No âmbito da reorganização da assistência avultam discussões sobre
telemedicina, diferentes formas atendimento remoto aos pacientes e controle de fluxo em hospitais e consultórios. No que tange aos cuidados, a
maior preocupação se relacionou as formas de manejo dos pacientes e aso protocolos de tratamento medicamentoso. Outro aspecto que
assumiu centralidade se relacionou as discussões sobre a possibilidade de utilização de substâncias terapêuticas sem consenso científico
estabelecido para a sua utilização, em especial a cloroquina a hidroxicloroquina, a azitromicina, a ivermectina, a ozonioterapia, a vitamina D; 2,
etc As atividades de pesquisa no momento se voltam para a elaboração da discussão sobre o material levantado levando, a partir das categorias
elaboradas em conexão com as postulações conceituais que trabalham a questão da autonomia médica e as instituições que normatizam as
condutas desse grupo profissional. No momento presente podemos propor que, no tocante ao contexto epidêmico, a maior preocupação do CFM
e seus conselhos vinculados se relacionou à garantia de condições adequadas de trabalho dos médicos. No tocante ao uso das substâncias ainda
não ratificadas pela ciência, a atuação do conselho se deu em um limite tênue entre a ação política (de apoio ao grupo do presidente da
República), a formulação técnica e a busca em preservar a propalada autonomia dos médicos no desempenho de suas atividades.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Saúde


Outro
Saúde
Curso: PSICOLOGIA
Título: O DESENVOLVIMENTO DE ESTRESSE EM PROFISSIONAIS DE SAÚDE NA LINHA DE FRENTE DA COVID-19 E SUA RELAÇÃO
COM O USO OU NÃO DE PSICOFÁRMACOS
Autor(es): Raquel Nogueira da Cruz; Fernanda Rabelo Cursino Santos; Cecília Souza Oliveira
E-mail para contato raquel.nog@outlook.com IES: UFF
Palavra(s) Chave(s): Estresse; profissionais de saúde; Covid-19
RESUMO
No final do ano de 2019 foi detectado em Hubei, República Popular da China (RPC), um novo vírus Severe Acute Respiratory Syndrome
Coronavirus 2 (SARS-CoV-2, Coronavírus da Síndrome Respiratória Aguda Grave, denominado oficialmente pela Organização Mundial da Saúde
(OMS) de COVID-19 (Oliveira, Oliveira-Cardoso, Silva & Santos, 2020). Este vírus pertence à família β-coronavírus, e diferente das demais
infecções virais, tem representado um grande desafio para a prevenção e tratamento devido a sua alta taxa de transmissibilidade e
infecciosidade. Em decorrência disso, no primeiro semestre de 2020 a OMS declarou esta, uma emergência global de saúde pública. Atualmente,
ainda há pouco conhecimento científico desenvolvido sobre as características clínicas, epidemiológicas, o tratamento e prevenção da COVID-19.
No Brasil, foram adotadas algumas ações de controle da pandemia como, a recomendação do uso de máscaras, novos hábitos de higiene pessoal,
quarentena e medidas de distanciamento e isolamento social. Contudo, diante da necessidade de readaptação a uma nova dinâmica de vida,
houve um aumento exponencial dos níveis de estresse na população mundial. Somado a isto, para os adultos, o âmbito profissional muitas vezes
é considerado a maior fonte de estresse sendo denominado de estresse ocupacional àquele relacionado às atividades do trabalho ocasionadas
por fatores como, o excesso de responsabilidades, falta de apoio, urgência de tempo, falta de estímulos, dificuldades de adaptação ao ambiente
de trabalho, conflitos internos e outras demandas excessivas. No âmbito da saúde isso não é exceção. As unidades de pronto atendimento ou
emergências são espaços destinados ao atendimento de pacientes acidentados ou acometidos de mal súbito, que exigem do profissional de
saúde imediatismo no cuidado com o usuário e demandas psicológicas intensas, que por vezes ultrapassam os limites profissionais. Nesse
sentido, os profissionais de saúde que estão na linha de frente dos cuidados de pacientes com o vírus destacam-se como grupo de risco para o
desencadeamento de um quadro de estresse ocupacional. Como consequência, novas formas de adoecimento podem ocorrer, causando
alterações psíquicas, físicas e emocionais nesses indivíduos. Dessa maneira, a presente pesquisa tem como objetivo compreender a relação entre
a atuação de profissionais na linha de frente da COVID-19, em uma instituição pública de saúde e o desenvolvimento de estresse ocupacional.
Além disso verificar a relação ente o nível de estresse e o uso ou não de psicofármacos nesses profissionais. A pesquisa foi realizada na Santa Casa
de Misericórdia de Lorena/SP. A amostra foi composta por 49 profissionais de enfermagem do sexo feminino e masculino, mediante a aceitação
do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Através de formulário impresso, foram aplicados os seguintes instrumentos: (1)
questionário inicial, com informações pessoais e profissionais (como, nome, idade, turno de trabalho, tempo de serviço na instituição); (2) Escala
de Estresse Percebido (EEP), para avaliação da presença de um quadro de estresse; (3) Questionário Desexecutivo (DEX) para avaliação do
prejuizo nas funções executivas; (4) Sleep Disorder Questionnaire, para avaliação da qualidade de sono e distúrbios relacionados (SDQ). A partir
da análise preliminar dos dados foi possível verificar que 9% da amostra apresentou qualidade “ótima” de estresse (ou seja, mínima presença do
fenômeno), 25% apresentaram classificação “boa”, 11% tiveram classificação “regular” e 55% apresentaram um índice “ruim” (ou seja, máxima
presença do fenômeno). Além disso, ao analisar o nível de estresse através da Escala de Estresse Percebido (EEP-14), evidenciamos que há
diferença estatisticamente significativa (p<0,05) entre o nível de classificação “ruim” (que indica alta incidência de estresse) em relação a
presença ou não de outros distúrbios psíquicos. Esses resultados, corroboram com a literatura científica com relação ao alto índice de percepção
de estresse dos profissionais de saúde no contexto atual. Evidenciamos a necessidade de elucidação de outros constructos tendo em vista que
variáveis sociais, ambientais e psicológicas podem influenciar tanto no estresse quanto em outros aspectos da vida desses indivíduos que estão
atuando no pronto atendimento no período de pandemia vivenciada mundialmente.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Saúde


PSICOLOGIA
Saúde
Curso: NUTRIÇÃO
Título: O PAPEL DO NUTRICIONISTA FRENTE A COVID-19
Autor(es): Marina Nogueira Batista; Laura Peixoto Neves; Larissa Leandro da Cruz
E-mail para contato larissa.cruz@estacio.br IES: UNESA
Palavra(s) Chave(s): COVID-19, imunidade, nutrição, comorbidades
RESUMO
O advento da pandemia trouxe à tona questões relacionadas aos hábitos alimentares e à nutrição. O caso índice da COVID-19 foi identificado na
cidade de Wuhan, na China, em 2019. Constatou-se a ligação deste caso inicial com um mercado de animais silvestres. O hábito do consumo de
animais silvestres não é restrito à cultura asiática, mas também se faz presente ao redor do mundo. No Brasil, por exemplo, em regiões rurais,
come-se carne de tatu, aumentando a incidência de hanseníase. O agente etiológico da COVID-19, o SARS-CoV-2, faz parte do grupo coronavírus,
que tem como hospedeiros intermediários dromedários, pangolins, gatos, entre outros mamíferos e como hospedeiro reservatório o morcego.
Devido ao grande contato e/ou consumo desses animais ocorre o processo de spillover, causando as zoonoses. A entrada do SARS-CoV-2 no
organismo humano dá-se através do receptor da enzima conversora de angiotensina 2 (ECA 2), que se liga a glicoproteínas spike, presentes no
envelope viral. Esse receptor tem menor expressão gênica em mulheres, está presente nos pneumócitos tipo II, células cardíacas e renais, o que
explica o comprometimento desses órgãos na COVID-19. Dos infectados, 80% apresentam poucos sintomas e se recuperam sem tratamento
hospitalar. Contudo pacientes idosos ou portadores de morbidades como diabetes, câncer, obesidade, hipertensão arterial, doenças
cardiovasculares e renais possuem pior prognóstico. A alimentação é um dos determinantes em comum dessas doenças, o que demonstra a
importância da promoção de uma alimentação saudável. Além disso, a alimentação interfere diretamente na imunocompetência. Os
macronutrientes, vitaminas, minerais e compostos bioativos presentes nos alimentos funcionam como moduladores do sistema imunológico, que
exerce um papel essencial na defesa frente a SARS-CoV-2. Contudo a ativação exacerbada de neutrófilos e citocinas pró- inflamatórias
desencadeia múltiplas lesões de órgãos e tecidos, elevando o risco de morte. Para a recuperação desses danos é necessário um aporte
nutricional composto principalmente por alimentos fonte de substâncias anti-inflamatórias e antioxidantes. Vale destacar que o estresse, a
ansiedade e a insônia comuns em tempos pandêmicos e que também podem comprometer o bom funcionamento do sistema imune, podem ser
melhorados com o uso de alguns fitoterápicos. Diante dos dados oficiais sobre a COVID-19, em que mais de 400.000 mortes já foram registradas,
que apenas 6,3% da população brasileira receberam a 2° dose da vacina e que 40% da população adulta brasileira apresenta pelo menos uma
doença crônica não transmissível, surge a necessidade de investigar a influência da nutrição na melhora do prognóstico de pacientes com
COVID-19 por meio da imunomodulação. Dessa forma, o presente estudo objetivou descrever os principais nutrientes associados a melhora da
resistência e tolerância imunológica, possibilitando a prevenção de complicações em pacientes que possam entrar em contato com o vírus e
auxiliar no tratamento do paciente que desenvolveu a COVID-19 e na recuperação das sequelas pós-COVID. A metodologia utilizada no presente
trabalho foi exploratória-descritiva, com abordagem qualitativa, por meio de informações disponibilizadas por órgãos oficiais (como OMS,
Organização Pan-Americana de Saúde e Ministério de Saúde do Brasil) e artigos publicados em periódicos científicos das Ciências da Saúde. O
período considerado foi de 2017 a 2021 e as palavras-chave utilizadas foram: COVID-19, imunidade, nutrição, comorbidades. Os resultados foram
abordados por meio destes três tópicos: hábitos alimentares como um dos fatores que podem possibilitar o surgimento de endemias e
pandemias, papel do nutricionista e a nutrição como ferramenta de saúde pública. O indivíduo é influenciado diretamente pelo meio e cultura em
que está inserido, assim, os hábitos alimentares são construídos. O profissional nutricionista tem papel fundamental no manejo da modulação
imunitária da população, podendo prevenir, recuperar e promover a saúde por meio da promoção de uma alimentação adequada em
quantidade, qualidade, equilíbrio e harmonia, de acordo com a realidade de cada indivíduo. A Nutrição tem um papel estratégico na saúde
pública pois, mediante a refeições seguras e saudáveis, há uma redução no índice de doenças crônicas não transmissíveis, ou seja, há uma
diminuição nas comorbidades que agravam o quadro da COVID-19. Um estudo realizado com mais de 40 mil pacientes de COVID-19, mostrou a
prevalência de 17%, 8%, e 5% para hipertensão, diabetes e doenças cardiovasculares respectivamente. No contexto da atual pandemia, os
alimentos fontes das vitaminas antioxidantes C, A, e E são essenciais no suporte da função imunológica, reparo dos tecidos e redução dos danos
oxidativos celulares causados pelos radicais livres. A vitamina D atua na diferenciação de linfócitos, macrófagos, células natural killers e evita a
produção de eicosanoides inflamatórios (PGE2 e LTB4) e a tempestade de citocinas inflamatórias, mecanismo típico da COVID-19. Os flavonóides
como quercetina e kaempferol podem auxiliar na recuperação do paciente infectado, pois inibem a atividade da 3-quimiotripsina like, a enzima
vital para a replicação do SARS-CoV-2. A lactoferrina tem efeito antiviral inibindo a ligação do vírus às células receptoras, além de ativar os
linfócitos T, reduzir os níveis de IL-6, TNF-α, e fazer downregulation da ferritina. Para a recuperação do olfato o ácido alfa-lipóico mostrou-se
eficaz após infecções do trato respiratório. O uso de probióticos e prebióticos têm uma vasta aplicabilidade, principalmente na melhora do
sistema imunológico pela proliferação de bactérias saudáveis no intestino. Além disso, algumas cepas podem ter ação anti-obesidade, como o
Lactobacillus gasseri, melhora da sensibilidade à insulina, como o Lactobacillus paracasei, Bifidobacterium breve, entre outros. A privação do
sono, a ansiedade e o estresse induzem a produção de cortisol, que em longo prazo exerce um efeito imunossupressor. Nestes casos, o uso de
ervas como Matricaria chamomilla L., Valeriana officinalis L., Passiflora incarnata L. se torna um recurso terapêutico eficaz em casos leves e
moderados e pode ser prescrito pelo nutricionista. O consumo de alimentos que contenham ou promovam a síntese de serotonina e melatonina
como kiwi, abacate, amêndoas também é uma opção de tratamento. Considerando os resultados do presente estudo, pode-se concluir que o
profissional nutricionista deve conscientizar e orientar a população, principalmente já acometida por alguma comorbidade, acerca de uma
alimentação saudável e da segurança dos alimentos, respeitando os hábitos de cada região. Além disso, é importante levar em consideração os
alimentos que desencadeiam uma memória afetiva para cada indivíduo, pois desta forma, a adesão ao tratamento torna-se mais eficaz, e num
momento pandêmico, ameniza também, os danos emocionais que o isolamento social provoca nas pessoas. Neste contexto, a Nutrição é uma
grande aliada da saúde pública na prevenção e recuperação dos pacientes acometidos pela COVID-19, visto que por meio da sua ação
imunomoduladora, a partir do consumo de macronutrientes, vitaminas, minerais e compostos bioativos presentes nos alimentos, há o
fortalecimento do sistema imunológico dos indivíduos.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Saúde


NUTRIÇÃO
Tecnologia da Informação
Curso: JORNALISMO
Título: OS DESAFIOS DA QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL DO JORNALISTA DIANTE DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NAS REDAÇOES
Autor(es): Maria José Baldessar; Regina Zandomênico
E-mail para contato mbaldessar@gmail.com IES: UFSC
Palavra(s) Chave(s): Inteligência Artificial; Jornalismo; Jornalistas; Notícias.
RESUMO
O surgimento dos primeiros jornais, no século 16, trouxe a figura de um jornalista exercendo as funções de entrevistar pessoas, colher dados,
redigir e editar notícias. Essa rotina permaneceu exclusivamente sob o domínio humano até o início deste século. O emprego de Inteligências
Artificiais que, por meio de algoritmos, redigem notícias quebrou essa hegemonia. A redação jornalística automatizada é realidade em 11 países,
incluindo o Brasil. Há empresas privadas especializadas na criação de programas para geração de linguagem natural (GNL). Entre as mais
conhecidas estão as americanas Automated Insights e Narrative Science. Muitos veículos de comunicação e agências de notícias fazem parcerias
com elas, mas também há os que, a exemplo do brasileiro G1, desenvolvem programas de GNL com equipes próprias. Nos Estados Unidos, por
exemplo, o jornalista e programador Ken Schwencke é o criador do algoritmo Quakebot, responsável por gerar notícias sobre terremotos com
base em dados divulgados eletronicamente pelo Serviço Geológico do país. Por meio de uma pesquisa bibliográfica exploratória, buscou-se
identificar como o que os impactos que a chegada da Inteligência Artificial na prática jornalística, em especial a redação automatizada, exigem
dos jornalistas. Uma das principais justificativas para o emprego da redação automatizada é a velocidade na qual os algoritmos analisam e
sintetizam dados para transformá-los em texto. O fator tempo é crucial para o jornalismo porque está diretamente ligado à veiculação da notícia
em tempo real e fluxo contínuo, características do jornalismo na web. Em 1945, o engenheiro americano Vannevar Bush, considerado o criador
do conceito do hipertexto, afirmava que o volume de informações produzidas no mundo era maior que à capacidade dos seres humanos em
processá-los. O pesquisador defendia que era imprescindível o emprego de máquinas para interpretar os dados. Na atualidade, quase 80 anos
depois, é evidente que o volume de dados é exponencialmente maior, característica que reforça o pensamento de Vannevar Busck
(STOPANOVSKI, 2014) A introdução de uma nova tecnologia nas redações como a Inteligência Artificial, na avaliação de Lindén (2018) pode trazer
conflitos entre os que estão interessados no emprego delas e os que defendem que a redação noticiosa deve ser exclusividade dos jornalistas.
Oliveira (2016) pontua, por exemplo, que uma Inteligência Artificial (IA) ainda não tem capacidade de aprofundar as informações da notícia e
transformá-la em uma reportagem, explorando a importância das relações que atualizam o fato. Outra desvantagem apontada quando a tarefa é
redigir notícias, de acordo com Escobar (2016), é a incapacidade dos algoritmos de “entenderem” o contexto cultural da informação,
competência que, na avaliação de Lage (2006) é relevante no trabalho de reportagem. Com o passar do tempo, as pesquisas comprovaram que,
entre os fatores ligados à eficácia da Inteligência Artificial, além da competência humana para criá-la, está o Big Data, conceito relacionado ao
grande volume de dados. O desenvolvimento da computação e uma grande quantidade de dados são fortes aliados porque “os dados treinam o
programa para reconhecer padrões, fornecendo muitos exemplos, e o poder computacional permite que o programa tabule esses exemplos em
alta velocidade” (LEE, 2019, p.22). Sendo assim, o momento atual é um campo fértil para a exploração do potencial das IAs. Diante deste
contexto. qual é o melhor caminho para a prática jornalística? TÚÑES-LÓPEZ, TOURAL-BRAN E NOGUEIRA (2019) enfatizam que o ideal para o
futuro não é evitar as notícias automatizadas, mas explorar o que mais os algoritmos podem fazer pelo jornalismo. Beckett (2019) coordenou
uma pesquisa da School London of Economics and Policial Science que envolveu 71 empresas jornalísticas de 32 países sobre o emprego da
Inteligência Artificial. Na conclusão do pesquisador, as IAs não assumirão o jornalismo ficando restritas apenas às tarefas rotineiras. Caberá aos
profissionais se capacitarem para que as IAs viabilizem oportunidades de descoberta e conexões. Beckett (2019) afirma que algoritmos irão
alimentar os sistemas, mas que o julgamento do jornalista sempre fará diferença. Dentro deste contexto, o autor considera fundamental a
capacitação algorítmica dos profissionais. Em outras palavras, isso significa que os profissionais da comunicação não devem temer a redação
automatizada, desde que compreendam que há um universo muito mais amplo a ser explorado. Em uma rápída pesquisa sobre o emprego das
IAs em profissões da Economia Criativa, é vísivel como os algoritmos também são presentes em criaçoes de Moda, Publicidade e Arquitetura. Se
as IAs são mais rápidas para criar coleções, anúncios e projetos, o que cabe aos profissionais dessas áreas? O mesmo que cabe aos jornalistas:
estudar o potencial que as IAs podem oferecer para melhorar a performance deles, muito além do quesitos quantitativo e agilidade das
produçoes. O curso de Jornalismo da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, por exemplo, lançou, em 2016, o Guia do Jornalismo
Automatizado. A publicação foi editada pelo Tow Center Journalism, instituto vinculado ao curso que estuda as mudanças e tendências do
jornalismo diante da tecnologia (TOWCENTER, 2020). Por fim, é possível concluir que é imprescindível aos jornalistas compreender a urgência da
qualificação para compreender as capacidades de uma Inteligência Artificial. Sendo assim, jornalistas poderão trabalhar em parceria com
engenheiros e programadores na exploração das Ias no âmbito jornalístico. Carvalho (2020) enfatiza a relevância da junção dos aspectos
técnicos das IA aos princípios éticos do jornalismo, além de é “superar o dualismo entre humanos e máquinas e começar a pensar sobre as
aplicações e implicações desta associação, reconhecendo o papel do trabalho humano, crítico, criativo, sensível às condições sociais e aos mais
variados contextos”.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Tecnologia da Informação


JORNALISMO
Saúde
Curso: FISIOTERAPIA
Título: OS EFEITOS DO TREINO FUNCIONAL POR TELEATENDIMENTO EM IDOSOS COMUNITÁRIOS: DESAFIOS EM TEMPOS DE
COVID-19
Autor(es): Daniela Maria da Cruz dos Anjos; Mara Rejane Assunção ; Thais Silva Fagundes
E-mail para contato daniela.anjos@estacio.br IES: ESTÁCIO BH
Palavra(s) Chave(s): “Exercício Físico”, “Qualidade do Sono”; “Equilíbrio Postural”; Teleatendimento ; Covid-19
RESUMO
Tema geral e problema de pesquisa: O envelhecimento populacional se caracteriza como um “fenômeno” demográfico considerado gradual e
dinâmico, esse processo se mostra cada vez mais evidente em estatísticas e está diretamente relacionado à dois parâmetros, sendo eles a
diminuição da natalidade e à elevação da expectativa de vida, o envelhecimento é marcado por alterações morfológicas, funcionais e
bioquímicas, que afetam negativamente a mobilidade funcional e qualidade do sono. A reabilitação através do treino funcional é uma das
principais alternativas para minimizar as perdas de habilidade em executar as atividades de vida diária. Nesse período de pandemia pela
COVID-19, todos os treinamentos de capacidade funcional supervisionados para reabilitar essa população foram suspensos, o que pode ter trago
à tona prejuízos imensos para os idosos. O exercício físico tem demonstrado grandes benefícios para a saúde, proporcionando melhora na
eficiência do metabolismo, ganhos de massa e força muscular, fortalecimento do tecido conjuntivo, melhora da mobilidade articular, entre outros
ganhos no sistema respiratório e aspectos psicossociais. O teleatendimento é uma alternativa autorizada pelo Conselho Regional de Fisioterapia e
Terapia Ocpacional (CREFITO) junto ao Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO) em março de 2020 devido à crise
sanitária no país, para que a população não fique privada de reabilitação no período de isolamento social imposto pela pandemia do COVID-19, e
permite ainda um diálogo constante com o fisioterapeuta, o que facilita o processo de educação em saúde. Embora, tenha ganho destaque
durante o período da pandemia, no exterior o teleatendimento já vem avançando e produzindo estudos satisfatórios que apresentam resultados
positivos e, às vezes, iguais ou superiores aos atendimentos realizados presencialmente. No Brasil, esse modelo de atendimento foi implantado
devido a pandemia, com o objetivo de não deixar as pessoas que necessitam de atendimentos a saúde sem o devido acompanhamento. O
teleatendimento acontece em tempo real, com o acompanhamento do profissional orientando o paciente durante a execução, porém, embora
seja uma alternativa positiva com projeções promissoras para manter os idosos ativos durante esse período, a sua autorização aconteceu muito
recentemente e não há pesquisas cientificas que comprovem que essa modalidade de reabilitação traga benefícios para os idosos. Objetivos:
Comparar os efeitos do treino funcional presencial e na modalidade por teleatendimento na qualidade do sono e mobilidade funcional de idosos
comunitários . Metodologia: Trata-se de um estudo piloto, quasi-experimental.A amostra foi composta por 20 idosos acima de 60 anos, de
ambos os sexos, que foram divididos igualmente em dois grupos, sendo eles: Grupo (A) referente aos idosos que foram submetidos a um
treinamento funcional presencial, duas vezes por semana, durante dois meses, totalizando 16 sessões e o Grupo (B) referente aos idosos que
serão submetidos ao teleatendimento, durante o mesmo período de tempo. Foram excluídos do estudo os idosos incapazes de responder aos
questionários avaliativos, que não apresentam marcha independente, com déficits motores graves, doenças que afetam o sistema vestibular,
medicamentos psiquiátricos ou que afetam o sistema nervoso central, ausência em mais de 20% dos treinos e/ou 2 faltas consecutivas, além dos
idosos sem acesso a internet e/ou que não façam uso de smartphone ou plataforma digital. O grupo (A) contou com idosos participantes do
grupo de geriatria da clínica escola do Centro Universtário Estácio de Belo Horizonte, após autorização da coordenadora responsável pela clínica,
e foram avaliados de acordo com as seguintes fases Fase 1: Inicialmente, todos os voluntários foram esclarecidos sobre o estudo e assinaram o
TCLE. Por se tratar de um estudo da aplicação de uma técnica de exercícios bastante comum na prática esportiva e de reabilitação, são
considerados mínimos os riscos associados a este estudo, tais como dores musculares leves e terem o risco de sofrerem quedas. Porém, os
riscos foram minimizados pela supervisão direta do fisioterapeuta responsável. Foi aplicado um questionário sócio demográfico, elaborado pelas
pesquisadoras, especificamente para este estudo com a finalidade de se obterem dados pessoais, informações de aspectos de saúde, quedas,
saúde percebida, hábitos de etilismo, tabagismo, prática de atividade física e medicamentos utilizados. Além disso, foi aplicado o teste Mini
Exame do Estado Mental (MEEM) , o questionário World Health Organization of Quality of Life – WHOQOL, o questionários Epworth e Escala de
Pittsburgh. Logo após, foi verificado a pressão arterial (PA), frequência cardíaca (FC), saturação de oxigênio (SpO²), e não havendo alteração nas
variáveis hemodinâmicas, PA acima de 140/90 mmHg, SpO² abaixo de 95%, e FC entre 50bpm e 100bpm, foi realizado o teste de equilíbrio
corporal postural através da escala de Equilíbrio de Berg, Time Up and Go e Teste de caminhada de 10 metros, respeitando um intervalo de 15
minutos de repouso entre os testes, sendo que ao final de cada teste foi verificado novamente a PA, FC, SpO². Fase 2: Durante as 16 sessões,
foram realizados uma sequência de exercícios físicos sendo distribuídos em três estágios: 1) atividade preparatória, 2) treinamento de força
muscular, 3) Relaxamento. Todos os exercícios foram executados com música. Estas atividades foram feitas com ênfase aos grandes grupos
musculares: glúteo máximo e médio, peitoral maior e menor, quadríceps, latíssimo do dorso, abdominais e deltóide anterior, médio e superior;
associado com treino de equilíbrio, e coordenação do corpo. As sessões foram iniciadas por uma fase preparatória com duração total de 10
minutos. Os exercícios propostos foram: marcha estacionária, movimentação ativa de abrir e fechar as mãos, circundação de ombro, flexão de
ombro, rotação de tronco com membro superior estendido, circundação de quadril e dos pés. Logo em seguida foram realizados trinta minutos
de treino de força muscular, com três séries de 10 repetições máximas (carga individual) sem causar desconforto ou dores musculares e com
intervalo de 40 segundos entre elas. Para determinação da carga de treinamento, cada voluntário foi submetido previamente a testes de 10 RM
de cada exercício que compõe a sessão de treino. Os exercícios propostos foram: flexão de cotovelo com halter, flexão de ombro com halter,
Kabat com halter associado a respiração, série de Nicolas com caneleira (abdução e flexão de quadril), flexão de quadril e joelho até a linha da
cintura com caneleira, agachamento e banco extensor. No terceiro estágio foi realizado o circuito funcional com duração de 10 minutos. Nessa
fase os voluntários foram alocados por estação, divididas em marcha lateral com semi-flexão de joelho, marcha tandem ou semi-tandem, step,
contornar cones e transpor bambolês e sentado para de pé. Para determinação da carga interna de treino, no final de cada atendimento o
voluntário deverá indicar na Escala de Percepção Subjetiva de Esforço (0-10) qual foi a intensidade da sessão. Para a amostra que está em
andamento (grupo B) serão avaliados seguindo os mesmos preceitos do grupo (A), mantendo os seguintes testes: x, y e z de modo presencial e os
demais questionários de forma remota. As comparações pré e pós treinamento, foram feitas pelo teste t, o tamanho do efeito também foi
considerado. Resultados Parciais: Foram coletados os seguintes resultados referentes ao grupo (B) treinamento funcional supervisionado. A
amostra foi constituída por 10 idosos (72,50 ± 10,6 anos), sendo 7 do sexo feminino e 3 do sexo masculino. Não houve diferença estatisticamente
significativa no desempenho nos testes de equilíbrio e nos questionários de qualidade do sono pré- e pós-intervenção. Porém, ao analisar a
magnitude da diferença, observou-se menor sonolência diurna (d = 0,2) e aumento da qualidade de vida (d = 0,5) pós-treinamento. Conclusão: O

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Saúde


FISIOTERAPIA
treinamento funcional aplicado não foi eficaz para alterar as variáveis do equilíbrio e da qualidade do sono avaliadas. Porém, apresentou uma
tendência de melhora nas variáveis do sono e qualidade de vida.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Saúde


FISIOTERAPIA
Saúde
Curso: ENFERMAGEM
Título: TECNOLOGIAS DIGITAIS COMO FERRAMENTA DE PROMOÇÃO DA SAÚDE MENTAL EM TEMPOS DE PANDEMIA
Autor(es): Thayana de Almeida Vieira; Larissa Maciel Ribeiro; Karytta Sousa Naka
E-mail para contato thayanaalmeida50@gmail.com IES: UNESA
Palavra(s) Chave(s): Saúde Mental; Isolamento Social; COVID-19; Acesso à Tecnologia em Saúde; Avaliação da Promoção de
Saúde.
RESUMO
A saúde mental nos tempos atuais engloba uma área extensa e diversificada, em consonância ao impacto que a pandemia e o “novo normal”
possibilitaram nas pessoas. Em virtude das medidas e cuidados individuais e coletivos que permeiam na obrigação de permanecer em casa e
conservar o distanciamento físico e social, vislumbra-se o impacto mental e psíquico que tais ações protetivas provocam nos indivíduos, inflando
os índices de transtornos mentais na população. As tecnologias digitais se apresentaram como uma oportunidade de apoio ao autocuidado em
saúde e fortalecimento das interações sociais, além de permitir o acompanhamento clínico não presencial dos pacientes no ambiente doméstico.
Dessa maneira, é necessário um trabalho dedicado na inclusão digital, principalmente nos grupos mais carentes. Assim, este estudo objetivou
analisar o uso de tecnologias digitais como ferramenta de promoção da saúde mental durante o cenário pandêmico. Trata-se de uma revisão
integrativa da literatura com análise feita através dos bancos de dados: Scientific Eletronic Library Online (Scielo) e Biblioteca Virtual de Saúde
(BVS). Os critérios de inclusão foram artigos científicos sobre a temática da saúde mental e uso de tecnologias digitais durante a pandemia,
idioma português e ano de publicação entre dezembro de 2019 a março de 2021. Para a coleta dos dados foram utilizados os seguintes
descritores de ciências da saúde (DeCS): saúde mental, tecnologias digitais e isolamento social. Foram encontrados 37 artigos de saúde mental e
tecnologias digitais e 11 artigos sobre isolamento social e tecnologias digitais. Porém ao ser analisados quanto a temática, restou-se apenas 8
artigos, os quais foram selecionados nesse trabalho. Observou-se nos artigos que o contexto da pandemia forçou uma mudança no modelo
tradicional de atendimento e cuidado presencial em saúde das organizações. A implantação de soluções tecnológicas para realizar a prevenção,
promoção e recuperação em saúde, tornou-se uma alternativa segura para atender as demandas da nova realidade. Na saúde mental, cada vez
mais a demanda por tratamento se faz necessário, com relações pautadas pelo respeito e não apenas pela aplicação de técnicas e
farmacoterapias. A disseminação de posturas terapêuticas nos diferentes meios digitais vem de encontro as características próprias de
mecanismos culturalmente efetivos. Contudo, apresenta benefícios por considerar o paciente como ser social, enfatizando uma ação dialética e
comunicação ativa, na qual vincula os problemas pessoais com os aspectos do mundo, tendo como objetivo reduzir a exposição e o contato de
usuários infectados com outras pessoas e promover saúde a população. Dessa maneira, essa nova demanda de saúde permitiu inovações para o
oferecimento do cuidado integral, o qual está em constante aperfeiçoamento, possibilitando a introdução de novas práticas e teorias. Estudos
demonstram que treinos cognitivos aliados com tecnologias provocam mudanças positivas na memória de idosos, além de provê-los com
habilidades tecnológicas úteis para facilitar as atividades diárias e interagir com os familiares, encurtando distancias ocasionadas pelo
distanciamento social e sendo um fator de fortalecimento para a saúde mental. Em contrapartida, as tecnologias em saúde só se fazem eficazes
durante a pandemia se iniciativas de inclusão digital forem realizadas para prover meios de acesso e manuseio das redes, em especial para
aqueles que apresentam carências cognitivas e econômicas. Ressalta-se que o uso de tecnologias não pode configurar-se como uma estratégia
sustentada indefinidamente e substituir o serviço presencial, pois não se configura eficaz ao contemplar a integralidade do indivíduo com
cirurgias e consultas. Portanto, a saúde mental tornou-se alvo de discussão em virtude do impacto causado pelas regras de convivência social
devido a nova adequação aos desafios no âmbito social de distanciamento, havendo necessidade de promover assistência devida para saúde
mental aos seres humanos. Assim, as tecnologias digitais surgem para cumprir papel preventivo na saúde mental, orientando as diversas
situações e públicos para amenizar as consequências geradas pela pandemia relacionados ao isolamento social. A comunicação e a informação
em saúde mediada pelos meios digitais ressignificam a assistência tradicional e transformam os espaços virtuais em locais de interação,
compartilhamento, promoção, prevenção e autocuidado. Além disso, a aceitação e utilização de tecnologias é crucial para a promoção em saúde
e oferecimento de suporte psicológico por todos os públicos.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Saúde


ENFERMAGEM
Saúde
Curso: ENFERMAGEM
Título: ALTERAÇÃO DA CONDIÇÃO ORAL EM PACIENTES PORTADORES DE DIABETES MELLITUS TIPO II: UMA ANÁLISE
SISTEMÁTICA
Autor(es): Bruna Laís Vasconcelos Ramos; Camila Santana Guimarães; Lethicia Barreto Brandão
E-mail para contato lethiciabrandao12@gmail.com IES: ESTÁCIO MACAPÁ
Palavra(s) Chave(s): Boca; Doença crônica e condição oral.
RESUMO
A Diabetes Mellitus tipo II é uma doença crônica, que pode fazer o paciente apresentar, em condições mais agravadas, alterações bucais. Essas
alterações, embora não específica da doença, têm sua incidência ou progressão favorecida pelo descontrole glicêmico. Com isso temos as
alterações bucais mais frequentes como a xerostomia, hipossalivação, síndrome da ardência, candidíase e hálito cetônico. Objetivo: Descrever os
tipos de alterações bucais mais recorrentes em pacientes portadores de diabetes mellitus tipo II. Métodos: Para formulação deste estudo foi
realizado uma revisão descritiva, de caráter exploratório. Foi realizada uma busca bibliográfica, utilizando as bases de dados MEDLINE e LILACS
para identificação de artigos relevantes, publicados entre 2017 e 2021, que avaliassem a associação entre diabetes e alterações bucais. Foram
analisadas informações referentes à prevalência, ao impacto e ao tratamento dessas feridas em portadores de DM. Resultado: A Diabete Mellitus
tipo II é uma doença crônica caracterizada por aumento da glicemia no sangue decorrente da deficiência relativa da secreção pancreática de
insulina e resistência insulínica (deficiência na ligação da insulina no seu receptor devido a uma falha secundária nas células β do pâncreas). Essa
forma é a mais comum da doença, responsável por 90 a 95% dos casos. Geralmente é associada à obesidade, hipertensão e dislipidemia,
acometendo principalmente indivíduos com mais de 40 anos. Um número significativo de pessoas com diabetes mellitus tipo II é assintomático,
isso faz com que o diagnóstico seja tardio e muitas delas apresentem complicações microvasculares quando do diagnóstico. As alterações bucais
observadas no paciente com diabete mellitus, embora não específicas dessa doença, têm sua incidência ou progressão favorecida pelo
descontrole glicêmico, a hiperglicemia leva ao aumento dos níveis de glicose do fluido gengival crevicular.16 A hiperglicemia também afeta a
fagocitose, quimiotaxia e adesão de leucócitos polimorfonucleares. Estes e outros mecanismos patogênicos subjazem a complicação oral de
DM.17 Produtos finais da glicosilação avançada (AGEs, do inglês, advanced glycation end-products) estimulam a proliferação de músculo liso,
resultando em espessamento das paredes dos vasos capilares. O lúmen capilar é reduzido e o fluxo de sangue fica comprometido.18 Essas
alterações microvasculares afetam a oxigenação e a difusão de nutrientes através da membrana basal. AGEs também modificam a síntese de
colágeno e aumentam a produção de citocinas, como o fator de necrose tumoral, prostaglandina e interleucina-1. Vários mecanismos têm sido
propostos para explicar o aumento da susceptibilidade às doenças periodontais em pacientes com DM não controlado, incluindo alterações na
resposta do hospedeiro, o metabolismo do colágeno e vascularização. Os indivíduos com DM tipo 2 mal controlado apresentam uma resposta
inflamatória exagerada ao desafio bacteriano da periodontite. As alterações da cavidade bucal mais frequentes nos diabéticos são: xerostomia
que descreve apenas a “sensação de boca seca” além do desconforto pode causar outras doenças bucais pelo fato da diminuição do fluxo salivar
onde é um fator de risco para cárie e para lesões fúngicas e hipossalivação que é a redução do fluxo salivar, ou seja, produção de quantidade
insuficiente de saliva onde as alterações qualitativas e quantitativas na saliva do paciente com DM tipo 2 levam à redução da lubrificação, da
atividade antibacteriana, antifúngica e antiviral; perda da integridade da mucosa; perda de capacidade de tamponamento, redução da lavagem e
limpeza de tecidos orais; interferência da remineralizarão normal dos dentes; e alterações de digestão, pode causar glossodinia, úlceras, quelites,
língua fissurada, lesões cariosas e dificuldade de retenção das próteses, além de o trauma dos tecidos moles predispor a infecções. A síndrome de
ardência bucal (SAB) é caracterizada pela sensação de ardência na mucosa bucal sem lesões aparentes também tem sido associada a DM onde se
pode ocorrer uma diminuição na sensação de sabor. A presença de infecção odontológica leva à estimulação da resposta inflamatória resultando
em situação de estresse, que aumenta a resistência dos tecidos à insulina, piorando o controle do diabetes onde juntamente com a pouca
salivação são fatores fundamentais para a presença da quelite angular onde forma-se uma prega nos cantos da boca, na qual a saliva tende a se
acumular e a pele fica macerada, fissurada e infectada por microrganismos. A candidíase as infecções por Candida albicans são frequentes em
pacientes diabéticos, devido à hipossalivação e ao uso constante de próteses. A candidíase oral é favorecida pela hiperglicemia, diminuição do
fluxo salivar e alterações na composição da saliva, através de modificações em proteínas antimicrobianas como lactoferrina, lizozima e
lactoperoxidase. O hálito cetônico provém da formação indevida de corpos cetônicos em alta quantidade no organismo. Isso acontece quando o
corpo não consegue transformar glicose em energia, por insuficiência de insulina, e recorre a outros meios, ou seja, a diabetes pode ser
responsável porque, quando não controlada, dificulta a transformação da glicose em energia. Pois, para que funcione adequadamente, o corpo
precisa da energia levada às células pela insulina, a partir da glicose. Mas, se houver problemas como falta de insulina ou má atuação desta,
típicos de diabéticos tipo 1, ocorre o processo mencionado acima. Entretanto, quem tem diabetes tipo 2 e não sabe ou não a controla
adequadamente, pode, também, precisar da gordura para gerar energia para o funcionamento do corpo. Porque quanto mais altos os níveis de
glicemia no sangue, maior a disfunção na conversão natural de glicose em energia. Logo, o seu organismo passará pelo mesmo processo,
podendo produzir corpos cetônicos em alta quantidade e gerar o hálito cetônico. Entre as alterações temos também a hipocalcificação do
esmalte, perda precoce de dentes e dificuldade de cicatrização. As alterações bucais são comuns mesmo em pacientes com boa ou regular
condições de saúde bucal. Conclusão: Os resultados do presente estudo permitem concluir que a diabetes e saúde bucal possuem uma relação
bidirecional, comprovada pela maior resistência à insulina na presença de inflamação local e pela prevalência de doença periodontal e alterações
em mucosa oral e glândulas salivares no paciente diabético descompensado. Alterações no meio bucal dos portadores de tal patologia podem
afetar sua função mastigatória e, por conseguinte a nutrição, repercutindo assim no controle glicêmico. Palavra-Chave: Boca; Doença crônica e
condição oral.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Saúde


ENFERMAGEM
Saúde
Curso: CIÊNCIAS DA COMPUTAÇÃO
Título: ANÁLISE DE DADOS, VISÕES ESTATÍSTICAS E PREDITIVAS RELACIONADOS À PANDEMIA DA COVID-19 NO ESTADO DO
CEARÁ USANDO A LINGUAGEM R
Autor(es): Wellington Sousa Aguiar; Nilber San de Castro de Vasconcelos; Rodolfo Ricardo de Carvalho Lira
E-mail para contato wellington@tecsist.com IES: ESTÁCIO CEARÁ
Palavra(s) Chave(s): Covid-19; Estatísticas; Inferências; Linguagem R; Dados
RESUMO
Uma onda de pavor se espalhou pelo mundo causada pelo SARS-CoV-2, também chamado de Corona vírus. De repente fomos bombardeados por
informações sobre cenários epidemiológicos, curvas de contaminação, propagação espaço-temporal, correlação, projeção, entre tantas outras
variáveis estatísticas e jargões sanitaristas que não faziam parte do cotidiano do brasileiro. Tudo isso porque a Covid-19 que em janeiro/2020
estava tão distante, causando terror do outro lado mundo, era observada daqui “para só chegar” depois do Carnaval, como se pudéssemos
determinar a chegada dela. Não há dúvidas que o mundo se transformou após o advento de uma nova doença que colocou em alerta o sistema
de controle de epidemias ao redor do mundo. Tendo como primeiro foco Wuhan, capital da província de Hubei na China, o coronavírus logo
espalhou-se e contaminou milhões de pessoas ao redor do mundo. Neste contexto, os profissionais de saúde rapidamente mostraram o seu valor
e foram de corpo e alma para a linha de frente, arriscando-se a trabalhar com um vírus desconhecido em condições nem sempre adequadas.
Outras categorias de profissionais menos conhecidas da população também entraram na luta com as suas armas: dados, tecnologias, algoritmos,
modelos matemáticos e estatísticos. São os pesquisadores, estatísticos, matemáticos, epidemiologistas, cientistas de dados, analistas de dados e
analistas de sistemas, entre outros. Todos juntos, mostrando o poder da informação em tempos de pandemia, transformando fatos em dados,
dados em informações e informações em conhecimentos para gerar planos estratégicos. Como em tudo ligado à Tecnologia da Informação, a
geração de dados a partir dos primeiros casos confirmados de Covid-19 foi crescendo exponencialmente. O processamento dessa massa de dados
gerada mostrou-se fundamental para o entendimento da primeira pandemia que a humanidade vivenciava nos tempos modernos. As
atualizações diárias de casos confirmados e óbitos mostraram as primeiras regiões fora da China que sentiram os impactos da doença como, por
exemplo, Lombardia (Itália), Catalunha e Madri (Espanha) e Nova Iorque (Estados Unidos), até a chegada do vírus ao Brasil, confirmada
oficialmente ao final de fevereiro de 2020. Dentre várias ferramentas disponíveis, a linguagem R é uma das mais eficazes para tal processamento.
Criada por estatísticos e construída com a finalidade de analisar grandes volumes de dados, com visualizações amigáveis ao usuário final, o R foi,
e ainda está sendo, uma das ferramentas mais poderosas em desvendar o caminho da contaminação desse novo vírus. Não é à toa que grandes
empresas ligadas à área da tecnologia, como a Microsoft, já fazem integrações com ferramentas de Business Intelligence, como o Power BI. Está
pesquisa tem como objetivo apresentar a linguagem R para a comunidade acostumada com linguagens mais populares e difundidas, como o
Python e o Java, usando como estudo de caso a aplicação realizada dessa ferramenta no desenvolvimento dos estudos sobre a pandemia do
Coronavírus no Estado do Ceará e algumas de suas localidades . A ideia é mostrar como o R, de maneira simples e eficaz, trata grandes
quantidades de dados, gera visualizações das mais variadas formas e objetivos, e por fim é capaz de fornecer predições para facilitar o
entendimento de cientistas ao redor do mundo para encontrar as melhores ferramentas de contenção da doença e redução dos impactos da
pandemia. Utilizamos a metodologia quantitativa, apresentando as estatísticas resultantes dos algoritmos utilizando a linguagem R. Foi utilizada
também a pesquisa bibliografia para ajudar a elucidar os conceitos estatísticos fundamentais, até métodos avançados de séries temporais
preditivas usados na linguagem. Na pesquisa foram utilizados os dados públicos da plataforma IntegraSUS, mantida pelo Governo do Estado do
Ceará, dispensando assim a autorização de um Conselho de Ética em Pesquisa. Os dados são disponibilizados e atualizados duas vezes ao dia,
fornecendo arquivos em formato “.csv” referente aos casos notificados, óbitos e utilização de leitos de UTI, dentre outras informações. O poder
dos dados e da informação está na sua qualidade, origem, tratamento adequado, técnica, profissionalismo, transparência e boa comunicação. Os
resultados apurados com a aplicação dos scripts mostraram claramente os picos e quedas da contaminação da população, bem como as
tendências que embasaram o governo do Estado nos decretos de isolamento rígido (lockdown) e flexibilização (reabertura). Também é notória a
detecção de padrões na apresentação dos dados, que mostram a viabilidade no uso de séries temporais para embasar as decisões tomadas pelo
governador. Também foi verificado a incidência em pessoas mais jovens na segunda onda, com níveis de óbitos consideravelmente maiores,
mostrando os efeitos da doença, mesmo em uma população adulta dita saudável. Os tipos de visualizações que embasam tais resultados variam
de gráficos dinâmicos e responsivos até dados georreferenciados, onde foi possível precisar bairros e regiões mais afetadas pelo Corona vírus.
Alguns resultados estatísticos importantes nos ajudam a entender o movimento da pandemia dentro do Estado do Ceará. Enquanto na primeira
onda em 2020, grandes polos urbanos tiveram o pico de óbitos em momentos diferentes: Fortaleza no início de maio/2020; Sobral no final de
maio/2020 e Juazeiro do Norte no meio de junho/2020. Na segunda onda o impacto foi concentrado na segunda quinzena de março de 2021,
provavelmente provocado por aglomerações do Carnaval, ocorrido 20 dias antes, sem distinção das localidades. Podemos observar que Fortaleza
participa com 47.5%, Sobral com 4% e Juazeiro do Norte com 1% dos óbitos na segunda onda. Além disso, notamos uma maior mortalidade,
comparando os mesmos períodos, entre indivíduos mais jovens. Pessoas com até 50 anos representaram 10.5% das mortes por Covid-19 em
maio de 2020, enquanto em março de 2021 essa proporção subiu para 15.5%. Esse aumento deve-se aos cuidados (ou a falta deles) tomados
pelos mais jovens, bem como as novas variantes do vírus circulando pelo país. Concluindo, foi possível mostrar nessa pesquisa a importância do
conhecimento estatístico e de uma ferramenta tecnológica de ponta, e que existem outras medidas que auxiliam a gestão pública na
compreensão do movimento dos dados no decorrer do tempo. Partindo deste conhecimento, foi possível aplicá-lo numa linguagem própria para
processar e concretizar conceitos estatísticos, como é a linguagem R, tornando as informações geradas valiosas, disponíveis e imprescindíveis no
combate ao Coronavírus, servindo também como base de aprendizado em futuros processos pandêmicos que a humanidade possa vivenciar no
futuro.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Saúde


CIÊNCIAS DA COMPUTAÇÃO
Saúde
Curso: ENFERMAGEM
Título: ASSOCIAÇÃO ENTRE PERIODONTITE E SÍNDROME METABÓLICA
Autor(es): Vinicius Pinheiros Gomes; Bruna Laís Vasconcelos Ramos; Lethicia Barreto Brandao
E-mail para contato lethiciabrandao12@gmail.com IES: ESTÁCIO MACAPÁ
Palavra(s) Chave(s): Doença crônica; Paciente e Perdas dentárias
RESUMO
A síndrome metabólica é o nome proposto pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo National Cholesterol Education Program (NCEP)
para designar um conjunto de alterações metabólicas (dislipidemia, hipertensão arterial, intolerância à glicose, obesidade central e resistência à
insulina) que comumente se manifestam juntas e são fatores de risco para a doença coronariana. Cada componente da síndrome metabólica, por
si só, aumenta o risco de doença cardiovascular, porém, quando combinado, ele se torna muito mais intenso. A resistência à insulina pode ser um
fator etiopatogênico comum aos elementos da síndrome metabólica, embora essas conexões não estejam completamente entendidas. As
periodontites são doenças infecciosas causadas predominantemente por bactérias anaeróbias gram-negativas que liberam endotoxinas
ativadoras de citocinas pró-inflamatórias (IL1b, TNF-a, PGE2, e outras), enquanto as gengivites crônicas são causadas por cocos e bacilos aeróbios
gram-positivos. A capacidade invasiva e de toxicidade das bactérias causadoras das periodontites é superior à das gengivites. De igual modo, nas
periodontites, o epitélio ulcerado das bolsas periodontais serve como meio de entrada para as bactérias e seus produtos na corrente circulatória,
além disso, pela maior capacidade de virulência, as periodontites ativam a resposta inflamatória local em proporções muito superiores que nas
gengivites. Portanto, poderiam ser lançados na corrente circulatória produtos da inflamação periodontal relacionados com a etiologia da
síndrome metabólica. E, de outro modo, as periodontites poderiam estimular os hepatócitos a produzir citocinas em quantidade maiores. A
periodontite é uma das principais causas de perdas dentárias. O conhecimento de seus possíveis fatores de risco é importante para sua prevenção
e tratamento. A síndrome metabólica é uma condição cuja prevalência tem aumentado e existe plausibilidade para uma possível associação entre
está e a periodontite. OBJETIVO: Evidenciar a relação entre as periodontites e a síndrome metabólica no paciente descrito na literatura.
METODOLOGIA: Foi realizada uma busca bibliográfica de artigos científicos, nas bases de dados PubMed, Periodicos Capes e Scielo, utilizando as
palavras-chave: priodontites AND síndrome metabólica AND paciente. Foram selecionados os artigos científicos publicados em revistas indexadas,
com classificação qualis entre A1 a B2, publicados a partir do ano de 2017, que atendessem à temática supracitada e que fossem provenientes de
estudos originais Dentre os artigos utilizados, foram analisados seus objetivos, metodologias, resultados e conclusões. RESULTADOS: É referido
na literatura que, para qualquer população, a prevalência de periodontites em estágio avançado varia entre 5 e 15%, enquanto as periodontites
em estágio inicial a moderado afetam uma porcentagem bem maior da população. Entretanto, essas estimativas variam muito entre os estudos
devido ao emprego de várias definições de "caso de periodontites". A maior prevalência de periodontites entre os indivíduos fumantes ou ex-
fumantes, quando comparados aos sem esse hábito, também é descrita na literatura. O tabagismo tem sido considerado um fator de risco para o
desenvolvimento das doenças periodontais mesmo em pacientes com bom nível de higiene oral, além disso, o controle da doença nos pacientes
que fumam é, em geral, mais difícil. Maior gravidade da doença também está relacionada com o hábito de fumar, sendo que o grau de perda
óssea alveolar e o número de dentes perdidos são maiores entre os indivíduos fumantes quando comparados aos não fumantes; os mecanismos
que explicariam essa relação incluiriam a diminuição da vascularização periodontal, o enfraquecimento da resposta inflamatória e salivação é
uma das importantes defesas contra os periodontopatógenos e o comprometimento de células envolvidas no processo de reparação dos tecidos
periodontais. Ás alterações metabólicas que compõem a síndrome metabólica (intolerância à glicose, obesidade, hipertensão arterial,
dislipidemias) são alvos freqüentes de estudo e intervenção de órgãos internacionais e nacionais de saúde pela alta mortalidade e morbidade que
suscitam. Conhecer os possíveis fatores de risco dessas doenças para preveni-las ou tratá-las é prioritário; as evidências existentes indicam que
condições inflamatórias podem contribuir para o aparecimento desses distúrbios. Microorganismos periodontopatogênicos produzem
endotoxinas na forma de lipopolissacarídeos que são ativadores da resposta imune destrutiva dos tecidos do hospedeiro. Sabe-se que a
destruição dos tecidos periodontais é mediada por citocinas pró-inflamatórias (IL-1, IL-6 e IL-8, PGE2, TNF-a). Essas citocinas estão
suficientemente elevadas no fluído crevicular gengival para ser lançadas na corrente sanguínea, sendo detectáveis em ensaios séricos (1 a 3 micro
mol/l); assim, pode-se supor que, em alguma medida, essas substâncias possam contribuir para o desenvolvimento da síndrome metabólica e
doenças associadas. Nos últimos anos, diversas pesquisas relacionando saúde bucal e saúde sistêmica foram realizadas no intuito de atingir a
meta proposta pela OMS para o ano de 2020 de minimizar o impacto das doenças de origem oral e craniofacial sobre a saúde e o
desenvolvimento psicossocial. Em especial, foi considerada a possibilidade de que as doenças periodontais fossem fatores de risco para o
desenvolvimento ou agravamento de condições sistêmicas como a resistência à insulina, o diabetes mellitus do tipo 2, a obesidade e as
dislipidemias; apesar de o delineamento transversal deste estudo limitar o estabelecimento de relação causa-efeito entre a doenças periodontais
e a síndrome metabólica, a ausência de associação observada entre essas variáveis sugere que, pelo menos entre esses nipo-brasileiros, outros
fatores seriam responsáveis pelo aparecimento da síndrome metabólica. Contudo, deve-se considerar que a baixa prevalência de periodontites
observada pode não ter permitido detectar essa associação se de fato ela existir. Tradicionalmente, espera-se que as complicações sistêmicas
modulem a resposta inflamatória no periodonto. Entretanto, a partir da década de 90, seguindo a recomendação da American Academy of
Periodontology, diversos estudos foram desenvolvidos para avaliar a relação entre a doença periodontal e as disfunções sistêmicas. Agora, no
sentido inverso, o papel das doenças periodontais sobre as alterações sistêmicas estaria relacionado à alta produção de citocinas pró-
inflamatórias, lançadas na corrente sanguínea, durante os períodos de doença periodontal ativa, que, por sua vez, estariam implicadas no
aparecimento ou agravamento de diversas condições metabólicas sistêmicas. CONCLUSÃO: Sendo assim, recomenda-se que indivíduos que
apresentam síndrome metabólica recebam uma maior atenção em relação à sua condição periodontal, já que a síndrome metabólica parece ser
um indicador de risco à perda de inserção e perda dentária. Palavras-chave: Doença crônica; Paciente e Perdas dentárias

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Saúde


ENFERMAGEM
Saúde
Curso: EDUCAÇÃO FÍSICA - BACHARELADO
Título: AVALIAÇÃO DO ESTILO DE VIDA DE ACADÊMICOS DE EDUCAÇÃO FÍSICA NO PERÍODO DA PANDEMIA DE COVID-19
Autor(es): Geraldo Raimundo Pina Barroso; Juliana Barbosa dos Anjos; Lídia Acyole de Souza
E-mail para contato lidia.acyole@gmail.com IES: FESGO
Palavra(s) Chave(s): Estilo de Vida, COVID-19, Acadêmicos, Educação Física, Saúde.
RESUMO
O estilo de vida pode ser denominado como um agrupamento de hábitos, que caracteriza indivíduos com base em suas atitudes é valores
pessoais que interferem na saúde e qualidade de vida de modo geral. A respeito desse conceito, o estilo de vida pode ser compreendido a partir
de cinco componentes, sendo a nutrição, atividade física, controle do estresse, relacionamentos sociais e comportamentos preventivos. No início
de 2020, a Organização Mundial de Saúde (OMS) e, posteriormente, o Ministério da Saúde do Brasil, decretou estado de quarentena devido a
velocidade de propagação do Novo Corona Vírus (COVID-19), declarando então uma estado de Pandemia. Em decorrência à quarentena, teve-se
por um lado a preocupação com a adoção de hábitos saudáveis e a busca por reforçar o sistema imunológico, e por outro, os riscos do
isolamento social. Assim, a literatura é pontal em reforçar a importância de estudos que investiguem alterações no Estilo de vida neste período.
Então, qual a avaliação do estilo de vida de acadêmicos de Educação Física na pandemia de COVID-19? O presente estudo tem como objetivo
avaliar o estilo de vida de acadêmicos de Educação Física no período da pandemia do COVID-19. Trata-se de uma pesquisa observacional
descritiva com delineamento transversal. A pesquisa foi realizada com acadêmicos do curso de Educação Física de uma faculdade privada da
cidade de Goiânia, por meio de uma entrevista estruturada na plataforma digital. Na primeira do formulário foi disponibilizada a apresentação da
pesquisa aos participantes bem como o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Assim, aqueles que concordaram em participar da pesquisa,
aceitaram o TCLE e seguiriam para a próxima página. Em seguida foi aplicado o questionário Perfil do Estilo de Vida Individual que objetiva avaliar
os componentes; nutrição, nível de estresse, hábitos de atividades físicas, relacionamento e comportamentos preventivos, este instrumento de
avaliação pode ser usado para intervir tanto individualmente como coletivamente na perspectiva de promover mudanças no comportamento
melhorando a saúde (NAHAS 2000). Neste, entrevistado marca 0 para “Absolutamente não faz parte do seu estilo de vida”; 1 para “Às vezes
corresponde ao seu comportamento”; 2 para “Quase sempre verdadeiro no seu comportamento”; e 3 para “A afirmação é sempre verdadeira no
seu dia a dia”. A classificação do Questionário de Estilo de Vida Individual é feita através da somatória da pontuação feita pelo indivíduo
analisado, possuindo três classificações que são definidas por Negativo (0 – 0,99), Regular (1 – 1,99) e Positivo (2 – 2,99). Houve sigilo de todos os
dados coletados, e todas as informações pessoais confidenciais. dos os dados serão arquivados por cinco anos e após incinerados, conforme
orientação da Resolução CNS N. 466/2012. O projeto foi submetido e aprovado pelo comitê de ética em pesquisas da Universidade Federal de
Goiás, conforme parecer nº3.966.951. Os dados foram analisados através de estatística descritiva utilizando medida de frequência (percentual) e,
estatística inferencial utilizando teste de normalidade. Será adotado intervalo de confiança de 95% e nível de significância de p<0,005.
Participaram do estudo 102 alunos matriculados no curso de Educação Física da Faculdade Estácio de Sá em Goiânia no 1º semestre de 2020. A
maioria das amostras foi composta por mulheres (n=62/%=60,8), alunos maiores de 25 anos (n=55/%=53,9) e solteiros (n=82/%=80,4). Em
relação as características do curso, 47,1% (n=48) estão na fase inicial do curso e 52,9% (n=54) na segunda metade. O Estilo de vida geral
apresentou uma pontuação de 2,0 (±0,4). O componente Relacionamentos Sociais apresentou maiores pontuações (2,2 ± 0,6) e o Controle do
Estresse (1,8 ± 0,6) e Nutrição (1,8 ± 0,6) pontuações mais baixas. Na comparação entre as médias dos componentes do EV e os grupos foram
encontradas diferenças significativas entre sexo e período. Os homens apresentaram melhores pontuações no componente atividade física
quando comparado as mulheres (2,23 ± 0,59 vs 1,97 ± 0,68 p=0,04) e as mulheres apresentaram melhores comportamentos preventivos em
relação aos homens (2,14 ± 0,74 vs 1,68 ± 0,85 p=0,03). Diante do novo cenário mundial onde a humanidade enfrenta a pandemia do COVID-19,
conclui-se que, para a mostra analisado, não foi identificado impactado no estilo de vida. O trabalho realizado poderá contribuir para propostas
melhoria da qualidade e estilo de vida de acadêmicos do curso de Educação Física, e ampliar horizontes de conhecimento para outros cursos,
bem como na vigilância da saude dos envolvidos.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Saúde


EDUCAÇÃO FÍSICA - BACHARELADO
Saúde
Curso: CIÊNCIAS DA COMPUTAÇÃO
Título: DISTRIBUIÇÃO OTIMIZADA DE MEDICAMENTOS DE USO CONTÍNUO EM TEMPOS DE PANDEMIA DA COVID-19
Autor(es): Wellington Sousa Aguiar; Fernando Marcelo Armijos Briones; Israel Afonso de Carvalho Neto
E-mail para contato wellington@tecsist.com IES: ESTÁCIO CEARÁ
Palavra(s) Chave(s): Covid-19; Distribuição de medicamentos; Doenças pré-existentes; Sistema de informação
RESUMO
Em janeiro de 2020 o mundo foi sacudido por uma onda de pavor. O ano de 2020 começava diferente, o pavor se espalhava pelo mundo causada
pelo vírus SARS-CoV-2, também chamado de Corona vírus. De repente fomos bombardeados por informações sobre cenários epidemiológicos,
curvas de contaminação, propagação espaço-temporal, correlação, projeção, entre tantas outras variáveis estatísticas e jargões sanitaristas que
não faziam parte do cotidiano do brasileiro. A Covid-19 que em janeiro de 2020 estava tão distante, causando terror do outro lado mundo, já
podia ser observada aqui no Brasil no primeiro trimestre de 2020. As doenças pré-existentes atingem milhões de brasileiros, principalmente os
mais idosos, que em tempos de pandemia da COVID-19 estão expostos às con-taminações mais graves que podem ter desfechos fatais. São
consideradas doen-ças preexistentes: asma, bronquite, câncer, anemia, diabetes, hipertensão, doen-ças sexualmente transmissíveis, doenças
cardiovasculares, entre outras. A coleta de medicamentos de uso contínuo que as pessoas com doenças preexistentes precisam realizar
mensalmente tem se tornado motivo de risco e exposição ao ví-rus nesta época de pandemia. Acrescente o fato que a maioria desses medica-
mentos de uso contínuo são distribuídos nos hospitais da rede pública, que se en-contram superlotados com pessoas acometidas da COVID-19.
Na luta contra o vírus são usadas tecnologias modernas e sofisticados da computação, como os algoritmos de Inteligência Artificial (IA),
Inteligência computacional, Sistemas de Informação, BIGDATA Estatísticos e aplicativos mobile com finalidades diversas de apoio nesta época de
pandemia. Essa pesquisa quer contribuir com a gestão pública e a nossa comunidade, em que estão inseridos idosos e pessoas com doenças
preexistentes, na coleta segura dos medicamentos de uso contínuo através do uso de tecnologias computacionais modernas estudadas na
graduação em Ciência da Computação. Queremos ajudar a responder a questão: Como fazer a distribuição destes medicamentos de forma segura
e de baixo custo em tempos de pandemia ? O objetivo principal desta pesquisa foi o desenvolvimento de um processo inovador de gestão da
cadeia de suprimento e distribuição de medicamentos de uso contínuo de forma descentralizada na cidade de Fortaleza-CE, apoiado por um
sistema de informação com uso de App mobile, através de um sistema integrado que pode ser expandido para todo Brasil, disponibilizando
medicamentos de uso contínuo para pacientes com doenças pré-existentes nas proximidades de suas residências em máquinas de
autoatendimento ou armários automáticos, ou em último caso em pontos comerciais parceiros. A natureza do problema objeto desta pesquisa
nos indica o uso da metodologia do tipo experimental e aplicada. Um protótipo foi criado para possibilitar o teste do modelo e tratamento das
informações visando gerar esses benefícios concretos para a comunidade em que estamos inseridos. A pesquisa aplicada é motivada pela
necessidade de resolver problemas concretos, mais imediatos ou não. Para o desenvolvimento do sistema informatizado só utilizamos
tecnologias Open Source (softwares de código aberto) para reduzir os custos do projeto. Na aplicação Web foi desenvolvida usado React 17.0.2
com Typescript 4.2, para a aplicação Mobile foi usado o React Native 0.64 com Typescript 4.2 e para o Backend foi desenvolvida uma API
(Application Programming Interface) usando NodeJS 14.16.1 e Postgresql 13.2. As bibliotecas React e React Native são bibliotecas Open Source
mantidas pelo Facebook e usadas para os mais diversos projetos, enquanto o Node é um Runtime, programa que possibilita a execução de código
JavaScript fora dos navegadores, e o Postgresql foi o SGBD (Sistema de Gerenciamento de Banco de Dados) escolhido para armazenar os dados
da aplicação. A aplicação Web foi desenvolvida para o gerenciamento dos medicamentos, pacientes e receituários. Cada área de atuação tem
uma página específica em que os profissionais responsáveis acessam às suas respectivas telas por um método de autenticação usando usuário e
senha. Ao acessar o sistema, o usuário é direcionado(a) para sua tela de atuação. A solução proposta é a retirada dos medicamentos em
armários guarda volumes com trancas eletrônicas instalados em locais públicos, sem aglomerações, nas proximidades da residência do cidadão
beneficiário, reduzindo assim o deslocamento e o risco de infecção. O controle da distribuição é de responsabilidade do setor público
competente, usando a aplicação web para controlar a logística de distribuição e notificar o paciente, que por sua vez utilizará uma aplicação
mobile multiplataforma que alerta o paciente e mostra o local da coleta do medicamento usando o GPS (Global Positioning System) e
disponibilizando uma senha de retirada, a ser usada no local da coleta. A Aplicação Mobile é bem simples para facilitar o uso e tornar a aplicação
acessível para todos os usuários. No primeiro acesso do usuário será mostrado um modal (componente que funciona semelhante ao Pop-up)
explicando como utilizar. O App tem uma tela de acesso que solicita o CPF e a senha, após entrar no App, uma tela apresenta o nome do
medicamento, data da disponibilidade e a senha de retirada, quando disponível para coleta. Ao clicar em algum medicamento disponível será
apresentada uma tela com um mapa mostrando a localização da retirada do medicamento, usando as funções de GPS do smartphone. A API usa a
arquitetura REST (Representation State Transfer) que funciona através de requisições usando o protocolo HTTP (Hypertext Transfer Protocol). As
aplicações, tanto web quanto mobile fazem requisições à API e a API faz uma consulta ao banco de dados, envio de informações de uma
plataforma para outra (avisando que a retirada pode ser feita). O SGBD utilizado foi o PostgreSQL, um banco relacional escrito em C. O MER
(Modelagem das Entidades e Relacionamentos) foi desenvolvido para facilitar a codificação e garantir a integridade referencial dos dados. As
aplicações foram desenvolvidas e testadas de modo cooperativo, usando a ferramenta de versionamento Git (Sistema de controle de versão
distribuído), guardadas na plataforma Github, e foram usados padrões de projeto modernos para manter a escalabilidade das aplicações caso
sejam usadas em grandes volumes. No desenvolvimento dos softwares foi utilizada a metodologia Ágil SCRUM, onde o aluno pesquisador fez a
função do Scrum Master. Essa aplicação nasceu de uma proposta para solucionar um problema debatido com um pesquisador da cidade Santiago
de Guayaquil no Equador, mas que já se observava em várias cidades brasileiras. No momento fizemos proposta à prefeitura de Sobral-CE para
testar a aplicação no mundo real, pois até o momento foi desenvolvido o MVP (Minimum Viable Product) para testes e demonstração da
aplicação. Concluindo, nos testes foi possível observar o quanto essa pesquisa poderá trazer benefícios de segurança para nossa população,
auxiliando a gestão da saúde pública no Brasil e em especial no Estado do Ceará. Nessa pesquisa temos propostas de utilização de baixo custo e
fácil implementação, pois a batalha contra esse vírus é longa e todas as ferramentas disponíveis devem ser utilizadas, transformando a academia
e seus pesquisadores em mais soldados nesta luta.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Saúde


CIÊNCIAS DA COMPUTAÇÃO
Saúde
Curso: BIOMEDICINA
Título: ESTUDO DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DAS DESORDENS PANCREÁTICAS NOS ESTADOS DO NORTE DO BRASIL DURANTE
A PANDEMIA DE COVID-19
Autor(es): Alex Matheus Dias da Silva Freire; Victória Martins Rodrigues dos Santos; Samara Rodrigues Bonfim Damasceno
Oliveira
E-mail para contato alexmatheusdias.2015@gmail.com IES: ESTÁCIO RECIFE
Palavra(s) Chave(s): Covid-19; Pancreatite aguda; Epidemiologia
RESUMO
Os coronavírus são um grupo de vírus da família Coronavidae que são conhecidos por sua capacidade de infectar uma variedade de hospedeiros
devido à sua capacidade de evoluir em situações epidemiológicas, incluindo o cruzamento de barreiras entre espécies, mutagênese, tropismo de
tecidos e patogenicidade. O novo coronavírus SARS-CoV-2 foi originalmente identificado, em dezembro de 2019, como o agente causador de uma
série de doenças respiratórias atípicas, características da condição clínica denominada Covid-19 (AMANAT et al., 2020). Os pacientes com
COVID-19 geralmente apresentam uma série de sintomas semelhantes aos de um resfriado, que podem dificultar o diagnóstico, tais como fadiga,
tosse e febre. As classificações da COVID-19 incluem a variação do estado do paciente, como assintomático, leve, moderado, grave ou crítico. Os
assintomáticos apresentam teste positivo e não apresentam sintomas clínicos ou manifestações da doença, enquanto os casos leves apresentam
sintomas agudos de infecção do trato respiratório e complicações digestivas. (YUKI et al., 2020) Os pacientes moderados apresentam pneumonia,
sem hipoxemia perceptível (baixo nível de oxigênio no sangue), com lesões na tomografia computadorizada no tórax. Os pacientes graves
apresentam pneumonia com hipoxemia detectável e lesões graves de tomografia computadorizada, enquanto pacientes críticos apresentam
síndrome respiratória aguda grave (SRAG), com possível choque séptico, encefalopatia, lesão miocárdica, disfunção de coagulação, insuficiência
cardíaca e lesão renal. Embora esses sintomas sejam frequentemente informativos no diagnóstico, COVID-19 tem um curso clínico imprevisível
(POLLARD et al., 2020). O atendimento de casos urgentes de COVID-19, no entanto, tem desviado a atenção do cuidado de pacientes com
doenças crônicas, que poderiam ter sido negligenciadas ou subestimadas. Dessa forma, o padrão de atendimento aos pacientes crônicos, com
doenças não relacionadas à Covid-19, tem sido reduzido e isso pode ser determinado por um aumento na taxa de complicações secundárias ao
tratamento insuficiente. Além disso, mesmo os pacientes que haviam agendado consulta ambulatorial não compareceram por receio de sair de
casa ou pela impossibilidade de ir, devido às restrições impostas, como o distanciamento social e toque de recolher em várias cidades do país.
Devido a esses e outros fatores, durante a pandemia, houve uma redução drástica no número de internações hospitalares por quaisquer
condições médicas diferentes do COVID-19. A apresentação pessoal ao pronto-socorro foi desencorajada e o temor dos próprios pacientes de
serem infectados com o novo coronavírus ao irem ao hospital também levou a uma diminuição significativa no acesso às clínicas hospitalares
(VIGANÒ et al., 2020). Mesmo em áreas onde os casos de COVID-19 eram baixos, a diminuição no número de visitas ainda tem se mostrado
dramática com muitos hospitais permanecendo bem abaixo da capacidade por semanas e até meses (MAZURIK et al., 2020). Diante da
diminuição da procura por atendimento médico e Departamento de Emergência, os diagnósticos de doenças que compartilham de sintomas
semelhantes foram dificultados, o que possibilita que sejam confundidas se não houver procura de atendimento por um profissional de saúde.
Como um exemplo de sintomas que podem ser confundidos, temos a insuficiência pulmonar, insuficiência renal e circulatória, que estão
presentes não somente na COVID-19, mas também em outras doenças como a pancreatite aguda. A pancreatite aguda é uma inflamação do
parênquima glandular do pâncreas que leva à lesão tecidual, com ou sem destruição subsequente dos ácinos pancreáticos. Esse processo
inflamatório pode resultar em uma doença limitada ou envolver complicações de múltiplos órgãos, com risco de morte. A pancreatite crônica
consiste em disfunção das glândulas endócrinas e exócrinas que se desenvolve secundária à inflamação progressiva e fibrose crônica dos ácinos
pancreáticos com dano estrutural permanente. Além disso, ataques recorrentes da pancreatite aguda podem resultar em pancreatite crônica
(HAMMAD et al., 2018.). Diante do exposto, apesar da relevância do tema, ainda não há disponível na literatura científica trabalhos abordando a
relação do agravamento de condições clínicas não relacionadas à infeção por Sars-Cov-2 durante a pandemia de Covid-19. Dessa forma, a
presente pesquisa tem como objetivo realizar, de maneira pioneira, uma avaliação epidemiológica dos casos de pancreatite aguda na Região
Norte do Brasil durante a pandemia de COVID-19. Como metodologia principal para a realização desse trabalho, o qual faz parte de um projeto
projeto Pibic (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica), aprovado no Centro Universitário Estácio do Recife, com vigência
2020/2021, foram utilizadas as bases de dados SINAN (Sistema de Informações de Agravos de Notificação) e SIM (Sistema de Informações de
Mortalidade), disponibilizadas pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), no endereço eletrônico
https://datasus.saude.gov.br, para obtenção dos dados do perfil epidemiológico das desordens pancreáticas. As variáveis analisadas foram idade,
sexo, raça, evolução do paciente, tempo médio de hospitalização, quantidade de óbitos, taxas de mortalidade e valor médio dos custos com
serviços hospitalares relacionados às desordens pancreáticas. Com relação aos dados obtidos sobre a COVID-19, foram obtidos por meio de
consulta a artigos científicos disponíveis no endereço eletrônico https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/. Os resultados obtidos pelo presente estudo
mostram uma redução no número de casos de pancreatite aguda, tendo sido registrada uma queda de 650.456,67 casos de pancreatite, se
comparados os anos de 2015, com 1.310.888,08 casos registrados e 2020, com 660.431,41 casos, na Região Norte do Brasil. A pancreatite no
Norte mostra que a faixa etária entre 20 a 29 anos e 60 a 69 anos é a mais acometida pela condição clínica nos respectivos anos, com números
mais expressivos registrados entre 30 a 39 anos, a cor/raça com maiores índices é a parda, e o sexo mais acometido é o masculino, que se difere
do feminino com margem média de casos. As crianças foram as menos acometidas pela pancreatite na faixa etária de Menor de 1 ano, sem
nenhum registro de casos no ano de 2020. Os números apresentados no presente estudo mostram que os casos de pancreatite aguda seguem
bastantes expressivos em ambos os anos, porém houve menor notificação de pacientes que foram acometidos pela condição clínica em 2020, o
que se deve possivelmente ao fato das medidas impostas para a prevenção da saúde na Região Norte, tendo em vista a superlotação de hospitais
do sistema público, como exemplo do estado do Pará, onde o governo adotou o isolamento social durante boa parte da pandemia de Covid-19.
No entanto, foram relatadas altas taxas de mortalidade relacionadas à infecção por Sars-Cov-2, o que elevou a curva de novos casos e afetou
diretamente o atendimento hospitalar devido à superlotação de pessoas infectadas. Em maio do mesmo ano, uma política de controle mais
radical foi decretada pelo governo do Pará com o objetivo de conter o avanço da pandemia, estabelecendo o modelo de bloqueio na região
metropolitana e nos municípios vizinhos, tentando reduzir o trânsito de pessoas e, consequentemente, aumentar o controle do avanço da
pandemia (LÉLIS DA SILVA et al. 2021). Dessa forma, a existência de tais medidas restritivas e o recrutamento de profissionais de saúde para
atuação na linha de frente de combate a COVID-19 provocou a diminuição de internações relacionadas a outras doenças como a pancreatite
aguda, restringindo possivelmente o acesso ao atendimento médico, acarretando em menos comparecimentos dos pacientes ao pronto-socorro

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Saúde


BIOMEDICINA
e consequentemente a agravação da condição clínica. Todos esses fatores sendo, então, relacionados com menores registros das doenças
pancreáticas nos setores de informação do Sistema Único de Saúde (SUS).

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Saúde


BIOMEDICINA
Saúde
Curso: ENFERMAGEM
Título: O IMPACTO DA PANDEMIA DO NOVO CORONAVÍRUS NO ACESSO AO EXAME CITOPATOLÓGICO DO COLO DO ÚTERO,
OFERTADO PELA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE DE FORTALEZA, NO ESTADO DO CEARÁ
Autor(es): Marcelo da Silva Firmino; Ana Paula Farias; Aline Tomaz de Carvalho
E-mail para contato marcello-firmino@hotmail.com IES: ESTÁCIO CEARÁ
Palavra(s) Chave(s): Coronavírus; Colo do Útero; Fortaleza.
RESUMO
O coronavírus é um patógeno caracterizado por provocar infecções respiratórias, tendo a origem do seu nome dada pela semelhança da sua
forma com uma coroa, quando visto pelo microscópio. Em dezembro de 2019, na cidade Wuhan, na China, surgiu uma nova variação desse vírus,
o SARS-CoV-2, causador da COVID-19. De maneira mais letal e contagiosa quando comparada a outras pandemias, como, por exemplo, a H1N1 de
2009, o vírus se espalhou rapidamente pelo mundo, e, em seguida, a doença passou a ter título de pandemia pela Organização Mundial da Saúde
(OMS). Em meio ao pânico que se espalhava pelo mundo, o Brasil registrava o seu primeiro caso no dia 26 de fevereiro de 2020, no estado de São
Paulo. Logo depois, no mês de março, foram registrados os primeiros quadros de transmissões comunitárias e o primeiro óbito, culminando em
fortes medidas de isolamento social em todo o país, com o intuito de combater a disseminação do vírus, entretanto, as ordens não foram
suficientes para barrar a transmissão para outros estados. Oestado do Ceará registrou no dia 15 de março os seus três primeiros casos de
COVID-19, especificamente na capital Fortaleza. Tal fato fez com que no dia 16 do mesmo mês, o Governo Estadual, por meio do decreto
Nº33.510, publicado no Diário Oficial do Estado, instituísse medidas de enfrentamento e contenção da propagação do novo coronavírus, como,
por exemplo, disciplinar a rotina de funcionamento e os tendimentos prestados nas unidades básicas de saúde. Com o avanço da doença na
capital e consequentemente o aumento do índice de mortalidade, foi instaurado em Fortaleza um processo de lockdown, através do novodecreto
N°33.574 de 5 de maio de 2020, trazendo medidas mais rígidas de isolamento. De acordo com a Secretaria de Saúde do Estado do Ceará (SESA), o
mês de maio foi o mês com maior número na média diária de casos e de mortes por COVID-19 de 2020 em Fortaleza. Tal situação refletiu na
diminuição da execução de vários serviços ofertados pelo município, seja pelas medidas disciplinares impostas pelo Estado ou pelo pânico
causado nas pessoas com medo excessivo de saírem de casa. Um dos serviços afetados por essa situação foi a realização da coleta citopatológica
do colo uterino, que tem como objetivo a prevenção e a detecção precoce do câncer cérvico-uterino. Destarte, diante do que foi exposto, esse
estudo tem como objetivo analisar o impacto da pandemia do novo coronavírus no acesso ao exame citopatológico do colo do útero, ofertado
pela atenção primária à saúde de Fortaleza, no estado do Ceará. Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo e comparativo, com uso de
informações secundárias, que tratam das quantidades de coletas citopatológicas do colo do útero, realizadas antes e durante a pandemia da
COVID-19 em Fortaleza, no período de maio, junho e julho de 2019 e 2020. O uso dos meses acima citados, considera o pico da pandemia no ano
2020 que ocorreu no mês de maio e os indicadores dos meses posteriores com valores mais significativos. Os dados foram coletados no portal
on-line do programa TABNET do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), através da seleção de filtros baseados nas
informações de saúde, no município do prestador de serviço e no mês e ano de competência. Esses dados foram calculados por meio da fórmula
matemática da variação percentual e organizados em planilhas Microsoft Excel®. Por se tratar de coleta em banco de dados, não houve
necessidade de apreciação ética. No ano de 2019, com a ausência da pandemia, foi possível identificar que a cidade de Fortaleza realizou, por
meio da atenção primária à saúde, 13.170 coletas citopatológicas do colo uterino no mês de maio, 11.040 no mês dejunho e 14.793 no mês de
julho. No ano seguinte, em 2020, com a pandemia, foram realizadas 3.030 coletas no mês de maio, 1.278 no mês de junho e 2.563 no mês de
julho. Com a comparação das variações das quantidades de exames realizados nos meses e nos anos em questão, observou-se que houve uma
queda de 76,99% entre os meses de maio, 88,42% entre os meses de junho e 82,67% entre os meses de julho, revelando os mesmos como os
períodos de maiores variações percentuais. Concluiu-se, então, que a pandemia do novo coronavírus tem imposto barreiras que dificultam o
acesso de milhares de mulheres ao exame preventivo do câncer do colo do útero, diminuindo consequentemente a probabilidade do diagnóstico
precoce e impactando negativamente nos dados epidemiológicos do município. Portanto, é importante refletir que a saúde completa do corpo
humano deve ser considerada pelas equipes de saúde em períodos de pandemia. No caso da saúde da mulher, as estratégias de detecção precoce
do câncer cérvico-uterino são fatores primordiais para a diminuição da mortalidade das mesmas. Com isso, faz-se necessário que sejam colocadas
em práticas estratégias para a manutenção das campanhas públicas direcionadas à coleta do exame citopatológico. Em adição, devem ser
tomadas outras medidas de caráter urgente, que estimulem o aumento dos níveis das taxas de realização da coleta em questão, com a
perspectiva de contrapesar a diminuição das taxas ocorridas nos meses de pico da pandemia em Fortaleza.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Saúde


ENFERMAGEM
Licenciaturas
Curso: PEDAGOGIA
Título: DIVERSIDADE E DIFERENÇAS CULTURAIS NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES/AS: ANÁLISE DE POLÍTICAS EDUCACIONAIS
Autor(es): Ana Paula da Silva Santos; Amanda Antunes Alves; Luana Karen dos Santos Barbosa
E-mail para contato apss.sol@gmail.com IES: UNESA
Palavra(s) Chave(s): Diversidade; Diferenças culturais; Formação de professores; Políticas educacionais
RESUMO
Na atualidade, pensar em educação escolar nos remete a compreender a questão da função social da escola na contemporaneidade: a
construção de identidades abertas à diversidade cultural, o combate à discriminação dos grupos culturais marginalizados na sociedade, a
valorização da cultura destes mesmos grupos e o desafio a preconceitos e estereótipos limitadores de uma educação mais igualitária e menos
excludente. O presente estudo defende que o caráter homogeneizador, monocultural e padronizado da escola é cada vez mais percebido, assim
como a necessidade de romper com este e construir práticas que levem em conta as diferenças e a diversidade cultural. Destaca que não há
educação que não esteja imersa nos processos culturais de contextos específicos, o que nos coloca diante das questões elucidadas hoje pelo
multiculturalismo no âmbito mundial e das diferentes realidades existentes. Neste contexto, as diferenças são concebidas num processo sócio-
histórico de desconstrução e reconstrução contínuo e dinâmico, desenvolvido nas relações sociais permeadas por questões de poder. Entende-se
que as diferenças são constitutivas de todos e todas e devem ser reconhecidas e valorizadas positivamente e, ao mesmo tempo, serem
combatidas as tendências a transformá-las em desigualdade, assim como tornar os sujeitos “diferentes” como alvo de preconceitos e
discriminações. Como “diferenças culturais” tratadas no presente estudo, incluímos as diferenças de raça, classe social, orientação sexual, gênero,
etnia, linguagem, religião e deficiência. Isto posto, adverte-se que não basta apenas reconhecer as diferenças como parte das relações sociais,
mas ir além desse reconhecimento. É válido ressaltar a importância de entender que essas relações são marcadas por tensões e conflitos em
função de mecanismos de poder que, por esse motivo, provocam a construção de hierarquias, processos de subalternização, preconceitos e
discriminações em relação aos grupos sociais historicamente inferiorizados. Deste modo, pensar a diversidade e as diferenças culturais no âmbito
escolar remete a construção de uma educação igualitária, democrática e que consiga romper com a lógica da exclusão e silenciamento de
determinados grupos culturais. Desde os anos de 1990, a implantação das políticas educacionais tem considerado a importância de tratar as
questões relacionadas à diversidade e diferenças culturais no âmbito escolar. A Nova LDB (Lei 9495/96) serviu de inspiração para vários
documentos da educação brasileira que abordam a temática em questão. Os Parâmetros Curriculares Nacionais, as Diretrizes Curriculares
Nacionais da Educação Básica, Orientações Curriculares Nacionais, o Plano Nacional de Educação e, por fim, a Base Nacional Comum Curricular.
Em se tratando de políticas educacionais para a formação de professores, destacam-se as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação
Inicial de Professores para a Educação Básica que, alinhada à Base Nacional Comum Curricular, propõe, além de outras questões, a formação de
professores/as para atuarem com as questões da diversidade, diferenças e direitos humanos no contexto da escola brasileira. A partir destas
referências, surge a necessidade de uma pesquisa no âmbito da formação inicial de professores/as que contribua para a análise e reflexão de
políticas públicas educacionais e, em que medida, estas políticas dialogam com as questões da diversidade e diferenças culturais. Neste sentido, o
objetivo do presente estudo em andamento, como parte do PIBIC/UNESA, é investigar em que medida políticas educacionais têm contemplado as
demandas da diversidade e diferenças culturais, ou seja, as questões relacionadas a gênero, raça, deficiência, classe social, orientação sexual
entre outras, na formação inicial de professores/as. Para tanto buscou-se identificar potenciais e indícios das demandas da diversidade e
diferenças culturais nos textos da BNCC, Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação Inicial de Professores para a Educação Básica e Projeto
Pedagógico de Curso do curso em Licenciatura em Pedagogia da UNESA. O primeiro momento consistiu na análise documental como instrumento
metodológico. Considera-se como documento qualquer registro por escrito que possa ser usado como fonte de informação. Tais registros podem
nos relatar muita coisa sobre princípios e normas que regem o comportamento de um grupo e as relações entre diferentes grupos. O segundo
momento, ainda vigente, se caracteriza pela interpretação dos dados construídos à luz da perspectiva multicultural. A pesquisa multicultural
como eixo na formação de pesquisadores, valoriza as identidades plurais, visões de mundo e pluralidade de culturas dos/as pesquisadores/as.
Reconhece-se que não há uma metodologia neutra, porque não existe pesquisador neutro, pois é sempre um sujeito possuidor de cultura,
gênero, raça, linguagem, crenças religiosas, histórias de vida e outros aspectos ligados à sua identidade que interferem e moldam a pesquisa.
Neste sentido, a perspectiva multicultural da pesquisa acadêmica permite ao pesquisador compreender a importância da valorização da
diversidade cultural, do diálogo entre posturas e paradigmas diferentes na interpretação do real, oportunizando compreender a necessidade da
superação do pensamento único, assim como, perceber a importância em ter acesso a pontos de vistas culturais plurais e, por vezes,
contraditórios, que atravessam as narrativas sobre o real. Na formação de professores pesquisadores, tal perspectiva pode contribuir para a
reflexão crítica sobre a própria pesquisa, levando estudantes e futuros pesquisadores a identificarem suportes teóricos e influências identitárias
do pesquisador nos temas, problematizações e caminhos percorridos durante a pesquisa. Como descoberta relevante reconhecemos que os
documentos analisados, a BNCC, as Diretrizes Curriculares do Curso de Pedagogia e Projeto Pedagógico de Curso do curso em Licenciatura em
Pedagogia da UNESA, abrem brechas importantíssimas para a problematização e discussão das questões das diferenças culturais tanto na escola,
quanto nos cursos de formação de professores/as, em especial, o curso de Pedagogia da Universidade Estácio de Sá. Os documentos analisados
destacam a importância da liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento e o saber pautado na pluralidade de
ideias. A importância da articulação com os fundamentos políticos referentes à igualdade e equidade, respeito aos direitos humanos e valorização
da diversidade de grupos socioculturais e o combate ao preconceito de qualquer natureza. Sendo assim, mesmo considerando a necessidade de
avanços constantes em relação às questões destacadas nas políticas educacionais e a presente pesquisa encontrar-se em fase de conclusão,
considera-se os documentos citados como textos potentes para o trabalho com as diferenças culturais enquanto riqueza pedagógica. Por mais
que as políticas públicas representem um caminho, por vezes turbulento, a defesa e afirmação das diferenças culturais se faz indispensável, se o
propósito da escola/universidade for garantir espaços de formação democráticos e igualitários em que as questões de gênero, raça, orientação
sexual, religião, local de moradia etc, sejam tratadas como assunto curricular, discutidas e problematizadas ao longo de todo processo de
formação.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Licenciaturas


PEDAGOGIA
Licenciaturas
Curso: PEDAGOGIA
Título: DOTAÇÃO, TALENTO, FAMÍLIA E ESCOLA: UM ESTUDO DE CASO
Autor(es): Emerson Rodrigues Duarte; Isabella Cristina dos Reis Magalhães; Simone dos Santos Pereira de Oliveira
E-mail para contato emerson01duarte@gmail.com IES: ESTÁCIO JUIZ DE FORA
Palavra(s) Chave(s): dotação; talento; inclusão; escola; família.
RESUMO
Gagné (2015) através do seu Modelo Diferencial de Dotação e Talento (DMGT 2.0, sigla em inglês) esclarece as relações necessárias entre
organismo e ambiente na determinação do talento. Explica, fundamentalmente, como os dotes apresentados pelos indivíduos nos domínios
intelectual, criativo, socioafetivo e físico podem se transformar em talento. Para tanto, são consideradas as influências de catalisadores pessoais
(personalidade, motivação etc.) e ambientais (clima, relações parentais, políticas públicas etc.) por um processo consciente e planejado de
desenvolvimento e até mesmo pelo acaso. Talento, por sua vez, designa o domínio excepcional de competências desenvolvidas sistematicamente
(conhecimentos e habilidades) em pelo menos um campo da atividade humana, por exemplo nos campos acadêmico, ciência e tecnologia, artes e
esporte, em um nível que qualifica o indivíduo entre os 10% melhores do grupo de comparação. Logo, dotação e talento (D&T) são conceitos que
permitem destacar indivíduos entre os 10% mais capazes do seu grupo de pares. São, portanto, conceitos normativos, uma vez que sinalizam
pessoas que discrepam significativamente da média populacional, referem-se ao potencial humano e são referentes àqueles indivíduos que se
destacam por comportamentos notáveis (GAGNÉ, 2015). A distinção entre D&T fundamenta-se na ambiguidade entre potencial e realização,
sendo importante ressaltar que uma pessoa não se torna talentosa sem ser dotada (GAGNÉ, 2015). No DMGT 2.0 Gagné (2018) reconhece que
diferentes caminhos podem conduzir ao florescimento do talento. A partir dessa perspectiva a família e a escola são, portanto, catalisadores
importantes no caminho do desenvolvimento do talento dos estudantes sendo necessário, portanto, a construção de uma interação positiva para
o desenvolvimento do estudante. Silva e Fleith (2009) destacam que o desenvolvimento de um desempenho superior constitui uma situação
desafiadora a todos os envolvidos principalmente a família e a escola. Várias dificuldades e angústias surgem em decorrência da falta de
conhecimento tanto sobre as necessidades de indivíduos talentosos como em relação às práticas parentais e demais aspectos que podem
promover o talento. Os autores concluem que proporcionar conhecimentos a todos pode contribuir para que lidem da melhor forma possível
com o desenvolvimento e manifestação do talento. Ademais, reconhece-se que é mais habitual a identificação de estudantes talentosos nas áreas
acadêmica e intelectual, sendo menos comum o reconhecimento em habilidades artísticas, e que os mitos entre os professores pode ser o
principal fator dessa discrepância. Desta forma, o objetivo desse estudo foi confrontar a expectativa da família em relação ao processo
educacional da filha com talento produtivo criativo com as estratégias de ensino-aprendizagem utilizadas pelos professores. Participaram deste
estudo uma família (mãe=pedagoga; idade=34 anos; pai=desempregado; idade=34 anos) de uma criança (idade=9 anos), sem irmãos, identificada
com talento no domínio produtivo criativo, destacadamente em artes. À época da pesquisa a aluna estudava na rede privada de educação. Para
coleta dos dados optou-se pela realização de entrevista semiestruturada com os pais. As perguntas versavam sobre a relação e as expectativas
construídas entre a família, a escola e os professores ao longo de um ano de escolarização da estudante. Inicialmente, foi realizado contato
telefônico com a família para agendamento do melhor dia e horário para a realização da entrevista. Assim, a entrevista aconteceu na residência
da família no horário agendado. As respostas foram gravadas em mídia digital e posteriormente foram transcritas para análise. Pela característica
do objeto e do problema de pesquisa optou-se por utilizar para a análise das respostas a metodologia de Análise de Conteúdo. Assim, foi
realizada uma leitura flutuante das respostas para reconhecimento das categorias de análise. Ao analisar a transcrição da entrevista com os pais,
percebeu-se que a identificação de D&T impacta nas dinâmicas da família e da escola com o propósito de procurar atender as diversas
necessidades. Entretanto, os pais relataram perceber que esse processo de adequação da escola e dos professores ocorre, mas “muito
morosamente”, frustrante e para algumas situações inadequado às necessidades da estudante em comparação às expectativas da família em
relação ao processo educacional da filha. Como a identificação é recente, a família tenta uma parceria, apoio e sensibilidade da escola,
principalmente dos professores quanto aos interesses de sua filha, em busca do desenvolvimento de atividades voltadas às potencialidades e
interesses apresentados pela estudante. Na visão da família, como as estratégias pedagógicas não estão de acordo com o que a estudante
necessita para que continue estimulada, perceberam que para certas atividades ela relata tédio, falta de motivação, distração, falta de atenção,
desinteresse pelas atividades escolares como “atividades para casa”. Desta forma, os pais entendem a escola e os professores não tem
conhecimento, são despreparados, não tem oportunidade de estudo e faltam possibilidades de formação continuada sobre esse tema. Assim,
relatam ansiedade e estresse, pois entendem que esses fatores podem acarretar exclusão de muitos no processo de ensino aprendizagem. Ainda
que alunos com D&T sejam público da educação inclusiva, a família percebe que ele fica a margem, talvez por mitos sobre D&T, que pode levar a
acreditar que ele é capaz de dar conta do processo sozinho e sem a garantia de seus direitos, como ao Atendimento Educacional Especializado
(AEE), à aceleração de estudo ou a suplementação curricular. Mesmo com essa constatação, a família relata que continuará tentando junto à
escola e aos professores a garantia dos direitos da filha com D&T, através da busca por conhecimento tenha argumentos para convencer a escola
e os professores a também buscar informações a respeito da D&T para que de fato haja inclusão para esses estudantes. Conclui-se que há uma
disparidade entre as expectativas da família sobre o conhecimento, as estratégias metodológicas e o entendimento da escola e dos professores
sobre o processo de escolarização de alunos com D&T.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Licenciaturas


