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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Impacto dos resíduos sólidos para a biodiversidade marinha

Ana Paula Tomás Conselho. 708204503

Licenciatura em Ensino de Geografia


Disciplina: Biogeografia
Ano de frequência: 3º Ano, Turma A/5
Tutor: Alfatilio S. Huo

Tete, Julho de 2022

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problema)
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objectivos
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domínio do discurso
académico
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Análise e
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discussão
nacional e
internacionais 2.
relevantes na área de
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Conclusão 2.0
práticos
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Aspectos
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gerais
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Bibliográficas citações e
bibliográficas
bibliografia

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Índice

Introdução ........................................................................................................................................ 5

1.1 Objectivo geral .................................................................................................................. 6

1.2 Problematização e problema de pesquisa ......................................................................... 6

1.3 Metodologia ...................................................................................................................... 6

2. Fundamentação teórica ............................................................................................................. 7

2.2. Resíduos Sólidos Urbanos ................................................................................................ 7

2.2.1. Problemas causados pelos resíduos urbanos ................................................................. 8

2.3. Impactos dos Resíduos Sólidos Urbanos nos Ambientes Marinhos ................................. 9

Conclusão ...................................................................................................................................... 11

Referencia Bibliografia.................................................................................................................. 12

iv
Introdução

Os resíduos sólidos mais precisamente denominados de lixo correspondem a todo material


proveniente das atividades diárias do homem em sociedade. Estes podem ser encontrados nos
estados sólido, líquido e/ou gasoso. Os resíduos podem ser descartados, aqueles que são
completamente imprestáveis para seu reaproveitamento ou podem ser reutilizados mediante uma
série de processamentos físicos e/ou químicos para a fabricação de novos produtos.

O descarte dos resíduos tem se tornado um problema mundial quanto ao prejuízo e poluição do
meio ambiente, caso estes sejam descartados sem nenhum tratamento, onde se pode afetar tanto o
solo, a água e/ou o ar. A poluição do solo pode alterar suas características físico-químicas, que
representa uma séria ameaça à saúde pública tornando-se o ambiente propício ao
desenvolvimento de transmissores de doenças. A poluição da água pode alterar as características
do ambiente aquático, através da percolação do líquido gerado pela decomposição da matéria
orgânica presente no lixo, associado com as águas pluviais e nascentes existentes nos locais de
descarga dos resíduos. Enquanto que a poluição do ar pode provocar a formação de gases naturais
na massa de lixo, pela decomposição dos resíduos com e sem a presença de oxigênio no meio,
originando riscos de migração de gás, explosões e até de doenças respiratórias, se em contato
direto com os mesmos.

No presente trabalho da disciplina de Biogeografia, visa realizar uma pesquisa bibliográfica sobre
as características e os impactos causados pelo descarte, o reuso e a reciclagem dos resíduos
sólidos provenientes das atividades humanas nas zonas urbanas para a biodiversidade marinha.

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1.1 Objectivo geral

 Analisar o impacto dos resíduos sólidos produzidos na zona urbana na biodiversidade


marinha.

1.2 Problematização e problema de pesquisa

O crescimento populacional de forma desordenada nas zonas urbanas gera uma elevada produção
de bens de consumo, que por sua vez propicia o aumento na produção de resíduos sólidos.

O resíduo sólido que não possui a destinação correta em aterros sanitários pode atingir regiões
litorâneas como estuário praias e oceanos, consistindo em uma das principais formas de poluição
do ambiente. Estes podem chegar nesses locais por meio dos esgotos, dos frequentadores de
praias que deixam o material na areia, dos ventos e também através do seu descarte em alto mar
por embarcações (Kawamoto et al. (2013)).

O lançamento desse tipo de material no ambiente causa impacto como degradação de praias
(ARAÚJO; SANTOS; COSTA, 2006), efeitos negativos à biota (Kawamoto et al. (2013)), bem
como estão ligados às situações envolvendo saúde pública e economia, pois os resíduos podem
atrair vetores de doenças e também gerar prejuízos que incluem gastos na limpeza de praias e
perda estética (Kawamoto et al. (2013)).

Diante do exposto, coloca-se a seguinte pergunta de pesquisa:

Qual é o impacto dos resíduos sólidos urbanos para a biodiversidade marinha?

1.3 Metodologia

Para este trabalho optou-se pela pesquisa bibliográfica pertinente ao tema proposto por tratarse de
um procedimento reflexivo sistemático que possibilita definir, esclarecer e tentar responder as
questões indagadas pela comunidade científica, governos, sociedade civil, entre outros.

