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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Segundo trabalho

Ana Paula Tomás Conselho. 708204503

Licenciatura em Ensino de Geografia


Disciplina: Técnica e Metodologia em
Geografia Física
Ano de frequência: 3º Ano, Turma A/5
Tutor: Mateus Monteiro

Tete, Julho de 2022

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Aspectos  Introdução 0.5
Estrutura
organizacionais  Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
 Descrição dos
Introdução 1.0
objectivos
 Metodologia
adequada ao objecto 2.0
do trabalho
 Articulação e
domínio do discurso
académico
Conteúdo 2.0
(expressão escrita
cuidada, coerência /
coesão textual)
Análise e
 Revisão bibliográfica
discussão
nacional e
internacionais 2.
relevantes na área de
estudo
 Exploração dos
2.0
dados
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
Normas APA 6ª
 Rigor e coerência das
Referências edição em
citações/referências 4.0
Bibliográficas citações e
bibliográficas
bibliografia

ii
Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor
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Índice

Introdução ........................................................................................................................................ 5

2. Diferenças entre o paradigma do neopositivismo e o paradigma inspirado no materialismo


histórico, quanto ao nível teórico, epistemológica e gnosiologico. ................................................. 6

2.1.1. Paradigma do neopositivismo quanto ao nível teórico, epistemológica e


gnosiologico ............................................................................................................................. 6

2.1.2. Metas da Nova Geografia .......................................................................................... 7

2.2.2. Materialismo Histórico quanto ao nível teórico e epistemologia .............................. 9

Conclusão ...................................................................................................................................... 11

Referencia Bibliografia.................................................................................................................. 12

iv
Introdução

A Geografia Neopositivista” ou Nova Geografia são formas alternativas de nomear uma das
escolas inseridas no amplo espectro do pensamento geográfico. Provocando profundas
modificações no seio dessa ciência e obrigou os geógrafos a repensarem os conceitos básicos e os
fundamentos teórico-metodológicos da Geografia. Esse movimento, que abalou os alicerces da
disciplina, nasceu da insatisfação de alguns geógrafos progressistas em relação a uma “Geografia
Tradicional”, de influência francesa, empírica e descritiva e que acabou ficando defasada em
relação às demandas teórico-explicativas – fato que lhe fez perder crédito.

As Ciências Sociais se viram obrigadas a forjar reformulações internas, em função das rápidas
inovações tecnológicas e muitas delas puseram fé no aparente poder explanatório de ferramentas
teórico-quantificantes, implementadas no pós-guerra. O aparecimento da teoria dos sistemas, do
método estruturalista e, no campo mais operacional (pragmático), das técnicas estatísticas e dos
computadores, exemplificam o novo rol de recursos científicos colocados à disposição dos
pesquisadores.

O presente trabalho tem por objetivo diferenciar o paradigma do neopositivismo e o paradigma


inspirado no materialismo histórico, quanto ao nível teórico, epistemológica e gnosiologico. A
metodologia utilizada apresenta abordagem quantitativa, pois busca a validação das hipóteses;
quanto aos objetivos, exploratória, uma vez que procura explicitar o problema com maior
precisão; além de embasamento bibliográfico.

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2. Diferenças entre o paradigma do neopositivismo e o paradigma inspirado no
materialismo histórico, quanto ao nível teórico, epistemológica e gnosiologico.

2.1. Neopositivismo ou Nova Geografia

2.1.1. Paradigma do neopositivismo quanto ao nível teórico, epistemológica e gnosiologico


O neopositivismo como paradigma de pesquisa filosófica e epistemológica tem em sua origem a
tentativa de se separar de sua corrente antecessora positivista, com uma intencionalidade que
deve surgir de um consenso, de caráter provisório e não duradouro.

É importante considerar que, quando falamos de neopositivismo, estamos falando de ciência, pois
se trata de se envolver nos processos ligados à exploração, descrição e/ou explicação dos
fenômenos. Portanto, a delimitação da psicologia no momento de entregar uma explicação
científica será determinada pelos componentes que a compõem, ou seja, os fenômenos
biológicos, sociais e/ou contextuais (Cepeda, 2014), que será um aspecto a considerar nesta
verdade provisória.