PEDAGOGIA
Licenciaturas
Curso: PEDAGOGIA
Título: FILME EXTRAORDINÁRIO: INTERFACES EDUCATIVAS ENTRE CORPO E DEFICIÊNCIA
Autor(es): Luciana Pariz Bitencourt; Emanuelle Justino dos Santos; Rosie Marie Nascimento de Medeiros
E-mail para contato manusantos.ef@gmail.com IES: ESTÁCIO NATAL
Palavra(s) Chave(s): Corpo; deficiência física; ensinamentos; cinema
RESUMO
As relações afetivas do público com um filme do qual acabou de assistir, e as discussões que são geradas pelo cinema, influenciam a vida dos
sujeitos por aquilo que as narrativas evidenciam em sua apreciação, configurando-se em uma experiência de lazer muito significativa, como modo
de desenvolvimento pessoal. Nesse sentido, a atuação dos atores, as narrativas, entre outras qualidades estéticas de uma película, geram
múltiplas significações educativas que podem ampliar nosso olhar sobre o sensível, o lúdico, o corpo e a expressividade dos corpos deficientes na
cultura de movimento. O corpo produz cultura e, ao mesmo tempo, é produzido por essa cultura. Esse corpo revela-se como linguagem,
expressão de sua presença viva em movimento, na historicidade, nos afetos, no tempo e no espaço, em uma relação ininterrupta homem e
mundo. Já o cinema pode proporcionar a oportunidade de ampliar horizontes sobre o entendimento do corpo deficiente trazendo muitos
ensinamentos e vivências, adentrando em um universo em que as histórias são apresentadas em um tempo e espaço ampliado da percepção
cotidiana, criando uma visibilidade nova para o viver. A percepção diz respeito ao mundo vivido, no qual as significações são produzidas nas
narrativas dos acontecimentos, de acordo com a distinção dos contextos aos quais ela se desenvolve. Vinculado ao projeto de Iniciação Científica
“Corpo e a cultura de movimento no cinema: elaborando interfaces educativas para o lazer” da Fal Estácio de Natal, o estudo objetiva as
significações educativas sobre a deficiência e a expressividade corporal nas produções cinematográficas, bem como elaborar proposições
educativas que contribuam para ressignificação dos estudos sobre corpo e deficiência, dando visibilidade a pessoa com deficiência física no
contexto da educação. Adotou-se a metodologia da fenomenologia de Merleau-Ponty, realizando a descrição e redução interpretativa do filme
Extraordinário. Essa película destaca os desafios enfrentados do corpo deficiente e sua relação com o mundo numa perspectiva da historicidade,
tramas, dramas e as expressões da linguagem do corpo, contanto a história de August Pullman um menino de 10 anos que nasceu com uma
deformidade craniofacial extremamente rara, a Síndrome de Treacher Collins. No filme, há várias narrativas de seus personagens, as lições
amorosas e superprotetora de sua mãe, os conselhos da sua tímida irmã e o companheirismo de seu pai, e como a doença impactou a vida de
todos que rodeiam o menino Auggie. Ao deixar os estudos familiar, o menino se deparou com um ambiente de discriminação e preconceito por
ser deficiente, travando uma luta para superar muitos obstáculos. Estabelecendo relações corporais com o ver, o sentir, o movimento, do corpo
no mundo, constituído pela consciência e percepção que transforma o mundo em obra do pensamento. O corpo com deficiência passa por
processos de aceitação/rejeição de sua condição existencial, pois está intimamente ligado à percepção. No decorrer do filme, a rejeição do corpo
com deficiência física, que é estigmatizado com o preconceito e a discriminação, vivenciados inicialmente na escola. Belamente, Auggie apesar
das dificuldades foi conquistando a amizade dos colegas. Essas crianças perceberam o menino criativo, carismático e muito inteligente,
construindo assim uma relação de afeto, pois podemos mudar nosso jeito de olhar, e sentir, à medida que se sente o corpo também é sentido, ao
mesmo tempo que toca, também é tocado, conectado ao mundo sensível pelo olhar que o habita. Mesmo as crianças que o discriminaram,
reconheceram seus feitos, deixando claro que suas cicatrizes não o definiam e sim suas atitudes. Reconhecer as adversidades, possibilita a
reflexão de ver o mundo em nossa condição humana de empatia e tolerância. Tudo isso vai revelando-se como valiosos ensinamentos a partir das
cenas nas quais são explicitados os espaços de resistência e as transformações, acolhimento e elaboração de novos aprendizados e laços afetivos,
compondo um olhar diferenciado a esse corpo e a sua relação com o mundo, pois o corpo vivido não é só um fenômeno biológico , mas a
subjetividade desse corpo está vinculada ao ambiente que ele habita, pois está presente no mundo e nele interage, transcendente de si mesmo, e
se organizando segundo sua significação. Como resultados parciais, analisamos que, através desta narrativa fílmica, o exercício de olhar e apreciar
as produções, contribui para ampliarmos e reconhecermos aspectos importantes para abordar a intercorporeidade das pessoas com deficiência
física, numa temática mais humana.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Licenciaturas


PEDAGOGIA
Licenciaturas
Curso: PEDAGOGIA
Título: PEDAGOGIA HOSPITALAR: OS DESAFIOS ÀS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EM TEMPOS PANDÊMICOS
Autor(es): Andreza Corrêa da Silva dos Santos; Beatriz do Nascimento Lemos Simões Ferreira; Silvio Duarte Domingos
E-mail para contato jrlivialicia@gmail.com IES: UNESA
Palavra(s) Chave(s): Desafios; Covid-19; Pedagogia Hospitalar.
RESUMO
Quando se fala sobre a atuação pedagógica, associa-se a sua prática em sala de aula, coordenação pedagógica, direção ou gestão escolar. Mesmo
sabendo da grande relevância do trabalho de pedagogas e pedagogos dentro das paredes escolares, não se pode esquecer que o trabalho deles
também se faz necessário em âmbitos não escolares. A presença e a necessidade do pedagogo nos espaços não escolares vêm aumentando
significativamente, uma vez que sua contribuição é indispensável nas articulações de aprendizagem, na construção do saber e nas intervenções
praticadas no individual e coletivo. É válido lembrar que onde existe a intencionalidade de formação humana, sempre haverá um lugar para a
ação pedagógica. Dessa forma, considera- se importante a seguinte temática: A contribuição da Pedagogia Hospitalar no atendimento a crianças
e jovens hospitalizados. A Pedagogia Hospitalar pode ser definida como um processo de educação continuada, que vai além das paredes
escolares, pois contribui para o atendimento de necessidades do educando, seja ele em ambiente hospitalar ou domiciliar. O primeiro registro da
atuação pedagógica no ambiente hospitalar a crianças internadas se deu no ano de 1950, no Estado do Rio de Janeiro, no Hospital Municipal de
Jesus. Nesse caso citado, não havia uma parceria com a Secretária Municipal de Saúde. Então, possivelmente, os profissionais desse hospital
perceberam perdas educacionais e sociais em seus pacientes (crianças e jovens) internados. Portanto, esse problema contribuiu para a criação da
primeira classe hospitalar. De maneira geral, quando é imposto ao aluno o afastamento escolar por motivos de saúde, é importante refletir sobre
as questões de humanização. O afastamento pode gerar baixa autoestima e falta de estímulo, ocasionando o desinteresse ao retorno escolar, o
que pode levar ao abandono do processo formativo. Para mitigar esse problema, propostas de intervenção de política de humanização, podem
ser implementadas em classes hospitalares ou brinquedotecas. O percurso histórico da pedagogia hospitalar está associado aos direitos à
Educação e à humanização do atendimento hospitalar. Desse modo, para contribuir com o desenvolvimento intelectual desse paciente/aluno,
são ofertadas diversas atividades lúdico-pedagógicas. Isso, pois, trata-se de um direito dessas crianças internadas ou em atendimento hospitalar
domiciliar. A reflexão sobre o trabalho docente no ambiente hospitalar, em momento de pandemia, trata-se de um assunto a ser pensado no que
diz respeito a formação pedagógica. Pela situação se precedentes em que a humanidade se encontra, é fundamental que haja uma reflexão sobre
as possíveis didáticas. Fazem-se necessário, também, um pensamento sobre a aplicação prática de técnicas pedagógicas apropriadas ao contexto
pandêmico em que a Educação está inserida e, mais precisamente, a Pedagogia hospitalar. O que respalda a ação pedagógica para a pedagogia
hospitalar na pandemia da Covid-19? O que é preciso para que haja um preparo e controle emocional ao pedagogo em sua atuação? Torna-se
necessário um reinventar das práticas, compreendendo que cada caso tem a sua especificidade. Surgem, portanto, questões dentro de outras,
mais amplas e, que já se colocavam à atuação profissional de professores que atuavam em hospitais mesmo antes da chegada do vírus SARS-
CoV-2. Assim, o objetivo desse estudo foi analisar os desafios na atuação do suporte pedagógico na área hospitalar durante a pandemia da SARS-
CoV-2. A metodologia aplicada foi qualitativa, por meio de uma pesquisa do tipo exploratória. Como fonte para a coleta, foram utilizadas as
bases: Scientific Electronic Library Online, o Portal de Periódicos da Capes e o Google Acadêmico. Somente textos publicados entre março de
2020 e março de 2021 foram selecionados para a análise, contemplando apenas os estudos que respondessem ao objetivo proposto. Para a
coleta de dados, foram utilizados, associados, os termos indutores, “Pedagogia Hospitalar” e “Covid-19”. Para seleção dos textos, utilizou-se
como critérios de inclusão: a) ser artigo científico; b) trazer os dois termos indutores, juntos ou separados, no título, nas palavras-chave ou no
resumo e; c) estar integralmente disponibilizado para acesso. Foram excluídos os textos que, mesmo tendo atendido aos critérios de inclusão,
não tratavam do tema Pedagogia Hospitalar, no contexto da pandemia da COVID-19. Para a análise dos dados, primeiro, foram lidos todos os
metadados dos trabalhos. Em segundo lugar, os textos selecionados foram lidos integralmente, arquivados e fichados em uma planilha do
programa Microsoft Excel versão 365. Nesse documento, para cada artigo, identificou-se o ano de publicação, os sujeitos participantes, os
objetivos propostos, o tipo de pesquisa realizada, a metodologia implementada, a síntese dos principais resultados obtidos, a síntese de cada
conclusão e os desafios para a prática pedagógica hospitalar que os textos trazem. Embora tenham sido encontrados 15 textos que falavam sobre
o assunto, somente 5 foram selecionados, a partir dos critérios de inclusão e exclusão. Os resultados revelam que mesmo em se tratando de um
assunto atual e de relevância, a pedagogia hospitalar dentro do contexto da pandemia da covid-19 tem sido pouco discutido. Portanto, os
referenciais teóricos são escassos, por isso, dificilmente poderiam subsidiam uma atuação pedagógica na atual conjuntura de crise sanitária. A
literatura levantada traz questões relacionadas a biossegurança hospitalar, uma vez que os cuidados devem ser redobrados. Os resultados
também sugerem a relevância do aporte dos recursos tecnológicos, como ferramenta facilitadora para a continuidade do processo educacional,
social e humano durante o período da pandemia. Urgem políticas públicas que assegurem os direitos das crianças e jovens internados, para a
continuação de seus estudos. As pesquisas relatam, ainda, o medo enfrentado no início da pandemia, quando tudo parecia incerto. Vale também
ressaltar, que o trabalho do pedagogo hospitalar, tem se construído em um cenário caótico e de incertezas. Conclui- se que embora o assunto
seja de grande relevância, ainda há poucos resultados que amparam essa pesquisa. Portanto, faz-se necessário o aprofundamento do tema, para
que desta forma seja possível repensar as práticas pedagógicas no ambiente hospitalar.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Licenciaturas


PEDAGOGIA
Licenciaturas
Curso: PEDAGOGIA
Título: PROFESSORES HOMENS EM SANTO ANDRÉ/SP: A LEI 1.174/2019 E A MANUTENÇÃO DOS ESTEREÓTIPOS DE GÊNERO
NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Autor(es): Raquel Alves Rodrigues; Gustavo Trujillo Mendes; Virgínia Laís de Souza
E-mail para contato virginia_lais@yahoo.com.br IES: ESTÁCIO SANTO ANDRÉ
Palavra(s) Chave(s): Lei nº 1.174/2019; Educação Infantil; professores homens; Santo André/SP.
RESUMO
Esta pesquisa foi elaborada a partir do projeto de lei 1.174/2019 que planeja diminuir o trabalho do professor homem na Educação Infantil,
privando-o de realizar os cuidados básicos como a troca de fraldas e o banho nos alunos, apenas permitindo a realização de tarefas consideradas
pedagógicas. Assim, o entendimento sobre o que se considera pedagógico no ambiente escolar merece ser problematizado, uma vez que a
aprendizagem não ocorre somente nos momentos das atividades didáticas explícitas propostas pelos educadores. A principal hipótese da
pesquisa é que haverá sérias consequências ao se distinguir tarefas realizadas por professores e professoras, como o fato de reforçar estereótipos
do homem como potencial abusador e da mulher como naturalmente propensa aos cuidados das crianças. Dados do Censo Escolar (2017)
demonstram que de 575 mil professores atuando na Educação Infantil no país apenas 21 mil são homens. A partir deste dado, os objetivos do
estudo são compreender a preferência, por parte das escolas, pelo sexo feminino e analisar os relatos que pautam as decisões dos(as)
gestores(as); além disso, fazer um levantamento sobre o número atual de professores do sexo masculino atuando na Educação Infantil em Santo
André/SP. Em relação à metodologia, o primeiro momento foi centrado em pesquisa bibliográfica e nos dados fornecidos pela Secretaria
Municipal de Educação. A segunda etapa foi a realização de entrevistas semiestruturadas com seis professores homens que atuam como
pedagogos na rede pública da cidade. As análises realizadas até o momento apontam a recorrência de diversos dificultadores para o trabalho dos
docentes. Entre eles, a vigilância constante e o medo de serem acusados de algum tipo de abuso contra as crianças, que faz com que evitem
momentos a sós com seus próprios alunos – situação que não é percebida em relação às educadoras mulheres. Há, ainda, relatos sobre a
dificuldade em encontrar opções de trabalho na rede privada de ensino, o que faz com que os pedagogos homens se concentrem na rede pública
e na qual a admissão ocorre por concurso. Durante a investigação mapeamos 37 escolas que contam com professores pedagogos das 99
instituições de Educação Infantil atualmente em funcionamento. Outro dado importante é que dos 1.835 educadores em atuação, 1.771 são
mulheres e apenas 64 são homens. Cabe ressaltar que esta desigualdade na docência é histórica e possibilitada por construções culturais que
continuam a reverberar em nossa sociedade. Em todas as entrevistas há a afirmação de que o professor homem não é realmente aceito na
Educação Infantil. Ainda que não existam impedimentos legais para o profissional aprovado em concurso assumir o cargo, os relatos indicam que
muitas vezes a equipe parece tentar escondê-lo das famílias ao, por exemplo, insistir em um discurso de que os professores homens não têm
contato direto com as crianças. Há o entendimento de que deveriam ser criados projetos de conscientização para os pais, para que pudessem
compreender as atribuições e competências do profissional formado em Pedagogia. Em diversas entrevistas há a problematização de se aceitar
dicotomias entre o que seria considerado educar ou cuidar. Para os professores participantes desta pesquisa não é possível diferenciar o que é
ou não pedagógico e que durante a formação da criança, com o professor, tudo é aprendizado, inclusive o banho, a troca de fraldas, a
alimentação. A pesquisa possibilita a ampliação dos estudos de gênero, principalmente no que concerne a atuação de homens no trabalho com
crianças pequenas e nas construções culturais que dividem tarefas e profissões como masculinas ou femininas. Ademais, é esperado contribuir
com o desmantelamento de estereótipos, evitando discursos equivocados, como em relação ao professor homem aproximado da figura do
pedófilo. O homem, na Educação Infantil, é extremamente importante por auxiliar na construção de referência masculina para as crianças e
apontar que cuidar e educar não são tarefas exclusivamente femininas. Assim, a pesquisa questiona preconceitos e possibilita entender as
consequências da aprovação da lei 1.174/2019. Ao ouvir os professores e construir um panorama da docência na cidade de Santo André é
possível analisar as desigualdades de gênero da Educação Infantil e os impasses que têm distanciado homens da sala de aula.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Licenciaturas


PEDAGOGIA
Licenciaturas
Curso: PEDAGOGIA
Título: REINVENTANDO O BRINCAR NA QUARENTENA: EXPERIÊNCIAS E REFLEXÕES DE UMA BRINQUEDOTECA VIRTUAL EM
TEMPOS PANDÊMICOS
Autor(es): Glaucio Martins da Silva Bandeira; Rozani Marins; Beatriz Helena Souza da Cruz
E-mail para contato glauciobandeira@gmail.com IES: UNESA
Palavra(s) Chave(s): Brinquedoteca; Ludicidade; Educação; Pandemia
RESUMO
A história da Brinquedoteca em nosso país e em outros países ao redor do mundo é perpassada pela história da criança e suas relações com o ato
educativo em diferentes instâncias de nossa sociedade. Tanto quanto a história da inserção social da infância, a história do brincar e da
Brinquedoteca são construídas a partir do repensar de concepções e práticas. Concepções de infância, das formas de cuidar/educar e concepções
do brincar – sua aplicabilidade, o seu papel no desenvolvimento da criança e da brinquedoteca. As demandas de uma sociedade Moderna, em
processo de industrialização, levaram a sociedade, a compreender a infância como parte do projeto sociopolítico e econômico em ascensão.
Assim, a criança e seus fazeres precisaram ser institucionalizados a fim de corroborarem com os objetivos capitalistas que enfatizavam o cuidado
e a educação da criança para não descuidarem do “futuro trabalhador”. No Brasil, a discussão sobre o brincar e sua aplicabilidade pedagógica
encaminham e oportunizam a construção da primeira Brinquedoteca no país nos anos de 1970. Pode-se dizer, neste contexto, que a valorização
da Brinquedoteca em nosso país é coordenada pelo movimento de luta pela educação infantil, pela criação de espaços socioeducativos como
creches, entre outros espaços afins, que considere a criança como sujeito capaz de construir um conhecimento crítico-reflexivo atuando em seu
contexto, através da multiplicidade de linguagens, modificando e sendo modificada pelos seus pares – crianças e adultos - como também pelas
suas condições reais de vida. No processo de constituição da Brinquedoteca, como um espaço de direito da infância, a legislação brasileira vem
contribuindo para legitimar a presença desse espaço no cotidiano da criança. Pela primeira vez, através da Constituição de 1988; do Estatuto da
Criança e do Adolescente de 1990 e da mais atual LDB - Lei 9.394/96, a criança é considerada um sujeito de direitos, necessitando de uma
educação que leve em conta as especificidades próprias da infância. Outro documento de grande contribuição para o presente debate foi o
Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil – RCNEI - que enfatiza a necessidade da sociedade ressignificar o brincar, não só no que se
refere à dimensão pedagógica, mas também humana. Brincar é uma das maiores atividades da criança. É através da brincadeira que ela revive a
realidade, constrói significados e os ressignifica momentos depois; aprende, cria e se desenvolve em todos os aspectos. Esse desenvolvimento
tem, nos dias de hoje, diferentes olhares. Primeiro, pela concepção de criança entendida a partir da cultura, da história e do social e, em segundo
lugar, mas, intrinsecamente ligado ao primeiro, pelos “fatores desencadeantes” presentes nas relações sociais e na cultura das crianças, como as
brincadeiras, as motivações, as trocas, os interesses e as descobertas que estão presentes quando duas ou mais crianças se reúnem. Por isso, a
brincadeira não pode estar limitada ao agir. Ela tem uma função social que consiste em propor um conteúdo do desejo para, depois, socializá-lo,
dando-lhe uma forma. Toda socialização pressupõe apropriação da cultura. A Brinquedoteca da Universidade Estácio de Sá Campus Alcântara e
Niterói cria a oportunidade de a criança experimentar, conhecer, explorar e manipular objetos, vivendo, assim, experiências diferentes,
resgatando o direito à infância e contribuindo para a construção de uma visão de mundo mais abrangente. O principal objetivo da brinquedoteca
é o de possibilitar que crianças e adultos exercitem sua cidadania, experimentando situações que promovam e estabeleçam, através de
brinquedos, livros e brincadeiras a construção de conceitos, ideias, e valores sobre seu universo cultural. De acordo com uma abordagem
participativa, a Brinquedoteca funciona a partir de um cronograma de atividades semestralmente elaboradas pelo Prof. Orientador e alunos
responsáveis pelo projeto. Assim, através das diferentes disciplinas curriculares, a Brinquedoteca está incorporada ao cotidiano, como um espaço
que contribui permanentemente com os Projetos de Pesquisa e Prática Pedagógica para o curso de pedagogia e outros cursos que tenham
interesse em aproximar seus projetos das ações cotidianas da Brinquedoteca. Refletindo sobre a infância, brincar e socialização é importante
destacarmos a pandemia do Covid-19, que a partir de meados do mês de março de 2020 qualquer tipo de aglomeração física precisou ser evitado
e apenas serviços essenciais foram autorizados a continuar. Medidas preventivas que afetaram espaços de convívio social como escolas, clubes,
igrejas, cursos etc. Locais que são em sua essência espaços de troca, convívio, de ludicidade e do brincar, e consequentemente a brinquedoteca
também pausou suas atividades presenciais. Durante este período pandêmico tivemos que reinventar esse espaço lúdico e trouxemos o brincar
para o espaço virtual constituído por uma página do Instagram @EstaBrincando e a plataforma Teams. No Instagram são postadas atividades,
dicas de filmes, links, jogos, livros, lives etc. Esse Espaço se configura como uma importante ferramenta trazendo subsídios teóricos e práticos
para professores, pais e “crianças de todas as idades” que tenham interesse pelo universo lúdico. Algo a ser destacado foi a produção de um e-
book “Mariana e suas Tranças”, que foi distribuído gratuitamente. O livro surgiu a partir da ideia de falarmos sobre a consciência negra no mês de
novembro. Esse livro foi muito divulgado e usado entre alunos e professores com uma forma de trazer visibilidade e representatividade para o
movimento negro Já na plataforma Teams, são realizados encontros com professores e alunos graduandos com Sessões de Estudos Teóricos,
Oficinas de Brinquedos¸ Rodas de Leitura, Promoção de eventos como oficinas, minicursos, vídeos-debate. O ano de 2020 foi desafiador, mas
ainda assim foi possível vivenciar experiências incríveis nesses “espaços virtuais do brincar” resgatamos brincadeiras antigas, cantamos,
dançamos, jogamos, sorrimos e sonhamos juntos! Distantes fisicamente, mas conectados.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Licenciaturas


PEDAGOGIA
Licenciaturas
Curso: PEDAGOGIA
Título: A EDUCAÇÃO PARA O TRABALHO NA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR
Autor(es): Silvia Simonik Domingos; Silvio Duarte Domingos
E-mail para contato professorasilviadomingos@gmail.com IES: UNIVATES
Palavra(s) Chave(s): Trabalho; Educação; Abandono Escolar.
RESUMO
Os diversos estudos a respeito do abandono escolar por jovens durante o ensino médio demanda uma reflexão sobre as causas desse fenômeno.
A saída do aluno da educação formal será aqui problematizada, visto que nessa etapa educacional é comum que estudantes estejam em alguma
ocupação profissional. A entrada no mundo do trabalho ocorre mais cedo nas classes mais empobrecidas. Isso ocorre devido à necessidade de
contribuição com a renda familiar ou pela saída da casa dos pais e pela constituição de nova família. Nesse sentido, parece que as demandas
profissionais interferem na produtividade estudantil, impactando sua permanência na escola. Contudo, a sobrecarga é dupla, de um lado o
trabalho e do outro o estudo, a necessidade do primeiro, trabalhar, frente à desmotivação pelo segundo, estudar, leva ao abandono da escola. Os
estudantes veem a escola como uma etapa que dará acesso ao mundo do trabalho. Se, no entanto, começam a trabalhar antes da conclusão dos
ensinos fundamental e médio, então a escola é excluída do conjunto de fatores necessários ao ingresso ao mercado de trabalho. A Base Nacional
Comum Curricular salienta a necessidade de uma formação humana integral, sendo essa uma condição para a edificação de uma sociedade justa.
Para tanto, parece válido considerar a formação integral do estudante. Por essas razões, o objetivo deste estudo foi refletir sobre o campo da
política educacional que orienta as práticas pedagógicas na Educação Básica, no tocante à relação educação versus trabalho. Como estratégia
metodológica adotada para atingir esse objetivo, a versão final da Base Nacional Comum Curricular, publicada no ano 2018 foi selecionada e
analisada a partir do aporte teórico de Demerval Saviani. Os resultados parciais das análises trouxeram algumas reflexões e questionamentos.
Inicialmente, questiona-se como a referida normativa pode levar à inclusão, à justiça e à formação integral, se muitas escolas se quer dispõem de
estrutura física adequada, acesso à internet, livros atualizados e professores com a formação mínima exigida? Diante de tanta desigualdade entre
as unidades escolares do país, a Base não se sustenta. Ao designar as competências e habilidades a serem desenvolvidas, a normativa permite
que as escolas e seus professores escolham os métodos utilizados conforme a peculiaridade de cada instituição de ensino, permitindo a
adequação do currículo a realidade local. Dessa maneira, a Base faz aprofundar os conteúdos considerados específicos do trabalho regional, e
mostra o que é necessário para formar o cidadão para cada setor do mercado de trabalho. Considerar unicamente a realidade local é preparar os
jovens para o trabalho do “aqui e agora”. Isso deixa claro mais uma vez a necessidade de mão de obra para cada setor trabalhista específico do
espaço geográfico em que o sujeito está. Pensar apenas no atendimento às demandas momentâneas, com vistas ao mercado de trabalho
imediato, é preparar esses jovens às demandas capitalistas. Por isso, a Base Nacional Comum Curricular acaba por não colaborar para o fim das
desigualdades, mas as torna perenes. A Educação fica assim envolta pela normativa, oferecendo um suposto desenvolvimento pleno, porém
constrangendo os jovens “às partes que lhes cabem nesses latifúndios”, ou seja, o jovem é preparado para a realidade do sítio em que está e para
a manutenção dessa situação social. Dessa maneira, a educação tende a tornar o filho do médico, um novo médico, e a formar o filho do
agricultor, um novo agricultor. Apesar da indiscutível relevância de ambas as profissões, é evidente que o retorno financeiro obtido com a
primeira formação é superior àquele que se obtém com a segunda. A mudança de posição social no Brasil está intimamente relacionada ao
retorno financeiro decorrente da formação profissional. Assim, preparar o jovem para acessar a área de graduação que ele deseja, torna-se uma
condição necessária à redução das disparidades na sociedade brasileira. Isso, porque a mitigação das desigualdades de oportunidades pode, de
fato, promover a emancipação social. A escola, pela Base, pode provocar a manutenção da dualidade que persiste disfarçada de norma. A escola
para a elite prepara os jovens para os vestibulares mais disputados, e a escolas do campo, a quilombola e a indígena preparam jovens para o
mercado de trabalho regional. Valorizar as pluralidades culturais é diferente de aprisionar os currículos a demandas regionais. Os jovens precisam
ter um ensino que possibilite que eles extrapolem os limites das próprias origens. Assim, se um indígena deseja estudar Astronomia, ele deve
receber os conhecimentos necessários para o ingresso no curso de Astronomia. À escola pública cabe a preparação da força de trabalho útil ao
capitalismo. Isso, porque mesmo que a base de orientação seja a mesma, os recursos criam um abismo entre o ensino nas escolas públicas e
privadas no país. Conforme vêm ocorrendo novas exigências do capitalismo à força de trabalho, as escolas e seus profissionais são obrigados a se
transformarem. O jovem da periferia, terá a educação suficiente para viver na periferia. O outro, que nasceu no campo, não aprenderá mais que
o suficiente para ali permanecer e, assim, são mantidas e controladas as disparidades entre as classes sociais. Pergunta-se que tipo de justiça
social é essa? A formação deveria proporcionar ao jovem a criação do próprio desenvolvimento tecnológico e isso vai muito além da preparação
para a operação de máquinas. Então, a tecnologia deve estar a serviço do humano e não o contrário, como parece contextualizar a Base Nacional
Comum Curricular. Além disso, o aprendizado sobre o próprio contexto pode ser desmotivador para o jovem continuar os seus estudos, pois o
estudante vivencia diariamente certas situações, que não deseja rever na escola. Nesse sentido, questiona-se, por exemplo, se todas as pessoas
que nascem no campo desejam ali permanecer até o fim da vida. Então, a educação poderia permitir que a permanência no campo fosse uma
possibilidade e não uma obrigação, por falta de oportunidades. Com a Base Nacional Comum Curricular o Ministério da Educação cria
mecanismos para maquiar as informações referentes à educação e aos interesses de formação pautada no que os alunos devem “saber” para o
ingresso no ensino superior e o que devem “saber fazer” para realização da “força de trabalho”. Dessa forma é possível preparar o indivíduo para
o mercado de trabalho e uma base preparatória para avaliações externas assim qualificando a base trabalhista para o mercado de trabalho e
outros para o ensino superior. Fica claro que a norma está voltada para princípio educativo, cujo objetivo é formar para viver em sociedade, mas
em uma sociedade hierarquizada e classificatória. O saber, pressupõe, assim, um saber fazer para um cotidiano aprisionador. Esta pesquisa está
em andamento, ainda assim, é possível fazer algumas conclusões. Diversos pesquisadores vêm se preocupando com o abandono escolar de
jovens e as causas que levam a isso. Para os estudantes das classes empobrecidas a busca pelo trabalho é algo precoce e necessário. Na Base
Nacional Comum Curricular, trabalho e educação vêm sendo tratados como configuração de uma formação supostamente integral do estudante.
A norma busca relacionar as práticas de ensino com o contexto local, orientando as escolas a reorganizarem seus currículos de acordo com cada
realidade. O que, segundo a Base, levaria ao aprofundamento do ensino dos saberes locais, inerentes a cada contexto e necessários para a
empregabilidade dos jovens. Os jovens brasileiros das classes empobrecidas têm poucas possibilidades de emancipação social. Quando
necessitam buscar trabalho, veem-se aprisionados naquilo que vivem diariamente, os mesmos maquinários, a mesma tecnologia. Quando a Base
Nacional Comum Curricular disponibiliza competências e habilidades para serem desenvolvidas, na realidade ela parece estar engajando os jovens
para o mundo do trabalho por meio de soluções imediatistas, visando o cenário atual. Isso ocasionará, no futuro, um grande contingente
trabalhista despreparado para as mudanças contextuais e novas configurações de trabalho. Portanto, não o prepara para viver em sociedade,

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Licenciaturas


PEDAGOGIA
mas sim para servir à sociedade capitalista.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Licenciaturas


PEDAGOGIA
Licenciaturas
Curso: PEDAGOGIA
Título: ALTAS HABILIDADES OU SUPERDOTAÇÃO EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM SITUAÇÕES DE ACOLHIMENTO
Autor(es): Emerson Rodrigues Duarte; Amanda de Oliveira Reis; Daniele da Silva Euclides Filgueiras
E-mail para contato emerson01duarte@gmail.com IES: ESTÁCIO JUIZ DE FORA
Palavra(s) Chave(s): Inclusão; políticas públicas; altas habilidades; superdotação.
RESUMO
A educação especial é um campo que ainda traz para o âmbito escolar discussões acerca do direito a uma educação de qualidade independente
das suas condições físicas, sociais e intelectuais. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), Nº. 9.394/96 dispõe em seu artigo 58º
que a Educação Especial é “a modalidade de educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos com
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação” (Lei nº 9.394, 1996, p.33), garantindo em seu artigo
59º, inciso I, que os sistemas de ensino assegurarão a esses alunos, currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos,
para atender às suas necessidades. Dentre os estudantes que compõe o público-alvo da Educação Especial, os alunos com altas habilidades ou
superdotação (AHSD) não são aqueles que mais recebem atenção por parte da mídia, das políticas governamentais para a educação ou mesmo da
comunidade acadêmica (FLEITH, et al., 2019). Contudo, é inegável o ganho alcançado com a LDB 9494/96 no que tange os alunos com AHSD,
reconhecendo suas necessidades educacionais especiais, como Atendimento Educacional Especializado (AEE), suplementação e aceleração de
estudos para concluir em menor tempo os cursos realizados da educação básica ao ensino superior. Ademais, sabe-se que a identificação de
estudantes AHSD é marcada por disparidades de sexo, gênero, idade, cor de pele, renda da família e condição social (BARBOSA, 2020). Por
exemplo, Colozio, Rangni e Rosal (2019) encontraram poucas teses de doutorados, na Espanha, que investigaram a temática sobre AHSD e
vulnerabilidade social. As autoras destacam ainda que a importância da identificação e do atendimento às capacidades desse público, pois há
uma vulnerabilidade no meio que eles estão inseridos, o que acarreta pré-conceito e pode estigmatizá-los. Concluíram os autores que cabe aos
pesquisadores, não somente na Espanha, um olhar atencioso, pois, esses estudantes necessitam ser reconhecidos em suas necessidades. Esse
achado não é diferente no Brasil. Ao realizar uma análise dos micros dados do Censo Escolar 2019 percebe-se que, de fato, os estudantes com
AHSD são sub identificados em relação àqueles com deficiência, principalmente a deficiência intelectual, e que dentre esses poucos, são quase
inexistentes as do sexo feminino, com deficiência, ou seja a dupla excepcionalidade, ou pretos. Ademais, o serviço de acolhimento institucional
trata-se de política pública destinada ao acolhimento de crianças e adolescentes afastados do convívio familiar, por consequência de abandono
ou porque a família ou responsáveis encontram-se impossibilitados de cumprir sua função de cuidado e proteção até que seja viabilizado o
retorno à família de origem ou, na sua impossibilidade, encaminhamento para família substituta. A Doutrina de Proteção Integral contida no
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) (BRASIL, 1999) considera que as crianças e adolescentes são sujeitos de Direitos e pessoas em
situação peculiar de desenvolvimento, devendo ser respeitados seus direitos e ter garantia de desenvolvimento integral – físico, cognitivo,
emocional, moral e social – em condições de liberdade e dignidade. Assim, a condição de risco social ou pessoal caracteriza-se pela violação de
seus direitos fundamentais, ou seja, quando a criança ou adolescente estiver ameaçado ou não tiver efetivado os seus direitos referentes à vida, à
saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência
familiar e comunitária. Compreende-se assim que para as crianças e os adolescentes acolhidos, a instituição se constitui na fonte de apoio social
mais próxima e organizada, desempenhando um papel fundamental para seu desenvolvimento. Desta forma, conhecer o acolhido e proporcionar
experiências de aprendizagem conforme suas habilidades, interesses e potencialidades contribuem para a promoção de autonomia, o
fortalecimento de vínculos, a aquisição de novas habilidades e conhecimentos em diferentes áreas do saber, visando transformação da realidade
dessas crianças e adolescentes. Desse modo, o acolhimento dever ser um espaço mobilizador de novas perspectivas e oportunidades para
crianças e adolescentes que vivenciam essa realidade, oferecendo condições de habitalidade, higiene, salubridade, segurança, acessibilidade e
privacidade e garantindo serviços essenciais como educação, saúde e habitação. Nessa perspectiva, objetivou-se com este estudo investigar
indicadores de AHSD em crianças e adolescentes abrigados em políticas de acolhimentos e especificamente oferecer formação continuada na
área de AHSD aos profissionais das instituições de acolhimento como pedagogos, psicólogos e cuidadores. Esse projeto de pesquisa foi aprovado
por um Comitê de ética em pesquisa com seres humano sobre registro CAAE: 15467219.0.0000.5284. Participaram desta pesquisa 45 crianças ou
adolescentes e profissionais de psicologia (n=2), pedagogia (n=3) e cuidadores (n=6) três instituições de acolhimento devidamente licitadas pela
prefeitura de uma cidade do interior de Minas Gerais. Para o rastreio de características de AHSD utilizou-se da estratégia Sistema de Observação
Longitudinal por Educadores (SOLE) proposta por Gunther (2018). Trata-se de um processo de identificação fundamentado na busca ativa do
maior potencial principalmente através da observação dos profissionais envolvidos com as crianças e adolescentes. Sua base teórica encontra-se
ancorada nos pressupostos propostos por Gagné (2015) no Modelo Diferencial de Dotação e Talento 2.0 (DMGT 2.0, sigla em inglês). A formação
continuada oferecida aos profissionais das instituições de acolhimento ocorreu em três encontros virtuais, pela plataforma meet, devido ao
isolamento social decretado pela prefeitura em decorrência à pandemia SARS-Cov 19. Assim, abordaram-se e discutiram-se assuntos inerentes ao
reconhecimento, identificação e desenvolvimento das AHSD. Para a identificação de AHSD entre as crianças e adolescentes em situação de
acolhimento utilizaram-se os instrumentos propostos pela metodologia SOLE como o questionário Guia de Observação e a metodologia de
observação assistida. Ainda, devido à condição de isolamento social devido à pandemia SARS-Cov19, os instrumentos foram transcritos para um
formulário eletrônico, google forms, e disponibilizado aos profissionais via e-mail. Da mesma forma, continuaram as orientações e
esclarecimentos das dúvidas em encontros virtuais. Para essa submissão, relata-se os resultados parciais da pesquisa. Percebeu-se através do
oferecimento da capacitação continuada sobre AHSD que os profissionais das instituições de acolhimento tinham poucos conhecimentos, não
tiveram esse conteúdo na graduação, não se atentavam para essas características de desenvolvimento e talvez por isso tudo, não vislumbravam a
possibilidade de ocorrência desse fenômeno entre as crianças e jovens acolhidas. Desta forma, reafirmou-se a necessidade do oferecimento de
tal estratégia como parte de um processo de identificação e que a falta desse conhecimento pode impactar negativamente todo o processo.
Através dos relatos dos profissionais foi possível perceber que, de fato, as crianças e jovens acolhidos são sujeitos de direitos como o acesso a
uma Educação que oportunize o pleno desenvolvimento das suas capacidades sendo esse um dos objetivos das instituições de acolhimento.
Sobre o processo de identificação, a pesquisa encontra-se em fase de análise dos dados obtidos a partir dos instrumentos utilizados e sugeridos
pela estratégia SOLE (GUNTHER, 2018). Destaca-se que a utilização dessa metodologia, para a identificação e posterior desenvolvimento,
mostrou-se adequado às condições dos profissionais, crianças e adultos em situação de acolhimento. Ainda, todo o envolvimento gerado pela
pesquisa nas instituições acolhedoras favoreceu a construção de um ambiente favorável e amplo na perspectiva da importância de se pensar em
estratégias educacionais que contribuam com o desenvolvimento de todas as crianças e jovens.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Licenciaturas


PEDAGOGIA
Licenciaturas
Curso: PEDAGOGIA
Título: CORPO DE CRIANÇAS: INTERFACES EDUCATIVAS DA EXPRESSIVIDADE INFANTIL NO CINEMA
Autor(es): Elisabete Pereira Lima; Emanuelle Justino dos Santos; Rosie Marie Nascimento de Medeiros
E-mail para contato manusantos.ef@gmail.com IES: ESTÁCIO NATAL
Palavra(s) Chave(s): corpo; infância; expressividade; lúdico; educação
RESUMO
As relações afetivas do público com um filme do qual acabou de assistir, e as discussões que são geradas pela obra cinematográfica, influenciam a
vida dos sujeitos por aquilo que as narrativas evidenciam em sua apreciação. A atuação dos atores, as narrativas, entre outras qualidades
estéticas do cinema, geram múltiplas significações educativas que podem ampliar nosso olhar sobre: o sensível, o lúdico, o corpo e a
expressividade das crianças na cultura de movimento. Uma das necessidades educativas mais evidentes, na contemporaneidade, se refere ao fato
de que a educação precisa considerar o corpo infantil como sujeito de suas ações e criador de sua existência. Os dispositivos normalizadores
precisam ser flexibilizados para que o corpo tenha a possibilidade de transgredir regras, demonstrar seus sentimentos, experimentar situações
lúdicas e estéticas, entre outras possibilidades educativas que ampliem o conviver (NÓBREGA, 2005). Nesse sentido, temos o desafio de analisar a
expressividade humana e suas nuances educativas existentes nas cenas de filmes que tratam da questão de corpos infantis e os diversos desafios
contidos na história humana, de ser e existir no mundo ainda adultocêntrica. Tal temática precisa ser mais investigada na educação e demais
ciências humanas para gerarmos transformações do olhar sobre as questões da infância e melhores relações de convívio humano, respeito e
acolhimento aos diferentes modos ser criança no mundo. Dessa forma buscar significações educativas sobre o lúdico, a infância, a cultura, o
mundo adulto e a expressividade corporal nas produções cinematográficas. Elaborar proposições educativas que contribuam para a
ressignificação dos estudos sobre o corpo, a cultura, a Pedagogia e áreas afins. Nessa lógica, estruturamos o presente trabalho com essa breve
justificativa sobre a importância do estudo. Adotamos como metodologia o método fenomenológico é, antes de tudo, a atitude de envolvimento
com o mundo da experiência vivida, com o intuito de compreendê-la. Essa posição não é uma representação mental do mundo, mas
envolvimento que permite a experiência, a reflexão, a interpretação, a imputação e a compreensão de sentidos (NÓBREGA, 2010). ". O método
consistirá na inserção e posterior interpretação das narrativas educativas que tratam sobre lúdico, expressividade, música, dança, teatro e
práticas da cultura de movimento, com o foco de extrair significações que dialoguem entre si e ampliem as noções de corpo e educação. Como
resultados analisamos o documentário “Tarja Branca a revolução que faltava” que retrata sobre a infância e investiga as memórias infantis dos
adultos e reflete sobre a importância do brincar e os impactos dessa escolha na vida social. A partir dos depoimentos de adultos de várias
gerações, origens e profissões diferentes, o documentário expõe sobre a diversidade do ato de brincar, e como o homem pode se relacionar com
a criança interior adormecida ou esquecida pela vida cotidiana Por meio de reflexões, o filme mostra as diferentes formas de como o ato de
brincar, ação tão essencial à natureza humana, pode estar em conexão com o comportamento do homem na atualidade e sua “essência lúdica”.
O nome do filme documentário Tarja Branca: a revolução que faltava é uma alusão ao medicamento de tarja preta promovendo reflexões sobre o
lugar do lúdico e do brincar e como o resgate desse ato de brincar deve ser repensado nessa geração. O documentário apresenta diversas
brincadeiras e depoimentos sobre o brincar. Nos mostra um pouco da cultura popular brasileira e da espiritualidade como manifestações da
alegria em que se fala como brinquedo, por exemplo, em brincar carnaval, brincar maracatu, entre outras manifestações culturais, como o
folguedo Cavalo Marinho, Jongo da serrinha, as brincadeiras infantis como brincar de pião, de ciranda, empinar pipa etc., ser brincante, ser
criança, ter o lúdico incluído na sua vida adulta. De acordo com Santos (2002) que se refere ao significado da palavra ludicidade que vem do latim
ludus e significa brincar. Sendo assim a intencionalidade do brincar, da diversão, do lazer em qualquer fase da vida se torna extremamente
fundamental aos seres humanos, e através dessas interações com outros indivíduos que ampliam seu conhecimento e compreensão de mundo. O
ato de brincar é tão comum e tão importante as pessoas, que tem sido submetido ao longo dos tempos negativamente passando a concepção
que não é algo sério, sem importância e é considerada, às vezes, até perda de tempo, o brincar é essencial e cultural para o indivíduo, e é através
da ludicidade que aprendemos, experimentamos o mundo, possibilidades, relações sociais, elaboramos nossa autonomia de ação e organizamos
nossas emoções, demonstrando assim seu valor na vida das pessoas e quanto importante é esse ato. O filme nos mostra uma reflexão que
devemos resgatar nossas memorias de infância e buscar a mudança nessa geração que com a rotina tão desgastantes estão deixando de vivenciar
seu “eu lúdico’’. O filme “Tarja Branca, a revolução que faltava” retrata o resgate lúdico, ou seja, pela base da essência humana convidando o
espectador a refletir e a redescobrir o corpo como intermédio da alegria e do brincar, e que essa experiência com o lúdico, com a brincadeira, é
realmente um “medicamento” de tarja branca, sendo assim de um poder incrível na vida das pessoas, como melhoria do seu modo de encarar a
vida na fase adulta. As nuances educativas sobre a expressividade humana que estão presentes no filme Tarja Branca, podemos destacar a ação
corporal e existencial do brincar nas diferentes fases da vida... As relações afetivas e o destaque da valorização da lógica sensível da criança... a
valorização dos brincantes da tradição... o direito ao lazer e o ócio criativo como experiências formativas, portanto, educativas... melhores
relações de convívio humano, respeito e acolhimento aos diferentes modos ser humano no mundo. Tendo um papel fundamental na
subjetividade e expressividade durante toda a vida humana. O lúdico favorece o aprendizado de forma que pode ser utilizado tanto para crianças
como para os adultos como intermédio para realização de diversas ações. O processo de desenvolvimento do homem e sua existência se dá no
brincar, vivenciado na infância, mas que carrega uma significação importante durante toda a vida, trazendo além no sentido desenvolvimento
afetivo, cognitivo e social também traz a leveza da alegria, contribuindo assim numa melhoria de sua existência dando um sentido melhor de
viver, conviver e aprender. Conhecendo o ato de brincar, e o que ele significa, seu papel na educação e sua importância em diversas fases da vida
nos permitindo refletir como brincar como ação social, porque é através do brincar que a criança aprende, observa, se expressa, soluciona
problemas, colabora, interage com o seu meio e que essas interações coletivas pelo brincar contribui com a formação do indivíduo.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Licenciaturas


PEDAGOGIA
Licenciaturas
Curso: PEDAGOGIA
Título: DESAFIOS DAS POLÍTICAS EDUCACIONAIS EM ESCOLAS QUILOMBOLAS
Autor(es): Carolina Almeida Barbosa Lima D'Oliveira; Lorraine Tomaz Aquino da Silva; Vera de F Maciel Lopes
E-mail para contato carolinaalmeid@gmail.com IES: UNESA
Palavra(s) Chave(s): Políticas educacionais, Escola Quilombola, Comunidades Tradicionais, Cultura, Territorialidade
RESUMO
O presente trabalho pretende evidenciar os principais entraves e desafios enfrentados por escolas quilombolas no estado do Rio de Janeiro no
que se interpõem ao pleno direito dessas comunidades tradicionais à educação diferenciada. Esse estudo se articula ao projeto de pesquisa
“Diálogos de saberes entre a Universidade e Comunidades Tradicionais: práticas educativas e sustentabilidade”, que envolve estudantes da
graduação da Universidade Estácio de Sá. Os Povos e Comunidades Tradicionais são compostos por caiçaras, quilombolas, pescadores artesanais
e povos indígenas, grupos que possuem formas próprias de organização social, ocupam e usam territórios e recursos naturais como condição
para sua reprodução cultural, social, religiosa, ancestral e econômica, utilizando conhecimentos, inovações e práticas geradas e transmitidas pela
tradição. A existência dessas comunidades vincula-se à proteção do território e do meio ambiente onde os processos educacionais são cruciais
para o fortalecimento dos laços afetivos e para a reprodução da cultura. O avanço do capitalismo e as transformações da sociedade gerados por
essa forma de sistema excludente, vulnerabiliza e coloca em risco a existência dessas comunidades. As relações econômicas, sociais e políticas,
além de impactos ambientais afetam direta e indiretamente essas comunidades. Nos resultados da pesquisa, até o momento, verificamos que no
estado do Rio de Janeiro há 42 comunidades reconhecidas pela Fundação Cultural Palmares, órgão do governo federal responsável pela
certificação das comunidades quilombolas no Brasil. Para as comunidades Quilombolas, assim como outras comunidades tradicionais, a questão
do reconhecimento e preservação da cultura passa pela política de demarcação fundiária, que é um dos maiores entraves. São várias as
exigências formais impostas pelo Estado para que as comunidades sejam, de fato, reconhecidas como remanescentes de povos quilombolas, um
processo longo e difícil, que envolve pesquisas documentais, habilidades no campo do direito e recursos vários, inclusive financeiros, questões
que demandam articulação institucional e apoio. Nesse sentido, entendemos que as universidades podem cumprir um papel importante, com
pesquisas, extensão e educação. Para além dos entraves legais, essas comunidades enfrentam ainda, conflitos com grupos de interesses
divergentes: latifundiários, especulações imobiliárias etc. O enfrentamento de todos esses problemas envolve políticas de afirmação da cultura
onde a educação é fundamental. As iniciativas no campo educacional, envolve a criação, estruturação e fortalecimentos das “escolas
quilombolas”. No Estado do Rio de Janeiro, há nove escolas quilombolas registradas no Ministério de Educação. Para essas escolas, a questão
fundiária e regularização dos quilombos é crucial, uma vez que sem os registros legais, toda a comunidade fica vulnerabilizada, inclusive a
continuidade da própria escola. O fortalecimento da memória coletiva, dos marcos civilizatórios, das práticas culturais e territorialidade, são
alguns dos valores reforçados nas escolas quilombolas. As dinâmicas educacionais estão intimamente ligadas a esses valores. A cultura do cuidar
do outro, do contato com os mais velhos para conhecer os saberes, de maneira que seja passado entre gerações a importância da tradição
quilombola também são aspectos fundamentais nas práticas educacionais. Esse modelo de instituição educativa se caracteriza como forma de
resistência da comunidade quilombola e de sua cultura. No entanto, observa-se a precarização em relação a infraestrutura, falta investimento,
visibilidade e valorização, o que, de certa forma, prejudica e aumenta os desafios cotidianos vivenciados pelas comunidades. A mais antiga escola
quilombola do estado fluminense foi inaugurada em 2013, no município de São Pedro da Aldeia: a Escola Quilombola Rosa Geralda da Silveira,
que tem esse nome em homenagem a uma líder da comunidade que lutou pelos direitos dos trabalhadores rurais. A decoração da escola tem
motivos étnicos com objetos, pinturas e outros elementos que lembram as histórias dos africanos, dos escravos brasileiros e de seus
descendentes. O currículo é diferenciado e voltado para a realidade da comunidade, pois a ação pedagógica só terá sentido, para uma escola
quilombola, se atender as questões sociais e às suas lutas, sobretudo à luta por seu território. Em 2018, o Quilombo Cafundá Astrogilda, que fica
no bairro de Vargem Grande, na zona Oeste da Cidade do Rio de Janeiro, construiu uma escola autônoma com uma metodologia própria baseada
em conceitos e princípios da tradicionalidade afro-brasileira. A Escola Quilombola Cafundá Astrogilda nasceu com o intuito de promover oficinas
extracurriculares, aulas construídas a partir dos saberes e fazeres tradicionais voltadas para mulheres e homens mais velhos da comunidade,
entre outras práticas, tudo estruturado no Projeto Político Pedagógico desta escola. É importante ressaltar que a Diretrizes Curriculares Nacionais
para a Educação Escolar Quilombola na Educação Básica (CNE/CEB Nº 16/2012) define que a Educação Escolar Quilombola, requer pedagogia
própria, respeito à especificidade étnico- racial e cultural de cada comunidade, formação específica de seu quadro docente, materiais didáticos e
paradidáticos específicos, devem observar os princípios constitucionais, a base nacional comum e os princípios que orientam a Educação Básica
Brasileira, e deve ser oferecida nas escolas quilombolas e naquelas escolas que recebem alunos quilombolas fora de suas comunidades de origem.
No mesmo sentido, o Plano Municipal de Educação do Rio de Janeiro (PME) estabelece como uma de suas estratégias a consolidação da
educação escolar no campo de populações tradicionais, de populações itinerantes e de comunidades indígenas e quilombolas, respeitando a
articulação entre os ambientes escolares e comunitários. De acordo com o documento, essa é uma forma de preservação da identidade cultural e
participação da comunidade na definição do modelo de organização pedagógica e de gestão das instituições. Por entender que a educação, os
educadores e as instituições educacionais cumprem um papel fundamental na constituição de políticas públicas, nesse projeto de pesquisa e
extensão, nos propomos a descrever e identificar os fatores que determinam e contribuem para a preservação das culturas tradicionais. Os
procedimentos metodológicos envolvem técnicas distintas: pesquisa bibliográfica, com uso intensivo dos meios digitais com envolvimento dos
estudantes que compõem a equipe do projeto; mapeamento dos territórios e Comunidades Tradicionais, também realizados por meio digitais,
entrevistas, por meios eletrônicos e virtuais, com lideranças-chave para levantamento das demandas. E para a troca de Saberes: Rodas de
Conversa e/ou Encontros Virtuais entre as Comunidades Tradicionais e a Academia, que devem ocorrer virtualmente, com uso das mídias e canais
eletrônicos, com técnicas de registros diversas. Caso tenhamos superado o cenário de pandemia, usaremos as dependências da universidade,
salas de aulas, laboratórios de informática, data show, auditório, para a realização do encontro com as Comunidades Tradicionais, e realizaremos
também rodas de conversas nas comunidades quilombolas.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Licenciaturas


PEDAGOGIA
Licenciaturas
Curso: Outro
Título: ENTENDENDO AS PRÁTICAS COTIDIANAS DE UMA SALA DE AULA DE LÍNGUA INGLESA DO ENSINO FUNDAMENTAL II
Autor(es): Cláudia Botelho Silva; Inês Barbosa de Oliveira
E-mail para contato cbotelhosilva@gmail.com IES: UNESA
Palavra(s) Chave(s): Inglês oral; Métodos de ensino de inglês; Cotidiano escolar; Ensino Fundamental II
RESUMO
O presente trabalho é fruto de alguns dos dados que foram produzidos no processo da empiria da minha dissertação de Mestrado do Programa
de Pós-Graduação em Educação da Universidade Estácio de Sá, na linha de pesquisa: Política, Gestão e Formação de Educadores (PGFE). O
interesse por pesquisar o ensino do inglês no Ensino Fundamental II se deu a partir da própria prática da pesquisadora como docente de língua
inglesa da Educação Básica em contexto de escolas públicas. Acredita-se que a língua inglesa faz parte do patrimônio cultural acadêmico,
portanto, um dos objetivos de uma educação democrática seria o de disponibilizar oportunidades equânimes para o aprendizado do idioma. Isso
porque, o ensino do inglês pode ampliar a visão de mundo dos jovens do ensino fundamental, ainda que eles possam não ter maturidade para
compreender a importância de tal aprendizado em suas vidas. O papel da escola é sensibilizá-los, despertando o interesse para que venham a
aprofundar-se mais no estudo do idioma no futuro. OBJETIVOS Compreender a dinâmica do ensino da língua inglesa na escola pública e como
este contribui ou não para o desenvolvimento da habilidade oral no idioma. Registrar e analisar elementos da história de vida da professora da
turma, do ponto de vista da sua trajetória pessoal e acadêmica. Sistematizar a compreensão que foi tecida com a pesquisa a respeito de quais
estratégias de ensino e metodologias utilizadas em sala de aula permitiam que os alunos se apropriassem do idioma de forma a utilizá-lo para
comunicar-se com seus pares, de acordo com a noção de competência comunicativa formulada por Canale e Swain (1980), e as hipóteses do
modelo do monitor de Stephen Krashen (1982).METODOLOGIAComo nossa pesquisa envolveu seres humanos, antes de iniciá-la, o projeto de
pesquisa foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Plataforma Brasil. O projeto intitulado ”Pesquisando sobre o desenvolvimento
da oralidade do inglês em contexto de escolas públicas regulares” está registrado sob o número de CAAE (Certificado de Apresentação de
Apreciação Ética): 04095918.7.0000.5284. Todos os alunos que participaram da pesquisa assinaram o Termo de Assentimento (TA) e os pais o
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), a professora também assinou o TCLE. Além disso, a Direção da escola concedeu autorização
para a realização da pesquisa por meio de documento assinado pela própria Direção.Os dados da pesquisa foram produzidos através das
seguintes técnicas: observação de aulas, entrevistas semiestruturadas (CASTRO et al., 2013) com a professora da turma e roda de conversa, com
um grupo de 12 alunos. Durante uma das aulas da turma 701, a pesquisadora fez uma explanação sobre a pesquisa e seus objetivos e um grupo
de doze alunos se interessou em participar. Fundamentação teórico-metodológica: os estudos do cotidiano escolarA pesquisa se desenvolveu na
perspectiva metodológica das pesquisas nos/dos/com os cotidianos das escolas (ALVES; GARCIA, 2008; OLIVEIRA; ALVES, 2008; OLIVEIRA;
SGARBI, 2008). A escolha pela pesquisa com os cotidianos deve-se à compreensão de que o cotidiano é um espaço de criação, é um espaço onde
aquilo que está previsto se modifica pela ação dos sujeitos, pelos conhecimentos anteriores, pelas capacidades, pelas condições de trabalho e por
tantas outras razões que fazem de cada realidade uma experiência diferente de todas as outras (CERTEAU, 1994). Os estudos do cotidiano escolar
partem da ideia de que o conhecimento é tecido em redes, todo conhecimento está interligado de forma indissociável, a imagem que melhor
ilustraria essa ideia seria a da “estopa”, na estopa tudo está entrelaçado, as partes fazem parte do todo e o todo das partes, (MORIN, 2005).
Portanto, o conhecimento produzido na escola nasce das múltiplas relações entre a bagagem de conhecimentos que os alunos trazem de casa e
as conexões destes com os conteúdos apreendidos em sala de aula e a vivência de mundo de seus pares também. RESULTADOSEssa pesquisa é
classificada como qualitativa, portanto, seus resultados não podem ser generalizados, eles circunscrevem-se ao campo pesquisado. Verificou-se a
inflexão docente pelos métodos: Leitura e Gramática-Tradução (RICHARDS; RODGERS, 1986), cuja ênfase reside no ensino da gramática da língua,
durante a maior parte das aulas, em outros momentos registramos a escolha dos métodos Audiolingual e Situacional (RICHARDS; RODGERS,
1986). Observa-se, desta forma, o ponto de contato entre a formação acadêmica da professora regente e sua consequente preferência
metodológica. Ela relatou que fez graduação em Tradução.Concluiu-se que as atividades com música foram as que mais propiciaram o
desenvolvimento da oralidade entre os alunos, principalmente músicas que faziam parte da realidade deles fora da escola. Durante essas
atividades os alunos recebiam “insumo” linguístico que possibilitava a aprendizagem de novos vocábulos na língua inglesa, e eles se mostravam
motivados e enquanto cantavam e trabalhavam o vocabulário que estavam aprendendo, produziam o inglês oral, entre seus pares e com a
professora. Segundo Krashen (1982), a fala não pode ser ensinada, uma vez que emerge como resultado da exposição constante a um insumo
compreensível. As músicas em inglês cumprem perfeitamete o papel desse insumo compreensível. Em se tratando do desenvolvimento do inglês
oral, constatou-se que quanto mais os alunos forem expostos à língua falada e às atividades que possibilitem a sua prática oral, mais
rapidamente eles se sentirão motivados a interagir usando o inglês. Assim, temos a combinação input (insumo) mais practice (prática).No que diz
respeito à noção de competência comunicativa de Canale & Swain (1980), observou-se a presença das seguintes competências nos enunciados
produzidos pelos estudantes durante as aulas: a competência gramatical (a habilidade de produzir enunciados gramaticalmente corretos) a
discursiva (a habilidade de produzir enunciados que sigam padrões de coerência e coesão) e a sociolinguística (a habilidade de produzir
enunciados sociolinguisticamente apropriados).Foi possível observar através das falas dos alunos que, fora do ambiente escolar, o contato deles
com a língua inglesa se dá através de filmes e séries, aos quais eles assistem com legendas e músicas e jogos que despertam seu interesse pelo
idioma. Estas formas de contato com o idioma podem ser classificadas como formas passivas de aprender a língua.A maioria dos alunos não
utiliza o inglês para interagir com outras pessoas, ou seja, não se apropria do idioma de forma autônoma, apenas assume uma postura de
receber passivamente o idioma que chega até eles. Com exceção da aluna Maria que tem uma tia que mora nos EUA, e com quem conversa em
inglês ao telefone. Podemos dizer que, essas estratégias de aprendizagem podem funcionar como complemento de uma metodologia em que os
alunos desempenhem um certo protagonismo em sala de aula. Ou seja, podemos solicitar que eles preparem previamente, e apresentem em sala
de aula, trabalhos usando o inglês. Através dessas dinâmicas, eles poderão praticar aquele conhecimento que aprendem de maneira informal em
seus lares. CONCLUSÕESConstatou-se que as aulas de inglês ministradas na turma pesquisada puderam proporcionar aos estudantes experiências
de aprendizagem e consequente prática do inglês oral. REFERÊNCIAS ALVES; GARCIA, Regina Leite. O sentido da escola. 5.ed. Petrópolis: DP e
Alii, 2008.CANALE, M.; SWAIN, M. ‘Theoretical bases of communicative approaches to second language teaching and testing.’ Applied Linguistics,
1/1: 1-47, 1980.CASTRO, M.R. de; FERREIRA, G.; GONZALEZ, W. Metodologia de pesquisa em educação. 1.ed. Nova Iguaçu, Rio de Janeiro:
Marsupial, 2013. 104p.CERTEAU, Michel de. A invenção do cotidiano: 1. artes de fazer. Petrópolis: Vozes, 1994.KRASHEN, S. D. Principles and
Practice in Second Language Acquistion. University of Southern California. Pergamon Press Inc. Chapter II, 1982. p. 9-30.MORIN, Edgar. Ciência
com consciência. 17. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2005.OLIVEIRA; ALVES, Nilda. Pesquisa nos/nos/com os cotidianos das escolas. Sobre

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Licenciaturas


Outro
redes de saberes. Petrópolis: DP et Alli, 2008______; SGARBI, Paulo. Estudos do cotidiano & Educação. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2008.
(Coleção Temas & Educação.)RICHARDS, Jack C.; RODGERS, Theodore S. Approaches and Methods in Language Teaching. Cambridge: Press
Syndicate of the University of Cambridge, 1986.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Licenciaturas


Outro
Licenciaturas
Curso: Outro
Título: O TRABALHO COM CLASSES DE ALFABETIZAÇÃO NA ESCOLA PÚBLICA EM TEMPOS DE PANDEMIA: DESAFIOS E DIREITO
À EDUCAÇÃO
Autor(es): Denise Teberga Mendanã; Cleusa Vieira da Costa; Edna Maria Querido de Oliveira Chamon
E-mail para contato denise_mend@hotmail.com IES: UNESA
Palavra(s) Chave(s): Alfabetização; Direito à educação; Pandemia.
RESUMO
O ano de 2020 foi de intensas transformações na sociedade, a qual se deparou com um contexto de isolamento social, provocado pela pandemia
do Coronavírus, o Covid-19. A educação, como outros setores da sociedade foi desafiada a mudar/transformar. A necessidade do isolamento
social repentino colocou os professores em uma situação nova e com a necessidade de reinventar as práticas docentes. Dessa forma, os
professores precisaram criar aparatos para que as atividades cotidianas chegassem aos alunos durante o período da pandemia. O presente
estudo apresenta uma discussão sobre o trabalho remoto desenvolvido em duas classes de alfabetização em uma escola pública do interior de
São Paulo. O estudo foi motivado por questões presentes no espaço escolar, a partir da dada situação, tais como: Como alcançar todos os alunos
para minimizar os efeitos da exclusão e dar continuidade ao aprendizado? Como estabelecer parcerias com as famílias? Como chegar
principalmente àqueles, com acesso limitado à internet? Essas questões permearam a prática docente e foram primordiais no processo de
reorganização pedagógica e reflexão da realidade vivenciada. Quanto aos aspectos metodológicos o estudo trata-se de um relato de experiência
sobre o trabalho desenvolvido nas salas de alfabetização para dar continuidade às atividades pedagógicas durante o período de isolamento social,
além de refletir sobre as condições de acesso dos alunos às atividades propostas. Os dados deste estudo, resultaram da coleta de informações e
impressões dos pais referentes ao andamento do trabalho, após quatro meses de atividades remotas, com o intuito de realizar ajustes
necessários. Para tanto aplicou-se um formulário com questões abertas e fechadas. O formulário foi elaborado na plataforma Google Forms e
disponibilizado aos pais na página inicial do site, criado pela professora, além de ser disponibilizado no aplicativo WhatsApp. As respostas do
formulário foram por livre adesão. Os dados coletados foram analisados por meio da Análise de Conteúdo, proposta por Bardin (2016) no que
tange aos resultados qualitativos. Os dados sociodemográficos foram tabulados pelo Google Forms. Ressalta-se que o trabalho remoto iniciou
após determinação do Governo para o cumprimento dos dias letivos com atividades não presenciais, assim foram adotadas estratégias para
atendimento das classes de alfabetização. Deste modo, foram tomadas as medidas, descritas a seguir, com a intenção de atender todos os alunos
e dar continuidade ao processo ensino-aprendizagem. Inicialmente foi feito contato com os responsáveis pelos alunos via aplicativo WhatsApp.
Em seguida entregou-se o material do aluno, contendo livros didáticos e cadernos de atividades complementares. Foi criado um site, pela
professora, em que foi disponibilizado o conteúdo a ser trabalhado como roteiros de estudos, gabaritos, videoaulas e material complementar. Os
roteiros se referiam às atividades do livro didático, ao qual os alunos tinham acesso. Além disso, com a intenção de atender a todos,
principalmente àqueles que não tinham acesso à internet, foi disponibilizado aos pais o mesmo roteiro impresso. Também foi oferecido interação
síncrona, ou seja, ao vivo, por meio de aplicativo de videoconferência. Após um período determinado, os pais foram convidados a emitir
pareceres sobre o trabalho. Destes pareceres foi possível constatar que de um total de 54 pais e/ou responsáveis obteve-se 43 respostas. Isso
totalizou 79% de adesão. Dos dados obtidos, identificou-se que 76,7% usa wi-fi próprio, 16, 3% utilizam pacote de dados do celular e 7% utilizam
a rede da empresa em que trabalha. Um total de 69,8% dos respondentes não possui impressora em casa, o dificultou a reprodução das
atividades que os alunos realizariam. Cerca de 76,7%, utilizaram o site ou assistem as videoaulas pelo celular ou tablet. Em relação ao uso do site,
46,5 % utilizam com frequência, 44,2% utilizam com pouca frequência e 9,3% não utilizam. Em relação às videoaulas, a maioria dos pais
relataram acompanhá-las e destacaram que estas contribuíram no aprendizado das crianças. Alguns pais salientaram, no entanto, que as aulas
gravadas não substituem as aulas presenciais. Mesmo em um contexto diferenciado, em que a emergência do uso da tecnologia é acentuada por
conta da circunstância de isolamento, as interações presenciais entre as crianças foram apontadas como um fator importante para a
aprendizagem. Em relação ao processo de interação foi possível constar, que os pais e/ou responsáveis, de diferentes maneiras, apontaram que
a comunicação pelo aplicativo WhatsApp aproximou a escola/professores e os alunos, uma vez que o processo de comunicação ocorria de forma
horizontal. A criação do site, pela educadora, se constituiu em uma ferramenta de apoio às famílias. As videoaulas específicas para a realização
dos roteiros no livro didático e para realização das atividades complementares serviram de apoio direto aos alunos. Possibilitou às crianças maior
autonomia para a sua realização, visto que são alunos do 1º ano do Ensino Fundamental e, encontram-se em processo de alfabetização,
necessitando assim, do apoio dos adultos e, sobretudo, do acompanhamento do professor em um momento crucial da escolarização, uma vez
que falta autonomia para ler as comandas e realizar as tarefas. Diante deste cenário constatou-se que o profissional da educação precisou se (re)
inventar, para dar conta de uma demanda diferenciada. Lidar com as tecnologias nunca utilizadas, criar um vínculo maior com os pais para sanar
as dúvidas dos alunos eram algumas das tarefas urgentes. Além de buscar formas para amenizar as desigualdades que assolam os alunos do
ensino público. Os resultados apresentados deflagraram as fragilidades do trabalho desenvolvido nesse contexto, uma vez que a maior parte das
famílias acessou às aulas com baixa frequência ou nem acessou. O momento vivido destacou, ainda mais as desigualdades entre os alunos das
escolas públicas e os alunos dos sistemas privados. As atividades síncronas tiveram baixa adesão, tanto pela dificuldade no acesso, pois os alunos
necessitam do acompanhamento de um adulto responsável, quanto pela falta dos recursos como internet e aparelhos adequados que
comportassem os aplicativos de videoconferência. As aulas online, de forma remota, além de prejudicadas pela falta de acesso à internet,
também esbarraram em dificuldades como acesso à rede, computador, impressora. A maioria dos responsáveis só tinham acesso as atividades
por meio de celular com pacotes limitados de uso de dados. Muitos destes, com mais de um filho, dispunham somente de um aparelho. Essas
ações, embora cruciais para a continuidade das aulas, escancararam a desigualdade latente. Esse abismo social é revelador, provoca o
afastamento de grupos menos favorecidos do sistema educacional, impedindo os alunos da garantia do direito a educação, assegurado por lei. A
impossibilidade de estar na escola, ou de ter acesso ao conhecimento de forma remota, reforça a desigualdade ampliando ainda mais o fosso
social. Sem dúvida a criação do site, as medidas diferenciadas de ensino e a oferta das videoaulas foram significativas, mas não sem restrições.
Assim, além dos professores terem que se (re)inventar viveram mais uma vez a desequilíbrio de meios para suprir as necessidades mínimas dos
alunos. Diante desse contexto este estudo revela a não garantia do direito à educação em tempos de Pandemia. É certo que os alunos das
classes de alfabetização, que estão em um período fundamental da escolaridade para consolidar aprendizagens, apesar das estratégias criadas
pelo professor, foram prejudicados. O direito a educação com equidade foi suprimido, evidenciando a disparidade social.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Licenciaturas


Outro
Licenciaturas
Curso: Outro
Título: A CONSTRUÇÃO DE MATERIAIS ESPECIALIZADOS UTILIZADOS NO COTIDIANO DE ALUNOS COM BAIXA VISÃO NOS
ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL I DO INSTITUTO BENJAMIN CONSTANT
Autor(es): Inês Barbosa de Oliveira ; Eliana Leite Assis Figueiredo
E-mail para contato elianalaf@hotmail.com IES: UNESA
Palavra(s) Chave(s): Educação; Educação Especial; Baixa Visão
RESUMO
O desenvolvimento da medicina tem feito com que o estudante com deficiência visual não seja representado apenas pelo grupo dos indivíduos
cegos, mas por pessoas que transitam entre o mundo da cegueira e o mundo da visão normal. Este grupo representa um total de 6.056.654
pessoas, em uma totalidade de 6.5 milhões de indivíduos com deficiência visual no Brasil, segundo o último censo demográfico realizado pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2010). A baixa visão, enquanto conceito, surgiu após a Segunda Guerra Mundial com o
desenvolvimento da reabilitação. Da mesma forma que era preciso reabilitar o soldado que retornava com deficiência física, após a guerra, era
necessário também reabilitar as funções visuais, dando-lhe, através de recursos específicos, a oportunidade de voltar a ter condições de leitura e
escrita por meio do sentido da visão. Mais tarde, a atenção foi voltada para as escolas, nas quais chegavam alunos que tinham nascido com baixa
visão e podiam também ser beneficiados pelo mesmo princípio, conforme nos aponta BROWN (2007). Os recursos utilizados para auxiliar e
favorecer o uso da visão preservada, ou seja, da baixa visão são tecnologias assistivas. Estas tecnologias podem ser ópticas, não-ópticas e
eletrônicas. As primeiras, são auxílios especiais que contam com o uso de lentes e são prescritos pelo oftalmologista especializado. Podem ser
lupas manuais e de apoio, óculos especiais e outros instrumentos montados com o uso de tais lentes; os recursos não-ópticos são as ampliações,
o favorecimento de contrastes, o realce de formas e contornos, a iluminação, a acomodação ao brilho e à cor, o uso de suporte postural de
leitura e outros, geralmente elaborados por professores na educação especializada. Por fim, os recursos tecnológicos, são os que utilizam
tecnologia eletrônica e computacional. As pessoas nascem com estruturas que interagem com o meio e gradativamente se constituem em ação,
conforme elabora SAMPAIO; HADDAD; COSTA FILHO e SIAULYS, (2010). Durante o período de desenvolvimento das funções visuais,
aproximadamente até os sete anos de idade, de acordo com os autores, a criança é levada a buscar o seu crescimento integral. Uma criança com
baixa visão precisa aprender a desenvolver, com eficiência, o seu sentido visual, aprender a enxergar, com o objetivo de ter condições de adquirir
o máximo de autonomia possível e atingir a fase adulta de forma satisfatória. Percebe-se, aqui, que as experiências por que passa a pessoa com
baixa visão, são de crucial importância para seu aprendizado, ou seja, para que entenda e utilize as funcionalidades de sua visão preservada. A
criança com deficiência passa, provavelmente, durante sua vida, por diferentes momentos de inclusão, sendo a familiar a primeira. Com o passar
do tempo, único para a trajetória de cada núcleo familiar, a pessoa com deficiência visual vai conquistando seu espaço, incluindo-se em seu meio
social, levando consigo as redes de relações construídas, as marcas de todo este processo, as lutas, os desafios e as conquistas familiares, capazes
de influenciar drasticamente em seu desenvolvimento. Ao chegar ao espaço escolar, o estudante deverá ter a oportunidade de desenvolver-se
de forma integral. As pessoas com deficiência devem ter suas necessidades educacionais supridas no sistema educacional. Neste contexto,
focaliza-se, nesta pesquisa, o ambiente da escola especializada do Instituto Benjamin Constant - IBC, Centro de Referência Nacional na área da
deficiência visual, ligado diretamente ao Ministério da Educação, no Rio de Janeiro, no bairro da Urca, com especial atenção à coordenação de
baixa visão. Essa instituição foi e continua sendo, anualmente, a porta de entrada de muitas famílias com crianças com deficiência visual, no
universo escolar. Na coordenação de baixa visão, além do acompanhamento oftalmológico especializado, o estudante, seus professores e
familiares são orientados por professor especializado nas questões relacionadas ao uso de sua visão preservada e também na utilização dos
recursos específicos para pessoas com baixa visão, favorecendo seu desempenho na sala de aula e nas atividades diárias. Cabe ressaltar que
existem materiais especializados que são produzidos, no IBC, para dois públicos distintos: estudantes cegos ou com baixa visão. No primeiro caso,
os materiais existentes vão desde pequenas estruturas concretas que permitem a visualização, por meio do tato, de imagens, figuras, gráficos e
outros que fazem parte do universo da educação, conhecidos no IBC como materiais grafotáteis, até livros e apostilas em braille. A produção em
áudio de livros, audiolivros, também está presente, caracterizando-se como um recurso importante. Para os com baixa visão, existe a produção
de materiais que valorizam as letras em formato ampliado, cadernos diferenciados com pautas mais grossas e separadas e reprodução de
material gráfico do universo escolar com cores e contornos realçados, que facilitem a visualização, além do tamanho ampliado. Todas estas
tecnologias assistivas estão presentes no cotidiano do IBC, muitas, inclusive, difundidas e utilizadas em todo o Brasil. O cotidiano desta realidade
despertou questionamentos como: os alunos com baixa visão são atendidos em suas necessidades? Como os professores podem produzir e
utilizar materiais especializados e de fácil acesso, como livros táteis, mapas e gravuras ampliadas e com cores de alto contraste, maquetes táteis e
com contornos e cores realçadas e réplicas em miniatura e em tamanho ampliado, por exemplo, que favoreçam o desenvolvimento visual de
alunos com baixa visão durante seu desenvolvimento visual? Um dos primeiros locais onde tais fatores devem ser observados é na escola. Para
que este processo ocorra, as atividades escolares devem desafiar o potencial integral de seus estudantes com baixa visão a fim deles aprenderem
a utilizar a sua visão preservada. A observação dos traços mais simples dos desenhos, como também das descobertas dos traços e detalhes mais
complexos, assim como a observância de cores mais fortes e depois de contrastes mais tênues e outras formas e ainda, a aquisição do sistema de
leitura e escrita e de diferentes conceitos, concretos e abstratos, constituem-se como parte deste processo. É urgente que as crianças, ainda na
escola, aprendam a utilizar sua visão, a fim de também o fazerem fora da escola. A partir do problema apresentado, surge o questionamento:
de que forma a confecção de materiais didáticos especializados, de fácil confecção, para o aluno de baixa visão nos anos iniciais do Ensino
Fundamental I, possibilitará maior sucesso no processo de ensino-aprendizagem? Com dos pressupostos das pesquisas nos/dos/com os
cotidianos escolares (ALVES e GARCIA, 2008 e OLIVEIRA e ALVES, 2008), no chão da escola, vivenciando o cotidiano do IBC, em seus diversos
espaçostempos acredita-se conseguir contribuir para a tessitura do conhecimento em rede já existente, rompendo os limites da literatura
especializada e buscando compreender, retratar e assim favorecer o estudante com baixa visão no cotidiano da escola, tendo como orientação os
questionamentos levantados. Cabe ressaltar que, até o momento, foram encontradas pesquisas que demonstram o uso de materiais
especializados com alunos com baixa visão, as quais têm a finalidade de construir determinado material a ser utilizado em aulas de geografia,
ciências, matemática e outras, sem a preocupação com os questionamentos que norteiam este estudo. Aqui tem-se a pretensão de contribuir
para a rede de conhecimentos estabelecida para que fique evidente a necessidade de investimento em atividades que valorizem o aprendizado
do uso da visão preservada, levando em consideração as experiências e oportunidades do estudante em todo o processo escolar, ampliando-se as
possibilidades do cotidiano vivenciado no próprio IBC, Serão realizadas três vivências com oito alunos com baixa visão dos anos iniciais do Ensino
Fundamental I do IBC. Elas vão priorizar o uso da visão preservada em três momentos: em atividades no plano tridimensional, por meio do auxílio

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Licenciaturas


Outro
de miniaturas; no plano bidimensional, utilizando-se gravuras e por último, por meio da constituição do imaginário, quando o estudante fará um
desenho a partir de uma motivação inicial. Esta interação, a partir da coordenação de baixa visão, vai permitir a interlocução com aluno, médico,
família, professores e equipe de apoio escolar, em uma perspectiva privilegiada, do Centro de Referência Nacional que se constituiu o IBC. Com
base no cotidiano vivenciado, durante a pesquisa, acredita-se que a mesma vai contribuir para a formação docente, para o atendimento
especializado ao aluno com baixa visão e para o entendimento, das famílias e da sociedade, das peculiaridades inerentes à baixa visão,
incrementando e desenvolvendo a tessitura da rede de conhecimentos já existente.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Licenciaturas


Outro
Licenciaturas
Curso: Outro
Título: A EVASÃO ESCOLAR NOS CURSOS TÉCNICOS PROFISSIONALIZANTES INTEGRADOS AO ENSINO MÉDIO
Autor(es): Roselaine Gusson Mendes; Edna Maria Querido de Oliveira Chamon
E-mail para contato roselaine.mendes@ifto.edu.br IES: UNITAU
Palavra(s) Chave(s): Evasão; Ensino Médio; Cursos Integrados; Políticas Públicas.
RESUMO
O problema da evasão escolar é conceituado como a interrupção do ciclo escolar, seja por desistência, trancamento temporário ou abandono.
Essa interrupção pode ocasionar tantos prejuízos econômicos, quanto sociais e humanos. Regularmente presente nas Instituições de Ensino nos
diferentes níveis de educação escolar Básica (educação infantil, ensino fundamental e ensino médio) e Superior. Com respeito ao ensino médio,
sabe-se que ele tem uma duração de três anos e seus principais objetivos são a consolidação e o aprofundamentos dos conhecimentos do ensino
fundamental, a base para o trabalho, a cidadania, a formação e a preparação da autonomia, e a construção do senso crítico, intelectual do
educando. O objetivo da pesquisa é o estudo da evasão no ensino médio integrado. Serão coletados dados sobre evasão escolar na instituição de
ensino estudada, especificamente no Ensino Médio Integrado, nos Curso Técnico em Informática e Técnico em Agropecuária. Ao estudar o
processo de inclusão social dos jovens na educação pública devemos levar em conta o apenas o acesso à educação como também a permanência
do alunado na instituição, daí a importância dos investimentos, na forma de bolsas (permanência, alimentação, moradia entre outras), que
garantem ao aluno condições de chegar à conclusão de seu ciclo formativo. A metodologia desenvolvida é baseada em dados coletados sobre a
evasão na instituição num estudo quantiqualitativo, visando diagnosticar e compreender as causas deste problema na Instituição, tanto por meio
dos índices numéricos do abandono estudantil quanto a partir do significado atribuído pelos sujeitos envolvidos no processo educacional. Para
tal, o trabalho será realizado em quatro fases distintas. A primeira fase do estudo, que é aqui apresentada, consiste de uma pesquisa documental
e ocorre por intermédio de coleta de dados de Informações da Educação Profissional e Tecnológica, com o intuito de levantar informações sobre
a taxa de evasão nos cursos técnicos integrado ao ensino médio. Na segunda fase do estudo, ocorrerá a aplicação de um questionário
estruturado, constando perguntas com a finalidade de identificar as causas da evasão estudantil. Na terceira fase da pesquisa será realizado um
levantamento das opiniões dos servidores em geral. Para tanto, um questionário deverá ser respondido por professores e técnicos de apoio, com
intuito de compreendermos sua percepção sobre os fatores responsáveis pela evasão. Simultaneamente, alunos evadidos cujas matrículas foram
realizadas entre os anos de 2017 e 2020 responderão a um questionário com o mesmo objetivo dos demais, buscando o estabelecimento das
causas reais do abandono dos estudos. Os participantes desta etapa serão escolhidos baseando-se no critério de acessibilidade e aceitação em
contribuir com a pesquisa. A quarta fase da investigação se destinará às análises conjuntas sobre o que foi levantado. Os dados coletados para
estabelecer o diagnóstico da situação real que se apresenta na instituição serão tratados estatisticamente. Em se tratando de um estudo em
andamento, as variáveis a serem estudadas (políticas públicas/investimentos), serão correlacionadas estatisticamente com os dados de evasão,
avaliando a interdependência com as bolsas de permanência, alimentação, moradia e rendimentos educacionais. Os dados coletados na primeira
etapa sobre a taxa de evasão nos cursos Técnicos Integrado ao Ensino Médio (agropecuária e Informática) ano base de referência 2017 (dados
coletados em 2018), em nível nacional, apontavam uma evasão de 12,7%. Já na região Norte essa evasão estava em torno de 11,8% e,
especificamente, na Instituição em análise e no Campus estudado estava em torno de 16,6%. No ano base de referência 2018 (dados coletado em
2019), a nível nacional, a evasão estava em torno de 10,9%, na região Norte era de 11,6%, na Instituição em análise no geral em torno de 15, 8%
e no Campus específico em estudo, 22,9%. Finalmente, no ano base de referência 2019 (dados coletados em 2020), a nível nacional, estava em
torno de 10,4%, na região Norte em torno de 13,3%, na Instituição em análise era de 11,6% e no Campus em estudo, 7,3%. De acordo com os
dados coletados, cada aluno custa para os cofres públicos em torno de R$ 13.000,00 ao ano, que é o gasto corrente por matrícula. Conclui se que,
no último ano (2019) houve redução significativa da evasão em relação aos períodos anteriores: 2017-2018 uma redução 6,3% e 2018-2019 uma
redução de 15,6%.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Licenciaturas


Outro
Licenciaturas
Curso: Outro
Título: A UTILIZAÇÃO DA ESCALA TOULOUSAINE DE ESTRESSE E A ESCALA TOULOUSAINE DE COPING: UM ESTUDO
COMPARATIVO ENTRE OS PROFESSORES
Autor(es): Marcelo dos Santos Feitosa; Edna Maria Querido de Oliveira Chamon
E-mail para contato marcelofeitosa.santos@gmail.com IES: UNITAU
Palavra(s) Chave(s): Estresse; Professores; Classificação; Escala Toulousaine de Estresse; Escala Toulousaine de Coping.
RESUMO
O estresse é uma realidade inevitável diante da complexidade da vida humana e do momento pandêmico no qual estamos vivendo. Deve-se
considerar o estresse como uma ocorrência fisiológica normal e como uma ocorrência global, tanto do ponto de vista físico quanto do ponto de
vista emocional. O presente estudo tem como objetivo identificar e comparar os níveis de estresse global dos professores e as estratégias de
enfrentamento utilizadas pelos mesmos. Trata-se de uma pesquisa quantitativa de natureza descritiva. As escalas foram desenvolvidas na França
e permitem a comparação de dados com várias pesquisas desenvolvidas no Brasil e no exterior. A Escala Toulousaine de Estresse é utilizada para
avaliar o nível de estresse do indivíduo ou de grupos de indivíduos. A escala é composta por trinta questões distribuídas ao longo da escala, de
forma alternada e mostra a classificação do nível de estresse, que considera a categoria global do estresse, por meio da soma dos índices das
quatro dimensões – física, psicológica, psicofisiológica e de temporalidade. A Escala Toulousaine de Coping considera as quatro estratégias
isoladamente – controle, apoio social, isolamento e recusa, e não possui um índice global de enfrentamento, pois as estratégias podem ser
positivas ou negativas, sendo compostas por cinquenta e quatro questões. O enfrentamento pode ser positivo relacionado aos aspectos
cognitivos do apoio social e por meio do controle pela ação (focalização ativa). O enfrentamento negativo implica na articulação entre fuga e
isolamento. Essa estrutura se organiza em torno da negação, da recusa mental, e da dificuldade de gerir suas próprias emoções. A técnica
utilizada para a coleta de dados foi a revisão bibliográfica e levantamento. Como critérios de inclusão foram utilizadas dissertações disponíveis
em português, on-line, com recorte temporal do ano de 2009 a 2020, que utilizaram as Escalas: Toulousaine de Estresse e Toulousaine de Coping.
Os critérios de exclusão foram dissertações, que fogem da temática do estudo e do recorte temporal. As bases de dados para a busca das
dissertações foram o repositório institucional e a biblioteca on-line da Universidade de Taubaté – UNITAU, pois tem publicado trabalhos com o
uso das escalas nas seguintes categorias profissionais: enfermeiros, bancários, funcionários públicos, professores do ensino superior e educação
básica, de hospitais, do setor sócio produtivo e do setor de serviços. A coleta dos dados ocorreu no mês de abril de 2021, por meio de uma pré-
seleção e a partir da leitura das dissertações, chegando-se a uma amostra final de três dissertações no que tange professores. Observou-se que as
publicações ocorreram nos anos de 2009, 2010 e 2017. No que diz respeito ao desenho metodológico, identificou-se que as três dissertações
utilizaram como método a pesquisa do tipo exploratória, descritiva com abordagem quantitativa. Ao analisarmos as dissertações, percebemos
que evidenciaram um nível de estresse global acima de 30,0%, o maior índice no valor de 72,5%. Observamos na dissertação realizada no ano de
2017, com o objetivo de caracterizar como se manifesta o estresse e as estratégias de enfrentamento de docentes de uma rede municipal de
ensino de uma cidade do Vale do Paraíba paulista, participaram 555 docentes (profissionais da Educação Infantil e Básica do Ensino
Fundamental), obtiveram um nível de estresse global de 72,5%, nesse contexto, 25,0% dos docentes apresentaram sintomas de estresse físico,
que podem dificultar o docente no exercício no profissional e, consequentemente provocar absenteísmo. Evidenciou-se também, quanto ao
tempo de profissão, que os professores que se encontram na faixa de 10 a 20 anos são os que apresentam maiores índices de estresse e também
o uso de estratégias de enfrentamento positivas. Quanto às estratégias de enfrentamento utilizadas pelos docentes, 59,0% procuram manter o
controle da situação, 36,1% buscam auxílio e conselhos de terceiros (apoio social), 31,4% apresentam estratégias negativas de isolamento e
41,9% de recusa, nas quais os sujeitos tendem a ignorar as situações. Resultados diferentes foram encontrados no estudo realizado com 312
professores do ensino fundamental na cidade de Taubaté/SP, no ano de 2009, concluiu-se que 31,7% dos pesquisados apresentam um nível de
estresse global acima da média da população brasileira, e manifestações de estresse em maior ou menor grau, ainda nessa pesquisa. No que se
refere aos sintomas físicos, evidenciou-se que 25,1% dos professores apresentaram sintomas de estresse físico, fato este, que corrobora para o
alto índice de absenteísmo supracitado na pesquisa anterior. Quanto às estratégias de enfrentamento verificou-se que a maioria dos sujeitos
utiliza como estratégia de enfrentamento o controle (31,4%) e a recusa (62,1%). Dados semelhantes encontrados na pesquisa realizada em
escolas públicas na cidade de Belém, Estado do Pará, no ano de 2010, com 193 gestores de escolas públicas, com o objetivo de identificar o
estresse, suas manifestações e as estratégias de enfrentamento utilizadas pelos gestores de escolas, estabelecendo comparação com a média da
população brasileira, o resultado obtido para a amostra pesquisada foi uma média de 71,8, ou seja, inferior à média nacional de 77,3, no entanto,
há que se destacar que 42,5% dos indivíduos apresentaram nível de estresse global acima da média. Ainda nessa pesquisa, constatou-se que a
recusa e o isolamento foram as estratégias de enfrentamentos mais utilizadas. Cabe salientar, que as estratégias de enfrentamento colaboram
para a superação das situações geradoras de estresse, pois as estratégias negativas têm tendência a aumentar o estresse e as estratégias positivas
estimulam o gerenciamento das emoções e do comportamento. Concluímos que os resultados apontam a predominância do estresse global,
físico e psicológico, entende-se que há necessidade de desenvolvimento de outras pesquisas corroborando com o tema em questão. A pesquisa
mostrou a importância da Escala de Toulousaine de Estresse e de Toulousaine de Coping, que possibilitam identificar posições permanentes ou
habituais, a respeito de situações percebidas como estressantes, contemplando os fenômenos avaliados.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Licenciaturas


Outro
Licenciaturas
Curso: Outro
Título: CURRÍCULO FORMAL E PRATICADO NO CURSO DE HISTÓRIA DA FACULDADE DE FILOSOFIA SANTA DOROTÉIA.
Autor(es): Aline Nunes Ferreirinha de Souza; Inês Barbosa de Oliveira
E-mail para contato nineferreirinha@bol.com.br IES: UNESA
Palavra(s) Chave(s): Currículo; FFSD; Formação docente; Políticas educacionais.
RESUMO
Esta pesquisa pretende apresentar as alterações curriculares efetuadas no curso de licenciatura em História da Faculdade de Filosofia Santa
Dorotéia (FFSD), entre os anos de 2001-2014, relacionando estas modificações com as políticas educacionais do período e os principais
documentos legais referentes à área do currículo e da formação docente, vigentes em nosso país, no período temporal em análise. Também
pretendemos perceber como os currículos praticadospensados pelos ex-docentes da FFSD dialogavam com o currículo formal num movimento de
tessitura em rede. A FFSD foi uma instituição educacional privada de nível superior dedicada às licenciaturas, ou seja, a formação de professores e
professoras em nível superior. Ela situava-se na cidade de Nova Friburgo-RJ na região serrana do estado do Rio de Janeiro e iniciou seus trabalhos
como instituição autônoma e com este nome no ano de 1965. Lamentavelmente, encerrou suas atividades educacionais, por uma série de fatores
que não serão aqui discutidos no ano de 2014. Os principais objetivos desta tese em andamento são: tecer conexões entre os currículos formal e
praticado no curso de licenciatura em História da Faculdade de Filosofia Santa Dorotéia entre os anos de 2001 e 2014, demonstrar as
alterações/mudanças no currículo formal do curso de licenciatura em História da FFSD, ao longo do século XXI, relacionando-as com as políticas
educacionais brasileiras e com os documentos legais referentes à área do currículo e da formação docente, vigentes em nosso país, identificar
como o currículo da licenciatura em História era praticadopensado por ex-docentes da FFSD nas suas práticas cotidianas, apresentar a relevância
da Santa Dorotéia para a formação em nível superior de professores e professoras da cidade de Nova Friburgo-RJ e seu entorno. A FFSD teve uma
relevante contribuição em relação à formação docente em nível de licenciatura para a cidade de Nova Friburgo e municípios em seu entorno,
como: Cordeiro, Cantagalo, Bom Jardim, Duas Barras, dentre outros. Até o ano de 2008, mais de 400 professores e professoras de História, se
formaram na Santa Dorotéia representando um considerável contingente de formando por se tratar de uma instituição de nível superior isolada e
localizada no interior do estado do Rio de Janeiro. Somando-se ao que já foi exposto, é pretendido ainda demonstrar quais motivos/fatores
conduziram a Santa Dorotéia a fazer três alterações curriculares na licenciatura em História nos anos de 2001, 2006 e 2009, ao longo do século
XXI. Relacionando estas alterações ao contexto histórico-educacional brasileiro e à legislação norteadora dos campos do currículo e da formação
docente, no país. Para tal, entende-se que seja necessário o uso de diversificadas fontes, o que contribui para o enriquecimento deste trabalho
de pesquisa que tem como fontes de destaque: as documentais e bibliográficas e o uso de narrativas captadas através de entrevistas com ex-
docentes que foram praticantespensantes dos currículos em foco e também com a última ex-diretora da Santa Dorotéia que esteve à frente desta
faculdade por mais de 20 anos. As narrativas destes professores e professoras nos darão pistas acerca de suas práticas cotidianas expressas nos
currículos praticadospensados que ultrapassam os limites do currículo formal. Desta forma, estabeleceremos uma interlocução entre as fontes
oral e escrita, perpassando o currículo formal e os currículos praticados no cotidiano. É importante frisar que a amplitude de fontes de pesquisa é
uma das principais características dos estudos nos/dos/com os cotidianos, norteador teórico-epistemológico-metodológico desta pesquisa
qualitativa em andamento. Nos estudos nos/dos/com os cotidianos considera-se como relevante fonte de pesquisa as narrativas dos sujeitos e os
acontecimentos cotidianos, para além das referências teóricas e documentais, diferindo das práticas acadêmicas hegemônicas em relação às
pesquisas desenvolvidas no campo da Educação, do currículo e da formação docente. Vale ressaltar que o desenvolvimento da presente pesquisa
tem como base os estudos do cotidiano dialogando com autores como: Michel de Certeau, Boaventura de Sousa Santos, Nilda Alves, Inês Barbosa
de Oliveira (2003, 2007, 2012), dentre outros. A análise e a comparação das três últimas mudanças curriculares do curso de licenciatura em
História da FFSD deixaram evidente que as alterações efetuadas foram em alguma medida influenciadas e impactada por documentos legais
ligados às políticas educacionais nacionais, tanto em termos gerais quanto específicos da disciplina História. Nos ajustes curriculares efetuados
no ano de 2001 ficou marcante a influência do Parecer CNE/CES nº 492/2001, que estabeleceu as Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de
História com regras específicas para as licenciaturas em História e a Resolução CNE/CP nº 2/2002 que estabeleceu a obrigatoriedade de 400h de
prática de ensino como componente curricular ao longo de toda a licenciatura, o que resultou na inclusão da disciplina de Prática de Ensino do
primeiro ao último período do curso de licenciatura em História a partir do ano de 2001. Já as mudanças do currículo que se tornou vigente no
ano de 2006 demonstraram a influência da lei 10.639/03 que trata da obrigatoriedade do ensino de história e cultura afro-brasileira e africana, lei
esta que posteriormente foi modificada pela lei 11.645/08, incluindo também a questão indígena no currículo oficial de forma obrigatória, o que
levou a Santa Dorotéia a incluir a disciplina de História da África na grade curricular desde a alteração de 2006. Ademais verificou-se uma
considerável redução na carga horária total do curso, o que afetou diretamente as disciplinas do chamado ciclo básico como Antropologia,
Sociologia, Filosofia, dentre outras que foram reduzidas. O último currículo vigente no curso de História da FFSD foi alterado no ano de 2009 e
teve como destaque a inclusão da disciplina de Libras, o que mostra a adequação ao decreto 5.626/05, que tornou obrigatório o ensino de Libras
nos cursos de formação de professores. Além de mais uma redução na carga horária do curso sem ferir a carga horária mínima exigida na
legislação nacional para o curso em questão. A avaliação das mudanças/alterações postas em prática pela Faculdade de Filosofia Santa Dorotéia
no curso de licenciatura em História durante o século XXI, nos anos de 2001, 2006 e 2009 deixam evidente a preocupação desta instituição
educacional em adequar-se às exigências legais brasileiras voltadas para a área da Educação e específicas da História e também indicam que as
reduções de carga horária do curso foram motivadas pela tentativa de um ajuste financeiro da FFSD. As afirmações anteriores em relação ao
currículo formal do curso de História da Faculdade Santa Dorotéia são parte dos resultados parciais deste trabalho de pesquisa ainda em
andamento. As entrevistas com os ex-professores da instituição educacional em tela, ainda serão feitas e devem apresentar a partir de seus
relatos como se dava a relação entre o currículo formal e suas práticas docentes cotidianas, ampliando assim os resultados da presente pesquisa.
De acordo com o que já foi explicitado, fica evidente que este estudo envolve os campos da Educação e da História, dando ênfase aos estudos de
currículo, a formação docente na licenciatura em História e sua interface com as políticas educacionais nacionais, com destaque para o período
entre os anos de 2001-2014, perpassando parte da história e trajetória da Faculdade de Filosofia Santa Dorotéia, o que demonstra sua relevância.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Licenciaturas