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2. Fundamentação teórica

2.1. Biodiversidade marinha

A biodiversidade, ou diversidade biológica, é o nome dado à variedade de organismos que vivem


em determinado ambiente. A biodiversidade marinha, portanto, diz respeito à fauna, flora,
microorganismos e ecossistemas de mares e oceanos.

A biodiversidade marinha é maior que a terrestre — especialmente se levarmos em conta que


dois terços da superfície terrestre são cobertos por mares e oceanos. Como a vida se originou em
ambiente marinho, há 3,5 bilhões de anos, é natural que a maior diversidade de espécies e
linhagens seja encontrada nos mares e oceanos.

Apesar disso, os oceanos ainda são um território misterioso para a ciência. Somente no fim da
década de 1980, por exemplo, é que foram descobertas as Prochlorophytas — cianobactérias
fotossintetizantes, responsáveis por 40% da clorofila existente nas regiões oceânicas, onde há
poucos nutrientes.

Mesmo assim, a biodiversidade marinha sofre ameaças devido à ação humana. Entre os principais
problemas, destaque para a aquicultura, a pesca predatória e a poluição. Estima-se que 27% dos
recifes de todo o mundo tenham desaparecido. Segundo especialistas, um aumento de 2 a 3ºC na
temperatura do planeta já poderia acarretar no desaparecimento desse ecossistema, já que os
recifes têm capacidade de adaptação limitada. Os manguezais, que funcionam como berçários
para diversas espécies, também são frágeis e sofrem principalmente com o desmatamento.

É nos oceanos que ocorrem algumas funções básicas fundamentais, como os ciclos do Carbono,
Nitrogênio e Fósforo, essenciais para a manutenção do clima terrestre. Por isso, entender melhor
a biodiversidade marinha é importante para a conscientização ambiental e preservação do
equilíbrio do planeta.

2.2. Resíduos Sólidos Urbanos

Resíduo é tudo aquilo que sobra de determinado produto, seja a embalagem, casca ou outra parte
do processo, que pode ser reutilizado ou reciclado. Para isso, os materiais precisam ser separados
de acordo com a sua composição. Em outras palavras, os resíduos ainda possuem algum valor

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econômico que pode ser aproveitado pelas indústrias, por cooperativas de catadores e outros
componentes da cadeia produtiva.

Os resíduos sólidos são gerados a partir de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar,
comercial, agrícola e de varrição.

Os Resíduos Sólidos Urbanos vulgarmente denominados por lixo urbano, são resultantes da
atividade doméstica e comercial das povoações. A sua composição varia de população para
população, dependendo da situação sócio-econômica e das condições e hábitos de vida de cada
um.

Esses resíduos podem ser classificados das seguintes maneiras:

 - Matéria orgânica: Restos de comida, da sua preparação e limpeza;

 - Papel e papelão: Jornais, revistas, caixas e embalagens;

 - Plásticos: Garrafas, garrafões, frascos, embalagens, boiões, etc;

 - Vidro: Garrafas, frascos, copos, etc;

 - Metais: Latas;

 - Outros: Roupas, óleos de cozinha e óleos de motor, resíduos informáticos etc.

Estima-se que cada pessoa produza, em média, 1,3 kg de resíduo sólido por dia. Desta forma,
uma pequena cidade de apenas 10.000 habitantes produziria cerca de 10 toneladas de lixo
diariamente.

2.2.1. Problemas causados pelos resíduos urbanos

Um dos problemas é que rios, lagos e lagoas carregam milhões de toneladas de efluentes
domésticos e industriais, e de resíduos sólidos para os mares e oceanos. Quando este material
poluente chega às áreas estuarinas — transição entre um rio e o mar — da costa, acaba se
juntando com os resíduos descartados pelos moradores das cidades litorâneas. Isso acaba criando
um sério agravante para o oceano.

Outro problema preocupante dentre os quatro causadores trata-se das ações ilegais e incorretas
das empresas no descarte de resíduos. As industrias são as principais produtoras de tudo que é
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consumido no mercado, e além dos resíduos que geram-se após o uso do produto, durante as
atividades da empresa, produz muitos resíduos. Muitas organizações realizam a disposição
incorreta dos resíduos, apropriando-se de lugares inadequados como o oceano.

2.3. Impactos dos Resíduos Sólidos Urbanos nos Ambientes Marinhos

Em relação aos impactos na biodiversidade marinha, em pesquisa realizada na ilha de Mosqueiro


no município de Belém (PA) por Cabral, Dias e Gomes (2015), foi observado que o lixo,
actualmente, não é estritamente um problema sanitário em zonas urbanas, mas também um dos
principais grupos de poluentes no ecossistema marinho.