Mas apesar de reconhecer essas limitações, busca-se que o conhecimento gerado possa ser
extrapolado para outros contextos, considerando certas salvaguardas (Lugo, 2010). Essa noção
vinculada à reprodução de padrões em outras situações se deve à concepção da realidade como
algo estático (Acevedo, Vásquez e Mannasero, 2007). No entanto, essa característica pode ser
considerada uma vantagem, uma vez que se confunde com o uso e aplicabilidade do método
científico, entendendo-o como "o conjunto de procedimentos pelos quais são colocados
problemas científicos e testadas hipóteses científicas" (Bunge, 1995). , p. 67), o que significa que
as abordagens que sustentam a cientificidade da pesquisa em psicologia devem novamente ter um
caráter dedutivo, ao tentar extrapolar os resultados encontrados em uma correlação exaustiva com
o domínio teórico que especificou, ancorando-se na ontologia do objeto estudado e a metodologia
utilizada (Chacón, 2001).

No processo de produção do conhecimento, a clareza da linguagem utilizada torna-se mais


relevante, pois esse paradigma epistemológico apresenta a necessidade de expressar
cientificamente as “experiências do mundo físico sintetizadas nos núcleos sensoriais, o que
permite tomar o corpo como denominador comum.

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O exposto demonstra que o neopositivismo tem como função principal proteger o investigador,
pois utiliza a objetividade (Covarrubias, 2007) para que os aspectos subjetivos não interfiram de
forma completa e direta no objeto de estudo.

Em outras palavras, reconhece sua total não-neutralidade, pois assume-se a priori que a realidade
como tal não pode ser totalmente apreendida, demonstrando que ela não pode ser totalmente
cognoscível. No entanto, a objetividade continua sendo um objetivo regulatório em si, visto como
um ideal que deve ser alcançado por meio da aplicação de diversos processos lógicos e teóricos,
que são empiricamente sustentados (Bunge, 1995, Chacón, 2001).

2.1.2. Metas da Nova Geografia

A fim de traçar um panorama genérico sobre a Nova Geografia, é importante especificar suas
metas principais:

1. Rigor maior na aplicação da metodologia científica – Calcada na Filosofia do Positivismo


lógico, a metodologia científica representou um conjunto dos procedimentos aplicáveis à
execução da pesquisa científica. Há métodos científicos para a pesquisa geográfica, mas não
métodos geográficos de pesquisa. O que vai diferenciar cada ciência é o seu objeto.

A metodologia científica nesse momento funcionou como o paradigma para a pesquisa


geográfica, que mostrou a necessidade de maior rigor nos enunciados, e na verificação de
hipóteses, assim como na formulação e explicações dos fenômenos geográficos. Desse modo, os
enunciados geográficos assumiram o princípio da validade (verdadeiros), em função da sua
verificabilidade e teste. O critério de refutabilidade (negação) ganhou importância, e em vez de a
validade depender da autoridade do geógrafo, que observou e descreveu o fenômeno (ou a
região), deu-se mais importância à validade ou não do fenômeno geográfico, a partir dos
procedimentos de verificação, propostos pela metodologia científica. Para conhecer melhor os
aspectos e as questões relacionadas à metodologia, os geógrafos passaram a se interessar pela
filosofia da ciência.

2. Desenvolvimento de teorias - Sob o paradigma da metodologia científica, a Nova


Geografia procurou estimular o desenvolvimento de teorias relacionadas às características da
distribuição e arranjo espaciais dos fenômenos. A partir de então, os geógrafos passaram a usar e

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a trabalhar com as teorias disponíveis em outras ciências, como as teorias econômicas, mormente
as relacionadas com a distribuição, localização e hierarquia de eventos (as teorias de Christaller,
Von Thunen, Losch, Weber). Para poder verificar a aplicabilidade de tais teorias, “[...] muitos
geógrafos passaram a estudar os padrões de distribuição espacial dos fenômenos (estudo de
distribuições pontuais, de redes ou de áreas), mas sem fazer estudo crítico e propor modificações
ou substituições àquelas teorias [...]” (CHRISTOFOLETTI, 1982, p. 17-18).