Outro
Licenciaturas
Curso: Outro
Título: DIREITO À EDUCAÇÃO E AÇÕES AFIRMATIVAS NO ENSINO SUPERIOR: UMA METAPESQUISA SOBRE O PROUNI E A
RESERVA DE VAGAS EM IES PÚBLICAS
Autor(es): Laélia Portela Moreira
E-mail para contato moreira.laelia@gmail.com IES: UNESA
Palavra(s) Chave(s): Lei de Cotas; direito à educação; Prouni; Inclusão
RESUMO
Em duas pesquisas realizadas no âmbito dos editais pesquisa produtividade da Universidade Estácio de Sá, de 2019 e 2020, o tema das ações
afirmativas foi eleito como foco principal de análise. Em sua face privada, por meio da análise de teses defendidas sobre o Programa Universidade
para Todos (Prouni) em programas de pós-graduação da área da Educação no período de 10 anos; na face pública, por meio de pesquisa similar,
que focalizou, as ações afirmativas no ensino superior público, também por meio da análise de teses sobre o assunto, na mesma área de
conhecimento e no mesmo lapso temporal. Em ambos os casos, a discussão de fundo que transparece no conjunto dos trabalhos é a da
democratização do ensino superior brasileiro, historicamente marcado pelo dualismo estrutural, visto que até recentemente era destinado quase
exclusivamente à elite de egressos do Ensino Médio privado, deixando de fora estudantes de escolas públicas que poucas chances tinham de
acesso ao nível universitário. Um pouco mais de uma década e meia depois das primeiras experiências, é possível afirmar que, de uma maneira
geral, os campi universitários apresentam, hoje, um panorama mais diversificado, plural e heterogêneo, com grande representação de estudantes
negros e procedentes de escolas públicas, muitas vezes os primeiros da família a terem acesso à educação superior. Muito se tem escrito sobre o
assunto e, não obstante o reconhecimento de que o crescimento do acesso ao ensino superior, no geral, é positivo, algumas questões merecem
uma investigação mais sistemática, que possibilite a obtenção de respostas a determinadas questões, principalmente no que se refere ao efetivo
exercício do direito à educação por parte dos bolsistas do Prouni, por um lado, e dos cotistas de Instituições de Ensino Superior (IES) públicas, por
outro. A pesquisa tem como objetivo sistematizar e analisar crítica e comparativamente a produção acadêmica, em teses da área da Educação,
sobre o Prouni e sobre as cotas em IES públicas, produzidas no período de 10 anos, revelando os principais pontos de contato e as diferenças
assinaladas na avaliação feita pelos autores das teses sobre as duas políticas, considerando que ambas visam à democratização da educação por
meio da inclusão de estudantes desfavorecidos nesse nível de ensino. Trata-se de estudo documental, de caráter qualitativo, embora amparado
em dados quantitativos gerais sobre os dois conjuntos de teses já selecionados. O corpus é composto por 23 teses sobre Prouni e 32 sobre cotas.
O estudo pode ser classificado como uma metapesquisa, entendida como “pesquisa sobre pesquisas”, procedimento de investigação ainda
recente e sobre o qual ainda há pouca literatura em Língua Portuguesa. Segundo Mainardes (2018), a metapesquisa é distinta dos estudos
denominados estado do conhecimento e da revisão de literatura, pois tem como objetivo analisar um conjunto de pesquisas, com o objetivo de
contribuir para o desenvolvimento teórico de um campo, área ou disciplina. A pesquisa está em andamento. O trabalho de leitura e registro de
dados já foi iniciado a partir da leitura dos resumos, sumários e introduções dos dois conjuntos de teses com a finalidade de identificar aquelas
que tratam de modo explícito e direto do direito à educação, tendo como norteadoras as seguintes questões a serem respondidas nessa fase
inicial: (a) que aspectos do direito à educação são tratados nas 23 teses sobre o Prouni e nas 32 que tratam das cotas? (b) Que pontos de tensão,
lacunas e questões relacionadas ao direito à educação podem ser encontrados nessa produção? (c) Para além do acesso a Instituições de Ensino
Superior (IES), que iniciativas de democratização interna (DUBET, 2015) podem ser identificadas nos dois conjuntos de teses, tanto no que se
refere aos processos educacionais vivenciados pelos estudantes quanto às vantagens posicionais (valor dos diplomas) auferidas em razão da
educação recebida (MCCOWAN, 2011)? (d) Considerando a ampliação do acesso, já citada, que avaliação pode ser feita dessas políticas do ponto
de vista da inclusão acadêmica e social? (e) É possível afirmar que a democratização em curso contribui para o efetivo exercício do direito à
educação? Como achados incipientes, ainda, pode-se afirmar que é possível encontrar tanto pontos comuns quanto diferenças significativas,
decorrentes da própria natureza e destino das duas políticas. Em ambos os conjuntos de pesquisas, são tratados temas como acolhimento,
impacto da presença dos destinatários das políticas nas IES, evasão, desempenho, perfil dos bolsistas (do Prouni) e dos cotistas (em IES públicas),
estratégias de “sobrevivência” nas IES, criação de redes de socialização, entre outros subtemas. No entanto, diferenças significativas também são
encontradas, como, por exemplo a discussão presente apenas nas teses sobre as cotas sobre a relação raça e classe no processo de
implementação, além de outras discussões sobre cotas não raciais e inclusão de indígenas.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Licenciaturas


Outro
Licenciaturas
Curso: Outro
Título: A ACELERAÇÃO DE ESTUDOS DO PROJETO AUTONOMIA CARIOCA NA REDE DE ENSINO PÚBLICA MUNICIPAL DA
CIDADE DO RIO DE JANEIRO: A VISÃO OFICIAL SOBRE TRABALHO DOCENTE (2010- 2015)
Autor(es): Elaine Rodrigues de Ávila
E-mail para contato elainerjadvogada73@gmail.com IES: UNESA
Palavra(s) Chave(s): Aceleração de estudos; Projeto Autonomia Carioca; Nova Filantropia; Profissionalidade Docente
RESUMO
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) prevê no artigo 24, inciso V, alínea b, a aceleração de estudos, ao tratar sobre critérios para a
verificação do rendimento escolar de estudantes na Educação Básica. A aceleração de estudos é direcionada aos alunos e alunas em atraso
escolar, ou seja, aqueles que estão com idade acima do que é recomendado para determinada série do ensino fundamental ou ensino médio.
Legalmente, nas últimas duas décadas, essa possibilidade da LDB – prevista expressamente no Plano Nacional de Educação com vigência de 2001
até 2010 – vem sendo usada por estados e municípios brasileiros como modo de diminuir a evasão escolar, a taxa de repetência e a correção de
fluxo em suas redes públicas de ensino. Esse direcionamento estatal acontece em um contexto político-educacional brasileiro de novas relações
entro o público e o privado, que desde a década de 1990, traz conceitos gerenciais e as ideias de mercado para o contexto da produção das
políticas educacionais e o contexto da prática de escolas e universidades pelo país. Diante desse cenário, no ano de 2009, a Secretaria Municipal
de Educação da Cidade do Rio de Janeiro (SME/RJ), formulou um Programa de Reforço Escolar durante a administração do ex-prefeito Eduardo
Paes – que atualmente voltou a governar a cidade – composto de ações de recuperação paralela e acelerações de estudos. A rede pública de
ensino municipal do Rio de Janeiro, é considerada uma das maiores da América Latina e, segundo dados oficiais, possui atualmente, 1543 escolas,
aproximadamente de 600 mil alunos e 39 mil professores, divididos em onze Coordenadorias Regionais de Educação (CRE). De acordo com os
documentos oficiais da época, esse programa iria contribuir para um “salto de qualidade” – que observo ser em uma perspectiva mais numérica,
de víeis gerencial – na educação pública do município, elevando os índices qualificadores de rede, como o Índice de Desenvolvimento da
Educação Básica (IDEB). Uma das acelerações de estudos era para alunos em atraso escolar matriculados no segundo segmento do ensino
fundamental e foi chamada de Projeto Autonomia Carioca (PAC). Ele teve início no ano de 2010 e aconteceu a partir de uma parceria entre a
SME/RJ e a Fundação Roberto Marinho, trazendo a Metodologia Telessala como meio de corrigir o fluxo da rede e ajudar a aprendizagem dos
estudantes em atraso escolar desse segmento. Usando vídeos e materiais do Telecurso 2000, cada classe tinha um professor da rede, atuando
como “mediador pedagógico”. No seu trabalho, ele desenvolvia atividades conteudistas em todas as disciplinas, independentemente de sua
formação específica para o segundo segmento, atuando próximo de um perfil de docência polivalente, semelhante aos professores do primeiro
segmento. Essa parceria e a introdução das dinâmicas da Metodologia Telessala geraram efeitos no trabalho docente e nas suas relações com os
discentes, mesmo após a finalização da parceria SME/RJ e FRM no ano de 2015. Assim, em diálogo com os estudos de Stephen Ball, entendendo a
análise de uma política educacional a partir da observação dos discursos de diversos atores em seus contextos e de que é preciso compreender os
processos de tradução e interpretação na sua trajetória em uma rede de ensino, realizei um estudo qualitativo de doutorado, em uma
perspectiva epistemológica pluralista, o qual teve como objetivo principal analisar os efeitos para o trabalho docente da parceria público-privada
no PAC em um das CREs da SME/RJ. Nesse resumo, apresento um recorde desse estudo, destacando a visão sobre o trabalho docente na
aceleração de estudos do PAC de dois atores no contexto da produção: a SME/RJ e a FRM. Dialogando com os conceitos de Nova Filantropia, Edu-
Business e a Teoria de Atuação da Política discutido por Stephen Ball e reflexões sobre saberes e profissionalidade docente discutidos por Maurice
Tardif e Maria do Céu Roldão, exponho parte da análise documental, que considerou as orientações de André Cellard. Essa análise utilizou
informações de sites e portais oficiais, como da SME/RJ, FRM e Diário Oficial do Município e de documentos impressos distribuídos aos docentes
durante formações continuadas do PAC. Entre as conclusões e reflexões dessa parte da análise documental estão: 1) Entre outros pontos, a
SME/RJ relata a importância do trabalho docente para os “bons resultados” alcançados pelos estudantes, reforçando relevância da formação
continuada para uma boa atuação no PAC; 2) Para FRM, a atuação como mediador pedagógico, em uma docência polivalente, era positivo para
os professores envolvidos, em uma perspectiva de uma educação “progressista, multicultural e libertária”; 3) Ao apresentar em livros docentes
resultados positivos da atuação de professores e aprovação de alunos do PAC, entre os anos de 2010 e 2013 , a atuação da FRM se aproximou do
conceito de Nova Filantropia, em um contexto de Edu-Business, considerando também os valores elevados empenhados pela SME/RJ nessa
parceria ao longo de sua trajetória de atuação na rede de ensino carioca. Apesar das positividades apresentadas pela SME/RJ e a FRM, observei
pelos documentos analisados que, ao longo de cinco anos, as formações continuadas docentes do PAC tiveram sua carga horária reduzida e
ficaram mais voltadas trocas de “saberes experiênciais” (TARDIF) e menos para um saber específico de uma aceleração de estudos, o que, de
certa forma, impossibilita a observação da questão da profissionalidade de aceleração de estudos, partindo dos descritores de Roldão. Além
disso, entre os anos de 2010 e 2015, não foram encontrados documentos mostrando a participação docente no contexto da produção
envolvendo a formulação do PAC, o qual apresentava forma semelhante a outros projetos de aceleração de estudos desenvolvidos pela FRM em
redes de ensino noutros estados brasileiros. Entre positividades e realidade, essa parte da análise documental reforçou a importância do
pesquisador de políticas em analisar uma política educacional considerando o contexto em que ela se situa e os atores envolvidos em
determinado discurso, entendendo que questões formuladas no contexto da produção podem ter novos direcionamentos no contexto da prática
com efeitos para o trabalho docente, na perspectiva de observar os professores tradutores da política em seus cotidianos.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Licenciaturas


Outro
Licenciaturas
Curso: LETRAS - LÍNGUA PORTUGUESA - LICENCIATURA
Título: A NOVA ECOLOGIA DOS MEIOS: PRODUÇÃO E RECEPÇÃO DE NOTÍCIAS EM TEMPOS DE PANDEMIA
Autor(es): Geane Valesca da Cunha Klein; Juliane Cristina Meireles Venancio; Patrícia de Oliveira Fonseca
E-mail para contato geanevalesca@unir.br IES: UNIR
Palavra(s) Chave(s): Ecologia dos meios; novas mídias; recepção de textos; fluxos da notícia.
RESUMO
Diante da expressão ‘ecologia dos meios’ o mais provável é que se encontre uma abordagem sobre o desenvolvimento tecnológico – isso porque
as tecnologias claramente alteram os meios. Entretanto, há que se considerar que não só os meios sofrem esse impacto, mas igualmente as
pessoas as sentem. Neste ínterim, a proposta é discutir a relação entre os cidadãos e os meios na era da internet, tomando para tal a metáfora
ecológica: os novos meios modificam e são modificados pelo seu entorno. Essa abordagem da ecologia dos meios deriva dos trabalhos de
Marshall McLuhan e de Neil Postman. Cabe ressaltar que o jornalismo desempenha papel fundamental na teoria da ecologia dos meios, motivo
pelo qual optou-se por analisar textos difundidos em portais de empresas jornalísticas reconhecidas como integrantes da “grande mídia”. Vale
destacar que McLuhan (1962), Postman (1970) e Ong (1982) trabalham com uma perspectiva pela qual as mídias são tomadas enquanto
ambientes culturais imersivos. Neste enfoque, a ecologia dos meios enseja compreender as mudanças operadas nas esferas comunicativas,
políticas, econômicas e sociais pelas tecnologias. No cenário das novas mídias e do uso de redes sociais como plataformas também noticiosas,
importa também considerar a porosidade das instâncias leitor-jornalista-fonte. Ademais, destaque-se que a grande diferença dos meios
tradicionais para a ecologia midiática atual reside na interação: se nas mídias tradicionais o modelo imperativo era o “um para todos”, a ecologia
midiática atual funda-se na dialogia (modelo “um para o outro”). Desta feita, o clássico binômio produção-recepção de notícias verticalmente
mediadas por jornalistas sofre um grande impacto: no estágio atual, não basta que a notícia seja publicada, é preciso que ela circule – e, para isso,
ela precisa ser recomendada, compartilhada, encaminhada para as diferentes redes e plataformas. Dito de outro modo: a ênfase na produção é
substituída pela ênfase na circulação. E para circular, muitas vezes, a notícia deixa até de ser notícia, incorrendo em desinformação ou fake news.
Neste contexto, a proposta é analisar textos que assumem o status de notícia, tendo em vista compreender a multiplicidade de fluxos a que estão
submetidos, identificando se o viés noticioso é inédito, se apresenta teor de crítica, falseabilidade, republicação ou complementação de notícias
já em movimento no tecido social, impactando, retroalimentando ou tensionando o sistema jornalístico. De outra parte, pretende-se analisar o
comportamento do leitor de notícias, a capacidade de apreensão e compreensão do conteúdo (por meio da recuperação ou não de informações
na tessitura de comentários) – priorizando o papel dos leitores interagentes. Dada a enorme influência que a internet exerce nas relações sociais
contemporâneas é fundamental a elaboração de metodologias e estratégias que melhor se adequem a esse meio específico. Deste modo e
considerando os objetivos a que nos propomos com este trabalho, o aporte metodológico constitui-se de modo híbrido, partindo da pesquisa
bibliográfica e imergindo nos meandros da sociologia compreensiva, netnografia e da análise de conteúdo ou do discurso, conforme os materiais
coletados mostrem-se mais adequados ou propensos a uma ou outra análise. Importa ressaltar que a netnografia é um ramo da Etnografia, cujo
objetivo é analisar o comportamento de indivíduos e grupos sociais na Internet, além de tratar acerca das dinâmicas desses grupos no ambiente
on-line e off-line e, por este motivo, deve pautar todas as análises em relação de hibridismo com a sociologia compreensiva e as análises de
conteúdo e/ou do discurso. Cumpre destacar que a primeira fase da pesquisa corresponde a uma pesquisa bibliográfica que objetiva colocar o
pesquisador em contato com a temática da pesquisa e fazê-lo construir um aparato teórico que lhe permita operar as análises da segunda fase.
Uma vez tendo sido construído o referencial teórico será construído o dispositivo de leitura capaz de permitir localizar os textos a serem
analisados, separar os trechos/recortes de análise e construir as redes de significações. A busca por conteúdos será feita a partir do mapeamento
de notícias publicadas durante o período pandemia da Covid-19 e que tratem acerca do novo coronavírus. No que diz respeito à coleta e análise
de dados, cabe informar que os dados serão copiados na íntegra e serão selecionados comentários considerados mais relevantes em função do
número de reações de outros leitores. Ademais, importa lembrar que a análise começa concomitantemente com o levantamento de dados e é
fundamental que o pesquisador contextualize os dados obtidos on-line, na medida do possível. Além disso, devem ser definidas categorias para
identificar os diferentes tipos de comportamento na Internet. Referências BRAGA, Adriana. Netnografia: compreendendo o sujeito nas redes
sociais. In: NICOLACI-DA-COSTA, Ana Maria; ROMÃO-DIAS, Daniela (Org.). Qualidade fazdiferença: métodos qualitativos para a pesquisa em
psicologia e áreas afins. Rio de Janeiro: Ed. PUC-RIO: São Paulo: Loyola, 2013. BRIGGS, A. e BURKE, P. Uma história social da mídia: de Gutemberg
à internet. 2. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2006. DEBORD, Guy. A sociedade do espetáculo. Rio de Janeiro: Contraponto, 1997.
DEJAVITE, Fábia Angélica. INFOtenimento: informação+entretenimento no jornalismo. São Paulo: Paulinas, 2006. FRAGOSO, Suely; RECUERO,
Raquel; AMARAL, Adriana. Métodos de pesquisa para internet. Porto Alegre: Sulina, 2012. HARVEY, David. Condição pós-moderna: uma pesquisa
sobre as origens da mudança cultural. São Paulo: Loyola, 2008. KOZINETS, Robert. V. Netnografia: Realizando pesquisa etnográfica online. Porto
Alegre: Penso, 2014. RENÓ, Denis; GOSCIOLA, Vicente; RENÓ, Luciana (orgs). Nova Ecologia dos Meios e Tecnologia. Aveiro: Ria Editoral, 2018.
ROJO, R.; BARBOSA, J. P. Hipermodernidade, multiletramentos e gêneros discursivos. São Paulo: Parábola, 2015.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Licenciaturas


LETRAS - LÍNGUA PORTUGUESA - LICENCIATURA
Licenciaturas
Curso: LETRAS - LÍNGUA PORTUGUESA - LICENCIATURA
Título: COMUNICAÇÃO EM TEMPOS DE PANDEMIA: A HIPERINFORMAÇÃO E SUAS CONSEQUÊNCIAS NA SOCIEDADE
HIPERMODERNA
Autor(es): Geane Valesca da Cunha Klein; Alana Agatha de Araujo Carneiro; Natan Gonçalves Nery
E-mail para contato geanevalesca@unir.br IES: UNIR
Palavra(s) Chave(s): Comunicação; Hipermodernidade; Hiperinformação; Gêneros textuais/discursivos.
RESUMO
A pesquisa insere-se em um projeto maior no qual estuda-se a temática dos gêneros textuais/discursivos da mídia, dando especial atenção aos
processos de leitura, escrita e interação em ambientes digitais. Vale destacar que estudar o fenômeno da leitura e suas implicações no que diz
respeito a produção e circulação de sentidos em dada formação social é uma forma de compreender o espaço de interpretação próprio deste
grupo. Esta forma de conhecimento sobre leitura e sujeito leitor, permite ao educador operar com noções mais próximas das determinações reais
dos aprendizes, auxiliando no planejamento e escolha de estratégias de leitura e de produção textual. Ao longo da realização desta pesquisa
pretendemos buscar e interrogar os significados, limites e ambiguidades dos textos que circulam na World Wide Web. Essa proposta foi instituída
a partir da observação da necessidade de readequar os modos de leitura tradicionais (lineares, sequenciados) aos formatos dos hipertextos, os
quais exigem o estabelecimento de redes para a construção do sentido. Nesse ínterim, exploramos a temática da hipertextualidade e as diversas
linguagens que podem compor um texto, repensando as competências e capacidades de leitura e produção de texto que são exigidas neste
contexto. Também problematizamos acerca dos Gêneros digitais, considerando que embora novos gêneros tenham surgido com o advento da
internet, existem parâmetros que estabelecem uma relação dialógica com formas textuais preexistentes. Destarte, o ano de 2020 ficará
registrado como um dos mais difíceis vividos pela humanidade: o novo coronavírus que desencadeou a enfermidade conhecida como Covid-19
tem deixado rastro de mortes e perdas em todo o globo. De sobressalto as pessoas foram retiradas de suas vidas cotidianas e colocadas naquilo
que ficou conhecido como isolamento ou distanciamento social - termo não exatamente explicativo, já que não nos colocamos em
distanciamento da sociedade, pois os dispositivos móveis, as tecnologias digitais e a internet tem funcionado como instrumento conector em
tempos de distanciamento físico. A impossibilidade da vida normal também nos colocou repentinamente em um mundo no qual praticamente só
existe um assunto, um tópico, um tema. Há todo momento recebemos informação, por vários canais, oriundos de diversas fontes e carregados de
diferentes significados, capazes de produzir diferentes efeitos de sentido. Antes mesmo da pandemia, já vivíamos um momento chamado de
Hipermodernidade - termo cunhado por Lipovetsky. A sociedade hipermoderna baseia-se no cognitivo, constituindo-se em uma economia do
conhecimento, na qual o capital inteligência é que agrega valor. Lipovetsky criou o termo hipermodernidade em função do vazio profundo de
significações e significados que levam os sujeitos ao individualismo, indiferença e a ligeireza como diagnóstico do presente – questões acentuadas
a partir do momento em que a pandemia do coronavírus começou. Acostumados ao excesso, vivemos um mundo em que tudo é híper – há uma
hiperabundância de tudo, seja daquilo que consideramos bom, como daquilo tomado como nefasto: hiperpotências, hipermercado,
hiperconsumo, hipercapitalismo, hiperclasses, hiperterrorismo, hipertexto, da hiperinformação. Esses excessos, paradoxalmente, causam-nos
carências: faltam-nos, sobretudo, critérios para selecionar e compreender criticamente as informações que nos chegam de forma excessiva. Ao
contrário do que se poderia supor, quando se trata de informação, o que abunda, prejudica. Desta feita, torna-se fundamental compreender o
excesso de informação e transformações que ocorrem no mundo e, principalmente, à nossa volta para que essa hiperinformação não nos torne
em meros servos alienados no hipermundo. A grande questão com que nos deparamos nesse contexto é justamente essa: de que maneira
podemos compreender essa quantidade de informação e construir significações e significados que nos tirem do vazio criado pela
hipermodernidade? Cabe-nos também refletir: como as novas tecnologias da informação têm promovido o uso do tempo e espaço em tempos de
pandemia e distanciamento físico/social? Considerando os objetivos a que nos propomos com este estudo, o aporte metodológico utilizado
constitui-se no híbridismo, composto pela pesquisa bibliográfica, sociologia compreensiva, netnografia e análise de conteúdo ou do discurso.
Cumpre destacar que a primeira fase da pesquisa indispensavelmente corresponde a uma pesquisa bibliográfica que objetiva colocar o
pesquisador em contato com a temática da pesquisa e fazê-lo construir um aparato teórico que lhe permita operar as análises da segunda fase.
Uma vez tendo sido construído o referencial teórico será construído o dispositivo de leitura capaz de permitir localizar os textos a serem
analisados, separar os trechos/recortes de análise e construir as redes de significações. A busca por conteúdos será feita a partir da localização
de tags – expressões que se cristalizaram durante o período de pandemia da Covid-19. Vale destacar que as tags correspondem a palavras-chave
ou termos associados a uma informação, tópico ou discussão que se deseja indexar de forma explícita no aplicativo Twitter, e também adicionado
ao Facebook, Google+, Youtube e Instagram. Destarte, as hashtags são compostas pela palavra-chave do assunto antecedida pelo símbolo
cerquilha, e é dessa forma que o conteúdo pode ser acessado. Nossa busca será realizada a partir das seguintes hashtags: #COVID-19 #pandemia
#corona #coronavirus #ficaemcasa #stayhome #stayhomestaysafe #obrasilnaopodeparar e outras que possam vir a ser acrescentadas ao longo da
pandemia. No que diz respeito à coleta e análise de dados, cabe informar que os dados serão copiados diretamente das postagens identificadas
pelas hashtags, preservando-se a identidade do sujeito que fez a publicação. Ademais, importa lembrar que a análise começa concomitantemente
com o levantamento de dados e é fundamental que o pesquisador contextualize os dados obtidos on-line, na medida do possível. Além disso,
devem ser definidas categorias para identificar os diferentes tipos de comportamento na Internet. Vale ressaltar que a análise será feita a partir
do manejo da sociologia compreensiva, netnografia e análise de conteúdo ou do discurso, conforme os materiais coletados mostrem-se mais
adequados ou propensos a uma ou outra análise. Importa ressaltar que a netnografia é um ramo da Etnografia, cujoobjetivo é analisar o
comportamento de indivíduos e grupos sociais na Internet, além de tratar acerca das dinâmicas desses grupos no ambiente on-line e off-line e,
por este motivo, deve pautar todas as análises em relação de hibridismo com a sociologia compreensiva e as análises de conteúdo e/ou do
discurso. Referências BRAGA, Adriana. Netnografia: compreendendo o sujeito nas redes sociais. In: NICOLACI-DA-COSTA, Ana Maria; ROMÃO-
DIAS, Daniela (Org.). Qualidade fazdiferença: métodos qualitativos para a pesquisa em psicologia e áreas afins. Rio de Janeiro: Ed. PUC-RIO: São
Paulo: Loyola, 2013. BRIGGS, A. e BURKE, P. Uma história social da mídia: de Gutemberg à internet. 2. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2006.
DEBORD, Guy. A sociedade do espetáculo. Rio de Janeiro: Contraponto, 1997. DEJAVITE, Fábia Angélica. INFOtenimento:
informação+entretenimento no jornalismo. São Paulo: Paulinas, 2006. FRAGOSO, Suely; RECUERO, Raquel; AMARAL, Adriana. Métodos de
pesquisa para internet. Porto Alegre: Sulina, 2012. HARVEY, David. Condição pós-moderna: uma pesquisa sobre as origens da mudança cultural.
São Paulo: Loyola, 2008. KOZINETS, Robert. V. Netnografia: Realizando pesquisa etnográfica online. Porto Alegre: Penso, 2014. RENÓ, Denis;
GOSCIOLA, Vicente; RENÓ, Luciana (orgs). Nova Ecologia dos Meios e Tecnologia. Aveiro: Ria Editoral, 2018. ROJO, R.; BARBOSA, J. P.
Hipermodernidade, multiletramentos e gêneros discursivos. São Paulo: Parábola, 2015.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Licenciaturas


LETRAS - LÍNGUA PORTUGUESA - LICENCIATURA
Licenciaturas
Curso: LETRAS - LÍNGUA PORTUGUESA - LICENCIATURA
Título: EDUCAÇÃO EM TEMPOS DE PANDEMIA: COMO LIDAR COM O PODER TRANSVERSAL E TRANSDISCIPLINAR DO DIGITAL
SUPERANDO A VISÃO DA TECNOLOGIA COMO FERRAMENTA/INSTRUMENTO?
Autor(es): Geane Valesca da Cunha Klein; Fernanda Ellen Klein Nordt; Washington da Silva Batista
E-mail para contato geanevalesca@unir.br IES: UNIR
Palavra(s) Chave(s): Educação; Níveis de leitura; Gêneros textuais; Letramento digital; Multiletramentos
RESUMO
Muito se debate acerca da temática leitura e de como melhorar os níveis de leitura e interpretação, de modo que esta pesquisa se torna
fundamental no sentido de repensar as práticas de leitura nos novos ambientes proporcionados pelas mídias digitais. Trata-se de conhecer as
potencialidades permitidas pelas mídias para fazer uso delas a fim de proporcionar práticas de escrita e de leitura plurivalentes e relacionadas aos
contextos imediatos de produção. Espera-se com a pesquisa conhecer melhor os ambientes da internet, compreendendo mais facetas da
língua(gem) neles utilizada, bem como os novos gêneros presentes nesses espaços. Por extensão, pretende-se ter um melhor conhecimento
sobre os gêneros textuais utilizados nas novas mídias e, assim, contribuir com os estudos na área de ensino de língua portuguesa, em especial no
que diz respeito aos processos de leitura e produção de texto. Em suma, o intuito é mapear e estudar diferentes tipos de gêneros
textuais/discursivos, compreendendo os processos de significação tornados possíveis pelas diferentes formações discursivas que sustentam cada
um dos dizeres. Assim, almeja-se construir dispositivos de leitura e interpretação capazes de proporcionar a análise da constituição desses textos,
observando o modo pelo qual a fixação de certos sentidos se realiza e como as verdades se constroem e se impõe em um certo contexto social.
Considerando a amplitude do tema em estudo, o projeto se subdivide em planos de trabalho, os quais estão integrados entre si e favorecem a
discussão acerca dos diálogos interdisciplinares e reflexões sobre o contemporâneo, permitidas por meio da leitura de diversos gêneros
textuais/discursivos, cuja existência está relacionada à emergência das novas tecnologias. Com a proposta de pesquisa aqui apresentada,
pretendemos problematizar o modo pelo qual os gêneros discursivos integram as práticas sociais, sendo por elas gerados e formatados, bem
como discutir sobre a flexibilização e o hibridismo dos gêneros em tempos de mídias digitais e da chamada hipermodernidade. Também
intenciona-se aprofundar as discussões sobre letramento e multiletramento, letramentos digitais ou novos letramentos e explorar a temática da
hipertextualidade e das diversas linguagens que podem compor um texto, repensando as competências e capacidades de leitura e produção de
texto que são exigidas neste contexto. Ademais, não há como olvidar o atual momento vivido pela sociedade global: impactadas por uma
pandemia que colocou grande parte da população em distanciamento social, as pessoas mais do que nunca passaram a fazer uso das diversas
plataformas, aplicativos e dispositivos para estabelecer contato com familiares e amigos além de continuar a executar atividades de
ensino/aprendizagem ou mesmo desenvolver atividades de trabalho remoto (home office). Isso descortinou várias faces antes não tão
perceptíveis, sendo uma delas o distanciamento que a escola/universidade mantém dos diversos recursos de informação e comunicação, apesar
de vivermos a chamada era da informação. Essa crise advinda da pandemia do Coronavírus fez com que as escolas e universidades em grande
parte do mundo passassem a trabalhar seus componentes curriculares de forma on-line. Isso acentuou um pouco mais os problemas enfrentados
nessa relação entre educação e tecnologia, haja vista que até então a tecnologia era vista como mero instrumento/ferramenta. A partir deste
marco, é impositivo que se pensem em formas de promover a cidadania digital, preparando os sujeitos para as relações existentes nessa esfera,
da qual não podemos mais fugir. Nesta pesquisa será dada primazia ao estudo dos textos publicados na mídia, uma vez que a virada do século
trouxe consigo o acesso à internet, o uso cada vez mais ampliado de aparelhos como notebooks, tablets, smarthphones e o atual momento de
pandemia tornou obrigatório à escola/universidade adentrar neste cenário de inovações e transformações impondo aos professores uma nova
demanda: conhecer e saber como utilizar pedagogicamente essas mídias. Nessa conjuntura, torna-se fundamental destacar as relações entre
cultura e tecnologia, discutindo essa interrelação no atual momento, denominado por uns de pós-modernidade, por outros de hipermodernidade
e por outros ainda de pós-verdade. Há que se ressaltar que a tecnologia nunca é neutra, sendo por meio dela descortinadas possibilidades, (des)
favorecidos vínculos entre as pessoas e impostas (re)adequações e adaptações dos modos de uso da informação e da própria utilização da língua.
Comparada às suas precedentes, a tecnologia digital e, por conseguinte, as linguagens digitais, apresentam características típicas que vêm sendo
mapeadas e analisadas por diversos estudiosos. Essas características das linguagens digitais não são encontradas nas analógicas, as quais passam
por questões de escalabilidade diferentes escalas de conteúdo e informação; personalização; modularidade, entre outras. Lev Manovich destaca
que nas novas mídias o objeto criado pelo sujeito nunca é totalmente resultado de seu trabalho enquanto humano parte do trabalho sempre é
feita pela máquina. Manovich (2005, p. 120) estabelece o termo interface cultural, a qual corresponde a uma inter-relação entre homem,
computador e cultura, sendo a interface constituída pela maneira como os computadores apresentam os dados culturais e nos permitem
relacionar-nos com eles. As tecnologias mudam os paradigmas tanto no que tange aos usuários, quanto na dimensão cultural geral na qual estes
usuários estão imersos. O modo de uso da tecnologia também depende do ecossistema comunicativo ao qual pertence o usuário, por isso o
modo como um mesmo espaço digital é utilizado, difere conforme os usuários também sejam diferentes. Como nosso estudo queremos
questionar: como vemos a tecnologia enquanto escola/universidade? Vemos a tecnologia apenas como ferramenta/instrumento? Conhecemos
as formas comunicativas da mídia? Nossa hipótese de trabalho é que a escola/universidade se atém a pensar na perspectiva instrumentalista da
tecnologia. Essa visão instrumental da tecnologia, não vê o que a tecnologia é na sua extensão. Na escola/universidade, as tecnologias digitais
foram transformadas em disciplinas, neutralizando o potencial reconfigurativo a elas imanente. Desta feita, entendemos ser necessário resgatar o
poder transversal, transdisciplinar do digital, que não pode ser normalizado como uma disciplina tradicional, mas deve ser visto enquanto uma
reconfiguração possível do modo de aprender, produzir conhecimento e cultura. Referências BAKHTIN, M. Gêneros do discurso. In: Estética da
Criação Verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1992. BORAFULL, M. T. Avaliação da Compreensão da Leitura. Proposta de um Roteiro de Observação.
In: TEBEROSKY, A. Compreensão de leitura: a língua como procedimento. Porto Alegre: Artmed, 2003. BRENO BITARELLO, André Braz; CAMPOS,
Jorge Lucio de. Lev Manovich e a lógica digital: Apontamentos sobre a linguagem da nova mídia. Disponível em:
< http://www.bocc.ubi.pt/pag/bitarello-braz-campos-lev-manovich-e-a-logica-digital.pdf>, acesso em 10/04/2020. CAMINOS, Alfredo et. All.
(Orgs.). Novos Meios, Novas Linguagens, Novos Mercados. Portugal: Ria Editorial, 2019. FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: três artigos
que se completam. 49 ed., São Paulo: Cortez, 2008. KLEIMAN, Angela. Texto & Leitor - Aspectos cognitivos da leitura. Campinas: Pontes, 1999.
LEVY, P. Cibercultura. Rio de Janeiro: Editora 34, 1999 MANOVICH, Lev. Novas mídias como tecnologia e ideia: Dez definições. In: chip e o
caleidoscópio: Reflexões sobre as novas mídias. Lúcia Leão (org.). São Paulo: Senac, 2005. MANOVICH, L. El lenguaje de los nuevos médios de
comunicación. Buenos Aires: Paidós Comunicación, 2005. MCLUHAN, M. Os meios de comunicação como extensões do homem (understanding
media). São Paulo: Cultrix, 2005. MARCUSCHI, Luiz Antonio & XAVIER, Antonio Carlos dos Santos. Hipertexto e gêneros digitais: novas formas de

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Licenciaturas


LETRAS - LÍNGUA PORTUGUESA - LICENCIATURA
construção do sentido. Rio de Janeiro: Lucerna, 2004. RENÓ, Denis Renó; GOSCIOLA, Vicente e RENÓ, Luciana (Orgs.). Nova Ecologia dos Meios e
Tecnologia. Portugal: Ria Editorial, 2018. ROJO, Roxane & BARBOSA, Jacqueline P. Hipermodernidade, multiletramentos e gêneros discursivos.
São Paulo: Parábola Editorial, 2015. SOARES, Magda. Letramento - Um tema em três gêneros. Belo Horizonte: Ceale/Autêntica. SOUZA, Renata
Junqueira (org) . Ler e compreender: estratégias de leitura. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2010. ZILBERMAN, R; SILVA, E. T. da (org.). Leitura:
perspectivas interdisciplinares. São Paulo: Ática, 2005.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Licenciaturas


LETRAS - LÍNGUA PORTUGUESA - LICENCIATURA
Licenciaturas
Curso: MEDICINA
Título: FORMAÇÃO DE PROFESSORES E DILEMAS ATUAIS: UMA ABORDAGEM INVESTIGATIVA SOBRE O USO NÃO-PRESCRITO
DE PSICOESTIMULANTES POR ESTUDANTES DE MEDICINA – ELEMENTOS IMPORTANTES PARA DECISÕES EM
EDUCAÇÃO
Autor(es): Anne Avila Santarem; Juçara Gonçalves Lima Bedim; Auner P. Carneiro
E-mail para contato jugolibedim@yahoo.com.br IES: UNIG
Palavra(s) Chave(s): Palavras-chave: Metilfenidato; Estudantes universitários; Medicina; Sistema público de saúde.
RESUMO
O presente estudo refere-se a um projeto realizado com acadêmicos de Medicina de uma universidade do noroeste-fluminense, com uma
abordagem investigativa sobre o uso não-prescrito de psicoestimulantes por estudantes de Medicina na região em foco. O problema em
destaque se caracterizou pela constatação do uso indiscriminado de psicoestimulantes, como o metilfenidato (Ritalina), sobretudo, em períodos
de provas – utilizados em função do aprimoramento cognitivo e melhoria da performance intelectual. O metilfenidato é a substância que
frequentemente se torna recomendada em prescrição ao transtorno do déficit de atenção e hiperatividade TDAH. Entretanto, devido às suas
propriedades psicoestimulantes, tem sido usado para aumento do rendimento intelectual em diversas áreas de estudo. Nessa conjuntura, os
objetivos propostos foram: analisar prevalência do uso de substâncias psicoestimulantes, sem a formal indicação médica, entre os estudantes de
Medicina. Verifica-se que as substâncias citadas são drogas voltadas ao estímulo da inteligência pelo seu poder de aprimoramento cognitivo. Por
essa razão, são muito usadas por estudantes em momentos especiais de alta tensão diante de compromissos inadiáveis como provas e avaliações
escolares frequentes com vistas a um desempenho intelectual com performance de resultados em elevada conta. Os estudantes de Medicina
forneceram evidências que caracterizam um destaque impetuoso de um grupo de risco com o uso dessas substâncias, talvez devido a critérios de
programação de grade horária como carga horária extensa, volume de leituras e estudos de conteúdo a serem apreendidos e aprendidos,
dirigidos a um sistema de exigências direcionadas por metas cada vez maiores. Nesse sentido, a pesquisa além de identificar o fenômeno sobre o
tema em tela, permite alertar os gestores universitários e os estudantes sobre o uso vulgarizado e sem prescrição desses psicoestimulantes e
consequentemente, demonstrar que o fato ocorre, provavelmente, devido à visão norteadora de produtividade que é exigida no cenário do
ensino superior em Medicina. Para o desenvolvimento do projeto foi realizado um Seminário de estudos, fundamentado na pesquisa bibliográfica
do tipo “Revisão de Literatura Integrativa”, que revela o que as pesquisas publicadas fornecem como conclusões sobre o tema investigado. O
levantamento bibliográfico por meio de leituras e fichamentos, compilação e análise dos dados e informações, foi realizado em bases de dados de
relevância para a produção do conhecimento em saúde: LILACS – Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde e SCIELO –
Scientific Eletronic Library on Line, assim como repositórios acadêmicos. Foram utilizados, para busca dos artigos, os seguintes descritores:
“psicoestimulantes”, “metilfenidato”, “mecanismo de ação”, “aplicação científica”, “uso indiscriminado”, “saúde pública”. Os critérios de inclusão
no estudo para seleção dos artigos foram aqueles publicados na íntegra e que retratassem a temática referente à revisão integrativa, bem como
os artigos publicados e indexados nos referidos bancos de dados, no período de 2010 e 2017, com a seleção de 17 artigos. A análise e a síntese
dos dados extraídos dos artigos processaram-se de forma descritiva e as categorias que emanaram da análise de dados foram: 1) Uso Prescrito e
Não-Prescrito de Metilfenidato: com prescrição médica (12%); sem prescrição (88%); 2) Período do Uso de Psicoestimulantes: contínuo (12%);
período de prova (88%); 3) Metilfenidato – uso off-label; 4) Efeitos Obtidos com o Uso; 5) Efeitos Colaterais. Os sérios riscos decorrentes do uso
indevido de psicoestimulantes, sobretudo, quando incorporados a outras drogas, constituiu a justificativa para o estudo. Concluiu-se que o
conhecimento do perfil dos usuários pode ser de extrema importância na construção de políticas e estratégias focadas na “prevenção” do uso
destas substâncias. Nesse contexto, o Sistema Público de Saúde, bem como, as universidades têm a responsabilidade social de conduzir pesquisas
e intervir no consumo de estimulantes entre os acadêmicos para que sejam evitados resultados não desejáveis pela ciência Médica. Os dados
obtidos através desse trabalho indicam que o consumo de substâncias psicoestimulantes, sem prescrição médica está presente, e que as
exigibilidades de pesquisa, ensino e extensão do curso de medicina necessitam ser revistas em função de reprogramar atividades em fluxos
sistêmicos mais adequados aos estudantes universitários e não se tornar um fator de risco como também, desenvolver programas de orientações
andragógicas pertinentes na formação de Professores diante dos dilemas em 2021.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Licenciaturas


MEDICINA
Licenciaturas
Curso: LETRAS - LÍNGUA PORTUGUESA - LICENCIATURA
Título: LITERATURA E IDENTIDADE EM REDES
Autor(es): Luiz Carlos de Sá Campos ; Inês Barbosa Oliveira
E-mail para contato luizcarlosacampos@gmail.com IES: UNESA
Palavra(s) Chave(s): Palavras-chaves : Literatura – Identidade - Cotidiano
RESUMO
Esta comunicação é resultado do projeto de Doutorado com base no campo das pesquisas nos/dos/com os cotidianos escolares, e que requer
“mergulhar” no nosso próprio cotidiano. Ela é o primeiro resultado do trabalho desenvolvido em sala de aula, em três turmas do 2º ano do
ensino médio da rede pública da Secretaria Estadual de Educação do Rio de Janeiro, em 2019, e antes da pandemia da Covid-19, infecção
respiratória aguda causada pelo novo coronavírus. A partir da leitura de alguns contos de Machado de Assis, foram discutidas as ideias de raça,
etnia e identidade, com base no entendimento que os alunos construíram durante o seu percurso escolar, na convivência familiar e nas suas
relações sociais. No segundo bimestre, com o propósito de que os alunos compreendessem melhor os conceitos de catarse, mimese e
verossimilhança, foram feitas leituras dos contos “Clara do Anjos”, de Lima Barreto, e “Negrinha”, de Monteiro Lobato, e o capítulo “Ratos”, do
livro “Eles eram muitos cavalos”, de Luiz Ruffato. Destaco que a reflexão produzida pelos alunos resultou na apreensão que obtive das
políticaspráticas educacionais cotidianas, daquilo que elas incluem e excluem, significam, são e podem ser. Isso significa que os processos
ensinoaprendizagem acontecem mediante a tessitura de currículos praticadospensados (OLIVEIRA, 2013, p. 382), cotidianos em rede, e não pelo
“praticismo” - a hipervalorização das práticas que frequentemente não considera as causas integrantes da sua composição e as possibilidades de
seu aprimoramento (OLIVEIRA, 2013, p. 382) - nem pelas teorias desenvolvidas pelos intelectuais. Nesta pesquisa, parti do entendimento de que
a experiência social no mundo é muito mais profusa e diversificada que a tradição científica ou filosófica ocidental conhece e julga importante,
pois a compreensão do mundo extrapola a compreensão ocidental de mundo (SANTOS, 2004, p. 778). Por esse motivo, busquei desenvolver um
projeto educativo emancipatório, baseado no conflito, para tornar múltiplos em seus sentidos praticáveis os conteúdos de ensino (SANTOS, 1996,
p. 18). Objetivei provocar e chegar à discussão sobre a ideia de “raça”, em seu significado moderno, que serviu, historicamente, como
sustentação da colonialidade do poder global que vemos hoje (QUIJANO, 2005, p. 107). Essa ideia constituiu a formação das relações sociais e
gerou, nas Américas, múltiplas identidades sociais que fundam hierarquias basilares de vinculação à dominação, como fundamentação de uma
cultura de racismo e etnicismo. Elegi, inicialmente, fazer a pesquisa de Doutorado a partir do ensino da disciplina de Literatura brasileira, com
algumas inserções referentes à disciplina de História, pois ambas dialogam em seus conteúdos que, ao mesmo tempo, são relevantes para
combater discursos hegemônicos e, simultaneamente, consideram a diversidade brasileira, em particular, a diversidade racial. O projeto investiga
as particularidades das relações raciais incidentes no cotidiano das escolas pesquisadas, que vêm precedidas da exposição das raízes históricas e
sociais do enganoso pensamento racial que pôs e imputou ao cidadão afrodescendente condições intensamente desvantajosas na sociedade.
(OLIVEIRA, 2007, p. 259). A apreciação de raça é empregada com o propósito de afirmar a intervenção das normas sociais, condicionada à
vigência de afinidades sociais dos grupos hegemônicos, que no Brasil do século XIX, atribuíram à raça um conceito cientificista, somado à marca
de diferenciação e categorização entre os homens. A indissociabilidade é muito mais acertada e proficiente para apreender a heterogeneidade
das realidades cotidianas, as redes de saberes, fazeres e poderes, que dentro delas se tecem nas conexões entre as distintas dimensões do real e
que nelas são originadas cotidianamente, nas diferentes influências constitutivas das políticaspráticas educacionais cotidianas. Somos sabedores
de que somente esse mergulho na realidade vivida e construída pelos políticopraticantes do cotidiano – professores e alunos – nos permite ir
mais longe que a concepção generalista daquilo que é vivenciado e produzido pelos currículos e no processo de aprendizagemensino no/do/com
cotidiano escolar (OLIVEIRA, 2013, p. 376), pois as pesquisas nos/dos/com nos possibilitam compreender, para além das normas e textos oficiais,
aquilo que efetivamente constitui as políticaspráticas educacionais cotidianas. Ressalto que, embora existam diferentes configurações e
arquétipos de educação, entendo a escola como um ambiente no qual há aprendizagemensino, e aquinhoamos mais que o conteúdo ministrado,
pois nela são ainda apreendidas crenças, costumes e preceitos, bem como a ratificação de preconceitos de gênero, classe social e racial. O “Lugar
de fala” (RIBEIRO, 2017, p 63.) é a localização na qual cada indivíduo passa a apreender o seu entorno. A partir desse entendimento, ele
estabelece concepções sobre si mesmo, que irão gerar a produção de conhecimento, pois depreende que o mundo se movimenta por princípios
que envolvem: raça, gênero e classes. A fala produzida não está associada à experiência; é motivada, nesse momento, em virtude da classe e
condição social das quais o indivíduo faz parte, pois esta irá permitir, ou não, o seu acesso à cidadania; ela não é fruto da experiência do sujeito. A
contraposição que ocorre amiúde entre “lugar de fala” e “qual o meu lugar nessa fala”, remete a entender que “O falar não se restringe ao ato de
emitir palavras, mas de poder existir. Pensamos lugar de fala como refutar a historiografia tradicional e a hierarquização de saberes consequente
da hierarquia social” (RIBEIRO, 2017, p.66). A nossa fala, aliada às demais, será produzida nesse lugar, após a percepção e o entendimento de
quem sempre teve o direito de falar em meu lugar - pelas narrativas hegemônicas - nos ambientes de poder, de produção do conhecimento e
representação social, em uma realidade que se movimenta com base nos princípios mencionados anteriormente. Embora nossa composição seja
bem diversificada, ela não se reflete nas produções acadêmicas ou na posse dos espaços de poder da sociedade. Esse apoderamento não ocorre
por falta de capacidade ou por não querermos; porém, em virtude de estar de volta a ideia de construção de muros, dos muros que foram
levantados e que ainda são, no atual momento de retrocesso que o país e o mundo vivem, com o propósito de vetar que estejamos nesses
lugares de fala. Lugar este que está relacionado ao lugar social – definido como grupos sociais aos quais estamos inseridos, mas que
individualmente são diferentes experiências que podem ser compartilhadas. A partir desse compartilhamento, variados temas de enunciação
serão produzidos em rede, uma vez que o propósito do lugar de fala é revelar que existimos, não na visão que é determinada pelo pensamento
hegemônico, mas em uma outra perspectiva que nos dá visibilidade.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Licenciaturas


LETRAS - LÍNGUA PORTUGUESA - LICENCIATURA
Licenciaturas
Curso: FISIOTERAPIA
Título: INOVAÇÃO E RENOVAÇÃO DIDÁTICA DOS PROFESSORES DO PRÉ-ESCOLAR DIANTE DA PANDEMIA DE COVID-19
Autor(es): Silvani Barreto Assumpção Cardoso; Auner Pereira Carneiro
E-mail para contato silvanifisio@yahoo.com.br IES: UNIG
Palavra(s) Chave(s): COVID-19, Renovação didática, Professores, Pré-escola.
RESUMO
A escola Brasileira sempre apresentou grande importância no processo de desenvolvimento do ser humano, ao promover a socialização e a
criatividade, e a Pré-escola apresenta grande relevância neste desenvolvimento de 2000 a 2021. Essa modalidade educacional inicial, atende
crianças com idades entre os 3 a 5 anos, assim, apresenta a função pedagógica através da criação de condições adequadas para o
desenvolvimento do estudante, a importância do estímulo à criatividade nesta fase da infância, que inclui o estimulo a sensibilidade, a
autonomia, a cooperação e a criticidade considerado para isto, a história de vida de cada um, suas experiências e sua individualidade.
Historicamente a infância apresentou inúmeras concepções sociais, pois no século XIX, as crianças eram tratadas como adultos em miniatura, e a
partir do século XX, com estudos científicos e influências de educadores, as crianças passaram a serem vistas como seres que apresentam direitos
e estão em fase de desenvolvimento. Até o início do mês de março de 2020, nas escolas esse desenvolvimento psicossocial ocorria normalmente,
dentro da rotina e realidades das mais variadas Instituições Educacionais. Porém, abruptamente, todos foram surpreendidos com o impacto
causado pela pandemia do COVID-19 e impor mudanças drásticas na rotina da população mundial e principalmente, nas mudanças ocasionadas
na educação brasileira. Uma das mudanças ocasionadas pela pandemia foi o distanciamento social, com o fechamento das escolas em todos os
níveis e Empresas nos vários setores produtivos nacionais. Com isso, os estudantes ficaram em casa. O Ministério da Educação -MEC, em
conjunto com os Conselhos de Educação Nacional e Estaduais propuseram o atendimento educacional de forma remota em nosso país. As
escolas começaram a se adaptar a nova realidade e passaram a utilizar as mais variadas plataformas tecnológicas para a realização das “aulas
online”. Assim, as escolas conseguiram manter a comunicação ativa com as famílias, professores e os estudantes. Porém, mesmo ao utilizar
inúmeras ferramentas digitais e tecnológicas, vários professores precisaram improvisar, inovar, reinventar sua forma didática durante a realização
das aulas, já que a maior parte das instituições de ensino no Brasil não investiram em plataformas institucionais para esse fim. Esses novos
tempos trouxeram para a pré-escola uma transição entre a educação convencional concreta presencial para a digital a distância, trazendo novos
paradigmas e desafios na atuação docente, desde a aquisição de equipamentos adequados até a transformação da sua formação pedagógica.
Diante disso, esta pesquisa objetivou descrever como os professores da pré-escola transformaram suas aulas presenciais em aulas remotas,
inovando suas práticas pedagógicas. O método empregado foi a pesquisa descritiva de natureza exploratória, proposta de uma metodologia
interrogativa que visa dialogar com os participantes através de uma entrevista e o acompanhamento das aulas, com 3 participantes, que são
professoras do pré-escolar de uma escola particular do município de Itaperuna-RJ, com vistas a demonstrar as mudanças em suas práticas
pedagógicas e como essas transformações se adaptaram a nova realidade vivenciada pelas crianças. Diante dos resultados encontrados,
observou-se que, devido a necessidade do isolamento social, evidenciou-se a necessidade de ampliação do acesso das crianças e professores as
novas tecnologias educacionais. Fato que, muitos não apresentavam o conhecimento dessas tecnologias e nem o acesso material a mesma e
necessitam a aquisição delas. As mudanças educacionais através das inovações didáticas foram aprimoradas com as necessidades de desenvolver
o processo educativo da criança de forma remota, para transformar as aulas das participantes, utilizar recursos digitais, cenários, fantasias,
criatividade e práticas educacionais diferenciadas, com o intuito de manter a formação integral dos estudantes. Desse modo, entende-se que, as
participantes renovaram suas práticas pedagógicas, seus conhecimentos tecnológicos e suas ações práticas no processo educacional, um desafio
continuado.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Licenciaturas


FISIOTERAPIA
Gestão
Curso: SERVIÇO SOCIAL
Título: INTERESSES E PRÁTICAS DO SERVIÇO SOCIAL EM CUIDADOS PALIATIVOS NO BRASIL: ENTRE AS SOFT E AS HARD SKILLS
Autor(es): Andrea Georgia de Souza Frossard; Aline Baptista de Aguiar
E-mail para contato deafrossard@gmail.com IES: INCA
Palavra(s) Chave(s): Cuidados Paliativos; Serviço Social; Habilidades Essenciais.
RESUMO
Atualmente, foi identificado um considerável aumento de pessoas que necessitam de Cuidados Paliativos em todo o mundo. Estima-se que há
56,8 milhões incluindo 25,7 milhões de pessoas que se encontram em seu último ano de vida. Esses dados demonstram que os diferentes países
devem focar no adequado preparo do profissional integrante das equipes de paliativistas. Assim, tornam-se pertinentes a compreensão sobre as
competências e as novas proposições do Serviço Social no campo dos Cuidados Paliativos no Brasil. Salienta-se, que no período entre julho a
setembro de 2020, foram adotados a técnica Survey e o método bola de neve para o cálculo do tamanho da amostra. Utilizou-se formulário por
meio da plataforma Microsoft Forms que foi disponibilizado nos principais espaços da internet como Linkedin e correlatos, com a participação
total de 332 pessoas. O formulário continha perguntas distribuídas em quatro seções: identificação pessoal; identificação profissional;
identificação de competências profissionais e inserção do Serviço Social em Cuidados Paliativos. Em relação ao processo de identificação sobre a
percepção da interlocução entre Serviço Social e os Cuidados Paliativos, foram elaborados enunciados de perguntas com uso da Escala Likert.
Esclarece-se, que se adotou a técnica Survey seguindo as etapas: identificação da questão de pesquisa; elaboração do instrumento; definição da
equipe e treinamento dos aplicadores; pré-teste do instrumento; coleta dos dados; tabulação dos dados e análise dos dados, enquanto o método
de amostragem foi se definindo durante o processo de pesquisa, baseado no método Bola de Neve. Enfatiza-se que a primeira parte do
formulário foi composto por quatro perguntas, com o menor grau possível de intimidade, para detectar a identidade geral dos participantes da
pesquisa. Sobre este aspecto, é importante destacar que se trata de uma pesquisa que aborda questões relativas ao processo de trabalho do
Assistente Social sem perguntas que possam ferir os princípios de confidencialidade e privacidade. Assim sendo, o formulário está em
consonância com a Resolução nº 510, de 07 de abril de 2016, do Conselho Nacional de Saúde, que trata das especificidades das Ciências Humanas
e Sociais. Utilizou-se, ainda, da análise temática de conteúdo desenvolvida por Laurence Bardin cujas fases envolvem a leitura “flutuante” -
primeiro contato com os documentos que serão submetidos à análise, a escolha deles, a formulação das hipóteses e objetivos, a elaboração dos
indicadores que orientarão a interpretação e a preparação formal do material. O trabalho em Cuidados Paliativos requer do profissional
competências e habilidades pertinentes aos seus princípios e diretrizes e, consequentemente, moldam e delimitam perfis profissionais afins.
Neste sentido, registra-se que a concepção de cuidados paliativos engloba assistência e atenção interdisciplinar, também, na fase do último
período de vida do paciente fora de possibilidade de cura. Assim posto, pensar em uma atividade profissional pressupõe a ponderação das
particularidades que a constitui e os sujeitos que permitem sua produção e reprodução, interferindo diretamente neste processo. Ou seja, o
serviço, que só se reproduz a partir de indivíduos com suas limitações e particularidades, também é moldado e subjugado àqueles que o
compõem. Esse entrelaçamento assegura a interdependência entre a atividade e os sujeitos que a garantem e materializam. Entende-se que o
âmago do conceito de competência é sua capacidade agregadora de conhecimentos, habilidades e atitudes que conduzam os assistentes sociais a
obter êxito em suas intervenções. Consequentemente, entre as soft skills e as hard skills se posiciona a essential skills, ou seja, é necessário a
identificação do que se torna essencial para o desenvolvimento de uma prática crítica, resolutiva, conectada com a dinâmica do real e, sobretudo,
humanizada. Considerando as linhas anteriores, se viabilizou a construção de um retrato do campo em questão tendo como centro da imagem as
assistentes sociais brasileiras – o que elas entendem sobre os Cuidados Paliativos? Quais habilidades e atitudes comportamentais são relevantes?
Que habilidades técnicas são fundamentais? Como se posicionam em relação ao trabalho em equipe. Conclui-se que o Serviço Social é
indispensável como integrante da equipe de paliativista. As bases da habilidade essencial no campo social em Cuidados Paliativos estão fincadas
na comunicação e na compaixão.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Gestão


SERVIÇO SOCIAL
Licenciaturas
Curso: DIREITO
Título: A EXPERIÊNCIA DA SEMANA DE ALTOS ESTUDOS DO PPGD/UFBA COMO PRÁTICA EXTENSIONISTA NA PÓS-
GRADUAÇÃO
Autor(es): Analice Nogueira Santos Cunha; Henrique Silva de Oliveira
E-mail para contato analice3@gmail.com IES: ESTÁCIO BAHIA
Palavra(s) Chave(s): universidade; educação; extensão; pós-graduação; SAEJ
RESUMO
As universidades são espaços de produção, aperfeiçoamento e difusão do conhecimento e, por isso, possuem um papel relevante no
desenvolvimento das sociedades. Por meio do indissociável tripé formado pelo ensino, a pesquisa e a extensão, as instituições de ensino superior
promovem processos educativos para formar sujeitos socialmente participativos, com habilidades e competências para inserção no mundo do
trabalho. Ocorre que, esse papel transformador da realidade que possui tanto a ciência quanto a universidade é impactado quando os estudos e
pesquisas científicas não conseguem, todavia, ir além dos muros das instituições de ensino. Para uma maior valorização das pesquisas científicas,
é preciso difundir os resultados e avanços obtidos na sociedade. Assim, é fundamental a articulação da comunidade com aquele conhecimento
produzido nas salas de aula, laboratórios, grupos de pesquisa e programas de pós-graduação. Nesse cenário, a prática extensionista se apresenta
como estratégia capaz de criar oportunidades de trocas e espaços de diálogo que proporcionam a popularização da ciência e a transformação
social, além de promover aprendizados recíprocos e troca de saberes entre a comunidade e a universidade. Para tanto, a extensão universitária é
regulamentada pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), por Planos Nacionais de Educação (PNE), Decretos e Resoluções do Ministério da
Educação (MEC), pareceres do Conselho do Conselho Nacional de Educação (CNE), Portarias da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de
Nível Superior (CAPES), bem como pelas normas internas das universidades. O Programa de Pós-graduação em Direito (PPGD) da Universidade
Federal da Bahia (UFBA) desde o ano de 2019 realiza anualmente a Semana de Altos Estudos Jurídicos (SAEJ), proposta extensionista desenvolvida
por discentes e docentes daquele PPGD. Este evento foi concebido a partir da necessidade de criar um diálogo mais próximo com a sociedade e
teve por proposta nuclear apresentar as pesquisas produzidas por seus doutorandos para além dos muros da UFBA. Diante da inovação da
realização da SAEJ e uma vez que a prática extensionista também deve ocorrer na pós-graduação, buscou-se investigar como ela tem sido
adotada pelo Programa de Pós-graduação em Direito da Universidade Federal da Bahia? A SAEJ enquadra-se na categoria de atividade
extensionista? Quais as repercussões acadêmicas e sociais da SAEJ? Objetivos: Assim, a pesquisa tem como objetivo verificar a ocorrência da
extensão no âmbito do PPGD/UFBA por meio do projeto extensionista intitulado “Semana de Altos Estudos Jurídicos”. Para tanto, também fez
parte do escopo investigativo analisar se a SAEJ pode ser classificada como extensão conforme a normativa vigente, bem como verificar seus
impactos acadêmicos e sociais. Metodologia: Trata-se de estudo exploratório de abordagem qualitativa realizado por meio da pesquisa
documental e bibliográfica contribuindo para compreensão da prática extensionista, em especial no âmbito da pós-graduação. A pesquisa
documental se deu por meio da coleta de dados em fontes primárias como as normas constitucionais e infraconstitucionais que versam sobre a
temática da educação, em especial sobre extensão e ensino superior, bem como nas normativas universitárias da UFBA. Além disso, utilizou-se
também da pesquisa bibliográfica através de fontes secundárias como livros e artigos científicos. Resultados e conclusões: A investigação
evidenciou que a Semana de Altos Estudos Jurídicos foi uma bem-sucedida prática extensionista no âmbito do Programa de Pós-graduação em
Direito da UFBA, uma vez que suas características não somente enquadram-se nos elementos definidores desse tipo de atividade nas normas
vigentes, como também atingiu importantes resultados acadêmicos e sociais. No que tange à exigência constitucional da indissociabilidade entre
ensino, pesquisa e extensão, bem como à sua integração curricular exigida na legislação ordinária e nas normas do Conselho Nacional de
Educação (CNE), a SAEJ foi inserida nas atividades da disciplina Seminário de Pesquisa e realizou palestras versando sobre as pesquisas
empreendidas pelos doutorandos do programa. Essas normas dispõem ainda que a extensão deve promover o diálogo entre comunidade e
universidade, construindo conhecimentos voltados ao desenvolvimento da sociedade mais igualitário e comprometida com os direitos humanos,
a justiça, por exemplo. Nesse sentido, a SAEJ não restringiu sua organização, nem sua realização a um círculo restrito, mas articulou docentes,
servidores, discentes de doutorado, mestrado e graduação, entidades estudantis, e pessoas da comunidade externa, e cada um deles
desempenhou um papel diferente no projeto, seja como palestrante, monitor, avaliador de artigos e apoio à organização. Em sua realização, a
SAEJ alcançou não apenas a audiência especializada, mas também o público em geral, o que foi possível pela escolha dos espaços de realização,
pela acessibilidade das inscrições e pela metodologia inclusiva das suas atividades. O evento teve grandes dimensões, ocupando diversos espaços
da Faculdade de Direito da UFBA, como auditórios e salas de aula. As inscrições foram abertas à toda comunidade acadêmica e sociedade em
geral, e realizadas gratuitamente. E as palestras adotaram uma metodologia que incluiu debates diretos entre os pesquisadores do PPGD com a
audiência. Entre as diretrizes orientadoras da extensão presentes nas normativas estão ainda a interdisciplinaridade e interprofissionalidade,
qualidades atendidas pela SAEJ ao promover a divulgação de pesquisas sob os mais variados temas, abrangendo todas as suas linhas de pesquisa.
Além disso, foi uma atividade capaz de promover diversas articulações interorganizacionais e interprofissionais que resultaram num diálogo entre
especialistas, comunidade e universidade, e consequentemente, trouxeram um impacto positivo na formação dos estudantes e também um
impacto e transformação social, ao buscar e acolher a comunidade externa em sua dinâmica.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Licenciaturas


DIREITO
Licenciaturas
Curso: EDUCAÇÃO FÍSICA - LICENCIATURA
Título: DESENVOLVIMENTO INFANTIL, PSICOMOTRICIDADE E EDUCAÇÃO FÍSICA: UM ESTUDO DE REPRESENTAÇÕES SOCIAIS
Autor(es): Maria de Fátima Ferreira de Vasconcelos; Pedro Humbertode Faria Campos
E-mail para contato fafevasconcelos@gmail.com IES: UNESA
Palavra(s) Chave(s): DESENVOLVIMENTO INFANTIL, PSICOMOTRICIDADE , EDUCAÇÃO FÍSICA REPRESENTAÇÕES SOCIAIS
RESUMO
O presente estudo tem como proposta investigar a Representação Social de Desenvolvimento Infantil elaborada por professores de Educação
Física, a fim de compreender como estes professores organizam sua prática, identificando a utilização do conhecimento da Psicomotricidade
como ferramenta para a promoção do desenvolvimento do aluno. Utilizaremos a Teoria das Representações Sociais, uma vez que estas podem
ser compreendidas como um processo de construção e de reapropriação da realidade, onde a ideia que os indivíduos constroem em torno de um
fenômeno social se faz a partir do conjunto de normas e práticas específicas estabelecidas em um determinado grupo (CAMPOS, 2003). O
caminho assumido nesta pesquisa se baseia no argumento de que o desenvolvimento infantil é indicado por professores de educação física como
pilar pedagógico desta prática (AYOUB, 2005; VASCONCELOS, CAMPOS, 2016). Entender a relação entre as práticas desta disciplina com o
conhecimento do campo teórico da Psicomotricidade nos promove a compreensão de como a promoção do desenvolvimento integral do aluno
está sendo organizado nesta prática. Considerando o desenvolvimento infantil como um conceito fundamental para a estruturação da prática
desta disciplina, a organização de um estudo cujo objetivo é a identificação da Representação Social do Desenvolvimento Infantil elaborada por
professores de Educação Física escolar tem sua importância na medida em que nos permite compreender os significados e sentidos que estes
professores constroem a respeito do Desenvolvimento Infantil com relação a Psicomotricidade e como estes conceitos interferem no seu
cotidiano. Para alcançarmos tal intento traçamos um caminho no sentido de compreender o conceito do fenômeno social pesquisado e o
ambiente de estudo a ser revelado: Desenvolvimento Infantil, Psicomotricidade e Educação Física Escolar. As atividades desenvolvidas nas aulas
de Educação Física orientadas por princípios psicomotores habitualmente devem estar inseridas em um ambiente lúdico, em sua expressão mais
relevante que é o brincar. De acordo com Damásio (2003) tal atividade é promotora de prazer o que fundamentalmente estimula e reforça a
formação das redes neurais, causando o envolvimento das estruturas corporais e psíquicas, a construção das imagens mentais a respeito da
experiência e favorecendo o processo de aprendizagem (FONSECA, 2008, 2010). O movimento corporal mobiliza os elementos essenciais para a
garantia da internalização das imagens, dos objetos, das pessoas e dos lugares, captando suas formas, cores e movimentos, assim como suas
configurações, definido pelos esquemas sensório-motores (DAMÁSIO, 2003), sendo fundamental para o desenvolvimento gradativo das
estruturas que sustentam o surgimento das capacidades cognitivas superiores. Tal característica pertencem ao campo de propostas conceituais
da Educação Física em associação à Psicomotricidade e atendem de forma eficiente as demandas de desenvolvimento integral da criança.
Estando de posse da compreensão da importância do movimento como promotor do desenvolvimento infantil nas aulas de Educação Física
Escolar, considerando os conhecimentos oferecidos pela Psicomotricidade, pudemos identificar a relevância deste conceito na prática da
Educação Física. Buscamos, portanto identificar a representação social que os professores referidos elaboram a respeito do desenvolvimento
infantil, pois a partir desta identificação estaremos de posse do conhecimento a respeito dos conceitos, valores e normas que sustentam a prática
da Educação Física nas escolas. E para tal análise, utilizamos os conhecimentos constituídos na Teoria das Representações Sociais, uma vez que
seus instrumentos promovem a compreensão dos mecanismos que orientam a práticas dos sujeitos da ação, das construções de sentidos a
respeito de uma determinada realidade. A formulação da Teoria das Representações Sociais teve como objetivo, desenvolver o estudo das
relações intergrupais, por meio da elaboração de um conhecimento que fosse capaz de promover a compreensão do pensamento que os grupos
sociais constroem a respeito dos fenômenos sociais. É uma teoria que se propõe estudar as relações entre os indivíduos e os grupos, nas quais os
indivíduos elaboram explicações sobre objetos sociais por meio das interações sociais estabelecidas (MOSCOVICI, 2010). Conhecer a estrutura da
Representação social de um determinado objeto nos permite conhecer o que os sujeitos envolvidos pensam sobre a sua prática social aferente a
este mesmo objeto social (CAMPOS, 2003). Para a realização desta pesquisa foi adotada uma abordagem qualitativa uma vez que esta
abordagem é mais adequada quando o objetivo da pesquisa se propõe a observar e analisar dados que envolvem relações psicossociais de grupos
humanos. O conjunto de indivíduos pesquisados neste estudo foi composto de professores de educação física atuantes em escolas. Uma das
etapas do estudo realizado nos permitiu identificar o modo de organização da prática destes professores, do trabalho desenvolvido para a
promoção da aquisição e evolução das competências psicomotoras. Para tal intento, foi aplicado um questionário composto por questões
específicas segundo a abordagem estrutural da Teoria das Representações Sociais. As questões presentes no questionário foram elaboradas com
base em concepções encontradas nos trabalhos de Vergès, (1994): uma questão de livre evocação com o intuito de promover uma aproximação
em relação a Representação Social de Desenvolvimento Infantil; uma segunda questão de hierarquização e uma terceira questão de
caracterização. O objetivo intencionado na aplicação de tal questionário foi a obtenção, por meio do discurso dos professores, de elementos que
nos forneçam indícios a respeito do mecanismo cognitivo utilizado por tais professores no momento da elaboração e realização de suas
atividades elencada em sua prática cotidiana. E ainda, as identificações do conjunto de ideias que norteia a organização da prática de tais
indivíduos e como estes elementos definem a ação destes professores. Deste modo acreditamos estar de posse dos elementos essenciais para a
compreensão do modo de pensamento dos sujeitos intencionados, com referências individuais e coletivas para identificação da presença do
conhecimento de conhecimentos da Psicomotricidade na prática da Educação Física Escolar. Em primeira etapa, os dados coletados foram
tratados por meio do software EVOC (VERGÈS, 1994) que permite levantar hipóteses sobre uma representação identificada. Tal análise nos
indicou que os elementos prováveis constituintes da representação social objetivada são as palavras: Psicomotricidade, ludicidade,
desenvolvimento motor e movimento. Estes elementos podem ser indicados como possíveis organizadores desta prática. Segundo os sujeitos
pesquisados, a Psicomotricidade, compreende um campo de conhecimento que promove interferência no desenvolvimento dos aspectos
formadores da criança de forma integrada, considerado como essencial para a estruturação de sua prática nas escolas. A ludicidade apresenta
uma característica de promoção da ação com interferência do prazer e interação, o que nos remete ao campo de conhecimento da
Psicomotricidade na proposição do desenvolvimento infantil. O movimento corporal por sua vez é estruturante da organização psíquica do
indivíduo, pois o desenvolvimento infantil se inicia eminentemente por meio da experimentação corporal. Sendo a Psicomotricidade e o
movimento os elementos mais presentes no discurso espontâneo dos sujeitos sugere que os professores de Educação Física pensam em sua
prática apresentando indícios de ampliação no que tange ao conhecimento teórico do desenvolvimento infantil, uma vez que a Psicomotricidade
é o campo de conhecimento que oferece instrumentos necessários para promoção do desenvolvimento integral por meio do movimento. Tais
observações nos levam a concluir que, os professores de educação física entendem a possibilidade de promoção do desenvolvimento integral do

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Licenciaturas


EDUCAÇÃO FÍSICA - LICENCIATURA
aluno por meio dos movimentos em consonância com os pressupostos teóricos da Psicomotricidade, no entanto este conhecimento ainda é
superficial, pois o desenvolvimento motor ainda aparece como elemento característico desta prática em detrimento aos demais aspectos, deste
modo em contradição à proposta de desenvolvimento integral. Nossa contribuição está fundada no argumento de que estes professores indicam
um caminho promissor na prática da educação física escolar como promotora do desenvolvimento infantil com a inserção do conjunto de
conhecimento da Psicomotricidade. Entretanto ainda não são perceptíveis elementos da prática com ênfase em uma abordagem integral de
desenvolvimento, permanecendo indicativos de uma prática que apresenta ênfase no desenvolvimento motor.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Licenciaturas


EDUCAÇÃO FÍSICA - LICENCIATURA
Gestão
Curso: Outro
Título: IMPLANTAÇÃO DE COLETA SELETIVA EM INSTITUIÇÕES DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE: EXEMPLO DE UM HOSPITAL
PÚBLICO NA CIDADE DO RIO DE JANEIRO
Autor(es): Lucia Cristina Dantas Shpielman; Sergio Ricardo da Silveira Barros
E-mail para contato lcgd@globo.com IES: UFF
Palavra(s) Chave(s): implementação coleta seletiva; resíduos saúde
RESUMO
O objetivo desta pesquisa é discorrer sobre implantação da coleta seletiva nas instituições de assistência à saúde pública. É urgente ampliar o
olhar dos gestores destas instituições com vistas ao cuidado com o meio ambiente, através de uma adequada gestão dos resíduos. Parte-se de
uma nova cultura e conscientização dos profissionais que atuam na área de assistência à saúde sobre a repercussão de seus atos no meio
ambiente. O foco principal é a redução dos resíduos gerados, através do incremento da coleta seletiva, consequentemente menos impacto ao
meio ambiente e redução de gastos com tratamento e destinação final dos resíduos. Deixa-se de encaminhá-los para aterros sanitários, passando
a doá-los para cooperativas de catadores, gerando renda para os cooperados e fazendo com que aqueles resíduos que seriam descartados no
meio ambiente, retornem para a indústria e sejam transformados novamente em matéria prima, praticando assim a economia circular, conceito
econômico que faz parte do desenvolvimento sustentável das empresas. Neste contexto cumprir com as legislações vigentes, principalmente a
Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), instituída pela Lei 12.305 em 2010. As boas práticas para o gerenciamento dos resíduos de serviços
de saúde são reguladas pela RDC 222/2018 Resolução da Diretoria Colegiada da Anvisa e a Resolução 358/2005 do Conama. Estas são as
legislações que fundamentam este trabalho. Os órgãos públicos contam também com o estímulo da Agenda Ambiental da Administração Pública
(A3P), é um programa do Ministério do Meio Ambiente, que tem como objetivo estimular ações de sustentabilidade e criar uma cultura de
responsabilidade socioambiental na administração pública. Atuando em 6 eixos temáticos, um deles é a Gestão Adequada dos Resíduos Gerados”.
Este tema também está alinhado aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU, ODS 12 que trata do Consumo e Produção
Responsáveis, na meta 12.5 visa reduzir substancialmente a geração de resíduos por meio da reciclagem até o ano 2030. Por todos estes motivos
torna-se um tema atual e relevante. Segundo dados da OMS (Organização Mundial de Saúde) 80% dos resíduos gerados nos serviços de saúde são
comuns, similares aos resíduos domésticos, não necessitam de tratamento antes do destino final. Com uma correta gestão destes resíduos,
evita-se que grande parte deles cheguem aos aterros sanitários. Na implantação do projeto de coleta seletiva é fundamental o engajamento
direto da alta gestão, assim como, estar alinhada ao planejamento estratégico da instituição. A RDC 222/2018 da Anvisa, estabelece que todas as
instituições de saúde elaborem um Plano de Gerenciamento Resíduos de Serviço de Saúde (PGRSS), ele é o instrumento normativo técnico, de
apoio para o correto manejo dos resíduos, nele estão descritas todas as etapas do manejo, são elas: Segregação, acondicionamento,
identificação, transporte interno, armazenamento, coleta e transporte externo, tratamento (quando houver) e destino final. A segregação é o
primeiro passo no manejo dos resíduos de serviços de saúde (RSS). É o ato de separar os resíduos, conforme sua classificação no momento e
local de sua geração, de acordo com as características físicas, químicas, biológicas, o seu estado físico e os riscos envolvidos. Esta etapa do
manejo realizada corretamente o fluxo do resíduo tende a caminhar corretamente até o destino final. A metodologia utilizada neste estudo de
caso tem abordagem qualitativa, sua análise é de natureza exploratória fundamentada em pesquisa bibliográfica de livros, artigos, dissertações,
páginas da Internet. A busca da literatura nas bases de dados Periódicos CAPES e BDTD. O embasamento bibliográfico está em Viriato (2014),
Rezende (2015), Zajac (2016), Sodré (2017), Mekano (2019), site COMLURB (2021). É fundamental que o tema Gestão de Resíduos esteja
inserido nos treinamentos dos profissionais de saúde, fazendo parte do planejamento anual da Área de Educação Continuada. Definindo-se pela
implantação do projeto de coleta seletiva, esta informação será inserida no PGRSS. Como produto deste trabalho, segue breve resumo das
etapas para implantação do projeto de coleta seletiva. Inicialmente mapear todas as áreas onde os resíduos são gerados, especificar quais
resíduos serão descartados (embalagens de papelão, caixas, papéis, plástico, vidro, metal etc.). Considerasse reciclável resíduos secos e limpos.
Os produtos ou materiais utilizados na assistência ao paciente possuem embalagens passíveis de serem recicladas, são embalagens primárias,
secundárias ou terciárias (caixas de papelão, plástico, papel etc.). Nesta etapa do mapeamento também é registrada a quantidade aproximada de
resíduos (limpos e secos) gerados no setor. Após finalizados estes registros, inicia-se a etapa de compra das lixeiras para acondicionamento dos
resíduos. A quantidade de lixeiras e o tamanho serão definidos de acordo com o volume gerado. No próximo passo define-se o fluxo para o
armazenamento. É necessário disponibilizar um local para armazenamento destes resíduos recicláveis, preferencialmente próximo ao portão
saída dos demais resíduos. No armazenamento utilizasse uma balança para pesagem e paletes para que o acondicionamento não seja feito sobre
o piso. A próxima etapa é levantar quais cooperativas de catadores atendem no bairro/região. Para as empresas públicas é necessário fazer um
chamamento público (Decreto Federal 5940/2006), porém as instituições sediadas na cidade do Rio de Janeiro, dispõem da possibilidade de
conveniar-se com a COMLURB (Companhia Municipal de Limpeza Urbana) que disponibiliza o serviço de logística e transporte destes materiais
recicláveis para as cooperativas de catadores. Estas cooperativas estão licenciadas e foram credenciadas pela COMLURB. Atualmente a
COMLURB atende a 122 dos 163 bairros da cidade do Rio de Janeiro, fazendo a coleta de materiais potencialmente recicláveis. A etapa final é a
divulgação do projeto. Neste momento, iniciasse uma campanha de divulgação, com elaboração de avisos, manual, filipeta, utilizando-se de
todos os recursos de comunicação disponíveis para alcançar o máximo de profissionais, na busca da conscientização de todos sobre os benefícios
de uma instituição estar engajada neste projeto. É importante manter os profissionais informados sobre os avanços do projeto, divulgando
frequentemente as metas, objetivos e quais setores estão alcançando os objetivos propostos. No estudo de caso de um Hospital público X,
situado na cidade do Rio de Janeiro, com aproximadamente 400 leitos, em seu relatório do ano 2020, informa que gerou 11.465m³ de resíduos
comuns além de encaminhar 41 toneladas de material reciclável (papelão 81,57%, plástico 11,2%, papel 4,15%, metal 1,01%, lâmpadas 0,95%,
Diversos: isopor/ eletrônicos/ pilhas/ vidros/ sucatas 1,11%) para cooperativas de catadores. Dentre os recicláveis estão as lâmpadas e pilhas,
porém estas seguem tratamento diferenciado, necessitam de descontaminação prévia, por este motivo não seguem para as cooperativas. Estes
dados comprovam que é possível implementar a coleta seletiva nas instituições de saúde. Seus reflexos serão observados nos aspectos do tripé
da sustentabilidade, são eles: aspectos econômicos, aspectos sociais e aspectos ambientais.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Gestão


Outro
Gestão
Curso: PSICOLOGIA
Título: PSICOLOGIA POSITIVA DO ESPORTE NO BRASIL: REVISÃO SISTEMÁTICA DE LITERATURA
Autor(es): Mariana Rambaldi ; Lohrena Teixeira Cardoso de Carvalho; José Augusto Evangelho Hernandez
E-mail para contato marianarambaldi@hotmail.com IES: UERJ
Palavra(s) Chave(s): psicologia do esporte; psicologia positiva; revisão sistemática; gestão de pessoas; gestão no esporte
RESUMO
A Psicologia Positiva (PP) é descrita como o estudo das forças e do ótimo funcionamento humano, suas pesquisas vêm contribuindo com
subsídios para o bem-estar subjetivo e a saúde psicológica. Dentro do contexto Organizacional, laboratórios e pesquisadores vem se dedicando a
estudos que busquem dentro deste enfoque teórico, explorar virtudes humanas, auxiliando na prevenção e buscando estratégias de intervenção
para minimizar prejuízos causados no ambiente de trabalho. Neste cenário, demonstra-se para gestores de organizações o potencial das virtudes
humanas na busca por ambientes saudáveis e de alta competitividade. Na gestão de pessoas, esse movimento positivo é direcionado para
aspectos que trazem benefícios a motivação e ao desempenho, prezando também a saúde do trabalhador. Em organizações esportivas, a
Psicologia Positiva pode ser útil para gestão não só do ponto de vista Organizacional, mas também sob a ótica da Psicologia do Esporte. Cada vez
mais psicólogos especialistas em esporte se dedicam a ajudar atletas e técnicos e atingirem suas metas, o que também é um objetivo
institucional. A psicologia do esporte, que em sua essência, pode ser vista como psicologia do desempenho – em que princípios são aplicados em
outras áreas de alto desempenho, como a de negócios, artes, medicina e militar – está começando a surgir como uma área de interesse
(Weinberg & Gould, 2017). Objetivos No âmbito da Psicologia do Esporte (PE), este estudo realizou uma revisão sistemática da literatura sobre
pesquisas brasileiras que abordaram os conceitos que compõem as bases das Teorias de Bem-Estar, Flow e Psicologia Positiva: Emoção Positiva,
Compromisso ou Engajamento, Relacionamento, Significado ou Propósito, Realização e Flow. Metodologia: A pesquisa foi realizada com base
nas diretrizes do PRISMA e do guia didático de revisões sistemáticas na área de Psicologia. Dois pesquisadores adotaram o protocolo de busca,
mantendo iguais critérios de inclusão e exclusão, cujos resultados foram compilados ao final da análise. Todos os resumos que não forneceram
informações suficientes em relação aos critérios de inclusão e exclusão foram selecionados para avaliação do texto integral. No estágio do texto
integral, dois revisores independentes avaliaram os artigos completos e realizaram suas seleções de acordo com os critérios de elegibilidade.
Após, foi realizada a coleta de dados no que diz respeito às características metodológicas e desfechos dos estudos utilizando formulários
padronizados. As discordâncias, em todas as fases do processo de seleção, foram resolvidas por um terceiro revisor, fornecendo a decisão final
sobre a elegibilidade de cada estudo. Para seleção de artigos, foram consultadas as bases Web of Science, APA PsycNet e BVS Saúde, entre 02 de
fevereiro e 02 março de 2021. A estratégia foi unir o termo “Sport” ou “Athlete” com cada descritor representativo das bases das Teorias de Bem-
Estar, Flow e Psicologia Positiva. Não houve restrição de idiomas. Os critérios de inclusão adotados foram artigos empíricos, pesquisas
qualitativas e quantitativas publicados até março de 2021; revisados por pares; que contemplam os temas da PP e da PE; com amostra brasileira.
Todos aqueles estudos que não apresentavam definição clara do conceito de Psicologia Positiva, que não definiam claramente o local de
realização do estudo ou não contemplavam atributos dessa linha da Psicologia foram excluídos. Foi elaborado um banco de dados com ajuda do
software Mendeley contendo informações que foram analisados por seu objetivo, delineamento, participantes, método, instrumentos,
resultados, agenda de pesquisas, eixos temáticos, área da revista, Qualis, área e região de publicação dos autores. O resultado inicial revelou
3378 estudos. Foram selecionados 9 artigos que atenderam aos critérios, lidos na íntegra. Os artigos foram analisados de forma qualitativa por
meio dos procedimentos: 1. Leitura flutuante, exploração e pré-análise. Nesta etapa foi construída uma tabela com as características dos estudos,
os objetivos e os resultados; 2. Identificação e descrição dos resultados; 3. Consideração dos eixos temáticos, determinados a priori, os construtos
do modelo PERMA. Resultados: Os resultados, ainda em andamento, indicam que 8 dos 9 artigos abordam o constructo Flow, demostrando que
o estudo deste estado mental ótimo está crescendo cada vez mais na Psicologia do Esporte. Não foram encontrados artigos sobre Emoções
positivas, Engajamento e Significado. De acordo com o Qualis CAPES 2016, avaliação vigente na atualidade, área de Psicologia, a classificação das
revistas nas quais foram publicados os artigos apurados, foi a seguinte: A1 = 4 (45%), A2 = 1 (11%), B1 = 3 (33%) e B2 = 1 (11%). As pesquisas
realizadas e relatadas no material encontrado se concentraram nas regiões territoriais brasileiras Sudeste, 7 (50%) e Sul, 4 (29%), representando
79% total de publicações. Não foi encontrado nenhum artigo produzido na região Centro-Oeste. Os dados encontrados são coerentes com a
pesquisa realizada por Vilarino, Dominsk, Andrade, Felden e Andrade (2017), que revelou que existe concentração de grupos de pesquisa em
psicologia do esporte e do exercício nas regiões Sul e Sudeste. Isto se deve ao fato dos programas de pós-graduação stricto sensu tanto na
Psicologia, quanto na Educação Física, estarem localizados nestas regiões. Os mesmos autores destacam que a Região Nordeste vem fortalecendo
seu sistema de pós-graduação com a chegada de professores doutores que podem fazer com que a quantidade e a qualidade da produção
científica se expandam nos próximos anos. Ao longo dos anos, pesquisadores notaram o crescimento da produção científica da PE. Essa
produção se encontra, em sua maioria, nos periódicos de Educação Física, apesar de também haver um aumento nos últimos anos nos periódicos
da Psicologia (Andrade et al., 2015). O mesmo vem acontecendo nas pesquisas que utilizam os construtos da PP na PE. Apesar de crescente, os
dados indicam que as publicações que envolvem a PP e a PE vem sendo feitas majoritariamente em periódicos da área de Educação Física, com 5
periódicos (56%), seguida da área de Psicologia, com 4 revistas (44%). A PE, apesar de ter conquistado um enorme alcance nos últimos anos,
remonta ao início do século XX. Conclusões: As pesquisas da área podem ser mais exploradas, contribuindo com informações e elementos para
psicólogos, educadores físicos, técnicos etc. De acordo com esta revisão, as possíveis investigações e resultados serão relevantes para formulação
de programas de preparação psicológica de atletas, que conforme descrito, pode beneficiar os esportistas brasileiros e as instituições esportivas.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Gestão


PSICOLOGIA
Gestão
Curso: GESTÃO COMERCIAL
Título: A INFLUÊNCIA DAS ATITUDES FRENTE AO FACEBOOK NO ENGAJAMENTO EM MÍDIAS DIGITAIS
Autor(es): Luis Augusto de Carvalho Mendes; Jéssica Diniz de Oliveira; Amanda Carla dos Santos Brito
E-mail para contato luis.mendes@estacio.br IES: ESTÁCIO JOÃO PESSOA
Palavra(s) Chave(s): Atitudes; Facebook; Engajamento; Mídias Digitais; Comportamento do Consumidor.
RESUMO
Na Psicologia Social as Atitudes são consideradas como uma das variáveis de maior estabilidade das últimas décadas, o que permite a presença
em todas as obras didáticas da área. Da mesma forma, os manuais de comportamento humano, e dos consumidores, dedicam considerável
atenção para o estudo das atitudes frente aos objetos mais variados, com especial foco para os processos de formação e mudanças, visto que um
dos principais focos dos profissionais de áreas como Psicologia, Comunicação e Marketing é criar e manter atitudes positivas frente a objetos de
consumo. Já o Engajamento em Mídias Sociais é uma variável que pode ser usada como preditora de perfis que tenham facilidade em usar as
tecnologias da informação, mas também como a indicação de usuários que estão tendo uma relação de dependência com essas tecnologias
digitais. A partir desses pressupostos, a presente pesquisa teve com questão norteadora: As atitudes frente ao Facebook influenciam no
Engajamento em Mídias Digitais. Para responder a esta pergunta, foi proposto como objetivo geral analisar como as atitudes frente ao Facebook
explicam o Engajamento em Mídias Sociais. Para atingir ao objetivo de pesquisa, foi realizada uma pesquisa correlacional, de abordagem
quantitativa e objetivo descritivo, que contou com uma amostra não probabilística, por conveniência, composta por 374 participantes, sendo a
maioria do sexo feminino (64%); solteira (56%); idade média de 31 anos; com escolaridade no nível superior incompleto (34%), seguido pelo
médio completo (29%); se autodenominando classe média (76%) e informando uma renda familiar média de R$ 4.462,00. Os participantes
responderam aos seguintes instrumentos: 1) um questionário sociodemográfico, com informações sobre sexo, idade, estado civil, escolaridade,
renda e classe social; 2) Escala de Engajamento em Mídias Sociais, que conta com cinco itens respondidos em uma escala de resposta de oito
pontos, variando de 0 (Nenhum dia) a 7 (Todos os dias); e Escala de Atitudes Frente ao Facebook, que corresponde a um instrumento
autoaplicável, composto por 6 itens (e.g., Facebook tornou parte da minha rotina diária; Eu me sinto desconectado quando não entro no
Facebook por algum tempo), numa escala tipo Likert, com respostas variando de 1 (Discordo totalmente) a 5 (Concordo Totalmente). Os
instrumentos foram aplicados de forma on-line, seguindo restritamente os critérios éticos de pesquisa com seres humanos. Os dados foram
organizados e analisados com a ajuda do open source R-Estatístico, no pacote R-Commander. Por meio das análises foi possível observar que a
amostra atingiu uma média 3,26 (dp = 2,13), numa escala que vai de um a cinco, indicando a presença do engajamento em mídias sócias, uma vez
que o valor três é mediana da escala. Já as Atitudes frente ao Facebook apresentam um valor abaixo da mediana da escala (m = 1,98, dp = 0,98),
indicando que a amostra teve um baixo índice de atitudes frente ao Facebook. Quanto à relação entre as variáveis, a partir das análises, foi
verificado que o Engajamento em Mídias Sociais apresentou uma correlação positiva (r = 0,27, p < 0,001) com as atitudes frente ao Facebook,
indicando que quanto mais positivas forem as atitudes, maior será o engajamento. A partir dos resultados das correlações, foi possível verificar
que o Engajamento em Mídias Sociais está relacionado ao fator idade, indicando que as pessoas mais jovens são mais engajadas que as mais
velhas. A partir dessa constatação a amostra foi dividida em dois grupos a partir da idade, sendo a mediana a idade de 25 anos, ou seja, os
participantes foram organizados em dois grupos, sendo o primeiro as pessoas com até 25 anos, com um total de 186 participantes. O segundo
ficou com 188 participantes, com idade acima dos 25 anos. A partir desses dois grupos foi possível constatar que os mais novos apresentaram
uma média (m = 4,03, dp = 2,08) maior em Engajamento em Mídias Sociais do que os de maior idade (m = 2,48, dp = 1,88), indicando, de forma
significativa (t (367) = 7,56, p < 0,001), que o engajamento é variável muito forte entre os mais jovens. Porém, não foram encontradas diferenças
significativas (t (271) = 1,08, p > 0,28) nas Atitudes frente ao Facebook, indicando que não existe diferença na avaliação entre os dois grupos
quanto à avaliação desta rede social digital. A partir dos resultados é possível defender que o engajamento está relacionado diretamente às
variáveis psicológicas, neste caso, as Atitudes frente ao Facebook. Cabe ressaltar que as Atitudes são um construto que abrange três grandes
áreas da Psicologia, sendo elas: as cognições, os afetos e os comportamentos. Ou seja, essa relação com a tecnologia, e mais especificamente
com a rede social do Facebook, é uma variável com considerável capacidade preditora para o Engajamento as Mídias Sociais e deve ser
considerada em pesquisas da área do comportamento do consumidor.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Gestão


GESTÃO COMERCIAL
Gestão
Curso: GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS
Título: A UTILIZAÇÃO DAS MÉTRICAS DA CIÊNCIA DO BEM-ESTAR NO MUNDO CORPORATIVO DAS EQUIPE
Autor(es): Simone Farias Moura Cabral; Luciane Albuquerque Sá de Souza
E-mail para contato simonefmouracabral@gmail.com IES: ESTÁCIO PARAÍBA
Palavra(s) Chave(s): ciência do bem-estar; consultoria; estratégia socioemocional
RESUMO
A Ciência do bem-estar tem sido utilizada no meio corporativo como uma forma moderna de gestão e uma estratégia inteligente de motivar
pessoas a descobrir seus propósitos e significados de vida e, a partir disso, encontrar mais engajamento e sentido na vida pessoal e profissional. É
uma área que tem cada vez mais difundido a importância de correlação e conexão forte entre corpo e mente, bem como, a interferência de cada
uma na totalidade do ser humano.O mundo do trabalho tem se deparado com a necessidade de inserir suas equipes cada vez mais em um mundo
competitivo, repleto de cobranças e entregas mais assertivas possíveis. Porém, uma participação que possa beneficiar a todos os envolvidos é de
extrema relevância. Espera-se de um proprietário, diretor, gerente, supervisor, dentre todos que compõem o corpo organizacional, sincronia,
atitude, rapidez e agilidade no funcionamento interno nas equipes e, também, na abordagem frente aos clientes. Por isso, os gestores têm
entendido que cuidar de suas equipes é a possibilidade mais concreta de diminuição de conflitos entre as pessoas, gerando, portanto, menor
rotatividade de profissionais, diminuição de ações trabalhistas, aumento de produtividade e possibilitando um clima organizacional mais
favorável.O objetivo geral deste trabalho foi o de entender o impacto que a prestação de serviço de consultoria, com respaldo na ciência do bem-
estar, tem causado nos colaboradores de uma empresa prestadora de serviços contábeis a partir da aplicação de três (3) escalas socioemocionais.
Os objetivos específicos foram: a) entender como a ciência do bem-estar tem contribuído para as práticas diárias no exercício do trabalho; b)
verificar os percentis e analisá-los; e c) compreender as contribuições do Núcleo de desenvolvimento de pessoas positivas (Nudp) para a saúde
emocional das equipes.A metodologia da pesquisa foi aplicada em uma empresa que possui quarenta e seis (46) colaboradores. Sendo que, vinte
e quatro (24) mulheres e vinte e dois (22) homens. As escalas foram aplicadas no formato on-line, pelo google docs, em que cada uma pôde ao
término do preenchimento da escala verificar seu percentil e em que nível: baixo, médio ou alto se encontra atualmente. As escalas foram
aplicadas depois de seis (6) meses de realização de encontros semanais com as equipes através do Nudp, iniciando os encontros em março a
agosto de 2020 para serem verificados o impacto das intervenções.Este estudo teve uma abordagem de natureza quantitativa, a partir da análise
dos resultados da aplicação de escalas da ciência do bem-estar seis (6) meses após a realização de intervenções semanais às equipes de uma
empresa do setor da contabilidade, com a participação de quarenta e seis (46) funcionários. Os encontros semanais começaram de forma
presencial e, por conta da pandemia do COVID-19, passaram a acontecer no formato remoto. Na primeira etapa, participaram dezenove (19)
colaboradores que responderam à escala de engajamento. Na segunda etapa, participaram da pesquisa nove (9) colaboradores que preencheram
a escala de Suporte Social Percebido. Na terceira etapa, participaram da pesquisa nove (9) colaboradores que preencheram a escala de Suporte
Social Percebido.Em se tratando da escala do engajamento, a sensação de desenergização tem se transformado em uma realidade mais comum.
O percentual de 21% de não se deixar levar pela empolgação quando se está no trabalho. Tal profissional percebe que o equilíbrio é a melhor
forma de resolução das demandas que aparecem à sua frente. É claro que para se ter uma compreensão maior sobre essa reserva na
empolgação, seria necessário realizar uma análise mais profunda dos porquês e quais temas estariam envolvidos. O percentil de 40% de
dificuldade de se desligar do trabalho foi o ponto considerado como mais preocupante, pois todos os profissionais que assumem
responsabilidade e lidam com as adversidades constantes dos clientes, tendem a levar preocupações e prováveis soluções de decisões para casa.
Um percentil que chamou a atenção foi o relato de 42% de dificuldades em as equipes se adaptarem às situações difíceis que acontecem no
ambiente de trabalho. E o interessante de se observar é que o que mais se enfrenta no dia a dia são as adaptações que necessitam ser feitas, seja
diante do cliente, como também, no relacionamento com colegas e nos fatores circunstanciais que são identificados e percebidos.
Demonstrando, dessa forma, um índice de estressores e, talvez, uma provável propensão ao adoecimento psíquicoNa escala de suporte social
percebido, foram levados em consideração seus quatro (4) aspectos: RE, DE, RI e DI. Quanto ao aspecto de Receber suporte emocional (RE),
percebeu-se que em um percentual de 90% de respostas, os colaboradores sentem suporte social e emocional entre as pessoas mais próximas,
como também, possuem pessoas com quem contar. Tal aspecto é de extrema relevância, principalmente nos dias atuais, pois se percebe um
maior individualismo e distanciamento entre as pessoas de modo geral. Inclusive, o ter suporte social, possibilita aumento de concentração,
otimismo e engajamento.Em relação ao aspecto Dar suporte emocional (DE), verificou-se um índice de 80% em dar suporte emocional,
principalmente no ponto que se refere a “animar as pessoas quando elas estão se sentindo para baixo”. Tal postura possibilita a crença de
existência de um ambiente com clima organizacional saudável, pois se acredita ser feito tal amparo no próprio ambiente constitutivo do trabalho.
Quanto ao aspecto receber suporte emocional (RE), 70% dos respondentes afirmaram ter alguém para conversar em momentos em que estão “se
sentindo para baixo”. Momentos de baixa de energia e de estados de tristeza são oscilantes na vida, provocando ajustes e resignificação quando
necessários. Um outro ponto a ser considerado é ao que se refere a possuir um círculo de amizades que valorizam. Percebeu-se um índice de 70%
também de valorização nas relações estabelecidas. No aspecto das pessoas confiarem em contar as preocupações mais temidas, 60% dos
respondentes, demonstraram tal realidade acontecer. Quanto ao Receber suporte social instrumental (RI), percebeu-se uma dificuldade maior de
disponibilidade para receber suporte social, em um percentual de 60%, que é: “existe alguém que pode me ajudar a cumprir minhas
responsabilidades quando eu não consigo”, gerando nesse ponto a ser abordado uma necessidade e cobrança interna maior por atingimento de
resultados e pela expressão de insegurança diante do trabalho a ser cumprido. Muitas pessoas, ainda na realidade, sentem dificuldade em pedir
ajuda, quando não dominam alguma área técnica de trabalho.Quanto à análise da escala do otimismo, percebeu-se que cerca de 55% dos
respondentes se dizem otimistas diante do futuro a ser oferecido. Estar ocupado, como também possuir amigos, é um ponto a ter o percentil de
80%. Tais respostas ressaltam muito bem que cuidar das relações e ter uma visão numa perspectiva otimista ajuda no atingimento de um futuro
mais saudável. Em sua maioria, os entrevistados demonstraram acreditar em aspectos positivos da vida. As escalas da ciência do bem-estar
demonstraram que são extremamente necessárias de serem aplicadas nos processos de consultoria como um termômetro perceptivo de como
está sendo desenvolvido o trabalho e como tem impactado as equipes. Os números encontrados em formato de percentis são sinalizadores para
que a gestão, a equipe e a consultoria possam refletir, aprimorar e buscar formas de intervenção mais assertivas, já que o ambiente de trabalho é
uma área que necessita desse olhar mais cuidadoso com suas equipes, posto que, o índice de adoecimentos no trabalho vem aumentando, por
meio das dificuldades de tratativas com as atuais demandas e um mercado de trabalho tão exigente.Além das respostas quantitativas, outros os
pontos também foram realçados utilizando-se questões subjetivas, sobre as contribuições que a consultoria do núcleo de desenvolvimento de
pessoas positivas (Nudp) veio a agregar e a entender como contribuir com as equipes.Percebe-se entretanto, que o objetivo geral deste trabalho