Já o estudo efetuado por Kawamoto et al. (2013) na praia da Romana em Curuçá (PA), concluiu
que os Residuos sólidos descartados em praias pelos banhistas afectam a vida marinha de formas
diversas, sendo o plástico o de maior quantidade. Isso reitera que alguns factores como o tempo
de decomposição, uso crescente e ineficiência ou inexistência no gerenciamento de RS são
prejudiciais.

De acordo com Conceição et al. (2018) na pesquisa realizada na praia do Atalaia no município de
Salinópolis (PA), a análise dos dados indicou que, com o tempo, o balanço das ondas é capaz de
quebrar esse material plástico em pedaços menores que facilmente são confundidos por alguns
animais como alimento e consequentemente causar a morte e/ ou interferir no ciclo reprodutivo
dos mesmos.

Outro efeito negativo causado pelo descarte de resíduos nas áreas costeiras são a contaminação
das praias, rios e mares, que conforme estudo realizado por Silva-Filho (2015) no rio Cereja em
Bragança (PA), constatou que por não haver nenhum controle, essa contaminação pode impactar
em valor paisagístico e gerar perdas ambientais e econômicas de grande importância para a
população, que obtém seu sustento dos recursos naturais dessas áreas.

Portanto, grande parte dos resíduos urbanos alcançam os ambientes costeiros e oceânicos,
contaminando a superfície, a coluna da agua e o substrato marinho.

Plásticos são os predominantes, entretanto, materiais de pesca são igualmente agressivos, uma
vez que abandonados e/ou perdidos, permanecem à deriva ou no fundo, realizando o que
chamamos de “pesca fantasma”, sendo responsáveis pela mortandade e ferimentos em golfinhos,

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baleias, tartarugas, tubarões e demais espécies. Estima-se que aproximadamente um milhão de
aves e mamíferos marinhos morram anualmente devido à ingestão de materiais plásticos, os
quais, em sua grande maioria, atingem as águas oceânicas oriundos de praias, rios e emissários
submarinos.

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Conclusão

Conforme dados obtidos nesta pesquisa, pôde-se concluir que os impactos da má gestão dos
resíduos sólidos causam poluição atmosférica, poluição hídrica, poluição do solo e poluição
visual, e, além disso, dependendo do tipo de resíduos, podem causar doenças para população,
ocasionando o dano a saúde das pessoas.

Para a biodiversidade marinha, os resíduos criam prejuízos para os ecossistemas marinhos,


principalmente desequilíbrio ecológico, contaminação de peixes e outros animais marinhos,
mortes de pássaros que se alimentam de peixes contaminados e s torna as praias impróprias para
o banho.

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Referencia Bibliografia

1. CARDOSO, R. M. & RIBEIRO, H. M. C (2017). A influência dos lixões e aterros na


qualidade do solo e da água: estado da arte no brasil dos anos de 2010 a 2017. VI Simpósio de
Estudos e Pesquisas em Ciências Ambientais na Amazônia. Pag. 198-207, dez. O Meio Ambiente
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2. CARIPUNA, L. A.& PIMENTEL, M. A (2018). Resíduos Sólidos e Sustentabilidade


Ambiental e Área Costeira. Revista Turydes: Turismo y Desarrollo, v. 11, n. 24, p. 1-22, jun.

3. CONCEIÇÃO, M. M. M.; SILVA, A. C. S.; SOUZA, R. R. N.; BARROS, E. D. A.;


PEREIRA, L. C.; SÁ, R. J. S.; CRUZ, M. C. S.; MIRANDA, A. F. M, MOREIRA, S. F. &
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4. DIAS FILHO, M.; CAVALCANTI, J. S. S.; ARAUJO, M. C. B. & SILVA, A. C. M.


(2015). Avaliação da Percepção Pública na Contaminação por Lixo Marinho de acordo com o
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5. KAWAMOTO, M. S.; MENDES, R. M. L.; BARREIROS, N. M. & ALVES, M. A. M. S.


(2013). Analise Da Percepção Turística Sobre a Poluição do Ambiente Costeiro da Praia da
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6. SILVA FILHO, C. P (2015). Resíduos sólidos e os impactos socioambientais no rio


cereja: subsídios para a gestão sustentável em Bragança-PA. 59 f. Dissertação (Mestrado) -
Universidade Federal do Pará, Instituto de Estudos Costeiros, Programa de Pós-Graduação em
Biologia Ambiental. Bragança.

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