APRENDER
RESUMO
Ao considerarmos o papel da tecnologia na sociedade contemporânea e os
esforços empreendidos para a utilização das tecnologias digitais na educação,
seja por meio de políticas públicas ou nas iniciativas da sociedade civil,
devemos buscar aprofundamento sobre as limitações e os potenciais
pedagógicos que as mesmas oferecem, como meio de efetivar modificações
qualitativamente superiores na prática educativa. Sendo o desenvolvimento
tecnológico um significativo aparato para as diversas atividades empreendidas
na sociedade moderna, a educação não deve abster-se da reflexão sobre a
incorporação de tais avanços. Ao longo da presente pesquisa bibliográfica,
discutiremos aspectos sobre o quanto a prática docente encontra-se em um
momento singular desde a criação da escola: um momento em que não são
apenas as formas de ensinar do professor que são consideradas na prática
escolar. Em nosso presente contexto, emerge a necessidade de
aprofundarmos também a discussão sobre a forma de aprender dos alunos na
sociedade do conhecimento, uma vez que tais saberes impõem-se na
atualidade de forma dinâmica e fomentadora de novos paradigmas. Assim,
pesquisadores da sociedade e da educação contribuem nesta superação
paradigmática captando oportunas observações às práticas escolares, ao
incorporar os elementos históricos de nossa sociedade que dialeticamente
condicionam princípios, meios e fins propostos pela instituição escolar.
Consideramos relevante tal discussão e apresentamos algumas considerações
sistematizadas a partir da pesquisa elaborada no meio acadêmico, que podem
auxiliar no caminho para a transformação da escola, tal como a conhecemos.
Ressaltando que o encaminhamento da instituição que atenda às necessidades
da sociedade que, ao mesmo tempo, elabora a organização escolar e se
1. INTRODUÇÃO
Nossa sociedade convive com um número de artefatos tecnológicos
cada vez maior e mais significativo, inclusive na própria forma de compreender
algumas de suas atividades. Torna-se difícil imaginar como muitas delas, tão
comumente realizadas hoje em dia, antes eram executadas sem o auxílio dos
atuais recursos tecnológicos. Muitos setores da sociedade acompanharam
essa evolução tecnológica. Na indústria, na saúde e nos diversos segmentos
sociais, é possível observar a forma como foram alteradas algumas condições
de se fazer e entender as relações pertinentes àqueles segmentos. Essas
mudanças vivenciadas ao longo da história da humanidade passaram a
requisitar novas competências e habilidades das pessoas, as quais se
distinguem em diferentes períodos e grupos sociais.
Consequentemente cabe à escola, instituição responsável pela formação
das pessoas, acompanhar as mudanças demandadas por essas novas
realidades. O modelo de educação vigente precisa adequar-se a esse novo
contexto tecnológico, inclusive como uma forma de corresponder ao que a Lei
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) Nº. 9394/96 estabelece,
ao afirmar que a educação tem por finalidade o pleno desenvolvimento do
educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o
trabalho (BRASIL, 1996).
Observa-se a revalorização e ressignificação de algumas ações e
conceitos, em vários segmentos da sociedade, em virtude de as ferramentas
tecnológicas estarem cada vez mais presentes no cotidiano dos indivíduos.
Conforme registrou Valente (1995b, p. 2), esse fenômeno “provoca
naturalmente, uma das três posições: ceticismo, indiferença ou otimismo” por
parte das pessoas.
A escola, enquanto componente social, também abriga essas posições.
Nela observam-se, frequentemente, esses embates em defesa da inserção das
Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) nas atividades que têm o
computador conectado à internet como o “ícone” maior desse movimento.
O presente trabalho pretende apresentar elementos que comprovem o
fato de não ser apenas a introdução de novas ferramentas para o auxílio de
aprendizagem que garantirá uma mudança positiva ou negativa no que se
refere à melhoria do desempenho dos alunos perante as competências que
lhes são requisitadas atualmente. As TICs não podem ser vistas de forma
2. A PESQUISA
O artigo ora apresentado faz parte do contexto de pesquisa do
Laboratório de Tecnologia Educacional e Software Livre (LATES), criado em
2005 na Universidade Estadual do Ceará (UECE), com o propósito de realizar
estudos, investigando as relações entre software livre e educação, além dos
estudos específicos demandados para a elaboração do trabalho monográfico
apresentado por um dos autores deste texto. Assim, esta pesquisa
corresponde a um recorte bibliográfico que visa apresentar alguns dos
referenciais teóricos quanto ao uso das TICs na sociedade contemporânea e
suas relações específicas no âmbito educacional, para permitir-nos um
embasamento que propicie uma compreensão aprofundada sobre o impacto
que este fenômeno social representa na prática pedagógica e na elaboração de
uma (re)estruturação escolar.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com esses argumentos, procurou-se clarificar a ideia de que cabe aos
professores e gestores da educação compreender questões contemporâneas,
a fim de se adaptar à nova realidade trazida pelas TICs em nossa sociedade.
Perceber que os espaços escolares devem mudar. Atualmente, os alunos não
se locomovem em direção aos locais de construção ou recepção de
conhecimentos. O que se move é a informação (KENSKI, 2003). A bem da
verdade, a criação de LIEs contribui não só para a questão da inclusão digital,
em especial para os alunos das classes menos favorecidas, mas deve
favorecer a criação de espaços mais significativos e atraentes para a
construção do conhecimentos desse novos alunos nativos digitais. Em função
disso, a utilização de recursos midiáticos dos mais variados deve ser
explorada.
Ambientes colaborativos de aprendizagem, recursos audiovisuais, de
animação e simulação, softwares educativos e educacionais devem ser
explorados, à procura de resultados ainda mais positivos. Isso difere da
reprodução de métodos tradicionais de ensino incrementados pelo uso das
TICs.
Nesse sentido, a abordagem pedagógica mais adequada é o
construcionismo (PAPERT, 1994), que propõe ao aluno a construção do seu
próprio conhecimento, de acordo com sua maneira singular de aprender,
REFERÊNCIAS