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Gestão


GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS
foi atendido, pois houve um entendimento maior do impacto que a prestação do serviço de consultoria realiza no mundo do trabalho. Além de
que, a utilização de estratégias de intervenção com amparo na Ciência do bem-estar, trás resultados e perspectivas de conscientização maior de
práticas de comportamentos e atitudes antigas que necessitam ser reavaliadas e melhor posicionadas ao longo das vivências junto a liderança e
nas equipes.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Gestão


GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS
Gestão
Curso: Outro
Título: A VISÃO DOS CONSUMIDORES SOBRE AS AGROINDÚSTRIAS DA REGIÃO CENTRAL DE RONDÔNIA
Autor(es): Clodoaldo de Oliveira Freitas; Eliane Silva Leite
E-mail para contato clodoaldo@unir.br IES: UNIR
Palavra(s) Chave(s): Selo de Inspeção; Mix; Agricultura Familiar; Empreendimentos Rurais.
RESUMO
A agroindústria familiar é uma das alternativas moderna para permanência das famílias no campo, evitando o êxodo rural, gerando renda,
melhorando a qualidade de vida no campo e garantindo a sucessão rural com sustentabilidade. O empreendimento é uma importante alternativa
para escoar a produção com valor agregado, com vistas ao atendimento das normas dos sistemas de fiscalização por meio dos selos de
qualidades. No presente trabalho, objetivou-se verificar qual a visão que os consumidores de Presidente Médici-RO tinham sobre os produtos das
agroindústrias lácteas ligadas a agricultura familiar da região Central de Rondônia. Para tal, elaborou-se um questionário semi estruturado com
fotos dos produtos e selos de inspeções de modo que os pesquisados pudessem identificar os produtos e informações concernentes aos selos
para alcançar o objetivo proposto. A pesquisa de campo foi realizada de setembro a novembro de 2019, nas escolas públicas do município de
Presidente Médici, sendo três escolas estaduais de Ensino Fundamental (do 6º ao 9º Ano) e Ensino Médio. Os aplicadores dos questionários
organizaram um ambiente, de modo a atender 20% dos alunos que iriam participar, nas unidades escolares, das palestras com o tema
Alimentação Saudável, cujo foco era: Os produtos das agroindústrias lácteas da região, os selos de inspeções alimentícios, rotulagens e cuidados
no manejo e conservação de alimentos. Foram previamente definidos os discentes que participariam da pesquisa a partir dos números da lista de
frequência, sendo: 5, 10, 15, 20, 25, 30, 35 e 40. Na falta desse aluno, convidou-se o anterior. Os dados deste trabalho teve a participação de
23,5% de alunos do ensino médio e 76,5% do ensino fundamental, sendo 340 questionários aplicados. Presidente Médici, município da Região
Central do Estado de Rondônia, possui população estimada de 18.571 habitantes, com Índice de Desenvolvimento Humano Municipal – IDHM de
0,664 e PIB per Capita de R$ 21.515,83. Atualmente o município dispõe de quatro agroindústrias lácteas, produzindo um mix de 30 produtos,
sendo: leite pasteurizado; manteiga; iogurtes com seis sabores diferentes; bebidas lácteas com três sabores diferentes; requeijão; vários tipos de
queijos variando do tipo de massa, forma de apresentação e tempo de maturação. Todos esses produtos recebem o selo SIE – Selo de Inspeção
Estadual, pois são fiscalizados pelo PROVE/RO – Programa de Verticalização da Produção Agropecuária da Agricultura Familiar do Estado de
Rondônia. As agroindústrias em questão fornecem para a merenda escolar desses alunos, iogurtes, bebida láctea e leite pasteurizado que
enriquecem a alimentação com produtos de qualidade e possibilita uma fonte de comercialização para as mesmas. Em relação à renda familiar
dos pesquisados, foi encontrado 34,2% deles com renda de até um salário mínimo vigente em 2019, outros 13,5% de um a dois salários mínimos,
24,7% de dois a três salários mínimos e 27,6% dos entrevistados apontaram renda acima de três salários mínimos. O salário mínimo vigente em
2019 no Brasil era de R$ 998,00. Neste sentido, quando indagado sobre se conheciam os produtos das agroindústrias lácteas de Presidente
Médici, encontrou-se que 74,7% não conheciam e 25,3% disseram conhecer. Não houve diferença nos números comparando os alunos do ensino
médio, mais velhos, com os do ensino fundamental. Já quando questionados se os mesmos conheciam os selos de inspeção (com imagem de
cada um deles), teve-se 76,5% dos entrevistados conheciam o SIF - Selo de Inspeção Federal, 10% o SIE – Selo de Inspeção Estadual, 5,9% o SIM -
Selo de Inspeção Municipal e, 11,8% não conheciam nenhum. Percebe-se que o SIF é bem conhecido, como no município, só agora está
implementando o SIM, justifica-se tanto desconhecimento. No momento que foram indagados se observam ou não se tem selos de inspeção que
garantem a procedência e a qualidade do produto que vai consumir, constatou que apesar de conhecerem os selos, a minoria observa, ou seja,
somente 18,9% dos entrevistados afirmaram observar os selos, já 44,7% não observam e 36,4% observam às vezes. A inspeção tem como
princípio base as normas de segurança alimentar, referindo-se às condições e práticas que preservam a qualidade sanitária dos alimentos e visa a
prevenção de contaminação e doenças de origem alimentar ao longo do sistema alimentar. Apesar da rotulagem ser obrigatória e estar
disponível em todos os produtos não significa que os consumidores estejam utilizando-a na escolha dos alimentos que compõe a dieta da sua
família, de modo a garantir segurança alimentar tão difundida nos dias atuais. Neste sentido, verificou-se com os pesquisados o que costumam
observar no rótulo dos produtos, e teve-se amplamente como resposta a data de validade com 77,1% dos entrevistados, fazendo esta afirmação.
Apenas 10,6% procuram informações sobre o fabricante, este fato talvez seja a explicação por tão poucos conhecerem os produtos das
agroindústrias locais, dada a pouca observação dos rótulos por parte dos consumidores. Já 8,2% dos entrevistados afirmaram não observar
rótulos e somente 3,5%, verificam a tabela nutricional. Conclui-se que, os empreendimentos rurais de produtos lácteos do município não estão
conseguindo atingir o público consumidor, e que neste sentido, tem espaço para crescer e necessita aumentar a visibilidade do mix ofertado. Para
que qualquer setor produtivo obtenha êxito no processo de produzir e comercializar, algumas forças condicionantes devem ser observadas,
como: renda do consumidor, ou seja, o poder de compra da população local; população que é representada por consumidores em potenciais;
preços dos produtos substitutivos; preços dos produtos complementares; gosto do consumidor e; propaganda ou marketing. A preocupação dos
consumidores com relação à saúde, longevidade e segurança alimentar, além da preocupação com a conservação do meio ambiente, tem
resultado no crescimento da demanda por produtos orgânicos livres de aditivos e ecologicamente corretos, neste sentido os produtos
inspecionados trás certa segurança, dando certeza da boa procedência e que no caso em questão é o melhor que se pode ter, pois apresentam
padrões estabelecidos sendo seguros para o consumo.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Gestão


Outro
Gestão
Curso: GESTÃO COMERCIAL
Título: ENGAJAMENTO EM MÍDIAS SOCIAIS: UMA EXPLICAÇÃO A PARTIR DOS VALORES HUMANOS
Autor(es): Luís Augusto de Carvalho Mendes; Jéssica Silva de Jesus; Ingrid Elaine Torres Miranda
E-mail para contato luis.mendes@estacio.br IES: ESTÁCIO JOÃO PESSOA
Palavra(s) Chave(s): Valores Humanos, Idade, Engajamento, Mídias Sociais, Comportamento do Consumidor.
RESUMO
O Engajamento em Mídias Sociais é uma variável que pode ser usada como preditora de perfis que tenham facilidade em usar as tecnologias da
informação, mas também como a indicação de usuários que estão tendo uma relação de dependência com essas tecnologias digitais. Assim, a
presente pesquisa apresentou o seguinte problema: As variáveis psicológicas, neste caso, os Valores Humanos e as características demográficas
influenciam no Engajamento em Mídias Sociais? Para responder esta questão, o estudo teve como objetivo geral verificar como os Valores
Humanos e as variáveis sociodemográficas estão relacionadas ao Engajamento em Mídias Sociais. Os estudos dos valores humanos podem ser
classificados como uma das mais importantes contribuições da Psicologia Social e do Comportamento do Consumidor. Assim, um dos principais
focos de atuação dos profissionais que utilizam as mídias sociais como ferramentas de trabalho é atingir as crenças que os indivíduos possuem
sobre determinado objeto. As crenças são os fundamentos dos Valores Humanos e estão dependentemente interligados, o que resulta no
estímulo de comportamentos em geral. Os valores atuam no reconhecimento das necessidades humanas, uma vez que são motivações
constantes para a vida dos indivíduos. Há duas funções básicas sobre os valores: 1) tipo de motivador - expressam necessidades; 2) tipo de
orientação - guiam as ações humanas. Essas duas dimensões funcionais dos valores podem ser organizadas em uma estrutura, a partir de três
critérios de orientação (pessoal, central e social) e dois tipos de motivadores (idealista e materialista). A partir dessas interações, o modelo dá
origem a seis subfunções, distribuídas entre os critérios de orientação: normativa e interativa (social), existência e suprapessoal (central); e
realização e experimentação (pessoal). Os valores com função de motivadores são representados por meio de duas subfunções: a) idealistas (os
valores suprapessoais, de experimentação e interativos) e b) materialista (valores de existência, realização e normativos). A partir da
contextualização acima, realizou-se uma pesquisa correlacional, de abordagem quantitativa e objetivo descritivo, que contou com uma amostra
não probabilística, por conveniência, composta por 374 participantes, sendo a maioria do sexo feminino (64%); solteira (56%); idade média de 31
anos; com escolaridade no nível superior incompleto (34%), seguido pelo médio completo (29%); se autodenominando classe média (76%) e
informando uma renda familiar média de R$ 4.462,00. Os participantes responderam aos seguintes instrumentos: 1) um questionário
sociodemográfico, com informações sobre sexo, idade, estado civil, escolaridade, renda e classe social; 2) Escala de Engajamento em Mídias
Sociais, que conta com cinco itens respondidos em uma escala de resposta de oito pontos, variando de 0 (Nenhum dia) a 7 (Todos os dias); e 3)
Questionários dos Valores Básicos (QVB), que é um instrumento para valores, com dezoito itens respondidos em escala que varia em sete pontos,
apresentando os extremos: 1 (Nenhuma Importância) e 7 (Extremamente Importante). Os instrumentos foram aplicados de forma on-line,
seguindo restritamente os critérios éticos de pesquisa com seres humanos. Os dados foram organizados e analisados com a ajuda do open source
R-Estatístico, no pacote R-Commander. Por meio das análises foi possível verificar que o Engajamento em Mídias Digitais apresentou correlação
negativa com os Valores da Subfunção Normativa (r = -0,16, p < 0,01) e com a Idade (r = -0,47, p < 0,001), indicando que os participantes mais
novos apresentaram maior engajamento; e quanto maiores os valores normativos, menor o envolvimento com as Mídias Sociais. Os resultados
indicam que as pessoas mais novas tendem a ter maior engajamento em mídias sociais, o que pode ser usado como indicativo de estratégias de
marketing digital, por exemplo. Por outro lado, a idade pode ser um fator de atenção para possíveis casos de dependência digital. Quanto aos
valores, as pessoas que apreciam questões normativas, como a tradição, a obediência e a religiosidade, estão menos propensas a este
engajamento, logo têm menor risco a dependência digital. De forma geral, a pesquisa mostrou que as questões demográficas e os Valores
Humanos estão relacionados à forma como as pessoas se engajam nas mídias digitais.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Gestão


GESTÃO COMERCIAL
Gestão
Curso: GESTÃO COMERCIAL
Título: PRECONCEITO E DISCRIMINAÇÃO COM OS ATENDENTES DE TELEMARKETING
Autor(es): Luis Augusto de Carvalho Mendes; Gabriella Branco da Silva
E-mail para contato luis.mendes@estacio.br IES: ESTÁCIO JOÃO PESSOA
Palavra(s) Chave(s): Call Center; Telemarketing; Atendimento; Preconceito; Discriminação.
RESUMO
Call centers ou Centrais de Atendimento, em tradução livre, são os locais onde os operadores de telemarketing prestam serviços de
relacionamento com o cliente de maneira remota e/ou virtual. O contato com o cliente pode acontecer de forma ativa ou passiva, a primeira diz
respeito a quando o atendente entra em contato com o cliente, e a segunda, quando é contactado. No que diz respeito aos conceitos de
preconceito e discriminação, a Psicologia Social não é unânime ao considerar a origem do preconceito, das teorias existentes para explicar tal
fenômeno, três das vertentes mais discutidas serão abordadas neste trabalho. A primeira delas diz respeito à teoria da frustração-agressão, que,
com influência do behaviorismo e da psicanálise, defende que a frustração, enquanto estímulo, levaria à agressão, como resposta e que, não
podendo o sujeito dirigir sua agressividade para o alvo adequado, usaria do mecanismo de defesa de deslocamento, para direcionar sua raiva
para pessoas na base da escala social, em forma de preconceito e discriminação. A segunda é a teoria da personalidade autoritária, formulada por
Adorno e colaboradores, aponta o preconceito como tendo sua base na personalidade. Assim, crianças criadas em ambientes rígidos, inflexíveis,
com excesso de disciplina e medidas punitivas apresentam uma forte ambivalência, até mesmo em relação aos pais, perpassando por situações
de amor e ódio. Quando adultos, possuem tendência a manifestar personalidade autoritária contra grupos minoritários, e perfil submisso diante
de autoridades que pertençam ao seu grupo. Por fim, a última teoria abordada é a proposta por Rokeach, denominada teoria do espírito fechado
ou “closed mind”, a qual, diferente das anteriores, defende que a origem do preconceito é intelectual. Sendo assim, as diferenças de crenças
seriam mais determinantes do que questões étnicas ou raciais. Portanto, o preconceito se expressa por causa da divergência entre pontos de
vista e a dificuldade do indivíduo de aliar as suas crenças com a dos outros, diferentes das suas. Já por discriminação entende-se a materialização
de práticas que violem os direitos de grupos ou indivíduos, seja através de atitudes tirânicas ou de negligência. No contexto dos Call Centers, por
exemplo, quando o cliente liga para resolver uma situação e não obtém a resposta que esperava, pode-se gerar uma frustração, que, em grande
parte das vezes acaba se transformando em agressividade contra o operador de telemarketing que está fazendo o atendimento ou, analisando
pela perspectiva da personalidade autoritária, onde há uma tendência para agir de maneira prepotente, a ação discriminatória provavelmente se
concretizará. A partir deste contexto, surgiu a seguinte problematização: existe preconceito e discriminação contra os atendentes de
telemarketing em suas relações profissionais? Para responder esta questão foi estabelecido como objetivo geral analisar as formas de
preconceito e discriminação sofridos pelos atendentes de telemarketing no âmbito de sua atuação em call centers. Para atingir este objetivo foi
realizada uma pesquisa documental, com objetivo descritivo, de abordagem qualitativa, tendo como objeto de análise as postagens textuais e
comentários nas redes sociais Instagram, Facebook e Youtube, em postagens que versavam sobre a atividade do telemarketing. As buscas foram
feitas com as palavras-chave: call center, telemarketing, atendentes, preconceito e descriminação, e foram selecionados os conteúdos que
apresentaram referência direta com o objeto de estudo. O corpus foi analisado com a ajuda do freeware Iramuteq e foi formado por 120 textos,
que foram representados pelos 120 comentários selecionados, com uma média de 30,2 formas (o nº de formas diz respeito ao número de
palavras com radicais diferentes contidos no texto) por Segmento de Texto (ST), totalizando 5017ocorrências (número total de palavras contidas
no corpus), dessa forma, apresentou uma divisão em 130 STs, correspondendo a 78,3 do total de STs do corpus. Por meio do Dendrograma, seis
classes foram identificadas, denominadas: Classe 1 – Atendimento; Classe 2 – Educação; Classe 3 – Protocolo; Classe 4 – Sentimentos dos
atendentes; Classe 5 – Do outro lado e Classe 6 – Demissão. A partir das categorizações, foi possível observar que a Classe 5 faz conexão com as
Classes 2 e 3 e que a Classe 6 estabelece ligação com as Classes 1 e 4. A Classe 1, denominada Atendimento, explica 16,9% das palavras
encontradas no texto e diz respeito à maneira como se dá o ofício do operador de telemarketing, mais especificamente o atendimento. São
palavras presentes nessa categoria: atender, grande, número, humilhação, oportunidade, próximo, emprego, operador. A Classe 2 – Educação,
descreve 15,4% dos termos do texto, são palavras contidas nessa categoria: educado, mal, gritar, tratar, apenas. A maioria das palavras dessa
classe estão relacionadas à forma que os atendentes são tratados e evidenciam a presença de clientes mal-educados, que tratam mal, gritam,
enquanto eles estão apenas fazendo seu trabalho. Já a Classe 3 – Protocolo, faz referência a 20% dos vocábulos presentes no texto e se relaciona
ao procedimento padrão do atendimento às ligações realizado pelos operadores de telemarketing. As palavras que receberam destaque nessa
categoria foram: ligação, script, comunicação, encerrar, cliente, xingar. De acordo com esses termos é possível perceber que existe um conjunto
de instruções (script) para lidar com as situações que podem ocorrer durante uma ligação e que se o cliente xingar, o operador pode encerrar a
comunicação, dependendo do setor que ele trabalhe. A Classe 4 – Sentimentos dos atendentes, possui 16,1% do percentual de explicação das
palavras presentes no texto e diz respeito a como o operador se sente no desempenho de sua função. As palavras mais representativas dessa
classe foram: xingamento, sofrer, inferno, obrigar, escutar, pior. A Classe 5, que tem por nome Respeito, explica 17,7% dos termos do texto e faz
referência ao desejo dos trabalhadores de Call Center de que os clientes entendam que do outro lado da linha telefônica existe outro ser humano,
que merece ser tratado com empatia. Corroborando a essa interpretação, as palavras de maior relevância foram: respeito, educação, humano,
lixo, humilhante, bater, meta. Por fim, a Classe 6 – Demissão, possui um percentual de explicação de 13,8% das palavras do texto e diz respeito à
constante pressão que esses funcionários passam com relação à demissão por justa causa, o que acaba por gerar estresse e crises de choro. São
palavras pertencentes a essa classe: chorar, justa, causa, humilhado, estressar, supervisor. Com relação à Análise de Similitude, foi possível
observar que a palavra “não” teve papel central e apresentou forte ligação com os termos: “cliente”, “só”, “como”, “trabalhar” e “muito”. As
ligações entre essas palavras revelam alguns aspectos bastante significativos para a compreensão da temática, como, por exemplo, a grande
recorrência dos termos “xingar”, “gritar”, “humilhar”, em proximidade ao termo “cliente”, além de “pressão”, “estresse”, “chorar”, estando perto
do vocábulo “supervisor” e a associação da palavra “trabalhar” à “xingamento” e “triste”. Sendo assim, é possível defender que o preconceito e a
discriminação são práticas recorrentes contra os atendentes de telemarketing, como confirma as análises dos dados. Também foi possível
verificar que a atitude preconceituosa e o comportamento discriminatório não partem apenas dos clientes, mas também dos gestores. Diante
disso, a conscientização sobre o respeito a essa classe de trabalhadores por parte dos clientes, associada a valorização pelos seus gestores, pode
proporcionar um ambiente de trabalho mais saudável, além de funcionários mais motivados e satisfeitos com seus empregos.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Gestão


GESTÃO COMERCIAL
Gestão
Curso: DIREITO
Título: QUEM SÃO OS PROSUMERS E COMO ELES IMPACTAM NO E-COMMERCE?
Autor(es): Rossana Marina de Seta Fisciletti
E-mail para contato rossanafisciletti@gmail.com IES: UNESA
Palavra(s) Chave(s): Comportamento do Consumidor; Prosumer; Era Digital; E-commerce.
RESUMO
Na era digital, através da tecnologia e inovação, vêm se consolidando as figuras dos consumidores 3.0 e 4.0. Ambas as gerações buscam
experiência de consumo de uma forma plena, que vai além do ato de comprar, pois se estende as fases de pré e pós-compra, o que transforma o
consumo em uma transação mais complexa. A pesquisa busca perfilar os prosumers e seus hábitos de consumo e se justifica em razão da
evolução do e-commerce, com ambientes de compras mais dinâmicos, com variedade de fornecedores e ofertas; diversos marketplaces, novos
meios de busca e comparação, formas de pagamento e entrega. A pesquisa traz como metodologia a revisão integrada e quali-quantitativa,
através de entrevista estruturada (tramitada na Plataforma Brasil) com consumidores na era digital. Foram utilizadas, como fonte de pesquisa,
produções acadêmicas sobre o consumidor moderno. O objetivo geral é demonstrar como se desenvolveram as gerações de consumidores no
Brasil. Os objetivos específicos são os de (i) conceituar o prosumer e; (ii) elencar suas características. A primeira geração (que é o consumidor 1.0)
é caracterizada pela falta de uma lei protetiva especial, havendo apenas alguns dispositivos esparsos na legislação, sendo de uma geração
hipervulnerável. A segunda geração tem vários marcos protetivos importantes: a criação do Procon de SP na década de 70; a promulgação da
Constituição, que garantiu sua proteção em diversos dispositivos e determinando a criação do Código de Defesa do Consumidor. O CDC foi
publicado em 11 de set. de 1990 (completamos 30 anos de Código), mas é uma geração carimbada com diversos dilemas conceituais, com
diversas teorias para definir a extensão do seu conceito trazido no artigo 2º do CDC. A terceira geração é mais moderna, que decorre da
sociedade de informação, é um consumidor conectado. E a quarta geração é ainda mais avançada, proativa, sempre procurando experiências de
compras mais dinâmicas e seguras, com características diferenciais dentro desse cenário que se convencionou chamar de Indústria 4.0. Os
consumidores das gerações 3.0 e 4.0 estão expostos às novas tecnologias, aos algoritmos e à inteligência artificial. É necessário apresentar
algumas características do consumidor 4.0, também chamado de digital ou prosumer, expressão utilizada por Alvin Toffler em 1980. Suas
qualidades são formadas pela evolução natural da sociedade de informação, que interliga todas as atividades inerentes à compra, transformando
o ato de adquirir um bem ou serviço em uma experiência mais complexa, com diversas nuances capazes de interferir diretamente na confiança do
comprador e de outros consumidores em relação ao fornecedor. Uma das características do consumidor 4.0 é a proatividade, notadamente por
seu hábito de pesquisar mais, de ler e reler os detalhes inerentes à aquisição, de verificar a opinião de outros consumidores e a reputação do
fornecedor, gerando um posicionamento de mercado em relação à experiência que vislumbra ter. O caminho para compra online, por exemplo,
perpassa por acesso aos mecanismos de busca, lançando perguntas para obter mais informações, além de estabelecer comparações de preços e
características dos produtos em sites específicos ou não, com o objetivo fazer escolhas mais seguras e de obter mais vantagens, através de
descontos e agilidade na entrega, por exemplo. O prosumer, por seu espírito inovador, motiva a produção de conteúdo em relação ao produto ou
serviço adquirido, criando uma rede de referências em torno das experiências de compras de outros consumidores, uma vez que se propõem a
disponibilizar os prós e contras do item adquirido e entregar informações sobre as etapas para a aquisição. Em tais avaliações é possível
encontrar especificações técnicas, como se deu a entrega, o funcionamento e até mesmo a possibilidade de reposição de peças e serviços. Deste
modo, observa-se o protagonismo do prosumer no mercado, especialmente pela produção gratuita e detalhada de conteúdo sobre os produtos e
serviços, sobre os fornecedores e as experiências com a aquisição. Essa atuação, no entanto, difere da dos “digital influencers”, pois os prosumers
não produzem informações com a habitualidade de uma atividade profissional, embora se dediquem aos testemunhos particulares (endossos)
para compartilhamento de experiências, capazes de formar uma reputação do fornecedor, o que vem se tornando uma preocupação constante
das empresas que precisam investir em marketing, na proteção do conteúdo e na comunicação, nas ferramentas de feedback e programas de
fidelidade, com o objetivo de obter a identificação e a interação dos consumidores com as marcas (modelo business to consumer – B2C, ou seja,
dirigidas ao consumidor final). O consumidor na era digital foi objeto de estudo com 391 consumidores na era digital, usuários de sites ou
aplicativos. Uma das questões formuladas era se os consumidores costumam verificar a reputação do fornecedor de produto ou serviço pouco
conhecido. A solidez, a estrutura e a confidencialidade foram destacadas por 82% dos entrevistados que disseram pesquisar a reputação antes de
adquirir um produto ou serviço; 16% disseram que às vezes verificavam e apenas 2% disseram não checar a reputação. Nos Estados Unidos, o
Federal Trade Commission (FTC -16 CFR Part 255, 2009, p. 53.139), apresenta guias específicos com exemplos do uso de endossos e depoimentos
em publicidade, no intuito de fornecer critérios para o cumprimento da lei pelos anunciantes e endossantes consumidores e especialistas, que
devem produzir opiniões e compartilhar experiências de forma ética, sendo vedadas apreciações implícitas e que induzam os interessados ao
engano. Alguns sites reúnem reclamações e experiências negativas de diversos consumidores, com espaço para resolução de problemas entre os
consumidores e fornecedores, tendo também a finalidade de alertar novos consumidores sobre experiências de compras ruins (ausência ou
demora na entrega; defeito; troca; divergência de valor, etc.). O e-commerce revolucionou as formas negociais, estreitou fronteiras e aumentou
consideravelmente o volume de vendas, aumentando expressivamente o volume de disputas decorrentes das relações de consumo. Contudo, o
novo perfil do consumidor preza por soluções mais rápidas e desjudicializadas, através do Online Dispute Resolution (ODR). O grau de exigência
dos consumidores é evidenciado pelo engajamento social, através da cobrança por um atendimento personalizado e de excelência, bem como
pela preocupação com o respeito ao meio ambiente e pela adequação dos fornecedores às práticas de responsabilidade socioambiental. A
sustentabilidade é um dos principais critérios de escolha para os prosumers. Os prosumers admiram campanhas que deixam claro a utilização de
métodos de produção sustentáveis, de preservação do ecossistema, de uma economia circular, políticas de descarte adequado de resíduos, de
oferecimento de locais para o descarte seguro de resíduos. O consumidor 4.0 é engajado com causas ambientais e se preocupa com o futuro das
próximas gerações. Os fornecedores de produtos e serviços no ciberespaço apostam na interação visando influenciar o comportamento dos
consumidores. Solomon, em “O comportamento do consumidor: comprando, possuindo, sendo”, explica o poder social dos grupos em razão da
“capacidade de mudar os atos dos outros” e, dentro desse contexto, identifica o poder persuasivo do denominado “grupo de referência”,
conceituado como “indivíduo ou grupo real ou imaginário que influencia significativamente as avaliações, aspirações ou o comportamento do
indivíduo”. Esse “poder de referência”, segundo o autor, é importante como estratégia de marketing, pois há tendência de serem reproduzidos os
comportamentos de referência (2016, p. 367-369). Bauman, em sua obra "Vida para consumo: a transformação das pessoas em mercadoria",
observando as características da sociedade de consumidores adverte que o objetivo do consumo não é apenas atender suas necessidades, como
também de se tornar em “mercadorias vendáveis”, pois o ato de consumir passa a ser observado como um investimento em si próprio, por força

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Gestão


DIREITO
do “valor social” e da “auto-estima”, mesmo que esse comportamento não seja consciente (2008, 75-6). Por fim, destaca-se que o ordenamento
jurídico brasileiro conta com leis que protegem os consumidores, como a Lei 8.078/90 (Código de Defesa do Consumidor), o Decreto nº 7.962, de
15 de março de 2013, que regulamenta o comércio eletrônico (e-commerce); o Marco Civil da Internet (Lei n. 12.965/2014) que busca regular o
acesso à informação e o uso da internet no Brasil e, mais recentemente, a Lei Geral de Proteção de Dados (Lei n. 13.709/18 - LGPD), dispondo a
forma que as empresas e órgãos públicos devem tratar a privacidade e a segurança das informações de usuários e clientes.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Gestão


DIREITO
Gestão
Curso: CIÊNCIAS ECONÔMICAS
Título: A DECISÃO SOBRE A ESTRUTURA DE CAPITAL EM EMPRESAS PERTENCENTES A INDÚSTRIA DE ENERGIA ELÉTRICA
BRASILEIRA: UMA ANÁLISE EMPÍRICA POR MEIO DE REGRESSÕES MULTIVARIADAS COM DADOS EM PAINEL
Autor(es): Luiz Claudio Gutierrez Duarte; Julio Cesar Albuquerque Bastos; Daniel Reis Duarte
E-mail para contato LUIZCGUTIERREZ@GLOBO.COM IES: UFF
Palavra(s) Chave(s): Dados em Painel; Estrutura de Capital; Endividamento; Finanças Corporativas; WACC
RESUMO
Certamente a entrada de novos atores na Indústria de Energia Elétrica Brasileira (IEEB), nos últimos 20 anos, tem contribuído para solidificar
ideias advindas da economia mercado. Tal fato, infelizmente, ainda encontra obstáculos uma vez que faz parte de nossa tradição cultural um
certo paternalismo estatal. Entretanto, um novo mundo de negócios se avizinha a partir da quebra do paradigma de uma cadeia linear e
hierárquica de suprimento de energia elétrica. Sendo assim, qual será o comportamento do gestor financeiro? Será que ele continuará ligado
apenas as boas oportunidades conjunturais ou haverá necessidade de olhar para o mundo simbólico (academia) e verificar se na “prateleira de
conhecimentos” existe alguma teoria financeira que possibilite, em complemento a sua experiência acumulada, auxiliar na tomada de decisões
no mundo real coberto de incertezas? No campo das finanças corporativas o tema relacionado a estrutura de capital ainda é bastante
controverso. Este assunto é primordial uma vez que tenta explicar sua relação com o valor da empresa, isto é, sua projeção futura impacta tanto
o fluxo de caixa descontado para o acionista quanto para a firma. Além disso, mudanças na estrutura de capital influenciam o grau de risco e o
custo das fontes específicas de capital. Isto resulta em alterações no Custo Médio Ponderado de Capital (WACC - Weight Average Cost of Capital).
Este é de vital importância na Indústria de Energia Elétrica Brasileira (IEEB) quando uma empresa vai participar de um leilão de novos
empreendimentos de transmissão de energia elétrica onde uma das parcelas, receita fixa, é definida pelo empreendedor em que está implícito a
utilização de um WACC; na revisão periódica da remuneração de capital de empresas pertencentes aos segmentos de geração (cotistas),
transmissão e distribuição, bem como um parâmetro na formação do preço de energia elétrica. Diante do exposto os pesquisadores
investigaram a seguinte questão: existe relevância ou não de uma estrutura de capital meta na IEEB? O referencial teórico adotado foi a partir de
duas linhas de pensamento sobre o tema: Static Trade-off Theory (STOT) e a Pecking Order Theory (POT). A controvérsia entre as mesmas vem
do fato da primeira aceitar a possibilidade de uma estrutura de capital meta. No trabalho realizado deixamos claro que os arcabouços teóricos
utilizados foram desenvolvidos em conjunturas de economias capitalistas maduras. Mesmo nestes países nem todas as características dos
modelos foram observadas em sua plenitude. A pesquisa realizada pode ser caracterizada como: i) Documental: baseia-se em informações
obtidas por entidades críveis como B3, CVM, Economática e Instituto Assaf; ii) Natureza descritiva: preocupa-se em investigar o comportamento
da estrutura de capital em empresas de energia elétrica; iii) Quantitativa: procura-se, a partir de modelagem econométrica, relacionar os níveis
de endividamento (curto prazo, longo prazo e total) em função de fatores determinantes da estrutura de capital escolhidos, quais sejam:
rentabilidade, tamanho, tangibilidade, crescimento, benefícios fiscais, risco, fluxo financeiro e uma variável dummy (restrições financeiras). Os
critérios de escolha das empresas de energia elétrica que fizeram parte do estudo foram: estarem contidas na listagem da B3 e apresentarem os
demonstrativos financeiros no período analisado (2011 a 2017). Desta maneira, foram selecionadas 29 organizações que obedeceram aos
critérios apresentados. Neste ponto, o estudo apontou as seguintes observações: i) Mais da metade das empresas tem ao menos um agente do
poder público (BNDES, Eletrobras, Fundos de Pensão, Governo Estadual e União); ii) 17 empresas apresentaram algum nível de governança
corporativa dentro das regras estabelecidas pela B3. iii) Cerca de metade das empresas apresentaram um controlador majoritário, enquanto que
a outra parte é distribuída entre controladores públicos e blocos de controle. Neste ponto, destacamos que se selecionarmos as 20 maiores
empresas de energia elétrica americana verificam-se um controle de capital pulverizado em que o maior acionista apresenta uma participação, na
maioria dos casos, entre 7% e 8%. Esta situação é recursiva no mercado americano pois reflete a tradição americana da poupança popular ser
alocada em ações. Mesmo com a crise de 2008 cerca de 54% da população, segundo o Instituto Gallup (2017), detinha investimento direto em
ações. Já no Brasil, em fevereiro de 2019 existiam, de acordo com a B3, 858.000 investidores na Bolsa de Valores. Isto representa 0,4% da
população. iv) Baixa liquidez pois apenas sete empresas têm ações em circulação do mercado e mesmo assim grande parte das ações são
preferenciais. No tratamento dos dados foi utilizado, para os três níveis de endividamento, o modelo de regressão linear com dados em painel.
Tal ferramenta possibilita a combinação de dados em corte transversal com dados em séries temporais. Dito de outra maneira, as empresas de
energia elétrica selecionadas, chamadas de unidades transversais, têm seus fatores determinantes de capital analisados durante o horizonte de
tempo proposto (7 anos). No estudo os dados em painel são balanceados, isto é, todas unidades transversais apareceram no horizonte temporal.
Utilizaram-se dois tipos de modelos: Análise Longitudinal Estática (Static Panel Data-STD) e a Análise Longitudinal Dinâmica (Dynamic Panel Data –
DPD). Quanto ao ferramental estatístico foram utilizados os softwares: Eview 10 e Gretl. Em relação ao parágrafo anterior as seguintes
observações são pertinentes: i) No caso do STD houve a necessidade de utilizar o Método dos Mínimos Quadrados Generalizados para dados em
painel (EGLS-Cross Sectional Weight) com a finalidade de corrigir a heterocedasticidade existente nas unidades de seção cruzada. ii) Para o DPD
utilizou-se o Painel Dinâmico de um passo para defasagens em primeira diferença tanto para o endividamento quanto para a rentabilidade. Os
resultados mostraram que, embora sendo um assunto controverso mesmo nas economias mais maduras, a POT explicou melhor o
comportamento do gestor financeiro do que a STOT. Este resultado é fortalecido pela Análise Longitudinal Dinâmica que sinaliza a existência de
elevados custos de transação caso o gestor financeiro busque uma estrutura meta. Também mostrou que, na pesquisa realizada, o crescimento,
tamanho e rentabilidade foram os indicadores de capital com os melhores níveis de significância estatística. Na sua conclusão o informe técnico
incentiva que novos estudos ocorram de forma a fortalecer ou confrontar os resultados encontrados. Recomendou-se também que em futura
análise seja investigada a questão da existência de heterogeneidade na estrutura da dívida.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Gestão


CIÊNCIAS ECONÔMICAS
Gestão
Curso: ADMINISTRAÇÃO
Título: A IDENTIFICAÇÃO DE FATORES QUE IMPACTAM AS VENDAS DE PRODUTOS DE UMA EMPRESA DO SETOR DE
UTILIDADE DOMÉSTICA: UMA CONTRIBUIÇÃO PARA GESTÃO ESTRATÉGICA EMPRESARIAL
Autor(es): Alex Monteiro Botelho; Jose Aires Trigo; Marco Aurélio Carino Bouzada
E-mail para contato alexmonteirobotelho@hotmail.com IES: UNESA
Palavra(s) Chave(s): Bens de consumo; indústrias de utilidade doméstica; regressão múltipla
RESUMO
A exposição de mercados à competição global é um fenômeno crescente e a indústria de utilidades domésticas brasileira não é uma exceção.
Buscar estratégias visando a melhoria de sua competitividade tornou-se crucial no planejamento das empresas do setor, principalmente devido à
concorrência com produtos oriundos da China. A eficiência de suas operações torna-se então ainda mais relevante e compreender melhor a
dinâmica das variáveis envolvidas no desempenho das vendas tem sido um grande desafio para as indústrias de utilidade doméstica, na medida
em que ainda é recorrente balizarem o seu planejamento, majoritariamente, na experiência de seus gestores. Nesse sentido, o presente trabalho
objetiva identificar fatores que, de fato, impactam nas vendas dos principais produtos de uma empresa do setor de utilidade doméstica,
doravante denominada de Empresa Z. O mote para tal iniciativa reside no fato de que atualmente os gestores da empresa Z adotam como
estratégia o estabelecimento de uma determinada quantidade do mix de produtos para o estoque, e no decorrer do ano, a fábrica faz ajustes em
sua produção apenas com o propósito realizar a manutenção e reposição de seus produtos. Os produtos escolhidos para a condução da pesquisa
têm expressiva representatividade no faturamento da empresa, a qual possui quatro grandes concorrentes nacionais, além de competir com
importados do sudeste asiático. Tais características concorrenciais reforçam a relevância de traçar estratégias, por meio do entendimento dos
fatores que podem influenciar as vendas, com a identificação de peculiaridades que possam contribuir com a melhoria de sua competitividade. O
trabalho fez uso de métodos causais para identificar o que efetivamente vem influenciando as vendas de três produtos (A, B e C). Nesse sentido,
adotou-se o método de regressão múltipla visando identificar, em um conjunto de dados analisados, quais foram os elementos que impactavam
estatisticamente as vendas. O coeficiente de determinação (R2) foi o valor usado para evidenciar, em porcentagem, o quanto o modelo explica os
dados coletados na amostra. Para verificar o nível de significância das variáveis explicativas, foram usados o teste F e o valor P, o que de forma
prática busca inferir a probabilidade de os resultados obtidos terem ocorrido ao acaso. A partir da literatura pertinente, foram elencados oito
fatores que poderiam influenciar as vendas: o Produto Interno Bruto (PIB), desemprego, renda, preço, qualidade, publicidade, clima e ciclo de
vida. Fazendo um arrazoado acerca desses fatores e sua relação com os objetivos do presente trabalho, o PIB é o somatório das contribuições dos
componentes de demanda agregada e suas oscilações têm forte impacto no consumo das famílias, considerado fator de grande relevância no
presente estudo. Segundo a Teoria Keynesiana, a taxa de desemprego está fortemente relacionada com o consumo e com o investimento. O
desdobramento que mais impacta o estudo é que o desemprego afeta negativamente o poder de consumo. Nesse esteio, a renda é considerada
uma variável fundamental nas decisões de consumo, com maior influência em faixas da população de menor poder aquisitivo. Outro fator
importante na decisão de compra é o preço, na medida em que a lei da demanda clássica propõe haver uma relação inversa entre preço e
quantidade demandada, em contraponto à lei da oferta que assevera uma relação direta entre preço e quantidade ofertada, o que é o plano de
fundo da teoria do equilíbrio entre demanda e oferta, fortemente relacionada com a previsão de vendas. Em um mercado competitivo, a
qualidade é capaz de atrair e reter clientes por meio da percepção de maior valor e satisfação pois, o consumidor faz comparações de forma
constante acerca da relação custo-benefício (preço e qualidade). A literatura especializada discorre sobre os impactos das mídias pagas no
desempenho das vendas, considerando que seu objetivo é persuadir o consumidor a optar pelo seu produto. Os produtos A, B e C, escolhidos
para o estudo, têm o objetivo de conservar, termicamente, líquidos quentes ou frios dentro de envases. Por esse motivo, o fator climático foi
elencado como possível influenciador das vendas deste tipo de produto.. Por fim, o ciclo de vida do produto é observado e associado às
inovações tecnológicas que suscitam a substituição de determinados produtos por outros mais satisfatórias, a cópia de produtos pela
concorrência ou pela simples maturidade do produto no mercado. O universo da amostra foi composto com base na série histórica de vendas
mensais, disponibilizada pela Empresa Z, do período entre janeiro de 2013 até dezembro de 2019. A Empresa Z ainda disponibilizou informações
sobre preços praticados e volume de recursos despendidos em publicidade, além de dados sobre o ciclo de vida dos produtos estudados. Os
dados sobre o PIB foram levantados em boletins e informativos do Banco Central do Brasil e os dados sobre desemprego e renda foram coletados
na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Informações sobre fatores climáticos
foram capturadas nos boletins de clima disponibilizados pelo Instituto Nacional de Meteorologia. O tratamento dos dados iniciou com a
preparação das amostras de teste (2013 à 2018) e validação (2019) no software Microsoft Excel para que elas pudessem ser exportadas para o
software IBM SPSS Statistics para então identificar quais os fatores que impactam as vendas de bens de consumo. Para esta etapa foi utilizado o
método de regressão múltipla, separando uma base de dados para cada um dos três produtos selecionados (A, B e C). Para identificar quais
meses do ano poderiam ter influência na demanda de vendas, foram criadas as variáveis “Jan”, “Fev”, “Mar”, “Abr”, “Mai”, “Jun”, “Jul”, “Ago”,
“Set”, “Out”, “Nov” e “Dez”, classificadas como variáveis categóricas. Para a execução da regressão também foram estimados outros
pressupostos estatísticos desejáveis para aportar credibilidade ao modelo: ausência de multicolinearidade, independência dos resíduos, ausência
de outliers, resíduos com distribuição normal e homocedasticidade. Na aplicação da regressão foi adotado o procedimento stepwise, objetivando
descartar variáveis que não oferecessem significância estatística capaz de explicar as vendas. Os valores de R2 dos produtos A, B e C foram,
respectivamente, 44,2%, 46,7% e 36,6%, com média de 42,5%, apontando capacidade explicativa de 42,5% sobre o desempenho total das
vendas. A desagregação da análise permitiu identificar algumas nuances próprias de cada produto: o PIB e o preço tiveram importância
significativa nas expectativas de vendas do produto A, enquanto o ciclo de vida, teve impacto negativo, talvez associado ao fato de ser um
produto que eventualmente tenha atingido o pico de maturidade. Referente aos fatores climáticos, foi identificado que o mês de dezembro, um
mês usualmente quente, é caracterizado por queda nas vendas. Analisando o produto B e conjecturando sobre o fato de ser um produto de
maior valor agregado, os fatores desemprego e preço apontaram grande sensibilidade das vendas, com considerável impacto negativo associado
aos meses mais quentes do ano. Por último, o produto C, que tem como característica ser usado por crianças na hora do recreio, teve suas
vendas positivamente impactadas em períodos de início de período letivo. Em específico esse produto é mais utilizado para bebidas frias e por
consequência, períodos de temperatura alta tiveram impacto positivo nas vendas. O fator renda se mostrou fortemente associado ao aumento
de vendas, podendo estar relacionado ao perfil de consumidores ser, majoritariamente, de pessoas com filhos em escolas particulares. A pesquisa
corroborou que seis dos oito potenciais influenciadoras das vendas previamente selecionados reagiram positivamente e negativamente, indo ao
encontro com os pressupostos teóricos. De modo adicional, foi constatado que quatro meses do ano tiveram influências nas vendas, e todos eles,

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Gestão


ADMINISTRAÇÃO
convergiram com as expectativas em relação aos hábitos, aplicações e uso dos produtos. O único fator que não foi detectado estatisticamente
como influenciador nas vendas foi a publicidade, em divergência da teoria. Infere-se que não houve impacto comprovado, entre a publicidade e a
demanda de vendas, porque a empresa tem um orçamento geral para feiras e eventos; não fazendo investimentos específicos para divulgação de
cada um dos produtos. Já a qualidade, não foi incluída no modelo simplesmente porque ela não pode ser mensurada por meio de números e
técnicas aplicadas neste trabalho. Por fim, mesmo a teoria apontando um comportamento geral para as vendas, cada produto foi influenciado de
maneira específica, mesmo assim, em termos aplicados, esta pesquisa oferece elementos para auxiliar os gestores em ações estratégicas voltadas
para o ganho de competitividade.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Gestão


ADMINISTRAÇÃO
Gestão
Curso: ADMINISTRAÇÃO
Título: A INFLUÊNCIA DA RESPONSABILIDADE SOCIAL CORPORATIVA NA SATISFAÇÃO DOS EMPREGADOS: UM ESTUDO COM
MODELAGEM DE EQUAÇÕES ESTRUTURAIS
Autor(es): Paulo Henrique Ceciliano; Antônio Carlos Magalhães da Silva; Paulo Roberto da Costa Vieira
E-mail para contato antonio.msilva@estacio.br IES: UNESA
Palavra(s) Chave(s): Responsabilidade Social Corporativa. Modelagem de Equações Estruturais; Mínimos Quadrados Parciais
RESUMO
O objetivo do trabalho é examinar a influência da responsabilidade social corporativa (RSC) sobre a satisfação dos empregados numa empresa da
área de petróleo. Além deste objetivo principal, o trabalho busca investigar os mecanismos subjacentes que ligam a RSC ao comportamento dos
empregados e identificar os impactos resultantes das ações orientadas em RSC realizadas pelas corporações, sua relação com a identificação
corporativa e influência na satisfação dos empregados. METODOLOGIA UTILIZADA: Realizou-se pesquisa de survey, contando com o questionário
estruturado como instrumento de coleta de dados. Foi empregada escala Likert com cinco opções de resposta. No presente estudo, foram
coletadas as opiniões dos empregados de uma corporação brasileira de capital aberto, suas operações envolvem exploração e produção de
petróleo, refino, vendas, transporte, petroquímica, distribuição de produtos derivados, gás natural e biocombustíveis. A corporação foi escolhida
para o estudo porque implementa a ISO 26000 na relação com todos os seus stakeholders, incluindo principalmente seus empregados. A amostra
foi escolhida por conveniência, ou seja, a amostra não é probabilística. O tratamento de dados foi realizado por intermédio da modelagem de
equações estruturais, com apoio de mínimos quadrados parciais. Para isto, foi utilizado o software WarpPLS, versão 7.0. Após a validação do pré-
teste, o questionário foi enviado por correio eletrônico (e-mail) para 450 empregados de diversos setores da corporação estudada, dos quais 293
questionários foram respondidos e validados para a pesquisa. No tratamento de dados por intermédio de Modelagem de Equações Estruturais
(MEE), com base em Mínimos Quadrados Parciais (MQP), entende-se como mais adequado seguir um processo de vários estágios que envolvem a
especificação dos modelos de mensuração e estrutural. RESULTADOS: Os resultados da pesquisa constataram que os empregados da corporação
estudada valorizam as práticas e contribuições trazidas pela RSC para o seu local de trabalho e para a comunidade onde residem. As relações dos
construtos do modelo hipotético estudado apresentaram efeitos de grande relevância, significância estatística e impacto positivo com todas as
hipóteses confirmadas. De fato, os resultados mostram a existência de forte nexo causal entre a RSC e a Satisfação dos empregados. Apenas os
empregados podem trabalhar de forma a trazer vantagens competitivas para a corporação, são stakeholders cruciais para atingir as metas
corporativas propostas e criar diferenciação na dinâmica de mercado. Este vínculo foi explicado com base teórica consistente, a relação principal
contribuinte é a motivação do capital humano nas corporações. O capital humano é constituído de habilidades dos empregados, algo intangível e
crucial para o sucesso corporativo, seu desenvolvimento gera aumento de produtividade nas organizações, despertando a capacidade de criação
e inovação dos empregados. CONCLUSÕES: O presente estudo exibiu evidência de que o modelo hipotético da pesquisa é adequado para prever
a influência da responsabilidade social corporativa sobre a satisfação dos empregados, tendo como elemento mediador a identidade corporativa.
Dessa forma, em resposta à questão-problema, a verificação do modelo da pesquisa confirmou que os construtos referentes a RSC e identidade
corporativa exercem impacto significativo e positivo sobre a satisfação dos empregados da corporação pesquisada. A literatura de RSC, visa muito
além da questão dos direitos humanos, ela direciona a corporação para ser exemplo nas questões econômicas, éticas, jurídicas, ambientais,
trabalhistas e discricionárias. Portanto, na percepção dos empregados da corporação X, a empresa torna-se benfeitora da comunidade,
produzindo sensação de orgulho e prestígio aos executores de suas atividades. Empregados com sensação de orgulho e prestígio pela corporação
da qual fazem parte, criam mecanismo similar a renda psicológica, este resulta em comprometimento pelo trabalho e satisfação com a
corporação que oferta cuidados com a sua comunidade. Essa renda psicológica garante algo mais precioso que a renda monetária para a
corporação, a determinação e o engajamento dos empregados. A corporação X prioriza relacionamento com comunidades tradicionais de
pescadores, quilombolas, indígenas, ribeirinhas e povos de terreiro. Realiza treinamento interno de sua força de trabalho, entre empregados e
contratados, para prevenção e combate ao assédio moral e sexual. Por se tratar de indústria na área de óleo & gás, com sólidos programas
voltados a segurança no trabalho, a corporação X mantém programas internos de valorização da vida de seus empregados com meta de operar
dentro dos melhores padrões de segurança mundial. Possui programa de valorização a primeira infância para crianças de 0 a 6 anos. No Brasil, a
corporação X é expressiva em iniciativas de programas sociais diversos, no ano de 2019 somou 2.740 atividades com as comunidades. As ações
contra discriminação na remuneração e promoção dos empregados estão consolidadas na corporação X, pela revisão anual de pesquisas de
mercado, conduzidas por consultoria especializada, tais como Willis Towers Watson e Korn Ferry Hay Group. Os resultados demonstram que os
salários que pagam aos seus empregados estão alinhados às melhores práticas do mercado de óleo & gás. No incentivo a diversidade da força de
trabalho, apesar da corporação X se apresentar como indústria caracterizada pela prevalência de mão de obra masculina, consegue manter
patamar estável de mulheres em funções gerenciais. Compromissos com os direitos humanos para o público interno são motivados por meio de
Código de Ética e Conduta, combatendo assédios morais, raciais e sexuais na corporação. Com relação a identidade corporativa, foi possível
perceber que a corporação X está fortalecida na visão de seus empregados. Segundo os resultados encontrados nos indicadores, os empregados
reconhecem o orgulho da corporação X na liderança no mercado em relação a outras corporações do mesmo setor. Na visão dos empregados, foi
representativa a percepção de orgulho que a comunidade possui da corporação X. Esses fatores devem reconhecimento pela área de
relacionamento externo da empresa, responsável por propor estratégia de atuação institucional e suporte ao tratamento de demandas internas e
externas relacionadas aos públicos. Com relação a satisfação dos empregados na pesquisa, os resultados mostraram que os indicadores mais
relevantes da corporação X estão vinculados a postura de incentivo da melhoria contínua no trabalho, a proporção de melhora global da
perspectiva de vida do empregado e na percepção do grupo de empregados qualificado que a corporação possui. Essa contribuição positiva na
satisfação dos empregados é atribuída a alguns fatores das lideranças, que transmitem para sua equipe o reconhecimento de que a competência
técnica, os profissionais, o comprometimento, o companheirismo e o orgulho do que a corporação significa é o melhor da sua cultura. De forma a
proporcionar melhoria dos indicadores menos representativos da corporação X, com relação a identidade corporativa e satisfação dos
empregados. Deve-se priorizar alguns aspectos continuamente: Promover a meritocracia, o foco em resultados, a atuação integrada, a inovação e
a superação de desafios. Por fim, é possível concluir que o presente estudo comprovou, estatisticamente, a grande importância que a RSC tem
para o fortalecimento de sua identidade corporativa e para a satisfação dos empregados.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Gestão


ADMINISTRAÇÃO
Gestão
Curso: ADMINISTRAÇÃO
Título: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE INSTRUCIONAL DE UM PROGRAMA DE TREINAMENTO GAMIFICADO: UM ESTUDO
DESCRITIVO
Autor(es): Paulo Daltro; Gardênia Abbad
E-mail para contato paulo.daltro@estacio.br IES: ESTÁCIO BRASÍLIA
Palavra(s) Chave(s): treinamento; instrucional; avaliação; gamificado
RESUMO
O objetivo deste estudo é avaliar a qualidade instrucional de um programa de treinamento gamificado de acordo com as teorias de planejamento
e desenho instrucional. Para atingir esse objetivo, conduziu-se uma pesquisa descritiva, com abordagem qualitativa, a partir da análise
documental dos materiais didáticos do programa de treinamento avaliado, que ocorreu por meio do acesso concedido aos pesquisadores à
plataforma online da universidade corporativa da organização. A avaliação dos treinamentos gamificados foi realizada por especialistas na área,
por meio de um roteiro de avaliação instrucional adaptado ao contexto do programa avaliado, de acordo com as etapas que compõem o
planejamento instrucional de ações de TD&E: (1) objetivos instrucionais (2) planejamento de atividades; (3) estratégias instrucionais; (4)
conteúdo; (5) interface gráfica; (6) componentes, mecânicas e dinâmicas de jogos; (7) exercícios; e (8) videoaulas (Abbad et al., 2006). Esse
roteiro foi adaptado para que combinasse as categorias relativas ao planejamento e desenho instrucional e as categorias que representam os
componentes, mecânicas e dinâmicas de jogos, relativas aos desenhos gamificados. O ambiente virtual de aprendizagem e os materiais
disponibilizados pela universidade corporativa responsável pelo treinamento foram analisados com base nas categorias que compuseram o
instrumento de avaliação.Os resultados encontrados permitiram identificar convergências e divergências das atividades propostas com base nas
recomendações da literatura e as suas consequentes implicações nos resultados esperados após o treinamento Os resultados provenientes desta
análise foram interpretados, de acordo com as categorias do instrumento, à luz das teorias instrucionais. Tal procedimento permitiu uma
comparação das características encontradas nos treinamentos avaliados com as abordagens instrucionais, além de levantar possíveis fatores que
podem interferir nos efeitos dos treinamentos gamificados.Sabe-se que as ações de TD&E são planejadas e desempenhadas a partir da definição
dos objetivos e conteúdos a serem ensinados e da escolha de estratégias instrucionais que possibilitem atingir os objetivos propostos. A análise
prévia das condições necessárias à aprendizagem e à aplicação de novas aprendizagens no trabalho proporciona a escolha de estratégias
adequadas de ensino, de modo que as relações entre a execução do treinamento e seus resultados possam ser estabelecidas (Abbad et al., 2006;
Meneses & Zerbini, 2009).O planejamento instrucional é a fase na qual ocorre a aplicação das estratégias instrucionais para alcançar os CHAs
identificados como lacunas durante a ANT. Neste caso, as lacunas que deram origem ao programa avaliado basearam-se em três fatores: (1)
ausência de um treinamento estruturado para desenvolver competências de liderança; (2) necessidade de estimular o protagonismo no
desenvolvimento pessoal e profissional dos funcionários; (3) e de formar futuros líderes na organização.Haja vista que as teorias de
aprendizagem não descrevem os processos que envolvem o planejamento instrucional, fez-se necessário apreciar também as teorias de desenho
instrucional, que têm como objetivo analisar as condições internas e externas ao aprendiz para criação de situações de ensino e para descrever as
etapas do planejamento de eventos instrucionais (Borges-Andrade et al., 2013; Zerbini & Abbad, 2010).As teorias instrucionais apresentam as
condições externas que facilitam o processo interno de aprendizagem, por meio de eventos instrucionais gerais aplicáveis a qualquer
treinamento. As teorias de desenho instrucional definem métodos e estratégias de ensino buscando detalhar procedimentos instrucionais com
especificidade para alcançar os objetivos de aprendizagem propostos. A estratégia de ensino deve estar focada no resultado de aprendizagem e
por isso, depende da natureza, cognitiva, afetiva ou psicomotora dos conteúdos abordados no treinamento (Abbad et al., 2006).Nesse sentido,
para que os treinamentos gamificados possam gerar impactos positivos na aprendizagem e na transferência de aprendizagens para o trabalho, é
necessário que os objetivos instrucionais estejam focados nos resultados esperados, de acordo com os CHAs que pretendem ser alcançados. Os
conhecimentos transmitidos no treinamento devem ser pertinentes ao trabalho dos treinados para que, durante o processo avaliativo, possam
ser observadas mudanças de comportamento e melhorias no desempenho dos indivíduos (Hays, 2005; Kraiger et al., 1993; Robson et al., 2015).

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Gestão


ADMINISTRAÇÃO
Engenharias
Curso: Outro
Título: GOVERNANÇA AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO: CONCEITOS ANTAGÔNICOS?
Autor(es): Ítalo de Paula Casemiro; Charliston Alves de Amorim; Flávio de São Pedro Filho
E-mail para contato italopc12@gmail.com IES: UFRJ
Palavra(s) Chave(s): Desenvolvimento; Governança Ambiental; Sustentabilidade
RESUMO
O presente resumo objetiva discutir as temáticas sobre governança ambiental e desenvolvimento, utilizando a revisão bibliográfica como
procedimento da pesquisa. Este é um trabalho interdisciplinar com análise qualitativa que adota a seguinte problemática: a governança
ambiental e o desenvolvimento possuem relação antagônica? De modo geral, a governança pode ser entendida como um modo não hierárquico
de governo, no qual atores não-estatais e diversos segmentos participam da tomada de decisão sobre as políticas em determinado campo. A boa
governança tem como características a administração do setor público, a participação e prestação de contas (accountability), a informação e a
transparência. No contexto ambiental, a governança é um instrumento necessário para gerenciar os interesses dos stakeholders no uso dos
recursos ambientais. Podemos, assim, entendê-la como um processo que envolve um conjunto de atores sociais, seus valores e pretensões, no
que concerne à tomada de decisão sobre a conservação ambiental. A governança não é um instrumento simples de se operacionalizar, haja vista
que ela ocorre em diferentes níveis (global, continental, nacional, estadual e municipal). Alinhar a ação nestes recortes geográficos, mais do que
um desafio, é uma necessidade para o alcance dos objetivos de sustentabilidade, que são os pilares da governança ambiental. Diante disso,
importante observamos dois aspectos atuais sobre a temática. Primeiro, a governança ambiental é necessária para garantir o desenvolvimento
sustentável, equilibrando o uso dos recursos naturais e as necessidades dos indivíduos. No centro deste ideal está o enfrentamento ao
capitalismo predatório e o combate ao consumo excessivo de recursos. Segundo, a atividade política e governamental possui reflexos diretos nas
questões de sustentabilidade, ora que, no exercício da governança ambiental a atuação de diversos grupos com interesses por vezes conflitantes
potencializa o poder decisório, bem como as consequências advindas deste. Visando equalizar interesses antagônicos, ascendem novas
roupagens ao tradicional modelo capitalista, com um viés mais sustentável, tais como a economia circular, a economia verde e as eco-inovações
que são aplicadas como soluções ao problema de devastação do planeta. Todavia, a complexidade da temática impede a definição de alternativas
simplistas, principalmente porque trata-se de um sistema com interrelações globais. Há de se reconhecer que na práxis a incompatibilidade entre
governança ambiental e desenvolvimento tornou-se uma pauta política que embasa discursos justificadores da apropriação desproporcional dos
recursos naturais. Verbaliza-se a necessidade de escolha entre o desenvolvimento, quase sempre tido apenas como econômico, e o meio
ambiente. A propagação dessas narrativas é nociva à consciência ambiental. No Brasil, a trajetória da governança ambiental passou por
diferentes momentos até obtermos o entendimento de sua relavância nos moldes contemporâneos, sendo ainda um tema muito recente na
história brasileira. Apesar da longa e árdua construção da governança ambiental, no ano de 2018 com a eleição do atual governo brasileiro,
caracterizado por pautas como o neoliberalismo, o Estado mínimo e o desenvolvimentismo com foco na privatização e economia agrária, tem-se
notado o retrocesso dos meios que viabilizam a governança ambiental. O Brasil tem sido reconhecido internacionalmente pela omissão estatal
em relação a área ambiental e pelas manifestações de intenções de desaparelhamento e extinção de organismos públicos defensores do meio
ambiente. É sabido que o ser humano passou a ser o principal gerador de mudanças em nível planetário, motivo este que impulsionou a
determinação de objetivos para o desenvolvimento sustentável, ODS-2030. A pretensão é que com o alcance de tais objetivos (ao todo 17), o
planeta entre em um estágio de equilíbrio e desacelere o atual processo de degradação. No entanto, embora tais objetivos tenham sido
acordados pelos diferentes países do globo, nos últimos anos os desnivelamentos e falta de comprometimento com os ODS são notáveis. Em
dimensões distintas, predomina a adoção de uma política que não dialoga com o desenvolvimento sustentável. Em linhas gerais, no que diz
respeito a existência de relação antagônica entre a governança ambiental e o desenvolvimento, é possível inferir, a partir das considerações
teóricas, que essa incompatibilidade é edificada como um discurso político, advindo de interesses de grupos decisórios. Reconhece-se que a
governança ambiental suscitou demandas e responsabilidades ao modelo capitalista, porém, isso não ocorreu de modo imotivado. O
desenvolvimento, embora predominantemente associado ao caráter econômico, possui diversas facetas e objetiva em visão mais ampla, a
proteção à vida. Portanto, o antagonismo entre essas duas temáticas demarca tão somente um modelo egóico de resistência, que desconsidera
as causa e efeitos advindas da exploração predatória dos bens naturais, sem quaisquer perspectivas de sustentabilidade, inclusive financeira, a
longo prazo.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Engenharias


Outro
Gestão
Curso: CIÊNCIAS CONTÁBEIS
Título: REESTRUTURAÇÃO SOCIETÁRIA EM EMPRESAS COM REGISTRO CANCELADO NO MERCADO BRASILEIRO DE AÇÕES
Autor(es): Maria da Graça de Oliveira Carlos; Marlene Paula Oliveira; Horrana Vitória Marques Penha
E-mail para contato mgcarlo@globo.com IES: ESTÁCIO CEARÁ
Palavra(s) Chave(s): Reestruturação Societária; Mercado de Ações; B3
RESUMO
A Combinação de negócios é uma operação por meio da qual um adquirente passa a ter o controle de um ou mais negócios, independente da
forma jurídica da operação, o que é preconizado em pronunciamento contábil. A combinação de negócios pode desencadear a reorganização
das sociedades empresárias decorrendo de qualquer mudança no tipo ou na composição do quadro de sócios proprietários ou de acionistas de
uma determinada firma ou de um grupo econômico, por meio das operações societárias. Assim a Reorganização ou Reestruturação significa
refazer a estrutura formal e o respectivo processo e diz respeito à alteração das relações entre os elementos que compõem a organização. Os
tipos de Reestruturação podem ser considerados como escolhas estratégicas, decisões para melhorias organizacionais ou exigências e estão
previstos na Lei das Sociedades Anônimas, a Lei 6404/1976 que aponta os principais tipos a Transformação, a incorporação, a Fusão e a Cisão,
cujos conceitos são apresentados a seguir. A transformação, prevista no art. 220 da Lei das S.A., é um tipo de reestruturação que exige o
consentimento unânime dos sócios ou acionistas, exceto se estiver prevista no estatuto ou no contrato social, caso em que o sócio dissidente terá
o direito de retirar-se da sociedade. Representa uma alteração no tipo da sociedade e pode ocorrer independentemente, de sua dissolução e
liquidação, de um tipo para outro. Nessa direção pode-se apontar as mudanças de regime jurídico de sociedade limitada para sociedade anônima
com a oferta pública de investimento (IPO) ou o oposto. Por sua vez, a incorporação é uma modalidade de reestruturação a operação pela qual
uma ou mais sociedades são absorvidas por outra, que lhes sucede em todos os direitos e obrigações. A fusão (Art. 228) é a operação pela qual se
unem duas ou mais sociedades para formar sociedade nova, que lhes sucederá em todos os direitos e obrigações; a nova empresa será formada
com a soma dos patrimônios líquidos das empresas unidas. A cisão (Art. 229) é a operação pela qual a companhia transfere parcelas do seu
patrimônio para uma ou mais sociedades, constituídas para esse fim ou já existentes, extinguindo-se a companhia cindida, se houver versão de
todo o seu patrimônio, ou dividindo-se o seu capital, se parcial a versão. A cisão, segundo Carvalhosa (2002) consiste em negócio multilateral, que
tem o fim de separar o patrimônio social em parcelas visando a que o referido patrimônio permita a constituição ou integração da empresa
cindida em sociedades novas ou existentes. Problema de Pesquisa: A decisão de reorganizar as firmas possui caráter estratégico pois afeta os
rumos da companhia; permite rever a composição de sócios/acionistas e pode trazer benefícios fiscais, melhoria no desempenho e resultados.
Desse modo o problema de pesquisa desse estudo questiona: Qual a incidência de reestruturação societária nas firmas que apresentam registro
de cancelamento da listagem no mercado de ações brasileiro¿ De modo complementar o estudo quer saber quais os principais motivos de
cancelamento de registro de empresas na Bolsa de Valores no Brasil. Objetivos: A partir dessa questão o trabalho tem como objetivo Geral
conhecer os casos de reestruturação societária no Brasil a partir do cancelamento de registro de companhias no Mercado de Ações Brasileiro e
para tanto busca caracterizar os tipos de registro cancelado na Bolsa de Valores brasileira, a Brasil, Bolsa e Balcão - B3 e os motivos de
cancelamento de listagem dessas empresas. Metodologia: A pesquisa é descritiva e segundo Malhotra (2011) esta modalidade se caracteriza por
um enunciado claro do problema, hipóteses específicas e necessidade detalhada de informações. A pesquisa é um estudo documental com base
em dados disponíveis na B3 e em sites institucionais de companhias brasileiras em corte transversal n a situação atual das firmas estudadas. O
instrumento de coleta foi um formulário pré-definido em planilha. A técnica de coleta adota observação, na qual o observador não tenta
controlar nem manipular o fenômeno que está sendo observado, mas simplesmente registra o que ocorre. A ênfase é na observação estruturada,
em que o pesquisador especifica, em detalhes, o que deve ser observado e como as medições devem ser registradas segundo Malhotra. O
instrumento de coleta é um formulário pré-definido em planilha no google docs exportada para tabulação no sphinx. A questão norteadora é a de
que o principal condicionante para cancelamento de registro é que as empresas fecham seu capital por conta de Incorporação dos Ativos e assim
cancelam a sua listagem na B3. Resultados: O trabalho avaliou uma base de dados de 594 empresas que compõem a base de companhias
controladas e listadas na Brasil, Bolsa, Balcão - B3. Os resultados mostram a situação das empresas que saíram da listagem da B3 por vários
motivos. Há empresas que optaram por sair da Bolsa por não conseguirem manter, do ponto de vista econômico, a sua listagem, pois há custos
de manutenção e tais empresas optaram por ficar como sociedade Anônimas de capital aberto, porém de forma avulsa, na situação de Balcão.
Esse movimento é conhecido como “going dark”. Nessa situação, foram identificadas 90 firmas, equivalendo a 15,2% das companhias da base de
dados. O caminho escolhido se justifica pela possibilidade de usufruir da condição das companhias, com menor dispêndio de recursos e menores
exigências regulatórias de mercado. Há outras empresas que resolveram cancelar a sua condição de companhias abertas e, para tal, tiveram de
recomprar suas ações no mercado e também as ações em circulação no free float. Dessas, algumas tornaram-se sociedade Anônima fechadas e,
nessa condição de fechamento de capital, foram identificadas 363 companhias, equivalentes a 61,1% das empresas na base de dados e por fim,
outras foram transformadas, passando pelo processo de reestruturação societária, prevalecendo a modalidade de incorporação, mediante
aquisição por outras companhias em incorporação 141 firmas perfazendo 23,74% das empresas que optaram pela deslistagem. Conclusões: A
pesquisa teve como objetivo e teve como objetivo conhecer os casos de reestruturação societária no Brasil a partir do cancelamento de registro
de companhias no Mercado de Ações Brasileiro, verificando os motivos de cancelamento das empresas no Mercado de Ações brasileiro. O estudo
apresentou como hipótese a prevalência de cancelamento de listagem por reestruturação societária na modalidade de incorporação. O trabalho
avaliou uma base de dados de 594 empresas Os resultados mostraram um diagnóstico dos casos em que os cancelamentos de listagem na B3
envolveram como principais motivos o simples fechamento de capital (61%), a incorporação (24%) e a deslistagem para o sistema “going dark” ou
modalidade balcão (15%). Os achados não permitiram confirmar a hipótese pois as empresas incorporadas e a prevalência dos casos de
cancelamento de listagem foi por fechamento de capital. É possível que seja em decorrência de custos de manutenção ou de exigências do
regulatório e isso sugere aprofundar o estudo para esclarecer se as empresas que optaram por sair da Bolsa mantiveram regime jurídico ou
fizeram alterações e quais.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Gestão


CIÊNCIAS CONTÁBEIS
Engenharias
Curso: ENGENHARIA QUÍMICA
Título: ANÁLISE COMPUTACIONAL DOS PRODUTOS ISOMÉRICOS DAS REAÇÕES DE EPOXIDAÇÃO E ALCOXILAÇÃO DO 4-METIL-
4-OCTENO: COMPOSTO MODELO PARA A BORRACHA NATURAL
Autor(es): Valéria Dutra Ramos; Helson Moreira da Costa
E-mail para contato valeria.ramos@estacio.br IES: UNESA
Palavra(s) Chave(s): Modelagem Molecular; Borracha Natural; Composto modelo; Reações de Epoxidação; Reações de
Alcoxilação
RESUMO
A pesquisa na área de polímeros tem concentrado grande atenção na modificação de materiais já existentes, devido ao alto custo dos
monômeros novos provenientes da indústria petroquímica. Deste modo, grupos são introduzidos na cadeia polimérica, modificando suas
propriedades, empregando energia térmica ou radiante. Reações envolvendo polímeros são dificultadas pela produção simultânea de produtos
laterais e por restrições devido ao tamanho molecular. Para se obter informações mais detalhadas sobre o mecanismo de certas reações recorre-
se, muitas vezes, a compostos modelo, de massas moleculares baixas, cujo comportamento frente a essas mesmas reações poderá levar a uma
melhor compreensão do sistema. A introdução de grupos epóxido ao longo da cadeia polimérica de um polímero hidrocarboneto pouco reativo
permite várias possibilidades de modificação química deste polímero. Os processos de epoxidação de poliisoprenos se assemelham ao que é
tradicionalmente realizado para olefinas de baixa massa molecular. A epoxidação de polímeros utilizando perácidos orgânicos tem sido estudada
por inúmeros autores, através da investigação da cinética da reação, da reatividade das duplas ligações com os respectivos perácidos, da
influência do meio reacional e da influência de alguns outros parâmetros sobre o número de grupos epóxido introduzido na cadeia polimérica. No
entanto, existem poucos dados sobre as propriedades dos produtos obtidos e, em alguns casos, os resultados são conflitantes. A abertura do anel
dos epóxidos por álcoois é utilizada na preparação de compostos β-hidroxiéteres. Em síntese orgânica, esta reação é utilizada principalmente
para a proteção de 1,2-dióis, utilizados como intermediários de síntese, onde ocorre a necessidade de controlar a regio- e estereosseletividade da
reação, assim como o rendimento. Na química de polímeros, esta reação é empregada principalmente para a fixação de um princípio ativo
(moléculas fotossensíveis, fotorreticuláveis, biologicamente ativas, e outros) sobre uma matriz polimérica. A seletividade da reação pode
contribuir para a melhoria das propriedades físicas do polímero modificado. Pelas informações coletadas na literatura pode ser observado que a
reação de alcoxilação é extremamente dependente das condições de reação e da estrutura química das espécies envolvidas. Deste modo, na
investigação de novos sistemas é necessário um estudo detalhado da influência de cada um desses fatores sobre os produtos de reação e seus
rendimentos. A aplicação de modelos teóricos para representar e manipular a estrutura de moléculas, estudar reações químicas e estabelecer
relações entre a estrutura e propriedades da matéria constituem o domínio de atuação da modelagem molecular. Devido aos recentes progressos
da área computacional e o desenvolvimento de eficientes algoritmos de cálculos, um grande avanço foi verificado no desenvolvimento dos
cálculos químico-quânticos moleculares. A química computacional na atualidade é uma ferramenta cada vez mais útil e desejável para o ensino
de química e pesquisa, sendo possível obter resultados altamente confiáveis de cálculos de propriedades químico-quânticas no estudo de uma
ampla faixa de problemas de interesse químico. O que justifica o desenvolvimento do tema proposto no Projeto de Pesquisa. O presente Projeto
de Pesquisa tem como objetivo principal a aplicação de técnicas de modelagem molecular como ferramenta de pesquisa no estudo das reações
de epoxidação e alcoxilação do 4-Metil-4-Octeno, composto modelo para a borracha natural. O projeto apresenta como objetivos específicos: 1.
Analisar a estabilidade de moléculas a partir de reações de epoxidação e alcoxilação em olefinas; 2. Interpretar os mapas de potencial
eletrostático dos reagentes, substratos e produtos; 3. Motivar os acadêmicos de química e áreas afins a investigar os conceitos de química
quântica, físico-química e química orgânica através de modelagem molecular. A proposta será desenvolvida para reações de epoxidação e
alcoxilação utilizando como substrato o 4-metil-4-octeno e dois reagentes orgânicos (ácido perfórmico e metacrilato de 2-hidroxietila), para
analisar a estabilidade conformacional dos isômeros obtidos das reações de epoxidação do 4-metil-4-octeno (4,5-epóxi-4-metiloctano, 5-metil-4-
octanona, 4-metil-4,5-octanodiol e formiato de (5-metil-2-hidróxi)-4-octila) e dos isômeros obtidos das reações de alcoxilação do 4,5-epóxi-4-
metiloctano (5-metil-5-(metacrilato de 2-etóxi)-4-octanol, 4-metil-5-(metacrilato de 2-etóxi)-3-octeno, 4-metil-3-(metacrilato de 2-etóxi)-4-
octeno, 5-metil-4-octanona, 2-n-propilhex-1-en-3-ol e (4-metil-5-hidróxi)-3-octeno). A primeira etapa do procedimento experimental consistirá
em desenhar as estruturas moleculares dos substratos, reagentes e produtos com auxílio do programa HyperChem Release 7.0. A segunda etapa
do procedimento experimental consistirá em otimizar a geometria molecular dos substratos, reagentes e produtos com diferentes níveis de
teoria (semiempíricos AM1/PM3, ab initio HF/3-21G e DFT 3-21G), utilizando o sistema Windows 10. A terceira etapa do procedimento
experimental consistirá em determinar os parâmetros energéticos, energia total, energia nuclear e energia eletrônica. Estes parâmetros
energéticos serão utilizados para correlacionar estrutura e a estabilidade da molécula. A energia total será utilizada para estimar a estabilidade
dos produtos, e corresponde a soma da energia de repulsão nuclear com a energia eletrônica. A energia eletrônica será determinada mediante a
aproximação de Born-Oppenheimer assumindo-se uma posição fixa dos núcleos, e a equação de Schrödinger será resolvida a fim de se encontrar
a energia eletrônica das moléculas. A energia do orbital molecular ocupado de mais alta energia (ε-HOMO), energia do orbital molecular
desocupado de energia mais baixa (ε-LUMO), diferença de energia entre os orbitais HOMO e LUMO (∆ε), comprimento das ligações (Å), carga
atômica líquida nos átomos dos substratos e produtos isoméricos, momento de dipolo molecular (µ), dureza (η), maciez (S), propriedades QSAR
como: Volume (V), Energia de Hidratação (HE), Coeficiente de partição octano-água (Log P), Refratividade (RM), polarizabilidade molecular (α),
área da superfície (SA), massa molecular (MM) e os mapas de potencial eletrostático molecular (MEP), também serão calculados para os
substratos, reagentes e produtos das reações. A quarta etapa do procedimento experimental consistirá em analisar os resultados obtidos e
compará-los com os resultados empíricos. O desenvolvimento deste projeto de pesquisa permitirá validar o nível de teoria através do cálculo da
energia total dos substratos, com a finalidade de obter a menor energia do sistema e a maior estabilidade conformacional. Após a análise da
energia dos substratos os produtos isoméricos das reações serão calculados e otimizados utilizando o método que apresentou a menor energia
para ambos os substratos. Acredita-se que o estudo das reações de epoxidação e alcoxilação do 4-meil-4-octeno utilizando a modelagem
molecular possa validar os dados empíricos obtidos, e servir como ferramenta de previsão para futuras pesquisas que envolvam as reações de
epoxidação e alcoxilação de poliolefinas.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Engenharias


ENGENHARIA QUÍMICA
Engenharias
Curso: ENGENHARIA MECÂNICA
Título: ANÁLISE EXPERIMENTAL PARA OTIMIZAÇÃO DIMENSIONAL DAS CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS DA CÂMARA
INJETORA DO SISTEMA DE PRESSÃO MODULADA “COMMON RAIL” EM MOTORES ICO DIESEL
Autor(es): Luan da Silva Brandão; Jean Michel Porfirio da Costa; Carlos Eduardo Guedes Catunda
E-mail para contato carlos.eduardo.catunda@gmail.com IES: UNESA
Palavra(s) Chave(s): Motores ICO; Diesel; Sistemas de Injeção; Pressão Modulada; Common Rail
RESUMO
Os motores de ignição por compressão (ICO), mais especificamente dos equipamentos que perfazem o ciclo termodinâmico Diesel se destacam
por seu baixo consumo de combustível, pouca necessidade de manutenção e alta longevidade e por isso, são requisitados para inúmeras
atividades motrizes. Com prescrições cada vez mais rigorosas com relação a emissões de gás de escape, de ruído e a busca do baixo consumo de
combustível, novas exigências são impostas aos sistemas de injeção em motores. De acordo com o processo dos motores de ignição por
compressão (ICO), mais especificamente o ciclo termodinâmico Diesel, no qual recebem o combustível homônimo de forma direta ou indireta, o
sistema deve injetar o combustível na câmara de combustão com uma pressão entre 350 e 2000 bar aproximadamente, dosando o volume com a
maior precisão possível. Dessa forma, os sistemas de injeção cumprem o papel de suma relevância na eficiência energética e motora destes
equipamentos. O sistema de injeção de pressão modulada designado por “Common Rail” atualmente uma nova evolução para sistemas de
injeção de combustível em motores à diesel. Tal sistema tem a pressão de injeção produzida independentemente do volume de débito e está
pronta no tubo distribuidor (“Rail” - galeria de combustível) para a injeção. O instante e volume de débito são calculados eletronicamente na
unidade de comando e transportados pelo injetor (unidade de injeção) em cada cilindro do motor através de uma válvula eletromagnética
excitada. Esse sistema deu início a uma nova geração para os motores à diesel, tornando-os mais econômicos no consumo de combustível, com
baixo ruído e baixa emissão de gases poluentes. Entretanto, para o funcionamento adequado do motor, ou seja, como o melhor aproveitamento
desses benefícios provenientes desse novo sistema de injeção, é necessário o correto funcionamento da unidade de injeção. Assim, novamente, o
sistema de injeção mostra-se como elemento preponderante para a performance plena desta tecnologia. O injetor desse sistema além de
trabalhar de forma mecânica, como os injetores de motores à diesel tradicionais, mais antigos, também trabalham de forma eletrônica, sendo
controlado pelo módulo de injeção eletrônica, no qual aciona a unidade de injeção de combustível na câmara de combustão por uma válvula
eletromagnética e só é encerrado quando a excitação da válvula é desativada. Como o injetor trabalha constantemente em alta pressão uma
parte desse combustível retorna ao reservatório funcionando como um alívio e não sobrecarregando a unidade de injeção. É o designado volume
de retorno de combustível. E é justamente no controle efetivo deste volume de combustível de retorno e injeção que versa o cerne deste estudo,
onde avaliar-se-á experimentalmente, através de uma bancada de testes automatizada, especificamente montada para este tipo de medição, o
volume de combustível de retorno em função do dimensional e das características construtivas da câmara dos bicos injetores do sistema de
injeção de pressão modulada. Esta banca experimental automatizada, para este projeto de pesquisa, está descrita na seção subsequente.
Materiais e Métodos Uma banca experimental automatizada foi especificamente montada para mensuração do volume efetivo de combustível de
retorno simulando um sistema de injeção de pressão modulada “Common Rail” para em motores ICO utilizando diesel como combustível de
teste. A bancada é composta dos mesmos componentes de um sistema real com: módulo eletrônico que regula as variáveis de entrada (Pressão,
número de Injetadas, Frequência, Tempo de Injeção), bicos injetores que pulverizam o diesel para a câmara de combustão por micro furos, um
jogo de válvula magnética (solenoide) que controla o fluxo de injeção, e duas provetas graduadas onde é coletado o combustível de retorno e
injeção. O teste do sistema foi realizado sob 3 vieses distintos, simulando diferentes condições de operação para a unidade de injeção: 1) Plena
carga, 2) Pré injeção e 3) Marcha lenta; cada qual com variáveis de processo adequadas a cada tipo de operação e criticidade. Como tem
participação direta no funcionamento do motor, a unidade de injeção trabalha conforme o comando do módulo de injeção eletrônica, por
exemplo para dar partida em um motor a pressão será a mínima possível com pouca quantidade de combustível na injeção, mas se o motor
funcionar de maneira acelerada, então o módulo mandará informação para a unidade de injeção trabalhar com a pressão e nível de combustível
altos. Através dessas informações pôde-se estudar o volume de combustível injetado e retornado, pela unidade de injeção em cada cilindro. Foi
programado manualmente no módulo de controle a pressão desejada, o tempo de injeção, frequência, rotação e quantidade de injeções,
simulando o que ocorreria em um módulo de injeção real. Foi utilizado o bico injetor modelo CRIN do fabricante Bosch que se enquadra na classe
automotiva de veículos de grande e médio porte. Dessa forma, alterou-se o dimensional e as características construtivas da câmara dos bicos
injetores do sistema de injeção do referido modelo/fabricante, de modo a obter diferentes perfis de volume de combustível de retorno,
otimizando o sistema, buscando a relação ótima para obtenção de baixo consumo de combustível, baixas emissões de gás de escape e baixo
ruído. É importante ressaltar que as unidades de injeção possuem em sua configuração interna construtiva, pinos, molas, arruelas dentre outros
componentes, cada um com seu devido papel. Os 3 componentes principais são o jogo de válvula (pistão de comando da válvula e a câmara de
comando de válvula) que é responsável por controlar a injeção e o retorno, a válvula eletromagnética que tem o papel de acionar
eletronicamente a unidade de injeção e o bico que recebe e pulveriza o combustível na câmara de combustão. Um dos objetos deste estudo está
justamente na alteração dimensional da câmara de injeção através de calços milimetricamente mensurados (arruelas internas) e seus respectivos
impactos na operação do sistema Análise de Resultados e Discussões Os valores de volumes de combustível injetado e de retorno são tabelados e
recomendados para cada tipo de operação (pré-injeção, injeção principal e pós-injeção) conforme tipo de bico injetor e fabricante. A quantidade
de combustível injetada na câmara de combustão é primordial para os benefícios do sistema de injeção de pressão modulada “Common Rail”,
pois se a injeção for maior que o valor essencial haverá grande possibilidade de ocorrer ruídos no motor prejudicando o funcionamento do
mesmo e elevado consumo de combustível. Se a quantidade for menor que o essencial também ocorrerá problemas no motor, como por
exemplo fazendo o motor funcionar mal, pois não injetará combustível suficiente em comparação com os outros cilindros ou se todos estiverem
dessa maneira, ocorre o risco de o motor não funcionar. Observou-se que a quantidade de injeção na câmara de combustão altera o
funcionamento do motor, a quantidade de retorno também influencia no funcionamento. Uma elevada quantidade de combustível no retorno
faz com que o sistema sofra uma baixa pressão, assim o bico e válvula trabalham mais para suprir essa falta de pressão e por consequência
começa a surgir fumaça no escape e aumenta também o consumo de combustível. Com a alta pressão constante na unidade de injeção a
tendência é que haja desgaste nas peças do injetor, principalmente no jogo de válvula (pistão de comando da válvula e a câmara de comando de
válvula) a peça que mais sofre por excesso de trabalho. Porém apenas com a substituição dessa peça não significa que a unidade de injeção irá
funcionar perfeitamente, pois quando fabricada a altura da válvula muda milimetricamente obrigando assim a ajustar os calços para a unidade
injeção trabalhar conforme o exigido. Como resultado preliminar, alterou-se o dimensional e as características construtivas da câmara de injeção

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Engenharias


ENGENHARIA MECÂNICA
através de calços milimetricamente mensurados (arruelas internas - calço da marcha lenta e o calço da plena carga). Foi mensurado para cada
ensaio experimental o volume combustível injetado e de retorno através das provetas calibradas para 6 bicos de injeção com 3 calços internos
distintos e 2 modos de operação (marcha lenta e plena carga), obtendo-se um gráfico de dispersão para o sistema. Os resultados preliminares já
apresentam uma tendência de dimensional otimizada (calço interno – arruela) de modo a minimizar o combustível de retorno. Entretanto, cabe
salientar que carecem de uma representatividade estatística maior, exigindo um número de ensaios experimentais significativamente maior para
que esta otimização, a qual é o objetivo principal desta pesquisa, seja ratificada apontando o dimensional ótimo para o sistema de injeção de
pressão modulada “Common Rail” do fabricante/modelo citado anteriormente, objeto deste estudo.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Engenharias


ENGENHARIA MECÂNICA
Engenharias
Curso: ENGENHARIA MECÂNICA
Título: A NEW METHOD FOR PREVISION OF CAVITATION IN MARINE PROPELLERS
Autor(es): Flavio Peres Amado
E-mail para contato flavio.amado@estacio.br IES: UNESA
Palavra(s) Chave(s): Cavitation, Marine propellers
RESUMO
Cavitation is a classic problem in hydraulic machine propellers in general. The damage caused by this fluid dynamic phenomenon, such as blade
erosion, vibration and loss of power, has been a matter of interest to manufacturers and researchers since the invention of the component in a
modern metallic model. Therefore, the theme is always up-to-date and verifiable for the advancement of the discipline's state of the art. In this
sense, it is important to show that the power of a motor machine is basically a function of torque and rotation, but the angles of entry and exit on
the blades of a rotor (if any) also influence this amount, because they can modulate the resistance to the flow that goes through the component.
Recent studies, which show the importance of the constructive angles of the palettes of a turbine of a conventional turbojet aircraft engine,
conclude that the thrust of the machine is directly influenced by the increase in the angle of entry of this element, although the efficiency of the
rotor falls by one little with this variation of angulation. Other recent investigations, however in marine impellers, concluded that at the entrance,
the constructive angle formed between the tangential velocity and radial velocity vectors also increases the thrust and decreases the efficiency,
but ends up causing cavitation in the back of the blades, when it assumes very large values. It is important to say that the calculation of cavitation
conditions in vessel rotors is commonly done using the Burril diagram, which is based on a large number of tests of fixed pitch propellers of varied
geometries, in cavitation tunnels, to detect percentages ranging from 2.5% to 30% on the back of their blades (for percentages of 2.5%, the
values are sometimes contented by the specialized literature, which indicate some inaccuracies). This diagram links the loading coefficient Tc,
related to pressures present in the blades, to the cavitation index σ07R, relative to the resulting velocity in the section at 70% of the radius. Both
Tc and σ07R take into account the velocity resulting from the tangential component measured at 0.7R, as well as the rotation of the propeller and
the axial component, which is the effective velocity of the fluid between the blades. There are also cavitation detection techniques that consider
the influence of hydrofoil on the vessel's rotor performance. However, all of these approaches represent extensive calculations that are difficult
to perform and that depend on a lot of experimental information. In this way, taking as a starting point the mechanics of the various available
cavitation forecasting methods, it is reasonable to assume that an “angular modifying factor”, fab, can be created, which indicates the occurrence
of cavitation and is expressed as a function of physical properties of the fluid in which the vessel sails, the dimensions of the rotor and the
pressure conditions. Thus, fab will modify σ07R taking into account the dimensional characteristics of the helix, expressed in the constructive
angles and in the pitch of the element. The proposal is to raise a diagram that relates this coefficient (the factor fab is dimensionless) to the
rotation of the vessel's motor axis (given in rpm), composing curves above which cavitation occurs. In other words, it is a proposal for a method
of detecting cavitation in marine propellers, as an alternative tool to the Burril Diagram method, being easier and more practical than this one.
The values of fab are raised from measurements in computer simulation, or even through any other classic method, identifying the value of the
quantity corresponding to the rotation from which cavitation occurs in the percentage of interest. The use of a coefficient incident on σ07R is
faster and can indicate the cavitation condition directly from the diagram reading. Results raised by the technique proposed here indicate
coincidence of values with those raised by the Burril Diagram and high reliability for use by designers of marine propellers. It is expected that the
methodology will be accepted by the scientific community, as well as by the market.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Engenharias


ENGENHARIA MECÂNICA
Engenharias
Curso: FISIOTERAPIA
Título: DESENVOLVIMENTO DE UM SISTEMA ANDROID PARA CONEXÃO VIA BLUETOOTH ATRAVÉS DE APLICATIVO PARA
APRESENTAÇÃO DA FREQUÊNCIA DE VIBRAÇÃO PRODUZIDA PELA OOAF
Autor(es): Francisco Edson Pinheiro Uchoa; Fabrício Gonzalez Nogueira; Denise Maria Sá Machado Diniz
E-mail para contato denise.diniz@estacio.br IES: ESTÁCIO CEARÁ
Palavra(s) Chave(s): Sensor de Efeito Hall Linear; Filtro; Transformada Rápida de Fourier; Modalidades de Fisioterapia; Vibração.
RESUMO
A fisioterapia respiratória é comumente referida como um dos campos de estudo da Fisioterapia, com foco no tratamento de disfunções agudas e
crônicas do sistema cardiopulmonar. Ele abrange muitas técnicas para ajudar os pacientes a melhorar a capacidade respiratória, sendo uma delas
o uso de osciladores orais de alta frequência (OOAF), que, combinados com a pressão expiatória positiva (PEP), uma aplicação de resistência
quando o paciente expira, são eficazes métodos para o tratamento de doenças respiratórias. O Acapella é um equipamento desenvolvido por
DHD Healthcare, em Wampsville, Nova York, que possui três modelos principais: um azul para pacientes que não conseguem manter um fluxo
expiratório superior a 15 L/min por 3 minutos; cor verde, para pacientes que podem manter um fluxo superior antes de 15 L/min por pelo menos
3 minutos e autoclavável, para todos os pacientes. Os outros aparelhos utilizados para a mesma finalidade, como o Flutter VRP1 e o Shaker,
usam uma esfera metálica para aplicar resistência gravitacional, para que a esfera possa passar de sua posição inicial para uma mais alta,
dependendo do fluxo de ar aplicado pelo paciente. Para esse fim, o paciente precisa manter o instrumento em paralelo com o chão, exigindo que
ele permaneça sentado durante o tratamento. Ao contrário dos equipamentos anteriores mencionados, o Acapella utiliza um ímã que foi
anexado à sua base. Quando o fluxo de ar começa a atravessar a parte interna do aparelho a haste é empurrada para cima, o imã que existe
dentro do aparelho puxa a haste de volta para baixo, devido a uma pequena peça metálica que existe em sua extremidade, fazendo o aparelho
vibrar. Por causa do seu princípio de funcionamento, o Acapella pode ser usado em qualquer posição, permitindo que pacientes que não podem
permanecer sentados durante o tratamento possam fazer o tratamento. Além disso, outra vantagem do Acapella é que é possível ajustar a
oscilação de frequência e a resistência do fluxo expiratório através de um mecanismo na parte traseira do instrumento, que pode alterar a altura
do ímã em relação à base. Na fisioterapia, uma das muitas adversidades enfrentadas por seus profissionais é a produtividade dos aparelhos
utilizados nos tratamentos. Devido à natureza mecânica de alguns desses equipamentos utilizados, geralmente, são puramente mecânicos, a
maioria dos fisioterapeutas tem dificuldade em detectar se a terapia está sendo aplicada eficientemente a seus pacientes. Alguns dos exemplos
mais notáveis desta situação são as aplicações dos OOAF’s em fisioterapia respiratória: devido à falta de feedback visível do equipamento para o
paciente e o profissional, o fisioterapeuta pode considerar que o OOAF não está oscilando na frequência desejável e que a terapia pode ter sido
comprometida. Com base nos trabalhos de instrumentação biomédica de Maes, Vandersteen e Ionescu (2014), que utiliza técnicas de controle
linear de feedback, juntamente com a implementação de hardware e software via microcontroladores para obter impedância respiratória em
baixas frequências; que analisa mudanças na mecânica respiratória de pacientes não crônicos e crônicos por meio de análise e processamento de
sinais; que utilizavam alto-falantes para simular oscilações de pressão e uma unidade sensorial especial para medir a magnitude e os ângulos de
fase das pressões e dos sinais de fluxo, a fim de fornecer uma modificação de uma técnica de tratamento respiratório; que propôs o
desenvolvimento de um software totalmente dedicado a identificar impedâncias no sistema respiratório durante o sono, bem como avaliar seu
desempenho em diferentes tipos de condições, este trabalho apresenta a modelagem de um medidor de frequência com o objetivo de capturar
informações da frequência em que o paciente soprando dentro do equipamento e exibindo-o digitalmente, cujo retorno e ajuste do fluxo de ar
para coincidir com o referido valor de periodicidade permitirão ao profissional aplicar a adequada cuidados médicos. Objetivou-se desenvolver
um frequencímetro para medir a vibração produzida pelo Acapella® através de uma plataforma android. Trata-se de estudo de bancada, de
caráter transversal e descritivo, com estratégia de análise quantitativa dos resultados apresentados e será realizado no Laboratório de Robótica
no GPAR do curso de engenharia elétrica da UFC, no laboratório de Fisioterapia respiratória da ESTÁCIO/FIC, no período de 1 ano a partir da
aprovação do projeto pela comissão do programa de iniciação científica do Centro Universitário Estácio do Ceará. A captação do sinal foi
realizada por meio de um sistema de aquisição de dados, usando um circuito composto por um filtro ativo, visto que o sinal emitido diretamente
pelo sensor de efeito hall contém ruídos que podem, eventualmente, prejudicar a leitura. Após a passagem pelo filtro ativo – o qual filtra baixas e
altas frequências, o sinal foi lido por uma placa de aquisição de dados USB-6001, da National Instruments. A aquisição foi realizada pelo software
próprio da National Instruments, a fim de assegurar o tempo correto de amostragem. A análise de sinais foi realizada com a extensão Simulink, do
software Matlab. Aplicou-se uma FFT (Fast Fourier Transform) ao sinal lido, no domínio do tempo, e obteve-se seu resultado no domínio da
frequência para cada ponto plotado. O sistema implementado em uma placa de circuito impresso padrão SMD (componentes soldados em
superfície) que garantiram a redução do tamanho físico e melhora da portabilidade. Para isso, desenvolveu-se um circuito para alimentação e
recarga de baterias e a comunicação via bluetooth, com uma interface android para apresentar um feedback ao usuário, com informações
geradas pelos algoritmos desenvolvidos de forma simples e útil tanto para o paciente quanto para o profissional. A interface teve como objetivos
adicionais a geração de relatórios e histórico de dados dos pacientes. O propósito deste trabalho era tornar mais fácil e, principalmente, mais
assertivo a medição da frequência emitida pelo equipamento Acapella de tratamento fisioterapêutico. Desde o princípio era conhecida a
frequência que traria os melhores resultados, de 13 a 15 Hz, porém como não havia um meio que fornecesse um feedback o tratamento era
baseado exclusivamente em como o paciente se sentia. Após a escolha do sensor foi preciso a montagem de um circuito que moldasse melhor o
sinal para que fosse feita a conversão pelo conversor A/D da placa microcontroladora. Este processo ocorreu sem maiores problema, porém
visando no futuro tornar esse sistema mais pratico para o fisioterapeuta, foi necessário mudar o circuito pensando na utilização de baterias, e
que este circuito ficará anexado ao Acapella. Depois de implementado o circuito de condicionamento de sinal foi implementada na placa
microcontroladora KL125Z a programação da Transformada Rápida de Fourier e com isso já foi possível testar o sistema. Os testes se mostraram
bastante satisfatórios, com as frequências de sopros variando na faixa desejada de frequência. A aplicação móvel desenvolvida no App Inventor
tem propósito apenas para testes, já que esta plataforma é limitada em alguns requisitos, como o tratamento das informações advindas do
bluetooth. Sendo assim, pensando em trabalhos futuros é essencial a mudança de plataforma para o Android Studio, que é o ambiente de
desenvolvimento integrado mais popular e completo para o desenvolvimento de aplicações. Foi desenvolvido pela Google em 2013 e atualmente
conta com emuladores, ambiente unificado, modelos de códigos e integração com o GitHub, frameworks e ferramentas de teste e uma
ferramenta para detecção de problema de desempenho, usabilidade e compatibilidade de versões.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Engenharias