3. O uso de técnicas estatísticas e matemáticas –Foi utilizada para analisar os dados


coletados e as distribuições espaciais dos fenômenos e constituiu uma das primeiras
características que se salientou na Nova Geografia, também chamada de Geografia Quantitativa.
O uso das técnicas de análise simples, multivariadas e as relacionadas com a análise seriada e
espacial constituíram ferramentas, para o geógrafo. Entretanto, usar técnicas estatísticas
sofisticadas não é fazer Geografia. É necessário que o geógrafo tenha uma noção clara do
problema a ser pesquisado, e conheça o arsenal teórico e conceitual que lhe permita
adequadamente interpretar os resultados obtidos, senão estará apenas fazendo trabalho de
mecanização, mas nunca um trabalho geográfico.

4. A abordagem sistêmica - Esta abordagem serve ao geógrafo como instrumento conceitual


que lhe facilita tratar dos conjuntos complexos, como os da organização espacial. A preocupação
em focalizar as questões geográficas sob a perspectiva sistêmica, favoreceu e dinamizou o
desenvolvimento da Nova Geografia.

2.2. O paradigma inspirado no materialismo histórico, quanto ao nível teórico,


epistemológica e gnosiológico

O materialismo histórico buscou entender as relações entre o trabalho e a produção de bens


materiais ao longo da história; O homem vai viver suas relações sociais segundo as relações
econômicas, ele não tem autonomia. Essa afirmação é validada ao observarmos os períodos
históricos. O materialismo histórico é a aplicação dos princípios do materialismo dialético ao
estudo da vida social, aos fenômenos da vida da sociedade, ao estudo desta e de sua história.

O método materialista histórico-dialético caracteriza-se pelo movimento do pensamento através


da materialidade histórica da vida dos homens em sociedade, isto é, trata-se de descobrir (pelo

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movimento do pensamento) as leis fundamentais que definem a forma organizativa dos homens
em sociedade através da história.

Pleakhanov (1957 apud SODRE, 1968) considera o materialismo histórico (acrescenta-se aqui o
geográfico) como um importante método científico que permite vislumbrar o processo de
constante modificação da realidade pelo trabalho. Dessa forma, a escolha por tal método se
justifica pela sua capacidade de desvelamento dialético da realidade, considerando conflitos e
contradições, produzindo uma geografia democrática e que reconhece não-neutra, ou seja, uma
geografia que ocupe um lugar na sociedade.

2.2.2. Materialismo Histórico quanto ao nível teórico e epistemologia

O materialismo histórico dialético como possibilidade teórica, isto é, como instrumento lógico de
interpretação da realidade, contém em sua essencialidade lógica a dialética, e neste sentido aponta
um caminho epistemológico para a referida interpretação. A negação deste caminho, portanto,
representa a descaracterização de uma efetiva compreensão acerca da epistemologia marxiana
(Frigotto, 1997).

[...] Ouvimos dizer frequentemente que Marx tinha um método, que esse
método se situa em algum ponto na razão dialética, e que isso constitui a essência
do marxismo. É, portanto, estranho que, apesar de muitas alusões e várias
declarações de intenções, Marx nunca tenha escrito essa essência. (...) Podemos
concluir, portanto, que não foi escrito porque não podia ser escrito (...) Porque não
se trata de um método, mas de uma prática, e uma prática aprendida praticando-se.
De modo que nesse sentido a dialética nunca pode ser registrada, nem aprendida de
cor. Ela só pode ser assimilada pelo aprendizado crítico dentro da própria prática.
(Thompson, 1987, p.129).

Existem vários empregos para o termo método. O mais conhecido é aquele que o toma a partir de
sua raiz etimológica (do latim methodu) para expressar a ideia de caminho. Caminho ou conjunto
de procedimentos que conduziria a uma meta ou a uma verdade para assumir o status de garantia
dessa verdade, especialmente da verdade produzida pela ciência (Paschoal, 2001).