FISIOTERAPIA
Engenharias
Curso: ENGENHARIA ELÉTRICA
Título: ELABORAÇÃO E APLICAÇÃO DE UM INSTRUMENTO DE MEDIDAS ELÉTRICAS NA INVESTIGAÇÃO DAS ALTERAÇÕES DE
ESTRUTURA DE FERROS NODULARES PROVENIENTES DO PROCESSO DE FABRICAÇÃO
Autor(es): Everton Maick Rangel Pessanha; Lioudmila Aleksandrovna Matlakhova
E-mail para contato ewerton_cosmos@yahoo.com.br IES: UNESA
Palavra(s) Chave(s): Instrumentação Elétrica; Ponte de Kelvin; Ferro Nodular; Estrutura;
RESUMO
As inovações tecnológicas vêm demandando a busca por novos e diversificados métodos de obtenção de materiais, o que implica no estudo de
novas técnicas de caracterização destes materiais de forma a compreender a relação das alterações estruturais, provenientes do processo de
fabricação, com suas propriedades que interfere inteiramente em sua aplicação e novos campos de investigação. Dentre as distintas propriedades
físicas dos materiais condutores, as propriedades elétricas são importantes como método não destrutível para sua avaliação devido à
sensibilidade as respostas com o fluxo de cargas elétricas. Nesta perspectiva, o presente trabalho possui como objetivo analisar a influência das
alterações de estrutura na caracterização elétrica de um lote de ferro nodular para vazamentos prolongados através da elaboração do protótipo
de instrumentação de medidas elétricas baseado na ponte de Kelvin. O ferro nodular é considerado uma liga ternária de Fe-C-Si que apresenta na
solidificação austenita e grafita que se completa com a solidificação eutética (austenita + grafita ou austenita + carbonetos). Dependendo da
composição, da taxa de arrefecimento e do tratamento, o ferro fundido pode se solidificar de acordo com o sistema ferro-carbono (Fe-C),
termodinamicamente metaestáveis, composta por carbeto de ferro (Fe3C) como fase rica em carbono ou o sistema estável ferro-grafita (Fe-Gr),
em que a fase rica em carbono é o grafite (Gr). O ferro nodular vem sendo amplamente estudado, em relação a sua configuração estrutural e
suas propriedades mecânicas, mas pouco a respeito de novas ligas de ferros fundidos com variação dos parâmetros de fundição até larga escala
de tempo e temperatura de vazamento associada as suas propriedades elétricas, como sua resistividade, considerada uma característica
intrínseca ao material. Para tanto, foram utilizados um lote de ferro nodular composto de oito lingotes produzidos na usina Saint-Gobain
Canalização, Brazil, através da técnica por imersão de sino, com vazamentos prolongados até 45 min, de 1398ºC a 1210ºC, após tratamento de
nodulização e pós-inoculação. Posteriormente foram realizadas investigações de composição química por espectrometria de massa utilizando
OES-5500 II para os elementos Si, Mn, Mg, P, S e Ti e analisador elementar LECO CS 200 para a determinar o teores de carbono, bem como
análise de composição fásica por difração de raios X e microscopia ótica e semi-quantitativa por EDS/MEV. As medidas elétricas preliminares
foram realizadas utilizando o protótipo de instrumentação elétrica desenvolvido no Laboratório de Engenharia Elétrica da UNESA Campus
Campos dos Goytacazes/RJ. Para a elaboração e simulação do circuito foi utilizado o software NI Multisim 14 que possibilitou a montagem do
projeto do protótipo utilizando resistores de 100kΩ e o resistor desconhecido Rx, que corresponde aos corpos de prova analisados. A variação no
potenciômetro foi projetada com 10 trilhas com resistores de 1mΩ acoplados de modo a obter uma variação de 0,2 a 1,1mΩ. Ainda foram
acoplados um galvanômetro com zero central e uma fonte de alimentação regulável de até 32V e 3A, modelo AFR PS 3003. Os dados mostraram
que a estrutura do ferro nodular hipereutético revelou a predominância da fase ferrítica (Fe-α), CCC, com picos de elevada intensidade,
correspondentes aos planos (110), (200) e (211), seguida dos picos de menores intensidades para o carbono romboédrico (003) e hexagonal
(002). A ampliação dos difratogramas possibilitou a identificação de picos que correspondem à fase de cementita (Fe3C) de baixa simetria devido
a sua estrutura ortorrômbica que dificultou a sua identificação. A matriz apresentou a microestrutura ferrítica-perlítica com predominância da
ferrita. O vazamento prolongado até 45 min revelou o crescimento da constituinte perlítica (Fe-Fe3C) e o surgimento da cementita livre com a
atuação do mecanismo metaestável. Os dados preliminares utilizando o dispositivo da ponte de Kelvin apontam medidas precisas próximas ao
limite teórico da resistividade elétrica do ferro nodular que variaram de 0,70±0,20μΩ.m, que também receberam influência da formação da
cementita livre devido as suas características elétricas intrínsecas por apresentar elevada resistividade elétrica, sobretudo, para os vazamentos
prolongados até 45 min na temperatura de 1210ºC. Os resultados do estudo e simulação do circuito através da ponde dupla de Kelvin apontam a
viabilidade de utilização do protótipo experimental de instrumentação de medidas de baixa resistência para avaliação do ferro nodular, da ordem
de grandeza de 10-³Ω para obter valores de resistividade que chegam a ordem de 10-6Ω.m e ainda para auxiliar na da transformação de fase.
Assim, as ligas de ferros nodulares produzidas pela tecnologia de vazamentos prolongados até 45 min, agrupadas na classe FE50007, apontam
potencial para a sua utilização para maiores tempos de vazamentos, obtendo ainda grafita nodular e conferindo ao material boas propriedades
elétricas, entretanto, o controle dos parâmetros do processo de fabricação é fundamental, pois interfere diretamente em variações estruturais e
impacta na boa qualidades do ferro fundido e ainda na otimização do processo de fabricação.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Engenharias


ENGENHARIA ELÉTRICA
Engenharias
Curso: ENGENHARIA ELÉTRICA
Título: CIRCUITOS RLC: UM ESTUDO DE CASO PARA DEMONSTRAR A EQUIVALÊNCIA ENTRE A REPRESENTAÇÃO POR ESPAÇO
DE ESTADOS E A REPRESENTAÇÃO POR FUNÇÃO DE TRANSFERÊNCIA PARA SISTEMAS DE CONTROLE
Autor(es): Leonardo Bruno de Sá
E-mail para contato leonardo.bruno76@gmail.com IES: UNESA
Palavra(s) Chave(s): espaço de estados; função de transferência; sistemas de controle
RESUMO
Os Sistemas de Controle podem ser descritos de duas formas principais: por intermédio de relações entrada-saída no domínio da frequência e por
intermédio do Espaço de Estados no domínio do tempo. Também chamada de abordagem temporal, a representação por Espaço de Estados é
muitas vezes classificada como "moderna" em oposição à abordagem "clássica" que emprega relações entrada-saída. A primeira representação
emprega a transformada de Laplace como ferramenta matemática para determinar a Função de Transferência, enquanto a segunda
representação emprega as equações dinâmicas do próprio sistema para determinar um sistema matricial de equações diferenciais. (SÁ, 2019) É
possível demonstrar que as relações entrada-saída, usadas pela primeira representação, são capazes de determinar apenas uma parte de um
sistema dinâmico, a parte do sistema que é completamente observável e completamente controlável (KALMAN, 1963). Cumpre salientar que a
classificação de um sistema dinâmico, como observável e controlável, torna-se uma tarefa bastante simples quando o sistema é representado
pelo Espaço de Estados. Constata-se que a primeira representação é largamente explorada na literatura de Sistemas de Controle, enquanto a
segunda, salvo os tópicos introdutórios, é objeto de estudo apenas nos Cursos de Pós-Graduação. Dentre os motivos que levaram a uma maior
aceitação do método frequencial em relação ao método temporal podem-se citar: as razões históricas da disseminação do conhecimento
científico e a dificuldade na manipulação de equações diferenciais na forma matricial. O fato da investigação mais profunda da representação de
Espaço de Estados estar vinculada somente a Cursos de Pós-Graduação justifica-se também, pois tal representação não se limita a Sistemas
Lineares Invariantes no Tempo (SLIT) com o número de entradas e saídas reduzido, como o caso da Função de Transferência, podendo descrever
Sistemas Não-Lineares Variantes no Tempo com múltiplas entradas e saídas, tópico restrito a Cursos de Pós-Graduação em Sistemas de Controle
no Brasil. Um caso emblemático é o do controle Proporcional, Integral e Derivativo (PID) representado por uma Função de Transferência. O
controle PID não é adequado para sistemas com múltiplas entradas e saídas, pois as funções de transferência e equações diferenciais usadas para
representar o sistema tornam-se excessivamente complexas quando múltiplas entradas e saídas estão envolvidas. Ademais, o controle PID é
baseado em parâmetros constantes, limitando sua eficácia no controle de sistemas não-lineares. Enquanto o controle PID depende de um
“observador” para estimar o estado interno do sistema com base na relação entrada-saída, o controle por Espaço de Estados leva em
consideração o estado interno do sistema, por meio do que é conhecido como variáveis de estado. Essas variáveis de estado descrevem o sistema
e sua resposta a qualquer conjunto de entradas. O presente trabalho tem como objetivo principal demonstrar a equivalência das representações
por intermédio da Função de Transferência e do Espaço de Estados. Um objetivo secundário, mas não menos importante, é capacitar o aluno a
empregar ferramentas matemáticas aprendidas na disciplina de Álgebra Linear em problemas concretos de Engenharia, tendo em vista que a
representação por Espaço de Estados exigirá o domínio de tais ferramentas matemáticas. A metodologia a ser empregada utilizará exemplos de
circuitos RL, RC e RLC, que são bastante explorados em cursos de Engenharia Elétrica e de fácil compreensão, para demonstrar analiticamente a
equivalência das representações no domínio da frequência e no domínio do tempo. A importância do trabalho ganha relevância, pois na literatura
de Sistemas de Controle o estudo das duas representações supracitadas é, na sua grande maioria, exposto de maneira disjunta sem que seja dada
a devida importância à equivalência das representações. O resultado obtido com os exemplos de circuitos RLC é a completa equivalência das
duas representações seja demonstrada. A conclusão do trabalho ilustra que, diante da crescente complexidade dos sistemas de controle, a
Função de Transferência pode não parecer o modelo mais adequado para descrever o comportamento de um sistema dinâmico e efetuar o seu
controle. A busca por malhas de controle com melhor desempenho pode levar à mesma conclusão, sendo particularmente verdadeiro, se
sistemas não-lineares e variantes no tempo forem considerados. Talvez ainda mais verdadeiro, se a opção for a implementação digital de leis de
controle um tanto sofisticadas.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Engenharias


ENGENHARIA ELÉTRICA
Engenharias
Curso: ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
Título: AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DE UMA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTO DOMÉSTICO EM UM BAIRRO DE
PERNAMBUCO
Autor(es): Flávia Garrett Azevedo ; Flávia Gonçalves Domingues Ferreira; Maurício Alves da Motta Sobrinho
E-mail para contato flavia.garrett@estacio.br IES: ESTÁCIO RECIFE
Palavra(s) Chave(s): Efluentes; Tratamento de esgoto; Eficiência de tratamento
RESUMO
O saneamento básico no estado de Pernambuco mais precisamente no município de Recife, teve um modesto avanço na década de 2000 se
comparado a década de 1990 quando apenas 30% do município possuía serviço de esgotamento sanitário e, desses 30% apenas 10% recebia
algum tipo de tratamento antes de ser lançado em corpos d’água. Contudo, nosso sistema de esgotamento sanitário bem como, o seu
tratamento adequado, ainda têm muito o que melhorar. Mas para isso, é preciso uma estruturação do saneamento ambiental que é essencial
para o desenvolvimento humano e social. Feito isso, será garantido a manutenção do equilíbrio dos corpos hídricos e consequentemente o bem
estar da fauna e a qualidade de vida dos seres humanos. É necessário que se faça um estudo prévio da área para poder a partir de algumas
variáveis, decidir qual o melhor e mais adequado sistema a ser adotado para aquela área. E assim foi feito. Foram criadas alguns dos principais
sistemas de esgotamento sanitário na região metropolitana do Recife como o sistema da Cabanga, de Peixinhos e do Janga. Além desses
sistemas, Recife conta com um conjunto de 18 pequenas estações de tratamento de esgotos e dentre estas destaca-se a ETE-Mangueira, objeto
de pesquisa, que utiliza o processo combinado de Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente (RAFA) ou traduzindo para o inglês, Upflow Anaerobic
Sludge Blanket (UASB) e lagoa de polimento. A metodologia utilizada consistiu em visitas ao Saneamento Integrado pertencente a Prefeitura do
Recife, para coleta de dados documental sobre o dimensionamento da SES da Mangueira e através deles foi realizado um estudo da área, as
dificuldades de implantação, o tipo de sistema adotado de acordo com os levantamentos já feitos anteriormente. Através da empresa
responsável, uma vez que a mesma é detentora dos resultados dos parâmetros físico, químico e bacteriológico da estação de tratamento de
esgotos da Mangueira, foi possível ter conhecimento de métodos utilizados para a realização de determinadas análises, frequência em que eram
feitas e resultados da eficiência da ETE como um todo. Para o monitoramento da ETE, foram efetuadas através da empresa, amostragens uma vez
por mês, com medições de vazão, análises físico-químicas e bacteriológicas, na entrada da ETE, saída do reator e saída da ETE e assim foi tomado
conhecimento da eficiência do reator e também da lagoa de polimento. Para a determinação da cor, foi usado o método comparativo que
consiste em encher duas cubetas até a marca indicativa sendo uma preenchida com água destilada (branco) e a outra com a amostra. Logo após
foi realizada a comparação visual com um disco padrão de vidro colorido, adequadamente calibrado com soluções padrões de diferentes
concentrações de (K2PtCl6) pois águas naturais tem sua coloração semelhante á produzida por soluções de Cloroplatinato de Potássio tingida
com pequenas quantidades de cloreto de cobalto. Ao girar o disco, a cor encontrada deverá coincidir com a mesma intensidade de cor em ambos
os tubos. Anotou-se o valor obtido e sua unidade de medida é uC (unidade de cor). Os parâmetros da temperatura e pH, o oxigênio dissolvido
também foi determinado “in loco” através do aparelho chamado Oxímetro que faz tal medição de maneira prática e rápida. Para a determinação
da Alcalinidade foi a titulação potenciométrica. A análise de cloretos foi determinada através de titulação com nitrato de prata (AgNO3), Método
de Mohr. Também foram analisados nitrogênio e fósforo. O método utilizado para extração dos óleos e graxas foi utilizado a gravimetria a partir
de uma amostra da solubilização deste material em solvente apropriado. Para avaliar a eficiência do tratamento implantado na comunidade em
estudo, foram realizadas coletas de amostras de efluente bruto e tratado ao final de cada etapa do processo e análises em laboratório como DBO,
pH e sólidos sedimentáveis, essenciais para o monitoramento da qualidade do efluente doméstico, bem como DQO, a série de nitrogênio, entre
outras. Após uma análise dos resultados foi possível observar que o esgoto bruto apresentava DQO média de 480mg/l em conformidade com a
demanda e a DBO apresentava uma média de 310mg/l também considerada coerente. Com relação a remoção de DQO e DBO no final de todo
processo de tratamento, estes tiveram reduções médias bastante significativas tais como 83% e 87% respectivamente no período de agosto a
dezembro de 2020, configurando a boa eficiência do Reator UASB. Apresentou também uma temperatura média em torno de 28°C considerada
boa para o desenvolvimento do processo. No efluente do UASB o pH médio foi de 7,2, dentro da faixa ótima para as bactérias metanogênicas.
Em relação à lagoa de polimento, os valores de pH são elevados chegando a uma média de 7,5 o que é desejável. A eficiência global do sistema
girou em torno de 80% em média. Concluimos que em relação aos benefícios causados a comunidade, a estação de tratamento de esgotos tem
um papel fundamental no bairro em estudo uma vez que obrigatoriamente antecedida pelo sistema de esgotamento sanitário, este por se só já
exclui aqueles esgotos indesejáveis que corriam a céu aberto pela periferia causando várias doenças de veiculação hídrica pelo acúmulo de
vetores, roedores, entre outros. Através de relatos da própria comunidade e funcionários da ETE, foi observado a satisfação dos mesmos com
relação a diminuição de idas a postos de saúde por causa de doenças causadas pela falta de saneamento depois da implantação da ETE na
comunidade.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Engenharias


ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
Engenharias
Curso: ENGENHARIA CIVIL
Título: ESTUDO COM AVALIAÇÃO NO GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL EM PE
Autor(es): Flávia Garrett Azevedo ; Rildo Duarte de Azevedo Filho; Flávia Gonçalves Domingues Ferreira
E-mail para contato flavia.garrett@estacio.br IES: ESTÁCIO RECIFE
Palavra(s) Chave(s): Resíduos sólidos; construção; destinação final.
RESUMO
A construção civil é um dos que mais gera resíduos e se não forem descartados de forma adequada causam impactos ambientais. Este setor, além
de consumir uma grande quantidade de matéria matéria-prima, está atrelado ao desperdício de materiais e ingerências relacionadas à mão de
obra e muitas vezes a não disponibilidade de recursos também estão relacionados a tal falta de um plano de obra, ocasionando baixa
produtividade. Consequências ainda mais graves são evidenciadas pelos inúmeros atrasos no prazo de entrega e até mesmo à falência de
projetos e obras. Estudos indicam que os projetos mundiais são bem-sucedidos por cumprir suas metas de orçamento, cronograma e qualidade
planejadas. O presente trabalho traz como objetivo mostrar as práticas das quais vem sendo utilizadas no gerenciamento dos resíduos sólidos de
algumas empresas da construção civil na cidade do Recife-PE. Identificar os tipos de resíduos da construção civil existentes em uma empresa no
Estado de PE; além de apresentar os métodos disponíveis e utilizados na separação e destino final dos resíduos sólido da construção civil e propor
um manejo dos resíduos adequado pelas normas de segurança. Foram analisadas a gestão financeira dos gastos e custos relacionado com os
resíduos sólidos e as partes envolvidas como: m3 pela quantidade de caçambas e relação preço; no período de dezembro de 2019 a maio de
2020. Foram utilizadas Técnicas objetivas, que foram os registros das atividades no período de 6 meses, através de registros com os custos, no
programa Microsoft Excel 2016, anotada em planilha eletrônica, posterior utilizado o Programa OrinPro e plotado gráficos; e com fotos para
realização da proposta na confecção de fluxogramas e do desenvolvimento da planta baixa do local. As Técnicas subjetivas foram as informações
com os próprios funcionários. Dos resultados obtidos, atualmente processa cerca de 32 t/mês à 40t/mês de resíduos da construção civil. No que
diz respeito a separação de materiais em cada setor da obra, o lixo in loco é realizado por trabalhadores da obra, onde vão sendo coletados,
acondicionados e organizados nas baias e lixeiras comuns. Abrange a uma área total de 46.046 m2, incluindo a parte de escritório, almoxarifado,
refeitório e toda área delimitada pela linha tracejada na planta de localização. São compostos por 164 funcionários incluindo os especializados. A
área que comporta os resíduos sólidos, é no total de 300m2 . Os resíduos gerados nas obras da construção civil são bastante heterogêneos, sendo
constituído por materiais com composições químicas diferentes tais como concreto, argamassa, areia, cerâmicas, gesso, madeira, metais, papéis,
plásticos, pedras, tijolos, tintas etc. Por outro lado,um controle cronológico e gerenciado na dinâmica dos processos/etapas de: segregação ou
triagem, acondicionamentos e transportes, estes por ser o principal no canteiro de obra. Nesta obra usa-se uma prévia das etapas dos resíduos
sólidos gerados, que no passar do cotidiano, e processe-se de adequação para um bom funcionamento. Na empresa estudo não realiza
tratamento dos resíduos sólidos como: aterros, cerâmicas, telhas de amianto, blocos de concreto, blocos cerâmicos, plásticos, madeiras e aços.
O que ocorre é o encaminhamento para destinação dos resíduos sólidos. Os principais tipos de veículos utilizados para a remoção dos RCC são
caminhões com equipamento poliguindaste ou caminhões com caçamba basculante que deverão sempre ser cobertos com lona, para evitar o
derramamento em vias públicas. Apurou-se o custo da destinação e custo/mês dos resíduos sólidos no setor da construção civil em Recife, na
Empresa. Para tanto, descreveu-se tanto o processo de geração quanto a destinação dos resíduos para encandeamento das considerações acerca
da temática. O problema para esse tipo de quantificação é a falta de estrutura para realizar uma fiscalização eficaz, como isso não ocorre, muitas
caçambas são despejadas em locais impróprios, impedindo a máxima precisão dos dados. A obtenção de dados coletados a partir da quantidade
de caçambas de resíduos despejadas nos aterros pelos prestadores de serviço durante 6 meses, com as três variáveis do processo: quantidade de
caçambas, área ocupada pelos entulhos e o custo. A dificuldade de quantificar os RCC consiste na ausência ou precariedade de um banco de
dados que forneça as informações necessárias, falta de mapeamento dos aterros, muitas empresas mesmo estando formalmente no mercado
não possuem controle da quantidade de caçambas que transportam e depositam, assim como não existe a fiscalização dos órgãos públicos para
que esse controle seja realizado. As mesmas transportam e depositam seus resíduos em aterros clandestinos, o que dificulta a medição da
evolução e seu volume. Neste cenário, faz-se importante a participação do engenheiro e do técnico da área, para a devida observação desta
questão por vários ângulos, como o da extração de matéria-prima pode ser reduzido com a reciclagem e a reutilização dos próprios resíduos
sólidos da construção civil. É possível que esta situação torne-se realidade com a reciclagem sistemática, ótima e em larga escala dos resíduos
sólidos. A institucionalização do Plano Integrado de Gerenciamento de resíduos sólidos é de fundamental importância para se empreender uma
abordagem articulada entre princípios, diretrizes e ações. É necessário, adotar uma postura forte, sistemática e enérgica para penalizar, na forma
da lei, a atuação dos agentes clandestinos de coleta e transporte de entulho, que inviabilizam a sustentabilidade dos negócios legalmente
estabelecidos, ao tempo em que contribuem para o agravamento dos problemas ambientais. Por outro lado, o cumprimento da parcela de
responsabilidade que cabe aos geradores também deverá ser cobrado pelo gestor público, punindo-se os infratores.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Engenharias


ENGENHARIA CIVIL
Engenharias
Curso: ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
Título: ESTUDO DA SELETIVIDADE EM SUPERFÍCIES ABSORVEDORAS SOLARES TÉRMICAS COM A VARIAÇÃO DA
CONCENTRAÇÃO DE NITROGÊNIO E TITÂNIO.
Autor(es): Luiz Carlos de Lima
E-mail para contato luiz.lima@estacio.br IES: UNESA
Palavra(s) Chave(s): Superfícies Seletivas; Energia Renovável; Energia Solar Térmica; Fototérmica; Coletor Solar
RESUMO
O Brasil atualmente passa por um período que o consumo de energia elétrica aumentou 1,66% em 2018 comparado com 2017. Em 2019 um
aumento do consumo de 1,44% em relação ao ano anterior e a taxa de eletricidade teve aumentado do valor em 6,5% no mês de janeiro em
comparação com o mesmo mês do ano anterior. No ano de 2018 e 2019, a demanda por energia chegou a bater seguidos recordes, superando
marcas de 2014, que o país passava por uma crise econômica. Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e a Câmara de
Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) o comportamento do aumento do consumo pode estar associado a fatores climáticos que que
aumenta o uso de aparelhos de ar-condicionado, aumento da economia e renda da população. Estudos da Empresa de Pesquisas Energéticas
(EPE) mostra a diferença entre a matriz energética mundial e a matriz energética brasileira, concluindo que fontes de energias renováveis ainda
são pequenas comparadas com outras formas de geração de energia no Brasil, com aproximadamente 90% da energia produzida são de fontes
hidroelétricas e da queima de produtos derivados do petróleo e da cana. Nos últimos anos, os brasileiros se depararam com os termos bandeiras
tarifárias amarela e vermelha na conta de luz, que são taxas relacionadas à geração de energia que afetam o preço do serviço. A razão desses
valores mudarem está relacionado com a demanda de chuvas que abastecem os reservatórios das usinas brasileiras. Para gerar energia, uma
hidrelétrica precisa de água armazenada nos reservatórios da usina. Se o nível desses reservatórios fica muito baixo, a geração de energia é
comprometida e as turbinas podem até parar. A chuva é essencial para abastecer esses reservatórios. No Brasil, o clima é privilegiado para a
geração de energia hidrelétrica. Mas, em escassez de chuvas, são acionadas usinas termelétricas emergenciais instaladas para prevenir apagões,
encarecendo o custo da conta de luz pelo período de seca. Essa diferença de custo é repassada para os consumidores na forma das chamadas
bandeiras vermelha e amarela, que são cobranças temporárias, até que o nível dos reservatórios seja restabelecido. Nesse sentido, fatores
climáticos podem influenciar drasticamente na produção de energia. Pesquisas recentes da ONS-BR mostram que o maior vilão no consumo de
eletricidade em uma residência é o chuveiro, consumindo cerca de 25% da demanda de energia chegando até 13% da demanda nacional durante
o horário de pico, entre 18 às 22 horas. No entanto, ainda existem regiões que ainda não possuem energia elétrica, sendo substituída por queima
de derivados do petróleo e da cana de açúcar. No contexto de buscar soluções para aumentar a oferta de energia, a viabilidade do uso de
energias renováveis passa a ser bastante questionado e vislumbrado como uma alternativa para diversificar a matriz energética de forma a
diminuir a dependência do regime de chuvas, sustentar o crescimento do país e atender áreas onde a geração de energia é realizada por queima
de derivados do petróleo e cana de açúcar. A energia solar pode ser convertida de dois modos, fotovoltaica ou fototérmica. Na primeira é
gerada energia elétrica a partir da conversão direta da luz do sol em eletricidade, para tanto a tecnologia mais utilizada são placas formadas por
células de poli-silício e são utilizadas grandes bancadas de baterias. Na segunda há uma conversão da luz do sol em energia térmica, através de
uma superfície absorvedora que retém grande parte do calor transmitindo a um fluido. Nesse sentido, nesse trabalho foi produzido superfícies
seletivas a base de óxios e nitretos de titânio com diferentes concentrações de gases reativos para avaliar a seletividade para aplicação em
coletores solares térmicos. Objetivos Usualmente as superfícies seletivas são compostas por 2 ou 3 camadas específicas, a primeira é uma
camada refletora, que no nosso caso específico utilizamos o alumínio. A segunda é a camada principal, onde ocorre a absorção. Esta camada
geralmente é composta de um absorvedor solar, que neste trabalho será utilizado titânio e nitrogênio. Já a última camada tem como objetivo
potencializar a retenção da luz incidida, através de aprisionamento do feixe, por isso é chamada de camada anti-reflectiva. Usualmente é utilizado
uma pequena camada de SiO2 ou Al2O3. Os objetivos desse estudo está em produzir superfícies seletivas com grau de competitividade com as
atualmente comercializadas, avaliar o desempenho óptico de superfícies seletivas produzidas e comparar os resultados com uma amostra de
superfície seletiva de titânio comercial europeia. Metodologia Foi utilizado como substrato placas de alumínio comercial de 2 x 2 cm. As
amostras foram polidas mecanicamente com lixas até pastas de diamante até atingir uma superfície espelhada e plana. Titânio foi depositado por
técnica de sputerring utilizando como gases inertes e reativos o argônio e nitrogênio, respectivamente. Os alvos de titânio com 99,95% de pureza,
redondo com diâmetro de 2”. As amostras foram colocadas em um sistema de deposição a vácuo, que é controlado por bombas mecânicas e
turbomoleculares, até atingir pressão de base 5x10-6 mbar. O fluxo de argônio de 10 sccm foi inserido até atingir uma pressão inicial de trabalho
de 3 x 10-3 mbar. A fonte DC foi ajustada para uma corrente de 0,5 A atingindo uma voltagem de 428 V. Variou a concentração do gás nitrogênio
de forma que a pressão durante o processo de deposição não varie com as concentrações de 0% N2, 5% N2, 10% N2 e 15% N2. A deposição se
deu por 5 minutos. Após a deposição do filme é fechado o fluxo de gases e as bombas de vácuo são mantidas ligadas por mais 40 minutos até que
as amostras estabilizem termicamente. As amostras são retiradas e analisadas. As caracterizações óticas são realizadas em UV-vis para
informações da absortância e FT-IR para informações da emitância. A Seletividade é calculada pela razão entre a absorbância e emitância. A partir
deste resultado pode-se analisar as frações da radiação absorvida, refletiva e transmitida em relação à radiação (luz) incidente, que são as
propriedades ópticas denominadas absortância (), reflectância () e transmitância (), respectivamente. Em análises de superfícies seletivas,
pode-se considerar estudos em meios opacos, resultando em transmitância que se soma com a absortância, dependendo apenas da
absortividade e da refletividade. Para calcular a emissividade, a análise deve ser feita normalizada ao estudo de um corpo negro, cujas
propriedades indicam que tudo que foi incidido nele é ou refletido e emitido por perdas térmicas. Portanto, para a maior eficiência de superfícies
seletivas, é necessária uma baixa emitância, para evitar perdas e maximizar a conversão da energia irradiada. Baseado na teoria exposta, os
resultados dos experimentos foram obtidos analisando o percentual refletido pela superfície. Finalmente, esses resultados foram comparados
com uma superfície comercial européia. Resultados O polimento mecânico foi suficiente para deixar a amostra plana. Não foi necessário
polimentos químicos para que superfície estivesse pronta para receber o recobrimento. A amostra com 0% N2 apresentou coloração metálica
que sugere que foi depositado somente titânio metálico. A coloração das outras amostras com concentrações de nitrogênio: 5% N2, 10% N2 e
15% N foram se tornado gradualmente mais escura com um tom de azul. Essa coloração mais escura indica que o nitrogênio reagiu com o titânio
possibilitando formação de compostos do tipo nitreto de titânio e óxidos de titânio. Superfícies seletivas comerciais mais utilizadas no mercado
mundial apresentam uma seletividade de máxima 12. As amostras produzidas apresentaram as absortâncias de 57,0; 89,86; 90,28; 91,07;
emitâncias de 40,0; 9,31; 6,13 e 6,55. As seletividades das amostras foram estimadas em 1,43; 9,66; 14,72 e 6,55, respectivamente para as
concentrações de 0% N2, 5% N2, 10% N2 e 15% N2. Conclusões Nesse trabalho foi produzido filmes finos de oxido de titânio para avaliar o

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Engenharias


ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
desempenho óptico aplicado a superfícies absorvedoras solares de alta eficiência. Os resultados se mostraram promissores tendo em vista que
em uma amostra foi possível atingir uma seletividade maior do esperado comparando com o mercado mundial de superficiais absorvedoras
solares para conversão térmica.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Engenharias


ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
Engenharias
Curso: ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
Título: IMPACTOS DA IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA DE PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO NA PRODUTIVIDADE DE
UMA EMPRESA DE PEQUENO PORTE DO RAMO ALIMENTÍCIO
Autor(es): Helber Holland; Daniel Jorge Caetano; Priscila Coutinho Pereira
E-mail para contato helber.holland@estacio.br IES: ESTÁCIO SÃO PAULO
Palavra(s) Chave(s): PCP; produtividade; gargalos; processo produtivo.
RESUMO
O mundo vem vivenciando momentos difíceis. A pandemia do novo coronavírus (Covid-19) trouxe consigo perdas irreversíveis à vida de muitas
pessoas e gerou uma série de consequências na economia dos países. Muitos setores foram atingidos, sobretudo o alimentício. Com a paralisação
e o distanciamento social, muitos consumidores diminuíram o consumo e diversos comércios - como restaurantes, bares, lanchonetes entre
outros -, ficaram fechados por muito tempo. Isso fez com que as indústrias do ramo alimentício ficassem com seus estoques parados, vencendo
ou se tornando impróprios para consumo, culminando em crise gerencial que, muitas vezes, desdobram-se no encerramento das empresas e
agravam o quadro de desemprego do país. Além de se prepararem para o período pós-pandemia, as empresas precisam gerenciar os impactos
causados por ela. Atualmente, a disputa e a concorrência de mercado estão ainda maiores devido à redução do poder aquisitivo dos
consumidores. A qualidade dos produtos continua sendo o foco; porém, a eficiência e as prioridades ao atendimento do cliente, no entanto,
destacam-se ainda mais como pontos fundamentais para a empresa permanecer no mercado. Uma forma de buscar uma melhoria nesse sentido
é a aplicação do Planejamento e Controle da Produção (PCP). O planejamento mostra o que é prioridade e dá suporte a estrutura dos planos,
indicando o que se deve fazer, quando fazer e quem deve fazê-lo. Já o controle é a atribuição administrativa que acompanha os processos
produtivos, verificando se tudo está de acordo com o que foi planejado e organizado, o que possibilita a identificação de erros ou possíveis
desvios. As empresas precisam, além de gerenciar a produção, ter um setor de PCP competente e eficiente, que deixe o setor produtivo alinhado
com todos os demais setores da empresa, e que traga a agilidade, qualidade, eficiência e eficácia em seus produtos. Este trabalho foca na
aplicação do PCP em uma indústria familiar de pequeno porte do setor alimentício, localizada na região metropolitana de São Paulo, a qual
passou por grandes dificuldades durante o início da pandemia devido à desorganização de sua produção. Cada empresa define qual será seu tipo
de sistema de produção, pois ele é a maneira que a empresa tem de organizar o modo de realizar suas operações de produção, produzir seus
produtos e serviços com eficiência e eficácia. Para melhor identificar as ferramentas a serem aplicadas em uma empresa visando melhorias na
produção é importante caracterizar o seu tipo de produção. Existem duas classificações principais que são utilizadas: produção puxada e
empurrada. Na produção puxada, a quantidade de pedidos dos clientes é quem diz a quantidade a ser produzida gerando o que é chamado de
sistema com número mínimo de inventário. Já na produção empurrada, a quantidade produzida é gerada através de uma ordem de produção e
enviada ao setor produtivo que produz o item e depois os empurra para próxima etapa do processo. O setor de produção é uma das peças
fundamentais em uma empresa e é exatamente o caminho para que ela possa conseguir agilidade e economia em seus processos de produção. O
PCP é usado com uma ferramenta que gerencia recursos operacionais e analisa dados das operações da produção consolidando todas essas
informações. Além disso, para exercer sua função, ele precisa utilizar recursos humanos e físicos. Ele recebe informações da produção e, por meio
delas, elabora um conjunto de planejamento, controle e programação dos processos produtivos, dando à empresa a garantia de qualidade em
seus produtos e a redução de custos. Pode-se definir controle como a tarefa de verificar se tudo está sendo feito de acordo com o que foi
planejado e organizado, conforme as ordens dadas, para identificar os erros ou desvios, afim de corrigi-los e evitar sua repetição. O controle
serve para medir o desempenho de acordo com o planejado e identificar os erros para melhorar o desempenho. A taxa de mortalidade das
pequenas empresas brasileiras é classificada como alta, com duração de no máximo dois anos de funcionamento. Entre as principais causas estão
a falta de capacitação da mão de obra e a falta de capacitação do próprio empreendedor. Além desses fatores, tem-se a situação do empresário
antes da abertura, o planejamento dos negócios e a gestão do negócio em si. Aproximadamente uma em cada quatro empresas registradas no
CNPJ fecha antes de completar dois anos no mercado, onde a falta de conhecimento está entre as três principais dificuldades enfrentadas pelo
empresário no primeiro ano de atividade do negócio. As micro e pequenas empresas podem ser classificadas de dois tipos: empregadoras e
familiares. No Brasil, 45% das micro e pequenas empresas são de caráter familiar. As micro e pequenas empresas familiares são fundamentais
para muitas famílias pois são consideradas “amortecedores” do desemprego no país. Desde o início da pandemia do novo coronavírus, 716.000
empresas brasileiras fecharam as portas. Em estudo realizado pelo IBGE, em maio de 2020, identificou-se 522,6 mil empresas fechadas durante a
pandemia, sendo 49,5% do setor de serviços e 36,7% do comércio. Uma possível explicação para isso poderia ser a falta de um sistema que
auxilie na manutenção da produção, visto que as pequenas empresas podem levar alguns anos até atingir esse nível de maturidade. Para se
definir a melhor abordagem de aplicação de PCP à uma empresa, inicialmente é necessário ter o conhecimento de seu histórico produtivo. Para
este estudo, os dados são oriundos de coletas semanais, de agosto a novembro de 2020. A análise desses dados revela que um dos principais
problemas da empresa é a própria gestão de dados, pois na empresa não havia nenhum sistema para análise do histórico da produção, vendas ou
estoque. Por se tratar de uma empresa pequena e de perfil familiar, a gerência dos processos era realizada de forma rudimentar, dificultando
inclusive identificar os lucros e prejuízos mensais. As empresas precisam de agilidade e eficiência em seus processos, pois é o que as tornam mais
versáteis e competitivas. Os resultados obtidos com a análise dos dados coletados da empresa e seu funcionamento revelam uma evidente
necessidade de aplicação do PCP como um caminho para solução dos problemas de produção identificados. A consequente implantação do PCP
trouxe à empresa clareza em seus processos produtivos, agilidade e informações essenciais para fazer um bom planejamento. Por meio da sua
implantação tomou-se conhecimento de que o setor produtivo estava com um volume desnecessário de funcionários. Observou-se que, para
cobrir os atrasos dos pedidos, eram contratadas mais pessoas para o setor, o que acabava gerando gargalos por excesso de pessoas em um
mesmo processo. Anteriormente ao PCP, a empresa sofria com a falta de organização e havia matéria-prima armazenada em diversos lugares da
produção. A falta de planejamento acarretava desperdícios tanto de matéria-prima quanto de produtos acabados que eram colocados em
qualquer lugar e ocasionava perdas em grandes volumes. A programação da produção, o que foi identificado como um dos maiores problemas da
empresa, recebeu um software gratuito e, com o uso dessa ferramenta, todas as informações passaram a ser lançadas de forma coerente,
substituindo o sistema manual e verbal anteriormente existente. Com a nova organização da empresa, foi possível reavaliar os tipos de produtos
para aumentar sua presença no mercado. Identificada a necessidade de atender a demanda de mercado para o nicho de produtos sem glúten e
sem lactose, a empresa passou a investir na produção de uma linha de produtos com essas características. Com o mercado cada vez mais
competitivo, é necessário que as empresas criem estratégias para se manterem atuantes. Clientes cada vez mais exigentes estão provocando
mudanças em todos os mercados de consumo, na indústria ou nos serviços. A empresa estudada apresentou as mesmas características da

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Engenharias


ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
maioria do Brasil: mão de obra de baixa qualificação, baixa tecnologia, falta de organização e falta de conhecimentos específicos. Além disso, não
foi observado nenhuma tendência da gerência em investir em melhorias relacionadas a ferramentas de qualidade. Como a implantação do PCP
mudou drasticamente este quadro, melhorando as condições competitivas da empresa, entende-se que seja uma ferramenta que não deve ser
desprezada por outras empresas em situação similar, para que sejam capazes de controlar e gerenciar sua produção, além de identificar as falhas
e gargalos que ocorram dentro do seu processo produtivo.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Engenharias


ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
Engenharias
Curso: ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
Título: IMPLEMENTAÇÃO DO CONCEITO MANUFATURA DE CLASSE MUNDIAL (WCM) NUMA EMPRESA DO SETOR
AUTOMOBILÍSTICO
Autor(es): Vinícius Silva Gomes; Alexandre Alvarenga Palmeira
E-mail para contato vinicius.sgz@gmail.com IES: UNESA
Palavra(s) Chave(s): Just in Time, World Class Manufacturing, Total Productive Maintenance, Manutenção Produtiva Total, Total
Quality Management, Material Requirements Planning
RESUMO
O World Class Manufacturing (WCM) também conhecido como Manufatura de Classe Mundial, surgiu da necessidade de tratar os níveis de
excelência no ciclo de controle da produção, qualidade, manutenção, logística e desenvolvimento humano. Dentro da literatura de Gestão da
Produção muitos são os paradigmas que se apresentam no intuito de ajudar as empresas na difícil tarefa de se manterem competitivas no mundo
atual globalizado [GUNASEKARAN, 1999]. A filosofia WCM aborda a importância dos desafios de aperfeiçoar todo e qualquer sistema produtivo,
baseando-se no conceito de constante empenho e participação de todos aqueles que trabalham na empresa. Sistema geralmente desenvolvido
nas empresas de forma vertical, ou seja, da alta administração para a fábrica, com uma constante supervisão das gerências, e requer métodos,
ferramentas e normas que devem ser seguidos com rigor em suas aplicações. A experiência adquirida pelas empresas ao longo do tempo
direcionou a criação e definição do WCM, baseando-se nos conceitos de Manutenção Produtiva Total (TPM), Gerenciamento Total da Qualidade
(TQM), Just in Time (JIT) e Engenharia Industrial Total (TIE). O estudo da implementação do projeto mestre WCM requer que todos os
subprojetos e programas de melhoria da empresa devem ser priorizados e subordinados a ele. A empresa disponibiliza investimentos
principalmente na realização de cursos e treinamentos para seus funcionários, pois a capacitação do seu efetivo torna-se fundamental para a
busca da excelência deste programa. A realização deste trabalho justifica-se pelo fato de um defeito, que é a variação do nível de óleo hidráulico
do modelo de trator Alfa 1, impactar na falta de credibilidade por parte dos clientes para a empresa se o mesmo não for resolvido antes da venda
do produto final. Deve-se considerar que este tipo de variação de óleo hidráulico em tratores pode ocasionar perdas de capital para o cliente que
adquiriu o equipamento como também para a empresa responsável pela venda do produto que deverá arcar com os custos de garantia
comprovados. Diante desses conceitos, o estudo proposto no trabalho apresenta uma análise da necessidade de implementação de uma filosofia
auto sustentável, promovida pelo WCM, focado no pilar da Qualidade, na resolução do problema de variação do nível de óleo hidráulico do
reservatório do trator, aqui denominado Alfa 1 fabricado em uma empresa do setor automobilístico-mobil. Desta forma o objetivo principal do
presente trabalho será analisar a implementação do conceito World Class Manufacturing (WCM) na solução do problema citado no parágrafo
anterior, avaliando sua eficácia, em concordância com o planejamento de otimização do processo e melhoria da qualidade. Dentro os principais
métodos que ajudam em uma solução de problemas, métodos estes: pesquisa experimental, pesquisa de avaliação ou levantamento, estudo de
caso e pesquisa ativa ou pesquisa ação, verificamos que o trabalho proposto caracteriza-se por um estudo de caso, pois, refere-se
evidentemente ao estudo de um caso da empresa aqui denominada DTMWV. O trabalho proposto baseia-se em pesquisa qualitativa, uma vez
que, houve a participação dos pesquisadores no processo e preocupação com a qualidade das informações. Para FLYNN, 1999, este novo
paradigma foi construído com base em uma profunda análise das práticas implementadas por empresas japonesas e alemãs, bem como empresas
norte americanas, as quais apresentavam desempenho notável em suas indústrias. Ao término deste estudo foi possível compreender os
conceitos de Manufatura de Classe Mundial na solução de problemas relacionados à processos produtivos em geral. Dentro dos conceitos de
“Classe Mundial” a ferramenta PDCA foi de grande importância para a solução do problema de variação do nível de óleo hidráulico do trator Alfa
1. De acordo com o estudo da implementação da filosofia WCM, na empresa em estudo, foi possível observar, através dos dados fornecidos pela
mesma, que a aplicação dos conceitos de Manufatura de Classe Mundial tem eficiência na solução e/ou no conhecimento de determinados
problemas na empresa.Portanto as melhorias apresentadas na empresa, com a utilização da filosofia WCM, foram: Maior entendimento dos
funcionários da empresa sobre a filosofia WCM: Através dos conceitos sobre Manufatura de Classe Mundial foi possível tornar o entendimento
sobre resolução de problemas por parte dos funcionários através de métodos e passos que auxiliam de forma clara e objetiva a compreensão de
problemas do dia a dia. Eliminação do defeito de variação do nível de óleo hidráulico do trator modelo Alfa 1: Com a filosofia WCM foi possível
identificar a falha que ocorria com o abastecimento do compartimento de óleo do trator em estudo, ou seja, compreender que apenas o não
cumprimento dos métodos de trabalho pode impactar em gastos com retrabalhos. Eliminação das reclamações dos clientes externos: Antes da
implementação da filosofia WCM o número de reclamações dos clientes externos eram elevados, trazendo desconforto paro o setor responsável
pela qualidade da empresa e ainda para sua imagem. Após a implementação estas reclamações foram sanadas de forma a aumentar a
credibilidade da empresa perante o mercado e ainda a tranqüilidade dos responsáveis diretos. Redução de gastos com retrabalhos: Após
identificados os erros de abastecimento de óleo do trator Alfa 1 no cliente, estes eram devolvidos apenas para que fosse reparado a falha,
quando ainda era descoberta antes que ocorresse um problema maior como por exemplo de quebra do equipamento por falta de óleo no
compartimento, sendo que neste caso o retrabalho era ainda maior. Com os conceitos do WCM, a empresa citada em nosso estudo de caso, foi
capaz de mensurar que, as melhorias obtidas através da implementação do programa, tornaram-a ainda mais competitiva no mercado,
melhorando consideravelmente seu desempenho nos indicadores de resultados de não ocorrência de defeitos durante os processos de
fabricação. Estes resultados vêm se apresentando satisfatórios ao longo dos meses, como podem ser comprovados nas metas estabelecidas pela
organização. Outra fase importante da implementação deste projeto foi a conscientização dos funcionários no cumprimento de métodos da
forma prescrita para contribuir com a não ocorrência de defeitos. Em resultados gerais, a DTMWV, conquistou melhores índices de eficiência na
redução de defeitos (melhorou de 30% de produtos com defeito para 0%) com eliminação de perdas com retrabalhos na ordem de R$ 10.712,00.
Apesar de o valor ser relativamente baixo o maior ganho considerado é em relação à garantia de satisfação de clientes internos e externos. A
partir dessas conclusões a DTMWV, definiu outras metas, desafiando ainda mais suas equipes de trabalho na comprovação que o WCM pode
trazer importantes melhorias na produção de tratores. Este trabalho abordou a Manufatura de Classe Mundial, tendo como principal objetivo
descrever e analisar resultados da implementação de seus conceitos na solução de um problema de qualidade que afetava o modelo de trator
Alfa 1. Inicialmente, buscando subsídios sobre o tema de estudo, foi realizada uma análise na bibliografia disponível. Nessa análise, foi possível
observar diferentes conceitos para a condução de aspectos que garantem produtos de qualidade assegurada ao cliente. Para que se atinjam os
objetivos de redução dos defeitos é necessário o envolvimento de todos os colaboradores, estando sempre bem atentos aos detalhes do
processo de montagem e abastecimento do trator Alfa 1. Nesse sentido, o conceito Manufatura de Classe Mundial que se caracteriza por
organizações que sentem a necessidade de tratar os níveis de excelência no ciclo de controle da produção, qualidade, manutenção, logística e

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Engenharias


ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
desenvolvimento humano, se mostrou adequado após ser implementado na empresa estudada. Isto porque esta implementação além de
representar as melhorias citadas na análise dos resultados, como diminuição de retrabalhos e melhor organização do trabalho, contribuiu e
continua contribuindo para a competitividade da mesma perante o cenário atual dos negócios extremamente competitivos e globalizados.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Engenharias


ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
Engenharias
Curso: ENGENHARIA CIVIL
Título: USO DE DINÂMICA DE SISTEMAS PARA SIMULAÇÃO DE CENÁRIOS DE AUMENTO DO CONSUMO DE ÁGUA EM SÃO
JOSÉ/SC
Autor(es): Nágilla Huerb de Azevedo; Diego Antônio Custódio; Júlia Wahrlich
E-mail para contato nagilla.azevedo@estacio.br IES: ESTÁCIO SANTA CATARINA
Palavra(s) Chave(s): Água; consumo de água; modelo de dinâmica de sistemas
RESUMO
A água tem impactos no desenvolvimento econômico e social dos países. A escassez de água já é observada em diversas partes do mundo, o que
pode comprometer a vida no planeta. A previsão de cenários de aumento do consumo de água em cidades pode auxiliar os tomadores de decisão
na proposição de medidas assertivas para atenuação de problemas de abastecimento, tais como: incentivos financeiros para redução do
consumo, aumento da disponibilidade de água, conscientização da população ou ainda mudanças de legislação sobre o consumo de água nas
cidades. Este trabalho tem como objetivo a elaboração de um modelo de dinâmica de sistemas para previsão e prospecção de cenários de
aumento do consumo de água na cidade de São José/SC. O trabalho foi elaborado em cinco etapas. Na primeira etapa, a partir de dados
históricos de consumo do Sistema Nacional de Informações de Saneamento (SNIS) e dados de população do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), foi possível estimar o aumento histórico no consumo de água para o município de São José. Por meio destes dados também
foram realizadas regressões lineares e não lineares para definição das funções matemáticas de população, abastecimento de água, consumo de
água e crescimento da economia (PIB). Durante a primeira foram identificadas as seguintes variáveis de estoque do modelo: população, PIB e
sistema municipal de água. Também na primeira etapa, foram identificadas as seguintes variáveis de fluxo: taxa de crescimento populacional,
taxa de crescimento econômico, consumo residencial per capita, consumo não residencial, consumo total, volume de água produzido e volume
de água tratado. As variáveis de população, PIB, taxa de crescimento populacional e econômico foram obtidas por meio dos dados abertos do
IBGE. As demais variáveis foram obtidas por meio dos dados do SNIS. Na segunda etapa, realizou-se uma análise de sensibilidade dos parâmetros
citados anteriormente no aumento do consumo de água da cidade. Esta análise foi conduzida para confirmar se as variáveis escolhidas tinham
relação com o consumo de água. A partir desta análise, foi possível identificar as relações de reforço positivo e negativo das variáveis conhecidas
no consumo de água da cidade. Na terceira etapa, com base nos resultados obtidos nas etapas 1 e 2, um modelo inicial do consumo de água foi
elaborado utilizando o programa Stella (versão 9.0). Na quarta etapa, foi realizada a validação do modelo a partir das séries históricas de
consumo (SNIS), realizando-se ajustes necessários no modelo para que tivesse um comportamento semelhante ao da série histórica. Na quinta
etapa, utilizando o modelo validado, realizou-se a previsão do consumo de água para os anos de 2030, 2040 e 2050. Os resultados indicaram que
o consumo de água na cidade de São José pode chegar a aumentar 70%, 90% e 120% nos anos de 2030, 2040 e 2050, respectivamente. Esta
situação refere-se à consideração de que as taxas de crescimento populacional e econômico se mantenham com os valores médios atuais e que
não seja tomada nenhuma medida de redução de consumo de água. Os resultados podem ser úteis para que o município elabore planos de
aumento da oferta de água ou campanhas de conscientização para redução do consumo. O modelo também pode ser útil para que sejam
testadas as medidas de redução do consumo de água, de modo que se possa avaliar o efeito de cada medida no consumo de água nos cenários
futuros (2030, 2040 e 2050), por exemplo. A principal conclusão do estudo é que os fatores de crescimento populacional e econômico possuem
influência direta no consumo de água das cidades. É importante destacar que o modelo proposto pode ser melhorado com a adição de outras
variáveis inerentes ao consumo de água, tais como: estilos de vida da população e atividades econômicas exercidas na cidade. Assim, como em
qualquer modelo de dinâmica de sistemas, sempre existe a possibilidade de aumentar a quantidade de variáveis do modelo com intuito de torná-
lo mais realista e com capacidade de prever com eficiência os cenários futuros do consumo de água.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Engenharias


ENGENHARIA CIVIL
Engenharias
Curso: ENGENHARIA AMBIENTAL E SANITÁRIA
Título: AVALIAÇÃO TÉCNICA E ECONÔMICA DA INTEGRAÇÃO DA CONVERSÃO QUÍMICA, BIOQUÍMICA E TERMOQUÍMICA DE
BIOMASSA PARA A PRODUÇÃO DE BIOCOMBUSTÍVEIS DE PRIMEIRA E SEGUNDA GERAÇÃO NA REGIÃO NORTE
FLUMINENSE
Autor(es): Oselys Rodriguez Justo; Aruam Rangel Galaxe; Wallison Borges Nogueira
E-mail para contato oselys.justo@estacio.br IES: UNESA
Palavra(s) Chave(s): Biocombustíveis, Integração, Viabilidade, Municípios, Norte-Fluminense.
RESUMO
O estratégico e crescente interesse, a nível global e nacional, por recursos energéticos renováveis visa reduzir a dependência das fontes fósseis de
energia, atualmente utilizadas em larga escala, aumentar o percentual destes nas matrizes energéticas e, consequentemente, diminuir as
emissões de gases de efeito estufa (GEE). Dentre as principais fontes renováveis, os biocombustíveis atendem aos requisitos de sustentabilidade,
principalmente aqueles derivados de biomassa renovável, amplamente disponíveis no meio ambiente. Além da disponibilidade da matéria prima,
a utilização dos biocombustíveis tem como vantagens que durante sua utilização há uma menor emissão de material particulado e de gases
poluentes, e por outro lado, parte destes gases são consumidos pela própria biomassa durante seu desenvolvimento. Considera-se que somente a
utilização de biomassa permite a produção de energia carbono-negativa. Todos as outras energias renováveis (eólica, solar, etc.) mostram
resultados de carbono-neutro na melhor das hipóteses e carbono-positivo na prática. Devido a isto, especificamente os biocombustíveis vêm
ganhando cada vez mais uma maior ênfase como fontes energéticas renováveis. Neste cenário, para a produção sustentável de biocombustíveis
na escala necessária são essenciais políticas bem formuladas, combinadas com o apoio ao mercado e à inovação. Além disto, a nível global,
atualmente destacam-se propostas de desenvolvimento genético de novas matérias primas, a incorporação de novas tecnologias e a produção
integrada de biocombustíveis. O modelo de produção integrada tem sido apontado como uma opção capaz de otimizar a produção, a viabilidade
e a diversificação de bioprodutos sustentáveis. Incluindo não apenas os biocombustíveis, mas também, produtos químicos de maior valor
agregado, através do processamento sustentável de recursos renováveis e amplamente disponíveis com expressivas quantidades de carbono
transformável em suas matrizes. Ou seja, integrando as unidades de conversão química, bioquímica e termoquímica da biomassa em
biocombustíveis e ainda o posteriormente processamento destes. Além disto, alguns biocombustíveis podem adicionalmente ser processados nas
atuais refinarias onde poderiam ser obtidas outras novas bioenergias secundárias, como por exemplo, a Biogasolina. Destarte, se atenderia ao
mercado nas suas mais diversas demandas, com maior agregação de valor à matéria-prima, otimizando o uso das instalações industriais, a
disponibilidade interna de insumos e energia e obtendo teoricamente balanços energéticos mais favoráveis. Desta forma, este trabalho de
pesquisa teve como objetivo estudar o aproveitamento integral de matérias-primas lignocelulósicas ou biomassas e sua conversão química,
bioquímica e termoquímica para a produção de biocombustíveis na região Norte Fluminense, analisando modelos de produção integrada. Neste
contexto, como resultado das análises das produções agrícolas dos municípios de Campos dos Goytacazes, São João da Barra, São Fidélis e São
Francisco de Itabapoana é possível considerar a utilização das principais culturas e de suas biomassas residuais para a produção de novos tipos de
biocombustíveis de I e II geração. Como resultados, a partir dos dados técnicos pesquisados e das biomassas localmente disponíveis foi
determinado o volume total de Bioetanol que pode ser produzido anualmente em cada municipalidade estudada, considerando-se três cenários
técnico-econômicos. Verificando-se que é possível se produzir anualmente 424.931,347 L de Bioetanol conjuntamente nestes quatro municípios
da região norte fluminense. Além disto, a partir das análises realizadas foi possível constatar também o potencial de produção regional de
62.369.086.650 L de Biogás. No trabalho, conferiu-se igualmente o potencial de fabricação de Bio-óleo a partir da pirólise das biomassas
lignocelulósicas residuais do processamento da cana de açúcar. Neste sentido, foi possível verificar a probabilidade da diversificação energética
regional pela possibilidade de produção de 139.903,45 toneladas anuais de Bio-óleo. Ademais, o processo termoquímico utilizado para a
produção de Bio-óleo permite a obtenção de uma outra fonte de energia renovável, neste caso 68.312,23 toneladas por ano de Biocarvão. Além
disto, com o Bio-óleo é possível produzir derivados, tais como, a Bio-gasolina, o Bio-querosene, entre outros. Concluindo-se, que o estudo de
processos que utilizem tecnologias altamente avançadas e que desenvolvam novas formas de energias para atender às presentes e futuras
demandas sociais e industriais está diretamente associado ao um crescimento econômico sustentável e ambientalmente correto. Uma vez que
tem sido demonstrado que a adoção de tecnologias para a produção de energias renováveis em países e/ou regiões em intenso desenvolvimento,
como a região de estudo, pode garantir os objetivos econômicos almejados sem passar pela intensidade de consumo de combustíveis fósseis com
que foi marcado o crescimento dos países atualmente desenvolvidos. Desta forma, o cenário atual apresenta impactos econômicos, assim como
ambientais favoráveis em comparação às energias fósseis, tradicionais e não renováveis. A utilização de todos os recursos e as biomassas
residuais e os resultados da produção integrada mostram que este é um cenário potencial para diminuir os impactos ambientais, ampliar a
produção de combustíveis renováveis, aumentar a eficiência e a segurança energética quando comparado com o cenário atual.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Engenharias


ENGENHARIA AMBIENTAL E SANITÁRIA
Engenharias
Curso: ENGENHARIA CIVIL
Título: DESENVOLVIMENTO DE PLACAS CERÂMICAS PARA REVESTIMENTO COM BAIXA POROSIDADE E ECOLOGICAMENTE
AMIGÁVEIS COM A INCORPORAÇÃO DE CINZAS DE BAGAÇO DE CANA-DE-AÇÚCAR
Autor(es): Cochiran Pereira dos Santos
E-mail para contato cochiran.santos@estacio.br IES: ESTÁCIO SERGIPE
Palavra(s) Chave(s): Placas cerâmicas para revestimento; cinzas de bagaço de cana-de-açúcar; sustentabilidade e propriedades
ambientalmente amigáveis; uso de materiais sustentáveis na construção; agricultura reciclada
RESUMO
Os resíduos agrícolas, como cinzas de casca de arroz, cinzas de bagaço de cana-de-açúcar e cinzas de folhas de bambu, se tornam cada vez mais
um problema ambiental mundial. O Brasil é o maior produtor mundial de cana-de-açúcar, com 720 milhões de toneladas produzidas em 2020. O
bagaço é obtido após o consumo da cana para a produção de açúcar, em que cada tonelada gera cerca de 270 kg de bagaço, sendo que o mesmo
pode ser queimado como fonte de combustível e, como resultado, é obtida a cinza, que é denominada cinza de bagaço da cana-de-açúcar (CBCA),
cuja queima com as palhas e pontas resulta de 1% a 4% de cinzas. Dessa forma, aproximadamente 20 milhões de toneladas de CBCA são
produzidas anualmente somente no Brasil. No entanto, não existe um mecanismo adequado para eliminar a CBCA, que é um resíduo, e está não
apenas poluindo o meio ambiente através das cinzas lançadas na atmosfera, mas também gerando uma enorme carga para os aterros sanitários.
Portanto, a utilização de materiais residuais provenientes da agricultura, conhecidos como agro-resíduos, vem ganhando força graças aos
recursos limitados e a depravação progressiva do meio ambiente, através de buscas por materiais alternativos e eficazes como aditivos na
substituição parcial de matérias-primas, trazendo sustentabilidade e propriedades ambientalmente amigáveis. Vários trabalhos relatam a adição
parcial de agro-resíduos nos mais diversos campos, como no aproveitamento de resíduos agrícolas como agro-cimento em concreto e em
trabalhos com argila, em que todos levam o rótulo de material sustentável na construção. Outro setor de enorme relevância na construção civil
em todo o mundo é o setor cerâmico, classificado nos segmentos abrasivos, biocerâmica, cerâmica de uso doméstico, cerâmica técnica, cerâmica
vermelha, isolantes térmicos, louça sanitária, materiais refratários, revestimentos cerâmicos e vidro. Dentre esses segmentos, o que apresenta a
maior produção é o de cerâmica vermelha, compreendendo argila expandida, tijolos/blocos, canaletas, elementos vazados, lajes e telhas, porém,
o segmento de revestimentos cerâmicos, em que o Brasil é o segundo maior produtor mundial, é um dos maiores quanto ao valor agregado de
seus produtos. Sendo assim, o objetivo deste trabalho é utilizar o resíduo de CBCA como uma matéria-prima alternativa de baixo custo em
mistura com argila na produção de placas para revestimento cerâmico em cinco formulações com 0, 5, 10, 15 e 20% em peso de resíduo visando
a produção industrial desses artefatos a fim de melhorar suas propriedades físicas e microestruturais, reduzindo a porosidade das peças e sendo
não apenas uma medida eficiente no descarte desses resíduos com segurança, mas também proporcionando características úteis aos produtos
finais. Para isso, as amostras foram caracterizadas por diversas técnicas para descrever suas propriedades, tais como distribuição do tamanho de
partículas, índice de plasticidade, viscosidade, fluorescência de raios X, difratometria de raios X, termogravimetria, análise térmica diferencial,
evolução da densidade dos corpos cerâmicos por dilatometria, módulo de ruptura à flexão em três pontos com três temperaturas de sinterização
diferentes, absorção de água, retração linear de secagem e queima e microscopia eletrônica de varredura para avaliação das características
microestruturais de porosidade e densificação, além de estimar as energias de ativação das amostras para auxiliar no desenvolvimento de curvas
de queima energeticamente mais eficientes para a produção de placas de revestimento cerâmico de baixa porosidade com esses materiais. Com
os resultados, espera-se que a incorporação desses resíduos resulte em um processo mais sustentável e econômico para a indústria, mas também
se mostre como uma opção favorável ao meio ambiente e que isso amplie muito o escopo da agricultura reciclada, enquanto o descarte racional
e as destinações ideais de resíduos agrícolas possam ser alcançados.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Engenharias


ENGENHARIA CIVIL
Engenharias
Curso: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS - BACHARELADO
Título: ANÁLISE DO PADRÃO COMPORTAMENTAL DE ESPÉCIES DE CALLITHRIX NATIVAS DA REGIÃO MONTANHOSA DO
SUDESTE DO BRASIL E INVASORAS
Autor(es): Felipe Lima de Deus; Matheus Cardoso dos Santos; Rebecca Leal Caetano
E-mail para contato rebeccalealcaetano@gmail.com IES: UNESA
Palavra(s) Chave(s): Sagui; Comportamento; Espécies exóticas
RESUMO
O gênero Callithrix, é composto por seis espécies, todas endêmicas do Brasil. Comumente denominados saguis ou micos, são animais de pequeno
porte. Todos os seus representantes têm seu território restrito à Mata Atlântica com exceção das espécies Callithrix jacchus que ocorre na
caatinga além da mata atlântica e Callithrix pennicilata que ocorre na caatinga e no cerrado. As espécies Callithrix aurita e Callithrix flaviceps são
nativas de regiões montanhosas do sudeste do país e têm sofrido uma grande diminuição em seu número com a presença de primatas exóticos;
C. jacchus e C. pennicilata; introduzidos na área devido ao comércio ilegal de pets. A presença dos primatas exóticos analisados no presente
estudo causa um grande efeito sobre a ecologia local. O presente estudo tem como intuito analisar, através de uma revisão bibliográfica, as
diferenças comportamentais que influenciam a atual situação das duas espécies de calitriquideos nativas da região sudeste do Brasil que estão
em risco de extinção, C. aurita e C. flaviceps e as duas principais espécies invasoras de seu habitat pertencentes ao mesmo grupo, C. jacchus e C.
penicillata. A pesquisa foi realizada a partir de uma revisão bibliográgica exploratória sobre o tema proposto. As duas espécies nativas
demonstram grande preocupação uma vez que são raramente vistas na natureza e, portanto, são consideradas espécies em risco de extinção.
Ambas têm sofrido com uma constante fragmentação de seu habitat e constante competição interespecífica, sobretudo com espécies invasoras.
São morfologicamente e comportamentalmente muito semelhantes, o que têm sido tema de debate dentro do meio científico sobre sua posição
relativa como espécies ou subespécies. Ambas as espécies vivem em florestas ombrófilas densas à uma altura entre aproximadamente 300 a
1200 metros, na região sudeste do Brasil sendo endêmicas do país. C. aurita habita uma área que se estende pela região norte do estado do Rio
de Janeiro e São Paulo, e sul do estado de Minas Gerais enquanto que C. flaviceps têm uma área de ocupação que abrange parte dos estados de
Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espirito Santo com distribuição parapátrica com C.aurita, ao sul, e Callithrix geoffroyi, à noroeste. Sobre a última,
têm-se observado um crescimento tanto de sua população quanto de sua área de ocupação, e esta já compete naturalmente por recursos com C.
flaviceps. Uma grande diferença entre as duas espécies ocorre ao observar a estrutura de seus grupos. Enquanto C. aurita mantém grupos
familiares com um número entre 6 e 11 indivíduos, os grupos de C. flavisceps apresentam grupos maiores, com 11 a 15 indivíduos. Outra
diferença está relacionada ao número de fêmeas reprodutoras por grupo. C. flaviceps têm apenas uma fêmea capaz de se reproduzir por vez
dentro de um grupo. C. aurita por sua vez, pode apresentar grupos com duas fêmeas reprodutoras, padrão também visto em grupos de C. jachus.
Quanto às estratégias relacionadas à dieta foi verificado que parecia ser o primeiro registro de consumo de fungos por calitriquideos à época.
Micofagia em primatas é um hábito raro. Os dados do estudo constam apenas o hábito em C. aurita. Foi constatada que, apesar das adaptações
morfológicas específicas para tal, os indivíduos de C. aurita estudados não obtiveram sucesso, na maioria das vezes, em criar por conta própria os
ferimentos necessários no vegetal para a extração da goma. A maioria dos registros são de uso oportunista desse recurso, aproveitando danos
causados por outros fatores bióticos ou abióticos. Importante citar, no entanto, que autor pede cautela ao interpretar esses dados, devido à
presença de dados diários parciais. O mesmo oportunismo em relação ao consumo de exudatos foi observado para C. flaviceps, os animais
consumiram uma porcentagem alta de goma em comparação ao o total de items consumidos, porém muito mais frequentemente utilizando
ferimentos causados por insetos. As proporções de recursos consumidos na dieta em ambas as espécies variam muito de acordo com as
condições às quais estão expostos, desde à temperatura até os índices pluviométricos, que, por sua vez, se associam à produção de matéria por
vegetais. Foi constatada uma diminuição considerável na proporção de uso de exsudatos como alimento perante outras vias durante a época
chuvosa, devido à disponibilidade de flores e frutos. A proporção de predação de insetos, por sua vez, não se altera muito ao se comparar as duas
estações, seca e chuvosa, atingindo nunca menos que 20% da dieta total e alcançando até cerca de 40%. Ambas as espécies tendem a ocupar
grandes áreas de vida. C. aurita, chegando a ocupar regularmente uma área de 35 ha em média. C. aurita e C. flaviceps são espécies muito
similares ecologicamente e comportamentalmente cujas diferenças entre si seria potencialmente causada pelos fatores ambientais aos quais elas
estão expostas respectivamente. Outro ponto importante apontado é que a gama extensa de hábitos apresentados remete à uma flexibilidade
comportamental intrínseca ao gênero Callithrix. As duas espécies exóticas, Callithrix jacchus e Callithrix penicillata são exemplos de espécies
invasoras, apesar de serem espécies brasileiras. Ambas as espécies possuem uma grande distribuição geográfica e têm sido introduzidas em
diversos ambientes tanto naturais quanto antrópicos. Seus biomas originais são a caatinga e cerrado (C. Jacchus) e cerrado (C. Penicillata). C.
jacchus é distribuído entre os biomas caatinga, cerrado e mata atlântica costeira do Nordeste, entre várias cidades, e migrando conforme a
destruição da mata atlântica costeira. C. penicillata também possui uma grande distribuição geográfica, sendo visto nos estados da Bahia, Minas
Gerais, Goiás, Sudoeste do Piauí, Maranhão e norte de São Paulo. C. jacchus e C. penicillata são espécies arbóreas, mas também se locomovem
no chão em áreas não florestadas. Todas as espécies de calitriquideos são consideradas frugívoras – insetívoras e se alimentam de frutas, flores,
insetos, exsudatos de árvores e pequenos vertebrados. Só que tanto C.Jacchus quanto C.penicillata se alimentam de exsudatos em quantidades
significantemente maiores que os outros calitriquideos. Esses exsudatos são substâncias naturais de plantas e compõem a dieta de vários
primatas mas principalmente nos calitriquideos e com ênfase maior em C. jacchus e C.penicillata. Esse consumo maior de exsudatos faz com que
essas espécies exóticas tenham uma área de vida menor, pois essas árvores que possuem exsudatos em abundância se fixam de forma mais
agrupada, diferente das espécies endêmicas que dependem de uma demanda maior de frutos e as arvores frutíferas tem sua distribuição de
forma mais esparsa. Esse tipo de alimentação é considerado o principal fator de que ambas as espécies se reproduzem de forma mais rápida que
as demais, com duas crias por ano e nascimento de gêmeos. No estado do Rio de Janeiro, C. jacchus e C. penicillata, têm sido introduzidos desde,
pelo menos, o início do século XX. Presentemente, estas introduções são o resultado do tráfico de animais silvestres. As adaptações
desenvolvidas para se acostumarem ao local de diferentes recursos ao seu bioma original, se dá pelo fato de que o bioma mata atlântica possui
abundancia de vegetais e frutos maior que os originais, e também pelo fato de que esses animais se aproximam de praças, parques e residências
no entorno da mata. Muitos podem ser os problemas causados por essas espécies exóticas nos habitats em que eles são introduzidos, o principal
deles é a predação da fauna endêmica, como possuem uma ampla dieta pode ocorrer predação de ovos e filhotes de aves, e assim interferindo
na biodiversidade das aves. Alguns estudos apontam também para predação de anfíbios e serpentes mas sem estudos aprofundados para se
confirmar isso. Essas espécies quando ocupam biomas diferentes dos deles, não possuem predadores e com isso se tornam consumidores de
topo de cadeia, já que apresentam grande gradiente de adaptação. Existe também a preocupação quanto a hibridação, pois essas espécies

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Engenharias


CIÊNCIAS BIOLÓGICAS - BACHARELADO
(C.jacchus e e C. penicillata) possuem parentesco próximo com outras duas espécies na biota invadida (C. aurita e C. flaviceps). Esses cruzamentos
entre as espécies endêmicas e as exóticas podem acarretar em perda de fenótipos únicos das espécies endêmicas, levando a depreciação da
população além de confundir limites taxonômicos que outrora eram claros e com isso modificando a espécie de forma que ela não possa mais ser
reconhecida. É possivel concluir que C. jacchus e C. penicillata têm vantagens sobre C. aurita e C. flaviceps, devido ao seu comportamento voltado
para a extração de recursos em ambientes mais sazonais, no entanto concluímos que seriam necessários mais estudos extensivos em áreas
específicas com o intuito de ampliar o conhecimento sobre a etologia dessas espécies nestas condições.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Engenharias


CIÊNCIAS BIOLÓGICAS - BACHARELADO
Engenharias
Curso: ENGENHARIA AMBIENTAL E SANITÁRIA
Título: A SELEÇÃO DE ÁCIDOS GRAXOS PARA A VULCANIZAÇÃO SOB A PERSPECTIVA DA MODELAGEM MOLECULAR
Autor(es): Helson Moreira da Costa; Valéria Dutra Ramos
E-mail para contato moreirahelson@gmail.com IES: UNESA
Palavra(s) Chave(s): Modelagem molecular; Vulcanização; Ácidos Graxos
RESUMO
A vulcanização de elastômeros ou borrachas pode ser compreendida como um processo de reticulação (formação de ligações cruzadas), onde as
macromoléculas individuais presentes no polímero são convertidas em uma rede tridimensional elástica. Em geral, a vulcanização é conduzida
através de uma composição que contém agentes de vulcanização (enxofre, óxidos metálicos, compostos bifuncionais ou peróxidos) e, se
necessário, aceleradores, ativadores, cargas, retardadores etc. A composição é selecionada para produzir as características desejadas de
vulcanização e, desta forma, propriedades de interesse nos vulcanizados são alcançadas – módulo, resistência à tração, resistência à abrasão,
entre outras. Borrachas com utilização mais comum como, por exemplo, a borracha natural (NR) e o copolímero de estireno-butadieno (SBR),
são vulcanizadas através de sistemas onde aceleradores orgânicos e ativadores estão sempre presentes. Os aceleradores são usados para reduzir
o tempo do processo da vulcanização na reação do enxofre com os elastômeros; ao passo que, os ativadores são facilitadores da ação dos
aceleradores, permitindo maior quantidade de ligações cruzadas. Os ativadores podem ser orgânicos ou inorgânicos, sendo o óxido de zinco
(ZnO) o ativador mais utilizado. A combinação de ácido esteárico (ativador orgânico) e óxido de zinco (ativador inorgânico) atualmente é a mais
empregada no sistema de ativação. Nas últimas décadas, a química molecular ou a modelagem molecular (MM) surgiu como faceta poderosa
que proporcionou um melhor entendimento a nível molecular dos mecanismos de ação das moléculas – movimento molecular, transições de
fase, mudanças conformacionais, fenômenos termodinâmicos etc. No entanto, um estudo nesse nível exige necessariamente três etapas: (i) a
escolha de um modelo que represente com melhor aproximação as interações intra e intermoleculares de um sistema; (ii) a realização de cálculos
quânticos; e, (iii) a interpretação dos resultados obtidos, validando ou rejeitando o modelo obtido. Essas etapas consideram três variáveis muito
importantes: o tamanho do sistema a ser estudado (em termo do número de átomos), a precisão que se deseja nos resultados e o custo
operacional (condições de hardware e software para a realização dos cálculos). Os três principais métodos teóricos para cálculos computacionais
de propriedades moleculares podem ser classificados em: métodos empíricos (mecânica molecular); métodos semiempíricos (SE); e, cálculos ab
initio. Os métodos semiempíricos são cálculos de orbital molecular (OM), empregando vários graus de aproximação e que usam apenas os
elétrons de valência. De modo simplificado, pode-se dizer que os métodos mecânico-quânticos semiempíricos representam uma abordagem à
solução das equações de Schrödinger para sistemas com muitos corpos (átomos, moléculas ou sólidos) usando a simulação numérica e
computacional. A qualidade dos métodos semiempíricos depende das aproximações teóricas que lhe deram origem e da amplitude e qualidade
da informação usada em sua parametrização. Uma vez que a modelagem molecular (MM) permite não apenas estimar as propriedades
específicas de um composto, mas também auxilia na interpretação de reações químicas, o objetivo desse trabalho foi utilizar os recursos
computacionais exigidos pela MM para a melhor compreensão do porquê o ácido esteárico ser escolhido como o ácido graxo costumeiro em
sistemas de vulcanização convencionais. Para tanto, selecionamos o método semiempírico AM1 e uma série de ácidos carboxílicos de 6 a 24
átomos de carbono na cadeia, além de ácidos carboxílicos com 18 carbonos e insaturações presentes na estrutura. Após a determinação das
condições gerais de modelagem molecular como, por exemplo, o limite de interações para a convergência do método, as moléculas em
conformação mais estável forneceram parâmetros como: área superficial, volume molecular, lipossolubilidade, polarizabilidade, massa molar,
energia dos orbitais HOMO e LUMO, GAP, entalpia padrão de formação e entropia padrão de formação. De um modo geral, as principais
conclusões obtidas pela modelagem molecular implementada foram: (i) O aumento da solubilidade na matriz elastomérica, estimada pelo log P, e
o aumento da reatividade, ocasionada pela diminuição GAP, foram os prováveis fatores que permitiram aos ácidos graxos insaturados com 12 ou
mais átomos de carbono papel de destaque na vulcanização. Porém, ácidos graxos com cadeias carbônicas excessivamente grandes como o ácido
lignocérico (24 átomos de C) não se converteram em ativadores eficientes em função do impedimento estérico gerado nas espécies químicas
derivadas; (ii) para ácidos graxos com 18 carbonos, a presença de insaturações permitiu uma diminuição do GAP dos ácidos e das espécies
derivadas. Todavia, as insaturações, provavelmente, conduzem a um maior número de reações laterais indesejáveis, o que atenua a ação dos
ácidos graxos insaturados como coativadores do sistema de vulcanização; (iii) os ácidos graxos saturados com cadeias entre 12 e 18 átomos de C
podem ser tomados como os mais apropriados para emprego em sistemas de vulcanização convencionais.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Engenharias


ENGENHARIA AMBIENTAL E SANITÁRIA
Engenharias
Curso: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS - BACHARELADO
Título: COLETA DE TARDÍGRADOS EM MUSGOS NO MUNICÍPIO DE PETRÓPOLIS, RJ
Autor(es): Maria Victória Mourão Müller; Thamirys da Silva Silveira; Rebecca Leal Caetano
E-mail para contato rebeccalealcaetano@gmail.com IES: UNESA
Palavra(s) Chave(s): Tardigrada; Ursos d’água; Eutardigrada; Heterotardigrada
RESUMO
O filo Tardigrada é composto por 30 famílias, 142 gêneros, 1298 espécies e mais 34 subespécies. Os tardígrados se distribuem por três classes:
Eutardigrada, que vivem em sua maioria em água doce; Heterotardigrada, principalmente marinhos; e Mesotardigrada, grupo que contém apenas
uma espécie, encontrado em uma fonte termal em um parque próximo a Nagasaki, no Japão. Sua posição filogenética exata ainda é controversa.
Alguns pesquisadores argumentam que os tardígrados estariam inseridos em Panarthropoda, grupo composto por onicóforos e euartrópodes;
outros que Tardigrada estaria inserido em Cycloneuralia. O grupo é sobretudo conhecido pela sua resiliência. São capazes de resistir à altas e
baixas temperaturas, privação de oxigênio e água e doses altas de radiação. Ao se deparar com alguma condição ambiental desfavorável à sua
sobrevivência entram em estado denominado “tun” em que suspendem totalmente o seu metabolismo até encontrarem condições mais
favoráveis. Quando um tardígrado está em estado latente, o metabolismo, o crescimento, a reprodução e a senescência são reduzidos ou cessam
temporariamente, e a resistência a extremos ambientes, como frio, calor, seca, produtos químicos e radiação ionizante, aumenta. Os estados
latentes, portanto, têm um impacto significativo no papel ecológico do organismo. Durante os períodos de seca, quando as poças ou a vegetação
na qual eles habitam tornam-se ressecadas, os tardígrados terrestres e de água doce encistam, retraindo suas pernas, perdendo água corporal e
secretando um envelope cuticular de paredes duplas ao redor do corpo atrofiado. Esses cistos anabióticos mantêm uma taxa metabólica basal
muito baixa. Os adultos não são os únicos a entrarem nesse estado, os ovos também, isso sincroniza o ciclo de vida com um ambiente favorável
ao desenvolvimento e reprodução. Por outro lado, algumas espécies foram vistas suportando cinco vezes mais a radiação gama no estado ativo
do que no criptobiótico. A capacidade excepcional de suspensão metabólica, através de mecanismos bioquímicos não totalmente compreendidos
atualmente, pode ser a chave para o desenvolvimento de tecnologias que visem à preservação de matéria viva por longos períodos de tempo em
temperatura ambiente ou podem ter outros usos dentro do campo da biotecnologia a depender de como exatamente funcionam tais
mecanismos. Uma vez que os tardígrados são organismos aquáticos, a sua utilização para estudos de qualidade do ar pode parecer
despropositada, mas essa utilização parece ser potenciada pela sua associação a musgos e líquens, pela sua ubiquidade e pelas suas reduzidas
dimensões, podendo ser extremamente importante em meio urbano onde a predominância de atividades e construção humana condicionam a
biodiversidade e consequentemente, a disponibilidade de bioindicadores. Sendo assim, o objetivo do presente estudo foi verificar a presença de
tardígrados em amostras de musgos coletadas em diferentes regiões do município de Petrópolis. Além disso, sempre que possível, os espécimes
foram triados e identificados até o nível taxonômico mais específico possível. A cidade de Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, possui
uma grande biodiversidade de espécies devido ao bioma característico dessa região, a Mata Atlântica, considerado um dos hotspot. As amostras
de musgos foram coletadas em três localidades bastante úmidas no município: (1) Alto da Serra; (2) Retiro e (3) Centro. Por não conseguir
confirmar a espécie de musgo coletada, os espécimes foram tratados como morfotipos 1, 2 e 3, respectivamente. As coletas aconteceram em
dias diferentes e também em condições diferentes de temperatura, luminosidade e umidade, sem prejuízo para as etapas experimentais
posteriores. Após a coleta, todas as amostras foram acondicionadas em recipientes plásticos e levadas ao laboratório. Em laboratório, os musgos
foram retirados dos recipientes plásticos, distribuídos em placas de Petri devidamente identificadas e mantidos assim por cinco dias. Durante esse
período os musgos tiveram sua taxa de luminosidade, temperatura e umidade padronizados: fotofase de 12h, 25oC e 95% U.R.A. Ressalta-se que
os musgos foram mantidos úmidos com água mineral. Passados os cinco dias, as amostras foram saturadas com água mineral na placa de Petri
em que se encontravam. Posteriormente foram retiradas e comprimidas com auxílio das mãos; a água excedente foi coletada em uma nova placa
de Petri. A amostra de água coletada foi observada ao microscópio óptico estereoscópico da marca Bioptika. Sempre que um tardígrado surgia no
campo de visão, este era coletado com o auxílio de uma micropipeta de 25ul e transferido para uma placa de Kline com 12 escavações. Feito isso,
os tardígrados isolados foram observados ao microscópio óptico com as seguintes lentes objetivas: 4x, 10x e 40x. Nesse momento os tardígrados
foram fotografados e identificados com o auxílio de chaves dicotômicas específicas até o nível taxonômico mais específico possível. Foram
utilizadas chaves dicotômicas especificas auxiliar na identificação. Foram observados tardígrados em dois dos três morfotipos de musgos
coletados: morfotipos 1 e 2. A amostra de água obtida a partir do morfotipo 3 não apresentou nenhum tardígrado. Porém, foi possível observar a
presença de rotíferos e nematódeos. A amostra coletada do morfotipo 1 foi a princípio fraca em quantidade, pois nessa amostra a análise inicial
não se obteve nada, e apesar da insistência nesse musgo que não se encontrará nada além de rotíferos, com a amostra sendo mantida em
repouso com a água mineral, se obteve um único espécime que é relativamente diferente para essa região. Nessa amostra, obteve-se um único
espécime da classe dos Heterotardigrada pertence à família Echiniscidae, caracterizada por sua presença em regiões próximas ao mar. Tal
característica faz surgir o questionamento de como seria possível encontrar um indivíduo dessa família a uma altitude de mais de 800 metros do
nível do mar. Esse fato realça a resistência que os tardígrados possuem e, uma possível explicação seria a hipótese de que esse espécime veio
transportado pelo vento; hipótese que se torna mais plausível pelo fato de que o bairro Alto da Serra está mais próximo da baixada fluminense.
Outra teoria seria a de que seus ovos igualmente resistentes estivessem grudados nas pernas de alguma ave teriam vindo parar nessa região,
visto na qual foi encontra apenas um indivíduo de uma família naturalmente marinha. A água coletada do morfotipo 2 apresentou um espécime
identificado como sendo da família Hypsibiidae. Essa amostra foi deixada em repouso em água mineral por mais alguns dias e, depois de passados
sete dias em repouso foi observada novamente com o auxílio de um microscópio estereoscópico. Foi observado um crescimento populacional
significativo, com um total de 19 espécimes de tardígrados e um casulo contendo 3 ovos. O tardígrado encontrado na água coletada do morfotipo
2 ficou em observação no microscópio óptico até entrar em criptobiose. O processo de criptobiose foi provocado pela elevação da temperatura
da água devido à lâmpada do microscópio. O processo levou aproximadamente 40 minutos. Durante o processo de criptobiose foi possível
observar umas modificações anatômicas de seu aparelho buco-faríngea, onde acontece com a redução de seu corpo, nota-se um crescimento de
estruturas que dá faringe. Nota-se também a redução de tamanho que ocorre nesse estado criptobiótico, onde não se consegue distinguir onde
está à boca, as patas ou qualquer outra estrutura, apenas o conteúdo estomacal e a modificação da faringe. Podem-se destacar algumas
características que foram essenciais para a identificação das famílias dos tardígrados em questão. Características que foram percebidas com as
fotos e vídeos capturados em laboratório, e posteriormente elaborados um esboço em desenho, onde facilitou a utilização das chaves
dicotômicas de identificação de espécies. A partir dos resultados encontrados pode-se concluir que o morfotipo 1 está localizado onde possui um
crescimento urbano elevado, não encontrando espécimes de eutardigrada, sendo que o morfotipo 2 já possui condições mais favoráveis para a

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Engenharias


CIÊNCIAS BIOLÓGICAS - BACHARELADO
sobrevivência do filo, pois a sua localização está em região que possui um nível de umidade elevado por estar mais próximo às montanhas. Já no
morfotipo 3, é provável que não tenha sido encontrado nenhum espécime por conta da poluição, pois se trata do centro da cidade onde ocorre
mais movimentações automotivas dentre outros meios de poluentes. Novamente no morfotipo 1, onde foi encontrado o Heterotardigrada foi
levantado um questionamento de como um ser de habitat marinho veio parar em uma região de mata atlântica com mais ou menos 800 m do
nível do mar, e com isso foi concluído com a hipótese de ter sido levado através de algum animal, fixado em alguma superfície ou até mesmo pelo
vento. Sendo ainda necessário que ocorra mais estudos detalhados nessa região para obter mais resultados.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Engenharias


CIÊNCIAS BIOLÓGICAS - BACHARELADO
Engenharias
Curso: ENGENHARIA AMBIENTAL E SANITÁRIA
Título: HIDROGEOQUÍMICA DAS ÁGUAS MINERAIS
Autor(es): Emillie Larissa Damasceno Siqueira; Pablo Salles de Souza Abreu; Rafaela Cristina Landeiro da Silva Rodrigues
E-mail para contato rafaelalandeiro@yahoo.com.br IES: UNESA
Palavra(s) Chave(s): hidrogeoquímica, águas minerais, qualidade
RESUMO
A água se revela como bem de uso imprescindível para a vida humana assim como para o equilíbrio dos ecossistemas terrestres. Para tanto, suas
características físico-químicas e microbiológicas devem estar em conformidade com os padrões aceitáveis para consumo humano. Desse modo,
nos últimos anos pôde ser evidenciado o aumento do consumo de águas minerais seja pelo seu caráter medicinal ou pela maior segurança
microbiológica. Sabe-se que a origem das águas minerais está associada com a sua infiltração no solo e percolação pelos diversos
compartimentos geológicos. Dessa forma, podemos classificá-las basicamente a partir de três origens principais, sendo elas a origem meteórica,
conata e juvenil. A origem meteórica constitui 97% dos estoques de água doce no estado líquido nos continentes e é formado pela infiltração de
parte das precipitações. A origem conata consiste nas águas estocadas em profundidades superiores à 4.000 m. Ficam retidas nos sedimentos
desde as épocas das deposições e por isso são chamadas de “águas de formação”. Já a origem juvenil ou magmática se relaciona às águas que
tem sua origem nos mecanismos geológicos de circulação de massas e energias relacionadas com a tectônica de placas. Seu volume em relação à
de origem meteórica é irrelevante. Todavia, diante da conjuntura ambiental presente com a constante degradação do meio ambiente, poluição
das águas e do solo, faz-se necessária uma análise aperfeiçoada a respeito das condições gerais das águas minerais. Desta forma, o objetivo deste
estudo consiste na caracterização de 8 amostras de águas minerais através do levantamento de informações hidrogeoquímicas acerca das regiões
das fontes das águas minerais, bem como a análise das ações antrópicas como fator de interferência sobre suas composições químicas, físico-
químicas e microbiológicas. As amostras foram adquiridas em diferentes estabelecimentos comerciais e em vias públicas, com suas embalagens
originais e lacradas para que fossem evitadas contaminações externas. As composições químicas foram consideradas a partir das concentrações
presentes nos rótulos dos produtos. As análises físico-químicas foram efetuadas por equipamentos como o medidor de condutividade, modelo
AK50-AKSO, responsável pela aferição dos parâmetros de condutividade, sólidos totais dissolvidos (STD), salinidade e temperatura. As análises
microbiológicas foram realizadas com a utilização do meio de cultura COLItest®, validado frente a APHA/AWWA/WEF, descrito no Standard
Methods for the Examination of Water and Wastewater, pelo ITAL do Estado de São Paulo. Nos resultados, foi possível verificar que as amostras
de águas minerais se enquadraram nos limites estabelecidos pela Resolução RDC nº 274, de 22 de setembro de 2005, Portaria de Consolidação nº
05, de 28 de setembro de 2017 e Resolução CONAMA n° 396, de 03 de abril de 2008 em relação à composição química. Todas as amostras se
enquadraram dentro do intervalo de STD presente na Portaria nº 05/2017. Já em relação ao pH verificado nos rótulos dos produtos, pode-se
indicar que as amostras “ARB”, “ASL”, “ARP”, “ALQ” e “ASF” se enquadraram fora das delimitações impostas por esta mesma norma citada. A
condutividade foi conferida como dentro das faixas referidas na literatura, tendo em vista que não é um parâmetro regulamentado. Porém, a
amostra “ASL” apresentou um aumento de sua qualidade em relação ao valor medido de condutividade e o presente no rótulo. A condutividade
verificada no rótulo com valor de 636 µS/cm classifica a amostra com qualidade “utilizável”, entretanto, o valor encontrado no laboratório foi de
518 µS/cm que considera a amostra “ASL” como de qualidade acima, ou seja, “boa”. Em relação as análises microbiológicas, todas as amostras de
águas minerais se enquadraram dentro dos parâmetros microbiológicos, com ausência de coliformes totais e Escherichia coli (E. coli), exceto a
água mineral “ARP” que apresentou variações, porém necessita de estudos mais detalhados para assegurar sua qualidade. No que se refere às
concentrações de nitrato encontrados nos rótulos das águas minerais podemos verificar que as amostras “ASL”, “AMO” e “AFE” se classificam
como possivelmente impactadas por atividades antrópicas. A amostra “AMO” apresenta o maior indício de contaminação, com teor de 3,68 mg/L
de nitrato. As baixas concentrações de STD observado nas águas e o pH mais ácido, verificado na maioria das amostras, leva a entender que em
geral as águas minerais brasileiras são de circulação rasa e percolação rápida entre as rochas. A característica carbogasosa observada nas
amostras “ASL” e “ARP" podem estar associadas à dissolução de rochas carbonáticas que contribuem para a predominância de gás carbônico na
água. A característica “fluoretada” encontrada em todas as amostras podem estar associadas com a ocorrência de minerais como apatita, biotita
e o anfibólio que são comumente encontrados nas formações rochosas do tipo orto e/ou paraderivadas, tendo em vista que essas rochas
provavelmente estão no entorno das fontes das águas minerais selecionadas com fonte no estado do Rio de Janeiro. Porém, embora todas as
águas minerais possuam tal classificação fluoretada, nenhuma delas possui concentrações adequadas, acima de 0,7 mg/L, com capacidade de
inibir a ocorrência de problemas dentários como a cárie. As peculiaridades encontradas na amostra “ASF”, com pH 10 e vanádica, possivelmente
são motivadas pela interferência do aquífero Botucatu que abrange a região de São Paulo próximo a bacia sedimentar do Paraná, onde se localiza
a fonte da água mineral “ASF”, tendo em vista que o aquífero Botucatu se caracteriza pelo predomínio de águas com pH acima de 9,0 e destaque
de compostos como fluoreto e o vanádio, em que este último é considerado um elemento de ocorrência rara. A composição química verificada
no Escudo Sudeste, destaca que a hidrologia desta região apresenta maior potencial hidrogeológico e, portanto, menores índices de STD, menos
salinizadas, como observado na maioria das amostras. Em regiões onde predominam menores temperaturas, a decomposição da matéria
orgânica é mais lenta, contribuindo para a formação de ácidos orgânicos que podem configurar um caráter ácido para a água como observado na
amostra “ASL”, onde a fonte é oriunda do estado de Minas Gerais, em que predomina o clima tropical de altitude com baixas temperaturas. Já as
condições de altas temperaturas e umidade favorecem a decomposição da matéria orgânica, maiores concentrações de CO2 que irão promover a
maior capacidade de dissolução das substâncias. As características geológicas provenientes da fonte “ASL” com a dominância de
Metassedimentos/Metavulcânicos e ocorrência de aquífero fissural podem configurar numa água mais salinizada por conta da existência de
baixas vazões nos poços, seus tamanhos reduzidos e sem conexões entre estes. As maiores profundidades de água também podem indicar
maiores ações relacionadas ao intemperismo químico, maior dificuldade de percolação, portanto maior salinidade. Conforme a literatura, de
acordo com o teor de salinidade, é possível verificar que as amostras com até 50 mg/L de salinidade revelam a percolação por áreas de rochas
ígneas e metamórficas, encontradas nas amostras “ATR”, “ARP” e “ALQ”. Entre 50 – 200 mg/L apontam para áreas de rochas sedimentares
conforme as águas minerais “AMO”, “AFE”, “ASF” e “ARB”. Já as concentrações mais elevadas de salinidades evidenciam contaminações humanas
ou drenagem por regiões áridas como observado na salinidade da amostra “ASL”. A radioatividade temporária está associada ao isótopo 222Rn
com meia vida de 3,6 dias que classificam as amostras “ATR”, “ARB”, “AMO” e “AFE”. A radioatividade temporária também pode ser conferida ao
222Rn, porém com meia vida de 3,8 dias, sendo os elementos de rádio e radônio predominantes em rochas cristalinas ácidas, sobretudo em
granitos. Tais formações cristalinas predominam no estado do Rio de Janeiro, que qualificam 6 das 8 amostras deste estudo. É possível entender
que a origem da composição química das águas minerais apresenta-se diretamente relacionada com os diferentes litotipos aos quais os recursos

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Engenharias


ENGENHARIA AMBIENTAL E SANITÁRIA
subterrâneos estão submetidos, bem como das características climáticas e questões químicas relacionadas a capacidade de solubilização, trocas
iônicas e tipo de ligação química dos compostos. Para uma classificação mais precisa em relação a composição química se faz necessário um
levantamento criterioso acerca da hidrogeoquímica das diferentes fontes. Considerando a presença de contaminantes nas águas subterrâneas, é
necessária uma maior fiscalização acerca das atividades desenvolvidas no entorno das fontes das águas minerais, tendo em vista que os
compostos contaminantes como nitrato possui uma grande capacidade de infiltração no solo e está relacionado com a promoção de doenças
como o câncer.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Engenharias


ENGENHARIA AMBIENTAL E SANITÁRIA
Engenharias
Curso: ADMINISTRAÇÃO
Título: APLICAÇÃO DO QUESTIONÁRIO NÓRDICO NUMA EMPRESA DO RAMO ELÉTRICO
Autor(es): Eduardo Albuquerque de Sá; Kamilla Maria Sousa de Castro; Luciane Albuquerque Sá de Souza
E-mail para contato easa.17@hotmail.com IES: UNIESP
Palavra(s) Chave(s): Questionário Nórdico; Ergonomia; Segurança do Trabalhador
RESUMO
Os processos de trabalho precisam ser planejados de uma forma onde seja feito o melhor uso de seus componentes (espaços físicos,
equipamentos, materiais, força de trabalho etc.), para que com isso tenha-se resultados satisfatórios em termos de qualidade do produto ou
serviço. Além disso, otimizar os prazos, diminuir os custos de produção e principalmente a promover a saúde e segurança dos colaboradores.
Para entender como a atividade de trabalho é realizada, faz-se necessário conhecer também e de forma detalhada a Organização e a Gestão, e a
Ergonomia é a Ferramenta ideal. O presente estudo parte da necessidade de relatar a importância do Questionário Nórdico Musculoesquelético
(NMQ) no rastreio de dor e fatores geradores de adoecimento dos indivíduos, partindo do pressuposto que os fatores de exposição a riscos
ergonômicos e comprometimentos musculoesqueléticos podem influenciar comumente nos sintomas dolorosos dos trabalhadores, sendo estes
considerados fatores determinantes no processo saúde-doença necessitando do olhar atento do ergonomista, seja na relação do ambiente de
trabalho e trabalhador, ou na identificação e interpretação dos fatores ambientais que podem ser geradores de adoecimento. Realizou-se um
relato de experiência, a partir da inserção no SESMT (Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho) no
acompanhamento de trabalhadores do setor administrativo de uma Empresa do Ramo Elétrico, no estado da Paraíba. Apresentam-se como
objetivos: Analisar a interface saúde-doença sob o olhar do engenheiro de segurança; Identificar aspectos da ergonomia contemplados nas
experiências vivenciadas; relacionar as observações in loco e a percepção dos fatores de adoecimento identificáveis no ambiente de trabalho;
delinear os limites e potencialidades no uso do Questionário Nórdico Musculoesquelético para rastreio dessas dores. Trata-se de um estudo
descritivo, de abordagem qualitativa, do tipo relato de experiência, onde a pesquisa parte da análise observacional do setor administrativo de
uma empresa do Ramo de Eletricidade no estado da Paraíba. Através de uma análise observacional sob a percepção do autor, sem qualquer
intervenção, foi sistematizada a experiência vivenciada, centrada na identificação de fatores geradores de adoecimento e a relação com os
direcionamentos preconizados na ergonomia organizacional, bem como, descrições de mecanismos observados no ambiente laborativo, visando
identificar os determinantes sociais em saúde no processo saúde-doença-trabalho. Outro aspecto analisado foram as potencialidades e limites do
uso do questionário nórdico como recurso complementar na atuação do Serviço Especializado de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT),
observado a partir da inserção na equipe nos serviços diários da empresa, observando a adesão dos trabalhadores nas intervenções propostas
pelo referido setor. Trata-se de uma pesquisa exploratória que visa identificar possíveis causas de distúrbios relacionados a esforços inadequados.
Os profissionais desta empresa possuem jornada de trabalho de 44h semanais, de segunda-feira a sexta-feira, com horários que vão das 8h00min
as 12h00min e das 13h00min as 17h00min e aos sábados das 8h00min as 12h00min. Foi realizada uma reunião no dia 08/11/2019 (sexta feira)
com os Diretores da Empresa e a equipe de Segurança do Trabalho sobre a importância da pesquisa. Em seguida (no mesmo dia) uma palestra foi
proferida aos colaboradores administrativos e no período de 11 a 15/11/2019, foi iniciada a rotina de identificação e avaliação dos postos de
trabalho nos diversos departamentos. A empresa pesquisada durante o período possuía vinte e três (23) colaboradores administrativos, que
demonstraram interesse no assunto, tanto que, muitos ao final do expediente me procuravam para saber mais detalhes sobre o que estava sendo
feito e também relatando em caráter informal, algumas reclamações. O instrumento - Nordic Musculoskeletal Questionnaire (NMQ) - aborda a
prevalência de transtornos musculoesqueléticos em nove áreas corporais de diversos trabalhadores e despertou considerável interesse pelo
Health and Safety Executive (HSE), que necessitava na época de uma metodologia padronizada para ser usada por profissionais para identificar o
número de trabalhadores acometidos por sintomas musculoesqueléticos em seus postos de trabalho. Os setores da empresa que foram
analisados, para o desenvolvimento desta pesquisa, atendiam aos requisitos (parâmetros) expostos no PPRA – Programa de Prevenção dos Riscos
Ambientais – no que se referia aos níveis de iluminamento, ruído e temperatura, porém se fazia necessária uma intervenção no tópico
correspondente à Ergonomia Organizacional, que pudesse oferecer maior conforto e consequentemente maior produtividade aos trabalhadores.
A partir deste momento, realizou-se uma reunião preliminar com a Direção da Empresa e os componentes do SESMT para apresentar a
importância e possíveis sugestões para o desenvolvimento de uma AET – Análise Ergonômica do Trabalho – a qual pudesse não apenas atender as
exigências legais das NRs (Normas Regulamentadoras, em especial a NR17 que trata da Ergonomia), como também futuros projetos, novos
Clientes e o eSocial. O primeiro passo após concordância com a Alta Gestão da Empresa, foi ministrar uma palestra durante a SIPATMA – Semana
Interna de Prevenção aos Acidentes de Trabalho e ao Meio ambiente – apresentando a Ergonomia e necessidade de implantação nas rotinas da
Empresa. Após este evento, iniciaram-se as análises em todos os setores da Empresa e entrevistas com os colaboradores. Houve grande aceitação
por parte dos colaboradores, proporcional a falta de conhecimento no assunto, o que facilitou em muito a coleta dos dados (queixas e sugestões)
para identificação e posteriormente apresentar sugestões que viessem a minimizar ou controlar possíveis doenças ocupacionais. Durante as
observações, foram constatadas algumas Não Conformidades (NCs) em relação ao mobiliário, arranjo físico em relação à incidência de iluminação
em especial no posto de trabalho (ofuscamento ou sombreamento), mas principalmente no que se referia à postura e execução (repetitividade
da rotina). A partir da coleta de dados, foram geradas as informações gerais e necessárias para propor à Empresa o desenvolvimento da AET.
Decidiu-se utilizar o Questionário Nórdico, pois o mesmo oferece em seu modelo, quatro perguntas chave para o Diagnóstico de possíveis
enfermidades laborais. Quanto aos aspectos sóciodemográficos e àqueles relacionados ao trabalho dos entrevistados, os dados foram agrupados
em tabelas, com a finalidade de facilitar a compreensão, seguindo os quatro tópicos do Questionário Nórdico original. Após a compilação dos
dados coletados, de acordo com os quatro pontos avaliados pelo Questionário Nórdico, percebeu-se que nos últimos doze meses, os
colaboradores apresentaram problemas como (dor, formigamento/dormência) com maior prevalência no pescoço (30%), parte inferior das
costas (30%) e parte superior das costas (26%). Em seguida, foi perguntado se nos últimos doze meses o colaborador foi impedido (a) de realizar
atividades normais (por exemplo, trabalho, atividades domésticas, de lazer) por causa desse problema, onde 17% apresentaram problema na
parte inferior das costas, 8% nos ombros e 8% nos tornozelos/pés. Com relação ao 3º questionamento, procurou-se saber se nos últimos doze
meses o colaborador havia se consultado com algum profissional da área de saúde (médico ou fisioterapeuta) por causa dessa condição e 17%
relataram que procuraram por problemas nos punhos/mãos, 13% no quadril/coxas e 8% por problemas no pescoço. Por fim, foi perguntado se
nos últimos sete dias, haviam sentido algum problema e 22% relataram dores na região inferior das costas, 17% nos cotovelos e 8% no pescoço.
O que mais chama atenção são as reclamações referentes a problemas nas regiões do pescoço (25%) e parte inferior das costas (25%),
totalizando 50% de todas as reclamações. Os 50% restantes ficaram distribuídos igualmente entre as seis outras queixas (parte superior das

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Engenharias


ADMINISTRAÇÃO
costas, ombro, tornozelos/pés, punhos/mãos, quadril/coxas e cotovelos), como 8,33% cada uma. Todos os entrevistados disseram que já
procuraram atendimento especializado e alguns relataram que já iniciaram tratamento fisioterápico, mas sem a necessidade de afastar-se do
trabalho. Como eles trabalham por várias horas seguidas na mesma posição (sentados) e sempre realizando movimentos repetitivos como
digitação, é natural que eles sintam dores, dormência ou desconforto em alguma região do corpo. Foram sugeridas algumas recomendações para
evitar estes problemas, como por exemplo, a implantação de Ginástica Laboral (antes de iniciar o trabalho – aquecimento e após seu término -
alongamento) e praticar alguma atividade física com frequência, como caminhada, ciclismo, academia e assim as dores, dormência e desconforto
serão menos frequentes e até sumirão.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Engenharias


ADMINISTRAÇÃO
Engenharias
Curso: ADMINISTRAÇÃO
Título: CARACTERIZAÇÃO ESTRUTURAL DE NANOCATALISADORES PARA CÉLULAS A COMBUSTÍVEL
Autor(es): Egberto Gomes Franco
E-mail para contato egberto.franco@estacio.br IES: ESTÁCIO SÃO PAULO
Palavra(s) Chave(s): Nanocatalisadores; caracterização estrutural; nanotecnologia; produção limpa
RESUMO
Os modelos de produção utilizados pelo homem ao longo do século vinte tornaram-se um risco ao nosso bem estar. Neste contexto aparece um
novo conceito de produção sustentável cujo objetivo principal é possibilitar a utilização de recursos de forma permitir que as futuras gerações
possam usufruir destes recursos. Neste novo ambiente de negócios e modelo de produção as tecnologias que impactem de forma menos
negativa ou até de forma positiva o meio ambiente, deverão prevalecer sobre as demais. No tocante a geração de energia uma das tecnologias
que despontam no século 21 é a geração de energia elétrica por meio das Células a Combustível, especialmente as células do tipo de membranas
trocadoras de prótons (PEMFC). Neste trabalho revisitamos a literatura das células tipo PEMFC, as características estruturais de seus
nanocatalisadores e as técnicas de análise utilizadas na literatura. Dentre as técnicas mais utilizadas estão: difração de raios-X (DRX),
espectroscopia no infravermelho (IV), espectroscopia foto-eletrônica de raios-X (XPS), microscopia eletrônica de transmissão de alta resolução
(HRTEM), microscopia eletrônica de varredura (MEV) e energia dispersiva de raios-X (EDX). Após a contextualização das estruturas catalíticas
mais prováveis e as mais ativas, descrevemos a síntese destes nanocatalisadores por meio do método do colóide, as técnicas utilizadas e os
resultados de caracterização obtidos para os sistemas eletrocatalíticos binários, ternários e quaternários sintetizados. Em função das análises
efetuadas pudemos identificar os sistemas binários e ternários como mais efetivos para eletrocatálise das células tipo PEMFC, ao passo que os
sistemas quaternários sintetizados apresentaram segregação formando “clusters” prejudiciais ao efeito catalítico, sendo estes sistemas
sintetizados descartados temporariamente. A produção de nanocatalisadores quaternários pode ser interessante do ponto de vista tecnológico,
mas, o problema de segregação durante a síntese do catalisador deve ser revisto e aprimorado. Neste trabalho abordou-se a caracterização
estrutural dos nanocatalisadores utilizados em Células a Combustível (CaC) tipo Proton Exchange Membrane Fuel Cell (PEMFC). Identificamos as
estruturas mais prevalentes nos catalisadores e as técnicas para sua caracterização(1,2,3). FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA As reações eletroquímicas
que ocorrem nas CaCs são reações de interfases e ocorrem na superfície do catalisador, neste trabalho utilizaremos catalisadores a base de
platina e adicionaremos cocatalisadores para melhorarmos o desempenho eletroquímico dos sistemas catalíticos binários, ternários e
quaternários. Os catalisadores analisados neste artigo podem ser considerados um aglomerado de partículas com tamanho médio variando entre
2 e 10 nm, normalmente composto por ligas a base de platina que apresentam uma estrutura cúbica de face centrada, identificada através dos
difratogramas dos sistemas catalíticos. Na Tabela 1 são apresentados os parâmetros de rede dos elementos que compõem os catalisadores
sintetizados para este trabalho. Tabela 1: Parâmetros de rede dos catalisadores Cúbica de face centrada (CFC) Parâmetros da célula unitária: A
/pm B /pm C /pm Α / ° Β / ° Γ / ° Platina(4) 392.42 392.42 392.42 90.000 90.000 90.000 Níquel(5) 352.4 352.4 352.4 90.000 90.000 90.000
Hexagonal compacta (HC) Rutênio(6) 270.59 270.59 428.15 90.000 90.000 120.000 Disprósio(7) 3 9.3 359.3 565.37 90.000 90.000 120.000
Térbio(8) 360.1 360.1 569.36 90.000 90.000 120.000 Cúbica de corpo centrado (CCC) Molibdênio(9) 314.7 314.7 314.7 90.000 90.000 90.000
Trigonal Samário(10) 362.1 362.1 2625 90.000 90.000 120.000 Ortorrômbica Urânio(11) 285.37 586.95 495.48 90.000 90.000 90.000 2.1.
Cristalitos Os catalisadores utilizados em células a combustível são sistemas catalíticos altamente dispersos, com tamanho médio de cristalito da
ordem de alguns nanômetros, sendo a sua forma determinada, principalmente, pela contribuição da energia livre para a energia total. Há dois
caminhos nos quais a energia de superfície pode ser reduzida para um cristal de relação massa/volume fixa: minimizar a área da superfície do
cristalito ou expor superfícies de baixa energia livre, o que resulta na estrutura cubo octaédrica(12). 2.2. Técnicas de Caracterização Estrutural
dos Nanocatalisadores Os nanocatalisadores sintetizados para este trabalho foram sintetizados pelo método do coloide desenvolvido por
Bönnemman e cols.(13), modificado por Fischer et. al (14). A carga catalítica de cada sistema foi determinada pela técnica de fluorescência de
raios-X (XFA). A estrutura dos catalisadores foi investigada através das técnicas de difração de raios-X (DRX), para se verificar a estrutura
cristalina dos catalisadores; espectroscopia no infravermelho (IV), utilizada para se detectar a presença de adsorbatos na superfície dos
catalisadores; espectroscopia foto-eletrônica de raios-X (XPS), avalia a composição superficial do catalisador; microscopia eletrônica de
transmissão de alta resolução (HRTEM), pode-se observar o tamanho médio de cristalito, sua dispersão e a formação de aglomerados prejudiciais
ao desempenho eletroquímico; microscopia eletrônica de varredura (MEV) e energia dispersiva de raios-X (EDX) identifica-se as estrutura e a
composição química do catalisador. METODOLOGIA Os catalisadores foram sintetizados pelo método do colóide desenvolvido pelo grupo de
Bönnemman e cols.(13), modificado por Fischer et. al,(14). As medidas de espectroscopia no infravermelho foram obtidas por meio de um
espectrômetro Nicolet NEXUS 670 Spectrometer na região de 4000 a 1000 cm-1. A composição molar e a carga de metais dos catalisadores foram
investigadas pela técnica de fluorescência de raios-X, utilizando-se um Shimadzu, modelo EDX 900 HS. As medidas de difração de raios-X foram
executadas em difratômetro de raios-X STOE STADI-P, radiação CuK α e monocromador de germânio no modo de transmissão. A seguir os
resultados obtidos por cada técnica são apresentados e discutidos. Os resultados da fluorescência de raios-X, são apresentados na Tabela 1. Pela
análise dos dados observa-se que o método do coloide mostrou-se eficaz na obtenção de catalisadores binários e ternários. Os resultados
obtidos pela técnica de espectroscopia vibracional na região do infravermelho indicam a presença de impurezas ligadas às nanopartículas do
catalisador, esta observação levou à necessidade de um tratamento térmico prévio do eletrocatalisador para a retirada destes ligantes
(contaminantes). Pode-se observar que em todos os sistemas catalíticos sintetizados as reflexões da Pt CFC foram identificadas e partir da
reflexão relativa à Pt (220), avaliou-se o tamanho médio de cristalino. O método do colóide mostrou-se eficaz na preparação de catalisadores
binários e ternários, mas nos sistemas quaternários deve-se diminuir a aglomeração e o tamanho médio de cristalito para aumentar a atividade
catalítica destes sistemas. Os resultados obtidos por fluorescência de raios-X e por nano – EDX, indicaram a presença de contaminantes.
Identificou-se a formação de segregação nos catalisadores ternários a base de níquel e nos sistemas quaternários, o que pode explicar a baixa
atividade catalítica destes sistemas. A técnica de espectroscopia vibracional no infravermelho possibilitou a identificação das bandas, de número
de onda próximos de 2900 e 3000 cm-1 atribuídas às vibrações assimétricas (asCH2) e simétricas (sCH2), oriundas do tetraoctilamônio. Nos
sistemas catalíticos quaternários foram identificadas apenas as estruturas CFC da platina. Os sistemas catalíticos produzidos apresentaram
tamanho médio de cristalito, calculado pela fórmula de Scherer, da ordem de 2,0 a 3,0 nm. As análises de microscopia eletrônica de transmissão
em alta resolução nos permitiram identificar a forma, dispersão e o tamanho médio de cristalito obtido nos catalisadores sintetizados a partir do
método do colóide.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Engenharias


ADMINISTRAÇÃO
Economia Criativa
Curso: PUBLICIDADE E PROPAGANDA
Título: COMPREENDENDO O COMUNICAÇÃO NAS NOÇÕES DE DESENVOLVIMENTO
Autor(es): Ricardo Costa Alvarenga ; Thalisson Gabriel Dantas Pereira; Adrielly Sousa Barros
E-mail para contato ricardo.alvarenga@estacio.br IES: ESTÁCIO SÃO LUÍS
Palavra(s) Chave(s): Comunicação Social; Desenvolvimento; Transformação Social;
RESUMO
O presente resumo tem por tema a comunicação para a transformação social, e surge a partir da observação empírica do atual contexto social,
onde se têm percebido o fortalecimento das práticas de comunicação direcionadas ao consumo e ao modelo de capitalismo predatório que
desconsidera as reais necessidades e modelos de desenvolvimento social da população, estruturando-se apenas a partir de interesses meramente
econômicos, de criação de desejo e necessidades. Historicamente a comunicação é utilizada como elemento estratégico no processo de
desenvolvimento econômico e social dos mais diversos países do mundo. Particularmente após a Segunda Guerra Mundial essa concepção de
desenvolvimento assumiu diferentes características, nos mais diversos contextos o que nos leva a construção do nosso enunciado interrogativo:
quais aspectos influenciam o papel exercido pela comunicação no processo de desenvolvimento e transformação? Para tanto, delineamos o
seguinte objetivo geral, que se apresenta como um caminho possível para responder ao problema de pesquisa proposto: revisar os estudos sobre
comunicação para a transformação social, modelos de desenvolvimento a partir da produção acadêmica sobre a temática, afim de compreender
os aspectos que influenciam a comunicação nesta perspectiva. O enfoque deste resumo está em apresentar as perspectivas teóricas sobre
comunicação para a transformação social, bem como sua relação com as noções de desenvolvimento, que são abordagens latentes nos estudos
realizados na área das Ciências da Comunicação na América Latina, tendo como percurso metodológico a realização de pesquisa bibliográfica
sobre a temática. Partindo desta reflexão percebemos a importância de trabalhar sobre a temática da comunicação para a transformação social,
por entender a importância de valorizar e fomentar outros modelos e formas de comunicação, que possam romper com as noções que insistem
em compreender a comunicação apenas como estratégia de mercado e não também como vetor de incidência social e mudança de realidades.
De forma que nossa escolha recai sobre a tríade comunicação, desenvolvimento e transformação social, por entender-se a necessidade e a
emergência da discussão sobre outros modelos de comunicação e desenvolvimento que possam se desdobrar em práticas reais de incidência nas
realidades vividas e nas dificuldades enfrentadas na sociedade atual. Para compreender a inter-relação entre a comunicação, as noções de
desenvolvimento, a perspectiva da transformação social e a questão do território é necessário recorrer a produção reflexiva de Cicilia Maria
Krohling Peruzzo que figura como uma das principais autoras a debater sobre a relação entre essas temáticas na América Latina. Historicamente
os países latino-americanos têm sido palco da reflexão sobre os modelos de comunicação para o desenvolvimento e transformação social. Isso
porque em sua maioria esses países são rotulados como países de terceiro mundo. Percebe-se, que parte da responsabilidade pelo sentimento de
descredito com relação aos países e povos latino-americanos passa também pelos meios de comunicação, que por sua vez retratam os países a
partir de influências econômicas e políticas, gerando quase sempre uma imagem distorcida da realidade desses povos. Diante desse debate sobre
o papel da comunicação no processo de desenvolvimento e transformação dos países latino-americanos é necessário recuperar as concepções de
desenvolvimento, que quase sempre estão interligadas a noção de progresso, avanço e melhoria. Essa ideia de desenvolvimento que estamos
acostumados a ver sendo difundido pelos grandes meios de comunicação, surgiu nos anos de 1940. Tal perspectiva está alicerçada em três
características centrais: 1) Postura etnocêntrica do ocidente; 2) Não reconhecimento do sentido da cultura e do desenvolvimento dos povos
originários; e 3) Promessa de progresso econômico almejando o “avanço” político, social e cultural (PERUZZO, 2014, P.162). A Teoria da
Modernização surge no século XX, como a ideia de desenvolvimento partindo da necessidade de modernização e de industrialização dos países
do chamado ‘terceiro mundo’. “O pressuposto era que as nações, então tidas como ‘subdesenvolvidas’, teriam que fazer o mesmo caminho dos
países ricos para alcançarem o desenvolvimento” (PERUZZO, 2014, p.163). Em meados da década de 60 na América Latina surge a Teoria da
Dependência que evidencia as relações de cumplicidade entre o subdesenvolvimento e desenvolvimento. Neste mesmo contexto emerge as
reflexões sobre a Nova Ordem Econômica Internacional (NOEI) e Nova Ordem Mundial da Informação e Comunicação (NOMIC). “O paradigma da
dependência aponta para a necessidade da autodeterminação política, econômica e cultural das nações, uma vez que identifica relações de
cumplicidade entre desenvolvimento e subdesenvolvimento” (PERUZZO, 2014, p.167). Com o passar do tempo e identificação da incapacidade do
modelo capitalista de gerar o verdadeiro desenvolvimento necessário aos povos latino-americanos, vão surgindo pelo mundo outros modelos de
desenvolvimento. Peruzzo (2014, p.168), apresenta a teoria do desenvolvimento participativo, que em nada teria a ver como o atual modelo
imposto. Esse seria endógeno e autônomo em harmonia com o meio ambiente. Com esse panorama dos paradigmas de desenvolvimento
podemos refletir sobre a repercussão dessas modelos na comunicação. Esse movimento dá origem a duas perspectivas da comunicação para o
desenvolvimento: difusionista e participativa. O modelo difusionista de comunicação surge no século XX, abordando as questões teóricas
tradicionais de desenvolvimento. “As quais são basicamente funcionais, o que quer dizer que foram pensadas em sua importância e utilidade na
implementação de programas de desenvolvimento, na linha da modernização” (PERUZZO, 2014, p.176). A perspectiva da comunicação no
modelo difusionista é completamente linear, se entende a comunicação apenas como transferências de informação. Em outras palavras, se usa
os meios de comunicação para a difusão de inovações com vistas à modernização. A importância do rádio e da televisão está diretamente ligada
à propagação de novos padrões de comportamento. Estes veículos de comunicação ajudaram, por exemplo, a divulgar a ideia da necessidade do
controle da natalidade, de que o leite em pó industrializado era melhor para a saúde infantil, do consumo do automóvel, do uso do plástico em
vez de produtos à base do sisal, da adesão ao cigarro (PERUZZO, 2014, p. 178). Uma discussão bastante atual na América Latina e em todo o
mundo, é a colonização dos meios de comunicação, fruto do modelo difusionista que estabeleceu um fluxo de informação a partir dos Estados
Unidos e da Europa. Exemplos desse movimento são as agências de notícias, o processo de exportação de produção cinematográficos, revistas, e
até mesmo programas de televisão. “As mídias têm um papel fundamental como mediadoras entre os grupos sociais [...] ocorre que com a
colonização das mídias e a partidarização de interesses políticos e econômicos que as envolvem, elas não têm cumprido este papel” (CUNHA,
2016, p.31). Com os questionamentos ao modelo de desenvolvimento, baseado na modernização e industrialização dos países emergem
reflexões alternativas para se pensar um novo modelo de desenvolvimento. É neste contexto que surge a comunicação no modelo participativo.
Observamos que esse modelo de comunicação pode ser classificado a partir de três características gerais: 1) A transformação das estruturas de
poder; 2) O foco na dialogicidade herdada de Paulo Freire; e 3) O acesso livre e a participação. A América Latina foi o berço de diversas reflexões
teóricas a partir dessa linha crítico transformadora da comunicação. Incentiva-se nesse contexto a ampliação da cidadania partindo do princípio
de que ela deve ser construída pelos próprios cidadãos, no diálogo com as forças constitutivas da sociedade. “A comunicação, no bojo dessa nova
proposta de desenvolvimento, é concebida como facilitadora da gestão de processos pessoais e grupais de mudança social em que as pessoas são

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Economia Criativa


PUBLICIDADE E PROPAGANDA
protagonistas e as mais favorecidas pelos benefícios” (PERUZZO, 2014, p.181). Os debates sobre uma comunicação para a transformação social
ganham grande expressividade nesse modelo, sendo necessário pensar uma prática comunicativa em que as pessoas sejam efetivamente
protagonistas dos processos, com garantia do direito de comunicar também por meio dos meios de comunicação de grande alcance e
repercussão. “A comunicação, nessa perspectiva, incorpora, portanto, a noção de desenvolvimento humano, pois busca a realização de uma das
liberdades, a capacidade de comunicar pelos meios técnicos especializados, mas também por meio da interação interpessoal e grupal” (PERUZZO,
2014, p.183). Neste sentido, consideramos como resultado deste estudo a síntese elaborada que contribui para uma visão ampla e crítica do uso
dos meios de comunicação dentro do contexto e das noções de desenvolvimento.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Economia Criativa


PUBLICIDADE E PROPAGANDA
Economia Criativa
Curso: JORNALISMO
Título: LINGUAGEM GRÁFICA E VISUALIZAÇÃO DE DADOS NA COBERTURA DA PANDEMIA DE COVID-19
Autor(es): Leonardo Ramos de Toledo
E-mail para contato leonardo.toledo@estacio.br IES: ESTÁCIO JUIZ DE FORA
Palavra(s) Chave(s): Jornalismo de Dados; Visualização de Dados; Gráficos; Infografia; Covid-19
RESUMO
Há mais de um ano, a mídia dedica grande parte de seu espaço à cobertura ampla da pandemia de Covid-19. Desde então, o público passou a
acompanhar diariamente a evolução da doença através de diferentes indicadores, como número de infectados, número de mortos, número de
curados e médias móveis. A veiculação dessas estatísticas exigiu das redações não apenas um grande esforço no levantamento de dados, mas
também de estratégias para a disponibilização de todas essas informações de maneira clara, interativa e atraente aos leitores. Diante desse
contexto, este projeto de pesquisa propõe a análise da cobertura realizada pelo portal G1 como forma de compreender as estratégias
desenvolvidas por esses veículos para a visualização de dados sobre a Covid-19. A percepção dessas novas dinâmicas do jornalismo, evidenciadas
a partir da questão sanitária global, colocou em foco o chamado Jornalismo de Dados, especialidade que vem ganhando destaque nos últimos dez
anos no Brasil, a partir da publicação da Lei de Aceso à Informação (LAI), de 2011. A produção de conteúdo com base em bancos de dados
abertos tem se mostrado relevante, por um lado, pela possibilidade de apuração de informações advindas de dados brutos, isentos de eventuais
filtros e de interpretações sob a conveniência de assessorias de órgão governamentais. De outra maneira, esse tipo de jornalismo também desafia
os profissionais da área a criarem soluções para a apresentação de números e estatísticas de maneira palatável ao grande público. Assim, este
estudo buscou, incialmente, identificar os elementos da linguagem visual que participam da construção da narrativa jornalística motivada por
dados, assim como compreender de que forma cada um desses elementos atuam na construção da narrativa jornalística, tendo em consideração
aspectos de ergonomia visual e arquitetura da informação. Conforme Dondis (2015), o uso de elementos simples como pontos, linhas e
volumes – como forma de obter propriedades de escala - podem constituem uma forma de sintaxe visual capaz de orientar a leitura de gráficos,
evidenciando dinâmicas e permitindo comparações. De maneira complementar, autores como Adorno (2020) destacam a relevância presente na
atribuição de cores e construção de itens iconográficos capazes de tornar a leitura de gráficos mais instintiva.Tal abordagem interdisciplinar entre
as áreas do Jornalismo e do Design Gráfico permitiu a articulação entre aspectos da linguagem visual capazes de colaborar na construção de uma
narrativa jornalística multimídia capaz de facilitar o acesso dos leitores a diferentes níveis de informação sobre a pandemia. A convergência entre
diferentes campos do conhecimento, aliás, é uma característica importante desse tipo de exercício jornalístico. De acordo com o Manual de
Jornalismo de Dados (2014), publicado pela associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), essa nova vertente exige do profissional de
comunicação “um novo conjunto de competências para buscar, entender e visualizar fontes digitais em um momento em que os conhecimentos
básicos do jornalismo tradicional já não são suficientes”. A partir desse cenário, realizou-se levamento quantitativo e qualitativo sobre os
monitores da Covid-19 disponibilizados no portal G1 e analisar a aplicação de elementos visuais e de interatividade na construção dos gráficos
publicados nos referidos portais. A coleta de dados no referido portal se deu durante março de 2020 e fevereiro de 2021, de forma a contemplar
um ano de cobertura. A análise do material, ainda em fase de execução e com perspectiva de continuidade, tem como objetivo final a
compreensão dos mecanismos que permitem a criação de narrativas jornalísticas com base em dados, conforme os estudos de Cole Knaflic
(2019). A relevância da pesquisa justifica-se não só pela necessidade de se entender o desempenho da imprensa diante de uma cobertura de
proporções inéditas, como a da pandemia provocada pelo novo coronavírus, como pela oportunidade de se observar o desempenho da mídia
diante da necessidade de se transformar números em histórias, um desafio que, de acordo com o desenvolvimento do Jornalismo de Dados,
promete se tornar recorrente. Por meio da revisão bibliográfica e da análise de conteúdo realizada até o momento, foi possível constatar que o
portal G1 articula diferentes formas de visualização de dados, a começar por tradicionais gráficos de barras. De acordo com Kanno (2018), apesar
da extrema simplicidade, essa modalidade apresenta a capacidade de induzir o leitor à realização de comparações. É o que acontece, por
exemplo, na apresentação dos percentuais da população vacinada por estado. Na mesma página, entretanto, o público tem acesso a formas mais
interativas de apresentação de dados, como a possibilidade de navegar pelo mapa do Brasil e clicar em estados específicos para abrir boxes com
informações específicas sobre cada unidade da federação. Conforme o autor, a estratégia busca valorizar a possibilidade de personalização da
informação, além de permitir a condensação dos números de maneira organizada e visualmente limpa.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Economia Criativa


JORNALISMO
Economia Criativa
Curso: JORNALISMO
Título: RÁDIO WEB BIG FARMA – PARA ALÉM DE UM CONTEÚDO COMERCIAL EM CAMETÁ, INTERIOR DO PARÁ, MEDIAÇÕES
E INTERAÇÕES
Autor(es): Marcely Borges da Silva; Arcângela Auxiliadora Guedes de Sena; Ivânia dos Santos Neves
E-mail para contato arcangela.sena@estacio.br IES: ESTÁCIO FAP
Palavra(s) Chave(s): Rádio; Cametá; Web; Conteúdo; Mediações.
RESUMO
Em uma sociedade contemporânea conectada, onde novas ferramentas tecnológicas surgem para aumentar a conexão virtual entre as pessoas,
observa-se também a constante mudança comportamental entre os usuários deste universo midiático, cada vez mais interativo. Entretanto, o
espaço geográfico ainda tem sido um divisor no meio comunicacional, lugares como Cametá, no nordeste paraense, região amazônica, onde o
acesso à internet é precário em algumas áreas, acentuam-se as diferenças e a exclusão digital. Como uma sociedade interditada pela inclusão
digital pode viver a dispersão do conteúdo de exclusão e ser informada a partir de uma rádio digital empresarial? Quais mediações e narrativas
são provocados na população atingida por esta rádio? Este artigo tem como objetivo geral analisar o conteúdo, suas mediações e interações
comunicacionais provocadas por uma rádio web institucional chamada “Big Farma” e a comunidade do município de Cametá, utilizando-se
trechos de um programa, disponíveis na web, na página da rádio Big Farma, em março de 2020, um total de três horas e trinta e oito minutos, nos
seguintes dias: sábado 07/03 com 00h39min, terça-feira 24/03 com 01h19min minutos, sexta feira 27/03 com 01h39min minutos. O período
escolhido se deu pela relevância dos assuntos abordados, entre eles, informações sobre a pandemia da COVID-19 para a comunidade local, e,
também pelo retorno das atividades da rádio, após alguns meses sem funcionar por motivos técnicos. A rádio web B.F surgiu em 15 de janeiro de
2018, no município de Cametá, para fins comerciais, mas também com interesse em perceber a necessidade de seu público. Com formato de web
rádio, está localizada na loja matriz. O acesso ocorre através do endereço eletrônico www.radiobigfarma.com ou pelo aplicativo da rádio. A
comunicação entre clientes e colaboradores, integra mais uma ferramenta organizacional com outras lojas do grupo nos municípios de:
Mocajuba, Baião, Igarapé Miri, Barcarena, Vila dos Cabanos, Moju, Soure, Salvaterra, Breves, Portel, Ponta de Pedras, Oeiras do Pará, Limoeiro do
Ajuru, Cachoeira do Arari e Abaetetuba. Há mais de quinze anos a rede de farmácias B.B está presente na cidade de Cametá, e com a implantação
da rádio web em 2018, o grupo, através dessa nova ferramenta, ocupa um lugar importante para veicular informações do dia a dia. A rádio web
BF Tem estrutura que se assemelha de uma rádio FM e AM, com formato e programas ao vivo, 24 horas por dia. Caracteriza-se como comercial, e
segue alguns formatos do modelo radiofônico tradicional. A programação diária dura em torno de 15 minutos a 03 horas, como é o caso do
programa “Só toca top”, que fica mais tempo no ar. De segunda a sábado, a rádio transmite o programa “Fala Deus” com o Pastor Elias, tem 01h
de duração com conteúdo religioso, tem ainda, o “Jornal do Brasil” com o locutor Marcelo Pacífico, de segunda a sexta com duração de 15
minutos com notícias de Cametá, Pará, Brasil e do Mundo. Para compreender em diferentes perspectivas o elo da rádio web com a rede Big
Farma, utiliza-se a teoria organizacional. A abordagem da teoria organizacional na empresa tem servido de referência para a organização que,
diariamente, busca estratégias para dar-se em visibilidade no mercado de trabalho. A partir da teoria culturológica, busca-se entender a relação
entre o consumidor e o objeto de consumo, isto é, pensar a produção de sentidos que o canal provoca na população cametaense. Como
metodologia utilizamos a análise de conteúdo para compreender como o canal, utilizado por uma empresa, pode se configurar uma comunicação
de serviço e utilidade pública e possibilitar a inclusão digital numa cidade do interior da Amazônia. A análise de conteúdo possibilitou mostrar
através da pesquisa qualitativa a relação da rádio web Big Farma com a população de Cametá, através da ritualidade, apresentada nas narrativas
que falam de uma espécie de cotidiano da cidade. O conteúdo disponibilizado pela rádio web comercial, estudo da pesquisa, reflete o dia a dia
cametaense, possibilitando ao ouvinte/consumidor participação iterativa, ativa, principalmente durante o início da pandemia de Covi-19 em
março de 2020, com conteúdos voltados para atender a necessidade da população.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Economia Criativa


JORNALISMO
Economia Criativa
Curso: JORNALISMO
Título: USO DAS REDES SOCIAIS NO CONTEXTO BRASILEIRO: REFLEXÕES SOBRE DESENVOLVIMENTO SOCIAL E DEMOCRACIA
Autor(es): Jacks de Mello Andrade Junior; Eugénia da Luz Silva Foster
E-mail para contato jacksandrade@gmail.com IES: ESTÁCIO MACAPÁ
Palavra(s) Chave(s): Mídia; Redes Sociais; Desenvolvimento; Democracia; Jornalismo
RESUMO
Entender os fatores envolvidos no processo de desenvolvimento de uma sociedade é essencial para haver qualquer contribuição que o favoreça.
Porém, essa não é uma tarefa fácil. Pretendemos, neste Resumo Expandido, construído a partir de pesquisa em andamento, baseada na
metodologia de revisão bibliográfica, provocar reflexões acerca desses fatores, buscando refletir a Comunicação e sua possível relação com o
desenvolvimento em uma sociedade democrática. Sobretudo a partir do ano de 2020, devido às medidas de distanciamento social impostas para
o combate à pandemia do novo Coronavírus, observamos expressivo aumento na utilização da internet e das redes sociais enquanto canais de
comunicação e participação social popular. Diante disso, partiremos da reflexão sobre o uso das redes sociais, seu papel na Comunicação e seus
reflexos no desenvolvimento social e na democracia brasileira. Compreendemos que, para haver desenvolvimento, é necessário que sejam
garantidas as liberdades básicas dos indivíduos. Além disso, o desenvolvimento social depende das relações construídas entre esses indivíduos, do
conhecimento acessado por eles e da percepção que eles têm sobre eles próprios e sobre sua participação dentro de uma sociedade. Nesse
sentido, é importante analisar o papel da mídia na formação da personalidade e no desenvolvimento integral da pessoa humana, identificando os
processos que favorecem o poder dos meios de comunicação de massa, além dos perigos inerentes a esse poder para a sociedade (Werthein
apud Carlsson, Ulla; Feilitzen, Cecilia Von, 2002). Kellner (2001), em sua obra “A cultura da mídia”, já falava em uma cultura humana alterada
pela mídia e pela tecnologia, o que ele chamou de ‘tecnocultura’. Para o autor, a difusão da tecnologia e da internet transformou o
comportamento da sociedade, sobretudo sua forma de se relacionar com os conteúdos midiáticos. Essa transformação atingiu níveis tão
profundos que, para o autor, sem a tecnologia, a cultura e o comportamento atuais não poderiam existir. Neste mesmo caminho, Jenkins (2009)
ressalta a influência da mídia no comportamento das pessoas, criando o que ele denomina ‘cultura da convergência’, que seria o encontro entre
velhas e novas mídias na busca por conteúdo e interatividade. Nesse contexto, o autor observa que não existe mais a figura do consumidor
passivo de conteúdo midiático. O fenômeno das duas telas – uma tela principal, como do aparelho de TV, e outra tela, como a do smartphone,
em uso simultâneo – já é comum na geração atual, proporcionando uma nova experiência de consumo de mídias, onde o indivíduo já não se
contenta mais em somente receber, mas precisa participar daquele conteúdo que consome. Jenkins (2009) avança nesse contexto, afirmando
que produtores e consumidores de mídia já não são mais papéis separados como eram há alguns anos. Existe um hibridismo, onde todos podem
consumir e produzir conteúdo midiático ao mesmo tempo, de forma interativa, participativa e colaborativa. Essa democratização do acesso aos
meios de comunicação, ainda que parcial, traz pontos positivos e negativos observados. O principal ponto positivo é justamente a possibilidade
de dar voz às diferentes camadas da sociedade, possibilitando, a um número cada vez maior de pessoas, compartilhar suas opiniões e pontos de
vista sobre diversos temas. Porém, em contrapartida, tem-se o uso irresponsável dessas possibilidades, expondo a sociedade a informações nem
sempre verdadeiras, que provocam atitudes em desacordo com a realidade. São as chamadas fake news, ou notícias falsas. Uma das grandes
preocupações dos estudiosos da comunicação e do jornalismo atualmente. Por conta dessa realidade, acredita-se que importantes decisões
políticas em diversos países possam ter sido influenciadas por notícias falsas que foram divulgadas para a população com esse intuito. Temos,
portanto, nos meios de comunicação social, um grande mecanismo de informação e de formação de opiniões, pensamentos e atitudes sociais. E
todo esse potencial pode ser utilizado para promover o desenvolvimento através do incentivo a práticas e atitudes inclusivas e libertadoras, ou
para manter a população marginalizada dócil, conformada com as privações a que é submetida pelas classes econômicas que dominam o sistema
capitalista. Pretendemos, com o avançar da presente pesquisa, fomentar o pensamento acadêmico para que se volte a essa inter-relação
Comunicação/Desenvolvimento/Democracia no intuito de estimular novos estudos que possibilitem maior entendimento e novas possibilidades
de contribuição social a partir das conclusões que venham a ser encontradas a partir desta pesquisa.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Economia Criativa


JORNALISMO
Economia Criativa
Curso: JORNALISMO
Título: DOS SUPORTES CLÁSSICOS À INTELIGÊNCIA DIGITAL: UM OLHAR GERACIONAL SOBRE O JORNALISTA MULTIMÍDIA A
PARTIR DO PROCESSO DE UNIFICAÇÃO DAS PRÁTICAS LABORATORIAIS DO NUCOM JORNALISMO NITERÓI 2019-2020
Autor(es): Soraya Venegas Ferreira
E-mail para contato sosovenegas@yahoo.com.br IES: UNESA
Palavra(s) Chave(s): Características Geracionais. Formação Jornalística. Práticas Laboratoriais. Ensino Remoto Emergencial.
Nucom Jornalismo Niterói
RESUMO
As mudanças tecnológicas, assim como alterações na conjuntura política, social e econômica, impactam a vida em sociedade e,
consequentemente, o perfil profissional valorizado em cada mercado de trabalho. De tempos em tempos, essas mudanças estruturais chegam ao
patamar em que alguns valores e práticas parecem perder o sentido. É hora de os pesquisadores anunciarem o surgimento de uma nova geração.
Embora os demarcadores de gerações não sejam ciência exata, nem as gerações devam ser usadas como etiquetas simplificadoras para
diferenciar grupos, elas podem ser uma lente interessante para a compreensão de alguns conflitos. Nesse trabalho, foram usadas como pano de
fundo para o entendimento de processos de construção e de disseminação do conhecimento baseados na articulação teoria e prática tão
relevantes para a formação do jornalista profissional. O intervalo temporal em que se configura uma geração, embora variável, vem diminuindo
e alguns estudos já apontam modificações estruturais significativas em períodos inferiores a dez anos. Por exemplo, para os chamados
Millennials, nascidos entre o fim dos anos 70 e meados dos 90, redes sociais digitais, smartphones em permanente conexão, comunicação e
entretenimento sob demanda foram inovações. Para que continuassem ativos social e profissionalmente os integrantes da também chamada
Geração X tiveram que se adaptar ao que já era corriqueiro para os nascidos depois de 1996, que integram os chamados Centennials ou Geração
Y. Muitos exemplos podem ser úteis para que percebamos os desafios da comunicação entre as gerações no processo de aprendizagem e de
formação profissional. As dificuldades podem surgir em casa, na família, perpassar vários ambientes escolares ou não e chegar à graduação. O
exercício diário da empatia e da troca de informações e de afetos característico das mediações em sala de aula (enquanto espaço concreto ou
digital) é imprescindível para que projetos pedagógicos sejam simultaneamente relevantes para docentes e discentes. Levando em conta a
perspectiva geracional, as exigências das Diretrizes Curriculares, homologadas em 2013, e a pesquisa sobre o perfil profissional do jornalista
brasileiro, publicada no mesmo ano, essa pesquisa foi feita em dois momentos: o primeiro deles em 2019 e o segundo, em 2020. Através dela, se
buscou mapear os desafios enfrentados no processo de unificação das práticas laboratoriais desenvolvidas no Núcleo de Comunicação (Nucom)
do curso de Jornalismo da Universidade Estácio de Sá – campus Niterói levado a cabo em 2019 e a continuidade de suas atividades durante o ano
de 2020, quando a pandemia de Covid-19 obrigou alunos e professores a se adaptarem ao ERE – Ensino Remoto Emergencial. A pesquisa baseou-
se na observação participante e tem características de relato de experiência fundamentado nos documentos acima citados, cotejados com
estudos geracionais relacionados aos modos de aprender e com o material produzido pelos alunos e postado nas redes sociais do Nucom,
unificadas a partir de outubro de 2019, quando o Núcleo completou 18 anos e o curso 20. Em 2001, a produção laboratorial foi implementada
nas dependências do Núcleo Prático de Comunicação – Nucom, sendo conduzida pelos alunos com equipamentos analógicos de fotografia e
captação de áudio e vídeo e apoio técnico profissional. Dezenove anos depois, técnicos de laboratório, professores e coordenadores estavam
em regime de home office aprendendo, em tempo recorde, a lidar com novos aplicativos para que as atividades de ensino não fossem
interrompidas. Em 2001, a exemplo das disciplinas do curso, as atividades laboratoriais estavam concentradas de acordo com o meio de
veiculação, com coordenadores diferentes para Mídia Impressa, Rádio e Televisão e assim permaneceram até 2019. Cada redação funcionava em
espaço independente das demais e cada laboratório - Jornal Estaciente, Rádio Estação Niterói e TV Estácio Niterói - foi, aos poucos, na segunda
década do século XXI, estendendo sua veiculação para as redes sociais digitais a fim de ampliar a visibilidade da produção discente, que nem
sempre estava integrada aos trabalhos exigidos nas disciplinas com horas práticas. A partir da observação das transformações no mercado de
trabalho e das competências e habilidades exigidas do jornalista profissional, percebeu-se que o Nucom precisava mudar. Em 2019, propôs-se
para o primeiro semestre a concentração da produção jornalística em uma única redação multimídia, a exemplo do que ocorre em diversas
empresas de comunicação. Para o segundo semestre, a missão seria centralizar a veiculação da produção multimídia discente em páginas únicas
em diversas redes sociais. Entre frustrações e acertos, percebeu-se que as expectativas de cada um dos grupos – discentes e docentes – eram
bastante diferentes, assim como seus timings e valores profissionais e conclui-se que muitos dos estereótipos relacionados à cada geração não se
atualizavam na prática cotidiana de produção noticiosa. Da pauta à veiculação, falava-se de concepções de Jornalismo quase que antagônicas.
Diferenciar fato e opinião, apurar para além do que está disponível na Internet, questionar fontes e enquadramentos noticiosos, creditar
imagens, produzir de acordo com a linguagem de cada meio foram alguns dos desafios enfrentados para o alinhamento das expectativas de
acadêmicos e professores. Ao observar os resultados de audiência nas redes sociais, percebeu-se mais uma vez que o que se esperava em termos
de comportamento geracional não se efetivava e novas questões foram levantadas. Ainda sem a consolidação do modelo de produção
laboratorial multimídia e multitarefa e com muitas perguntas ainda sem resposta, o ano de 2020 chegou trazendo novos desafios, para cujo
entendimento a lente dos estudos geracionais também pode ser útil. O Ensino Remoto Emergencial e a virtualização da experiência de sala de
aula demandaram esforços de adaptação não apenas dos docentes. Os alunos também tiveram que se reinventar não apenas assistir as aulas,
mas para dar continuidade às atividades práticas e laboratoriais, imprescindíveis para sua formação em Jornalismo, profissão que se
reconfigurava a cada novo dia de pandemia em meio às exigências de distanciamento social. Muitos resultados positivos e surpreendentes foram
alcançados, enquanto vários projetos tiveram que ser adiados.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Economia Criativa


JORNALISMO
Economia Criativa
Curso: JORNALISMO
Título: ANÁLISE DE DISCURSOS MACHISTAS E RACISTAS NA CONSTRUÇÃO DA MULHER NEGRA EM REPORTAGENS
JORNALÍSTICAS
Autor(es): Maria Eduarda de Almeida Dias; Fernanda Maria Cicillini Braga
E-mail para contato dias.mariaeduarda@outlook.com IES: ESTÁCIO RIBEIRÃO PRETO
Palavra(s) Chave(s): Racismo; mulher negra; análise do discurso; reportagem jornalística; machismo,
RESUMO
Historicamente, o jornalismo é reconhecido por ser um, ou o único, produto social isento de opinião e interesse. Por isso, não há contestações
das informações e dos conteúdos disseminados pela mídia. Entretanto, se há comunicação, seja textual ou imagética, há discurso. Segundo Eni
Orlandi, discurso é o resultado de um processo de comunicação em que a ideologia, a história e os mecanismos linguísticos se convergem em um
único ato: comunicar. Se, há comunicação, há ideologia, como o jornalismo poderia ser isento de opinião ou interesse, apenas transmitir
informações? Como poderia refletir, em suas matérias, apenas a realidade? Então, todas as personagens que aparecem nas reportagens são
apenas reflexos do que realmente existe, sem edição, subjetividade e processos discursivos? Pensando pela teoria do Espelho, que afirma um
jornalismo isento e objetivo, refletidor da realidade, quando a mulher negra aparece nas matérias, ela é apresentada como realmente é ou como
a sociedade historicamente a enxerga, como os discursos destinados a ela, permitem? De acordo com a jornalista, escritora e pesquisadora,
Djamila Ribeiro, a mulher negra, por não ser branca (racismo) e nem homem (machismo), está inserida no lugar mais baixo da sociedade, na base
da pirâmide social. E então, como essa mulher pode ser representada pelas reportagens jornalísticas? A Teoria do Newsmaking traz os
subsídios para o entendimento e comprovação de que produtos jornalísticos são produzidos e não isentos de opinião, refutando a teoria do
Espelho e apresentando um novo jornalismo: o manipulado.Porém, é necessário entender a teoria para compreender o conceito de manipulação,
que não tem uma carga pejorativa e sim de produção e modificação, como qualquer produto (reportagem/matéria/notícia), que é resultado de
um trabalho em cima de uma matéria-prima (informação).Assim, a Teoria do Newsmaking traz a ideia de rotina industrial dentro das redações
jornalísticas. O jornalista não é tem autonomia total ao produzir uma reportagem, ele é apenas um dos agentes necessários nesse processo e que
deve seguir critérios e limites impostos pela organização que trabalha (PENA, 2013).A teoria também aponta que a isenção de opinião não ocorre
porque o processo produtivo é subjetivo. Tais subjetividades são encontradas nas diretrizes da organização, na cultura jornalística, nos critérios
de noticiabilidade, na edição e na distorção involuntária. Pela Análise do Discurso (AD), a subjetividade é entendida como o próprio discurso e
todos os processos discursivos. Portanto, o jornalismo não poderia ser isento de opinião, já que é formado por sujeitos e esses, por discursos e
ideologias. Por meio da AD foi possível explicar e conceituar processos e relações do discurso jornalístico que são entendidos como subjetividades
ou até mesmo, a distorção involuntária. Com essa breve apresentação do estudo, percebe-se a necessidade em questionar em quais
estruturas o racismo e o machismo podem estar presentes, como podem impactar na sociedade e qual a contribuição das produções jornalísticas
para tais condutas sociais. Desse modo, se há no jornalismo discurso, a subjetividade não explicada, dentre outros processos de manipulação
observados pelo Newsmaking, como a mulher negra (que recebe o racismo e o machismo) é construída e apresentada nas matérias jornalísticas?
O objetivo dessa pesquisa foi analisar a possível existência de discursos machistas e racistas no jornalismo na representação da mulher negra.
Também, identificar a relação entre jornalismo e opinião pública, como os discursos jornalísticos são produzidos e os impactos na sociedade.
Deste modo, foi realizada a pesquisa exploratória qualitativa, na qual foi realizado um levantamento teórico sobre o racismo, o machismo, as
teorias jornalísticas, os processos e características de cada meio analisado (televisão, impresso e web). Ainda, tendo como objetivo identificar a
relação jornalismo-opinião pública e o impacto na sociedade, com subsídio da teoria da Espiral do Silêncio, pode-se fazer uma análise mais
robusta, com discussões sobre os impactos dos discursos jornalísticos na sociedade de modo geral, mas também na comunidade negra,
principalmente para a mulher negra. Pode-se identificar tal relação por meio dos critérios de noticiabilidade, onde o interesse da elite e dos
dominantes é sempre atendido. Desse modo, a opinião dos dominados não é ouvida, esse grupo é silenciado e entende-se que o que é noticiado
é do interesse público, da opinião pública. Essa dinâmica reforça ainda mais o conceito distorcido de opinião pública, que nada mais é do que a
opinião dos dominantes (ALEXANDRE, 2017). Desse modo, pode-se perceber como o jornalismo está relacionado com a opinião dominante,
como o seu discurso silencia grupos e permite a permanência da estrutura social, onde há hierarquias formadas e sustentadas por discursos
racistas e machistas. Pela contribuição da AD, entende-se como se dá a permanência de tais discursos: por das modificações que eles podem
sofrer, mas ainda se ligam ao ideal inicial. Há uma relação muito sólida entre o racismo e o discurso. No Brasil, o racismo é estrutural e está
presente na atitude da população, entretanto, o que o faz ser tão aceito pela sociedade é a ideologia da harmonização ou democracia racial.
(SCHUMAN, 2010).Percebe-se como o discurso racista é modificado na estrutura brasileira, passando de um preconceito, concebido na
escravidão, e sendo aceito, pelo ideal da harmonização racial. O seu primitivo, o seu verdadeiro significa, continua e é o que fundamenta a
estrutura social. Entretanto, ele tem outro tom, outro modo de ser falado. Mas como explicar os discursos machistas? O machismo é um sistema
de representações simbólicas que está difundido na sociedade e o que garante o funcionamento dessa por meio dos ideais de dominância e
submissão de gêneros, entre homens e mulheres, respectivamente. (DRUMONT, 1980).Assim, é possível perceber que para ter a configuração
social, uma hierarquia, é preciso de uma estrutura e de um sistema, que irão permitir a existência das posições sociais e dos controles que uma
tem sobre as outras. E o discurso, entra como um dos pilares que permite esse sistema. Há uma interdependência entre discurso e estrutura,
assim como entre opinião dominante e jornalismo, sendo que todos têm o mesmo objetivo: dar garantir a permanência da estrutura social.
Então, é possível inferir que o discurso jornalístico é machista e racista ao falar especificamente da mulher negra? Pelas teorias, a pergunta desse
estudo já foi respondida, com toda a pesquisa exploratória apresentada. Entretanto, ainda é necessário mostrar as identificações analisadas nos
produtos jornalísticos. Para isso, foram analisadas onze reportagens jornalísticas de três grandes veículos de massa: três do impresso A Folha de
São Paulo, quatro do digital O Estado de São Paulo (Estadão), e quatro do televisivo Jornal Nacional. Pelas análises textuais, foi possível observar
que não há uso de pronomes possessivos e, em alguns casos, pessoais nas falas e nos textos que se referem à mulher. Diferentemente, para
outros personagens (homens e mulheres brancas e homens negros), esses pronomes são usados. Foi identificado também a mulher sendo
retratada como objeto, com o uso de expressões como “minha mulher”, falada por homens. Entende-se, no contexto, que essa expressão é um
sinônimo para “minha esposa”, por exemplo. Entretanto, o pronome possessivo somado ao sujeito mulher retrata a ideia dessa ser posse do
homem, como um objeto e mostrando a relação de dominância e dominados que macho e fêmea têm (DRUMONT). Foi observado também que,
para trazer mais sentido aos textos e diferenciar melhor os grupos, os jornais usaram termos, expressões e palavras para criar o grupo
desempregado, com sentido depreciativo, e o grupo empregado/empresários, com tom positivo. A mulher negra foi retratada, não apenas pelas
palavras, mas também pelas imagens, como a representante do grupo desempregados. Nas reportagens telejornalísticas, todos os offs que falam

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Economia Criativa


JORNALISMO
de desemprego apresentavam uma imagem de mulher negra. A sua imagem também é associada a baixa qualificação profissional e a uma
estética fora do padrão de beleza. Nenhum negro foi apresentado como um especialista. Apenas em uma reportagem, uma mulher branca foi
especialista. Deste modo, pode-se inferir que tanto na parte teórica quanto prática, a dinâmica dos discursos jornalísticos e opinião pública
existe e corrobora para o perpetuamento dos discursos racistas e machistas. Ela é observada no modo de produzir e apresentar as reportagens,
influenciando diretamente a opinião dos dominados.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Economia Criativa


JORNALISMO
Economia Criativa
Curso: COMUNICAÇÃO SOCIAL
Título: JORNALISMO IMPRESSO PREMIUM É EXPANDIDO EM DIFERENTES FORMAS E TELAS NA PANDEMIA
Autor(es): Rafael Otávio Dias Rezende; Marco Aurélio Reis
E-mail para contato rafaelodr@yahoo.com.br IES: UFJF
Palavra(s) Chave(s): Jornalismo impresso; jornalismo premium; multimídia; webjornalismo; COVID-19.
RESUMO
Os jornais impressos tiveram de reagir à pandemia de COVID-19 em todo o mundo. O isolamento social, as bancas fechadas e o medo de contrair
o vírus a partir de objetos manipulados por contaminados se tornaram obstáculos a serem enfrentados pela cadeia produtiva do jornalismo
impresso. A esses fatores, somou-se o home office de repórteres para evitar as aglomerações em redações. No Brasil, ainda foram acrescentados
os ataques sofridos pela imprensa por autoridades contrárias à divulgação dos números de mortos e infectados pela pandemia e resistentes em
relação a cobranças sobre ações coordenadas de combate à propagação da doença, que até abril de 2021 causara a morte de mais de 400 mil
pessoas em todo o país. Dessa forma, a proposta da pesquisa é levantar as ações desenvolvidas pelos principais jornais brasileiros, no eixo Rio de
Janeiro e São Paulo, de modo a pensar no jornalismo impresso durante a pandemia. Investiga-se, sobretudo, de que forma essa cadeia produtiva
reagiu expandindo, para além do impresso, os seus conteúdos para diferentes telas e distintas formas de fruição. O radiojornalismo expandido já
existia desde a rádio web, os podcasts das emissoras e outras mediações e interações radiofônicas em plataformas digitais de comunicação
(KISCHINHEVSKY, 2016). O telejornalismo também se expandiu (SILVA e MODESTO, 2016) com a apropriação de redes sociais digitais, aplicativos
e ações em streaming, tais como a plataforma digital Globoplay e os podcasts do Jornal da Globo, entre outras. Com o objetivo de levantar as
principais estratégias dos jornais O Globo (RJ), O Estado de S. Paulo (Estadão) e Folha de S. Paulo, observou-se, ao longo de 2020, os três
periódicos, a partir da metodologia estudo de caso (YIN, 2001). Esse método consiste em uma análise qualitativa a partir de uma indagação
empírica que investiga um fenômeno contemporâneo em profundidade e dentro de um contexto específico. A partir da exploração de eventos
reais, pretende explicar, explorar ou descrever esses fenômenos. Tem sua aplicação quando o pesquisador busca uma compreensão extensiva e
com mais objetividade e validade conceitual, do que propriamente estatística. Os jornais foram selecionados como objeto porque, segundo a
empresa estadunidense de análise da internet Comscore, O Globo teve, em média, 28,8 milhões de visitantes únicos por mês em 2020, liderando
o segmento de grandes jornais no Brasil. Já a Folha ficou em segundo, com 24,2 milhões; seguida pelo Estadão, com 15,2 milhões. Com foco neste
objetivo, a pesquisa identificou janelas comparativas nas diferentes fases da cobertura jornalística na pandemia, tomando como base estudo
sobre o telejornalismo (THOME et al., 2020), e as comparou com o mesmo período no ano de 2019, imediatamente anterior à decretação da
pandemia mundial de COVID-19. Ao objeto da investigação, foram levados questionamentos sobre as estratégias de produção, de distribuição,
manutenção de assinantes e conquistas de novas assinaturas. Dentro do sistema aberto por Amálio Pinheiro e Cecilia Almeida Salles et al., na
coletânea de artigos do livro referencial intitulado “Jornalismo Expandido” (2016), e tendo em perspectiva epistemológica o conceito de
jornalismo pago ou premium (THOMPSON, 2013), a pesquisa identificou ações que se intensificaram em 2020, mas vinham sendo implantadas
anteriormente. Entre elas, a captação de assinantes por meio do WhatsApp usando memes em grupos específicos. Também viu aumentar o
número de artigos informativos-opinativos, ampliar a quantidade de podcasts de jornais e intensificar a oferta de acesso a conteúdos por meio de
aplicativos com réplicas das edições impressas. Identificou ainda ações multimidiáticas inovadoras, tais como uso de drones para fazer entrevistas
à distância, de forma a respeitar o isolamento social, em ação que ganhou destaque na imprensa especializada. Por fim, o estudo percebeu
interações mais diretas em busca de pagantes de conteúdos especiais, os premiums, tais como ações de arquitetura da informação para
localização de potenciais assinantes entre os visitantes de suas plataformas digitais.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Economia Criativa


COMUNICAÇÃO SOCIAL
Economia Criativa
Curso: FOTOGRAFIA
Título: LITERATURA E NARRATIVAS IMAGÉTICAS: A FOTOGRAFIA DE MAUREEN BISILLIAT
Autor(es): Adriana Maria de Assumpção
E-mail para contato professoraadrianaassumpcao@gmail.com IES: UNESA
Palavra(s) Chave(s): LITERATURA-FOTOGRAFIA-IMIGRANTES-MAUREEN BISILLIAT
RESUMO
O interesse por este tema de pesquisa nasceu durante os estudos desenvolvidos pela autora a respeito de fotografia e imigração. As leituras de
alguns autores (LISSOVSKY, 2013; MAUAD, 2008; MONTEIRO, 2016) foram impulsionando um desejo antigo de se debruçar sobre fotografias de
mulheres que não só empreenderam uma jornada desafiadora, como também estimularam o desenvolvimento da fotografia no Brasil. Na
pesquisa exploratória, encontramos um catálogo da exposição “Uma revolução de imagens nos anos de 1960”. Organizada pela Caixa Cultural,
apresentava fotógrafos do Jornal Correio da Manhã na referida década. Dentre os dezoito fotógrafos destacados pela curadora da exposição, não
encontramos nenhuma mulher. A hipótese surgida nesse contexto reside no fato que algumas mulheres fomentaram o desenvolvimento da
fotografia no Brasil, ao imigrarem para o país. O nosso interesse de pesquisa reside no campo da fotografia e, particularmente, em mulheres
fotógrafas. No ano de 2020 ao falar em uma live sobre mulheres na fotografia, a fotógrafa Marcia Foletto, afirmou que ainda hoje existe um
número pequeno de mulheres na área de fotojornalismo. Esta informação trouxe ainda mais estímulo para iniciar o estudo em questão. A
relevância da pesquisa se justifica pela escassez de dados sobre fotógrafas e, particularmente, no que diz respeito ao mapeamento da presença
de mulheres nas chefias de redações e dos departamentos fotográficos dos jornais, o que também pode ser confirmado em premiações. Segundo
Ferreira e Claassen (2018) a categoria de Fotografia do Prêmio Esso de Jornalismo, premiou, em 55 anos de existência, somente duas mulheres:
Isa Nigri e Wania Corredo. Também buscamos entender como mulheres encontraram os espaços para publicar seus trabalhos, visto que não
havia estímulo para essa fotografia em veículos, como por exemplo, redações de jornais e revistas. A fotógrafa Claudia Andujar, que migrou para
o Brasil em 1955 e se tornou uma importante referência na fotografia, conta que em 1959 ofereceu seu trabalho para a Revista Cruzeiro e foi
rejeitada veementemente. Segundo ela, o editor da revista - desrespeitando totalmente o trabalho que ela apresentava, desenvolvido com os
povos yanomamis – disse em tom categórico: “Mulher aqui não tem lugar, mulher não pode ser fotógrafa” (ANDUJAR, 2018, P.164). Destacamos
a afirmação de Lyssovsky (2013) a respeito da história da fotografia brasileira, quando o autor aponta a existência de uma lacuna nas pesquisas
sobre fotógrafos que migraram para o Brasil e contribuíram significativamente com o desenvolvimento da fotografia no país. Como recorte de
estudo, pretendemos analisar o trabalho da fotógrafa Maurren Bisilliat produzido entre os anos de 1962 até 1992, resgatando sua trajetória
profissional. Escolhemos esse recorte temporal em virtude deste período corresponder ao momento de produção intensa da fotógrafa. O
interesse de pesquisa se concentra na análise das fotografias e publicações, buscando compreender aspectos das narrativas imagéticas criadas,
bem como sua relação com o texto literário, forte inspiração dos seus trabalhos. Nascida em 1931, chegou ao Brasil em 1952 e, posteriormente
se radicou no país. Os cenários brasileiros retratados são inspirados em textos literários, criando uma proposta que une poesia e arte. Suas
inspirações nascem com obras de grandes escritores brasileiros como Guimarães Rosa, Carlos Drummond de Andrade, Euclides da Cunha, João
Cabral de Melo Neto, Adélia Prado e Jorge Amado. Pretende-se assinalar o que é particular na história da produção das fotografias e, nesse
sentido, o aporte teórico para análise deverá ser oriundo das reflexões de autores como Susan Sontag, Roland Barthes, Boris Kossoy. A questão
da invisibilidade feminina no mercado de trabalho vem sendo abordada por estudos acadêmicos nas últimas décadas (MATOS,2002; TEIXEIRA,
2009; MONTEIRO,2015) e, podemos destacar alguns recortes no que diz respeito ao mercado de trabalho e trabalho doméstico, cor, raça,
condições sociais e formação acadêmica. No que diz respeito ao mercado de fotografia no Brasil, o tema é abordado por diferentes autores
(FERREIRA E CLAASSEN, 2018; SILVA, 2018; SOARES, FEITOSA E JUNIOR, 2018) que reafirmam a necessidade de estudos que problematizem esta
questão para que novas produções acadêmicas sejam desenvolvidas e possam subsidiar reflexões sobre mulheres e o campo da fotografia. Em
publicação recente, Moura (2020) aborda a desigualdade de gênero no campo dos livros de fotografia e apresenta dados após uma
sistematização organizada com informações da “Base de dados de Livros de Fotografia”. Segundo a autora, um levantamento realizado na
fotografia - especialmente no que diz respeito a participação em prêmios, convocatórias, livros e exposições – em consonância com produções
acadêmicas e depoimentos de fotógrafas, evidencia uma história de desigualdade e invisibilidades. No artigo citado apresenta alguns desses
dados como: No World Press Photo, premiação conhecida internacionalmente, aparecem apenas 15% a 17.5% de inscrições para o prêmio
anualmente concedido e, no que diz respeito aos finalistas 12% em 2018, 32% em 2019 e 13% em 2020. Também afirma que em grande parte dos
jornais com visibilidade internacional, as mulheres fotógrafas não assinam nem 30% das fotografias que são publicadas em destaque na capa.
Assim como Ferreira e Claassen (2018) ressalta que o Prêmio Esso de Fotografia possui dentre os vencedores da categoria Fotografia apenas 3,6%
(2 fotógrafas em 55 edições da premiação) de mulheres no período compreendido entre 1961 e 2015 o que corrobora nossa justificativa para
essa pesquisa. As mulheres estiveram envolvidas com e na fotografia desde seus primórdios, como reflete Naomi Rosenblum (apud Moura,2020),
em seu livro History of Women in Photography, onde compilou 270 produções de mulheres e, afirmou que as fotógrafas foram invisibilizadas em
grande parte da história da fotografia. Objetivamos contribuir na construção de estudos teóricos sobre mulheres e o desenvolvimento da
fotografia brasileira, por meio de uma investigação que propicia a construção de um saber oriundo da empiria e a proposição de novas pesquisas
no universo acadêmico. Os objetivos deste projeto de pesquisa se organizam em duas ordens: uma de natureza teórica epistemológica e outra de
natureza prática empírica. No plano teórico, pretendemos investigar a literatura sobre fotografia, particularmente, aquela produzida por
fotógrafas mulheres, por meio do levantamento bibliográfico e reflexão sobre fotografia, mulheres, análise do trabalho de fotógrafas brasileiras.
No que diz respeito à prática empírica, pretendemos realizar um mapeamento de eventos expositivos e livros organizados com o trabalho da
fotógrafa Maureen Bisilliat entre os anos de 1962 e 1992. Como objetivos específicos pretendemos construir uma investigação acerca do papel
social de fotógrafas e, especialmente, de Maureen Bisilliat; Refletir teoricamente sobre a fotografia no Brasil e o papel documental da fotografia,
por meio da análise do trabalho da fotógrafa. Nossa busca está fundamentada no “desvendar a imagem” e seus múltiplos sentidos (SONTAG,
2004, p.17), com o intuito de conhecer “para além das aparências”, pois fotos são uma forma de interpretar o mundo. O propósito do estudo é
desenvolver uma pesquisa qualitativa, com caráter exploratório, buscando compreender a prática da fotografia e suas relações com o contexto
histórico e social. Buscamos o questionamento dessa representação restrita de mulheres na Fotografia. Entendemos que a luta é também por
uma história da fotografia que se inscreva na perspectiva da diversidade. A pesquisa se encontra na fase inicial e, neste momento estamos
realizando a revisão da literatura e o mapeamento de eventos (exposições fotográficas) organizados com o trabalho da fotógrafa Maureen
Bisilliat no Brasil, bem como entrevistas e textos que tratam de sua obra. Para este mapeamento, foram criadas categorias distintas como
imagens, livros publicados, entrevistas concedidas, textos publicados em jornais e revistas. Esse mapeamento nos permitirá construir uma análise

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Economia Criativa


FOTOGRAFIA
sobre a produção da fotógrafa e sua inserção no mercado fotográfico brasileiro. Também buscamos analisar as singularidades do trabalho da
fotógrafa, tensionando-as com as referências teóricas do estudo. Nesta fase da pesquisa nos concentramos no acervo do Instituto Moreira Salles
(IMS), que possui 40.000 imagens e, dentre elas, o acervo da fotógrafa que é o foco deste estudo, com cerca de 1140 fotografias. Sua obra
completa foi incorporada ao acervo do IMS em 2003 constituído por 16.251 imagens, entre fotografias, negativos em preto e branco e cromos
coloridos.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Economia Criativa


FOTOGRAFIA
Economia Criativa
Curso: DESIGN GRÁFICO
Título: O DESIGNER NA DIVISÃO SOCIAL DO TRABALHO: UMA INVESTIGAÇÃO SOBRE SEU PAPEL SOCIAL E O TRABALHO
CRIATIVO
Autor(es): Joana Martons Contino
E-mail para contato joanacontino@hotmail.com IES: UNESA
Palavra(s) Chave(s): Design; divisão social do trabalho; trabalho criativo
RESUMO
A pesquisa aqui apresentada, desenvolvida durante o ano 2020 no Programa Pesquisa Produtividade da UNESA, teve como tema central o papel
social do designer. Para sua realização partimos do pressuposto de que a divisão social do trabalho é fundamentada na separação entre
concepção e execução e que a própria atividade do designer surge, na Revolução Industrial, como consequência da necessidade da indústria
nascente de separar a atividade de conceber da atividade de executar a produção. Com a manufatura dividida em processos realizados por
diferentes trabalhadores, se fez necessária a adição de mais um estágio na produção: o da preparação de instruções para os executores das
mercadorias, um estágio de design. Ambos os tipos de profissionais, tanto os responsáveis pelas tarefas de concepção quanto os ocupados com a
execução, são constituintes do trabalhador coletivo, que é composto de diversas funções parciais que podem ser mais simples ou mais complexas
e que são realizadas por trabalhadores individuais com diferentes graus de formação e, consequentemente, papeis sociais diferentes. Assim, a
divisão social do trabalho colocada em prática com o advento da indústria e que se mantém até os dias de hoje, desenvolveu uma hierarquia das
forças de trabalho, a que corresponde uma escala de salários e, junto com ela, a separação dos trabalhadores em qualificados e não qualificados.
O trabalho manual, quanto mais é parcelado, menos prescinde de preparação e qualificação e é, portanto, menos valorizado. Se a concepção
governa a execução e as atividades produtivas são planejadas antes que o projeto seja posto em andamento, o trabalho de concepção ganha um
lugar mais alto na escala hierárquica das ocupações. A atividade que, no século XVIII, deu origem ao design tem caráter normativo e engendrou a
moderna atividade projetual de design. Isso significa que ela surgiu com o propósito de criar normas a serem seguidas pelos trabalhadores da
execução. Somado ao seu caráter normativo, há ainda um elemento que merece destaque na atividade do designer: o seu aspecto criativo. Esse,
muitas vezes, é percebido no Campo do Design como o principal atributo da profissão. No interior da divisão social do trabalho, as ocupações
relacionadas à criatividade (sobretudo as artísticas) são percebidos como “especiais” e “diferentes” das dos outros trabalhos. É bastante
difundida a ideia de que o artista (ou no caso aqui, o profissional de design) é diferente das “pessoas comuns” devido ao seu “gênio artístico”. Em
decorrência desse duplo aspecto da atividade – a função de concepção e o trabalho criativo – o designer, aparentemente, está em uma posição
privilegiada na hierarquia da divisão social do trabalho. Entretanto, como já mencionado, o designer faz parte do trabalhador coletivo, logo,
essencialmente não se difere dos trabalhadores que desempenham funções ligadas à execução ou não criativas. E, pelo observado
empiricamente na prática docente e em pesquisas pregressas da autora, o discurso que legitima essa sensação de superioridade é predominante
no campo. Assim, o objetivo central da pesquisa realizada foi o de verificar a ressonância desse discurso e o impacto que ele causa na percepção
dos futuros profissionais de design acerca da sua própria prática laboral e do seu papel social. Para tal, foi realizada, em uma primeira etapa,
pesquisa bibliográfica e documental, buscando identificar, em publicações contemporâneas do Campo do Design, qual é o discurso dominante no
campo acerca do papel social do designer, da sua posição na divisão social do trabalho, da sua relação com os demais trabalhadores envolvidos
nos processos produtivos e sobre as características do seu trabalho criativo. Fizeram parte do acervo pesquisado, livros de design e publicações
digitais (sites e blogues) que têm grande alcance entre os pares do campo. Na segunda etapa da pesquisa, de modo a compreender como esse
discurso impacta os estudantes de design e a observar as possíveis especificidades das práticas discursivas e dos seus impactos nos sujeitos de
cada uma das áreas do design, foram aplicados questionários a alunos e ex-alunos formados há no máximo dois anos em cursos de design das
diversas habilitações da profissão e de diversas universidades. Foram 142 respondentes e não foi observada variação significativa de respostas em
função de Universidade ou habilitação, havendo, portanto, padrões gerais de respostas. Entre os pontos observados, destacaram-se aqueles
ligados ao trabalho do designer e à criatividade. Quando solicitados a listar 3 palavras ou expressões que consideravam definir o trabalho do
designer, 104 estudantes, o equivalente a 73% das respostas, utilizou o termo “criatividade/criação” ou correlatos como “inspiração”, “arte”,
“inovação”. Essas respostas confirmaram que, assim como no restante do Campo do Design, que inclui os profissionais da área, docentes e
autores, os estudantes também percebem a criatividade como o principal atributo da profissão. Quando solicitados a mensurar a importância do
design na sociedade em uma escala de 1 a 5, apenas 1 aluno marcou o número 3. Do restante, 112 (78,9%) consideram que o design está no
ponto mais alto da escala de importância e 29 (20,4%) marcaram o número 4. Ou seja, praticamente todos os respondentes percebem o design
como sendo muito importante socialmente. Na pergunta seguinte, os alunos deveriam explicar o motivo pelo qual têm essa opinião. Como a
questão era aberta, houve uma grande variedade de respostas. No entanto, foi possível destacar alguns padrões de formulações com o mesmo
sentido, ainda que expressas de formas distintas por cada um dos estudantes. O primeiro deles e o mais recorrente é “o design soluciona
problemas e facilita a vida das pessoas”. O segundo, o design é “capaz de materializar ideias” e, finalmente, o design “movimenta o mundo e, sem
ele, a vida seria monótona porque não existiria novidade”. Curiosamente, apenas dois alunos forneceram respostas com teor mais crítico,
relacionando o design com o funcionamento do modo de produção capitalista e incentivo ao consumo. A análise dos dados coletados através
dos questionários corrobora com as percepções iniciais acerca do trabalho criativo elaboradas nas etapas anteriores deste projeto por meio da
pesquisa bibliográfica e documental. Verificou-se que os designers recém-formados e estudantes de design percebem sua atividade como sendo
predominantemente criativa e conferem a ela, em função dessa característica, um lugar "especial" na divisão social do trabalho. Isso ocorre a
despeito do fato de, na prática concreta, o design exigir dos seus profissionais, como qualquer outra profissão qualificada, outros atributos além
da capacidade criativa e também diversos conhecimentos técnicos. Observou-se também que, seguindo o padrão de boa parte das publicações
do campo, houve pouco conteúdo crítico nas respostas obtidas. Isso demonstra que os alunos e ex-alunos de design reproduzem sem reflexão
aprofundada um discurso que ecoa no Campo do Design que coloca a profissão como "solucionadora de problemas". A ênfase no trabalho
criativo do designer camufla um fato extremamente importante: por mais alto que seja o grau de imaginação artística, inovação e originalidade
apresentado em um projeto de design, ele não é feito para expressar a criatividade e imaginação do designer, mas para tornar os produtos mais
vendáveis e lucrativos. De modo diverso do que é amplamente aceito pelo Campo do Design, conclui-se que o trabalho do designer não deve ser
visto como “especial” por ser ligado à criação. Defende-se que ele é uma prática coletiva que não se concretiza sem a participação dos
trabalhadores que executam os projetos e, essencialmente, é uma atividade profissional que não difere em nada das outras atividades laborais no
contexto do modo de produção capitalista em sua razão de ser: produção de mais-valia e aumento da acumulação de capital. E, ao que parece,
essa percepção escapa aos estudantes de design, que acabam reproduzindo o discurso predominante no campo que coloca o design em um

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Economia Criativa


DESIGN GRÁFICO
patamar superior e aparentemente descolado de uma análise crítica da profissão e da sua relação com a sociedade.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Economia Criativa


DESIGN GRÁFICO
Economia Criativa
Curso: DESIGN DE MODA
Título: UMA LEITURA DA SOCIEDADE CARIOCA DO SÉCULO XIX ATRAVÉS DA MODA NOS ESCRITOS DE JÚLIA LOPES DE
ALMEIDA
Autor(es): Paula Campos de Castro; Ezidras Farinazzo Lacerda Filho
E-mail para contato paula.castro@estacio.br IES: ESTÁCIO JUIZ DE FORA
Palavra(s) Chave(s): Moda; Literatura; Sociedade; Júlia Lopes de Almeida
RESUMO
O presente trabalho objetiva trazer uma reflexão sobre a escrita de Júlia Lopes de Almeida (1862-1934), na tentativa de compreender a
importância de seus relatos sobre a indumentária na representação de suas personagens e na construção de suas personalidades. Para isso será
utilizada sua contribuição para a revista quinzenal A Mensageira, lançada em 1897 pela escritora e feminista Presciliana Duarte de Almeida. O
recorte histórico da pesquisa está concentrado no fim do século XIX e início do século XX, onde a ascensão da burguesia brasileira e a necessidade
da alta sociedade de impor sua condição social serão resgatadas e, o presente trabalho, trata a moda nascida nesse período, juntamente com a
modernidade, buscando em Walter Benjamin conceitos que auxiliem sua delimitação, pois alguns estudiosos a consideram um fenômeno
efêmero e extravagante. Já o termo indumentária será utilizado para designar peças do vestuário, como vestidos, casacos, calças, entre outros e
também acessórios, sapatos e penteados. Para as interpretações propostas, também será importante o conhecimento dos costumes de vestir
dessa época, não só no Brasil, como também na Europa. Da mesma forma, será necessária uma melhor compreensão de alguns conceitos acerca
da moda, que servirão de base para as análises. Com uma linguagem leve e simples, Júlia Lopes de Almeida cativou seu público: escreveu e
publicou mais de 40 volumes entre romances, contos, narrativas, literatura infantil, crônicas e artigos. Foi abolicionista e republicana e mostrou,
em suas obras, ideias feministas e ecológicas.Além disso, percebe-se, nas obras de Júlia Lopes de Almeida, a descrição, não só de lugares, mas
também de suas personagens, na tentativa de retratar a sociedade na qual ela estava inserida. Os costumes e as roupas usadas por suas
personagens permitem que o leitor identifique, por exemplo, sua classe social e até mesmo sua origem.Portanto, a proposta do trabalho é
analisar qual a função da indumentária na construção de seus textos.Grande parte de sua literatura apresenta ao leitor costumes, localidades e
personagens que retratam o comportamento da sociedade na qual suas histórias estão inseridas. A escritora narra o cotidiano de sua época a
partir de um olhar feminino, apresentando um período marcado por grande transição da sociedade e da moda, acompanhada por sua
democratização, visto que a afirmação da burguesia trouxe consigo um novo estilo de vida e novas regras. O presente trabalho trata a moda
nascida nesse período juntamente com a modernidade, buscando em Walter Benjamin conceitos que auxiliem sua delimitação, pois alguns
estudiosos a consideram um fenômeno efêmero e extravagante. O termo indumentária será utilizado para designar peças do vestuário, como
vestidos, casacos, calças, entre outros e também acessórios, sapatos e penteados. Trata-se de uma pesquisa baseada em consulta bibliográfica,
pesquisa de fontes primárias e secundárias e também na utilização do método de dedução, ou seja, na observação e análise do papel da
indumentária na obra da escritora Júlia, utilizando seus textos como fonte primária. Além disso, trará um levantamento do vestuário utilizado
pelos diversos grupos sociais que compunham o panorama social durante o fim do século XIX e início do século XX, para, a partir daí, desenvolver
um paralelo entre as roupas e os acessórios das personagens e o que a autora pretendeu representar em sua obra. A pesquisa inicia trazendo um
pouco sobre a história da moda, com ênfase no período que vai do fim do século XIX ao início do século XIX, assim como sua influência e sua
repercussão no Brasil naquelas décadas e sua importância no auxílio da compreensão dos hábitos, dos costumes e estilos de vida.Para utilizar a
moda como base de análise, é necessária uma melhor compreensão de sua evolução histórica. Portanto, para melhor contextualizá-la
recuperaremos sua trajetória ao longo dos séculos. O trabalho irá utilizar como referências históricas gerais, as obras de James Laver (1989), A
Roupa e a moda: uma história concisa, de Anne Hollander (1986), O sexo e as roupas: a evolução do traje moderno, de Carl Kohler (2001),
História do Vestuário, e, de Juliana Schmitt (2011), Entre o indivíduo e o coletivo.É importante esclarecer que serão utilizadas as referências que
associam o surgimento da moda à emergência do capitalismo mercantil na Europa. Porém, com o objetivo de mostrar as modificações que a
indumentária sofreu ao longo da história da humanidade, também será feito um breve relato sobre os hábitos de vestir dos povos da
antiguidade.Do mesmo modo, se mostra importante uma pesquisa mais profunda sobre os reflexos da moda no Brasil, suas referências e
construção. Trazendo sua história a partir da chegada da família real portuguesa em 1808, serão utilizadas referências encontradas nos estudos
de João Braga e Luís André do Prado (2011) em História da moda no Brasil, Gilda Chataigner (2010), em História da moda no Brasil, Rosane Feijão
(2011), em Moda e modernidade na Belle Époque carioca, além dos historiadores Eduardo Bueno (2003) e Laurentino Gomes (2012). Por fim, o
trabalho irá recuperar as publicações de Júlia Lopes de Almeida na revista A Mensageira, para analisar a discussão feminista por trás dos textos.
Além disso, buscará um retrato da sociedade brasileira da época e mostrará como a escritora se utiliza da indumentária para expressar suas
opiniões em crônicas e ensaios presentes nos livros Livro das noivas (1898), Livro Donas e Donzelas (1906), Elles e ellas (1910).Quando um autor
cria uma história e a mesma é lida por um indivíduo, a imagem que fica associada às personagens é elaborada pelos leitores a partir de uma
referência de imagens que possuem. Para auxiliar esse processo, alguns autores utilizam a descrição. A tentativa de analisar esse processo que
ocorre com a recepção e interpretação dessa descrição passa pela semiótica, com a análise de uma imagem. A imagem não é necessariamente
algo visível, pode ser produzida na imaginação. Pode-se pensar na indumentária como uma linguagem visual que se relaciona com um texto na
composição, por exemplo, das personagens, produzindo no imaginário uma série de códigos que remetem a funções distintas. Essa linguagem
usada através dos trajes e acessórios serve de auxílio na caracterização das personagens a partir de seus valores expressos, o que contribui para a
representação de seus traços sociais e psicológicos. Encontramos no estudo de Geanneti Silva Tavares Solomon (2007), Registros realistas da
moda como parte do jogo irônico em Dom Casmurro, de Machado de Assis, que as roupas são uma parte essencial na construção da
personalidade. Para ela, a individualidade não é provida apenas por uma tradição, mas também por algo que depende de uma escolha própria, de
uma identificação ou uma falta dela. Assim, observa-se nas roupas uma forma de externar as escolhas individuais, ou seja, a caracterização das
pessoas através de sua indumentária mostra a expressão individual que reflete sobre o homem e seu grupo social.Aqui, além dos teóricos
mencionados, recorreremos também às considerações de Antonio Candido (2004), em A personagem de ficção, que serão de grande auxílio,
principalmente em relação ao papel da descrição, no texto ficcional, à questão da verossimilhança e, consequentemente, à importância da
construção, apresentação, descrição das personagens na composição dos romances.Alguns recursos, como a descrição das vestimentas, podem
auxiliar na composição dessas personagens e se tornar um instrumento importante nessa estruturação do texto, pois possibilita orientar o leitor
para uma percepção da imagem das personagens como o autor deseja que ele tenha. Essa imagem se fixa no imaginário, o que facilita a
construção e a sensação de realidade. Logo, quando se formula a imagem de uma personagem vestida com alguma indumentária, associa-se a ela
alguma lembrança de imagens já presenciadas pelo leitor. Porém, essa associação só é possível quando o autor consegue habilmente construir

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Economia Criativa


DESIGN DE MODA
esse contexto do ficcional inserido no real, isto é, no que é possível existir e acontecer. Esse fenômeno é percebido nos textos de Júlia Lopes de
Almeida, pois a autora insere a narrativa em um ambiente retratado conforme as características de sua época.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Economia Criativa


DESIGN DE MODA
Economia Criativa
Curso: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS - BACHARELADO
Título: ASPECTOS DA ARBORIZAÇÃO DE DUAS PRAÇAS NO MUNICÍPIO DE PETRÓPOLIS, RJ, BRASIL
Autor(es): Fábio de França Moreira; Juliana Marçal de Almeida Matta; Maria Paula Nobre Lopes
E-mail para contato jujumarcal22@gmail.com IES: UNESA
Palavra(s) Chave(s): Árvores; Planejamento Arbóreo; Região Serrana.
RESUMO
A arborização de espaços públicos existe desde os séculos passados, com os primeiros relatos sendo de caráter bíblico como o Paraíso no Livro do
Gênesis, outros relatos, indicam que esses espaços eram destinados somente para o uso de imperadores e dos sacerdotes. Atualmente a
arborização está focada em melhorar a qualidade de vida e o meio ambiente, além de atuar como refúgio para o ser humano, e permitir o
contato com a natureza sem sair do espaço urbano. No Brasil a arborização começou a ser utilizada a partir do final do século XIX, junto com o
processo de desenvolvimento do país, e ao longo do século XX ficou mais frequente a aparição de jardins arborizados. Essas áreas são
encontradas na maioria das cidades brasileiras, entretanto tais espaços vêm sofrendo com a falta de planejamento adequado como, por exemplo,
a má escolha de espécies vegetais, tanto em relação ao tamanho quanto sua origem. Algumas cidades possuem um plano diretor, uma lei
municipal onde está incluso diretrizes sobre o desenvolvimento das cidades, onde estão incluídas as diretrizes sobre o Meio Ambiente.
Atualmente a cidade de Petrópolis, Rio de Janeiro, considerada um local de preservação ambiental, não possui um Plano Diretor para auxiliar no
planejamento de suas praças. O presente estudo teve como objetivo analisar quali-quantitativamente a arborização das praças D. Pedro II e
Professor Wolney Aguiar, localizadas no centro histórico da cidade de Petrópolis, região serrana do Rio de Janeiro. A cidade está inserida no
bioma Mata Atlântica, dividido em: Floresta Ombrófila Densa, Floresta Submontana, Floresta Montana, Floresta Alto Montana e Vegetação
Secundária. Para a coleta de dados foi utilizado fita métrica para medir a circunferência a altura do peito (CAP), que posteriormente, a partir de
uma fórmula matemática foi transformado em diâmetro a altura do peito (DAP), chave de identificação botânica para classificação das espécies,
caderno de campo, lápis e os smartphones Lg K10 e Samsung A7 2018 para os registros fotográficos. Foi realizado um inventário das espécies e
verificou-se a origem das mesmas, foram estimadas a altura total e o DAP, analisou-se a fitossanidade e a qualidade da poda dos indivíduos, além
da observação, por vezes, de interferências na rede elétrica. Foram registrados quarenta indivíduos, distribuídos em nove espécies e cinco
famílias, deste total 52,5% dos vegetais são de origem exótica. A espécie Tabebuia chrysotricha é a mais frequente, e está presente nas duas
praças. Em relação à floração e presença de frutos, durante os meses em que o estudo foi realizado (outubro e novembro) foram encontrados 5%
dos vegetais com flores e 2% dos indivíduos com frutos. A presença de epífitas foi observada em 79% por indivíduos, sendo as bromélias
observadas em grande quantidade. Sobre a avaliação da poda, 70% dos indivíduos possuem poda classificada como ruim, e não foi encontrado
nenhum exemplar com poda classificada como boa ou regular. Das árvores estudadas, 82% possuíam boa fitossanidade e 28 indivíduos tiveram
sua poda classificada como ruim. Foi observado em apenas 10% dos indivíduos localizados na praça D. Pedro II a presença de pragas. Somente
17% dos espécimes apresentaram interferências em rede elétrica. Em relação à altura, 35% dos exemplares ficaram entre cinco e dez metros.
Apenas sete indivíduos apresentaram interferência na fiação. Nas duas praças as árvores apresentaram um bom espaçamento entre si, o que não
afeta a passagem de pedestres. Em relação ao diâmetro a altura do peito, foram registrados 10% dos indivíduos com DAP entre o intervalo de
0,25 a 0,50 metros. Diante dos resultados apresentados neste trabalho, recomenda-se a uma reavaliação do planejamento arbóreo, para avaliar a
escolha das espécies, o tipo de flor e fruto, seu porte e sua origem. Torna-se importante a orientação sobre a forma correta de realizar a poda,
através de treinamento específico dos responsáveis pela manutenção dos espaços arborizados, para que ocorra de maneira periódica com vistas
a manter uma boa fitossanidade dos espécimes, evitando o surgimento de pragas.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Economia Criativa


CIÊNCIAS BIOLÓGICAS - BACHARELADO
Economia Criativa
Curso: ARQUITETURA E URBANISMO
Título: FRAGMENTOS SÓCIO TEMPORAIS: UMA REFLEXÃO SOBRE AS AMBIÊNCIAS URBANAS DO BAIRRO DA LAPA/RJ AO
LONGO DO DIA
Autor(es): Mariana Coviello Rei Rebelo Pereira; Danilo Oliveira Saccomori; Liane Flemming
E-mail para contato marianacrrpereira@gmail.com IES: UNESA
Palavra(s) Chave(s): Lapa; Ambiências Urbanas; Diurno; Espaço Público
RESUMO
O presente trabalho é um desdobramento da pesquisa desenvolvida para o Trabalho Final de Graduação, intitulado Ressignificação da Lapa: A
recuperação do valor do Espaço Público diurno, onde se detém a aprofundar sobre as características, processos e dinâmicas de apropriação do
bairro da Lapa, no Rio de Janeiro, ao longo do dia. Aponta-se como objetivo geral refletir sobre o paradoxo efêmero entre as ambiências diurnas
e noturnas que transformam as potencialidades do bairro, traçando diretrizes de projeto para o equilíbrio na qualidade socioespacial em uma
área de grande valor cultural e histórico da cidade, buscando o encadeamento de alternativas de requalificação urbana, apoiado em preceitos de
sustentabilidade, saúde humana e justiça social. Para isso, foi definido como recorte de estudo o entorno imediato da Praça Cardeal Câmara,
também conhecida como Largo da Lapa, onde se localizam os Arcos da Lapa, a Escadaria Selaron, a Escola de Música da UFRJ, a Sala Cecília
Meireles, o Hotel Bragança, a maior parte das casas de show, como a Fundição Progresso e o Circo Voador, e os casarios tombados pelo Projeto
do Corredor Cultural; constituindo a primeira área de intervenção da APAC (Área de Proteção do Ambiente Cultural), em favor da conservação do
patrimônio cultural. Neste lócus, a justaposição de camadas morfológicas, históricas, culturais e sociais, tão pulsantes e expressivas para a
construção da imagem de bairro noturno, criam um hiato entre as temporalidades, confirmando as muitas Lapas que existem em uma mesma
Lapa. A condição descrita, reforça o valor da experiência compartilhada e da dimensão sensível, evidenciando que as ambiências se firmam no
ambiente construído pelo conjunto indissociável de dinâmicas que unificam esse lugar, como as sensações, fluxos, temporalidades, identidades,
culturas, sentimentos e memórias. Para tanto, foi utilizada metodologia qualitativa com abordagem exploratória, envolvendo revisão bibliográfica
não sistematizada. No primeiro momento, o estudo transcorreu com a aplicação de instrumentos empíricos, formalizados em questionários e
entrevistas, visando identificar os tipos de atores e modos de ocupação do recorte espacial definido. As informações se somaram à imersão dos
pesquisadores em campo, como estratégia de compreensão da realidade socioespacial no tempo presente, através da observação do ambiente
construído e das subjetividades que dele emanam, com base nos usos, fluxos e atividades dos sujeitos no território. As idas a campo aconteceram
em finais de semana, por entender que este contexto reforça a assimetria de ocupação e sociabilidade do bairro, em função da forte atratividade
do lazer noturno, quando comparado às finalidades pouco exploradas na parte matutina. Ainda que o perímetro de investigação tenha sido
estipulado, o percurso de análise contemplou uma poética sensorial, onde os corpos em movimento experienciaram e escolheram o caminho a
seguir. Neste momento, a intenção era entender como os componentes imateriais interferem em um mesmo espaço urbano-arquitetônico,
alterando por completo a sua conformação. Os resultados permitiram identificar a indissociabilidade do corpo no espaço para descrever as
atitudes experienciais traduzidas pelas ambiências. Observadas as diferenças, foi possível notar que é na claridade do dia que a Lapa mostra suas
fragilidades, com casarios fechados, boates adormecidas e a má conservação do patrimônio histórico tombado. Os poucos estabelecimentos de
uso diurno e a falta de moradias acarreta no movimento transitório e pouco fixo. Em vista disso, os Arcos se tornam o refúgio de pessoas em
situação de vulnerabilidade, e a Praça, que segue com sua imensidão quase vazia, desenvolve nos poucos cidadãos que ali perambulam, a
precisão de caminhos estratégicos e atentos, pela sensação de medo que lhes é proporcionado. À medida que o sol se põe, as mudanças
começam a acontecer. Na Lapa noturna, a mistura de cores, vozes, cheiros, sons, luzes e tribos urbanas recompõe a sua identidade paradoxal de
intelectualidade boêmia, berço da malandragem carioca. O espaço público passa a ser cenário e protagonista, influente na efemeridade dos
prazeres, apropriações, permanências e das barracas azuis que dominam a praça. A análise sobre as ambiências no Bairro da Lapa é de extrema
importância para subsidiar novos projetos, visando a recuperação do valor do espaço público diurno e no impacto que isso tende a produzir para
a área central da cidade. Evidencia-se neste caso, o conceito de Cidade Compacta, que busca integrar moradia, trabalho e lazer em zonas muito
próximas. Cabe destacar que a possibilidade dessas diretrizes está amparada por projetos e políticas públicas vigentes, como é o caso do Plano
Urbano Reviver Centro, lançado em 2021, que busca a revalorização da região central, priorizando estratégias que incentivem o seu uso
residencial. Entende-se que esse processo evocará rebatimentos expressivos na mobilidade, segurança, infraestrutura, funcionalidade e bem-
estar da população. Em síntese, a continuidade de melhorias e olhares atentos a esse lugar contribui direta e indiretamente no seu estado vital de
reterritorialização, ao redescobrir a potência das dominâncias físicas e simbólicas, comprometidas com abordagens para um futuro cada vez mais
sustentável.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Economia Criativa