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Ao se tomar essa acepção basilar do termo método há que se reconhecer um problema e um
limite que ela possui. O problema: apresenta uma explícita separação entre fins e meios; entre
conhecer o fenômeno e sua explicitação; o limite: sua aplicação está fortemente ligada àquele
tipo de pesquisa que procede por hipótese e verificação (empírica ou positivista), muito próprio
das ciências naturais.

Assim, a dialética materialista não é uma instância verificada do conhecimento obtido, mas, meio
e método de transformação do conhecimento real por meio da análise crítica do material factual,
concreto, um modo de análise concreta do objeto real, dos fatos reais.

Desta forma, é importante reconhecer que a atitude primordial e imediata do homem, em face da
realidade não é a de um abstrato sujeito cognoscente, de uma mente pensante que examina a
realidade especulativamente, mas a de um ser que age objetiva e praticamente, de um indivíduo
histórico que exerce a sua atividade prática no trato com a natureza e com os outros homens,
tendo em vista a consecução dos próprios fins e interesses dentro de um determinado conjunto de
relações sociais (Habermas, 2006).

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Conclusão

Com a realização do trabalho, compreendemos A corrente neopositivista influenciou a Geografia,


que passou a ser denominada de Nova Geografia, Geografia Teorética ou Geografia Quantitativa.
Esse movimento buscou redefinir a Geografia como ciência e usou a linguagem matemática
como suporte para obter clareza e objetividade necessária ao trabalho científico. Assim,
construiu-se um campo teórico de investigação para a interpretação da sociedade em sua
dimensão espacial e temporal. Por outro lado, a Geografia Crítica trouxe uma nova forma de
interpretação da sociedade embasada no materialismo histórico e dialético. Foi uma grande
contribuição que influenciou pesquisadores de diversas áreas ao longo do século XX.

O método dialético que desenvolveu Marx, o método materialista histórico dialético, é método de
interpretação da realidade, visão de mundo e práxis. O conceito de práxis de Marx pode ser
entendido como prática articulada à teoria, prática desenvolvida com e através de abstrações do
pensamento, como busca de compreensão mais consistente e consequente da actividade prática -
é prática eivada de teoria. A reinterpretação da dialética de Hegel (colocada por Marx de cabeça
para baixo), diz respeito, principalmente, à materialidade e à concreticidade. Para Marx, Hegel
trata a dialética idealmente, no plano do espírito, das ideias, enquanto o mundo dos homens exige
sua materialização. Assim, o Marxismo seria o embasamento teórico capaz de dar respostas
satisfatórias às novas demandas científicas e sociais. Inserida nesse ambiente, a Geografia tinha o
objetivo de colaborar ativamente para a transformação radical da sociedade capitalista em direção
à socialista, através da revolução.

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Referencia Bibliografia

1. . HARVEY, D. (2006). A Produção Capitalista do Espaço. São Paulo: Anna Blumme,


2006.

2. BERRY, B. J. L. (1969). Abordagens à análise regional: uma síntese. Textos Básicos,


IPGH, Rio de Janeiro, n. 3, p. 18-34, 1969.

3. CASSETI, V (1991). Ambiente e apropriação do relevo. São Paulo: Contexto.

4. HARTSHORNE, R. (1978). Propósitos e natureza da Geografi a. São Paulo: Hucitec,


1978.

5. KONSTANTINOV, F. (1961). Teoria Materialista da História. Rio de Janeiro:


Civilização Brasileira.

6. LEFEBVRE, H. (2008). A Revolução Urbana. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2008.

7. SODRE, N. (1968). Fundamentos do Materialismo Dialético. Rio de Janeiro: Civilização


Brasileira.

8. SUERTEGARAY, D. M. A (1988). A trajetória da natureza: Um estudo geomorfológico


sobre os areais de Quaraí-RS. São Paulo. 243p. Tese (Doutorado em Geografia Física com ênfase
em Geomorfologia) - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São
Paulo.

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