ARQUITETURA E URBANISMO
Economia Criativa
Curso: COMUNICAÇÃO SOCIAL
Título: JORNALISMO E HQ: NARRATIVAS GRÁFICAS DA REALIDADE
Autor(es): Marcus Dickson Oliveira Correa; Ivana Claudia Guimaraes de Oliveira
E-mail para contato marcus.correa@estacio.br IES: ESTÁCIO FAP
Palavra(s) Chave(s): Jornalismo em Quadrinhos; narrativas gráficas; Arte sequencial;
RESUMO
Naturalmente, é difícil aceitar a ideia de que histórias em quadrinhos possam ser “jornalísticas”. Quadrinhos são tradicionalmente associados a
trabalhos essencialmente ficcionais. O jornalismo em quadrinhos vem ganhando espaço nos últimos anos. Muitas dessas grandes reportagens
desenhadas quadro a quadro são pensadas e escritas para a web, recebendo o nome de webcomics. Na visão desse trabalho, a breve reportagem
tem em alguns momentos um entendimento exemplar do uso ideal dos quadrinhos: aquele em que imagens e palavras se unem para expressar
uma mensagem de maneira única e singular, numa amálgama perfeita que é justamente o ponto mais fascinante da linguagem quadrinística. É
importante salientar que a produção do jornalismo em quadrinhos depende implicitamente de um processo criativo, em que o relato dos fatos
acontece pelo olhar do desenhista. E nesta perspectiva colocamos nossa pergunta norteadora do trabalho em questão: apesar da produção
quadrinhistica ter um relevo criativo extremamente subjetivo, é possível reconhecer esse cenário dentro da produção de reportagens? No quadro
problemático busca-se argumentar que a linguagem dos quadrinhos usa de recursos narrativos que, ainda que não imediatamente reconhecidos
como passíveis de serem usados no Jornalismo, são mais uma ferramenta para a construção do real que é a base mesmo das notícias e
reportagens mais tradicionais, no entanto identifica-se no jornalismo em quadrinhos uma ferramenta multifacetada, com os requisitos
necessários para atuar nos mais diversos gêneros seja para informar, refletir ou tomar opinião dos fatos. O objetivo principal deste trabalho é
analisar o Jornalismo em Quadrinhos, estilo de produção jornalística recente que une as técnicas de montagem de reportagens com o grafismo
das histórias em quadrinhos. Com atenção a detalhes e uso de práticas como as entrevistas, o registro fotográfico e a análise de documentação,
os quadrinhos – tradicionalmente associados com fábulas, super-heróis e outros devaneios infanto-juvenis – são tão válidos para a produção
jornalística quanto o vídeo, o áudio ou a escrita. O que se pretende nesse trabalho é simplesmente mostrar que os quadrinhos devem ser vistos
sem preconceitos como mais uma mídia que serve ao propósito de enriquecer e aumentar a abrangência da produção jornalística. Nesse sentido
a presente pesquisa pretende abordar como o formato jornalístico retrata importantes temáticas e fatos que aconteceram no mundo por meio
das histórias em quadrinhos (HQ's). Apontamos também, a evolução dessa prática e o seu reconhecimento como gênero, visto que, apesar de ter
recebido um maior destaque nos anos 90, através dos trabalhos de Joe Sacco, o formato jornalístico em intersecção dos quadrinhos, reconhecido
como Jornalismo em História em Quadrinhos (JHQ), não deve ser considerado novo, uma vez que o jornalismo utiliza desde a antiguidade o
desenho para dar voz e fazer críticas, seja por meio de tiras, cartuns e charges. Para a construção desse debate foi feito inicialmente um
levantamento bibliográfico dos principais conceitos e teorias do jornalismo, atravessando os pressupostos de objetividade que são as marcas
positivistas do jornalismo criado no século XIX, bem como de uma definição teórica da chamada arte sequencial ou histórias em quadrinhos. Para
os estudos do campo do jornalismo tomamos como base os trabalhos de Felipe Pena e Nelson Traquina, passando pelas ideias de micronarrativas
de Muniz Sodré. No campo das artes sequenciais optou-se pelos estudos dos norte americanos Will Eisner e Scott McCloud além dos brasileiros
Waldomiro Vergueiro, Antônio Luiz Cagnin e Gian Danton (pseudônimo do pesquisador Ivan Carlo de Oliveira). Num segundo momento, que é o
estado atual da pesquisa, faremos um estudo de caso por meio de uma análise do discurso do trabalho do artista Otoniel Oliveira, que em
novembro de 2020 fez uma série de narrativas gráficas a respeito do apagão que a cidade de Macapá no Estado do Amapá sofreu, gerando uma
onda de protestos populares em várias cidades do estado, cobrando o retorno da energia e responsabilização dos culpados. O trabalho de Otoniel
Oliveira notadamente produzido através de entrevistas, relatos e ação fotográfica dos acontecimentos no local proporcionam os elementos
essências da notícia, que guarda consigo o potencial de uma história, se estruturando como um relato micronarrativo, até a reportagem, onde as
muitas possibilidades do fato jornalístico estruturado como um contar são experimentadas com mais liberdade, o discurso do Jornalismo também
se estrutura como um dos muitos meios pelos quais os seres humanos organizam o real e criam suas próprias interpretações. Logo, o Jornalismo
em Quadrinhos lida com esta questão de “reproduzir o real”, apresentando também possíveis críticas que se posicionam contra a qualificação de
tais trabalhos como “jornalísticos. Ou seja, se o desenho não consegue reproduzir com total fidelidade o real, não se pode dizer que o Jornalismo
verdadeiramente o faça: notícias, antes de ser o real, o moldam.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Economia Criativa


COMUNICAÇÃO SOCIAL
Economia Criativa
Curso: ARQUITETURA E URBANISMO
Título: NOVA IGUAÇU E O POTENCIAL DE SEUS VAZIOS URBANOS NAS DIMENSÕES ECONÔMICA, SOCIAL, HISTÓRICA E
MORFOLÓGICA. REFLEXÕES PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Autor(es): Marcos Vinicius Moraes Sousa; Marlise Sanchotene de Aguiar
E-mail para contato marlise.aguiar@estacio.br IES: UNESA
Palavra(s) Chave(s): Vazios urbanos; desenvolvimento sustentável; morfologia urbana;
RESUMO
A pesquisa dedica-se ao estudo das bases econômicas e como estas estruturas resultaram em potenciais urbanos (in)ativos da cidade de Nova
Iguaçu/RJ, sem descartar a possibilidade de análise dos planos metropolitanos e suas estruturas viárias, assim como os princípios ativos da
evolução urbanística e o seu nivelamento com as mudanças econômicas, sociais, históricas e morfológicas ocorridas desde o início da cidade até
o momento mais impactante da migração para a periferia e da constituição da metrópole. Objetivo: A pesquisa em andamento atua com
objetividade em ‘’dissecar’’ os vazios urbanos da cidade de Nova Iguaçu/RJ e relacionar com as mudanças econômicas e sociais que ocorreram no
município por meio das iniciativas privadas e públicas. Através de uma proposta claramente pré-definida, florescem as intenções de quantificar e
estudar as matrizes básicas do conceito “vazios urbanos”, a fim de compreender os processos evolutivos da cidade e seus impactos significativos
no ambiente e na morfologia dentro das fronteiras do território. Metodologia: As reflexões são realizadas a partir da revisão bibliográfica sobre as
noções de vazios urbanos cotejadas ao levantamento dos vazios urbanos no centro da cidade de acordo com as seguintes dimensões:
econômicas, sociais, históricas e morfológicas do urbano. Primeiramente foram analisados os significados da noção de vazios urbanos e
compreendida a sua corporatura no processo de expansão da cidade em memória, acima de tudo, da perspectiva histórica, expansão econômica
e reflexos sociais, sendo esses agentes diretamente ligados à organização espacial e constituição do meio urbano. Resultados e conclusões: A
sistematização do material coletado e a aplicação desse conhecimento está permitindo excogitar o relacionamento das estratégias espaciais e as
ações governamentais e privadas tomadas, bem como seu processo em crescente, suas dissonâncias e congruências, medidas adotadas para
preservação e valorização do patrimônio cultural da cidade. O levantamento da infraestrutura da cidade permitiu perceber como as ações
municipais foram determinantes para fomentar o interesse e posteriormente o surgimento de obras em Nova Iguaçu que, em sua totalidade,
caracterizaram os indicadores da desigualdade dentro e fora das periferias e a mudança do uso do solo. Essa parte do estudo teve como objetivo
ponderar sobre as mudanças que ocorreram na cidade por meio das iniciativas privadas e públicas. Todos os dados levantados, quando citamos a
influência econômica nos mínimos processos de modificações espaciais refletiram crises econômicas e seus aspectos físicos entre os séculos XIX e
XX. O estudo permitiu coletar um generoso compilado das principais dissonâncias ocorridas durante os ciclos econômicos da cidade, aliado ao
estudo das dinâmicas sociais no meio urbano, e de como seus sistemas deram forma à cidade. A origem do assentamento e o crescimento da
cidade, em especial entre 1930 e 1950, ilustrado na produção acadêmica de Oliveira (2006), Souza (2015) e Ozório (2007), acusou a concentração
de população nos subúrbios e sua intensa velocidade de expansão, levando sempre em consideração a migração, processo que resultou na
necessidade de nascimento da metrópole. O crescimento das redes de energia elétrica e as obras ferroviárias permitiram compreender áreas que
hoje são mais densas. Por último, observamos as funções sociais e urbanas geradas pelos vazios urbanos e assim adentramos nas portas dos
‘’Imóveis Vazios ou Terrenos Baldios’’. Esta última etapa (ainda em andamento) também se inclina a responder questões mais específicas, como
os principais fatores para a ausência de investimento ou interesse municipal, a especulação imobiliária presente em áreas mais abastadas, o
abandono de imóveis, cortiços e parques inativos por ausência de manutenção. Todos estes elementos, parecem apresentar características
únicas, assim como razões singulares para seus acontecimentos, evidenciando a relevância do assunto e a necessidade de aprofunda-lo.
Avançamos na identificação de importantes questões sobre os vazios urbanos em Nova Iguaçu, mas não descartamos que possam haver algumas
lacunas entendendo as especificidades de cada evento, e cujo potencial se dá como elenco de objetos de uma futura investigação.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Economia Criativa


ARQUITETURA E URBANISMO
Economia Criativa
Curso: ARQUITETURA E URBANISMO
Título: O PROJETO IGUAÇU E A DIMENSÃO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE ACESSO À MORADIA
Autor(es): Isis Guimaraes Santos; Marlise Sanchotene de Aguiar
E-mail para contato marlise.aguiar@estacio.br IES: UNESA
Palavra(s) Chave(s): frentes d’água; paisagem; desenvolvimento sustentável; políticas públicas; moradia.
RESUMO
Este trabalho visa apresentar os resultados parciais de uma pesquisa PIBIC/UNESA em andamento (Edital 2020/2021). Objetivo: O estudo busca
analisar a dimensão das políticas de acesso à moradia frente à implementação do Projeto Iguaçu que deu início em 2004 e se encontra ainda
inacabado. Tema e problema: O Projeto Porto Iguaçu surgiu como uma proposta de drenagem de rios que percorrem parte da Baixada
Fluminense e pretendia trazer soluções para a população estabelecida ao longo de suas margens, evitando futuras enchentes. Além disso, o
projeto buscou valorizar o patrimônio cultural local, resgatando parte da história de Nova Iguaçu, propondo a recuperação do local que abriga a
Fazenda São Bernardinho, as torres da igreja Nossa Senhora da Piedade, o cemitério dos Escravos, a Estrada Real do Comércio e o Antigo Porto. A
Fazenda São Bernardinho está localizada entre a Vila de Cava e Tinguá, às margens da Rodovia Federal RJ-111 e foi fundada em 1875, uma das
principais prioridades de restauração para o município. As outras principais intervenções consistiram em demolições de construções irregulares,
drenagem e canalização dos rios e criação de novas avenidas nos municípios: Duque de Caxias, São João de Meriti, Belford Roxo, Nilópolis,
Mesquita, Nova Iguaçu, Rio de Janeiro - bairro de Bangu, na Zona Oeste. O projeto fez parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e
foi dividido em duas grandes etapas (PAC1 e PAC2), sendo a segunta etapa subdividida novamente (PAC 2 – 1ª seleção e PAC 2 – 2ª seleção, ainda
em execução). Enquanto o projeto de drenagem e realocação das famílias foi interrompido, as obras de restauração do patrimônio cultural foram
mantidas e encontram-se em fase de finalização. Metodologia: O desenvolvimento da pesquisa consistiu em criar uma linha do tempo para
buscar demarcar etapas de desenvolvimento urbano e o processo de ocupação e acréscimo da densidade de construções que foram
implementadas nessas áreas de enchentes no período de 2004 (ano de início do projeto) à 2020. Essa etapa possibilitou ter um melhor
entendimento da ocupação espontânea e da relação que a comunidade estabeleceu com os canais. Concomitantemente, foram realizadas
pesquisas e levantemantos sobre o que de fato consistiu o Projeto Iguaçu. As principais fontes de pesquisa foram as audiências públicas, jornais
onlines (de bairros ou municípios), livros e sites referentes aos orgãos públicos (INEA, IBGE, Prefeitura de Nova Iguaçu) e entrevistas com os
moradores que foram de suma importância para o acréscimo de conhecimento dessa investigação. Resultados: Após a linha do tempo, foi
desenvolvido um estudo sobre os principais locais onde daria início ao projeto, que ficou registrado como as margens do Rio Sarapuí onde
milhares de famílias foram realocadas para dar início ao trabalho das drenagens e criação de avenidas, ciclovias e espaços para lazer dos
moradores locais. Em segundo plano, acontecia a criação dos conjuntos habitacionais para a realocação desses habitantes e o início da
construção da usina hidroelétrica no Rio Sarapuí. Com base em audiências (que somam mais de 100 até o ano de 2017) e jornais locais,
constatamos o descumprimento dos serviços previstos a serem executados e a falta de comprometimento com a população expressa na
comunicação falha e na equivocada organização das etapas e dos processos construtivos, o que não ofereceu suporte a esses moradores, pois,
não tinham para onde ir depois de serem removidos. A oportunidade de entrevistar os moradores locais permitiu ampliar a dimensão da
pesquisa, pois emergiu o ponto de vista daqueles envovidos diretamente no processo permitindo compreender as dificuldades enfrentadas e os
detalhes sobre como foram feitas as remoções. Apenas para citar um exemplo de problemas ocorridos, em 2017 foram retirados moradores das
margens do Rio Botas para dar início à drenagem e à criação de uma avenida para melhorar as condições de circulação da região, mas os
moradores não foram realocados. Diversos protestos foram organizados pelos moradores, o que culminou na paralização do projeto e na falta de
soluções para os problemas levantados.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Economia Criativa


ARQUITETURA E URBANISMO
Economia Criativa
Curso: ARTES VISUAIS
Título: ABSTRAÇÃO E LUXO A ARTE NO CINEMA BLOCK BUSTER: UM PARALELO ENTRE O LUXO, PÓS-MODERNIDADE,
HIPERMODERNIDADE E CINEMATOGRÁFIA
Autor(es): Ezidras Farinazzo Lacerda Filho; Paula Campos de Castro
E-mail para contato ezidras@hotmail.com IES: UFJF
Palavra(s) Chave(s): Cinema; Arte; Pós-modernidade; Luxo; Comunicação.
RESUMO
Este artigo tem como base uma conversa entre Néstor García Canclini e Gilles Lipovetsky trazendo consigo um paralelo com o cinema, luxo e
sociedade. Elencando também questionamentos sobre o uso das obras de arte em filmes de grande veiculação mundial. Sendo assim os
processos de globalização e mercado conversam entre si trazendo novas possibilidades cinematográficas para o paralelo mundial na primeira e
segunda década do século XXI. Como uma revisão bibliográfica e imagens pode-se ter uma noção de como esse mercado vem mudando e se
expressando de forma a agregar e não impactar massivamente o ambiente cinematográfico com o luxo e com o consumo da arte. Portanto este
artigo traz consigo um questionamento sobre decoração, arte em si, posicionamento dos diretores e também aspectos sociais relacionados ao
espectador através de revisão bibliográfica atualizada. No cinema atual, tem-se uma visão clara sobre os processos do luxo e seu
reconhecimento imagético. Porém, com a evolução da propaganda o cinema precisou se adequar aos novos formatos do capitalismo e do
consumismo atual. Sendo assim, as formas comunicacionais foram e irão evoluir e até mesmo transcender a mídia cinema em si. Em especial
nestes artigos traz-se o cinema não somete como a sala fechada com bom som e pipoca, mas sim, as narrativas audiovisuais que se dão em
diferentes plataformas de mídia e exibição, como, salas de estar, consultórios, hospitais, celulares e tablets que advieram da pura globalização e
extensão da realidade transnacional. Cinema é algo muito mais líquido e acessível, porém como o reconhecimento do luxo se dá nos filmes de
alta veiculação, os ditos Blockbusters? Formula-se neste artigo uma visão paralela entre as culturas hibridas de Néstor García Canclini e a cultura
do individualismo de Gilles Lipovetsky. No mundo extremamente globalizado, tem-se visto cada vez mais uma mistura cultural que pode ou não
se apropriar de diálogos com seus espectadores, falando assim, do cinema como um todo. Fazendo com que o cinema copie a vida e a vida
expondo desejos e vontades de seus espectadores (YOUNG, 2014). Fazendo assim, os museus e as obras de arte serem deslocadas para novos
posicionamentos de exposição, seja ele de forma inerente a direção de arte ou expressão do puro e simples luxo do status causado pela pose de
uma obra que valha milhões. Em quadros como de Jackson Pollock um dos mais valiosos do mundo moderno (quadro nº 5 de Jackson Pollock)
que por sua vez, foi usado na direção de arte do filme Ex-Machina do diretor e roteirista Alex Garland em 2014 (IMDB, 2014). Claramente o
diálogo de luxo é subvertido a uma crítica ao digital e as possibilidades de se replicar a arte de Jackson Pollock fidedignamente a ponto de não se
distinguir a originalidade do mesmo. Seria isso possível? Mesmo que sim, o quadro original teria o custo de aproximadamente 60 milhões de
dólares tornando o experimento algo luxuosamente inviável ou extremamente extravagante (BRITT, 2015). Mesmo que o Filme não tenha usado
a imagem original a mensagem foi passada elevando os custos de produção e também a intensidade dos valores éticos/morais que o filme julga
em sua história, que será poupada para que não seja explanando Spoylers que impossibilite a apreciação de um leitor que ainda não apreciou os
filmes aqui citados. Portanto conclui-se que estes processos de reapropriação das grandes artes fazem com que o filme de alguma forma
desloque seu estado de apresentação e consumo artístico do museu para casa de milhares de pessoas que não poderiam ir aos museus. Se
apropriam dessa imagem para serem intelectuais e suntuosos dentro dos contextos que as apetecem. Mas que de alguma forma o Luxo por meio
desses grandes atos vem se resinificando, o modelo social apresentado para as posterioridades não se assegurará de forma permanente a ponto
de luxo ser sustentado por pessoas. Como passado por Ex Machina, o desenvolvimento tecnológico, a evolução das mídias mais a globalização
não será permitida uma estatização da luxuosidade. Que se adequará aos novos modos de se ver e viver no mundo. Seria isso um novo
pensamento para o reposicionamento do luxo dentro de uma esfera menos supérflua? Bom, com o entendimento de que o cinema poderá de
alguma forma agregar nessa movimentação e nesses questionamentos teremos uma outra questão educacional vigente para responder antes de
qualquer uma das soluções serem dadas. O reconhecimento dessas obras não se dá a todas as pessoas de primeiro contato com a obra, ou seja,
não serão todas as pessoas que entenderam ao ver um quadro de Kandinsky nas telas, mas ao mesmo tempo isso pode gerar e gerir a curiosidade
de pessoas que buscarão por mais informações do filme e entraram em contato por meio da globalização do acesso em novos conhecimentos
que já não pertencem a um só lugar.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Economia Criativa


ARTES VISUAIS
Ciências Jurídicas
Curso: RELAÇÕES INTERNACIONAIS
Título: A LIVRE CIRCULAÇÃO DE TRABALHADORES MIGRANTES NO MERCOSUL: UMA ANÁLISE DAS RESOLUÇÕES DO GRUPO
MERCADO COMUM
Autor(es): Edvaldo Elias Silva Júnior; Thalita Franciely de Melo Silva; Jeane Silva de Freitas
E-mail para contato edvaldoesjr@gmail.com IES: ESTÁCIO RECIFE
Palavra(s) Chave(s): Migração laboral; Mercosul; Trabalho; Grupo Mercado Comum.
RESUMO
As migrações internacionais se constituem como um elemento fundamental na agenda dos Estados, especialmente por acarretarem mudanças
econômicas, demográficas, políticas e sociais. Estimativas disponíveis mais recentes da OIM revelam que, em 2018, cerca de 150,3 milhões de
pessoas eram migrantes laborais, o que representa um pouco menos de dois terços do estoque global de migrantes (232 milhões) naquele ano. O
aumento da mobilidade global, em especial a laboral, e o seu impacto para os países de origem e de destino contribuíram para que se tornasse
uma prioridade na agenda dos Estados. Nesse ensejo, destaca-se que a questão da mobilidade laboral afeta tanto os Estados de origem quanto os
de destino, pois a migração é um problema que necessita de uma abordagem holística e de respostas coordenadas. Desta maneira, questiona-se:
como o Mercosul trata a questão migratória laboral? A finalidade desta pesquisa é analisar as resoluções institucionalizadas pelo Grupo Mercado
Comum (GMC), entre 1991 — ano fundacional — até 2019, no que tange à livre circulação de trabalhadores migrantes. Importa destacar que o
GMC é o órgão executivo do MERCOSUL que, dentre outros objetivos, tem o papel de propor projetos de Decisão ao Conselho do Mercado
Comum e fixar programas de trabalho que assegurem avanços para o estabelecimento do mercado comum. Quanto à metodologia utilizada, a
pesquisa se caracteriza por ser de natureza básica, do tipo exploratória e de abordagem qualitativa. Foram coletadas todas as resoluções do GMC
entre os anos citados, presentes na plataforma de dados do Mercosul. No que se refere aos resultados, é possível afirmar que não existe uma
teoria específica que avalie diretamente o impacto das migrações laborais no mundo. As explicações teóricas, especialmente a Teoria Neoclássica
e a do Duplo Mercado, tendem a se concentrar nos motivos que levam os indivíduos, de modo racional, a migrarem para outros países. É notório
a carência da aplicabilidade dessas teorias no cenário sul-americano, o que justifica, portanto, a importância dessa análise. Desde 1991, o Grupo
Mercado Comum emitiu 12 (doze) resoluções referentes à condição do trabalho. Essas resoluções, destarte, propiciaram uma discussão
formalizada, mesmo que a passos lentos, principalmente se comparada à situação da União Europeia, da situação trabalhista entre o Bloco —
como é o caso da resolução “115/1996”, que teve como negociação prioritária os assuntos trabalhistas, de emprego e de seguridade social no
Mercosul. O seu objetivo principal foi propor um estudo conjunto e comparativo sobre as legislações trabalhistas, para ajudar na identificação de
características comuns entre as leis dos Estados, agilizando o processo de integração regional e laboral. Entre 2010 e 2015, Brasil e Argentina,
entre os Estados- Partes (ativos) do Mercosul, foram os que mais receberam migrantes na região. Isso, entre outras causas, é resultado do
crescimento do fluxo regional entre os sul-americanos. Ainda, de maneira mais específica, também é resultado do crescimento das regulações
entre migração e integração regional entre os países da região, que têm discutido de maneira mais aberta a circulação de trabalhadores, como
observado nas resoluções do GMC. Portanto, qualquer análise sobre a migração laboral no Mercosul — e em toda a América do Sul — ainda se
encontra em progressivo e orgânico crescimento, sendo necessária uma análise técnica, cautelosa e crítica quanto às motivações migratórias de
vários grupos na região. Assim, ainda há muito a ser discutido pelos reguladores de políticas migratórias e laborais do Grupo Mercado Comum, a
partir das resoluções, para que possam entender e avaliar de maneira embasada a eficiência das suas formalizações. As resoluções já feitas
servem como porta de entrada para a organização e o desenvolvimento migratório entre os países do Bloco, facilitando a oficialização e
diversificação da integração regional tão idealizada. Por fim, conclui-se que essa pesquisa exerce um efeito imprescindível na identificação dessa
crescente atividade no Mercosul e se coloca de maneira precursora no estudo da migração laboral mercosulina.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Ciências Jurídicas


RELAÇÕES INTERNACIONAIS
Economia Criativa
Curso: ARQUITETURA E URBANISMO
Título: "CASA VAZIA RUÍNA ANUNCIA": IMÓVEIS EM PROCESSO DE ARRUINAMENTO OU EM RUÍNA NA REGIÃO CENTRAL DE
NOVA IGUAÇU
Autor(es): Daiane Santos Santana; Marlise Sanchotene de Aguiar
E-mail para contato marlise.aguiar@estacio.br IES: UNESA
Palavra(s) Chave(s): Ruina; Vazios Urbanos; Centros Urbanos
RESUMO
A partir do século XIX, com o processo de desindustrialização que se iniciou em grandes cidades europeias, o conceito de vazio urbano passou a
ser mais explorado. As cidades pioneiras no processo de industrialização foram as primeiras a sofrer o esvaziamento de áreas antes ocupadas pela
indústria. O aumento de ferrovias desativadas e de zonas industriais e edifícios abandonados motivou os primeiros estudos sobre os vazios
urbanos na França e Inglaterra (Carneiro et al., 2020). Os vazios urbanos são os espaços residuais gerados pelo processo capitalista de construção
e reconstrução permanente da cidade, são os lugares, e os edifícios em situação de esvaziamento, como espaços abandonados, ruínas, terrenos
baldios, terrenos subutilizados e imóveis ociosos (Borde, 2004). Esses espaços são especialmente relevantes por estarem ligados às
infraestruturas urbanas e poderem voltar a exercer funções sociais e urbanas na cidade. Em comparação com décadas passadas em que os vazios
urbanos eram tidos como uma simples oposição aos espaços edificados, como áreas para onde a cidade poderia se expandir; hoje entendemos
que esses terrenos e edifícios sem uso ou subutilizados representam um grande problema para sociedade por não cumprirem sua função social,
ou seja, por não beneficiarem a coletividade. Portas (2000), aponta uma ambiguidade na expressão “vazio urbano”. Para o autor, a terra pode
não estar literalmente vazia, mas se encontrar desvalorizada com potencialidade de reutilização para outros fins. Ele aponta que no sentido mais
geral o termo remete a áreas que fazem parte da cidade consolidada, “podendo fazer esquecer outros ‘vazios’, menos valorizáveis, os das
periferias incompletas ou fragmentadas, cujo aproveitamento poderá ser decisivo para reurbanizar ou revitalizar essa ‘cidade- outra’” (p.1). Os
vazios oferecem oportunidade de transformações porque podem constituir-se em espaços desocupados e prontos para serem reutilizados, seja
para reconstrução de um imóvel existente (imóvel não utilizado), seja para construção de um novo imóvel (terreno baldio). Graças ao incessante
ciclo de criação e obsolescência imposto pelo progresso e aceleração do tempo na contemporaneidade os edifícios abandonados e em ruína
estão cada vez mais presentes na paisagem urbana. Abandonos e arruinamentos são cada vez mais súbitos e aleatórios tanto em espaços centrais
como nas periferias. De acordo com Brito-Henriques (2006), o surgimento das ruínas e o abandono do espaço edificado da cidade são fenômenos
inseparáveis. E, ocasionalmente, o primeiro fenômeno antecipa o segundo: o processo de arruinamento pode se iniciar com os imóveis ainda
ocupados e o abandono ocorrer devido ao avanço da degradação. Outras vezes acontece o contrário: a deterioração do edificado se dá e
progride depressa após um abandono. Ruínas e vazios urbanos são por isso indissociáveis. Objetivos: Levantamento bibliográfico das diferentes
definições de vazios urbanos. O objetivo da pesquisa é fazer um levantamento, análise e sistematização dos imóveis em processo de
arruinamento ou em ruína na região central do município de Nova Iguaçu. Possibilitando, assim, a criação de um material que possa servir como
fonte para os órgãos públicos ou à sociedade, com o intuito de estudar e qualificar a região. Metodologia: O presente trabalho busca apresentar
resultados parciais de uma pesquisa PIBIC/UNESA em andamento (Edital 2020/2021), portanto, considerando as especificidades e restrições do
contexto da Pandemia COVID-19 no que diz respeito à construção dos processos metodológicos e à prioridade às fontes digitais. Na primeira fase
da pesquisa foi feita uma revisão bibliográfica a fim de explorar as diferentes definições de vazios urbanos e, mais especificamente, ruínas. Em um
segundo momento, por intermédio das ferramentas Google Maps e Google Earth, identificamos edificações do centro de Nova Iguaçu que,
devido ao seu alto grau de deterioração e péssimo estado de conservação, são consideradas como ruínas ou enfrentam processo de
arruinamento e que, por conseguinte, encontram-se sem uso, devido ao seu esvaziamento ou abandono. Resultados e conclusões: Ao coletar os
dados foi observado um padrão: imóveis de dois ou mais pavimentos em que o térreo está ocupado e possui uso comercial e os andares
superiores se encontram desocupados e em processo de arruinamentos ou em ruína.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Economia Criativa


ARQUITETURA E URBANISMO
Ciências Jurídicas
Curso: MEDICINA
Título: MULHERES E VIOLÊNCIA NO CARIRI CEARENSE: LESÕES CORPORAIS EM MULHERES SUBMETIDAS A EXAME DE CORPO
DE DELITO O PERÍODO DE 2018-2019 - ESTUDO IML/CARIRI
Autor(es): Flaviana Ferreira de Oliveira; Camila Morais Cruz; Zuleide Fernandes de Queiroz
E-mail para contato flavianaferreira16@hotmail.com IES: ESTÁCIO FMJ
Palavra(s) Chave(s): Agressão; Feminicídio; Violência: Cariri
RESUMO
A violência contra a mulher não é um acontecimento que ocorre apenas no cenário atual. É tão arcaico quanto a sociedade. O que surge no novo
panorama é o temor com o triunfo dessa violência como conjuntura primordial para a edificação de nossa sociedade. E mais recente ainda é a
criação de leis que buscam se não a resolução, a amenização do problema, de forma que a criminalização da violência contra as mulheres, não só
através de leis, mas também, e principalmente, pela solidificação de sistemas específicos, por meio dos quais o poder judiciário pode ser
acionado para defender e socorrer as mulheres vítimas e penalizar os agressores. Dessa forma, a violência contra a mulher apresenta-se como
importante campo de pesquisa e tal estudo estaria associado a necessidade de acompanhar o andamento dessa política de interesse público, em
particular, no Cariri Cearense. A violência contra a mulher no Brasil tem sido tema de estudos e pesquisas nas últimas décadas em função do
grande número de ocorrências de mulheres que sofrem violência física, psicológica, matrimonial e moral. No Cariri cearense esta situação não é
diferente e considerando os municípios que compõem o triângulo Crajubar como cidades de médio e grande porte, tanto no setor econômico
como populacional, faz-se necessários estudos no âmbito local, a fim de se identificar os principais fatores envolvidos na ocorrência da temática.
OBJETIVOS: Com esta pesquisa busca-se explicitar os tipos de violência contra a mulher na região do Cariri cearense tomando como base de
dados os registros do Instituto Médico Legal – IML em Juazeiro do Norte, no período 2018 – 2019. Este Projeto se justifica pela necessidade de
acompanharmos o desenvolvimento dessa política no Ceará, em especial no Cariri cearense. MÉTODO: O Projeto tem como metodologia a
pesquisa de base bibliográfica e documental. A pesquisa bibliográfica reúne materiais que possam ser encontrados em diversas fontes, livros,
artigos, mídias digitais e principalmente dados do Instituto Médico Legal-IML de Juazeiro do Norte. Dessa forma, espera-se identificar o perfil de
violência contra a mulher na região do Cariri Cearense, especialmente no triângulo Crajubar. DISCUSSÃO E RESULTADOS: A principal dificuldade
encontrada na pesquisa é a busca de dados no Instituto Médico Legal de Juazeiro do Norte, tendo em vista que devido a pandemia da Covid-19
não foi possível a coleta dos dados atualizados até o presente momento. Todavia, por meio dos dados das plataformas adotadas como
referências fez-se o apanhado comparativo de como se encontram os números de feminicídio no Brasil, Ceará e Cariri. Em 2018, 4.519 mulheres
foram assassinadas no Brasil, o que representa uma taxa de 4,3 homicídios para cada 100 mil habitantes do sexo feminino. Seguindo a tendência
de redução da taxa geral de homicídios no país, a taxa de homicídios contra mulheres apresentou uma queda de 9,3% entre 2017 e 2018. Embora
2018 tenha apresentado uma tendência de redução da violência letal contra as mulheres na comparação com os anos mais recentes, ao se
observar um período mais longo no tempo, é possível verificar um incremento nas taxas de homicídios de mulheres no Brasil e em diversas UFs.
Em relação a violência contra a mulher no estado do Ceará, houve uma redução de mais de 50% em 2019 comparando os dados com o ano de
2018. Segundo o observatório da violência, 232 mulheres mortas em 2019, enquanto em 2018 houve 466 homicídios de pessoas do sexo
feminino. física. Em relação ao perfil das vítimas de agressão no Ceará, os dados apontam que 38,7% apresentam entre 26 e 35 anos, 34,9%
apresentam ensino médio completo, 32,7% com renda de até um salário-mínimo e 55,6% delas se declararam pardas. 2018. O Observatório da
Violência em 2019 realizou a pesquisa e a sistematização dos dados da violência contra a mulher em três municípios: Crato, Juazeiro do Norte e
Barbalha, (denominados de Complexo CRAJUBAR) e que integram a Região Metropolitana do Cariri. No ano de 2019, Juazeiro do Norte lidera o
número de casos coletados, em parte, em virtude de sua maior base populacional. Reflete-se que o aumento geral do número de casos coletados
durante os anos 2016-2019 reflete possível elevação nas ocorrências registradas pelos serviços, inferindo-se uma maior procura das mulheres
vitimizadas à rede de enfrentamento. Quanto ao número de ocorrências coletadas pelo Observatório da Violência nas Delegacias de Defesa da
Mulher (DDM) nos municípios de Juazeiro do Norte e Crato, observa-se um aumento no município do Crato, Ceará, no valor de 15% quando
comparado ao ano anterior. De um modo geral, houve uma pequena redução dos dados coletados pelo Observatório da Violência nestes órgãos,
no percentual de 5% quando comparado a 2018. CONCLUSÃO: Destarte, acredita-se que os dados que serão obtidos no IML de Juazeiro do Norte,
assim que possível, serão semelhantes aos encontrados por meio da pesquisa bibliográfica, além disso a comparação dessas informações
permitirá explicitar, de maneira eficaz, os tipos de violência contra a mulher na região do Cariri cearense.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Ciências Jurídicas


MEDICINA
Ciências Jurídicas
Curso: DIREITO
Título: PELO ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO CÍVEL O CONSENSO SUPLANTA A ÚLTIMA BARREIRA: A RES PUBLICA
Autor(es): Francisco de Assis Pessanha Filho; José Carlos Paes; Nilton Cesar Flores
E-mail para contato franciscopessanha@tjrj.jus.br IES: UNESA
Palavra(s) Chave(s): não persecução cível; consenso; res publica
RESUMO
O presente estudo tem por objetivo fazer uma abordagem em torno do acordo de não persecução cível, novidade estatuída no direito pátrio pelo
denominado “pacote anticrime”, constatando-se que a economia legislativa acarretará dificuldades de ordem técnica, mas, por outro lado, fará
com que o consenso suplante a última barreira existente, qual seja, a possibilidade de se achar a solução adequada do conflito em sede de res
publica. Caberá ao Poder Judiciário, por meio dos precedentes, balizar a questão sob o ponto de vista formal, sem, contudo, se imiscuir nos
termos do acordo em si. INTRODUÇÃO O acordo de não persecução cível revela- se inovador, com a capacidade de redefinir o Princípio da
Indisponibilidade, jogando por terra os conceitos até então arraigados na cultura jurídica pátria. O consenso vem ganhando corpo na doutrina e
forma na legislação, haja vista o artigo 139, V do Código de Processo Civil. A última trincheira até então oposta ao consenso era o campo do
direito público, e o acordo de não persecução cível rompeu essa barreira. A “justiça multiportas” representa uma mudança de paradigma. A
matéria é gerada no bojo do denominado “pacote anticrime”, por meio da Lei n° 13.964/2019, cuja ementa revela a sua natureza: “Aperfeiçoa a
legislação penal e processual penal”. Portanto, merece uma análise cautelosa a inserção de um instituto de natureza eminentemente cível, num
instrumento que aperfeiçoa a legislação penal e processual penal. O acordo de não persecução cível está disposto no artigo 6° da Lei
13.964/2019, que acrescentou o 17, §§ 1º e 10-A na Lei n° 8.429/1992 - Lei de Improbidade Administrativa (LIA). Com a novel legislação, uma
releitura do mencionado princípio entra em cena, isso é inegável. É o consenso permeando o interesse público. Esse espraiamento do consenso
no interesse público encontra uma cultura de litigiosidade entremeada no cenário jurídico, e, ainda, depara-se com a rigidez do Princípio da
Indisponibilidade. Esses fatores se levantam como uma barreira a ser superada pelo novel instituto, cujo caminho conduz, intuitivamente, a
submissão das questões ao Poder Judiciário, já por deveras assoberbado. A solução que melhor se vislumbra é o consenso. Tema tão palpitante
será objeto de análise perante o Excelso Supremo Tribunal Federal, quando do julgamento do Recurso Extraordinário com Agravo n° 1.175.650, já
afetado com repercussão geral, Tema n° 1043, ainda pendente de decisão final. DIFICULDADES ACARRETADAS PELA ECONOMIA LEGISLATIVA A
matéria apresenta sérias deficiências, que certamente trarão grandes embates e discussões doutrinárias, que serão dirimidas quando submetidas
ao Poder Judiciário e ganharão caráter vinculante. Todavia, esse protagonismo deve se limitar ao regramento formal da matéria. A prima facie
percebe-se que a pluralidade de legitimados para firmar o acordo seria um óbice à consensualidade administrativa. O particular que firma o
acordo deve ter a certeza de que outros legitimados para ajuizar a eventual ação o respeitem e se submetam às cláusulas ali estabelecidas. Outro
ponto a se lamentar é a ausência de uma forma clara e precisa a respeito do momento em que se pode firmar o acordo de não persecução cível.
A lei simplesmente é omissa quanto a esse aspecto, como se vê do artigo ao artigo 17, § 1° da Lei n° 8.429/92. A partir de uma interpretação
literal, pode-se concluir que a celebração só pode ocorrer até o oferecimento da contestação, a teor do disposto no parágrafo 10-A do
mencionado dispositivo legal. O novo horizonte que se abre, rumo a uma justiça multiportas, prestigiando cada vez mais a consensualidade, não
se revela em harmonia com a obrigatoriedade do ajuizamento de uma ação para, só após ser firmado um acordo. Também não parece lógico que
a consensualidade só encontre espaço antes da dedução da pretensão em juízo. O choque entre o texto legal e o rumo que toma o direito
brasileiro, no sentido da consensualidade e das formas de solução consensual dos litígios, salta aos olhos. Assim, tendo em vista o campo aberto
para o espraiamento da consensualidade, defende-se que o ajuizamento da ação pode ficar ao talante da Administração Pública, a maior
interessada em resguardar seus interesses, com base no critério de conveniência e oportunidade. Outro elemento que fatalmente receberá toda
sorte de opiniões será o quantum a ser pactuado. Nada obstante as balizadas opiniões em contrário, defende-se a possibilidade de adequação do
quantum ao caso concreto, observando-se a consensualidade administrativa em sentido mais amplo, devendo ser analisada a situação à luz das
condições fáticas apresentadas que melhor representem a possibilidade do ressarcimento ao erário. O PAPEL DO PODER JUDICIÁRIO – BALIZAS A
SEREM TRAÇADAS POR FORÇA DOS PRECEDENTES – SUPRESSÃO DAS LACUNAS LEGISLATIVAS O papel do Poder Judiciário, por seu turno, será
determinante para o sucesso do acordo de não persecução cível, seu regramento e, sobretudo, para que ele seja revestido de segurança jurídica.
A ausência de um regramento legal amplo e rígido, até mesmo em obediência aos princípios norteadores do consensualismo, sobretudo ao
amplo espaço que merece o poder discricionário, conduzem as portas do Poder Judiciário a função de ditar o balizamento a ser adotado nos
acordos. Esse papel de suprir as lacunas legais ganha contornos secundários, frente à função precípua de fazer valer os pactos, emprestando-lhes
a imprescindível segurança jurídica, cujo selo chancelará a autoridade das decisões judiciais. Nas hipóteses em que um dos legitimados para
ajuizar a ação, ou mesmo o Ministério Público, nos casos em que não subscreverem o acordo, baterem às portas do Poder Judiciário para
questioná-lo, caberá a este último a sua defesa. A baliza a ser ditada pelo Poder Judiciário ganhará contornos em breve, sendo certo que o
caminho é alargar o espaço da consensualidade, com indelével prestígio à autonomia da vontade das partes, o que está em vias de acontecer, por
exemplo, quando do enfrentamento do Tema n° 1042 pelo Colendo Superior Tribunal de Justiça, afetado para julgamento sob a sistemática de
recurso repetitivo. Doravante, as regras serão ditadas, aos poucos, pelas Cortes Superiores, uma vez que toda a ratio do atual Código de Processo
Civil, em especial os artigos 139, V e 926, pois o primeiro estimula a promoção da autocomposição a qualquer tempo, enquanto o segundo dispõe
ser dever dos Tribunais uniformizar a jurisprudência e mantê-la estável, íntegra e coerente. Portanto, na contemporânea sistemática processual,
a formação dos precedentes terá o poder de império sobre os acordos de não persecução cível diante da considerável timidez do legislador no
tocante à indicação dos requisitos a serem preenchidos pelos sujeitos envolvidos no pacto. Portanto, caberá ao Poder Judiciário suprir, apenas, a
respectiva lacuna legislativa, todavia sem ingerência no negócio jurídico celebrado entre as partes, que materializará o seu consenso, no sentido
de realizar o balizamento da negociação sob o ponto de vista da segurança jurídica, vigilante ais aspectos formais do pacto. O sistema multiportas
traz o interesse público para um viés de consenso, contudo, não pode-se perder de vista a segurança jurídica, espaço em que a homologação do
acordo pelo Poder Judiciário se revela imprescindível, pois empresta uma autoridade formal ao negócio jurídico, com um selo de quem, ao menos
em tese, poderia, num segundo momento, intervir no pacto, de modo até mesmo a desconstituí-lo. Além disso, a homologação terá o condão de
trazer consequências imediatas para ambas as partes, em caso de eventual descumprimento. O Estado terá em mãos um título executivo judicial,
poupando o longo e custoso processo de conhecimento, enquanto que o particular terá um documento oponível em caso de quebra do pactum
de non petendo. CONSIDERAÇÕES FINAIS O acordo de não persecução cível será um instituto de grande utilidade no âmbito da improbidade
administrativa, passando a integrar o ordenamento jurídico brasileiro no momento histórico em que a jurisdição ganha novos contornos. A
escassa legislação de regência será um obstáculo a ser superado pelo Poder Judiciário em relação ao procedimento, e sua atuação limitar-se-á a

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Ciências Jurídicas


DIREITO
verificar a regularidade formal do negócio jurídico, não podendo o Estado-Juiz traçar limites, ou intervir na liberalidade dos atores do acordo, mas
sim atuar com enfoque na segurança jurídica.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Ciências Jurídicas


DIREITO
Ciências Jurídicas
Curso: DIREITO
Título: TEORIA NEOINSTITUCIONALISTA DO PROCESSO E OS PRECEDENTES JUDICIAIS
Autor(es): Carolline Leal Ribas; Vanessa Emília da Silveira
E-mail para contato carollinelr@hotmail.com IES: ESTÁCIO BH
Palavra(s) Chave(s): precedentes judiciais; contraditório; fundamentação; motivação
RESUMO
Esse trabalho visa analisar a legitimidade das decisões judiciais padronizadas tendo como parâmetro a Teoria Neoinstitucionalista do Processo,
elaborada por Rosemiro Pereira Leal, como forma de se questionar a democraticidade dos precedentes judiciais. A Constituição Federal de 1988
atribuiu ao processo judicial um caráter democrático de modo que os julgados sejam proferidos observando os princípios do contraditório, da
duração razoável, da imparcialidade, da ampla defesa e da fundamentação. Deste modo, para se garantir decisões legítimas, faz-se necessário
que o processo se desenvolva em sintonia com o modelo constitucional de processo, o qual se estrutura pela principiologia constitucional e pela
participação das partes na construção do provimento. Contudo, a demanda por uma justiça mais célere e pela efetividade na prestação
jurisdicional foi fonte inspiradora para o desenvolvimento de um sistema de padronização de jurisprudência, o que ocorreu em virtude de
alterações promovidas pelo Poder Legislativo, com a instituição de mecanismos como súmulas vinculantes, técnicas de julgamento liminar e
uniformização de recursos repetitivos nos Tribunais Superiores. Como consequência, por meio dessas técnicas processuais, abriu-se a
possibilidade de se atribuir ao julgado um efeito vinculante, de modo que em futuros processos seja adotado o posicionamento jurisprudencial já
firmado, considerado decisão-padrão. Após a promulgação do Novo Código de Processo Civil, Lei n° 13.105/2015, introduziu-se no ordenamento
jurídico brasileiro uma nova metodologia de adoção de precedentes obrigatórios, segundo a qual decisões de Tribunais de segundo grau de
jurisdição devem ser utilizadas como fundamentos para futuros julgados. Todavia, percebe-se que a utilização de provimentos vinculantes no
direito brasileiro, muitas vezes, tem acontecido de forma indiscriminada, pois os julgadores simplesmente decidem com base em um precedente
sem ao menos verificar se há razoabilidade ou diferenças entre a decisão anteriormente prolatada e o caso concreto. Muitas vezes, ainda que o
caso seja o mesmo, a parte vai ser atingida por uma decisão de cuja construção ela não participou. Ademais, ao padronizar, fecha-se o
argumento, ou seja, é como se a legitimidade da decisão fosse se erodindo, na medida em que não se aceita mais discussão. Para se atingir o
objetivo geral proposto neste trabalho, optou-se por realizar uma metodologia de pesquisa qualitativa, utilizando-se da investigação documental
e da pesquisa bibliográfica. Assim, tem-se que o presente trabalho tem como objetivos específicos Identificar a crise do Poder Judiciário e a
necessidade de se recorrer a mecanismos de padronização das decisões; Analisar os precedentes judiciais e sua aplicação no ordenamento
jurídico brasileiro; Analisar o problema da legitimidade das decisões padronizadas em face do constitucionalismo processual discursivo.. Esse
trabalho será desenvolvida tendo como referência a teoria neoinstitucionalista do processo sob o prisma de se trazer a este trabalho o estudo do
processo como uma instituição constitucionalizada. Igualmente, pretende-se estabelecer um cotejamento da teoria com um estudo empírico de
decisões dos Tribunais Superiores que vêm aplicando a teoria dos precedentes, a fim de se verificar se tais decisões se legitimam perante o
ordenamento jurídico. Com o intuito de apresentar novos elementos para a teoria processual dos precedentes e verificar se o modelo trazido
pelo Novo Código de Processo Civil é eficaz, a partir da processualidade democrática é que se recorreu à teoria neoinstitucionalista do Processo.
Precursor de tal teoria, Rosemiro Pereira Leal, em sua obra “Teoria Geral do Processo: primeiros estudos", propõe que o processo deve ser
institucionalmente constitucionalizado pelos fundamentos do contraditório, ampla defesa e isonomia. Expõe Leal (2018, 142-143) que uma teoria
da constituição que preconiza uma constitucionalização formalizada por direitos e deveres pelo devido processo constitucionalizante em que
qualquer do povo, como legitimado ao processo, possa exercer direito de fiscalidade procedimental do sistema jurídico constitucionalizado sem
qualquer ônus. Doutrinadores renomados do campo do Direito fazem menção a essa teoria reconhecendo que o processo é uma garantia de
direitos fundamentais, que, para ser legítimo, deve ser construído pelas partes por meio da argumentação, evitando com que a decisão seja mero
produto da vontade dos julgadores. Nesse sentido, anotam-se as doutrinas de Dias (2005), Barracho (2008), Barros (2008). Trabalha-se, neste
momento, com uma teoria epistemologicamente demarcada pelo racionalismo crítico de Karl Popper (1993), em que o processo passa a ser
analisado sob a égide constitucional, priorizando, portanto, a efetivação de direitos e garantias fundamentais já previstos no ordenamento
jurídico. Tal racionalidade do ser humano é o que lhe capacita para, por meio de uma linguagem argumentativa, produzir discursos críticos que
poderão garantir o contraditório, ampla defesa e isonomia em um processo judicial. Assim, para um processo ser legítimo deve haver devida
fundamentação, observação dos princípios do contraditório e ampla defesa, já que estes são os elementos que propiciam a construção de um
devido processo legal no contexto pós Constituição Federal de 1988. E são justamente essas as “razões de justificação (argumentos)” das partes,
responsáveis por envolver “razões de discussão (questões)”, produzidas em contraditório, que constituirão “base” para as “razões da decisão”,
permitindo a geração de um pronunciamento decisório participado e democrático (DIAS, 2005, p. 153-154). A devida presença dos princípios
constitucionais, contudo, ainda não é suficiente para se garantir uma decisão judicial efetivamente justa. É nesse sentido que a teoria
neoinstitucionalista dá voz aos cidadãos para que estes atuem como verdadeiros sujeitos ativos no momento da construção de um processo.
Propõe-se a sistematização de uma sociedade democrática pelo povo, visto como um conjunto total de legitimados ao processo, de modo que a
participação dos cidadãos constitui pressuposto para a criação e viabilidade de um processo. Na teoria jurídica da democracia, o procedimento só
é legítimo quando construído pela instituição (proposição) do devido processo coinstitucional e coinstitucionalizante que assegure a todos
indistintamente uma estrutura espácio-temporal (devido processo legal e devido processo legislativo) na atuação (exercício), aquisição, fruição,
correição e aplicação de direitos (LEAL, 2018, p. 60). Acontece que a problemática se instaura na medida em que o Poder Judiciário é chamado
para atender aos clamores sociais, o que gerou uma sobrecarga e superlotação deste Poder, em uma espécie de abarrotamento de processos.
Nesse contexto, a fim de prezar pelos princípios da celeridade e segurança jurídica, recorreu-se à técnica tão utilizada nos sistemas common Law,
conhecida como precedentes judiciais. A partir daí, os julgadores poderão formar julgamentos uniformes os quais serão aplicados, de forma
mecânica, a casos idênticos que lhes forem submetidos à apreciação. Tal concepção, no entanto, mitiga a participação do cidadão, colocando-o à
mera condição de receptor do Direito imposto, não tendo participação direta no devido processo legal. Sob esse aspecto, leal (2012, p. 104) aduz
que o Judiciário acaba sendo reduzido a uma função de tutor de uma sociedade, ou mero prestador de serviços judicantes, o que reduz o cidadão
à condição de mero destinatário normativo, exatamente em razão de sua suposta incapacidade de decidir sobre a sua própria vida e de resolver
amigavelmente eventuais desavenças (LEAL, 2012, p. 104) REFERÊNCIAS BARRACHO, José Alfredo de Oliveira. Direito processual constitucional:
aspectos contemporâneos. Belo Horizonte: Fórum, 2008 BARROS, Flaviane de Magalhães. A fundamentação das decisões a partir do modelo
constitucional de processo. Revista do Instituto de Hermenêutica Jurídica, Porto Alegre, v. 1, n. 6, p.131-148, 2008 DIAS, Ronaldo Brêtas C. A
garantia da fundamentação das decisões jurisdicionais no Estado Democrático de Direito. Revista da Faculdade Mineira de Direito, Belo

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Ciências Jurídicas


DIREITO
Horizonte, v. 8, n. 16, p. 147-161, 2º sem. 2005 LEAL, André Cordeiro. A inconstitucional ancianidade do (ante) projeto do novo Código de
Processo Civil brasileiro. In: A tensão entre o público e o privado. Ensaios sobre os paradoxos do projeto democrático constitucional brasileiro.
Coord. Antônio Carlos Diniz Murta e André Cordeiro Leal. Arras Editores: Belo Horizonte, 2012. LEAL, Rosemiro Pereira. Teoria geral do processo:
primeiros estudos. 14. ed. - Belo Horizonte: Fórum, 2018. POPPER, Karl. A lógica da pesquisa científica. ed. 9. São Paulo: Cultrix, 1993

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Ciências Jurídicas


DIREITO
Ciências Jurídicas
Curso: DIREITO
Título: UM ESTUDO COMPARADO ENTRE A DEFENSORIA PÚBLICA BRASILEIRA E A “DEFENSORIA DEL PUEBLO” NA COLÔMBIA
Autor(es): Fabiana Marion Spengler; Damiane Silvana Dzielinski
E-mail para contato dzielinskidamiane@gmail.com IES: UNISC
Palavra(s) Chave(s): Acesso à Justiça; Assistência jurídica; Defensoria del Pueblo; Defensoria Pública Brasileira.
RESUMO
Esta pesquisa tem como objetivo desenvolver um estudo comparado, evidenciando diferenças e similitudes entre a Defensoria Pública
Colombiana, a “Defensoria del Pueblo”, e a Defensoria Pública Brasileira. O método de pesquisa utilizado foi o dedutivo e a técnica de pesquisa
bibliográfica. Como ponto de partida para a pesquisa, iniciou-se estudando a primeira onda de acesso à justiça, sob a ótica de Cappelletti e Garth,
a qual evidencia como a pobreza impede que os cidadãos busquem seus direitos. Diante disso, faz-se necessário um amparo, ou seja, uma
assistência jurídica para os hipossuficientes. A partir dessa premissa, alguns países adotaram modelos de assistência judiciária gratuita baseados
ou combinados com o sistema Judicare, como a Suécia. No Brasil, remonta-se as Ordenações Filipinas, como primeiras formas positivadas de
amparo jurídico aos necessitados. Posteriormente, o Código de Processo Civil de 1939, trouxe o capítulo “Do Benefício da Justiça Gratuita” que
era composto por onze artigos e regulava o tema. Então, sobreveio a Lei nº 1.060/50 dispondo sobre o assunto com mais propriedade. E em
2015, o Código de Processo Civil, tratou do assunto, intitulado “Da Gratuidade da Justiça” do artigo 98 ao 102. Feita a abordagem introdutória da
pesquisa, passa-se para o estudo da Defensoria Colombiana. Para tanto, inicia-se analisando a Constituição da Colômbia de 1991, a qual instituiu
a Defensoria del Pueblo. Verifica-se que a criação dessa Constituição, seguiu a mesma linha da brasileira de 1988, uma vez que as duas surgiram
após momentos de intensa instabilidade em um cenário de reconstrução democrática. No Brasil, recém passara-se pelo Regime Militar e a
Colômbia enfrentava a tensão e a desordem pública ocasionada pelo narcotráfico. Nota-se que tanto a Defensoria Pública Brasileira quanto a
Colombiana são instituições republicanas e constitucionais que visaram positivar direitos protegendo a dignidade humana e a cidadania. A fim de
promover a democratização do acesso à justiça seguindo os imperativos constitucionais da inafastabilidade jurisdicional e da assistência jurídica
gratuita foi instituída a Defensoria Pública Brasileira. Assim como no Brasil, a Defensoria del Pueblo atua na defesa dos direitos humanos e presta
assistência jurídica gratuita aos que não tem condições de contratar um advogado particular sem prejuízo do seu sustento e de sua família. Como
função precípua, a Defensoria del Pueblo, deve garantir o pleno acesso à justiça, representando judicialmente e extrajudicialmente os cidadãos
colombianos inseridos em situação de vulnerabilidade econômica e social. Destacando-se a intensa atuação na seara criminal. O Defensor del
Pueblo atua na promoção, exercício e propagação dos direitos humanos do povo colombiano. Nesse sentido, o defensor deve orientar os
cidadãos acerca dos seus direitos e propor ações para efetivá-los. Atua também mediando os interesses do Estado e dos cidadãos. A instituição
colombiana é dotada de autonomia administrativa e financeira como as Defensorias Estaduais do Brasil. Cabe mencionar que o Defensor del
Pueblo faz parte o Ministério Público e é subordinado ao Procurador Geral da Nação, conceituado na Constituição Colombiana como o “supremo
dirigente” do Ministério Público. Essa subordinação não ocorre no Brasil, tendo em vista o princípio da independência funcional que é uma
prerrogativa da instituição, que garante liberdade de atuação profissional. O Defensor del Pueblo é escolhido pela Câmara de Representantes
baseado na lista elaborada pelo Presidente da República para mandato de 4 anos. No Brasil essa eleição ocorre no âmbito institucional. O
Governador do Estado nomeia para o cargo de Defensor Público Geral um dos três membros eleitos pelos demais defensores no âmbito estadual.
Difere-se também quanto à escolha dos membros da instituição, no Brasil eles são admitidos por meio de concurso público de provas e títulos,
como forma de afastar o nepotismo, enquanto que no modelo colombiano, advogados podem ser contratados e também egressos dos cursos de
Direito. Traçadas as principais diferenças e similitudes entre os dois modelos de defensoria pública, conclui-se que embora os dois modelos
possuam suas deficiências, o serviço prestado por ambas as instituições caracterizam-se como essenciais ao Estado Social de Direito, além de
uma garantia de acesso à justiça aos cidadãos.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Ciências Jurídicas


DIREITO
Ciências Jurídicas
Curso: DIREITO
Título: OS DESAFIOS DA REGULAÇÃO JURÍDICA DIANTE DA EXCLUSÃO DO IMIGRANTE DIGITAL NO ECOSSISTEMA
TECONOLÓGICO DO TRABALHO
Autor(es): Angela Dias Mendes; Eduardo Manuel Val
E-mail para contato prof.angelamendes@gmail.com IES: UNESA
Palavra(s) Chave(s): Direito; Tecnologias; Trabalho; Imigrante digital; Regulação
RESUMO
No mundo globalizado, a inovação tem uma racionalidade própria e, nela, não cabem análise de meio ou de efeitos, mas de finalidade que é a de
promover o desenvolvimento, consubstanciado no progresso tecnológico. Atualmente, esse progresso torna a sociedade cada vez mais
digitalizada e interconectada, formando assim, um ecossistema virtual. Com a virtualização, as relações de trabalho ganharam novos contornos
pela imposição do paradigma da gestão da eficiência nesse ecossistema tecnológico do trabalho, em especial, home office. Ocorre que a
eficiência impõe habilidades e competências específicas para o cumprimento das metas estabelecidas no ambiente corporativo, sem as quais o
trabalhador é excluído desse espaço laboral, agora digitalizado. Num primeiro momento, a tecnologia não diferencia o usuário em suas
habilidades ou capacidade intelectual. Contudo, na medida em que é necessário incorporar esse novo modo de fazer no cotidiano, o usuário vai
encontrando dificuldades inerentes à sua inabilidade para tal. Então, aqueles que desejarem ocupar esse espaço devem dominar suas
funcionalidades e seus recursos disponíveis. No mundo globalizado, as tecnologias emergentes estão para as pessoas, como se estas fossem
igualmente receptivas. Mas, os imigrantes digitais nasceram antes da era digital, sua ambientação é lenta, depende de manuais e treinamentos.
Por isso, os imigrantes digitais são preteridos nas escolhas por critérios de eficiência, em ambiente corporativo, especialmente, home office.
Trata-se, portanto, da e-exclusão que, nesse caso, decorre da opção pela inovação tecnológica direcionada exclusivamente pela eficiência, com
objetivo de aumentar a produtividade. Esta vulnerabilidade tende a se agravar com as inovações trazidas pela automação, robótica e a
inteligência artificial que põem em risco de desaparecimento ou substituição os postos de trabalho e profissões existentes. Os nativos digitais, ao
contrário, nasceram na sociedade tecnológica, aprendem fazendo e são interativos, como as tecnologias que eles utilizam no dia a dia. Assim,
eles sempre estarão à frente dos imigrantes digitais e desfrutarão das melhores oportunidades nesse novo ambiente de natureza competitiva. No
Brasil e no mundo há um desnível crescente nas oportunidades de acesso à postos de trabalho em decorrência da migração tecnológica. A
ausência de regulação jurídica específica acentua esse desnível e a exclusão do imigrante digital desse mercado de trabalho digitalizado. Com o
aumento da expectativa de vida, a inclusão daquelas pessoas nascidas após a virtualização dos espaços laborais é um desafio do milênio que
requer ações integradas e de larga escala para equilibrar o desnível sócio tecnológico. Por isso o objetivo da pesquisa é compreender essa
transformação e seus impactos para propor estratégias que garantam o direito de inclusão do imigrante digital nesse novo mercado de trabalho.
A pesquisa básica partiu do pressuposto de que políticas públicas e regulações inclusivas podem utilizar a própria inovação tecnológica,
especialmente as tecnologias sociais, para garantir ações educativas que visem à inclusão do imigrante nesse novo cenário. A tecnologia social
tem escopo inclusivo, pois sua formatação pressupõe uma racionalidade multifacetada que busca afastar, em seu processo de desenvolvimento,
os elementos potencialmente excludentes. Além disso, a tecnologia social pressupõe funcionalidades que permitem ao usuário aprender
continuamente no ambiente digital. Outro fator importante é sua metodologia interativa que absorve, da realidade do usuário, aquilo que
necessita ser aperfeiçoado. Para o alcance do objetivo estudo se utiliza a metodologia da abordagem comparativa que permitirá examinar cases
de sucesso já implementados em outros países. O estudo comparativo é uma modalidade que permite ajustes das soluções apresentadas à
realidade concreta brasileira para melhor adequação. Vale ainda dizer que os cases trazem uma expertise resultante da implantação anterior, o
que servirá de parâmetro na aferição dos resultados. Sendo assim, a implementação de políticas públicas de regulação da inclusão digital de
amplo espectro, que utilize tecnologias sociais já testadas é uma medida essencial para reduzir as desigualdades na sociedade digital. No mundo
cada vez mais globalizado é importante também globalizar as oportunidades para minimizar as diferenças sociais, o que pode ser feito com
robustos instrumentos regulatórios, pois a lei é um instrumento da política pública. A inovação tecnológica não pode ser freada, mas pode ser
redirecionada para cumprir outras funções que não objetivem somente o lucro. Desta forma, os frutos da inovação, representados pelas
tecnologias sociais configuram-se como importantes ferramentas para efetivar o direito à igualdade de oportunidades e preservar os valores
consagrados pelo Estado Democrático de Direito.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Ciências Jurídicas


DIREITO
Ciências Jurídicas
Curso: DIREITO
Título: O SISTEMA BRASILEIRO DE PRECEDENTES: ANÁLISE TÉCNICA E PRÁTICA DO INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS
REPETITIVAS - LEVANTAMENTO DE DADOS, SISTEMATIZAÇÃO E PRIMEIRAS CONCLUSÕES
Autor(es): Aluisio Gonçalves de Castro Mendes
E-mail para contato aluisiomendes@terra.com.br IES: UNESA
Palavra(s) Chave(s): Precedentes; Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas; Código de Processo Civil
RESUMO
O moderno sistema processual está composto de técnicas variadas, voltadas à solução efetiva e em tempo razoável dos conflitos, tanto na esfera
individual, como na tutela coletiva. Nessa última área, o Código de Processo Civil de 2015 se imiscuiu consideravelmente, apesar de não tratar das
ações coletivas de maneira direta. O aperfeiçoamento do sistema de formação de precedentes vinculantes, cujas hipóteses estão indicadas nos
cinco incisos do art. 927, é instrumento com enorme potencial para atingir uma jurisprudência uniforme, íntegra, estável e coerente. Passa a
existir uma técnica voltada à segura seleção de um entendimento jurisprudencial. Atualmente, o microssistema de casos repetitivos desenhado,
inaugurado pelos recursos repetitivos, ainda na vigência do diploma de 1973, acaba por se aglutinar a outras técnicas, formando um
microssistema de incidentes fixadores de teses jurídicas, também integrado pelo incidente de resolução de demandas repetitivas (IRDR) e
incidente de assunção de competência (IAC). Em virtude da extensão do tema e do necessário aprofundamento dos institutos, a pesquisa está
delimitada ao incidente de resolução de demandas repetitivas.O incidente de resolução de demandas repetitivas (IRDR) é um dos principais
instrumentos trazidos a lume pelo Código de Processo Civil (CPC) de 2015, com caráter repressivo, por depender da existência de processos em
curso que versem sobre a questão jurídica a ser pacificada, e vem despertando, desde os tenros momentos da sua concepção, acalorados debates
em torno de variados aspectos. Nesse diapasão, a pesquisa desenvolve-se de modo a oferecer subsídios para o estudo, o conhecimento, a
interpretação e a aplicação do instituto do IRDR. Para isso, analisa-se e sistematiza-se este instituto no ordenamento jurídico brasileiro,
enfatizando as normas previstas no Código de Processo Civil de 2015 e os julgamentos realizados pelos tribunais. A pesquisa se iniciou pela
análise das principais controvérsias doutrinárias e jurisprudenciais acerca do IRDR, seguindo-se com o levantamento e a análise da prática dos
tribunais nacionais, no âmbito da Justiça Estadual, Federal e do Trabalho, em termos de suscitação, admissibilidade e julgamento do mérito deste
mecanismo. Quanto às controvérsias doutrinárias, foram identificadas as controvérsias referentes ao incidente de resolução de demandas
repetitivas, destacando-se, dentre as controvérsias verificadas: i) a controvérsia em torno da exigência de que o incidente tenha como base
apenas processos já em tramitação no tribunal; ii) o cabimento do IRDR no âmbito dos Tribunais Superiores; iii) as despesas no IRDR; iv) se, no
IRDR, julga-se a causa ou fixa-se a tese; v) a suscitação do IRDR em Juizados Especiais; vi) a constitucionalidade do efeito vinculante.Em apertada
síntese, a análise e sistematização das divergências permitiu a formulação de conclusões pelo docente. Em relação ao primeiro ponto, a
controvérsia jurídica parece residir em relação aos pressupostos para o cabimento do incidente de resolução de demandas repetitivas, ou seja, se
deve haver, necessariamente, processo em tramitação no tribunal, para que esteja, digamos, firmada a competência para o julgamento do
incidente (segundo a posição restritiva) ou que se poderia suscitar o julgamento a partir de processos em tramitação no primeiro ou no segundo
grau (posição não restritiva). Os estudos permitiram observar que o incidente de resolução de demandas repetitivas pode ser suscitado a partir
de causas em tramitação perante os juízes de primeiro grau ou em processamento nos tribunais, devendo se restringir ao julgamento da questão
de direito comum controversa, para a fixação da tese jurídica, que será aplicada ao caso concreto oportunamente pelo respectivo juízo
natural.Quanto ao segundo ponto, parece ser perfeitamente cabível o incidente de resolução de demandas repetitivas nos Tribunais Superiores,
diante de causas originárias, quando presentes os pressupostos do instituto, ainda que com modificações e adaptações que possam ser feitas nos
respectivos regimentos internos.As despesas processuais, incluindo a dos honorários advocatícios, incorridas com o incidente de resolução de
demandas repetitivas, é uma questão que precisa ser melhor equacionada, em especial quando entes privados se encontram atuando. No Brasil,
há dificuldades para a aplicabilidade do mencionado sistema, sendo necessário se encontrar uma solução, como, por exemplo, o rateio por
estimativa. Quanto à quarta divergência, concluiu-se que, pela lógica do incidente de resolução de demandas repetitivas é exatamente em outro
sentido: o órgão competente do tribunal fixa a tese e os órgãos naturalmente competentes processam e julgam os casos concretos, a partir da
vinculação estabelecida no art. 985 do Código de Processo Civil.No quinto ponto, embora o novo Código de Processo Civil não tenha
expressamente previsto a possibilidade de que o incidente de resolução de demandas repetitivas seja suscitado no âmbito interno dos Juizados
Especiais, para fins de processamento e julgamento por parte de seus órgãos de uniformização legalmente previstos, nas matérias que lhe são de
competência exclusiva, não há razão para privar os Juizados Especiais dos benefícios que podem ser alcançados por esta técnica, em termos de
uniformidade de tratamento aos jurisdicionados que neles demandam.E, em relação ao sexto item, é importante destacar, como sucinta
conclusão da pesquisa, que a atribuição de efeito vinculativo, especialmente quando restrito aos órgãos do próprio Poder Judiciário, não precisa
estar previsto expressamente em norma constitucional, decorrendo da própria essência, função e concepção sistemática do Poder Judiciário. Por
outro lado, a Constituição da República do Brasil não exige que o efeito vinculativo interno no âmbito dos órgãos do Poder Judiciário dependa de
expressa previsão constitucional. Após o estudo do instituto e da delimitação das controvérsias, em um segundo momento, passou-se a construir
um levantamento e análise da prática dos tribunais nacionais, em termos de suscitação, admissibilidade, julgamento do mérito do IRDR. O
objetivo era responder às seguintes indagações: i) a quantidade de IRDRs suscitados, bem de recursos especiais repetitivos; ii) os sujeitos
processuais que mais suscitam o incidente e os que possuem a maior taxa de êxito na suscitação; iii) o grau de resistência que os Tribunais
oferecem ao IRDR; iv) os fundamentos utilizados pelos Tribunais para justificar a inadmissibilidade do IRDR; v) o tempo de tramitação dos IRDRs
no âmbito dos tribunais; vi) temas e assuntos tratados pelos incidentes suscitados.O levantamento é censitário e realizado diretamente em cada
um dos tribunais do país, no âmbito da Justiça Estadual, Federal e do Trabalho, desde a vigência do Código de Processo Civil de 2015 até os dias
atuais. Em relação ao primeiro ponto da pesquisa empírica, o objetivo foi averiguar se o IRDR vem sendo incorporado pelos Tribunais brasileiros,
comparativamente aos recursos repetitivos, tendo em vista as semelhanças entre as funções dos institutos, que integram o julgamento dos casos
repetitivos, conforme artigo 928 do Código de Processo Civil.O segundo ponto tinha como fundamento investigar quais os sujeitos legitimados
previstos no art. 977 do Código de Processo Civil possuem atuação mais relevante até então. Para o terceiro aspecto, foi necessário identificar o
percentual de admissibilidade do incidente, que será obtido a partir do número de incidentes admitidos e do número de incidentes
inadmitidos.No quarto ponto, foram investigados os fundamentos utilizados pelos Tribunais para justificar a inadmissibilidade do IRDR,
catalogando-se as principais razões que levam à inadmissibilidade do incidente. O quinto item permitiu mensurar o intervalo entre a iniciativa de
suscitação e o julgamento de admissibilidade e, ainda, entre o julgamento de admissibilidade e o julgamento de mérito. Já o sexto e último ponto
que foi objeto de investigação permitiu analisar se existem assuntos e temas com maior propensão de admissibilidade do que os demais.A coleta

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Ciências Jurídicas


DIREITO
dos dados é permanente e está em constante atualização. Inclusive, a consolidação anual dos dados referentes ao incidente de resolução de
demandas repetitivas vem sendo realizada de forma comparativa com o quantitativo de processos em cada Tribunal. Os tribunais são analisados
de forma comparativa e os dados sobre o incidente de resolução de demandas repetitivas são comparados com os dados disponibilizados pelo
Conselho Nacional de Justiça (CNJ).O estudo se mostra relevante porque alia o conhecimento teórico ao prático, verificando-se, nos tribunais
brasileiros, como o instituto vem sendo tratado. Além disso, os dados já coletados demonstram que nem sempre os dados disponibilizados pelo
CNJ sobre os tribunais são precisos, sendo mapeado e justificado o que precisa de atualização, para fins de aprimoramento do sistema brasileiro
de precedentes.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Ciências Jurídicas


DIREITO
Ciências Jurídicas
Curso: DIREITO
Título: OS MÉTODOS CONSENSUAIS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS E A TRANSFORMAÇÃO DO PARADIGMA COGNITIVO DOS
ADVOGADOS E ADVOGADAS
Autor(es): Alexandre de Castro Catharina; Viviane Helbourn de Almeida do Nascimento
E-mail para contato vivihelbourn@hotmail.com IES: UNESA
Palavra(s) Chave(s): soluções consensuais; ensino jurídico; conflito
RESUMO
É inegável o objetivo do Código de Processo Civil de 2015 em tornar o processo judicial mais democrático e comparticipativo, entregando uma
resposta adequada em um tempo considerado ideal para cada tipo de lide. Um dos destaques trazidos pelo CPC/15 foi a importância dada aos
métodos adequados de solução de conflitos como a mediação, a conciliação e a arbitragem. Esses métodos não são exatamente novos no
ordenamento jurídico brasileiro, uma vez que leis anteriores já versavam sobre a temática. No entanto, foi através do CPC/15 que esses métodos
passaram a ter maior relevância, sendo fortalecido também pela edição logo após da Lei nº 13,140/15, conhecida como lei da mediação. É
importante para este trabalho que aqui seja feita uma distinção: a mediação e a conciliação fazem parte dos chamados métodos
autocompositivos de solução de conflitos, enquanto a arbitragem, assim como a adjudicação, faz parte dos métodos heterocompositivos. Faz-se
necessária tal distinção vez que nesta pesquisa serão trabalhados os métodos autocompositivos. A utilização da mediação e da conciliação
ganham amplitude em uma sociedade marcada pela chamada cultura do litígio, favorecida tanto pela formação do operador do Direito que,
desde os bancos da faculdade, é incentivado ao contencioso, quanto pela própria sociedade que, muitas vezes, se utiliza do judiciário para
resolver toda e qualquer demanda. Dessa forma, surge o questionamento: como trabalhar os métodos autocompositivos nesse tipo de
sociedade, estigmatizada pelo confronto? O ser humano por si só já é avesso a mudanças, principalmente aquelas que, a princípio, parece não lhe
beneficiar. Não obstante, além do contexto em que a mediação foi inserida, mencionado acima, há que se destacar que o modelo ou paradigma
cognitivo dos profissionais da advocacia ainda é marcadamente adversarial, o que não se compatibiliza com o sistema multiportas. Assim, este
trabalho tem o objetivo de demonstrar a necessária transformação na mente do operador do Direito, principalmente dos advogados, de uma
visão prioritariamente adversarial, na via judicial, para os benefícios que a solução consensual pode trazer tanto para o cliente quanto para o
próprio advogado. Para tanto, será utilizada a metodologia da pesquisa bibliográfica com análise qualitativa dos currículos do curso de Direito. O
que parece faltar aos advogados é a real compreensão de como funcionam os métodos autocompositivos e de que não estarão perdendo
financeiramente, mas ganhando, além de uma mudança de paradigma no enfrentamento do conflito. A sociedade, de forma geral, tem uma
tendência em enxergar o conflito necessariamente como algo negativo, ruim, e, talvez por isso mesmo, haja uma pré-disposição natural à
resistência e ao combate. Essa visão impede que sobressaiam os benefícios de um enfrentamento consciente do conflito que são o
empoderamento do indivíduo, o protagonismo na solução do seu próprio litígio, com o aumento de seu senso de responsabilidade e
comprometimento social. Todos esses benefícios podem ser alcançados através da cultura do diálogo trazida pelos métodos de soluções
consensuais. Através, principalmente da mediação, pode ser encontrada uma decisão mais específica ao caso concreto, na qual sejam
consideradas diversas variáveis que, em um processo judicial, não poderão ser apreciadas. É difícil, inicialmente, para o advogado, entender a
solução consensual, uma vez que passa todo o período de faculdade sendo treinado para a briga. Chega-se a pensar que se o indivíduo deseja
uma solução consensual não deve procurar um advogado, tampouco, o judiciário. Aliada a essa formação de mentalidade, a grade curricular
também não favorece ao oferecer vários semestres voltados para o processo judicial e pouquíssimos para a solução consensual. Até bem pouco
tempo, a disciplina, ainda chamada de métodos alternativos de solução de conflitos, era eletiva e, somente a partir de força normativa, tornou-se
disciplina obrigatória. Com toda a ênfase na solução adjudicada dos conflitos dada nos cursos de graduação, não é de se espantar o
estranhamento dos advogados quando se fala em mediação e conciliação. Para além disso, mesmo o cidadão, muitas vezes chateado,
decepcionado, quiçá irado, por ter seu direito lesado ou ameaçado, ao procurar assessoria e/ou consultoria advocatícia, não tem a noção de que,
talvez, o seu conflito possa ser resolvido consensualmente, e na verdade, nem quer resolver de forma consensual, e já chega para o advogado
com a ideia de ajuizar uma ação para brigar, discutir e punir seu adversário. É claro que há conflitos que inevitavelmente adentrarão as portas do
Poder Judiciário, ou por não ter havido um acordo consensual ou por ser o judiciário o melhor caminho para aquela lide. Contudo, é importante
que os advogados tenham uma nova postura mental, entendendo a importância das soluções consensuais, considerando-as como também
hábeis a entregar uma resolução efetiva e satisfatória para o cidadão. E que isso não implicará em redução financeira para o profissional, porém,
muito pelo contrário, ao entregar uma solução que deixe o cliente feliz, satisfeito e em um tempo infinitamente menor do que levaria se fosse
ajuizada uma ação, o profissional do Direito tem seu trabalho valorizado, pois soube identificar corretamente a necessidade do seu cliente e
direcioná-lo para o melhor caminho, contribuindo para erradicar a ideia de que o advogado somente valoriza o lado financeiro. Os resultados
parciais da pesquisa indicam que a mudança esperada de paradigma passa, necessariamente, pelo ensino jurídico no Brasil. Por todo o explanado,
conclui-se que o advogado é peça fundamental para o acesso à justiça dos cidadãos e que esse acesso não se encontra somente através da ação
judicial, mas também na mediação e na conciliação e que essa transformação social da cultura do litígio para a cultura do diálogo passa pela,
especificamente, pela pessoa do advogado.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Ciências Jurídicas


DIREITO
Ciências Jurídicas
Curso: DIREITO
Título: O DIREITO À ACESSIBILIDADE E MOBILIDADE DA PESSOA IDOSA NA CONVENÇÃO INTERAMERICANA SOBRE PROTEÇÃO
DOS DIREITOS HUMANOS DOS IDOSOS
Autor(es): Henrique Lopes Dornelas; Rafael Tinoco Palatnic
E-mail para contato hldornelas@gmail.com IES: UNESA
Palavra(s) Chave(s): Direitos Humanos dos Idosos; Convenção Interamericana Proteção Direitos Humanos dos Idosos;
Mobilidade Urbana; Acessibilidade.
RESUMO
O crescimento da população idosa no Brasil é significativa e diante deste cenário as cidades devem propiciar mobilidade e acessibilidade
adequada para essa população, afim de que possam exercer seus direitos e acesso adequado aos equipamentos urbanos. Segundo dados do
IBGE, o Brasil no ano de 2017 tinha 28 milhões de idosos ou seja, cerca de 13,5% do total da população. Em dez anos, chegará a 38,5 milhões
(17,4% do total de habitantes). A previsão é de que no ano de 2042, segundo a projeção do IBGE é de que a população brasileira atinja 232,5
milhões de habitantes, sendo 57 milhões de idosos (24,5%). Em 2031, o número de idosos (43,2 milhões) vai superar pela primeira vez o número
de crianças e adolescentes, de 0 a 14 anos (42,3 milhões) e antes de 2050, os idosos já serão um grupo maior do que a parcela da população com
idade entre 40 e 59 anos. No cenário internacional a discussão específica sobre os direitos dos idosos teve início no ano de 1982, com a
elaboração do Plano de Ação de Viena sobre Envelhecimento e mais atualmente com a Convenção Interamericana sobre a Proteção dos Direitos
Humanos dos Idosos de 2015. OBJETIVOS DO TRABALHO: a) verificar os direitos de mobilidade e acessibilidade da pessoa idosa na Convenção
Interamericana sobre Proteção dos Direitos Humanos dos Idosos; b) analisar e comparar os direitos previstos na convenção com a tutela interna
existente no ordenamento jurídico brasileiro; c) verificar a importância e impacto da inclusão da convenção com status de emenda constitucional,
bem como as obrigações impostas ao Estado signatário na efetivação dos direitos. METODOLOGIA: A metodologia empregada foi a pesquisa
bibliográfica e documental, estudo da legislação pertinente, revisão de literatura acerca dos direitos humanos dos idosos. RESULTADOS E
DISCUSSÃO: Não obstante a existência de documentos internacionais para a proteção dos Diretos Humanos, faltava uma norma internacional que
tratasse de forma específica os direitos das pessoas idosas, surgindo em junho de 2015, por meio de aprovação pela Organização dos Estados
Americanos (OEA), em Washington, nos Estados Unidos, a Convenção Interamericana sobre Proteção dos Direitos Humanos dos Idosos. Em seu
preâmbulo, a Convenção reconhece a necessidade de definir os direitos humanos sob a perspectiva dos idosos e do envelhecimento da
população e, em seu artigo 1º, define seus objetivos: o de promover, proteger e assegurar o reconhecimento e o pleno gozo e exercício, em
condições de igualdade, de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais do idoso, a fim de contribuir para sua plena inclusão, integração
e participação na sociedade. No que tange a mobilidade e acessibilidade do idoso, o artigo 26 da Convenção estabelece: O idoso tem direito à
acessibilidade ao entorno físico, social, econômico e cultural e à sua mobilidade pessoal. Para a garantia da mobilidade e acessibilidade dos
idosos, a fim de que estes possam viver de forma independente e participar de forma atividade na sociedade, caberão aos Estados Partes
signatários da Convenção: adotar de maneira progressiva medidas pertinentes para assegurar o acesso do idoso, em igualdade de condições com
as demais pessoas, ao entorno físico, transporte, informação e comunicações, inclusive os sistemas e as tecnologias da informação e das
comunicações, e a outros serviços e instalações abertos ao público ou de uso público, tanto em zonas urbanas como rurais. Estas medidas, que
incluirão a identificação e eliminação de obstáculos e barreiras de acesso. Entre outras medidas para garantir a acessibilidade e locomoção dos
idosos, é estabelecido que caberão aos Estados Partes estabelecer as seguintes medidas a seguir enumeradas: a) Os edifícios, as vias públicas, o
transporte e outras instalações externas e internas, como centros educativos, residências, instalações médicas e locais de trabalho; b) Os serviços
de informação, comunicações e de outro tipo, inclusive os serviços eletrônicos e de emergência. No artigo 26 fica também estabelecido que os
Estados Partes deverão adotar as seguintes medidas: a) Desenvolver, promulgar e supervisionar a aplicação de normas mínimas e diretrizes sobre
a acessibilidade das instalações e dos serviços abertos ao público ou de uso público; b) Assegurar que as entidades públicas e privadas que
possuam instalações e serviços abertos ao público ou de uso público levem em conta todos os aspectos de acessibilidade para o idoso; c)
Oferecer formação a todas as pessoas envolvidas nos problemas de acessibilidade que o idoso enfrenta; d) Promover outras formas adequadas
de assistência e apoio ao idoso para assegurar seu acesso à informação; e) Promover o acesso do idoso aos novos sistemas e tecnologias da
informação e das comunicações, inclusive a Internet, e que estas sejam acessíveis ao menor custo possível; f) Propiciar ao idoso o acesso a tarifas
preferenciais ou gratuitas de serviços de transporte público ou de uso público; g) Promover iniciativas, nos serviços de transporte público ou de
uso público, para que haja assentos reservados para o idoso, os quais deverão ser identificados com a sinalização correspondente; h) Dotar os
edifícios e outras instalações abertas ao público de sinalização em formatos de fácil leitura e compreensão e adequados para o idoso. A
Organização das Nações Unidas (ONU), em setembro do ano de 2015, reiterou junto aos Estados americanos a necessidade de ratificação da
Convenção, a fim de que tais direitos fossem reconhecidos e efetivados. Os Estados signatários da Convenção têm o dever de adotar, segundo
seus procedimentos constitucionais, as disposições da Convenção, provendo medidas legislativas, ou de outro caráter, necessárias para
efetivação tais direitos e liberdades. Nesse norte, a partir de sua ratificação, o Estado signatário somente poderá restringir ou limitar o gozo e o
exercício dos direitos estabelecidos mediante leis, cujo objetivo seja o de preservar o bem-estar geral dentro de uma sociedade democrática. O
Estado signatário deverá adotar medidas para prevenir, punir e erradicar as práticas contrárias à Convenção, até o máximo dos recursos
disponíveis e levando em conta seu grau de desenvolvimento, a fim de obter progressivamente, e em conformidade com a legislação interna, a
plena efetividade dos direitos econômicos, sociais e culturais, sem prejuízo das obrigações aplicáveis de imediato em virtude do direito
internacional. Tais medidas, sejam legislativas, administrativas, judiciais, orçamentárias e de qualquer outra natureza, tem a finalidade precípua
de garantir ao idoso um tratamento diferenciado e preferencial em todos os âmbitos. Parcialmente, foi verificado que a Convenção
Interamericana sobre Proteção dos Direitos Humanos dos Idosos, entrou em vigor em 11 de janeiro de 2017, no trigésimo dia a partir da data de
depósito do segundo instrumento de ratificação, sendo que até o momento sete países já a haviam ratificado, os quais são: Uruguai, Costa Rica,
Bolívia, Chile, Argentina, El Salvador e Equador. No Brasil, a Convenção está sob o rito de aprovação previsto no artigo 5º, §3º da CF/88, ou seja,
caso seja aprovada equivalerá a uma emenda constitucional. Constatou-se que a Convenção foi encaminhada ao Congresso Nacional na forma da
Mensagem de Acordos, convênios, tratados e atos internacionais (MSC) 412/2017, em 25 de dezembro de 2017, e posteriormente transformada
no Projeto de Decreto Legislativo de Acordos, tratados ou atos internacionais (PDC) 863/2017, e se encontra em tramitação no Congresso
Nacional, ainda sem data definida para aprovação. CONSIDERAÇÕES PARCIAIS: Apesar do aumento exponencial do número de idosos, desde o
início do século, somente nas últimas décadas cresceu a preocupação em garantir e proteger os direitos humanos dessa população. Os Direitos
Humanos dos Idosos têm um nítido caráter protetivo em razão da questão da vulnerabilidade em que se encontram, como amplamente

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Ciências Jurídicas


DIREITO
reconhecido na Constituição Federal de 1988, na Lei da Política Nacional do Idoso e no Estatuto do Idoso. Ao revés dos evidentes benefícios
apresentados pela Convenção Interamericana sobre Proteção dos Direitos Humanos dos Idosos, o Brasil ainda não completou o trâmite
Legislativo para ratificá-la. Contudo, ao fazê-lo deverá manter-se atento às obrigações que a partir de então será portador e adotar políticas
públicas garantidoras dos direitos previstos. A garantia dos direitos fundamentais dos idosos requer comprometimento nacional e internacional.
Há que se prestigiar o desenvolvimento de políticas públicas adequadas e mudança de paradigmas sociais, propiciando o necessário amparo
social e a erradicação de qualquer forma de preconceito, garantindo a população idosa plena mobilidade e acessibilidade aos equipamentos
urbanos.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Ciências Jurídicas


DIREITO
Ciências Jurídicas
Curso: DIREITO
Título: O DISPUTE BOARD COMO MEIO ALTERNATIVO À RESOLUÇÃO DE CONTROVÉRSIAS NA NOVA LEI DE LICITAÇÕES: LUZES
DO CONSENSO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CONTEMPORÂNEA.
Autor(es): Gustavo Silva Gusmão dos Santos; Cesária Catarina Carvalho Ribeiro de Maria
E-mail para contato gustavogusmao42@gmail.com IES: UNESA
Palavra(s) Chave(s): Contrato administrativo; Consenso; Dispute board
RESUMO
A presente pesquisa tem como objetivo analisar a aplicabilidade do comitê de resolução de disputas (dispute board) como meio alternativo à
resolução de controvérsias nos contratos administrativos, tendo em vista a edição da Lei Federal nº 14.133, de 1º de abril de 2021. Nesse sentido,
questiona-se acerca da eficiência da utilização do instituto pela Administração Pública, tendo como objetivos verificar como a legislação pátria
prevê a atuação administrativa consensual e analisar o potencial da utilização do mecanismo à luz da experiência internacional. A metodologia
utilizada será análise de conteúdo, com revisão bibliográfica e documental, em especial, a legislação brasileira sobre o tema. Por fim, espera-se
demonstrar as vantagens da utilização do dispute board como método alternativo para a resolução de controvérsias no âmbito dos contratos
administrativos. Inicialmente, é importante destacar que o poder de império da Administração Pública está intimamente relacionado à
autoridade no Direito Administrativo, da qual resultam as prerrogativas públicas, as quais afirmam a superioridade da Administração Pública na
relação com os administrados. No que concerne aos contratos administrativos, a preponderância do interesse público sobre o particular se
mostra evidente nas denominadas cláusulas exorbitantes. A doutrina de Direito Administrativo sustenta que as prerrogativas públicas são
inerentes ao regime jurídico de Direito Administrativo, que por sua natureza é exorbitante, razão pela qual as prerrogativas públicas também o
seriam. Com efeito, a exorbitância das prerrogativas públicas conduz à supremacia da Administração Pública em face dos administrados, na
medida em que aquela conta com mecanismos para impor de forma unilateral suas decisões administrativas, conferindo autoridade, legitimidade
e presunção de autoridade ao desenvolvimento da atividade administrativa. Todavia, não se pode perder de vista que as prerrogativas públicas
visam servir ao desenvolvimento da atividade pública, cujo resultado final deve ser sempre a satisfação do interesse público. Nesse sentido, é
importante destacar que com o advento da Constituição da República de 1988, a qual eleva a cidadania e a participação popular a um patamar de
destaque, a Administração Pública passou naturalmente a ser influenciada pela consensualidade, assim entendida como o acordo de vontade
entre a Administração Pública e pessoas de direito público ou privado, a qual é reflexo da democracia substantiva, apoiada nos direitos
fundamentais e na qual a pessoa humana é o centro de suas realizações. Nessa linha, a participação administrativa, a contratualização e a
eficiência são fatores relevantes na ascensão da consensualidade no âmbito da Administração Pública. A consensualidade, além de se revelar
como fenômeno de participação administrativa, constitui técnica de gestão administrativa, na medida em que abrange, além de ajustes
tipicamente negociais (tais como o contrato), figuras jurídicas diversas que contenham base consensual (a exemplo dos protocolos de intenção,
convênios e parcerias). Assim sendo, percebe-se que a dinâmica das relações jurídicas na sociedade contemporânea promove a disrupção com o
modelo tradicional de autoridade, na medida em que desloca a posição de subordinação no contrato, notadamente da superioridade da
Administração Pública, para a superioridade do interesse público. Em outros termos, significa dizer que a consensualidade aponta para a
transição do viés autoritário da atuação da Administração Pública, o qual se destaca pela supremacia do interesse público, para um modelo
negocial em que a Administração Pública se posiciona de forma mais horizontal e participativa ao lado do administrado. Busca-se, outrossim, a
superação das disfunções da burocracia, onde a consensualidade assume o papel de conduzir a atividade estatal pela via da instrumentalidade,
tendo como destino a eficiência. De fato, a utilização de meios alternativos à resolução de conflitos, onde se privilegia o consenso, faz parte do
processo de ressignificação do acesso à justiça, onde a jurisdição passa a não ser mais exclusivamente uma atividade do Poder Judiciário, devendo
ser privilegiada a utilização dos meios extrajudiciais de resolução de controvérsias. Nessa toada, percebe-se que a resolução consensual de
conflitos tem sido fomentada no ordenamento jurídico pátrio ao longo da última década. Assim se revela, por exemplo, o comando previsto no
artigo 174, da Lei nº 13.105/2015, o qual estabelece o dever de os entes federativos criar câmaras de mediação e conciliação, promovendo,
quando couber, a celebração de termo de ajustamento de conduta. No mesmo sentido, cite-se a edição da Lei 13.140/2015, que instituiu o
chamado Marco Legal da Mediação. Especialmente no âmbito das licitações e contratos administrativos, a edição da nova Lei de Licitações - Lei
nº 14.133/2021 – passa a prever em seu artigo 151 a utilização de meios alternativos de resolução de conflitos como instrumental adequado à
solução de controvérsias relacionadas a direitos patrimoniais disponíveis, especialmente aquelas relacionadas à manutenção do equilíbrio
econômico-financeiro do contrato, ao inadimplemento de obrigações contratuais por quaisquer das partes e ao cálculo de indenizações. É nessa
seara que se destaca a figura do comitê de resolução de disputas, o chamado dispute board. Trata-se de meio alternativo de resolução de
conflitos surgido na década de 70, nos Estados Unidos, como forma de resolver problemas decorrentes de contratos de construção. No âmbito
dos contratos de infraestrutura de grande vulto financiados por bancos de desenvolvimento, tais como o Banco Mundial e o Banco
Interamericano de Desenvolvimento, a utilização do dispute board é, inclusive, obrigatória. O dispute board é formado por experts, escolhidos
pelas partes, os quais atuam precipuamente de forma preventiva, por intermédio de consultas, recomendações ou mesmo decisões. A escolha
dos membros do comitê se dá de forma paritária entre as partes, os que, por sua vez, escolhem um terceiro, o qual exercerá a função de
presidente, garantindo-se assim a isonomia entre as partes e imparcialidade por parte dos componentes do comitê. Existem diversos modelos de
dispute board, a variar de acordo com as instituições que os elaboraram, notadamente, a Dispute Resolution Board Foundation (DRB), a
International Chamber of Commerce (ICC), o The Chartered Institute of Arbitrators (CIArb), o World Bank e a Fédération Internationale des
Ingénieurs-Conseils (FIDIC). É importante destacar que a regulamentação dos dispute boards se revela como importante parâmetro para o seu
funcionamento, haja vista que tais normas podem ter aplicação subsidiária e colmatadora de eventuais lacunas na atuação do comitê, evitando-
se posterior submissão à arbitragem ou ao Judiciário. Em relação a outros métodos alternativos de resolução de conflitos em sede de contratos
administrativos, em especial, a arbitragem, o dispute board apresenta diversas vantagens. Dentre elas, destaca-se o fato de que no dispute board
o comitê de experts acompanha a execução do contrato desde a sua origem, permitindo assim a tomada de decisão pelas partes de forma célere.
Ademais, dada à experiência e familiaridade dos membros do comitê com o objeto do contrato, bem como do seu caráter de permanência, as
partes do negócio tendem a ser mais cautelosas a submeter questionamentos ao comitê, levando ao seu conhecimento apenas questões
relevantes. Outro fator que destaca a vantajosidade da adoção do dispute board em face da arbitragem ou do contencioso judicial está nos
custos de sua utilização. Segundo dados da Dispute Resolution Board Foundation, os custos de um conflito de construção solucionado por dispute
board variam entre 0,05% a 0,25% do custo total final da obra, a depender da complexidade do projeto, ao passo que os custos com a arbitragem
podem chegar a 5% do valor do contrato. Outro fator de destaque na escolha do dispute board está relacionada ao tempo de resolução do

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Ciências Jurídicas


DIREITO
conflito, já que as questões levadas ao comitê são resolvidas de forma mais célere (entre 90 a 180 dias), quando não resolvidas de forma
imediata, sem que se tenha interrupção da execução do contrato, traduzindo-se em grande vantagem quando comparado à arbitragem ou ao
Judiciário. Conclui-se que a possibilidade de se valer do comitê de resolução de disputas (dispute board) no âmbito dos contratos administrativos,
à luz da norma contida no artigo 151 da nova Lei de Licitações, se revela como importante instrumento para a resolução de conflitos a eles
relacionados, notadamente em contratos administrativos complexos, considerando os resultados de sua utilização no exterior. Trata-se,
portanto, de mecanismo que prestigia o consenso e a eficiência na Administração Pública contemporânea.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Ciências Jurídicas


DIREITO
Ciências Jurídicas
Curso: DIREITO
Título: O PAPEL DO DIREITO E DA EDUCAÇÃO NA TRANSIÇÃO DA ECONOMIA LINEAR PARA A ECONOMIA CIRCULAR:
DESAFIOS DA CONSCIENTIZAÇÃO EM ESCALA GLOBAL
Autor(es): Paulo José Pereira Carneiro Torres da Silva; Wilson Tadeu de Carvalho Eccard; Wilson Danilo de Carvalho Eccard
E-mail para contato careccard@gmail.com IES: UNESA
Palavra(s) Chave(s): direito à educação; direito internacional; direito econômico; direito constitucional; economia circular
RESUMO
A transição do mundo moderno para o mundo pós-moderno promoveu muitas mudanças na sociedade em diferentes níveis. Ao mesmo tempo
em que as grandes narrativas começaram a serem questionadas, houve uma aceleração da globalização, que derrubou barreiras físicas e
tecnológicas, promovendo uma aproximação maior das pessoas, além de mercados de consumo também, em um complexo processo de
recriação de si mesmos. Outro fator de mudança foi a percepção de que a manutenção da forma como produzimos e consumimos, desenvolvida
e aprimorada desde a revolução industrial, também precisa ser alterada, para se evitar um colapso ambiental de recursos naturais renováveis. Se
por um lado temos a preocupação com a preservação dos recursos naturais, a destinação dos resíduos sólidos, preservação de fontes de água
potável, ao outro lado encontramos uma sofisticação do marketing capaz de incentivar o consumismo extremado (não apenas nas plataformas
midiáticas tradicionais, como TV, rádio, ou sites de internet, mas, sobretudo, nas mais diversas plataformas de redes sociais que consolidou a
transformação de cada indivíduo em seu próprio produto, nos colocando, enfim, diante do paradoxo do século XXI, preservação e consumo.A
busca pela resolução deste problema começa bem antes. É a partir da década de sessenta do século XX que se demonstra uma
preocupação/insatisfação da comunidade internacional acerca da forma como a produção dos bens que consumimos impactava o meio
ambiente.A sequência de reuniões do clima/meio ambiente (Declaração de Estocolmo/1972, Relatório Brundtland/1987, ECO-92, Rio+20, além
de diversas outras organizadas pelas Organizações das Nações Unidas) que ocorreram foram determinantes desde o ponto de vista de criação de
normas de soft law capazes de influenciar as nações na forma de conduzirem tanto a produção de bens, como a maneira como se protegeria o
meio ambiente desde a adoção de políticas públicas.Dentro do cenário legal as transformações não foram tímidas também. A noção de um
mundo globalizado em que as decisões de um Estado restam por influenciar outros, propiciou a adoção de mecanismos multilaterais, na forma de
pactos, que representaram a percepção e os esforços dos países participantes em atender aos anseios dos povos.Os direitos de segunda geração,
que cobram do Estado uma atuação mais garantidora dos direitos sociais, econômicos e culturais, ganharam corpo ao serem associados aos
próprios direitos humanos, alcançando indivisibilidade e interdependência. Esse patamar é representado pela criação de diferentes instrumentos
normativos multilaterais como o Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais/1966 e o Protocolo Adicional à Convenção
Americana sobre Direitos Humanos em Matéria de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais "Protocolo de São Salvador/1988.É neste cenário
mundial que diferentes campos de estudo iniciam pesquisas sobre como é possível ao mesmo tempo em que se protege ao meio ambiente
promover um atendimento aos direitos de segunda geração que são reconhecidamente emancipadores da vida humana.Para tanto, foi
necessário se reconhecer a falência do sistema de produção linear, fruto da evolução dos processos industriais que chancelaram o capitalismo até
os dias de hoje, falência esta caracterizada pelo uso intensivo de recursos naturais virgens para a transformação em bens de consumo por meio
de atividade industrial, onde esses bens são comercializados, consumidos e descartados pela sociedade ao fim de vida útil. No que tange à
produção econômica, o reconhecimento de que era necessário repensar a cadeia produtiva tendo em vista a finitude dos recursos naturais e a
adoção de melhores técnicas capazes de promover um maior aproveitamento dos componentes, bem como encontrar destinação correta
quando do descarte, fez com que se repensasse na própria modificação do sistema de produção. Ao invés do linear, era necessário caminhar para
a Economia Circular (EC).A ideia de que o modelo de produção e consumo linear é insustentável não é recente. Desde os primórdios do
capitalismo, ainda durante as revoluções industriais na Inglaterra, o crescimento econômico vem sempre em primeiro lugar pelas empresas e
indústrias, deixando de lado importantes fatores como o social e o ambiental. Este processo de transição do modelo econômico linear para o
circular já é uma realidade em diversos países do mundo, tendo como maiores exemplos a China, a União Europeia, com destaque para os Países
Baixos (antiga Holanda) e Alemanha, além do Canadá, e na América Latina, o Chile e o próprio Brasil, ainda que de maneira bem tímida
ainda.Uma preocupação corrente para a transição para a economia circular é promover o conhecimento sobre o próprio processo das etapas
produtivas e o papel da sociedade. Tanto é assim que ao falarmos de Economia Circular estamos reunindo diversos campos do saber: engenharia,
design, economia, administração, arquitetura, direito, sociologia, sustentabilidade, desenvolvimento sustentável, dentre outros.Se por um lado a
necessidade de transição de um modelo linear de produção para um modelo circular com vistas à persecução de níveis produtivos mais
sustentáveis é facilmente visualizável no plano teórico, não podemos negar que para sua implementação no plano prático será preciso superar o
desafio pedagógico da aceitação do modelo por uma sociedade que se encontra fortemente comprometida e doutrinada em um modelo
hiperconsumista e imbricado com o modus operandi do modelo de produção linear.Em outras palavras, a superação do modelo produtivista
linear hiperconsumista é pressuposto lógico da realização dos direitos de segunda e terceira geração e, por sua vez, esta superação depende de
um sentimento de aceitação e pertencimento da sociedade de que os valores atualmente preconizados não são sustentáveis. Este encadeamento
lógico enuncia o problema e gera uma pergunta fundamental que embasa a presente pesquisa: como mudar o paradigma de percepção social a
respeito do modelo produtivo vigente?Autores com o professor Humberto Maturana sustentam que a experiência humana está amarrada à
nossa própria estrutura e à nossa vivência, de maneira que não é possível separar nossa história e nossa percepção de nossas ações.Maturana
entende que o conhecimento humano decorre da experiência e da emoção do indivíduo em seu domínio de ação, e em sua epistemologia deixa
claro que - em uma perspectiva congruente com a pedagogia freireana - a aprendizagem exige um compromisso ético de educar reconhecendo
que nosso saber decorre não apenas de um conhecimento obtido por uma percepção universalmente correta, mas sim de que ele resulta de um
processo de vivência e experimentação que causa no interlocutor um pertencimento e a aceitação.Um dos objetivos da presente pesquisa é
compreender em que medida o direito pode auxiliar na criação das condições necessárias a realização desta vivência de um modelo não linear
por parte da sociedade promovendo uma educação disruptiva e apta a promover a conscientização sobre a necessidade de mudança de
paradigma produtivo, e as primeiras pistas de pesquisa – já que falamos de um work in progress - nos indicam que através de instrumentos
convencionais e de soft law é possível fomentar políticas e metas que envolvam compromissos de caráter ético e afetivo, de modo a criar uma
cultura de promoção do novo paradigma não a partir de uma lógica de sanções e obrigações, mas sim de pertencimento e afeto, justamente
como preconiza a perspectiva maturânica.A adoção de compromissos no plano internacional em uma convergência com a adoção de políticas no
plano interno que permitam que a sociedade experimente um novo modelo produtivo e possa, no processo, compreender sua importância e sua
validade é um caminho aparentemente factível para que possamos transformar a percepção social.Assim, outro apontamento preliminar

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Ciências Jurídicas


DIREITO
realizado em função das pesquisas em andamento é que o direito desempenha um papel significativo nesta mudança de paradigma produtivo,
mormente pela criação de marcos regulatórios e a assunção de compromissos multilaterais no plano internacional. É com base no direito
constitucional, internacional, econômico que é possível promover uma maior propagação do direito ambiental, o que torna o desafio da
educação ainda mais elevado.Para investigar o problema fundamental utilizamos o método dedutivo, com apoio e revisão de literatura
interdisciplinar em diferentes campos como direito, desenvolvimento sustentável, educação e como resultados preliminares pudemos identificar
o papel essencial que a educação tem na transformação do cidadão e na promoção de um novo paradigma produtivo, consequentemente da
própria sociedade, bem como pudemos apontar um papel importante do direito no fomento de políticas que criem as condições de
aprendizagem significativa necessárias.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Ciências Jurídicas


DIREITO
Ciências Jurídicas
Curso: DIREITO
Título: EL ENFOQUE CRÍTICO TUTELAR COMO CATEGORÍA DE ANÁLISIS PARA LAS RELACIONES LABORALES
Autor(es): Mario Luis Gambacorta
E-mail para contato mariogambacorta@yahoo.com.ar IES: UBA (Argentina)
Palavra(s) Chave(s): enfoque crítico tutelar; relaciones laborales; discurso socio-económico-laboral; gramática laboralista
RESUMO
El enfoque crítico tutelar de las relaciones laborales que impulso, busca constituirse en una categoría de análisis. Se orienta a una mejor
comprensión y aplicación de las lógicas tutelares que conllevan la protección del trabajo en sus distintas expresiones, atendiendo sus
heterogeneidades. Se dirige a evidenciar los intereses que subyacen e inciden en la promoción o la restricción de lo protectorio en su
consideración y vigencia.Advierte sobre la existencia de un discurso desregulador en un sentido desprotectorio, el cual preconiza y detenta una
hegemonía deslaboralizadora. El Enfoque crítico tutelar, surgió para la transmisión del conocimiento y el análisis en clave de derechos sociales;
con foco en el derecho del trabajo y de la seguridad social. Se vincula con cuestiones epistemológicas. Implica la necesidad de estudiar
críticamente y reconfigurar categorías en el mundo del trabajo.A través del Enfoque crítico tutelar decidimos enfrentar ese reduccionismo que
prioriza lo micro, el caso aislado; esa visión marginalista propia de la lógica del neoliberalismo economicista que tiende a simplificar todo,
soslayando, primordialmente elementos constitutivos de los derechos sociales. Ese neoliberalismo economicista trata de vaciar todo de
contenido, restarle valor a los conceptos y diluir categorías de análisis. Ya que, si todo parece lo mismo, la respuesta sistémica se
diluye.Cuestionamos el mero normativismo, donde se yerguen falacias de autoridad en las argumentaciones. Por ello, este enfoque es
antidogmático. Desde el Enfoque crítico tutelar sostenemos que, si bien el derecho puede ser una herramienta de dominación; no ha sido sólo
eso, especialmente en América Latina. En nuestra región, en determinados momentos históricos y por el accionar de los diversos movimiento
populares (también llamados despectivamente populistas), el derecho ha sido, a la vez, una herramienta para construir un escenario más
inclusivo, más justo e igualitario; que reconoce y regula en un sentido protectorio situaciones de vulnerabilidad. Entendemos que, si hay una
historicidad, entonces también hay una necesidad de estructurar, primero, un discurso para producir conocimiento: un conocimiento contra-
hegemónico, ya no atado o restringido por categorías eurocéntricas; que nos permita resolver nuestra realidad, desde nosotros mismos. Es
menester avanzar, consecuentemente, hacia una hegemonía alternativa, con la que se recupere lo perdido o debilitado, y se produzcan nuevos
signos en y para la sociedad.En términos de subjetividad, el Enfoque crítico tutelar impulsa recuperar y potenciar la revalorización del trabajo
dependiente (con el aditamento de tutelado), su centralidad, y el orgullo de ser trabajador o trabajadora que debe conllevar. Así, ponemos foco
en la centralidad del trabajo dependiente tutelado como parámetro de referencia y paradigma vinculante para la instrumentalización y desarrollo
de lo socio-económico-laboral. Desde el Enfoque crítico tutelar, consideramos que debe impulsarse un escenario obligacional más riguroso; sobre
todo porque percibimos una crisis en los organismos internacionales, inclusive y particularmente, en lo que nos atañe, en el caso de la OIT.
Fortalecer la internacionalización de las relaciones laborales y la acción de las organizaciones sindicales (las cuales deberían hoy superar y no
recaer en las rígidas divisiones ideológicas del pasado) es hoy una necesidad. Desde el Enfoque crítico tutelar, sin por ello desconocer la
importancia del diálogo social, tampoco admitimos un dialogo social sesgado, es decir, que deje de lado el conflicto. Entendemos un diálogo
social inexorablemente integrado por el conflicto. A nuestro juicio, no son dos categorías desvinculadas. Todo lo expuesto implica y requiere lo
que caracterizamos como una nueva taxonomía laboral, configurada por una gramática laboralista contra-hegemónica, primero, y perfeccionada
luego en una hegemonía alternativa; que no rompe ni altera los principios y las fuentes basales que estructuran el derecho del trabajo, busca
recuperarlos y ampliarlos, para darles una mayor dinámica en términos epistemológicos ante el contexto actual. En síntesis, una mayor capacidad
explicativa en términos de transmisión del conocimiento. Con esto, buscamos superar simplificaciones que padecen las y los trabajadores; por
ejemplo, cuando se habla en torno a las nuevas tecnologías y su incidencia en las relaciones laborales.Asimismo, en el marco de un Enfoque
crítico tutelar, concebimos la negociación colectiva como la principal proyección estratégica -o regla de aplicación- de la libertad sindical;
relevante en el sentido de avanzar en la distribución de la riqueza y la democratización plena de la sociedad. Y por eso requiere ser fortalecida,
desde la legislación y la acción estatal. En efecto, la negociación colectiva, y sus características, se reflejarán en la estructura y desarrollo de ésta.
Están directamente vinculadas con el modelo sindical vigente. El Enfoque crítico tutelar se puede sustentar, prioritariamente, en dos
herramientas estratégicas, cuya mayor y mejor vinculación desde ya postulamos. Se trata de lo que postulamos como una imprescindible
articulación entre la inspección del trabajo y la negociación colectiva. Desde nuestro enfoque crítico tutelar atribuimos también, a la organización
sindical, un rol estratégico como actor gremial, social y político. La relevancia de su estructura organizativa y su proyección en la que se verifica en
la negociación colectiva son un elemento sustancial de las relaciones laborales. Como parte del rol del Estado, queremos impulsar la construcción
o reconstrucción de una alianza estratégica de éste con los sectores del trabajo a los que, respetando la autonomía de sus organizaciones, tutele y
promocione en su accionar y articule con ellos para sostener transformaciones necesarias. Simultáneamente, hablamos de articularse, desde los
sindicatos con las organizaciones sociales; nucleándose en una sistémica unidad de acción; a partir de considerarse sus respectivos integrantes,
antes que nada, trabajadores y trabajadoras. Mediante nuestro Enfoque crítico queremos construir una taxonomía laboral que fortalezca el
discurso de la centralidad del trabajo dependiente tutelado en favor de las mayorías que trabajan, impulsando la integración de los que se
encuentran sin trabajo o trabajando al margen del sistema protectorio laboral.Postulamos establecer y restablecer categorías para renovar un
discurso que denominamos socio-económico-laboral, sin alterar la sustancia de esos principios y para reforzar la lógica tutelar que conlleva dicha
centralidad del trabajo dependiente tutelado; la cual debe ir, directamente, de la mano de la dignidad de las y los que trabajan. Postulamos una
nueva gramática laboralista, interdisciplinaria y transdisciplinaria; sustentada en los principios basales del derecho del trabajo, pero con la
intención de una acción comunicacional remozada y accesible, en vista de su instrumentalidad para la transformación; sobre todo, por parte de
quienes deben materializarla.Otra de las grandes tareas que impulsamos es proponer debates y acciones para, paradójicamente, salir de aquellos
que se estacionan en el terreno de los derechos formalmente normativizados, aunque sin afectar la efectividad material de la distribución.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Ciências Jurídicas


DIREITO
Ciências Jurídicas
Curso: DIREITO
Título: JUS PUNIENDI ESTATAL: UMA CRÍTICA À SELETIVIDADE DO SISTEMA DE JUSTIÇA CRIMINAL
Autor(es): Raissa Bandeira Rabelo ; Isabelle Lucena Lavor; David de Alencar Correia Maia
E-mail para contato raissa_bandeira22@hotmail.com IES: ESTÁCIO CEARÁ
Palavra(s) Chave(s): Direito Penal. Seletividade. Labeling. Jus Puniend. Rafael Braga.
RESUMO
A pesquisa abrange uma crítica acerca da seletividade do sistema criminal. Tem-se como intuito o questionamento de até que ponto o Estado
exerce o jus puniendi e não apenas se vinga do infrator, com influência do espectro da criminalidade imposto pela sociedade. Analisou-se a
temática da seletividade e buscou-se amparar os argumentos debatidos em renomados estudos, bem como, realizou-se um estudo do caso de
Rafael Braga, para exemplificar a ocorrência da dita seletividade no sistema. Chegou-se à conclusão de que, ainda que o sistema criminal vise
punir e reeducar o infrator, tal objetivo não é de todo desenvolvido no tocante a este último, pois as condições carcerárias e a rotulação são
inseridas a indivíduos que não se adequam ao molde social da contemporaneidade. Acerca disso, parte-se, para um posicionamento de Edwin
Sutherland, que versa sobre “crimes de colarinho branco”, a quem se atruibui a criação do termo. Delitos cometidos por empresas ou indivíduos
privilegiados, tendem a ser processados como causa civil, mas os mesmos, quando cometidos por um sujeito considerado “desviante” (negro,
pobre, homossexual, reincidente e assim por diante) passa a ser tratado como uma causa penal. Ao analisar o sistema penal frente à
problemática seletiva, percebe-se que muito há que progredir, pois o sistema carcerário brasileiro não comporta mais indivíduos, agindo de
forma reversa àquilo que se propõe. Conforme ressalta Michel Foucault, a prisão é reproduzida há mais de 200 anos para os problemas que ela
cria. OBJETIVOS Esta pesquisa indagará sobre até que ponto o Estado pune e se vinga do infrator, utilizando bases teóricas como Foucault, Cesare
Beccaria, dentre outros. Adentrar-se-á na discussão referente ao sistema seletivo no tocante à realidade brasileira, questionando se o indivíduo é
penalizado pelo que fez ou pelo o que é, contextualizando com o caso de Rafael Braga e mostrando como o sistema penal é assolado por
preconceitos. METODOLOGIA Em relação aos aspectos metodológicos, investigam-se cada uma das hipóteses através de uma pesquisa
bibliográfica. Tratando-se da tipologia da pesquisa, esta é pura, proporcionando uma nova posição acerca do assunto. A abordagem é qualitativa,
com a obtenção de dados descritivos mediante contato direto ou interativo com a situação de estudo. Quanto aos objetivos, a pesquisa é
descritiva, busca definir e esclarecer o problema apresentado, analisando os quocientes sem manipulá-los; e exploratória, objetivando
aperfeiçoar as ideias. RESULTADOS E CONCLUSÕES Até onde o Estado pune o ato ilícito do que, de fato, a pessoa criminosa? Como se
racionalizar a prática delituosa quando a sociedade não conhece o que se enquadra ou não no conceito de infração penal? Com os
questionamentos levantados, percebe-se que, fomentando a aplicabilidade da política criminal, a mesma deve primar pelo caráter social e tutelar
os bens jurídicos relevantes ao Direito Penal. Porém, quais elementos são considerados relevantes e a quem são direcionados? A teoria da
Labeling Approach se encaixa perfeitamente na sociedade contemporânea, uma vez que o indivíduo rotulado como criminoso se torna o próprio
espelho do que a sociedade considera como tal, e, uma vez estereotipado, o sujeito sofre com a rejeição e a impossibilidade de ingresso no meio
social, quebrando os princípios da proporcionalidade e da moralidade. Beccaria (2014), ao falar da racionalidade humana, ao punir, leva em
consideração a repercussão social da conduta, de modo que a pena seja arbitrada de maneira justa e proporcional a ela. Logo, mostra-se para os
demais indivíduos, que pensam em delinquir, a prévia das consequências de seus atos e, quanto ao infrator, ao ser punido adequadamente,
presume-se que será reinserido na sociedade com mais esmero, reduzindo as possibilidades de reincidência. Então, antes de aplicar penas
severas, é preciso reformar o sistema carcerário para que o mesmo seja pautado nos fins em que se propõe, evitando aumentar a criminalidade
com a falsa ideia de que a pena privativa de liberdade cura todos os males praticados pelo indivíduo. Foucault (2014) assevera sobre a arte das
distribuições, que mostra a importância da disciplina na organização dos detentos (conhecer, dominar e utilizar). Assim, ao compartimentalizar o
sistema, evita aglomerações e, consequentemente, a perda do controle dos que ali se encontram, prevenindo até a comunicação perigosa entre
os encarcerados. Segundo ele, como existem indivíduos que infringem leis mais graves que outros, não faz sentido colocá-los em um mesmo
compartimento, uma vez que a função precípua da prisão é reparar o crime e emendar o detento, desta feita: “A ordem que deve reinar nas
cadeias pode contribuir fortemente para regenerares condenados; os vícios da educação, o contágio dos maus exemplos, a ociosidade (…)
originaram crimes”. (FOUCAULT, 2014, p. 226). Pretende-se, assim, retirar o castigo do delito, fazendo a punição ser transparente ao crime que
sanciona, sendo que isso cede à maneira arcaica de fazer justiça, corroborando com a arbitrariedade do sistema punitivo. Entrementes, ainda
que um tanto utópica a ideia de o sistema punitivo ser proporcional ao crime, e não um método de reprimenda estatal, o posicionamento pode
vir a ser como a solução das desigualdades perpetradas dentro do sistema prisional. Nessa linha, o que Foucault (2014) quis traspassar com
“Vigiar e Punir”? Deve-se estudar primeiro o cárcere em todas as suas nuances sociais e estruturais, para só depois analisar se a pena é cabível e
suportável por aquele regime, pois de nada adianta punir o presente e negligenciar o futuro, ressalte-se que com a não existência de prisões
perpétuas no Brasil, o indivíduo, hora ou outra, será posto em liberdade. Ainda, sobre tal tipo de privação, a mesma seria inexorável,
considerando a alta criminalidade do país, faz-se necessária uma ferrenha e retórica rotatividade nos presídios. Por isso, é de extrema
importância a interferência do Poder Judiciário na concretização de políticas públicas voltadas para esses sujeitos, já que, em nível de Brasil, não é
vantajoso esperar que somente a pena em si “corrija” o crime outrora cometido e o previna, considerando as elevadas estatísticas populacionais
que temos hoje nos presídios e, também, a forma como os mesmos são estruturados. Assim, o que se percebe é que a dosimetria da pena pune
o crime cometido e acalenta a sociedade mediante a sua própria disfunção. Ora, não há o que falar em acalento, mas sim em reforma, para que
faça valer a lei como pressuposto humano e não mera afirmação do poder estatal, que se diz absoluto, porém que apenas intervém no que lhe
convém. Que a pena seja imposta de igual para igual, não priorizando nem denegrindo, apenas punindo e projetando o meio e o lugar correto de
fazê-lo. Visa-se punir melhor e não punir em menor quantidade, analisando as características do crime e do infrator, com a finalidade de
promover uma justiça criminal pautada na lei e desvinculá-la da arbitrariedade em massa. Desta via, dar-se-á à pena a finalidade de ser “pública,
pronta, necessária, a menor das penas aplicáveis nas circunstâncias dadas, proporcionada ao delito e determinada pela lei”. (BECCARIA, 2014, p.
99). Onde se encaixariam os postulados constitucionais de “todos são iguais perante a lei”? E sobre a dignidade da pessoa humana, pergunta-se
se esta é relativa, pois o indivíduo delinquente deve ser retirado da sociedade como forma de prevenção, no entanto, quando fora dela, o que é
feito dele? Tais questionamentos têm o viés de levantar a crítica pertinente ao sistema criminal quanto da sua seletividade, porque se o propósito
é punir e reeducar, apenas o primeiro é feito com destreza, o segundo fica totalmente a desejar, pressupondo-se que, uma vez que delinquiu, o
sujeito ficará para sempre rotulado. Colaciono, pois, com uma passagem da obra “Vigiar e Punir”, de Michel Foucault, a qual alude que, “é
preciso que a justiça criminal puna em vez de se vingar”. (FOUCAULT, 2014, p. 74). E faz-se útil trazer à tona o questionamento de Beccaria
(2014), sobre como o ser humano é capaz de castigar seu semelhante de forma tão brusca e bárbara se, em sua própria índole, prevalece a

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Ciências Jurídicas


DIREITO
fraqueza e a aversão à dor? Analisando os aspectos da subcultura carcerária, torna-se cada vez mais urgente a contenção do Poder Punitivo, para
que não ocorram mais situações como a de Rafael Braga, fazendo as contribuições da Criminologia Crítica de extrema importância para a
consecução de um Estado Democrático de Direito, livre de fissuras e arbitrariedades.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Ciências Jurídicas


DIREITO
Ciências Jurídicas
Curso: DIREITO
Título: MEDIAÇÃO DE CONFLITOS EM TEMPOS DE PANDEMIA DA COVID-19
Autor(es): José Ricardo Suter; Rozane da Rosa Cachapuz
E-mail para contato ricardo.suter@estacio.br IES: FAESO
Palavra(s) Chave(s): Mediação de conflitos; Pandemia; Covid-19; Acesso à justiça.
RESUMO
A presente pesquisa, iniciada recentemente, visa analisar e refletir sobre a utilização da mediação de conflitos no Brasil em tempos de pandemia
devido a Covid-19. Diante o cenário atual com a crise e os conflitos vividos por todos os brasileiros, inicia-se a reflexão sobre a importância da
utilização da mediação de conflitos. No final de 2019, fora noticiado pela primeira vez na cidade de Wuhan, na China, vítimas da Covid-19. De lá
para cá, vários países têm vivido a crise sanitária ocasionada pela pandemia. Com o Brasil não foi diferente, pois a pandemia tem proporcionado
milhares de mortes por todo o país, causando impactos sociais e econômicos em todo o território nacional, gerando inúmeros conflitos nas mais
diversas áreas até os dias atuais. Desta maneira, imperioso dizer que essas demandas que vão surgindo, diante a cultura do contencioso que
ainda impera no país vai desaguar no Poder Judiciário, ocasionando ainda mais atrasos nas respostas aos jurisdicionados, obstando o efetivo
acesso à justiça, que é um importante preceito constitucional no Estado Democrático de Direito e deve ser garantido aos cidadãos. Contudo, o
cenário atual, ainda pior com a crise sanitária ocasiada pela Covid-19, demonstra um acesso à justiça totalmente divergente daquele objetivado
pela Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, refletindo a inoperância do Estado na sua promoção, principalmente no que tange a
condição temporal, de forma que o direito pleiteado muitas vezes é auferido tardiamente. Ressalta-se que o direito deve almejar as necessidades
da sociedade, perseguindo a justiça e a paz social como arrimo de um Estado Democrático de Direito que visa alcançar uma nova forma de
legitimação. Sabe-se que a ineficiência do Poder Judiciário coloca em risco o acesso à Justiça, assegurado pela Magna Carta, não cumprindo com
o seu papel, que é promover a Justiça. Com isso, necessário refletir sobre formas mais céleres e eficazes de gerir tais contendas. Consciente do
problema de alta complexidade, o próprio Poder Judiciário brasileiro procura, há tempos, novas alternativas para obtenção de respostas,
procedendo à legitimação de meios consensuais de resolução de conflitos, especialmente, a mediação que atualmente ocorre extraprocessual ou
endoprocessual. A mediação é uma técnica consensual para resolução de conflitos e auxilia na reconstrução do diálogo à medida que inclui as
partes litigantes na busca de seus anseios e resolução de seus problemas com o auxílio de um terceiro imparcial que atua para facilitar a
comunicação entre as partes. Possibilita aos envolvidos elaborarem soluções para satisfazerem seus interesses comuns, contribuindo para a
preservação da relação existente entre eles e para a democratização na gestão e resolução de conflitos. Por meio da mediação é possível alcançar
de maneira humanitária e democrática a resposta que se espera na resolução do litígio. Sabe-se que muitas demandas originadas devido a
pandemia da Covid-19 tem como fato gerador motivações que fogem da predição dos envolvidos, gerando impasses nas imposições de
responsabilidades. Diante disso, em tempos de crise, se torna necessário adotar postura colaborativa, escuta ativa, (r)estabelecimento da
comunicação, dialogar e refletir sobre os interesses, restaurar relações, oportunizar e democratizar o gerencimento de conflitos, ou seja,
situações que são encontradas com a utilização da mediação. Nesse sentido, importante mencionar que a mediação poder ser um método mais
célere e menos honeroso para as partes, além de poder proporcionar o acesso à justiça. Como metodologia para o desenvolvimento do presente
estudo, reporta-se a investigação indireta, com pesquisa qualitativa, por meio do método dedutivo, tendo empregado como forma de estudo o
levantamento bibliográfico, expondo a temática a partir de referenciais teóricos. Assim, a partir dessas concepções, objetivando diminuir os
impactos monstruosos ocasionados pela pandemia da Covid-19, espera-se com a presente, ao final, poder propor a utilização da mediação no
gerenciamento desses conflitos, além de demonstrar que esta técnica, pode ser um método efetivo de se alcançar a pacificação social e o acesso
à justiça.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Ciências Jurídicas


DIREITO
Ciências Jurídicas
Curso: DIREITO
Título: MÉTODOS ADEQUADOS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS: TERMO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA DA FAZENDA SANTA
EUFRÁSIA SOB A ÓTICA DOS ESTAGIÁRIOS EM DIREITO
Autor(es): Ricardo Feres Ribeiro; Adriano Moura da Fonseca Pinto
E-mail para contato oliveiraferes@uol.com.br IES: ESTÁCIO CARAPICUÍBA
Palavra(s) Chave(s): MASC; TAC; Santa Eufrásia; NPJ; Atividade Estruturada
RESUMO
O presente resumo tem como problemática central o estudo do caso da Fazenda Santa Eufrásia sob a ótica dos estagiários do curso de direito. Os
objetivos da investigação serão apresentar os principais pontos constantes do termo de ajustamento de conduta (TAC) da Fazenda Santa Eufrásia
e analisar os resultados da atividade acadêmica estruturada, analise de autos findos e a realização de um parecer jurídico para a gestora da
Fazenda, sob duas perspectivas, penal e consumerista, proposta aos estagiários do Núcleo de Práticas Jurídicas da Faculdade Estácio de
Carapicuíba. A metodologia utilizada é a análise do instrumento TAC, em especial apontar as razões, a finalidade, as obrigações que levaram o
Ministério Público Federal, a Defensoria Pública do Rio de Janeiro e a gestora da Fazenda Santa Eufrásia a optar por este método adequado de
solução de conflitos em perspectiva com os pareceres apresentados pelos estagiários do laboratório jurídico. O sistema de justiça brasileiro faz
parte do desenvolvimento histórico e gradual de um conjunto de tratados mundiais compilados e de forma definitiva a partir da Constituição
Federal de 1988. A Declaração Universal dos Direitos Humanos, em 1948, no seu artigo X, descreve a garantia processual ao cidadão e aos seus
direitos. Na mesma linha, o Pacto de São José da Costa Rica, em 1992, assevera as garantias judiciais, no artigo 8º. Na estrutura constitucional
brasileira, dentre as rupturas democráticas ao longo do século XX, as garantias processuais constitucionais são descritas no rol extenso de
garantias fundamentais do artigo 5º da Constituição Federal de 1988, dentre eles o princípio da inafastabilidade da jurisdição, do inciso XXXV, que
será objeto do presente estudo. O princípio de acesso à justiça ao longo dos anos seguintes da sua disposição constitucional brasileira pode ser
analisada sob três aspectos, conforme descreve Roque, em primeiro a compreensão do acesso à justiça como inafastabilidade da jurisdição,
disposto no referido inciso XXXV, artigo 5º, a garantia constitucional que o cidadão tem de buscar a solução para seu litígio perante o Estado-Juiz.
Em seguida, a concepção do acesso à justiça, como garantia fundamental de direitos é verificada pela implementação dos Juizados Especiais Cível
e Criminal (JEC/JECrim) 9.099 de 1995, os Juizados Especiais Federais (JEF), 10.259 de 2001 e os Juizados Especiais da Fazenda Pública (JEFP),
12.153 de 2009. Não obstante ao Processo Eletrônico implementado a partir da Lei 11.419 de 2006, entendendo que só o amplo acesso à justiça
pode efetivamente garantir direitos ameaçados ou lesionados. Por fim, o entendimento do acesso à justiça como o próprio acesso do cidadão ao
direito, erigidos pela Resolução 125 de 2010 do Conselho Nacional de Justiça, o Código de Processo Civil Lei 13.105 de 2015, em especial o artigo
3º, parágrafo 3º, o artigo 334, trouxe a obrigatoriedade da audiência de conciliação e mediação no processo civil e a regulamentação dos
conciliadores e mediadores nos artigos 165 a 175 do mesmo diploma legal. Por fim a Lei 13.140 de 2015, com previsão para a utilização dos
métodos adequados de solução de conflitos entre particulares e administração pública propiciando ao cidadão o conhecimento dos seus direitos
individuais e coletivos. Ao seu turno, o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) é um dos métodos adequados de solução de conflitos, previsto
na Lei 8.078 de 1990, Código de Defesa do Consumidor, artigo 113, parágrafo 6º, assevera que “os órgãos públicos legitimados poderão tomar
dos interessados compromisso de ajustamento de sua conduta às exigências legais, mediante combinações, que terá eficácia de título executivo
extrajudicial” que incluiu o parágrafo 6º, no artigo 5º da Lei 7.347 de 1985, que regulamenta a ação civil pública de responsabilidade por danos
causados ao meio-ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico. A competência para a
proposição desta forma adequada à solução do conflito é do Ministério Público Federal, conforme dispõe os artigos 127 e 129, incisos II e III, da
Constituição Federal. Neste contexto jurídico foi compromissado entre o Ministério Público Federal, Defensoria Pública do Estado do Rio de
Janeiro e a Gestora da Fazenda Santa Eufrásia o termo de ajustamento de conduta com a finalidade de reparação as violações aos direitos da
população negra causada pela representação para fins turísticos, bem como, a definição de obrigações da gestora e dos proprietários da Fazenda,
com o fim de assegurar o reconhecimento da história e cultura negra e o combate ao silenciamento dos efeitos da escravização de pessoas no
Brasil, conforme acordado as cláusulas 1º e 2ª do TAC. Neste documento foram estabelecidas obrigações de não fazer dentre elas, ficou vedada a
encenação na Fazenda e a utilização de vestimentas por pessoas negras ou brancas que as caracterizam como “mucamas”, também a proibição
da palavra “escravo”, para substituição pela expressão “pessoa escravizada”, ainda quando usarem traje da época, além da versão histórica dos
barões do café, devem mencionar o crime de escravidão e o papel dos africanos e descendentes na construção da região e por fim não fazer
descrição histórica de forma pejorativa aos negros escravizados, especialmente ao texto “Geralmente eu tenho uma mucama, mas ela fugiu. Ela
foi para o mato. Já mandei o capitão do mato atrás dela, mas ela não voltou(...). Quando eu quero pegar um vestido, eu digo: duas mucamas, por
favor! Porque ninguém alcança lá em cima”, e obrigações de fazer, em síntese, divulgar no formato físico e digital os textos com esclarecimento
da história da Fazenda Santa Eufrásia e Região com a participação das comunidades negras da região e do IPHAN, a capacitação dos funcionários
para as encenações históricas. Todas estas obrigações acertadas foram apoiadas nos “considerando (s)”, ou seja, a motivação do TAC. Em meio a
estas fundamentações do documento, destacam-se a história do Vale do Café no Estado do Rio de Janeiro, o Estatuto da Igualdade Racial,
número 12.188/2010, os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor, artigo 20, número 9.459 de 1997, a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional, artigo 26-A, parágrafo 1º, número 9.394 de 1996 e o Relatório parcial da Comissão Estadual da Verdade da Escravidão Negra
no Brasil e a Reunião Pública em 02/02/2017 pelo Ministério Público Federal, Defensoria Pública do Estado do RJ, Comissão da Igualdade Racial
da OAB/RJ, representantes de universidades, quilombos e movimentos negros, críticas à postura da fazenda. Diante do contexto descrito no TAC,
foi proposto aos estagiários do Núcleo de Práticas Jurídicas da Faculdade Estácio de Carapicuíba, no segundo semestre de 2020, a análise de
autos findos para que elaborassem um parecer jurídico, individual, no sentido de expedir recomendação favorável ou desfavorável, do ponto de
vista “criminal”, para os estagiários matriculados no estágio prático 2, e para o estágio prático 3, acerca do direito “consumerista” para a
compromissária Elisabeth Dolson, gestora de Fazenda Santa Eufrásia para uma provável assinatura do Termo de Ajustamento de Conduta da
Fazenda Santa Eufrásia, em face da possibilidade de distribuição de um processo judicial, seja no juízo criminal ou consumidor. Os resultados
obtidos destas atividades propostas foram, para os 106 estagiários do estágio prático 2, que tinham foco no direito criminal, 18 alunos
apresentaram parecer desfavorável a assinatura do TAC, portanto, aconselharam a gestora da Fazenda a não assinar, consequentemente, se
submeter a uma possível ação criminal, os outros 88 alunos apresentaram parecer favorável a assinatura do referido documento. Quanto aos
pareceres consumeristas, dos 25 alunos que realizaram a tarefa, todos concluíram por parecer favorável a assinatura do TAC, provavelmente no
sentido de evitar uma possível ação do consumidor. Pode se concluir que a experiência por meio desta trilha de aprendizagem, proporcionou
para o estagiário, aluno de direito, a visão de que a solução adequada parte da análise do conflito apresentado e que a via extrajudicial não é

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Ciências Jurídicas


DIREITO
excludente da jurisdição, pelo contrário, são vias adequadas que se complementam para pacificar a sociedade. No âmbito dos Núcleos de
Práticas Jurídicas, a pretensão das atividades estruturadas é preparar o estagiário como sujeito ativo, reflexivo, criativo, inovador, empreendedor,
que tenha autonomia nos estudos. O fundamental é criar condições para que o estagiário possa construir ativamente o seu próprio
conhecimento, conforme descreve Abreu e Machado. Assim, a aprendizagem se dará como resultado do aprendizado ativo, com base na própria
prática do estagiário e nas sucessivas mudanças provocadas pela informação gradativamente assimilada a instrução na formação acadêmica e
profissional dos estudantes do Curso de Direito.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Ciências Jurídicas


DIREITO
Ciências Jurídicas
Curso: DIREITO
Título: O CONTROLE DE CONVENCIONALIDADE NO SISTEMA INTERAMERICANO DE DIREITOS HUMANOS
Autor(es): Prof. Dr. Siddharta Legale; Pedro Paulo Rebelo Pereira Volpini Castanheiro
E-mail para contato pedropvolpini@gmail.com IES: UNESA
Palavra(s) Chave(s): CONTROLE DE CONVENCIONALIDADE; DIREITOS HUMANOS; CORTE INTERAMERICANA;
RESUMO
Objetivou-se com a presente pesquisa analisar o impacto das decisões da Corte Interamericana de direitos humanos (Corte IDH) nas instâncias
supremas do Judiciário da Argentina, do México e do Brasil, com recorte para o controle de convencionalidade. A hipótese que se pretendeu
afirmar foi a forma pela qual o controle de convencionalidade é discutida com timidez nas instâncias do Judiciário, com raras ocasiões de diálogo
com a Corte Interamericana. Fez-se necessária a pesquisa, portanto, para identificar a relevância dada pelos signatários da CADH à interpretação
da Corte Interamericana e se há – ou não - diálogos entre a posição da Corte IDH e as Supremas Cortes nacionais. O foco da pesquisa foi,
portanto, a recepção jurisdicional das decisões proferidas pelo órgão judicial transnacional – Corte IDH - perante a Corte Suprema de Justiça da
Nação Argentina, a Suprema Corte de Justiça do México e o Supremo Tribunal Federal do Brasil. Objetivou-se comparar se há ou não
similaridades e constâncias regionais na aplicação das interpretações da Instância Regional, considerando serem todos os países signatários da
mesma convenção. Para tal, foram escolhidos três países para o recorte da pesquisa, sendo eles a Argentina, o México e o Brasil. A escolha
desses países se deu não apenas pelas semelhanças de suas estruturas de Governo e de Estado, como também pela importância geoeconômica
que exercem no Continente Americano. Posto isto, em um primeiro momento foram balizados os conceitos inerentes ao tema, bem como
importantes estudos acerca do controle de convencionalidade no âmbito das Américas. Ao final desse capítulo introdutório, foi traçada a
evolução jurisprudencial da Corte IDH e os principais julgados que determinaram a abrangência e necessidade do exercício do controle de
convencionalidade. Após, seguiu-se pelo exercício e evolução do controle de convencionalidade no âmbito da Corte Suprema de Justiça da Nação
Argentina e da Suprema Corte de Justiça do México. Ao final, foi trazida a análise para o âmbito brasileiro, com a atuação do Supremo Tribunal
Federal.A metodologia da pesquisa utilizada foi a documental (documentação indireta) e o estudo de casos, com base no modelo adaptado da
Professora Luly Fischer. Grande parte foi desenvolvida mediante o acesso livre aos leading cases nos respectivos sítios eletrônicos das Cortes
Supremas. Também foram aplicadas técnicas de direito comparado, de macrocomparação (law in context) e microcomparação.Como marcos
teóricos, foram selecionados doutrinadores de destaque de cada país respectivo. Para tratar do controle de convencionalidade na Argentina,
foram escolhidos como marcos teóricos os doutrinadores Víctor Bazán (obra “Control de Convencionalidad, Aperturas Dialógicas e Influencias
Jurisdiccionales Recíprocas”, entre outras) e Néstor Pedro Sagues (“El control de convencionalidad en Argentina”, entre outras obras). No México,
Sergio García Ramírez (“Panorama de la jurisprudencia interamericana sobre derechos humanos”, entre outras obras) e Eduardo Ferrer Mac-
Gregor Poisot (“Interpretación conforme y control difuso de convencionalidad. El nuevo paradigma para el juez mexicano, entre outras obras).
Por sua vez, no Brasil, foram escolhidos como marcos teóricos os doutrinadores Cançado Trindade (“Tratado de Direito Internacional dos Direitos
Humanos” e “El Derecho Internacional de los Derechos Humanos en el Siglo XXI”), Flávia Piovesan (“Direitos Humanos e o Direito Constitucional
Internacional”) e Valério Mazzuoli (“Controle Jurisdicional da Convencionalidade das Leis). Como conclusão da pesquisa, pode-se identificar a
existência de inconstâncias e assimetrias regionais na aplicação da Convenção Americana, com a existência de silêncios jurisprudenciais nas
Supremas Cortes, principalmente no caso brasileiro, oriundos da falta de diálogo com a Corte Interamericana. Por meio da estrutura apresentada,
foram realizadas comparações entre países que, apesar de suas semelhanças, possuem diferenças culturais, sociais e econômicas. Após a análise
dos casos concretos, foi possível identificar a adoção em maior ou menor quantidade dos preceitos defendidos pela Corte IDH em cada um dos
três países estudados. A Argentina, desde o início do milênio, já possuía um olhar mais atento à Corte Interamericana. Os magistrados da mais
alta Corte já proferiam decisões com forte conotação internacionalista, citando conceitos e jurisprudências atualizadas e voltando sua atuação ao
princípio pro persona. O México, mais tardiamente, somente se atentou à jurisprudência da Corte após forte condenação no caso Radilla
Pacheco, que foi suficiente para que a Suprema Corte de Justiça proferisse mandamento a todos os demais juízes nacionais a cumprirem
fielmente o disposto na Convenção Americana e a seguirem a interpretação da Corte Interamericana, inclusive mediante controle difuso de
convencionalidade, decisão que acabou por influenciar uma reforma à constituição. Apesar de sua compreensão tardia sobre o tema, inegável
mencionar que há no México grande produção doutrinária sobre o tema controle de convencionalidade, em especial aquela produzida na
Universidade Nacional Autônoma do México, e com destaque a Sergio García Ramírez e Eduardo Ferrer Mac-Gregor. No Brasil, por sua vez, foi
possível identificar, ao revés dos países em comparação, uma omissão à atuação da Corte Interamericana. Na verdade, não se trata de uma
omissão, mas de verdadeira desconsideração, ao ser relevado, por exemplo, que, apesar de cientes das determinações da Corte IDH, os Ministros
do STF continuam a aplicar leis de autoanistia para suspender investigações e ações penais. Grande parte das citações feitas pelos Ministros do
STF ainda são meramente decorativas, como argumentos de autoridade desassociados da realidade jurídica, sem qualquer preocupação concreta
para a compreensão ou aproveitamento das decisões transnacionais. Outra parte acaba por desconsiderar por completo as decisões da Corte
IDH, como nas questões que envolvem leis de anistia.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Ciências Jurídicas


DIREITO
Ciências Jurídicas
Curso: DIREITO
Título: ASPECTOS DO CONTROLE DE LEGALIDADE NA INVESTIGAÇÃO CRIMINAL: UMA ABORDAGEM DA LEI 13.964/2019
SOBRE A GARANTIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
Autor(es): Guilherme Aparecido da Silva Maia; Gabriela Yukari Sakamoto
E-mail para contato professorguilhermemaia@gmail.com IES: FESCG
Palavra(s) Chave(s): Lei do pacote anticrime; Juiz de garantias; Sistema acusatório.
RESUMO
A Lei do pacote anticrime n. 13.964/2019 veio como uma forma de recrudescimento ao combate de crimes e aperfeiçoar o quadro normativo
brasileiro. Dentre as mudanças que acompanharam essa norma, está o juiz de garantias, um magistrado atuante apenas na fase investigativa, que
ao atuar no inquérito policial, aja somente se for provocado, por exemplo, a pedidos que envolvam cláusula de reserva de jurisdição, e a fase
processual, estará a cargo de outro magistrado distinto. Isso implica em uma a salvaguarda dos direitos individuais, através da divisão nuclear
entre acusar, defender e julgar, reafirmando o modelo justo e puro de um sistema acusatório que te com escopo consagrar e admitir princípios
como do contraditório, ampla defesa, oralidade, publicidade, presunção de inocência e respeitando o princípio da inercia, ademais, primar o
garantismo penal em sua segurança jurídica, com observância ao devido processo legal e não ferindo o princípio da imparcialidade. Esse instituto
já conhecido em âmbito global, foi consolidado em países como Portugal, Espanha, Itália Chile e Estados Unidos, em que possuem características
próprias, sem resquícios inquisitivos. No Brasil, ainda existem impasses, sendo palco de incontroversos entendimentos suscitados diante do
mundo jurídico, em matéria de constitucionalidade referente aos art. 3º A e F do CPP, ademais, os partidos políticos argumentam que o instituto
contraria o artigo 113 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT) ao impor gastos obrigatórios sem estudo de impacto sobre
recursos necessários para implantação da medida. O estudo enaltece a teoria de que o juiz de garantias vem como bálsamo para evitar a
contaminação da figura do juiz que possui contato direto com elementos de provas, através da teoria da Dissonância Cognitiva de Festinger. Essa
pesquisa consistiu em uma análise comportamental de 58 juízes e promotores durante audiências de instrução e julgamento em que o ponto de
partida foi avaliar a diferença entre juízes que se envolviam com o material produzido na investigação preliminar e têm participação ativa na
instrução preliminar e juízes que atuam de forma equidistante dos elementos trazidos pelas partes, a fim de um julgado justo e não ferindo os
princípios basilares do sistema acusatório. O objetivo do deste trabalho foi demonstrar a importância da inserção da figura do juiz de garantia e
como isso interfere no nosso ordenamento. A metodologia adotada foi de cunho bibliográfico pautado na pesquisa legislativa e doutrinaria. Os
resultados apresentaram a conveniência de se implantar o juiz de garantias por ser a promessa de dar garantias e isenção a parcialidade com a
finalidade de atingir um sistema acusatório puro. Essa introdução deverá ser feita de forma gradual, em que os processos que já estão em
decurso seguem os trâmites com o mesmo juiz; já os novos processos que estão na fase de investigação, introduzem-se o juiz de garantias até
cessar sua competência remetendo-o para o juiz que irá presidir a fase processual. Observou-se que apesar de todas as dificuldades e impasses
diante de sua inserção, as mesmas podem ser resolvidas mediante reorganização estrutural ao invés de financeira, por meio de rodizio entre
magistrados de comarcas vizinhas, de magistrados de primeira e segunda instância e para que isso ocorra de forma mais rápida e viabilizada se
faz necessário o aumento da extensão da digitalização dos processos em lugares remotos, uma vez que de acordo com o Relatório de Justiça em
Números de 2019, 16,2% do total de processos novos ingressaram fisicamente no ano de 2018, de modo que o percentual de adesão ao processo
eletrônico atinge 83,8%. Cabe ressaltar o que foi vivido no novo Código de Processo Civil em 2015 em que não houve nenhuma crítica nesse
sentido, diante da magnitude que está tendo o juiz de garantias, mesmo trazendo profundas mudanças no processo civil, além disso, em 2015
ocorreu a implantação das audiências de custódias, que na época contou com enxurrada de objeções, mas hoje ocorre sua demanda
normalmente. Conclui-se que a Lei 13.964/2019 trará inovação, por um modelo que atende estruturalmente as necessidades e a particularidades
de nossos país, garantindo assim, o devido cumprimento do processo legal em nosso ordenamento jurídico e respeitando a devida
constitucionalidade.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Ciências Jurídicas


DIREITO
Ciências Jurídicas
Curso: DIREITO
Título: CONHECEREIS A “VERDADE” E ELA VOS LIBERTARÁ: METODOLOGIA PARA A AVALIAÇÃO DE IMPACTO DA COMISSÃO
DA VERDADE DA ESCRAVIDÃO NEGRA NO BRASIL
Autor(es): Julio Cesar Adiala
E-mail para contato julione.adiala@gmail.com IES: UNESA
Palavra(s) Chave(s): Avaliação de impacto; Comissão da Verdade; Reparação; Racismo
RESUMO
A pesquisa, de caráter exploratório, bibliográfico e documental, teve como objetivos analisar a atuação da Comissão da Verdade da Escravidão
Negra no Brasil (CVENB), criada, em 2014, pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e propor uma metodologia para avaliar seu impacto na
efetivação de políticas públicas de reparação e promoção da população afrodescendente. Para tanto problematizou as noções de reparação e
verdade a partir de três questões principais: (1) O que é a reparação da escravidão? (2) Quais são os instrumentos para reparação da escravidão?
(3) Qual é a “verdade” da escravidão negra no Brasil? Quanto a “reparação da escravidão” é possível afirmar que a reivindicação de reparação
para as populações vítimas do tráfico de escravos se desenvolveu historicamente em três vertentes. A primeira vertente, surgida nos EUA na
metade do século XIX, trazia como exigência as indenizações para os ex-escravizados e seus descendentes pelo sofrimento durante a escravidão e
pelos anos de exploração da mão-de-obra negra sem remuneração. A segunda vertente data dos primórdios do pensamento panafricanista na
diáspora, desde o fim do século XIX, e popularizou-se na África mais recentemente em função das atividades de grupos como a “Afrikan World
Reparations e Repatriation Truth Commission” e a “Nigerian Civil Society”. No centro das reivindicações destes grupos não estão os descendentes
dos escravos nos Estados Unidos, mas sim o próprio continente africano, enquanto vítima de 400 anos de tráfico e colonialismo. A terceira
vertente surge quando a ideia de reparações se revestiu de um caráter mais oficial a partir da realização de encontros intergovernamentais. Um
marco desse momento foi a realização, em 2001, na África do Sul, da III Conferência Mundial contra o Racismo, a Discriminação Racial, a
Xenofobia e Formas Conexas de Intolerância, denominada Conferência de Durban, que reconheceu a escravidão e o tráfico de escravos no
Atlântico como crimes contra a humanidade. No que diz respeito aos instrumentos de reparação da escravidão, observa-se que se consolidou no
campo dos direitos humanos e do direito internacional a ideia da necessidade de reparação de danos físicos, materiais ou morais infligidos a um
grupo de indivíduos por parte de regimes autoritários. Nesse sentido, a reivindicação de reparação articula as demandas sociais da população
negra ao paradigma da justiça de transição, caracterizada como um conjunto de ações necessárias às sociedades que pretendem consolidar um
novo modelo social através de políticas empreendidas nos mais diversos campos, como valorização da memória, a busca da verdade, a reparação
material e reformas institucionais implementadas a fim de garantir a não-repetição e a eliminação dos resquícios de um Estado de exceção,
demarcando a ruptura com o status quo ante. No Brasil a discussão sobre a reparação da escravidão ganhou força nos anos 1980, com o
surgimento de um forte movimento social negro que colocava a revisão do período histórico da escravidão como uma questão central para a
superação da condição de inferiorização da população negra no país e de sua cultura. Esse movimento passa a reivindicar a restauração de
direitos usurpados (ações afirmativas, titulação e demarcação de terras quilombolas); a compensação por danos morais ou materiais decorrentes
do passado escravagista; o reconhecimento da importância histórica dos povos africanos na construção da nação e o combate às consequências
psicológicas do racismo. A Constituição Federal de 1988, no art. 216, vai garantir implicitamente o direito à memória dos grupos excluídos da
história oficial e trazer à tona o racismo estrutural e a perseguição aos elementos culturais afro-brasileiros negados pelo mito da democracia
racial. Em 1995, foi criada a primeira da primeira instituição pública voltada para promoção e preservação dos valores culturais, históricos, sociais
e econômicos decorrentes da influência negra na formação da sociedade brasileira, a Fundação Cultural Palmares. Na virada do século XXI foram
criadas várias ações legislativas voltadas à reparação material e simbólica da escravidão, como a Lei 10.639/2003, que tornou obrigatória a
inclusão do ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira nos estabelecimentos de Ensino Fundamental e Médio das escolas brasileiras públicas e
particulares; a adoção de cotas raciais nas universidades públicas; a Lei 12.288/2010, conhecida como Estatuto da Igualdade Racial. Nesse
contexto é que foi criada a CVENB para atuar como um “tribunal” da história que, mais do que julgar e condenar indivíduos, está preocupado em
promover a reparação da escravidão e revelar a violência e os crimes cometidos durante a vigência do regime escravista. Para isso promove
estudos e pesquisas em parceria com universidades para revelar a “verdade” da escravidão. Porém, no novo contexto político brasileiro, essa
“verdade” tornou-se objeto de disputa, uma vez que o novo governo defende o mito da democracia racial e diz estar interessado em libertar o
país do politicamente correto e restaurar o que afirma ser as raízes judaico-cristãs da sociedade brasileira. Um exemplo dessa disputa foi a
indicação para a presidência da Fundação Palmares do jornalista negro Sérgio Camargo, para quem é absurda a tese da reparação histórica da
escravidão. Na sua opinião, “a ‘reparação histórica’ deve ser, de início, do preto para o preto” pois “Zumbi também tinha escravos”. Essas
afirmações, não obstante baseadas em uma visão anacrônica, revelam uma disputa sobre a verdade histórica, a memória coletiva e a definição de
identidade nacional, repropondo uma identidade oficial menos aberta à diversidade e ao multiculturalismo. Essa inexistência de consenso sobre o
passado não coloca em questão a possibilidade de a CVENB revelar a “verdade” da escravidão negra no Brasil, mas sim exige uma definição mais
rigorosa de qual seja a noção de verdade que orienta seus trabalhos. A ênfase dada à verdade está diretamente ligada à natureza de certas
violações de direitos humanos que são em geral mantidas em segredo ou então negadas, como é o caso do racismo brasileiro. Esse preconceito
de ter preconceito, como dizia Florestan Fernandes, sustenta a ideia de uma sociedade cordial quando, na prática, os indicadores sociais mostram
que a população negra é a que mais sofre com a violência e com a pobreza. A “verdade” que a CVENB busca revelar é a do reconhecimento do
caráter ideológico do mito da democracia racial para que essa verdade transforme em conhecimento público o que era do conhecimento privado,
passando a ser compartilhado por uma população mais ampla e tendo a sanção oficial do Estado. Nesse sentido, revelar a “verdade” da
escravidão é revelar suas consequências nefastas para a sociedade brasileira e, através dessa revelação, criar as condições para uma “libertação”
do Brasil do seu passado racista. Para isso o trabalho da CVENB pode ser de suma importância, principalmente se for possível mensurar o impacto
de suas ações. Como resultado da pesquisa foi elaborado um primeiro instrumento de avaliação do impacto das ações da CVENB, definido a partir
de um quadro de referência que leva em consideração oito eixos estruturantes: 1) comunidades tradicionais, 2) cultura, 3) educação, 4) justiça, 5)
mídia, 6) mundo do trabalho, 7) saúde, e 8) segurança pública e direitos humanos. A cada eixo foram associadas as metas da CVENB, assim como
os dispositivos legais e as políticas públicas correspondentes àquele eixo, além dos indicadores de reparação para fins de avaliação de sua
realização. A partir dessa matriz será possível acompanhar e analisar a efetividade das ações da CVENB nos campos das políticas públicas
destinadas a reparar as desigualdades sociais e práticas discriminatórias decorrentes da escravidão negra no Brasil.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Ciências Jurídicas


DIREITO
Ciências Jurídicas
Curso: DIREITO
Título: ACESSO A JUSTIÇA E EXCLUSÃO DIGITAL: NOVOS DESAFIOS ORIGINADOS PELO PROCESSO ELETRÔNICO
Autor(es): Ana Paula Faria Felipe; Elaine Mary Rossi de Oliveira; Maria Carolina Rodrigues Freitas
E-mail para contato carolinarfreitas@gmail.com IES: UNESA
Palavra(s) Chave(s): acesso a justiça; justiça digital; exclusão digital
RESUMO
O acesso a justiça é tema central no sistema jurídico das democracias ocidentais. Se o Estado possui o monopólio da solução de conflitos em uma
sociedade, proibindo a autodefesa, o acesso à justiça é fundamental para garantir a pacificação social e, ao fim, a própria democracia, posto que
para afastar a violação de um direito por particular ou pelo próprio Estado só é possível se socorrer à tutela de um dos órgãos jurisdicionais deste
Estado. Num cenário de crescente virtualização de processos e da prestação jurisdicional, um novo obstáculo surge para a garantia deste basilar
direito: a exclusão digital de parcelas da população. Esta comunicação pretende expor um brevíssimo resumo do trabalho que estamos
desenvolvendo sobre o tema acesso à justiça na perspectiva do Direito brasileiro e a Legislação do bloco Europeu como forma de estabelecer
distinções nestas culturas jurídicas. A exclusão digital é parte do desafio geral da exclusão que acarreta uma série de deteriorações nas trajetórias
de vida, como problemas de saúde, baixos rendimentos ao longo da vida e um aumento do risco de marginalização. Muitos são os que estão
atualmente excluídos por motivos de baixa renda e educação, localização, cultura, níveis de confiança e segurança ou várias deficiências.O Brasil,
diante do cenário de pandemia que se instalou no ano de 2020 até os dias atuais, vê acelerar o ritmo de implementação dos processos digitais,
mas ainda discute de modo muito tímido sobre formas de superar a exclusão digital. O bloco Europeu, que já possui robusta legislação sobre o
tema e tem acelerado sua implementação nos últimos anos, se vê, diante de mudanças no cenário econômico e social, também ocasionadas pela
pandemia, que escancaram o obstáculo ao acesso à justiça criado pela exclusão digital. É preciso estabelecermos uma ressalva metodológica: não
pretendemos realizar um trabalho de direito comparado, nosso objetivo será informativo, apresentar ao leitor, leigo ou operador do direito, uma
introdução sobre o tema e indicar-lhe possíveis referências.Uma sociedade democrática que pretenda garantir aos cidadãos a efetividade de seus
direitos necessita de instrumento que viabilize a concretização material de todos os demais direitos. Portanto, a garantia a todas as pessoas
hipossuficientes do acesso às tecnologias de informação e comunicação (TICs) deve integrar o rol dos benefícios da justiça gratuita. Nossa
pesquisa se debruçou sobre o esforço legislativo e institucional que vêm sendo levado a cabo no Brasil e no bloco Europeu, especialmente
Portugal, para proporcionar maior efetividade ao direito de acesso à justiça em tempos de processo digital.A dimensão do direito de acesso à
justiça e a organização do sistema que visa garanti-lo é absolutamente diversa nestes sistemas. No que diz respeito à organização destes sistemas
nos dois países, a responsabilidade pelo custeio, as competências institucionais, os instrumentos de concessão e a legitimidade para pleitear são
sensivelmente distintos. Estas diferenças se relacionam com a profunda distinção destas culturas jurídicas, refletindo cada qual uma peculiar
sensibilidade em relação aos direitos fundamentais, ao papel da tecnologia na prestação jurisdicional e na compreensão de que acesso ao Direito
vai muito além do acesso aos Tribunais.O que pretendemos com a presente proposta é refletir sobre como o uso de tecnologias e a concepção de
serviços centrados nas pessoas podem ser catalisadores para uma Justiça próxima, acessível, inovadora, que acompanhe a evolução
socioeconómica dos países e não um entrave ao cidadão para obter a prestação jurisdicional. Segundo pesquisa TIC Domicílios relativa ao ano de
2019, realizada pelo CETIC.br - Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação sob os auspícios da UNESCO, 20
milhões de domicílios do Brasil (28%) não possuem internet, sendo 50% pertencentes às classes DE; um a cada quatro brasileiros não usa a
Internet, sendo 47 milhões de não usuários; o celular é o dispositivo mais usado (99%), sendo que 58% somente acessam a Internet por celular.De
acordo com pesquisas da Comissão Europeia, 80 milhões de europeus nunca usam a Internet porque não têm computador, porque não possuem
condições financeiras para custear o equipamento ou serviço de internet, acham muito difícil ou irrelevante se conectar digitalmente. Este será
um grande desafio para os sistemas judiciais nas próximas décadas, principalmente para aqueles países com grande percentual da população sem
acesso à internet. Esse estudo apresenta os desenhos institucionais que estão sendo criados por jurisdições diversas e inseridas em contextos
políticos e sociais variados como forma de avaliarmos os possíveis caminhos que poderão ser adotados para essa empreitada.A concepção e
implementação da digitalização da justiça deve garantir o pleno respeito dos direitos fundamentais, assegurando, de fato, que todos os cidadãos
possam plenamente utilizar essas ferramentas digitais novas. Em sendo assim, pretendemos apresentar possíveis caminhos institucionais para
que a digitalização da prestação jurisdicional seja um facilitador e não um empecilho ao acesso à justiça.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Ciências Jurídicas


DIREITO
Ciências Jurídicas
Curso: DIREITO
Título: A OBSCURIDADE CONCEITUAL E A INAPLICABILIDADE JURÍDICA DA NOÇÃO DE AUDITÓRIO UNIVERSAL NO TRATADO
DA NOVA RETÓRICA DE CHAIM PERELMAN
Autor(es): Pedro Yan Nascimento Santos; Laurício Alves Carvalho Pedrosa
E-mail para contato yan.nascimento-@hotmail.com IES: UESC
Palavra(s) Chave(s): Auditório Universal; Obscuridade conceitual; Argumentação Jurídica.
RESUMO
Do ponto de vista do discurso e da relação interpessoal, o Direito é construído por meio da argumentação, de modo que o agir jurídico é
argumentativo, no qual o raciocínio, além de estruturar a construção teórica, acaba por estabelecer a possibilidade do próprio processo jurídico,
sendo verossímil afirmar que não existe direito sem argumentação. A pesquisa científica em apreço é fruto de estudo em andamento que trata
sobre a obscuridade conceitual e a inaplicabilidade jurídica da noção de auditório universal na doutrina argumentativa de Chaim Perelman, na sua
obra Tratado da Nova Retórica. Partindo-se da compreensão da retórica como o estudo das técnicas discursivas que visam provocar ou aumentar
a adesão de pessoas às teses apresentadas, o referido autor faz pontuações importantes para a análise do discurso jurídico. A primeira delas é
que a retórica procura persuadir pelo discurso, ou seja, o caminho de ação é feito pela linguagem. A segunda se refere à demonstração das
relações entre a lógica formal e a retórica. De acordo com o autor, a prova demonstrativa, que é analisada pela lógica formal, será convincente,
desde que se admita a verdade das premissas. Entretanto, como as palavras permitem várias interpretações, surge o problema da decisão, isto é,
da escolha entre os sentidos possíveis em cada contexto discursivo, algo que a lógica não pode resolver. O terceiro ponto, por sua vez, é que a
adesão a uma tese pode variar de intensidade, de acordo com os valores escolhidos por aquele que discursa e reconhecimento de sua
importância por parte do auditório. A quarta, e última observação, é que a retórica diz respeito mais à adesão do que à verdade, já que essa é
impessoal e reconhecer ou não isso, não modifica o seu status, diferente da adesão que sempre é referente à aceitação de um ou mais espíritos,
ou seja, o auditório. Essa noção é central de toda estrutura de sua teoria, de forma que um discurso ou as técnicas discursivas só podem ser
considerados eficientes desde que sejam capazes de convencer o auditório. Isso posto, a pesquisa em andamento tem como objetivo a
compreensão desse pensamento em sua perspectiva macro-estrutural, analisando suas razões explicativas e justificativas, suas bases lógico
epistemológicas, jurídicas e filosóficas, como também a função do conceito de auditório universal, isto é, o papel da universalidade de espíritos
possíveis de terem contato com o argumento a ser proferido no raciocínio argumentativo, com a finalidade de verificar sua qualidade enquanto
teoria, e aplicabilidade como ferramenta utilizada pela argumentação jurídica. Dessarte, a metodologia de pesquisa possui natureza exploratória,
cujo procedimento de coleta de dados será o bibliográfico, buscando a utilização do método de raciocínio crítico e fenomenológico para levar em
consideração o conjunto de eventos que se relacionam com o sujeito e o objeto estudado. De antemão, aponta-se que a noção de auditório
universal traz consigo certo grau de incerteza enquanto ferramenta argumentativa, seja por seus contornos lógicos ou de sentido. Ele é um
conceito de caráter ideal e de difícil contorno conceitual por aqueles que o utilizam, pois pressupõe uma humanidade ilustrada, o que depende de
fatos contingentes. Além disso, esse conceito, como a teoria em si, se inspira no imperativo categórico de Kant e no plano moral em sua razão
prática. Primeiro porque pressupõe que a totalidade dos indivíduos que compõem o auditório esteja em pleno desenvolvimento de suas
capacidades argumentativas, segundo por impor um dever transcendental de como agir para o bem argumentar, prescrevendo as ações. Nesse
sentido, em uma situação jurídico-processual não é possível aferir a capacidade argumentativa de todos aqueles que compõem ou podem
compor a lide, como também um bem argumentar pode ser menos eficaz do que um mal argumentar em determinada situação jurídica, uma vez
que não há nada que garanta a eficácia final daquilo que se propõe com as referidas prescrições da ação em um caso concreto. Ademais, a
tentativa do indivíduo de medir a força dos argumentos em determinado contexto pelo critério do auditório universal pode se mostrar pouco
eficiente, pois há um alto grau de incerteza enquanto a avaliação dessas proposições, por não ser possível saber como tal auditório aceitaria esses
argumentos, afinal, diferentes membros desse auditório teriam diferentes graus de aceitação para as premissas apresentadas. Em suma, é
perceptível que a teoria da argumentação de Chaim Perelman possui grande importância e conteúdo para o campo da argumentação jurídica,
dado que traz, para o Direito, a discussão sobre retórica e a lógica jurídica como pontos de grande importância para a solução de litígios e para
construção da dogmática jurídica. Contudo, mesmo que essa doutrina se mostra pertinente no campo teórico, ela não se revela eficaz no campo
da prática jurídica, pois a utilização do conceito central da obra, o auditório universal, em casos concretos não é capaz de garantir a finalidade
proposta pelo autor de sua teoria, o convencimento, isso por causa de sua difícil demarcação epistêmica, ineficaz avaliação da força dos
argumento a serem utilizados e por criar um tipo de partícipe no contexto argumentativo no qual no plano fático não existe.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Ciências Jurídicas


DIREITO
Ciências Jurídicas
Curso: DIREITO
Título: APLICAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS COMO MÉTODO DE EFICÁCIA DA LEI MARIA DA PENHA
Autor(es): Priscila Felix Tenório da Silva Gomes Gonçalves; Alexandre de Castro Catharina
E-mail para contato priscilatenorio.advogada@gmail.com IES: UNESA
Palavra(s) Chave(s): Violência Doméstica; Efetividade; Medidas Protetivas; Dignidade da Pessoa Humana; políticas sociais
RESUMO
O mapa da violência publicado pela Câmara Legislativa aponta para uma crescente dos casos de violência doméstica em todo o estado brasileiro.
Segundo a pesquisa, os números apontam para o aumento da notificação dos casos de violência doméstica o que reflete a aflição enfrentada por
mulheres, sendo indiferente sua classe social. É de se considerar que, apesar de alarmantes os números, eles não refletem a inteira realidade do
quadro social, se levarmos em conta o quantitativo de mulheres que ainda não denunciaram seus agressores. O fato nos leva a refletir sobre
porque mesmo após 14 anos do advento da Lei Maria da Penha, o combate à violência doméstica e o ideal de diminuição dos casos ainda se
mostra tão desafiador. O objetivo é debruçar o estudo sobre a análise de realidade destas mulheres, vítimas de violência doméstica, voltando o
olhar para a figura principal da Lei1: a mulher para a qual todo o arcabouço processual foi construído. A violência doméstica é precipuamente
uma afronta aos direitos humanos, especificamente à dignidade da pessoa humana, princípio constitucional previsto no artigo 1º, III da
Constituição Federal de 1988. Historicamente, o combate à violência contra a mulher passou a fazer parte do nosso corpo legislativo no ano de
1984 com a promulgação do Decreto de número 89.460/1984, que mais tarde veio a ser revogado pelo Decreto 4.377/2002. Ambos tendo por
objetivo a promulgação e internalização da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher. Mais tarde, em
1996 o Brasil internalizou a Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência Contra a Mulher, também conhecida como
Convenção de Belém do Pará, através da promulgação de seu texto pelo Decreto 1.973/1996. Lá já se constava os tipos de violência contra a
mulher, não somente no âmbito doméstico, mas também na esfera pública. Consta também do texto legal o dever dos Estados-Partes em adotar
medidas suficientes ao enfrentamento da violência contra a mulher, através de iniciativas de políticas públicas que promovam conhecimento,
educação e prestação de serviços de serviços adequados para a mulher que se veja vítima de violência. O cenário atual aponta que, apesar de
anos após o surgimento da lei, há o aumento significativo de todo tipo de violência ainda sofrido por mulheres de localidades e classes sociais
distintas. O papel social precisa ser propiciar a mulher mecanismos que, além do cumprimento da lei, lhe conceda o efetivo acesso à Justiça. A
reflexão paira sobre os meios que a lei e o sistema jurídico adotam para que haja um resultado satisfativo. Este alcance do ideal de Justiça é
diretamente atrelado à efetividade de políticas públicas adotadas para que a solução apresentada se mostre de fato eficaz. Neste ponto, se temos
uma legislação específica, um corpo policial treinado e o aparato judicial necessário, é importante estudar e analisar a razão de a estatística de
mulheres em situação de violência doméstica ainda se mostrar alarmante. Qual a razão do aumento da violência em relacionamentos abusivos,
ou o que ainda leva muitas mulheres a não denunciar? Uma pesquisa do Senado realizada em 2017 apontou que o principal motivo para
mulheres não denunciarem é medo do agressor, fator apontado por 71% das entrevistadas. A dependência financeira abate 29% das mulheres e a
preocupação com a criação dos filhos foi o motivo de 32% do total de entrevistadas. A vergonha pela agressão também é um fator inibidor e varia
de acordo com o grau de escolaridade e a renda. Entre aquelas que têm até o ensino fundamental, 16% apontaram vergonha como um
impedimento a denúncia. Já para aquelas que têm ensino superior o número cresce para 33%.Em relação à renda, a discrepância entre as
proporções diminui, mas ainda é presente. 26% das que recebem mais de 2 (dois) salários-mínimos afirmaram vergonha para denunciar, ao ponto
que 20% das mulheres sem remuneração afirmaram não denunciar por vergonha. Estes fatores apontam para nós a complexidade em tornar a lei
de fato efetiva para quem ela foi criada: a mulher. Se tomarmos como exemplo que, a dependência financeira é um inibidor da denúncia, e,
portanto, um óbice à esperada aplicação da Lei, chegaremos à conclusão de que é preciso criar mecanismos que vençam essa barreira. Sob esta
visão, a própria Lei 11.340/2006 já traz em seu bojo artigos que ressaltam a importância de uma rede de apoio multidisciplinar, quando prevê em
seu artigo 8º que a política pública de coação da violência doméstica e familiar, far-se-á através do conjunto articulado de ações entre a União e
seus entes federativos que contarão inclusive com apoio de ações não governamentais. A Juíza Adriana Ramos de Mello em obra por ela
organizada discorre sobre este tópico, ao abordar que a própria Lei em seu texto já rompe com a separação originalmente existente entre os
entes públicos, proporcionando a oportunidade de que se relacionem e adotem juntos medidas para prevenir e coibir a violência contra a mulher.
Sem políticas públicas que auxiliem no cumprimento e na aplicação da Lei, e caminhem na necessidade social de quem a legislação visa proteger,
a letra se tornará morta. Secundando Norberto Bobbio, conforme aumentam as pretensões sociais, na mesma medida vai se tornando difícil
satisfazê-las. É essencial apurar informações que permitam investigar a aplicabilidade legal e de que forma a criação e uso de políticas públicas
tem se mostrado eficaz para mulheres vítimas da violência. A lei para a sociedade, se não for aplicável é apenas um conjunto de normas. Para que
seja útil e cumpra o papel para o qual fora forjada, é preciso um conjunto de iniciativas públicas e privadas que traga à concretude a função social
do conjunto normativo. O próprio histórico da Lei 11.340 deixa clara a ausência de interesse (pelo menos à época) do Poder Legislativo brasileiro
em esculpir uma norma protetiva para a mulher. Após a promulgação, de certa forma, forçada da Lei, passamos então a um segundo esforço
contínuo que é a criação de políticas públicas que tornem eficaz a aplicação da Lei. Por isso, é imperioso investigar como a rede formada por
Advogados, Autoridade Policial, Poder Judiciário, Defensoria e Ministério Público tem se comportado no combate à violência doméstica e
familiar. E, além, fiscalizar essas atuações, para que percepções e crenças pessoais não tenham influência na atuação diária, em detrimento do
que nos ordena a legislação. Daí a importância de observar e mapear a fase pós-denúncia. Os dados coletados são ricos para que possa haver um
recorte das principais influências que permitam a criação de novas sugestões de medida em defesa da mulher. Compreender como os
mecanismos processuais podem atender à demanda social de forma a tornar-se para esta, realmente eficaz. OBJETIVOS: Compreender o
arcabouço e processual da Lei 11.340/2006, ponderando os princípios constitucionais que a norteiam para que seja possível a propositura de
medidas práticas que auxiliem ao seu cumprimento, permitindo debater os pontos da lei que carecem de retoque e, eventualmente acabem por
impactar no procedimento de rotina quanto ao tratamento da ofendida. Ainda, argumentar como a criação de novas políticas públicas
direcionadas e humanizadas pode contribuir para acolhimento da vítima e sua consequente reestruturação pessoal e social. METODOLOGIA: A
natureza da pesquisa é qualitativa documental, pautada em documentos públicos que estejam disponíveis sobre o tema, pois visa como fator
principal identificar possíveis entraves na aplicabilidade da Lei Maria da Penha, que acabam por prejudicar o acesso à Justiça, em sentido amplo.
RESULTADOS: Os resultados parciais da pesquisa, considerando que o estudo ainda esteja em andamento, apontam para um aumento da
violência, muito disso devido a falta de iniciativas que promovam educação social básica acerca do tema. CONCLUSÃO: Como operadores do
Direito no sentido lato sensu, nossa função principal é identificar possíveis entraves na aplicabilidade da Lei Maria da Penha, que acabam por
prejudicar o acesso à Justiça. A legislação brasileira é considerada pelo Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (Unifem)

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Ciências Jurídicas


DIREITO
como uma das três legislações mais avançadas sobre o tema de combate à violência contra a mulher no mundo. Temos em mãos uma legislação
avançada, protetiva, mas que em vertentes práticas carece de efetividade. Conferir acesso às portas do Judiciário não significa de fato promover
o acesso à Justiça. Deixa de trazer efetividade o sistema que não traz, através de políticas públicas, formas de se ver livre da violência.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Ciências Jurídicas


DIREITO
Ciências Jurídicas
Curso: DIREITO
Título: A SOLUÇÃO COLETIVA DE CONFLITOS NO BRASIL: PERSPECTIVAS E DESAFIOS
Autor(es): Larissa Clare Pochmann da Silva
E-mail para contato larissa.clare@estacio.br IES: UNESA
Palavra(s) Chave(s): Solução coletiva de conflitos; ações coletivas; incidente de resolução de demandas repetitivas; recursos
repetitivos
RESUMO
A solução coletiva de conflitos tem se revelado cada vez mais objeto de atenção no Direito Processual. A manutenção de um sistema voltado
única ou precipuamente para um processo estritamente individual revela-se insuficiente diante de um cenário em que as relações de massa
expandem-se continuamente, sendo capazes de proporcionar danos que afetam um grande número de indivíduos. Sem dúvida, porém, seu ápice
se deu com o Código de Processo Civil de 2015, que agregou à solução coletiva de conflitos o novel mecanismo do incidente de resolução de
demandas repetitivas. O que se denomina de solução coletiva de conflitos abrange (a) as ações coletivas; (b) os processos ou incidentes modelo,
que seriam decididos a partir de casos individuais, mas com a aplicação da decisão sobre questões comuns a outros litigantes; (c) os meios de
solução extrajudicial de conflitos coletivos. Para fins desta pesquisa, delimita-se a análise dos mecanismos de solução coletiva de conflitos às
ações coletivas para a tutela coletiva, ao incidente de resolução de demandas repetitivas e aos recursos repetitivos, a partir da vigência do Código
de Processo Civil. Isso porque o Código de Processo Civil, em vigor há 5 (cinco) anos, não tratou diretamente das ações coletivas, mas deu grande
ênfase aos procedimentos de julgamento concentrado, mostrando-se relevante aferir a interação entre as ações coletivas e dos mecanismos de
julgamentos concentrados no ordenamento brasileiro.Para isso, a pesquisa teve como objetivos verificar o funcionamento dos recursos
repetitivos, do incidente de resolução de demandas repetitivas e das ações coletivas e analisar criticamente, a partir das informações obtidas, a
interação entre esses mecanismos, de forma a se aferir como aprimorar o microssistema de solução de casos repetitivos no Brasil. Durante a
primeira etapa da pesquisa, foi realizado levantamento bibliográfico, nacional e estrangeiro, e análise sobre os institutos.As ações coletivas
tiveram sua origem ainda na Constituição de 1934, a partir da previsão da ação popular, e são compostas atualmente por um microssistema,
previsto em legislações esparsas, compreende tanto a ação popular, como a ação civil pública, como o mandado de segurança coletivo e a ação
de improbidade administrativa. A ação civil pública, que é amplamente utilizada para a tutela preventiva ou repressiva de direitos individuais
homogêneos, pode vir a sofrer alterações através do Projeto de Lei nº 8058/2014, que trata do processo estrutural, e do Projeto de Lei nº
4441/2020, do deputado Paulo Teixeira, e nº 4778-2020, do deputado Marcos Pereira. O último projeto foi delineado pelo Grupo de Trabalho
instituído pela Portaria nº 152, de 30/9/2019, da Presidência do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que, além do anteprojeto de lei, teve como
destaques a Resolução 339, de 8/9/2020, disciplinando os "Núcleos de Ações Coletivas e os cadastros de ações coletivas" e a Recomendação 76,
de 8/9/2020, que dispõe sobre recomendações a serem seguidas na gestão dos processos, em termos de ações coletivas, no âmbito do Poder
Judiciário.Porém, no Brasil, houve também uma preocupação em desenvolver um mecanismo de solução coletiva de conflitos. Na exposição de
motivos do projeto de lei que originou o Código de Processo Civil de 2015, foi feita alusão ao novel mecanismo que se pretendia criar,
objetivando a celeridade, com base em duas premissas: (a) proporcionar que fossem decididas conjuntamente questões idênticas, de forma a
evitar decisões contraditórias a respeito da mesma norma jurídica, evitando uma verdadeira loteria judiciária, em que questões idênticas
pudessem ser decididas de forma distinta dependendo de sua distribuição e (b) atenuação da carga de trabalho do Poder Judiciário, já que o
tempo usado para decidir aqueles processos poderia ser mais eficazmente aproveitado em todos os outros.A partir deste momento, passou-se a
procurar compreender um pouco melhor a solução coletiva de conflitos no Brasil, sob a ótica dos procedimentos concentrados do incidente de
resolução de demandas repetitivas e dos recursos repetitivos.Destaca-se, sobre o tema, que o incidente de resolução de demandas repetitivas é
uma das inovações do atual Código de Processo Civil. A gênese do ocorreu no seio da Comissão do Senado, quando a Comissão, presidida por
Luiz Fux, estabeleceu, como metodologia inicial, que cada um dos seus membros apresentasse um rol de sugestões a serem incorporadas no
estatuto que se pretendia elaborar. Na sequência, Paulo Cezar Pinheiro Carneiro encaminhou a ideia da criação do instituto inicialmente
denominado de Incidente de Coletivização. A proposta levava em consideração o desejo de fortalecimento dos precedentes, mas pretendia
também ter um caráter preventivo a partir da própria potencialidade aferida na primeira instância, diferenciando-se, assim, do então vigente
incidente de uniformização da jurisprudência. Em janeiro de 2010, em documento subscrito por seu presidente, Luiz Fux, a Comissão de Juristas
torna público as linhas mestras do que seria o novo Estatuto Processual, exteriorizando, logo no seu limiar, que se construiu a proposta de
instituição de um incidente de coletivização, voltado a evitar a multiplicação das demandas de massa. Atualmente, o incidente de resolução de
demandas repetitivas (IRDR) é um dos principais instrumentos trazidos a lume pelo Código de Processo Civil (CPC) brasileiro de 2015, com caráter
repressivo, por depender da existência de processos em curso que versem sobre a questão jurídica a ser pacificada, e vem despertando, desde os
tenros momentos da sua concepção, acalorados debates em torno de variados aspectos.Já o procedimento de recurso repetitivo foi introduzido
no ordenamento brasileiro pela Lei nº 11.418, de 2008, com a inserção dos artigos 543-B e 543-C no Código de Processo Civil de 1973. A
preocupação do legislador era a de que o grande número de litígios que chegavam, sobretudo por via recursal, retardavam o desfecho dos
pleitos. Ademais, a considerável variedade dos temas suscitados pode desviar a atenção dos juízes para assuntos menores, com prejuízo da
respectiva concentração nas questões de maior relevância.O procedimento foi mantido no Código de Processo Civil de 2015, inclusive,
aprimorado, fortalecendo o sistema de formação de precedentes qualificados, com inserções de previsões referentes à suspensão nacional de
processos e eficácia vinculante dos julgamentos.Os três institutos ora analisados foram verificados per si, no seu cabimento e pontos
controvertidos, mas também em suas interações.Porém, a pesquisa aqui não se esgotou. Em um segundo momento, foi realizado o levantamento
censitário de dados nos tribunais brasileiros, sendo que, em relação aos recursos repetitivos, os Tribunais analisados foram o Superior Tribunal de
Justiça o Tribunal Superior do Trabalho e o Supremo Tribunal Federal. As ações coletivas e o incidente de resolução de demandas repetitivas
foram pesquisados em todos os tribunais no âmbito da Justiça Estadual, Federal e do Trabalho, sendo o critério temporal o mesmo: a pesquisa se
iniciou tendo como parâmetro o dia 18 de março de 2016, data de entrada em vigor do Código de Processo Civil.Quanto às ações coletivas, os
dados disseram respeito à quantidade de demandas coletivas sobre direitos individuais homogêneos em tramitação, bem como a quantidade de
processos individuais e o tema tratado em cada processo. Já em relação ao incidente de resolução de demandas repetitivas e os recursos
repetitivos, o levantamento disse respeito à quantidade de mecanismos suscitados, quantidade de mecanismos admitidos e quantidade de teses
fixadas, em comparação ao total de processos de cada tribunal, analisando-se o tempo médio entre a suscitação e a admissibilidade e entre a
admissibilidade e a fixação da tese jurídica, bem como o tema de cada incidente.O levantamento de dados não se esgota no tempo, mas os dados
levantados até então, em apertada síntese, refletiram a grande utilização do instituto do incidente de resolução de demandas repetitivas desde a

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Ciências Jurídicas


DIREITO
sua criação, com a admissibilidade em um tempo razoável, mas um longo tempo para a análise do mérito, havendo muitas teses jurídicas ainda
não fixadas. Por sai vez, em relação aos recursos repetitivos, muitas teses ainda não foram fixadas e, no período de vigência do Código de
Processo Civil de 2015, chamou a atenção a quantidade de procedimentos de recursos repetitivos que, apesar de previamente afetados,
acabaram posteriormente sendo inadmitidos. Não obstante, o processo coletivo continua sendo um mecanismo relevante, que não perdeu seu
espaço, sobretudo pela maior taxa de êxito obtida em ações coletivas em detrimento de processos individuais.O levantamento de dados é
permanente, mas os resultados já obtidos demonstram a relevância do sistema de solução de conflitos estabelecido no Brasil a partir do Código
de Processo Civil de 2015 para a tutela dos direitos individuais homogêneos.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Ciências Jurídicas


DIREITO
Ciências Jurídicas
Curso: DIREITO
Título: A TRANSFORMAÇÃO DO ACESSO À JUSTIÇA: O USO DO VISUAL LAW E LEGAL DESIGN NO ENSINO JURÍDICO
Autor(es): Maria Vital da Rocha; Larissa Rocha de Paula Pessoa
E-mail para contato larissarch@globo.com IES: UFCE
Palavra(s) Chave(s): Acesso à justiça; Ensino jurídico; Legal Design; Visual Law; Transformação Digital.
RESUMO
O avanço da tecnologia da informação e comunicação provoca constantemente mudanças sociais, governamentais e jurídicas. Na era da
informação, vivência-se um cenário de inovações e transformações da realidade social e jurídica, isso porque juntamente com o desenvolvimento
tecnológico surgem consequências e impactos jurídicos-sociais. É desafiador para o direito acompanhar a velocidade da tecnologia, se por um
lado, é necessário novas proteções jurídicas, por outro, o direito não deve criar barreiras burocráticas para essa evolução ao ponto de provocar
um atraso no país em relação aos demais, além disso, manter “um olhar antigo sobre o que é novo” pode causar interpretações equivocadas e
criar problemas aonde não existiria. Por isso, se faz necessário promover mudanças desde o ensino jurídico, para formar profissionais do direito
capazes de pensar “fora da caixa”, ou seja, irem além do conhecimento legal. Para isso, deve-se desenvolver métodos e abordagens que
possibilitem a construção do pensamento crítico, criem habilidades comunicativas e que os tornem capazes de resolverem os conflitos sociais
atuais, contribuindo com a cultura da paz e com o acesso à justiça. Atualmente, novas profissões surgiram no direito, reflexos da transformação
digital, como por exemplo, encarregado, técnico jurídico, analista de processos e riscos, integrante da equipe multidisciplinar de implementação
da proteção de dados pessoais, consultor, advogado 4.0 e outras profissões, que trazem novas perspectivas para serviços jurídicos e para o
acesso à justiça. Observa-se, portanto, que existem novos horizontes de oportunidades para os profissionais do direito, mas que, por outro lado,
são exigidas habilidades e competências inovadoras, colaborativas e digitais, por isso, é necessário mudanças na educação jurídica, que
tradicionalmente é monológica. Desse modo, ir do monológico ao colaborativo, significa redesenhar o ensino jurídico, com a implementação de
metodologias ativas que estimule um aprendizado colaborativo, transversal e interdisciplinar. Acrescenta-se, a implementação do legal design e
visual law, para impulsionar o conhecimento jurídico de forma criativa e inovadora aos alunos, preparando-os para as necessidades da
contemporaneidade. Isso porque o legal design busca melhorar a experiência do usuário, tornando o direito e os serviços jurídicos mais acessíveis
ao leigo, facilitando a linguagem jurídica com utilização de elementos do design, tais como gráficos, QR Code, cores, imagens e outros recursos.
Nesse sentido, ressalta-se que, recentemente o Conselho Nacional de Justiça – CNJ, por meio da Resolução nº347/2020, que dispõe sobre a
Política de Governança das Contratações Públicas no Poder Judiciário, recomendou de forma expressa a utilização de “visual law” (art.32,
parágrafo único da Resolução nº347/2020). Assim, a presente pesquisa visa analisar a transformação do acesso à justiça, que perpassa por
mudanças no ensino jurídico pela utilização do legal design e visual law, tornando a educação jurídica mais colaborativa e criativa e alinhada com
as Resolução CNE/CES n.5/2018 e Resolução CNE/CES n.2/2021, que altera o art.5º da Resolução CNE/CES n.5/2018. No que se refere à
metodologia, a presente pesquisa classifica-se como qualitativa, quanto aos objetivos, exploratória e descritiva, em relação aos procedimentos
técnicos, documental e bibliográfica, observando a legislação, livros, artigos e documentos jurídicos relacionados ao ensino do direito, acesso à
justiça, legal design e visual law. Por fim, conclui-se que é necessário promover mudanças no ensino jurídico, implementando metodologias
ativas, legal design e visual law para desenvolver habilidades nos alunos, visando formar juristas capazes de interagir com a tecnologia, se
comunicar de forma assertiva e de solucionar os conflitos de forma consensual, bem como, acompanhar as mudanças sociais e jurídicas
decorrentes da transformação tecnológica e ter novos horizontes para o acesso à justiça.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Ciências Jurídicas


DIREITO
Ciências Jurídicas
Curso: DIREITO
Título: A MEDIAÇÃO COMO PREVENÇÃO DO ASSÉDIO MORAL NO AMBIENTE DE TRABALHO
Autor(es): Patrícia Fontes Marçal; Marilise Kostelnaki Bau; Yasmin Nizar Farah Mahmud
E-mail para contato Marcal.patricia@estacio.br IES: ESTÁCIO FARGS
Palavra(s) Chave(s): Assédio moral; Mediação; Direito; Trabalho
RESUMO
O tema geral do presente opúsculo é estudar a mediação como forma de prevenção do assédio moral no ambiente de trabalho. O problema
central é pensar em como a mediação pode servir de instrumento para minimizar os efeitos nocivos acarretados por um ambiente laboral
infeccioso, devido a práticas de assédio moral e resgatar as relações de trabalhos numa comunicação não-violenta. O objetivo foi definir o que é o
assédio moral e suas implicações no ambiente laboral e ainda levantar dados sobre a possibilidade da mediação como aparato de contenção ao
assédio e o restabelecimento das relações salutares na ambiência do trabalho. Ainda, tendo como objetivo buscar recuperar o diálogo entre as
partes envolvidas, em situações de conflitos, ocasionados pelo hábito constante do assédio moral no ambiente onde está inserido o obreiro Foi
realizada, como metodologia, o levantamento bibliográfico teórico e jurisprudencial e, ainda um levantamento conceitual e histórico do assédio
moral, bem como da mediação; e esta última por sua vez como forma de prevenção e tratamento dos conflitos ocasionados pelo assédio moral,
na seara trabalhista. De início foi esclarecido o significado do assédio moral, que na analise, percebe-se que não ocorre somente no ambiente de
trabalho, pode estar presente também nas relações entre cônjuges, no ambiente familiar, nas escolas, dentre outros o que pode influenciar o
ambiente do ofício. Este tipo de agressão e hostilidade pode gerar efeitos emocionais negativos na vida de um ser humano, consequentemente
ocasionando uma degradação nas relações laborais. Foi certificada a definição de assédio, da mediação e a apresentação da história que restou
demonstrada ações consideradas tóxicas desempenhadas, ao longo dos anos, acarretando prejuízo à vida psíquico e emocional do trabalhador. O
estudo teve como base o assédio moral nas relações de trabalho e a utilização da mediação como forma de prevenção de solução desses
conflitos. Por meio de coletas de fontes bibliográficas foi realizada uma pesquisa sobre o assédio moral e suas formas de atuação nos vínculos
laborais e o uso da mediação como precaução destas práticas. Para caracterização do assédio moral e as práticas constantes de humilhação,
constrangimento, depreciação, ofensas, ataques a dignidade da pessoa, praticadas de forma repetida e prolongada, no ambiente de trabalho
verificou-se como definida toda e qualquer conduta abusiva, por meio de palavras, comportamentos, gestos, que possam trazer dano à
personalidade ou a integridade física e psíquica de um trabalhador colocando-o assim em situação de perigo. A valorização aos princípios
democráticos, bem como, o fortalecimento da cidadania a partir da Constituição Federal de 1988, ensejaram marcos legais importantes no
sistema jurídico de resoluções de conflitos. A Lei de Mediação nº 13.140/2015 e o Código de Processo Civil vigente estabeleceram como premissa
o incentivo das formas não judiciais para a resolução de conflitos, como a mediação e a conciliação. Como conclusão verificou-se que a mediação
se propõe, justamente, a criar um contexto onde seja possível uma comunicação não-violenta fluente, de entendimento, e que as pessoas, por
meio do diálogo colaborativo, consigam entender e respeitar tanto a si próprios quanto ao outro, gerando a empatia e assim minimizar os danos
dramáticos causados. Exatamente sob esta premissa, entende-se ao final que, por meio do diálogo colaborativo, por intermédio de um mediador
habilitado, em situações que envolvem o assédio moral, possam ensejar uma postura corresponsável, solidária e compreensiva das partes
envolvidas para além de superar o conflito que, sem dúvida alguma, empobrece o ambiente laboral e que sirva também como transformadora
das relações, tendo como resultado não apenas o acordo entre as partes, mas a reconstrução da relação dos agentes envolvidos e um ambiente
de trabalho mais salubre evitando, inclusive afastamento do obreiro por problemas de saúde. A mediação, portanto, além de servir como forma
de resolução, prevenção dos conflitos ocasionados pelo assédio moral no ambiente de trabalho, busca de forma pedagógica a partir da exposição
dos fatos pelas partes, a uma reflexão sobre a contenda, bem como, a sustentabilidade das relações humanas, por meio desse processo dialogal
intermediado por um terceiro imparcial na figura do mediador. Observa-se, na pesquisa, que os estragos ocasionados pelo assédio moral no
ambiente de labor, sejam eles físicos, psíquicos e sociais, são visto como forma de violência e, se torna degradante e desgastante com o passar do
tempo. Todavia a mediação torna-se uma forma de prevenção e de transformação nas relações de trabalho a qual busca minimizar os prejuízos
emocionais e materiais das relações danosas nestes ambientes. Dessa forma, a mediação de conflitos não busca somente uma proposta de
solução do embate ocasionado pelo assédio moral, mas se empenha, também, como uma forma de transformação das relações no ambiente de
trabalho, visto que a utilização da mediação transformativa não objetiva apenas obter o acordo entre as partes, a “solução do problema”, mas a
transformação das relações de maneira preventiva e transformativa. Em tempos de expansão da litigiosidade, é preciso perceber que se deve ter
um novo avistar quanto a dinâmica da resolução dos conflitos ocasionados pelo assédio moral, visto que o diálogo entre as partes conflitantes
com o auxílio de um terceiro imparcial (mediador) é capaz de conduzir e facilitar a comunicação, bem como, a construção de consensos,
contribuindo para a recuperação da relação anteriormente havida entre as partes em conflito. A mediação pode vir a ser uma forma virtuosa de
compor as relações laborais e tornar o ambiente mais saudável e prospectivo.

XII Seminário de Pesquisa da Estácio Ciências Jurídicas


DIREITO

Você também pode gostar